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Carência de “nós” temperamentais

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ÍNDICE DE LUGARES

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Faço coisas arrojadas, porque é preciso. O risco faz parte da luta, mas o risco vem reduzido ao indispensável, e aí corro risco, mas corro de olhos arregalados, porque se puder diminuir o risco durante a batalha, ainda diminuo. Detesto confiar. Nossa Senhora pediu de mim: confie! E dou graças a Ela, por Ela ter-me pedido isto136 .

Carência de “nós” temperamentais

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Para ser bem franco, não me lembro de ter tido em minha vida aquilo que em nossa linguagem interna chamamos de “nó”, que é o estado temperamental de uma pessoa que se põe meio encaracolada e que a leva a não querer e a não fazer determinada coisa por estar embirrado. Lembro-me de outros defeitos morais, mas propriamente ter “nó”, não me lembro de que tivesse em nenhuma circunstância. Naturalmente tinha repulsas instintivas em relação a certas coisas, mas essas repulsas eram em geral de fundo moral contra coisas que não estavam direitas. Como era criança, não sabia qualificar bem porque não estavam direitas. Mas percebia que não estavam direitas, e então me repeliam. Às vezes era uma pessoa, outras vezes era o modo de ser de outra pessoa. Eram coisas assim. Isto não impedia que eu também tivesse, muitas vezes, ou ao menos um certo número de vezes, simpatias muito grandes para com pessoas que não prestavam, mas cujos defeitos eu não percebia, pois nessa época tinha um, dois ou três anos de idade. Até lá não ia o discernimento dos espíritos. Então, eu poderia gostar, poderia simpatizar instintivamente com tal ou tal outro parente, com tal ou tal outro amigo de família, como uma criança simpatiza ou antipatiza com alguém. E quando antipatizava, não era propriamente “nó”. Esses “nós” eu não tinha, porque o meu modo de ser era avesso a isto. Aliás, até hoje os senhores não me viram tomado por nenhum tipo de birra, nem encrencar com coisa alguma. Dizer, por exemplo, – “Tal coisa por capricho eu não gosto”, nem de leve tenho isto137 .

136 Chá SRM 17/4/88 137 Chá PS 23/10/91

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