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Consumo na comunidade negra
ser apenas uma caricatura e não expressar com fidelidade os desejos da comunidade negra - consumir produtos e serviços produzidos e/ou comercializados/ofertados por pessoas negras. A ideia de fazer o dinheiro passar por mãos negras o maior tempo possível é a base de um movimento nascido nos Estados Unidos, intitulado Black Money, que busca vencer o racismo estrutural, fortalecendo o empreendedorismo e consumo negro.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Think Etnus, em 2020, oito entre cada dez brasileiros se autodeclararão negros. Esse panorama reforça a ideia de que é necessário olhar essa parcela da população de um modo mais empático, entendendo suas reais necessidades, pois o poder de compra pertence à elas.
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Outro dado bastante importante trazido pela consultoria, é que:
“em 2017, em meio à crise econômica que atingiu o país, a população negra movimentou R$ 1,6 trilhões, o que equivale a 24% do PIB brasileiro e representa crescimento de 7 pontos percentuais, comparado ao ano anterior.”
A população de consumidores negros está mais ativa e tem utilizado a redes sociais para compartilhar situações que vão de encontro com suas necessidades e também denunciar aquelas que não representam seus anseios e agem de forma racista. O uso da hashtag #SeNãoMevejoNãoCompro é um exemplo de movimento criado nas redes sociais, em resposta às marcas que não retratam negros em suas propagandas e não atendem pessoas negras com a mesma cortesia que atendem pessoas não negras.
O estudo “O Desafio da Inclusão”, realizado pelo Instituto Locomotiva, traz um recorte a respeito de como a publicidade é realizada. Esse fator é determinante para entender as motivações de consumo da população negra brasileira. O estudo indicou que 90% dos
protagonistas das campanhas são brancos, o que sugere a explicação do porquê apenas 6% da população negra brasileira sente-se adequadamente representada pelas marcas.
O mesmo estudo, ao se aprofundar no comportamento de consumo dessa parcela da população, verificou que os itens destacados na intenção de compra dos negros são móveis para casa, com 28 milhões de pessoas, e TVs de Plasma e LCD, 12 milhões de pessoas. Outro dado bastante interessante é a respeito da inclinação de consumo em acordo com a identificação com a marca, onde:
Esses números retratam a importância de analisar com profundidade o perfil dos consumidores, reconhecendo que questões raciais possuem influência na decisão de compra. Mais do que isso, é necessário olhar para a população negra brasileira como consumidores potenciais, para que os produtos, estratégias de comunicação, estratégias de venda e a própria política da empresa estejam adequadas às necessidades e expectativas dos negros brasileiros.