Síntese 1 - Como ser Criativo - Teorias criatividade

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Criatividade


Teorias da Criatividade


Objetivos Pedagógicos

Definir o conceito de criatividade de acordo com os diversos modelos teóricos.

Reconhecer os diferentes modelos explicativos / teorias da criatividade.

Relacionar os diferentes conceitos de criatividade com as várias propostas teóricas existentes.


Teorias da criatividade

Teoria - sistematização de teses que descrevem, explicam e predizem o comportamento. Permite uma leitura organizada da realidade.

O enquadramento teórico da criatividade surge com o nascimento da psicologia como ciência.

As abordagens míticas e animistas deram lugar a teorizações mais consistentes.


Pragmatismo

Mais centrado no desenvolvimento da criatividade do que na sua compreensão teórica.

Destacam-se de Bono (pensamento lateral), Osborn (brainstorming) e Gordon (sinética).

Apesar de alguma falta de bases teórica e de validação empírica, têm revelado uma grande utilidade como instrumento de trabalho.


Psicanálise 

Na origem do comportamento criativo (e de outros, como, por ex., o desporto) estará um conflito inconsciente de natureza sexual.

Este conflito, de forma saudável e por contraposição à neurose, sublimar-se-á em criações.

Sublimação: o sujeito substitui o objeto da pulsão por outro socialmente aceite, desde que o objeto de substituição o satisfaça, real ou simbolicamente.


Psicanálise 

Se a repressão dos impulsos inconscientes pode gerar a neurose, a expressão desses impulsos (sublimação) pode evitá-la.

Muitas obras da cultura foram consideradas como formas sublimadas ou “dessexualizadas” de intensas pulsões.

O artista não está longe do neurótico - ambos canalizam a energia, sendo que no caso do artista tal canalização permite uma “catarse criadora”.


Humanismo

Autorrealização - necessidade individual de ser-se tudo aquilo que se é capaz de ser.

Longe da perspetiva anterior, a personalidade criativa corresponde a alguém auto confiante, com conflitos internos resolvidos.

Uma pessoa criativa é uma pessoa psicologicamente saudável e em autorrealização.


Humanismo 

Maslow - criatividade primária = secundária.

Primária: lúdica, espontânea e imediata - pode ser experienciada por todos.

Secundária: intencional e disciplinada - faz surgir produtos com valor social (independentemente da autorrealização de quem os produz).

Se o humanismo enfatiza a criatividade quotidiana, não deixa de sublinhar a diferença entre esta e alta criatividade.


Humanismo 

Rogers - a criatividade deve surgir em produtos, em qualquer domínios (pintar, descobrir, inventar objetos) e ter o mesmo reconhecimento (é tão importante ser criativo para o mundo como para si próprio).

Condições para a autorrealização criativa: abertura à experiência; focalização em si próprio; saber gerir a multiplicidade de informações (problematizar, comparar, justapor, etc.).


Gestaltismo

 Pensar criativamente é perceber de forma diferente

um problema, reestruturá-lo concetualmente, i.e., substituir uma gestalt (forma) por outra melhor.

 Como? A partir de uma nova organização da

informação, capaz de transferências e de descoberta de similaridades não óbvias.

 Insight - o momento em que tal descoberta

acontece.


Gestaltismo

O sujeito não vê apenas uma caótica justaposição de dados, mas entidades organizadas.

O sujeito tende a ver sentidos na realidade, a impor-lhe estruturas, a percecioná-la como organizada (organizador percetivo).

Perceção: uma relação dinâmica entre a potencialidade organizadora do sujeito e o campo percetivo que se lhe impõe num dado momento.


Gestalt - Perceção O todo é mais do que a soma das partes

O indivíduo não perceciona os vários elementos da cadeira, separadamente, mas…

. …

perceciona a cadeira como uma totalidade organizada.


Gestaltismo

Os chimpanzés, ao lidar com situaçõesproblema (empilhando caixotes para alcançar alimentos), chegaram à conclusão que possuíam a capacidade de organizar os diversos elementos de uma situação num todo coerente permitindo assim encontrar a solução para o problema.


Associacionismo

O pensamento criativo provém de informações preexistentes.

O elemento decisivo é a qualidade das associação entre essa informação prévia.

O pensamento criativo provém de novas combinações entre velhas ideias.


Associacionismo

 A manifestação criativa implica que os elementos

armazenados na memória promovam a associação de elementos distantes.

 Apesar de distantes, devem gerar uma

combinação, não só nova mas eficaz quanto ao pedido.

 A remoticidade das associações é um requisito no

processo criativo.


Cognitivismo

Visa a compreensão dos processos cognitivos subjacentes ao pensamento criativo.

Modelo "Geneploração": fase generativa (criar, construir representações que promovam descobertas); fase exploratória (examinar, interpretar e avaliar).


Cognitivismo

Processos mentais envolvidos na criatividade: recuperação, associação, síntese, transformação, transfer analógico e redução de categorias.

Insights dependem do uso que o sujeito faz de processos cognitivos convencionais (ex. transfer analógico) aplicado ao conhecimento já armazenado na memória.


Abordagens Integradoras

Salientam a multidimensionalidade da criatividade: processos cognitivos, mas tambÊm motivação pessoal, personalidade, fatores emocionais, fatores contextuais, etc.


Modelo componencial

 Motivação intrínseca: A satisfação, o interesse

e o envolvimento na tarefa não são externos.

 Capacidades e conhecimento: perícia, talento,

experiência, aptidões técnicas e o conhecimento, formal ou informal.

 Competências criativas: Estilo de trabalho,

estilo cognitivo, domínio de estratégias para a produção de novas ideias e personalidade.


Teoria do investimento criativo

“Comprar em baixa”, para “vender em alta”.

• • • • • •

Confluência de diferentes “fontes” de investimento na criatividade: Inteligência Conhecimento Estilos de pensamento Personalidade Motivação Ambiente.


Criatividade

Capacidades intelectuais: 

capacidade sintética: redefinir os problemas e vê-los de novas formas, fugindo ao convencional;

capacidade analítica: reconhecer de entre as várias ideias aquelas em que vale a pena investir;

capacidade prática contextual: pôr em prática o valor dessas ideias.


Teoria dos subsistemas

Subsistemas: 

Pessoa: quem produz variações e introduz mudanças no domínio do conhecimento.

Domínio: o corpo de conhecimentos acumulados, estruturados, transmitidos e partilhados numa dada área por uma ou várias sociedades.

Campo: “juízes” - quem decide se um produto é criativo e se deve ser reconhecido e incorporado no domínio.


Teoria dos subsistemas Fluxo 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Existem metas claras a cada passo; Há uma resposta / avaliação imediata às próprias ações; Equilíbrio entre dificuldades e capacidades; Atividade e consciência estão misturadas; Distrações ausentes (concentração); Não há medo do fracasso; A auto consciência desaparece; O sentido do tempo está distorcido; A atividade torna-se autotélica (tem o fim em si).


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