(R)Manual_6 - PLATAFORMAS COLABORATIVAS E DE APRENDIZAGEM

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Formação Pedagógica Inicial de Formadores

Módulo 6. PLATAFORMAS COLABORATIVAS DE APRENDIZAGEM

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Formação Pedagógica de Formadores

Plataformas Colaborativas de Aprendizagem

FICHA TÉCNICA Título Plataformas Colaborativas de Aprendizagem

Autoria Alda Leonor Rocha Susana Martins

Coordenação Técnica Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos

Coordenação Pedagógica António Mão de Ferro

Direção Editorial Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos

Nova Etapa Rua da Tóbis Portuguesa n.º 8 – 1º Andar, Escritórios 4 e 5 – 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 – Fax: 21 754 11 89 Rua Agostinho Neto, n.º 21 A – 1750-002 Lisboa Telefone: 21 752 09 80 – Fax: 21 752 09 89 e-mail: info@nova-etapa.pt www.novaetapaworld.com

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Plataformas Colaborativas de Aprendizagem

Índice Competências a Adquirir

4

Conteúdos Programáticos

4

Público-Alvo

4

Benefícios de Utilização

5

Condições de Utilização

5

Capítulo I – Plataformas: Finalidades e Funcionalidades

6

Competências a Adquirir no Capítulo

7

Conteúdos Programáticos

7

Introdução

8

1. Conceitos e Princípios da Aprendizagem a Distância

9

2. Os Ambientes de Gestão da Aprendizagem online - LMS

11

3. Ferramentas da Web: Técnicas de Pesquisa e de Organização de

18

Conteúdos Síntese conclusiva

28

Capítulo II – Comunidades Virtuais de Aprendizagem

29

Competências a Adquirir no Capítulo

30

Conteúdos Programáticos

30

1. Comunidades Virtuais de Aprendizagem

31

2. Princípios básicos da Web

33

3. Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa

35

4. Métodos e Técnicas e Estratégias de Organização do Trabalho Online

38

5. Regras da NetEtiqueta

43

6. O Papel do e-Formador

44

Conclusão Final

50

Bibliografia

51

Anexos

52

Filmes

52

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Competências a Adquirir Pretende-se que no final deste módulo esteja apto a: 

Reconhecer as mudanças evolutivas do ensino a distância;

Identificar as características e as vantagens do e-learning;

Identificar o modo de funcionamento das plataformas de suporte da formação a distância;

Identificar regras de formação através da internet;

Reconhecer a importância do e-formador/e-mediador no processo formativo a distância;

Identificar e aplicar os mecanismos/software de comunicação online;

Desenvolver

uma

formação

utilizando

as

Plataformas

Colaborativas

e

de

Aprendizagem para suporte de materiais.

Conteúdos Programáticos 

Princípios e conceitos fundamentais da formação a distância

Evolução da formação a distância

Ferramentas da Web

Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa

Plataformas: finalidades e funcionalidades

Princípios básicos da Web 2.0

Comunidades virtuais de aprendizagem

Papel do e-formador, e-tutor e e-moderador

Métodos, técnicas e estratégias de organização do trabalho e da comunicação online

Público-alvo Este manual destina-se a candidatos a formadores, formadores, gestores de formação, e outros profissionais que por inerência das suas funções tenham necessidade de adquirir ou desenvolver competências nesta área da formação.

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Benefícios de Utilização O eLearning tem vindo a impor-se enquanto modalidade de formação, não só pelo aumento exponencial de utilizadores da internet, como também pelo facto de permitir dar rapidamente resposta às necessidades constantes de atualização de competências dos indivíduos e das organizações. Contudo, para realizar a formação em elearning torna-se essencial o recurso a meios e ferramentas apelativas de transmissão dos conteúdos, que contenham funcionalidades que permitam dinamizar a formação e motivar os participantes. Estes novos meios/plataformas criam nos profissionais da formação a necessidade de se adaptarem a novas metodologias formativas. Neste sentido, concebemos este manual que lhe permitirá obter conhecimentos sobre algumas das plataformas colaborativas de aprendizagem que poderá utilizar na sua formação, bem como das suas principais finalidades e funcionalidades.

Condições de Utilização Este manual destina-se quer a formação presencial quer a formação desenvolvida num modelo de formação mista que concilia módulos presenciais com módulos em b-Learning. Na segunda modalidade este recurso encontra-se disponível em plataforma de e-Learning, possibilitando que o participante tenha um fácil acesso aos conteúdos, e que faça uma gestão da sua aprendizagem de acordo com as suas disponibilidades e necessidades. Poderá ser consultado em tempo real ou guardado em formato digital para utilização posterior. É composto por dois capítulos, que versam as temáticas das “Plataformas: Finalidades e Funcionalidades” e “Comunidades Virtuais de Aprendizagem”.

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Capítulo I Plataformas: Finalidades e Funcionalidades

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Competências a Adquirir no Capítulo No final deste capítulo de formação deverá ficar apto a:  Reconhecer as mudanças evolutivas do ensino a distância;  Distinguir os conceitos de eLearning e bLearning;  Identificar as características e as vantagens do eLearning;  Identificar o funcionamento das plataformas de suporte da formação a distância;  Aplicar técnicas de pesquisa e de organização de conteúdos na web.

Conteúdos Programáticos  Princípios e conceitos fundamentais da formação a distância  Conceito de eLearning e bLearning  Ambientes de gestão da aprendizagem online – LMS  Funcionalidades das LMS  Ferramentas da web – Técnicas de pesquisa e de organização de conteúdos

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Introdução As exigências impostas pelo fenómeno da globalização levam as organizações a apostar cada vez mais na qualificação dos seus recursos humanos, enquanto fator primordial de competitividade. Neste contexto, é imperativo que se desenvolvam formas de organização da formação que, por um lado, deem respostas à necessidade de aprender a um ritmo cada vez mais acelerado, permitam o acesso de todos independentemente do tempo e do espaço onde estejam, e ainda garantam a qualidade e a eficiência das aprendizagens. O e-Learning, enquanto modalidade da formação a distância, tem vindo a ganhar terreno face à formação presencial, tradicional, em sala. Por um lado, fruto do crescimento exponencial de utilizadores dos serviços da internet e, por outro, fruto do imperativo de dar resposta às necessidades constantes de atualização de competências dos indivíduos e das organizações. Esta nova abordagem à formação abre múltiplas possibilidades, não só pelo recurso a meios mais apelativos para a transmissão de conteúdos, mas também pelo seu impacto no desenvolvimento da autonomia pessoal e da criatividade do formando. Os profissionais de educação e formação confrontam-se assim com a necessidade de se adaptarem a metodologias formativas cada vez mais complexas e às necessárias alterações nos processos de aprendizagem, geradas pelo impacto das novas tecnologias. Neste módulo pretende-se apresentar os principais conceitos e princípios da formação em elearning, certos que este tema não se esgota neste manual, antes, constitui-se como o ponto de partida para novas e mais aprofundadas aprendizagens neste domínio.

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1. Conceitos e Princípios da Aprendizagem a Distância 1. A evolução do Ensino a Distância – do ensino de correspondência à Web 2.0 Antes de iniciarmos a explicitação dos conceitos e princípios fundamentais acerca do e-Learning, importa enquadrá-lo enquanto modalidade do Ensino a Distância (EAD). Em termos de conceito, o EAD pode ser definido como aquele em que aprendente e formador/tutor não se encontram no mesmo espaço, estabelecendo-se a comunicação e a interação através de formas de comunicação distintas das tradicionais, ou seja, sem recurso a comunicação face a face, realizada em sala de formação ou em contexto de trabalho. O Ensino a Distância tem uma longa história remontando, segundo alguns autores, pelo menos ao século XVII. De acordo com estes especialistas, terá sido Sir Isaac Pitman a dar início aos primeiros cursos por correspondência (Correspondence Colleges), no Reino Unido. O nascimento do Ensino por Correspondência parece ter surgido por razões relacionadas com aspetos sociais, profissionais ou mesmo culturais, associado a fatores como o isolamento, a flexibilidade, a mobilidade ou até a empregabilidade, aspetos que se mantêm válidos nos tempos atuais. Não é de estranhar que os países que mais se têm destacado neste tipo de formação sejam aqueles que têm grandes extensões territoriais, com povoamentos dispersos, como sucede com a Austrália, Nova Zelândia, Canadá, entre outros. O desenvolvimento do Ensino a Distância pode ser descrito basicamente em quatro gerações, conforme os avanços e os recursos tecnológicos e de comunicação de cada uma das épocas: 

Primeira geração, dominada pelo Ensino por Correspondência, recorrendo sobretudo a recursos didáticos em suporte scripto;

Segunda geração, dominada pela Tele-Educação, suportado em programas de televisão, gravações em vídeo e ainda material impresso (scripto). Em Portugal, destacam-se pelo seu impacto, a iniciativa do Ministério da Educação designado por “Telescola”, que se traduziu numa experiência aplicada pela primeira vez ao ensino básico, e ainda os cursos de nível superior ministrados pela Universidade Aberta (UNIABE), destinados sobretudo a população adulta;

Terceira geração, caracterizada pela utilização de sistema de comunicação bidirecional entre formando e formador, recorrendo sobretudo a materiais em vários suporte diversificados, scripto, audiovisual, multimédia.

Atualmente, fala-se numa verdadeira “revolução” provocada pela WEB 2.0, pelo potencial de comunicação e interação relacionado com a utilização das redes sociais e dos meios de comunicação diversificados, tais como a teleconferência, chat, fóruns de discussão, correio electrónico, blogues, espaços wiki

e plataformas de ambientes virtuais. Hoje assiste-se à

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entrada na era das comunidades virtuais de aprendizagem, com a proliferação de escolas virtuais, universidades virtuais, institutos virtuais, grupos de aprendizagem informal, com cursos e conteúdos acessíveis pela World Wide Web (WWW), com a possibilidade de aulas colaborativas e interações síncronas e assíncronas, utilizando vários tipos de metodologias e de tecnologias, que promovem o ensino e a aprendizagem através da Internet.

2. Conceito de e-Learning e de b-Learning O e-learning significava originalmente electronic learning, ou seja, o ensino ou aprendizagem com a ajuda de sistemas eletrónicos. Hoje em dia aplica-se esta expressão a toda a forma de ensino ou formação realizada com recurso a plataformas colaborativas que utilizam a internet ou uma intranet como veículo de comunicação entre formandos e formadores. O b-Learning (Blended Learning) corresponde uma modalidade mista, isto é, conjugando uma componente presencial com uma em e-learning. Pode ser estruturado com recurso a atividades síncronas (em tempo real), ou assíncronas (em tempo desfasado), da mesma forma que o e-learning, ou seja, em situações onde formando e formador trabalham juntos num horário pré-definido, ou não, com cada um a cumprir as suas tarefas, em horários flexíveis. De uma forma geral, podemos afirmar que a diferença entre a formação tradicional e a formação em e-Learning assenta essencialmente nos suportes físicos de apoio ao formando e, consequentemente, na forma como se transmitem os conteúdos para facilitar a sua apreensão e assimilação. Na formação convencional, o formador assume o papel de elemento dinamizador do estudo dos conteúdos e respetiva transferência, utilizando a sala de formação como espaço físico e recorrendo aos tradicionais suportes (quadro, caneta, projetor, etc.). No e-Learning, independentemente da existência de tutores dinamizadores da formação, é a plataforma colaborativa (Learning Management System) o interface físico entre o formando e a entidade formadora. Para além disso, aqui o sujeito é o elemento central do processo de aprendizagem, e é a partir do seu próprio ritmo e das suas necessidades de aprendizagem que se constrói o percurso de autoformação. Nesta perspetiva, o formador/tutor assume-se como um parceiro e elemento catalisador do desenvolvimento da aprendizagem. Concebido desta forma, o e-Learning é muito mais do que um processo de aprendizagem sustentado nas novas tecnologias e em que formador e formando se encontram em locais geograficamente distantes.

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2. Os Ambientes de Gestão da Aprendizagem online - LMS Como atrás foi dito, na formação em e-learning a interação entre os vários intervenientes da formação (formando, formador, coordenador, entidade formadora), suporta-se em sistemas de gestão da aprendizagem (Learning Management System). Estes LMS são plataformas web através das quais é possível fazer a gestão do processo de aprendizagem, nas suas vertentes técnica, administrativa/gestão e pedagógica/educacional, com recurso às ferramentas básicas de comunicação, como o correio eletrónico (e-mail), locais de discussões (fóruns), ou locais de discussão online (chat), que suportam a interação. Estas plataformas permitem também criar, armazenar e gerir os conteúdos (repositorium), tais como manuais, exercícios, filmes, etc., que irão constituir a base da aprendizagem dos formandos.

Imagem da Lista de Avisos

Imagem de fórum

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Imagem de chat/sessão síncrona Dependendo das suas características, uma plataforma de eLearning pode integrar os seguintes elementos:

LMS (Learning Management System): também conhecido por ambiente virtual de aprendizagem (Virtual Learning Environment), é responsável pela gestão de navegação dos formandos e regista os dados relativos ao seu progresso na aprendizagem.

Imagem de entrada da Gestão Administrativa/pedagógica – acessos dos formandos ao sistema

LCMS

(Learning

Content

Management

System):

posiciona-se

ao

nível

do

desenvolvimento, armazenamento e distribuição de conteúdos personalizados de eLearning.

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Funcionalidades das LMS Atualmente, existe um leque bastante alargado de plataformas colaborativas que recorrem a tecnologia e serviços Web, a nível nacional e internacional, quer desenvolvidas e comercializadas por empresas, quer com base em software open source, ou seja, sem custos de utilização. Alguns exemplos são:

 Formare;  Moodle;  First Class;  Web Ct;  AulaNet;  Blackboard. Independentemente do sistema de gestão integrada que for utilizado, geralmente a estrutura de uma plataforma engloba, no mínimo, um servidor, onde ficará residente a plataforma e os conteúdos dos cursos, bem como as bases de dados de gestão e registo de atividade. Posteriormente, os utilizadores virtuais acedem à plataforma e aos conteúdos dos cursos, necessitando apenas de um computador com acesso à Internet e de um browser, como o Microsoft Internet Explorer ou o Netscape Navigator.

A seleção do tipo de plataforma online a utilizar deve ser um processo ponderado e refletido, na medida em que é este o principal interface físico entre o formando e os conteúdos. Por não existir uma solução única ou ideal, a seleção da plataforma a utilizar deve ter em conta sobretudo as necessidades da organização, a estratégia formativa delineada e as suas implicações no que diz respeito às funcionalidades exigíveis do ambiente de e-Learning e, finalmente, a oferta disponível no mercado, avaliada em termos de qualidade e custos.

De uma forma geral, para assegurar a eficácia do trabalho à distância, uma plataforma de formação deve ser:

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Apelativa;

Friendly (de fácil navegação);

Promotora de uma interação intuitiva com todos os intervenientes.

A criação de um ambiente Web para a formação a distância deve visar criar uma envolvente semelhante a um “centro de formação virtual”, que possibilite a utilização de ferramentas idênticas às disponibilizadas pela formação presencial. Neste sentido, destacam-se de seguida algumas funcionalidades que podem ser integradas numa plataforma de eLearning:

Acesso Apresentação

Inclusão de fotografia digitalizada e texto de apresentação pessoal.

Oferta formativa

Consulta do catálogo formativo.

Placard informativo com avisos

Consulta de novos avisos.

Gestão das inscrições

Possibilidade de efetuar inscrições para novos cursos.

Informação genérica Lista de participantes

Pesquisa de informação

Nomes, contactos e indicação de quem está online e offline no momento. Pesquisa de texto nas várias áreas da plataforma. Introdução livre de apontamentos que o utilizador considerar

Bloco de notas

úteis: citações pertinentes, aprofundamento de tópicos ou desenvolvimento de novas ideias. Pesquisa por tema ou por palavra, podendo ser bastante útil

Glossário

para clarificar temos técnicos ou conceitos específicos de determinado tema.

Calendarização

Visualização do cronograma da ação.

Mapa do site

Navegação visual, pelas várias áreas da plataforma.

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Comunicação Permitem

notificar

os

participantes

acerca

da

disponibilização de novos conteúdos, sua localização, datas Avisos

limite de entrega de exercícios, etc. (existem plataformas que permitem até enviar mensagens de telemóvel, como forma de aviso).

Chat

Sala de comunicação virtual.

Envio de e-mail

Para participantes e tutor do curso.

Fóruns

Biblioteca

Úteis para discussão de assuntos e colaboração a distância sobre trabalhos específicos. Podem ser inseridos textos de apoio ou hiperligações para informação de interesse.

Recursos Pedagógicos Manual pedagógico

Filmes

Jogos Pedagógicos

Exercícios Pedagógicos

Ao organizar a informação numa plataforma tecnológica deve procurar criar-se um ambiente de aprendizagem o mais intuitivo possível, de forma a garantir a usabilidade dos conteúdos.

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Para tal, devem ser disponibilizados dispositivos de suporte, como as FAQ, secção de ajuda, etc., e ainda fornecer referências constantes através das quais o formando se possa orientar ao longo do processo de autoformação.

Ferramentas de comunicação O sistema técnico de um LMS refere-se especificamente às ferramentas de comunicação disponíveis, como os chats, os fóruns, o email, etc. Vejamos cada uma delas com mais detalhe:

Correio eletrónico (email)

 O correio eletrónico permite estabelecer uma comunicação assíncrona entre todos os participantes e também entre o tutor e cada um dos formandos, possibilitando associar vários tipos de ficheiros;

 Apesar de não permitir uma resposta em tempo real, a comunicação através de e-mail dispensa a compatibilização de horário entre os intervenientes;

 O e-mail é fácil de utilizar, rápido e económico. Fóruns

 Com a criação de fóruns já é possível falarmos no conceito de “grupo virtual”;  Os fóruns são estruturados e geridos pelo tutor e permitem

criar

tópicos

de

cariz

técnico

ou

pedagógico, a partir dos quais os formandos podem consultar as respostas dadas pelos colegas e pelo tutor, o que facilita a oportunidade de colaboração durante o curso;

 Ao longo do curso, é possível acrescentar diferentes tópicos de discussão e apagar outros que entretanto se desatualizem.

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Outros serviços de comunicação assíncrona são, por exemplo, a transferência de ficheiros (ftp) ou as páginas Web com vídeo ou áudio gravado.

Chats

 Ao contrário da comunicação por e-mail, os chats síncronos permitem uma interação com respostas imediatas entre formandos e tutor. No entanto, podem apresentar algumas desvantagens, nomeadamente1:

 As diferentes velocidades com que cada participante utiliza o teclado do seu computador podem retardar o ritmo e a fluência da conversa;

 Pode haver uma sobreposição de opiniões, tornando a discussão difícil de acompanhar;

 As intervenções tendem a ser demasiado curtas, devido à pressão para se responder em tempo útil;

 Há muito pouco tempo para se refletir sobre a forma e o conteúdo das intervenções.

Áudio e Videoconferências

 A difusão de áudio e/ou vídeo em tempo real, bem como o sistema de Videoconferência, permitem também a comunicação síncrona e interativa;

 Neste serviço, todos os utilizadores possuem uma câmara de vídeo e um microfone, o que possibilita obter informação a partir da voz e da linguagem gestual de cada pessoa, resultando numa reprodução muito aproximada do ensino presencial;

 O potencial da transmissão simultânea de áudio e vídeo é elevado, uma vez que poderá permitir, por exemplo, que os tutores façam demonstrações num tópico de cariz prático e que os alunos comprovem as capacidades adquiridas;

1

Fonte: Duggleby, J (2002), Como ser um tutor online, Monitor, Lisboa 17 www.nova-etapa.pt


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 Contudo, a reduzida expansão deste serviço está relacionada com as limitações ainda existentes em termos de qualidade na transmissão de imagem ou som, que pode ser muito variável.

A seleção dos recursos tecnológicos a utilizar deve sempre ter em conta a largura de banda disponível, de forma a garantir o acesso universal por todos os participantes.

3. Ferramentas da Web: Técnicas de Pesquisa e de Organização de Conteúdos A produção de conteúdos para o e-Learning Com a utilização de plataforma colaborativas suportadas na Web, surgiu a necessidade de produzir conteúdos com caraterísticas e funcionalidades distintas das utilizadas na formação tradicional em sala. Surge assim, por imperativo tecnológico e pedagógico, a necessidade de selecionar e produzir conteúdos especificamente para o e-Learning, habitualmente

designados

por

e-conteúdos

ou

de

conteúdos eletrónicos educativos.

A criação de conteúdos para e-Learning é um processo exigente e que envolve recursos ao nível humano e financeiro. Para reduzir os custos com a produção de conteúdos de qualidade seria bastante útil reaproveitar alguns dos desenvolvimentos efetuados.

Quando falamos de e-conteúdos, estamos a falar de conteúdos de conhecimento que serão o ponto de partida para a aprendizagem dos formandos, que farão o suporte e o acompanhamento por parte do formador, mas a distância, sem que ocorra interação permanente, no mesmo espaço e no mesmo tempo.

Assim,

estes

conteúdos

exigem,

necessariamente,

serem

desenvolvidos

tendo

em

consideração um determinado formato de documento e em determinada linguagem. A linguagem mais utilizada é a verbal, coexistindo com documentos noutras linguagens (visual, áudio, scripto e em todas as suas combinações possíveis). Os exemplos mais comuns são os manuais, e-book, as apresentações eletrónicas (do género Powerpoint, que, por norma, incorporam texto, esquemas, sínteses, imagens, etc.), os vídeos e todo o género de imagens ou representações gráficas.

Para que estes conteúdos possam ser utilizados na formação em e-Learning não basta que sejam digitalizados ou sejam construídos por recurso a ferramentas digitais. 18 www.nova-etapa.pt


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Antes de mais, estes conteúdos constituem-se como documentos didáticos com características próprias que é suposto serem promotores e facilitadores da aprendizagem, devendo por isso obedecer a um conjunto de regras pedagógicas específicas, de acordo com a área do saber e os seus destinatários. Atualmente, e com vista a regular a produção de conteúdos didáticos para as plataformas colaborativas, foi desenvolvida uma norma internacional, designada por Sharable Content Object Reference Model, Advanced Distributed Learning – SCORM. O SCORM nasceu fruto da tentativa de criar um conjunto de especificações que servissem como norma para o desenvolvimento, empacotamento e distribuição de conteúdos formativos, a partir dos diferentes padrões existentes.

Normas SCORM: Para quê? 1. Reutilização: permite que os conteúdos sejam utilizados em diferentes contextos de aprendizagem; 2. Interoperabilidade: permite que os conteúdos sejam utilizados numa grande variedade de hardware, sistemas operativos e browsers; 3. Durabilidade: capacidade de suportar as mudanças e evolução tecnológica sem custos com a realização de alterações significativas; 4. Acessibilidade: permite o acesso remoto aos conteúdos, tanto para autores como para utilizadores, à medida que são necessários.

Aplicações e conteúdos multimédia A possibilidade de aplicar tecnologias multimédia no eLearning - através da manipulação de texto, imagem, animações 2D e 3D, áudio e vídeo - constitui uma das vertentes mais interessantes desta modalidade de formação, uma vez que:

 Promove a estimulação sensorial, contribuindo para o despertar da curiosidade e do interesse do utilizador e facilitando, assim, a assimilação do conhecimento;

 Permite uma maior inovação e criatividade na conceção dos meios pedagógicos e na dinamização da própria formação;

 Se a aplicação multimédia permitir que o utilizador intervenha no desenrolar das atividades, esta contribui para aumentar a interatividade do material;

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 Ao assentar numa estrutura de hiperligações, permite que o utilizador selecione o percurso a seguir e controle, desta forma, a sequência e o ritmo da sua aprendizagem.

Assim, existem vantagens significativas em apoiar o processo de auto-aprendizagem em eLearning em suportes como os CD-ROM ou DVD multimédia, que permitem um acesso rápido, económico e em qualquer lugar, ou em aplicações multimédia colocadas na Web, utilizando a linguagem Flash, por exemplo.

Texto

O texto simples, devidamente formatado, pode ser apresentado em páginas HTML, em documentos em formato PDF ou até com recurso aos e-books.

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Imagem A apresentação de texto complementado com imagens e animações implica o esforço adicional de digitalização e tratamento de texto e de imagem, mas revela-se útil para evitar tornar a apresentação de informação demasiado densa, facilitando a leitura e estimulando a atenção do formando.

Animação a duas e três dimensões O recurso a animações 2D e 3D permite simular situações reais e gerar interação com objetos tridimensionais. Desta forma, aumenta-se o realismo da situação e, consequentemente, o grau de envolvimento do utilizador. Exemplos da utilização de animações 3D:

Simulação do espaço físico do centro de formação ou de outro ambiente de aprendizagem;

Utilização de um assistente eletrónico que representa o tutor e que conduz um exercício prático, ou que guia o formando ao longo do processo de exploração dos conteúdos, com recurso também a texto ou voz;

Demonstração da composição de determinado objeto e/ou da forma como é montado;

Demonstração dos passos necessários à realização de determinada tarefa, com recurso a um modelo.

Exemplo de utilização de animação 3D para demonstrar as posições adequadas para realização de um exame num paciente.

Fonte: SciELO - Scientific Electronic Library Online

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A conceção deste tipo de materiais pode ser feita com recurso a ferramentas de desenho gráfico e posteriormente transformados em GIFs animados ou, em alternativa, através de programas específicos e ferramentas de modelação e animação e convertidos depois em objetos flash, para garantir a uniformização dos formatos utilizados e a utilização universal dos mesmos.

Áudio A utilização de aplicações de áudio em eLearning pode ser útil quando se quer recorrer, por exemplo, a música de fundo, a voz associada a um assistente eletrónico, ou a sons que servem como complemento à informação visual.

Este tipo de aplicações pode ser bastante útil, por exemplo, numa formação em línguas, sendo fundamental garantir que todos os formandos possuem

placas

de

som

e

colunas

ou

auscultadores.

Mais uma vez, é importante ter em atenção a largura de banda exigida pela transmissão do áudio, já que não conhecemos o software instalado nos computadores de todos os utilizadores.

Vídeo O recurso a vídeo, seja este documental ou com atores, implica geralmente a captura de imagens, à qual se segue a fase de pós-produção e, finalmente, a digitalização para um formato standard (MPEG, Quick Time, Windows Media, etc.).

Os

objetos

vídeo

têm

uma

vasta

aplicabilidade e podem ser utilizados para atingir diversos objetivos, nomeadamente:

 Exemplificar um determinado conceito;  Demonstrar um processo físico;  Apresentar

situações

em

que

se

pretendem demonstrar comportamentos e atitudes de pessoas, geralmente para formação na área comportamental;

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Expor conteúdos, em que o próprio formador pode ser o ator, sendo até possível recorrerse à sincronização da sequência de vídeo com uma apresentação em Microsoft PowerPoint.

Existe

um

alargado

leque

de

aplicações

multimédia à disposição dos produtores de cursos em eLearning. Contudo, é importante ter presente que o conteúdo final deve conter um equilíbrio entre os vários formatos: texto, imagens, áudio e vídeo.

Ferramentas de autor As ferramentas de autor são recursos para que o utilizador comum, mesmo sem conhecimentos de programação, possam desenvolver com rapidez, e onde quer que estejam, um determinado conteúdo ou programa.

Atualmente, o conceito de learning objects, ou objetos de aprendizagem, prevê o uso cada vez mais frequente de conteúdos a serem geridos pelo tutor num curso a distância. Ou seja, com este tipo de ferramenta ou recurso, o próprio formador ou autor do conteúdo a ser desenvolvido pode, sem recorrer necessariamente ao apoio de uma equipa de produção, desenvolver o seu próprio curso, a sua própria metodologia de ensino a distância pelo eLearning. Podemos pensar que isso não é para qualquer formador, uma vez que necessitará de um certo domínio tecnológico, de conhecimentos de programação, etc. A resposta é simplesmente não. Não obstante o formador ou autor não poder ser avesso à tecnologia, pode facilmente desenvolver os seus cursos. Claro que, dependendo do grau de sofisticação do curso, pode

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precisar de ter domínio sobre aplicações de tratamento e pós-produção de imagem, áudio, ou mesmo vídeo, se quiser editar o seu próprio material.

Além disso, é necessário o domínio sobre o conteúdo a ser desenvolvido. E é aí realmente que o autor ou tutor precisa concentrar o seu enfoque e o seu

conhecimento.

especialização

estará

A

sua no

desenvolvimento da sua metodologia de eLearning, o que, na prática, se pode designar por instructional design. O que estas ferramentas possibilitam é que o objetivo do produtor do conteúdo se volte para o desenvolvimento de uma metodologia de gestão dos conteúdos de aprendizagem.

Vantagens das ferramentas de autor para o desenvolvimento de soluções de eLearning Podemos ter a ideia, em relação às ferramentas de autor em geral, que são muito automatizadas, com poucas opções de personalização (por exemplo, para inserir o logo da instituição ou a própria marca pessoal do formador). As especificidades e funcionalidades de uma ferramenta de autor deixam ao formador a liberdade para fazer a gestão de uma metodologia, ou até para criar a sua própria metodologia de eLearning - Instructional Design.

Essa é a principal funcionalidade do sistema: permitir que o formador faça a gestão

e

conteúdos

disponibilize de

formação;

os

seus

crie

e

desenvolva a sua metodologia de ensino a distância.

Outras razões já citadas também justificam a utilização de ferramentas de autor no desenvolvimento de cursos de eLearning, nomeadamente o tempo para a produção, a disseminação da cultura de eLearning na instituição, o custo de produção etc.

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No entanto, a grande vantagem é a liberdade de se criarem e gerirem conteúdos do ponto de vista do formador, de forma que o novo paradigma educacional resida na produção do conteúdo e nos participantes, focado no desenvolvimento, gestão e construção de conhecimento.

Gestão das Ferramentas de autor Cabe a cada formador/autor e a cada organização/instituição utilizar da forma mais responsável esse tipo de recurso. As ferramentas facilitam a vida da instituição de várias formas: podem reduzir custos de equipa de produção, gerar escalabilidade, gerir um grande número de participantes e garantir o retorno do investimento.

Isto

é

válido

se,

evidentemente,

tiverem uma inteligência educacional por

detrás,

ou

em

cada

ecrã,

desenhando a sua pedagogia, a sua metodologia, sem cair no comum, ou no óbvio e sem repetir o desgastado modelo

da

cópia

do

formato

tradicional para forma digital.

Não caia no erro de utilizar as ferramentas de autor para converter apenas o formato tradicional em formato digital.

É preciso lembrar, mais uma vez, que o propósito continua a ser o ensino/aprendizagem. O formador, enquanto gestor de conteúdos, torna-se cada vez mais indispensável. A tecnologia é um mero recurso, uma mera ferramenta, um mero instrumento de trabalho.

Desta forma, o formador pode unir todos os recursos num só lugar, da forma que julgar mais conveniente, mais interessante, mais motivadora e que leve o participante a desenvolver e construir a sua aprendizagem.

Como exemplo de tecnologia, podemos referir, entre as ferramentas mais reconhecidas do mercado: HotPotatoes Uma notável ferramenta de criação e publicação de questionários. Simples e fácil de utilizar. O endereço da ligação é: http://hotpot.uvic.ca/

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Plataformas Colaborativas de Aprendizagem

ViewletBuilder A mais utilizada ferramenta de criação de tutoriais para aprendizagem de utilização de ferramentas de software, integra e exporta PowerPoint para Flash. O Viewlet Builder permite desenvolver rápida e facilmente apresentações web, tutoriais e testes. O endereço da ligação é: http://www.qarbon-pt.com

Audacity Ferramenta de edição de áudio de código aberto que permite captar, reproduzir e editar sons. Uma ótima solução para a gravação e publicação de Podcast via RSS feed. O endereço da ligação é: http://www.audacity.com

ReadyGo Web Course Builder Uma ferramenta de autoria de cursos para elearning que alia a simplicidade e eficiência na concepção à eficácia na aprendizagem. Permite a criação, construção e publicação de cursos de elearning por qualquer autor - formador ou qualquer pessoa sem conhecimentos especializados de tecnologias de base informática. O endereço da ligação é: http://www.readygo-br.com PoweredTemplates Um sítio profissional contendo um número elevado e variado de modelos (templates) para utilização na criação de apresentações PowerPoint notáveis e impressivas. O endereço da ligação é: http://www.poweredtemplates.com/pid/414/index.html Lectora Uma ferramenta de autoria, simples e atraente, que aproveita o modelo de apresentações tipo "PowerPoint" para a construção e disponibilização de tutoriais.

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Plataformas Colaborativas de Aprendizagem

O endereço da ligação é: http://www.lectora.com/

Fresh Flash Catalog Um software de publicação electrónica que permite de uma forma rápida e fácil criar ebooks, apresentações, catálogos e folhetos interativos.

O endereço da ligação é: http:/www.freshcatalog.com/ O conhecimento existe e, na generalidade, é de elevada qualidade. Os processos e as metodologias de produção estão bem definidos e são uma importante componente do processo de produção. As tecnologias e as ferramentas também estão disponíveis, são de fácil utilização e são importantes instrumentos de apoio à produção.

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Síntese Conclusiva Ao longo deste primeiro capítulo vimos o modo com o ensino a distância tem evoluído, ou seja, de como a evolução e a revolução nas novas tecnologias levou a que se passasse da formação por correspondência para a formação com componente em eLearning. Desta nova modalidade de formação derivam os conceitos de formação eLearning e bLearning: 

eLearning - electronic learning - toda a forma de ensino ou formação realizada com recurso a plataformas colaborativas que utilizam a internet ou uma intranet como veículo de comunicação entre formandos e formadores.

bLearning (Blended Learning) corresponde uma modalidade mista, isto é, conjugando uma componente presencial com uma em e-learning.

Abordámos ainda os ambientes de gestão da aprendizagem online, os LMS (Learning Management System), bem como as suas funcionalidades e ferramentas que podem ser utilizadas para dinamizar a formação online.

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Capítulo II Comunidades Virtuais de Aprendizagem

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Competências a Adquirir no Capítulo No final deste capítulo de formação deverá ficar apto a:  Identificar o conceito de Comunidade Prática (CoP);  Identificar as regras de formação através da internet;  Distinguir os conceitos de aprendizagem cooperativa e colaborativa;  Reconhecer a importância do e-formador/e-mediador no processo formativo a distância;  Identificar e aplicar os mecanismos/softwares de comunicação online;  Desenvolver formação utilizando as plataformas colaborativas de aprendizagem para suporte de materiais.

Conteúdos Programáticos 

Conceito de Comunidade prática (CoP)

O Papel das CoP na Aprendizagem dos indivíduos e das organizações

Princípios básicos da web – web 2.0

Conceitos de aprendizagem cooperativa e colaborativa

Métodos e Técnicas e Estratégias de Organização do trabalho online

Regras de Net-Formador

O papel do e-Formador

Tarefas do e-Tutor

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1. Comunidades Virtuais de Aprendizagem Tradicionalmente, a aprendizagem era concebida como um processo de transmissão explícita e unidirecional de um corpo de informações a partir de uma suposta fonte de “saber” (professor, livro, vídeos didáticos, etc.) para outro extremo (aprendente). Nos últimos anos, fruto dos imperativos da sociedade do conhecimento e das necessidades permanentes de atualização dos conhecimentos e das competências dos indivíduos, tem-se assistido a verdadeiras revoluções nos sistemas de educação e formação, pondo em causa conceções e definições consideradas válidas. De acordo com as novas conceções de aprendizagem, os outros momentos de aprendizagem que ocorrem de maneira informal como, por exemplo, no âmbito das organizações, a partir da interação espontânea e do intercâmbio de vivências profissionais entre as pessoas, passaram a ser reconhecidos como válidos. Nessa linha, assiste-se nos dias de hoje a um interesse cada vez maior em torno das Comunidades de Prática (CoP), entendidas como polos de aprendizagem informal, com grande potencial em inúmeros contextos, com destaque para o desenvolvimento de competências individuais e organizacionais e de gestão do conhecimento.

Conceito de Comunidade de Prática (CoP) Uma das primeiras definições de Comunidades de Prática apresenta-as como sendo “grupos de pessoas que se juntam informalmente, partilham um empreendimento comum e tratam de temas específicos de uma forma apaixonada” (Wenger, 2000). Outro autor, Merali, que introduz a dimensão da interação na definição, refere que Comunidade de Prática pode ser descrita como "um grupo interdependente de pessoas com conhecimento complementar e que interagem através de recursos e outras relações" (MERALI, 2005). Finalmente, Wenger, um mais dos especialistas mais reconhecidos nesta matéria, acrescentou a dimensão da aprendizagem coletiva à definição, dizendo que: “As Comunidades de prática são formadas por pessoas que se dedicam a um processo de aprendizagem coletiva partilhada num domínio da atividade humana: uma tribo aprendendo a sobreviver, um grupo de artistas que procuram novas formas de expressão, um grupo de engenheiros trabalhando em problemas similares, uma rede de cirurgiões explorando novas técnicas, uma reunião dos gestores ajudando-se mutuamente enfrentar os problemas. Em suma: Comunidades de prática são grupos de pessoas que partilham um interesse ou uma paixão por algo que fazem e que aprendem a fazer melhor enquanto interagem regularmente” (Wenger, 2007).

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Considerando a definição dada, poderemos pensar que estamos perante uma definição coincidente ou, pelo menos, muito próxima de um grupo de trabalho formal ou de uma equipa de projeto. Afinal o que as distingue? Vejamos então algumas das caraterísticas específicas, distintivas das CoP. Resumo comparativo das características das CoP Qual o objetivo?

Quem participa?

de Prática

competências

Participantes

dos participantes;

auto-

gerar e trocar

selecionados

conhecimentos

Grupo de trabalho

Desenvolver um

projeto

duram?

compromisso e identificação com os conhecimentos especializados do

Enquanto houver interesse em manter o grupo

grupo Requisitos do

se apresente ao

trabalho e metas

gestor do grupo

comuns

Realizar uma

Empregados

As metas e pontos

determinada

escolhidos pelos

importantes do

tarefa

gestores seniores

projeto

serviço

Equipa de

comum?

Qualquer um que

produto ou prestar um

formal

Quanto tempo

Paixão,

Desenvolver as Comunidade

O que têm em

Até à próxima reorganização

Até ao final do projeto

Fonte: Wenger & Snyder, 2007 Qual o papel das CoP na aprendizagem dos indivíduos e das organizações? Hoje em dia assiste-se a um crescente utilização das CoP nas organizações. Estas CoP são frequentemente constituídas por pessoas que se encontram, partilham ideias, experiências e conhecimentos, apenas de forma virtual, isto é, com recurso a sistemas de comunicação baseados na internet. As Redes Sociais têm tido um papel fundamental no desenvolvimento desta forma de aprendizagem.

As CoP cumprem uma série de funções no que diz respeito à criação, acumulação e difusão do conhecimento: 

São redes de intercâmbio e interpretação de informação, na medida em que os membros possuem uma compreensão partilhada, sabem qual a informação mais relevante e a melhor forma de a comunicar. Em consequência, uma CoP que seja transversal a toda a organização pode ser o canal ideal para transmitir informações, tais como boas práticas, dicas, sugestões, entre os vários setores da organização;

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Podem promover competências e manter a organização atualizada, na medida em que os membros da CoP discutem novas ideias, trabalham em conjunto para a resolução de problemas e mantêm-se atualizados dentro e fora da organização, permitindo assim estar na vanguarda num determinado domínio de interesse da comunidades e simultaneamente da organização;

Funcionam como centros de identidade, sendo este um aspeto central na organização. Face diversidade e quantidade de informação a que estamos expostos, a identidade é importante porque nos permite prestar atenção e selecionar apenas aquilo que nos interessa. (Wenger, 2008)

2. Princípios básicos da Web O que é a Web 2.0? O termo Web 2.0 surgiu como forma de descrever a segunda geração da World Wide Web: um espaço de colaboração, interação, comunicação global e partilha de informações, construindo aquilo que designamos por inteligência coletiva. Fala-se atualmente duma verdadeira revolução produzida pela Web 2.0, pela facilidade e rapidez com que permite a publicação e o armazenamento de conteúdos, tornando-a num ambiente social, acessível a todos os utilizadores. A Web 2.0, pelas ferramentas de comunicação e interação que tem disponíveis, permite que cada indivíduo possa ser muito mais do que um mero espetador ou consumidor de informação, mas se torne no produtor de conteúdos, criando, modificando e controlando a informação de acordo com as suas necessidades e interesses. As Redes Sociais, com destaque para o Facebook, o Twitter, o Linkindin, o Google +, entre outras, são apenas exemplos de redes que permitem a criação, divulgação e partilha de informação e conhecimento entre indivíduos. Sem condicionalismos de espaço, nem de tempo, à distância apenas de um clique.

As Redes Sociais e a aprendizagem As redes sociais atingiram, pela forma como são utilizadas, uma importância que dificilmente seria previsível quando do seu surgimento há apenas alguns anos. As suas características sociais, de utilização e partilha fácil, tornam-nas muito atrativas para todas as idades mas, principalmente, para os jovens.

A educação e a formação podem e devem tirar partido deste interesse e canalizá-lo para a aprendizagem se conseguirem que, através dos serviços de redes sociais, os formandos interajam entre si e, colaborando, adquiriam novos conhecimentos e desenvolvam as competências pessoais e profissionais. 33 www.nova-etapa.pt


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Também as redes sociais constituem, hoje, a plataforma de suporte para o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem em contextos institucionais e de comunidades de prática em contextos profissionais.

Pelas suas características comunicativas e interativas, estes ambientes colaborativos de aprendizagem apresentam vantagens para os aprendentes, ao nível pessoal e de grupo. Segundo alguns autores, eis as principais vantagens a registar: Ao nível pessoal: 1) aumentam as competências sociais, de interação e comunicação efetivas; 2) incentivam o desenvolvimento do pensamento crítico e a abertura mental; 3) permitem conhecer diferentes temas e adquirir nova informação; 4) reforçam a ideia que cada participante é um professor; diminuem os sentimentos de isolamento e de receio da crítica; 5) aumentam a autoconfiança, a autoestima e a integração no grupo; 6) fortalecem o sentimento de solidariedade e respeito mútuo, baseado nos resultados do trabalho em grupo.

Ao nível da dinâmica de grupo: 1) possibilitam alcançar objetivos qualitativamente mais ricos em conteúdo, na medida em que reúnem propostas e soluções de vários grupos; 2) os grupos estão baseados na interdependência positiva, o que requer que cada um se responsabilize mais pela sua própria aprendizagem e pela aprendizagem dos outros elementos; 3) incentivam os formandos a aprender entre eles, a valorizar os conhecimentos dos outros e a tirar partido das experiências das aprendizagens individuais; 4) possibilitam uma maior aproximação e um maior intercâmbio de ideias no grupo, fomentando o interesse; 5) transformam a aprendizagem numa atividade social; 6) aumentam a satisfação pelo próprio trabalho.

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3. Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa Conceito de Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa À primeira vista, colaborar e cooperar podem ser considerados sinónimos. No entanto, a extensão dos termos é diferente: o termo colaborar tem maior amplitude do que o termo cooperar, o que faz da aprendizagem cooperativa um subtipo da aprendizagem colaborativa.

Podemos exemplificar esta diferença com a seguinte situação. Imagine que na sua formação vai realizar-se uma atividade que implica duas tarefas distintas. Para isso, vai dividir o grupo de formandos em dois subgrupos (A e B). Ao grupo A atribui a tarefa de redigir um texto e ao grupo B a tarefa de pesquisar na Web imagens que ajudem a ilustrar o texto. O texto final comum a toda o grupo resultará da “colagem” do trabalho de cada subgrupo. Poder-se-á dizer que houve aprendizagem cooperativa mas não chegou a ser colaborativa, porque a estrutura das interações entre os formando foi apenas “desenhada” com o fim de facilitar o cumprimento de um objetivo final, enquanto que para ter sido colaborativa deveria ter havido uma interação mais pessoal e menos estruturada que facilitasse um papel mais ativo de cada indivíduo em todo o processo (Bruffee, 1995, cit in Panitz, 1999). Porque a aprendizagem colaborativa é considerada como um dos pilares fundamentais do e-Learning, iremos aprofundá-la um pouco mais, identificando os seus pressupostos e principais vantagens.

Pressupostos da Aprendizagem Colaborativa A aprendizagem colaborativa pode definir-se como um conjunto de métodos e técnicas de

aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim como de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), onde cada membro do grupo é responsável, quer pela sua aprendizagem, quer pela aprendizagem dos restantes elementos. A aprendizagem colaborativa destaca a participação ativa e a interação, tanto dos formandos como dos formadores/tutores. O conhecimento é visto como uma construção social e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e propiciem o crescimento do grupo.

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Pressupostos relativos à aprendizagem

Pressupostos relativos à aprendizagem

tradicional

colaborativa

Sala de aula

Ambiente de aprendizagem (pode ser virtual)

Formador - autoridade

Formador - orientador

Centrada no Formador

Centrada no Participante

Reativa, passiva

Proativa, investigativa

Ênfase no produto

Ênfase no processo

Aprendizagem individual

Aprendizagem em grupo

Memorização

Transformação

Elementos básicos da aprendizagem colaborativa: 

Interdependência do grupo: Os formandos, como um grupo, têm um objetivo a prosseguir e devem trabalhar eficazmente em conjunto para o alcançar. Primeiro, os formandos são responsáveis pela sua própria aprendizagem. Segundo, por facilitar a aprendizagem de todos os membros do grupo. Terceiro, por facilitar a aprendizagem de formandos de outros grupos. Todos os formandos interagem e todos contribuem para o êxito da atividade.

Interação: Um dos objetivos da aprendizagem colaborativa é o de melhorar a competência dos formandos para trabalhar em equipa.

Cada membro do grupo deve assumir integralmente a sua tarefa e disponibilizar espaço e tempo para partilhar com o grupo e, por sua vez, receber as suas contribuições. A vivência do grupo deve permitir o desenvolvimento de competências pessoais e, de igual modo, o desenvolvimento

de

competência

de

grupo

como:

participação,

coordenação,

acompanhamento, avaliação. Periodicamente deve ser realizada uma avaliação da funcionalidade do grupo, a fim de se conhecer o seu processo de desenvolvimento. 

Pensamento divergente: Não deve haver nenhum elemento do grupo que se posicione ostensivamente como líder ou como elemento mais "esperto", mas uma tomada de consciência em que todos podem pôr em comum as suas perspetivas, competências e base de conhecimentos. As atividades devem ser elaboradas de modo que exijam colaboração em vez de competição (tarefas complexas e com necessidade de pensamento divergente e criativo).

Avaliação: Os métodos para a avaliação independente são baseados em jogos de perguntas, exercícios, observações da interação do grupo e heteroavaliação.

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Vantagens da aprendizagem colaborativa A nível da dinâmica do grupo: 

possibilita alcançar objetivos qualitativamente mais ricos em conteúdo, na medida em que reúne propostas e soluções de vários formandos do grupo;

os grupos estão baseados na interdependência positiva entre os formandos, o que requer que cada um se responsabilize mais pela sua própria aprendizagem e pela aprendizagem dos outros elementos do grupo (aprender partilhando permite que os formandos se integrem na discussão e tomem consciência da sua responsabilidade no processo de aprendizagem);

incentiva os formandos a aprender entre eles, a valorizar os conhecimentos dos outros e a tirar partido das experiências de aprendizagem de cada um;

maior aproximação entre os formandos e uma maior troca ativa de ideias no seio dos grupos, faz aumentar o interesse e o compromisso entre eles;

transforma a aprendizagem numa atividade eminentemente social;

aumenta a satisfação pelo próprio trabalho.

A nível individual: 

aumenta as competências sociais, de interação e comunicação efetivas;

incentiva o desenvolvimento do pensamento crítico e a abertura mental;

permite conhecer diferentes temas e adquirir nova informação;

reforça a ideia que cada participante é um formador (a aprendizagem emerge do diálogo ativo entre formador e formandos);

diminui os sentimento de isolamento e de temor à crítica;

aumenta a segurança em si mesmo, a autoestima e a integração no grupo;

fortalece o sentimento de solidariedade e respeito mútuo, baseado nos resultados do trabalho em grupo.

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4. Métodos e Técnicas e Estratégias de Organização do Trabalho Online Em eLearning, os métodos e técnicas pedagógicos são especialmente importantes para a eficácia da formação, uma vez que constituem importantes facilitadores da aprendizagem. Numa abordagem em que formador e formando se encontram a distância, a escolha de métodos mais ou menos ativos condiciona largamente o impacto que o programa e os conteúdos em si têm nos participantes. Neste ponto iremos apresentar uma síntese dos principais métodos e técnicas que um formador dispõe para a dinamização das suas ações de formação a distância. Inicia-se com uma breve caracterização dos métodos pedagógicos tradicionais e a sua aplicação a cursos de formação a distância. De seguida, referem-se as técnicas pedagógicas mais adequadas ao eLearning, de forma a permitir ao formador proceder à seleção daquelas que melhor se adeqúem aos objetivos e à situação específica da formação.

Os métodos pedagógicos no e-Learning O método expositivo Em eLearning, o Método Expositivo não oral pode ser utilizado pontualmente nas sessões síncronas de chat, nomeadamente para introduzir ou concluir um determinado tema. De forma oral, é frequentemente aplicado em vídeos com atores ou até em sistemas de videoconferência, em que se pretende transmitir informação de forma estruturada e coerente, facilitando a sua assimilação. Este método pode revelar-se útil para introduzir um tema, divulgar informações, factos ou conceitos, ou fornecer diretrizes para a realização de tarefas orientadas para outros métodos. No entanto, a sua aplicação a uma modalidade de formação a distância deverá ser bastante ponderada, uma vez que, mais do que transmitir conteúdos de forma unilateral, pretende-se acima de tudo promover a criatividade, a reflexão e a investigação. O método interrogativo No contexto da formação a distância, o Método Interrogativo pode ser aplicado através de sequências de perguntas/respostas, muitas vezes úteis durante a condução de sessões síncronas de chat. De facto, a técnica das perguntas (que abordaremos mais à frente), pode ser uma boa opção para fazer a avaliação inicial de controlo de pré-requisitos no grupo, ou ainda quando se pretende controlar um conhecimento adquirido ou levar os formandos ao desenvolvimento de atitudes mais autónomas.

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O método demonstrativo A aplicação do Método Demonstrativo, tal como está convencionalmente definido e operacionalizado, em cursos de formação a distância poderá apenas tornar-se possível através da utilização de um sistema de videoconferência que permita a formador e formandos o contacto áudio e vídeo, em tempo real. Contudo, a utilização deste sistema está ainda limitada, não só pelo reduzido acesso por parte da população em geral a este tipo de dispositivos, mas também pelas limitações tecnológicas ainda existentes, que afetam a eficácia da comunicação. Atualmente, o Método Demonstrativo é frequentemente aplicado em formação a distância através da utilização de software específico, que permite criar diferentes mecanismos de interação que fomentam o "aprender fazendo", nomeadamente na área da formação em sistemas de informação. Neste tipo de aplicações, toda a interação é acompanhada por um tutor electrónico, sendo que o utilizador: 1. Assiste a uma demonstração dos passos para a realização da tarefa; 2. Executa a tarefa num simulador do ambiente real, conduzido pelo assistente eletrónico; 3. Recebe feedback do desempenho. O método ativo Está cada vez mais generalizada a ideia da importância da utilização dos métodos ativos na formação. Num curso a distância, aspetos como a motivação, a interatividade e a participação dos formandos são particularmente relevantes, pelo que a aplicação de técnicas que favoreçam um papel ativo garantirá uma maior eficácia da formação.

Técnicas pedagógicas aplicáveis ao e-Learning Técnicas das perguntas A Técnica das Perguntas é provavelmente uma das técnicas mais utilizadas no e-Learning, como forma de dinamização de sessões síncronas (chat) e assíncronas (fórum). Nestas circunstâncias, pode ser ponderada a utilização desta técnica no sentido de: 

Fazer arrancar a discussão (perguntas abertas, iniciadas por "Como", "Porquê", "Quando", etc.);

Controlar os pré-requisitos;

Solicitar a intervenção de elementos do grupo menos participativos;

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Estimular a confiança de alguns participantes mais inibidos, permitindo-lhes acertar na resposta;

Moderar e orientar a discussão (perguntas de escolha orientada como “então não acha que...”; “acha que é branco ou preto?”);

Avaliar a assimilação de conhecimentos transmitidos anteriormente;

Determinar a razão de certas opiniões.

Técnica "Trabalho de Grupo" A técnica “Trabalho de Grupo” consiste em dividir o grupo em subgrupos, com o objetivo de cada um produzir o seu próprio trabalho. Em eLearning, a criação de Trabalhos Colaborativos é bastante útil no sentido de incentivar a interação social entre os participantes e colmatar as lacunas causadas pela ausência de contacto direto entre os mesmos. Gera-se um Trabalho Colaborativo quando existe uma reciprocidade entre um conjunto de indivíduos que contrapõem os seus pontos de vista de forma a originar um processo de construção do conhecimento. Neste processo, o trabalho realizado por um determinado grupo terá um resultado mais enriquecedor do que teria a soma do trabalho individual de cada membro. Como aplicar esta técnica? Dividir o grupo em subgrupos de 2 a 8 elementos, de acordo com o objetivo definido (2 a 4, número ideal para realizar tarefas concretas; 4 a 8, grupos orientados para a discussão de ideias): 

Geralmente obtêm-se bons resultados com grupos heterogéneos, que permitem assegurar a riqueza de experiências e pontos de vista;

É importante o conhecimento prévio dos membros de cada grupo, no sentido de definir aspetos como a disponibilidade horária, a identificação de interesses comuns, as formas de funcionamento habitual no trabalho, etc.

Escolher a atividade a propor em função do objetivo, bem como inventariação dos materiais necessários à sua execução e de um sistema de comunicação que permita um contacto rápido e frequente entre os membros do grupo.

Coordenar a atividade dos grupos, controlar a progressão do trabalho e auxiliar nas dificuldades.

Organizar e coordenar as apresentações dos trabalhos;

Proceder à síntese e avaliação das atividades;

Fornecer feedback sobre os resultados.

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Técnica "Brainstorming" (Tempestade Mental) Ao aplicar esta técnica, o formador funciona como orientador. Este não deve fazer qualquer avaliação positiva ou negativa sobre as ideias proferidas e deve garantir de igual forma que não sejam emitidos quaisquer juízos de valor por parte dos restantes elementos do grupo. Em eLearning, os formandos dispersos podem trabalhar em conjunto de forma a gerar soluções criativas para um problema ou alcançar qualquer outro objetivo, podendo enquadrarse, por exemplo, num curso envolvendo resolução de problemas, pensamento criativo ou trabalho de equipa. Em termos de aplicação da técnica, ela é muito semelhante à da formação presencial, em sala, devendo ser respeitadas as várias fases de implementação (Preparação do grupo, Desenvolvimento, Avaliação). Apesar de constituir uma boa solução, por exemplo para dar início a uma sessão síncrona, originando ideias que posteriormente serão sintetizadas e expostas pelo formador, o "brainstorming" não pode ser aplicado em grupos muito grandes e pode dar origem a algumas dificuldades no que diz respeito ao controlo sobre o grupo. Técnica do "Estudo de Casos" Um caso é uma situação concreta da vida real, que reclama uma resolução ou decisão. Este deve ser da área de competências dos participantes, que o estudarão depois de previamente lhes serem proporcionados os dados necessários. A aplicação desta técnica, na formação em e-Learning, é muito semelhante à forma presencial, em sala. O formador deverá disponibilizar previamente o enunciado do Caso para analisar, tendo o máximo de cuidado nas instruções dadas, tarefas a realizar, prazos de entrega, formas de apresentar o mesmo (individualmente, em grupo; na sessão síncrona, no fórum, etc.). Antes de apresentar o caso, o formador deve previamente prepará-lo em função das caraterísticas do grupo, para que o mesmo seja o mais próximo da realidade dos formandos. Técnica do "Jogo Pedagógico” Os jogos pedagógicos constituem uma das técnicas mais interativas em eLearning. Caracterizando- se pela utilização de mecanismos de interação mais sofisticados, com recurso a elementos gráficos, os jogos podem ser utilizados nas mais diferentes áreas e introduzem uma componente lúdica no processo de aprendizagem que é geralmente muito bem aceite pelos formandos. Para atingir o objetivo, os formandos têm de reagir aos estímulos que o sistema vai lançando e ultrapassar as situações mais difíceis ou complexas. No início de cada jogo pedagógico é importante que seja definido o objetivo, as regras, bem como os conceitos e as técnicas necessárias à sua concretização. 41 www.nova-etapa.pt


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Os jogos são opções pedagógicas bastante úteis, na medida em que permitem oferecer aos formandos exercícios essencialmente interativos, obtendo experiências na realização de uma tarefa sem o risco ou o custo da atividade real. Outras Técnicas Pedagógicas Discussão orientada Esta técnica tem como objetivo principal ensinar os formandos a utilizar comentários críticos de terceiros na melhoria do seu próprio trabalho e a fazer críticas úteis ao trabalho dos outros. Assim, os formandos reúnem-se virtualmente e, por exemplo, submetem um trabalho à apreciação do grupo, recebendo e reagindo às críticas dos seus colegas. Para além de ser eficaz na assimilação de conhecimentos, a discussão de grupo permite oferecer aos participantes a possibilidade de exporem os seus receios, as suas tentações e objeções permitindo, ainda, discutir o bom funcionamento entre grupos . Atividades de experimentação (hands-on) Os formandos realizam uma tarefa fora da sessão de aprendizagem para aplicar os conhecimentos abstratos adquiridos em outras atividades. Pesquisa na Web Através da Internet, os formandos procuram fontes de informação fidedignas sobre o tema em estudo, o que lhes confere uma maior autonomia e um acréscimo de autoconfiança. Laboratórios Virtuais Os formandos realizam experiências com equipamento de laboratório simulado. Esta técnica tem como objetivo preparar os formandos para operar equipamento laboratorial real ou orientálos para a descoberta autónoma de princípios e fenómenos. Análise Orientada Através desta técnica, os formandos analisam a informação selecionada para fazer a sua validação e definir princípios autonomamente. Pode ser utilizada para ensinar uma técnica de análise formal ou levar os formandos a descobrir tendências de forma autónoma. Em síntese Em eLearning, mais do que em qualquer outra modalidade de formação, o formador/tutor não pode tornar-se escravo de um determinado método. Deve antes adequar e experimentar várias metodologias, selecionando-as de acordo com as condicionantes do processo de formação, nomeadamente as tecnologias disponíveis, tendo sempre em vista atribuir um papel ativo e autónomo aos formandos. 42 www.nova-etapa.pt


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5. Regras da NetEtiqueta Como vimos atrás, as sessões síncronas são momentos de comunicação em tempo real, realizadas com recurso à ferramenta de chat. Esta ferramenta poderá ter funcionalidades diversas de acordo com a plataforma: apenas escrita, com som e imagem, ou até com escrita, som, imagem e quadro de projeção. É útil para atividades formativas ou simplesmente de convívio entre os participantes. As suas maiores limitações são a exigência da presença simultânea dos participantes e a dificuldade em seguir as diferentes ‘conversas’ que se vão desenrolando. Para garantir a participação equilibrada de todos, os grupos vão de 6 a 8 participantes em simultâneo. No entanto, há situações em que pode ser utilizada para discutir assuntos mais complexos e envolvendo um número maior de participantes, como é o caso dos chats moderados (normalmente pelo tutor, que faz a gestão da conversa e das participações),

realização

de

trabalhos

colaborativos,

ou

esclarecimento de dúvidas. Nestes casos, é importante ter em consideração algumas regras relativas à comunicação, designadas por NetEtiqueta. Estas regras poderão ser definidas pela entidade formadora, ou mediante recolha de opiniões e contributos dos formandos. Seguidamente apresenta-se um exemplo de NetEtiqueta: 

Devemos adotar um tom construtivo, dialogante e empático, mesmo quando discordamos de determinada ideia ou ponto de vista;

NÃO ESCREVER EM MAIÚSCULAS, porque é o equivalente a falar alto ou gritar na comunicação oral;

Se é o primeiro contacto com uma pessoa ou grupo, tenha em consideração a formação das primeiras impressões. Adeque o nível de linguagem ao grupo, e tenha atenção à sintaxe e à ortografia;

Procure não ser demasiado formal, expressando as suas emoções e sentimentos através da utilização de sinais gráficos chamados emoticions ou smileys (consulte http://www.glossarist.com/glossaries/computers-internet/smileys.asp);

Seja como for, utilize o humor e a ironia com ponderação;

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Se quiser pedir a palavra para falar, digite PP e aguarde que o moderador lhe dê a palavra; Se o que tiver a dizer for muito extenso, divida em várias frases digitando “Enter” no

final de cada frase e utilizando reticências para indicar que ainda vai continuar (minimiza o efeito de silêncio); 

Indicar claramente que se terminou digitando FIM na última frase;

Finalmente, acrescente outras regras que considere importantes e envie para os colegas. A colaboração e a partilha são um dos princípios de base dos ambientes virtuais.

6. O Papel do e-Formador Contrariamente ao modelo tradicional da formação presencial ainda muito centrado na figura do formador, enquanto transmissor do conhecimento, um formador de um curso em e-Learning deverá ter uma atuação de organizador e facilitador da participação dos formandos, usando o conjunto de estratégias pedagógicas necessárias para lhes assegurar uma experiência de aprendizagem enriquecedora. (Rodrigues, 2004) Contudo, novos desafios se colocam ao formador, por um lado resultantes da separação física e temporal existente entre formador e formando, e ainda pela necessidade de adoção de um modelo assente na aprendizagem autodirigida e na aprendizagem colaborativa. Assim, o e-formador tem de promover, estimular, orientar e apoiar as interações que ocorrem no processo de formação, nas seguintes dimensões: i)

interação entre formando e formador;

ii)

interação entre formandos e conteúdos;

iii)

interação entre formandos.

iv)

interação entre o formando e a interface ou plataforma.

O que é um e-tutor? Waterhouse (1983) propõe as quatro seguintes funções para o tutor a distância: 1. Ensino: facilitar a aprendizagem, o que significa, por um lado, transmitir conteúdos e, por outro, orientar com vista ao desenvolvimento de estratégias individuais de aprendizagem, suscitando a atividade do formando. 2. Aconselhamento: guiar o formando no que diz respeito a fontes de informação, ao uso de metodologias de aprendizagem, formas de apresentação de trabalhos, etc. Este

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aconselhamento pode ser feito ao nível académico e pessoal e visa criar laços numa atitude positiva e construtiva. 3. Negociação: estabelecer um contrato de aprendizagem entre tutor e formando, que inclua metas e objetivos individuais a cumprir por ambas as partes. 4. Avaliação: monitorizar as aprendizagens realizadas pelo formando, avaliando as atividades e exercícios e fornecendo feedback sobre os critérios em que se fundamentou a avaliação e sobre as estratégias de recuperação. Através do controlo efetuado desta forma, o tutor pode identificar as necessidades, localizar dificuldades e redefinir o modelo de ensinoaprendizagem.

Enquanto dinamizador da criatividade e das estratégias para o eLearning, o tutor deve deter um conjunto de competências e características individuais específicas, quer ao nível técnico, quer ao nível relacional. 

Empatia: capacidade para se colocar no lugar do outro.

Saber-ouvir: capacidade para manter um diálogo eficaz, refletindo sobre o que o formando diz e ajudando-o a clarificar as suas afirmações, o que implica saber manter o silêncio quando o formando está a elaborar um raciocínio.

Capacidade de comunicação: clareza e fluência na comunicação oral e escrita.

Domínio das tecnologias, das linguagens e dos conteúdos.

Tolerância: capacidade

para aceitar

diferentes

valores, pontos

de vista e

características de personalidade. 

Flexibilidade: para evitar aplicar regras estabelecidas de forma acrítica.

As tarefas do e-tutor Acolhimento e acompanhamento técnico e pedagógico Na fase inicial do curso, ou mesmo antes do seu início, é importante assegurar que as formas de comunicação entre o tutor e o formando existem e estão a funcionar eficazmente. Neste momento, os participantes devem receber alguma informação para enquadramento no curso de formação, nomeadamente:

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Forma de funcionamento da plataforma de formação online;

Contactos do formador/tutor, nomeadamente e-mail e contacto telefónico;

Guia ou itinerário pedagógico, com os objetivos, conteúdos programáticos, orientações para os períodos de auto-estudo, etc.

Tal como sucede com a formação presencial, é importante conhecer as expectativas iniciais dos formandos e assegurar que estes têm uma perceção clara acerca do que podem esperar da formação. O e-mail pode ser um meio eficaz para este efeito e o processo pode simultaneamente ser útil para a apresentação de todos os intervenientes e para a criação de um sentimento de grupo. Inicialmente, é natural que os formandos sintam algum desconforto e relutância em participar, interagir e dar o seu contributo para a formação, até porque poderá ser a sua primeira experiência de formação a distância. Por este motivo, é fundamental transmitir segurança e proporcionar o espaço necessário para que estes participem ativamente. Ao longo de todo o percurso formativo, o tutor será o principal elo de ligação entre o formando e os conteúdos pedagógicos, devendo assegurar: 

Atualização dos conteúdos;

Incentivo à interação com o sistema;

Acompanhamento pedagógico, o que inclui a moderação de debates, a resposta a questões e a manutenção da motivação dos participantes;

Monitorização do ritmo de trabalhos dos formandos;

Controlo dos progressos individuais dos formandos;

Identificação dos diferentes estilos preferenciais de aprendizagem e implementação das adaptações necessárias nos métodos e técnicas utilizados;

Reforço do comportamento e desempenho bem sucedidos;

Adaptação do ritmo das atividades às condições do grupo, demonstrando recetividade face às necessidades e expectativas dos formandos;

Realização e correção dos testes de avaliação pedagógica, intermédios e finais.

Um dos autores que mais se dedicou aos novos papéis do e-formador, foi Salmon. Esta autora refere que o papel do e-formador sofre algumas mudanças de conteúdo funcional, na medida em que se centra muito mais na moderação do que na transmissão de conhecimentos. De acordo com esta autora, o termo “e-moderating” aglutina uma grande variedade de papéis e competências que o e-formador precisa de adquirir . Apoiar a formação on-line, através de sessões síncronas e assíncronas (listas de distribuição, fóruns de discussão) requer dos e-moderadores um conjunto vasto de conhecimentos, um 46 www.nova-etapa.pt


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maior número de competências em comparação com aqueles que necessitaria se trabalhasse com um grupo em formação presencial. Na figura seguinte propomos um modelo de ensino e de aprendizagem on-line, estruturado em 5 níveis, e concebido a partir do modelo proposto por Gilly Salmon.

Modelo dos cinco estádios de e-tutoria de Salmon (2008)

Nível I – Acesso e motivação A este nível, o formador deve ter uma ideia clara sobre a situação dos seus formandos, nomeadamente: 

Do seu interesse e entusiasmo relativamente à metodologia de formação;

Da capacidade de instalar e utilizar o seu equipamento informático, bem como o software necessário para a formação;

Se tiveram acesso ao seu login e password e conseguiram entrar na plataforma;

Se foram capazes de aceder ao espaço de formação virtual logo que o sistema lhe deu acesso para tal.

Nesta fase é importante ter um acesso telefónico fácil com funções de suporte técnico. Alguns formandos têm dificuldades em parametrizar os seus equipamentos e softwares de modo a conseguirem acesso ao espaço de formação.

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Nesta altura, o tutor deve, para além de enviar uma mensagem de boas vindas e de encorajamento, indicar com clareza o que se espera dos formandos na sua atividade quando na participação nas sessões síncronas (chat). Considera-se que o primeiro nível está ultrapassado quando todos os participantes colocam uma primeira mensagem.

Nível II – Socialização on-line Neste nível, cada participante tenta encontrar o seu espaço e formas específicas de intervenção no ambiente virtual. É o momento de se exercitarem estilos de escrita, organização correta das mensagens nos fóruns, colocação adequada das respostas, organização e promoção de novas discussões, etc. Já neste nível, o tutor deve identificar algumas das caraterísticas dos formandos. Nomeadamente deve conseguir verificar se são ativos ou passivos. Sendo passivos também é possível saber se acedem esporadicamente, ou se, pelo contrário, leem todas as mensagens. Também a forma como um formando analisa as participações de outros colegas pode ser um indicador importante para o tutor. O essencial nesta fase, quando se trabalha com grupos, é criar um espírito de “comunidade virtual”, onde todos sintam que a sua participação é útil para as aprendizagens comuns.

Nível III – Processamento de conteúdos Neste nível, os participantes estudam os materiais pedagógicos, podendo solicitar informações adicionais ou levantar questões relacionadas com os conteúdos. A aprendizagem, nesta fase, centra-se em duas formas de interação: 

Na interação com os materiais de aprendizagem;

Na interação com os restantes participantes do curso, nomeadamente colegas e formadores/tutores.

Nesta fase, os tutores devem preparar adequadamente as suas intervenções bem como as dos formandos, para que as intervenções realizadas nos fóruns estejam totalmente relacionadas com os temas dos conteúdos da formação. De qualquer modo, o conceptor da formação deve fazer coincidir os níveis 3 e 4, dado que é possível, a par do desenvolvimento dos conteúdos da formação, começar desde logo a construir novos conhecimentos. As experiências e conhecimentos dos formandos podem dar origem a discussões “extra programa”, enriquecedoras do conhecimento de todos.

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Nível IV – Construção do conhecimento Como acima se afirmou, este nível não começa necessariamente no fim do nível 3, podendo com ele coincidir no tempo. Os participantes deixam de ter qualquer tipo de receio em manifestar as suas opiniões e começam a colocar questões ou a introduzir temas laterais aos conteúdos da formação. Criam-se deste modo novos conteúdos nas conferências e o tutor transforma-se em mais um membro do grupo. O líder assume-se naturalmente a partir do grupo, sendo normalmente aquele que inicia o tema ou que detém conhecimento adequado sobre o assunto. Ainda nesta fase, é importante que o tutor elabore sínteses das discussões, lance novas questões resultantes das sínteses ou redirecione discussões que estejam a afastar-se demasiado do âmbito do curso.

Nível 5 - Exploração Neste nível, os participantes são absolutamente responsáveis pela sua própria aprendizagem e não necessitam, por norma, de mais apoio do que o dado inicialmente. Este nível, o mais elevado da escala de aprendizagem e de interação, aparece bastante ligado a formações em que os materiais são reduzidos e as aprendizagens são do tipo colaborativo, com recurso sistemático às discussões nos fóruns respetivos e no chat. O tutor continua a desempenhar um papel muito importante, mas sobretudo de moderação das sessões e dos debates. Naturalmente que esta abordagem da formação implica formandos mais empenhados e experientes na utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem.

A RETER No eLearning, o formando exerce o controlo da sua própria aprendizagem. Ao tutor, cabe-lhe auxiliá-lo na tarefa de aprender a aprender, através da criação de situações de aprendizagem e de redes colaborativas de partilha de informação.

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Conclusão Final

Procurámos neste manual abordar os principais conceitos e pressupostos críticos para uma formação em e-Learning bem sucedida. O e-Learning enquanto modalidade de formação que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço com recurso às tecnologias Web, tem-se vindo a afirmar como aquele que parece ter mais potencial face às necessidades de aprendizagem da Sociedade do Conhecimento e aos desafios colocados pela globalização. O e-Learning está, cada vez mais, associado de forma inequívoca ao novo paradigma da Aprendizagem ao Longo da Vida. Contudo, para que possa dar continuidade a este imperativo, importa que os intervenientes no processo, formadores, técnicos, coordenadores, gestores, possuam as competências necessárias para a sua conceção, implementação e avaliação, de acordo com os modelos e os métodos mais eficazes. A verdadeira revolução do e-Learning, ao contrário do que se possa pensar, não reside na questão tecnológica, mas sim, na metodológica. Por isso mesmo, neste manual procurámos além de identificar os principais sistemas tecnológicos de suporte da aprendizagem e as suas funcionalidades, apresentar os pressupostos dos modelos e das metodologias de ensino-aprendizagem. Falámos também do novo papel do formador, muito mais centrado na orientação da aprendizagem, muito mais próximo da tutoria ou mentoria.

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ANEXOS Filme “ O eLearning e a sociedade do conhecimento”

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