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AUXILIAR DE MÉDICO VETERINÁRIO Módulo V

Exames Complementares de Diagnóstico, Doenças e Profilaxia

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ÍNDICE DO MÓDULO 5 OBJETIVOS

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1. Análises Laboratoriais

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1.1. Hemograma

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1.2. Bioquímica sanguínea

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1.3. Colheita de sangue

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1.4. Esfregaço sanguíneo

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2. Raio X

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3. Tomografia Axial Computorizada (TAC)

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4. Ecografia

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5.Ressonância Magnética

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6. Doenças infeciosas mais comuns

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6.1. Doenças infeciosas mais comuns nos Canídeos

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6.2. Doenças infeciosas mais comuns nos Felinos

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6.3. Parasitoses internas

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7. Profilaxia

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7.1. Profilaxia Parasitária

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7.2. Profilaxia Viral

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AUTO-AVALIAÇÃO

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No final deste módulo o aluno deve ser capaz de: 

Identificar algumas das análises sanguíneas realizadas rotineiramente em clinica de pequenos animais

Realizar a recolha de uma amostra de sangue

Descrever algumas das doenças infeciosas felinas e caninas mais frequentes

Utilizar diferentes esquemas antiparasitários consoante a idade e condição do animal

Administrar vacinas

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1. Análises Laboratoriais 1.1. Hemograma O Hemograma é um exame que permite avaliar as diferentes células sanguíneas que compõem o sangue de um paciente, ou seja as da série branca e vermelha, as plaquetas, reticulócitos e índices hematológicos. Este tipo de exame laboratorial é requerido números vezes pelos profissionais de saúde de forma a diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. O hemograma é constituído pela contagem das células brancas (leucócitos), células vermelhas (hemácias), hemoglobina (Hb), hematócrito (Ht), índices das células vermelhas, contagem de plaquetas e a contagem diferencial dos leucócitos. As células circulantes no sangue são divididas em três tipos: - células vermelhas (hemácias ou eritrócitos); - células brancas (leucócitos); - plaquetas (trombócitos).

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____________________________________________________________________ Fig. 1: Resultado de um hemograma

1.2. Bioquímica sanguínea A composição citológica, bioquímica e enzimática bem como as propriedades físicoquímicas e biológicas do sangue, apresentam uma relativa constância, que permite estabelecer os valores normais característicos do estado de saúde das diversas espécies animais. A determinação e interpretação de compostos químicos no sangue é uma das principais aplicações práticas da bioquímica clínica. Quando interpretados adequadamente, fornecem importantes informações em relação ao estado de saúde de um animal, ao balanço nutricional, às situações deficitárias permitindo também monitorizar tratamentos e realizar prognósticos. A interpretação correta dos resultados requer conhecimento das variações fisiológicas normais dos vários constituintes sanguíneos, os quais além de variarem significativamente entre as diferentes espécies animais podem ser influenciados por inúmeros fatores tais como manejo, raça, idade, sexo, e estado fisiológico do animal, incluindo gestação, lactação e o momento em que se realiza a colheita das amostras. Referimos de seguida algumas das análises bioquímicas realizadas com maior frequência em clinica de animais de companhia. 1.2.1. ALT A alanina aminotransferase (ALT), também conhecida como transaminase glutâmico pirúvica (TGP), é uma enzima transaminase. A ALT é encontrada no plasma sanguíneo e em vários tecidos corpóreos, no entanto é geralmente utilizada para analisar o fígado. Estas enzimas são liberadas no sangue em grandes quantidades quando ocorre dano na membrana do hepatócito, provocando o aumento da sua permeabilidade. A necrose em si não é necessária, e há baixa correlação entre o grau de lesão hepatocelular e o nível obtido desta aminotransferase. Assim, a elevação absoluta das aminotransferases tem grande significado diagnóstico, e não prognóstico, nas hepatopatias agudas. 1.2.2. AST A aspartato aminotransferase (AST), tambem chamada de transaminase glutâmico oxalacética (TGO) do soro, é uma enzima transaminase que catalisa a conversão da porção nitrogenada de um aminoácido para um resíduo de aminoácido.

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Esta enzima é essencial para a produção de energia no ciclo de Krebs, a TGO é encontrada no citoplasma e nas mitocôndrias de muitas células, principalmente no fígado, coração, músculos esqueléticos, rins, pâncreas e hemácias. 1.2.3. FA A fosfatase alcalina é uma hidrolase que remove grupos fosfato de um grande número de moléculas diferentes, incluindo nucleotídeos e proteínas. Como o próprio nome sugere, esta enzima é mais ativa em soluções alcalinas. O processo de remoção desses grupos fosfatos é conhecido como desfosforilação. A fosfatase alcalina é produzida por diversos órgãos e tecidos, como por exemplo ossos, fígado e placenta. 1.2.4. Glicémia A glicémia é a concentração de glicose no sangue ou mais precisamente no plasma. O corpo transforma os hidratos de carbono ingeridos em glicose. Ou seja, quando um animal ingere alimento a glicemia aumenta, ao passo que quando está em jejum esta mantém-se baixa. 1.2.5. Creatinina A creatinina é um produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) no músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo, taxa esta que é diretamente proporcional à massa muscular da pessoa: quanto maior a massa muscular, maior será a concentração de creatinina obtida. Através da medida da creatinina do sangue, do volume urinário das 24 horas e da creatinina urinária é possível calcular a taxa de filtração glomerular, que é um parâmetro utilizado em exames médicos para avaliar a função renal. 1.2.6. Ureia A Ureia é um composto orgânico cristalino, incolor, cuja fórmula química é (NH2)2CO. Sendo um composto tóxico, a ureia forma-se principalmente no fígado, sendo filtrada pelos rins e eliminada na urina ou pelo suor, onde é encontrada abundantemente. Constitui o principal produto terminal do metabolismo proteico nos mamíferos. Está presente em quantidades menores, no sangue, na linfa, nos fluidos serosos provenientes da decomposição das células do corpo e também das proteínas dos alimentos.

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Atualmente a maioria dos centros de atendimento médico veterinários recorre a laboratórios externos para realizar as análises referidas, bem como muitas outras não referidas aqui. Estes laboratórios utilizam aparelhos especialmente concebidos para realizar este tipo de análises, que necessitam de ser avaliados e atualizados periodicamente Apresentamos de seguida a folha de requisição para análises.

Fig. 2: Folha de requisição

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1.3. Colheita de sangue De forma a padronizar os resultados obtidos nas análises sanguíneas que realizamos devemos pedir ao proprietário que nos traga o animal alvo de colheita em jejum. Para efetuar a recolha de sangue deve-se optar por faze-lo em primeiro lugar na veia cefálica, como segunda opção podemos utilizar a veia safena e por último a jugular. A recolha de sangue pode ser feita com recurso a agulha e seringa, cateter ou tubos para recolha de sangue com vácuo de acordo com aquilo que o clinico ou auxiliar esteja mais familiarizado. O tamanho da agulha ou cateter a utilizar deve estar em consonância com o calibre da veia alvo de recolha assim como do tamanho do animal. Ao fazer a recolha com agulha e seringa a execução da técnica não deve ser muito rápida, para que não ocorra hemólise do sangue recolhido, nem muito lenta por forma a evitar a coagulação do mesmo. Quando se obtém sangue por cateterização este deve fluir para o tubo de recolha por capilaridade, ou seja gota a gota.

Fig. 3: Colheita de sangue com cateter

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Técnica para punção: - Tosquiar ou cortar o pelo e desinfetar com álcool; - Localizar a veia, fixar a pele com os dedos indicador e polegar; - Virar a agulha (o bisel ou ponta da agulha deve estar voltado para cima) e perfurar na direção do vaso, paralelamente ao mesmo; - Caso se utilize um cateter, assim que exista sangue na ponta a parte metálica deve ser retirada e ao mesmo tempo a cânula de plástico deve ser introduzida, fixando de seguida o cateter com um adesivo; - Depois de recolher o sangue que pretendemos analisar retira-se a agulha ou cateter e comprime-se a zona da extração com algodão.

Fig. 4: Colheita de sangue com agulha e seringa

As amostras recolhidas devem ser colocadas em tubos diferentes consoante o tipo de amostra que pretendemos obter. O sangue para hemograma deve ser colocado em tubos que contêm um reagente chamado EDTA que vai ajudar a conservar as células sanguíneas, evitando a formação de coágulos enquanto que o sangue que vai ser alvo de analises bioquímicas deve ser colocado em tubos contendo heparina. O sangue é utilizado para realizar testes a anticorpos ou antigénios deve ser colocado num tubo seco (como por exemplo para realizar o teste da leishmaniose a um canídeo).

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Os tubos devem ser sempre identificados com uma caneta de acetato, colocando a data de recolha e o nome do animal. Também deve ser preenchida uma folha de requisição de análise onde se pedem as analises a realizar, a identificação do animal e do clinico que faz a requisição.

Fig. 5: Tubos para recolha de sangue

1.4. Esfregaço sanguíneo O esfregaço de sangue deve ser sempre feito quando existem anomalias no hemograma. Os aparelhos atuais de contagem de células fornecem uma contagem diferencial celular automatizada. No entanto, se há suspeita de anormalidades de hemácias, leucócitos ou plaquetas anormais, o esfregaço de sangue continua a ser o melhor método de avaliação e identificação definitiva de células imaturas ou anormais. Os laboratórios normalmente fazem a contagem diferencial sempre que observam sinais de anormalidade na contagem automatizada ou quando o médico solicita. Existem muitas doenças, distúrbios e deficiências que podem afetar o número e o tipo de células do sangue produzidas, sua função e sobrevida. Em condições normais, são liberadas na circulação apenas células maduras e normais. Há algumas circunstâncias em que a medula óssea é forçada a liberar células imaturas ou mal formadas na circulação. A presença de números significativos de células anormais sugere uma doença subjacente. Para alem disso, o esfregaço sanguíneo serve para diagnosticar hemoparasitas em cães e gatos, nomeadamente: babesia, erlichia e hemobartonela.

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Fig. 6: Técnica de execução do esfregaço sanguíneo

A letra A representa o momento em que a gota de sangue é colocada na lâmina, a gota não deve ser muito grande, caso contrário, não conseguimos obter um bom esfregaço, pois as células sobrepõem-se umas às outras. A segunda lamela vai ao encontro da gota. Letra B: A gota expande-se junto à extremidade da lamela. Letra C: com um movimento contínuo espalha-se a gota na lamela. Letra D: Representa o formato que a gota de sangue deve adquirir

Fig.7: Microscópio ótico

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2. Raio X O Raio X é obtido com recurso à emissão de radiações eletromagnéticas com poder de penetração em objetos opacos. Tem este nome pelo fato da letra “x” ser comumente usada para incógnitas em equações matemáticas. Na altura em que foi descoberta esta radiação, o raio era desconhecido, tendo sido denominado Raio X. A sua importância reside justamente no fato de poder penetrar em objetos que não permitem a penetração de outras ondas. Esta propriedade permite a possibilidade de, entre outras coisas, poder fazer exames radiológicos procurando fraturas ou corpos estranhos dentro do organismo. Para além disso também é utilizada este tipo de radiações nos aeroportos para procurar armas ou objetos dentro das malas dos passageiros.

Fig. 8: Radiografia Torácica de um gato

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Atualmente os aparelhos de raio x são, em sua maioria, eletrônicos e as imagens obtidas vêm em formato digital, o que permite obter uma maior resolução da imagem, para além de ser mais comoda e pratica a sua visualização e interpretação. A radiologia é portanto a ciência que estuda corpos ou objetos por meio das imagens obtidas através do exame de Raio X. A área em que o raio x apresentou mais aplicações até hoje foi no campo da medicina.

3. Tomografia Axial Computorizada (TAC) A tomografia axial computadorizada/computorizada (TAC) é um exame complementar de diagnóstico por imagem, que consiste numa imagem que representa uma secção ou "fatia" do corpo. É obtida através do processamento por computador de informação recolhida após expor o corpo a uma sucessão de raios X. A sua metodologia de ação consiste no estudo da atenuação de um feixe de raios X durante seu trajeto através de um segmento do corpo. 4. Ecografia A ecografia ou ultrassonografia é um meio complementar de diagnóstico que utiliza as propriedades dos ultrassons, nomeadamente a sua reflexão nas diferentes estruturas que constituem o organismo, já que algumas refletem mais ou menos os ultrassons, enquanto outras (por exemplo a água) os deixam passar. É considerada totalmente inócua nas doses utilizadas para diagnóstico, embora noutras frequências os ultrassons sejam uma arma terapêutica, nomeadamente em fisioterapia. A ecografia permite detetar lesões focais ou difusas em órgãos e estruturas parenquimatosas, como por exemplo no fígado, pâncreas, baço, rins, próstata, mama e tiroide e tem um papel fundamental na avaliação do aparelho reprodutor feminino (útero e ovários). Avalia órgãos e estruturas em movimento e estuda a distensibilidade da parede dos vasos, sendo possível detetar através deste meio de diagnóstico a presença de trombos dentro de vasos sanguíneos. Mais tarde, com o contributo do efeito Doppler, desenvolveram-se novas técnicas que possibilitaram um grande avanço no estudo da cardiologia.

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A ecocardiografia, permite a observação da dinâmica das paredes e das válvulas do coração, a avaliação de débitos, de fluxos regurgitantes, de estenoses e resistências, permitindo, de forma não invasiva, obter informações decisivas na avaliação cardíaca.

Fig. 9: Ecocardiografia

A ecografia é também muito utilizada na avaliação músculo-esquelética, incluindo patologia articular (joelho, ombro, tornozelo, etc.). É igualmente muito importante e conhecida a utilidade da ecografia no seguimento da gravidez, detetando precocemente anomalias funcionais e morfológicas do feto e na orientação de procedimentos de intervenção. A utilização da ecografia para a orientação das citologias aspirativas e biópsias permite em simultâneo individualizar a lesão enquanto se controla em tempo real o movimento da agulha; reduz riscos e permite escolher a zona mais representativa da lesão, diminuindo assim o número de falsos negativos. Este é um procedimento que se realiza frequente nas patologias da tiroide e na mama, podendo ser dirigido a muitas outras estruturas. A biopsia da próstata é quase sempre guiada por ecografia.

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Por comparação com outros métodos de diagnóstico pela imagem, os grandes atributos da ecografia serão sempre a sua inocuidade e a sua grande acessibilidade, com grande valor na equação do benefício/custo, sem desconforto ou efeito nocivo para o paciente. 5. Ressonância Magnética Este exame de diagnóstico utiliza uma tecnologia muito complexa, a qual se baseia em ondas de radiofrequência emitidas por forte campo magnético. Desta forma é possível obter imagens do corpo humano nos vários planos (axial, coronal e sagital). Não utiliza radiações X nem outras radiações ionizantes, portanto é considerado um método de diagnóstico inócuo, isto é, inofensivo para o organismo. Tem indicações vastas, de que são exemplos mais frequentes a patologia articular (joelho, tornozelo, ombro, anca, etc.), a patologia do sistema nervoso central (cérebro e medula espinal), e a patologia abdominal, entre outras.

6. Doenças infeciosas mais comuns 6.1. Doenças infeciosas mais comuns nos Canídeos 6.1.1. Virais Esgana A esgana canina é uma doença aguda ou subaguda, contagiosa, que provoca febre, é muitas vezes fatal. A sua sintomatologia apresenta manifestações respiratórias, gastrointestinais e principalmente do sistema nervoso central. Após o tratamento o animal poderá ficar com sequelas neurológicas, nomeadamente convulsões de algumas partes do corpo. Parvovirose Canina É uma doença sistémica aguda, que afeta predominantemente os cães jovens e que se caracteriza por uma enterite hemorrágica. Os sintomas são vómitos, diarreia geralmente escura e muito líquida, depressão e anorexia. A doença é normalmente fatal em cachorros que podem entrar em estado de choque e morrer de forma muito rápida após um período de prostração.

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Hepatite contagiosa de rubarth Trata-se de uma hepatite com sintomas que variam desde uma febre leve e congestão das mucosas até à depressão severa, leucopenia notável e hemorragias prolongadas. Traqueobronquite infeciosa (Tosse de canil) Doença com sintomatologia moderada que afeta a traqueia e brônquios dos cães de todas as idades, mas que pode progredir para broncopneumonia mortal em cachorros ou animais velhos e debilitados. A doença difunde-se rapidamente entre os animais mantidos em locais fechados, tais como hospitais veterinários ou canis, daí que a permanência em locais deste tipo exija a vacinação precoce. Administração de uma vacina intranasal.

Coronavirose e Rotavirose canina Doença com sintomatologia gastrointestinal (diarreia e vómitos). As infeções leves são frequentes. Quase todos os cães afetados sobrevivem, mas os animais défices ao nível do sistema imunitário ocasionalmente morrem. Como a sua sintomatologia é idêntica à da parvovirose, mas com menor morbilidade e mortalidade é importante que se faça o diagnóstico diferencial entre estas duas doenças recorrendo a testes rápidos que se realizam a partir das fezes. Raiva Trata-se de uma polioencefalite viral aguda e grave, produzida por um vírus da família dos Rhabdovirus. É uma doença invariavelmente fatal para os animais de sangue quente (cães, gatos, morcegos hematófagos, equídeos, bovinos) e para o homem.

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A sintomatologia dos animais afetados inclui alterações do comportamento e agressividade, A raiva é uma doença de declaração obrigatória pois é uma zoonose. 6.1.2. Bacterianas Leptospirose Pode ser uma doença aguda e ou crónica cujos sintomas são hepatite, nefrite e finalmente septicémia. Pode levar a aborto e tem elevada morbilidade e mortalidade. A sua transmissão ocorre predominantemente devido ao contacto com urina de rato infetada. Doença de Lyme A doença de Lyme é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, que e é transmitida por carraças, ocorrendo maior incidência da doença no Verão e no início do Outono. A bactéria penetra na pele no local onde ocorreu a picada da carraça e atinge tanto mamíferos como humano. Ao fim de 3 a 32 dias, o agente passa para a linfa ou através do sangue chega até outros órgãos ou distintas zonas da pele. A sintomatologia desta doença inicia-se geralmente na pele onde surge uma grande mancha vermelha. A mancha alastra até atingir um diâmetro de 15 cm e, muitas vezes, surge uma zona clara no seu centro. Posteriormente os animais ficam prostrados e com febre, surgindo artrite em cerca de metade dos indivíduos afetados. Tétano Trata-se de um doença cujo agente é uma bactéria ciliada denominada Clostridium tetani. Atinge todos os animais de sangue quente, incluindo o homem, e na maior parte dos casos é causada por contaminação de ferimentos da pele ou mucosas por terra. Pois a terra pode estar contaminada com o germe, sob a forma de esporo que pode permanecer viável por um período longo de tempo, chegando a atingir algumas décadas. O esporo penetra através de uma ferida da pele permanecendo ali a aguardar o momento que pela cicatrização quando o ferimento se fecha, criando então um ambiente de anaerobiose, ou seja, com ausência de oxigénio, para se transformar na sua forma vegetativa ativa. É então nesta última forma que tem inicia a

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segregação de uma potente toxina, sendo essa a toxina responsável pelo desencadear dos sintomas da doença. Os sintomas da doença que caracterizam-se por febre alta até 41 º C, contrações musculares, que ocorrem principalmente após estímulo do animal à luz ou a ruídos externos. Os músculos enrijecidos da cara dão ao animal doente, um ricto sardónico, com os lábios estáticos A doença evolui com extrema rapidez, desenvolvendo-se dificuldades respiratórias devida ao enrigecimento da musculatura intercostal e do diafragma, sobrevindo a morte por asfixia devido à impossibilidade do ato da respiração. 6.1.3. Ricketsioses Erlichiose A erlichiose é uma doença infeciosa provocada por uma bactéria que pertence à família das Rickettsiaceae, gênero Ehrlichia e, geralmente, pela espécie Ehrlichia canis, agente da erliquiose monocítica canina. Esta bactéria é um parasita intracelular obrigatório que invade os glóbulos brancos e é considerada uma zoonose, ou seja existe a possibilidade de transmissão do animal para o homem.

Fig. 10: Observação ao microscopio de globulos brancos infectados com Ehrlichia canis (parte escura)

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A sua transmissão dá-se atraves da picada de uma carraça (Rhipicephalus sanguineus) infectada com a bactéria. Após entrar no organismo do cão, ocorre a multiplicação desta bactéria nos órgãos do sistema mononuclear fagocítico (fígado, baço e linfonodos). Na fase aguda da doença, há uma hiperplasia linforeticular, seguida de inflamação. Em seguida, irá ocorrer a destruição das células-alvo periféricas, ou um sequestro delas, resultando em trombocitopenia e leucopenia. Após a fase aguda, desenvolve-se a fase subclínica, onde há a persistência da E. canis no hospedeiro, nesta fase o animal apresenta elevados títulos de anticorpos. Esta fase pode durar vários anos, não havendo aparecimento evidente de sintomas. A fase crónica desenvolve-se quando não existe eliminação do agente e caso ocorra imunossupressão do hospedeiro, surgindo uma agudização da doença. Durante esta fase desenvolve-se hipoplasia medular que resulta em uma anemia aplástica, monocitose, linfocitose e leucopenia. Os sinais clínicos apresentados pelo animal variam de acordo com a fase em que ele se encontra. Na fase aguda da doença é possível existir febre (39,5 a 41,5°C), anorexia, redução de peso, fraqueza muscular, letargia, petéquias hemorrágica, secreção nasal purulenta, epistaxe, relutância em realizar movimentos, tremores musculares, sinais pulmonares e insuficiência hepática e renal. A fase subclínica, na maioria das vezes, é assintomática, mas algumas complicações podem ser observadas em alguns casos, como: depressão, hemorragias, edema de membros, anorexia e mucosas pálidas. A fase crônica decorre com sintomatologia identica a uma doença auto-imune. Normalmente, o animal apresenta os mesmos sintomas da fase aguda, só que em menor grau, encontrando-se apático, caquético e mais susceptível à infecções secundárias. Nos exames laboratoriais, pode ser observado uma anemia aplástica, monocitose, linfocitose e leucopenia. 6.1.4. Protozooses Babesiose A babesiose é vulgarmente designada por “febre da carraça” e é uma doença parasitária cuja incidência tem aumentado progressivamente no nosso país. A babesiose é uma doença que não afeta o homem, e é causada por um protozoário (babesia spp), cuja transmissão é feita pela picada de uma carraça infetada. A

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carraça pica um cão doente, infeta-se e ao picar um cão saudável transmite-lhe a doença. O período de incubação desta patologia, isto é, o período decorrido desde o momento em que o animal é picado até ao aparecimento da sintomatologia clínica, pode variar entre 10 a 21 dias. Uma vez no sangue, o parasita invade os glóbulos vermelhos, local onde se multiplica, fazendo com que haja destruição e consequente diminuição do número destas células, que se designa por “anemia hemolítica intravascular”. A severidade da sintomatologia varia com a espécie de parasita e com a idade e estado imunitário do animal. Isto justifica o aparecimento de diferentes quadros clínicos em animais afetados pela mesma doença. Os sinais clínicos mais frequentes são: febre, anorexia, depressão, debilidade, anemia

(membranas

mucosas

pálidas),

taquicardia,

taquipneia,

icterícia

(membranas mucosas amareladas), urina com uma coloração alaranjada ou mesmo vermelha. O diagnóstico desta doença baseia-se na história clínica, sintomatologia, dados laboratoriais e serológicos e deve ser realizado pelo médico veterinário. O diagnóstico definitivo obtém-se pela visualização microscópica do parasita nos glóbulos vermelhos do animal afetado.

Leishmaniose A Leishmaniose é uma doença parasitária com grande prevalência em Portugal, distribuindo-se por várias regiões do nosso país sendo endémica em zonas como Setúbal, Algarve e Castelo - Branco. É uma doença parasitária causada por um protozoário do género Leishmania. A Leishmaniose afeta principalmente o cão, o qual é um importante reservatório da doença se bem que o homem pode muito raramente ser afetado assim como outros animais silvestres.

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O homem contudo apresenta baixa incidência da doença acabando por serem mais suscetíveis as pessoas que apresentam patologias que originam a depressão do sistema imunitário (ex. HIV +). A doença transmite-se exclusivamente pela picada de uma só espécie de mosquito, o Flébotomos, nunca tendo sido demonstrada outras formas de contágio. Logo quando o mosquito pica um animal com Leishmaniose e em seguida pica outro animal saudável ou mesmo uma pessoa, existe desta forma transmissão da doença. A Leishmaniose não se transmite pelo contacto direto com o animal doente, nem através das secreções ou mesmo mordeduras.

Fig. 11: O vetor da doença, o mosquito flebotomo

As Leishmanias são parasitas que assumem no seu ciclo evolutivo duas formas distintas: a amastigota, que se encontram no hospedeiro vertebrado e a promastigota no mosquito vector. O ciclo evolutivo da Leishmania inicia-se quando um flébotomo ingere mediante picada, sangue com formas amastigotas de um animal infectado. Estas transformam-se em promastigotas no intestino médio do flébotomo. De seguida há uma migração dos mesmos pela zona da faringe do mosquito e serão inoculados durante a picada num novo vertebrado. Os gatos não apresentam sintomatologia nem são portadores da doença.

Não existe nenhuma vacina ou qualquer produto químico que nos assegure a proteção dos nossos animais a 100%. A vacina ou medicação disponíveis atualmente

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conferem puma proteção que ronda os 80%. Portanto para alem deste tipo de medicação devemos utilizar nos nossos animais domésticos um antiparasitário externo sob a forma de pipeta ou coleira que seja eficaz contra mosquitos durante todo o ano. O animal que seja picado por um mosquito contaminado, ou seja com leishmânia promove a disseminação do parasita pela corrente sanguínea, acabando por atingir vários órgãos vitais (baço, fígado, rim e pele) onde produzirá efeitos no hospedeiro. A gravidade e velocidade da evolução da doença estão relacionadas com o estado físico do animal e como tal com a resposta imunitária. O período de incubação define-se como o intervalo de tempo que decorre entre o animal contrair a doença e o aparecimento dos primeiros sintomas. É muito variável e depende de bastantes fatores sendo o mais importante o estado do sistema imunitário do animal. A sintomatologia mais característica é a forma cutânea com o aparecimento de caspa, crostas, e ainda a ausência de pelo na face, orelhas e extremidades. Também no resto do corpo podem surgir úlceras, nódulos e erosões. O animal fica deprimido, anorético, perde peso e ocorre um aumento dos gânglios linfáticos. Podem ainda surgir outras sintomatologias associadas com o crescimento exagerado das unhas, hemorragias nasais, lesões cutâneas constantes com sangramento nas pontas das orelhas e lesões oculares com corrimento. Muitas vezes é difícil fazer um diagnóstico porque os animais apresentam uma leve sintomatologia ou são mesmo totalmente assintomáticos.

Fig.12: Canídeos com leishmaniose

O diagnóstico pode ser feito através da demonstração do parasita em esfregaços de sangue, o que por vezes é difícil observar. Também nem sempre as técnicas

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sorológicas (kits rápidos de diagnóstico) nos garantem que o animal não seja portador de tal parasita.

Fig. 13: Resultado (negativo) de um teste rápido de leishmaniose

Para obtermos um diagnóstico diferencial pesquisamos os órgãos ricos em células linfóides e macrófagos que são as células mais frequentemente afetadas e onde se visualiza o parasita. As análises de sangue são muito importantes para complementar o diagnóstico, dando-nos valores orientativos para o tipo de terapêutica que deve ser ministrada em cada caso clínico.

Para os nossos animais domésticos existem vários tipos de tratamento: por via oral, menos agressivo para os órgãos vitais e outro através de injeções subcutâneas, bem mais agressivo. O tipo de tratamento efetuado depende da funcionalidade do fígado e rim do animal. Quanto maior é o controlo pós - terapêutico do animal maior é o tempo de sobrevivência do mesmo. É aconselhável realizar exames periódicos para detetar as possíveis recaídas. Para o êxito da terapêutica é importante a atitude e colaboração do proprietário. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico maior serão as possibilidades terapêuticas.

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6.2. Doenças infeciosas mais comuns nos Felinos 6.2.1. Virais Panleucopénia Felina Doença entérica e aguda caracterizada por inicio repentino, depressão, vómitos e diarreias, desidratação pronunciada e elevada mortalidade. Rinotraqueite infecciosa Felina É uma doença respiratória grave que afeta as vias respiratórias altas, os seus sintomas são depressão, espirros, anorexia, descarga ocular e nasal, estomatite, conjuntivite, tosse e febre. Peritonite infecciosa Felina (PIF) A peritonite infeciosa felina ou PIF é uma doença viral sistémica caracterizada por febre persistente, reações tissulares piogranulomatosas, acumulação de efusão exsudativa nas cavidades corporais (abdómen) e elevada mortalidade. Imunodeficiência Felina (FIV) O vírus da imunodeficiência felina ou FIV é um retrovírus que provoca imunodeficiência nos gatos domésticos, alterando a função do sistema imunitário do organismo do animal, deixando-o desprotegido contra agentes infeciosos oportunistas. Leucemia Felina (Felv) Causada por um retrovírus é transmitido por contacto direto, envolvendo saliva ou secreções. Felizmente o vírus não sobrevive no ambiente por muito, no entanto é potencialmente mortal com uma taxa de 33% de fatalidade. O FeLV é o vírus que provoca a maior taxa de mortalidade entre os gatos atualmente.Transmite-se fácilmente por lambidelas ou espirros de gato para gato. Não afeta o homem nem animais de outra espécie. A melhor forma de lidar com esta situação é através da vacinação preventiva. Apesar do gato poder ser infetado em qualquer idade e o risco aumentar com esta, são os gatinhos que têm mais probabilidade de ser afetados.

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Esta doença impede que o sistema imunológico do felino funcione de forma adequada fazendo com que ele fique mais suscetível a infeções. Como organismo fica sem defesas, outras doenças podem desenvolver-se, provocando normalmente a morte do animal dentro de 1 a 5 anos após a infeção pelo vírus. Os sintomas incluem anemia, depressão, perda de peso e de apetite, diarréia ou prisão de ventre, aumento de volume dos gânglios linfáticos, tumores, abortos, dificuldade respiratória e falta de resistência a outras doenças. O gato infetado deve ser mantido isolado dos outros e deve equacionar não lhe ser permitido sair à rua onde pode contactar com outros gatos e infectá-los ou ser por sua vez infetado por eles, caso não esteja vacinado. 6.2.2. Protozooses Toxoplasmose A toxoplasmose é uma zoonose parasitária causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Este parasita encontra-se distribuído por todas as áreas do mundo onde existem gatos, pois estes são hospedeiros definitivos do parasita. Os hospedeiros intermediários, podem ser: aves, anfíbios, peixes, répteis e mamíferos (incluindo seres humanos). Estes infetam-se através da ingestão de oocistos esporulados oriundos das fezes dos gatos infetados, fechando assim, o ciclo evolutivo parasitário. Os gatos contaminam-se através da ingestão de oocistos esporulados, ou pela ingestão de cistos extraintestinais dos tecidos dos hospedeiros intermediários (como por exemplo carne crua). Após a infeção os gatos, excretam oocistos nas suas fezes durante três semanas aproximadamente, que se tornam infetantes (esporulados) em dois ou três dias. Os sintomas clínicos mais comuns são: deficiências neurológicas, retinocoroidite, polimiosite, linfadenopatia, hepatite, pancreatite, granuloma intestinal, aborto e anomalias neonatais. O diagnóstico da toxoplasmose faz-se pela interpretação dos sinais clínicos juntamente com os testes sorológicos.

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6.3. Parasitoses internas As endoparasitoses ou parasitoses internas são zoonoses transmissíveis ao homem, pelo que a sua prevenção e tratamento são muito importantes na prática clínica. Os animais podem-se contagiar por via oral, por via nasal ou por via percutânea (através da pele). Os cachorros podem-se contagiar antes de nascer pela via intrauterina e depois do nascimento pela via galactógena. De seguida apresentamos uma tabela que representa os nomes científicos, localização, o tipo de hospedeiro definitivo e a frequência de infestação de alguns parasitas do cão e do gato. Nome científico

Localização

Hospedeiro definitivo

Frequência de infestação

Toxocara cati

Intestino delgado

Gato

Frequente

Toxocara canis

Intestino delgado

Cão

Frequente

Ancylostoma caninum

Intestino delgado

Cão

Frequente

Ancylostoma tubaeforme

Intestino delgado

Gato

Frequente

Uncinaria stenocephala

Intestino delgado

Cão

Frequente

Strongyloides stercoralis

Intestino grosso

Cão

Rara

Trichuris vulpis

Intestino grosso

Cão

Frequente

Filaroides osleri

Pulmão

Cão

Rara

Crenosoma vulpis

Pulmão

Cão

Rara

Aelunostrongylus abstrusus

Pulmão

Gato

Rara

Capillaria aerophila

Pulmão

Gato

Rara

Angyostrongylus vasorum

Coração e artérias

Cão

Rara

Dirofilaria immitis

Coração e artérias

Cão

Depende da zona do país

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____________________________________________________________________ Dioctaphyma renale

Aparelho urinário

Gato-Cão

Rara

Capillaria plica

Aparelho urinário

Gato-Cão

Rara

Capillaria felis cati

Aparelho urinário

Gato

Rara

Taenia pisiformis

Intestino delgado

Cão

Frequente

Taenia hydatigena

Intestino delgado

Cão

Frequente

Taenia multiceps multiceps

Intestino delgado

Cão

Frequente

Taenia multiceps serialis

Intestino delgado

Cão

Frequente

Dipylidium caninum

Intestino delgado

Gato-Cão

Frequente

Taenia hydatigena teniaeformis

Intestino delgado

Gato-Cão

Frequente

Tab. 1: Parasitoses internas caninas e felinas

7. Profilaxia 7.1. Profilaxia Parasitária

O calendário de desparasitação aconselhado para cães e gatos é o seguinte: - Animais jovens, a partir dos 15 dias de idade: de 15 em 15 dias até aos 3 meses, depois ate aos 7 meses de idade uma vez por mês. - Em animais adultos: 4 vezes ao ano, ou seja de 3 em 3 meses. - Em animais para reprodução: no momento da cópula. - Em fêmeas gestantes e após o parto: 3 semanas antes do parto e durante o período de amamentação. 7.2. Profilaxia Viral A principal arma no combate às doenças virais são as vacinas. Uma vacina é uma preparação antigénica, que quando administrada num indivíduo induz uma resposta imunitária protetora específica de um ou mais agentes infeciosos. O antigénio da vacina é normalmente composto por microrganismos (vírus ou bactérias) completos, mortos ou atenuados, ou de um fragmento desses microrganismos. O antigénio escolhido para uma vacina deve ser “imunogénico”, ou seja, deve desencadear uma reação imunitária e não provocar a doença. A vacina é uma

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medida de proteção que induz no indivíduo uma resposta imunitária como se tivesse sido realmente infetado pelo microrganismo. O antigénio da vacina é apresentado em pequenas quantidades na dose da vacina, numa forma purificada, diluído num líquido estéril e por vezes combinado com adjuvantes, que amplificam a reação imunitária. Resumindo, uma vacina tem uma ação preventiva sobre uma serie de indivíduos em relação a uma determinada doença e deve ser sempre administrada em animais saudáveis. Daí que seja imprescindível realizar um exame físico completo, bem como a desparasitação antes da vacinação.

Fig.14: Vacinas caninas

7.2.1. Forma de administração de vacinas As vacinas são administradas através de Injeções subcutâneas, estas podem localizar-se nas zonas do corpo onde a pele é móvel, pois aí existe tecido conjuntivo mole abundante, sem vasos sanguíneos ou nervos importantes. Ou seja no dorso, zona do pescoço e na zona torácica lateral. A técnica consiste nos seguintes passos: - Desinfetar a pele com álcool ou betadine; - Levantar a prega de pele entre o dedo indicador e polegar; - Introduzir na base da prega a agulha; - Injetar o produto; - Comprimir a zona com um algodão embebido em desinfetante.

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7.2.2. Planos vacinais Apresentamos sobre a forma de tabela a frequência de administração que deve ser realizada quer no gato quer no cão para que estes estejam imunizados contra diversas doenças. A primovacinacao deve ser iniciada quando o animal perde os anticorpos maternais, para que este seja capaz de produzir os seus próprios anticorpos.

7.2.3. Plano Vacinal para Felinos:

Idade do gato

Vacina tripla:

Clamidiose

Leucemia Felina

Raiva

Coriza Hepatite Panleucopénia 8 semanas

X

X

12 semanas

X

X

14 semanas

X

18 semanas

X

4-6 meses Anual

X X

X

X

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29

X


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7.2.4. Plano vacinal para Canídeos:

Idade do cão

Puppy:

Tetra:

Parvovirose

Parvovirose

Esgana

Esgana

Raiva

Tosse de canil

Hepatite Leptospirose 6 semanas

X

10 semanas

X

14 semanas

X

18 semanas

X

(4º mês e ½) 20 semanas

X

(5º mês) 24 semanas

X

(6º mês) Anual

X

X

X

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X


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Referências Bibliográficas: 

Alves, A.C. (1998) Diagnóstico, Profilaxia e Terapêutica Geral das Principais Doenças Infecciosas do Cão e do Gato. Lisboa: Laboratórios Atral S.A. ISBN: 972-98015-0-9

Chandler, E.A. Gaskell, R.M. Gaskell, R.M. (2006) Clínica e Terapêutica em Felinos. Terceira edição. São Paulo: Editora Roca Lda. ISBN-10: 85-7241-628-5

Tilley, Francis W.K. Smith Jr.(2011) Blackwell´s Five-Minute Veterinary Consult: Canine and Feline. 5 th edition. Oxford: John Wiley & Sons Ltd. ISBN-13: 978-08138-0763-8

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AUTO-AVALIAÇÃO MÓDULO 5

1. O que um hemograma permite avaliar? a) b) c) d)

A composição bioquímica sanguínea As células vermelhas (hemácitas ou eritrócitos) que existem no sangue As diferentes células sanguíneas que compõem o sangue Nenhuma das opções anteriores está correta

2. Qual deve ser a veia de eleição (primeira escolha) para fazer colheita de sangue? a) b) c) d)

Cefálica Jugular Safena Radial

3. Quando realizamos uma colheita de sangue utilizando um cateter como deve fluir o sangue? a) b) c) d)

Através de sucção Através de Capilaridade (gota a gota) Através de vácuo Nenhuma das hipóteses anteriores está correta

4. Qual das seguintes doenças infeciosas caninas pode após o seu tratamento deixar sequelas neurológicas, nomeadamente convulsões. a) b) c) d)

Parvovirose Hepatite Esgana Traqueobronquite infeciosa (tosse de canil)

5. Quais das seguintes doenças infecciosas caninas têm sintomatologia idêntica, sendo importante realizar o seu diagnostico diferencial. a) Coronavirose e Parvovirose b) Esgana e Parvovirose

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c) Coronavirose e raiva d) Coronavirose e hepatite contagiosa de rubarth 6. Qual das seguintes vacinas é exigida antes de entrada de um cão para um canil? a) b) c) d)

Doença de Lyme Coronavirose Tétano Traqueobronquite infeciosa.

7. Quais são as iniciais utilizadas para identificar uma doença infeciosa felina que provoca uma alteração na função do sistema imunitário? a) b) c) d)

PIF FIV FeLV Nenhuma das opções está correta.

8. Quais são as possíveis vias de contágio para as parasitoses internas? a) b) c) d)

Via oral Via nasal Via percutânea Todas as opções anteriores estão corretas.

9. Qual é a frequência de desparasitação que se deve realizar num animal adulto? a) b) c) d)

De quinze em quinze dias Uma vez por mês Uma vez por dia De três em três meses

10. Qual o tipo de injeção que se utiliza para administrar vacinas? a) b) c) d)

Subcutânea Intramuscular Intracardíaca Intradérmica

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SOLUÇÔES DA AUTO-AVALIAÇÃO MÓDULO 5: 1- C 2- A 3- B 4- C 5- A 6- D 7- B 8- D 9- D 10- A

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