AUXILIAR DE MÉDICO VETERINÁRIO Módulo VII
Animais Exóticos ou “Novos Animais de Companhia”
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ÍNDICE DO MÓDULO 7 OBJETIVOS
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1.Clinica de Novos Animais de Companhia
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2. Aves
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2.1. Regras de maneio em aves
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2.2. Diamante de Mandarim
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2.3. Canário
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2.4. Periquito Australiano
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3. Roedores
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3.1. Chinchila
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3.2. Hamster
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4. Leporídeos
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4.1. Coelho
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5. Repteis
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5.1. Saurios
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5.1.1. Iguana
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5.1.2. Camaleão
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5.2. Tartaruga REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AUTO-AVALIAÇÃO
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No final deste módulo o aluno deve ser capaz de: Disponibilizar todas as condições necessárias para manter uma ave em casa; Conhecer três espécies exóticas de aves: Diamante de Mandarim, Canário, Periquito Australiano; Conhecer duas espécies exóticas de roedores: Chinchila e hamster; Conhecer uma raça de leporídeos, o coelho; Conhecer três espécies exóticas de répteis: Iguana, Camaleão e tartaruga;
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1. Clinica de Novos Animais de Companhia Atualmente aos centros de atendimento médico veterinário chegam clientes que são proprietários de novas espécies animais, chamamos a estes animais “novos animais de companhia” ou exóticos. São animais de variadíssimas espécies e que exigem da parte do profissional também novos conhecimentos. São alguns desses conhecimentos que procuramos transmitir com este módulo, para que seja possível ao auxiliar de médico veterinário ajudar estes proprietários no conhecimento da fisiologia destes animais bem como nas regras de maneio que devem ter para com eles.
2. Aves 2.1. Regras de maneio em aves 2.1.1.Escolha da ave ideal Normalmente quando adquirimos uma ave, ela está numa jaula com muitos indivíduos, daí que seja importante identificar quais se encontram num bom estado de saúde, já que vamos ter de escolher uma. A primeira coisa em que devemos observar numa ave é no seu comportamento, caso esteja triste ou indiferente, é pouco provável que seja saudável. Convêm depois verificar alguns aspetos exteriores: - Narinas: observar se há corrimento, obstrução ou sinais de erosão. - Olhos: observar se há inchaços ou derrames, pode ocorrer inchaço dos seios perinasais. - Respiração: caso esteja ofegante, pode haver doença fúngica ou parasitária. - Bico: observar se existe alguma mal formação. No caso do Periquito Australiano verificar se há escamações faciais. A mandibula inferior pode ter de ser aparada para a mandíbula de cima encaixar. No caso de uma mandibula superior muito grande, podemos ter de fornecer madeira adequada para roer. - Garras (unhas): caso alguma esteja solta, o animal vai ter dificuldade em segurar-se no poleiro, portanto vai ser necessário removê-la. No caso de uma garra curva, comprida ou torcida, qualquer uma delas deve ser cortada.
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- Asas: caso haja falhas nas rémiges (penas mais compridas de uma ave) num jovem ou sangue no cabo das penas de um pássaro mais velho, isto pode ser um indício de sarna. - Ânus: caso existam manchas à volta do ânus, pode indicar distúrbios digestivos.
Fig. 1: Erosão nas narinas
2.1.2. A gaiola ideal para a sua ave As gaiolas exteriores com acesso a zonas cobertas são o sítio ideal para colocar a sua ave. No entanto, se pretender que a sua ave permaneça no interior da sua casa, numa gaiola, esta deve ser tão grande quanto for possível. Os poleiros devem ser preferencialmente de ramos de madeira naturais com o tamanho adequado às patas da ave, isto é o ramo deve ter o diâmetro necessário para que a ave consiga ao agarrar-se e estabilizar o seu corpo. Têm de estar livres de pesticidas e serem feitos de madeira não tóxica, como por exemplo: árvores de citrinos ou eucalipto. Os poleiros devem ser posicionados de tal forma que evitem que a ave defeque sobre a comida ou sobre a água e também devem evitar que a cauda da ave toque nos recipientes. Os recipientes da comida devem ser largos e não fundos pois permitem uma disposição mais atrativa da comida. Os recipientes da comida e da água devem estar localizados em polos opostos da jaula para que a ave se exercite entre o comer e o beber. O chão da gaiola deve ser coberto de jornais ou pedrinhas para gatos.
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A higiene da jaula deve ser diária, com renovação ou limpeza da cobertura do chão da jaula e renovação diária da comida e água.
Fig. 2: Gaiola de interior
Fig. 3: Gaiola de exterior
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2.1.3. Alimentação da ave A base da dieta da sua ave pode ser sementes ou ração. O ideal é que seja ração, pois desta forma a ave não têm hipótese de ser seletiva, ou seja vai ingerir uma mistura adequada de todos os nutrientes essenciais para a sua espécie. No entanto pode não ser fácil encontrar este tipo de alimento, pois o tipo de alimentação mais tradicional e económica é a mistura de sementes. Uma mistura de sementes é algo que poderá encontrar facilmente numa loja de venda de produtos para animais. As dietas das aves devem incluir mais de 20 % de sementes de girassol. Da dieta das aves devem também fazer parte os vegetais frescos, constituindo cerca de 10 % da sua dieta. Deste grupo fazem parte os brócolos, ervilhas, cenouras, feijões e milho. Em menor quantidade, cerca de 5 %, mas não menos importante é a fruta (maças, laranjas, uvas e melão). Pequenas quantidades de peixe, galinha e ovos cozidos podem também ser oferecidas. Os ossos de choco podem constituir uma boa fonte de cálcio. A quantidade de amendoins que oferecemos à ave deve ser muito limitada e devem ser já descascados. Certifique-se sempre de que não têm bolor, pois poderá ser nocivo para a sua ave. Os periquitos podem beneficiar de suplementação com iodo. Alimentos a evitar são café, chá e chocolate, açúcar, sal, álcool, manteiga e abacate.
Fig. 4: Mistura para pássaros
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2.1.4. Estimulação da ave Comprar brinquedos para a ave vai quebrar a monotonia e fá-la exercitar o bico e as patas. Muitos podem ser adquiridos em lojas, mas também feitos em casa. Entre estes podemos citar: os objetos de madeira não tratada e cordas de barcos em nós (fibra natural). A comida pode também tornar-se um brinquedo. Exemplos de alimentos que se podem aproveitar para este fim são: cascas de frutos secos, nozes ou nozes do Paraná, milho fresco em maçaroca com folhagem presente, laranjas e brócolos frescos. Os brinquedos a evitar são aqueles que são feitos de plástico quebrável, vidro, objetos pintados, nylon de carpetes, ou brinquedos com aberturas que permitem que a ave lá fique entalada.
Fig. 5: Exemplo de um brinquedo feito em casa
Fig. 6: Brinquedos que pode adquirir em lojas de animais
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É muito importante que a ave seja incluída como um membro da família, fazendo parte do seu processo de socialização. Fazer-se acompanhar da sua ave nas suas tarefas diárias pode tornar-se benéfico na medida em que a estimula e provoca uma diminuição de ansiedade. Se tiver mais aves e nenhuma se mostrar desconfortável com a presença da outra é importante que se vejam e socializem. As aves são animais inteligentes e atentas ao que se passa em seu redor, logo são muito reativas à estimulação sonora e visual. Assim, sempre que possível, a jaula deve ser colocada próximo de uma janela, mas tenha sempre em atenção se a ave têm possibilidade de se abrigar do sol caso este incida diretamente sobre a gaiola. A estimulação pelo som também é fundamental para o seu pássaro, assim um rádio, uma televisão, um CD, podem ser uma companhia para a sua ave.
2.1.5. Banho e sol direto Estes são dois aspetos que devemos sempre valorizar naquele ambiente que vamos proporcionar à ave. Sempre que possível devemos providenciar um recipiente com altura suficiente para cobrir as patas da ave, onde esta se possa banhar. Para além disso o sol direto, ou seja, sem vidro ou plástico entre a ave e o sol também é muito importante que exista, sempre por um período breve de tempo durante o dia.
Fig. 7: Banheira para gaiola interior
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Fig. 8: Banheira para pássaros exterior
2.1.6. A evitar Devemos sempre evitar que a ave seja sujeita a fumo de tabaco, inseticidas ou sprays. Nunca devemos colocar uma ave constantemente na cozinha, porque as frigideiras normalmente utilizadas são feitas com o material Teflon, que ao ser aquecido liberta vapores muito tóxicos para as aves. Se tem gatos, cães ou crianças em casa, nunca se esqueça que estes podem em determinadas alturas colocar em risco o bem-estar da ave. E quando chegar a noite, não exponha demasiado a ave à televisão, esta precisa de descansar necessitando de 12 horas de escuridão diária.
2.2. Diamante de Mandarim Esta ave é assim denominada devido á sua cauda com riscas pretas e brancas, habita áreas semidesérticas perto da água, alimentando-se de sementes. É visto em bandos alegres, que emitem pequenas notas nasaladas.
Fig. 9: Diamante de Mandarim
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Familia: Estrilda. Espécie: Taeniopygia guttata. Comprimento: 12 cm. Plumagem diferente nos dois sexos: o macho tem a cor da plumagem com tons mais vivos que a fêmea. Ninho: Cupuliforme, de ervas com entrada lateral, num arbusto ou no ramo de um buraco. Distribuição: Leste da Indonésia e grande parte da Austrália. Migração: Residente. Habitat: Zonas de mato, campo aberto, zonas semidesérticas, lagos e rios.
2.3. Canário Espécie robusta que pode ser mantida em viveiros ao ar livre.
Fig. 10: Canário Border - Fancy
Familia: Fringillidae. Espécie: Serinus canaria. Comprimento: 14 cm.
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Plumagem diferente nos dois sexos: de cores variadas. Amarelo, branco, canela e verde. Ninho: tem forma de meia esfera (meia cúpula). Distribuição: Arquipélago dos Açores e Canárias. Migração: Residente. Alimentação: Mistura de sementes para canários e uma boa reserva de legumes, como por exemplo espinafre.
2.4. Periquito Australiano É uma espécie robusta que pode manter-se em viveiro ao longo de todo o ano.
Fig. 11: Periquitos Australianos
Familia: Psittacidae. Espécie: M.undulatus. Comprimento: 18 cm.
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Plumagem diferente nos dois sexos: De cores variadas. Sombreados em tons de verde e amarelo, azul e branco. Ninho: Caixa para ninho. Distribuição: Austrália. Migração: Residente. Alimentação: Misturas de sementes, complementada com espigas de painço demolhado e alimentos moles, caso haja crias no ninho.
3. Roedores Os roedores sinantrópicos (que convivem no mesmo ambiente do homem) são divididos em duas categorias: roedores silvestres e roedores urbanos. São mais de 2000 espécies, o que corresponde a cerca de 40% das espécies da classe dos mamíferos. A maior parte é de pequenas proporções. Os roedores distinguem-se dos outros animais pelos seus dentes. Eles possuem um par de dentes incisivos no maxilar superior e outro par de incisivos no maxilar inferior, separados dos dentes molares por um longo espaço sem dentes (diastema). Esses animais possuem os sentidos muito apurados, principalmente tato, audição, olfato e paladar. A visão, porém é limitada. No entanto, são animais bastante sensíveis às variações de intensidade luminosa, o que confere aos mesmos a capacidade imediata de perceber movimentos. 3.1. Chinchila
Fig. 12: Chinchila
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Sexo: Masculino: A distância anogenital é maior no macho, em caso de dúvida devemos manipular a papila genital para provocar a protusão do pénis. Os testículos estão localizados no saco escrotal ou subcutaneamente na região inguinal. Têm duas aberturas externas na área inguinal, o ânus e o orifício uretral na ponta do pénis. Feminino: A distância anogenital é menor na fémea. Procure três aberturas na área inguinal: ânus, vagina e orifício uretral na ponta da papila uretral (A papila uretral é localizada fora da vagina.)
Duração do estro (cio): 30 - 50 dias. Dias de Gestação: 105 - 115 dias. Tamanho das ninhadas: 2 - 3 crias. Peso ao nascimento: 30 - 50 gramas. Dias de amamentação: 36 - 48. Os filhotes nascem com os olhos abertos. Consumo de comida (g/100gr PV): 5 - 6 gr/dia. Consumo de água (ml/100gr PV): 6 ml/dia. Alimentação: No seu habitat natural a chinchila alimenta-se basicamente de gramíneas, sementes, folhas e frutos, até mesmo de pequenos insetos. Em cativeiro, deve-se providenciar todas as vitaminas e minerais que elas necessitam para uma boa qualidade de vida, assim como uma exposição adequada à luz natural, para ajudá-la na produção de vitamina D. Por esse motivo, após muitos estudos, especialistas elaboraram uma dieta ideal que atendesse suas necessidades, baseado no processo diferenciado de digestão das chinchilas, elaborando uma ração para esta espécie. Assim para além da ração, deve fornecer à sua chinchila alfafa, cereais de boa qualidade e água fresca e potável sempre disponível.
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Fig. 13: Alfafa
Peso médio na fase adulta: Macho: 450 - 600 gramas. Fémea: 550 - 800 gramas. Dia em que atingem maturidade sexual: Macho: 240 - 540 dias. Fémea: 240 - 540 dias. Esperança média de vida: 8 -10 anos. Temperatura corporal: 36,1ºC - 37,8 ºC. Batimentos cardíacos por minuto: 40 - 100 bpm. Frequência respiratória por minuto: 40 - 80 rpm. 3.2. Hamster Este é um animal oriundo de regiões secas, noturno. Estes animais são munidos de sacos volumosos nos cantos da boca onde transportam e armazenam alimentos durante algum tempo.
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Fig. 14: Hamster de boca cheia
Alimentação: A mais apropriada para estes animais apresenta-se sobre a forma de um granulado completo apropriado para esta espécie (ração). Para além do granulado pode ser dado como complemento: pão duro, cereais, nozes, biscoitos para cão, cenoura, maça ou pera.
Alojamento: Estes animais devem dispor no mínimo de uma jaula com as seguintes dimensões: 50 cm de comprimento, 30 cm de largura e 35 cm de altura. O hamster gosta de ter um ninho, onde ele se retira para dormir. Também aprecia a presença de uma roda onde se pode entreter e fazer o seu exercício diário. No fundo da gaiola deve-se colocar aparas de madeira, papel cortado, ou palha. Não é indicado pedras porque o pó das mesmas pode ser inalado e provocar problemas respiratórios. A jaula deve ser limpa uma a duas vezes por semana.
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Fig. 15: Jaula para Hamster
O hamster, especialmente o macho, é um animal bastante passivo, que é facilmente domesticado se nós o acarinharmos e se dedicarmos algum do nosso tempo a ele. O desinteresse, más condições de alojamento, doenças e stress favorecem comportamentos agressivos por parte do hamster, nomeadamente mordeduras e canibalismo. Para lutar contra o canibalismo devemos evitar deslocar as mães durante a primeira semana após o parto, e se possível não tocar nos filhotes durante os primeiros 10 dias após a sua nascença. Outro motivo que pode originar o canibalismo é a falta de leite para alimentar os filhotes, que ocorre com maior frequência nas fêmeas primiparas (que têm o primeiro parto). Comprimento: 15 a 18 cm. Peso médio na fase adulta: Macho: 130 a 150 gr. Fêmea: 165 a 180 gr. Esperança média de vida: 1 ano e meio - 3 anos. Consumo de comida (g/100gr PV): 10 - 12 gr/dia Consumo de água (ml/100gr PV): 8 - 10 ml/dia
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Maturidade sexual: 7 semanas de idade. Duração do estro (cio): 4 dias. Gestação: 15 a 16 dias. Filhotes: 5 a 9 por ninhada. Dias de amamentação: 25.
4. Leporídeos A família Leporidae pertence à ordem dos mamíferos lagomorfos e inclui cerca de 50 espécies de coelhos e lebres. Os leporídeos são nativos de todo o mundo, exceto da Oceania. A sua introdução neste continente foi uma catástrofe ecológica que afetou diversas populações de marsupiais de forma irreversível. Os leporídeos são portanto considerados uma praga na Austrália e Nova Zelândia. Os leporídeos têm hábitos alimentares herbívoros. Ocupam os lugares mais diversos como florestas, matagal, estepes, montanhas, em todas as partes do mundo. São mais ativos que ao crepúsculo e ao amanhecer. 4.1. Coelho Os coelhos são animais roedores que possuem dentes de crescimento continuo, isto é os seus dentes crescem durante toda a vida para compensar o uso dos mesmos na sua atividade de roedores.
Fig.16: Coelho anão
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O Coelho é um animal monogástrico e coprofágico, isto é ingere as suas próprias fezes para reaproveitar a sua alimentação e beneficiar das vitaminas sintetizadas pelo seu próprio intestino. Alojamento: Pode-se deixar que o coelho saia da jaula, mas evitando sempre os perigos circundantes tais como: objetos que ele possa ingerir, fios elétricos que possa roer e correntes de ar. Para forrar o fundo da jaula deverá ser utilizado palha ou feno, pode também colocar na jaula litter (areia para gato) por baixo da palha ou feno para evitar os maus cheiros. Este animal deve fazer como profilaxia viral a vacinação anual contra a mixomatose e a doença hemorrágica viral. Tratam-se de doenças mortais, endémicas no nosso país que são propagadas por mosquitos. Para além disso a desparasitação interna também deve ser feita com regularidade. Temperatura ambiental: 18ºC. Esperança média de vida: 10 a 12 anos. Maturidade sexual: 4 - 5 meses de idade. Duração do estro (cio): Contrariamente á maioria dos mamíferos domésticos, o coelho não tem ciclos sexuais regulares, a ovulação é provocada pela cópula, portanto a qualquer momento desde que seja atingida a maturidade sexual, um casal de coelhos pode procriar. Duração da gestação: 31 dias. Sexo: Masculino: O orifício genital é separado do ânus através de um pequeno espaço, ao realizar a manipulação da zona genital pode-se observar o pénis. Fêmea: A distância do orifício genital ao anal é maior na fémea do que no macho. Na zona genital observa-se uma pequena fenda.
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Alimentação: O alimento base de um coelho deve ser feno de boa qualidade, para complementar este alimento o coelho deverá ingerir ração apropriada, representando um complemento de nutrientes e vitaminas. Consumo de comida (g/100gr PV): 5 gr/dia. Consumo de água (ml/100gr PV): 5 - 10 ml/dia.
5. Répteis 5.1. Sáurios Os lagartos são animais de sangue frio. Por isso, a maioria deles procura lugares quentes para viver. Muitas espécies habitam regiões tropicais húmidas ou desertos secos. Vivem debaixo da terra, sobre o chão ou em árvores e plantas. Algumas espécies passam parte do tempo na água. A maioria dos lagartos é ativa durante o dia e repousa à noite. As lagartixas, porém, geralmente são ativas do anoitecer até o raiar do dia. Os diferentes tipos de lagarto locomovem-se de formas muito diversas. A maioria corre sobre quatro pernas, mas alguns correm mais velozmente sobre as patas traseiras, levantando apenas a parte da frente do corpo.
Fig. 17: Lagarto a correr
Os lagartos sem pernas locomovem-se da mesma forma que as serpentes.
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Muitos lagartos conseguem mudar sua coloração escura e discreta por uma cor mais viva e forte. Fazem isso quando tentam atrair um lagarto do sexo oposto ou para assustar outro animal. Para alguns lagartos, a mudança de cor é um meio de comunicar-se com outros lagartos, faz parte de sua linguagem. A temperatura e a luz também afetam as mudanças de cor. Os lagartos passam boa parte do tempo procurando alimento. A maioria deles alimenta-se de insetos, mas alguns comem sementes e plantas. Eles podem escavar a terra em busca de alimento, mas também podem aguardar a sua presa se esta se aproximar e então avançar de repente de forma a capturá-la.
5.1.1. Iguana Família: Iguanidae Distribuição: Zonas tropicais das Amáericas: América Central, norte do Brasil e região central do México. A iguana da espécie Iguana iguana, também chamada de iguana-verde, é um dos répteis mais criados em cativeiro. Têm hábitos arborícolas, isto é, vivem em árvores, podendo atingir alturas de 180 cm. Quando novas, as iguanas possuem uma coloração verde intensa, já quando adultas, apresentam, ao longo do corpo, listras escuras. A cauda de uma iguana pode chegar a atingir dois terços do comprimento total do corpo. As Iguanas devem ser criadas em terrários tropicais húmidos, por habitarem florestas tropicais.
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Fig. 18: Iguana
Alimentação: As iguanas jovens até aos 2 anos e meio ou 90 cm de comprimento devem ser alimentadas uma vez ao dia com plantas cortadas em pedaços não muito largos e alguns insetos ocasionalmente. As iguanas adultas devem ser alimentadas uma vez por dia ou dia sim - dia não com plantas cortadas grosseiramente. Cada refeição deve conter vegetais ricos em cálcio como por exemplo: folhas de nabo, folhas de beterraba, couve, dentes de leão, salsa, espinafre, ração de luzerna. Outros vegetais como por exemplo: vegetais mistos congelados, batata doce, brócolos, feijões, quiabo, cenoura, grelos. Frutas muito variadas, figos, papaias, melão, maçãs, pêssegos, ameixas, morangos, tomates, banana com casca, uvas, kiwi. Podem ser administrados como suplementos vitaminas e minerais no entanto uma dieta variada com os vegetais e os frutos mencionados na proporção certa é o mais indicado. Como suplementação mineral pode utilizar-se ossos de choco feitos em pó sobre a comida, na quantidade de uma colher de chá, duas vezes por semana.
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Fig. 19: Alimentação variada para iguana
A iguana é um réptil que se for habituado, poderá facilmente beber através de um recipiente comum para a água. Esta deve estar sempre presente e ser mudada diariamente. Alojamento: À iguana não lhe deve ser permitido andar livremente pela casa, não só porque podem ser sujeitas a traumatismos provocados acidentalmente pelos donos ao abrir uma porta ou andar mais distraidamente, mas também por razões próprias da sua fisiologia, pois ao contrário dos mamíferos não conseguem manter o seu calor corporal constante, independentemente do calor do meio exterior e, assim ficam sujeitas a arrefecer perigosamente por falta de acesso a locais que lhes proporcionem o calor desejado. Assim devemos mantê-la num território com as condições ideais. O chão da jaula pode ser de jornal, que facilmente se substitui. É de evitar chão à base de pedrinhas de gato ou areia pois são facilmente ingeridos pela iguana provocando efeitos muitas vezes dramáticos. O território deve ter plantas verdadeiras, rochas e pedras que sirvam de esconderijo à iguana e ramos aos quais ela possa subir, visto a iguana ser uma espécie arbórea. Fontes de calor primárias e secundárias:
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As fontes de calor primárias devem manter o calor geral de toda a instalação e ser reguladas para a temperatura ideal para manter a iguana, quer de dia quer de noite. Estas devem estar situadas sobre a jaula e fornecer calor radiante, são exemplo as lâmpadas incandescentes. As fontes secundárias de calor são utilizadas para providenciar calor numa zona mais específica do território. Esta fonte secundária pode ser uma lâmpada incandescente de 50 a 75 watts colocada num refletor de alumínio, que incide sobre uma zona particular da jaula. Durante a noite podemos utilizar uma luz vermelha para não perturbar o ritmo circadiano do réptil que deve ser de 13 horas dia para 11 horas de noite durante o verão e vice versa no Inverno. Estas devem ser colocadas a 45-60 cm do réptil e não podem ter nem vidro, nem plástico entreposto. Devem estar ligadas durante 10 a 20 minutos por dia.
Fig. 20 - Terrário interior para iguanas
Humidificação do ambiente: A iguana vive habitualmente num habitat com bastante humidade, assim, umas borrifadelas de água, certas vezes durante o dia, só lhe farão bem. Domesticação: A primeira semana que a iguana está consigo deixe-a habituar-se ao novo ambiente e contacte o menos possível com ela. Após esta semana de adaptação comece por acariciá-la por breves momentos, pegar-lhe ao colo, situações estas que se devem repetir cada vez com mais frequência consoante a tolerância da iguana. O seu contacto com a iguana deve ser o mais suave possível pois a iguana não gosta de se sentir agarrada. Sempre que tiver de a agarrar para a mudar de sítio
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ou qualquer outra razão nunca a agarre pela cauda, pois um belo dia terá a agradável surpresa de ficar com a cauda na mão e a iguana a fugir pela casa.
5.1.2. Camaleão É que réptil que se movimenta-se lentamente para não ser notado antes do ataque. Para capturar as suas presas, utiliza a língua que tem a ponta pegajosa.
Fig. 21: Camaleão
Família: Chamaeleonidae Distribuição: África (ao sul do Saara), Portugal e Espanha.
Características: Têm habilidade em trocar de cor, possui uma língua rápida e alongada, os olhos movem-se independentemente um do outro. Quando um camaleão vê uma presa, pode fixá-la com um olho e utilizar o outro para verificar se não há predadores nas redondezas. O encéfalo do camaleão recebe duas imagens separadas, que tem de associar. À medida que se aproxima da presa, o camaleão fixa-a com ambos os olhos para poder fazer pontaria. Os olhos são recobertos por uma pálpebra que deixa livre apenas uma pequena área circular no centro, que corresponde à íris e a pupila. A sua pele contém bastante queratina, o que apresenta uma série de vantagens (em especial, à resistência). Mas essa característica faz com que o camaleão
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precise fazer a "muda" de pele durante seu crescimento (a pele antiga descama dando lugar a outra), Alimentação: Consegue com grande velocidade estender a língua quase um metro e o inseto fica preso e é ingerido. A sua alimentação é constituída principalmente à base de insetos, entre os quais estão o gafanhotos, joaninhas e besouros. Algumas espécies ocasionalmente comem vegetais e frutas. Na natureza a dieta é variada.
Fig. 22: Alimentação do Camaleão
Esta alimentação tão variada fornece todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento, crescimento e reprodução. Quando mantemos camaleões em cativeiro, podemos encontrar alimento vivo em lojas. O melhor momento para alimentar os camaleões é a meio da manhã, quando este adquiriu a sua temperatura corporal ideal e tem muito tempo pela frente para fazer uma boa digestão. Devemos evitar de alimenta-los no final da tarde porque nesta altura do dia eles têm muita dificuldade em digerir os alimentos. É conveniente tentar a habitua-los a comerem no seu comedouro. Desta forma consegue-se controlar melhor os alimentos ingeridos, a sua qualidade e as fugas das presas.
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5.2. Tartaruga As tartarugas também pertencem á classe dos répteis. As tartarugas aquáticas passam grande parte do seu tempo dentro de água, deslocando-se bastante bem nesse meio. Por outro lado as tartarugas terrestres passam a maior parte do tempo em terra e são bastante lentas.
Fig. 23: Tartaruga
Número de ovos: 1 a 50 ovos Temperatura ambiente: Estes animais são poiquilotérmicos, ou seja a sua temperatura corporal está direta com a temperatura ambiente, razão pela qual a origem destes animais são países tropicais ou subtropicais e não de países frios a temperados. Existem alguns erros que devem ser evitados pelos proprietários de tartarugas tais como: colocar um destes animais num quarto ou espaço aberto, pois para além de poderem apanhar uma pneumonia, este ato pode contribuir para que ocorram acidentes que possam provocar feridas na carapaça ou mesmo que esta se parta. Outro erro é expor as tartarugas durante muito tempo a um sol direto, a exposição solar é importante mas deve ser moderada, pois elas só suportam temperaturas até aos 41ºC. Temperatura ambiente: 21 a 26ºC, as tartarugas entram em hibernação quando a temperatura ambiente desce abaixo dos 10ºC, quando os dias se tornam mais
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curtos, ou também se faltar alimento. Quando estão hibernadas, elas enrolam-se sobre si mesmo e parecem estar doentes. Alimentação: Devem ser alimentadas com ração completa e adequada para esta espécie e nunca apenas com camarão seco. Este camarão pode ser dado como complemento da alimentação em conjunto com outros alimentos tais como: fruta fresca e vegetais. Para além disso pode também ser administrado um suplemento vitamínico especial para tartaruga. Caso não disponha de ração própria pode administrar outros tipos de alimento, tais como: Ração para gato – De preferência Light, pode administrar-se ocasionalmente por causa da elevada quantidade de gordura e proteína; Gammarus e Krill – Serve como guloseima. Insetos – caracóis, gafanhotos, larvas da farinha, minhocas, grilos. Estes podem ser adquiridos nas lojas de animais (vivos ou enlatados), são criados exclusivamente para fonte de alimento, uma vez que os insetos capturados na natureza podem não estar de boa saúde e transmitir algum vírus ou doença à tartaruga. Peixe – Cru ou cozido (sem qualquer condimento ou sal). Devem ser de preferência peixes de água doce como o salmão, truta, carpa e bogas. Fruta – Maçã, pêra, manga, melão, papaia, banana, uvas e morango são boas escolhas. Legumes e vegetais – Cenoura e abóbora (cru ou cozida), ervilha, agrião, folhas de brócolos, couve portuguesa e folhas de beterraba são algumas das verduras indicadas para tartarugas. Maneio: De modo a evitar o adoecimento da tartaruga recomenda-se algumas medidas profiláticas. O primeiro aspeto a considerar é que, dada a fragilidade desta espécie animal, deve-se sempre tomar as devidas precauções para que nunca esteja exposta a mudanças bruscas de temperatura. As tartarugas não têm nenhum mecanismo fisiológico de compensar assimetrias térmicas. Se a sua tartaruga estiver num ambiente de água quente, uma simples corrente de ar pode causar-lhe doença. O segundo aspeto e igualmente importante é a manutenção de excelentes condições de higiene de todo o aquário. Aspire
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frequentemente as fezes na água ou instale mesmo um filtro próprio para o efeito. Deve observar a sua tartaruga diariamente de forma a perceber se ela têm evidências de alguma patologia: olhos com mucosidades, carapaça mole ou com imperfeições, zona do nariz húmida, fezes líquidas e apatia generalizada.
Distinção entre sexos: Macho: As unhas são mais compridas e a cauda é mais grossa e comprida. O plastron (zona ventral) é côncavo. Fêmea: O plastron (zona ventral) é reta. Podemos encontrar a cloaca (orifício genital através do qual passam os ovos), na base da cauda. Outras formas mais assertivas para determinar o sexo é através do doseamento de hormonas sexuais no sangue ou através de endoscopia.
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Referências bibliográficas: Alderton, D. (2002) Como Cuidar do seu Pássaro de Estimação. Porto: Dorling Kindersley – Civilização Editores.ISBN: 972-26-1334-0 Carpenter, J.W. (2012) Exotic Animal Formulary. Fourth Edition. USA: Elsevier. ISBN-10: 1437722644
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EXERCICIO DE AUTO-AVALIAÇÂO 1 – Que partes do corpo de uma ave devemos observar para escolher a ave ideal? a) Narinas b) Olhos c) Garras d) Todas as respostas anteriores estão corretas. 2 – As narinas de uma ave saudável devem ter que aspeto? a) Corrimento b) Respiração ofegante c) Escamas soltas d) Nenhuma das restas anteriores está correta 3 – Quais as gaiolas ideais para uma ave? a) Gaiolas interiores b) Gaiolas exteriores c) Gaiolas exteriores com acesso a zonas cobertas d) Gaiolas exteriores que estejam completamente ao sol 4 – Qual o material ideal para a construção de poleiros? a) Madeira natural b) Plástico c) Metal d) Nenhuma das respostas anteriores está corretas. 5 – Qual a alimentação ideal para uma ave? a) Ração b) Sementes c) Comida húmida d) Todas as respostas anteriores estão corretas. 6 – Quais os vegetais que uma ave pode ingerir? a) Brócolos, couve, hortaliça, rúcula b) Brócolos, ervilhas, cenouras, feijões e milho c) Couve, hortaliça, feijões e milho d) Nenhuma das respostas anteriores estão corretas. 7 – Qual dos seguintes alimentos devem as aves evitar? a) Café
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b) Chocolate c) Ervilhas d) As respostas a) e b) estão corretas. 8 – Qual dos seguintes brinquedos é aconselhado para quebrar a monotonia de uma ave? a) Vidro b) Objetos pintados c) Laranja d) Nylon das carpetes 9 – O que devemos evitar fazer próximo de uma ave? a) Fumar b) Aspergir sprays desodorizantes c) Colocar inseticidas d) Todas as afirmações anteriores estão corretas 10 - Os Hamsters são oriundos de: a) Regiões secas b) Regiões húmidas c) Regiões áridas d) Nenhuma das afirmações anteriores está correta
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SOLUÇÕES DOSEXERCICIO DE AUTO-AVALIAÇÂO 85 1–D 2–D 3–C 4–A 5–A 6–B 7–D 8–C 9–D 10 – A 1-
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