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ERGONOMIA MÓDULO II

ERGONOMIA FÍSICA SESSÃO 4 www.nova-etapa.pt


Mód. II – Sessão 4: Ergonomia Física

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ÍNDICE

Módulo II – Sessão 4 - Ergonomia Física

3

Objetivos Pedagógicos

3

Conteúdos Programáticos

3

1. Disposição de Materiais no Posto de Trabalho 2. Segurança e Saúde

4 21

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MÓDULO II: SESSÃO 4 – ERGONOMIA FÍSICA (CONTINUAÇÃO)

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final desta sessão deverá ser capaz de: • Reconhecer a melhor disposição de materiais no posto de trabalho; • Reconhecer o papel da ergonomia na segurança e saúde.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • Disposição de materiais no posto de trabalho; • Segurança e Saúde.

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DISPOSIÇÃO DE MATERIAIS NO POSTO DE TRABALHO

O espaço de trabalho é um espaço imaginário, necessário para o organismo realizar os movimentos requeridos para um trabalho. Embora certos trabalhos exijam muitos movimentos de todo o corpo, quer seja a andar, a correr ou a subir as escadas, a maioria das ocupações da vida moderna é desempenhada em espaços relativamente pequenos, com o trabalhador de pé ou sentado, executando movimentos maiores com os membros do que com o corpo. De uma forma geral, deverão ser considerados os seguintes fatores no dimensionamento do espaço de trabalho:

Aspetos a considerar no dimensionamento do espaço de trabalho • Postura • Tipo de atividade manual • Vestuário O vestuário tanto pode aumentar o volume ocupado pelas pessoas como limitar os seus movimentos. Antes de falarmos da organização do espaço de trabalho

vamos

fazer

mais

umas

breves

considerações sobre a anatomia do corpo humano. Antebraço e mão Grande

parte

dos

movimentos

da

mão

é

proveniente da contração dos músculos situados no antebraço.

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A transmissão da força destes músculos até à mão dá-se através dos tendões. A enervação do antebraço e mãos é realizada pelos nervos "radial, mediano e cubital".

Imagem 1 – Área dorsal do antebraço e mão

O mesmo mecanismo é utilizado na face ventral do antebraço e palma da mão. Os tendões desta face, passam pelo chamado túnel do carpo. O túnel do carpo é uma região do punho por onde passam os tendões provenientes da musculatura do antebraço, delimitado na sua base pelos ossos do carpo e no topo por uma cinta fibrosa. Estas delimitações formam uma estrutura semelhante a um túnel. Daí o nome " túnel do carpo". Juntamente com os tendões, passa o nervo mediano, responsável pela enervação de uma parte considerável da mão. Este túnel tem o espaço suficiente para a passagem destas estruturas (tendões e nervos). Assim sendo, qualquer alteração que cause o "inchaço" da região,

pode

comprimir as outras estruturas e

consequentemente o nervo mediano, provocando uma dor local com ou sem irradiação.

Imagens 2, 3 e 4 – Anatomia do túnel do carpo

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Esta debilidade do túnel é chamada de "síndrome do túnel do carpo".

Imagem 5 – Área ventral do antebraço e mão (palma).

O movimento do dedo indicador apresentado acima, é muito exigido durante a utilização do rato. O problema aqui reside no facto de mantermos o indicador em extensão estática (contração) na maior parte do tempo em que movimentamos o rato, para evitar o "click" do botão. A manutenção desta extensão (contração) por tempo prolongado, pode provocar dor na região dos músculos extensores dos dedos , localizados na área dorsal do antebraço. Pescoço - O nosso pescoço é sustentado pela parte cervical da coluna e por vários músculos. Alguns desses músculos são responsáveis por gerar desconfortos causados por vícios posturais, no seu posto de trabalho ou fora dele. Outro fator importante que está na origem deste tipo de desconforto é psicoemocional: o stress.

Imagens 6 e 7 – Zona do pescoço afetada por erros de postura e pelo stress.

Sob stress, temos tendência a contrair os músculos do corpo. Curiosamente quem deteta facilmente estas contrações tensionais é o nosso dentista, ao notar o desgaste 6 www.nova-etapa.pt


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anormal dos nossos dentes por contração dos músculos da cara (inclusive durante o sono). Ombro A área do “músculo deltoide” é uma das

que geram desconforto

quando

durante

trabalhamos

no

computador

grandes

intervalos de tempo. Isto por ser uma das regiões responsáveis

por manter a elevação

do braço.

Imagem 8 – Zonas do braço afetadas devido a postura inadequada quando trabalhamos no computador.

O movimento estático (contração), é comum durante a utilização do rato e teclado. O desconforto muscular neste caso dá-se geralmente no ombro e no pescoço. A “postura neutra” tenta minimizar esta contração, mas uma vez que também não é a nossa postura natural de repouso, poderá provocar desconfortos musculares, ao fim de algum tempo, principalmente na coluna lombar.

Imagem 9 – Músculos contraídos durante a utilização do rato e teclado.

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Também se associa um desconforto na região do “músculo trapézio”, pois para mantermos o braço elevado, toda a região do ombro é mobilizada para que esta posição se mantenha.

Imagem 10 – Músculos trapézio

Podemos concluir que a posição de trabalho só se deverá manter enquanto se estiver a trabalhar; em alternância deverão fazer-se alongamentos e relaxar. Coluna Lombar A nossa coluna é um empilhamento de vértebras, equilibradas pelos músculos e ligamentos em seu redor. A região lombar, sustenta o peso da porção superior do corpo. Se permanecermos na mesma posição por tempo prolongado (sentado ou em pé), poderá surgir fadiga desta musculatura de sustentação, acarretando desconforto nesta região.

Imagem 11 – Região lombar da coluna.

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A espinal-medula proveniente do cérebro passa por um orifício das vértebras. São os discos intervertebrais que permitem a flexibilidade da coluna.

Imagem 12 – Discos intervertebrais

RECOMENDAÇÕES ERGONÓMICAS Toda a intervenção ergonómica objetiva a transformação da situação de trabalho analisada. A partir do diagnóstico das disfunções Homem-tarefa ergonómicas transformação.

Imagem 13 – Postura correta ao computador

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propõem-se que

permitem

recomendações alcançar

esta


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A seguir, descrevemos algumas recomendações para a organização do espaço de trabalho: QUANTO ÀS INSTALAÇÕES

• Iluminação Este é um fator relevante para o conforto visual que pode influenciar a produtividade e qualidade final de qualquer trabalho. Deve ser adequada à natureza da atividade. Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas (cores mate) e o monitor, caso exista, deve ser antirreflexo. Deve evitar colocarse os computadores próximo das janelas. Os candeeiros deverão ter proteção adequada. A localização dos postos de trabalho em relação as luminárias e janelas é bastante importante. Devemos ainda estar atentos às diferenças entre os colaboradores dextros e canhotos que ocupam os postos.

• Cores A luminosidade deve ser equilibrada com recurso a cores suaves em tons mate. Os coeficientes de reflexão das

superfícies

do

ambiente,

devem

ser

aproximadamente: 80% para o teto; 15 a 20% para o piso; 60% para a parede (parte alta); 40% para as divisórias, parede (parte baixa) e mobiliário.

• Temperatura Como regra geral, temperaturas confortáveis, para os ambientes informatizados, encontram-se entre 20 e 22 graus centígrados, no inverno, e entre 25 e 26 graus centígrados, no verão (com níveis de humidade entre 40 a 60%). Por questões hormonais, as mulheres tendem a sentir mais frio do que os homens; outros fatores como a diferença do vestuário utilizado por cada um, também contribuem para esta característica. Ou seja, um homem, com calças compridas e camisa de mangas compridas, estará melhor protegido do que uma mulher com uma saia e uma blusa com alças. Para evitar desconforto térmico de um dos lados, deverá existir a possibilidade de regulação do ar expelido. 10 www.nova-etapa.pt


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• Acústica São recomendáveis para ambientes de trabalho que envolvam atividades intelectuais e atenção constantes, índices de pressão sonora inferiores a 65 dB(A). Por esse motivo recomenda-se o tratamento adequado do teto e paredes, com materiais acústicos e a utilização de divisórias especiais, quando necessário.

• Humanização do Ambiente Sempre que possível deverá humanizar-se o ambiente (plantas, quadros e, quando praticável, som ambiente) e também estimular a convivência social.

Isto

irá

traduzir-se

num

aumento

significativo da produtividade. O processo da socialização é muito importante para a saúde psíquica. QUANTO AO MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS

• O monitor deve estar centrado em relação ao teclado. Para garantir o conforto visual recomenda-se manter o monitor entre 45 e 70 cm de distância, com a altura regulada, à sua linha de visão. Isto pode ser feito através de um suporte de monitor, ou pela utilização de mesas dinâmicas. Sempre que possível procurar "descansar" os olhos, olhando para objetos (quadros, plantas, aquários, etc.) e paisagens a mais de 6 metros. O objetivo do correto posicionamento do monitor é que a coluna permaneça direita. Deve ser limpo pelo menos uma vez por semana. Também noutras funções que exijam o olhar fixo para outro tipo de monitores deverá adotar-se o mesmo procedimento para descansar os olhos. Por vezes utilizam-se acessórios para diminuir os reflexos do ecrã, no entanto este problema pode ser minorado ajustando apenas o monitor em relação à fonte de luz. Por outro lado os próprios monitores têm controlos que permitem reduzir o brilho. Se ainda assim optarmos pelas telas antirreflexo, estas deverão ter uma superfície polarizada, para não surtir o efeito contrário.

• O espaço destinado às pernas e pés deve estar livre de objetos, cabos, etc. 11 www.nova-etapa.pt


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• Os rebordos das mesas devem ser arredondados, para evitar a compressão das estruturas do punho (músculos, tendões, nervos, artérias e veias). As duas variáveis que influem na altura da mesa, para o trabalho sentado, são a altura do cotovelo e o tipo de trabalho a ser executado. Quando o trabalhador está sentado, a altura do cotovelo depende da altura do assento e, desta forma, deve dimensionar-se inicialmente a altura do assento utilizando-se a altura poplítea (parte inferior da coxa), como referiremos mais à frente. Adicionando-se a esta, a altura do cotovelo, obtém-se a altura da mesa. Partindo do princípio de que é mais fácil ajustar a altura da cadeira e manter a altura da mesa fixa, é feita a proposta de mesas com 74 cm de altura e cadeiras reguláveis entre 47 e 57 cm, complementado com um estrado, também regulável, até 20 cm de altura, para os pés.

Imagem 14 – Cadeira ergonómica e respetivo estrado

Na hipótese de se fazer uma mesa regulável esta deverá ter entre 54 e 74 cm de altura e a cadeira, também regulável, entre 37 e 47 cm, dispensando-se o apoio para os pés. Em certos casos, esse apoio para os pés poderá ser mantido, pois ajuda o trabalhador a realizar pequenas mudanças na postura, enquanto permanece sentado, contribuindo assim para aliviar a fadiga.

• Os objetos de utilização constante deverão ser colocados no raio de alcance das mãos, para que não haja necessidade de inclinar a coluna para os alcançar (telefone, canetas, bloco de notas, disquetes, etc.), por seu turno os objetos de utilização esporádica deverão ficar mais distantes, ou dentro das gavetas, para manter as mesas o mais livres possível (CD, furadores, agrafadores, etc.).

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• As superfícies horizontais de trabalho têm especial interesse em ergonomia, pois é sobre elas que se realiza grande parte dos trabalhos de montagens, inspeções, serviços de escritórios e outros.

• A área de alcance ótimo sobre a mesa pode traçar-se, girando os antebraços em torno dos cotovelos com os braços caídos normalmente. Estes irão descrever um arco com um raio de 35 a 45 cm. A parte central, em frente ao corpo, fazendo interseção com os dois arcos, será a área ótima para utilizar as duas mãos.

• A área de alcance máximo será obtida fazendo-se girar os braços estendidos em torno do ombro. Estes descreverão arcos de 55 a 65 cm de raio.

Imagens 15,16 e 17 – Representação esquemática das áreas: fora de alcance, de alcance normal e de alcance máximo respetivamente

• No que respeita a uma bancada, a sua altura ideal depende da altura do cotovelo, com a pessoa em pé, e do tipo de trabalho que executa. Em geral a superfície da bancada deverá ficar 5 a 10 cm abaixo da altura dos cotovelos. Para trabalhos de precisão, é conveniente uma superfície ligeiramente mais alta (até 5 cm acima do cotovelo). Para trabalhos mais grosseiros e que exijam pressão para baixo, a superfície deverá encontrar-se até 30 cm abaixo do cotovelo. Observa-se que as alturas recomendadas são para superfícies de trabalho. No caso de manipulação de objetos que tenham uma certa altura, essas devem ser descontadas. Por exemplo, para esculpir peças de madeira com 10 cm de espessura, a altura ideal para o Homem médio seria de 100 cm e logo a bancada deveria ter a altura de 90 cm.

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• Os teclados têm geralmente teclas de letras à esquerda e um pequeno teclado numérico à direita. Se digitarmos sobretudo textos, devemos centrar o teclado considerando apenas as teclas de letras. Este centro encontra-se geralmente entre

as

teclas

“G”

e

“H”.

Caso

utilizemos

preferencialmente o teclado numérico, devemos colocar o teclado numérico tendo em conta a mão dominante (direita ou esquerda). Outra opção é a utilização

de

um

mini-teclado

numérico

independente. Para a digitação no teclado, sejam letras ou números, não é necessário e não se deve utilizar força. Pode recorrer-se ou não, ao apoio de braço da cadeira. Assim como a altura do monitor, a do teclado também deve ser regulável. Ajustando-o até que fique ao nível da altura dos cotovelos. Durante a digitação é importante que se mantenha o teclado sempre na posição mais baixa. As mãos devem manter um ângulo em relação ao punho, como mostram as ilustrações. O mesmo procedimento deverá ser adotado em funções que exijam a utilização de movimentos similares aos descritos. CORRETO

INCORRETO

INCORRETO

Posição neutra

Angulação para

Angulação para cima

baixo

Figuras 1, 2 e 3

• Existem diferentes tipos e tamanhos de ratos. Devemos saber utilizá-los com ambas as mãos, para poder revezá-las. Estes devem ser colocados ao lado do teclado, de acordo com a mão que os irá utilizar. Devem ser movimentados suavemente. Deveremos também manter uma posição semelhante à do teclado.

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Utilizações com desvios laterais do punho também são contraindicadas: CORRETO

INCORRETO

INCORRETO

Posição neutra

Desvio interno

Desvio externo

Figuras 4, 5 e 6

• Uma cadeira deverá ter 5 pés de apoio na base, uma vez que a estabilidade é superior a uma de 4 pés, prevenindo quedas. É importante que se possa trabalhar com os pés no chão. As cadeiras devem, portanto, possuir regulações compatíveis com as da população em questão. O assento é, provavelmente, uma das invenções que mais contribuiu para modificar o comportamento humano. Na vida moderna, muitas pessoas chegam a passar mais de 20 horas por dia nas posições de sentada e deitada. Diz-se até que a espécie humana, homosapiens, já deixou de ser um animal ereto, homo erectus, para se transformar no animal sentado, homo sedens. O assento deve possuir o bordo anterior curvado para baixo e regulações de altura, para que a cadeira possa ser ajustada de modo a possibilitar o paralelismo das coxas em relação ao chão. A parte posterior dos gémeos deve ficar afastada do assento no mínimo de 2 ou 3 centímetros, com o objetivo de distribuir o peso do corpo pelo assento. Uma regulação demasiado alta, tende a comprimir a parte posterior da coxa próxima do joelho. Baixa demais, a força de compressão tende a localizar-se apenas nos glúteos. Ambas as situações geram desconforto e dificultam a circulação sanguínea. O material de revestimento deverá ser rugoso e macio.

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-O apoio lombar tem a função de apoiar a região lombar da coluna. Este apoio deve possuir uma regulação de altura e inclinação, independente das regulações do assento e ter um tamanho médio. Um apoio lombar bem ajustado, auxilia na sustentação da coluna.

Sem

este

apoio,

esta

sustentação

é

da

responsabilidade da própria coluna, concentrando o peso da parte superior do corpo na última vértebra lombar. Sem o apoio e dependendo do tempo que permanecermos sentados, surgirá inevitavelmente fadiga. Como a maioria das mesas não é regulável em altura, eleva-se a altura do assento e se necessário coloca-se um apoio para os pés, com o objetivo de evitar a compressão das coxas e diminuição da circulação sanguínea nas pernas. O apoio evita que as pernas fiquem "penduradas", causando compressão da coxa próximo ao joelho e diminuição da circulação sanguínea nas pernas.

• A colocação da impressora no local de trabalho torna-se muitas vezes um grande problema. Considerando

que

ao

enviarmos

um

documento para impressão, ele foi revisto, não há necessidade que esta fique no nosso campo visual direto.

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No exemplo, que apresentamos existe uma área específica para impressoras, deixando o local de trabalho mais livre. Por outro lado também facilita a sua manutenção.

• O telefone é um equipamento primordial para as atividades de hoje, independente da função. Como já vimos anteriormente ele faz parte dos objetos de utilização constante.

Figura 7

Caso a frequência de utilizações seja muito grande devemos optar pela utilização de um suporte, para evitar desconforto no pescoço e coluna. • Existe um equipamento que cada vez mais faz parte da nossa vida profissional e sobre o qual faremos breves considerações; os computadores portáteis. Estes são concebidos para utilizações por um curto período de tempo como sejam as palestras e as apresentações. Por vezes, obrigamo-los a uma maior versatilidade. Utilizá-los de forma ergonomicamente correta é complicado devido às suas dimensões, por isso apenas daremos algumas sugestões com o intuito de prevenir desconfortos musculares.

• Devemos escolher um computador leve, com um écran grande e muitas portas de ligação a periféricos. Deverá ser acondicionado em malas com rodas ou que se possam colocar às costas.

•Quando tivermos que trabalhar muitas horas deveremos recorrer a um apoio que mantenha o computador inclinado para a frente.

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•É importante que exista uma distância confortável para acesso ao teclado, o ideal será utilizar um rato e monitor externos. Se tivermos estas condições poderemos utilizar o computador portátil como se fosse um desktop.

Existem

no

mercado os mais variados apoios de punho

para

teclados e/ou ratos. No entanto independente do modelo (seja rígido, com silicone gel, etc.), existirá igualmente uma compressão dos tendões. Obviamente, o suporte em gel, distribui melhor esta compressão. Mais uma vez, enfatizamos a realização de pausas e/ou micropausas preventivas. Se não estiver a utilizar o equipamento, deve tirar as suas mãos do teclado e do rato. Algumas pessoas tem o vício de ficar em posição de digitação e utilização do rato, enquanto leem, conversam, etc.

• Existe um acessório importante que devemos utilizar quando realizamos diariamente a cópia de textos impressos, o porta documentos. Este pode evitar desconfortos na região do pescoço, uma vez que evita constantes lateralizações da cabeça. A função do porta documentos é permitir que o documento fique mais próximo do monitor. Existem modelos que sustentam o documento agregado ao lado do monitor, ao lado da mesa lateralmente e em cima da mesa. Os modelos que se apoiam na mesa facilitam as nossas anotações no próprio texto. A escolha é pessoal de acordo com o tipo de trabalho que realizamos. Não podemos esquecer-nos que uma porta documentos suporta poucas páginas. Para livros, e aglomerados de páginas mais densos devemos procurar outras formas de suporte, que se apoiem sobre a mesa. 18 www.nova-etapa.pt


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Mas ainda que tenhamos otimizado a disposição de materiais no posto de trabalho, devemos considerar solidamente a ginástica laboral. Ginástica Laboral Como já referimos devemos fazer pausas no trabalho e fazer ginástica laboral. Esta pode ser aplicada nas empresas como exercícios de preparação, compensação ou relaxamento.

Figura 17 – Ginástica laboral - Exercícios de relaxamento e alongamento

Ginástica Preparatória Indicada para tarefas que exigem muito esforço físico, deve ser realizada antes do dia de trabalho, com uma duração de 10 a 15 minutos. Desta forma o funcionário fica preparado para iniciar as suas tarefas diárias, despertando-o e prevenindo distensões musculares. Os exercícios preferenciais são os de alongamento, aquecimento e mobilidade articular. Ginástica Compensatória Realizada ao longo do dia de trabalho, com uma duração de 5 a 10 minutos, como pausa ativa, compensando posturas inadequadas e esforços repetitivos, exigidos em funções operacionais, de forma a minimizar os desconfortos musculares. Os exercícios 19 www.nova-etapa.pt


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mais indicados são os de alongamento e descontração. Esta ginástica é indicada para tarefas repetitivas, de muita concentração e pressão. Ginástica de Relaxamento Realizada no fim do dia de trabalho, com uma duração de 20 a 30 minutos, com o objetivo de recuperar do desgaste exigido no trabalho. São exercícios de relaxamento, respiração, massagem, que provocam a sensação de bem-estar. Benefícios da Ginástica Laboral

• Melhora a integração social e o clima organizacional; • Aumenta a disposição e concentração no trabalho; • Melhora a consciência corporal e postural; • Diminui a tensão muscular desnecessária; • Melhora a oxigenação dos músculos e do sangue; • Diminui os riscos de acidente no trabalho, por falha humana; • Diminui o absentismo e baixas.

Ideia Chave A maioria das ocupações é desempenhada em espaços relativamente pequenos. Para se dimensionar um espaço de trabalho deverão considerar-se: a postura, o tipo de atividade e o vestuário. Existem recomendações ergonómicas para a organização do espaço de trabalho quer no que respeita às instalações, quer ao mobiliário e equipamentos. É importante selecionarmos os objetos que iremos colocar na área de alcance normal, máximo e fora de alcance consoante a taxa de utilização. Todos estes procedimentos estarão completos com a execução de ginástica laboral.

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SEGURANÇA E SAÚDE Muitas vezes vimos saúde definida pela ausência de estados, como seja: “não patologia, não deficiência, não restrição a vida social, não miséria económica”. Contudo,

cada

vez

preferencialmente,

mais,

como

o

a

saúde

resultado

é de

vista, um

processo de construção. A OMS, define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de uma doença ou enfermidade.” Com a idade, as capacidades vão-se alterando. Porém, de um lado, esta evolução é sensível às condições de vida e de trabalho. Conforme estas condições, o envelhecimento é mais ou menos rápido, a expectativa de vida é mais ou menos longa. Por outro lado, as estratégias de compensação ou de adaptação desenvolvem-se e apoiam-se sobre a experiência adquirida no trabalho. Se os processos biológicos conduzem a uma degradação, as condições de trabalho e de vida podem influenciar positiva ou negativamente este processo. Acontece que a ergonomia tende a adotar ora uma abordagem paliativa, que visa a compensação das deficiências das pessoas, ora uma abordagem preventiva, que procura evitar a ocorrência de situações patogénicas. O primeiro objetivo da ergonomia (conforto e saúde) deve, portanto, estar voltado para a pesquisa das condições que não apenas evitem a degradação da saúde, mas, também, favoreçam a construção da saúde. Quando o ambiente de trabalho não é adequado às características e funcionamento da máquina humana, colocando-a em situações penosas, o que se pode observar é o aparecimento de diferentes tipos de doenças.

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A relação entre o trabalho e a saúde é complexa, destacando-se três situações principais: 

Quando as condições de trabalho ultrapassam os limites toleráveis do

organismo, a probabilidade de provocar uma doença no trabalhador é significativa. Neste caso, tem-se uma Doença Profissional que, no sentido restrito, se define como uma doença que surge devido à exposição a fatores físicos, químicos e biológicos, bem determinados do meio de trabalho que agridem o organismo humano. Por exemplo: a exposição a um nível elevado de ruído gera uma perda auditiva nos trabalhadores expostos. 

O meio profissional pode também ter um

papel importante, porém, associado a outros fatores de risco do ambiente fora do trabalho ou do modo de vida do trabalhador, gerando as doenças do trabalho. Diversos estudos mostram a ocorrência de perturbações digestivas, do sono, do humor com os trabalhadores em turnos alternados. Os horários alterados, a dificuldade de efetuar tarefas à noite, no momento de menor resistência do organismo, podem

influenciar

o

desenvolvimento

destas

patologias. Outros fatores, não profissionais, ligados por exemplo à herança genética, ao estado de saúde ou aos hábitos de vida (alcoolismo, tabagismo) têm também um papel importante no aparecimento e progresso destas doenças. 

Quando o trabalho é bem adaptado ao Homem, não só às suas atitudes e aos

seus limites, mas também aos seus desejos e aos seus objetivos, pode ser um trunfo para a saúde do trabalhador. Neste sentido, o trabalho nem sempre significa algo doentio. Ele é, muitas vezes, um poder estruturante para a saúde mental. Em resumo, no que diz respeito às doenças profissionais, existe uma relação direta de causa e efeito entre o fator de risco no trabalho e a doença.

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Como exemplos de doenças profissionais temos: 

As lesões por esforço repetitivo (LER), que referimos atrás;

Perda auditiva: é a doença profissional mais frequente reconhecida desde a

Revolução Industrial, sendo provocada, na maioria das vezes, pelos altos níveis de ruído; 

Bissinose: ocorre com trabalhadores que trabalham com algodão;

Siderose: ocorre em atividades desenvolvidas com limalha e partículas de

ferro, para quem trabalha com o metal; 

Asbestose: ocorre com trabalhadores que trabalham com amianto, e pode

derivar em cancro do pulmão. As doenças profissionais podem ser prevenidas respeitando-se os limites de tolerância de cada risco, utilizando-se adequadamente os equipamentos de proteção individual e com formas adequadas de atenuação do risco na fonte (ou seja, formas de atacar as causas das doenças nas suas origens), construindo uma parede acústica, por exemplo, caso haja um nível elevado de ruído no ambiente de trabalho. A segurança é um assunto, que não interessa só aos trabalhadores, mas também às empresas e sociedade em geral. Os acidentes geralmente resultam de interações inadequadas entre o Homem, a tarefa e o seu ambiente. Quando um acidente do trabalho de grande monta, ocorre, ouve-se, frequentemente, a expressão "o acidente foi causado por erro humano". A ocorrência dos acidentes está

ligada

a

várias

causas,

por

isso

utiliza-se,

habitualmente, o método da árvore de causas para avaliar a ocorrência de acidentes do trabalho. As causas dos acidentes, habitualmente, têm três componentes: organizacional, tecnológico e humana. A complexidade dos sistemas deve respeitar as capacidades do cérebro humano. Quando o funcionamento é normal, não ocorre nenhum problema, mas quando ocorrem disfunções no sistema, há uma propagação rápida das perturbações e, pela complexidade das combinações, o operador pode ter dificuldade em localizar as suas origens. 23 www.nova-etapa.pt


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Referem-se de seguida algumas causas importantes responsáveis pela ocorrência de acidentes. Causas relacionadas com máquinas e equipamentos: 

Inadequados aos utilizadores;

Sem manutenção;

Utilizados em condições não previstas.

Causas relacionadas com produtos: 

Produtos tóxicos;

Produtos radioativos;

Produtos químicos.

Causas relacionadas com o ambiente: 

Trabalho em alturas (construção civil);

Trabalho em profundezas (minas subterrâneas);

Trabalho submarino (plataformas de petróleo);

Trabalho em ambiente ruidoso;

Trabalho em temperaturas extremas;

Trabalho em ambiente com baixa luminosidade;

Trabalho com ferramentas vibratórias;

Trabalho em atmosfera poluída.

Causas relacionadas com a organização do trabalho: 

Horários;

Trabalho em turnos;

Cadências elevadas;

Salários;

Comunicação difícil entre os diferentes níveis hierárquicos.

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Causas relacionadas com indivíduo: 

Fadiga devido a uma sobrecarga física e mental;

Envelhecimento;

Formação insuficiente;

Problemas sociais.

Ideia Chave A Ergonomia tende a adotar uma abordagem paliativa ou preventiva. A doença profissional surge como consequência da exposição do trabalhador a fatores adversos no local de trabalho. Os acidentes resultam habitualmente de interações inadequadas entre o Homem, a tarefa e o ambiente. Embora haja a tendência para atribuir a erro humano, na realidade existem várias causas possíveis para a sua ocorrência.

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