PRIMEIROS SOCORROS PEDIÁTRICOS MÓDULO II
SUPORTE BÁSICO VIDA SESSÃO I
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Mód. II: Suporte Básico Vida
ÍNDICE
Módulo II SUPORTE BÁSICO VIDA Objetivos Pedagógicos
3
Conteúdos Programáticos
3
1. Noções Básicas de Anatomo-Fisiologia
4
2. Diferenças anatómicas entre o sistema respiratório do adulto e da criança
6
3. Cadeia de Sobrevivência Pediátrica
8
4. Suporte Básico de Vida em Pediatria
10
5. Algoritmo de SBV Pediátrico
23
6. Posição Lateral de Segurança
24
Síntese Conclusiva
27
Bibliografia
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Módulo II Suporte Básico Vida
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
No final deste módulo deverá ser capaz de: • Identificar as fases da Cadeia de Sobrevivência Pediátrica; • Reconhecer as situações em que se devem iniciar manobras de RCP; • Executar a sequência de procedimentos no Suporte Básico de Vida em Pediatria; • Executar a Posição Lateral de Segurança;
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • Noções Básicas de Anatomo-Fisiologia; • Diferenças anatómicas entre o sistema respiratório do adulto e da criança; • Cadeia de Sobrevivência; • Suporte Básico de Vida em Pediatria; • Algoritmo de SBV em Pediatria; • Posição Lateral de Segurança.
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1. NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMO-FISIOLOGIA
O sistema circulatório tem uma função primordial na distribuição do oxigénio e nutrientes a todas as células do organismo. Para que a circulação se processe é necessário que o coração mantenha a sua função de bomba de forma eficaz. O coração é formado por duas cavidades superiores – as aurículas – e duas cavidades inferiores – os ventrículos.
A função respiratória está intimamente ligada à função circulatória. Só mantendo uma boa capacidade ventilatória é possível o sangue receber a quantidade de oxigénio necessária à manutenção dos órgãos, com especial atenção para o cérebro. A fase ventilatória processa-se através de ciclos e cada ciclo ventilatório compreende um momento de inspiração, que corresponde à entrada de ar oxigenado na árvore brônquica e alveolar, seguida da expiração, na qual o ar menos oxigenado sai da árvore brônquica, passando a um momento de pausa até ao próximo ciclo ventilatório.
As principais estruturas que constituem a via aérea são: Nariz – via principal para a passagem de ar; Boca – via secundária para a passagem de ar; Faringe – via de passagem de ar e alimentos; Laringe – Liga a faringe à traqueia, contém as cordas vocais e os músculos que as movimentam; Traqueia – localizada anteriormente ao esófago e constituída por anéis; Brônquios – a traqueia divide-se em dois brônquios principais, direito e esquerdo. Cada brônquio ao entrar no pulmão subdivide-se em “canais” mais pequenos – os bronquíolos 4 www.nova-etapa.pt
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que terminam nos alvéolos que são minúsculos sacos de ar rodeados de capilares. É ao nível dos alvéolos que se encontra o sistema circulatório e onde ocorrem as trocas gasosas; Pulmões – Encontram-se separados por um espaço denominado mediastino, onde se localiza o coração e vasos sanguíneos de grande calibre, o pulmão esquerdo é mais estreito e comprido que o direito. Cada pulmão possui uma membrana – pleura - e a pressão no espaço pleural é mais baixa que a atmosférica, ajudando no mecanismo da ventilação. Um indivíduo saudável, em repouso, raramente toma consciência da sua própria ventilação. Ventilar é uma função automática, o indivíduo pode controlar, por períodos curtos, a frequência e profundidade da sua ventilação, no entanto, na maior parte do tempo, a ventilação é involuntária, controlada por centros nervosos respiratórios localizados no cérebro.
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2. DIFERENÇAS
ANATÓMICAS
ENTRE
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O
SISTEMA
RESPIRATÓRIO DO ADULTO E DA CRIANÇA Comparada ao resto do corpo, a cabeça da criança é proporcionalmente maior do que a do adulto (observe a figura ao lado).
O peso da cabeça pode causar uma flexão da coluna cervical em crianças com baixo tônus muscular, e esta flexão tende a obstruir a passagem de ar pelas vias aéreas.
A laringe encontra-se anatomicamente mais superior no pescoço do que nos anos seguintes, a glote localiza-se entre C3 e C4 (vértebras cervicais) e é mais afunilada do que a de um adulto. A epiglote infantil é mais longa, menos flexível e mais horizontal.
Desta forma, durante a deglutição a laringe provê uma ligação direta com a nasofaringe. Isto cria duas passagens praticamente separadas, uma para a respiração e outra para alimentação, permitindo a que criança respire e alimente-se ao mesmo tempo. É importante enfatizar que a mucosa da via aérea superior da criança é fina e facilmente traumatizável.
As vias aéreas de condução na criança são menores e mais estreitas do que as do adulto. A traqueia do recém-nascido tem aproximadamente 5 a 6 cm de comprimento e 4mm de diâmetro, aumentando de largura e comprimento com a idade. O suporte cartilaginoso é essencial para a estabilidade das vias aéreas de condução, desde a traqueia até o nível dos bronquíolos e a estrutura dos brônquios tem poucas fibras elásticas, portanto, a via aérea da criança é mais propensa ao colapso.
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Parede torácica e musculatura
O gradil costal do recém-nascido é composto principalmente por cartilagem. Ao contrário do adulto, a musculatura torácica da criança é imatura e não garante um bom suporte estrutural e nem ventilatório.
Além disto, as costelas da criança são horizontalizadas. Desta forma o tórax modifica-se pouco durante a inspiração, sobrecarregando o diafragma, o qual se move principalmente para cima e para baixo, além disto, as vísceras abdominais proporcionalmente maiores limitam a excursão vertical.
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3. A CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA A intervenção imediata nas situações de paragem cardiorrespiratória (PCR) mesmo antes da chegada da ajuda diferenciada (profissionais de emergência pré-hospitalar), tem sido um objetivo a alcançar. Tal só poderá ser conseguido com a intervenção ativa da população na aplicação das técnicas de Suporte Básico de Vida (SBV).
As técnicas de Suporte Básico de Vida visam manter uma oxigenação e circulação adequadas, sem o uso de equipamentos que não sejam os necessários para assegurar as medidas de proteção, como o uso da máscara para insuflação.
A cadeia de sobrevivência pediátrica difere da do adulto, uma vez que a causa de paragem cardiorrespiratória na criança é diferente da do adulto. Nestas idades predominam as causas não cardíacas, contrariamente ao que acontece num adulto. Em pediatria a causa predominante são os problemas relacionados com a via aérea e a ventilação, a prioridade será na permeabilização da via aérea e o restabelecimento da ventilação.
Os primeiros minutos são decisivos para a sobrevivência da vítima pediátrica e as ações a tomar devem ter em conta cada um dos elos da cadeia de sobrevivência.
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1º Elo – Prevenção O primeiro elo está relacionado com a Prevenção. Será mais fácil prevenir uma situação potencialmente perigosa do que abordar uma paragem cardiorrespiratória. Esta prevenção passa por adotar medidas preventivas nas variadas vertentes, cabendo à sociedade civil praticá-las.
2º Elo – Suporte Básico de Vida O início precoce das técnicas de SBV, logo que determinada a PCR, mantém a circulação cardíaca e cerebral, permitindo um maior sucesso à chegada dos técnicos da emergência.
3º Elo – Alerta A ativação do alerta (112) constitui o terceiro elo. O alerta deverá ser efetuado apenas após ter executado um minuto de Suporte Básico de Vida, com exceção de situações de criança com doença cardíaca ou história de arritmias.
4º Elo – Suporte Avançado de Vida O Suporte Avançado de Vida (SAV) eficaz aumenta as probabilidades de recuperação.
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4. SUPORTE BÁSICO DE VIDA PEDIÁTRICO
Reanimação cardiopulmonar (RCP) é o termo genérico aplicável ao conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida de uma vítima em paragem ventilatória (sem funcionamento do aparelho respiratório) e em paragem cardíaca (sem funcionamento do sistema cardiocirculatório). Ao contrário do que acontece com o adulto, em Pediatria, a Paragem Cardiorrespiratória (PCR) não é, habitualmente, um acontecimento súbito. As causas mais frequentes são relacionadas com a via aérea e a ventilação. Na criança são raros os acidentes cardíacos primários pelo que é fundamental e prioritário permeabilizar a via aérea e restabelecer a respiração. Nas crianças com patologia cardíaca congénita a PCR pode ser de causa primária cardíaca. Tipicamente a PCR em pediatria é o resultado final de um processo de deterioração progressiva da função respiratória e, posteriormente, circulatória. Inicialmente a insuficiência respiratória corresponde a um estado de compensação, mas, com o agravamento da falta de oxigénio rapidamente se deteriora ocorrendo paragem respiratória, seguida de paragem cardíaca. O primeiro objetivo da execução das técnicas de Suporte Básico de Vida (SBV) é o de fornecer oxigénio ao cérebro e ao coração, até que o tratamento médico possa ser instituído e venha a restabelecer o normal funcionamento cardíaco e ventilatório, pelo que, o pronto início do SBV é a chave de sucesso na reanimação e as suas etapas devem ser executadas pela ordem descrita a seguir;
A – Via aérea (abertura das vias aéreas e permeabilização destas) B – Ventilação (ventilação artificial) C – Circulação (circulação artificial através de compressões torácicas)
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Atualmente, as recomendações ERC (Europeean Resuscitation Council) vão no sentido, do socorrista comum não proceder à pesquisa do pulso dado a sua dificuldade em o sentir, mesmo para profissionais de saúde pode existir essa dificuldade, pelo que, não deve perder tempo na pesquisa da pulsação. Se a vítima não apresenta ventilação espontânea, tosse, sinais de deglutição ou qualquer movimento corporal (sinais indiretos de circulação ou sinais de vida) parta do princípio de que o coração deixou de bater e inicie de imediato as técnicas de SBV.
COMPRESSÔES TORÁCICAS E INSUFLAÇÕES (RCP) A reanimação é a combinação de compressões torácicas e insuflações. As compressões torácicas asseguram um pequeno mas crucial aporte de sangue ao coração e cérebro. As insuflações asseguram um fornecimento mínimo de oxigénio à circulação sanguínea. As compressões devem ser efetuadas: com uma frequência de 100 por minuto (até um máximo de 120/min); devem deprimir o tórax 1/3 do seu diâmetro antero-posterior (cerca de 4 cm no bebé e 5 cm na criança). A ventilação artificial consiste em insuflar ar para dentro dos pulmões da vítima. Existem três variantes de insuflação: 1. método “boca-a-boca” em que a boca do socorrista é adaptada à boca da criança, devendo pinçar o nariz. 2. método “boca-nariz” utilizado quando exista lesão da boca ou por incapacidade em obter uma boa selagem, devendo o socorrista adaptar a sua boca diretamente no nariz da criança, fechando-lhe a boca. 3. método “boca-a-boca-nariz”, utilizado exclusivamente nos bebés com a adaptação da boca do socorrista simultaneamente na boca e nariz do bebé.
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Todavia, cada vez mais, se recomenda a utilização de equipamento adjuvante da
ventilação
com
ar
expirado,
recorrendo ao uso de uma máscara de proteção individual garantindo uma maior segurança para o socorrista e vítima, reduzindo o risco de eventuais contatos diretos, uma vez que funciona como mecanismo de barreira. Atualmente, existem no mercado, diversos modelos de máscaras umas descartáveis após a sua utilização, outras reutilizáveis depois de convenientemente mergulhadas numa solução de hipoclorito de sódio num período de 6 a 12 horas. Preferencialmente, este equipamento deverá dispor de uma válvula unidirecional e ser transparente de forma a permitir a visualização da cavidade bucal da vítima em caso de vómito. Embora as máscaras de bolso com válvula unidirecional sejam de tamanho único é, igualmente, possível efetuar ventilação boca-máscara na criança ou mesmo no lactente, nestes casos, a adaptação da máscara à face da criança/bebé é feita em posição invertida, isto é, colocando o vértice da máscara virado para o queixo.
REANIMAÇÂO SUPORTE BÁSICO DE VIDA A paragem cardiorrespiratória provocada por colapso cardíaco é muito menos frequente na criança/bebé do que no adulto. Os acidentes são a principal causa de obstrução da via aérea com consequente paragem respiratória, diferentemente do que acontece num adulto, em que a falha primária é o coração. O socorrista, se estiver sozinho, deverá fazer de imediato a reanimação, pelo que o alerta apenas é feito após 1 minuto de SBV. O Suporte Básico de Vida em pediatria é relativamente modificado relativamente ao do adulto: - As manobras de SBV devem ser executadas com a vítima em decúbito dorsal, no chão ou num plano duro. Se a criança se encontrar, por exemplo, numa cama, as manobras de SBV, nomeadamente as compressões torácicas, não serão 12 www.nova-etapa.pt
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eficazes uma vez que a força exercida será absorvida pelas molas ou espuma do próprio colchão. - O reanimador deve posicionar-se junto da vítima para que, se for necessário, possa fazer insuflações e compressões sem ter que fazer grandes deslocações.
Suporte Básico de Vida (SBV) – Criança O que fazer Assegurar condições de segurança no perímetro. Depois de assegurar que estão garantidas as condições de segurança, aproxime-se da criança.
VERIFICAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
Abane os ombros da criança com cuidado
Pergunte-lhe, em voz alta, “Estás bem?” “Estás a ouvir?”
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Se existe reação (se responde ou movendo-se)
Deixar a criança na posição em que foi encontrada;
Pedir ajuda;
Reavaliar regularmente as funções vitais.
Não responde
Gritar por ajuda;
Abrir a via aérea com extensão da cabeça (coloque a palma de uma mão na testa da vítima e os dedos indicador e médio da outra mão no bordo do maxilar inferior. Incline a cabeça para trás e faça a elevação do maxilar inferior (queixo).
Pesquisar corpo estranho na cavidade bucal.
Se visualizar corpos estranhos na boca (comida, objetos, secreções) deve removê-los. Não deve perder tempo a inspecionar a cavidade oral, nem explore às cegas.
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VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO
Fazer o VOS (Ver, Ouvir e Sentir) até 10 segundos.
Para verificar se ventila normalmente, deve manter a permeabilidade da via aérea, aproximar a sua face da face da criança olhando para o tórax e: VER - se existem movimentos torácicos; OUVIR - se existem ruídos de saída de ar pela boca ou nariz da vítima; SENTIR - na sua face se há saída de ar pela boca ou nariz da vítima;
A criança respira normalmente
Colocar em Posição Lateral de Segurança (ver pág. 24).
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Se a respiração for anormal ou ausente
Manter a extensão da cabeça;
Efetuar 5 insuflações iniciais (durante estas insuflações procurar qualquer resposta como tosse ou movimento).
Insuflar diretamente para a boca da criança e verificar a elevação do tórax (a quantidade de ar a insuflar deve ser apenas a suficiente para elevar o tórax);
- Cada insuflação de ar deve ser lenta e feita durante 1 - 1,5 seg., com um volume de ar suficiente para causar uma expansão torácica visível e após cada insuflação, deve afastar a boca e manter a via aérea permeável para permitir a expiração e repetir o procedimento, voltando a encher o peito de ar antes de cada insuflação para melhorar o conteúdo de oxigénio no ar expirado que irá insuflar. - Deve utilizar, preferencialmente, a técnica de ventilação boca-a-boca, mantendo o nariz fechado, pinçando com o polegar e indicador da mão que está na testa ou utilizando uma máscara de proteção individual – Pocket mask – esta é adaptada em simultâneo à boca e nariz da vítima e garantindo uma boa selagem da máscara ou da boca.
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PESQUISAR SINAIS DE VIDA Não existem sinais de vida Inicie 30 compressões torácicas
- Coloque a base da sua mão no centro do tórax da criança, levante os dedos para não existir contato com o tórax, evitando, desta forma, pressionar as costelas; - Mantenha o braço esticado, sem fletir o cotovelo e posicione-se de forma que o ombro fique perpendicular ao ponto de apoio da mão; - Pressione o tórax da criança cerca de um terço da sua altura, sensivelmente cerca de 5 cm; - Alivie a pressão sem retirar a mão do esterno; - Repita o procedimento 30 vezes a uma frequência de pelo menos 100 min (no máximo de 120/min); Recomenda-se que comprima ‘com força e rapidez’; - Permeabilize a via aérea e efetue 2 insuflações; - Mantenha compressões e insuflações na relação de 30:2.
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Não deve ser apenas a idade da criança a determinar a técnica a aplicar. Nas crianças maiores poderá ser necessário usar o mesmo método do adulto, ou seja, sobrepor a outra mão à que se encontra no centro do tórax, entrelaçar os dedos e levantá-los de forma a não exercer pressão sobre o hemitórax oposto, mantendo os braços esticados e sem fletir os cotovelos, pressionar verticalmente sobre o esterno.
Fazer o alerta após 1 minuto de SBV.
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Suporte Básico de Vida (SBV) – Bebé O que fazer Assegurar condições de segurança
VERIFICAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
No bebé, estimule-o mexendo nas mãos e pés, ao mesmo tempo que o chama em voz alta.
Se existe reação (se responde ou movendo-se)
Deixar o bebé na posição em que foi encontrado;
Pedir ajuda;
Reavaliar regularmente as funções vitais.
Não responde
Gritar por ajuda;
Abrir a via aérea (manter uma posição neutra da cabeça, num bebé, não é utilizada a extensão da cabeça, dada a possibilidade de obstrução da via aérea por angulação da traqueia). Dado que a cabeça do bebé é maior proporcionalmente ao seu corpo, a cabeça tende a cair para trás, quando este está de costas, para evitar a hiperextensão da cabeça e manter a cabeça em posição
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neutra, coloque uma toalha enrolada debaixo das omoplatas. De igual forma é imprescindível
desobstruir
as
fossas
nasais
porque
os
bebés
são
preferencialmente respiradores nasais); Pesquisar corpo estranho na cavidade bucal (não faça a pesquisa digital às cegas, apenas remova o que é visível e possa estar a obstruir a via aérea-
VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO
Fazer o VOS (Ver, ouvir e sentir até 10 segundos.
Se a respiração for anormal ou ausente
Efetuar 5 insuflações iniciais (durante estas insuflações procurar qualquer resposta como tosse ou movimento).
Insuflar diretamente para a boca e nariz do bebé e verificar a elevação do tórax (a quantidade de ar a insuflar deve ser apenas a suficiente para elevar o tórax);
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PESQUISAR SINAIS DE VIDA Ausência de sinais de vida
Execute 30 compressões torácicas
Comprimir o esterno com as pontas dos dedos no centro do tórax, caso exista apenas um reanimador. O esterno deve ser comprimido até 4 cm de profundidade.
Alternar 30 compressões torácicas com 2 insuflações.
Se houver dois reanimadores, usar a técnica do abraço – colocar os dois polegares lado a lado na metade inferior do esterno com as pontas apontando para a cabeça do lactente, abrir ambas as mãos com os dedos juntos, envolvendo a porção inferior da grelha torácica do lactente, com as extremidades dos dedos apoiando o dorso.
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Quando pedir ajuda Quando uma criança ou um bebé está em paragem cardiorrespiratória é essencial que o socorrista inicie de imediato as técnicas de SBV:
Se só está presente um reanimador, deve efetuar reanimação durante um minuto antes de procurar ajuda. De forma a minimizar as interrupções da RCP, pode ser possível transportar um bebé ou criança pequena enquanto se vai procurar ajuda.
A única exceção à realização de 1 minuto de RCP antes de ir procurar ajuda é o caso de uma criança/bebé com colapso cardíaco súbito testemunhado por um socorrista que está sozinho e neste caso deverá fazer o alerta em primeiro lugar e iniciar o SBV.
Após o pedido de ajuda deve regressar para junto da criança e continuar as manobras de SBV de forma ininterrupta, até que: Chegue ajuda diferenciada; A criança recupere sinais de vida: comece a acordar, inicie movimentos, abra os olhos e respire normalmente Fique exausto e incapaz de continuar o SBV.
Se há mais que um reanimador, um inicia a reanimação enquanto o outro procura ajuda. Quando o 2º reanimador regressa, a sequência do Suporte Básico de Vida deverá seguir um rácio de 15:2 (15 compressões + 2 insuflações + 15 compressões + 2 insuflações………)
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5. ALGORITMO DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA-PEDIATRIA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA GRITAR POR AJUDA Quando sozinho AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
NÃO
SIM EXAME SECUNDÁRIO
ABERTURA DA VIA AÉREA
EXISTEM SINAIS CIRCULATÓRIOS
SIM Ventilação eficaz e inconsciente PLS e reavaliar frequentemente
NÃO Executar 5 insuflacões iniciais
+
30 compressões torácicas
No caso de 2 socorristas executar um rácio 15:2 23 www.nova-etapa.pt
2 insuflações
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6. POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA
Quando uma vítima se encontra inconsciente em decúbito dorsal, mesmo que respire espontaneamente, pode desenvolver um quadro de obstrução da via aérea e deixar de respirar, devido ao relaxamento do palato mole e da epiglote. A via aérea pode também ficar obstruída por regurgitação do conteúdo gástrico, secreções ou sangue. Nestes casos a vítima deve ser colocada numa posição que mantenha a permeabilidade da via aérea, garantindo a não obstrução por relaxamento do maciço lingual permitindo a livre drenagem de um qualquer líquido da cavidade oral, evitando a entrada do mesmo nas vias respiratórias, nomeadamente no caso de a vítima vomitar. Se a criança apresentar ventilação espontânea mas estiver inconsciente deve colocar na Posição Lateral de Segurança (PLS) e de preferência, pedir a alguém para fazer o alerta para não ter de abandonar a vítima ou se estiver sozinho e tenha telemóvel consigo, deve telefonar para o 112.
A Posição Lateral de Segurança deve respeitar os seguintes princípios: Ser uma posição o mais ‘lateral’ possível para que a cabeça fique numa posição em que a drenagem da cavidade oral se faça livremente; Ser uma posição estável; Não causar pressão no tórax que impeça a respiração normal; Possibilitar a observação e acesso fácil à via aérea;
A Posição Lateral de Segurança deve ser adotada em todas as situações de inconsciência. Em caso de a vítima agravar o seu estado e passar para uma situação de paragem cardiorrespiratória, esta posição permite que se possa voltar a criança com facilidade para decúbito dorsal (de costas). 24 www.nova-etapa.pt
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TÉCNICA POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA
1.
Remova
óculos
da
vítima,
se
necessário; - Ajoelhe-se ao lado da criança que deve estar de costas e com as pernas esticadas; - Coloque o membro superior da criança (do seu lado) em ângulo reto, em relação ao corpo da mesma. Dobre o antebraço para cima com a palma da mão virada para cima.
2.
Coloque o outro braço da criança
atravessado sobre o tórax da mesma; - Segure as costas das mãos da vítima contra a bochecha (do seu lado); - Com a sua mão livre, agarre pelo joelho, a perna da criança que fica oposta a si. Eleve a perna da vítima, mas deixe o pé no chão.
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3.
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Puxe a perna elevada na sua direção.
Entretanto, continue a pressionar as costas da mão da vítima contra a bochecha; - Vire a vítima na sua direção para a colocar de lado. Posicione a perna que está por cima de tal forma que a anca e o joelho estejam em ângulo reto,
4.
Incline novamente a cabeça para trás para manter as vias aéreas desobstruídas e
mantenha-se junto à criança, até à chegada dos tripulantes de ambulância, vigiando as funções vitais.
Nos lactentes sugere-se a colocação em decúbito lateral, usando uma almofada ou um lençol dobrado, colocado por trás, a nível das costas, para manter a posição estável.
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SÍNTESE CONCLUSIVA
O oxigénio presente na atmosfera e com uma concentração de 21% é essencial para a vida de todas as células. A respiração e a circulação são componentes essenciais para o oxigénio chegar adequadamente a todas as células, pelo que, o socorrista, face a uma paragem cardiorrespiratória tem um papel primordial no restabelecimento destas funções. O Suporte Básico de Vida é uma medida de emergência para salvar vidas e consiste no reconhecimento e correção da falência dos sistemas respiratório e cardiovascular. A aplicação precoce e correta das etapas da reanimação numa vítima pediátrica em paragem cardiorrespiratória pode aumentar as probabilidades de sobrevivência, já que nesta situação existe falta de oxigénio a nível celular, particularmente no cérebro, devendo esta falta de oxigénio ser remediada no período de 2 a 3 minutos. Caso isso não aconteça, poderá conduzir à morte biológica irreversível ou deixar sequelas permanentes na vítima se esta recuperar. Os procedimentos de atuação consistem em seguir o algoritmo do Suporte Básico de Vida que compreende diversos elementos, como sejam, a criação de condições de segurança, a avaliação inicial da situação, a manutenção da via aérea, a ventilação artificial e a compressão torácica e a ativação do socorro diferenciado. A execução destas técnicas sem o apoio de qualquer tipo de aparelho tem como objetivo principal manter a ventilação e a circulação mínimas, até que se consigam obter e o Suporte Avançado de Vida.
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BIBLIOGRAFIA Guidelines for Ressuscitation 2015, European Resuscitation Council Guidelines CPR & ECC 2015, American Heart Association, J. Honório (1990) Grandes Temas da Medicina, Manual de Anatomia, Doenças e Tratamentos, Cap. Aparelho Respiratório, Cap Sistema Circulatório, Cap. O Coração, Cap., Nova Cultural. Manual V.M.E.R., Instituto Nacional de Emergência Médica, Direção dos Serviços Médicos/Direção dos Serviços de Formação.
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