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PRIMEIROS SOCORROS PEDIÁTRICOS MÓDULO V

Epilepsia SESSÃO I www.nova-etapa.pt


Primeiros Socorros Pediátricos

Mód. V: Epilepsia

ÍNDICE

Módulo V Epilepsia

3

Objetivos Pedagógicos

3

Conteúdos Programáticos

3

Introdução

4

1. A Doença – Epilepsia

5

2. Tipos de Epilepsia

5

- Pequeno mal epilético

5

- Grande mal epilético

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Síntese Conclusiva

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Bibliografia

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Módulo V Epilepsia

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

No final deste módulo deverá ser capaz de: • Reconhecer o conceito da doença epilepsia; • Compreender os tipos de epilepsia; • Descrever as fases do grande mal epilético; • Executar o Primeiro socorro.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

• A doença – Epilepsia; • Tipos de epilepsia; • Pequeno mal epilético; • Grande mal epilético.

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INTRODUÇÃO Desde os primórdios da civilização que a epilepsia é conhecida e conotada como crendices. Devido à falta de conhecimento nesta matéria, a epilepsia era entendida como fruto de entidades divinas e possessões, sendo muitas vezes, os portadores da doença penalizados. Hipócrates foi um dos primeiros a deduzir que a “epilepsia tinha origem não numa ocorrência divina mas sim em ocorrências anómalas localizadas no cérebro”. Com a evolução nas áreas científicas e os estudos realizados sobre a epilepsia, que atualmente ainda continuam, cada vez mais, ela passa a ser compreendida como uma doença com origem no sistema nervoso. Em muitos casos, os familiares da criança epilética não aceitam bem a notícia de que o seu filho sofre de epilepsia, levando a grande frustração e gerando sentimentos de medo, ira, culpa e tristeza. No sentido de contrariar este desapontamento, os pais devem procurar informação, terem confiança na equipa médica que acompanha a criança, dado que a doença é controlável farmacologicamente, permitindo que a criança tenha uma vida normal semelhante à de quaisquer outras crianças. É importante explicar à criança, (se em idade de compreensão) o significado da doença e que a mesma não conduz à decadência física e psicomotora ou mental. Evidentemente, que são importantes alguns cuidados, se a doença já foi diagnosticada, deverá seguir criteriosamente a medicação (geralmente, utilizam-se em crianças a mesma medicação usada para adultos, apenas adapta-se a dose ao peso corporal e em conformidade com o tipo de epilepsia). De referir que a medicação não combate a causa mas sim as manifestações da doença. A comunicação da doença na escola, ao professor e pessoas que diariamente convivem com a criança assume grande importância, de igual forma, os pais devem abandonar comportamentos de superproteção e permissividade e ter presente que contrariar a criança não desencadeia crises epiléticas. Cerca de metade das epilepsias que ocorrem na infância desaparecem com o tempo e a maturidade cerebral, nomeadamente, no início da puberdade ou no jovem adulto, podendo, no entanto, nas epilepsias mais rebeldes, o médico considerar uma cirurgia. 4 www.nova-etapa.pt


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1. A DOENÇA – EPILEPSIA A epilepsia é uma doença que resulta de uma disfunção temporária de um grupo de células do cérebro que, manifesta-se por uma descarga repentina e anormal de energia elétrica no cérebro.

Quando

esta

condução

elétrica

anómala dos neurónios acontece nos dois hemisférios do cérebro, a crise é chamada de generalizada, quando apenas uma parte do cérebro é afetada, é designada por crise focal. Diferentes estudos acerca da epilepsia apontam vários fatores que podem causar a doença, tais como:  anormalidades durante a gestação, durante o parto e imediatamente após o parto.  doenças infeciosas, metabólicas e hereditárias.  existindo histórico familiar, considera-se a causa genética como determinante, especialmente, quando se manifesta na infância e adolescência.  qualquer lesão que atinja o cérebro pode deixar uma cicatriz, sendo um ponto potencial para crises epiléticas.

1. TIPOS DE EPILEPSIA A epilepsia pode apresentar-se de diversas formas clínicas diferentes, de todas destacam-se o pequeno mal epilético e o grande mal epilético.

PEQUENO MAL EPILÉTICO Neste tipo de epilepsia destacam-se as ausências (alheamento do que a rodeia), com início e fim súbito, variando de segundos a minutos, média de 15 a 20 segundos com transtorno da consciência acompanhado ou não de automatismos motores (mexer 5 www.nova-etapa.pt


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repetidamente no vestuário, mastigar sem ter nada na boca, mover um braço ou perna ritmicamente Aparece em 80%, dos casos, entre os 4 - 10 anos de idade. As

ausências,

frequentemente

são

confundidas, pelos pais e professores, com

as

chamadas

distrações,

sem

manifestações convulsivas, olhar fixo, por vezes

acompanhado

palpebrais.

Depois

de

de

batimentos

acontecer,

a

criança retoma as suas atividades não tendo memória do episódio.

Como atuar  Promover um ambiente tranquilo até que a criança retome vida de relação.

GRANDE MAL EPILÉTICO Independente do número de vezes que ocorra, uma crise epilética de grande mal é sempre uma situação difícil para os pais. Não existe nenhuma forma de abreviar uma crise enquanto ela ocorre, mas é importante que os pais saibam que mesmo que a criança pareça sentir dor, ela de fato não sofre durante a crise.

Neste tipo de epilepsia surge um quadro convulsivo e manifesta-se por 4 fases:

1. FASE AURA É a fase que precede a crise e carateriza-se por alterações sensoriais, a criança poderá ter alterações visuais, auditivas, olfativas ou gustativas ou referir dor de cabeça ou dor abdominal.

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2. FASE TÓNICA A criança perde a consciência, caindo subitamente no chão, surge

congestão

cianose

nas

da

face

mucosas

e

(tom

azulado), o seu corpo apresentase rígido e poderá deixar de respirar temporariamente.

3. FASE CLÓNICA Inicia-se os movimentos convulsivos (com espasmos musculares descontrolados), a cabeça e os olhos podem mover-se erraticamente, ventilação ruidosa, a criança cerra os maxilares e baba-se ou espuma pela boca que pode ser sanguinolenta no caso de existir mordedura da língua e existir incontinência urinária ou fecal.

4. FASE PÓS CRÍTICA É o fim da crise com relaxamento muscular, a respiração volta ao normal. Quando a criança recupera a consciência poderá apresentar-se confusa, sonolenta e com necessidade de descanso.

Como atuar  A 1ª prioridade é evitar lesões, afaste mobiliário ou outros objetos que possam magoar a criança;  Desaperte roupas apertadas, especialmente em redor do pescoço, tórax e abdómen da criança, se possível;

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 Aquando as convulsões, deve proteger a cabeça com as suas mãos, ou uma toalha ou casaco, não restrinja os movimentos da cabeça. Esta proteção evita que a cabeça da criança não bata com demasiada força no solo, ajudando a prevenir lesões;  Terminada a crise (fase pós crítica), deve promover um ambiento tranquilo e se sonolenta, deixe-a dormir;

A NÂO FAZER...  NÃO prender a criança com força, durante as convulsões.  NÃO colocar nada na boca durante uma crise convulsiva.  NÃO realizar manobras de SBV a uma vítima durante as convulsões, mesmo na ausência de ventilação, a maioria das crises termina muito antes de começarem lesões cerebrais. Se na fase pós critica, a criança está em paragem cardiorrespiratória, iniciar manobras de SBV.

QUANDO DEVE PROVIDENCIAR O TRANSPORTE PARA HOSPITAL LIGANDO 112 Sempre que:  Seja a 1ª crise;  Reapareça apesar da medicação instituída;  A crise durar mais que 5 minutos;  A ventilação normal não recomece após as ventilações;  Se existir lesões decorrentes da crise;  As crises epiléticas sucederem sem parar (registarem-se ataques repetidos – crises convulsivas - numa sucessão rápida, sem a criança recuperar a consciência. Anote a duração e gravidade da crise, quais os movimentos que a criança fez e com que membros. 8 www.nova-etapa.pt


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SÍNTESE CONCLUSIVA A epilepsia é uma doença neurológica de causa variada (genética, traumática ou tumoral) que resulta na geração e condução anómala e não controlada de estímulos elétricos numa ou mais zonas do cérebro. Uma crise epilética assume várias formas – crise pequeno mal – existindo um quadro de sintomatologia subtil, difícil de captar ou compreender e muitas vezes confundido por “distrações” que, se apresentadas com maior frequência, exigem consultar-se um especialista para despiste da doença. A crise convulsiva – crise grande mal – pode ser dramática de testemunhar, porquanto, apresenta um quadro mais exuberante, e envolvendo contrações musculares em todo o corpo ou apenas uma parte. Um socorrista não pode fazer parar as convulsões, devendo esperar que as mesmas acabem, contudo, será importante a proteção da vítima, afastando tudo o que esteja em redor da criança e nunca restringir os movimentos. Uma crise epilética, em termos de duração, pode ir desde 30 segundos até alguns minutos. Neste sentido, os pais da criança deverão obter o parecer de um médico para determinar a causa e o tipo da crise recorrente. Existe medicação preventiva que controla de forma eficaz uma crise epilética, reduzindo a sua frequência e gravidade, sendo essencial que as pessoas responsáveis pela criança sigam criteriosamente a medicação prescrita e que a criança tenha um seguimento adequado.

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BIBLIOGRAFIA

LIGA PORTUGUESA CONTRA A EPILEPSIA (LPCE), dez. 2005, História da Epilepsia, disponível em http://www.lpce.pt/dhistoria.htm [acesso Jul. 2016] Dr.David Bass, Prof Maurice Kibel & Rod Baker, Complete First Aid (2007) New Holland Publishers, Ltd

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