PSped - Mód. V - sessão 4

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PRIMEIROS SOCORROS PEDIÁTRICOS MÓDULO V

Efeitos do calor e frio SESSÃO IV

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Primeiros Socorros Pediátricos

Módúlo VI: Efeitos do calor e frio

ÍNDICE Módulo V Efeitos do calor e frio Objetivos Pedagógicos

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Conteúdos Programáticos

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Introdução

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1. Prevenção em ambientes quente e frio

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2. Efeitos do Ambiente Quente

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3. Efeitos do Ambiente Frio

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Síntese Conclusiva

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Bibliografia

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Módulo V Efeitos do ambiente quente e frio

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

No final deste módulo deverá ser capaz de: • Descrever as medidas de prevenção para ambientes quentes e frios; • Distinguir as situações provocadas pelo calor e frio; Reconhecer a sintomatologia da insolação e do golpe de calor e executar o primeiro socorro; • Reconhecer a sintomatologia da hipotermia e da geladura e executar o primeiro socorro.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • Prevenção em Ambientes Quente e Frio; • Efeitos do Ambiente Quente; • Efeitos do Ambiente Frio.

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INTRODUÇÃO Os extremos da temperatura ambiente podem provocar lesões de gravidade variável, ou mesmo a morte, em diversos órgãos e sistemas do nosso corpo, dos quais de destacam o Sistema Nervoso Central e o Sistema Cardiorrespiratório. A regulação da temperatura corporal está dependente de um centro regulador situado no hipotálamo (no cérebro), o qual ajusta automaticamente os mecanismos que mantêm o equilíbrio entre a perda e ganho de calor, funcionando como um termostato. Este termostato interno irá manter o equilíbrio durante uma exposição breve ao calor ou frio excessivo. Com a exposição prolongada, o corpo aquece ou arrefece excessivamente perdendo a capacidade de regular a temperatura. As crianças estão especialmente em risco e necessitam que seja o adulto a supervisionar e a proteger quando estão expostas ao calor ou frio, dado que, o centro termorregulador é imaturo, não estando plenamente desenvolvido, tornando-se menos eficaz. Também devido à superfície corporal da criança existe uma menor capacidade ao frio e menor sudação. A insolação e golpe de calor são situações provocadas pelo calor, as situações causadas pelo frio, são denominadas por hipotermia e a geladura.

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1. PREVENÇÃO EM AMBIENTES QUENTE E FRIO

Ambiente quente – Como prevenir Evitar a exposição sob o sol direto durante os picos de calor (entre as 10 e as 16h horas) e não ficar na praia com a criança por um período superior a 3 horas. Os cuidados com a criança passam por: 

usar vestuário leve, largo e de cores claras.

usar chapéu, de preferência de abas largas ou de pala, porque assegura uma melhor proteção do rosto, orelhas e da nuca.

usar óculos escuros também é importante porque os olhos recebem radiação, devendo ser protegidos pelos raios ultravioletas.

hidratar com frequência, dando bebidas.

deve utilizar-se um protetor solar de índice elevado e adequado à pele das crianças. Dado que os protetores solares apenas são eficazes 30 minutos após a sua aplicação,

é

fundamental

que

seja

aplicado meia hora antes da exposição e renovado constantemente. É de salientar que a pele do bebê é mais fina do que dos adultos e o espaço entre suas

células

é

maior,

facilitando

a

absorção de substâncias e perda de água com mais facilidade, o protetor solar deve ser usado somente a partir dos seis meses de idade, evitando-se, desta forma, irritações, alergias e até intoxicações. 5 www.nova-etapa.pt


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Ambiente frio – Como prevenir Neste tipo de ambiente a criança deve usar: 

vestuário apropriado, protegendo as zonas mais expostas, com o uso de luvas, devendo o vestuário ser à prova de vento e impermeável, tendo ainda, de preferência, múltiplas camadas.

uma proteção na cabeça que permita manter a cabeça quente e diminuir a perda de calor pelo cimo da cabeça, uma vez que 20% do calor corporal é perdido através dela. Não vista a criança com vestuário apertado que dificulta a circulação para as extremidades (mãos e pés). É preferível usar dois pares de meias, de algodão junto à pele e de lã junto ao calçado.

calçado impermeável pois é importante manter os pés quentes e secos.

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2. EFEITOS DO AMBIENTE QUENTE A) INSOLAÇÃO A insolação é provocada pela exposição prolongada a um ambiente quente e seco. A insolação mais comum é a que resulta da exposição direta e prolongada ao sol mas também pode acontecer quando uma criança permanece dentro de uma viatura fechada e que a mesma esteja exposta ao sol. A insolação é mais grave em pediatria, pelo que, deverão tomar-se cuidados especiais com a exposição solar a fim de evitar acidentes desagradáveis.

SINAIS E SINTOMAS  Pele quente e vermelha;  Aumento da temperatura corporal;  Agitação;  Dor cabeça;  Náuseas e vómitos;  Ventilação rápida e profunda;  Inconsciência, pode sobrevir convulsões 7 www.nova-etapa.pt


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PRIMEIRO SOCORRO  Deite a criança num local fresco e à sombra;  Retire a roupa e aplique panos ou compressas embebidas em água tépida na pele, pode usar uma ventoinha elétrica ou uma revista para criar um fluxo de ar em volta da criança;  Se a criança estiver consciente dê-lhe bebidas (água ou sumos naturais)  Se inconsciente, vigiar as funções vitais e colocar em Posição Lateral de Segurança;  Promover o transporte para o hospital.

Proibido Fazer: 

Nunca esfregar a criança com álcool para a arrefecer,

 Nunca dar medicação que normalmente usa para baixar a febre;  Nunca dar nada, por via oral, se a criança estiver a vomitar ou inconsciente.

B) GOLPE DE CALOR O golpe de calor é causado pela perda de sais e água do corpo. A exposição continuada a condições

atmosféricas

especialmente

quando

muito

quentes

acompanhadas

e de

humidade. É comum quando a criança faz exercícios físicos, utilizando demasiada roupa em tempo quente.

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SINAIS E SINTOMAS  Palidez acentuada, fadiga e tonturas;  Sudação excessiva e viscosa;  Cãibras musculares devido à desidratação  Pode levar à inconsciência.

PRIMEIRO SOCORRO  Leve a criança para um local fresco e arejado;  Desaperte vestuário ao nível do pescoço, tórax e abdómen;  Dê a beber pequenas quantidades de água para repor os líquidos perdidos;  Se necessário, promova o transporte ao hospital.

Proibido Fazer  Nunca permitir que a criança retome a atividade física assim que se sentir melhor.

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3. EFEITOS DO AMBIENTE FRIO

A) HIPOTERMIA A hipotermia ocorre quando a temperatura ambiente é muito baixa nas encostas das montanhas, especialmente se o frio é acompanhado por chuva, humidade, neve ou mesmo imersão em mar, lagos ou rios. A temperatura corporal baixa a valores inferiores a 35ºC

SINAIS E SINTOMAS  Pele pálida e fria;  Temperatura corporal baixa – 35ºC (para avaliar a temperatura necessita de um termómetro especial)  Apatia, letargia e sonolência;  Fala arrastada e confusão  Frequência respiratória e cardíaca lenta;  A criança pode tremer incontrolavelmente

PRIMEIRO SOCORRO  Levar para um local quente e abrigado;  Despir roupas molhadas;  Colocar a criança em cima de um cobertor ou casaco para a proteger do frio e cubra-a com um outro cobertor; 10 www.nova-etapa.pt


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 Aplicar compressas quentes nas axilas e virilhas para aumentar a temperatura;  Se consciente, dê-lhe bebidas quentes e com açúcar para acelerar o processo de aquecimento;  Promover o alerta rapidamente.

Proibido Fazer  Nunca tentar aquecer a criança com calor direto, como por exemplo, botija de água quente ou lâmpada de calor.

B) GELADURA É uma situação em que os tecidos são localmente lesionados por exposição de partes do corpo, sobretudo as extremidades a temperaturas ambientes reduzidas como a neve, gelo. A lesão é provocada pela contração dos vasos sanguíneos superficiais como reação a uma temperatura fria prolongada.

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SINAIS E SINTOMAS  As áreas afetadas estão pálidas, depois brancas e cianosadas à medida que a falha de irrigação aumenta;  A criança queixa-se de dor, mas a zona torna-se gradualmente dormente;  Surgem picadas e formigueiros;  Rigidez da zona;  Podem surgir bolhas.

PRIMEIRO SOCORRO  Levar a criança para um local aquecido;  Retirar roupa e calçado molhado ou húmido, cortando se necessário;  Envolva as zonas afetadas em pensos esterilizados (envolva os dedos das mãos e dos pés) individualmente para os manter separados;  Quando não houver assistência médica disponível e rapidamente, mergulhe as zonas afetadas em água morna ou aplique repetidamente panos mornos na zona da queimadura durante cerca de 30 minutos.

Proibido fazer  Nunca friccionar as zonas queimadas pelo frio; 

Nunca usar fontes de calor como aquecedores elétricos e almofadas elétricas para descongelar uma queimadura pelo frio.

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SÍNTESE CONCLUSIVA Durante o tempo quente programam-se atividades ao ar livre, saídas para a praia, piscinas e jogos no exterior e as crianças correm maior risco, podendo, contudo, ser evitados tomando-se algumas precauções. A insolação e o golpe de calor resultam geralmente de uma combinação entre condições ambientais quentes e esforço físico. Se houver uma exposição continuada ao calor, o corpo da criança pode não ser capaz de se arrefecer através do suor e o resultado é um aumento rápido da temperatura corporal, condição essa potencialmente fatal, conhecida por insolação. Contrariamente à insolação, no golpe de calor a criança sua, tendo como resultado a perda de fluídos orgânicos e sais minerais fazendo com que o corpo fique desidratado. De igual forma, as estâncias de esqui são apetecidas na estação fria e promovem o contacto com a neve para diferentes desportos. Mas também, cada vez mais, os nossos invernos são rigorosos, pelo que, deve tomar-se medidas preventivas, sobretudo, com as crianças. A hipotermia ocorre quando o corpo perde mais calor do que aquele que consegue gerar, geralmente pela exposição prolongada ao frio em que a temperatura ambiente é muito baixa, nas encostas das montanhas ou nos baldios, especialmente se o frio é acompanhado por chuva, neve ou por imersão em água gelada. Outra situação provocada pelo frio é a geladura que é uma queimadura, lesão essa que o frio pode causar na pele e nos tecidos subjacentes. Habitualmente ocorre nas extremidades (rosto, nariz, orelhas, mãos e pés), como em muitos outros problemas, a duração e a extensão da exposição irão determinar a extensão e gravidade da lesão.

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BIBLIOGRAFIA Hockenberry, Marilyn J.; Wilson, David, 9ª edição. Wong - Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. Dr.David Bass, Prof Maurice Kibel & Rod Baker, Complete First Aid (2007) New Holland Publishers, Ltd.

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