MOTIVAÇÃO

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MOTIVAÇÃO

eBook Psicologia da Aprendizagem Capítulo III – “Motivação”


FICHA TÉCNICA

Título Psicologia da Aprendizagem – “Motivação”

Adaptação e Actualização (Junho de 2010) Alda Leonor Rocha Susana Martins Maria Helena Mão de Ferro Coordenação Técnica Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos Coordenação Pedagógica António Mão de Ferro Direcção Editorial Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos Filme Re-edição e Grafismos - Bruno Lajoso

Nova Etapa Rua da Tóbis Portuguesa n.º 8 – 1º Andar, Escritórios 4 e 5 – 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 – Fax: 21 754 11 89 Rua Agostinho Neto, n.º 21 A – 1750-002 Lisboa Telefone: 21 752 09 80 – Fax: 21 752 09 89 e-mail: info@nova-etapa.pt www.novaetapaworld.com

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Índice

Objectivos

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Introdução

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1. Definição de Motivação

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2. Teorias da Motivação

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3. Classificação dos Motivos / Motivações

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4. Atitudes e Comportamentos do Formador

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4.1. As Características das Pessoas Motivadas

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4.2. As Condições Psicológicas que Conduzem a Comportamentos Desmotivantes

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5. Estratégias Promotoras de Motivação na Formação

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6. Síntese Conclusiva

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Objectivos

Pretende-se que no final deste módulo seja capaz de: 

Definir motivação e identificar as diferentes abordagens teóricas sobre a motivação;

Indicar as principais características da motivação;

Identificar estratégias promotoras de motivação.

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Introdução As acções humanas são, na sua maior parte, motivadas. Os motivos têm uma dupla função: primeiro, de dirigirem o comportamento para um objectivo ou em direcção oposta e, segundo, de activar o organismo, que se torna mais alerta quanto maior for a intensidade do motivo.

Para compreender o comportamento humano, é fundamental o conhecimento da motivação humana. As pessoas são muito diferentes entre si no que se refere à motivação, pois as necessidades humanas, que motivam o comportamento humano variam de indivíduo para indivíduo. Para complicar ainda mais, os valores pessoais e os sistemas cognitivos 1 diferem de pessoa para pessoa, bem como as capacidades pessoais para atingir os objectivos. Ao longo deste ebook iremos abordar o tema da motivação de adultos em formação.

1. DEFINIÇÃO DE MOTIVAÇÃO Uma possível definição de motivação é dada por Nuttin (1980): Motivação é uma força ou tensão capaz de desencadear e manter uma acção, canalizando o comportamento para um determinado fim.

1 Sistema de conhecimentos sobre si próprio e sobre o meio envolvente. Constitui o conjunto do que o indivíduo pensa, acredita e prevê. 5


Outra é a de Maslow que a definiu como: “O conjunto de factores que respondendo a certas necessidades de algum modo desenvolvem o interesse para a acção”.

A motivação conduz a atitudes dinâmicas, activas e persistentes. Quem está motivado fica facilmente mobilizado para intervir, sente-se com forças intrínsecas, valoriza-se, dando assim menos relevância aos obstáculos e mais à ideia de sucesso.

2.TEORIAS DA MOTIVAÇÃO São várias as teorias da motivação. De seguida vamos apresentar-lhe sucintamente algumas das abordagens mais conhecidas. A teoria da motivação

mais

conhecida

é

provavelmente

a

da

“hierarquia

das

necessidades” de Abraham Maslow.

Teoria de Maslow

Na teoria de Maslow foram identificados cinco níveis de necessidades. Maslow, hierarquizou estes cinco níveis numa Pirâmide - presentemente denominada por Pirâmide de Maslow.

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Auto-realização (Pessoal/Profissional) Auto-estima (Reputação, Amor) Necessidades Sociais (Amizade, Pertença a Grupos) Segurança (Protecção Contra o Perigo)

Necessidades Fisiológicas (Sede, Fome, Abrigo)

Para Maslow as necessidades humanas estão dispostas segundo uma hierarquia: as necessidades primárias (como as necessidades fisiológicas e de segurança) que se encontram abaixo, enquanto as necessidades secundárias (como as necessidades sociais, as de auto-estima e as de autorealização) se localizam na parte superior da pirâmide. Contudo Maslow foi muito criticado na sua teoria. Se pensarmos bem, existem inúmeros casos em que a teoria não se aplica. Por exemplo, um pintor que por amor à arte ignora todo o outro tipo de necessidades para se auto-realizar.

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De forma a sintetizar a Teoria de Maslow deixamos-lhe abaixo um filme.

Teoria de Herzberg

Na teoria de Herzberg, os factores de motivação são os Higiénicos e os Motivacionais. Este autor preocupou-se com o tipo de motivação subjacente à situação de trabalho, e defendeu a existência de dois factores ao nível da satisfação do desempenho da função. Os factores higiénicos são factores extrínsecos, pertencem ao meio (ex: a relação com os colegas, o clima da empresa, o salário, os benefícios fiscais) e os factores motivacionais dizem respeito a aspectos intrínsecos, que estão sob o controlo do indivíduo (ex: competências profissionais, crescimento individual, capacidade de liderança).

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As abordagens de Herzberg e de Maslow apresentam alguns pontos de concordância que permitem uma configuração mais ampla e rica a respeito da motivação do comportamento humano.

Uma Comparação dos Modelos de Motivação de Maslow e Herzberg

- O trabalho em si - Responsabilidade - Progresso - Crescimento Autorealização

-Realização -Reconhecimento -Status

Auto-estima

-Relações Interpessoais -Supervisão -Colegas e Subordinados

Necessidades Sociais

-Supervisão Técnica -Políticas Administrativas e Empresariais -Segurança no Cargo -Condições Físicas de Trabalho -Salários -Vida Pessoal

Segurança

Necessidades Fisiológicas

Os factores higiénicos de Herzberg referem-se às chamadas necessidades primárias

de

Maslow

(necessidades

fisiológicas

principalmente, incluindo algumas necessidades

e

de

segurança,

sociais), enquanto os

factores motivacionais referem-se às chamadas necessidades secundárias (necessidades de auto-estima e de auto-realização).

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Teoria de McGregor

McGregor sugere que a motivação deve ser analisada em função das diferentes concepções da natureza humana. Como tal, sistematizou elementos associados a duas teorias distintas e abordou a motivação segundo cada uma dessas referências. A teoria X, onde se parte do princípio que

as

pessoas

preferem

mais

ser

dirigidas

do

que

assumir

responsabilidades, ou seja, assumem uma atitude passiva que lhes facilita a segurança. A teoria Y que parte do pressuposto que as pessoas, quando motivadas,

podem

formular

objectivos,

são

criativas

e

buscam

a

responsabilidade para satisfazer as suas necessidades.

Teoria de Locke

Locke defende uma teoria de motivação assente na definição de objectivos, pelo facto de considerar que esta é uma estratégia eficaz para o aumento da motivação. Para este, a definição de objectivos desencadeia a motivação, porque os objectivos são os mobilizadores da acção humana, uma vez que indicam o que é necessário fazer e quanto esforço terá de ser despendido para o conseguir. Os objectivos são influenciados e determinados pelos valores e necessidades do indivíduo. E mais, a aceitação e cumprimento dos objectivos, mesmos os mais difíceis, aumenta quando os indivíduos participam no processo de definição dos mesmos.

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Teoria de Cannon

Segundo Cannon, os comportamentos humanos podem ser explicados através do princípio da homeostase, ou seja, sempre que há um desvio ou sensação de desequilíbrio o organismo tenta recuperar a estabilidade.

Tipo de Motivos/ Motivações Impulsos básicos

Motivos sociais

Descrição Denominados por primários sendo a sua satisfação essencial à sobrevivência (ex: sono, sede, fome); A sua finalidade é a satisfação de necessidades afectivas do indivíduo (ex: sentir-se amado, respeitado, aprovado);

Motivos para a estimulação sensorial

Resultam da necessidade de quebrar as rotinas e de desafiar os limites (o desejo de realizar experiências fora do comum, mesmo proibidas, ex: a necessidade de jogar, beber, conhecer muitas pessoas);

Motivos de crescimento

Estão relacionados com a necessidade de realização pessoal e de competência (realização de tarefas com grau de complexidade cada vez maior);

Motivos relacionados com as ideias

São muito importantes, pois as pessoas vivem em sociedade e agem em função de determinadas crenças, metas e ideias. As ideias podem ser intensamente motivadoras quando se acredita nelas profundamente.

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3. CLASSIFICAÇÃO DOS MOTIVOS / MOTIVAÇÕES Seguidamente são identificados os principais motivos que actualmente surgem como impulsionadores para a acção.

4. ATITUDES E COMPORTAMENTOS DO FORMADOR Exercício: Reflicta um pouco sobre “as características que mais agradam nos formadores, e as que menos agradam”.

Dos vários comportamentos/atitudes do formador promotores da motivação destacam-se:  A congruência ou autenticidade do formador;  O reforço da confiança e da auto-estima dos formandos;  A aceitação incondicional e valorização do outro.

Como elementos inibidores da motivação podem-se referir:  Os conselhos, as críticas e reprovações, as humilhações e ameaças e a avaliação negativa. São aspectos que facilmente podem funcionar como inibidores da motivação porque colocam a ênfase sobre o erro.

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4.1. AS CARACTERÍSTICAS DAS PESSOAS ALTAMENTE MOTIVADAS As pessoas altamente motivadas para atingirem os objectivos, encontram-se intrinsecamente motivadas e confiam nas suas capacidades. Ou seja, preocupam-se mais com a realização pessoal do que com as recompensas que resultam do sucesso, daí que se sintam melhor com a percepção do sucesso do que com gratificações materiais ou sociais. Percepcionam o esforço como algo natural que irá ser compensado.

4.2. AS CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS

QUE

CONDUZEM

A

COMPORTAMENTOS

DESMOTIVANTES As pessoas que facilmente se encontram em situações condutoras de desmotivação, caracterizam-se por uma baixa auto-estima, problemas de identidade, debilidade no projecto de vida, o que as conduz frequentemente à apatia, inércia e passividade. Estas pessoas subvalorizam o "EU" e sobrevalorizam as capacidades e o poder dos "OUTROS".

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5. ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DE MOTIVAÇÃO NA FORMAÇÃO

A RETER

 O formador deve respeitar os formandos, ser espontâneo e autêntico;  Deve facilitar ambientes informais onde todos se sintam com liberdade e espaço para esclarecer dúvidas, colocar questões e participar activamente na formação;  Deve comunicar os objectivos da sessão, e se possível redefini-los segundo as sugestões dos formandos;  Deve contextualizar e fundamentar o interesse e a aplicabilidade dos assuntos, criando a necessidade e fomentando a participação e a curiosidade;  O formador, para conseguir motivar os formandos, deve recolher o máximo de informação a respeito dos mesmos, e a partir daí programar sessões estimulantes;  Deve ser empático e comunicar sentimentos de confiança;  Deve ainda considerar os exemplos dados pelos formandos e utilizálos, sempre que possível, no desenvolvimento dos temas;  Recorrer frequentemente a exemplos do dia-a-dia para reforçar e complementar as explicações teóricas;  Deve reforçar adequadamente as intervenções e em tempo real;  Deve ser simpático e sorrir.

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6. SÍNTESE CONCLUSIVA Como futuro profissional da formação deve ter sempre em conta que as pessoas motivadas são produtivas, enquanto as pessoas desmotivadas são fonte de frustração e potenciais geradoras de conflito.

Contudo, não se deve esquecer que o comportamento gera comportamento e, sendo assim, o primeiro passo para promover e garantir a motivação no seu grupo de formação, é ser você próprio uma pessoa motivada.

Para o ajudar a reter os conceitos sobre este tema, deixamos-lhe uma síntese. Esta síntese é apenas um compêndio, uma vez que poderá aprofundar mais estes conteúdos no manual “Psicologia da Aprendizagem”, que também lhe é disponibilizado na plataforma.

Clique aqui para ver o resumo

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