INTELIGÊNCIA EMOCIONAL MÓDULO III
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA ATIVIDADE PROFISSIONAL www.nova-etapa.pt
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Mód. III: A Inteligência Emocional na Atividade Profissional
ÍNDICE Módulo III – A Inteligência Emocional na Atividade Profissional
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Objetivos Pedagógicos
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Conteúdos Programáticos
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1. A Inteligência Emocional na Atividade Profissional
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2. O Conhecimento do Próprio Indivíduo
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MÓDULO III – A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA ATIVIDADE PROFISSIONAL OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de: • Consciencializar-se de que a direção da vida é da responsabilidade de cada um; • Identificar as componentes da inteligência emocional na atividade profissional; • Reconhecer que o interesse que se tem pelas outras pessoas assume uma importância fundamental; • Tomar consciência de que a pessoa é aquilo em que acredita; • Selecionar os valores que conduzem à felicidade ou infelicidade.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • A Inteligência Emocional na Atividade Profissional; • O Conhecimento do Próprio Indivíduo.
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1. A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA ATIVIDADE PROFISSIONAL As empresas europeias estão a utilizar apenas 20% da inteligência dos seus colaboradores, segundo um inquérito efetuado pela Fundação Suíça Gottilieb Dutweiler. Este desperdício é grave porque é nele que está a vantagem competitiva dessas empresas. António Damásio, no seu livro “O Erro de Descartes” escreve, a determinado momento, algo muito importante, mais concretamente:
“É verdade que o excesso de emoções pode confundir o raciocínio. No entanto, no nosso mundo empresarial é o inverso que é mais verdadeiro e o principal problema, uma vez que a escassez de emoções pode impedir ou parar o raciocínio.” Através desta frase é fácil de perceber que um dos erros que foram e naturalmente ainda continuam a ser cometidos nas empresas é a falta de emoção na sua gestão. Olhando para a forma de gerir dos últimos anos, fruto de circunstâncias diversas, verificamos
que
as
empresas
têm-se
preocupado
fundamentalmente
com
a
contabilidade, com a redução de custos, com as engenharias, com a normalização, etc. O acabado de referir é essencial na vida de uma empresa mas, falta algo mais, isto é, falta O HOMEM TOTAL. Se refletirmos um pouco sobre os problemas das empresas, verificamos:
Problemas de comunicação; Problemas ao nível da desmotivação; Falta de interesse com o consequente não envolvimento das pessoas nos
projetos da empresa;
Etc., etc.
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Então o que se deve fazer? – A verdadeira vantagem competitiva que as empresas tanto procuram e tanto precisam, está na combinação das competências individuais, nas atitudes profissionais, nas formas de comunicação, essas sim, difíceis de copiar pela concorrência. É isto que está em falta, alguma coisa que anime este tipo de reações e desenvolva a competência ao sistema. Muitas empresas têm-se esquecido de “colocar” a inteligência emocional nos modelos de competências. E na verdade a distração deve ser grande, porque basta verificar a definição de competência:
“Conjunto de conhecimentos, capacidades, traços de caráter, atitudes, valores, ou seja, qualquer característica individual que possa ser medida com fiabilidade e ser relacionada com um desempenho eficaz numa atividade profissional.” Por outro lado, na resultante das competências há três fatores determinantes que dependem uns dos outros: saber agir, para o qual é necessário formação, o poder agir, para o qual é necessário construir o contexto adequado, e o querer agir, onde situamos a Inteligência Emocional. Finalmente é preciso ir-se para além da inteligência racional, para que a própria economia das competências não se reduza a uma economia de saberes ou de informação. É necessário que cada pessoa, sobretudo através seus pontos fortes possa definir, desenvolver e valorizar os seus investimentos profissionais, onde vai precisar, muito naturalmente, de autonomia e liberdade. Nos tempos atuais, há um grande desfasamento entre as competências emocionais detidas pelos nossos líderes empresariais e as necessidades exigidas neste mesmo domínio. Daí, a enorme dificuldade em se criar um ambiente organizacional onde as pessoas possam trabalhar juntas e desenvolver trabalhos de equipa em novos moldes. Para que nos servem modelos e estratégias altamente elaborados para o século XXI quando os homens ainda permanecem no século XIX?
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É necessário, se pretende uma gestão eficaz, que na formação dos colaboradores apareça a Inteligência Emocional. É que o futuro será tanto mais risonho, quanto maior for a formação da população da empresa e dos seus gestores em particular. Podemos então dizer, sem grandes erros, que o mundo do trabalho encontra-se em transformação. A avaliação do desempenho profissional passou a ter em conta a forma como gerirmos os outros e a forma como nos gerimos a nós próprios. Nestas palavras está implícita uma palavra muito querida dos profissionais de Recursos Humanos. A Liderança. Sem uma liderança adequada, eficaz, muito dificilmente se conseguirão atingir os objetivos previamente estabelecidos. As competências técnicas, isto é, aquilo que aprendemos na escola, os cursos de formação que vamos frequentando ao longo da vida, são importantes para a nossa atividade profissional, mas esta nova medida parte do princípio de que se as pessoas estão a desempenhar determinada função é porque têm conhecimentos académicos e profissionais para isso. Porém, esta nova medida centra-se em qualidades pessoais como a iniciativa, a empatia, a adaptabilidade e a capacidade de persuasão.
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As cinco componentes da inteligência emocional na atividade profissional: COMPONENTES
DEFINIÇÃO
CARACTERÍSTICAS
AUTOCONHECIMENTO
Capacidade para reconhecer e perceber os seus estados de espírito, emoções e energias, bem como os seus efeitos nos outros.
Autoconfiança; Autoavaliação realista; Sentido de humor autocrítico.
AUTOCONTROLO
Capacidade para controlar ou redirecionar impulsos ou estados de espírito disruptivos; Propensão para manter avaliações em suspenso - pensar antes de agir.
Honestidade e Integridade; Conforto em relação à ambiguidade; Abertura à mudança.
MOTIVAÇÃO
Paixão pelo trabalho por razões que transcendam dinheiro ou status social; Propensão para perseguir objetivos com energia e persistência.
Vontade extrema para atingir um objetivo; Optimismo, mesmo perante um fracasso; Empenhamento organizacional.
EMPATIA
Capacidade para perceber a estrutura emocional das outras pessoas; Competência para tratar as pessoas de acordo com as suas reações emocionais.
Mestria em edificar e reter talentos; Sensibilidade intercultural; Serviço a clientes.
COMPETÊNCIA SOCIAL
Eficácia em gerir relacionamentos e construir redes e contactos; Capacidade para encontrar pontos em comum e construir um relacionamento amoroso.
Eficácia em lidar com a mudança; Persuasão; Mestria em construir e liderar equipas.
Independentemente dos aspetos acabados de referir, a nível profissional a inteligência emocional pressupõe que é a pessoa que se dirige a própria vida, relacionando-se bem com os outros, sejam eles difíceis ou fáceis de se lidar. Também a maneira como a pessoa resolve as situações da sua vida, de modo a conseguir os resultados que deseja.
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A inteligência emocional depende da capacidade intelectual, da flexibilidade mental, da determinação, do bom estabelecimento de objetivos e, principalmente, do bom equilíbrio emocional. Importante também, é o interesse que se tem pelas outras pessoas. 1.
Saber que cada um é um, e tem o seu próprio modo de ser, de interpretar os
factos e de armazenar as suas experiências de vida. 2.
Aquilo que é bom para mim, pode não ser bom para o outro e, mesmo assim,
podemos perfeitamente manter um relacionamento produtivo e adequado. 3.
Saber validar o ponto de vista do outro, mesmo que seja totalmente diferente do
meu. Quando falo em validar, não significa concordar e mudar a minha opinião, mas simplesmente compreender que a outra pessoa pensa de outro modo. 4.
Compreender que o nosso poder está no momento presente. Aquilo que fizermos
agora vai influenciar acontecimentos futuros, levando-nos para onde queremos ir ou afastando-nos de nossos objetivos. 5.
Aproveitar experiências passadas, tirando das mesmas ilações, tenham elas sido
boas ou más. Assim, podemos reformular as nossas estratégias de ação, no sentido de atingir as metas propostas de forma eficiente e compensadora. 6.
Treinar a nossa perceção e acuidade sensorial, para cada vez mais podermos
detetar os nossos estados internos, o que nos causa alegria, o que nos causa medos, o que nos causa ira, o que nos causa felicidade, etc. 7.
Assumir uma imagem de isenção em relação a nós próprios, que permita assumir
a responsabilidade sobre os fracassos pessoais pelos quais somos responsáveis, sejam eles quais forem.
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O desempenho profissional envolve o cérebro total, é o uso combinado dos mecanismos cognitivos e emocionais que nos permite uma perspetiva de melhoria contínua e continuada da nossa ação no trabalho. Utilizar referências dos estudos que têm demonstrado a importância do investimento individual na aprendizagem emotiva pode ser um instrumento para a criação e incorporação de valor relacional no trabalho e motor para uma mudança interior que resulte em mais sucesso e realização.
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2. O CONHECIMENTO DO PRÓPRIO INDIVÍDUO
“É mais difícil chegar a uma pessoa do que chegar a Marte.”
José Saramago É ao nível do Indivíduo que interpreta os factos que se encontram as formas de gestão do equilíbrio que permitem o seu bem-estar e harmonia interior. Todavia, essa interpretação não é inteiramente consciente (em grande parte é inconsciente) sendo estruturada nomeadamente a partir de registos animais arcaicos e de registos da história do próprio indivíduo. É o conjunto de valores e convicções (que se vão estruturando desde a infância) que gera coerência entre o que fazemos e o que queremos. Que enforma a nossa resposta. Valores
e
convicções
que
se
encontram
consolidados
na
memória
podem
paulatinamente serem alterados. Essas mudanças serão mais facilmente introduzidas se forem provenientes da memória evocável e não da zona inconsciente do Ser. Como é através dos cinco sentidos que se conhece o ambiente que nos cerca, estar “aqui e agora” torna-se essencial como técnica provocada para escapar a diálogos circulares e viagens interiores, frequentemente negativos. Fazer uma alteração para o referencial das sensações (através da utilização de técnicas próprias) faz com que pensamentos e sentimentos negativos percam a sua base de ancoragem nas rotinas estabelecidas. De acordo com o enquadramento teórico de Piaget, cada conduta nova consiste não só em restabelecer o equilíbrio perdido como tende a torná-lo mais estável do que o do estádio anterior à perturbação. É a afetividade que constitui a mola das ações, que confere um valor às ações e lhes regula a energia. A inteligência fornece os meios e aclara os objetivos. A vontade é um regulador de energia (não energia em si mesma) que intervém quando se dá um conflito de tendências.
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Remodelar situações de uma forma positiva através de um processo consciente que influencie o inconsciente pode permitir originar prazer, em vez de desprazer e ansiedade. Não se pode viver permanentemente em estado de prazer, embora se possa aumentá-lo substancialmente de uma forma natural. Quando o desprazer surge, o consciente suportado no princípio da realidade pode sustentar a situação (autodomínio) e aguardar better opportunity para a descarga de tensão. Essa capacidade de autodomínio está sediada no corpo e no pensamento e pode ser trabalhada, por exemplo, através dos processos de respiração e relaxação. Segundo António Damásio na sua obra “O Sentimento de Si”, o sentimento do próprio corpo é a base do self. Os sentimentos são tão cognitivos como qualquer outra imagem perceptual e tão dependentes do córtex cerebral como qualquer outra imagem. A sua influência é imensa. O sofrimento proporciona a melhor proteção para a sobrevivência, uma vez que aumenta a probabilidade de darmos atenção aos sinais de dor e de agirmos no sentido de evitar a sua origem ou corrigir as suas consequências.
“O homem é aquilo em que acredita”. Anton Tchekhov A possibilidade de desenvolvimento no plano afetivo, social, espiritual, psicológico, intelectual e material, é um processo que pode nortear uma vida inteira e que está sempre em construção. Esse processo assenta em grande parte em valores e convicções que, não sendo definitivos, evoluem com o tempo. As convicções constituem aquilo em que acreditamos, e que com maior ou menor profundidade pode dar sentido à nossa vida. Funcionam como diretivas que regem o nosso cérebro. Uma convicção manejada positivamente pode ser um instrumento poderoso. 11 www.nova-etapa.pt
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Uma convicção que entrave a ação é, ao contrário, perniciosa. Consciente
ou
inconscientemente
podemos escolher
ser felizes ou
infelizes,
selecionando as convicções que nos dirigem. Os valores existem mais ou menos estruturados socialmente em cada momento, influenciando os indivíduos que os interiorizam em maior ou menor grau. Inversamente e de forma dinâmica os indivíduos vão gerando novos valores que a sociedade eventualmente adota de uma forma mais ou menos generalizada. Alguns valores a adotar:
Desprendimento face à não obtenção do que se
pretendeu. O importante é viver!
Franqueza
–
Expressar
sentimentos
livre
e
apropriadamente. Evitar a acumulação de tensões no interior da pessoa.
Responsabilidade – Tomar o destino nas próprias mãos.
Se mudarmos os pensamentos mudamos os sentimentos.
Empenhamento – Gostar do que se faz.
Fazê-lo empenhadamente!
Autocontrolo – Não procurar demasiado bem-estar.
Estar preparado para o desconforto e sofrimento, com um sentimento paralelo de melhoria de situação. 12 www.nova-etapa.pt
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Amor – Dar mais que receber.
Destacamento emocional – dar mesmo sabendo que não vai ter contrapartida do recetor.
“Coragem não é a ausência do medo, mas antes a capacidade de agir face ao medo.” Nancy Aderson Não são os acontecimentos em si mesmos que provocam a raiva, mas a forma como avaliamos esses acontecimentos. O conhecimento de que somos nós próprios a originar a nossa própria raiva, ensina-nos a transformá-la em ação positiva. A raiva é quase sempre provocada por sentimentos e pensamentos negativos, problemas não resolvidos no passado, problemas monetários, conflitos laborais, problemas familiares, críticas injustas, incompetência. Se se souber o que a provoca, podem desenvolver-se técnicas antecipadas que permitam gerir essa provocação, pode aprender-se a evitar as situações ou os pensamentos que a disparam e podem praticar-se técnicas que ajudam a tolerar situações de raiva. Como com todas as emoções que o nosso corpo exprime, não se elimina o medo, aprende-se a viver com ele. Perante um medo estruturado é importante ter persistência e trabalhar os objetivos um por um, praticando, permitindo que os sentimentos surjam, esperando e aceitando o medo, não lutando contra ele nem fugindo, permanecendo e resistindo, fazendo algo que ajude a permanecer na situação e concentrando-se no aqui e agora, até que o medo diminua. Frequentemente, passam-se largas horas em empregos difíceis e carregados de tensões e, de regresso a casa, não se vai ao encontro de um local de apoio ou conforto,
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mas de um sítio para se extravasarem ou escamotearem sentimentos gerados por um mau dia de trabalho. Quem não se sente bem no seu trabalho tem a possibilidade limitada de ser feliz em casa, originando com frequência compensações negativas – ausências psicológicas ou agressão. A frustração desencadeia sentimentos de raiva contra si próprio, que por vezes se manifestam sob forma de depressão ou retraimento. Uma vida equilibrada é fundamental para um bom equilíbrio psicológico, princípio esquecido e pouco praticado. É importante equilibrar as várias componentes de vida.
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL “…O artigo de McClelland, ‘Testing for Competence Rather than Intelligence’, 1973, inverteu os termos de debate. Nele defendia que a tradicional aptidão académica, as habilitações literárias e os estudos avançados não podiam simplesmente antecipar o bom desempenho de uma pessoa num emprego ou se teria êxito na vida. Em seu lugar, propunha uma ideia de que um determinado conjunto de competências, incluindo a empatia, a autodisciplina e a iniciativa, distinguia os mais bem sucedidos daqueles que eram apenas suficientemente bons para conservar o emprego.” (in Daniel Goleman, Inteligência Emocional)
Verificou-se, nas investigações efetuadas no último quarto do séc. XX, em todas as observações, a existência de um núcleo comum de capacidades, quer pessoais quer sociais – “A Inteligência Emocional”
“Na sua vida quantos usam a álgebra na resolução de uma equação de 2 incógnitas; e quantos têm de enfrentar as próprias emoções e as dos outros”.
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