Relações Interpessoais eLearning
Mód.I: Autoconhecimento e Consciência de Si
FICHA TÉCNICA Título Relações Interpessoais
Autoria, Coordenação Geral e Pedagógica e Concepção Gráfica Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos, Lda
Ano de Edição 1ª edição: 2011 2ª edição: 2020
Contactos Rua Tobis Portuguesa, nº 8, escritório 5, 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 / 932 468 141 Email: info@nova-etapa.pt URL: https://nova-etapa.pt/
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Mód.I. Sessão 1: Autoconhecimento e Consciência de Si
ÍNDICE
I.OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS GERAIS
4
II.CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS GLOBAIS
5
III.INTRODUÇÃO
6
IV. DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS Módulo I - AUTO-CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA DE SI
9
Objectivos Pedagógicos
9
Conteúdos Programáticos
9
1. A Consciência de si mesmo
11
2. Perspetiva Social
14
3. Processo de Formação do Autoconceito
15
4. Processo de Formação da Autoestima
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I.
Mód.I. Sessão 1: Autoconhecimento e Consciência de Si
OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS GERAIS
Reconhecer a tomada de perspetiva social como atitude fundamental no processo de relacionamento interpessoal; Avaliar a importância do autoconhecimento e consciência de si no processo de relacionamento interpessoal; Identificar as etapas de formação do autoconceito e autoestima; Distinguir os principais fatores associados à formação da personalidade dos indivíduos; Reconhecer os fatores externos e internos associados à perceção social; Reconhecer as principais distorções decorrentes da perceção social; Distinguir e caracterizar os principais comportamentos defensivos; Avaliar o impacto da expetativa no comportamento individual e na relação com os outros; Identificar as etapas do processo de formação das imagens mentais; Reconhecer estados mentais de “pré-ocupação” e “nevoeiro psicológico” como fatores condicionadores do relacionamento; Identificar
as
principais
estratégias
para
melhorar
o
processo
comunicacional: técnicas de feedback e escuta; Reconhecer a análise transacional como uma técnica facilitadora do autoconhecimento e consciência de si; Definir o conceito de Estados do Eu; Distinguir os Estados do Eu e as suas subdivisões em sub-estados; Reconhecer
as
principais
características
comportamentais
e
comunicacionais associadas aos diferentes Estados do Eu; Avaliar o impacto dos diferentes Estados do Eu no processo das relações interpessoais.
Incrementar a inteligência emocional para fomentar a eficácia do relacionamento interpessoal.
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II. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS GLOBAIS Conceito de consciência; Conceito de tomada de perspetiva social; Importância do autoconhecimento e consciência de si no processo de relacionamento interpessoal; Noção de autoconceito e autoestima; Etapas do processo de formação do autoconceito e autoestima; Principais fatores associados à formação da personalidade dos indivíduos; Conceito de perceção social; Fatores externos e internos associados à perceção social; Distorções decorrentes da perceção social: categorização e estereotipia; Noção de comportamentos defensivos; Características dos comportamentos defensivos; Impacto da expetativa no comportamento individual e na relação com os outros; Noção de imagem mental; Etapas do processo de formação das imagens mentais; Características dos estados psicológicos “pré-ocupado” e de nevoeiro psicológico; Efeito condicionante dos estados estados psicológicos “pré-ocupado” e de nevoeiro psicológico; Estratégias para melhorar o processo comunicacional; Técnicas de feedback e escuta ativa; Conceito de análise transacional; Diferentes Estados dos Eu e suas subdivisões; Processo de formação dos diferentes Estados do Eu e suas principais características comportamentais; Impacto dos diferentes Estados do Eu no relacionamento interpessoal. O papel da inteligência emocional e da comunicação para o fomento das relações interpessoais.
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III. INTRODUÇÃO Para aprendermos a conduzir um automóvel, frequentamos uma escola, assistimos a aulas teóricas, treinamos nas aulas práticas, simulamos as várias situações possíveis, tudo isto antes de sermos avaliados num exame final, por pessoas habilitadas que nos dirão se estamos, ou não, aptos a conduzir em pé de igualdade com os outros automobilistas encartados. É este todo o caminho que temos que seguir para podermos dominar esta competência que é conduzir um veículo. Então e onde é que aprendemos a dominar as competências sociais e relacionais? Onde
é
que
aprendemos
a
relacionarmo-nos uns com os outros? Será que não devíamos também frequentar uma escola onde fossem ministradas aulas sobre “Como lidar com os vizinhos” ou melhor ainda “Como lidar com os colegas em “dia não”? É que cada um de nós encerra em si mesmo um mundo de diversidade, de características de personalidade únicas, experiências de vida diferentes, de diferentes percepções da realidade. Onde aprendemos nós a lidar com toda esta gama de personalidades, em situações e contextos sempre diferentes? Já reparou como a pergunta “Que horas são?” pode ser interpretada de forma diferente consoante a pessoa que pergunta e a que responde? Já imaginou as várias possibilidades de reação de um casal de meia-idade? Repare bem. Um casal quer ir ao cinema mas está um pouco atrasado. Enquanto ele veste o casaco, ela faz os últimos retoques no cabelo. Então ele pergunta-lhe: “Querida, sabes que horas são?”. Ela olha rapidamente para o relógio e responde...
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Muito bem, o que é que acha que ela responde? Bom, provavelmente, pode ter dificuldade em imaginar a situação porque não conhece o casal em questão, mas procure colocar-se no papel de um deles. Quais são as possibilidades? Veja se concorda com algumas das hipóteses: “- É pá, estamos atrasados, já são dez para as nove! Já tens a chave do carro?” “- O quê? Já é tão tarde? E continuas a entreter-te como se nada fosse!” “- Sim, sim, já sei. Estamos atrasados, não é? E a culpa é sempre minha, não é?” “- Mas porque é que me culpas sempre? Se me atraso é porque tu nunca me ajudas em nada. Tenho de fazer tudo sozinha!” “- Não me venhas com pressas! Além disso na última vez que saímos foste tu que te atrasaste porque não encontraste a chave do carro!” “- O que é que queres dizer com isso? Porque é que não dizes logo o que pensas? Estou atrasada, não é? Eu bem que me despacho, mas com tanta coisa para fazer, não dá!” Reconhece-se nalguma destas respostas? Então vejamos agora alguma possibilidade de resposta por parte do marido: “- Bem, na verdade, tu é que estás a dizer que estás atrasada. Não sou eu. Mas por acaso é verdade!” “- Não estou a atribuir culpas, mas se tu achas...” “- O quê? Eu não encontrei as chaves do carro? Isso foi porque me mexem nas coisas e nunca as encontro onde as deixo...”
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Bom, parece-nos que será fácil antever outras e variadas possibilidades de resposta, bem como do diálogo entre os dois no caminho para o cinema. E porquê? Pois é, isto é mesmo muito estranho. Se calhar, tal como qualquer máquina ou equipamento, também os seres humanos, quando nascem, deviam vir acompanhados do respectivo manual de instruções para sabermos sempre como agir em cada situação e ainda se estamos a proceder de forma errada ou certa. Pretendemos que este curso lhe forneça algumas pistas para que possa relacionar-se melhor com os outros, ainda que se tratem apenas de pistas, ideias, sugestões. E, porque tal como para conduzir, o que é importante é a aplicação dos conhecimentos na “estrada” e muita, muita prática, também aqui insistimos na receita. Os conhecimentos teóricos são bons, mas é preciso aplicálos no dia-a-dia. Que tal começar já? Desejamos-lhe boas relações interpessoais!
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MÓDULO I. SESSÃO 1 AUTO-CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA DE SI OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo o formando deverá ser capaz de : Definir o conceito de consciência; Reconhecer a tomada de perspetiva social como atitude fundamental no processo de relacionamento interpessoal; Avaliar a importância do autoconhecimento e consciência de si no processo de relacionamento interpessoal; Identificar as etapas de formação do autoconceito e autoestima; Distinguir os principais fatores associados à formação da personalidade dos indivíduos.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS Conceito de consciência; Conceito de tomada de perspetiva social; Importância do autoconhecimento e consciência de si no processo de relacionamento interpessoal; Noção de autoconceito e autoestima; Etapas do processo de formação do autoconceito e autoestima; Principais fatores associados à formação da personalidade dos indivíduos.
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AUTO-CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA DE SI
O conhecimento do homem cresce na medida em que se compreende melhor a si próprio.
Todos nós já sentimos dificuldades no relacionamento com os outros. Quer seja ao nível pessoal, dentro da família, com a mulher ou marido, com a sogra ou genro, ou ao nível profissional, com o chefe, com os colegas, ou até mesmo com os clientes, já nos deparámos com situações de mal-entendidos, em que alguém diz uma coisa ou faz apenas uma pergunta e obtemos uma resposta ou reação inesperada, de profunda irritação. Uma das exigências fundamentais para que as relações interpessoais se tornem progressivamente positivas e frutuosas, é a necessidade de compreensão de si e dos outros. Um dos pressupostos fundamentais para o desenvolvimento interpessoal é sem dúvida o conhecimento de nós próprios e do nosso desenvolvimento enquanto pessoas, dado que só poderemos compreender as reações e os sentimentos dos outros se formos capazes, em primeira mão, de compreendermos as nossas próprias reações e sentimentos.
1. A CONSCIÊNCIA DE SI Para
vários
investigadores
no
domínio
da
psicologia social, a consciência de si, dos nossos sentimentos e emoções, a consciência da forma como agimos (ou reagimos) é um dos vetores fundamentais
para
conseguir
relações
interpessoais positivas.
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O tema da consciência e do seu impacto no nosso comportamento e na relação que estabelecemos com os outros tem sido alvo de variadas investigações, tendo mesmo recentemente suscitado o interesse da neurobiologia no sentido de tentar explicar os fundamentos neurológicos e as circunstâncias biológicas que permitem a transição do processo de não consciência para a consciência. Ao consultarmos um dicionário sobre o significado da palavra “consciência", podemos encontrar qualquer coisa como “a perceção pelo organismo do seu próprio ser e do ambiente que o rodeia.” Foi a consciência que nos permitiu evoluir enquanto seres humanos, que nos deu uma dimensão distinta dos animais. A consciência moral, a religião, a organização social e política, as artes, a ciência, a tecnologia, não seriam possíveis sem a existência de uma consciência. António Damásio, investigador português radicado nos Estados Unidos da América, é um dos mais importantes nomes associados a esta temática. Diz ele que a consciência· “é a chave para uma vida examinada, para o melhor e para o pior, é a certidão que nos permite perceber o fluxo de imagens a que chamamos pensamentos, os sentimentos, as palavras, as histórias, as crenças, a música e a poesia, a felicidade e o êxtase. A consciência ajuda-nos a desenvolver um interesse pelos outros em si mesmos e a cultivar a arte de viver. “ Para exprimir a importância da consciência no nosso processo de desenvolvimento pessoal, Damásio utiliza algumas metáforas que queremos partilhar: “Sempre me intrigou o momento de penetrar na luz, o momento preciso em que, sentados no meio do público, vemos abrir a porta do palco e um intérprete entra na zona da luz; ou, observando este acontecimento na perspetiva do intérprete, o momento preciso em que aguarda na obscuridade, vê a mesma porta abrir-se e avança dentro da luz que ilumina palco e público. Esse momento de penetrar na luz é também uma metáfora perfeita para a consciência, para a passagem da ignorância para o conhecimento de nós. “1
1
op.cit.
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Este mesmo pensamento estava já subjacente na famosa Alegoria da Caverna descrita por Platão2. Resumidamente, podemos salientar no seu discurso o seguinte: Imagine uma caverna linda e na frente desta caverna uma fogueira que ilumina até ao fundo. Dentro da caverna, estão algumas pessoas sentadas a olhar para a parede e amarradas de forma a nunca ver a fogueira ou a frente da caverna. Elas estão de costas viradas para o mundo lá fora. Existe também uma parede que fica na direcção dos olhos destas pessoas, mas que reflete apenas as formas que passam na estrada que fica na entrada da caverna. Passam animais, pessoas, pessoas com objetos, sombras da realidade. Como estas pessoas estão presas ali, elas só veem as imagens refletidas na parede. Para elas, aquelas sombras são a realidade. Um dia, uma destas pessoas consegue soltar-se e corre para fora da caverna. Olha a fogueira, a luz do sol, a estrada, as sombras que ela via durante todos os dias, as pessoas e começa a perceber que a sua realidade era muito diferente do que pensava ser o mundo.
2
Livro II da República de Platão
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Resolve então voltar para dentro da caverna, para libertar os seus companheiros da ignorância. Mas estes, contudo, mostram-se incrédulos, não acreditam na verdade e acabam por matá-la. O que é que esta história nos revela? Que, muitas vezes a realidade é outra, que está encoberta pela sombra do desconhecimento e que é preciso procurar para além das evidências, mesmo daquelas que nos parecem tão reais.
2. PERSPETIVA SOCIAL As crianças, devido ao seu egocentrismo intelectual, próprio da sua fase de desenvolvimento, na sua relação com os adultos ou até mesmo com outras crianças não conseguem descentrar-se do seu ponto de vista e colocar-se no ponto de vista do seu interlocutor. Por isso mesmo, as crianças não conseguem distinguir a sua perspetiva da perspetiva dos outros. Os adultos, pelo contrário, já deverão ter desenvolvido a sua capacidade racional de interpretar a sua relação com os outros, o que lhes permite distinguir a sua perspetiva da perspetiva do seu interlocutor. É-lhes, por isso, possível colocarse noutros pontos de vista e analisar a realidade vivida a partir de cada uma dessas posições. O que caracteriza fundamentalmente o adulto, em termos sociais,
é
precisamente
a
sua
capacidade
de
desfocalização
ou
assertividade, isto é, a capacidade de se colocar no lugar do outro e orientar a sua interação em função dessa perceção.
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Pode assim considerar-se que a tomada de perspetiva social é a capacidade básica que determina a maneira como as pessoas pensam e compreendem a relação interpessoal.
Em resumo: Para compreender os outros, é preciso, em primeiro lugar, compreendermos as nossas próprias reações e sentimentos.
3.PROCESSO DE FORMAÇÃO DO AUTOCONCEITO Estamos certos de que já pensou sobre estes temas: Autoconceito, Autoestima. Será que são uma e a mesma coisa? Quais os mecanismos associados à sua formação? Comecemos então pelo Autoconceito. Podemos definir Autoconceito como a perceção que o indivíduo tem de si. É o que cada um pensa e conhece de si mesmo.
Evidentemente que este autoconceito evolui com a idade, na mesma medida em que vai evoluindo a capacidade de auto-análise de cada indivíduo. Isto é, com o crescimento, a realidade interna de cada pessoa muda e, por inerência, muda também a descrição que faz de si mesma. Mas simultaneamente, alterou também a sua própria capacidade de análise e de descrição. Já alguma vez fez a sua auto-análise e descrição
de
forma
organizada
e
sistemática? Já se perguntou: “ Quem sou eu?”
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Responder a esta questão nem sempre é um processo simples, dado que implica fazer uma avaliação das nossas competências e capacidades nos mais variados domínios: profissional, físico, social, espiritual, etc., sendo que cada um se reconhece mais ou menos competente em cada uma destas dimensões. Exercício formativo Reflita um pouco sobre estas questões e construa o seu autorretrato,
considerando:
capacidades/competências,
características interesses,
pessoais,
valores/crenças,
papeis de vida, historias de sucesso. A partir do juízo que cada indivíduo faz de si, surgem determinados sentimentos, que podem ser de orgulho no caso de nos reconhecermos competentes num determinado domínio, ou de vergonha, quando reconhecemos não possuir capacidades nessa área. São esses sentimentos que desenvolvemos que podem funcionar como facilitadores ou inibidores do nosso comportamento social. Evidentemente que o juízo/apreciação que fazemos das nossas capacidades, não depende apenas de nós próprios. Eis alguns dos fatores que podem contribuir para o processo de formação do Autoconceito: A apreciação que os outros nos fazem - O que os outros pensam acerca de nós e o modo como nos apreciam ou depreciam é fundamental para definirmos a nossa auto-imagem. Na verdade, o modo como cada indivíduo se descreve e se pensa é, de certo modo, construído em função do modo como os outros o veem. O significado atribuido ao que os outros dizem de nós Evidentemente que são as pessoas mais significativas para cada um, aquelas cuja opinião tem mais peso na formação do Autoconceito. Enquanto crianças, atribuímos um enorme significado à opinião dos nossos pais e professores: a sua opinião e o que eles nos dizem acerca das nossas
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capacidades, é sem dúvida o mais importante para a formação do nosso autoconceito, senão mesmo determinante. Na vida de adulto, são outras as pessoas mais significativas para cada um de nós: a mulher/o marido, o superior hierárquico, os amigos, os colegas e, talvez por isso mesmo, cada indivíduo tem tendência para se juntar e conviver com as pessoas que têm uma ideia acerca dele muito semelhante ao seu autoconceito.
Em resumo: O Autoconceito forma-se a partir do conhecimento que temos de nós, da apreciação que os outros nos fazem e do significado que atribuímos a essa apreciação.
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4. PROCESSO DE FORMAÇÃO DA AUTOESTIMA
Evidentemente que a autoestima está relacionada
com
o
autoconceito,
porque a desvalorização da primeira contribui para um autoconhecimento desfavorável ou negativo. Podemos gostar de nós na dimensão social e relacional, porque temos facilidade de comunicação com os outros, somos simpáticos e, por isso mesmo, sentimo-nos estimados e amados. Contudo, na dimensão desportiva, podemos considerar-nos pouco competentes e, por isso mesmo, não gostarmos de nós neste campo. O nosso grau de autoestima vai depender da forma como integramos cada uma destas dimensões e ainda da importância que lhes atribuímos. O facto de não saber nadar, por exemplo, e reconhecê-lo como uma falta de competência pessoal neste domínio, pode ser traduzido num sentimento profundo de vergonha (porque, por exemplo, no meio social onde o indivíduo se insere esta é uma competência a que é atribuída uma grande importância). Na verdade, a atribuição de “sucesso” ou “insucesso” numa determinada dimensão, está directamente relacionada com a valorização dada pelo meio em que vivemos. No caso anterior, o insucesso na valência desportiva não é tão significativo como o insucesso no domínio escolar/académico, porque é esta que é valorizada na sociedade onde estamos inseridos atualmente. Em resumo A autoestima é o grau em que cada indivíduo gosta de si. A autoestima
corresponde
aos
aspetos
positivos
e
emocionais de cada pessoa.
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Assim sendo, a autoestima depende da valência que o indivíduo atribuiu a cada uma das suas dimensões e é tão mais elevada quanto aquilo que o indivíduo julga ser, isto é, quanto mais se aproxima do que ele deseja ser (ou desejam as pessoas que para ele são mais significativas). Como é óbvio, tal como no caso do autoconceito, também a autoestima se desenvolve em função do valor que os outros nos atribuem e nos transmitem. Quer dizer, mesmo que o indivíduo se considere um excelente cozinheiro, porque acha que as suas refeições ficam com bom aspecto e bem saborosas, não há autoestima que se mantenha se, sistematicamente, elas forem criticadas pelos seus convidados. Todos nós temos necessidade de que as nossas competências sejam reconhecidas pelos outros. Podemos
definir
autoestima
como
a
característica de gostarmos de ser como somos, sem esquecer que aquilo que pensamos acerca de nós próprios é uma consequência do modo como os outros nos veem.
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