Plano de Emergência Módulo II

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MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO – PLANOS DE EMERGÊNCIA MÓDULO II

METODOLOGIAS, MEIOS, EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO www.nova-etapa.pt


Módulo II – Metodologias, Meios, Equipamentos Necessários e Critérios de Dimensionamento

ÍNDICE

Módulo II – Metodologias, Meios, Equipamentos Necessários e Critérios de Dimensionamento Objetivos Pedagógicos

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Conteúdos Programáticos

3

1. Metodologias, Equipamentos e Sistemas de Segurança

4

1.1. Área dos Incêndios

4

1.2. Área da Criminalidade

22

1.3. Centrais de Segurança

26

1.4. Sinalização de Segurança

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2. Síntese

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OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final da formação, o participante deverá ser capaz de: Distinguir os critérios de localização dos meios de 1.ª intervenção; Distinguir os meios de 1.ª intervenção dos de 2.ª intervenção; Demonstrar a diferença entre as várias classes de fogo; Descrever os vários tipos de equipas de intervenção; Definir meios ativos e passivos na área da criminalidade; Descrever os vários tipos de sinalização de segurança.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

Equipamentos e sistemas de segurança; Área da criminalidade;

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1. METODOLOGIAS, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE SEGURANÇA

Em seguida iremos identificar os equipamentos isolados e aqueles que, em conjunto, constituem sistemas de segurança, para que se possa conceptuar uma configuração de proteção ou elaborar um projeto de segurança. Trata-se de uma listagem não exaustiva que cada técnico de segurança poderá desenvolver, desdobrar ou estruturar de forma diferente. Referem-se os equipamentos/sistemas ativos mais correntemente utilizados e projetados em Portugal.

1.1 – ÁREA DOS INCÊNDIOS A organização da segurança contra incêndios é função dos meios passivos e ativos que existem na organização. Os meios passivos, fazem parte da estrutura do edifício da organização, são os meios mais eficazes para circunscrever um sinistro e garantir a salvaguarda e evacuação em tempo útil dos ocupantes, como: Compartimentação corta-fogo (estável ao fogo, corta-fogo, para-chamas); Materiais resistentes ou retardadores do fogo.

Dos meios ativos fazem parte: Extintores de incêndio; Rede de incêndios armada (RIA); Sistemas de deteção de incêndio; Sistema de deteção de gás; 4 www.nova-etapa.pt


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Sistemas de extinção de incêndios (água, espuma, pó CO 2, gases limpos) SAEI; Sistemas de controlo de fumos; Sistemas de iluminação de emergência e sinalização de segurança; Central de segurança; Equipamentos de proteção individual. Devendo ainda serem referenciados os Meios Humanos constituídos pelas Equipas de intervenção (1º e 2º nível e 1ºs socorros)

1.1.1 – EXTINTORES DE INCÊNDIOS A NP EN 3-1, 1997 define extintor como: Um aparelho que contém um agente extintor que pode ser projetado e dirigido sobre um fogo por ação de uma pressão interna. De acordo com a Portaria n.º 1456-A/95, o extintor deve ser de cor vermelha. Geralmente um extintor contém no seu interior dois tipos de produtos: o agente extintor propriamente dito e um gás propulsor que tem como função impulsionar o primeiro para fora do extintor aquando da sua utilização. Em alguns casos o agente extintor, por ser um gás sob pressão como, por exemplo, o dióxido de carbono, tem ambas as funções, dispensando um agente propulsor. Noutros casos o agente extintor e o agente propulsor encontram-se misturados sob pressão no interior do extintor, como acontece geralmente com os extintores de pó químico (de pressão permanente).

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Os extintores são constituídos pelas seguintes peças fundamentais: Corpo ou reservatório do extintor, destinado

a

armazenar

o

agente

extintor; Válvula de descarga, destinada a fazer atuar o extintor, permitindo a passagem do agente extintor para o exterior; Manípulo ou punho, faz atuar a válvula de descarga; Cavilha de segurança, tem como função libertar o manípulo que atua a válvula de descarga; Percurtor, é a peça que abre o reservatório de gás auxiliar contido no interior dos extintores de pressão não permanente; “Tubo de pesca” ou sifão, conduz o agente extintor desde o interior do corpo do extintor para a válvula de descarga; Tubo ou mangueira, conduz o agente extintor para o exterior através de um difusor ou bico de descarga, o difusor, colocado na sua extremidade. Nos extintores de dióxido de carbono o difusor é geralmente de cor preta e de grandes dimensões. Podem ser classificados segundo várias vertentes: A.

Quanto ao agente extintor;

B.

Quanto à mobilidade do extintor;

C.

Quanto ao seu modo de funcionamento;

D.

Quanto à eficácia da extinção.

A – Quanto ao agente extintor Água (pulverizada ou com aditivos) - de 6, 9 ou 10L; Espuma; Dióxido de Carbono (CO2) - de 2, 5, 25, 50 Kg; 6 www.nova-etapa.pt


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Pó químico - de 1, 2, 4, 6, 9, 12, 25, 50 Kg; Halon (atualmente proibida a sua comercialização, salvo situações especificas). Os fabricantes substituíram este agente extintor por extintores com “agentes limpos”, substitutos do halon 1211 (por exemplo, FE 36, NAF, utilizado em extintores portáteis, ENERGEN e FM 200, utilizados em sistemas fixos de extinção.

B - Quanto à mobilidade do extintor

Manuais (até 20 Kg) Portáteis Dorsais (até 30 Kg)

Puxados manualmente

Móveis (sobre rodas)

Rebocáveis

C - Quanto ao seu modo de funcionamento Em

função

do

tipo

de

funcionamento,

serão

ou

permanentemente

pressurizados ou pressurizados no momento (com garrafa interior ou exterior).

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Extintores de pressão não permanente Nos extintores de pressão não permanente o agente extintor e o gás propulsor estão separados e apenas este último se encontra sob pressão, num cartucho instalado no interior do próprio extintor ou no exterior do mesmo. Quando o extintor é ativado, o gás propulsor é libertado do cartucho para o interior do extintor onde se vai misturar com o agente extintor, aumentando a pressão interna. Extintores de pressão permanente Hoje em dia a maioria dos extintores que se encontra em aplicações comuns é do tipo “pressão permanente”. Neste tipo de extintor o agente extintor e o gás propulsor encontram-se misturados no interior do extintor, a uma determinada pressão (geralmente indicada por um pequeno manómetro instalado no extintor). Quando o extintor é ativado o agente extintor, já sob a pressão da mistura, é expelido por um tubo até à extremidade do difusor. A descarga pode ser controlada através de uma válvula que existe na extremidade do tubo ou na cabeça do extintor. D - Quanto à eficácia da extinção Uma vez conhecidos os materiais combustíveis existentes nos diferentes locais a proteger, o agente extintor deve ser o apropriado para os tipos de incêndio em causa, classificados em “Classes de Fogo”: Classes de Fogo Existem extintores de vários tipos e capacidades e que utilizam diversos tipos de agentes extintores, de acordo com a classe de fogo em que se enquadram os materiais combustíveis.

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Assim, e de acordo com a NP EN 2 A1: 2005, consoante o tipo de materiais de natureza combustível envolvidos no processo, essas classes classificam-se em A, B, C e D. Esta classificação servirá para selecionar o tipo de extintor de incêndio mais adequado a cada situação. Assim: CLASSE A Incêndios que resultam da combustão de materiais sólidos de natureza orgânica, normalmente com formação de “brasas”. Exemplos: madeiras, plásticos, papel, cartão, tecidos, etc. Para este tipo de incêndios são adequados os seguintes tipos de agentes extintores: água, água com aditivos, água finamente pulverizada ou em “nuvem”; pó químico seco do tipo A, espuma, dióxido de carbono (pouco eficaz). CLASSE B Incêndios que resultam da combustão de materiais sólidos liquidificáveis ou líquidos combustíveis. Exemplos: óleos, petróleo, gasóleo, gasolina, éter, álcool, verniz, acetona, solventes, tintas, lubrificantes, massas lubrificantes, ceras, etc. Para este tipo de incêndios são adequados os seguintes tipos de agentes extintores: água com aditivos e água em nuvem em alguns casos, pó químico seco do tipo B, espuma, dióxido de carbono. CLASSE C Incêndios que resultam da combustão de gases como o metano, gás natural, propano, butano, etano, acetileno, etc.. Para este tipo de incêndios são adequados os seguintes tipos de agentes extintores: pó químico seco do tipo C, dióxido de carbono e gases inertes. CLASSE D Incêndios que resultam da combustão de metais alcalinos como o magnésio, pó de alumínio, sódio, urânio, titânio, etc. Para este tipo é adequado um agente extintor específico (geralmente um pó químico) para cada caso.

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Nos incêndios em equipamentos elétricos sob tensão são adequados os seguintes agentes extintores: dióxido de carbono e outros tipos de gases inertes.

No quadro seguinte poderemos encontrar uma descrição mais esquematizada. Quadro n.º 1 – Classes de Fogo Classe

Designação

Combustíveis (exemplos)

Tipos de combustão

A

Combustão de sólidos - (também designados Fogos Secos)

Incêndios que resultam da combustão de materiais sólidos, geralmente à base de celulose, os quais dão normalmente origem a brasas

Madeira, Papel, Tecidos, Carvão

B

Combustão de Líquidos (também designados Fogos Gordos)

Incêndios que resultam da combustão de líquidos ou de sólidos liquidificáveis

Álcoois, Cetonas, Éteres, Gasolinas, Vernizes, Ceras, Óleos, Plásticos

C

Combustão de Gases

Incêndios que resultam da combustão de gases

Hidrogénio, Butano, Propano, Acetileno

D

Combustão de Metais (também designados Fogos Especiais)

Incêndios que resultam da combustão de metais

Metais em pó (alumínio, cálcio, titânio, sódio, potássio, magnésio, urânio)

LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES Existem também regras no que respeita à localização dos extintores. O art.º. 163 (utilização dos meios portáteis e móveis de extinção de incêndios), Portaria 1532/2008 de 29 de dezembro, determina, no nº 3 que os extintores sejam colocados de modo que o seu manípulo fique a cerca de 1,20 m do pavimento. 10 www.nova-etapa.pt


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Os extintores devem ser colocados em locais visíveis e acessíveis. É importante que os extintores estejam localizados: 

Ao longo dos percursos;

 Junto aos acessos; 

Nas áreas de trabalho.

A distância máxima a percorrer extintor

até não

um deverá

exceder 15 metros.*

* Portaria 1532/2008 de 29 de dezembro art.º. 163º, nº 1 (utilização dos meios portáteis e móveis de extinção de incêndios).

Em grandes compartimentos ou em certos locais, quando a obstrução visual não possa ser evitada, devem existir meios suplementares que indiquem a sua localização. Os extintores colocados em locais em que possam sofrer danos físicos ou à intempérie devem ser protegidos em caixas.

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MANUTENÇÃO DOS EXTINTORES Os extintores que são retirados para manutenção, devem ser substituídos por outros idênticos.

Tipo de Extintor

Manutenção

Recarga

Vida útil

Água e Espuma

anual

1 ano

20 anos

anual

Mínimo cada 3 anos ou sempre que seja usado

20 anos

CO2

anual

5 anos

20 anos

NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO DOS EXTINTORES Os princípios a considerar na distribuição de extintores portáteis de incêndio numa determinada instalação são: A natureza dos riscos e da superfície dos locais a proteger; A contra–indicação dos agentes extintores em presença de equipamento elétrico; Tipo de ocupação humana dos locais (número de pessoas presentes e riscos associados à utilização de determinados agentes extintores: por exemplo, diminuição da visibilidade no caso da utilização de pó químico ou risco de asfixia no caso de utilização de dióxido de carbono em espaços fechados); A ação nociva dos agentes extintores sobre os materiais armazenados, equipamentos elétricos ou eletrónicos, aparelhos de precisão, etc.

A distribuição dos extintores portáteis num determinado espaço depende sobretudo de: Tipo de extintor (escolha do agente extintor); 12 www.nova-etapa.pt


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Capacidade do extintor; Quantidade de extintores (número). Uma vez escolhido o tipo de extintor mais adequado ao risco a proteger, procede-se então à definição da densidade de extintores, isto é, do número de extintores necessários para um determinado espaço. A densidade ou distribuição de extintores depende sobretudo do tipo de risco a proteger e da eficácia do agente extintor. Os extintores devem ser distribuídos de modo a que se disponha de uma quantidade mínima de produto extinto, na ausência de outro critério de dimensionamento devidamente justificado, à razão de: a) 18 L de agente extintor padrão por 500 m2 ou fração de área de pavimento do piso em que se situem; b) Um por cada 200 m2 de pavimento do piso ou fração, com um mínimo de dois por piso. Todos os trabalhadores devem conhecer os locais onde estão colocados os extintores e devem ser treinados, periodicamente, no uso deste equipamento.

1.1.2 – REDE DE INCÊNDIOS ARMADA A RIA é um sistema eficaz para a atuação das equipas de 2.ª intervenção. As colunas de distribuição de água para Serviço de Incêndios (S.I.) podem ser secas ou húmidas. No caso das colunas húmidas, a rede será armada se o efeito de extinção for através de bocas de incêndios armadas (BIA) “tipo carretel” (mangueira semirrígida de 20 ou 25 m e Ø 25 mm). As BIA ou bocas de incêndios armadas devem obedecer à NP EN 671.

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1.1.3 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE DETEÇÃO DE INCÊNDIOS Permitem complementar ou substituir o ser humano e originar alarmes precoces através das manifestações habituais do fogo: fumo, chama, calor. Os SADI avisam do perigo de um incêndio e permitem a intervenção no momento em que aquele é ainda insignificante. Os SADI poderão ser convencionais ou endereçáveis (e, eventual e simultaneamente, analógicos).

Esquema n.º 1 – Funcionamento de um SADI

No primeiro caso, são organizados em grupos (ou zonas); no segundo caso em linhas (ou “loops”).

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Equipamentos periféricos: Detetores (ou sensores) automáticos; Detetores iónicos de fumos; Detetores óticos de fumos; Detetores termovelocimétricos (ou térmicos); Detetores de chamas (1 ou 2 células); Detetores bi-funções (fumos e térmicos); Detetores químicos; Detetores (ou botões) manuais.

Esquema n.º 2 – Zonas de eficácia dos detetores

O funcionamento pode ser: Pontual; Linear; Com câmara de análise; Com câmara de aspiração. 15 www.nova-etapa.pt


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Os acessórios destes equipamentos são: Sinalizadores (ou indicadores) de ação; Bases estanques ou antideflagrantes; Interfaces de zonas ou de entrada/saída; Isoladores de linha, etc. Como alarmes, teremos: Campainhas; Claxons; Sirenes; Flashes; Rotativos; Mistos. À Central de Deteção de Incêndios (CDI) poder-se-ão associar: quadro repetidor, sinóptico, impressora e um PC de gestão. A transmissão à distância (alerta) poderá ser feita por linha privativa, linha comutada ou via rádio (trunking), enviando sinal digital, texto gravado ou comunicação oral. A norma aplicável é a NP EN 54.

1.1.4 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE DETEÇÃO DE GÁS Complementam os anteriores na deteção precoce de fugas de gases combustíveis ou concentrações excessivas de gases nocivos. Os SADG são utilizados para detetar gases tipo CO ou outros combustíveis (propano, butano, natural, cidade, etc.). A configuração do SADG pode ser semelhante à do SADI, isto é, com detetores pontuais ou através de análise por aspiração. 16 www.nova-etapa.pt


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1.1.5 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS

Atuam pelo lançamento nos locais sinistrados de agentes extintores tais como: água, espuma, pós químicos, CO2 e gases inertes.

Esquema n.º 3 – Esquema de SAEI

Legenda: (1) – Alimentação da égua (2) – Válvula (3) – Posto de comando (4) – Tubagem com sprinklers (5) – central de deteção de incêndios (6) – Alerta (7) – Alarme

Os SAEI possíveis atuam por: Água (vulgo sprinklers); Espuma; Pó químico; CO2; Gases limpos, substitutos do halon (FE13, FM200, INERGEN, ARGON, etc.). A - Os SAEI por água podem ser: Tipo standard; Tipo dilúvio.

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No caso do tipo standard, podem subdividir-se em: Húmidos; Secos; Alternados; Pré-ação. As cabeças sprinklers utilizadas nos sistemas standard atuam por ampola ou por termo fusível, a várias temperaturas: 57°, 68°, 79°, 93°, 141°, etc. Conforme a sua posição de instalação, serão: Verticais; Pendentes; De parede; Convencionais. Os sprinklers usados nos sistemas dilúvio são abertos.

Em seguida poderemos ver vários tipos de sprinklers1. Sprinklers Convencionais

1 www.instalfogo.pt/biastop.html

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Sprinklers para Armazéns

Sprinklers Boquilhas Abertas

Residenciais

O sistema é constituído por: Fonte de abastecimento; Posto de comando ou controlo (com gong hidráulico); Tubagem de distribuição, sprinklers.

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Como acessórios, podemos ter: Pressostatos; Indicadores de caudal; Válvulas de purga.

B - Os SAEI, com gás como agente extintor, poderão ser para proteção total ou proteção local. A configuração tipo é: Equipamentos de deteção; Central de comando; Contentores (cilindros) com gás; Tubagem de distribuição; Difusores de gás; Painéis de pré-alarme e alarme; Equipamentos de encravamento e sinalização. Os projetos e cálculos são, habitualmente, baseados nas NFPA 13 (sprinklers), NFPA 12 (CO2), NFPA 2001 (gases limpos).

1.1.6 – SISTEMAS DE DESENFUMAGEM A terminologia mais correta é “controlo de fumos” que engloba a desenfumagem (que pode ser passiva ou ativa) e a sobrepressurização. Estes sistemas permitem manter os caminhos verticais e horizontais de evacuação, libertos de fumos e assim permitir a intervenção das forças de socorro.

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A desenfumagem pode ser feita pela conjugação da insuflação e da extração entre a versão natural e a versão mecânica:

(insuflação)

(extração)

Natural

Natural

Natural

Mecânica

Mecânica

Natural

Mecânica

Mecânica

Esta técnica utiliza-se nos locais ocupados ou utilizados humanamente, que podem ser de grande volume, volume médio, comunicações horizontais e comunicações verticais. A sobrepressurização é usada nas comunicações verticais de grande altura.

1.1.7 – ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA Associada a sinalização adequada, permite evitar o pânico, realizar a evacuação e a intervenção. Esta iluminação destina-se a: Iluminação de saídas; Iluminação de circulação;

Bloco de iluminação de eemergência

Iluminação de obstáculos; Sinalização. Pode ser alimentada por: Bateria central de acumuladores; Grupo gerador electrogénio; Blocos autónomos. 21 www.nova-etapa.pt


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Podendo ser: Permanente; Não permanente.

1.1.8 – EQUIPAS DE INTERVENÇÃO Em função da dimensão e tipo de organização, são classificadas em escalões de 1.º e 2.º nível. No 1.º escalão qualquer pessoa da organização poderá atuar correta e localmente com os extintores, carretel, colaborar na evacuação, etc.; No 2.º escalão encontram-se as equipas mais especializadas (brigadas de incêndio, bombeiros privativos), que poderão complementar ou reforçar as anteriores com meios mais potentes ou de maior capacidade (boca de incêndio armada (BIA tipo teatro, extintores móveis, etc.);

1.1.9 – CENTRAL DE SEGURANÇA É uma estrutura fundamental na gestão de segurança para: Receber os alarmes e geri-los; Coordenar as forças de intervenção; Registar as ações empreendidas.

1.2 – ÁREA DA CRIMINALIDADE Nesta área também podemos distinguir meios passivos e ativos. Meios passivos, fazem parte da construção: Vedações, muros, valas; Portas, portões, gradeamentos; Cofres, casas fortes, celas. 22 www.nova-etapa.pt


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Meios ativos: Sistemas Automáticos de Deteção de Intrusão / Roubo; Sistema de Controlo de Acessos; Sistemas de Controlo de Rondas; Sistemas de Vídeo–vigilância; Equipamentos de Deteção Individual; Centrais de Segurança.

1.2.1 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE DETEÇÃO DE INTRUSÃO / ROUBO Constituem soluções eletromecânicas ou eletrónicas capazes de complementar ou substituir o ser humano e originar alarmes precoces através de manifestações de abertura/fecho de contactos, radiações infravermelhas, ultrassons, micro-ondas, acústica, etc. Os SADR poderão ter uma configuração muito semelhante ao SADI em que, logicamente, a diferença de fundo está no tipo de detetores/sensores. A configuração deve basear-se nos tipos de proteção pretendida: Proteção perimétrica; Proteção periférica; Proteção volumétrica; Proteção do objeto; Proteção individual; Controlo de acessos. A - Equipamentos de proteção perimétrica: Barreira de infravermelhos ou micro-ondas; Cabo sensor exterior ou enterrado; Câmara de vídeo.

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B - Equipamentos de proteção periférica: Contacto de abertura ou magnético; Detetor sísmico ou de quebra de vidro; Barreira de infravermelhos; Fio alarmado.

C - Equipamentos de proteção volumétrica: Detetor de infravermelhos passivo ou de ultrassons; Detetor combinado.

D - Equipamentos de proteção do objeto: Detetor de vibração ou sísmico; Contacto de abertura ou magnético.

E - Equipamentos de proteção individual: Botão de alarme; Pedal de alarme; Pinça de alarme.

1.2.2 – SISTEMA DE CONTROLO DE ACESSOS Os sistemas mecânicos (fechaduras) ou eletrónicos (cartões de vários tipos) permitem criar obstáculos nas acessibilidades hierarquizando o utente. A mestragem de fechaduras pode ser um processo organizado de controlar e hierarquizar os acessos.

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Na versão eletrónica, o SCA é constituído por: Cartões de acesso; Leitores; Centrais processadoras; Obstáculos a operar (portas, torniquetes, cancelas, portões). Os cartões poderão ser agrupados por famílias ou individualizados, funcionando por pista magnética, código de barras, indutivo, proximidade, à distância, micro-chip, etc. As centrais permitirão fazer faixas horárias, hierarquizar acessos (zonas), introduzir férias e feriados, cancelamentos ou ativações, registar alarmes. Os SCA podem ser associados a outros sistemas, tais como detetores de intrusão e câmaras de vídeo.

1.2.3 – SISTEMAS DE CONTROLO DE RONDAS Ultrapassado o clássico relógio de rondas, utiliza-se, hoje, um sistema eletrónico baseado em: Postos de ronda, tipo barra de códigos ou barra magnética; Leitor portátil; Unidade de transferência de dados; Processador central.

1.2.4 – SISTEMAS DE VIDEO-VIGILÂNCIA Os circuitos fechados de televisão (CFTV ou CCTV) são, cada vez mais um meio ativo importante de segurança, pois permitem visionamento em tempo real, registo de imagens, cópias e impressão dessas imagens.

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Tem, assim, um efeito não só de vigilância como de dissuasão e de prova documental.

A estrutura básica de um CCTV é: Câmaras monocromáticas ou policromáticas, fixas ou móveis, objetivas autoíris ou zoom; Sequenciadores ou matrizes de processamento; Monitores monocromáticos ou policromáticos; Gravadores de tempo real ou “time lapse”; Multiplexadores e impressoras vídeo; Deteção de movimentos. Em termos de acessórios, temos uma multiplicidade de elementos: caixas de proteção, suportes, etc.

1.2.5 – EQUIPAMENTOS DE DETEÇÃO INDIVIDUAL Nestes equipamentos incluem-se os de “alta segurança”, tais como: Detetores de metais, quer portáteis, quer tipo pórtico; Detetores portáteis, ou não, de drogas e de explosivos; Aparelhos de RX para deteção de armas, drogas, explosivos.

1.3 – CENTRAIS DE SEGURANÇA São locais reservados e de acesso restrito, normalmente guarnecidas humanamente e em permanência (24 horas, 365 dias) – de preferência com 2 operadores – onde se concentram as centrais de gestão dos incêndios, dos gases, da intrusão, do controlo de acessos, CCTV, eventualmente gestão técnica, etc. 26 www.nova-etapa.pt


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Devem ter uma boa rede telefónica e/ou rádio, quer para receber, quer para comunicar para o exterior.

Podem estruturar-se de duas maneiras distintas: Com uma única consola onde, ergonomicamente, se concentram os terminais de exploração; Por múltiplos postos de trabalho especializados, por exemplo, incêndio num, CCTV noutro, etc. O local deve estar dotado de meios estruturais, informáticos e documentais para apoio em caso de emergência.

PROPOSTA DE ATIVIDADE Acabámos de falar em Centrais de Segurança. Seria interessante que elaborasse uma Ficha de Procedimentos a utilizar numa dessas unidades.

1.4 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA2 A – Os sinais são caracterizados por um formato geométrico, cor de segurança, cor de contraste e cor do pictograma: Sinais de emergência: retângulo ou quadrado, cor verde, pictograma branco; Sinais de equipamento da luta contra incêndio: retângulo ou quadrado, cor vermelha, pictograma branco; Sinais de obrigação: círculo, cor azul, pictograma branco; Sinais de proibição: círculo, cor vermelha, pictograma preto, contraste branco; 2

Segundo a Portaria n.º 1456-A/95 de 11 de dezembro.

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Sinais de perigo: triângulo, cor amarela, pictograma preto, contraste preto. A sinalização de segurança pode ser realizada por: Sinais luminosos, acústicos e comunicação verbal; Sinais gestuais e comunicação verbal; Sinais de placas e cores de segurança. Recordemos pois os diferentes tipos de sinalização usados nos locais de:

PROIBIÇÃO

Proibição de fumar

Proibição de fazer lume ou de fumar

Passagem proibida a peões

Proibição de apagar com água

Água não potável

Proibida a entrada a pessoas não autorizadas

Passagem proibida a veículos de movimento de cargas

Não tocar

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AVISO/PERIGO

Substâncias inflamáveis ou alta temperatura

Substâncias explosivas

Substâncias tóxicas

Substâncias corrosivas

Substâncias radioativas

Cargas suspensas

Veículos de movimentação de carga

Perigo de eletrocussão

Perigos vários

Raios laser

Substâncias comburentes

Radiações não ionizantes

Forte campo magnético

Tropeçamento

Queda com desnível

Risco biológico

Baixa temperatura

Substâncias nocivas ou irritantes

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OBRIGAÇÃO

Proteção obrigatória de olhos

Proteção obrigatória da cabeça

Proteção obrigatória dos ouvidos

Proteção obrigatória das vias respiratórias

Proteção obrigatória dos pés

Proteção obrigatória das mãos

Proteção obrigatória do corpo

Proteção obrigatória do rosto

Proteção individual obrigatória contra quedas

Passagem obrigatória para peões

Obrigações várias (acompanhada eventualmente de uma placa adicional

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SALVAMENTO OU SOCORRO E SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Via saída de Emergência

Direção a seguir (sinal de indicação adicional às placas em seguida)

Primeiros socorros

Duche de segurança

Maca Lavagem dos olhos

Telefone para salvamento e primeiros socorros

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS

Agulheta de incêndio

Extintor

Escada

Telefone para luta contra incêndios

Direção a seguir (sinal de indicação adicional às placas apresentadas acima) Sinal de obstáculos e locais perigosos (faixas amarelas e negras ou vermelhas e brancas) 31 www.nova-etapa.pt


Módulo II – Metodologias, Meios, Equipamentos Necessários e Critérios de Dimensionamento

Esta sinalização será essencial para completar a planta de emergência da organização, como veremos vais à frente.

B – Os símbolos de substâncias perigosas são:

Comburentes

Corrosivas

Explosivas

Inflamáveis

Tóxicas

Nocivas

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Módulo II – Metodologias, Meios, Equipamentos Necessários e Critérios de Dimensionamento

2. SINTESE

Existem diversos equipamentos que têm uma função específica para responder a situações de emergência (incêndio, acidente de trabalho grave, intrusão, etc. A organização da segurança contra incêndios depende de meios passivos (aqueles que fazem parte da própria estrutura do edifício – exemplo porta corta-fogo) e ativos (por exemplo: extintores, RIA, SADI, SAEI, sistemas de controlo de fumos etc.), instalados no estabelecimento. Existem critérios de dimensionamento e de localização destes meios de acordo com a legislação estabelecida para o efeito. A manutenção dos equipamentos utilizados na emergência não deve ser desprezada, para que estejam sempre operacionais se for necessária a sua utilização. A área da segurança contra a criminalidade também contém meios passivos (fazem parte da construção, por exemplo, vedações, muros, valas etc.) e ativos (por exemplo, SADR, sistemas de controlo de acessos, sistemas de controlo de rondas, sistemas de vídeovigilância, equipamentos de deteção individual e centrais de segurança). A sinalização de segurança é necessária para informar riscos, condicionar atitudes, recomendar o uso de equipamentos que protegem desses riscos e localizar meios de intervenção ou socorro.

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