INTELIGÊNCIA EMOCIONAL MÓDULO IV
AS MOTIVAÇÕES www.nova-etapa.pt
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Mód. IV: As Motivações
ÍNDICE
Módulo IV – As Motivações Objetivos Pedagógicos
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Conteúdos Programáticos
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1. A Inteligência Emocional e as Motivações
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2. A Importância da Gestão Emocional
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V. SÍNTESE CONCLUSIVA
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VI. BIBLIOGRAFIA
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MÓDULO IV – AS MOTIVAÇÕES OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de: • Ter consciência das fases de concretização dos projetos; • Utilizar a inteligência emocional como a capacidade de se automotivar e gerir as emoções ao nível inter e intrapessoal; • Reconhecer que as vitórias e derrotas são relativas e que o sucesso está na combinação da complexidade das emoções com a razão.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • Inteligência Emocional e as Motivações; • A Importância da Gestão Emocional.
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1. A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E AS MOTIVAÇÕES Por norma o ser humano é motivado para a procura do prazer e para evitar o que considera desagradável. A procura do prazer encontra-se intimamente ligada a cada um dos nossos atos, numa oscilação constante entre o prazer e o desprazer ao longo da nossa vida. A grande maioria dos projetos que se realizam durante a vida funciona de forma semelhante ao gráfico da figura 1. No início está presente o entusiasmo e tudo o que se possa antecipar de prazer e alegria quando da sua concretização. Seguidamente o entusiasmo vai tomar a forma do prazer de empenhamento no projeto. Começa agora a sentir-se o esforço da realização do projeto conjuntamente com problemas que vão marcando presença. O entusiasmo inicial é substituído pela desilusão que os esforços necessários originam. É durante os desânimos que vão surgindo ao longo do projeto que muitos desistem, não tolerando o desprazer do esforço de realização. Os mais persistentes vão começando a sentir o prazer de ver o projeto caminhar na direção do objetivo, sentindo por fim a grande alegria da concretização do projeto. Ou seja, o sucesso na concretização de um projeto reside na capacidade de cada um em resistir às pressões, ao desânimo, ao esforço exigido e ao modo como soluciona os problemas previstos e imprevistos.
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Figura 1 – As quatro fases da concretização
ADIAR A GRATIFICAÇÃO Um estudo com crianças de quatro anos veio revelar que as crianças que têm capacidade de adiar a recompensa, com que são colocadas em contacto direto (doces),
são
detentoras
de
traços de
personalidade significativamente diferentes daquelas que não conseguem adiar essa recompensa. O estudo revelou ainda que quando as mesmas crianças foram sujeitas a testes perto do fim do curso secundário, as que tinham esperado pacientemente aos quatro
anos
personalidade
revelaram mais
traços
de
favorecedores
do
sucesso e das competências sociais.
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2. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO EMOCIONAL O conceito de Inteligência Emocional é atualmente um dos mais explorados no campo das organizações, pois a Inteligência Emocional aplicada no campo organizacional traduz-se em vantagem competitiva, numa mais valia para os setores empresariais. A introdução da palavra emoção ao vetor inteligência introduziu nesta última a capacidade de movimento, quer metaforicamente quer literalmente, dos sentimentos fundamentais. Salovey e Mayer, os «pais» do termo inteligência emocional, encaram a mesma como uma série de aptidões que servem para a apreciação e expressão justa das emoções de cada indivíduo e das dos outros, com o objetivo de atingir o ajustamento dessas mesmas emoções nas relações interpessoais, com motivação, planificação e concretização. No seguimento dessa ideia, Goleman
enquadra
o
termo
Inteligência Emocional como a capacidade
individual
identificar
os
de
próprios
sentimentos e os dos outros, de nos automotivarmos e de gerir as emoções ao nível intra e interpessoal. Desta
forma,
a
inteligência
emocional confere ao indivíduo a capacidade de se automotivar a procurar o seu potencial único, ativando as suas aspirações e valores mais profundos, que deixam de ser algo a respeito de que pensamos, e passam a ser vividos. As emoções serão assim o nosso motus anima, ou seja, o espírito que nos move. No entanto, não basta ter sentimentos mas é fundamental que aprendamos a reconhecer e a valorizar os sentimentos – quer em nós próprios, quer nos outros – para que consigamos reagir adequadamente a estes, aplicando eficazmente a informação e a energia das emoções nas nossas vidas.
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Esse reconhecimento e valorização são os pilares fundamentais da inteligência emocional partindo do conhecimento da natureza humana para alcançar a «inteligência das emoções». Desta forma, manifestam-se no poder de compreensão do outro, na intuição, no controlo das emoções e na autoconsciência ou na capacidade de reconhecer como se é. O êxito ou fracasso das nossas relações em sociedade dependem essencialmente destas capacidades. Essas capacidades dão pelo nome de Gestão Emocional. Para ilustrar a capacidade de reconhecimento emocional, é frequentemente citado um velho conto japonês, segundo o qual certo dia um aguerrido samurai desafiou um mestre de zen a explicar-lhe os conceitos de Céu e Inferno. No entanto, o monge respondeu trocista:
«Não passas de um estúpido e não perco tempo com gente da tua laia!» Ofendido na sua honra, o samurai encheu-se de raiva e puxando da sua espada gritou: «Podia matar-te já pela tua impertinência!» «Isto», replicou calmamente o monge, «é o Inferno». Sobressaltado ao ver a verdade naquilo que o mestre lhe dizia da fúria que o dominava, o samurai acalmou-se e devolveu a espada à bainha, fazendo uma vénia e agradecendo ao monge a lição. «E isso», disse o monge, «é o Céu!»
A injunção de Sócrates «Conhece-te a ti mesmo» refere-se a esta pedra angular da inteligência emocional - a metacognição ou autoconsciência emocional – a qual representa a consciência dos nossos sentimentos no instante em que eles ocorrem. Na verdade, a autoconsciência emocional é um auxiliar precioso no relacionamento interpessoal, na medida em que confere ao indivíduo a capacidade de ler em si próprio (e consequentemente nos outros) as emoções fundamentais. Essa leitura permite ao indivíduo conhecer padrões de reação conscientes e eventualmente inconscientes, originando uma gestão mais eficaz e correta das relações humanas, com um grande incremento ao nível comunicacional. 7 www.nova-etapa.pt
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Embora muitas vezes pareçam óbvios, uma reflexão mais cuidada sobre os sentimentos demonstra-nos que muitas vezes não temos consciência dos mesmos, com prejuízo para a forma como estes são expostos nas relações sociais A gestão das nossas emoções e sentimentos apresenta alguns níveis de trabalho: I.
Conhecimento dos Sentimentos Básicos: Os sentimentos mais fortes no Homem são a ira ou raiva, o medo, a alegria ou felicidade, o amor, a surpresa, a tristeza. A capacidade de lidar com estes sentimentos face às situações em que surgem confere ao indivíduo uma capacidade de manobra superior face às eventuais adversidades, que serão transformadas em caminhos para as vitórias.
II.
Motivação: Muitas vezes traduzida pelo optimismo pela vida, favorece o indivíduo
no alcançar das metas delineadas. Quando surgem, os fracassos e os problemas devem ser encarados como podendo ser ultrapassados em situações futuras, pelo que a motivação é fundamental para persistir e ser perseverante. III.
Empatia: Se captar os sentimentos dos outros é importante, só se alcança a
empatia verdadeira com sentimentos interiores puros e capacidade de comunicação verdadeira e sentida. Esta será geradora de confiança dos outros face a nós, resultando em relações mais verdadeiras e íntegras. IV.
Aptidões Sociais: É a capacidade de lidar com emoções em grupo. É a base de
toda a capacidade de uma equipa em gerar resultados. A gestão das emoções origina melhores equipas, sentimento de pertença e confiança recíproca, ou seja, favorece a explosão emocional grupal positiva. Na verdade, o conhecimento profundo das nossas emoções,
padrões
inconscientes
emocionais
permite-nos
a
e
estruturas
utilização
inteligente
desses padrões no sentido de agir de um modo mais funcional face a nós próprios e aos outros. A sua gestão funcional evita um desgaste acentuado de energia e permite um ganho de inteligência ao nível da identidade e compreensão vital. Esse funcionamento mais equilibrado permite uma adaptação dinâmica às situações, pelo que deixamos 8 www.nova-etapa.pt
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de agir pelo previsível (passado) e passamos a agir pelo que é possível, o que permite encarar as situações de uma forma quase ilimitada. No entanto não devemos centrar o conhecimento e a gestão emocional somente em nós próprios, pois reconhecer o padrão e funcionamento de outro é importante no sentido de lhe oferecer uma emoção certa no momento certo. O movimento de harmonização emocional entre nós e o outro compreende dois tipos de ciclo: o ciclo da sequência (em que cada emoção gera a próxima) e o ciclo do controlo (que serve muitas vezes para desbloquear uma situação, pelo que a nossa presença e ação pode fornecer uma emoção especifica que controla qualquer outra em excesso). A aplicação destes dois ciclos nas nossas relações interpessoais deve ser aplicada com autenticidade, transmitindo integridade aos outros e criando confiança. Conforme algumas opiniões a nossa vida relacional pode ser encarada como um trivial pursuit. Como neste jogo, para gerirmos as relações interpessoais, o conhecimento importante é o que se acumula com a experiência. Embora as voltas do círculo da vida nos deem oportunidades de resposta passíveis de serem premiadas, não somos nós a determinar o conteúdo das perguntas (embora as oportunidades sejam semelhantes para todos os jogadores).Conquanto a viagem seja individual e cada jogador tenha acesso apenas a um queijo, só tem sentido jogar com outras pessoas. As vitórias e derrotas são sempre relativas e decorrentes das relações com os outros jogadores. O que importa é aprender com as situações, divertir-se em conjunto e acabar mais completo
e
feliz
do
que
quando
se
começou.Uma grande quantidade de teorias e modelos postula que o comportamento do indivíduo resulta da história/ sociedade/grupo e das
estruturas
determinam.
suprapessoais
Outras
teorias
que
o
encontram
respostas em estruturas infrapessoais. Embora grande parte destas explicações sejam adequadas, trazem consigo uma consequência 9 www.nova-etapa.pt
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importante: desresponsabilizam as pessoas face aos seus comportamentos e ações, esquecendo que o indivíduo pode modificar as estruturas envolventes. A falta de aptidões emocionais dos indivíduos tem sido geradora de uma série de dificuldades pessoais, familiares, escolares, de interação social e laborais. Compreende-se desta forma que é necessário utilizar a educação emocional, uma vez que a inteligência emocional pode ser estimulada e reforçada. A educação emocional surge como um instrumento que visa desenvolver 5 aptidões emocionais básicas: a)
Capacidade de reconhecer os próprios sentimentos - Se não for capaz de
avaliar a qualidade e intensidade dos próprios sentimentos o indivíduo não poderá definir até que ponto estes sentimentos o influenciam e às pessoas que o cercam. b)
Capacidade de empatia - Empatia é a capacidade de sentir como o outro, de
perceber as emoções do outro como estando no seu lugar. Ter esta capacidade é fundamental para estabelecer relacionamentos bem sucedidos na família e no trabalho, ou seja, na sociedade. c)
Capacidade de controlar as próprias emoções - Ter controlo sobre as próprias
emoções significa ser capaz de exprimir adequadamente os sentimentos, evitando expressões emocionais ofensivas e improdutivas, além de ser capaz de adiar a expressão das mesmas até um momento propício (diferente de reprimir, suprimir ou engolir as emoções). d)
Capacidade de reparação dos danos emocionais - Desenvolver a capacidade
de reconhecer os próprios erros em relação aos outros e de reparar os danos que isso possa ter causado, ou seja, entre outras coisas, saber desculpar-se adequadamente. e)
Capacidade de integração emocional e interatividade - É a habilidade de estar
consciente do próprio estado emocional ao mesmo tempo que se está em sintonia com o estado emocional daqueles que o cercam, sendo capaz de interagir eficazmente com eles.
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A reflexão sobre o que foi escrito permite-nos compreender que a capacidade de percebermos os nossos estados emocionais, de os distinguirmos e de agirmos de forma adequada face aos outros, pressupõe um elevado grau de autoperceção. Essa é a chave para o autoconhecimento e constitui a base do comportamento emocionalmente inteligente. Conseguir uma correta gestão emocional permite-nos registar também os estados de espírito e emocionais das outras pessoas, reagindo com sensibilidade. É da interação entre o sentimento e a razão que determinamos o nosso pensar e agir, influenciando todas as nossas ações em sociedade. A base do nosso sucesso na vida reside cada vez mais da combinação conveniente da complexidade da nossa vida emocional com a nossa razão.
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V. SÍNTESE CONCLUSIVA
As estruturas fazem a pessoa mas a pessoas faz as estruturas, pelo que nas nossas relações sociais devemos utilizar o nosso poder pessoal, ou seja, possuir uma consciência reflexiva sem cairmos no ridículo de sermos espectadores de nós próprios.
Na verdade, os nossos planos, objetivos e metas, ações e comportamentos, podem sempre ser corrigidos e melhorados, desde que o entusiasmo não seja substituído pela desilusão, pois a concretização de projetos reside na capacidade de cada um em resistir às pressões que lhe são postas.
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VI. BIBLIOGRAFIA
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Sequeira, José ”Desenvolvimento Pessoal”
Filmes:
“Acima do Dever” de Glenn Close (tolerância e preconceito)
”Cidade dos Anjos” de Brad Sieberling (gestão do medo)
”Clube das Divorciadas” de Hugh Wilson (ancoragem)
”Julieta dos Espíritos” de Frederico Fellini (conceito de remodelação)
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