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CRIATIVIDADE: DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS E FATORES www.nova-etapa.pt


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Mód.II: Criatividade: Definições, Características e Fatores

ÍNDICE

Módulo II - Criatividade: Definições, Características e Fatores Objetivos Pedagógicos

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Conteúdos Programáticos

3

Introdução

4

1. O que é a criatividade?

6

1.1. Algumas definições de criatividade

6

1.2. Conceitos e terminologia: Criatividade, Imaginação Novidade, Inovação: Sinónimos?

8

1.3. Domínios da criatividade: Arte? Ciência? Tecnologia?

10

1.4. A distribuição na população: Big C / Little C

11

2. Características / critérios de criatividade

13

3. Fatores que influenciam a criatividade

19

4. A Reter

28

Bibliografia

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Anexos

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MÓDULO II - CRIATIVIDADE: DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS E FATORES

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de:  Definir o conceito de criatividade;  Relacionar os diferentes conceitos de criatividade com as várias teorias existentes;  Reconhecer e identificar os vários domínios de aplicação da criatividade;  Identificar e distinguir as características da criatividade;  Identificar e caracterizar os diversos critérios de criatividade;  Distinguir fatores individuais de fatores contextuais.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

 O que é a Criatividade?  Delimitação de conceitos e pressupostos da criatividade;  Criatividade: definições, conceitos e terminologia;  Características e critérios de criatividade;  Fatores que influenciam a criatividade.

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INTRODUÇÃO

Metáfora O essencial Voltando ao conhecimento - necessário, mas até que ponto? E a que preço? uma história árabe conta-nos: Um imperador mandou vir um homem que passava por ser o mais sábio do conjunto das terras conhecidas e pediu-lhe que redigisse uma obra que contivesse os conhecimentos essenciais. O erudito deitou mãos ao trabalho e, doze anos mais tarde, ofereceu ao monarca toda uma série de volumes. - É demasiado extenso - disse o imperador. - Escreve os conhecimentos essenciais num só volume. O homem obedeceu e voltou quatro ou cinco anos mais tarde com um único volume. - É ainda demasiado extenso - disse o imperador. - Sou um homem ocupado com todos os problemas do império. Escreve em poucas páginas o que consideras essencial e traz-me essas páginas. O sábio deitou-se ao trabalho. Conseguiu, em dois ou três anos, meter a quintessência dos seus conhecimentos em algumas páginas, que ofereceu ao monarca. Este, particularmente ocupado nesse dia, pediu um último esforço: uma só página. Vários anos de trabalho foram então necessários ao homem para fazer com que o seu conhecimento coubesse numa página. - Ainda é muito — disse-lhe o imperador. — Proponho-te uma coisa: não escrevas mais nada. Põe o essencial do que sabes numa palavra e vem dizer-ma. Recompensar-te-ei. O homem retirou-se para um planalto árido e refletiu durante o tempo necessário. No fim, quando encontrou a palavra que encerrava todos os pensamentos, pediu audiência ao imperador, que já era um velho. - Encontraste a palavra? — perguntou ele ao erudito. - Sim, Majestade. Encontrei. - Aproxima-te. Diz-me essa palavra em voz baixa, depressa. O sábio aproximou-se do imperador, inclinou-se para o seu ouvido e murmurou uma só palavra. O imperador foi o único a ouvir e exclamou: - Mas isso já eu sabia! Jean-Claude Carrière, Tertúlia de mentirosos 4 www.nova-etapa.pt


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A noção de criatividade de dos processos criativos tem sido objeto de discussão, versando questões ligadas à delimitação e definição do próprio conceito, aos processos de avaliação e medida, às características dos criadores e génios científicos, ao reconhecimento em geral e à diferenciação dos atos criativos.

Neste módulo serão abordadas questões relacionadas com aspetos de definição da terminologia adotada na área da criatividade. Nesse sentido, serão apresentados importantes aspetos que concorrem para uma melhor compreensão da criatividade, como as características que a compõem, bem como os fatores que a influenciam.

A criatividade pode ser consensualmente definida como a capacidade para superar ideias tradicionais, regras, padrões ou relações já existentes e de criar novas ideias, formas, métodos, interpretações com significado.

A construção e reconstrução inevitavelmente criativa do passado, a invariável interpretação do presente e a forçosa reflexão sobre o futuro pessoal, cultural e social que constituem a experiência de vida de todos os seres humanos, obrigam incontornavelmente a uma análise da criatividade.

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1. O QUE É A CRIATIVIDADE? A partir das várias perspetivas teóricas, têm surgido inúmeras noções e definições de criatividade, sem que tenha sido possível até ao momento uma formulação consensual e genericamente aceite neste domínio da investigação. Este facto, que pode gerar alguma

confusão

e

perplexidade,

compreende-se em virtude da complexidade intrínseca do fenómeno em estudo e na consequente ausência de teorias estáveis e bem estruturadas sobre a matéria. Neste contexto, podemos aceitar o postulado de que as várias definições existentes não se excluem, mas antes se intersetam e combinam, como aliás seria de esperar.

1.1. ALGUMAS DEFINIÇÕES DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE

Algo que não se sabe definir, mas que se reconhece quando se encontra. Miller (1986)

A expressão do Eu único de um indivíduo, manifesta-se de forma diferente em cada pessoa, segundo as orientações pessoais, o ambiente, o interesse, a habilidade ou o talento. Para alguns, são as associações inovadoras de ideias que são úteis, para outros, o meio principal para se libertarem do rotineiro. Para todos, a criatividade emana da essência de quem é único, permitindo o crescimento do seu próprio universo e o aprofundamento de experiências interiores.” (Schallcross)

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Processo de quebra de barreiras entre inconsciente e consciente, do qual emergem processos primários, sendo estes sujeitos a elaboração consciente. (Kris)

O aparecimento de um produto original devido à tendência autorrealizadora. (Rogers)

Um processo mental pelo qual o sujeito produz informação que não possuía. (Guilford)

A capacidade para produzir numerosas e originais associações (Wallach & Kogan)

O processo de destruição de uma gestalt a favor de uma melhor. (Wertheimer)

A descoberta de novas e significativas conexões, o uso de vários pontos de vista e a seleção de alternativas. (Isaksen & Parnes)

O processo de ser sensível a problemas, falhas na informação, sendo também a descoberta e formulação de hipóteses sobre as deficiências encontradas, a avaliação dessas hipóteses e ainda a comunicação dos resultados. (Torrance)

O processo que leva à criação de um produto novo, o qual é aceite como útil, convincente ou agradável para um número significativo de pessoas num dado tempo. (Stein)

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1.2. CONCEITOS E TERMINOLOGIA: Criatividade, Imaginação, Novidade, Inovação: Sinónimos? O termo criatividade era, no final do séc. XIX, considerado melindroso por razões religiosas: criar era um dom atribuível apenas a Deus, sendo um sacrilégio a sua atribuição aos homens. Só durante o séc. XX este termo viria a ser vulgarizado como atributo humano. Ainda hoje transparece na literatura um esforço para delimitar as fronteiras da criatividade, designadamente dos conceitos de imaginação, sobredotação, novidade, originalidade e inovação. De uma forma geral, distinguem-se imaginação e criatividade, já que aquela é uma função interna universal e esta implica comportamentos, e é neles condicionada pelo fator social e neles pode demonstrar um valor utilitário. Sternberg, por seu lado, considera que para haver criatividade, a imaginação tem que estar presente, representando “o que não existe”, sendo um pré-requisito para pensar criativamente. Criatividade implicará então imaginação, mas o contrário não é verdadeiro. Pensamento criativo e sobredotação, pese embora algumas interseções, têm diferenças inequívocas: a sobredotação implica um dom, um atributo de que o indivíduo foi provido, enquanto o pensamento criativo tem subjacente a ação, com um objetivo específico, para o qual, geralmente, se pressupõe esforço e desenvolvimento. A sobredotação pode não implicar criação mas rapidez ou excelência de execução, numa prática que surpreende, muitas vezes, pela precocidade e qualidade de realização.

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Novidade e criatividade também são conceitos distintos, sendo que o primeiro diz respeito a algo desviante à norma, independentemente do julgamento qualitativo que se faça. Trata-se, então, de um critério meramente estatístico que, obviamente, poderá coincidir com uma presença criativa, não a implicando. Esta diferença leva a uma outra, ainda mais discutida, e que é a da relação/distinção entre criatividade e originalidade. A originalidade, frequentemente confundida com criatividade, é, sobretudo, um critério utilizado na avaliação de produtos criativos. Critério que, aliás, se rodeia de controvérsias, atendendo à subjetividade intrínseca a este conceito (ver “Características da criatividade”). Criatividade e inovação também têm óbvias relações, mas não são exatamente a mesma coisa. A inovação refere-se ao processo de melhorar o que está feito, reutilizar ou reorientar o uso de determinado instrumento ou ideia em contextos diferentes. A criatividade por seu lado faz apelo ao nascimento de algo novo, por isso é mais fácil promover a inovação do que criatividade.

Criatividade, um processo que leva à criação de um produto novo, que é útil, convincente ou agradável para muitas pessoas num dado tempo.

 não é o mesmo que imaginação.  não é o mesmo que sobredotação.  não é o mesmo que novidade.  não é o mesmo que originalidade.

 não é o mesmo que inovação.

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PRINCIPAIS IDEIAS

TERMINOLOGIA

CONCEITOS E

Criatividade…


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1.3. DOMÍNIOS DA CRIATIVIDADE: Arte? Ciência? Tecnologia? Há que referir também distinções terminológicas

implicadas

por

diferentes domínios de realização criativa.

Na literatura surgem os conceitos de criatividade artística, científica e social (exemplo: criação de ideologias políticas ou religiosas).

Gardner distingue os domínios de realização

a

partir

dos

sistemas

simbólicos que os seus criadores manipulam: verbal, espacial, lógicomatemático,

musical,

quinestésico,

intra e interpessoal, de acordo com a sua teoria anterior das diversas inteligências1.

De la Torre sistematiza as áreas criativas da inovação (criação de teorias sociais, filosóficas, modelos explicativos...); da invenção (tecnologia aplicada); e da descoberta: científica, arte, literatura, dramática e da persuasão (liderança).

1

A teoria das inteligências múltiplas foi elaborada a partir dos anos 80 por investigadores de Harvard, liderados por Howard Gardner. Acompanhando o desempenho profissional de pessoas que haviam sido alunos fracos, Gardner surpreendeu-se com o sucesso obtido por vários deles. Questionou, então a avaliação escolar, cujos critérios incluem apenas a conceção de inteligência vigente na escola, limitada à valorização da competência lógico-matemática e da linguística. Gardner demonstrou, porém, que as demais faculdades também são produto de processos mentais e que não há motivo para diferenciá-las do que geralmente se considera inteligência. Desta forma, ampliou o conceito de inteligência, que em sua opinião pode ser definida como "a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos valorizados num ambiente cultural ou comunitário". Gardner identificou oito inteligências múltiplas: Linguística I Verbal, LógicoMatemática, Visual /Espacial, Musical / Rítmica, Corporal, Inteligências Pessoais – Interpessoal e Intrapessoal – e Inteligência naturalista. (Howard Gardner, Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligence (1983).

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1.4. A DISTRIBUIÇÃO NA POPULAÇÃO: Big C / Little c? Alguns autores distinguem criatividade primária de criatividade secundária. A primeira

corresponderia

criatividade,

na

qual

à

alta

acontecem

insights que mudam intensamente a realidade e a qual é característica de pessoas que dedicam toda uma vida ao trabalho criativo.

A segunda, criatividade quotidiana, seria comum ao resto da população e implicaria apenas a extensão de algo conhecido a novos domínios. Pergunta-se: 

Todos os indivíduos, potencialmente, poderão ser considerados criativos?

A criatividade abrangerá um continuum de produções com um extremo nas realizações originadas (e esquecidas) no quotidiano até àquelas que revolucionaram esse mesmo quotidiano?

Ou corresponderá, exigentemente, a um nível de excelência de realização apenas possível por um fragmento da população?

Parece ser (mais) uma questão em aberto!

Autores como Maslow, Guilford, Amabile e Torrance, entre outros, acreditam que o pensamento criativo segue uma distribuição normal, tal como acontece com a inteligência. O pensamento criativo existirá independentemente da ressonância e da originalidade que o seu produto traduza. Como afirma Torrance “todo o homem pode, na sua ignorância, tentar o que já foi feito mil vezes; se isto não é criação para a espécie é-o para o indivíduo”.

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Contudo outros autores, como Gardner, manifestam uma opinião muito diferente. A produção criativa assume curvas que descrevem distribuições assimétricas (o que Vernon denomina de curva altamente assimétrica à direita), já que uma pequeníssima proporção de pessoas produz a maioria das obras altamente criativas. A distribuição populacional do pensamento criativo aproxima-se de uma curva exponencial.

Nesta perspetiva, a criatividade refere-se apenas a manifestações que reúnem um consenso (num dado contexto cultural e temporal) acerca da sua excelente qualidade sendo, por isso, característica de uma pequena percentagem populacional.

A distribuição da Criatividade na população:

Big C: Criatividade primária ou alta criatividade – factos

PRINCIPAIS IDEIAS

CONCEITOS E TERMINOLOGIA

grande C ou pequeno c?

e ideias que mudam intensamente a realidade;

Little

c:

Criatividade

secundária

ou

criatividade

quotidiana - comum ao resto da população – implica a extensão de algo já conhecido a novos domínios.

Questões em aberto: somos todos criativos? Apenas algumas pessoas são criativas?

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2. CARACTERÍSTICAS / CRITÉRIOS DE CRIATIVIDADE FLUÊNCIA

A fluência é apenas o estágio inicial do processo criativo. A pessoa criativa é capaz de gerar um grande número de ideias ao defrontar-se com um problema. A fluência pode ser medida através de um teste muito simples (de Guilford): pergunta-se a uma pessoa quantas aplicações consegue imaginar para um objeto comum, como um tijolo, por exemplo. Se apresentar uma grande quantidade de aplicações todas dentro da mesma categoria, como a construção ou a ornamentação, demonstrará fluência. Se, além disso, conseguir apresentar aplicações dentro de outras categorias, demonstrará também flexibilidade.

Para melhorar a fluência devemos suspender a censura e a avaliação crítica das ideias, só as exercendo depois de esgotadas todas as ideias.

Genericamente, existem três tipos de atividades para facilitar a fluência: explicações alternativas, consequências alternativas e soluções alternativas.

FLEXIBILIDADE

A pessoa é capaz de explorar uma ampla variedade de ângulos para resolver os seus problemas, sem perder de vista o objetivo final. Se surgirem novos factos não hesitará em abandonar uma linha de raciocínio ou um método inviável e adotar outro.

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A flexibilidade revela-se na capacidade de mudar de caminhos, substituir um padrão de referência por outro, alterar a perspetiva, modificar abordagens e adaptar-se com rapidez a novas exigências, sem ser-se afetado pela rigidez das categorizações.

Essa rigidez geralmente decorre da familiaridade com certos objetos e de hábitos / vícios de raciocínio que nos fazem ver as coisas sempre segundo o mesmo prisma.

ELABORAÇÃO

A

elaboração

capacidade

para

consiste

na

alargar

um

esquema simples a outro mais complexo ou intrincado.

Em

termos

operacionais,

a

elaboração refere-se ao número de “acréscimos” que podem ser

feitos

a

partir

de

um

estímulo simples.

A forma mais utilizada para testar / exercitar a elaboração consiste na realização de desenhos, tendo como ponto de partida determinada forma indutora de tipo gráfico (ver exemplo em anexo). As formas abstratas são excluídas. Cada pessoa, apesar de partir da mesma forma indutora, fará certamente um desenho diferente, pois cada indivíduo projeta-se sobre a mensagem recebida. A repetição do mesmo exercício tem particular valor, na medida em que obriga a recusar as formas que já se tinham “imposto” anteriormente.

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ORIGINALIDADE

A pessoa criativa raciocina com originalidade. Como os seus processos mentais não são obstruídos por estereótipos, ela consegue ultrapassar o comum e imaginar soluções singulares para os problemas. A sua originalidade transparece também na capacidade de desestruturação de sistemas fortemente

ordenados

e

solidificados,

desmontando

a

síntese existente e utilizando os seus elementos e conceitos além das limitações impostas pelo seu contexto primário, criando uma nova combinação e um novo sistema de relacionamentos.

Além dessa capacidade de fragmentar e diferenciar, a pessoa criativa consegue encontrar a unidade na diversidade, perceber relacionamentos, afinidades, similitudes, proximidades e relações entre coisas, experiências e fenómenos.

Os fatores emocionais, não racionais e motivacionais, são especialmente importantes na produção de ideias originais.

Os testes de fluência e flexibilidade podem também servir apara testar a originalidade, mediante a raridade das respostas apresentadas, em relação ao conjunto de pessoas testadas ou padrões estabelecidos com base em aplicações anteriores do teste.

A originalidade, critério que reúne maior consenso na avaliação de produtos criativos, rodeia-se de controvérsias. Pode ser-se absolutamente original? Isto é, criar a partir de nada, não considerando criações prévias? Esta é uma velha questão que se prende com o próprio conceito de criatividade e que alguns autores colocam e não hesitam em afirmar que nada é original nesse sentido puro. Só se pode falar de originalidade enquanto critério tradutor de uma nova combinação de elementos existentes. 15 www.nova-etapa.pt


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Por outro lado, quando algo é original, é-o para quem? Para o indivíduo criador? Para a cultura a que pertence? Ou para o mundo em geral? Estas questões, para as quais não há consenso, advêm das diferentes conceções de criatividade.

BASES INFORMACIONAIS /CONHECIMENTO

“Quem

tem

imaginação

mas

não

tem

conhecimentos, tem asas mas não tem pés.” (Joseph Joubert)

A criatividade não pode surgir miraculosamente do nada, sendo necessário um conjunto de informações que possibilite a realização de associações frutuosas.

Nesse sentido, o maior ou menor sucesso da aplicação das técnicas de desenvolvimento da criatividade, em especial daquelas ligadas à resolução de problemas, depende também da quantidade e qualidade de informação que os participantes nestas atividades possuem, visto que quanto maior a riqueza de informação, mais inter-relações poderão surgir. O conhecimento necessário varia de área para área mas é de importância inquestionável. Não basta ter muitos conhecimentos para se ser criativo, mas uma boa base de conhecimentos é um bom alicerce para se desenvolverem capacidades criativas capazes de darem melhores respostas aos desafios que se colocam.

Apesar da tendência que se tem verificado no sentido de uma especialização cada vez maior em todos os setores da atividade humana, começa a perceber-se que nenhum especialista é capaz de fazer contribuições significativas no seu campo de atuação a menos que seja versado em vários outros assuntos além da sua especialização. Quase todas as áreas do saber chegam a um tal grau de conhecimento e dificuldade que, sem estudo e aprendizagens contínuas e

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incessantes de diversos assuntos, ninguém é capaz de produzir resultados criativos.

PERSISTÊNCIA

A ideia de que a pessoa criativa se apoia mais na inspiração e na espontaneidade continua a ser um mito muito divulgado. No entanto, muitas vezes, criar não é mais do que um processo que resulta de uma série de ideias anteriores que tinham fracassado ou que tínhamos rejeitado.

A

realização

criativa

exige

confiança,

manutenção de um estado de espírito positivo e um autoestímulo duradouro, capaz de resistir ao desânimo prematuro, mesmo diante de dificuldades e de insucessos temporários.

CONCENTRAÇÃO

O processo criativo exige uma concentração e uma profundidade de raciocínio tal que a pessoa chega a “desligar-se” do que acontece à sua volta.

Efetivamente, se há vezes em que a criação está associada a um conceito de liberdade, outras há em que o ato de criar está sujeito a regras muito rígidas, obrigando a um esforço suplementar de concentração para, dentro de quadros definidos a priori, conseguir chegar a produtos criativos. CAPACIDADE DE ANÁLISE E DE SÍNTESE

A criatividade está relacionada com a capacidade de dividir os problemas nas suas partes essenciais, percebendo o relacionamento que existe entre elas e o todo. A análise é necessária na medida em que ajuda o indivíduo a 17 www.nova-etapa.pt


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subdividir o problema em elementos, com os quais se torne mais fácil trabalhar. A síntese criativa pressupõe a (re)combinação de diversos elementos de modo a que a estrutura resultante seja um todo novo.

CAPACIDADE PARA PENSAR COM IMAGENS / ANALOGIAS

As pessoas criativas recorrem com frequência a imagens visuais internas. Por exemplo, foi uma analogia por imagens que deu origem à física nuclear. Com a finalidade de encontrar uma explicação para a estrutura atómica dos elementos, Niels Bohr utilizou-se da imagem de minúsculas esferas orbitando em torno de um ponto central e, para aprofundar a sua compreensão dos processos que se desenvolvem dentro do átomo, fez uso da imagem mental de um sistema planetário em miniatura.

A criatividade e um processo no qual estão envolvidas

várias

características

/

vários

CARACTERÍSTICAS: PRINCIPAIS IDEIAS

CRIATIVIDADE - CARACTERÍSTICAS

critérios.

Fluência

Flexibilidade

Elaboração

Originalidade

Bases informacionais /conhecimento

Persistência

Concentração

Capacidade de análise e de síntese

Capacidade para pensar com imagens / analogias

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3. FATORES QUE INFLUENCIAM A CRIATIVIDADE

Embora as potenciais fontes de diferenças individuais na criatividade sejam inúmeras, dificultando uma categorização, apresentaremos de seguida uma síntese dos principais fatores que influenciam a criatividade. IDADE No

estudo

desta

variável

verificam-se

fortes

repercussões da distinção entre alta criatividade e criatividade quotidiana. Consideram-se, sobretudo, a infância e a adolescência como períodos mais criativos dos indivíduos quando se enfatiza o pensamento criativo em toda a população; se se reconhece pensamento criativo apenas a uma parte da população, é fundamentalmente a idade adulta que se considera.

Existem autores para quem só faz sentido falar de criatividade enquanto característica da idade adulta, quando identificada a realizações de qualidade reconhecidamente acima da média. Nesta perspetiva de alta criatividade, Vernon considera ser muito difícil um indivíduo mostrar-se criativo antes dos 20 anos, já que só a partir daí começa a ter conhecimento (mais no caso dos cientistas) ou maturidade e vivência emocional (mais no caso dos artistas) suficientes para criar. 19 www.nova-etapa.pt


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NEUROBIOLOGIA (Hemisfericidade) Apesar

da

importância

das

bases

biológicas para a atividade humana, muito pouco é conhecido sobre os fundamentos

desta

índole

no

pensamento criativo.

No final do séc. XIX pensava-se que as funções cognitivas superiores estariam assimetricamente organizadas nos dois hemisférios cerebrais e, gradualmente, foram sendo atribuídas ao hemisfério esquerdo. Nos anos 50 este era considerado o hemisfério mais importante. Porém, investigações posteriores demonstrariam que ambos os hemisférios processavam diferentemente informação. As contribuições do hemisfério direito viriam, então, a mostrar-se como especiais e importantes.

Que ligações é que são estabelecidas entre as contribuições hemisféricas e a criatividade? Uma perspetiva recorrente associa pensamento criativo à predominância do hemisfério direito – ênfase na preferência hemisférica. Outros autores afirmam que os indivíduos mais criativos são os que maior integração fazem das particularidades de cada um dos hemisférios – ênfase na integração hemisférica.

GÉNERO Face

a

esta

variável

não

existem

resultados conclusivos nem pacíficos. Um facto: na alta criatividade os homens têm

produzido

mulheres

em

muito termos

mais

que

criativos

as (por

exemplo: entre 1901 e 1987, 395 homens ganharam o Prémio Nobel em domínios

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científicos e apenas 9 mulheres o fizeram; na Literatura constata-se a diferença de 83 homens para 5 mulheres.

Põe-se, então, a questão de saber como se justifica essa desproporção. A maioria dos autores aponta para fatores de ordem social para tal explicação. Assim, desde idade precoce, rapazes e raparigas crescem desenvolvendo diferentes expectativas face aos papéis sexuais (Efeito de Pigmaleão). FATORES DE PERSONALIDADE (Fatores afetivos da “personalidade criativa”)

Os trabalhos que abordaram a relação entre fatores de personalidade e comportamento criativo revestem geralmente uma das três formas: 

tentativas

dos

personalidade criatividade

teóricos

para em

da

explicar termos

a da

personalidade; 

investigações sobre as características biográficas e de personalidade de individualidades reconhecidas como criativas em diversos domínios;

trabalhos

mais

focados

que

se

concentram numa ou num número reduzido

de

dimensões

da

personalidade e na sua relação com o comportamento criativo. A existência de grandes divergências entre as teorias que procuram explicações para as diferenças individuais em termos de criatividade pode ser compreendida, em parte, pelas diferentes perspetivas que cada uma delas tem do comportamento humano.

Tradicionalmente estas perspetivas são categorizadas em três vertentes: 21 www.nova-etapa.pt


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1.

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Psicanalítica – Os autores de tradição psicanalítica defendem que a criatividade tem raízes no pré-consciente ou no inconsciente;

2.

Humanista – Os teóricos humanistas geralmente referem a criatividade como uma procura individual de autorrealização;

3.

Comportamentalista – Estes autores veem a criatividade como um comportamento novo ou invulgar que é, todavia, aprendido e que não é diferente dos outros comportamentos, explicados em termos de estímuloresposta ou reforço.

Destes estudos resultou a identificação de um conjunto de características tipificadoras da “personalidade criativa”. No entanto, apesar da convergência entre os resultados de pesquisas, não é possível a generalização dos traços mais correlacionados com os comportamentos criativos e é mais arriscado ainda utilizar esses traços de forma preditiva. Características associadas à personalidade criativa:  AUTONOMIA Existência

de

independente

um que

julgamento orientará

conhecimentos, tomada de decisões e ações. As regras ou conhecimentos não são aceites por terem sido transmitidos ou valorizados, mas por convicções pessoais.  AUTOCONFIANÇA Dimensão importante na medida em que permite

persistência

na

tarefa

e

persistência face à crítica, rejeição ou insucesso antes da solução ou antes que esta seja socialmente aceite.

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 TOLERÂNCIA À AMBIGUIDADE É fundamental a capacidade de considerar, simultaneamente, opostos, de considerar contradições e dados sem aparente relação entre si. Assim, um maior tempo permitido pelo sujeito para viver o problema, sem buscar apressada e impulsivamente uma solução, são permitidos pela manutenção da ambiguidade. Sternberg aponta mesmo esta característica como condição sine qua non para a criatividade.  ATRAÇÃO PELA COMPLEXIDADE No sujeito criativo há um desafio importante na tensão entre o que é complicado e ainda vedado e a antecipação da possibilidade de descoberta.  FACILIDADE EM ARRISCAR Contrariamente ao ditado popular “mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”, o indivíduo criativo caracteriza-se pelo gosto do desafio e do risco, pela ousadia e apetência por problemas arriscados.

 CURIOSIDADE A criatividade pode ser facilitada pela curiosidade que ultrapassa o interesse vulgar pela informação necessária à sobrevivência no quotidiano. Pode ser focalizada num domínio específico ou cobrir uma vastidão de interesses.

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 SENTIDO DE HUMOR Uma das características mais consensualmente associadas ao indivíduo criativo. Koestler considera que a lógica interna do pensamento criativo é semelhante à do humor. Segundo a sua Teoria da Bissociação, o sentido de humor é bissociativo: há a perceção de uma situação em função de duas perspetivas simultâneas

e

que,

em

geral,

são

incompatíveis.

A

compreensão dessa incompatibilidade é o que provoca a comicidade. FATORES SOCIAIS E ANTECEDENTES PESSOAIS A psicologia social da criatividade, ao procurar explicar de que forma as condições sociais e ambientais podem influenciar o comportamento criativo, chama a atenção para uma importante lacuna deixada pelas teorias da personalidade e cognitivistas, na medida em que estas centram-se apenas nos fatores internos ao indivíduo, realçando a necessidade de se considerarem aspetos de natureza sócio-ambiental, que embora externos ao indivíduo, podem ser importantes determinantes do seu comportamento. Com efeito, as interações dos indivíduos têm-se revelado muito importantes no desenvolvimento do comportamento criativo, podendo estimulá-lo ou inibi-lo.

Neste domínio salienta-se a importância do trabalho de Amabile, que estudou uma série de influências sociais e ambientais no comportamento criativo, tais como: facilitação social, modelação, orientação vocacional, expectativas, avaliações e uso de recompensas por comportamentos criativos.

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avaliação

de

efeitos

das


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Relativamente às diferenças existentes em termos de criatividade entre indivíduos de níveis sócio-económicos distintos, os estudos realizados nesta área dão consistência à hipótese de que os sujeitos de baixo nível socioeconómico são cineticamente mais criativos, enquanto os de classe média são verbalmente superiores (Woodman e Schoenfeldt). Outro contributo importante para a pesquisa em termos de antecedentes pessoais foram os estudos de base biográfica sobre criadores famosos de que destacamos os trabalhos de Simonton.

Apesar de alguns estudos evidenciarem relações entre diferenças nos antecedentes pessoais e diferenças no tipo de criatividade demonstrada, não é de modo algum claro qual a parcela das variações individuais ao nível da criatividade que é explicada pelos antecedentes pessoais. FATORES COGNITIVOS Na identificação dos fatores cognitivos destaca-se o trabalho de Guilford. No seu modelo da Estrutura do Intelecto (Structure of Intelect), Guilford, sugere três dimensões básicas da Inteligência, que formam um cubo: Operações, Conteúdos e Produto (ver anexo)

Guilford considera o pensamento convergente como um processo distinto do pensamento divergente. A “produção divergente” é apresentada como o fator cognitivo mais relevante para a criatividade e que, sendo uma das 5 operações do intelecto, permite inferir que a criatividade pode ser vista como um subconjunto da inteligência.

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COMPLEXIDADE DE FATORES - PERSPETIVA INTERACCIONISTA Atualmente

parece

certa

a

necessidade de se adotarem modelos explicativos

suficientemente

abrangentes, que ponham em jogo uma

multiplicidade

de

diferentes

fatores, dada a complexidade do objeto de estudo, que é o comportamento humano.

Segundo as perspetivas interacionistas, o comportamento de um organismo em qualquer momento resulta de uma complexa interação que combina uma grande categoria de variáveis: antecedentes pessoais; estilos / aptidões cognitivas personalidade e influências ambientais e sociais (ver Teorias da Criatividade – Perspetivas Integradoras). FATORES CONTEXTUAIS (“Zeitgeist”) Qualquer produto criativo pode ser encarado de dois pontos de vista: como uma unidade em si mesmo ou como elemento integrante de uma

cultura.

Alguns

autores

distinguem dois sentidos para a criatividade: um psicológico ou individual

(P-Criatividade)

e

o

outro histórico (H-Criatividade) onde, a partir de alguns dados historiométricos, se ilustram as várias conexões entre o ambiente histórico e a realização de descobertas, embora se reconheça que é extremamente difícil datar o nascimento de uma ideia nova e admitir que uma determinada ideia nunca terá sido produzida por outro homem. Esta é a dimensão histórica da criatividade.

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O zeitgeist é o espírito do tempo, o contexto sociocultural predominante num período de tempo com uma visão comum da realidade, para além do nível individual. É o pano de fundo (paradigma), para surgirem períodos como a Grécia Clássica ou o Renascimento.

Do ponto de vista epistemológico do pensamento científico (que extrapolamos para o pensamento criativo), Kuhn refere uma tensão entre tradição e criação. A criação rompe com o que é estabelecido, sendo, no entanto, por ele implicada. Inovação, para Kuhn é, assim, este duplo movimento indissociável e inevitável.

A criatividade e um processo no qual estão envolvidas

vários

fatores,

designadamente

FATORES INDIVIDUAIS:

PRINCIPAIS IDEIAS

CONCEITOS E TERMINOLOGIA

fatores individuais e de contexto.

Idade

Neurobiologia (hemisfericidade)

Género

Fatores de personalidade: autonomia, autoconfiança, tolerância à ambiguidade, atração pela complexidade, facilidade em arriscar, curiosidade, sentido de humor

Fatores cognitivos FATORES CONTEXTUAIS:

Espírito de tempo (“zeitgeist”)

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4. A RETER… A criatividade é multifacetada e abarca múltiplas dimensões humanas, não sendo por isso, fácil de definir.

A criatividade pode ser perspetivada como a capacidade de superação do que já existe e a criação do novo, ambas consideradas uma constante da essência humana que remete para construção e reconstrução inevitavelmente criativa do passado, para a interpretação do presente e a forçosa reflexão sobre o futuro pessoal, cultural e social.

A capacidade de produzir ideias, a capacidade para relacionar conceitos provenientes de várias áreas do conhecimento, a capacidade de encontrar soluções pouco comuns ou mesmo novas, a capacidade de pormenorizar, a capacidade de expressar sentimentos, bem como a capacidade de surpreender os outros, contribuem para uma definição de criatividade que possibilita, em última análise, a sua promoção.

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BIBLIOGRAFIA  Amabile, T. M. (1983). The social psychology of creativity . New York : Springer-Verlag.  Arietti, S. (1976). Creativity: The magic synthesis. N.Y: Basic Books.  Craft, A.; Jeffrey, B.; Leibling, M. (2001) (Ed.). Creativity in Education, London: Continuum.  Csikszentmihalyi, M. (1988). Society, culture, and person: a systems view of creativity. In R. J. Sternberg (Ed.), The nature of creativity: contemporary psychological perspetives (pp. 325-339). NY: Cambridge University Press.  Gardner, H. (1983). Frames of mind: The theory of multiple intelligences. New York : basic.  Simonton, D. K. (1991). Creativity, leadership and chance. In Robert J. Sternberg (Ed.) The nature of creativity. Cambridge, NY: Cambridge University Press.  Sternberg, R. J. (1999)(Ed.) Handbook of Creativity. Cambridge, NY: Cambridge University Press.  Taylor, I. A. (1959). Perspetives in creativity. Chicago: Aldine Publishing Company.  Torrance, E. P.; Myers, R.E. (1976) La Enseñanza Creativa. Madrid: Santillana.(Tradução de 'Creative Learning and Teaching', 1970)  Torre, S. de la (1982), Educar en la Creatividad - Recursos para Desarrolar la Creatividad en el medio escolar. Madrid: Narcea.  Sawyer, R. K., (2006). Explaining Creativity: The Science of Human Innovation. New York, Oxford University Press.  Woodman, R. W., & Schoenfeldt, T. (1989). Individual differences increativity: An interactionist perspetive. In J.A. Glover, R.R.Ronning & C.R. Reynolds (Eds.). Handbook of Creativity (pp. 77- 93). New York: Plenum Press.

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ANEXOS

FORMA INDUTORA DE TIPO GRÁFICO

ATIVIDADE: a) Construa um desenho figurativo global que inclua todas as linhas no retângulo seguinte:

b) Repita o exercício proposto na alínea a) esforçando-se para que o desenho seja o mais diferente possível do anterior:

In “Pratique de la Créativité”, M. Fustier (1988)

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EXEMPLOS DE DESENHOS BASEADOS NA MESMA FORMA INDUTORA

EXEMPLOS de desenhos a partir da mesma forma indutora

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O MODELO TEÓRICO DA ESTRUTURA DO INTELECTO (SOI) DE GUILFORD in Guilford, The Nature of Intelligence

a) Conteúdo figurativo – Exemplo: a imagem (fotografia, desenho) de uma casa; b) Conteúdo simbólico – Exemplo: o esquema de uma casa ou a palavra casa; c) Conteúdo semântico – Exemplo: a ideia / conceito que se tem de uma casa;

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d) Conteúdo comportamental – Exemplo: emoções e pontos de vista sobre uma casa, comunicados por expressões ou ações e não por palavras, ideias ou figuras.

Cada combinação dos três parâmetros resulta num fator (ou aptidão). Assim, o modelo proposto em 1956 continha 120 aptidões, número que viria a aumentar pelas subdivisões entretanto efetuadas (ex: o conteúdo figurativo foi subdividido em conteúdos visuais e auditivos, a memória em recodificação e retenção, etc.). Embora não sendo totalmente identificada ao pensamento criativo, a operação mais explicitamente a ele associado no modelo SOI (Structure of Intellect) é a produção divergente. Guilford teorizou então 24 fatores nesta operação, considerando os (6) produtos e os (4) conteúdos acima apresentados, dos quais, no entanto, só identificaria 16 desses fatores.

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