PRIMEIROS SOCORROS MÓDULO I
PRINCÍPIOS DO SOCORRISMO SESSÃO I www.nova-etapa.pt
Primeiros Socorros
Mód.I: Princípios do Socorrismo
ÍNDICE
Módulo I – Princípios Gerais do Socorrismo
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Objetivos Pedagógicos
3
Conteúdos Programáticos
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1. Princípios Gerais do Socorrismo
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2. Plano de Ação do Socorrista
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3. Sistema Integrado de Emergência Médica
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4. Fases do SIEM
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Síntese Conclusiva
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Módulo I – Princípios do Socorrismo
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
No final deste módulo deverá ser capaz de:
• Identificar os princípios gerais do socorrismo; • Caracterizar prevenção primária e prevenção secundária; • Distinguir situações de socorro essencial e situações de socorro secundário; • Reconhecer a importância da técnica de abordagem e da hierarquização das situações de emergência; • Listar os objetivos do Sistema Integrado de Emergência Médica; • Descrever as fases do SIEM;
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• Princípios Gerais do Socorrismo; • Plano de Ação do Socorrista; • Sistema Integrado de Emergência Médica; • Fases do SIEM.
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1. PRINCÍPIOS GERAIS DO SOCORRISMO Os princípios gerais do socorrismo são linhas de orientação que incluem os gestos de prevenção de acidentes e as ações a desenvolver durante o socorro a vítimas de acidente ou doença súbita.
São três os princípios gerais do socorrismo normalmente representados pelo acrónimo PAS (Prevenir, Alertar, Socorrer) e que traduzem as leis fundamentais do socorrismo.
P
PREVENIR
A
ALERTAR
S
SOCORRER
PREVENIR
Está integrado neste princípio o conceito que tem como objetivo diminuir o número de acidentes ou, na impossibilidade de os evitar, minimizar as suas consequências. A prevenção classifica-se em prevenção primária e prevenção secundária. A primeira consiste nos gestos e ações efetuadas com a finalidade de evitar os acidentes e as situações de doença, na segunda, incluem-se as ações aplicadas após o acidente com o objetivo de diminuir as suas consequências e evitar novos acidentes.
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O socorrista deve não só aplicar estas ações como também divulgá-las, sobretudo no que concerne às normas fundamentais dos quatro campos específicos da Prevenção Primária: Prevenção Rodoviária; Prevenção Doméstica; Prevenção no Trabalho; Prevenção no Lazer
Na condução Uso do cinto de segurança; Uso do encosto de cabeça Dispositivos de retenção para crianças:
Em casa Manter medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; Eletrodomésticos bem isolados e com ligação à terra; Não sobrecarregar tomadas de corrente.
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No trabalho Respeitar as normas de segurança; Locais de trabalho limpos e arrumados; Uso de equipamento de proteção individual
No lazer Utilizar coletes e dispositivos de insuflação na água; Nadar apenas em áreas supervisionadas por nadadores-salvadores Usar equipamento de proteção em desporto
Uma vez que a prevenção abrange todas as áreas, o socorrista deve estar atento a todos os riscos inerentes a qualquer atividade humana, devendo tornar-se um elemento ativo na prática da prevenção.
ALERTAR
O alerta destina-se a chamar para o local do acidente, pessoal especializado na estabilização do mesmo e no transporte da vítima para um centro médico de urgência. O socorrista deve recordar que a sua ação, se bem que fundamental, é sempre restrita e temporária, necessitando por isso de ser complementada. Como primeiro elo na cadeia de socorro, o socorrista atua essencialmente no local do acidente providenciando a chamada de socorros especializados.
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O alerta pode ser efetuado através de:
Telefone/telemóvel
Bornes de SOS nas estradas
Nº Nacional de socorro 112 É o número de telefone de emergência utilizado por todos os estados membros da União Europeia
Informe inequivocamente:
Local exato do acidente (Indicando referências);
Número de vítimas e o seu estado;
Idade aproximada das vítimas;
Possibilidade da existência de fatores agravantes (ex. perigo de explosão, perigo de incêndio, vítimas encarceradas em viaturas, afogamento, acidentes elétricos)
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SOCORRER
O socorrista deve ter presente que, independentemente da situação com a qual se depare, o sucesso das ações que desenvolve está na maioria dos casos diretamente relacionado com a rapidez, destreza e qualidade das técnicas aplicadas. Dado que as situações não apresentam todas a mesma gravidade, deve estabelecer prioridades a fim de ordenar e sistematizar as suas ações, podendo ser agrupadas em Socorros Essenciais e Socorros Secundários. Na sua ação de socorrer, o socorrista deve ter um plano – Plano de ação do socorrista – entendido como uma abordagem sistematizada para que uma sequência de atitudes conduza ao desenvolvimento de um bom Primeiro Socorro, respeitando os seus Princípios Gerais (PAS).
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2. PLANO DE AÇÃO DO SOCORRISTA
A - PREVENÇÃO
- Avaliar as condições de segurança do local; - Salvaguardar a integridade física do socorrista; - Afastar o perigo da vítima ou em caso de impossibilidade, afastar a vítima do perigo
B- AVALIAÇÃO
Observação
Vítima
Interrogatório
Local
Vítima
Interrogatório
A observação e o interrogatório à vítima consiste sobretudo em pesquisar sinais e sintomas, considerando-se sinais - aquilo que o socorrista consegue observar (cor da pele, diâmetro das pupilas, visualização de sangue, etc.) sintomas – as queixas referidas pela vítima (dor, sede, frio, etc.). A recolha de informação quer através da vítima, quer através dos “mirones” ou familiares poderá incidir sobre a referência CHAMU
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C – Circunstâncias do acidente ou da doença H – História anterior de doenças da vítima A – Alergias da vítima M – Medicação habitual U – Última refeição
De igual forma, deve ser feita a observação ao local da ocorrência, pois este poderá fornecer pistas sobre os mecanismos de lesão, por exemplo, num acidente rodoviário.
C- SOCORRO Nesta fase, o socorrista está em condições de colocar hipóteses de diagnóstico, pelo que, torna-se crucial efetuar uma triagem das situações e classificando-as em Socorro Essencial e Socorro Secundário.
Socorros Essenciais – são situações prioritárias em relação a todas as outras, quer na prestação do Primeiro Socorro, quer na evacuação para um centro hospitalar, uma vez que comprometem rapidamente a vida da vítima. São 4 as situações, cujas iniciais formam o acrónimo ACHE que significa respetivamente:
A
Alterações cardiorrespiratórias
C
Choque
H
Hemorragias
E
Envenenamentos
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Socorros Secundários – são todas as situações não contempladas anteriormente, as quais devem ser socorridas depois das situações de socorro essencial estarem estabilizadas, uma vez que não colocam diretamente em risco a vida da vítima, por exemplo, feridas, queimaduras, fraturas. Contudo, estas situações não podem ser desprezadas, necessitando de uma vigilância constante pois o seu estado pode agravarse, evoluindo para situações de ACHE.
C- EVACUAÇÃO
Aos tripulantes de ambulância competirá a execução de uma correta evacuação – levantamento e transporte – garantindo um transporte cuidadoso sem variações bruscas de velocidade e usando a sirene somente quando necessário.
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3. SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA
Nas situações de doença súbita e acidente, os cuidados imediatos podem ser garantidos por qualquer pessoa com formação em primeiros socorros. Por vezes revela-se necessário um conjunto de meios e de ações que envolve a intervenção de diversos elementos específicos com vista ao restabelecimento da normalidade.
Um sistema compreende vários componentes interligados com um objetivo final. Em emergência este sistema é acionado quando alguém faz um alerta para o número de emergência com o objetivo de promover a rápida chegada de meios de socorro ao local do acidente ou situação de doença súbita e o posterior encaminhamento para uma unidade de saúde.
Conceito Intervenção ativa dos vários elementos individuais e coletivos, extra e intra hospitalares, de forma articulada, rápida e eficaz, em situação de doença súbita, acidente ou catástrofe, com o objetivo de promover o restabelecimento total da(s) vítima(s).
O SIEM é internacionalmente representado pela “Estrela da Vida”, símbolo composto por uma cruz azul de seis pontas que representam, no sentido dos ponteiros do relógio, cada uma das fases deste sistema e na qual é inserido a branco um bastão (esculápio) e uma serpente representativas das Ciências da Saúde.
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4. FASES DO SIEM
DETEÇÃO
ALERTA
HOSPITAL
PRÉ-SOCORRO
TRANSPORTE
SOCORRO
1 Deteção - da ocorrência de emergência médica que corresponde ao momento em que alguém se apercebe da existência de uma ou mais vítimas de acidente ou doença súbita;
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2 Alerta - fase na qual se contacta através do Número Europeu de Emergência (112) ou de qualquer outro meio, uma central de emergência, dando conta da ocorrência anteriormente detetada;
3 Pré-Socorro – que é o conjunto de gestos simples de socorrismo básico, normalmente executados por socorristas no seio da população, cuidados estes que são mantidos até à chegada de meios de socorro mais especializados;
4 Socorro – que corresponde ao conjunto de ações de socorro complementar executados pelos tripulantes de ambulância e que visa a continuação da estabilização da vítima ou doente;
5 Transporte – desde o local onde ocorreu a situação de emergência até à entrada no estabelecimento de saúde adequado, garantindo à vítima ou doente a continuidade da prestação de cuidados de saúde. Este transporte deve ser efetuado pelo meio mais adequado à situação (ambulância, helicóptero,...);
6 Tratamento hospitalar – após a entrada no estabelecimento de saúde, a vítima é avaliada e são iniciadas as medidas de diagnóstico e terapêutica urgente ou definitiva com vista ao seu restabelecimento. Se necessário, pode posteriormente considerar-se um novo transporte (transferência) para um hospital de maior diferenciação onde irá ocorrer o tratamento mais adequado à situação.
Ao longo das várias fases deste processo, os diversos intervenientes devem evitar que a situação de emergência se possa agravar, usando de particulares cuidados de proteção e segurança nos procedimentos a adotar. 14 www.nova-etapa.pt
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Estratégia Do ponto de vista funcional, a operacionalidade de um SIEM visa atingir os seguintes objetivos estratégicos: Chegada rápida e com os meios mais adequados ao local da ocorrência; Estabilização da vítima ou doente no próprio local; Transporte adequado do sinistrado ou doente; Tratamento adequado a nível hospitalar, estando prevista a possibilidade de transferência para uma unidade hospitalar mais diferenciada que garanta os cuidados definitivos.
Intervenientes Para a concretização destes objetivos, o SIEM conta com todos os seus intervenientes que, em maior ou menor escala, têm responsabilidades no seu funcionamento. São eles: Público, em geral; Operadores das centrais de emergência e das centrais CODU (Centrais de Orientação de Doentes Urgentes); Instituto Nacional de Emergência Médica; Cruz Vermelha Portuguesa, Bombeiros, Proteção Civil, Associações públicas ou privadas de Transporte de doentes; Tripulantes de Ambulância de transporte ou de socorro; Médicos e enfermeiros, quer em trabalho pré-hospitalar quer hospitalar; Técnicos de diagnóstico e terapêutica; Auxiliares de ação médica das unidades de saúde Técnicos de telecomunicações e informática. 15 www.nova-etapa.pt
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Para além dos intervenientes humanos, são obviamente essenciais os meios de transporte (por exemplo, ambulâncias, viaturas de intervenção), os materiais de socorro (por exemplo, material de reanimação, material de imobilização) e os meios de telecomunicações (por exemplo, rádios, computadores).
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SÍNTESE CONCLUSIVA Sendo o Primeiro Socorro um conjunto de gestos que permitem estabilizar a situação de uma vítima de acidente ou doença súbita no local da ocorrência antes de se proceder ao transporte, pressupõe o cumprimento de determinadas orientações a que chamamos Princípios Gerais do Socorrismo e designados pelo acrónimo PAS. Estes princípios devem reger toda a atuação do socorrista no que concerne à prevenção antes e depois do acidente – Prevenção - no pedido de ajuda diferenciada para o local da ocorrência – Alerta - e na aplicação de gestos simples que evitem o agravamento da situação – Socorrer. A melhor forma de atingir estes objetivos é seguir o Plano de Ação do Socorrista que tem como finalidade uma avaliação precisa da situação em termos de segurança, diminuindo o risco de perigo para o socorrista e para a vítima. A avaliação inicial à vítima permite-nos fazer um possível diagnóstico e decidir sobre as prioridades de atuação, nomeadamente nas situações de socorro essencial onde se enquadram as alterações cardiorrespiratórias, as hemorragias, o choque e os envenenamentos e, logo que detetadas deverão ser corrigidas Na prática, qualquer pessoa com formação na área do socorro pode prestar os primeiros cuidados, contudo, o socorrista, não sendo auto suficiente, necessitará sempre de ajuda, seja em termos humanos quer em meios e materiais necessários, pelo que, o SIEM Sistema Integrado de Emergência Médica, é um sistema que compreende vários intervenientes sendo seus objetivos fundamentais a rápida chegada ao local do acidente, a estabilização da situação no local, um transporte adequado e posteriormente o tratamento definitivo a nível hospitalar. Fácil é de perceber que só é possível atingir estes objetivos, desde que tenhamos uma sequência de várias fases, numa crescente cooperação entre os parceiros do SIEM, proporcionando a concretização de soluções integradas e articuladas de forma a promover uma maior sobrevida e com os menores custos de meios.
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