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PRIMEIROS SOCORROS MÓDULO II

Alterações cardiorrespiratórias SESSÃO I www.nova-etapa.pt


Mód.II – Sessão I: Alterações cardiorrespiratórias

Primeiros Socorros

ÍNDICE

Módulo II – Alterações cardiorrespiratórias

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Objetivos Pedagógicos

3

Conteúdos Programáticos

3

1. Noções Básicas de Anatomo-Fisiologia

4

2. Cadeia de Sobrevivência

6

3. Suporte Básico de Vida no Adulto

8

4. Algoritmo de SBV no Adulto

18

5. Suporte Básico de Vida em Pediatria

19

6. Algoritmo de SBV em Pediatria

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Síntese Conclusiva

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Módulo II – Alterações cardiorrespiratórias

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

No final deste módulo deverá ser capaz de:

• Identificar as fases da Cadeia de Sobrevivência; • Reconhecer rapidamente as situações resultantes de um quadro de alterações cardiorrespiratórias; • Reconhecer as situações em que se devem iniciar manobras de RCP; • Executar a sequência de procedimentos no Suporte Básico de Vida no Adulto e em Pediatria; • Executar a Posição Lateral de Segurança.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

• Noções Básicas de Anatomo-Fisiologia; • Cadeia de Sobrevivência; • Suporte Básico de Vida no Adulto; • Algoritmo de SBV no Adulto; • Suporte Básico de Vida em Pediatria; • Algoritmo de SBV em Pediatria.

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1. NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMO-FISIOLOGIA

O sistema circulatório tem uma função primordial na distribuição do oxigénio e nutrientes a todas as células do organismo. Para que a circulação se processe é necessário que o coração mantenha a sua função de bomba de forma eficaz. O coração é formado por duas cavidades superiores – as aurículas – e duas cavidades inferiores – os ventrículos.

O sangue no sistema circulatório faz dois percursos. A pequena circulação leva o sangue do coração através da artéria pulmonar, até aos alvéolos pulmonares para expelir o dióxido de carbono e receber o oxigénio, voltando ao coração através das veias pulmonares. A grande circulação compreende a saída de sangue do coração, pela artéria aorta, até ao seu retorno ao coração pelas veias cavas, após ter fornecido todos os nutrientes e oxigénio a todas as células, recebendo destas o dióxido de carbono e outros produtos de excreção celular.

A função respiratória está intimamente ligada à função circulatória. Só mantendo uma boa capacidade ventilatória é possível o sangue receber a quantidade de oxigénio necessária à manutenção dos órgãos, com especial atenção para o cérebro.

A respiração compreende a fase da ventilação pulmonar e a fase da respiração celular, na qual se processam as trocas gasosas entre o sangue e as células.

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A fase ventilatória processa-se através de ciclos e cada ciclo ventilatório compreende um momento de inspiração, que corresponde à entrada de ar oxigenado na árvore brônquica e alveolar, seguida da expiração, na qual o ar menos oxigenado sai da árvore brônquica, passando a um momento de pausa até ao próximo ciclo ventilatório. As principais estruturas que constituem a via aérea são: Nariz – via principal para a passagem de ar; Boca – via secundária para a passagem de ar; Faringe – via de passagem de ar e alimentos; Laringe – Liga a faringe à traqueia, contém as cordas

vocais

e

os

músculos

que as movimentam; Traqueia – localizada anteriormente ao esófago e constituída por anéis; Brônquios – a traqueia divide-se em dois brônquios principais, direito e esquerdo. Cada brônquio ao entrar no pulmão, subdivide-se em “canais” mais pequenos – os bronquíolos que terminam nos alvéolos que são minúsculos sacos de ar rodeados de capilares. É ao nível dos alvéolos que se encontra o sistema circulatório e onde ocorrem as trocas gasosas; Pulmões – Encontram-se separados por um espaço denominado mediastino, onde se localiza o coração e vasos sanguíneos de grande calibre, o pulmão esquerdo é mais estreito e comprido que o direito. Cada pulmão possui uma membrana – pleura - e a pressão no espaço pleural é mais baixa que a atmosférica, ajudando no mecanismo da ventilação.

Um indivíduo saudável, em repouso, raramente toma consciência da sua própria ventilação. Ventilar é uma função automática, o indivíduo pode controlar, por períodos curtos, a frequência e profundidade da sua ventilação, no entanto, na maior parte do tempo, a ventilação é involuntária, controlada por centros nervosos respiratórios localizados no cérebro. 5 www.nova-etapa.pt


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2. A CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

A intervenção imediata nas situações de paragem cardiorrespiratória (PCR) mesmo antes da chegada da ajuda diferenciada (profissionais de emergência pré-hospitalar), tem sido um objetivo a alcançar. Tal só poderá ser conseguido com a intervenção ativa da população na aplicação das técnicas de Suporte Básico de Vida (SBV). As técnicas de Suporte Básico de Vida visam manter uma oxigenação e circulação adequadas, sem o uso de equipamentos que não sejam os necessários para assegurar as medidas de proteção, como o uso da máscara para insuflação. Os primeiros minutos são decisivos para a sobrevivência da vítima e as ações a tomar devem ter em conta cada um dos elos da cadeia de sobrevivência.

1º Elo Ao rápido reconhecimento de situações que podem provocar uma PCR, tais como o enfarte agudo do miocárdio, a obstrução da via aérea e algumas situações de inconsciência, deve seguir-se o alerta, o qual deve referir a situação de paragem cardiorrespiratória, para que possa chegar junto da vítima uma equipa apoiada com um desfibrilhador.

2º Elo O início precoce das técnicas de SBV, logo que determinada a PCR, mantém a circulação cardíaca e cerebral, permitindo um maior sucesso à chegada dos técnicos de emergência. 6 www.nova-etapa.pt


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Diversos estudos demonstram que um período de compressões torácicas antes do início da Desfibrilhação Automática Externa (DAE) do músculo cardíaco e do Suporte Avançado de Vida (SAV) aumenta a hipótese de sobrevivência, particularmente quando o tempo entre o alerta e o SAV for superior a 5 minutos. Este facto salienta a importância do início precoce das técnicas de SBV, no seio da população.

3º Elo A desfibrilhação cardíaca, se aplicada nos primeiros 3 a 5 minutos após a PCR, aumenta exponencialmente as hipóteses de sobrevivência da vítima.

4º Elo O Suporte Avançado de Vida (SAV) eficaz aumenta as probabilidades de recuperação.

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3. SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO ADULTO

Reanimação cardiopulmonar é o termo genérico aplicável ao conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida de uma vítima em paragem ventilatória (sem funcionamento do aparelho respiratório) e em paragem cardíaca (sem funcionamento do sistema cardiocirculatório), nomeadamente a avaliação inicial, libertação da via aérea, ventilação e compressão torácica. Face a uma paragem cardiorrespiratória, a atuação deve ser imediata e eficiente, uma vez que no 1º minuto após a paragem, as hipóteses de sobrevivência são de 98%, no 4º minuto são já de 50% e no 6º minuto de 11%. Se as células do cérebro forem privadas de sangue oxigenado por mais de 4 a 6 minutos, as lesões a nível cerebral podem tornar-se irreversíveis, logo, estes valores mostram bem a importância de uma atuação rápida. As manobras de Suporte Básico de Vida devem ser iniciadas tão depressa quanto possível e as suas etapas devem ser executadas pela ordem descrita a seguir: A - Via aérea (abertura das vias aéreas e permeabilização destas) B – Ventilação (ventilação artificial) C – Circulação (circulação artificial através de compressões torácicas)

O primeiro objetivo da execução das técnicas de Suporte Básico de Vida é o de fornecer oxigénio ao cérebro e ao coração, até que o tratamento médico possa ser instituído e venha a restabelecer o normal funcionamento cardíaco e ventilatório, pelo que o pronto início do SBV é a chave de sucesso na reanimação. O termo Suporte Básico de Vida significa a instituição de técnicas de reanimação sem equipamentos, poderá ser viável considerar o SBV com alguns meios simples, como por exemplo, o uso de máscara para a proteção do socorrista e da vítima. O Suporte Avançado de Vida implica a utilização de fármacos e de equipamento.

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O que fazer: Em primeiro lugar, assegure a sua própria segurança, depois a da vítima e dos mirones; Depois verifique se a vítima está consciente e ventila adequadamente.

VERIFICAÇÃO DA CONSCIÊNCIA 

Abane os ombros da vítima com cuidado;

Pergunte-lhe, em voz alta, “Está bem?” “Está a ouvir?”.

A vítima reage (por exemplo: abre os olhos ou responde)  Deixe-a na posição em que a encontrou. Não a mova, a não ser que esta se encontre em perigo;  Tente determinar o que se passa com a vítima;  Peça ajuda, se necessário;  Avalie o estado da vítima regularmente.

A vítima não responde  Grite por ajuda;  Vire-a de costas para baixo (decúbito dorsal) e abra-lhe as vias respiratórias.

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ABERTURA DA VIA AÉREA Uma vítima inconsciente tem os músculos relaxados, isto faz com que a língua obstrua a via aérea. O risco pode ser eliminado ao inclinar cuidadosamente a cabeça para trás e levantar o queixo – técnica da extensão da cabeça.

1 – Coloque a sua mão na testa da vítima e cuidadosamente incline a cabeça desta para trás; 2 – Mantenha os seus dedos, polegar e indicador livres para poder comprimir as narinas, caso tenha de executar as insuflações; 3 – Coloque as pontas dos dedos da sua outra mão sob a ponta do queixo da vítima; 4 - Eleve o queixo para abrir as vias aéreas; 5 - Não pressione a zona mole sob o queixo. Isso pode dificultar a ventilação.

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VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO Verifique se a vítima ventila normalmente enquanto mantém as vias aéreas desobstruídas:

 Verifique se o tórax se move para cima e para baixo;  Tente ouvir sons de ventilação na boca da vítima;  Tente sentir a ventilação da vítima na sua face. Ao verificar se a vítima ventila normalmente, deve olhar, ouvir e sentir durante não mais de 10 segundos.

Se a ventilação da vítima for eficaz Se a vítima apresentar ventilação espontânea mas estiver inconsciente deve colocar na Posição Lateral de Segurança (PLS) e de preferência, pedir a alguém para fazer o alerta para não ter de abandonar a vítima ou caso esteja sozinho e tenha telemóvel consigo, deve telefonar para o 112. A Posição Lateral de Segurança deve ser adotada em todas as situações de inconsciência. Em caso de a vítima agravar o seu estado e passar para uma situação de paragem cardiorrespiratória, esta posição permite que se possa voltar a vítima com facilidade para decúbito dorsal (de costas). 11 www.nova-etapa.pt


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1.

Remova relógio e óculos da vítima, se

necessário; - Ajoelhe-se ao lado da vítima que deve estar de costas e com as pernas esticadas; - Coloque o membro superior da vítima (do seu lado) em ângulo reto, em relação ao corpo da mesma. Dobre o antebraço para cima com a palma da mão virada para cima.

2.

Coloque o outro braço da vítima

atravessado sobre o tórax da mesma; - Segure as costas das mãos da vítima contra a bochecha (do seu lado); - Com a sua mão livre, agarre pelo joelho, a perna da vítima que fica oposta a si. Eleve a perna da vítima, mas deixe o pé no chão.

3.

Puxe a perna elevada na sua direção.

Entretanto, continue a pressionar as costas da mão da vítima contra a bochecha; - Vire a vítima na sua direção para a colocar de lado. Posicione a perna que está por cima de tal forma que a anca e o joelho estejam em ângulo reto.

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4.

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Incline novamente a cabeça para trás para manter as vias aéreas desobstruídas e

mantenha-se junto à vítima, até à chegada dos tripulantes de ambulância, vigiando as funções vitais.

Se a vítima não ventila Se não consegue determinar, com certeza, se a vítima ventila normalmente, deve proceder como se esta não esteja a ventilar. Peça a alguém para fazer o alerta e inicie rapidamente as compressões torácicas. Atualmente, as recomendações do ERC (Europeean Resuscitation Council) vão no sentido, do socorrista comum não proceder à pesquisa do pulso dado a sua dificuldade em o sentir, mesmo para profissionais de saúde pode existir essa dificuldade, pelo que, não deve perder tempo na pesquisa da pulsação. Se a vítima não apresenta ventilação espontânea, tosse, sinais de deglutição ou qualquer movimento corporal (sinais indiretos de circulação) parta do princípio de que o coração deixou de bater e inicie de imediato compressões torácicas.

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COMPRESSÔES TORÁCICAS E INSUFLAÇÕES (RCP) A reanimação é a combinação de compressões torácicas e insuflações. As compressões torácicas asseguram um pequeno mas crucial aporte de sangue ao coração e cérebro. As insuflações asseguram um fornecimento mínimo de oxigénio à circulação sanguínea. 1– Se a vítima não apresenta sinais de vida, peça a alguém que vá dar o alerta, se estiver sozinho deverá fazê-lo você mesmo; 2 – Comece com 30 compressões torácicas; 3 – Execute 2 insuflações; 4 – Alterne 30 compressões torácicas com 2 insuflações; 5 – Nunca interrompa a reanimação. Só deve voltar a verificar o estado da vítima quando a ventilação voltar ao normal; Continue com as manobras de reanimação até:  À chegada de pessoal qualificado que tome conta da situação;  A vítima começar a ventilar normalmente;  Ficar exausto.

Verifique a boca Se o tórax da vítima ao se elevar durante a 1ª insuflação, efetue as seguintes manobras, antes de tentar executar uma segunda insuflação: Verifique a boca da vítima. Remova qualquer objeto que cause obstrução às vias aéreas; Verifique que a cabeça da vítima está inclinada para trás o suficiente e que o seu queixo está devidamente elevado. NOTA: Não execute mais de duas insuflações de cada vez, antes de regressar às compressões torácicas. 14 www.nova-etapa.pt


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Técnica: Compressões torácicas

1

Ajoelhe-se ao lado da vítima:

- Coloque a base de uma das mãos no centro do tórax da vítima (na linha média do tórax);

2

Coloque a base da outra mão em

cima da primeira mão: - Entrelace os dedos das duas mãos. Não deve pressionar nem as costelas da vítima, nem a porção superior do estômago, nem a porção inferior do esterno.

3

Certifique-se que os seus ombros estão diretamente acima do centro do tórax da

vítima Com os braços esticados, exerça pressão 5 a 6 centímetros diretamente para baixo:

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- Cada vez que pressionar para baixo, deixe que o tórax se eleve totalmente. Isto permitirá que o sangue flua de volta ao coração. As suas mãos devem manter-se sempre em contacto com o tórax sem sair da posição inicial; - Os movimentos de compressão e descompressão deverão ter a mesma amplitude; - Execute 30 compressões torácicas desta forma, a uma frequência, de pelo menos, cerca de 100 compressões por minuto, isto é, equivalente a pouco mais de 2 compressões por segundo; - Continue com 2 insuflações.

A ventilação artificial consiste em insuflar ar para dentro dos pulmões da vítima. Existem três variantes de insuflação: método “boca-a-boca” em que a boca do socorrista é adaptada à boca da vítima, devendo pinçar o nariz, método “boca-nariz” utilizado quando exista lesão da boca ou por incapacidade em obter uma boa selagem, devendo o socorrista adaptar a sua boca diretamente no nariz da vítima, fechando-lhe a boca e o método “boca-a-boca-nariz”, utilizado exclusivamente nos bebés com a adaptação da boca do socorrista simultaneamente na boca e nariz do bebé. Todavia, cada vez mais, se recomenda a utilização de equipamento adjuvante da ventilação com ar expirado, recorrendo ao uso de uma máscara de proteção individual, garantindo uma maior segurança para o socorrista e vítima, reduzindo o risco de eventuais contactos diretos, uma vez que funciona como mecanismo de barreira. Atualmente, existem no mercado, diversos modelos de máscaras, umas descartáveis após a sua utilização, outras reutilizáveis depois de convenientemente mergulhados numa solução de hipoclorito de sódio num período de 6 a 12 horas. Preferencialmente, este equipamento, deverá dispor de uma válvula unidirecional e ser transparente de forma a permitir a visualização da cavidade bucal da vítima em caso de vómito.

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Técnica: Insuflações

1

Incline

a

cabeça

da

vítima

novamente para trás e eleve-lhe o queixo: - Utilize as duas mãos para conseguir uma

boa

fixação

e

selagem

da

máscara à face da vítima.

2

Inspire normalmente, incline-se para a frente e coloque a sua boca na válvula da

máscara que impede o contacto do ar expirado da vítima com o socorrista; - Insufle ar para dentro da boca da vítima de forma homogénea e ao mesmo tempo. Deixe que cada insuflação dure cerca de 1 segundo; - Mantenha a cabeça da vítima para trás com a elevação do queixo. Eleve a sua cabeça para verificar se o tórax baixa; - Inspire normalmente e faça uma segunda insuflação; - Reposicione as suas mãos adequadamente e continue com mais 30 compressões torácicas.

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4. ALGORITMO DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA - ADULTO AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

GRITAR POR AJUDA Quando sozinho

AVALIAÇÃODA CONSCIÊNCIA

NÃO

SIM

EXAME SECUNDÁRIO

AVALIAÇÃO DA VENTILAÇÃO

FAZER O ALERTA

+ 30 Compressões torácicas 18 www.nova-etapa.pt

2 Insuflações


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5. SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA A paragem cardiorrespiratória provocada por colapso cardíaco é muito menos frequente na criança/bebé do que no adulto. Os acidentes são a principal causa de obstrução da via aérea com consequente paragem respiratória, pelo que enquanto no adulto e face a uma paragem cardiorrespiratória o socorrista, se estiver sozinho deverá fazer de imediato o alerta e só depois iniciar a reanimação, em pediatria, o alerta é feito após se ter iniciado o SBV durante 1 minuto. O Suporte Básico de Vida em pediatria é relativamente modificado relativamente ao do adulto, contudo, recomenda-se que os socorristas treinados em SBV de adulto e que não têm conhecimentos específicos de reanimação pediátrica podem usar a sequência utilizada no adulto, uma vez que o resultado será pior se não se fizer nada.

Em pediatria estabelece-se a seguinte diferenciação: Bebé – menores de 1 ano de idade Criança – entre 1 ano de idade e o início da puberdade

O que fazer Assegurar condições de segurança; Verifique se a vítima está consciente e ventila adequadamente.

VERIFICAÇÃO DA CONSCIÊNCIA 

Abane os ombros da vítima com cuidado

Pergunte-lhe, em voz alta, “Está bem?” “Está a ouvir?”

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Se existe reação (responde ou movendo-se) 

Deixar a criança na posição em que foi encontrada;

Pedir ajuda;

Reavaliar regularmente as funções vitais.

Não responde 

Gritar por ajuda;

Abrir a via aérea com extensão da cabeça.

VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO 

Ver, ouvir e sentir durante 10 segundos.

A criança respira normalmente 

Colocar em posição lateral de segurança.

Se a respiração for anormal ou ausente 

Remover cuidadosamente qualquer obstrução evidente da via aérea;

Efetuar 5 insuflações iniciais (durante estas insuflações procurar qualquer resposta como tosse ou engasgamento).

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Insuflações iniciais na criança com mais de 1 ano: 

Manter a extensão da cabeça;

Manter o nariz fechado, pinçando-o com o polegar e indicador da mão que está na testa;

Insuflar diretamente para a boca da criança e verificar a elevação do tórax;

Repetir a sequência cinco vezes.

Insuflações iniciais no bebé: 

Manter uma posição neutra da cabeça (num bebé, não é utilizada a extensão da cabeça, dada a possibilidade de obstrução da via aérea por angulação da traqueia. De igual forma é imprescindível desobstruir as fossas nasais porque os bebés são preferencialmente respiradores nasais);

Cobrir a boca e nariz do bebé e fazer 5 insuflações.

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VERIFICAÇÃO DA CIRCULAÇÃO 

Procure sinais de vida durante 10 segundos (incluem qualquer movimento, tosse ou respiração normal).

Existem sinais de vida, mas a ventilação não é eficaz 

Manter ventilação artificial, fazendo 20 insuflações por minuto, até a criança ou bebé ventilar de forma eficaz.

Ausência de sinais de vida 

Iniciar com 30 compressões torácicas;

Alternar 30 compressões torácicas com 2 insuflações.

Compressões torácicas na criança  Colocar a base de uma mão sobre a metade inferior do esterno. Em crianças maiores a compressão consegue-se mais facilmente usando as duas mãos com os dedos entrelaçados;  Levantar os dedos (para garantir que não se aplica força nas costelas) e comprimir o esterno deprimindo-o cerca de 5 cm.

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Compressões torácicas no bebé  Comprimir o esterno com as pontas dos dedos, caso exista apenas um reanimador. Se houver dois reanimadores, usar a técnica do abraço – colocar os dois polegares lado a lado na metade inferior do esterno com as pontas apontando para a cabeça do lactente, abrir ambas as mãos com os dedos juntos, envolvendo a porção inferior da grelha torácica do lactente, com as extremidades dos dedos apoiando o dorso. O externo deve ser comprimido cerca de 4 cm.

Quando pedir ajuda Quando uma criança colapsa é essencial que o socorrista consiga ajuda o mais rapidamente possível: 

Se há mais que um reanimador, um inicia a reanimação enquanto o outro procura ajuda;

Se só está presente um reanimador, deve efetuar reanimação durante um minuto antes de procurar ajuda. De forma a minimizar as interrupções da RCP, pode ser possível transportar um lactente ou criança pequena enquanto se vai procurar ajuda;

A única exceção á realização de 1 minuto de RCP antes de ir procurar ajuda é o caso de uma criança com colapso súbito testemunhado por um socorrista que está sozinho. 23 www.nova-etapa.pt


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6. ALGORITMO DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA-PEDIATRIA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA GRITAR POR AJUDA Quando sozinho AVALIAÇÃODA CONSCIÊNCIA

NÃO

SIM EXAME SECUNDÁRIO

ABERTURA DA VIA AÉREA

EXISTEM SINAIS CIRCULATÓRIOS

SIM Ventilação eficaz e inconsciente PLS e reavaliar frequentemente Ventilação ineficaz: Manter ventilação: 20 insuflações/min.

NÃO

+ 2 Insuflações

30 Compressões torácicas

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SÍNTESE CONCLUSIVA O oxigénio presente na atmosfera e com uma concentração de 21% é essencial para a vida de todas as células. A respiração e a circulação são componentes essenciais para o oxigénio chegar adequadamente a todas as células, pelo que, o socorrista, face a uma paragem cardiorrespiratória tem um papel primordial no restabelecimento destas funções. O Suporte Básico de Vida é uma medida de emergência para salvar vidas e consiste no reconhecimento e correção da falência dos sistemas respiratório e cardiovascular. A aplicação precoce e correta das etapas da reanimação numa vítima em paragem cardiorrespiratória pode aumentar as probabilidades de sobrevivência, já que nesta situação existe falta de oxigénio a nível celular, particularmente no cérebro, devendo esta falta de oxigénio ser remediada no período de 2 a 3 minutos. Caso isso não aconteça, poderá conduzir à morte biológica irreversível ou deixar sequelas permanentes na vítima se esta recuperar. Os procedimentos de atuação consistem em seguir o algoritmo do Suporte Básico de Vida que compreende diversos elementos, como sejam, a criação de condições de segurança, a ativação do socorro diferenciado, a avaliação inicial da situação, a manutenção da via aérea, a ventilação artificial e a compressão torácica. A execução destas técnicas sem o apoio de qualquer tipo de aparelho tem como objetivo principal manter a ventilação e a circulação mínimas, até que se consigam obter meios para reversão da causa da paragem, nomeadamente a desfibrilhação automática externa e o Suporte Avançado de Vida.

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