PRIMEIROS SOCORROS MÓDULO IV
CHOQUE SESSÃO II www.nova-etapa.pt
Mód.IV – Sessão II: Choque
Primeiros Socorros
ÍNDICE
Módulo IV – Choque
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Objetivos Pedagógicos
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Conteúdos Programáticos
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1. Conceito de Choque
4
2. Tipo/Causas de Choque
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3.
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Sintomatologia
4. Primeiro Socorro
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Síntese Conclusiva
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Bibliografia
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Módulo IV – Choque
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
No final deste módulo deverá ser capaz de: • Conhecer o conceito de choque; • Identificar os mecanismos de choque; • Reconhecer os sinais e sintomas típicos de uma situação de choque, bem como as exceções e o modo de prevenir o seu agravamento; • Reconhecer as complicações do choque; • Prestar o primeiro socorro adequado e eficaz destinado a cada situação, tendo em conta as causas e os meios disponíveis.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• Conceito de Choque; • Tipo/Causas de Choque; • Sintomatologia; • Primeiro Socorro.
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1. CONCEITO DE CHOQUE
Há uma tendência para ligar “Shock” ou choque com uma hemorragia súbita, com um acidente vascular cerebral ou com um ataque, seja ele qual for. Também se chama choque à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano.
Conceito O choque designa geralmente um estado de colapso do aparelho cardiovascular ou, melhor dizendo, a consequência de uma falência circulatória periférica, com perfusão tecidular inadequada.
Embora, esta definição pareça complicada, tentemos explicar o fenómeno atrás descrito. O corpo humano é formado por milhões de células que, para se manterem vivas, necessitam de alimentos e oxigénio. Estes chegam às células transportadas pelo sangue. Os nutrientes são conseguidos na nossa alimentação. Do ar que introduzimos nos pulmões é extraído o oxigénio que o sangue transportará. Junto das células, o sangue entrega os alimentos (nutrientes) e o oxigénio e, na continuação da circulação, transporta os subprodutos resultantes do trabalho celular que posteriormente são eliminados através de vários mecanismos, como por exemplo, o dióxido de carbono através dos pulmões. Quando o transporte de O2, nutrientes e produtos de excreção falha, por diminuição da velocidade de circulação ou por falha do veículo de transporte, há perfusão inadequada com falência circulatória periférica generalizada: há choque. Assim, estamos perante uma situação de choque quando existe uma depressão do Sistema Nervoso Central e que tem incidência no sistema cardiovascular.
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2. TIPO/CAUSAS DE CHOQUE
Uma boa perfusão requer um bom funcionamento cardíaco, um volume de sangue adequado e uma boa capacidade de vasoconstrição. Quando uma destes elementos falha, surge o choque.
CHOQUE HIPOVOLÉMICO Representa cerca de 90% das situações de choque de origem traumática. Resulta de uma deficiência no volume de sangue circulante.
Não há volume de sangue suficiente para manter a pressão circulatória
Volume de sangue
Este tipo de choque pode classificar-se em hemorrágico e não hemorrágico. Surge sempre que exista a perda abundante de líquidos orgânicos, tais como:
Hemorragia;
Queimaduras;
Vómitos repetidos;
Diarreia prolongada.
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CHOQUE CARDIOGÉNICO Resulta da falha cardíaca tornando ineficaz o bombeamento de sangue para a rede vascular. Ocorrem alterações primárias do funcionamento da bomba cardíaca, quer por doença, quer por traumatismo com redução da capacidade. Quando o coração falha, a circulação diminui ou pode mesmo parar
Volume de sangue
CHOQUE NEUROGÉNICO Ocorre quando se verifica uma desregulação dos mecanismos nervosos de regulação do funcionamento do coração ou da tensão da parede dos vasos sanguíneos.
Uma grande vasodilatação provocada, por exemplo por lesão medular
Volume de sangue
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CHOQUE ANAFILÁTICO Resulta, sobretudo, da ação de substâncias vasomotoras libertadas na corrente sanguínea e não pela influência de substâncias neurotransmissoras libertadas nas terminações nervosas.
Aumento de líquido no espaço intersticial (edema) provocando o aumento da distância que o oxigénio precisa de percorrer para alcançar as células
Volume de sangue
Enquadram-se, neste caso, as situações de anafilaxia, que resultam de uma reação alérgica generalizada. As substâncias que causam reações alérgicas com maior frequência podem ser agrupadas: a. Medicamentos – a vítima ser alérgica a determinados medicamentos, por exemplo, a penicilina; b. Alimentos – a ingestão de alimentos como marisco ou determinadas frutas como o morango; c. Picadas de insetos – a vítima ser sensível ao veneno da abelha; d. Inalação – A inalação de poeiras ou materiais aos quais a vítima é alérgica podendo causar reações anafiláticas generalizadas, muito rápidas e graves.
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3. SINTOMATOLOGIA
Com exceção do choque anafilático que se apresenta com características particulares, os sinais e sintomas são comuns a todos os tipos de choque, entre os quais se destacam:
Palidez acentuada;
Diminuição da temperatura corporal;
Suores viscosos;
Agitação psicomotora inicial seguida de apatia ou mesmo inconsciência;
Cianose nas extremidades;
Pulso rápido e fraco;
Ventilação superficial, difícil, rápida ou irregular e ofegante;
Dilatação pupilar;
Náuseas e vómitos.
Sinais e sintomas do choque anafilático O choque anafilático possui alguns sinais específicos, sendo os principais:
Sensação de queimadura, sobretudo na face e tórax;
Existir rubor ou prurido por grandes áreas do corpo;
Surgir edema na face e língua ou edema da glote;
Tosse irritante e persistente.
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4. PRIMEIRO SOCORRO
Tranquilizar a vítima; Se possível, combater a causa, por exemplo, controlando a hemorragia; Desaperto de roupas a nível do tronco; Manter a temperatura corporal; Lateralizar a cabeça; Não dar nada a beber ou comer, podendo apenas humedecer os lábios com uma compressa embebida em água; Vigiar funções vitais; Se inconsciente, colocar a vítima em Posição Lateral de Segurança; Se consciente, elevação dos membros inferiores a 30 cm do chão.
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SÍNTESE CONCLUSIVA O termo Shock possui uma variedade de significados, pese embora em medicina o termo signifique um estado de colapso do sistema cardiovascular e fisiologicamente se apresentar como uma situação complexa. As causas principais de choque são, basicamente, três: o coração ser lesado de forma que não consiga atuar adequadamente como bomba, o sangue ser perdido de forma que o volume de líquido dentro do sistema vascular se torne insuficiente ou quando os vasos sanguíneos dilatam de forma que o sangue dentro deles, muito embora em um volume normal, seja insuficiente para encher totalmente o sistema e fornecer uma circulação eficiente. Independentemente da causa, os resultados do choque são os mesmos e traduzem-se por uma perfusão deficiente de sangue através dos tecidos para fornecer nutrientes e oxigénio necessários. O primeiro socorro a nível do pré-hospitalar passa pela importância de reconhecer a causa, a fim de a combater, como controlar perdas sanguíneas ou imobilização de fraturas, diminuindo a dor e o desconforto, evitar uma manipulação excessiva da vítima, impedir a perda de calor corporal e em geral manter uma posição de decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores para que o retorno venoso chegue com maior facilidade ao coração.
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BIBLIOGRAFIA
J. Honório (1990) Grandes Temas da Medicina, Manual de Anatomia, Doenças e Tratamentos, Cap Sistema Circulatório, Cap. O Sangue, Cap. O Coração, Nova Cultural; Guidelines for Management of Amputations Parts. American College of Surgeons, Committee on Trauma, November 1996; Scott, B. Frame (2001) PHTLS- Basic Advanced Prehospital Trauma Life Support; Fifth Edition, The Committee on Trauma of The American College of Surgeons; Zin, Walter (1979) Emergency Care and Transportation of the Sick and Injured, American Academy of Orthopaedic Surgeons.
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