Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Módulo 6. PLATAFORMAS COLABORATIVAS DE APRENDIZAGEM
eBook Capítulo II – “Comunidades Virtuais de Aprendizagem” www.nova-etapa.pt
Formação Pedagógica de Formadores - Plataformas Colaborativas de Aprendizagem Comunidades Virtuais de Aprendizagem
FICHA TÉCNICA Título Plataformas Colaborativas de Aprendizagem – Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Autoria Alda Leonor Rocha Susana Martins
Coordenação Técnica Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos
Coordenação Pedagógica António Mão de Ferro
Direção Editorial Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos
Nova Etapa Rua da Tóbis Portuguesa n.º 8 – 1º Andar, Escritórios 4 e 5 – 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 – Fax: 21 754 11 89
e-mail: info@nova-etapa.pt www.novaetapaworld.com
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Índice
Competências a Adquirir
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Comunidades Virtuais de Aprendizagem
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Princípios Básicos da Web
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Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa
11
Métodos e Técnicas e Estratégias de Organização do
15
Trabalho Online Regras da net-Etiqueta
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O Papel do e-Formador
23
Síntese Conclusiva
30
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Competências a Adquirir no Capitulo
No final deste capítulo de formação deverá ficar apto a: Identificar
o conceito de Comunidade Prática (CoP);
Identificar
as regras de formação através da internet;
Distinguir
os conceitos de aprendizagem cooperativa e colaborativa;
Reconhecer
a importância do e-formador/e-mediador no processo
formativo a distância; Identificar
e aplicar os mecanismos/softwares de comunicação
online; Desenvolver
formação utilizando as plataformas colaborativas de
aprendizagem para suporte de materiais.
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Comunidades Virtuais de Aprendizagem Tradicionalmente, a aprendizagem era concebida como um processo de transmissão unidirecional de um corpo de informações (professor, livro, vídeos didáticos, etc.) para outro extremo (aprendente). Atualmente, fruto dos imperativos da sociedade do conhecimento e das necessidades de atualização dos conhecimentos e das competências, têm-se assistido a verdadeiras revoluções nos sistemas de educação e formação, pondo em causa as conceções consideradas válidas. De acordo com as novas conceções de aprendizagem, os outros momentos de aprendizagem que ocorrem de maneira informal, passaram a ser reconhecidos como válidos. Nessa linha, assiste-se nos dias de hoje a um interesse cada maior em torno das Comunidades de Prática (CoP), entendidas como polos de aprendizagem informal.
Conceito de Comunidade de Prática (CoP) Uma das primeiras definições de Comunidades de Prática apresenta-as como sendo “grupos de pessoas que se juntam informalmente, partilham um empreendimento comum e tratam de temas específicos de uma forma apaixonada” (Wenger, 2000). Wenger, um dos especialistas mais reconhecidos nesta matéria, acrescentou a dimensão da aprendizagem coletiva à definição, dizendo que: “As Comunidades de prática são formadas por pessoas que se dedicam a um processo de aprendizagem coletiva partilhada num domínio da atividade humana: uma tribo aprendendo a sobreviver, 5
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um grupo de artistas que procuram novas formas de expressão, um grupo de engenheiros trabalhando em problemas similares, uma rede de cirurgiões explorando novas técnicas, uma reunião dos gestores ajudando-se mutuamente enfrentar os problemas. Em suma: Comunidades de prática são grupos de pessoas que partilham um interesse ou uma paixão por algo que fazem e que aprendem a fazer melhor enquanto interagem regularmente” (Wenger, 2007).
Considerando a definição dada, poderemos pensar que estamos perante uma definição muito próxima de um grupo de trabalho formal ou uma equipa de projeto. Afinal o que as distingue?
Vejamos então algumas das caraterísticas específicas, distintivas das CoP.
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Resumo comparativo das características das CoP
Comunidade de Prática
Grupo de trabalho formal
Qual o
Quem
O que têm em
objetivo?
participa?
comum?
projeto
tempo duram?
Desenvolver
Paixão,
as
compromisso
Enquanto
competências
Participantes
e identificação
houver
dos
auto-
com os
interesse em
participantes;
selecionados
conhecimentos manter o
gerar e trocar
especializados grupo
conhecimentos
do grupo
Desenvolver um produto ou prestar um serviço
Qualquer um que se
Requisitos do
apresente ao
trabalho e
gestor do
metas comuns
Até à próxima reorganização
grupo Empregados
Equipa de
Quanto
Realizar uma
escolhidos
determinada
pelos
tarefa
gestores seniores
As metas e pontos
importantes do do projeto projeto
Fonte: Wenger & Snyder, 2007
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Até ao final
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Qual o papel das CoP na aprendizagem dos indivíduos e das organizações? As CoP são frequentemente constituídas por pessoas que se encontram para partilhar ideias, experiências e conhecimentos, apenas de forma virtual, isto é, com recurso a sistemas de comunicação baseados na internet. As Redes Sociais têm tido um papel fundamental no desenvolvimento desta forma de aprendizagem. As CoP cumprem uma série de funções no que diz respeito à criação, acumulação e difusão do conhecimento:
São redes de intercâmbio e interpretação de informação, na medida em que os membros possuem uma compreensão partilhada. Em consequência, uma CoP que seja transversal a toda a organização pode ser o canal ideal para transmitir informações, tais como boas práticas, dicas, sugestões entre os vários sectores da organização;
Podem promover competências e manter a organização atualizada, na medida em que os membros da CoP discutem novas ideias, trabalham em conjunto para a resolução de problemas e mantêm-se atualizados;
Funcionam como centros de identidade, sendo este um aspeto central na organização. Face à diversidade e quantidade de informação a que estamos expostos, a identidade é importante porque nos permite prestar atenção e selecionar apenas aquilo que nos interessa. (Wenger, 2008)
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Princípios básicos da Web
O que é a Web 2.0?
O termo Web 2.0 surgiu como forma de descrever a segunda geração da
World
Wide
Web:
um
espaço
de
colaboração,
interação,
comunicação global e partilha de informações, construindo aquilo que designamos por inteligência coletiva.
Fala-se atualmente duma verdadeira revolução produzida pela Web 2.0, pela facilidade e rapidez com que permite a publicação e o armazenamento de conteúdos, tornando-a num ambiente social, acessível a todos os utilizadores. A Web 2.0, pelas ferramentas de comunicação e interação que tem disponíveis, permite que cada indivíduo possa ser muito mais do que um mero espetador, e se torne no produtor de conteúdos, criando, modificando e controlando a informação de acordo com as suas necessidades e interesses.
As Redes Sociais, com destaque para o Facebook, o Twitter, o Linkindin, o Google +, entre outras, são apenas exemplos de redes que permitem
a
criação,
divulgação
conhecimento.
9
e
partilha
de
informação
e
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As Redes Sociais e a aprendizagem
As redes sociais atingiram, pela forma como são utilizadas, uma importância que dificilmente seria previsível aquando do seu surgimento há apenas alguns anos. As suas características sociais, de utilização e partilha fácil, tornam-nas muito atrativas para todas as idades mas, principalmente para os jovens.
A educação e a formação podem e devem tirar partido deste interesse e canalizá-lo para a aprendizagem se conseguirem que, através dos serviços de redes sociais, os formandos interajam entre si e adquiriam novos conhecimentos. Também as redes sociais constituem, hoje, a plataforma de suporte para o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem em contextos institucionais e de comunidades de prática em contextos profissionais.
Pelas suas características comunicativas e interativas, estes ambientes colaborativos de aprendizagem apresentam vantagens ao nível da dinâmica de grupo:
1) possibilitam alcançar objetivos qualitativamente mais ricos em conteúdo, na medida em que reúnem soluções de vários grupos de formandos; 2) os grupos estão baseados na interdependência positiva entre os formandos, o que requer que cada um se responsabilize mais pela sua própria aprendizagem e pela aprendizagem dos outros elementos;
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3) incentivam os formandos a aprender entre eles, a valorizar os conhecimentos dos outros e a tirar partidos das experiências das aprendizagens individuais; 4) possibilitam uma maior aproximação entre formandos e um maior intercâmbio
de
ideias
no
grupo
fomentando o interesse; 5)
transformam
a
aprendizagem
numa atividade social; 6)
aumentam
a
satisfação
pelo
próprio trabalho.
Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa Conceito de Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa À primeira vista, colaborar e cooperar podem ser considerados sinónimos. No entanto a extensão dos termos é diferente: o termo colaborar tem maior amplitude do que o termo cooperar, o que faz da aprendizagem
cooperativa
um
subtipo
da
aprendizagem
colaborativa. Podemos exemplificar esta diferença com a seguinte situação. Imagine que na sua formação vai realizar uma atividade que implica duas tarefas distintas. Para isso, vai dividir o grupo de formandos em dois subgrupos (A e B). Ao grupo A atribui a tarefa de redigir um texto e ao grupo B a tarefa de pesquisar na Web imagens que ajudem a ilustrar o texto. O texto final comum a toda o grupo resultará da “colagem” do trabalho de cada subgrupo. Poder-se-á dizer que houve aprendizagem cooperativa 11
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mas não chegou a ser colaborativa, porque a estrutura das interações entre os formando foi apenas “desenhada” com o fim de facilitar o cumprimento de um objetivo final, enquanto que para ter sido colaborativa deveria ter havido uma interação mais pessoal e menos estruturada que facilitasse um papel mais ativo de cada indivíduo em todo o processo (Bruffee, 1995, cit in Panitz, 1999). Porque a aprendizagem colaborativa é considerada como um dos pilares do eLearning, iremos aprofundar um pouco mais, identificando os seus pressupostos e principais vantagens.
Pressupostos da Aprendizagem Colaborativa A aprendizagem colaborativa pode definir-se como um conjunto de
métodos e técnicas de aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim como de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), onde cada membro do grupo é responsável, quer pela sua aprendizagem quer pela aprendizagem dos restantes elementos. Pressupostos relativos à aprendizagem tradicional
Pressupostos relativos à aprendizagem colaborativa
Sala de aula
Ambiente de aprendizagem (pode ser virtual)
Formador – autoridade
Formador – orientador
Centrada no Formador
Centrada no Participante
Reativa, passiva
Proativa, investigativa
Ênfase no produto
Ênfase no processo
Aprendizagem individual
Aprendizagem em grupo
Memorização
Transformação
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A aprendizagem colaborativa destaca a participação ativa e a interação, tanto dos formandos como dos formadores/tutores. O conhecimento é visto como uma construção social e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e propiciem o crescimento do grupo. Elementos básicos da aprendizagem colaborativa Interdependência do grupo: Os formandos, como um grupo, têm um objetivo a prosseguir e devem trabalhar eficazmente em conjunto para o alcançar. Primeiro, os formandos são responsáveis pela sua própria aprendizagem. Segundo, por facilitar a aprendizagem de todos os membros do grupo. Terceiro, por facilitar a aprendizagem de formandos
de
outros
grupos.
Todos
os
formandos interagem e todos contribuem para o êxito da atividade. Interação: Um dos objetivos da aprendizagem colaborativa é o de melhorar a competência dos formandos para trabalhar em equipa. Cada membro do grupo deve assumir a sua tarefa e disponibilizar espaço e tempo para partilhar com o grupo e, por sua vez, receber as suas
contribuições.
A
vivência
do
grupo
deve
permitir
o
desenvolvimento de competências pessoais e, de igual modo, o
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desenvolvimento de competência de grupo como: participação, coordenação, acompanhamento, avaliação. Pensamento divergente: Não deve haver nenhum elemento do grupo que se posicione ostensivamente como líder ou como elemento mais "esperto", mas uma tomada de consciência em que todos podem pôr em comum as suas perspetivas. As atividades devem ser elaboradas de modo que exijam colaboração em vez de competição
(tarefas
complexas
e
com
necessidade
de
pensamento divergente e criativo). Avaliação: Os métodos para a avaliação independente são baseados em jogos de perguntas, exercícios, observações da interação do grupo e heteroavaliação. Vantagens da aprendizagem colaborativa A nível da dinâmica do grupo:
possibilita alcançar objetivos qualitativamente mais ricos em conteúdo, na medida em que reúne soluções de vários formandos do grupo;
os grupos estão baseados na interdependência positiva entre os formandos, o que requer que cada um se responsabilize mais pela sua própria aprendizagem e pela aprendizagem dos outros elementos do grupo;
incentiva os formandos a aprender entre eles, a valorizar os conhecimentos dos outros e a tirar partido das experiências de aprendizagem de cada um;
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maior aproximação entre os formandos e uma maior troca ativa de ideias no seio dos grupos, faz aumentar o interesse e o compromisso entre eles;
transforma a aprendizagem numa atividade eminentemente social;
aumenta a satisfação pelo próprio trabalho.
Métodos e Técnicas e Estratégias de Organização do Trabalho Online
Em eLearning, os métodos e técnicas pedagógicos são especialmente importantes para a eficácia da formação, uma vez que constituem importantes facilitadores da aprendizagem. Numa abordagem em que formador e formando se encontram a distância, a escolha de métodos mais ou menos ativos condiciona largamente o impacto que os conteúdos têm nos participantes. Neste ponto iremos apresentar uma síntese dos principais métodos e técnicas que um formador dispõe para a dinamização das suas ações de formação a distância. Inicia-se com uma breve caracterização dos métodos pedagógicos tradicionais e sua aplicação a cursos de formação a distância. De seguida, referem-se as técnicas pedagógicas mais adequadas ao eLearning.
Os métodos pedagógicos no e-Learning O método expositivo Em eLearning, o Método Expositivo não oral pode ser utilizado pontualmente nas sessões síncronas de chat, nomeadamente para introduzir ou concluir um determinado tema. 15
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De forma oral, é frequentemente aplicado em vídeos com atores ou até em sistemas de videoconferência, em que se pretende transmitir informação facilitando a sua assimilação. Este método pode revelar-se útil para introduzir um tema, divulgar informações, factos ou conceitos, ou fornecer diretrizes para a realização de tarefas orientadas para outros métodos. No entanto, a sua aplicação a uma modalidade de formação a distância deverá ser bastante ponderada. O método interrogativo No contexto da formação a distância, o Método Interrogativo pode ser aplicado através de sequências de perguntas/respostas, muitas vezes úteis durante a condução de sessões síncronas de chat. De facto, a técnica das perguntas (que abordaremos mais à frente), pode ser uma boa opção para fazer a avaliação inicial de controlo de pré-requisitos no grupo, ou ainda quando se pretende controlar um conhecimento adquirido ou
levar
os
formandos
ao
desenvolvimento de atitudes mais autónomas. O método demonstrativo A aplicação do Método Demonstrativo, em cursos de formação a distância, poderá apenas tornar-se possível através da utilização de um sistema de videoconferência que permita ao formador e a formandos o contacto áudio e vídeo, em tempo real.
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Contudo, a utilização deste sistema está ainda limitada, não só pelo reduzido acesso por parte da população em geral a este tipo de dispositivos, mas também pelas limitações tecnológicas existentes. Atualmente, o Método Demonstrativo é frequentemente aplicado em formação a distância através da utilização de software específico, que permite criar diferentes mecanismos de interação que fomentam o "aprender fazendo". O método ativo Está cada vez mais generalizada a ideia da importância da utilização dos métodos ativos na formação. Num curso a distância, aspetos como a motivação, a interatividade e a participação dos formandos são particularmente relevantes, pelo que a aplicação de técnicas que favoreçam um papel ativo garantirá uma maior eficácia da formação.
Técnicas pedagógicas aplicáveis ao eLearning Técnicas das perguntas A técnica das perguntas é provavelmente uma das técnicas mais utilizadas no eLearning, como forma de dinamização de sessões síncronas (chat) e assíncronas (fórum). Nestas circunstâncias, pode ser utilizada para:
Fazer arrancar a discussão (perguntas abertas, iniciadas por "Como", "Porquê", "Quando", etc.);
Controlar os pré-requisitos;
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Solicitar
a
intervenção
de
elementos
do
grupo
menos
participativos;
Estimular a confiança de alguns participantes mais inibidos;
Moderar e orientar a discussão (perguntas de escolha orientada como “então não acha que...”; “acha que é branco ou preto?”);
Avaliar a aquisição de conhecimentos transmitidos anteriormente;
Determinar a razão de certas opiniões.
Técnica "Trabalho de Grupo" A técnica “Trabalho de Grupo” consiste em dividir o grupo em subgrupos, com o objetivo de cada um produzir o seu próprio trabalho. Em eLearning, a criação de Trabalhos Colaborativos é bastante útil no sentido de incentivar a interação social entre os participantes e colmatar as lacunas causadas pela ausência de contacto direto entre os mesmos. Gera-se um Trabalho Colaborativo quando existe uma reciprocidade entre um conjunto de indivíduos que contrapõem os seus pontos de vista de forma a originar um processo de construção do conhecimento. Técnica "Brainstorming" (Tempestade Mental) Ao aplicar esta técnica, o formador funciona como orientador. Este não deve fazer qualquer avaliação positiva ou negativa sobre as ideias proferidas e deve garantir de igual forma que não sejam emitidos quaisquer juízos de valor por parte dos restantes elementos do grupo. Em eLearning, os formandos dispersos podem trabalhar em conjunto de forma a gerar soluções criativas para um problema ou alcançar qualquer outro objetivo, podendo enquadrar-se, por exemplo, num curso 18
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envolvendo resolução de problemas, pensamento criativo ou trabalho de equipa. Apesar de constituir uma boa solução, o "brainstorming" não pode ser aplicado em grupos muito grandes e pode dar origem a algumas dificuldades no que diz respeito ao controlo sobre o grupo. Técnica do "Estudo de Casos" Um caso é uma situação concreta da vida real, que reclama uma resolução ou decisão. Este deve ser da área de competências dos participantes, que o estudarão depois de previamente lhes serem proporcionados os dados necessários. A aplicação desta técnica, na formação em eLearning, é muito semelhante à forma presencial, em sala. O formador deverá disponibilizar previamente o enunciado do Caso para analisar, tendo cuidado nas instruções dadas, tarefas a realizar, prazos de entrega, formas de apresentar o mesmo (individualmente, em grupo; na sessão síncrona, no fórum, etc.). Técnica do "Jogo Pedagógico” Os jogos pedagógicos constituem uma das técnicas mais interativas em eLearning. Caracterizando-se pela utilização de mecanismos de interação mais sofisticados, com recurso a elementos gráficos, os jogos podem ser utilizados nas mais diferentes áreas e introduzem uma componente lúdica no processo de aprendizagem que é geralmente muito bem aceite pelos formandos.
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Os jogos são opções pedagógicas bastante úteis, na medida em que permitem oferecer aos formandos exercícios essencialmente interativos. Outras Técnicas Pedagógicas Discussão orientada Esta técnica tem como objetivo principal ensinar os formandos a utilizar comentários críticos de terceiros na melhoria do seu próprio trabalho e a fazer críticas úteis ao trabalho dos outros. Assim, os formandos, por exemplo, submetem um trabalho à apreciação do grupo, recebendo e reagindo às críticas dos seus colegas. Permite oferecer aos participantes a possibilidade de exporem os seus receios e, ainda, discutir o bom funcionamento entre grupos. Atividades de experimentação (hands-on) Os formandos realizam uma tarefa fora da sessão de aprendizagem para aplicar os conhecimentos abstratos adquiridos em outras atividades.
Pesquisa na Web Através
da
Internet,
os
formandos
procuram fontes de informação fidedignas sobre o tema em estudo, o que lhes confere uma maior autonomia e um acréscimo de autoconfiança.
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Laboratórios Virtuais Os formandos realizam experiências com equipamento de laboratório simulado. Esta técnica tem como objetivo preparar os formandos para operar equipamento laboratorial real ou orientá-los para a descoberta autónoma de princípios e fenómenos. Análise Orientada Através desta técnica, os formandos analisam a informação selecionada para fazer a sua validação e definir princípios autonomamente. Pode ser utilizada para levar os formandos a descobrir tendências de forma autónoma.
Em síntese Em eLearning, mais do que em qualquer outra modalidade de formação, o formador/tutor não pode tornar-se escravo de um determinado método. Deve antes adequar e experimentar várias metodologias, selecionando-as de acordo com as condicionantes do processo de formação, nomeadamente as tecnologias disponíveis, tendo sempre em vista atribuir um papel ativo e autónomo aos formandos.
Regras da net-etiqueta Como
vimos
atrás,
as
sessões
síncronas
são
momentos
de
comunicação em tempo real, realizadas com recurso à ferramenta de chat.
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Esta ferramenta poderá ter funcionalidades diversas de acordo com a plataforma: apenas escrita, com som e imagem, ou até com escrita, som, imagem e quadro de projeção. Nestes casos, é importante ter em consideração algumas
regras
relativas
à
comunicação,
designadas por NetEtiqueta. Estas regras poderão ser definidas pela entidade formadora, ou mediante recolha de opiniões e contributos dos formandos. Seguidamente apresenta-se um exemplo de NetEtiqueta:
Devemos adotar um tom construtivo, dialogante e empático, mesmo quando discordamos de determinada ideia ou ponto de vista;
NÃO ESCREVER EM MAIÚSCULAS, porque é o equivalente a falar alto ou gritar na comunicação oral;
Se é o primeiro contacto com uma pessoa ou grupo, tenha em consideração a formação das primeiras impressões. Adeque o nível de linguagem ao grupo, e tenha atenção à sintaxe e à ortografia;
Procure não ser demasiado formal, expressando as suas emoções e sentimentos através da utilização de sinais gráficos chamados emoticions ou smileys - consulte http://www.glossarist.com/glossaries/computers-internet/smileys.asp;
Seja como for, utilize o humor com ponderação;
Se quiser pedir a palavra para falar, digite PP e aguarde que o moderador lhe dê a palavra;
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Se o que tiver a dizer for muito extenso, divida em várias frases digitando “Enter” no final de cada frase e utilizando reticências para indicar que ainda vai continuar (minimiza o efeito de silêncio);
Indique claramente que terminou digitando FIM na última frase;
Finalmente, acrescente outras regras que considere importantes e envie para os colegas. A colaboração e a partilha são um dos princípios de base dos ambientes virtuais.
O Papel do e-Formador Contrariamente ao modelo tradicional da formação presencial ainda muito centrado na
figura
do
formador,
enquanto
transmissor do conhecimento, um formador de um curso em eLearning deverá ter uma atuação de organizador e facilitador da participação dos formandos, usando o conjunto de estratégias pedagógicas necessárias para lhes assegurar
uma
experiência
de
aprendizagem
enriquecedora.
(Rodrigues, 2004).
Assim, o e-formador tem de promover, estimular, orientar e apoiar as interações que ocorrem no processo de formação: i)
interação entre formando e formador;
ii)
interação entre formandos e conteúdos;
iii)
interação entre formandos.
iv)
interação entre o formando e a interface ou plataforma.
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O que é um e-tutor? Waterhouse (1983) propõe as quatro seguintes funções para o tutor a distância: 1. Ensino: facilitar a aprendizagem o que significa transmitir conteúdos e orientar com vista ao desenvolvimento de estratégias individuais de aprendizagem, suscitando a atividade do formando. 2. Aconselhamento: guiar o formando no que diz respeito a fontes de informação, ao uso de metodologias de aprendizagem, formas de apresentação de trabalhos, etc. 3. Negociação: estabelecer um contrato de aprendizagem entre tutor e formando, que inclua metas e objetivos individuais a cumprir por ambas as partes. 4. Avaliação: monitorizar as aprendizagens realizadas pelo formando, avaliando as atividades e exercícios e fornecendo feedback sobre os critérios em que se fundamentou a avaliação e sobre as estratégias de recuperação.
Enquanto dinamizador da criatividade e das estratégias para o eLearning, o tutor deve deter um conjunto de competências e características individuais:
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Empatia;
Saber-ouvir;
Capacidade de comunicação;
Domínio das tecnologias, das linguagens e dos conteúdos;
Tolerância (capacidade para aceitar diferentes valores, pontos de vista e características de personalidade);
Flexibilidade (para evitar aplicar regras estabelecidas de forma acrítica).
As tarefas do e-tutor Acolhimento e acompanhamento técnico e pedagógico Na fase inicial do curso, ou mesmo antes do seu início, é importante assegurar que as formas de comunicação entre o tutor e o formando existem. Nesse momento, os participantes devem receber alguma informação para enquadramento no curso de formação, nomeadamente:
Forma de funcionamento da plataforma de formação online;
Contactos do formador/tutor, nomeadamente email;
Guia ou itinerário pedagógico, com os objetivos, conteúdos programáticos, orientações para os períodos de autoestudo, etc.
É ainda importante conhecer as expectativas iniciais dos formandos e assegurar que estes têm uma perceção clara acerca do que podem esperar da formação. O email pode ser um meio eficaz para este efeito. Inicialmente, é natural que os formandos sintam algum desconforto e relutância em participar, interagir e dar o seu contributo para a formação, 25
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até porque poderá ser a sua primeira experiência de formação a distância. Ao longo de todo o percurso formativo, o tutor será o principal elo de ligação entre o formando e os conteúdos pedagógicos, devendo assegurar:
Atualização dos conteúdos;
Incentivo à interação com o sistema;
Acompanhamento pedagógico (moderação de debates, resposta a questões e a manutenção da motivação dos participantes);
Monitorização do ritmo de trabalhos dos formandos;
Controlo dos progressos individuais dos formandos;
Identificação dos diferentes estilos preferenciais de aprendizagem e adaptações necessárias nos métodos e técnicas utilizados;
Reforço do comportamento e desempenho bem-sucedido;
Adaptação do ritmo das atividades às condições do grupo,
Realização e correção dos testes de avaliação pedagógica, intermédios e finais.
Um dos autores que mais se dedicou aos novos papéis que o eformador deve desempenhar, foi Salmon. Esta autora refere que o papel do e-formador sofre algumas mudanças de conteúdo funcional, na medida em que se centra muito mais na moderação do que na transmissão de conhecimentos. De acordo com esta autora, o termo “emoderating” aglutina uma grande variedade de papéis e competências que o e-formador precisa de adquirir.
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Apoiar a formação online, através de sessões síncronas e assíncronas requer dos e-moderadores um conjunto vasto de conhecimentos, um maior número de competências em comparação com aqueles que necessitaria se trabalhasse com um grupo em formação presencial.
Na figura seguinte propomos um modelo de ensino e de aprendizagem online, estruturado em 5 níveis, e concebido a partir do modelo proposto por Gilly Salmon.
Modelo dos cinco estádios de e-tutoria de Salmon (2008)
Nível I – Acesso e motivação A este nível, o formador deve ter uma ideia clara sobre a situação dos seus formandos, nomeadamente:
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Do seu interesse e entusiasmo relativamente à metodologia de formação; Da capacidade de instalar e utilizar equipamento e software informático necessário para a formação; Se tiveram acesso ao seu login e password e conseguiram entrar na plataforma; Se foram capazes de aceder ao espaço de formação virtual logo que o sistema lhes deu acesso para tal;
Nível II – Socialização on-line Neste nível, cada participante tenta encontrar o seu espaço e formas específicas de intervenção no ambiente virtual. Já neste nível, o tutor deve identificar algumas das caraterísticas dos formandos. Nomeadamente, deve conseguir verificar se são ativos ou passivos. Sendo passivos também é possível saber se acedem esporadicamente, ou se, pelo contrário, leem todas as mensagens. Também a forma como um formando analisa as participações de outros colegas pode ser um indicador importante para o tutor. O essencial nesta fase é criar um espírito de “comunidade virtual”, onde todos sintam que a sua participação é útil.
Nível III – Processamento de conteúdos Neste nível, os participantes estudam os materiais pedagógicos, podendo
solicitar
informações
adicionais
relacionadas com os conteúdos.
28
ou
levantar
questões
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Nesta fase, os tutores devem preparar adequadamente as suas intervenções bem como as dos formandos, de forma a que as intervenções realizadas nos fóruns estejam totalmente relacionadas com os temas dos conteúdos da formação. De qualquer modo, o concetor da formação deve fazer coincidir os níveis 3 e 4, dado que é possível, a par do desenvolvimento dos conteúdos da formação, começar desde logo a construir novos conhecimentos.
Nível IV – Construção do conhecimento Como acima se afirmou, este nível não começa necessariamente no fim do nível 3, podendo com ele coincidir no tempo. Os participantes deixam de ter qualquer tipo de receio em manifestar as suas opiniões e começam a colocar questões ou a introduzir temas laterais. Criam-se deste modo novos conteúdos e o tutor transforma-se em mais um membro do grupo. O líder assume-se naturalmente a partir do grupo, sendo normalmente aquele que inicia o tema ou que detém conhecimento adequado sobre o assunto. Ainda nesta fase, é importante que o tutor elabore sínteses das discussões, lance novas questões ou redirecione discussões que estejam a afastar-se demasiado do âmbito do curso. Nível 5 - Exploração Neste nível, os participantes são absolutamente responsáveis pela sua própria aprendizagem e, não necessitam, por norma, de mais apoio do que o dado inicialmente.
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Este nível, o mais elevado da escala de aprendizagem e de interação, aparece bastante ligado a formações em que os materiais são reduzidos e as aprendizagens são do tipo colaborativo, com recurso sistemático às discussões nos fóruns e no chat. O tutor continua a desempenhar um papel muito importante, mas sobretudo de moderação das sessões e dos debates. Naturalmente que esta abordagem da formação implica formandos mais empenhados e experientes na utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem.
A RETER No eLearning, o formando exerce o controlo da sua própria aprendizagem. Ao tutor, cabe-lhe auxiliá-lo na tarefa de aprender a aprender, através da criação de situações de aprendizagem e de redes colaborativas de partilha de informação.
Síntese Conclusiva Procurámos neste ebook abordar os principais conceitos e pressupostos críticos para uma formação em e-Learning bem sucedida. O e-Learning está, cada vez mais, associado de forma inequívoca ao novo paradigma da Aprendizagem ao Longo da Vida. Contudo, para que este possa dar continuidade a este imperativo, importa que os intervenientes no processo, formadores, técnicos, coordenadores, gestores, possuam as competências necessárias para a sua conceção, implementação e avaliação, de acordo com os modelos e os métodos mais eficazes. 30
Formação Pedagógica de Formadores - Plataformas Colaborativas de Aprendizagem Comunidades Virtuais de Aprendizagem
A verdadeira revolução do eLearning, ao contrário do que se possa pensar, não reside na questão tecnológica, mas sim, na metodológica e no modo como se presta a tutoria e moderação das aprendizagens online. Por isso mesmo, neste ebook procurámos apresentar os pressupostos dos modelos e das metodologias de ensino-aprendizagem. Falámos também do novo papel do formador, muito mais centrado na orientação da aprendizagem, muito mais próximo da tutoria ou mentoria. Como já vem sendo habitual, disponibilizamos-lhe uma síntese com os principais conceitos a reter. Relembramos que poderá aprofundar estes conteúdos no manual “Plataformas Colaborativas de Aprendizagem” que também lhe é disponibilizado na plataforma.
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