Estopim

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revista portf贸lio dos alunos do curso de design gr谩fico faculdade 7 de setembro | fortaleza | 2014.1



O estopim é o acontecimento. Faz mover. Empurra. Sacode. Movimenta. É a causa inicial e a razão para a uma transformação. Estopim é um primeiro ato, um momento deliberado e consciente ou inocente e inconcebido. Ele gera mutações, exige soluções, problematiza, faz acontecer.


Diretor Geral EDNILTON SOÁREZ ¶ Diretor Acadêmico EDNILO SOÁREZ ¶ Vice-Diretor ADELMIR JUCÁ ¶ Coordenadora do Curso de Design NILA BANDEIRA ¶ Diretor de Criação e Projeto Gráfico TARCÍSIO BEZERRA ¶ Bolsista do NPJor (Design) nesta edição RONDNEY MENDONÇA ¶ Colaboradores (Jornalismo) SORIEL LEIROS e LUANA SEVERO Alunos do curso de Design que participaram desta edição ALESSANDRO VALENTIM, ALEXANDER BASTOS, ALUÍSIO SILVESTRE, ANA CAROLINE ANGELIM, BRUNA BURLAMAQUI, BRUNO BATISTA, CAUÊ PASCOA, DAVI JUCIMON, EDUARDO PEIXOTO, EDUARDO PORTO, ELLEN MEDEIROS, FABRÍCIO TEÓFILO, GABRIELE FREITAS, GLEIDSON LEMOS, HÍTALO LOBO, IGOR BRASIL, IGOR PONTES, ISABEL FORTE, ISABELA THÉ, JONAS MADEIRA, LINDA HELLEN, MARCELO ANGELIM, MARJOLY BARROS, MONNIQUE ROCHA, NAÉLIO SANTOS, NIKELY FEDECHEN, PAULO DÓRIO, PAULO ROBSON, PEDRO AUGUSTO MONEITRO, PEDRO HENRIQUE, REBECCA ALMEIDA, RODOLFO CAMELO, RODRIGO DE BORBA, SABRINA ALBUQUERQUE, TÉO BRITO, ULISSES SOARES, VALTER IGOR, VICTOR

VASCONCELOS, VICTORIA DELNERO


CONTEÚDO I G N I Ç Ã O #6 E B U L I Ç Ã O #18 TRANSPIRAÇÃO #72


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É hora da partida. Nesta primeira seção de nossa revista, conversamos com importantes profissionais e acadêmicos do meio do Design buscando tematizar questões de nosso universo de atuação profissional. Nesta primeira edição, Estopim conversou com a designer Fátima Finizola a respeito de seus projetos e a importância da atuação profissional e acadêmico do designer.


FÁTIMA

FINIZOLA a designer pernambucana que transfomou a paixão da infância em coisa de gente grande reportagem soriel leiros FOTOS DAMIÃO SANTANA


O design faz parte de sua vida desde cedo, quando o olhar curioso de criança enxergou nas formas e nas cores a busca pela criação. Com a influência da família e da escola, aos poucos, a observação foi ganhando novos contornos e espaços e fez de Fátima Finizola uma referência no design brasileiro. ¶ Doutoranda em design pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fátima tem naquele Estado sua

principal fonte de inspiração. É autora dos livros “Tipografia Vernacular Urbana” e “Abridores de Letras de Pernambuco”, este com Damião Santana e Solange Coutinho. ¶ Em entrevista para a edição de lançamento da “Estopim”, revista do curso de design gráfico da Faculdade 7 de Setembro (Fa7), a pes-

quisadora falou, entre outros assuntos, sobre os seus projetos e pesquisas, as parcerias firmadas, a influência da tecnologia no processo criativo, a inventividade do brasileiro e os desafios da profissão.›


Como surgiu a sua paixão pelo design, pelas formas, pelas cores? ⁄ Desde pequena, fui bastante estimulada por meus pais a participar de oficinas de pintura, desenho, origami, exposições de arte etc. A escola que passei boa parte da minha infância - Escola Recanto - era partidária da pedagogia Freinet e também incentivava bastante as atividades criativas dos alunos. Mais tarde, na casa da minha vó, descobri a prancheta do meu tio - o designer Hans Waechter - recheada de lápis coloridos, letras para decalcar e materiais de desenho. Fiquei fascinada com tudo aquilo. Acredito que foram estas pequenas vivências, aliada às

cores, cheiros e sabores dos passeios ao centro do Recife e ao interior de Pernambuco, que mais adiante me levaram a escolher o Curso de Design da UFPE, e assim, dar início à minha formação profissional.

Que bagagem a academia proporcionou a você enquanto pesquisadora? ⁄ A academia é, por excelência, um lugar de trocas, não só com professores, mas com outros alunos. Foi na UFPE que fui introduzida à pesquisa acadêmica por meio do Programa de Iniciação Científica, do qual fui bolsista por cerca de dois anos. Concluída a graduação, voltei à mesma instituição para fazer uma pós em Design da Informação, mestrado e doutorado - que está em fase de conclusão. A academia me ensinou métodos e ferramentas de pesquisa e me fez conhecer grandes pesquisadores de todo o Brasil. Além disso, boa parte das pesquisas que tenho desenvolvido, atualmente, nasceram dentro da universidade.


A academia é, por excelência, um lugar de trocas, não só com professores, mas com outros alunos


Um dos seus projetos de destaque, o "Iconografia das Carrocerias de Caminhão de Pernambuco", tem nas carrocerias de caminhão a principal fonte de pesquisa e de inspiração. Conta um pouco como surgiu a ideia do projeto. ⁄ A minha atual linha de pesquisa em design transita entre o design vernacular e a tipografia. Tenho olhado para o tema do design informal desde os tempos da graduação e, pra mim, este é um universo muito sedutor. Em paralelo às pesquisas acadêmicas e projetos profissionais, desde 2000 também tenho me aventurado pelo universo da tipografia digital. Assim, o projeto ‘Iconografia das Carrocerias de Caminhão de Pernambuco’ nasceu a partir da união destes dois interesses. Os elementos da gráfica popular estampados nas carrocerias de caminhão sempre me chamaram atenção, no entanto nunca encontrei registros mais precisos sobre essa tradição aqui no Brasil. Desta forma, a pesquisa nasce como uma iniciativa para resgatar esse aspecto da nossa cultura visual. Nesse processo, a tipografia digital se mostrou como uma ferramenta ideal para registrar os ornamentos das carrocerias de caminhão de Pernambuco. A partir dos registros fotográficos em campo, elaboramos um dingbat - fonte digital iconográfica - baseado nos ornamentos encontrados nos veículos que circulam pelo nosso Estado.


Além do "Iconografia das Carrocerias de Caminhão de Pernambuco", que outros projetos você desenvolve? ⁄ Além deste projeto, também desenvolvi, recentemente, a pesquisa cultural ‘Abridores de Letras de Pernambuco - um mapeamento da gráfica popular’, com o apoio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). A pesquisa - cujo tema é o mesmo da minha tese de Doutorado em Design na UFPE - conta um pouco sobre o ofício dos pintores de letras no nosso Estado. Ainda tenho administrado a página do Facebook ‘Design Vernacular’, espaço onde compartilho os achados das minhas pesquisas nesta área. Por fim, também faço parte do projeto colaborativo Crimes Tipográficos, onde, eventualmente, desenvolvemos fontes digitais para títulos e dingbats, com um tom mais experimental, muitas delas inspiradas na tipografia e estética vernacular.

a pesquisa nasce como uma iniciativa para resgatar esse aspecto da nossa cultura visual


O designer, na sua opinião, é um profissional valorizado financeiramente pelo trabalho que executa? ⁄ Infelizmente, ainda acho que temos muito a trilhar no quesito valorização da profissão. E, nesse caminho, o processo de formação e esclarecimento do público em geral para a nossa área de atuação bem como para a importância da nossa profissão nas mais diversas disciplinas é fundamental. Aqui, na nossa região, por exemplo, os melhores salários de design estão entre aqueles que migram para a vida acadêmica ou se aventuram a montar a própria empresa e, ainda, se compararmos estes valores às profissões mais bem remuneradas do mercado, nosso teto, ainda, se encontra bem defasado.

Que nomes você apontaria como maiores referências do design brasileiro e mundial na atualidade? E quais são suas referências pessoais? ⁄ Confesso que sou uma pessoa não muito ligada a referências ou ícones da nossa área profissional. Para mim, a inspiração de um trabalho pode vir de um grande mestre ou a partir de uma caminhada pelas ruas da cidade.


Como profissional, admiro o trabalho do estúdio PS2, Rico Lins, Celso Longo+Daniel Trench, Criatipos, Alejandro Paul, Bel Andrade Lima, Estúdio Mola, Guilherme Luigi, entre tantos outros talentos. Já as minhas referências acadêmicas se direcionam para o meu foco de pesquisa - o design vernacular e a tipografia - e assuntos afins. Entre elas, estão Gui Bonsiepe, Catherine Dixon, Rafael Cardoso, Adélia Borges, Priscila Farias, Lia Mônica e Marconi Bezerra etc. Há, ainda, alguns parceiros da América Latina com quem troco ideias sobre a gráfica popular: Vinícius Guimarães e Pedro Moura (Brasil), Popular de Lujo (Colômbia), Ruta Mare (Peru) etc.


o design é uma atividade transversal a várias áreas profissionais, capaz de agir como um facilitador no processo de comunicação e interação entre os mais diversos produtos e seu público-alvo.


A revista do curso de Design Gráfico da Fa7, "Estopim", já nasceu com a participação ativa dos próprios estudantes. Por meio de um concurso de naming e identidade visual, foram definidos o nome e o logo da publicação. Como você avalia essa iniciativa? ⁄ Achei a proposta da revista bem interessante. Qualquer projeto acadêmico que estimule os estudantes a entrarem em contato desde cedo com situações reais de sua prática profissional são bastante enriquecedoras para a formação dos futuros profissionais. O exercício de organizar uma revista envolve não só as questões projetuais, como também dinâmicas de trabalho em equipe e a discussão e troca de ideias sobre temas da atualidade no design.

Qual a dica que você dá para o estudante que se descobriu no design e resolveu se especializar na área? ⁄ Não se contentar apenas com a formação acadêmica, mas ir além, fazer do design uma prática diária: ler bastante, conhecer o trabalho de outros profissionais, conhecer os softwares mais utilizados na prática profissional, participar de programas de estágio e pesquisa, estar antenado aos eventos de design estudantis e profissionais, trocar ideias etc. O período que passamos na universidade é o momento ideal para o aluno experimentar de tudo um pouco, para mais adiante, descobrir qual área de atuação do design deseja seguir na vida profissional.

Hoje, em uma frase ou palavra, como Fátima Finizola definiria o design? ⁄ No meu ponto de vista, o design é uma atividade transversal a várias áreas profissionais, capaz de agir como um facilitador no processo de comunicação e interação entre os mais diversos produtos e seu público-alvo.


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Eureca! Aqui nascem as boas ideias do curso de Design Gráfico da Faculdade 7 de Setembro. Nesta seção, trazemos para você um apanhado do melhor da produção em sala de aula das disciplinas do curso. Nesta edição, trabalhos das disciplinas de Ilustração (Prof. Thiago Cabral), Identidades Visuais (Prof.ª Nila Bandeira), Oficina Experimental (Prof.ª Claudia Vidal), Linguagem das Cores (Claudia Vidal) e Design Editorial (Humberto Araújo).


rodolfo camelo ¶ illustração ¶ prof thiago martins


bruna burlamaqui ¶ illustração ¶ prof thiago martins



rodolfo camelo ¶ illustração ¶ prof thiago martins


bruna burlamaqui ¶ illustração ¶ prof thiago martins



rodolfo camelo ¶ illustração ¶ prof thiago martins



corn

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sabrina albuquerque ¶ illustração ¶ prof thiago martins



cauê pascoa | ulisses soares | valter igor ¶ oficina experimental | design editorial ¶ prof claudia vidal | humberto araújo


cauê pascoa | ulisses soares | valter igor ¶ oficina experimental | design editorial ¶ prof claudia vidal | humberto araújo



cauê pascoa | ulisses soares | valter igor ¶ oficina experimental | design editorial ¶ prof claudia vidal | humberto araújo




nikely fedechen | ana caroline angelim | isabel forte | tĂŠo brito | paulo robson Âś oficina experimental Âś prof claudia vidal



eduardo peixoto | isabela thé | ellen medeiros ¶ oficina experimental ¶ prof claudia vidal



marjoly barros Âś linguagem das cores Âś prof claudia vidal


alessandro valentin | davi jucimon | igor pontes Âś linguagem das cores Âś prof claudia vidal



jonas madeira | bruno batista | marcelo angelim Âś linguagem das cores Âś prof claudia vidal



paulo dório | sabrina albuquerque | eduardo porto | linda hellen | fabrício camelo ¶ oficina experimental ¶ prof claudia vidal



gleidson lemos | igor brasil | hĂ­talo lobo | pedro augusto monteiro | pedro henrique soares Âś oficina experimental Âś prof claudia vidal


gleidson linguagem das cores prof claudia vidal


victoria delnero | cauê páscoa | valter igor | rebecca almeida| ulisses soares ¶ oficina experimental ¶ prof claudia vidal



aluísio silvestre ¶ bruna burlamaqui ¶ gabriele freitas ¶ monnique rocha ¶ naélio santos ¶ oficina experimental ¶ prof claudia vidal



alexander bastos | ellen medeiros | isabela thé | victor vasconcelos | eduardo peixoto ¶ oficina experimental ¶ prof claudia vidal



rodolfo camelo Âś concurso de idv Âś prof nila bandeira



cauê pascoa | ulisses soares ¶ concurso de idv ¶ prof nila bandeira



gleidson lemos | pedro henrique soares Âś concurso de idv Âś prof nila bandeira



téo brito | ana carolina angelim ¶ illustração ¶ prof thiago martins


isabela thĂŠ oficina experimental prof claudia vidal


cauê pascoa | ulisses soares ¶ concurso de idv ¶ prof nila bandeira



ideia, comunicação e design

jonas madeira ¶ concurso de idv ¶ prof nila bandeira



rodrigo de borba Âś concurso de idv Âś prof nila bandeira



aluísio silvestre ¶ concurso de idv ¶ prof nila bandeira



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Transpiração: 99%. E o que os nossos estudantes estão fazendo fora da sala de aula? Nesta seção de Estopim, convidamos um estudante ou ex-estudante para mostrar o seu portfólio e conversar sobre sua atuação profissional. Nesta edição, o nosso aluno Théo Brito fala sobre o seu projeto Printerama e dá algumas boas dicas sobre o mercado de estampas criativas no Ceará.



Dizem que a fórmula básica para a construção de um bom negócio é mesclar gosto pessoal e vontade de trabalhar. A experiência de Téo Brito, 29, sócio-diretor da empresa Printerama e estudante de Design Gráfico da Faculdade 7 de Setembro (Fa7), exemplifica os habituais bons resultados dessa receita. ¶ Printerama é mais que um site. É uma boa ideia de sucesso que mostra que empreendorismo e design andam lado a lado. No site http://printerama.com.br/ é possível escolher entre dois modelos de camisetas exclusivos. Daí para frente é só solicitar o pedido e comprar. A diferença o estudante DE DESIGN, entre essa e tantas outras camiseterias é que a Printerema leva a sério ao pé da letra théo brito mostra COMO a ideia de compra por impulso. O consumEMPREENDEDORISMO E DESIGN idor do site, ao se deparar com as estamANDAM LADO A LADO pas, tem até 14 dias para realizar a compra. TEXTO LUANA SEVERO E TARCÍSIO Depois disso, como explica o próprio site, BEZERRA FOTOS JARI VIEIRA "Adeus! Por isso, não deixe pra amanhã a camiseta que você quer hoje".


Identidade Visual antiga (2010) da Printerama e Identidade Visual Atual (2014).

Pouco antes de iniciar sua jornada acadêmica na FA7, Téo Brito criou a empresa Printerama, em parceria com o amigo, Antino Silva. ¶ Antes da criação da Printerama, eles já haviam criado uma outra empresa de camisetas chamada Oficina de Estampas. O propósito, de acordo com Téo, era vender camisetas com estampas elaboradas por ele em uma loja virtual. Mais ou menos como funciona hoje. Já na época, a equipe busca três diferenciais: profissionalização, marca e conceito. ¶ Foi em outubro de 2012 que e a ideia do Printerama foi ao ar. Ideia que precisou não só do know how da ideia anterior, como também de muita dedicação e criatividade. O nome, por exemplo, surgiu de uma conversa casual entre os sócios. Téo queria algo que tivesse o sufixo “rama”, porque ele achava que soava bem. Então, depois de pensar um pouco, Antino, exclamou: “cara, Printerama!”. Ao que Téo respondeu, na mesma excitação: “é isso aí!”. ¶ Nos primeiros oito meses em que a Printerama esteve no ar, Téo e Antino trabalhavam de casa, embalando camisetas e enviando-as aos clientes por correio. Somente quando perceberam que já tinham condições de deixar seus empregos e se dedicar exclusivamente à loja, os parceiros decidiram alugar um ponto comercial e profissionalizar, ainda mais, o negócio.


Nos primeiros oito meses em que a Printerama esteve no ar, TĂŠo e Antino trabalhavam de casa, embalando camisetas e enviando-as aos clientes por correio.


saiba mais sobre o

PERFIL DOS CONSUMIDORES % 60 são mulheres

% 62 têm entre 18 e 24 anos

SÉRIEs 27

TEMAS DAS ESTAMPAS

%

21 %

9%

MúsICA OUTROS CINEMA 10 %

33%

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