Revista Matéria Prima - Revelações do número 11

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MATÉRIA

PRIMA ÓRGÃO LABORATORIAL DO CURSO DE JORNALISMO DA FA7 Disciplina Planejamento e Edição de Revistas. 4º edição. Fortaleza - CE, 2011

Revelações do número 11 11 barzinhos fora de rota

Sair da rotina e relaxar

Como ver o mundo aos 11 anos


p (ponto de vista)

Grandes acontecimentos globais:

11/01 – Catástrofe na região Serrana do RJ 11/01 – Terremoto no Haiti 11/02 – Ciclone no litoral de São Paulo 11/03 – Atentado em Madri 11/03 – Terremoto e Tsunami no Japão 11/09 – Ataque às Torres Gêmeas 11/11 – Tornado em Santa Catarina

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Mistérios e magia O

ano de 2011, com acontecimentos globais marcantes, entrou para a história da humanidade. Houve quem traçasse metas, objetivos e sonhos vinculados, de alguma maneira, ao número 11. Para outros, um ano para se esquecer. Mas, o que leva as pessoas a acreditarem que datas relacionadas ao 11 são representativas se, basicamente, em todos os dias algo acontece? Alguém famoso nasce ou morre, grupos organizam movimentos, fatos nacionais, globais, ou seja, há algum evento significativo, diariamente. Como publicação de caráter pedagógico e experimental da disciplina Planejamento e Edição de Revista, do Curso de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro (FA7), Matéria Prima se aventura a analisar as coincidências, as contradições, a inspiração, a dualidade, o reequilíbrio e os mistérios do número 11. E por falar em coincidência - ou nada não é por acaso? -, foram 11 estudantes responsáveis pela produção textual desta edição. Lorena enveredou pelos segredos da astrologia e numerologia. Luana mostrou que Fortaleza oferece opções para lazer e relaxar com amigos. Ao entender a visão de mundo na cabeça de uma criança de 11 anos, Gabriel mergulhou no universo entre a infância e a adolescência. Emmanuelle conta a história de união, amor e amizade de uma família que se encontra no refúgio de sentimentos. Ro-

COINCIDÊNCIAS, contradições, inspiração, dualidade, reequilíbrio e os mistérios do número 11 nes revela um cardápio de 11 barzinhos para reunir amigos. Para turistas ou moradores, Israel indica 11 lugares para se conhecer e se divertir. Marcela descobriu que para o escritor Dimas Macedo o número 11 não trazia qualquer significado. Pelo menos até 2011. Mateus entra em campo com o ídolo Romário e com o time Rapadura Cearense, formado por portadores de nanismo. Dulcinea descobre que o exercício da democracia participativa é força indispensável para 11 ONGs. Caio ouviu a história de pessoas e pediu que apontassem 11 que interferem na dinâmica de Fortaleza. E Naiara constata que o número 11 transmite os valores, ideias, princípios e crenças políticas do Partido Progressista (PP). Às turmas que se empenharam para desvendar os mistérios do mágico 11, o reconhecimento pela etapa vencida. Ao leitor, reequilíbrio, dualidade e novo rumo.


b 26 11 LUGARES PARA CONHECER NA CIDADE

(bula)

4 O 11 DO ZODÍACO À NUMEROLOGIA

13 VISÃO DO MUNDO AOS 11 ANOS

39 11 MAIORES CAMISAS 10

expediente Diretor Geral: Ednilton Soárez Diretor Acadêmico: Ednilo Soárez Vice-Diretor: Adelmir Jucá Coordenador do Curso de Jornalismo: Dilson Alexandre Professor Orientador e Editor: Miguel Macedo Projeto Gráfico e Edição de Arte: Andrea Araujo, Mariana Araujo Fotografia da Capa: Demitri Túlio Participaram desta edição os alunos: Caio Rodrigues, Dulcinea de Carvalho, Emmanuelle Silva, Gabriel Mota, Israel Alves, Lorena Farias, Luana Severo, Marcela Ximenes, Mateus Rocha, Naiara Cunha, Rones Maciel Agradecimentos: Humberto e Yago, alunos e bolsistas de Fotojornalismo, professor Jari Vieira e jornalista Demitri Túlio.

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na astrologia e no entendimento social (4)


Por Maira Lorena Farias Sales

O

ano de 2011 foi marcado por temas que causam curiosidades na população mundial pelo nível de coincidências que o número 11 trás. Temas como a astrologia e a numerologia são evidentes nesse cenário que envolve o misticismo sobre o numeral mais polêmico dos algarismos. A astrologia identifica algumas características que compõe as influencias da natureza sobre o número onze. A astróloga Clarisse Maia identifica a seguir os principais conceitos que envolvem o ano de 2011 e as relações com o zodíaco e a numerologia.

O que diz a astrologia

A astrologia é um entendimento que permite observar as relações entre

Nas associações astrológicas, o número 11 evidencia os sentidos, os poderes extra-sensoriais e as intuições

as posições dos planetas do céu e os acontecimentos na terra. Conhecer e entender as teorias que envolvem a astrologia, é compreender as inúmeras diretrizes universais que compõe os símbolos da natureza e o contexto social em que cada indivíduo está inserido. Os estudos astrológicos são vistos de forma pejorativa, por se acreditar em uma antiga crença que colocava a astrologia como misticismo, algo sobrenatural que pudesse governar a vida dos seres humanos de forma indisciplinar, tornando a vida meramente regida por forças alheias. Com o passar dos anos essa ideia negativa ganhou novas dimensões, onde os homens da antiguidade interpretavam as influências simbólicas em meio à natureza. Dados históricos comprovam que cerca de 3.000 anos a.C, os mesopotâneos e os babilônios acreditavam que os planetas, incluindo o Sol e a Lua, e seus movimentos, afetavam a vida dos reis e das nações. Quando a cultura babilônica foi absorvida pelos gregos, por volta de 500 a.C., a astrologia gradualmente se espalhou pelo ocidente. Por volta do segundo século antes de Cristo, os gregos democratizaram a astrologia, desenvolvendo a tradição de que os planetas influenciavam a vida de todas as pessoas. Eles acreditavam que a configuração planetária no momento do nascimento afetava a personalidade e o futuro. Estudos e pesquisas foram desenvolvidos sobre as teorias que explicam a organização do tempo e espaço, e apesar de grandes estudiosos defenderem a importância do conhecimento astrológico na sociedade, a teoria que foi uma ciência acadêmica estudada junto com a filosofia e a astronomia foi retirada do contexto de ciência, onde foi priorizada em nível acadêmico, os estudos sobre astronomia. Para a astróloga Clarisse Maia, a astrologia é um sistema de símbolos, onde as idealizações são agregadas em imagens, sons, cores e movimentos. Astrologia é o movimento dos astros, e do que eles simbolizam de forma ancestral, que é agregado aos valores de cada um para se decodificar e fazer associações com a vida. Teóricos como

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Carl Jung revela, que a vida é feita de uma sincronicidade, ou seja, é uma associação de símbolos para interpretar a decodificação em contexto natural, contexto integrado a natureza, então passa a ser uma forma de usar esse conhecimento para justificar os conhecimentos dos astros em relação à nossa vida, como símbolo astrológico. O fato dos símbolos astrológicos existirem pode traduzir ao ser humano a representação no contexto social, ajudando a aperfeiçoar a vida, a fazer escolhas aprendendo a banalizar o que estar inserido no caminho que seguimos. A missão da astrologia é fazer a leitura dos símbolos do universo integrado com as relações da natureza. A utilização dos conceitos numerologicos que envolvem os números estão na base do conhecimento humano, assim como na astrologia, física, química e eletrônica trazendo possíveis interpretações sobre o destino do homem. Pitágoras, o pai da numerologia acreditava que os números eram “a essência de todas as coisas” e que tudo no universo funcionava em ciclos progressivos passíveis de serem previstos.

Astrologia e os valores culturais

Os valores culturais que apontam interesses pela astrologia, é uma questão individual. A cultura brasileira é demasiadamente ligada à religiosidade, já em certos grupos, podemos observar contato diário com estudos sobre a astrologia, como na cultura cigana. Independente da cultura que você esteja inserido, se olhar para a natureza, será possível interpretar a simbologia integrada com a vida, tendo assim, um conhecimento universal e a possibilidade de decodificar com o uso da intuição, o contato pessoal sensível e a representação do significado. Para Clarisse Maia, em 2011 as pessoas estão mais abertas a contatos e diálogos possíveis a novos laços no campo profissional e pessoal. Essa influência emocional é marcada pela passagem do planeta Júpiter para o Netuno, planeta com características espirituais, sendo próximo do conteúdo numerológico do número 11. Desta forma a sensibilidade observa interpretações internas e externas, de forma pessoal, de acordo com os sinais que a natureza apresenta como símbolos.

Sexto sentido ligado à astrologia

Sendo a astrologia, o conhecimento que estuda as manifestações da natureza, encontramos nas teorias conceitos que permitem estudar os quatro elementos da natureza que são: terra, ar, água e fogo. Tais manifestações naturais possibilitam associações astrológicas como forma de prever e identificar características dos sentidos com o meio que estamos inseridos, prevendo algo que por ventura possa acontecer, já que o número 11 evidencia os sentidos, os poderes extra-sensoriais e as intuições.

As previsões para o ano de 2011

O ano de 2010 foi marcado por turbulências naturais que influenciaram modificações no tempo e espaço. O sol manifestou sinais que puderam ser interpretados indicando um período radical que envolveu a natureza. E assim aconteceram catástrofes como terremotos e tsunami. Para 2011 ainda resta algo a ser finalizado. A ideia é que nos próximos anos, o ciclo natural que modificou a natureza, com clima mais quente em algumas regiões e em outras mais frio, seja normalizado. No contexto pessoal, as pessoas que nasceram em 2011 carregam fortes características das influencias do número 11. São pessoas de forte magnetismo, inventivas, capazes de iluminar, pessoas dotadas de boas energias. O 11 trás evidencia pessoal que coloca a mediunidade em destaque.

Espiritualidade

Não só nas características astrológicas, mas a espiritualidade é um componente da vida independente de como se delimita, em nível de religiosidade ou simplesmente em nível racional. Com características espirituais, o número 11 representa o contato com o próximo trazendo a ajuda mutua no convívio humano. O número 11 compõe a sutileza e a sensibilidade que marca todo o ano de 2011, onde as pessoas se encontram mais acessíveis ao convívio social.

Personalidade humana ligada à astrologia

Independente da opinião de cada um, a astrologia é ligada à personalidade, como o espaço em que nasceu a hora, lugar e situação familiar. Todos esses símbolos complexos estruturam as características do ser humano e serve como orientação para o desenvolvimento da personalidade. Na astrologia é possível encontrar mecanismos para interpretar o convívio social na pretensão de conhecer características próprias de cada personalidade.


ção rica para um melhor diagnóstico. A astrologia diagnostica essas características, onde pode orientar o profissional com essa ferramenta de trabalho, de acordo com o momento pessoal do paciente.

Desejo de conhecer o futuro

É comum o temor que rege o conhecimento do mapa astral que todos possuem. Algumas pessoas se frustram ao saber de dados que pertencem ao futuro, como vida, família, amor e profissão. A astrologia não define o destino, ela direciona de forma interpretativa.

Construção do mapa astral

A formatação do mapa astral é uma cultura especializada, onde o astrólogo coloca os elementos naturais, características pessoais, como, dia, mês e ano de nascimento nas configurações do universo para interpretar a personalidade, proposta de vida e processos evolutivos.

Modificações astrológicas para o 2o semestre do ano

Terapia ligada aos conceitos astrológicos

O tratamento psicológico, ao interpretar conceitos astrológicos, permite ao profissional capacitado, que trata problemas emocionais, uma nova ferramenta que contribui para a investigação sobre as referências com a personalidade ligada ao contexto familiar. Certas características pessoais são independentes do relacionamento social, e em determinados casos, o contexto que está inserido não é entendido de forma comum, precisando assim, de acompanhamento com terapeutas. O psicólogo pode utilizar dados da astrologia como informa-

O número 11 compõe a sutileza e a sensibilidade que marcou o ano de 2011, com as pessoas mais acessíveis ao convívio social

Modificações aconteceram no final do mês de abril com a passagem do planeta Júpiter que encerra no signo de Áries e entra no signo de Touro. Nos meses de maio, junho, julho e começo de agosto, o planeta espiritual Netuno, que é próximo ao conteúdo numerologico onze, fica evidente atraindo um período próspero e criativo para os piscianos. Netuno entra no próprio signo de Peixes ficando na configuração do planeta espiritualizado, que no começo de 2012, entra no mapa astral com força e perdura essa espiritualidade voltada para o signo de Peixes, nos próximos doze anos.

Estudos astrológicos

Na maioria dos casos o conhecimento sobre astrologia acontece de forma autodidata, já que não existem cursos em todas as regiões do Brasil. A proposta pedagógica dos cursos coloca nas aulas definições acadêmicas que possibilitam, entre os alunos, o contato com os grandes nomes da astrologia, mas ainda não é formatado como ciência sistematizada.


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11 lugares para relaxar em Fortaleza


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Lago Jacarey

Café Donzello

Centro das Tapioqueiras

Por Luana Severo

J

á reparou que o número 11 tem aparecido bastante no seu dia a dia? E que, na maioria das vezes, é para simbolizar uma catástrofe mundial? Bem, o intuito aqui é mostrar o oposto disto. Assim como há tragédias naturais, poluição, estresse, desentendimento e violência, há, também, momentos em que é preciso relaxar e sentir que nem tudo está perdido. O Ceará é conhecido, turisticamente, por ser um tipo de “válvula de escape” para quem quer fugir dessa loucura do cotidiano. As pessoas, porém, costumam se restringir basicamente às praias, em busca do binômio sol e mar. Para oferecer outras possibilidades de convivência, vamos apresentar 11 lugares na capital cearense que mostram que Fortaleza tem mais opções de lazer e relaxamento do que seus próprios moradores podem imaginar. E os visitantes também.

Lago Jacarey Dentre todas as praças de Fortaleza que precisam de reparos e reativações, existem algumas que ainda conservam a segurança e o lazer de seus freqüentadores. Uma delas está localizada na Cidade dos Funcionários, de frente para a Avenida Viena Weine: o Lago Jacarey.

“Fortaleza: opções de lazer que seus próprios moradores nem podem imaginar. E os visitantes também”

tro da praça. Os jovens costumam sentar nos banquinhos, bater papo com os amigos e caminhar. Os adultos e idosos, além de caminhar, podem sentar e saborear alguns petiscos que são vendidos ali mesmo; dentre eles, estão os mais famosos: churrasquinho, pastel e cachorro-quente.

O ponto é tranqüilo, seguro e bem charmoso. Geralmente, as pessoas costumam se reunir ali para fazer caminhadas. A praça, porém, oferece muito mais do que isso. As opções de lazer são as mais variadas.

O comércio é bem distribuído. As barraquinhas espalhadas pelo centro da praça, fazem imaginar que estamos em uma “feirinha”. Ali, são vendidas bijuterias, artesanato, brinquedos etc. Há, também, um pequeno parque com aluguel de carrinhos elétricos e pula-pula para as crianças.

As crianças adoram brincar no cen-

Uma dica importante é visitar o lo-

cal ao fim da tarde. A mescla da visão do pôr-do-sol com as águas escuras refletidas do lago formam uma impressão incrível que ficará guardada na memória.

Café Donzello Bem em frente ao Lago Jacarey, em meio a restaurantes e bares próximos ao local, está o Café Donzello, um simpático ambiente feito em especial para quem quer descontrair e se deliciar com os diversos tipos de café, doces e salgados que a Casa oferece. As mesinhas redondas são distribuídas logo na entrada. São um pouco próximas umas das outras, o que dá uma agradável sensação de aconchego. Já o serviço, é impecável. Tanto no atendimento quanto na qualidade do produto. Não importa que item você escolha no cardápio, o seu pedido sempre vai ter um leve toque de decoração que deixa tudo mais apetitoso. Ou seja, quer relaxar, curtir um bom papo com os amigos, usufruir de boa comida e ser bem atendido? Então dá uma passadinha lá no Café Donzello. Ah, aqui vai um pedido para a população masculina: não se deixe intimidar pelo nome. Vale a pena conferir. Av. Viena Weyne, 360 – Lago Jacarey- tel. (85) 3087.6921 – ter a dom, 15 às 22 horas

Centro das Tapioqueiras Um dos pontos em Fortaleza mais


Parque Del Sol

Restaurante Verde Bamboo

considerados pelos freqüentadores de praias e famílias é o Centro das Tapioqueiras. O local aparenta estar cheio todas as horas, de todos os dias da semana.

Sol expõe para seus moradores e visitantes, uma feirinha de artesanato.

Localizado quase no final da Avenida Washington Soares, próximo à Estrada do Fio, o Centro conta com 26 “minirestaurantes”, especializados no preparo de tapioca. Os nomes desses restaurantes são os mais variados possíveis, como, por exemplo, “Tapioqueira Michael Jackson” e “Tapioca da Xuxa”. Os preços variam de acordo com a tapioca escolhida no cardápio. As redondas estão entre R$ 3,00 e R$ 6,00 e as finas entre R$ 3,00 e R$ 9,00. Uma das mais pedidas pelos clientes é a de massa fina com carne de sol e queijo coalho. O local também dispõe de uma pequena feira de artesanato nos finais de semana e feriados. Para quem quer relaxar, comer uma tapioca quentinha e passar um tempo em família, o Centro das Tapioqueiras é um bom lugar. Messejana - Rodovia CE -040

Parque Del Sol Um imenso espaço de área verde. Um restaurante aconchegante. Um ambiente com decoração rústica, mas confortável. São esses detalhes que dão o toque especial do Parque Del Sol. O Parque é um ambiente de condomínios fechados. Porém, o espaço de lazer está disponível para quem quiser visitar. Muitas pessoas costumam caminhar no local. Pelo menos uma vez por mês, o Del

Há, também, o Espaço Cultural Porto Freire. Lá, o Parque sedia exposições e palestras culturais. É uma ótima opção, por exemplo, para quem gosta de sentar embaixo de uma árvore, ler um livro e sentir de perto a natureza. Rua Joãozito Arruda s/n - Cidade dos Funcionários

Restaurante Verde Bamboo No comecinho da Rua Antenor Rocha Alexandre, por trás do Pátio Água Fria na Avenida Washington Soares, está um pequeno restaurante bem chamativo: o Verde Bamboo. A entrada é bem charmosa. Chama atenção pela forte luz verde artificial que bate nas palmeiras. É um ambiente calmo e com um espaço de lazer infantil bem estruturado. Como música de fundo, ouve-se MPB e músicas estrangeiras mais tranqüilas. Para surpresa de muitos que imaginam que o Verde Bamboo seja um lugar de “comidas caras” e para “gente chique”, o restaurante serve lanches variados. Os preços estão entre R$ 4,00 e R$ 16,00. O atendimento é impecável, faz com que você se sinta mais à vontade. Em conjunto, todos esses critérios tornam o Verde Bamboo uma alternativa interessante para aqueles que querem fugir do tumulto e da barulheira das lan-

Trilha do Parque Ecológico do Cocó

chonetes em geral. Rua Antenor Rocha Alexandre, 327 Parque Manibura; ter à qui, das 16h às 22h; sex a dom, das 16h às 0h - (85) 3271.2566

Trilha do Parque Ecológico do Cocó Chegou o fim de semana e você ainda não sabe o que vai fazer? Já cansou de ir sempre aos mesmos lugares? Então, dá uma passadinha na Trilha do Parque do Cocó. É uma opção de lazer e envolvimento com a natureza ao mesmo tempo. A trilha do Parque tem mais ou menos 1.350 metros de extensão e proporciona contato mais direto entre você e a natureza. Ao longo do caminho, além de saber um pouco mais sobre a importância da preservação da biodiversidade do local, você pode usufruir de belas imagens da fauna e da flora nativas. É uma forma de unir conhecimento e divertimento. Vale a pena levar toda a família. E, não se preocupe. As caminhadas são guiadas por profissionais da Semace e a área é monitorada por um Posto de Observação Policial.

Livraria Cultura A Livraria Cultura é muito mais do que uma livraria qualquer. Ela é considerada uma megastore. Localizada no andar superior do Varanda Mall, com vista panorâmica para a Avenida Dom Luís, a Cultura é a li-


Livraria Cultura vraria mais abrangente que há na cidade. Possui auditório com capacidade para 100 pessoas, espaço para tomar café e outra área muito bem aproveitada para leitura de livros e pequenas reuniões. Há também prateleiras espalhadas com os livros dos mais variados gêneros. Além de livros, é possível encontrar, também, diferentes opções de CD/DVDs e revistas nacionais e internacionais. Para quem gosta de leitura, é capaz de querer passar o dia inteiro sentado nas aconchegantes cadeiras dessa livraria, folheando bons livros e tomando um gostoso cappuccino. Av. Senador Virgílio Távora, 8451009 – Aldeota; tel (85) 4008.0800

Pátio Água Fria Procurando um bom lugar para fazer compras, sentar, comer e relaxar sem ter que ir ao shopping? Bem, você pode ir ao Pátio Água Fria, na Avenida Washington Soares. O local é bastante movimentado, tanto durante o dia quanto à noite. A mistura de lojas com quiosques dão um aspecto agradável ao ambiente. Possui vagas para estacionamento tanto na área externa quanto na área coberta. Pode-se resumir dizendo que o Pátio é um pequeno shopping a céu aberto.

As pessoas andam para lá e para cá com suas sacolas de compras. Quando a fome bate, sentam em um dos quiosques para comer algo, bater um papo e comentar as novidades das lojas. Enfim, o Pátio Água Fria é uma opção bem interessante para os consumistas de plantão. Av. Washington Soares, 3690 – Parque Manibura

Casa do Desenho – CD Max Store Que as livrarias estão se modernizando a cada dia e se transformando em megastores, isso nós já sabemos. Agora, que as lojas estão seguindo pelo mesmo caminho, isso é novidade. A CD Max Store, que fica na Avenida Santos Dummont, comprova essa afirmação. Quem simplesmente entra na loja só pra conferir os acessórios para escritório e as novidades tecnológicas de informática, não sente essa diferença. Agora, basta subir uma escada rolante para descobrir o agradável “segundo andar” do local. As estantes de livros e os painéis de pintura dividem o espaço com algumas poltronas vermelhas e confortáveis. Ao lado há um ambiente que se assemelha a uma típica sala de reuniões de uma empresa. De lá, podemos sentir um cheirinho irresistível de café, e, basta olhar para o lado para descobrir de onde


Pátio Água Fria

Casa do Desenho – CD Max Store esse cheiro vem. É um CyberCafé.

que podem ser alugados.

Um espaço bem charmoso, com mesinhas redondas e cadeiras distribuídas aleatoriamente. Ao lado, está a cafeteria, dividindo o espaço com uma fileira de computadores, os mais recentes do universo da tecnologia da informática. A união parece quase impossível, mas se você quiser um ambiente que associe trabalho a relaxamento, agora já sabe aonde ir. Av. Santos Dumont, 3637, Aldeota

Portanto, o passeio de patins pela Beira Mar é uma ótima opção para quem quer se divertir, relaxar e se deliciar com uma suave brisa marítima tocando seu rosto enquanto todos te observam rodopiar no ar.

Passeio de Patins pela Beira Mar Passeio de Patins pela Beira Mar

Confeitaria Sublime

Você está passeando pelo calçadão da Beira Mar, no finalzinho da tarde, vê dois ou três jovens andando de patins e acha normal. De repente você passa por dez crianças, um casal de meia-idade e quinze jovens dando giros de patins e rindo sem parar dos colegas que tem dificuldade em se equilibrar no brinquedo. É, meu caro, você chegou ao centro da patinação de Fortaleza. O ambiente é muito agradável e propício à patinação. Perto do mar, das feirinhas da praia. As crianças se divertem com as tentativas, umas das outras, de aprender a patinar. A união do relaxamento com o exercício acaba se tornando irresistível. E para os iniciantes que querem um passeio mais seguro e sem muita adrenalina, o local dispõe de instrutores e equipamentos apropriados

Confeitaria Sublime Sabe aquele finalzinho de tarde em que você, já tomado pelo estresse do dia, começa a desejar somente um bom lugar para descansar, ler um livro e tomar um capuccino? Ou, quem sabe, se reunir com os amigos em um ambiente calmo, comer um croissant e tomar um chocolate quente? Bem, a Confeitaria Sublime, que fica por trás da Embratel da Avenida Pontes Vieira, sabe como atender o seu desejo. Na entrada, você pode ver uma plaquinha que diz qual vai ser a especialidade da casa no dia. A propósito, uma curiosidade bacana sobre o local é que não possui cardápio. Simplesmente é o que tiver no dia. Mas não se assuste. Todos os dias a variedade de guloseimas é gigantesca. Cada bolinho, cada salgado, é preparado de forma artesanal. Ou seja, vale a pena parar pra observar todos os detalhes antes de se deliciar com esses quitutes. Rua Eduardo Bezerra, 1276A - Dionísio Torres - tel.: (85) 3021.7209


11 anos de vis達o de

mundo (10)


Por Gabriel Mota

T

oda criança tem direito de pensar o que quiser do mundo. Pensar em não querer estudar, em virar presidente da república, em casar, ou não. Em ser o mais rico do mundo, ou querer viajar pelo espaço. O que não se pode deixar de garantir ao direito desses pequenos é a felicidade. Eles, que procuram viver a vida ao extremo, sem se importar muito com o que pode acontecer, sem preocupações com trabalho, família, apenas querem estudar e brincar. Essa geração Z, nomenclatura dada pela sociologia para definir a geração de pessoas nascidas desde a segunda metade da década de 1990 até os dias de hoje, está totalmente submersa em um mundo digital, rodeada por aparelhos eletrônicos e tecnológicos, com acesso rápido a informações e serviços. Isso tudo reflete diretamente no desenvolvimento precoce de algumas crianças, e, a partir disso, surge um novo olhar para o planeta. E o que passa pela imaginação criativa de quem, no mundo digital, se diverte aprendendo? Para compreender melhor como é a visão de mundo na cabeça de uma criança de 11 anos de idade, Kauany Lorena Ribeiro Cavalcante e Davi Braga Damasceno Peixoto, alunos da rede pública da Escola de Ensino Infantil e Fundamental Otoni Sá, e Gabrielle Tenório Gonçalves e André Luis, alunos da rede particular do Educandário Monteiro Lobato, falaram quais eram as perspectivas deles, acerca do mundo em que estão vivendo, para onze temas sugeridos.

Ser criança GABRIELLE: Pra mim, é muito bom, porque quando a gente cresce tem muitas lembranças de como foi brincar, se divertir... É muito bom. ANDRÉ: É só fazer duas coisas na vida, brincar e estudar. Aí tem que aproveitar o tempo que estudou pra quando for adulto, puder trabalhar. KAUANY: É muito bom. A gente não trabalha. DAVI: A gente estuda, brinca e se dana. É legal se danar. Eu gosto de implicar com a minha irmã... Daí meu pai briga comigo.

Na escola GABRIELLE: Aqui é muito bom. Tem professor que puxa muito, mas a gente vai se acostumando com o que acontece. Você estuda muito, consegue fazer muitas provas, tirar notas boas. Acho que tudo depende dos professores, porque às vezes eles pegam muito no pé, mas a gente acaba tendo boas notas. É muito importante vir para a escola.

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ANDRÉ: Acho legal, mas tem vezes que não é. Tem notícia boa e, às vezes, tem notícia ruim. KAUANY: Na escola tem muita coisa. A gente faz muito dever, tem muita coisa para estudar na escola. DAVI: É horrível. Um monte de tarefa e eu tenho preguiça. Isso cansa.

Em casa GABRIELLE: Chego, tomo um banho, almoço, descanso um pouco pra fazer as tarefas, depois brinco. De noite assisto TV. Tenho duas irmãs mais novas, de 4 anos. Moro com meus pais. Meu pai é empresário, ele trabalha muito. Minha mãe também é empresária, trabalha com química e já ensinou. Moro num sítio. Meu pai passa o dia fora. A fábrica é um pouco longe do sítio, aí minha mãe sai todo dia para trabalhar. Fico em casa com as minhas irmãs e a moça que trabalha lá. A gente sai muito. Quase todo fim de semana a gente vai para o shopping ou restaurante. ANDRÉ: Quando chego tomo banho e vou almoçar. Descanso um pouco e vou fazer as tarefas. Quando termi-

no, vou para a piscina ou vou jogar bola. Moro com minha mãe e meu pai. Ele é empresário, tem uma madeireira, e minha mãe tem uma confecção. Meu pai passa o dia quase todo fora, minha mãe também. Quando eles têm tempo, a gente vai para shopping, restaurante, teatro. KAUNY: Faço as coisas em casa, às vezes. Gosto muito de ajudar em casa. Mas prefiro vir pra escola. Minha mãe é zeladora e meu pai é pintor. Gosto do trabalho dos meus pais. Só não acho muito legal porque passo o dia longe deles. DAVI: Ajudo em casa. Dou banho nos meus dois cachorros. Dou comida para os meus nove galos, aliás, são oito. Um galo morreu. O meu pai trabalha no escritório do meu tio, com engenharia, comprando material para as lojas. É legal o trabalho do meu pai. Ele fica ligando para as lojas, perguntado se tem material.

Brincadeiras GABRIELLE: Gosto de meio eletrônico e meio caseiro. Assisto muito TV. Brinco com jogos no computador e também ando de bicicleta pelo sítio. Gosto de internet. É muito comum crianças e adultos usarem computador. Hoje em dia, a maioria dos adultos trabalha nos computadores. As pessoas são muito ligadas na internet. Eu só tenho MSN.

Minha mãe disse que Orkut não é apropriado pra mim. Só uso internet com a minha família e com meus amigos. ANDRÉ: O que eu mais gosto de brincar é de bola ou então nadar. Gosto de computador também. Tenho Twitter, Facebook, Orkut e MSN. DAVI: Gosto de brincar de videogame. Mário. Estou tentando finalizar. Gosto também de jogar Mario Kart com a minha irmã. Ela perde e eu fico zoando a cara dela. Eu tenho Orkut e quem quiser me adicionar é davi...@mail. KAUANY: Gosto de brincar de bola: carimba. De videogame também, Mário. Não gosto dessas coisas de internet. Gosto de computador, mas dessas coisas não.

Meu Futuro GABRIELLE: Já tive vontade de ser muita coisa. Teve uma fase em que eu queria ser farmacêutica. Em outra queria ser astronauta e também já quis ser jornalista, que é um dos meus sonhos. Também amo dançar. ANDRÉ: Meu pai é formado em engenharia e vou seguir a família. KAUANY: Quero ser psicóloga. Ouvir o problema dos outros para ajudar. DAVI: Quero ser da aeronáutica. Quero ser dos Estados Unidos, pra entrar na batalha e matar os outros, mas só de mentirinha. Mas, se não der certo, quero ser um fuzileiro naval. É minha segunda opção.

Dinheiro GABRIELLE: Muito dinheiro é muito bom, porque você pode gastar por aí, sem se preocupar. Mas o dinheiro trás problemas. Aqui na escola tem muita gente que tem dinheiro. Na minha sala tem gente que tem um monte de coisa, e também tem as pessoas que só querem se aproveitar. Queria ser jornalista (...) aí, quando minha mãe tava conversando, ela disse que na Sefaz se ganhava muito dinheiro, eu perguntei: “Mainha, na Sefaz pode trabalhar mulher?” Minha mãe falou que podia; aí eu gritei: “Eu vou ficar ricaaaa” (risos). Mas a primeira coisa que você faz com dinheiro é comprar um cofre secreto. No futuro, vamos vai agradecer o trabalho que tivemos na escola.


ANDRÉ: Só acho que muito dinheiro tem vez que é bom e tem vez que é mau. A gente sai num carro, para num sinal e alguém vem roubar o dinheiro todinho. Aí fica no prejuízo. KAUANY: Eu quero ser rica, mas muito dinheiro não é bom. Se tivesse dinheiro iria ajudar quem tem fome. DAVI: Eu quero ser rico, sim, por isso que eu vou trabalhar na aeronáutica. Quero dinheiro para viajar. Se tivesse dinheiro iria viajar para um monte de lugares e também iria doar para o abrigo de animais.

O mundo GABRIELLE: Gostaria que o mundo fosse cheio de árvores, que não tivesse tanta falta de água, porque daqui a pouco, a água que dá dinheiro, vai acabar. Daqui a pouco o mundo todinho vai tá lá, no Rio Grande do Sul, no Uruguai. Por quê? Por causa da grande reserva do Aquífero Guarani. Muita gente da América do Norte fica achando que as propriedades aqui do Brasil, da América do Sul são todas deles, mas é patrimônio mundial. Deveria todo mundo voltar pra escola, pra vê se aprende que o mundo vai acabar. Porque a maioria das pessoas está derrubando as árvores todas e estão achando que não vai acontecer nada. Se derrubarem todas as árvores, como é que vamos respirar? É bom incentivar também aos pais cuidarem de tudo, para que, quando a gente crescer, tenha um futuro melhor, que não falte tanta água. Por isso que é bom a gente se comprometer a ajudar o mundo a, pelo menos, voltar um pouquinho a ser do jeito que era. ANDRÉ: Queria que o mundo fosse verde, aqui no Ceará. Lá perto de casa estão arrancando árvores. Uma vez o meu próprio vizinho ligou denunciando para o IBAMA porque estavam arrancando as árvores do terreno dele. DAVI: Queria que o mundo tivesse mais paz! Que ele fosse em formato de um N, de nave espacial. Que tudo fosse de graça. Odeio quem inventou o dinheiro. KAUANY: Um mundo sem violência, seria um lugar bom. Não teria mais morte. Eu não acho que tem muito problema no mundo, não. Tá bom pra mim.

Violência

Amor

GABRIELLE: Muitas vezes, quando vou sair, tenho medo de acontecer alguma coisa. Ninguém quer que isso aconteça, né?! Quando volto meia noite pra casa, com meus pais de um restaurante, voltamos por um local muito escuro e eu morro de medo. Hoje em dia ninguém quer mais o amor, porque só quer dinheiro. Acha que ama o dinheiro, mas quando ele acabar, o que é que vai sobrar? ANDRÉ: O mundo tá violento. Lá perto de casa tem policial direto brigando com uns homens esquisitos que ficam num bar. DAVI: Só sei que a Coreia do Norte nunca vai deixar em paz a Coreia do Sul. Eu ajudaria a Coreia do Sul a derrotar a Coreia do Norte e acabar com tudo. A Coreia do Norte tem um acordo com os Estados Unidos e quero ajudar a Coreia do Sul, que não tem ninguém. KAUANY: Acho tudo muito perigoso. Antes, o meu tio era do mundo e fazia muita coisa ruim. Agora ele é da igreja.

GABRIELLE: Acho que o amor é uma grande força que vem de dentro. Por exemplo: amo minha mãe e meu pai, desde que nasci. É uma força que vem de dentro, que me diz: você ama, você adora aquela pessoa. Toda vez que digo: “papai, eu te amo,” é quando demonstro meu amor por ele. ANDRÉ: O amor é um sentimento que a gente tem por outra pessoa. KAUANY: Só sei que o amor é importante. Eu sinto amor. É bom de sentir. As pessoas falam no amor, mas nem tudo é verdadeiro. DAVI: Só sinto amor pelos meus pais. Mas não sinto quase nada, só um pouquinho.

Religião GABRIELLE: Fiz eucaristia ano passado, mas não vou à igreja. Vou na casa espírita, porque minha mãe tá indo e eu vou com ela, mas não tem problema, o importante é seguir a Deus. Lá é que nem comungar, só que é diferente. Você só senta numa cadeira e eles rezam em você. ANDRÉ: Vou à igreja de vez em quando. A gente fez ano passado a eucaristia, mas, às vezes, vou para o centro espírita de Messejana com meus pais. Kauany: Sou evangélica e vou muito para a igreja. Lá é legal, a gente brinca, estuda e só. Acredito que as duas religiões são certas, a católica e a evangélica. DAVI: Sou católico, mas nunca vou pra igreja. Só vou para o catecismo. Lá, no catecismo, a gente faz oração e fala do que Jesus já passou e depois vai pra casa.

Política GABRIELLE: Pra mim não precisava de política. Só precisava do presidente pra cuidar de tudo, isso se o presidente fosse certo, porque na maioria das vezes não é. Quando chega na época de politica é muito corrido. Todo mundo quer ganhar, quer vencer. Muitas vezes as pessoas erram os votos. Elas acham que estão certas, mas não estão. ANDRÉ: Há políticos que são corretos e políticos que são errados, corruptos, né? Há algum tempo, o meu pai foi prefeito de Aquiraz. Aí o povo ficou dizendo que ele era corrupto, só porque ele ajeitou a rua que a gente mora, porque era de barro. KAUANY: Acho besta a política. Os políticos não prestam, só querem roubar. Não quero votar, são todos mentirosos. Queria que esses políticos fizessem algo para acabar com a poluição. DAVI: Os políticos não prestam para nada. Dizem que vão fazer uma coisa e não fazem nada. O Barack Obama e o Martin Luther King fizeram muitas coisas boas. O Obama está ganhando muitas tecnologias, exportando mais e trazendo muita tecnologia. Eu sempre assisto jornal.


(retalhos e tecidos)

Casa dos 11

filhos


Por Emmanuelle Silva Leite

F

amília é uma das instituições mais antigas da sociedade. É sinônimo de união, amor, segurança, amizade e onde possível encontrar refúgio e amparo para as dificuldades e tristezas. A história da família Pereira da Silva traduz bem esse significado e como esses sentimentos podem ser vivenciados. A família nasceu da união de dona Aurora e seu Raimundo, em 1956, em Tauá, município localizado na Região dos Inhamuns, interior do Ceará. Juntos tiveram dez filhos, Lúcia (1956), Gorete (1958), Vera (1959), Eloneide (1961) também chamada de Eda, Salomão (1963), Francisco Celso (1965) Jesualdo (1966), Djalma César (1968), Joana (1972), Alexandra (1974). O 11º veio pela força do coração. Movido pelo sentimento do amor, o casal adotou Antonia. Ela foi primeira neta e, desde bebê, sempre morou com os avós, tornando-se mais uma filha. Os dois trabalhavam como agricultores, mas, quando não era época do inverno, exerciam outras atividades. Raimundo trabalhava viajando, vendendo pães, bolos, galinhas e cereais em geral. Era caixeiro viajante, uma profissão na época.


(retalhos e tecidos)

Dona Aurora trabalhava como empregada doméstica ou lavando e engomando roupas, nas casas de família. As dificuldades eram muitas. Moravam em uma casa pequena com quatro cômodos e sem estrutura. Mal dava para abrigar uma família tão grande, mas que, com um jeitinho, acabava acomodando a todos. A pequena residência em que a família vivia, não tinha água encanada e nem energia elétrica. Mãe e filhos tinham de buscar água no Rio Jaguaribe, para poder atender as necessidades da família. Luz em casa, somente a das lamparinas e do lampião. E a comida tinha que ser feita em um fogão à lenha. Ajuda é uma palavra bastante empregada no vocabulário desta família e sempre esteve presente em muitos momentos, como ressalta dona Aurora. “Sempre tive ajuda e apoio de muita gente em diferentes situações na criação, educação, quando estavam doentes e até mesmo para controlar as danações dos meninos. Minha mãe, meus irmãos, irmãs, cunhadas e vizinhas sempre ficavam com eles quando precisava sair para trabalhar. Mais tarde quando os filhos mais velhos foram crescendo essa responsabilidade passou a ser deles. Eles tinham que cuidar da casa e dos irmãos mais novos”. A alimentação nunca lhes faltou. Eles plantavam arroz, feijão, milho, mandioca e também criavam galinha, porco, carneiro e ovelhas. O que não vinha da agricultura era comprado. Contavam, além disso, com a ajuda das cunhadas, Leonarda e Maria, que eram irmãs de seu Raimundo. Na época, as duas tinham um hotel e sempre faziam comida suficiente para a família. Todos os dias Gorete e Vera tinham a responsabilidade de ir até a casa das duas para buscar o jantar da família. “Uma comida deliciosa que a tia Maria fazia para nós todos os dias”, relembra Gorete. “Leite e pão chegavam quentinhos e fresquinhos ao amanhecer na porta de casa, trazidos por um entregador da padaria do seu Edílson Lima”, complementa Vera Lúcia. Quando chegavam o Natal e o Ano Novo, a família mais parecia um time de futebol. Era nessa época que os filhos ganhavam roupas novas e, como eram muitos, dona Aurora conta que comprava uma peça completa de tecido e mandava a costureira fazer vestidos,

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“Luz em casa, somente a das lamparinas e do lampião, enquanto a comida era feita em um fogão à lenha”

camisas, calças, calções, saias, blusas, calcinhas e cuecas para todos. Além disso, havia também uma reciclagem. As roupas dos filhos mais velhos, que iam ficando perdidas, eram reformadas para que os mais novos pudessem usálas. Ela ganhava também as roupas dos filhos das patroas para quem trabalhava e fazia a mesma coisa. As cunhadas Leonarda e Maria também compravam roupas para os sobrinhos e ajudavam no que podiam na criação deles, já que nenhuma delas casou, elas consideravam os sobrinhos como filhos. A educação deles foi um desejo particular de dona Aurora, pois seu Raimundo queria que os filhos fossem ajudá-lo na lavoura, como enfatiza Lúcia. “A mamãe trabalhava em casas de famílias, lavava e engomava roupas para famílias e vendia frutas. Tudo isso para poder ganhar um dinheiro a mais para custear os nossos estudos. Ela não queria que nós fôssemos trabalhar no pé de um fogão”, destacou, acrescentando que o dinheiro que a mãe ganhava era para comprar o material escolar, pagar a caixa escolar (mensalidade) e a professora particular. Com muita luta, conseguiu fazer com que todos estudassem, duas se formassem, Lúcia e Joana, e que nenhum ficasse analfabeto. A dureza e a rigidez de dona Aurora, sempre ficaram presentes na mente dos filhos. Era dela a responsabili-

dade de educá-los, já que seu Raimundo não ficava muito em casa devido às viagens a trabalho. Momentos de tristeza recaíram sobre esta família, superados com o apoio e a união de todos. Em julho de 2003, seu Raimundo teve que de morar em Fortaleza. Estava com Mal de Alzheimer em estágio bem avançado. A doença trouxe outras complicações, que abalaram sua saúde e o levou a falecer no dia 17 de julho de 2004. Nessa época, a família demonstrou união, mobilizando a todos para que não lhe faltasse assistência necessária. Os que moravam em Fortaleza cuidavam do pai durante a semana e nos finais de semana, os filhos e netos que moravam em Tauá se deslocavam até Fortaleza para ficar com ele no hospital. Foram meses nessa luta. Vinte dias depois, a família recebe a notícia inesperada da morte do filho mais novo, Djalma César, que morava em João Pinheiro, Minas Gerais. Com apenas 33 anos, teve uma morte repentina em consequência de um enfarto fulminante. A morte abalou ainda mais a família. Em especial dona Aurora que entrou em depressão profunda durante quase um ano. A dor de uma mãe que viu seu filho morrer antes dela. Mas esta não era a primeira vez que ela passava por isso. Em 1965 perdeu o segundo filho homem, Francisco Célio, com apenas oito dias de nascido. A causa da morte ela não sabe ao certo, apenas que morreu de uma doença não explicada na época, conhecida como doença de sete dias. Dona Aurora demonstra bloqueios para as lembranças tristes, e sempre diz que não se lembra, e que a memória parece que trava diante dessas situações. A depressão de dona Aurora foi superada com o nascimento do segundo bisneto, Marcus David, filho de sua filhaneta Antonia, que depois de cinco anos morando com a mãe Lucinha, em Tauá, voltou a morar com a avó-mãe. Alegria como esta foi vivida também na época em que a neta nasceu. Os aniversários eram apenas lembrados, sem comemorações. Nas recordações, dona Aurora lembra apenas de dois, o da Lúcia e o da Gorete. “Lembro bem dos 18 anos da Gorete, quando as tias fizeram um almoço. E de um aniversário da Lucinha que eu não lembro bem


quantos anos ela estava fazendo. Elas reuniram as amigas e vizinhas mais próximas. Fizeram um bolo e mandaram colocar uma mensagem na rádio de Crateús. Como não tínhamos rádio em casa, fomos ouvir no rádio da dona Fransquinha”. Alegria particular e satisfação pessoal ela teve na compra da casa. Os olhos brilham e chega a se emocionar ao contar sua conquista. A herança que sempre quis deixar para os filhos. Um teto, um lugar para que todos tivessem para onde ir. Tanto filhos, quanto netos e bisnetos. “Um lugar onde estamos juntos, seja para celebrar alegrias ou para nos darmos forças uns aos outros nas dificuldades”, disse Aurora. Após ter ficado viúva, Vera voltou a morar com a mãe e reforça: “a casa dela é o nosso refúgio. As portas estão sempre abertas para todos. Seja para os que já tenham casado, tenham morado fora, ou a passeio, quando precisamos e quando queremos, somos sempre bem acolhidos e encontramos forças que precisamos”. Dona Aurora amou os filhos o suficiente para dar-lhes responsabilidades,

fazer com que assumissem os erros e culpas, devolvessem o que não lhes pertenciam, ao dar castigos severos demais, ao os obrigar a lhe darem satisfação de onde estavam e com quem estavam, e a chegarem cedo a casa. Ao não permitir que eles comessem doces antes das refeições e a comer todos os legumes e verduras também. E por causa destas digamos, “maldades”, hoje todos são adultos honestos e educados e estão fazendo o melhor para serem pais presentes, assim como a mãe foi.

“A casa dela é o nosso refúgio e as portas estão sempre abertas para todos, que são sempre bem acolhidos”

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(beira-mar)


Saia da rota: 11 barzinhos

ímpares de Fortaleza

Por Rones Maciel

A

quela velha Fortaleza, dos boêmios dos bares da Praia de Iracema, hoje se rendeu aos mais variados e diferentes pontos de encontro pela cidade. Na capital cearense, o que não falta é lugar para se tomar uma cervejinha no final do expediente ou depois da aula. Ou se não, nem esperar a aula terminar. Comer um petiscozinho ou só jogar conversa fora. Lugar também para ver nascer as mais e mais belas cantigas e obras literárias dos artistas da terra, que não precisam de um palco e nem um grande público, mas de uma mesa para se apoiar e um guardanapo para rabiscar os primeiros acordes de uma canção. Dito pelo não dito, Fortaleza não é mais aquela fortaleza, mas hoje esconde, aos olhos de muitos, lugares e ambientes que precisam ser e estar a sua altura para poder aproveitá-los. Para mostrar essa diversidade, algumas vezes meio escondidinha, segue um cardápio ímpar de 11 barzinhos ou lugares, como você queira chamar, para reunir amigos, jogar conversa fora ou somente, descobri-los. Garçom, o cardápio, por favor!


1. Do cult ao cultuado Cantinho Acadêmico

Às margens da Avenida 13 de Maio, em um dos bairros do mais boêmios de Fortaleza, Benfica, localiza-se o Cantinho Acadêmico. Até meio conhecido, mas que vale a pena ressaltar a sua importância no roteiro de quem quer conhecer mais a boemia da cidade. O local recebe gente de todas as partes. Barzinho de boemia e música ao vivo. Mas, deixa a boemia do lado quando é tomado por estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), ao lado dos cursos de Comunicação e Educação. Quem estuda ou trabalha nas proximidades, não pode ir pra casa, antes de dar uma passada pelo recanto dos universitários. Com decoração, digamos, ‘cult’, com mesas de madeira e caricaturas de estrelas da MPB nas paredes, que dão todo um toque a mais ao lugar. Um convite a todos a curtir um papo que vai além dos bancos da universidade. No cardápio, sabores e preços para todos os gostos e bolsos. Quem frequenta o ambiente indica “O escondidinho”, prato que leva farofa de cuscuz, carne de sol, cheiro verde e feijão verde, é o preferido.

2. Beber é pecado? Bar ‘C... do Padre’

Se o nome lhe soou meio estranho, não fique encabulado. Pois o nome é esse mesmo. Ao ar livre, e sem muita modernidade, o espaço é bem pacato e meio escondidinho. Por ficar por trás do Seminário da Prainha, ao lado Centro Cultural Dragão do Mar, acabou ganhando esse nome, justamente por isso. Quase no cruzamento das ruas Tenente Benévolo e Senador Almino, é pelas calçadas das ruas que mesas e cadeiras são colocadas. Coisa comum antigamente, quando se sentava na calçada para conversar e jogar conversa fora. Por não ser muito conhecido, o bar não lota, mas, por ficar nas proximidades da Avenida Monsenhor Tabosa, muitas pessoas que moram por perto dão uma chegadinha. De quebra, come-se um espetinho de carne ou de frango.

3. Coisa Nossa Bar Chá da Égua

O barzinho tem uma ambientação que é moderninha e mistura com rusticidade.

É no nome, porém, que está todo o diferencial: Bar-Chá-da-Égua. Se lhe sugere alguma coisa, muita calma nessa hora. Com dois ambientes, um mais sofisticado, música ambiente e bar. Outro, mais familiar. Pode-se curtir MPB, onde o próprio cliente, a partir de uma praylist, escolhe a sua música. Pra quem não quer entrar, pode ficar à vontade e sentar-se nas mesas que ficam na calçada. Ao som e exibição de clipes projetados na parede. O público é bem jovem, mas há também a presença de pessoas de mais idade, que curtem ambientes juvenis. No cardápio, os variados drinks, bebidas quentes e geladas. Além dos petiscos e lanches rápidos, que podem ser pagos a dinheiro ou cartão. Na próxima vez que lhe mandarem pro bar-chá-da-egua, você já sabe para onde ir.

4. Museu do Rock Suvaco de Cobra

Fique bem atento, não desvie o seu foco. Uma piscada de olhos, você não acha esse barzinho. De cara, um corredor nos leva, já no seu início, a uma viagem pela história da música, mais precisamente do rock. Com peças que vão desde discos de astros e estrelas como Madonna e Elvis Plesley à vitrola que os tocava. Bem-vindos ao Suvaco de Cobra: comprido e difícil de achar, igual a suvaco de cobra. O espaço não é para multidões, tendo só oito mesas que comportam de duas a cinco pessoas. Chita, portões velhos, pedaço de porta, vassoura de palha, renda, flores artesanais. Tudo isso faz parte dos elementos que compõem a inusitada decoração do lugar que dá, além do nome, todo o diferencial ao ambiente. Mesmo difícil de encontrar, quando você entra não quer mais sair. O som ambiente, muito pop rock internacional, mas é possível conversar. Além de aproveitar a culinária local. O sucesso da casa são os crepes, considerados os melhores e comparados aos franceses. Você pode ainda provar, por exemplo, a limonada de coco ou Ice Café (capuccino, sorvete de creme e chantily). A casa aceita os cartões Visa e Mastercar.

5. Samba, sambinha e sambão Dona Chica

Que tal uma roda de samba e de alto

nível? Melhor ainda, que tal um lugar que reúne desde estudantes a pessoas da terceira idade? Esse é o bar, recém inaugurado, na Av. da Universidade, ‘Dona Chica’, com estilo meio rústico e com dois ambientes. No bar é possível saborear comidas típicas como bolinhas de carne de sol e o sucesso da casa, as casquinhas de pizza, e ainda os pasteizinhos de arraia. A música fica sempre por conta de grupos de samba da cidade. A sexta é pra quem curte um samba de mesa, com grupos locais. O sábado é para os amantes do chorinho. O bar leva o nome da mãe do dono, Dona Chica, que além de ser a chefe da cozinha, na sexta deixa o avental e cai no samba. O restaurante que virou bar, inicialmente abriria para os estudantes e trabalhadores das proximidades almoçarem. Mas, como caiu no gosto de todo mundo, acabou virando bar. O espaço recebe ainda exposição de artes, lançamentos de CDs e livros de artistas cearenses. E pra quem é cliente assíduo, tem de brinde acesso à internet local, via wireless. Uma boa pedida nas noites de sexta e sábado.

6 e 7. Dois em um – um em dois Pitombeira e Goiabeira

Se dois bares em uma mesma rua podem causar concorrência, imagine uma linha, praticamente imaginária, dividir os seus clientes! Achou impossível? Então você precisa conhecer o ‘Goiabeira’ e o ‘Pitombeira’. Destes dois bares é quase impossível falar deles separadamente. Afinal de contas, a única coisa que os separa é uma divisão de território, existente na calçada da rua, que dá acesso às Casas de Cultura da UFC. Com nomes de duas frutas tão diferentes, Pitomba e Goiaba, quase viram uma salada de frutas na mistura que é quando os barzinhos estão abertos. Seus clientes, na maioria, estudantes das proximidades, ocupam todo o espaço pequeno para os dois. É lá o dito lugar, pra quem quer fugir da aula e encontrar os amigos ou só aproveitar. Usuários dizem que, às vezes, fica difícil de fazer um pedido porque não sabem de que lado estão e nem onde o garçom trabalha, se em um ou em outro bar. Mas, conversando, todo mundo acaba se entendendo e o papo vai longe. Se há


concorrência no mercado e união entre estabelecimentos, Pitombeira e Goiabeira são bares sinônimos disso.

8. Só se for na sexta

Tarvena do Javali

Passar despercebido durante a semana é a arte desse bar que fica na Avenida da Universidade. Por abrir só às sextas-feiras, o Tarvena do Javali ou, como popularmente é conhecido, Toca do Javali, deixa se passar como mera fachada de um prédio comercial na movimentada avenida. Mas, ao entrar, observa-se que o local é movido por detalhes. Uma decoração com pinturas nas paredes com imagens de pessoas comuns, um toque de sexualidade que é visível quando nos aproximamos mais dos desenhos. Com o nome de Toca do Javali, o animal está sempre em meio às pinturas que ficam logo na entrada, no segundo andar do bar. A música é outra coisa a parte. Como abre depois da 11horas, os primeiros a chegar podem apreciar clássicos da MPB como Gal Costa e Chico Buarque. No decorrer da festa, a música eletrônica toma o espaço, mas entre um sucesso e outro, músicas de grupos como Balão Mágico e até de desenho como He-Man e She-Ra, entram no contexto e todo mundo cai na festa. O público bem diversificado – estudantes, professores, héteros, gays, homens e mulheres de todas as idades. Mas, o inusitado do espaço, segundo clientes que frequentam, desde sua abertura, há doze anos, é que o local está sempre em construção. O que antes era só um espaço, hoje já cresceu tanto que há mais de quatro ambientes, dois caixas e dois bares. Além do terceiro andar que está em construção. Pra quem vai pela primeira vez, pode estranhar, mas o bar não aceita cartão, mesmo estando lotado, toda sexta-feira.

tarde, esse é o lugar. Um prato cheio para diversão. O bar o nome do dono, Zé Bezerra, já falecido, mas seu legado até hoje, há mais de 30 anos, anima e continua a movimentar a capital da boemia. Abre todos os dias, mas é no sábado com a tradicional noite boêmia e no domingo, o esquentado ‘Samba do Zé Bezerra’, que jovens, adultos, homens, mulheres, até a meninada que fica pela calçada brincando, caem na festa. Quem frequenta, deixa um lembrete: quer ficar e pegar uma mesa? Tem que se arrumar e chegar cedo, pois depois das 17 horas, não se acha mais onde sentar. Se rolar aquela fome, além dos tira-gostos da casa, tem ali mesmo, do outro lado da calçada, um pastelzinho para matar a fome. Já viu, beber com fome, é ressaca na certa.

10. Coisa de Novela Roque Santeiro

Para que vem de alguma farra ou quer começar outra, pode parar no bar Roque Santeiro. O nome é bem conhecido nacionalmente devido à novela, mas não tem nada igual ao caldo do Roque. Abre sempre às cinco e meia da manhã. Para forrar a barriga, depois de uma noite daquelas, o Mc Roque Feliz é a pedida certa para os clientes que por ali sempre passam na Av. Abolição, no Mucuripe. Na música ambiente, só os clássicos de Odair José, Núbia Lafayette, Genival Lacerda, Diana e Bartô Galeno. Seu Moacir, sempre atento aos pedidos e com precisão, faz do bar, quase lanchonete, ponto de encontro para começar o dia em alto astral.

11. Uma freguesia nota 10 Bar Freguesia 10

9. Do Bezerra a Bezerra Bar Zé Bezerra

Pra quem chega à Av. Jovita Feitosa, no Benfica, que dá acesso a Bezerra de Menezes, já vê de cara, na entrada, a homenagem ao eterno ‘Zé Bezerra’. Isso porque você está no ‘Bar Zé Bezerra’. Sabe aquele ‘sambinha’ de mesa, reunir os amigos? Pra quem gosta de curtir o domingo, em plena 3 horas da

Tem barzinho em Fortaleza que praticamente se esconde. O ‘Freguesia 10’ é um deles. É preciso ter alguém que o conheça para lhe indicar. Mas, mesmo escondidinho, dá para achá-lo. Estando nas proximidades da UFC, república universitária, basta pegar a Rua Padre Francisco Pinto e ir perguntando a vizinhança conhece. O diferencial do local é ficar ao ar livre, protegido por grades. Rola um som ambiente, apresentação

de grupos de pagode e samba de mesa na área aberta. Quitutes e petiscos ficam à escolha do cliente. O prato mais pedido da casa é o filé com fritas. Funciona de terça a sábado. E assim foram as alternativas para os 11 barzinhos na cidade. Agora, tudo fica por conta da vã filosofia: “Se você me perguntar algo sobre barzinho, te direi quem eu sou”.

ENDEREÇOS Cantinho Acadêmico Avenida 13 de Maio, nº 2370 – Benfica; tel: (85) 3281 8857 Bar Chá da Égua Av. Gomes de Matos, 302 – Montese; tel: (85) 3494 3762 Suvaco de Cobra Av. Gomes de Matos, 406 – Montese, tel: (85) 3494 7556 Dona Chica Av. da Universidade, 2475 – Benfica, tel: (85) 3454 1182 Taverna do Javali Av. da Universidade, 2170 – Benfica Bar C. do Padre Rua Senador Almino, s/n – Praia de Iracema Zé Bezerra Rua Dom Manuel de Medeiros, 71 – Parque Araxá Roque Santeiro Av. Abolição, 4647 – Mucuripe, tel: (85) 3263 1238 Freguesia 10 Rua Padre Francisco Pinto, 186 – Benfica, tel: (85) 8681 6591 Pitombeira Bar Rua Padre Miguelino, 2750 – Benfica, tel (85) 8856 7503 Goiabeira Bar Rua Padre Miguelino, 2751 – Benfica



Por Israel Alves

Q

11 lugares pra se conhecer em

For ta leza

uem nunca se sentiu um turista em sua própria cidade? A cada dia novas lojas são abertas, novos restaurantes e pólos de lazer surgem. Temos a sensação de não conhecermos mais nossa cidade. Fortaleza está passando por inúmeras transformações e onde quer que você vá, haverá um canteiro de obras. A cada dia que passa fica difícil acompanhar o ritmo de nossa amada cidade. Com a Copa do Mundo de 2014 chegando, as obras e empreendimentos se intensificam. Fortaleza se desenvolve e fica cada vez mais bonita. Isso aumenta ainda mais a quantidade de turistas na cidade. Então, para você que também se sente um turista em sua própria terra, aqui estão “11 lugares pra se conhecer em Fortaleza.”

AONDE IR... Para ver o pôr-do-sol... A Mar do Ceará organiza passeios no trimarã “Golfinho de Fortaleza” pela orla da praia de Iracema e Beira-Mar. O passeio sai da Enseada do Mucuripe às 15 horas, partindo para a Praia Mansa e de lá para o Mara Hope, navio naufragado na Praia de Iracema, onde as pessoas param para mergulhar. Antigamente podia-se saltar de cima do Mara Hope, mas recentes ressacas do mar danificaram ainda mais o que restou do navio, inviabilizando os saltos. Durante a volta pode-se apreciar o melhor pôr-do-sol de Fortaleza, com golfinhos acompanhando o trimarã. O passeio custa 30 Reais e acontece aos sábados, duas vezes por mês. 1 Contato: 8812.7410 ou 9676.7679

Para beber Margueritas... Ganhador do prêmio de melhor Marguerita Frozen da cidade pela Veja Fortaleza, o Péon é um cantinho do México no Ceará. “Péon” vem de peão de obras, que era a profissão que o brasileiro Juan,


1 Contato: 8818.9999 ou 8775.3705

Para voar de helicóptero... Para os mais aventureiros e com pouco mais de dinheiro no bolso, é possível alugar helicópteros. A Dragão do Ar, localizada na av. Manoel Mavignier, 5206, no Eusébio, possui um hangar com 700m², planejado para proporcionar as melhores condições de trabalho e operação para os usuários e também proteger as aeronaves de agentes externos e alterações climáticas A empresa oferece dois tipos de passeio: o de 10 minutos, que custa 170 Reais por pessoa e sobrevoa a Praia do Porto das Dunas / Beach Park / Rio Pacoti / Alphaville. E o de 20 minutos, que custa 340 Reais e passa por Foz do Rio Cocó / Ponta do Mucuripe / Praia Mansa / Praia do Futuro / Sabiaguaba / Porto das Dunas / Beach Park / Rio Pacoti / Alphaville. Outros tipos de passeio e viagens podem ser negociados. De segunda à sexta-feira, o helicentro abre das 8 às 17 horas. Aos sábados, abre dependendo do horário agendado. 1 Contato: 3476.2309

Para ser pego pela Polícia Federal... Desde os anos 80, a Brothers Wind School oferece aluguel de caiaques e dá aulas de Robcat e Laser. Os esportes marítimos têm crescido cada vez mais aqui no Brasil, principalmente no Ceará, por conta dos ventos favoráveis à prática. Atletas brasileiros como Torben e Lars Grael, nos inspiram e agora você também pode iniciar nos esportes aquáticos. O estabelecimento abre de terça a domingo, das 8 às 17 horas e conta com 17 caiaques individuais e três duplos, sendo o aluguel a dez Reais a hora. Para os que preferem fazer o curso de Robcat ou Laser, o valor é de 400 Reais, pelas 12 horas de curso, ministradas por Kong, o dono e instrutor da escola. A entrada na Praia Mansa é proibida e vigiada pela Polícia Federal. Mas em momentos de descuido da polícia, é possível desembarcar na praia e sentir o gostinho adrenalizante de invadir uma propriedade da Marinha brasileira! A escola fica na Av. Beira Mar, próximo à pista de Skate. 1 Contato: 9984.1967

Para praticar Wakeboard... Pouca gente tem conhecimento de onde fica a Lagoa do Colosso, principalmente por ficar num local, que não parece ter uma lagoa. Fica na av. Washington Soares, dentro de Fortaleza, a cinco minutos do Shopping Iguatemi. Local perfeito para a prática do wake, com instrutores profissionais e uma ótima infra-estrutura. “Consiste em um Cable System 2.0. É o único no país da renomada empresa de sistema de cabos alemã Sesitec. É o melhor e mais utilizado sistema para eventos portáteis como Rail Jams e o famoso Wakelab e Wake The Line”, diz Rick Gueiros, atleta e patrocinador. O aluguel por sessão individual de 10 minutos custa 30 Reais; já a sessão coletiva de uma hora, custa 80 Reais. 1 Contato: 8756.4206

Colosso

o proprietário, exercia na Espanha. De lá, Juan ainda foi morar no México, onde trabalhou como cozinheiro e namorou uma mexicana, que lhe ensinou várias receitas. Ao voltar ao Brasil, juntamente com sua irmã, Patrícia, decidiu montar o restaurante. Com a recente reforma, o estabelecimento pode receber até 300 pessoas e ser alugado para eventos. De terça a domingo, das 18 às 23 horas, é possível saborear pratos típicos do México ou especialidades da casa, como a Pizza Mexicana. Aos sábados à noite, a música ao vivo é tocada por André Reis, da banda Caribbean Kings. O couvert custa apenas três reais. Recentemente, no dia 21 de maio, o Péon organizou a “Arriba La salsa”, uma festa dançante com ritmos da América Latina. O ingresso custava 20 Reais e a Marguerita e o Dikiri estavam liberados! Quem não foi perdeu, e agora só pode esperar pela segunda edição! Então se você quer conhecer o México, no Ceará, com uma pitada espanhola, não deixe de passar no Péon!


Mara Hope

P茅on

Passeio de helic贸ptero

Aluguel de caiaques


Pagliuca

Budega do Poรงo


“A cada fica mais difícil acompanhar o ritmo da cidade, com lugares para conhecer e se divertir”

Para dançar tango… Às quintas-feiras, a partir das 21 horas, o Café Pagliuca apresenta o casal Hebert e Noche, dançarinos de tangos. Ao ritmo do som argentino, os casais mais desinibidos podem acompanhar a dupla de dançarinos e mostrar suas habilidades no tango. O bistrô abre de segunda a sábado e fica na Rua Barbosa de Freitas, 1035, Aldeota. 1 Contato: 3224.1903

Cantina Caravaggio

Para comprar móveis enquanto come... O Mistura Cenários reúne uma loja de móveis e bistrô com gastronomia contemporânea. Ou seja, se você estiver jantando no local e gostar da cadeira em que está sentado, pode comprá-la! Localizado na Rua Barão de Aracati, 1240, o bistrô abre de terça a sábado das 18 a 1 hora, e oferece apresentações teatrais, música ao vivo e outras programações culturais. 1 Contato: 3254.2520.

Para apreciar obras de arte... A Cantina Caravaggio possui cozinha italiana e é decorada com réplicas de obras como “Narciso” e “Pequeno Baco doente”, do renomado pintor barrocoitaliano, Caravaggio. O responsável pelo restaurante é o simpático maitre Evandro Ribeiro, que lhe instruirá os pratos que mais se adéquem às suas preferências. O restaurante é ideal, também, para um jantar romântico. Ao som de um piano ao vivo e com iluminação baixa, o estabelecimento é bastante frequentado por casais apaixonados. Localizado na Rua Professor Dias da Rocha, 199, o restaurante abre de terça à quinta, das 11h30 às 16 horas e das 18 às 0h30. Às sextas-feiras e sábados abre até 2 horas. 1 Contato: 3242.4703

Para ser saudável... Para os que se preocupam em cuidar da saúde e sentem peso na consciência só de pensar nas massas italianas ou carnes argentinas, o Verdelima tem o menu especializado em ingredientes orgânicos e produtos integrais. O restaurante abre de segunda-feira a sábado, das 11h30 às 14h30, na Rua Joaquim Nabuco, 1283. 1 Contato: 3224.4807

Para levar a namorada...

Mistura Cenários

Com uma belíssima varanda com vista para o mar, o La Terrazza Alfredo, localizado no hotel Othon Palace, na Avenida BeiraMar, é conhecido por proporcionar românticas noites aos casais apaixonados. O restaurante possui dois ambientes: a varanda a céu aberto, com vista para o mar, e o ambiente climatizado. Com preços variando entre 66 e 90 Reais, o restaurante serve almoço e jantar. Às sextas-feiras à noite, a música ao vivo para os românticos. 1 Contato: 3466.5500

Para beber vinho... A Brava Bebidas, localizada na Avenida Padre Antonio Tomás, 850, possui mais de 3 mil rótulos de bebidas nacionais e importadas. Possui vinhos como o chileno Tabali Pinot Noir 2008 e William Cole Mirador Sauvignon Blanc 2009. Abre de segunda à sexta-feira, das 8 às 18 horas; aos sábado fecha às 12 horas. 1 Contato: 3261. 4191


A revelação

do número


Por Marcela Ximenes

A

numerologia e o ocultismo há muito se ocupam tentando entender o número 11, que é místico, incomum e venerado por seus praticantes. Na internet, circulam informações dando conta de que este número coincide com grandes acontecimentos globais, tais como o ataque às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, e a catástrofe na região Serrana do Rio de Janeiro. Há quem acredite que os ataques do 11 de setembro não aconteceram nesse dia por acaso. Foi, na verdade, para ter o significado de justiça social contido no número. Para o escritor cearense Dimas Macedo, por exemplo, esse número não trazia qualquer significado, pessoal ou profissional. Não trazia, até 2011. Este ano, o escritor viveu um momento de intensa e profunda dor, só comparado à morte do irmão, há 11 anos: na madrugada do dia 4 de outubro de 2011, a perda do cunhado, Alberto Magno de Avelar, professor aposentado do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará. Para Dimas, Alberto Magno era um segundo irmão querido, grande intelectual, parceiro. “Perdi meu melhor amigo em 2011”. Antes disso, houve outro fato marcante na vida de Dimas. O poeta José Valdivino de Carvalho, seu antecessor na cadeira 11 da Academia Cearense de Letras, haver profetizado, quando Macedo tinha 22 anos, que num período não superior a dez anos, ele estaria ocupando uma vaga na ACL. E isso realmente aconteceu. Aos 32 anos, foi eleito para sentar na cadeira que o poeta ocupava... E mais, aos 54, ainda ocupa e continua sendo o mais novo imortal membro da Academia. Questionado sobre a coincidência pelo fato de o poeta, primeiro ocupante da cadeira 11, ter nascido em 1911 e que, se fosse vivo, teria completado 100 anos neste ano, Dimas diz nunca ter atentado para este fato, apesar de já ter escrito um ensaio sobre a vida e obra de José Valdivino. Nascido no Sítio Calabouço, em Lavras da Mangabeira, aos 14 de setembro de 1956, Dimas Macedo é hoje um dos escritores cearenses de maior produção nas áreas de análise crítica, poesia e jurídica. Bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal do Ceará em 1981, mas exerceu na juventude as funções de

jornalista, optando posteriormente pela carreira de escritor e jurista. Publicou 35 livros, e atualmente é professor da Universidade Federal do Ceará e membro da ACL, onde ocupa a cadeira de número 11, razão pelo interesse em descobrir algo em comum entre sua vida e esse número tão cheio de mistérios. Dimas não consegue fazer qualquer relação especial entre o número e os acontecimentos das catástrofes. Mas, dentro de seus conhecimentos, enquanto estudioso da arte de escrever, porém, diz que a numerologia e a cabala explicam com precisão esses fenômenos, aparentemente místicos e surreais. Recorda que, no Antigo Testamento e em muitos livros sagrados, há referências à simbologia do número. Aspectos místicos e sagrados a parte, foi feita uma relação entre o número 11 e a trajetória de vida do professor, na busca de episódios interessantes e marcantes na jornada dele, enquanto escritor e profissional da área do Direito. O décimo primeiro livro publicado foi Lavoura Úmida, em 1990. Dimas descreve que este foi o seu livro de poema mais irregular, o menor, com certeza, de todos os que já escreveu. Disse que se pudesse voltar no tempo, não mais publicaria esta obra. “Eis um número 11 que me incomoda”. Escreveu esta obra, não muito apreciada por ele mesmo, motivado pela vaidade e, infelizmente, pela inexperiência. Na época, estava na ‘crista da onda’ e queria aparecer ainda mais. Acha que talvez a atmosfera da cadeira 11, da Academia Cearense de Letras, que havia ocupado no final do ano anterior, o tenha levado não a escrever, mas a reunir a maioria dos seus poemas dispersos neste pequeno livro.

Existência Dimas Macedo No silêncio da casa eu me reparto Na aflição do tédio eu enlouqueço e teço na geometria do sonho o espaço do caos onde navego Na solidão da casa eu pressuponho a ausência de ti e me entristeço e dissoluto te busco

e me componho no absoluto do verso que te escrevo Na dimensão do quarto me nego e reconheço e alimento no conflito da dor o fantasma da morte rondando entre os meus dedos. “Existência” é um dos muitos poemas que se encontram no livro Lavoura Úmida.

Hoje, Dimas integra o Conselho Editorial de jornais e revistas culturais, como a Revista Espiral e Literapia, Revista Literatura e Revista Morcego Cego, dentre outras. Também já participou de conselhos, comissões e ocupou cargos de diretoria e presidência de órgãos culturais. E, como era a vida profissional onze anos atrás? Dimas diz que não ocupava qualquer belo cargo. Estava no batente, no limbo profissional, sem motivação sequer para a literatura. O motivo? Há 11 anos sentiu a primeira dor de sua vida e seu maior tormento. Sofreu a perda do irmão mais velho e o único até hoje falecido. E agora, com a morte do cunhado e amigo do coração. Considera um ano do qual não tem do que lembrar e muito menos razões para isso. Ao falar sobre a coincidência de, entre suas 35 obras, nenhuma ter sido lançada no ano de 2000, onze anos atrás, Dimas se intriga e confessa que só diante da observação percebeu o fato. Contou que, neste mesmo ano, retirou seu livro, Crítica Imperfeita, do prelo, no segundo semestre e resolveu publicá-lo apenas em 2001. Afirmou ter tido uma complicação interior muito forte com esse livro, que considera sua maior obra prima de crítico. Talvez nem Dimas Macedo tivesse percebido, antes dessa entrevista, o quanto o número 11 o trás de volta a momentos marcantes de sua história. Para 2011 há uma obra sendo preparada para lançamento. O livro estava desde janeiro em uma editora local, mas ele o retirou do prelo no início de abril. Resolveu agora fazer a edição por conta própria, e a faz com certo aperto financeiro. “Não sei explicar bem isso, mas suspeito de que esse novo trabalho seja meu livro mais pessoal e afetivo e, talvez, o mais bem escrito de todos”, revela. Bom, coincidência ou não, olha o número 11 perpassando a vida do escritor mais uma vez...


Os 11 maiores

camisas 10 do futebol brasileiro



Fotos divulgação

Mateus Rocha

Q

uem é camisa 10 de verdade? Antes de tudo, quem não é? Grandes armadores como Didi e Gérson começavam sua tarefa lá atrás, não jogavam da mesma forma que Pelé ou Zico. Roberto Dinamite vestia a 10, mas era centroavante. Sócrates e Juninho Pernambucano atuavam um pouco mais atrás do que o autêntico camisa 10, enquanto Jairzinho, Edmundo, e até Bebeto, talvez um pouco mais à frente... A conclusão é que camisa 10, por paradoxal que pareça, não é uma camisa, mas uma posição que é a cara do futebol brasileiro. No livro escrito pelo apresentador e editor chefe do SporTV News, do canal por assinatura SporTV, Marcelo Barreto lista aqueles que considera os onze maiores dentre os autênticos camisas 10 do futebol brasileiro. Ninguém menos do que Zizinho, Pelé, Ademir da Guia, Rivelino, Dirceu Lopes, Zico, Raí, Neto, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Não concorda? Quem sabe depois de ler o livro você venha a concordar.


Romário, o cara

Se Ronaldo é 9 e Pelé é 10, Romário é 11 Por Mateus Rocha

R

omário de Souza Faria, ou, simplesmente, Romário, ou Baixinho, devido à modesta estatura - 1,69m, nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de janeiro de 1966 e brilhou nos gramados do Brasil e do mundo. Atualmente, o ex-futebolista é empresário e deputado federal (PSB) pelo Rio de Janeiro. O Baixinho era tão ídolo, que chegou a ter breve experiência como treinador, dirigindo o Vasco da Gama, clube com o qual é mais identificado. Como jogador, passou pelo Vasco em quatro momentos distintos, onde iniciou e encerrou a carreira como jogador profissional. Romário também chegou a atuar e ser ídolo nos rivais Flamengo e Fluminense, entre outros clubes.

Profissional

Os dados impressionam. Romário ainda detém, até hoje, a marca de terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira, com cinquenta e cinco gols marcados. Entre os muitos títulos, destaca-se a Copa do Mundo de 1994, da qual foi o protagonista. Por isso é considerado um dos maiores centroavantes brasileiros, e do futebol mundial, de todos os tempos. Romário também se caracterizou por desavenças com técnicos, ex-jogadores e colegas, além de sua boemia e aversão a treinamentos. “Nunca fui atleta. Se eu tivesse levado uma vida regrada como atleta, teria feito muito mais gols. Mas não sei se seria feliz como sou hoje”, chegou a afirmar em 2004 para a revista Veja.

Milésimo gol

Segunda rodada do campeonato brasileiro de 2007. Vasco x Sport, 20 de maio, Estádio de São Januário. Após o

cruzamento de Thiago Maciel, o zagueiro Durval cortou a bola com a mão e o árbitro Giuliano Bozzano assinalou a penalidade máxima. Pênalti. Romário ajeitou a bola com carinho e cobrou fora do alcance do goleiro Magrão. Era o milésimo gol. Romário foi homenageado pelo Vasco após o histórico milésimo gol, com a inauguração de sua estátua em São Januário, atrás da trave onde o gol foi marcado. Com o feito, Romário tornou-se o segundo brasileiro que se tem registro a chegar à marca. O primeiro foi Pelé, o rei do futebol.

Por que 11?

Romário imortalizou a camisa 11. Mas o Baixinho também brilhou usando outros números. No PSV, da Holanda, o atacante vestia a camisa 9. Já no Bar-

celona, da Espanha, quando se sagrou campeão espanhol e foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1994, usava a camisa 10. Associado sempre à camisa 11 e não ao costumeiro 9 dos centroavantes, Romário justifica que o motivo da preferência se dá porque o número 11 simboliza sua maneira de fazer gols: um atrás do outro. Romário atualmente mantém um site no qual se encontra toda a história da sua carreira, fatos curiosos que nunca haviam sido revelados anteriormente, gol a gol, até o milésimo e uma loja virtual de camisas e artigos licenciados pela marca Romário11. Para quiser conhecer toda a história do Baixinho, é só acessar: www.romario11.com.br


11 projetos

de democracia


Por Dulcinea de Carvalho

O

exercício da democracia participativa é uma força indispensável aos participantes de ações movidas por Organizações Não Governamentais (ONGs). Refletir sobre as organizações civis que emergem com o perfil das Organizações Não Governamentais (ONGs) gera alguma associação com o que se refere aos movimentos sociais. Segundo a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG) uma ONG é constituída pela vontade autônoma de mulheres e homens, que se reúnem com a finalidade de promover objetivos comuns de forma não lucrativa. As ONGs atuam em diferentes campos: desenvolvimento social, cidadania, defesa dos diretos humanos, ambientalismo, no meio urbano e rural etc. Para mostrar ações e iniciativas dessas organizações, foram identificados 11 projetos de ONGs com sede em Fortaleza, e que trabalham no desenvolvimento de iniciativas no Estado do Ceará.

Quintais para saciar a fome

O quintal da casa é um lugar geralmente utilizado para lazer. É nele onde as crianças podem brincar, os adultos se reúnem para conversar e fazer churrasco nos finais de semana, onde os momentos de distração familiar são aproveitados com simplicidade e união. Mas e se o seu quintal fosse o responsável pelo sustento da família? Sim, é justamente isso o que acontece nas comunidades dos territórios Vales do Curu e Aracatiaçu e Sertão Central cearense. O Quintais para a Vida é um projeto desenvolvido pelo Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (CETRA) iniciado em 2009. As ações promovem a sustentabilidade da agricultura familiar e têm como foco a agroecologia, a socioeconomia solidária e a justiça de gênero. Um dos aspectos mais importantes do projeto é o envolvimento com a juventude. A proposta do Quintais é mostrar para a mocidade inserida nessa ação, o que é ser da zona rural e que os jovens podem, sim, desenvolver atividades ligadas à agricultura sem que a educação

“Quintas para a Vida: forma de mudança nas políticas públicas de convivência com o semiárido”

seja prejudicada. O quintal é um espaço de produção agroecológica no entorno da casa, no qual é realizado pela família (agricultores) um cultivo diversificado (pomares, hortas, plantas medicinais, água, pequenos animais). Em 2008, o BNB lançou um edital para apoiar Fundos Rotativos Solidários. O CETRA, em parceria com a Rede de Agricultores/as Agroecológicos/as e Solidários/as do Território Vales do Curu e Aracatiaçu, criou o Fundo Rotativo Solidário do Território Vales do Curu e Aracatiaçu (FRS). O FRS desenvolve uma relação de empréstimos solidários, onde famílias, grupos organizados realizam os empréstimos financeiros ou de materiais, de forma que quando eles fazem a devolução permitem que outros também se beneficiem acessando os recursos do fundo. “O crédito é utilizado para pequenos investimentos em infraestrutura e implantações de sistemas produtivos”, afirma Cristina Nascimento coordenadora de projetos da ONG. A comercialização do que é produzido nos quintais gera a poupança rural ou renda extra para as famílias. O projeto Quintas para a Vida apoia 20 agricultores agroecológicos nos territórios dos Vales do Curu e Aracatiaçu e Sertão Central. Neila Santos, coordenadora colegiada do CETRA, destaca o potencial do projeto Quintas para a Vida. “Começamos, então, a fortalecer essa ação com os agricultores. Reforçamos, dentro da nossa atuação de assessoria técnica, o fortalecimento dessas áreas, que eram mais próximas de casa, onde o agricultor interagia com as outras famílias. O Quintais existe nesse sentido”, disse Neila. O Quintas para a Vida propõe uma

forma diferente de construção social. São mudanças de políticas públicas de convivência com o semiárido, de práticas de produção, que devem ser apropriados aos ambientes, e de conduta das pessoas. Afinal, propor uma abordagem sustentável é pouco. Comunicação, Visão Crítica e Prática Os primeiros contatos com a escrita geralmente acontecem na sala de aula, mas o gosto por escrever vai muito além de aprender a juntar sílabas. É nessa intenção que surge o projeto Primeiras Palavras, da ONG Comunicação e Cultura, que tem como o objetivo desenvolver a produção de jornais escolares. Produzir para o jornal faz com que as crianças desenvolvam um estímulo pela leitura e pela produção textual. A comunicação torna-se fator indispensável para os estudantes, que não mais produzem apenas para receber uma boa nota na prova de Redação. A ação é voltada para os anos iniciais do Ensino Fundamental, do 1º ao 5 º ano, com textos e desenhos produzidos pelos alunos e editados pelos professores. As publicações são realizadas nas escolas e enviadas para a Comunicação e Cultura, onde é realizada a impressão dos jornais. Os efeitos positivos do Primeiras Palavras no Estado do Ceará já atingem 27 municípios e 494 escolas participantes (Programa Primeiras Letras em 2009). Nesse contexto, as práticas de incentivo voltadas à comunicação social, inseridas nas ações do projeto, procuram desenvolver nas crianças um caráter crítico, e criam um desejo de fazer com que suas ideias atinjam outras pessoas. O trabalho dos professores também é reconhecido pelo projeto, dando visibilidade a esses educadores. Assim, é realizada uma ação que pensa numa educação voltada para o diálogo, onde o aluno não é meramente receptor de conteúdo, mas produtor de conteúdo crítico, como afirma Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia: “É imprescindível, portanto, que a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de “amaciá-la” ou “domesticá-la”“.

Viajar para a história comunitária


Quando viajamos procuramos conhecer locais que nunca fomos, locais que tenham algum apelo ecológico, econômico, cultural, histórico, algo que nos cause impacto, que nos fará saltar o coração; e se a viajem for mesmo surpreendente planejamos um retorno, para apreciar mais uma vez a experiência. O Instituto Terramar completa 18 anos, em 2011, com atuação na zona costeira do Ceará. A ONG surge a partir do encontro do movimento estudantil com o movimento dos pescadores. Essa história começou quando uma jangada partiu da Prainha do Canto Verde e velejou até o Rio de Janeiro, para reivindicar o fortalecimento dos direitos dos pescadores. Um dos maiores conflitos dessa sociedade pesqueira é a invasão imobiliária nas zonas costeiras. Camila Garcia, coordenadora de comunicação do Instituto Terramar, explica as ações de apoio à rede Tucum (Rede Cearense de Turismo Comunitário). A rede surgiu em 2008 e reúne 13 comunidades do litoral do Ceará: Tremembé, Ponta Grossa, Assentamento Coqueirinho, Prainha do Canto Verde, Batoque, Jenipapo- Kanindé, Conjunto Palmeiras, MST, Tapebas, Flecheiras, Caetanos de Cima, Curral Velho e Tatajuba. Comunidades que já enfrentavam problemas com a especulação imobiliária e já discutiam o turismo de alguma forma. Criaram, então, a rede pra fortalecer o que elas já faziam. No turismo comunitário os negócios são das pessoas da comunidade, a diferença do turismo de massa é que as pessoas que moram lá é que são as donas da pousada, além de ser uma atividade complementar a vida dessa sociedade, ou seja, ninguém deixa de pescar, de plantar pra realizar turismo. É uma forma de fazer turismo onde há uma troca entre o turista e a comunidade e não apenas uma relação comercial. A proposta dessa forma de turismo é que a pessoa viva a vida da comunidade. Então é claro que as instalações são mais simples do que as instalações ligadas ao turismo de massa, mas o valor histórico, social e a ligação com a sustentabilidade, compensam qualquer luxo. A luta do povo da comunidade, a resistência, a forma de vida e os atrativos ecológicos são os maiores legados

“É importante que esses laços de paz sejam criados para a formação de uma sociedade plena e justa”

deixados pelo turismo comunitário. O que você está esperando para conhecer a história dessas comunidades?

Laços de paz

Atos de violência em Fortaleza são temas assíduos nas páginas dos jornais locais. Não há uma semana sequer em que não ocorram delitos. Refletir sobre esse tema foi a motivação para o surgimento do projeto Jovens Agentes da Paz (JAP), criado pelo Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS). O Grande Bom Jardim, formado por cinco bairros, Bom Jardim, Canindezinho, Granja Lisboa, Granja Portugal e Siqueira, é uma área que possui alto índice de violência na capital cearense. A proposta do JAP é o engajamento de 100 jovens de escolas públicas desse território em ações em prol da justiça, da cultura de paz, e do desenvolvimento sustentável dos cinco bairros. Caio Feitosa é colaborador do JAP desde seu início, em abril de 2010. Atualmente desempenha a função de coordenador do projeto. “Ao final do processo, vamos ter feito com que mais de 100 jovens passem por provocações que são comportamento e práticas sociais no âmbito da escola e comunidade que geram violência”, afirmou Caio. Por meio de práticas não-violentas e da vivência de valores humanos via iniciativas de arte, cultura, esporte, formação política e grupos de diálogos, o JAP espera

formar nesses bairros laços de paz. Os jovens inseridos no projeto possuem faixa etária de 14 a 22 anos. As reuniões ocorrem aos sábados durante a tarde nas escolas públicas participantes. É importante que esses laços de paz sejam criados para a formação de uma sociedade plena e justa, onde o respeito ao próximo e a vida sejam fatores básicos para o desenvolvimento.

Por uma ecocivilização

O modelo industrial, produtivista e consumista, é a causa da crise climática que o planeta Terra enfrenta nas últimas décadas. Esse modelo tem tornado o nosso meio ambiente refém da concentração de riqueza de uma minoria da sociedade mundial. Romper o modo de viver da civilização industrial é algo que beira a caminhar sobre uma cama de pregos, um processo lento e espinhoso, mas que ocorre cada vez mais em diferentes localidades do mundo. A Cura do Planeta, por exemplo, é uma Organização Não Governamental que surgiu em janeiro de 2010, em Fortaleza. Otalibas Rochas, 22, coordenador, fundador e idealizador da ONG, pensa em uma vida sustentável e ecológica desde os 15 anos de idade quando parou de consumir carne. A Cura trabalha em diferentes áreas: há o restaurante e a pizzaria da Cura, com alimentação vegana, ou seja, são utilizados alimentos orgânicos e de origem vegetal, e nada de extração animal; Permacultura, ciência que procura estudar a melhor forma de maximizar os recursos disponíveis da natureza, diminuir o impacto ambiental causado pelo homem e educar a fim de usar da natureza mais do que reduzir, mas usar dessa força para ajudar as pessoas; bioconstrução, com reaproveitamento do lixo e separação de resíduos; reciclagem de papelão e plástico; educação ambiental e oferece espaço para aulas de yoga, capoeira, dança circular e do ventre etc. Com apoio do supermercado Cometa, começou a parceria recebendo doações de papelão. A organização passou a contar com o lucro da reciclagem desse material. O Cometa também cedeu o espaço onde a Cura se localiza atualmente na Aldeota, até que a especulação imo-


biliária fale mais alto. “Como ecosolução oferecemos o projeto Praça da Cura, com demonstrações de técnicas de como ser sustentável dentro da cidade”, diz Otalibas. São técnicas disponíveis para que uma pessoa possa fazer dentro da sua casa uma triagem de lixo, uma melhor utilização da água, instalando uma solução ecológica dentro de uma construção já feita. A Praça nos faz refletir sobre um consumo consciente, um novo estilo de vida. É necessário que as pessoas se preocupem com o espaço ao seu redor, e nos sabermos integrantes do meio e não superior a ele, é perceber que fazemos parte da natureza e agir dessa forma, e não como ditadores que tentam tornar milhões de espécies da fauna e flora reféns do nosso ego.

O som das latas “Leve a sério Quando eu estiver brincando Sou criança e sei Sei o que estou falando Trabalho não é brincadeira Só gente grande deve trabalhar Sou criança É tempo de escola é tempo de brincar Sou criança É tempo de escola é tempo de brincar” (Leve a sério – Banda de latas de todas as cores) O trabalho e a exploração sexual são duas violações de direitos que atingem as crianças que sobrevivem nas ruas, principalmente. A Associação Curumins atua prioritariamente para retirar crianças dessas violações. São ações desenvolvidas na Beira Mar, Mucuripe, realizadas pelos educadores sociais de rua. São eles que fazem o primeiro contato direto com as crianças e, depois, com as famílias.


Para cada criança que sair da rua, a ONG dá uma bolsa de R$ 45,00 para a família. A Curumins trabalha em parceria com escolas públicas, faz um trabalho de apoio atualmente com 92 crianças. Dependendo do horário de aula, esses jovens são atendidos na organização, participando de oficinas. A Banda de Todas as Cores é um projeto realizado pela Curumins, que surgiu em 2000 e teve como idealizador o músico Parahyba. A banda já gravou dois CDs e atualmente eles começaram a compor as próprias músicas. Os instrumentos utilizados são de latas, feitos pelas crianças, nas oficinas de bricolagem. “Hoje já vemos o fortalecimento da articulação comunitária, os líderes comunitários fazendo reuniões com representantes da segurança pública, enfim, eles estarem buscando por seus direitos, o que não se via antes. A Curumins influenciou na vida deles e vemos vários casos positivos, afirma Gabriela Mendes, assessora de comunicação da ONG. Assim, por meio dos ritmos e da música, essas crianças e adolescentes, antes vítimas do trabalho infantil, constroem caminhos e criam oportunidades.

Rede OPA

O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA) surgiu em 1994 e trabalha na linha de ação dos direitos da infância e adolescência. A Rede de Adolescentes Orçamento e Participação Ativa (Rede OPA) é como um projeto do Cedeca, em parceria com as organizações Diaconia e Save the Children. Em princípio é um monitoramento do orçamento público feito pelos jovens, na faixa etária de 11 a 17 anos e turmas com cerca de cinquenta jovens. Foram realizadas formações e captações com as turmas, curso de fotografia, e passeios pela cidade com o intuito de mostra a realidade local. Em 2005 surge o Orçamento Participativo e a Rede OPA reivindica que nesse orçamento tenha uma categoria para crianças e adolescentes. Luciana Brilhante, coordenadora de projetos do CEDECA, ressalta que, desde 2005, a Rede não é mais um projeto e sim um grupo. É um movimento social e que até hoje o CEDECA tem parcerias na articulação, na movimentação, com as quais os adolescentes participantes reivindicam seus direitos e fazem o con-

trole da política pública de Fortaleza.

Infância, adolescência e juventude

A ONG Catavento tem como idealizador o jornalista Edgar Garcia, e teve início como um programa de rádio de estudantes Universidade Federal do Ceará, na década de 1990. O projeto Sintonia Infância surge em 2005 com a proposta de auxiliar conselheiros tutelares. A ideia inicial era produzir programas educativos que abordassema temática dos conselhos tutelares e ajudassem na troca de informações tanto para os conselheiros como para a comunidade, afirma Taciana Campos, coordenadora do projeto. O público alvo são radialistas, estudantes de rádio escola e, também, estudantes de ensino superior. O público do Sintonia Infância é geralmente do interior do estado. Foi criada uma rede de radialistas em 2007, e a ONG já chegou a enviar o programa para 270 rádios nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

A Catavento premia os melhores programas e está selecionando este ano não apenas radialistas, mas também estudantes universitários ou não, e professores de rádio escola que estejam cadastrados na rede. O programa tem

de ter a temática da infância e juventude para concorrer ao prêmio. A premiação é um notebook para a primeira colocação e um gravador digital para a segunda colocação.

Noticie o Bem!

A Agência da Boa Notícia é uma organização não governamental que surge oficialmente em 2007, a partir da preocupação com o sensacionalismo, com a violência, e com a tendência dos meios de comunicação por más notícias. O projeto da ONG trata-se de pautas ações positivas para os meios de comunicação, da distribuição de notícias, são pessoas tais ou instituições tais que fazem isso ou isso, noticiamos o bem, afirma professor Souto Pinheiro, presidente da Agência. O Prêmio Gandhi é um produto da Boa Notícia e valoriza quem trabalha com a cultura de paz. A ONG tem como missão estimular a cultura de paz na comunicação e fazer com que assim possa haver uma mudança social, diminuindo os atos de violência. “Que consequências uma boa notícia pode gerar numa sociedade que, atualmente em Fortaleza, 1% da população é


violenta, enquanto 99% dessa população vive refém dessa violência?”, questiona o presidente da Agência da Boa Notícia, jornalista e professor Francisco Souto Paulino. É preciso pensar um novo posicionamento, uma postura de paz e chamar as pessoas para se opor à cultura de violência.

Favela, morada da cidadania

A Central Única das Favelas (Cufa) é uma organização não governamental que surgiu no Rio de Janeiro em 1999 e teve como um dos seus fundadores o rapper MV Bill. “Tentamos criar pontes, buscamos trazer a academia, o governo para próximo das pessoas, para fazer com que elas voltem a acreditar numa cultura de paz, que é possível morar numa favela e ter condições de crescer, construir sua casa e ter sua família”, afirma Erivelton Silva Teixeira, o Del, coordenador estadual da Central Única das Favelas (Cufa-CE). Há uma base da ONG no Lagamar, onde eles mantêm um projeto chamado CUFA Digital. Dispõe de laboratório de informática, onde são realizadas oficinas com crianças e jovens, principalmente com jovens egressos do sistema penal. O curso básico de informática é realizado à noite, mas a proposta é ter um curso de software em breve, procurando fazer um trabalho diferenciado com a

juventude. Existe uma relação direta com a periferia. O trabalho da organização é mostrar que existem sim, pessoas nessas comunidades que não estão ligadas ao tráfico, à violência. A ONG tenta mostrar que essas pessoas são cidadãos ativos. E o papel principal da CUFA é retirar das comunidades a rotulação de “cultura do excluído”.

A arte como agente formador

A Escola de Dança e Integração para Criança e Adolescente, Edisca, foi criada em 1993, em Fortaleza. Realiza um trabalho de educação com crianças e jovens em situação de dificuldade social, trabalho este que tem forte ligação com a arte e a dança. O projeto A Vida é Feminina, da Edisca, surgiu da necessidade de ampliar o atendimento que já era realizado com as mães dos educandos desde 1998. É um conjunto de ações sistemáticas integradas com o objetivo geral de consolidar metodologia de educação de adultos para competências familiares e inclusão social. A Edisca trabalha atualmente com mais de 400 crianças. E, das mães participantes do projeto, 12% estão empregadas graças à intervenção das ações do A Vida é Feminina. O projeto também ajudou a relação dos filhos com as mães em 81% dos casos, que agora utilizam do diálogo para resolver conflitos. O tempo de permanência no projeto é de dois anos, informaMadeline Abreu,

SERVIÇOS Cetra http://sispub.oktiva.com.br/ oktiva.net/1431 Comunicação e Cultura http://comcultura.org.br Instituto Terramar http://www.terramar.org.br CDVHS http://www.cdvhs.org.br/ A Cura do Planeta http://www.acuradoplaneta.org Associação Curumins http://www.curumins.org.br CEDECA CE http://www.cedecaceara.org.br/ Catavento Comunicação e Educação http://www.catavento.org.br Agência Boa Notícia http://www.boanoticia.org.br/ CUFA-CE - Central Única das Favelas do Ceará http://ceara.cufa.org.br Edisca www.edica.org.br

coordenadora do projeto. É importante a realização desse tipo de ação para que a família esteja integrada com a educação dos seus filhos e assim possam obter maior resultado junto com o trabalho realizado pela Edisca.


Onze

olhares sobre o dia a dia de Fortaleza Por Caio Rodrigues

E

les não são personagens de ficção. São cidadãos e cidadãs fortalezenses que foram escolhidos por terem diferentes profissões, onze ao todo: garçom, estudante de Enfermagem, aposentado, empresária, advogada, artista plástica, vendedor ambulante de churros em estádios de futebol e ex-camelô, motorista de táxi, empregado doméstico, torneiro mecânico, engenheiro mecatrônico. Cada qual, anônimo ou conhecido, com sua história de vida e de relação com Fortaleza, onde vivem e trabalham. A cada um foi pedido que apontassem 11 temas em que identificam deficiências, problemas, falhas, enfim, o que falta na cidade, afeta e atormenta o dia a dia dessas pessoas, e, porque não, da população. Entre todos os temas que chamam a atenção para aspectos e acontecimentos em Fortaleza, os que tiveram maior número de citação são assuntos ou problemas relacionados às áreas da saúde, segurança pública, educação, trânsito e mobilidade e infraestrutura urbana. Além disso, têm em comum o desejo de viver em uma cidade que trate melhor seus moradores e acolha bem os que vêm de outros lugares. Com a palavra os 11 personagens da quinta capital brasileira e os aspectos que não gostam de verdade. Um apanhado dos principais problemas da cidade e que, se encarados, podem melhorar Fortaleza em grande medida.


Francisco Júlio de Souza, 54 anos – Garçom

Ele é conhecido por Fran e assim prefere ser chamado. Sempre trabalhou como garçom, inclusive em São Paulo, que lhe deu “uma nova visão de sociedade, conhecimento organizacional”, conta. Vamos à lista do que falta para Fran.. 1. “SEGURANÇA!”. Até em áreas de lazer; 2. Uma lei para desarmamento de criminosos, “Só o cidadão é desarmado”; 3. A infraestrutura do transporte coletivo da cidade é falha; 4. Mais ônibus; 5. Não há policiamento nos ônibus; 6. Há ônibus com estrutura para deficientes, mas são poucos. Precisa de mais ônibus equipados. “Outro dia quase arrebento as costas tentando colocar um deficiente para dentro, só no braço, cara!”. 7. Os professores da área pública faltam mais do que os alunos; 8. Detector de metal nas escolas. “Os menininhos entram armados na escolinha”; 9. Precisa um homem, ‘cabra macho’, para por moral no desarmamento, para aplicação da lei, e vontade para resolver os problemas; 10. Urgente, de leis para parar a ação dos menores infratores; 11. Infraestrutura de trânsito deve melhorar em todos os sentidos: falta pavimentação de qualidade; ruas só para os ônibus.

Marina Santos Saraiva, 29 anos – Estudante de Enfermagem

Embora estudante ainda, Marina é muito dedicada ao ‘cuidar’ da sociedade. E muito de suas ‘pedidas’ são para a área de educação. 1. Fortaleza precisa de mais crechesescola. A construção dessas creches seria ideal para o início de uma sociedade mais bem formada. 2. Mudança da carga horária, com escolas em período integral. É importante para que os jovens não fiquem ociosos no restante do dia. 3. A criação de escolas profissionalizantes para o primeiro emprego 4. Incentivo, por parte das empresas, ao primeiro emprego. “É uma necessidade de todos os jovens. As empresas têm condições de lhes dar esse apoio e deveriam incentivá-los”. 5. Melhorar a engenharia de trânsito da cidade. 6. Polícia nas ruas. “Vejo poucos policiais nas ruas, precisamos de mais.”. A política da “boa vizinhança” e da polícia cidadã não funciona. 7. É preciso construir mais presídios. A lotação de cadeias e presídios facilita a fuga e revoltas. 8. Cuidados para com os dependentes químicos. “O Estado deve construir residências terapêuticas para os dependentes químicos”. 9. “Necessitamos, com urgência, de hospitais de grande porte”. Sem a conclusão do Hospital da Mulher, o Hospital IJF, onde faz estágio, fica sobrecarregado, sem leitos e estrutura para atender a todos. 10. Construção de centros ou institu-


tos que ofereçam cultura e esporte aos jovens, como formas de socialização. 11. Falta de moradia em Fortaleza. “É incrível, em pleno século XXI, termos pessoas morando em ruas, viadutos e até bueiros de esgoto”.

8. Maior controle da Dengue. “Tem que ser dada maior prioridade à dengue. Ela precisa de programas de Saúde Pública que a controlem”. 9. Escolas. “Construir mais escolas, que levem qualidade de ensino aos alunos”. 10. Na área do lazer ele pede iniciativas: “Programas sociais voltados para a necessidade coletiva. Falta lazer para as pessoas”. 11. Incentivos ao primeiro emprego na cidade: ”Os empresários precisam firmar parcerias entre si, visando a estimular o emprego. O que se vê hoje são parcerias para shows, quando deveria haver incentivos para empregar jovens”..

Manoel Barbosa Rodrigues, 63 anos – Aposentado

Um cidadão tranquilo e bem humorado, vestiu a face da seriedade e da experiência e não hesitou em qualquer momento. 1. Falta competência e bons gestores. Falta mais comprometimento para com o contribuinte maior do Estado, o povo. 2. A chegada de uma nova ideologia. “Precisamos de novos políticos, homens com novas ideias, que melhorem a vida de todos”. 3. O lixo de Fortaleza: “O lixo da cidade precisa de um destino adequado, coisa que não vemos”. 4. Fortaleza precisa de revisão e melhor adequação na rede de esgotos. 5. No trânsito, tema tão questionado por todos, critica o congestionamento na cidade: “há de se construir vias públicas com acesso fácil visando a descongestionar o trânsito”. 6. É também uma crítica à infraestrutura das vias: “Além disso, as ruas de Fortaleza estão cheias de buraco. Vias de qualidade, é o mínimo. Um absurdo é a recuperação das vias não durarem por muito tempo. 7. As unidades de saúde precisam oferecer serviços bem prestados e de qualidade.

5. A situação das Praças da Alagoinha e dos Leões. “Essas praças, que fazem parte da história de Fortaleza, precisam de mais cuidado, de reformas”. Ela reclama que ambas estão abandonadas. 6. Na segurança, critica o Ronda e pede uma novidade: “Os bairros precisam de cabines policiais fixas, não só o Ronda. Em pontos estratégicos, as cabines diminuiriam a ação dos marginais”. 7. Na limpeza da cidade, a decepção. “As ruas precisam ser limpas diariamente”. A quantidade de lixo é grande, principalmente no período de chuva, o que ocasiona alagamentos e enchentes. 8. Na saúde, não menos decepcionante. Ela suplica por postos de saúde. “Os postos de saúde precisam ser eficientes e de qualidade. Este é outro setor que está funcionando de forma precária”. 9. Em termos educação, escolas de qualidade. 10. Na cultura, diz que falta ao povo cearense conhecimento de suas raízes. O povo precisa resgatar a sua identidade cultural, assim como instrução nas escolas. 11. Mudaria a democracia representativa estabelecida, não só em Fortaleza, mas no país inteiro. “O povo precisa participar diretamente da máquina pública. Ele é deixado de lado nas decisões de seus representantes e precisa ser ouvido e atendido.

Maria Eulália Colares, 55 anos – Empresária

Do ramo de estética e beleza, ela aproveitou a oportunidade para apontar aspectos não citados pelos outros entrevistados. Na infraestrutura de Fortaleza os pontos incluem saneamento, trânsito, preservação de orlas e praças e pavimentação. 1. A periferia de Fortaleza precisa do saneamento básico. A iniciativa reduziria a sujeira e até mesmo o risco de doenças para esse segmento da população. 2. Na área de trânsito, a pavimentação é outro problema. As ruas precisam de melhor trato e de melhor qualidade no asfalto. 3. A cidade precisa de iluminação pública. “Em alguns bairros de Fortaleza a iluminação é péssima, o que contribui para o sentimento de insegurança”. 4. O descaso com a orla da Beira Mar e da Praia do Futuro. “Precisa-se revitalizar a orla marítima de Fortaleza, o cartão postal da cidade”.

Lala Pimentel Martins, 25 anos – Advogada.

A jovem advogada encabeça sua lista com um problema que há muito atinge Fortaleza: a desigualdade social. 1. Fortaleza precisa de ações concre-


tas que diminuam as diferenças. Essas ações devem surgir para amenizar as desigualdades sócio-econômicas da cidade, com melhor distribuição de renda, equilibrando as camadas sociais. 2. Outro problema da cidade é a moradia. “Muitos vivem na rua”. Ela conta que Fortaleza deve proporcionar uma ordem urbanística mais justa. 3. Além da moradia, Lala critica a situação das favelas de Fortaleza. “Elas precisam de urbanização. Se desenvolvem se forma irregular, onde falta saneamento, abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica etc.” 4. Os deficientes físicos e os idosos são mais duas preocupações. “Falta muita acessibilidade ainda na cidade para os deficientes. Nas ruas de Fortaleza devem ter vias ou rampas de acesso a cadeiras de rodas, mais sinalização em braile, banheiros especiais etc. Os idosos devem ter atenção também especial. É preciso construir centros que amparem os idosos e que ofereçam cursos para desenvolver a capacidade criativa, com apoio médico, psicológico e cultural. 5. Mais uma situação crítica na cidade: “A construção de centros de recuperação para dependentes químicos. São poucos os centros existentes e ainda não há qualidade no tratamento”. 6. Preocupação com o trânsito da cidade. Diz que falta estrutura nessa área. “Deve-se fazer mais investimento. Ruas e avenidas devem ser reformadas com qualidade. Não há planejamento. “O trânsito está caótico, devido a essa falta de estrutura e planejamento da cidade”. 7. Faz crítica em relação ao transporte público de Fortaleza. “Falta qualidade, tanto das pessoas que trabalham, quanto dos próprios ônibus também. Faltam vias únicas para o transporte coletivo”. 8. Faltam escolas profissionalizantes. “Os jovens precisam dessas escolas para que possam ter mais capacitação”. 9. Na área de esporte e lazer, ela determina: “As pessoas precisam ter mais acesso ao esporte e ao lazer”. 10. Faltam iniciativas que engajem os jovens nos esportes, afastando-os da criminalidade, com maior socialização e humanização da juventude. 11. Suplica por melhorias na justiça. “O acesso a ela precisa ser mais fácil e

mais rápido”.

Anne Ferreira, 39 anos –

Artista Plástica

Ela expõe e divulga seus trabalhos há muitos anos no calçadão da Avenida Beira Mar. Além de artista plástica, também foi professora de biologia durante anos. 1. É na educação que faz seus dois primeiros pedidos: “Primeiramente, faltam professores capazes. 2. E, segundo, é preciso fazer investimento para melhorar a capacitação destes professores. 3. Não menos educativo, outra queixa: “Falta incentivo ao aprendizado das artes em escolas. A arte é uma área do conhecimento muito importante para a formação das pessoas e que não pode ser deixada de lado nas escolas e centros”. 4. Em termos de infraestrutura urbana, aponta mais um problema: “A cidade de Fortaleza ainda apresenta problemas com a falta de saneamento básico”. 5. Faz duras críticas ao Cuca Che Guevara, da Barra do Ceará. “O poder público precisa aproveitar melhor aquele espaço”. 6. E mais um problema da infraestrutura é o local de trabalho dela: a Avenida Beira Mar. “Há de haver melhoria da estrutura física na área onde nós, artistas, trabalhamos. Tudo foi instalado por nós, até mesmo as pedras do chão e a iluminação”. 7. Faz outro pedido, que diz respeito à sua classe de trabalho. “Também falta apoio a nós. A Prefeitura deveria incentivar todos nós, artistas plásticos, caricaturistas, desenhistas etc. Sinto total

descaso das autoridades”. 8. Melhorar os postos de saúde. 9.Outra reclamação se volta mais uma vez à orla. “As barracas da Beira Mar precisam ser fiscalizadas pelos vigilantes sanitários. Não têm estrutura e duvido até da procedência dos alimentos vendidos. O atendimento, da mesma forma, é precário. 10. Outro problema, ainda na Beira Mar, é a sujeira. “Por incrível que pareça, falta local para se colocar lixo. A orla precisa de mais lixeiros, para que não fique suja demais, levando o mau cheiro e até doenças para todos”. 11. Para finalizar, se volta para as comunidades carentes: “Falta apoio social para essas pessoas. Elas não existem para ninguém”. Precisam de políticas sociais, que devem ser vistas e planejadas pelas autoridades, pois não podem ser abandonadas.

‘Pifite’, 68 anos – Ex-camelô e vendedor ambulante de

churros em estádios de futebol

Um homem magrinho, magrinho. Sem camisa, vestido com uma calça jeans surrada, que talvez não caiba em algumas crianças, Pifite, entre goles de cerveja e tragos de cigarro, enumerou problemas da cidade e não gaguejou. A lista começa com os problemas enfrentados pelos camelôs. 1. A falta de apoio. “A prefeitura deveria cuidar com mais carinho dos camelôs”. 2. Os camelôs também têm sua culpa. “Eles precisam de organização”. 3. Outro problema bastante corriqueiro: o número de ambulantes clandestinos. “Sei que são muitos ainda. Mas por que não fazem cadastramento?”


4. Não há respeito pelos ambulantes nos estádios. “Esse ano mesmo fui barrado, depois de comprar o ingresso, sem nem ter sido reembolsado, nem dito o porquê”. 5. A situação dos pobres da cidade. “Eles não são bem vistos. Ninguém gosta de pobre. Tem de acabar com a discriminação. É necessário que as autoridades acabem com a desigualdade social presente em Fortaleza” 6. Melhoria na área da saúde. “Os pobres precisam ter acesso fácil à saúde de qualidade”. 7. Ele suplica que se acabe com o paternalismo. “As pessoas só conseguem as coisas se tiverem determinados amigos.” 8. Melhoria também na educação. “Os jovens precisam de boas escolas, de ensino melhor. A educação pode levar muitas pessoas a atingirem seus sonhos, coisa que não tive direito”. 9. As três últimas são relacionadas à infraestrutura do transporte público da cidade: falta educação aos motoristas, que tratam os passageiros muito mal. 10. A outra é sobre o salário. “Creio que o mau humor dos motoristas deve estar relacionado ao salário baixo. Eles deveriam ganhar bem mais do que recebem”. 11. Para finalizar, pede algo aos empresários: “Os ônibus estão velhos. Precisamos de mais conforto. A frota precisa ser revitalizada, dando mais conforto aos cidadãos.

José Maria, 47 anos – Motorista de Táxi

Poucos metros depois do local onde os artistas plásticos expõem, na Av. Beira Mar, sentido Praia de Iracema, o taxista Zé Maria, como prefere ser chamado, listou as críticas relacionadas ao trânsito da cidade. 1. Relacionada à categoria dos taxistas: “Precisamos de vias únicas, vias exclusivas que melhorariam o trânsito em si e também nosso trabalho”. 2. A sinalização da cidade. “As ruas quase não são sinalizadas. Precisam melhorar para evitar acidentes”. 3. Ampliar o número de vagas para taxistas na Beira Mara. “Elas são poucas. Mais vagas devem ser reservadas para taxistas. 4. Falta de bom senso e coerência por parte dos órgãos responsáveis. Reclama da estrutura do Aeroporto Internacional Pinto Martins: “O embarque/desembarque do aeroporto é caótico para taxistas”. 5. Na área de segurança, fala da sua profissão. “Falta segurança na madrugada”. 6. Mais policiais nas ruas. 7. Quando o assunto é saúde, critica o Hospital Gonzaguinha. “Faltam médicos no hospital”. 8. Falta de atendimento. “Eles só atendem quando a pessoa está morrendo”. 9. Ampliar e melhorar o atendimento à população. 10. A cidade precisa de mais postos de saúde. 11. Falta limpeza na Av. Beira Mar. Sugere a colocação de depósito de lixo no calçadão.

Edvan Ribeiro da Silva, 31 anos – empregado doméstico

Muito tímido contou que “não saberia o que dizer”. Logo em seguida, começou pelos temas de saúde e educação. 1. Na saúde, pede mais qualidade. “Sem dúvida está falida. Precisamos e temos direito a algo que nos ofereça qualidade. Os postos de saúde e hospitais precisam de reformas para atender a população”. 2. Na educação, diz que falta qualidade, também. “Há poucas escolas, com poucos professores”. 3. Ainda na área da educação, pede pelos jovens: “Precisam ser oferecidos cursos profissionalizantes para eles”. 4. Urbanização. “Alguns pontos da cidade precisam ser urbanizados. Há bairros sem o mínimo de estrutura para a população”. 5. O saneamento não fica pra trás. 6. Policiamento e transportes são outras áreas que critica. “Não acredito no Ronda do Quarteirão. Não basta colocar um monte de policiais em ‘Hilux’ apenas, mas, sim mais policiais nas ruas, nas esquinas, nos bairros, policiais fixos”. 7. Nos transportes, pede melhorias: “Melhorar o serviço de transporte coletivo e quem trabalha neles. O problema é antigo e vai desde a falta de qualidade dos ônibus até o salário do motorista. 8. Falta de moradia para muitas pessoas. “Fico nervoso só de pensar que falta moradia para tanta gente”. 9. Falta de igualdade entre pessoas. “Uma nova ferramenta política deve ser criada para pôr fim a isso”. 10. Pede emprego e lazer. “Poucas oportunidades de emprego são ofertadas hoje. Mais iniciativas devem ser dadas a


pessoas desempregadas.” 11. O lazer: “Mais praças devem ser requalificadas para que as pessoas dos bairros possam se divertir”.

Ricardo Ribeiro Braga, 30 anos – torneiro mecânico

Ele trabalha há muito tempo na mesma empresa. Um sujeito de bom trato, agradável, mas que revela senso crítico. 1. A saúde foi sua primeira preocupação. “Precisa-se melhorar o atendimento nos hospitais públicos. É um absurdo a demora para que as pessoas sejam atendidas e examinadas nos hospitais”. 2. A educação também é uma preocupação e ele aponta três problemas nessa área. A primeira é sobre o ensino público. “Acho que falta qualidade na educação, no ensino que é dado aos alunos”. 3. Nessa lógica, aponta outro problema que pode até estar conectado com o último: “Os professores merecem melhores salários, pois o que ganham é pouquíssimo”. 4. A última crítica à educação, uma polêmica a parte, é sobre a merenda escolar servida nas escolas. “Há de se fiscalizar as comidas servidas nas escolas, porque muitas são dadas com o prazo de validade vencido”. 5. Critica também a infraestrutura da cidade. “As autoridades devem construir mais passarelas e mais travessias para pedestres em rodovias e avenidas. 6. Outro pedido é em relação ao patrimônio histórico que, para ele, está abandonado. “Precisam revitalizá-los, preservá-los”. Até lembra um fato curioso, ocorrido na Praça dos Leões, onde furtaram os óculos da estátua de Ra-

chel de Queiroz. 7. A falta de saneamento em alguns bairros da cidade, inclusive no São João, onde mora. “Precisam sanear, estamos correndo risco de pegar doenças”. 8. No setor de trânsito, a AMC recebe um alerta: “Os agentes da AMC deveriam conscientizar mais as pessoas, ao invés de multar por tudo”. 9. Outra crítica foi feita à prefeitura. “Juntamente com os órgãos responsáveis, deveriam por fim à exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade. Há crianças sendo abusadas por turistas e que, por conta do alto retorno na época de alta estação, as autoridades fazem vista grossa”. 10. Exige mais dos policiais do Ronda do Quarteirão. “Eles não têm o mínimo de preparo psicológico para trabalhar na segurança pública”. 11. Último ponto para ele é a falta de segurança no Centro da cidade. “Lá não se vê um policial à noite. Não posso mais frequentar um lugar que tanto gosto”.

Davi Peixoto, 22 anos – engenheiro mecatrônico

Embora jovem, preocupa-se com o cotidiano ao seu redor. 1. A saúde é o primeiro item da cidade criticado por ele: “Faltam profissionais capazes, postos de saúde eficientes e hospitais com bom atendimento e estrutura”. 2. A mobilidade urbana é outro setor caótico de Fortaleza: “A cidade precisa urgente de novas ruas, com asfalto de qualidade, bem como uma reforma no transporte público e na engenharia de tráfego”. Ele exige renovação em todos os setores urbanos da cidade. 3. A segurança precisa de inovações

também: “Os policiais precisam de melhor preparo, mais capacitação”. Davi enfatiza que uma melhor qualificação dos policiais acabará com a criminalidade. A impunidade é um grave problema que assola não só Fortaleza, mas todo o país. 4. Novos programas sociais são a solução para muitos problemas. “É a melhor forma de se tirar os jovens da criminalidade”. Programas voltados para a educação, profissionalização e lazer serão de grande benefício para muitos. 5. E, quando se fala em profissionalização, exige oportunidades também. “Fortaleza não gera oportunidades para a população”. É preciso gerar políticas de incentivo ao conhecimento, às artes, para formar novos talentos em diversas áreas. 6. Mais uma crítica, dessa vez à população. “Falta cultura para todos, mas a população também não demonstra querer cultura”. Ele faz pedido para que todos em Fortaleza sejam mais educados, mais respeitosos, principalmente quando o assunto é motoristas, jovens etc. 7. A cultura do povo deveria ser trabalhada em todos os aspectos. 8. Arriscar mais no projeto de Internet WiFi. “O projeto, já utilizado no Passeio Público, deveria ser expandido para outras áreas da cidade, principalmente às turísticas”. 9. Ao falar de turismo, pede organização e cuidado para com as belezas da cidade: “O lixo, a sujeira na orla de Fortaleza e regiões próximas é algo lamentável”. 10. Critica a falta de ação das autoridades em relação os cuidados inerentes a uma grande metrópole. 11. Fortaleza precisa dar mais atenção à sua forma de melhor arrecadar. “O turismo é essencial para a cidade. Mas parece que as autoridades municipais e estaduais não querem usufruir disso por muito tempo. Caso não tomem decisões para a melhoria desses problemas, Fortaleza pode deixar de ser cartão postal tão disputado.


na polĂ­tica


Representado pelo intrigante número, o Partido Progressista acredita ser marcado positivamente por ele Naiara Cunha

H

á alguma coisa por trás do número 11? Para muitas pessoas, o onze passou a ser um número inquietante. Cercado de coincidências e enigmas, há aspectos interessantes com este número. Fora isso, na numerologia, o 11 é considerado um número de forte magnetismo e também evidencia os indivíduos com dons de mediunidade ou voltados ao ocultismo. Assim, mesmo que para alguns, todas essas coisas sejam casualidade forçada ou simplesmente bobagem, é um fato a relevância simbólica desse número. Na política, o partido representado pelo número 11 é o Partido Progressista (PP). Criado em 1995, com o nome de Partido Progressista Brasileiro (PPB), foi em abril de 2003, buscando inspiração nas transformações políticas internacionais, durante a Convenção Nacional do PPB, que se decidiu retirar da sigla PPB o “B”, ficando apenas PP. Sua ideologia é baseada na democracia liberal, populismo e conservadorismo. Nas eleições de 2010, o partido elegeu 44 deputados federais, 49 deputados estaduais e quatro senadores. No atual governo, o PP apoia a presidente Dilma Rousseff fazendo assim parte da base aliada no Congresso Nacional. O presidente nacional do partido é o senador Francisco Dornelles (RJ) e seu principal líder é o deputado federal Paulo Maluf (SP). No Ceará, o parlamentar que representa o PP é o deputado federal José Linhares. Além disso, o Padre Zé, como também é conhecido, é o presidente do diretório estadual cearense. Ao observar a história política do Brasil, para um partido político possuir força eleitoral, ele não precisa apenas dispor de quadros fortes e combativos e conquistar um número considerável de votos nas urnas.

“O 11 nos acompanha e está intimamente ligado à nossa postura política e ideário democrático”

É necessário, também, que o partido possua marca forte que favoreça uma identificação imediata do eleitor e possibilite a multiplicação da sua imagem. Um aspecto importante na busca de se imprimir uma identidade junto aos eleitores é a escolha do número pelo qual o partido será identificado na urna eletrônica. Para os partidos políticos, este número vem agregado de marketing, superstição e outros insondáveis mistérios que influenciam a sua escolha. Essa importante decisão, porém, não fica a cargo dos partidos, mas depende do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o confere mediante registro do estatuto do partido junto ao tribunal. Hoje, estão registrados vinte e nove partidos políticos no TSE como números de legenda que variam de 10 a 70. De acordo com dados do TSE, 11,5 milhões de brasileiros são filiados a partidos políticos, o que corresponde a menos de 10% do total de eleitores habilitados. Esse nú-

mero, apesar de mostrar o baixo engajamento político dos brasileiros, também delimita com muita clareza a capacidade de atração exercida pelos partidos e a qualidade dos trabalhos realizados por suas bases. O Partido Progressista, de acordo com esse indicador, aparece na segunda colocação nacional. Dos 11,5 milhões de eleitores filiados a partidos políticos, 11% ou 1,26 milhão integram a lista de progressistas. Na visão do deputado José Linhares, o número 11 transmite os valores, ideias, princípios e crenças políticas do PP. “Desde o registro no TSE que este número nos acompanha e, de uma forma geral, ele está intimamente ligado à nossa postura política e ideário democrático”. O parlamentar acredita que tanto os filiados quanto os eleitores já atribuem o número 11 ao Partido Progressista automaticamente. “O número pode ser, inclusive, uma forma fácil e simples de lembrar-se do partido, não só durante o processo eleitoral”, entende Linhares.

SERVIÇO Diretório Estadual do PP no Ceará Presidente: Deputado José Linhares Avenida Santos Dumont, 1.699 - 1º andar - Salas 114 e 115 Bairro: Aldeota 60.150-160 Fortaleza – CE Tel. (85) 3261-2235



As vibrações

do onze

Depoimento da terapeuta Solange Gardesanni

S

olange Gardesanni Luz é terapeuta e, desde 1985, pesquisa e atua em um trabalho multidisciplinar com disciplinas de autoconhecimento e equilíbrio bioenergético, focando o equilíbrio do Ser. Com exclusividade para a Matéria Prima, Solange analisou a relação do número 11 com o ano de 2011. Ela já havia feito o mesmo estudo entre o onze a o ano de 2009:

Temos um ano promissor em nível de autoconhecimento, percepção, ação, comunicação, dinamismo, disputa de poder, bom para iniciar projetos e parcerias etc.

Fiz a análise de outra maneira. Expliquei em palestras que realizei no início do ano. Segue pequena sugestão do que podemos levar em conta na análise do ano.

Podemos relacionar os números também aos Arcanos do Tarô.

2011 possui várias vibrações: 2 0 1 1 11 20 13 4 É a compreensão de cada vibração atuando em conjunto com as outras que formam o ano universal. Por ser o número 11 o primeiro Número Mestre, todos acabam pensando somente nele, mas devemos entender que vivemos o milênio regido pelo 2 que também o veremos na soma do número 11 = 1 +1 = 2 e aí por diante.

Lembrando que a regência Astrológica deste ano é Mercúrio/Hermes o mensageiro dos Deuses, ele também está nos influenciando.

Outra influência é o dia da semana em que iniciamos o ano. Esta informação nos leva a ver em diversas culturas e religiões seus regentes, além, é claro, de lembrarmos que iniciamos o ano sempre no verão, o que favorece muito trabalharmos as nossas emoções, já que seu regente em termos de elemento é a água etc. O início de um novo ciclo sempre nos leva à busca de novas e melhores possibilidades e a minha ideia nos textos e nos meus trabalhos é que cada um possa utilizar cada informação a seu favor para um autoconhecimento maior. Contatos: e-mail: solange7000@uol.com.br



11:

Sorte ou azar; bom ou ruim

Mateus Rocha

V

erdade seja dita, com o passar do tempo, o número 11 passou a ser um número inquietante. Pode ser uma casualidade forçada ou simplesmente uma doidice, mas o que está circulando na grande rede de computadores nos mostra, no mínimo, que há aspectos interessantes sobre tal número. Vejamos: Geralmente as pessoas costumam atribuir números para tê-los como de sorte ou de azar. Mas será mesmo que os números têm esses poderes? Segundo a numerologia, o perfil do número 11 representa, diz e nos ensina que: Idealidade: forte inspiração artística; Expressão: desatento e idealista; Destino: cultivar harmonia nos relacionamentos sociais e afetivos, pouca iniciativa, muito dependente, não faz nada sem consultar alguém em quem confie; Lição de Vida: viva com humildade, mesmo em meio a sucesso e à fama. O número onze na África está relacionado com os mistérios da fecundidade. Se o dez representa a totalidade, o onze indicará transbordamento desmedido, novo impulso para outro ciclo, uma nova polarização. Para a tradição chinesa, o onze é o número pelo qual se constitui na sua totalidade o caminho do Céu e da Terra. O onze é o número da espiritualidade, do conhecimento secreto que deve ser revelado. E a umbanda veio para um novo ciclo para mostrar o conhecimento e revelar os mistérios de Deus.

O que dizer destas indicações curiosas: 1) 2) 3) 4)

New York City tem 11 letras. Afeganistão tem 11 letras. “The Pentagon” tem 11 letras. George W. Bush tem 11 letras.

Bom, até aqui tudo pode parecer mera coincidência ou casualidade forçada, mas, e daqui pra frente?

Interessante:

1) Nova Iorque é o estado nº 11 dos EUA. 2) O primeiro dos voos que bateu contra as Torres Gêmeas era o Nº11. 3) O voo nº 11 levava a bordo 92 passageiros; somando os numerais dá: 9+2=11. 4) O outro voo que bateu contra as Torres, levava a bordo 65 passageiros, que somando os numerais dá: 6+5=11. 5) A tragédia aconteceu em 11 de setembro, ou seja , 11 do 9, que somando os numerais dá: 1+1+9=11.

Inquietante: 1) As vítimas totais que faleceram nos aviões são 254: 2+5+4=11. 2) O dia 11 de setembro é o dia número 254 do ano: 2+5+4=11. 3) A partir do 11 de setembro sobram 111 dias até ao fim de um ano. 4) Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na Centúria número 11 dos seus versos. 5) Se pensarmos nas Torres Gêmeas, damo-nos conta de que tinham a forma de um gigantesco número 11.

O número 11, porém, não apareceu apenas no atentado às Torres Gêmeas.

Intrigante:

O atentado de Madri aconteceu 911 dias depois do de Nova Iorque, que somando os numerais: 9+1+1=11 Pra não restar dúvidas, o atentado de Madri aconteceu no dia 11.03.2004, que somando os numerais dá: 1+1+0+3+2+0+0+4=11.

Acha que acabou?

Em 11/01/2010 ocorreu o terremoto que devastou o Haiti e matou pelo menos 200 mil pessoas. E, por fim, em 11/03/2011 aconteceu o terremoto seguido de tsunami no Japão, que devastou grande parte do país e deixou 15 mil mortos e sérios danos nucleares. Creio que só quem se dá bem mesmo com o número 11 é o ex-jogador Romário... Por fim, uma proposta futurista: querem parar pra imaginar o que vai acontecer nos dias 11/09/11, 01/11/11 e o que está por vir no dia 11/11/2011 às 11h11:11? E pensar que o número 13 é quem leva a fama... Com informações dos seguintes sites: http://www.girafamania.com.br/historia_arte/cabala.htm http://sol777.com/ArtigosSOL777/ onascimentodaumbanda.htm http://www.regnumonline.com.ar/forum/ showthread.php?t=66900 www.g1.com.br


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