Comunicação
Outubro de 2014 Jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro
O Coletivo Mídia Ninja, responsável por transmissões ao vivo dos protestos em 2013, comemora mais de um milhão de acessos em seu site. A página está há três meses no ar página 3
Casa Própria]
Combate ao Ebola]
Bolha imobiliária em Fortaleza está descartada
Ceará está preparado para possível caso de ebola?
Ceará se prepara para possível caso de ebola no Estado. O Hospital São José treinou sua equipe para o atendimento de possíveis infectados. No Aeroporto Internacional Pinto Martins, o treinamento será feito oferecido pela Infraero como já foi feito em outros estados.
A doença causada pelo vírus ebola já matou mais de 2.400 pessoas na África. Mesmo com a pequena possibilidade do vírus chegar ao Brasil, estados investem em prevenção, capacitando hospitais e profissionais de saúde. página 6
Limpeza Geral] Grafiteiros realizam ato contra campanha eleitoral veiculada em muros Pesquisa do Sinduscon/CE mostra que o volume de vendas de imóveis entre os meses de junho e agosto de 2014 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aumentou em relação ao mesmo período
do ano passado. Foram movimentados R$ 87,1 milhões a mais do que no mesmo período de 2013, o que corresponde a um aumento de 14,89% nas vendas. A alta, no entanto, é acompanhada da redução de
35,81% no número de lançamentos de imóveis. Apesar disso, especialistas descartam a possibilidade da ocorrência de bolha imobiliária na capital. página 5
Esporte
Educação
Eleições
Atletas cearenses ganham quatro medalhas em duas modalidades de competição de Campeonato Nacional Esportivo de Karatê Interestilos 2014. Jovens fazem parte do Projeto Bushi-No-Te
página 8
O Projeto Jovem de Futuro é uma parceria entre o Instituto Unibanco com as Secretárias Estaduais de Educação. Adotado por Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Ceará, começou em 2012 com a proposta de melhorar o currículo escolar página 10
Para os jovens eleitores existe certa expectativa por ter pela primeira vez o poder do voto, principalmente pela importância que ele tem dentro de uma sociedade democrática página 12
Movimento convoca artistas urbanos a intervirem em propagandas eleitorais que foram pintadas sem permissão. Os artistas reclamaram que as
campanhas eleitorais descaracterizaram os grafittis com fotos, pinturas e cartazes de candidatos. página 4
2 Papiro | Outubro de 2014
Editorial]
Coluna ilustrada]
Depois do agito, é possível calmaria? Não há quem duvide de como 2014 será lembrado. O ano da Copa do Mundo do Brasil. Ou dos 7 a 1 para a Alemanha. O ano da invasão de turistas estrangeiros, da construção do polêmico viaduto da Avenida Antônio Sales, das eleições, do fogo cruzado entre candidatos à presidência da República e ao Governo do Estado. Mas o ano não acabou e a cidade ainda respira em meio a ebulição fomentada pela política, pela economia e por calendários nacionais que mobilizaram e esquentaram todo o país. A primeira edição do Papiro deste semestre tentou, na medida do possível, encontrar brechas entre as polêmicas do ano, pautar-se além do óbvio, do que já se esperava que fosse dito. Exercício difícil, afinal a cidade funciona como uma espécie de motor do tecido social e assim alguns assuntos parecem retroalimentados a cada instante, como o processo das obras de infraestrutura em vários pontos de Fortaleza. Como falar de outros assuntos então, sem deixar o jornal preso à cobertura que tem sido feita pelos jornais, pelas televisões e emissoras de rádio da capital? Enxergar o ponto cego, invisível para muita gente, e trazer luz a assuntos sim repetidos, porém ocultados pelos problemas da cidade exaustivamente tratados na mídia local. O que há de certo é que, mais que outros temas, o jornal laboratório produzido pelos alunos da disciplina Projeto Integrado de Jornalismo Impresso, é uma vitrine de uma importante etapa de aprendizagem. Se não temos como reproduzir fielmente um dia inteiro de fechamento do chamado hardnews, procuramos dar mais velocidade à etapa de produção e apuração das notícias. Na primeira etapa do curso, os alunos revivem os conceitos de pauta e pré-pauta, depois vão às ruas para que, de modo provocado e autônomo, proponham suas próprias pautas. A editora-chefe sugere, comenta, os repórteres se pautam, apurando o olhar sobre os fatos que podem ser notícia e atentos às premissas de interesse e importância pública. Boa leitura!
Diretor-Geral Ednilton Soárez Diretor Acadêmico Ednilo Soárez Vice-Diretor Adelmir Jucá Coordenador do Curso de Jornalismo Dilson Alexandre Editora-chefe Edma Góis Projeto Gráfico e Direção de Arte Tarcísio Bezerra Colaboraram os alunos de Projeto Integrado de Jornalismo Impresso e Design Editorial Texto Ana Beatriz Rocha, Ana Clara Jovino, Assis Nogueira, Caio Faheina, Camila Vasconcelos, Daniel
NPJor Núcleo de Produção Jornalística
Costa Souza, Erikison Amaral, Estélio Neto, Gustavo Freitas, Jarlesson Lima, Julyta Albuquerque, Laíne Monteiro, Larissa Becker, Lérida Freire, Lígia Duarte, Matheus Ribeiro Cavalcante, Zaira Umbelina Design Alexandre Fernandes, Antonio Bruno, João Silva, Stephanie Maia Bolsista Design (NPJor) Valdir Muniz Charge Deleon Denizart
Outubro de 2014 | Papiro 3
Ativismo]
Evento discute a mobilidade urbana na capital Durante o mês de setembro, a associação Ciclovida promove rodas de conversas, atividades campais e debates com os candidatos ao Governo Estadual REPORTAGEM | FOTOS Assis Nogueira DESIGN Alexandre Fernandes
N
o mês em que se comemora o Dia Mundial sem Carro, várias cidades realizaram iniciativas para chamar a atenção das pessoas para o uso de meios de transporte alternativos. Em Fortaleza, a organização não-governamental Ciclovida ampliou a programação para um mês inteiro a fim de comportar todas as atividades do projeto, passeios ciclísticos, oficinas de prática de ciclismo, rodas de conversas e debates com candidatos ao Governo Estadual. Com o tema “Conviver: uma cidade para todos”, o evento traz um calendário com atividades gratuitas distribuídas por vários pontos de Fortaleza. Para Felipe Alves, um dos integrantes da diretoria da associação, as discussões vêm em hora oportuna, já que a cidade está com várias obras de mobilidade concluídas e em andamento; faixas exclusivas e corredores para ônibus, ciclofaixas, metrô e VLT’s. No entanto, Alves
Ciclofaixa de lazer em seu primeiro dia, atraindo pessoas de todas as idades
que a bicicleta também faz parte do trânsito” comenta. Durante o mês de setembro, atividades voltadas à temática da mobilidade ocorrem também em outras cidades brasileiras, como Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Aracaju, Rio de Janeiro, São Paulo, Juiz de Fora (MG), Novo Hamburgo (RS) e Limeira (SP).
Vida de bike chama atenção para o fato de algumas obras entregues priorizarem o motorista ao invés do pedestre ou ciclista, caso das reformas nas avenidas Dom Luís e Santos Dumont. As obras que priorizam o transporte coletivo e o modo cicloviário estão previstas na Política Nacional de Mobilidade Urbana. Iniciativas como estas afetam não só a questão da mobilidade, mas também aspectos sociais, ambientais, de saúde, e econômicos da cidade. Apesar dos avanços, o
tema também causa preocupação. “Vemos ainda obras que claramente dão preferência a carros e motos, como a construção de túneis e viadutos, além da retirada de semáforos para tornar vias mais expressas”, ressalta Alves. Para o advogado Gustavo Quinderé, é preciso intensificar a criação de novos espaços de segurança e prazer para o ciclista. “O uso da bicicleta traz benefícios físicos pra todo mundo. Também é bom e ajuda os motoristas a entenderem
Um trajeto de 12 km de faixas de circulação exclusiva de ciclistas percorrendo pontos importantes da cidade, saindo do Parque do Cocó e indo até o Passeio Público, no centro da capital. Esse é o percurso do projeto Ciclofaixa de Lazer da Prefeitura de Fortaleza. A primeira edição ocorreu no dia 21 de setembro e a promessa é que aconteça todos os domingos entre 7h e 13h. O casal de ciclistas Stefano Ceccon, 43, e Laine Ceccon, 38, fez todo o percurso, ida e volta.
Eles adoraram a iniciativa e relatam que não tiveram dificuldades para usar a ciclofaixa.“É muito importante que a iniciativa continue, para se conhecer a cidade, fazer exercício e relaxar”, conta Laine. Já Stefano comenta que trocaria o carro pela bicicleta caso a implantação das ciclofaixas for intensificada.
Pro j eto C i c lo fa i xa de Lazer Aos domingos, das 7 às 13 horas Percurso: Parque do Cocó, Avenidas Sebastião Abreu, Padre Antônio Tomás,Virgílio Távora, Dom Luís, Desembargador Moreira, Beira-Mar, Almirante Barroso, Alberto Nepomuceno, Rua João Moreira e Passeio Público
Trânsito]
Ação contra o engarrafamento na Parangaba mobiliza agentes e comunidade Operação Via Livre quer desafogar trânsito em torno do shopping inaugurado há menos de um ano. População ainda duvida da eficiência da operação REPORTAGEM | FOTOS Jarlesson Lima DESIGN Alexandre Fernandes
O
tráfego no entorno do grande Montese e da Parangaba vem causando muitos problemas para pedestres e motoristas desde a inauguração do Shopping Parangaba, em novembro de 2013. Após dez meses de transtornos, a Prefeitura de Fortaleza e a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) deram início à Operação Via Livre, que tem como objetivo melhorar a fluidez no trânsito na região. A ação conta com 120 orientadores de trânsito para atuar em conjunto com a AMC. Estes coordenam o fluxo nos locais indicados de segunda a sexta, dividindo-se em turnos de seis horas de trabalho diário cada. O projeto entrou em vigor no início do mês de setembro e faz parte do Plano de Ações Imediatas de Transportes e Trânsito
Orientadores de trânsito guiam o transito nos arredores do Shopping Parangaba
(Paitt) que visa melhorias para quem trafega nos corredores do Montese e da Parangaba. Para o estudante universitário Victor Cordeiro, 26, o trânsito em Fortaleza já era muito
ruim, mas na Parangaba, depois do shopping, tornou-se ainda pior, impossível de andar em certos horários. “Já fiquei parado no trânsito por 20 minutos sem sair do lugar”.
Já o professor Thiago Freitas, 37, avalia que, com os guardas de trânsito orientando as pessoas, tudo melhorou. “Trajetos que eu demorava 30 minutos para fazer, agora faço em 10 minutos”. O maior problema do trânsito é o desrespeito de pessoas que avançam em cima das outras, fecham cruzamentos, de carros estacionados em locais proibidos atrapalhando o fluxo de veículos. “No primeiro dia em que vi a operação, presenciei alguns motoristas tentando desobedecer as ordens dos guardas, mas com o tempo tudo começou a ir bem, melhorou muito o trânsito por aqui”. O trânsito é mais intenso intenso nas vias de acesso ao shopping e terminal da Parangaba por volta das 19h. Para o projecionista do shopping Parangaba Thomas Leandro, 24, o congestionamento generalizado é
motivo de irritação. Ele elogia a iniciativa apesar de desacreditar em uma possível mudança. “A iniciativa da operação é legal, mas não vai dar jeito, pois além do grande número de veículos que ficam parados no sinal fechado, tem os carros que saem do shopping”. Para ele, modificações na rua ou um túnel de entrada e saída no shopping melhorariam a situação. No site oficial da Prefeitura de Fortaleza, o Prefeito Roberto Cláudio diz que Operação Via Livre quer garantir a presença de um efetivo de suporte à AMC, “para ajudar principalmente na obstrução de vias complicadas e no atendimento de colisões veiculares”. O prefeito declara ainda, em nota, que a operação deverá se estender para as demais áreas da cidade ao longo do ano.
4 Papiro | Outubro de 2014
Comunicação]
Portal do Coletivo Mídia Ninja alcança um milhão de acessos Site do coletivo, em que os próprios usuários podem ser os editores, ultrapassa 1 milhão de acessos em três meses REPORTAGEM Julyta Albuquerque FOTOS Coletivo Mídia Ninja/Divulgação DESIGN Alexandre Fernandes
O
site do Coletivo Mídia Ninja ultrapassou 1 milhão de acessos com apenas três meses no ar. Lançado na plataforma global de notícias, Oximity, o site do grupo permite que usuários previamente cadastrados colaborem com matérias, vídeos e imagens. Até agosto desse ano, 1.177.660 pessoas entraram na plataforma em busca de informação “alternativa” à grande mídia. Cerca de 200 colaboradores enviaram material para a o site do grupo e cerca de 390 mil acessos ao mês foram registrados. Isso um ano depois da Mídia Ninja ganhar notoriedade ao transmitir ao vivo, via celular para o Twitter, usando a rede 3G, os grandes atos em São Paulo. O grupo, que “furou” bloqueios policiais e revelou o “olhar” do manifestante, investiu na plataforma com o objetivo de organizar os conteúdos jornalísticos elaborados por núcleos do grupo em vários estados e leitores que colaboravam voluntariamente. Para o coordenador de transmissões ao vivo do coletivo, Filipe Peçanha, a página do grupo, no Facebook, que conta hoje com mais de 300 mil pessoas, não é o suporte ideal de comunicação, embora reconheça que o grupo ganhou visibilidade nas redes sociais. “No Facebook muita coisa se perde, por exemplo, por causa da uma linha do tempo. Já esse portal busca sistematizar esse conteúdo e aprofundar o debate”, esclarece Peçanha.
Manifestações em 2013, em todo país, deram visibilidade à Mídia Ninja
transporte público em 20 centavos.Entre excessos e arbitrariedades de ambos os lados – manifestantes e policiais – estava a mídia tradicional. Ostensivamente repudiada durante todos os grandes atos, principalmente nas capitais, a imprensa seguia sua cobertura e mudava o tom do discurso ao longo do mês.
Como tudo começou O grupo surgiu em 2005 dentro da Rede Colaborativa “Fora do Eixo”, que se dedica à promoção
da cultura. Inspirada nos coletivos de notícias CMI – Centro de Mídia Independente–, Al Jazeera e Democracy Now, a Mídia Ninja conta hoje com 100 colaboradores trabalhando exclusivamente nos projetos de jornalismo. Somente em 2011, o grupo passou a estreitar relações com movimentos sociais e outros coletivos de midialivrismo, apurando seu olhar para as questões sociais mais amplas e que circundavam seus componentes, como, por exemplo, as questões de moradia e cultura digital.
Os materiais (textos, fotos e vídeos) foram produzidos e editados durante as manifestações, tudo no “calor” dos acontecimentos. Os jornalistas do grupo, no centro dos acontecimentos, faziam entrevistas sem “segurar a mão”, indagando autoridades e questionando manifestantes.
Colaborativismo pelo mundo As mudanças e lutas sociais que determinados países têm enfrentado na última
“Mês que abalou o Brasil” Em junho de 2013, o improvável aconteceu. Depois de anos de silêncio e conivência, o povo brasileiro saiu às ruas e cobrou mudanças, novas posturas e seriedade na administração do país. Manifestações populares, conclamadas pela internet, “estouraram” rapidamente em várias cidades, pondo em alerta governo e imprensa. O estopim do que viria a ser o “mês que abalou o Brasil” ocorreu em São Paulo, quando o Governo do Estado reajustou as passagens do
Colaborativismo social: ação do coletivo Mídia Ninja se soma a série de manifestações no país e no exterior
década – como é o caso de Egito e Espanha - foram alavancadas pelo acesso massivo da população à internet e às tecnologias que proporcionam rápida veiculação de materiais e debates, principalmente em redes sociais, tornando o fazer jornalístico livre de “amarras” do poder das empresas de comunicação, em uma atitude radical e alternativa. Islândia e Tunísia também passaram por movimentos semelhantes. A Islândia elaborou, pela internet, em um contexto colaborativo, a nova Constituição do país, caso único até então no mundo. Para o jornalista e colunista do Jornal O Povo,Tarcísio Matos, essa nova experiência de comunicação é muito importante para enriquecer democracias. “Não podemos esquecer que contribuir noticiosamente é um grande responsabilidade, então não nos esqueçamos das nossas premissas básicas para um jornalismo bonito e motivador de mudanças”.
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Outubro de 2014 | Papiro 5
Capa]
Bolha imobiliária em Fortaleza está descartada Apesar da diminuição do número de lançamentos, a capital é a segunda cidade do país em aumento de preço por metro quadrado REPORTAGEM | FOTOS Zaira Umbelina DESIGN Alexandre Fernandes
P
esquisa do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon/CE) mostra que o volume de vendas de imóveis entre os meses de junho e agosto de 2014 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. A pesquisa também constata que houve redução no número de lançamentos de empreendimentos imobiliários na capital neste ano. Nos últimos três meses, foram movimentados R$ 87,1 milhões a mais para a aquisição de imóveis do que no mesmo período de 2013. Isso corresponde a um aumento de 14,89% no volume de vendas. A alta, no entanto, é acompanhada da redução de 35,81% no número de lançamentos de imóveis. Apesar disso, especialistas descartam a possibilidade da ocorrência de bolha imobiliária na capital.
com a bolha imobiliária em Fortaleza. Esse fenômeno costuma ocorrer em mercados que apresentam número elevado de demissões, fazendo com que os compradores deixem de ter liquidez para pagar a dívida e devolvam os imóveis. “O Brasil ainda não tem ambiente para bolha imobiliária porque apenas cerca de 12% do PIB brasileiro está tomado de empréstimo para financiamentos. Nos países onde ocorreram a bolha, esse percentual girava em tono de 80%”. Segundo Dias, os números mostram que o país tem muito a crescer. O economista Luciano Comin também não acredita que a bolha imobiliária chegue a Fortaleza, porém apresenta outra justificativa. “Nosso déficit habitacional ainda é muito grande e o governo está dando incentivos para quem quer comprar reduzindo a taxa de juros”.
“O Brasil não tem ambiente para bolha imobiliária.”
Preço dos imóveis
Roberto Dias. Para o coordenador do curso de Negócios Imobiliários da Faculdade 7 de Setembro (FA7) Roberto Dias, a diminuição de lançamentos imobiliários não preocupa porque o mercado ainda está em crescimento. “É natural que haja uma redução na oferta de imóveis hoje, porque o mercado cresceu muito em 2012, mas observamos que as construtoras continuam com um volume alto de vendas”. Ele acrescenta que não há motivos para preocupação
Em relação aos valores dos imóveis, dados do Índice Fipe Zap, que acompanha as variações dos preços dos imóveis em cidades brasileiras, mostra que o mercado imobiliário em Fortaleza cresceu 6,7% de janeiro a agosto de 2014. Apesar de o número ser menor do que o verificado no mesmo período do ano passado, quando foi de 7,7%, especialistas do ramo imobiliário se mostram otimistas com o volume das vendas. A capital cearense é a segunda cidade a registrar um maior aumento de preço por metro quadrado. Em primeiro lugar está Vitória, com aumento de 8,3%. Já os índices mais
Fortaleza é a segunda cidade do país em aumento de preços por metro quadrado
Para o professor Roberto Dias, não há motivos de preocupação com a diminuição de lançamento imobiliários
baixos ficaram com Brasília, -1,1% e Curitiba, 0%.
“O déficit habitacional em Fortaleza ainda é muito grande” Luciano Comin. Para Dias, os aumentos nos preços que ocorreram no ano passado foram impulsionados pela Copa do Mundo, pois se acreditou que os imóveis iriam ter valorização com as obras realizadas para o evento. Mas, apesar das oscilações, os preços dos imóveis e as vendas devem se manter estáveis. “Provavelmente não vamos ver prédios inteiros sendo vendidos em uma semana como em 2012, mas também não veremos tabelas de preços serem atualizadas constantemente”. Já o consumidor espera que os preços diminuam. A estudante Lívia Priscilla, 25, e o servidor público Wood Reis, 26 planejam se casar nos próximos anos. Eles fizeram uma poupança para dar entrada na compra de um imóvel, mas estão preocupados com a alta nos preços. “Nossa expectativa era de que os preços iriam diminuir depois da Copa do Mundo, no entanto achamos que eles não vão diminuir muito”, disse Lívia. Diante dessa perspectiva, o casal decidiu esperar por até dois anos para
adquirir um imóvel. “Não queremos nos precipitar, pois nosso interesse é fazer um bom negócio”, acrescentou.
Dica do especialista Para Luciano Comin, o cliente deve ter alguns cuidados antes de comprar um imóvel financiado. Ele recomenda que o comprador não comprometa mais do que 30% do
seu orçamento com a prestação do imóvel. Para isso, deve ser avaliado se o financiamento vai ser mais longo e com parcelas mais baratas, ou se vai ser mais curto e com prestações mais caras. “O importante é que o comprador tenha controle sobre suas despesas para não comprometer muito a sua renda e dificultar a quitação da dívida”.
Veja na tabela abaixo a variação acumulada dos preços dos imóveis nos períodos de janeiro a agosto de 2013 e janeiro a agosto de 2014:
6 Papiro | Outubro de 2014
Negócios]
Indústria do sorvete cresce no Estado do Ceará Na última década, o setor teve crescimento de 150% no Estado, alavancando vendas e atraindo novos empreendedores para esse mercado REPORTAGEM | FOTOS Camila Vasconcelos DESIGN Stephanie Maia
O
consumo de sorvete duplicou em menos de dez anos no Ceará. Os números são do Sindicato de Sorvetes (Sindsorvetes), que observou o aumento de consumo de 2,5 litros para quase 5 litros do produto por pessoa. A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS) é que a produção e o consumo de sorvetes cresça em todo o país em 2014, superando o de 2013, que foi de 6,19 litros. De acordo com o Sebrae, na última década, o crescimento do setor no Estado foi de 150%. Com qualidade e inovação, as marcas locais têm atraído milhares de consumidores que
buscam bons preços e sabores diferenciados. Um exemplo é a Pardal Sorvetes. Há mais de 20 anos no mercado, a marca foi lançada no interior do estado do Rio Grande do Norte, com o nome Picolé Caseiro e com o crescimento da demanda expandiu-se até o Ceará, onde é produzido e distribuído atualmente. A Pardal foi a idealizadora do modelo cônico, que se adapta melhor à boca, sendo copiada por outras marcas. Hoje, ela produz cerca de 40 mil picolés/ dia e 8 mil litros de sorvete. Seu Antônio, que trabalha há mais de cinco anos vendendo picolés na avenida Beira Mar, afirma que o picolé da Pardal é sempre
um dos primeiros a acabar. “No final do dia restam poucos e as pessoas acabam comprando de outras marcas”, diz. Outro exemplo de sucesso é a Frut Biss, que nasceu de forma despretensiosa, com o seu proprietário Gutemberg Costa vendendo para vizinhos e restaurantes no bairro Cajazeiras. Tudo começou após Vanda Lúcia, sua esposa, ter feito um curso de sorvete com a intenção de consumir em casa. O resultado foi tão bom, que decidiram comercializá-lo. Logo, o número de vendas aumentou e a Frut Biss se tornou empresa, sendo atualmente a segunda maior fornecedora de sorvetes do mercado
cearense. Natália Bronzeri, 23, consumidora assídua, destaca: “É um sorvete muito cremoso, não tem aquele sabor artificial que a gente nota em outras marcas, e eles sempre acertam na combinação dos sabores”. Para quem pretende investir na indústria do sorvete, as perspectivas são boas, já que o brasileiro aprendeu a consumi-lo em qualquer temperatura e vê-lo como um alimento nutritivo. Entretanto, ainda estamos longe do consumo de nossos vizinhos sul- americanos. De acordo com a ABIS, Chile e Argentina consomem em torno de 10 litros de sorvete por ano, enquanto o Brasil apenas 6 litros.
CONSUMO MÉDIO DE SORVETE POR PESSOA EM LITROS/ AN0
Tendência]
Pedidos por aplicativos-delivery devem dobrar até 2015 42% dos pedidos de comida em casa ou no trabalho são efetuados pelos novos aplicativos de delivery REPORTAGEM | FOTOS Caio Faheina DESIGN Stephanie Maia
N
a era “ponto-com”, o avanço nas mais diversas áreas para facilitar e economizar o tempo do consumidor está sendo gradativo. Pedir o jantar por ligação ou pelo site, por exemplo, é um conforto aos brasileiros, que já se torna ultrapassado. Agora, com o surgimento de aplicativos-delivery para smartphones, fazer um pedido em menor espaço de tempo e com mais agilidade está se tornando hábito entre os usuários, que são beneficiados com cardápios completos, preços e fotos dos produtos, além da indicação de tempo estimado da chegada do pedido. Segundo estimativas da Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes (ABRASEL), o mercado de delivery movimentou R$ 8 bilhões no ano de 2013. As empresas usuárias apostam no crescimento de 100% até o próximo ano. O publicitário e professor universitário Davi Rocha está satisfeito com o serviço que, segundo ele, traz comodidade e facilidade ao pedir comida de casa ou fora dela. Rocha relata que já teve complicações
ao usar o serviço, mas logo foi atendido pela empresa para resolver o problema. “Já houve complicações relativas a erros de pedido e atrasos. Entretanto, o serviço de
atendimento disponibilizado pelo restaurante contatado via app resolveu o problema com prontidão e resgatou a minha confiança no sistema”, destaca o publicitário.
A iFood, criada em 2011, como uma startup (empresa com custo de manutenção baixo, mas geradora de lucros altos) foi uma das empresas pioneiras no setor, que recebe
Aplicativos de serviços delivery mudam o velho costume de pedir comida pelo telefone. Mais praticidade e conforto são apontados como benefícios desse atendimento. O iFood contabiliza mais de 200 mil pedidos por mês
cadastros de restaurantes e oferece visibilidade e destaque na mídia. Eliminando custos de manutenção on-line, linha telefônica e divulgação em redes sociais, a empresa paga apenas uma porcentagem do valor do produto vendido à startup. De acordo com o site da empresa, a ideia de montar uma rede de delivery surgiu da percepção de um dos donos da marca, que tinha uma série de cardápios em casa. Para ele, telefonar sempre que queria pedir comida não parecia ser a melhor solução. “Um ano depois, vieram os aplicativos para Android e iOS e, com eles, o boom: a facilidade de fazer um pedido na palma da mão ajudou nosso negócio e os restaurantes locais a crescerem”, afirma o site. Hoje, com mais de um milhão de downloads do aplicativo e mais de 200 mil pedidos por mês, o iFood garante 20% de aumento no número de pedidos do restaurante filiado. No total, 1500 restaurantes, abrangendo 15 estados brasileiros, estão presentes na plataforma.
Outubro de 2014 | Papiro 7
Poluição Visual]
Grafiteiros realizam ato contra campanha eleitoral veiculada em muros Propaganda política se apropria de espaços já utilizados pelo graffiti em Fortaleza e abre uma polêmica a respeito da poluição visual e arte urbana na cidade REPORTAGEM | FOTO Gustavo Freitas/ Laíne Monteiro DESIGN Antonio Bruno
O
s muros de Fortaleza estão sendo disputados entre candidatos políticos e grafiteiros há pelo menos dois meses. Conflitos gerados pela utilização política de espaços antes preenchidos por graffitis motivou artistas da cidade a iniciarem o movimento Limpeza Geral. A ação, iniciada em setembro, pretende retirar a propaganda política veiculada de forma abusiva, substituindo-a pela grafitagem. O movimento dos grafiteiros passou a se organizar a partir da frequente atitude, tomada por equipes de campanha, que não respeitando o graffiti já presente em muros, fazia a pintura da propaganda eleitoral. Exemplo disso, foi apropriação
de um mural do escritor de graffiti, Rudson Duarte, na Avenida Rogaciano Leite, S/N, no bairro Guararapes, pelas equipes de campanha do senador, e candidato ao Governo do Estado, Eunício Oliveira (PMDB). O artista, que faz sua arte através de financiamento próprio, não criou caso e já está concluindo uma nova obra no local. O espaço em questão é um terreno baldio e, se descoberta a apropriação de um espaço sem a devida autorização, o candidato é legalmente obrigado a pagar multa ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O caso de dano à arte urbana não foi o único, assim como também não é exceção
Acima o mural feito pelo escritor de graffiti Rudsonn Duarte e abaixo a intervenção política. Arte é desrespeitada por candidatos
Artistas planejam ato em várias pontos da cidade com o objetivo de chamar a atenção para a propaganda eleitoral indevidamente posta sobre murais
a apropriação de espaços que aparentemente “não tem dono” ou apresentam aparência de abandono. O grupo Rua Fortaleza, coletivo destinado aos assuntos relacionados à toda e qualquer arte urbana, que divulgou em sua página o ocorrido, questionou o comportamento de determinados candidatos com relação à arte de rua e com o próprio artista. “Não tinha nada a ver a arte urbana com essa história”, ressaltaram, ao referirem-se ao período de campanha eleitoral. Diante de tal conflito, que é apenas um dos casos, um
grupo de grafiteiros da cidade decidiu se organizar e criar o movimento Limpeza Geral. A ação, idealizada pelo artista Narcélio Grud, que teve seus graffitis apagados pela campanha eleitoral na Avenida Aguanambi, tem como objetivo convocar os artistas urbanos locais para fazer arte ou qualquer tipo de intervenção em propagandas eleitorais que foram pintadas sem permissão. “Nada será feito sobre publicidade cujo espaço tenha a permissão do proprietário do muro”, destacou. O coletivo Rua Fortaleza reforça que a falta de respeito à
arte urbana não é somente da parte dos políticos, pelo contrário. Outros tipos de propaganda e as pichações também degradam as expressões urbanas. Em espaços onde os candidatos deixaram expressa a autorização do proprietário, o grupo não interfere. A respeito da interferência política partidária sobre alguns dos grafittis espalhados pela cidade e a visão dos candidatos sobre a arte urbana, a assessoria do candidato Eunício Oliveira, que está presente em vários casos conflituosos com grafiteiros, não se pronunciou até o fechamento da matéria. (GF)
‘Bandeiraço’ e panfletagem eleitoral poluem a cidade
Além das pinturas de muros como a da imagem acima, população reclama do desrespeito por meio da sujeira, dos bandeiraços e dos carros-de-som no período eleitoral
Além dos candidatos promoverem suas campanhas no horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio e em pinturas de muros, são feitas panfletagens, entrega de “santinhos” com o apelo ao voto e “bandeiraços” nas principais vias da capital. Os excessos dessas propagandas contribuem para a poluição da cidade, gerando desconforto para parte da população, afinal nem todo mundo vê com bons olhos tal prática. É o caso da estudante Luana Gomes, 19. Ela diz que sempre tem algum candidato na porta da universidade onde estuda. “Todo dia tem alguém entregando panfleto. Eu pego por educação, mas nunca leio, sempre amasso ou jogo no lixo. O máximo que a maioria faz é
olhar pra cara do candidato no papel e depois jogar fora”. São tantas as propagandas que mal é possível prestar atenção sequer em uma só. Um exemplo de propaganda que, ao invés de trazer convencimento político, traz irritação à população são as bandeiras no meio-fio e nas calçadas das ruas, além de atrapalhar quem tenta andar pelas calçadas, tira atenção de quem dirige. Segundo Marcos Lomonaco, 40, é quase impossível transitar nas calçadas no final da tarde, onde segundo ele, é o horário com um maior número de bandeiras nas ruas. “Umas 18h você tenta passar na calçada e tem sempre gente segurando aquelas bandeiras. Tem de ficar desviando pra não bater em você”. (LM)
8 Papiro | Outubro de 2014
Campeões]
Atletas cearenses se destacam no Campeonato Brasileiro de Karatê Os atletas de Karatê Alexandre Rosa, 21, Manoel Messias, 15, e Tayná de Lima, 12, do Projeto Bushi-No-Te foram os destaques no Campeonato Nacional Esportivo de Karatê Interestilos 2014 REPORTAGEM Matheus Ribeiro Cavalcante FOTOS Divulgação DESIGN João Silva / Stephanie Maia
O
Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF) escolheu seus 15 melhores atletas para representar o Instituto e o Estado no Campeonato Nacional Esportivo de Karatê Interestilos 2014.Com a escolha dos representantes do Instituto, o projeto conquistou ao todo 14 medalhas; três de ouro, três de prata e oito de bronze. As medalhas foram conquistadas pela participação em duas modalidades esportivas: apresentação Kumite (combate entre dois adversários) e apresentação Katá (simulação de combate detalhada, individual e por equipe).A competição ocorreu no município de Lauro de Freitas (BA), entre os dias 11 e 14 deste mês e contou com cerca de mil atletas de todas as regiões do país. Entre os destaques da equipe cearense está o aluno do projeto social, Alexandre Rosa (21). Com 44 títulos no esporte,
entre eles o de Melhor Atleta do Ano de 2013 e vice-campeão Mundial de 2014, o Karateca também trouxe para o Ceará o título de Campeão Brasileiro Esportivo nas duas modalidades que disputou.
“Através do karatê eu consegui reencontrar o meu pai. Então, agradeço a esse esporte por tudo que tenho hoje, pois ele transformou a minha vida,” Alexandre Rosa, Karateca. Para chegar ao lugar mais alto do pódio, Alexandre passou a compartilhar seus conhecimentos e ministrar aulas para uma turma infantil do projeto social. “Minha dedicação e força de vontade foram cruciais para que eu chegasse até aqui, não só como atleta, mas como pessoa
Melhores atletas do instituto foram disputar o Campeonato Brasileiro. Investimento é refletido nas medalhas conquistadas
também. Ser uma atleta de ponta e ministrar aulas ao mesmo tempo não é fácil”, conta. Atualmente o atleta, que é uma revelação da modalidade esportiva, é um dos cotados para ser convocado para a Seleção Brasileira de Karatê. Segundo o treinador do atleta e coordenador do projeto, Romilson Mariano, o campeão é um exemplo para todos dentro do Instituto. “Além de um belo atleta, Alexandre se tornou uma espécie de espelho
para os mais jovens. Todos o enxergam como um exemplo a ser seguido.”
Superação Apesar da disposição e gana para conquistar títulos e medalhas, o aluno do IBLF ainda apresenta muitas dificuldades para manter seu desempenho. A falta de investimentos no esporte e a ausência de patrocinadores são fatores que atrapalham o seu rendimento. Além disso, o atleta tem uma grande história de superação
ao longo de sua carreira. Ao fazer parte do projeto, o aluno só poderia competir fora do seu estado se tivesse a autorização do seu responsável, entretanto, Alexandre foi abandonado ainda criança pelo pai. O esporte o levou em busca do pai. “Para dar continuidade ao meu sonho de ser um grande karateca, eu precisava competir em outros estados, mas para isso, era exigido a autorização dele, foi então que decidi reencontra-lo”, afirma o lutador.
Tecnologia]
Aplicativo desenvolvido por alunos do IFCE facilita a vida acadêmica Estudantes do curso de Engenharia da Computação do IFCE desenvolvem aplicativo para celular, que permite o acesso de alunos a informações do portal da faculdade REPORTAGEM Lígia Duarte DESIGN Stephanie Maia
A
lunos do segundo e terceiro semestres do Instituto Federal do Ceará (IFCE) criaram um aplicativo para celular, o IF Notas, que transporta os dados acadêmicos do portal da faculdade para os smartphones, com o objetivo de ajudar seus colegas de turma. Em todo o Brasil alunos se juntam para desenvolver aplicativos e aprimorar seus conhecimentos, buscando investidores que os encaminhe a ter seu próprio empreendimento. Pensando nisso, estudantes do IFCE participaram de um concurso de jovens talentos na área de tecnologia, que aconteceu em maio, chamado “Hardware e Software”, onde apresentaram o aplicativo
para celulares smartphones com o sistema android. O aplicativo foi premiado com o terceiro lugar no concurso, ganhando fama por todo o campus. Entre suas funções iniciais, destacadas pelo aluno Guilherme Matias, do curso de Engenharia de Telecomunicações, estão a de verificar a aula que o aluno vai ter no dia, as notas de cada disciplina em que está matriculado e o histórico curricular. Matias afirma que é um serviço útil. “Ele facilitou muito, não preciso estar sempre conectado a internet para ver qual a minha aula de hoje, já que esse aplicativo está todo dia no meu núcleo acadêmico e disponibiliza minhas informações”. Os inventores Alan Jeferson, David
Sanford e Levi Jordão, dizem que é apenas o começo e que devem aprimorá-lo. O Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFCE, Auzuir Ripardo, destaca o quanto é importante para o aluno a participação e desenvolvimento de aplicativos, pois é uma forma de preparação para futuros empreendimentos, podendo melhorar a qualidade de vida dos criadores e ajudar a alavancar a economia do país. Ele explica que o Instituto Federal do Ceará está sempre à disposição dos alunos que desenvolvem softwares. E os convida para participar de um registro feito pela instituição de ensino no Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), responsável pela propriedade
Alunos foram convidados a participar com registro do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)
intelectual. Do lucro obtido com os aplicativos desenvolvidos, um terço é destinado aos seus criadores e o restante fica para a instituição. Os criadores do IF notas estão em fase de conversas com o NIT, uma vez que pretendem conseguir o registro
na propriedade intelectual a fim de obter incentivos financeiros para a continuação do aprimoramento do software. Auzuir garante que a instituição está ciente da importância dessa invenção. “O IF Notas é um software muito promissor”.
Outubro de 2014 | Papiro 9
Empreendedorismo]
Feira de Artesanato atrai atenção nos Terminais de Ônibus Usuários dos terminais encontraram diversos artigos em bordado, argila, renda, biscuit e pedrarias com preço acessível REPORTAGEM | FOTOS Larissa Becker DESIGN Stephanie Maia
C
om o objetivo de proporcionar a comercialização do trabalho dos artesãos, contribuindo com a geração de renda para diversas famílias, uma feira de artesanato tem mudado a cena dos terminais de ônibus. Todos os meses, os artesãos cadastrados pelo programa Feira de Pequenos Negócios, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, expõem e comercializam seus produtos nos sete terminais de ônibus. O projeto é uma vitrine de divulgação dos produtos com identidade regional, por meio da comercialização de diferentes artigos.
“As vendas no terminal estão muito boas. Essa renda me beneficia de todas as maneiras.” Fátima Cristina, 46. O projeto acontece há mais de um ano em praças e outros locais de comercialização, entretanto, a exposição nos terminais se deu a partir do mês de junho. O programa
Feira de Pequenos Negócios de Fortaleza, atualmente, contempla cerca de 1400 artesãos que produzem e vendem produtos diversificados, como artigos em bordado, argila, renda, biscuit, pedrarias, artefatos em couro, fuxico, crochê, dentre outros produtos. Para a identificação nos terminais, cada artesão recebe um crachá do projeto. A partir das ações realizadas nos terminais de ônibus, os empreendedores cadastrados tiveram um aumento de mais de 100% no seu faturamento. Os artesãos que participam da feira nos terminais têm se mostrado bastante satisfeitos com o apoio recebido através do programa, como conta Fátima Cristina, 46: “Tenho sido beneficiada pelas feiras nos terminais de todas as maneiras, pois com o lucro que tenho, eu não só compro meus materiais de venda, como também já consegui fazer a reforma da minha casa”. A artesã Alice Góes, 51, comercializa produtos há cinco anos e afirma que os terminais são locais de muito movimento, por isso o lucro tem
sido satisfatório e a ajudado em casa. “A pessoa vê, gosta e compra”, disse. As feiras beneficiam não só os artesãos, como dão satisfação às pessoas que frequentam os terminais, tanto pela qualidade do produto como pelo preço acessível.
de Endereço. A inscrição é gratuita, porém, os produtos passam por uma análise antes de serem postos à venda. Além do espaço para comercialização,
os artesãos também recebem orientação ao empreendedor na gestão de empresas, permitindo continuidade e crescimento do seu negócio.
“Esse é um local de muito movimento e a renda nos ajuda em casa. A pessoa vê, gosta e compra.” Alice Góes, 51. Para participar do programa de feiras, é necessário que o artesão se cadastre na sede da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Avenida Aguanambi, 1770 – Bairro de Fátima) ou na Sala do Empreendedor, localizada em todas as Secretarias Regionais. Para isso, basta apresentar comprovante de Registro de Artesão, Documento de Identidade ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e Comprovante
Transeuntes dos terminais de ônibus se deparam com produtos expostos por artesãos da cidade
Mundial Art]
Artesãos cearenses participam de feira com produtores de todo o mundo Evento internacional pretende ajudar Aa comercialização do artesanato regional no exterior REPORTAGEM Ana Beatriz Rocha DESIGN Stephanie Maia
A
rtesãos de vários países terão seus trabalhos expostos a partir do dia 10 de outubro, no Mundial Art, no Centro de Eventos do Ceará. Produtores locais se somam ao time de expositores, em uma tentativa de fazer com que o artesanato cearense ganhe reconhecimento no mercado internacional. Organizado pela Associação do Bem Estar dos Artesãos Cearenses, o evento realiza o intercâmbio cultural entre nações, expondo toda a diversidade artística típica de cada país. A feira tem como objetivo valorizar a cultura, mostrando a diversidade, criatividade e originalidade dos
artesãos, ampliando a importância econômica do artesanato no Brasil e no exterior. Andreia Sousa, assistente social e artesã, já foi para duas edições da feira, e pretende ir para a de 2014 também. “Por ter uma variedade enorme de culturas, eu consegui conhecer muitos produtos que não imaginava existir, e isso pode ser uma chance de investir em algo inovador para o mercado do Ceará”. Andreia conta ainda que inovou em seus produtos feitos de argila a partir de ideias que teve quando visitou os eventos anteriores. Mais de 20 países participam da Feira Internacional de Artesanato, dando a oportunidade de maior conhecimento na
área para quem quer aprender. Maria Zélia, professora e artesã, foi para o evento realizado no mês de agosto deste ano em Manaus (AM) e afirma que pode-se aprender muito com a cultura do estado e as diferentes culturas que presenciou durante o evento. “Moro em Juazeiro do Norte e estou amando saber que a feira irá acontecer em Fortaleza. Sou apaixonada pelo artesanato e sempre busco aprender mais, não vai ser a distância que vai me impedir”, destaca Maria Zélia. Paulo Lima é artesão e está dedicando seu tempo para produzir os produtos que vai expor durante a Mundial Art. Participou também da feira ocorrida em Manaus neste ano,
e pretende colocar em prática o que aprendeu durante o evento. Através de produtos feitos com madeira, Paulo afirma demonstrar sua paixão pelo que faz em cada traço de suas peças. “O comércio artesanal de Fortaleza é muito amplo, e vem crescendo cada vez mais. Um evento desse porte cria esperanças e nos ajuda a investir mais em nosso trabalho, pois vem gente de todo o mundo conhecer o que eu e meus amigos produzimos”, ressalta Paulo.
Made in Ceará O artesanato cearense surgiu com os índios no período pré-colonial, com técnicas passadas de geração em geração. Os colonizadores portugueses
também participaram deste processo, introduzindo a arte de trabalhar com o couro, a renda, o cordel, e outras manifestações artísticas. Os principais produtos feitos pelos artesãos locais e que podem ser adquiridos na Mundial Art são a renda, a tecelagem, o labirinto, a areia colorida, os produtos feitos de argila, o couro, metal, entre outros.
S E RV I ÇO O valor da entrada custa R$10 (inteira) e R$ 5 reais, (meia entrada) para idosos e estudantes. Crianças de até 10 anos não pagam.
10 Papiro | Outubro de 2014
Educação]
Projeto Jovem de Futuro melhora o ensino em escolas Estaduais Novas metodologias são aplicadas para melhorar a educação e tornar a escola mais atraente REPORTAGEM | FOTOS Erikison Amaral DESIGN Antonio Bruno / Stephanie Maia
A
escola de Ensino Médio Manoel Senhor de Melo Filho, localizada em Aquiraz, foi sorteada para receber o Projeto Jovem de Futuro, que através de ações educativas pode melhorar o ensino escolar. Uma das ações do projeto é o de monitoria, um reforço escolar aplicado em alunos que estão com notas abaixo da média. O projeto será implantado neste trimestre com a atuação de uma equipe composta por um monitor (aluno da escola) por equipe e dois tutores universitários.
“Matemática foi sempre uma matéria que eu sempre achei fácil, mas sempre podemos aprender mais” Josué Gomes de Sousa A ação de monitoria de matemática é dividida em cinco grupos de estudos, com um monitor para cada grupo e um tutor para todos. No contra turno, alunos que estão com dificuldades na disciplina, recebem o reforço escolar, até três vezes na semana com duração de 4 horas cada dia. Desenvolvido pelos monitores, tutores e professores, buscam o aprimoramento dos alunos, as metodologias são aplicadas de forma dinâmica em atividades comuns e jogos interativos em computadores. O monitor de matemática, Josué Gomes de Sousa, 17, do
3° ano, espera que o projeto lhe traga experiências e novas amizades. Segundo ele, ajudará os colegas com questões elaboradas e escolhidas pelos tutores e alguns professores que auxiliam o projeto. “Matemática é uma matéria em que eu nunca tive muita dificuldade, mas sempre podemos aprender mais,” disse Josué. A tutora da monitoria da Língua Portuguesa, Jeizianny da Silva Batista, 17, estudante de Educação Física, na habilitação de Licenciatura, está no 2° semestre no Centro Universitário Estácio do Ceará e espera diminuir o índice de alunos que desistem dos estudos, ajudando-os nos pontos onde eles encontram-se com mais dificuldade. “O interesse pela área da educação e o gosto de estar aprendendo e ensinando, ao mesmo tempo, foi o que me levou a participar do projeto,” afirmou. A monitoria da Língua Portuguesa ainda não começou, pois não formaram turmas até o momento. Os alunos que estão no reforço escolar esperam que essa nova metodologia de ensino traga os resultados que eles precisam para estar na média e aprender aquilo que não conseguiram acompanhar em sala de aula. As atividades aplicadas são bem específicas da disciplina contendo conteúdos dos mais diversos níveis. Muitas ações ainda estão por vir com foco no aprendizado, melhoramento do aluno e diminuição do abandono escolar.
“O interesse pela área da educação e o gosto de estar aprendendo e ensinando ao mesmo tempo foi o que me levou a particpar do projeto” Jeizianny da Silva Batista Ações que deram certo No Colégio Estadual Liceu de Caucaia, em que o projeto acontece desde 2013, houve o melhoramento dos laboratórios de ciências, física, química e biologia. Além disso, foram criados laboratórios de matemática e língua portuguesa. Com a ajuda do projeto, gincanas educativas entre alunos são feitas para dinamizar o ambiente escolar. Segundo o diretor do Liceu, Paulo Menezes, algumas ações funcionam muito bem e o projeto é muito incentivador. Em apenas um ano a escola diminuiu a evasão escolar em 40%, muito mais do que o previsto. Porém, o recurso da monitoria atrasa um pouco, desestruturando o planejamento que a escola fez, não encaixando no calendário previsto. Apesar disso, outras ações são bem resolvidas, como o “Embarca na leitura”, que proporciona a criação de uma comunidade de leitores a partir da aquisição de livros e da leitura e troca entre alunos.
Compreenda o Projeto O
Projeto
Jovem
de
Por meio do projeto, alunos têm reforço escolar. Aumento do rendimento dentro e fora da sala de aula é o principal objetivo da proposta
Futuro é uma parceria entre o Instituto Unibanco com as Secretárias Estaduais de Educação. Adotado por Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Ceará, começou em 2012 com a proposta de melhorar o currículo escolar, diminuir a evasão e tornar a escola mais atraente. Em 2011, as escolas do Ceará foram consultadas para aderir ao projeto, que recebe verbas federal e estadual a ser aplicado em novas metodologias e estruturação do ambiente escolar com foco no
aprendizado dos alunos. Segundo a 1° Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 1), responsável pelas escolas da Região Metropolitana de Fortaleza, a ideia é que todas as escolas sejam beneficiadas com o projeto. No primeiro ciclo foram sorteadas cem escolas para ser aplicado em 2012, entre todas da rede estadual do Ceará, exceto Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP’s). O sorteio acontece tanto nas escolas das Credes como da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor). No 2° ciclo, mais cem escolas e no 3° também, fase em que o projeto se encontra no momento. O projeto tem duração de três anos e os resultados já foram observados em provas como do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE, Programme for International Student Assessment (Pisa) - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e provas internas, parciais e bimestrais.
Outubro de 2014 | Papiro 11
Saúde]
Ceará está preparado para possível caso de ebola? Aeroporto Internacional Pinto Martins prevê treinamento e Hospital São José já tem plano de contingência REPORTAGEM | FOTOS Lérida Freire DESIGN Antonio Bruno/ Stephanie Maia
O
Hospital São José, referência em Fortaleza no combate a doenças transmissíveis, já apresentou plano de contingência para possíveis casos de ebola no Estado. Segundo afirmou assessoria de comunicação do hospital, profissionais estão treinados para receber e tratar pacientes que venham a ser infectados pelo vírus. A Secretaria de Saúde do Estado (SESA) não informou detalhes sobre o planejamento contra a doença, afirmando não querer assustar a população, já que as chances da doença chegar ao país são mínimas. Apesar disso, colocou em seu site a nota técnica que o Ministério da Saúde divulgou sobre prevenção e controle do ebola em pontos de entrada, no caso de Fortaleza, que tem voos diretos vindos da África. A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), em Fortaleza, também prevê treinamento, juntamente com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como o feito
no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, primeiro a simular atendimento a paciente com suspeita de ebola. “Os órgãos responsáveis já estão acertando todos os procedimentos a serem feitos. A previsão é de que todos os aeroportos internacionais do país recebam esse treinamento”, disse Manuela Brás, assessora de comunicação da Infraero na capital. Apesar do Ministério da Saúde afirmar que a possibilidade da doença chegar à América Latina é remota, secretarias da saúde em todo o Brasil já buscam planejamento contra o vírus treinando e capacitando hospitais e unidades de saúde. No Rio de Janeiro, o treinamento, coordenado pelo Ministério da Saúde, foi uma simulação em resposta a um possível caso de ebola, e contou com a participação da Anvisa, do Corpo de Bombeiros e até de companhias aérea. O teste teve início nas instalações do aeroporto e terminou no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.
A doença! O vírus já matou mais de 2.400 pessoas na África só este ano, e já é considerado o pior surto desde que foi descoberto, em 1976 na República Democrática do Congo. Os sintomas são muito parecidos com o da gripe, como febre e dores de cabeça, e o contágio é mais comum pelo contato com fluidos corporais da pessoa infectada, como saliva, urina, sangue, lágrimas. Não há cura para a doença, mas é possível tratar seus sintomas. Os pacientes devem ficar em isolamento por no mínimo três semanas para evitar que o vírus se espalhe.
Estado se prepara para atendimento em caso de suspeita de ebola na região. Profissionais foram treinados, apesar das poucas chances do contágio no CE
Reforma]
Novo Beco da Poeira será entregue em 2015 Reforma do centro comercial, um dos mais tradicionais do Centro de Fortaleza, custará 1,2 milhão à Prefeitura. REPORTAGEM | FOTOS Ana Clara Jovino DESIGN Stephanie Maia
O
novo Centro de Pequenos Negócios, mais conhecido como Beco da Poeira, será entregue no começo de 2015, após reforma orçada em R$1,2 milhão. A obra, que inclui rampas de acessibilidade, pintura, implantação de câmeras de segurança e novas instalações elétricas e hidráulicas, teve início neste semestre e tem dividido opiniões de comerciantes e clientes. Alguns permissionários estão com receio de serem prejudicados durante os quatro meses restantes da obra. “Eu não sei como vai ser, não disseram nada para a gente, o que vão fazer, como os boxes vão ficar organizados, por isso estou com medo de que atrapalhe as
vendas”, reclama a comerciante Onete Feitosa, 45. Para minimizar o impacto da obra, um esquema alternativo foi montado para que o comércio não seja prejudicado. Os vendedores foram realocados em outros 40 boxes próximos ao local da obra. Ao todo, o Beco da Poeira tem 2.100 boxes, além de seis banheiros, casa lotérica, 17 provadores, mezanino com acesso à praça de alimentação e um elevador. “A obra está sendo feita de uma maneira que afete o mínimo possível as vendas. Alguns permissionários reclamam, mas tivemos muita dificuldade para que o prefeito (Roberto Cláudio) liberasse essa verba. A gente não pode se dar ao luxo de adiar, porque dinheiro
público é assim: ou faz ou volta”, explica Regina Célia Freitas, presidente da Associação dos Permissionários. Outros concordam com a realização da obra. “Se tiver que atrapalhar um pouco, que atrapalhe. O que eu sei é que tem que acontecer, para a gente ter o retorno do que paga aqui todo mês”, disse Carlos de Sousa, 47, referindo-se a taxa de R$ 124,20 que ele e seus colegas permissionários pagam mensalmente à Prefeitura de Fortaleza. A reforma do “Beco da Poeira” faz parte do projeto de revitalização do centro, orçado em R$ 250 milhões, que prevê restauração de prédios históricos e reformas de praças em 2015.
Durante a obra, boxes foram realocados para as vendas serem afetadas o mínimo possível
Novos tempos O Beco do Poeira, nos anos 90 associado a uma das regiões mais perigosas do centro da cidade, vive um importante momento de modernização. O comércio, criado pelo ex-prefeito Juraci Magalhães, não passava
de corredores apertados e mal ventilados na Praça José de Alencar. Depois de 20 anos de funcionamento, o centro de negócios embarca no mundo online. Além de um site de compras, o Beco da Poeira está no facebook e no twitter.
12 Papiro | Outubro de 2014
Eleições 2014]
Dois milhões de jovens votarão pela primeira vez No Brasil, mais de seis milhões denovos eleitores vão às urnas no dia 5 de outubro. De acordo com o TRE no Ceará, também é expressivo o número de eleitores acima dos 70 anos que ainda querem votar REPORTAGEM | FOTOS Estélio Neto e Daniel Costa Souza DESIGN Alexandre Fernandes
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) espera seis milhões de novos eleitores em 2014, entre eles, dois milhões de jovens com idade entre 16 e 18anos, o que representa cerca de 1% do total de eleitores do país. No Brasil,o voto é obrigatório a partir dos 18 anos, mas aos 16 já é concedido o direito do voto facultativo, de acordo com o Artigo 14 da Resolução nº 21.538/2003 na Constituição Federal. Para os jovens eleitores existe certa expectativa por ter pela primeira vez o poder do voto, principalmente pela importância que ele tem dentro de uma sociedade democrática, além da responsabilidade que vem sobre ele. Heloísa Vasconcelos, 17,estudante do ensino médio, falou que desde criança acompanhava seus pais nas eleições. Ela ressaltou aimportância do voto, por acreditar ser um expressivo meio democráticode exercer a cidadania.“Independente de etnia, status social ou sexo, todos podem opinar sobre o poder e defender seus interesses”, ressaltou. A estudante Marina Maia, 16, perdeu o prazo de
A pensionista Maria Aurinete de Lima, 76 anos, se diz motivada a votar apenas pelo amor à candidata presidenciável.
cadastramento do TSE (que encerrou em maio deste ano), mas, se preocupa com pleito e defendequeo voto deve ser algo minuciosamente pensado.“Apesar de serum atoaparentemente pequeno, pode fazer diferença à toda sociedade. Não concordo com a obrigatoriedade do voto, pois, há muitas pessoas quevotamsó por
votar. Isso pode comprometer o futuro do país”, afirma. Anna Júlia Medeiros, 18, estudante de direito, que optou por não votar em 2012, ressaltou a importância de conhecer para escolher corretamente os candidatos, entendendo suas propostas, pois eles irão administrar o patrimônio da nação. O estudante de direito Matheus Faustino, 19, vai votarpela primeira vez e fala da expectativa sobre os novos governantes.“Espero que haja uma melhora, pois está complicadoviver no Brasil. Começando pela segurança e educação”, destaca.E ressalta que para resolver o problema da segurança, em primeiro lugar, deve-se investir em educação de qualidade, mas também fortalecer o sistema penitenciário, acabando com os privilégios.
A juventude e os protestos
Aposentada Maria de Oliveira, 72 anos, não sabe se vai votar nessas eleições.
Em junho de 2013 muitas pessoas foram às ruas, em todo país, reivindicar mudanças emváriasáreas como, transporte, educação, saúde e o fim da impunidade. Sobre a influência dos protestos, a estudante do ensino médio Heloisa Vasconcelos afirma acreditar que muitos,de fato,mudaram a percepção da situação do
Brasil e não se deixarãoalienar novamente,acreditando que muitos brasileiros farão escolhasmais sensatas nessas eleições.
Eleitores Brasileiros Sudeste
Fora do Brasil O TSE espera que uma média de 140 milhões deeleitores compareçam no próximo mêsde outubro para votar. Desse número, mais de 354 mil votarão no exterior, são brasileiros natos ou naturalizados em 168 cidades espalhadas pelo mundo. Miami e Nova York, nos Estados Unidos são as cidades que mais possuem eleitores brasileiros, com mais de 20 mil cada uma, seguidas por Boston (EUA), Lisboa e Londres. Essas pessoas votarão nas embaixadas, consulados brasileiros ou locais que possuam algum serviço do governo brasileiro nas respectivas cidades, sendo que terão apenas a opção para Presidente da República. O prazo de justificativa do voto caso a pessoa esteja viajando dentro do Brasil é de dois meses após as eleições e caso a pessoa esteja fora do país e só volte após este prazo, ela terá um mês após o retorno para justificar a ausência. Após três ausências não justificadas o eleitor terá o título cancelado.
43%
Nordeste 26%
Sul 14%
Norte 7,5%
Centro Oeste 7,1%
A região do país onde mais há eleitores é o Sudeste, com 62.066.282, o que significa mais de 43% do eleitorado nacional, seguido pelo Nordeste com 26% (38.218.398), o Sul com 14% (21.127.282) e do Norte e CentroOeste com 7,5% (10.794.131) e 7,1% (10.240.481) respectivamente.