Golfe busca ser popular por meio de aulas grátis Com o objetivo de popularizar o golfe, de origem escocesa, hotel promove aulas gratuitas para grupos a partir de 10 pessoas. Pág 8
1.º de junho de 2017
Cidadania
Mulheres comemoram voto de olho nos novos desafios Enquanto alg umas mulheres exercem o direito de votar, mesmo além da idade prevista por lei, outras não veem como um desejo, apesar de saber da responsabilidade em torno da escolha. O fato é que 2017 marca a passagem dos 85 anos da conquista do voto feminino, e, para além de comemorar, a data serve para lembrar os desafios que a mulher tem pela frente. Pág 5
Limpeza urbana
Alcides Freire
Alcides Freire
Bem-estar
Pet Sitter e o afeto de cuidar dos animais A profissão de Pet Sitter tem se destacado por atender a um nicho de mercado: donos de animais de estimação que precisam se ausentar, por conta de trabalho ou viagem, e querem que seus bichinhos sejam cuidados com afeto e dedicação. Pág 7
Insegurança Entorno do Dragão do Mar vive ameaça Ambulantes e funcionários de bares dos arredores do Dragão do Mar alertam para a ameaça de fechamento do comércio. Eles reclamam de sujeira, falta de segurança e presença de ambulantes não cadastrados. Pág 4
PMF lança modelo de coleta seletiva A forma alternativa de recolhimento de lixo passará a ter um novo modelo em Fortaleza a partir do lançamento do Ecopolo. O objetivo é amenizar os problemas de saneamento básico e resíduos sólidos na capital. O diferencial é que o novo sistema terá sete lixeiras subterrâneas nas calçadas e no canteiro cenAlcides Freire
tral, que ficarão disponíveis para que a população faça o descarte do lixo. A iniciativa vem um ano depois da inauguração do primeiro Ecoponto na cidade, que incentiva a coleta seletiva de lixo por meio de benefícios em forma de desconto nas contas de luz ou créditos no bilhete único. Pág 3
Meio ambiente Pesquisadores questionam o cultivo indiscriminado do Nim no estado Poucos sabem, mas o Nim indiano é uma espécie exótica que, por se encontrar fora de sua área natural, é invasora e pode causar danos a outras plantas e ao habitat. Nos últimos 20 anos a planta tem se tornado uma das mais populares em todo o Ceará. Muitos a cul-
tivam para usar como inseticida e, para isso, é necessário extrair óleo de suas folhas para fazer o extrato. Pesquisadores têm se oposto ao plantio irrestrito do vegetal no solo cearense, alegando causar desequilíbrio ecológico onde é cultivado. Pág 6
2 Papiro | 1º
de junho de 2017
Editorial
Fortaleza sob um olhar alternativo
D
ilúvio de inovações. Seria um bom título para a contemporânea cidade de Fortaleza. Em toda área e em cada esquina pode se observar novidades surgindo ou assuntos e objetos antigos ganhando novas formas e perspectivas. Através das lentes dos aspirantes a jornalistas, situações que se acercam da cidade ganham novas abordagens, e até aqueles assuntos que são motivo de indignação para muitos cidadãos, recebem projetos como forma de solução. É tanta informação que precisamos dar uma pausa na correria diária, preparar um café e relaxar com uma boa leitura. Quer uma dica? O Papiro 2017.1 acaba de sair do forno! Começamos com a insegurança. Quem nunca a sentiu? Pois é, por conta dela, comerciantes localizados ao redor do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura cogitam fechar seus estabelecimentos. Alegam pouca movimentação e desvalorização do local. Com discursos carregados de indignação, os trabalhadores concluem que a falta de atenção das autoridades do município resulta em acúmulo e muita sujeira. Em contrapartida a essa situação, temos a Prefeitura dando continuidade a um projeto cujo objetivo é eliminar a sujeira, ou melhor, reaproveitá-la. A coleta seletiva do lixo é o objeto central do projeto chamado Ecoponto, e que agora se amplia com o mais novo sistema chamado Ecopolo. O incentivo às pessoas coletarem seus lixos de forma seletiva, claro, mexeu com o bolso. Os lixos recicláveis são acolhidos e, em troca, o cidadão recebe um desconto na conta de energia. Toda essa história de reciclagem nos faz pensar em meio ambiente, não é mesmo? Então, vamos nos voltar a uma plantação que está dando o que falar: o Nim indiano. A árvore vem ganhando espaço no cotidiano do povo cearense, e quem a cultiva afirma que desde a raiz à folha pode-se tirar bom proveito. Mas isso não é muito bem visto por pesquisadores, no que diz respeito à arborização. Um estudioso na área explica tudo sobre o Nim. E aí, se interessou? Confere na reportagem, que está pra lá de esclarecedora. E que tal falarmos de animais? Aqueles que criamos em casa como parte da família. Isso, os bichinhos de estimação. São seres dependentes, que necessitam de cuidados básicos e essenciais, como uma criança. Qual a novidade? Ora, eles também ganharam babás! Já pensou? Nessa reportagem você vai entender como funciona a mais nova profissão, de “Pet Sitter” (traduzido do Inglês, quer dizer babá de animal). Agora, mudando de assunto... vamos quebrar o tabu de que golfe é um esporte de elite. Você também pensava assim? Pois é, com o objetivo de popularizar o esporte, o único campo profissional no Ceará promove aulas gratuitas para todas as idades. Exatamente! De crianças a idosos, o golfe pode ser eficientemente praticado. Já cogitou aprender a praticar um esporte sem gastar nada? E, claro, como assunto marcante deste século, não poderíamos deixar de fora o empoderamento. Mais especificamente o empoderamento feminino, que cada vez mais vem sendo discutido nas diferentes áreas da sociedade. O gancho? Em 2017 o voto feminino comemora 85 anos de conquista. E a matéria faz um tour desde os fatos históricos até os atuais. Vem com a gente nessa leitura recheada de fatos novos!
Reitor Ednilton Soárez Vice-Reitor Ednilo Soárez Pró-Reitor Acadêmico Adelmir Jucá Pró-Reitor Administrativo Henrique Soárez Coordenador do curso de Jornalismo Dilson Alexandre Coordenadora do curso de Design Nila Bandeira Editora Chefe Ana Márcia Diógenes Projeto Gráfico Tarcísio Bezerra e Humberto Araújo Direção de Arte Diego Henrique e Lima Junior Editor do Núcleo de Design Editorial Humberto Araújo Estagiários de Design Wesley Galdino, Thyago Diniz e Robson Marques Editorial Ivina Rocha Colaboraram nesta edição Texto: Carina Barreira, Diogo Vieira, Guilherme Magalhães, Ivina Rocha, Lívia Carneiro, Williana Barboza Design: David Moura, Gerliane Viana, Lya Cardoso, Mairton Matheus, Maria Laura Sena, Pedro Saraiva, Victória Martha, Virna Magalhães, Williana Barboza Charge: Deleon Stu
1º de junho de 2017 | Papiro 3
Coleta seletiva Prefeitura lança proposta para manter cidade limpa Além dos 24 Ecopontos para atender à população de Fortaleza, um novo projeto será implantado para dar suporte às ações de saneamento básico REPORTAGEM Diogo Vieira | FOTOS Diogo Vieira / Galeria de Imagens da Prefeitura | DESIGN Pedro Saraiva
Ecoponto promove alternativas de coleta seletiva de lixo
P
ouco mais de um ano após a inauguração do primeiro Ecoponto na cidade, a Prefeitura de Fortaleza vai lançar mais um projeto que visa amenizar os problemas de saneamento básico e resíduos sólidos na capital. A novidade é o Ecopolo, previsto para ser inaugurado no dia seis de maio, na Av. Leste Oeste. A ideia é que se torne um novo modelo para a coleta seletiva de lixo. Os Ecopolos terão sete lixeiras subterrâneas nas calçadas e no canteiro central, que estarão disponíveis para que a população possa fazer o descarte do lixo. Mas, além de coleta seletiva, também será apresentada uma série de ações para mobilizar a população sobre educação ambiental. O programa está sendo lançado pela Prefeitura de Fortaleza com o objetivo de somar
esforços aos Ecopontos, e terá início na Regional I, com a inclusão da Av. Castelo Branco, também conhecida como Av. Leste Oeste. O prefeito Roberto Claudio disse, em sua página oficial do Facebook, que a ideia é criar um novo modelo de gestão dos resíduos sólidos para melhorar a limpeza urbana na capital. Segundo ele, a escolha
A gente acaba se reeducando na parte de reciclar o nosso lixo e ainda tem uma bonificação que é o desconto na conta de luz Diego Lima, 27
Primeiro Ecoponto de Fortaleza, localizado no bairro de Fátima
O lixo pode virar desconto nas contas de luz e no transporte público
do local de implantação ocorreu para atender aos desafios que a área apresenta em relação ao lixo. Durante a quadra chuvosa a população acaba sofrendo mais ainda com os problemas referente ao lixo, pois os resíduos descartados de forma incorreta em canteiros e calçadas causam problemas como proliferação de doenças e alagamentos. Mirtânia Ieda, diretora de Assessoria da autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (ACF OR) alerta que um dos grandes motivos para o acúmulo de lixo nas ruas também é resultado de hábitos indevidos da população e das grades geradoras, como bares e restaurantes. Estes não descartam corretamente o lixo e acabam poluindo a cidade. A Assessora disse ainda que
é preciso fiscalizar as obras da Ecofor, mas que também falta conscientização e colaboração da população no que se refere ao descarte do lixo. “As pessoas colocam o lixo no local errado e nos dias errados” disse Mirtânea, a respeito da situação dos resíduos na cidade
As pessoas colocam o lixo no local errado e nos dias errados
conto na conta de energia. “A gente acaba que se reeducando na parte de reciclar o nosso lixo doméstico e também tem uma bonificação que é o desconto na conta de luz”, afirma. Segundo Diego, muitas pessoas desistiram de utilizar os Ecopontos porque o esforço não vale tanto a pena se forem levadas apenas matérias recicláveis leves, pois o valor restituído na conta é baixo. Apesar de não achar que seja suficiente para suprir a necessidade da população, ele vê o projeto com bons olhos.
Mirtânea Ieda Ecoponto
Com 24 unidades espalhadas em Fortaleza o Ecoponto é um projeto que vem incentivando a coleta seletiva de lixo por meio de benefícios em forma de desconto nas contas de luz ou créditos no bilhete único. A Assessoria de Imprensa da AC F OR , empresa que fiscaliza as ações de saneamento e resíduos sólidos, avalia o primeiro ano de Ecoponto como positivo, apesar de não ter alcançado o resultado projetado em termos de melhorias para a região. Diego Lima, 27, mora no bairro Passaré e utiliza o Ecoponto desde que foi implantado. Para ele, foi fácil se inscrever no programa, mas não é tão cômodo levar os recicláveis para o local. Segundo Diego, o projeto é válido para reeducar a população sobre o tratamento do lixo e ainda ajuda com o des-
S E RV I ÇO Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) Fone: 3472 1772 Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (ACFOR) Fone: 3433 2789
H O RÁ R I O ECO P O N TOS Segunda a sábado de 8 as 12 horas e de 14 as 17 horas. Funcionários da Ecofor dão as orientações necessárias e recebem os materiais que são recicláveis.
4 Papiro | 1º
de junho de 2017
Insegurança Comércio do Centro Dragão do Mar ameaça fechar Ambulantes e funcionários de bares e restaurantes afirmam que sujeira, falta de segurança e presença de vendedores não cadastrados são os principais fatores para o possível fechamento dos estabelecimentos. A Polícia Militar garante que existe policiamento REPORTAGEM | FOTOS Livia Carneiro | DESIGN Gerliane Viana | Victória Martha
O
comércio no entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura está ameaçado pela insegurança que moradores e turistas sentem na área. O motivo alegado é a violência cada vez mais presente no espaço, além da quantidade de lixo, uma vez que a praça no entorno do Centro Cultural não possui a quantidade de lixeiras necessárias para a demanda de pessoas que circulam na região. Com a economia brasileira em estado frágil, o que se revela pelo nível de desemprego, com taxa de 12,6%, o país tem quase 13 milhões de desempregados. Os comerciantes têm encontrado dificuldade para se estabelecer e mesmo para se manter funcionando no mercado. Vários estabelecimentos de segmentos diferentes foram e estão sendo fechados pela cidade, já outros estão cogitando a possibilidade de fechar. Este tem sido o caso de alguns bares ao redor do Centro Dragão do Mar. Apesar de nos finais de semana o lugar ser bastante movimentado, nos dias úteis da semana é registrada baixa circulação nos bares e restaurantes.
Final de semana aqui fica um caos. Muitas pessoas vem assaltar as pessoas que têm boa índole Ruan Carlos, 40
Taxistas, ambulantes e funcionários de comércios da área afirmam que o espaço está
abandonado pelas autoridades, e que muitos clientes se sentem constrangidos pela falta de organização. “Final de semana aqui fica um caos. Muitas pessoas vem assaltar, as pessoas que têm boa índole”, reclama Ruan Carlos, 40, funcionário do Amici’s Bar Fortaleza. Segundo ele, os bares podem fechar. “Isso atingeria os restaurantes e diminuiria o número de clientes. Diminuiria aquela clientela que era fiel. Diminuindo isso, lógico que vem uma baixa da venda por mês. Os restaurantes não vão bater aquela meta de todo o mês e não vão conseguir cobrir todos os custos.” A assessoria da Polícia Militar do Ceará, por sua vez, garante que o policiamento é desenvolvido pelo Batalhão de Policiamento Turístico (B P tur) e se estende até a Praia de Iracema. Existe policiamento atuante na modalidade a pé e em viaturas, inclusive com base móvel circulando nas imediações da rua dos Tremembés, diuturnamente.
Falta de organização Os próprios ambulantes reclamam da desordem. Eleotério da Silva, 59, é ambulante há 18 anos e defende a regulamentação dos ambulantes. “Aqui na praça está bagunçado, mas são trabalhadores. Deveriam organizar os ambulantes. Não deveriam tirar eles, deveriam cadastrar. Temos que pagar colégio, casa, temos que nos alimentar, precisamos dessa condição de trabalho”. Apesar de a polícia garantir que há policiamento, tanto os turistas, como os funcionários dos bares, ambulantes e
Presença de ambulanntes é a principal reclamação dos donos de bares
O movimento no entorno do Centro Dragão do Mar tem registrado queda
taxistas se mostram preocupados. “A segurança daqui é péssima. Tem um posto policial aí que não adianta muito. Tem muito ambulante aqui na praça, mas são trabalhadores. O que tá acontecendo é que o pessoal está vindo com som. A polícia assiste o cara montar o aparelho de som e, no lugar de haver a prevenção, eles deixam juntar umas mil pessoas, ai dá problema. Você sabe que você conter 5 pessoas é diferente de você conter 200”, reforça Francisco Ribeiro, 56, taxista. “Além de falta de policiamento, há acúmu lo mu ito grande de sujeira. Aqui não tem muitas lixeiras para a quantidade de gente que vem por aqui, não possui lugar para estacionar. Por aqui também rola muita droga ilícita, a polícia vê e não faz nada. O problema nem são os ambulantes e sim pessoas de má índole que rodam por aqui querendo assaltar” ressalta Benedito Silveira, 18, estudante. Para muitos dos que circulam pelo entorno do Dragão, se não houver uma revitalização da praça ocorrerá sérias consequências, como um número menor de visitantes no Centro cultural, abandono da praça e aumento da violência na região. “Se as coisas não mudarem na praça, no quesito de segurança, em limpeza e organização, as pessoas vão começar a migrar
e a ir para outros lugares. Isso vai afetar muito os ambulantes, bares e restaurantes que dependem da circulação de pessoas para poderem trabalhar”, destaca João Vitor de Almeida, 20, estudante.
Se as coisas não mudarem na praça, no quesito de segurança, em limpeza e organização, as pessoas vão começar a migrar e a ir para outros lugares João Vitor de Almeida, 20 Muitos afirmam que os bares migrariam para a Aldeota ou para a região do Benfica, esses locais tiveram um aumento do comércio de entretenimento e têm forte presença de jovens e de pessoas que procuram divertimento. Outro fator que facilitaria a migração para essas regiões seria o favorecimento da localização. “A presença na Aldeota e no Benfica seria ótimo por conta de ônibus, que não falta na região e, por ser no
Centro da cidade, fica perto pra todo mundo”, afirma Hugo Carneiro, 19 anos, estudante. Apesar de ser procurada repetidas vezes, a Assessoria do Centro Cultural Dragão do Mar optou por não responder a partir do que classificou como especulações.
Francisco Ribeiro é taxista
S E RV I ÇO Polícia Militar E-mail: comunicacao@pm.ce. gov.br Fones: 3101 3546 / 3101 3569 Dragão do Mar E-mail: imprensa@ dragaodomar.org.br Fones: 3488 8617 / 3488 8625
1º de junho de 2017 | Papiro 5
Cidadania 85 anos do voto feminino: avanços e mudanças Participação política e empoderamento, do que antes era o sexo frágil, permeiam as discussões e demarcam diferenças de opiniões REPORTAGEM | FOTOS Willianna Barboza, internet | DESIGN Willianna Barboza, Mairton Matheus
P
recisamente 85 anos depois da mulher ter direito a votar em períodos eleitorais, a importância do voto ainda divide as mulheres. Ao mesmo tempo, a discussão sobre a participação política da mulher, que ainda é minoritária, vem sendo estudada por especialistas. A história mostra os fatos. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas, após intensa campanha nacional, assinou a lei que daria às mulheres o direito do voto no Código Eleitoral Provisório (Decreto 21076). Mas esse direito ainda se restringia às mulheres casadas, a partir da autorização de seus maridos, às viúvas e solteiras com renda própria. Não satisfeitas, as mulheres intensificaram os movimentos reivindicatórios. Em 1934 as restrições foram eliminadas do Código Eleitoral, e, embora a obrigatoriedade ainda fosse um dever somente masculino, agora as mulheres já podiam votar e se eleger. Segundo Maria Ilná Rocha Barbosa, aposentada que faz questão de votar aos 71 anos, o voto é uma forma de exercer sua cidadania. Ela diz que continuará votando enquanto se julgar capaz. Dona Ilná fala que tirar o titulo não foi complicado. Mesmo em Apodi (RN) em 1963, quando tinha 18 anos, e ainda sem a presença da internet, o processo acontecia por meio do papel. O título foi seu primeiro documento e só a partir dele tirou carteira de identidade (RG) e CPF. “A votação já era secreta, mas no lugar da urna eletrônica tinham fichas e caneta. Os papéis continham o lugar a ser ocupado e o nome dos candidatos, onde marcávamos nosso candidato,
Maria Ilná Rocha Barbosa, aposentada
assinávamos e colocávamos dentro que uma urna, que era como uma espécie de cofre”. Por ser manual, o resultado demorava de três a quatro dias para sair, às vezes até mais. Na época, nenhuma mulher exercia cargos na politica. Embora já fosse liberado, muitas ainda eram ligadas ao tradicionalismo. Votar livremente e ser mesária, assim como ela, era o mais próximo que chegavam de cargos ligados à política. “Gosto de ver mulheres em cargos políticos hoje em dia, acho importante. Elas têm a capacidade de exercer várias atividades ao mesmo tempo e acredito que isso facilita no seu papel político. Temos total capacidade em conciliar atividades e ocupar qualquer cargo na política de um país” afirma Maria Ilná. Hoje em dia ela não tem mais a obrigação de votar por ter mais de 70 anos, mas diz que continuará a votar mesmo as-
Socióloga política Carla Michele
sim “Sei que muitas mulheres lutaram por essa conquista, e particularmente gosto de votar. Acompanho desde as propagandas até a apuração. Gosto de me manter informada sobre meus candidatos. Acho que o voto é um direito da sociedade e o exercerei enquanto me achar capaz”.
Antigamente, a mulher era vítima da sociedade, não tinha voz ou coragem para enfrentar Maria Ilná, 71
“Antigamente a mulher era vítima da sociedade, não tinha voz ou coragem para enfrentar. As meninas cresciam ajudando seus pais. Muitas vezes
eram obrigadas a se submeterem a casamentos arranjados”, observa dona Ilná. Ela destaca que hoje a mulher é livre, pode estudar e seguir a carreira que quiser. “Pode trabalhar fora de casa e viver sua liberdade. O preconceito ainda existe, principalmente da parte masculina, mas as mulheres são bem mais corajosas que na minha época, e estão lutando cada dia mais por seus direitos”. Para Vitoria Régia, estudante de 16 anos que está prestes a tirar o titulo, o voto é tido como uma grande responsabilidade. “Acho que o voto é importante de certa forma, pois assim podemos ajudar a escolher quem vai cuidar do nosso país. Mas não acho que mude algo em minha vida. Por ser obrigatório, não votar me impossibilitaria de fazer muitas coisas”. Ao mesmo tempo Vitória reconhece que “É importante
que no Brasil seja obrigatório. Se não fosse, poderia se tornar algo visto como desnecessário pela população”. Já a respeito da presença feminina na política, ela diz que a mulher hoje tem o seu lugar e o seu direito de ser livre.
Empoderamento Segundo a Socióloga especializada em política, Carla Michele, “A participação feminina na política é de fundamental importância, principalmente se nós considerarmos que na sociedade brasileira a maioria da população é formada por mulheres”. A socióloga obser va que mesmo a participação feminina já sendo uma realidade, ainda há caminho a ser percorrido. O espaço da política é masculino e há um grande desafio para que realmente as mulheres tenham condição de disputar campanhas eleitorais.
A luta das mulheres por igualdade
Passeata da luta pelo voto feminino
O tema do empoderamento feminino ficou conhecido, internacionalmente, quando, em 1987, em Londres, foi usado pela primeira vez o termo “Girl Power”. Até hoje essas palavras são usadas mundialmente para caracterizar o poder, independência e autossuficiência feminina. Na década de 1990 o movimento se caracterizou cultu-
ralmente e, do início de 2000 até os dias de hoje, a campanha tem crescido, sendo apoiada principalmente por mulheres famosas ao redor do mundo. O movimento consiste na participação social das mulheres, garantindo que a sociedade esteja ciente sobre sua luta por direitos. Entre eles, a total igualdade entre os gêneros, o posi-
cionamento das mulheres em todos os campos sociais, políticos e econômicos, e a busca do direito de ter mulheres participando de debates públicos. Além de promover que mulheres tomem decisões que sejam importantes para o futuro da sociedade, principalmente nos aspectos que estão relacionados com a mulher.
6 Papiro | 1º
de junho de 2017
Meio ambiente Benefícios do Nim para a caatinga são questionados Diversidade da flora nativa nacional deve ser valorizada em detrimento das espécies exóticas, afirma professor da Universidade Federal do Ceará REPORTAGEM | FOTOS Guilherme Magalhães | DESIGN David Moura
Só o fato de plantar não repele insetos. É preciso extrair um óleo das folhas
A
pesar da popularidade que o Nim indiano vem obtendo no Ceará há quase 20 anos, muitos pesquisadores têm se oposto ao plantio irrestrito do vegetal no solo cearense, alegando causar desequilíbrio ecológico onde é cultivado. A Azadirachta indica, conhecida como Nim indiano ou Amargosa, é uma árvore proveniente da Índia, introduzida no Brasil na década de 1990 para fins diversos, como a produção de folhas para extração de óleos de essências e ornamentação. A planta se popularizou pelo Ceará, sendo cultivada tanto no interior quanto na capital, não sendo raro encontrá-la na arborização de praças e avenidas de Fortaleza. Pouco tempo após sua introdução, percebeu-se sua capacidade para compor a arborização urbana, disseminando-se por praticamente todos os municípios do estado. Entre os motivos de sua popularização entre a população estão: produção de sombra por conta de sua copa densa e fechada, rápido crescimento e múltipla utilidade, aproveitando-se o fruto, madeira, folhas e casca, sendo conhecido popularmente como “ a planta que serve para tudo”.
O Nim também é considerado invasor na Austrália, América Central, República Dominicana e em diversos países do continente africano Para o aposentado José Edilson Madeira, 75, o cultivo de Nim é muito útil para a agricultura familiar, pois de suas folhas é possível extrair um óleo com potencial inseticida. Depois de um processo de diluíção em água, o extrato pode ser utilizado para repelir diversos insetos e mosquitos, assegurando a integridade da plantação contra possíveis pragas de forma sustentável.
Lei x Tradição
As alterações provocadas pelo Nim inibem o crescimento de outras espécies
Mesmo caindo no gosto do povo, há perigo em seu cultivo irrestrito. Segundo Lamartine Soares Cardoso de Oliveira, 31, professor de Silvicultura do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará (U F C ), o Nim se configura como uma espécie exótica, por se encontrar fora de sua área natural de ocorrência e distribuição; e invasora, por causar danos a outras plantas ou ao habitat. Por ser de fora do Ceará e do país, ele apresenta vantagens competitivas sobre as demais, favorecido pela ausência de inimigos naturais, ganhando assim a capacidade de se proliferar.
Danos Ambientais Entre os possíveis danos causados pelo Nim estão a alteração de produtividade do sistema, ciclo hídrico, ciclos de fogo, cadeia alimentar e disponibilidade de luz para outras árvores. As sementes são de alta dispersão e produzidas durante quase o ano inteiro, germinando muito rápido e concorrendo com as demais culturas. Além disso, a decomposição das folhas e frutos no solo produz substâncias aleloquímicas, capazes de intoxicar e inibir o crescimento vegetal em seu entorno. “Essas alterações levam à extinção local de espécies nativas, podendo dizimá-las de uma região ou município”, disse Lamartine. Como possível solução, o professor aponta que a valoriza-
ção de tipos nacionais, como o Ipê, por exemplo, pode substituir a cultura de árvores exóticas.“O Nim não trás nenhum benefício, porque existem diversas espécies arbóreas nativas que podem fazer parte da arborização urbana sem nenhum problema. O Brasil tem a maior diversidade de árvores do mundo. Dessa maneira, não se faz necessário estar trazendo e utilizando espécies exóticas, ainda mais as que são invasoras.”, afirmou. Segundo estudos e o histórico de ocorrências em outras regiões do mundo, o Nim também é considerado invasor na Austrália, na América Central, na República Dominicana e em diversos países do continente africano.
rus, a febre amarela e a Chikungunya. Assim, foi criada uma tradição de plantio para proteção do lar. “Aí entra o mito popular de que plantar um pé de Nim em frente de casa espanta mosquito“, atenta o docente. “Em parte, isso é verdade. Mas só o fato de plantar, como foi plantado na nossa arborização urbana, não repele nenhum inseto. Você tem que processar as folhas, extrair um óleo, diluir em água, criar um extrato. Esse extrato é um inseticida natural, podendo ser aplicado nos mosquitos ou em uma área próxima a eles”, explicou o professor da Universidade Federal do Ceará, especializado em silvicultura.
A Lei estadual Nº 16.002, de 2 de maio de 2016, sancionada e publicada pelo Governo do Ceará, criou o Programa Estadual de Valorização das Espécies Vegetais Nativas, como forma de incentivo à “substituição gradativa das espécies vegetais exóticas invasoras por espécies nativas, de acordo com a tipologia vegetacional de cada ecossistema do Estado do Ceará.”, segundo seu artigo 2º. O programa contará com diversos projetos para combater a disseminação de espécies vegetais exóticas invasoras, como também contribuir com a preservação do ambiente natural em solo cearense. Apesar das diversas iniciativas por parte de ambientalistas e órgãos fiscalizadores, o Nim continua participando do cotidiano da população, sendo cultivado para fins cosméticos, agrícolas e econômicos. A planta pode ser encontrada principalmente no interior do estado, onde há menor fiscalização governamental e o plantio continua ainda realizado constantemente.
Não se faz necessário estar trazendo e utilizando espécies exóticas Lamartine Soares, 31 Mito x Verdade Um fator importante para a escolha do Nim pelos cearenses foi o seu potencial inseticida. A planta, à qual foi atribuída a potencialidade de repelir insetos, foi muito difundida pelo estado na tentativa de combater mosquitos como o Aedes aegypti, transmissor de doenças perigosas como a dengue, o Zika ví-
O Nim indiano é um cultivo comum no interior do Ceará
1º de junho de 2017 | Papiro 7
Bem-estar animal “Pet Sitter” e os cuidados com seu bichinho de estimação Qualificação cria profissão ascendente no mercado, voltada para serviços a todos os tipos de pets, visa a atendê-los de forma personalizada REPORTAGEM Ivina Rocha | FOTOS Acervo Pessoal | DESIGN Lya Cardoso / Virna Magalhães
U
ma nova profissão vem preenchendo a necessidade de donos de animais de estimação quando precisam se ausentar por conta de trabalho ou viagem. É a chamada “Pet Sitter”. O objetivo do profissional é atender de maneira mais aproximada possível da rotina do pet, dando o cuidado necessário e substituindo - de forma temporária - a presença do dono. A profissão pode contemplar várias funções, como visitas a domicílio para atividades de rotina na ausência do dono; passeios ao ar livre (chamados Dog Wolker); brincadeiras para o bem-estar do animal, acompanhadas por profissionais (chamadas Day Care); taxi pet, que consiste em levar ao veterinário, petshops ou outros locais; e hospedagem, quando o tutor prefere deixar o pet com alguém de confiança em tempo integral, durante sua ausência. Aos poucos, a profissão trazida dos Estados Unidos há cerca de quatro anos, vem ganhando adesão no Brasil. Tem se revelado uma oportunidade para as pessoas que gostam de animais e que estão com horas vagas, e também uma solução para os donos de pets nos momentos de necessidade. Pensando nisso, há aproximadamente dois anos a bióloga e apaixonada por animais, Nina Andrade, aderiu à profissão de “Pet Sitter”. “Eu sempre gostei muito de todos os tipos de pets e minha profissão me deixa muito próxima do mundo animal. En-
Nina Andrade busca o cachorro em casa
Raquel Pedrosa faz pausa durante o passeio para dar água aos cachorros
Sem amá-los e sem entendêlos, não é eticamente possível ser “Pet Sitter” Raquel Pedrosa
tão estudei bastante a atividade para criar o meu próprio empreendimento e exercê-la, não só com todo amor para dar, mas também com ética”, diz Nina. Antes da descoberta da profissão de “Pet Sitter”, os meios mais buscados por tutores para deixar seus pets durante as ausências, eram hotéis para ca-
chorros. Mas alguns fatores foram desfavorecendo essa opção. “Uma das vantagens é que muita gente não gosta de deixar o seu pet em hotel, porque vários imprevistos podem acontecer e porque anula um pouco a rotina do animal. E então tem gente que prefere que o cachorro ou o gato fique em casa aos cuidados de uma pessoa de confiança, que possa atender de forma personalizada e cuidadosa, que não quebre sua rotina e os seus hábitos”, explica Nina, ao explicar sobre esse mais novo serviço. Entre dias corridos e viagens a trabalho, Thaís Tavares, 29, descobriu há um ano a solução para não deixar sua cadela para Shalô, de oito anos, sozinha em casa, com parentes ou em hotel para cachorros. “Em um momento que precisei viajar de última hora, comecei a pesquisar na internet uma nova solução Shalô e encontrei o serviço de “Pet Sitter”. É um serviço que deixa a gente bem mais à vontade, pois não quebra totalmente a rotina do animal”. Ela agora se diz aliviada: “Minha shalô não precisa mais sair da rotina, pois contrato a visita a domicilio para cuidar de suas necessidades. Além de proporcionar uma atenção especial para com o animal, o serviço é mais barato que um hotel para cachorros. É bom existir uma profissão tão dedi-
cada aos animais de estimação nos dias atuais”.
Amor e qualidade Quem tem animal de estimação costuma dizer que o trabalho e a despesa com os pets são parecidos com os de quem tem filhos. Os cuidados não se limitam somente a passeios ou ter com quem deixá-los nos momentos em que é preciso se ausentar. É necessário alimentar, vacinar, banhar e outros tratamentos específicos, que variam de animal para animal. E a busca pelo serviço prestado com qualidade e conhecimento essencial na área aumenta cada vez mais.
É muito bom existir uma profissão tão dedicada aos animais de estimação nos dias atuais
cer a função. Primeiramente é preciso ter amor verdadeiro pelos animais, pois eles sentem e refletem o que sentimos. E em segundo lugar, mas não menos importante, é necessário estudar e se especializar para compreender cada comportamento. Um animal é como uma criança: precisa de atenção, cuidado e disciplina. Sem amá-los e sem entendê-los, não é eticamente possível ser ‘Pet Sitter’.” Cachorros, gatos, tartarugas e até esquilos estão entre os animais para serem cuidados no dia a dia, seja pela falta de tempo do dono ou durante um período de ausência. Diante de todas as atividades está o cuidado personalizado para o animal. “Cada um tem uma rotina diferente, desde a brincadeira ao descanso, e é preciso ter uma organização para manter os costumes, sendo necessário monitorá-los e acompanhá-los o tempo todo. Já que o ambiente é diferente do que eles moram, o correto é fazer tudo o mais próximo possível de suas rotinas”, afirma Raquel. Ter amor pelos animais e cuidá-los profissionalmente vai além de dar atenção, carinho e atender às suas necessidades básicas. Tem que saber ter o posicionamento certo diante das situações que envolvem desde a relação com o dono à relação com o pet. Raquel relata sobre a ascensão da atividade de “Pet Sitter”: “Por ser uma profissão que está ganhando bastante espaço no mercado de trabalho, um conselho é que o dono pesquise sobre a credibilidade do profissional, pois da mesma forma que quem trabalha como “Pet Sitter” precisa saber com que tipo de animal está lidando, a pessoa que deseja contratar o serviço, precisa saber que tipo de profissional está contratando. E assim estabelecer uma boa relação, para não prejudicar o animal”.
Thaís Tavares, 29
Raquel Pedrosa, formada em Direito, exerce a atividade de “Pet Sitter” há dez anos, sendo que os dois últimos em nível profissional. Ela explica sobre o diferencial que se deve ter para trabalhar com os animais: “Não é suficiente simplesmente ter tempo e querer exer-
TA B E L A D E P R EÇOS ( R $ ) Day Care - 25,00 a 45,00 Hospedagem - 30,00 a 60,00 Dog Wolker -15,00 a 35,00 Visita em casa - 30,00 a 60,00 Taxi Pet - 20,00 a 50,00
8 Papiro | 1º
de junho de 2017
Esporte Aulas gratuitas para popularizar golfe no Ceará Para quebrar o tabu de que a atividade seria para a elite vem sendo propagada a ideia de que basta juntar um pouco de teoria, algumas horas de dedicação, comprometimento com o campo e treino. Dicas valem para o jogador amador e o profissional REPORTAGEM | FOTOS Carina Barreira | DESIGN Wesley Galdino / Maria Laura Sena
O
gol fe é um espor te de origem escocesa, pouco reconhecido no Brasil. Tanto é que o Ceará possui um único campo de golfe profissional, localizado em um hotel, o Aquiraz Riviera. Na tentativa de popularizar o esporte, o clube disponibiliza aulas gratuitas para grupos de 10 ou mais pessoas. Um dos responsáveis pela iniciativa de popularizar o golfe é Maximiliano Lima, 42, que tem experiência de 20 anos como professor dessa modalidade esportiva, sendo que 7 deles no Aquiraz. Os próprios atletas do esporte tentam quebrar o tabu de que o golfe seja para a elite. O advogado Paulo Miranda, 70, golfista há 32 anos, diz que “O golfe é o único esporte que se joga até o fi m da vida. Os outros esportes dependem da condição física. O golfe não. Claro que com 86 anos não se tem a mesma força, porém temos mais técnica e concentração. É um jogo para a vida toda, para toda a família”. Enquanto o Ceará possui apenas um campo profi ssional de golfe, no Brasil são 110. A média é baixa, quando comparada à Argentina, onde o esporte é popularizado. “Em São Paulo já existem campos públicos e até semi públicos, onde é cobrado uma pequena taxa para jogar, a de green fee” explica Miranda. Quando o golfi sta não é associado há a cobrança de uma taxa para uso do campo. No Aquiraz Riviera há dois anos existe um projeto que já levou em torno de 3 mil alunos de escolas públicas, da região do Aquiraz, para conhecer o esporte e com direito a aulas gratuitas. “Eu dou uma clínica de golfe para eles, quer dizer, um ‘aulão’. Jogo dois buracos, eles assistem e depois trago eles ao campo para que joguem e faço as correções na parte técnica”, diz o professor Max, esclarecendo que os aulões são aulas em grupo. O clube disponibiliza um campo profissional e oferece uma clínica gratuita aos sábados. O horário infantil começa às 10h, com uma hora de orientação profi ssional; adultos a partir de 11h ao meio dia. Grupos são aceitos a partir de
10 pessoas, com agendamento feito por telefone.
Como se joga Para iniciar uma partida em um campo oficial, é necessário fazer um curso de golfe, ou 10 horas de aulas, para aprender o básico. Esse conhecimento mínimo é necessário para que se aprenda como segurar o taco corretamente, o movimento, a postura, um pouco sobre regras e até a etiqueta do esporte. Isso é importante para qualquer pessoa que queira jogar em um campo oficial. “Não tem idade para começar e, na verdade, nem para terminar (risos). Vamos dizer que a partir dos cinco anos, quando a criança já tem certo equilíbrio, existem os tacos de plástico, que são próprios para começar a brincar de golfe. Da mesma forma que já vi pessoas comemorando o centésimo aniversário com um torneio de golfe”, destaca o treinador. “A regra básica é não tocar na bola durante o jogo. A não ser que você sinalize”, exclama Maximiliano. Ganha o jogador que coloca a bola no buraco em menor quantidade de tacadas. Há diferentes níveis de jogadores. É possível um jogador menos habilidoso ganhar de um jogador mais experiente. Nesse caso, o jogador com maior habilidade dá ao outro jogador algumas tacadas como forma de vantagem, para que haja equilíbrio no jogo. Um torneio profissional inteiro tem a duração de, no mínimo, 4 horas.
Já vi pessoas comemorando o centésimo aniversário com um torneio de golfe Maximiliano Lima, 42 A pontuação do jogo é marcada de buraco a buraco. Há campos com nove e 18 buracos, com distâncias e obstáculos diferentes. Existem buracos curtos, médios e longos. No esporte, a questão do vento é uma variável. A cada vez que o joga-
Professor orienta aluno para que flexione os joelhos para uma tacada com êxito
dor executa a tacada, por mais que ele tenha passado pelo buraco outras vezes e conheça o caminho, sempre existe um “cálculo do vento” que se faz para saber qual dos tacos o jogador deve utilizar na jogada. A maior dificuldade inicialmente é acertar a bola com o taco. É preciso habilidade para fazer o movimento, arremessar o taco, levantar e depois tentar acertar a bola. No começo esse é o principal desafio para quem está aprendendo. Logo em seguida, ao aprender a jogar, a dificuldade é tentar colocar a bola o mais distante possível, dentro do limite do gramado, que é chamado de fairway (centro do campo, caminho entre a saída e a chegada de um buraco). Não pode deixar a bola cair nos lagos, nos hazards (estacas vermelhas, brancas ou amarelas). Além da distância, é preciso manter a bola a seu alcance para fazer o mínimo de tacadas.
“Não é a força que a pessoa tem. É fazer o swing (balanço do corpo para o jogador realizar a tacada) perfeito desde o começo. O que dá velocidade é a rotação do quadril”, observa Miranda.
Equipamento Cada jogador tem altura, idade e força diferentes. O equipamento é diferenciado para essas características, após o aprendizado do jogo. Aconselha-se que o jogador faça uma medição chamada fit, quando estiver em busca do seu próprio equipamento. É uma máquina utilizada para medir a tacada. A compra é feita a partir da altura, velocidade e tacada do jogador. No caso das mulheres, o taco tem a vareta mais flexível, e a borracha por onde se segura o taco, chamado de grip, é mais fina. Isso acontece porque a mão das mulheres geralmente é menor e o taco deve ser mais leve que o masculino.
O campo de golfe em linha reta deve ter sete quilômetros, com mais ou menos 60 metros de largura. Estes são os fairways. “É como se fosse um jardim e tem que estar sendo cuidado dia após dia. A grama tem que está sempre impecável. Se de um dia para o outro não for cortada, o jogador já percebe a diferença e a bola rola menos.” adverte o professor Max. “Existe uma ideia absurda de que o golfe é esporte de elite. Não é esporte de elite. Acontece que não é popular no Brasil. É preciso popularizar o golfe no país. A popularização vem com campos públicos. É possível que os dirigentes daqui escolham periferias para apresentar o jogo”, complementa Paulo Miranda.
S E RV I ÇO Aquiraz Riviera Aulas agendadas: Fones: (85) 3391 4655 / 99699 0010