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Editora Responsável: Juliana Maria Freitas Teixeira
Editora Técnica: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo
Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo
Conselho Científico: Altivo José de Castro Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues
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Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa
Sumário ARTIGOS 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão .................................. 8749 Clodoaldo Freitas Tavares Tardocchi, Natália de Oliveira Cabral 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção - PA ......................................................................................................................................................................................... .8755 Laís Andreia Trindade Correa, Nei Mustafé Calil Junior, Monique Valéria de Lima Carvalhal 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudoeste goiano ..................................................................................................................................... 8761 Bárbara da Silva Resende, Maralice Jesuina de Carvalho Abadia, Jhenyfer Caroliny de Almeida, Sandra Regina Marcolino Gherardi 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte ....................... 8768 Sued Felipe Lacerda Barjud, Jose Pires Carvalho Neto, Aline de Oliveira Barbosa, Rosimeire Pereira da Silva, Vanusa Castro de Sousa
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Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão Avicultura, vacinação, prevenção, sanidade, patógenos.
Clodoaldo Freitas Tavares Tardocchi 2 Natália de Oliveira Cabral
Revista Eletrônica
1*
1
Mestre em Nutrição e Produção Animal, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba. *Email: c.tardocchi@yahoo.com.br. 2 Doutora em Ciência Animal, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
RESUMO Nos últimos anos, a avicultura brasileira obteve resultados crescentes revelando a eficiência do setor e seu impactante potencial na economia do Brasil. Devido a menor rusticidade das linhagens industriais, a avicultura tecnificada carrega consigo grande preocupação com a sanidade dos animais. O modelo industrializado de produção avícola mantém grandes números de animais em um mesmo lote, criando ambiente de risco de contaminação que compremete todos os animais, sendo necessário rígidos controles sanitários. Novas tecnologias e métodos têm surgido a fim de tornar mais viável e efetiva a aplicabilidade dos procedimentos de vacinação, bem como, novas vacinas que conferem mais eficiência na proteção dos animais contra doenças. A vacinação in ovo é uma técnica que busca um manejo sanitário mais eficiente, antecedendo a eclosão dos ovos. A padronização através de um processo automatizado realizado ainda no incubatório garante que todos os ovos recebam as doses de vacina corretamente, conferindo maior agilidade na realização do procedimento. A prevenção através de vacinas vivas ocorre pelo fornecimento de cepas atenuadas da Salmonella, de modo que os animais adquiram proteção contra cepas virulentas do microrganismo. Vacinas inativadas de cepas de Salmonella também são utilizadas com cepas mortas do microganismo, trazendo menos riscos de contaminação quando comparadas às vacinas vivas. As vacinas autógenas são aquelas preparadas a partir de patógenos isolados de animais infectados pertencentes ao próprio rebanho que receberá a vacinação com o intuito de curar os acometidos pela infecção e estimular a imunidade dos demais animais do rebanho. Palavras-chave: avicultura, vacinação, prevenção, sanidade, patógenos. 8749
VACCINATION TECHNIQUES FOR POULTRY DISEASE PREVENTION: A BRIEF REVIEW ABSTRACT In recent years, Brazilian poultry has obtained increasing results revealing the efficiency of the sector and its potential impact on the Brazilian economy. Due to the less rusticity of the industrial strains, the technical poultry carries great concern with the health of the animals. The industrialized model of poultry production keeps large numbers of animals in the same batch, creating a risky environment of contamination that affects all animals, requiring strict sanitary controls. New technologies and methods have emerged to make the applicability of vaccination procedures more feasible and effective, as well as new vaccines that provide more efficiency in protecting animals against disease. In ovo vaccination is a technique that seeks more efficient sanitary management, prior to hatching of eggs. Standardization through an automated process performed in the hatchery ensures that all eggs receive the vaccine doses correctly, providing greater agility in performing the procedure. Prevention through live vaccines occurs by providing attenuated strains of Salmonella so that animals acquire protection against virulent strains of the microorganism. Inactivated Salmonella strains vaccines are also used with dead strains of microoganism, bringing less risk of contamination compared to live vaccines. Autogenous vaccines are those prepared from pathogens isolated from infected animals belonging to the herd that will receive the vaccination in order to cure those affected by the infection and stimulate the immunity of other animals of the herd. Keyword: poultry, vaccination, prevention, health, pathogens.
Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão
INTRODUÇÃO
novas tecnologias e manejos adequados influenciam
Nos últimos anos, a avicultura brasileira obteve
fortemente sobre os resultados. Com relação ao
resultados
segmentos,
aumento no consumo interno, pode-se atribuir ao
revelando a eficiência do setor e seu potencial
crescentes
em
seus
trabalho de desmistificação do uso de hormônios
impactante na economia do Brasil.
exógenos como promotores de crescimento e de sua presença na carne de frango que tem ocorrido nos
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA),
últimos anos. Outro fator importante é que a carne
em relatório publicado em 2019, divulgou dados do
de frango apresenta preço menor que as demais
desenvolvimento da avicultura de 2006 até 2018.
carnes, tendo sido, portanto, um produto mais
Nesse período, a produção brasileira passou de 9,34
acessível às camadas da população com menor
milhões para 12,86 milhões de toneladas de carne
poder aquisitivo.
de frango, um aumento de 37,68% na produção. Atrás apenas dos Estados Unidos da América, o
Ao longo dos processos de seleção genética, a
Brasil é o segundo maior país produtor de carne de
característica
frango.
linhagens de aves comerciais, tornando estes animais
de
menos
rusticidade resistentes
foi a
retirada
das
exposições
de
Segundo a ABPA (2019), o consumo per capita de
patógenos, sendo necessário um manejo sanitário
carne de frango do brasileiro teve um aumento de
rigoroso.
13,42%, passando de 37,02 para 41,99 kg/habitante desde 2007 até 2018. O mercado interno absorveu
A alta densidade de animais associada ao manejo
cerca de 8,757 milhões de toneladas (68,1%) da
sanitário inadequado pode resultar em perdas
carne produzida e exportou 4.256 milhões de
significativas na produção. Não somente durante o
toneladas (33,9%). Este percentual exportado gerou
período de produção desses animais, em que a
receita de US$ 6.236 milhões para o Brasil. Tais
mortalidade devido a doenças pode comprometer
informações fazem do Brasil o maior exportador de
todo o lote, mas também, posteriormente ao abate,
carne de frango no ranking mundial.
em
que
os
produtos
podem
apresentar
contaminações por microrganismos que afetam os Em 2007, o Brasil tinha cerca de 42.481.788
seres humanos.
matrizes de corte alojadas, chegando a 48.426.232 unidades em 2017 (ABPA, 2019).
Em granjas avícolas em que, geralmente, o número de animais alojados é grande, os procedimentos de
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e
vacinação podem, em alguns casos, representar
Abastecimento (MAPA, 2018), a previsão é de que
forte
até 2028 o Brasil tenha aumento de 29,1% na
empreendimento,
produção de carne de frango, equivalendo a uma
negativamente o sucesso da produção.
impacto
produtivo
e
afetando
financeiro
para
positiva
o ou
produção de até 17.264 milhões de toneladas. Até 2028, considerando o aumento da produção e da
A via de administração das vacinas deve ocorrer em
população brasileira, espera-se que consumidor
acordo com a patogenicidade do agente. Na
brasileiro aumente em 28,8% o consumo de carne
vacinação em massa, a administração da vacina,
de frango, passando a consumir anualmente cerca
apesar de ser mais prática e relativamente de baixo
de 56,7 kg/habitante. Nas exportações, a expectativa
custo, não é a mais eficiente em virtude da pouca
é de que ocorra aumento de 33,6% até 2028,
garantia de que todos os animais do plantel tenham
chegando a exportar cerca de 5.178 milhões de
sido vacinados. A vacinação individual, embora seja
toneladas de carne.
eficiente e garanta o acesso de todos os animais à vacina, apresenta pouca eficácia, pois, exige que os
É notório o desenvolvimento da avicultura brasileira,
animais sejam manuseados um a um para que
o que surge como efeito de diversos fatores,
sejam administradas as doses.
havendo ainda expectativas razoáveis com relação ao futuro do setor. Quanto à produção, a adoção de
Novas tecnologias e métodos têm surgido a fim de
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Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão
tornar mais viável e efetiva a aplicabilidade dos
tais procedimentos pós-eclosão, melhorando o bem-
procedimentos de vacinação, bem como, novas
estar animal. Esta vacinação pré-eclosão tem efeitos
vacinas que conferem mais eficiência na proteção
sobre o desempenho animal, pelo fato de que os
dos animais contra doenças. A viabilidade, referindo-
animais são imunizados e criam anticorpos antes
se aos custos e ao tempo, deve ser satisfatória e
mesmo de entrarem em contato com os patógenos.
favorecer eficientemente o processo de aplicação. Quanto à efetividade, a técnica deve ser capaz de
O peso médio do pintainho sem o saco vitelínico
alcançar a totalidade dos animais que deverão
(YFBM) e comprimento são os principais parâmetros
receber a vacina.
que indicam os ganhos reais dos pintainhos ao considerarem o peso e tamanho dos pintainhos à
Vacinação in ovo A vacinação in ovo é uma técnica que busca um manejo sanitário mais eficiente, antecedendo a eclosão dos ovos. A administração da vacina é feita durante o período de incubação dos ovos, ou seja, antes da eclosão dos pintainhos. Em geral, é realizada no 18º dia de incubação com a aplicação de antígenos das doenças de Marek, Gumboro e Bouba Aviária, correspondendo àquela vacinação usualmente realizada de modo via subcutânea no primeiro dia pós-eclosão.
equipamentos que realizam este tipo de vacinação, partir
de
um
vacinação in ovo contra as doenças de Marek e de Gumboro associada ou não ao uso de gentamicina ®
em pintainhos da linhagem Cobb recém-eclodidos e observaram que o peso médio do pintainho, YFBM, o peso do saco vitelínico residual e comprimento do pintainho foram maiores nos animais vacinados in ovo com associação ao antibiótico. Estes resultados sugerem melhoria significativa nos animais eclodidos no tratamento em que houve associação com o antibiótico.
Atualmente, estão disponíveis no mercado alguns a
eclosão. Filho et al. (2018) avaliaram os efeitos da
procedimento
padrão.
Tal
procedimento consiste no posicionamento do ovo com a região da câmara de ar voltada para cima. O equipamento, dotado de um sistema de agulhas em que a agulha externa perfura a casca na região da câmara de ar e uma agulha interna penetra no líquido amniótico ou no músculo peitoral direito do
Probióticos são alternativas interessantes ao uso de antimicrobianos. No entanto, Yamawaki et al. (2013) ao compararem os efeitos da inoculação in ovo e da imersão em cultivo de Lactobacillus spp. em ovos ®
oriundos de matrizes da linhagem Cobb desafiadas por inoculação oral por Salmonella enteritidis de pintainhos com dois dias após a eclosão, observaram pouca efetividade de ambos os
embrião, onde é liberado o inóculo com a vacina.
tratamentos contra o microrganismo patogênico. É possível que a dosagem de Salmonella que foi
Dentre os benefícios deste tipo de vacinação,
inoculada nos animais tenha sido elevada em relação ao que ocorreria naturalmente, podendo este
destaca-se a eficácia no manejo devido a alguns aspectos
interessantes
para
o
processo
de
produção. A padronização através de um processo automatizado realizado ainda no incubatório garante que todos os ovos recebam as doses de vacina corretamente. A utilização da vacinação in ovo confere
maior
agilidade
na
realização
no equipamento e recebe a vacina de uma única vez. Os métodos convencionais para administração de vacinas para as doenças de Marek, Gumboro e Bouba Aviária exigem o manejo individual dos para
administração
subcutânea
das
doses de vacina, assim, a vacinação in ovo elimina 8751
Outro ponto que merece atenção é o abate aos 5 dias de idade, o que pode ter sido insuficiente para que houvesse efeitos significativos dos microrganismos probióticos sobre a colonização da Salmonella.
do
procedimento, pois um maior número de ovos entra
pintainhos
fator ter interferido para os resultados encontrados.
Oliveira et al. (2014) inocularam in ovo embriões de frangos de corte com Enterococcus faecium e Bacillus subtilis para avaliar a susceptibilidade póseclosão a Salmonela Enteritidis, indicando que os animais que receberam inoculação in ovo contendo E. faecium e que continuaram recebendo após eclosão tiveram redução da colonização da S. Enteritidis. Tais resultados representam eficiência no
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Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão
controle do patógeno pelo próbiótico através da
expressão autovacina, como mencionado por Cury
vacinação in ovo com subsequente administração
(1972), ao discutir o uso deste tipo de vacinação em seres humanos. Este mesmo autor já sinalizava para
pós-eclosão.
as vantagens e importância da técnica e sugeria que Vacinas vivas e vacinas atenuadas
poderia ser utilizada na produção animal devido às
A prevenção através de vacinas vivas ocorre pelo
semelhanças da patologia e bacteriologia entre seres
fornecimento de cepas atenuadas da Salmonella, de
humanos e animais.
modo que os animais adquiram proteção contra cepas
virulentas
do
microrganismo.
Vacinas
inativadas de cepas de Salmonella também são utilizadas com cepas mortas do microganismo, trazendo menos riscos de contaminação quando comparadas às vacinas vivas.
Atualmente, a expressão autovacina é usada para referir-se a vacina produzida a partir de patógenos extraídos de um animal e utilizada neste mesmo animal, sendo uma modalidade mais utilizada para animais de companhia. As vacinas autógenas são aquelas preparadas a partir de patógenos isolados de
Munis et al. (2017) testaram a efetividade de vacina
animais infectados pertencentes ao próprio rebanho
viva contra a Salmonella Heidelberg, demonstrando
que receberá a vacinação com o intuito de curar os
que animais que receberam a forma atenuada do
acometidos pela infecção e estimular a imunidade dos
microrganismo apresentaram redução no percentual
demais animais do rebanho (CARVALHO, 2007). Em
de presença da sorovar virulento em comparação
sua produção, este autor utiliza a expressão “vacinas
com os animais que não foram vacinados.
de rebanho” para este tipo de vacina.
Bertó et al. (2015), a fim de compreender os efeitos
No entanto, as primeiras mensões ao uso da técnica
de vacinas vivas e de vacinas inativadas contra
aparecem com o bacteriologista e imunologista
Salmonella Enteritidis em reprodutores de frangos
Wright, que promoveu o uso destas vacinas contra
de corte, obtiveram resultados de que em ambos os
infecções bacterianas e estabeleceu certos conceitos
tratamentos
e critérios para seu uso (NOLTE, 2009).
houve
aumento
da
produção
de
imunoglobulinas IgY sérico e de IgA mucoso, assim como incremento na proporção de monócitos circulantes em comparação com os animais que não receberam nenhum tipo de vacinação. Ao
estudarem
pintainhos
recém-eclodidos
da
linhagem Isa Brown , Varmuzova et al. (2016) nos
animais
vacinas
contendo
sorovares atenuados de Salmonella Enteritidis, Typhimurium
e
Infantis
e,
relacionada a alta especificidade da vacina que é produzida, pois utiliza agente patogênico de mesmo sorotipo
®
administraram
A principal vantagem da vacinação autógena está
posteriormente,
inocularam um grupo destes animais com cepas virulentas dos microrganismos e outro grupo com
isolado
de
animais
da
propriedade
acometida, o que confere maior eficiência neste tipo de tratamento. O uso de vacinas autógenas fornece imunidade aos animais do rebanho, reduz o uso de antibióticos de forma
terapêutica
e,
consequentemente,
reduz
prejuízos com perdas de animais (FONSECA, 2011).
cepas de Salmonella Agona, Dublin e Hadar e
Atualmente,
constataram que em ambos os tratamentos os
produzem vacinas autógenas contra Salmonella
animais apresentaram proteção quando desafiados
Gallinarum,
com as cepas não atenuadas ou com os outros
gallisepticum, Staphylococus aureus, Escherichia coli,
sorovares. Os resultados encontrados neste estudo
dentre outros microrganismos patogênicos.
pode-se
encontrar
Pasteurella
laboratórios
multocida,
que
Mycoplasma
corroboram que o uso de vacinas vivas é eficiente no fornecimento de resistência aos sorovares
CONSIDERAÇÕES FINAIS
patogênicos da Salmonella.
A vacinação in ovo traz consigo custos inviabilizam sua aquisição por pequenos ou médios produtos, no
Vacinação autógena
entanto, em comparação com os métodos de
Na literatura científica antiga é possível encontrar a
vacinação pós-eclosão, a técnica garante que 100%
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Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão
dos ovos embrionados recebam as doses de
em Portugal. Dissertação – Universidade de
vacinas, criando condição para que os pintainhos já
Lisboa/Faculdade de Farmácia, 2007.
eclodam possuídos de proteção ou resistência a
CURY, R. Autovacinas: técnicas de preparo e fatores
microrganismos patogênicos. A versatilidade desta
de eficiência. Ver. Saúde pública, São Paulo.
técnica
Volume 6. p. 371-383. 1972.
possibilita
que
seja
feita
nos
ovos
antibióticos,
CHIARELI, D.; COSATE, M. R. V.; MOREIRA, E. C.;
probióticos e mesmo a inoculação com cepas
LEITE, R. C.; LOBATO, F. C. F.; SILVA, J. A.;
atenuadas ou desativadas de patógenos.
TEIXEIRA, J. F. B.; MARCELINO, A. P. Controle
embrionados
a
administração
de
da leptospirose em bovinos de leite com vacina A vacina viva apresenta vantagens tais como a
autógena em Santo Antônio do Monte, Minas
criação de resistência nos animais pela inoculação
Gerais. Pesq. Vet. Bras. 32(7):633-639, julho.
com cepas atenuadas ou sorovares não virulentos
2012.
de microrganismos patogênicos e a adequação a
FONSECA,
qualquer via de administração.
proteção dos animais por sua especificidade quanto sorotipos
que
Suínos
bactérias.
As vacinas autógenas garantem maior eficiência na aos
B.
infectam
os
animais
da
propriedade. No entanto, são raros os trabalhos que abordam o tema e que discutem experimentalmente a eficácia desta técnica.
mais
protegidos
Disponível
de em:
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materia s/Materia.asp?secao=Pacotes%20Tecnol%F3gic os&id=23504. Acessado em 04 outubro 2019. FILHO, A.; ADORNO, D.; MARTINS, L.; FRANCA, T.; PINHEIRO, T.; MERCÊS, N.; BARBOSA, V. Vacinação in ovo associada ao uso de antibiótico: efeitos sobre os parâmetros de
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Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção - PA Revista Eletrônica
Alimento de origem animal, mercado consumidor, maciez.
*
Laís Andreia Trindade Correa¹ Nei Mustafé Calil Junior¹ Monique Valéria de Lima Carvalhal²
Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
¹Graduando do curso de Zootecnia da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR), Redenção – Pará, Brasil. *E-mail: lais.andrea1997@gmail.com. ²Professora D.Sc. do curso de Zootecnia da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR), Redenção – Pará, Brasil.
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
RESUMO
SENSORY QUALITY OF CHILLED AND FRESH
O Brasil é um dos líderes mundiais no mercado
BEEF IN THE MUNICIPALITY OF REDENÇÃO - PA
exportador e consumidor da carne bovina. Especula-
ABSTRACT
se que na região sudeste do Pará há uma
Brazil is one of the world leaders in the beef export
preferência do consumidor em adquirir carne in
and consumer market. It is speculated that in the
natura em feiras livres quando comparada com o
southeastern region of Pará there is a consumer
consumo de carnes maturadas embaladas a vácuo.
preference in purchasing fresh meat in open markets
Diante do exposto, este estudo foi conduzido com
when compared to the consumption of vacuum-
objetivo de avaliar a diferença das carnes bovinas
packed mature meat. This study was carried out with
obtidas in natura resfriadas e maturada, no que se
the objective of evaluating the difference between the
refere às características sensoriais, no município de
fresh and matured bovine meat obtained in terms of
Redenção - PA. O teste de análise sensorial foi
sensory
realizado na Faculdade de Ensino Superior da
Redenção - PA. The sensory analysis test was
Amazônia
Reunida,
de
carried out at the Faculdade de Ensino Superior da
Redenção
estado
participantes
Amazônia Reunida, located in the city of Redenção,
avaliaram a cor, o grau de hidratação, o aroma, o
state of Pará. 35 participants evaluated the color,
sabor, a maciez, a suculência e a força de
degree
cisalhamento das duas amostras de carne. Para
tenderness and strength shear of the two meat
comparar as proporções de respostas em cada
samples. To compare the proportions of responses in
atributo de qualidade da carne entre a carne
each attribute of meat quality between matured and
maturada e in natura, foi utilizado o teste do qui-
fresh meat, the Chi-square test was used, at the
quadrado, ao nível de significância de 5%. Foram
significance level of 5%. Sensory differences were
encontradas
found in the bovine meat obtained in a fresh and
localizada do
diferenças
Pará.
na 35
sensoriais
cidade
das
carnes
characteristics,
of
hydration,
in
the
aroma,
municipality
flavor,
of
softness,
bovinas obtidas de forma in natura resfriada e
mature
maturada. Dentre os atributos avaliados a maciez foi
d form. Among the evaluated attributes, tenderness
o que mais se destacou para os participantes do
was the one that stood out the most for study
estudo, despertando interesse no consumo de carne
participants, arousing interest in the consumption of
maturada.
matured meat
Palavras-chave: alimento de origem animal,
Keyword: consumer market, food of animal origin,
mercado consumidor, maciez.
tenderness.
8755
Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA
INTRODUÇÃO
sabor e suculência (ALESIO et al., 2010). Dessa
O Brasil é um dos líderes mundiais no mercado da
forma, a carne embalada a vácuo proporciona maior
carne bovina, sendo marcante sua importância entre
vida útil do produto, garantindo maior flexibilidade ao
os principais países exportadores e consumidores
consumidor, além de passar por um rigoroso
desse produto, mas os dados sobre avaliação
processo de controle de qualidade garantindo a
sensorial
procedência do produto. Já a carne in natura
sensoriais
do
consumidor
sobre
carne
escassos
da
são
os
atributos no
país.
(BRANDÃO, 2013; DELGADO et al., 2006).
resfriada comercializada nos açougues e feiras livres é
uma
carne
contaminações Nos
últimos
anos
como
a
a
várias
própria
fontes
de
manipulação
mudanças
incorreta do alimento. A estocagem a frio impede a
socioeconômicas e demográficas no país, como
multiplicação de alguns microrganismos, mas não
alterações na composição das famílias, participação
esteriliza o produto, por isso não pode melhorar o
da mulher no mercado de trabalho, urbanização das
alimento em condições precárias de sanidade;
cidades, acesso as mídias sociais pelas classes
apenas inibe o surgimento de novos agentes
sociais
(SCHLINDWEIN;
deteriorantes (RAMOS, 2007). Esse tipo de carne
KASSOUF, 2006). E dessa forma, cada vez mais,
tem um curto prazo de validade podendo ser
as pessoas buscam variar o cardápio alimentar,
deteriorada facilmente.
menos
ocorreram
exposta
privilegiadas
sendo os produtos cárneos importantes opções. Estes fatores também implicam em mudanças
Na região sudeste do Pará especula-se uma
comportamentais dos consumidores, que se tornam
preferência do consumidor em adquirir carne in
mais exigentes e buscam, alimentos mais seguros,
natura em feiras livres. Esta preferência dá-se devido
de qualidade (ABREU et al., 2012), que sejam
à crença de que os alimentos ali comercializados são
autênticos, saudáveis e tradicionais (ILBERY &
sempre frescos e de maior qualidade, não havendo
KNEAFSEY, 2000).
uma preocupação com atributos intrínsecos como maciez e sabor, o processo de obtenção da carne e
Devido à carne ser um produto perecível ela precisa
sua produção (SILVA et al., 2006). Sendo isto, um
de cuidados específicos para garantir sua qualidade.
aspecto cultural
E
representada
consumidor. Dessa forma, a análise sensorial pode
principalmente pela cor e o cheiro, é o aspecto mais
ser uma ferramenta metodológica fundamental para
evidente para o consumidor na hora de adquirir este
o conhecimento, a comparação e aceitação do
produto (RAMOS, 2007).
produto, além de determinar e verificar a real
a
qualidade
sensorial,
Dentre muitos aspectos
que podem interferir na cor da carne, a embalagem é uma delas. No Brasil busca-se o aperfeiçoamento nas
embalagens,
que
garantam
seguridade
microbiológica com ganho de vida de prateleira, sem perder qualidade nutricional e sensorial da carne
que
interfere
na escolha do
preferência do consumidor (DICK et al., 2011). Diante do exposto, este estudo foi conduzido com objetivo de avaliar a diferença das carnes bovinas obtidas in natura resfriadas e maturada, no que se refere às características sensoriais, no município de
(SILVA, 2015).
Redenção - PA.
Por isso, a carne maturada é uma boa aliada do
MATERIAL E MÉTODOS
consumidor na hora da compra, pois logo após o
O teste de análise sensorial foi realizado no
processo da desossa essa carne é embalada a
laboratório de bromatologia da Faculdade de Ensino
vácuo, para retardar o crescimento de bactérias aeróbicas putrefativas e favorecer o crescimento das bactérias lácticas. Que, por sua vez, produzem substâncias antimicrobianas, que podem provocar a redução do pH da carne (JAY, 2005), e o resultado é
Superior da Amazônia Reunida, localizada em Redenção estado do Pará. Foram utilizados 3 Kg de contra filé (Longissimus dorsi) bovino, sendo que 1,5 Kg oriundo de carne in natura e 1,5 Kg de carne
o desenvolvimento de características sensoriais
maturada.
As
carnes
foram
assadas
desejáveis, sendo as mais importantes a maciez, o
condimentos em churrasqueira elétrica à temperatura
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
sem 8756
Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA
de 200 C°, cortadas em pequenas amostras (2 cm
Tabela 1. Distribuição das frequências e percentual
de largura x 5 cm de comprimento) devidamente
das repostas dos avaliados (N = 35) com relação aos
identificadas (como “Amostra 1” e “Amostra 2” para
atributos de cor (vermelho brilhante, vermelho
controle da equipe) em recipientes plásticos e
púrpura e marrom) e grau de hidratação (seca,
servidas para os participantes individualmente que
média e úmida) da carne maturada e in natura
realizaram o teste cego.
resfriada no município de Redenção-PA
Junto
às
amostras
foi
disponibilizado
aos
provadores, talheres, água para beber entre a degustação de cada amostra e um questionário, para que os 35 participantes (13 homens e 22 mulheres), não treinados, avaliassem os seguintes atributos das amostras: cor, grau de hidratação, aroma, sabor, maciez, suculência e força de cisalhamento. Para questionário
a
isso, deveriam marcar no
opção
que
mais
considerava
adequada em cada atributo. Para avaliar os atributos cor e grau de hidratação, foram expostas aos participantes as amostras das carnes cruas, que estavam armazenadas em sacos herméticos identificados com o número da amostra.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para os demais atributos a avaliação realizada foi
A cor é a característica mais importante para o
mediante ao cheiro e degustação das amostras das
consumidor no momento da compra, e reflete o
carnes assada.
estado químico e o teor de mioglobina no músculo
Análises estatísticas Os resultados foram tabulados e organizados em planilhas para fins de avaliação da consistência e realização de análises estatísticas descritivas, foi contabilizada a frequência de respostas em cada item relacionado aos atributos de qualidade da carne (atributo cor: vermelho brilhante, vermelho púrpura, marrom; grau de hidratação: seca, média, úmida; sabor: suave, médio, forte; maciez: macia, média, dura; aroma: suave, médio, forte; suculência: pouca, média, muita; força de cisalhamento: nenhuma, média, muita). O teste Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados de todos os atributos avaliados. Para comparar as proporções de respostas em cada atributo de qualidade da carne entre a carne maturada e in natura, foi utilizado o teste do qui-quadrado, ao nível de significância de 5%.
provadores (60,00%) considerou a carne maturada de cor vermelho púrpura. Já com relação à carne in natura a maior parte dos participantes (57,15%) considerou a amostra de cor vermelho brilhante. O processo de maturação da carne pode caracterizar o escurecimento
Foram observadas diferenças significativas (P<0,05) das porcentagens de respostas com relação aos atributos avaliados na carne crua, como mostra na tabela 1.
do
produto,
e
geralmente
os
provadores associam a cor escura das carnes maturadas
com
carne
de
animais
velhos,
descartando o produto na hora da compra. O mesmo foi observado por KUSS et al. (2010) os quais afirmaram que os consumidores de carne bovina, mesmo que incorretamente, associam carnes de cores mais claras com animais mais jovens e recentemente
abatidos.
NASSU
et
al.
(2013)
explicam que a coloração vermelha-enegrecida das carnes maturadas permanece apenas durante o tempo em que fica embalada a vácuo, voltando ao normal,
RESULTADOS E DISCUSSÃO
8757
(McKENNA et al., 2005). A maior parte dos
vermelho
vivo,
quando
retirada
da
embalagem e exposta ao oxigênio. O grau de hidratação é um atributo associado à capacidade de retenção de água (CRA), pois uma carne que possui boa CRA, consequentemente terá
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA
um maior grau de hidratação. A cor e o grau de
(51,43%) considerou a carne maturada como de
hidratação das carnes são dois atributos que em
suculência média e (65,71%) descreveram a carne in
conjunto influenciam na aparência da carne, sendo
natura como de pouca suculência. O que demonstra
essenciais
por
certa preferência dos provadores para a carne
geralmente associarem a cor vermelho brilhante e a
maturada. De acordo com CALDARA et al. (2012) a
umidade média com o frescor do produto.
suculência
para
escolha
do
consumidor,
está
relacionada
a
capacidade
de
retenção de água da carne, ou seja, quando uma Na tabela 2 são descritos o percentual de respostas
carne tiver maior capacidade de retenção de água,
com relação aos atributos avaliados nas amostras
ela terá maior suculência. ZEOLA et al. (2007) citam
após a cocção.
que o processo de maturação da carne tende a
Tabela 2. Distribuição do percentual das repostas dos avaliados (N = 35) com relação aos atributos de sabor, maciez, suculência e força de cisalhamento da carne maturada e in natura resfriada no município de Redenção-PA
aumentar sua capacidade de retenção de água e ROÇA (2000) explica que o motivo deste aumento é que durante a maturação da carne ocorre uma pequena elevação no pH e a degradação enzimática da estrutura miofibrilar. O mesmo foi observado neste estudo, pois tanto a suculência como o grau de hidratação da carne maturada foi considerado maior que o da carne in natura, pelos provadores da cidade de Redenção. Dos 35 provadores que realizaram o teste de análise sensorial, 28 preferiram a carne maturada quando comparada com a in natura, o motivo foi justificado devido à carne maturada apresentar maior maciez do que a carne in natura. Como pode ser observado na figura 1. Figura 1. Porcentagem das repostas dos provadores com relação ao atributo maciez da carne maturada
Fonte: Elaborado pelo autor.
(28 consideraram a carne macia, 6 média e 1 Foram observadas diferenças significativas (P<0,05)
provador considerou a carne maturada como dura) e
nas repostas com relação à maciez, suculência,
in natura resfriada (3 provadores consideraram a
sabor e força de cisalhamento das carnes maturada
carne macia, 25 média e 7 dura) no município de
e in natura.
Redenção-PA.
Em geral, carne bovina fresca não tem sabor especifico (YANCEY et al., 2006), já a carne maturada, apresenta um sabor forte, devido ao processo
de
maturação
aumentar
o
sabor
característico da carne bovina (GORRAIZ et al., 2002). No entanto, neste estudo apenas (02,86%) dos provadores classificaram o sabor da carne maturada como de sabor forte, mostrando a aceitação dos provadores para essa carne. Com relação à suculência, aspecto considerado determinante no que diz respeito à preferência dos produtos cárneos, a maior parte dos provadores Fonte: Elaborado pelo autor. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
8758
Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA
De acordo com os resultados, fica evidente que os
motivo é o hábito, que acabaram adquirindo de seus
consumidores da cidade de Redenção classificaram
antecedentes.
a carne maturada mais macia que a carne in natura,
conhecimento sobre os procedimentos tecnológicos
preferindo a carne maturada. Conforme descrito por
relacionados às carnes. Portanto, incentivamos mais
NASSU et al. (2009) em seu estudo avaliando
estudos que objetivem divulgar os processos de
atributos sensoriais da carne bovina maturada,
tecnologia de produtos cárneos. Visando aumentar o
observaram a maciez como um dos atributos mais
consumo da carne maturada na região, pois este
importantes do produto, segundo os dez provadores
produto
que participaram de seu experimento. BORGES et
consumidor, devido a embalagem a vácuo evitar a
al. (2005) ao avaliar a maciez subjetiva da carne de
multiplicação de microrganismos aeróbios.
caprinos proveniente dos músculos Longissimus dorsi,
Semimembranosus
observaram
que
as
e
carnes
Biceps
Femoris,
maturadas
foram
consideradas mais macias quando comparadas com aquelas que não passaram pelo processo de maturação para os dois músculos estudados.
Deixando
apresenta
evidente
menor
risco
à
à
falta
saúde
de
do
CONCLUSÃO Foram encontradas diferenças sensoriais das carnes bovinas obtidas de forma in natura resfriada e maturada. Dentre os atributos avaliados a maciez foi o que mais se destacou para os participantes do estudo, despertando interesse no consumo de carne
A avaliação da força de cisalhamento refere-se à
maturada. Incentivamos mais estudos que visem
força necessária no momento de realizar o corte das
aumentar o consumo da carne maturada na região.
amostras.
O
processo
de
maturação
afeta
diretamente a força de cisalhamento e caracteriza decréscimo significativo nos valores de força de cisalhamento por meio do processo de maturação (MONSÓN et al., 2004). O que foi observado nessa pesquisa, nenhum provador atribuiu “muita” ao atributo força de cisalhamento da carne maturada.
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contrafilé
significativas
dos
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provadores participantes da análise classificaram a
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carne maturada com o aroma suave, (17,14%) com
Carlos, SP. Anais... São Carlos: UFSCar, 2010.
o aroma médio e (08,57%) com o aroma forte. Na
BORGES, A. S.; ZAPATA, J. F. F.; GARRUTI, D. S.;
carne in natura os valores foram semelhantes, sendo
RODRIGUES, M. C. P.; FREITAS, E. R.;
que (60,00%) classificaram com o aroma suave,
PEREIRA,
A.
(28,57%) com o aroma médio e (11,43%) com o
medições
instrumentais
aroma forte. Algumas propriedades sensoriais, como
dureza e suculência da carne caprina. Em:
o odor, dependem de certo tempo para serem
Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de
percebidas. Assim, alguns atributos dos alimentos
Carnes, 3, 2005. São Pedro. Anais... São Pedro.
(74,29%)
L.
F.
Embrapa
bovino
maturado
pois
resfriado."
dorsi)
Para o aroma, não foram observadas diferenças (P>0,05),
e
(Longissimus
Correlação e
Pecuária
entre
as
sensoriais
da
necessitam de certo tempo para se manifestarem,
BRANDÃO, F. S. Tendências para o consumo de
podendo-se nomear tal acontecimento de percepção
carne bovina no Brasil. Tese. Universidade
retardada (TEXEIRA, 2009).
Federal do Rio Grande do Sul, 2013. CALDARA, F. R.; SANTOS, V. M. O.; SANTIAGO, J.
Nossos resultados mostram que a há aceitação por
C.; ALMEIDA PAZ, I. C. L.; GARCIA, R. G.;
parte dos provadores da cidade de Redenção com relação à carne maturada, apesar da especulação
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Produção Animal, Salvador, v.13, n.3, p.815-824
Quando
jul. /set. 2012.
questionados
sobre
os
motivos
de
consumirem mais a carne in natura do que a carne maturada, os participantes responderam que o maior 8759
DELGADO, E. F.; AGUIAR, A. P.; ORTEGA, E. M. M. M.; SPOTO, M. H. F.; CASTILLO, C. J. C.
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
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8760
Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
Revista Eletrônica
Armazenamento, ovos, qualidade, temperatura. 1
Bárbara da Silva Resende 1 Maralice Jesuina de Carvalho Abadia 2* Jhenyfer Caroliny de Almeida 3 Sandra Regina Marcolino Gherardi
Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
1
Discentes do curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal Goiano-Câmpus Urutaí, GO, Brasil. 2 Tecnóloga em alimentos, Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí, GO, Brasil.*E-mail: Jhenyfer.caroliny@outlook.com. 3 Docente do curso de Ciência e Tecnologia em Alimentos, Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí, GO, Brasil.
RESUMO
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
Urutaí/GO, em função do ambiente de estocagem e
EVALUATION OF WHITE EGGS IN THE FUNCTION OF THE STORAGE DURING MARKETING IN A SOUTHEASTERN GOIANO CITY ABSTRACT
do tempo que permaneceram expostos durante o
The objective of this work was to evaluate the quality
período de comercialização, para tanto, foram
of eggs commercialized in the city of Urutaí / GO, in
utilizados os 3 (três) principais pontos de venda (A, B
function of the storage environment and the time that
e C) da cidade. Foram analisados o controle da
remained exposed during the commercialization
temperatura e umidade relativa do ar por meio da
period. Sale (A, B and C) of the city. Temperature
aferição diária em horário pré determinado. Para
and relative humidity control were analyzed by daily
caracterização da qualidade avaliou-se o peso do
measurement
ovo, gema, albúmen e casca, altura e diâmetro da
characterize the quality, egg weight, yolk, albumen
gema, altura de albúmen, índice de gema e unidade
and shell, yolk height and diameter, albumen height,
Haugh, porcentagem de albúmen, gema e casca e
yolk and yolk unit index, albumen, yolk and shell
pH de gema e albúmen.
percentage
O objetivo do trabalho consistiu em avaliar a qualidade dos ovos comercializados na cidade de
Para as propriedades
at
and
predetermined
yolk
albumen
pH
were
properties
were
espuma
Os
determined the stability of the foam formed and the
coloração
da
gema.
functional
To
evaluated.
e
the
and
time.
funcionais foram determinadas a estabilidade da formada
For
a
de
color of the yolk. The results showed that the storage
armazenamento influenciou negativamente sobre os
time had a negative influence on the evaluated
parâmetros
observadas
parameters, being more intense modifications in the
modificações mais intensas nos sete primeiros dias
first seven days of storage. Foam stability decreased
de estocagem. A estabilidade da espuma diminuiu
with increasing storage time in the studied climatic
com o aumento do tempo de estocagem na condição
condition, the color of the yolks showed variations,
climática
with light to dark intensities for eggs B and C in all
resultados
mostraram avaliados,
estudada,
a
que
o
sendo
coloração
tempo
das
gemas
apresentou variações, com intensidades de clara a
treatments.
escura para os ovos dos estabelecimentos B e C em
Keyword:
todos os tratamentos. Palavras-chave: armazenamento, ovos, qualidade, temperatura. 8761
storage,
eggs,
quality,
temperature.
Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O ovo é um dos alimentos mais completos da dieta
As análises foram conduzidas no período de
humana, apresenta uma composição rica em
Dezembro de 2016 a Fevereiro do ano de 2017,
vitaminas, minerais, ácidos graxos e proteínas de
sendo utilizadas 3 repetições por tratamento e 3
excelente valor biológico (RÊGO et al., 2012). Como
ovos por unidade experimental. Foram reservadas e
todos os produtos naturais de origem animal, o ovo
marcadas previamente 4 cartelas deixando-as no
também é perecível, e começa a perder sua
mesmo local em que se encontravam as demais, em
qualidade interna momentos após a postura, caso
cada um dos três pontos de venda (A, B e C) da
não sejam tomadas medidas adequadas para sua
cidade de Urutaí/GO. Semanalmente, tendo início no
conservação, sendo assim, a perda de qualidade é
dia da chegada ao comércio, 9 ovos foram
um fenômeno inevitável que acontece de forma
recolhidos destas cartelas sendo denominados de
contínua ao longo do tempo e pode ser agravado por
frescos, e o mesmo procedimento repetido aos 7, 14,
diversos fatores.
21 e 28 dias.
Segundo a Portaria n.1 de 21/02/1990 do Ministério
Durante esse período também foram aferidas a
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL,
temperatura ambiente e a umidade relativa do ar,
1990), o período para consumo de ovos frescos é de
com auxílio de um termohigrômetro digital de
30 dias e a temperatura recomendada, pela
máxima e mínima, obtendo-se assim, as médias
legislação vigente, para armazenamento do ovo
semanais. A cada semana, as amostras foram
fresco está entre 8 e 15°C com umidade relativa do
submetidas
ar entre 70 e 90%. Apesar disso, não existe no Brasil
microbiologia do curso de Medicina Veterinária do
a obrigatoriedade para que os ovos sejam mantidos
Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí. As
refrigerados durante o armazenamento, fazendo
avaliações realizadas foram determinação do peso
com que as condições que seriam ideais nem
do ovo, de gema, albúmen e casca; altura e diâmetro
sempre
de
de gema e altura de albúmen, índice de gema (IG);
comercialização em nosso país, reduzindo o prazo
Unidade Haugh (UH); pH de gema e albúmen,
de validade e favorecendo a perda de qualidade do
determinação da porcentagem de albúmen, gema e
produto (CRUZ & MOTA, 1996; RODRIGUES &
casca,
SALAY, 2001; FIGUEIREDO, 2008; XAVIER et al.,
componente em relação ao peso do ovo inteiro,
2008).
estabilidade da espuma formada e coloração de
sejam
encontradas
nos
postos
às
tomando
análises
por
base
no
o
laboratório
peso
de
de
cada
gema. De acordo com Jones & Musgrove (2005), o tempo e a temperatura são fatores importantes que devem
O peso do ovo, de gema, albúmen e casca foram
ser
de
aferidos com auxilio de uma balança semi-analítica e
armazenamento para que se mantenha a alta
a altura, diâmetro de gema e altura de albúmen
qualidade do produto. A redução da qualidade
através da utilização de um paquímetro analógico. O
interna dos ovos está associada principalmente às
índice de gema (IG) foi realizado com base nas
perdas de água e de dióxido de carbono durante o
medidas de altura da gema (AG) e diâmetro da gema
período
à
(DG), sendo IG = AG/DG. A coloração da gema foi
elevação da temperatura no ambiente. Uma vez que
determinada por meio do leque colorimétrico que
todas as alterações a que os ovos estão submetidos
possibilitou sua classificação através da comparação
em função das condições de estocagem interferem
da amostra com a escala de cores.
controlados
de
durante
estocagem,
o
sendo
período
proporcional
em sua qualidade, o trabalho objetivou avaliar a intensidade das modificações na qualidade interna e
A determinação da porcentagem de albúmen, gema
propriedades
branco
e casca, foi obtida através do peso de cada
comercializado na cidade de Urutaí/GO em função
componente em relação ao peso do ovo inteiro
do tempo e temperatura de armazenagem durante o
(Peso do componente do ovo multiplicado por 100 e
período de comercialização em uma das estações
posteriormente dividido pelo peso do ovo no dia da
do ano (quente/úmida).
análise). Para determinação do pH de gema e albúmen
funcionais
do
ovo
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
8762
Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
foi utilizado um pHmêtro devidamente calibrado. A
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Unidade Haugh foi calculada por meio da expressão
Após o monitoramento das condições de estocagem,
0,37
UH = 100 x log (h - 1,7 P
+ 7,6) sendo: UH =
temperatura, umidade relativa do ar, análise dos
unidade Haugh; h = altura de albúmen denso (mm) e
parâmetros de qualidade interna e das propriedades
P = peso do ovo (g).
funcionais dos ovos, verificou-se diversas alterações em função do tempo de estocagem durante a
A estabilidade da espuma foi obtida através da
comercialização. A rotatividade dos ovos geralmente
utilização do método de Baptista (2002) modificado.
não ultrapassou 15 dias uma vez que as vendas
As claras foram separadas e homogeneizadas com
eram constantes. Entretanto, a cada semana os
auxílio de bastão de vidro, posteriormente foi retirada
estabelecimentos recebiam novos lotes de ovos que
uma alíquota de 100 mL e transferida para um
eram colocados sobre as cartelas antigas que ainda
béquer de 1000 mL, previamente graduado com
não haviam sido vendidas, aumentando desta forma,
auxílio de uma proveta graduada de 1000 mL. A
a permanência do produto no local, predispondo a
amostra foi batida por 60 segundos em velocidade
maiores alterações. Quanto à temperatura (Tabela
máxima em batedeira doméstica, até atingir o
1), nos meses de Dezembro e Fevereiro, a
chamado “ponto de suspiro”. Posteriormente o
temperatura média variou de 26,7 (21 dias) a 29,9 (7
volume de espuma formado foi transferido para um
dias) que aliada a maior umidade relativa do ar
funil sobreposto a uma proveta graduada sendo a
observada no mesmo período corroborou para
quantidade drenada de espuma computada após 60
resultados negativos observados nos ovos, avaliados
minutos marcados em um cronômetro de acordo com
nesta época (quente e úmida).
técnica descrita por Pardi (1977) e Barbiratto (2000) Tabela 1. Média semanal da temperatura ambiente e
(Figura 1).
da umidade relativa do ar dos ovos estocados para Figura 1. Método para obtenção de volume drenado
comercialização em diferentes estações do ano
por estabilidade de espuma Dias de estocagem Frescos Período Dezembro/fevereiro
7
14
21
28
Temperatura Ambiente (°C) 28,7
29,9 28,25
26,77 27,63
Umidade (%) Dezembro/fevereiro
71
66
65
73
62
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.
Ao iniciar as análises, a primeira avaliação realizada foi a observação do aspecto externo dos ovos. Neste momento, verificou-se que alguns ovos mesmo Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.
sendo frescos já apresentavam casca fina, mais
Os dados foram submetidos à análise de variância em esquema de parcelas subdivididas no tempo, sendo os fatores estabelecimento (Supermercado 1, 2 e 3) e tempo de prateleira dos ovos (momento de
porosa e discretas fissuras (Figura 2. A). Figura 2. Observação dos ovos (A), Ovo com 15 dias apresentando presença de larvas (B) e ovo com 21 dias internamente deteriorado (C).
chegada dos ovos, 7 e 14 dias). Realizaram-se os testes
de
verificando-se
normalidade que
os
e
homocedasticidade,
dados
atenderam
às
pressuposições. Comparações de médias foram realizadas com o teste Tukey. Todas as análises estatísticas foram realizadas com o ambiente R (R Core Team, 2017) de computação estatística.
(A)
(B)
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.
8763
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
(C)
Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
Aos 15 dias alguns ovos apresentaram presença de
Tabela 2. Resumo da análise de variância do peso,
larvas e odor fétido podendo ser consequência do
albúmen, gema, casca, pH albúmen, pH gema, altura
local de acondicionamento para comercialização,
albúmen, altura gema e diâmetro gema
localizado próximo ao local de exposição de frutas e milho ensacado, favorecendo o ataque de insetos. Aos 21 dias, algumas amostras se tornaram inviáveis para análise, sendo descartadas pelo comerciante do estabelecimento A. Aos 28 dias, muitos
ovos
deteriorados,
se
encontravam
impossibilitando
a
internamente execução
das
análises (Figura 2. B e C). Foi possível verificar que nas análises realizadas nesse período quente e úmido as amostras
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.
perderam qualidade em um intervalo pequeno de tempo (15 dias). De acordo com as análises
Para as variáveis casca, altura do albúmen, pH do
estatísticas, ao se observar o peso, obteve-se resultados considerados iguais estatisticamente, nos
estatísticas entre os supermercados, porém, para o
supermercados A, B e C para o tempo 0 e 7. Já para a gema todos os tempos foram significativamente iguais. Contudo, aos 14 dias o peso dos ovos no supermercado B apresentou maiores resultados, já para a gema o supermercado C foi maior.
albúmen e altura da gema não houve diferenças albúmen, aos 14 dias, observou-se os menores valores, nos três supermercados (Tabela 3). As análises foram realizadas no período quente e úmido e a temperatura elevada, acrescido de um ambiente pouco ventilado, durante a estocagem determinam redução na qualidade da ovalbumina, que está
Em relação à proporção de gema houve uma elevação em função do aumento do tempo de
associada à perda de água e dióxido de carbono
estocagem dos ovos podendo estar relacionada à passagem de água do albúmen para a gema,
reações físico-químicas que levam a degradação da
aumentando assim seu peso em relação aos outros
produto
componentes com base no que foi observado por Leandro et al. (2005) e Ordónez, (2005).
moléculas de proteína que passam para a gema por
durante a estocagem em função da aceleração das estrutura proteica do albúmen denso, gerando como das
reações
água
ligada
a
grandes
osmose, causando também o rompimento da gema em ovos mais velhos, corroborando com o que foi
Quanto à coloração de gema, estas foram classificadas comparando-as com o leque colorimétrico, que consiste em uma escala com diferentes tonalidades e intensidade de amarelo, variando de 1 a 14. Os ovos do ponto de venda A, se mantiveram entre a escala 4 e 7 de coloração em função do tempo de estocagem. Já as amostras dos estabelecimentos B e C, apresentaram uma discrepância significativa observando-se 9,3% de gemas com coloração entre 1 e 3, 75,2% variando entre 4 e 9 e 15,5 % com fortes tonalidades chegando a 12. Apenas pH de gema e diâmetro da gema apresentaram interação entre supermercado e tempo (Tabela 2). O fator tempo apresentou efeito significativo (p < 0,05) para quase todas as variáveis, exceto a variável casca. O fator supermercado apresentou significância apenas para pH da gema (p = 0,0022).
observado por Cruz & Mota (1996) e Silversides & Scott (2001). Na aferição do pH do albúmen, observou-se que as amostras
mantiveram
uma
média
homogênea,
variando entre 9,1 e 9,65 (Tabela 3). De acordo com Heath (1977), durante o armazenamento o pH do albúmen aumenta a uma velocidade dependente da temperatura até o valor máximo de 9,7. Para serem considerados frescos e com qualidade os ovos devem apresentar pH neutro e clara límpida, transparente,
consistente,
densa
e
alta,
com
pequena porção mais fluida (MURAKAMI et al., 1994). Segundo a estatística, para pH do albúmen, os maiores valores apresentados foram no tempo 7 para o supermercado A e C, já para o supermercado B não houve diferença entre os tempos (Tabela 3).
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767 jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
8764
Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
Tabela 3. Comparação de Médias
Entretanto, o supermercado A apresentou maiores resultados no tempo 7 (Tabela 3). Durante as análises
foi
observado
que
as
gemas
com
tonalidades fortes de amarelo apresentavam um pH superior aos parâmetros ideais. Segundo Marinho (2011), à medida que o pH aumenta, as características do ovo se alteram. As ligações entre as moléculas que compõem a membrana que envolve a gema começam a ficar mais fracas. Para piorar a água começa a passar da clara para a gema, aumentando o tamanho desta última. A sua membrana já fragilizada é agora esticada. Íons alcalinos provenientes do albúmen +
podem ser trocados com íons H presentes na gema com elevação do pH da gema. A qualidade do albúmen de acordo com Honkatukia et al. (2013), começa a degenerar logo após a oviposição e sua liquefação é um processo natural que ocorre durante o armazenamento. A qualidade do albúmen é geralmente mensurado a partir da altura do albúmen a uma distância de 1 cm da borda da gema e normalmente convertida em unidades Haugh
(UH).Verificou-se
a
partir
do
cálculo
estatístico que não houve diferenças significativas em relação a tempo e supermercado (Tabela 3). A porcentagem de albúmen teve médias iguais em todos os supermercados, já no tempo 0 e 7 obtevese maiores resultados. Para a porcentagem de gema, os supermercados A, B e C obtiveram médias iguais estatisticamente, entretanto, no tempo 14 os valores foram maiores. A fim de obter valores referentes à consistência da gema, Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Tukey (p > 0,05).
é
utilizado
o
índice
da
gema
(IG=
altura/diâmetro), sendo que as médias para este índice em ovos frescos estão entre 0,40 e 0,42. O
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.
índice de gema se reduz à medida que a gema vai O pH da gema variou de 6,1 a 6,8 aos 28 dias de
ficando achatada devido à perda de qualidade da
armazenamento
nos
os
membrana vitelina em função do longo período de
estabelecimentos.
Segundo
Antunes
armazenamento, podendo chegar a 0,25 (AUSTIC &
(2001) o pH da gema fresca é geralmente cerca de
NESHEIM, 1990). No estudo realizado observou-se
6,0 podendo atingir 6,9 durante a estocagem
que esse índice diminuiu em função do tempo de
(ALLEONI & ANTUNES, 2001). No tempo 7 o pH
estocagem. Além disso, no estabelecimento A, foi
apresentou maiores valores para o supermercado A.
possível a avaliação até 14 dias, pois aos 21 dias
No supermercado B e C todos os tempos foram
parte
iguais. Ao observar os tempos 0 e 14, apresentaram
inviáveis devido à liquefação de albúmen e gema.
valores iguais para todos os supermercados.
Estatisticamente ao se observar a altura da gema,
8765
ovos
de Alleoni
todos &
significativa
das
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
amostras
se
tornaram
Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
o supermercado A e B são iguais, enquanto que o supermercado
C
teve
maiores
resultados
no
momento da coleta (tempo 0) e portanto a variável índice de gema apresentou maiores resultados. Na variável diâmetro de gema, todos os tempos apresentaram
valores
médios
iguais.
Os
supermercados são iguais para o tempo 0 e 14, tendo uma mudança somente no tempo 7, visto que, o supermercado C apresentou maior média (Tabela
AUSTIC, R. E.; NESHEIM, M. C. Poultry production. 13. ed. London: Lea & Febiger. 332p., 1990. BAPTISTA, R. F. Avaliação da qualidade interna de
ovos
de
(Coturnixcoturnixjaponica)
codorna em
função
da
variação da temperatura de armazenamento. 99p., 2002. BARBIRATTO, S. B. Influência da temperatura e da embalagem em atmosfera modificada na
3).
qualidade interna dos ovos de consumo. O volume de espuma formado (mL) apresentou um
Niterói. 2000. 76f. Dissertação (Mestrado em
decréscimo em função do aumento do tempo de
Medicina Veterinária - área de concentração em
estocagem e aumento de volume drenado podendo
Higiene
ser explicada segundo Fennema (1993); Watanabe
Tecnológico de Produtos de Origem Animal) -
et al. (1998) e Alleoni & Antunes (2004) pelo
Faculdade
fenômeno de conversão da ovalbumina em S-
Federal Fluminense. Niterói – RJ. 2000.
ovalbumina
pela
dissociação
ovomucina-lisozima, ocorrendo a
Veterinária de
e
Veterinária
Processamento da
Universidade
complexo
BELITZ, H. D.; GROSCH, W.; SCHIEBERLE, P.
deterioração do
Food Chemistry. 4th revised and extended
do
gel de ovomucina, provocando a perda parcial das propriedades gelificantes e espumantes do albúmen.
Edition. Springer-Verlag, 1070p., 2009. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Segundo Belitz et al. (2009) é uma característica
Abastecimento.
desejável do albúmen a capacidade de formação e
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
estabilização da espuma que envolve diversas
Animal. Portaria nº 01, de 21 de fevereiro de
proteínas,
1990.
enquanto
as
globulinas
facilitam
a
Regulamento
de
Inspeção
formação de espuma, a ovomucina promove a
CRUZ, F. G. G.; MOTA, M. O. S. Efeito da
estabilização e a ovalbumina e a conalbumina
temperatura e do período de armazenamento
permitem a fixação através de coagulação térmica.
sobre
a
qualidade
interna
dos
ovos
comerciais em clima tropical úmido. IN:
CONCLUSÃO As condições de estocagem envolvendo tempo,
CONFERÊNCIA
temperatura e umidade relativa do ar, acarretaram
TECNOLOGIA
perdas tanto na qualidade quanto nas propriedades
Anais. Campinas: FACTA. p.96. 1996.
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Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano
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Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006
Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte
Revista Eletrônica
Aditivos, ruminantes, desempenho produtivo.
Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
Sued Felipe Lacerda Barjud 2 Jose Pires Carvalho Neto 1 Aline de Oliveira Barbosa 1 Rosimeire Pereira da Silva 1 Vanusa Castro de Sousa
1*
1
Discente do curso mestrado em zootecnia (UFPI) Campus Cinobelina Elvas Bom Jesus.Piaui.*E-mail:suedfelipelacerdabarjud@gmail.com 2 Discente do curso doutorado em produção animal (UFPI) Campus Helvidio Nunes de Barro. Teresina / Piauí.
RESUMO
EFFECT OF MONENSIN AND VIRGINIAMYCIN
Esse estudo objetivou descrever sobre o uso dos
ON DIGETIBILITY IN BEEF CATTLE
aditivos na nutrição de ruminantes abordando os
ABSTRACT
efeitos da monensina e da virginimicina em bovinos
This study aimed to describe the use of additives in
de corte. Os aditivos são classificados em ionóforos
ruminant nutrition by addressing the effects of
e não ionóforos possuem ação depressora ou
monensin and virginimycin in beef cattle, the
inibitória
additives
dos
microrganismos
colonizadores
do
are
classified
in
ionophores
and
rúmen, no qual são extraídos de algumas linhagens
nonionophores have a depressant or inhibitory action
de streptomyces, na pecuária brasileira os ionóforos
of the microorganisms colonizing the rumen, in which
mais usados são a monensina, salinomicina e a
they are extracted of some Streptomyces strains, in
lasalocida, os não ionóforos amplamente usados são
Brazilian cattle breeding the most used ionophores
exatamente
are monensin, salinomycin and lasalocid, the widely
o
grupo
representado
pela
virginiamicina. O trabalho foi conduzido através de
used
pesquisa bibliográfica usando periódicos nacionais e
represented
internacionais fazendo um levantamento sobre os
conducted through a bibliographical research using
efeitos do uso da monensina e da virginiamina,
national and international journals, surveying the
portanto o uso de aditivos como a monensina e
effects of the use of monensin and virginiamine, so
virginiamicina
the use of additives such as monensin and
melhora
o
desempenho
animal
nonionophores by
are
exactly
virginiamycin.
improves
animal
The
the
group
work
was
otimizando a produção animal, aumento do ganho de
virginiamycin
performance
by
peso e degradabilidade, e diminuição do consumo de
optimizing animal production, increasing the gain of
matéria e da quantidade e metano, gás esse que tem
weight and degradability, and decrease in the
grandes influencia no efeito estufa.
consumption of matter and the quantity and methane
Palavras-chave: aditivos, ruminantes, desempenho
gas that has great influence on the greenhouse
produtivo.
effect. Keyword: additives, ruminants, productive performance. 8768
Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte
INTRODUÇÃO
negativas, no qual são produtoras de propiônato e
Os aditivos são substâncias que estão sendo
consequentemente utilizadoras de lactato. Além
amplamente usados na nutrição de ruminantes, além
disso os aditivos regulam o consumo de matéria
disso, o seu uso está associado a animais criados
seca através do maior tempo de retenção do
extensivamente. O objetivo do uso dos aditivos é
alimento no rúmen, efeito causado pelo aumento do
maximizar a produção animal, seja carne ou leite,
propiônato, melhora o uso das proteínas, através das
através de aumento da eficiência simbiótica da
bactérias
microbiota ruminal, no qual melhora o processo de
aminoácidos,
fermentação
quantidade de metano, inibindo e controlando as
no
rúmen,
colaborando
com
o
desempenho produtivo do animal em qualquer fase
proteolíticas os
e
ionóforos
fermentadoras também
de
reduz
a
bactérias que produz e fornecem H2.
da produção (GHAEDI, 2013). Diante disso, esse trabalho objetiva descrever sobre Na nutrição de ruminantes os aditivos mais usados
o uso dos aditivos na nutrição de ruminantes
são os antibióticos ionóforos, os não ionóforos além
abordando
dos probióticos, assim chamados ionóforos, os
virginimicina.
os
efeitos
da
monensina
e
da
mesmos são capazes de transportar íons, ou seja, formando complexos lipossolúveis com cátions, no
Desenvolvimento
qual atua mediando os transportes na membrana
A monensina é o antibiótico ionóforo mais usado na
celular através de sua bicamada lipídica (LADEIRA,
dieta dos animais domésticos ruminantes, seu
2014). Os ionóforos e não ionóforos possuem ação
principal objetivo na bovinocultura de corte é
depressora
microrganismos
exatamente melhorar o ganho médio diário em
colonizadores do rúmen, no qual são extraídos de
consequência a eficiência alimentar, otimizando a
algumas linhagens de streptomyces, na pecuária
produção, com diminuição dos gastos e melhor
brasileira
aproveitamento dos alimentos usados na produção
ou
os
inibitória
ionóforos
dos
mais
usados
são
a
monensina, salinomicina e a lasalocida, os não ionóforos amplamente usados são exatamente o grupo representado pela virginiamicina.
(BERTIPAGLIA, 2008). Sua principal ação via rúmen é selecionar as bactérias Gram-negativas produtoras de succínato,
A monensina é dos principais aditivos usado na
propiônico
nutrição dos animais ruminantes, em diversos países
produtoras de acético, butírico e láctico, essas
como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e
substâncias possuem duas camadas uma interna
Brasil, existe mais de 120 tipos diferentes de
hidrofílica e uma externa hidrofóbica, na qual a
ionóforos, porém apenas quatro são aprovados e
camada interna liga- se, a membrana celular agindo
liberados para o uso na nutrição de ruminantes, a
como transportadores dos íons de sódio, potássio e
monensina, lasalocida, salinomicina e laidlomicina
cálcio para dentro da célula.
propionato. No Brasil o uso de aditivos é bastante usado,
estima-se
que
cerca
de
93,9%
dos
confinamentos brasileiros utilizam-se de aditivos. (MORAIS, 2011). Os ionóforos alteram principalmente as relações dos ácidos graxos voláteis produzidos no rúmen advindo do processo de fermentação, no qual é a principal fonte de energia dos ruminantes. Guan et al. (2006), não observou o aumento na quantidade total de gases produzido com o uso de antibióticos ionóforos, porém o mesmo observou uma diminuição na relação acetato:propionato, ou seja, os aditivos favorecem o desenvolvimento de bactérias Gram8769
e
inibidoras
das
Gram-positivas
Segundo Reis et al. (2006), pode-se classificar os efeitos benéficos dos ionóforos sobre a população microbiana aumenta
em o
três
diferentes
metabolismo
dos
tipos,
primeiro
microrganismo
ruminais, em especial as bactérias Gram-negativas aumentando a proporção de ácidos graxos voláteis como o propiônico e diminuindo a quantidade de metano, o segundo é o aumento do metabolismo do nitrogênio
pelas
bactérias
ruminais,
no
qual
diminuem a quantidade da absorção de amônia, aumentando a quantidade de proteína de origem microbiana que chega ao intestino delgado, por fim o uso da monensina diminui os risco de desordens de
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Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte
origem
alimentar
como
timpanismo,
acidose,
ação contra as bactérias Gram-positivas, possuindo assim a capacidade de alterar o tipo de fermentação
alcalose e coccidiose.
ruminal, sendo assim modula o tipo de gases Segundo Tedeschi et al., (2003) o uso da monensina
produzidos favorecendo a fermentação propiônica,
é amplamente utilizada devido aos seus efeitos
aumentando a concentração deste gás, o uso do
benéficos ao animal otimizando a produção, os
aditivo interfere na degradação dos nutrientes uma
autores testaram através de 228 ensaios, no qual a
vez que a mesma seleciona o tipo de bactéria,
monensina melhorou em 1,6% a 1,8% de ganho de
favorecendo a degradabilidade de alguns tipos de
peso médio diário, enquanto o consumo diminui em
material, além disso o estudo mostrou que a
4 a 6% além disso a conversão alimentar melhorou
virginiamicina utilizada na suplementação de bovinos
em 6 a 7,5%, isso em bovinos de corte em
a pasto e em confinamento resultaram em maior
confinamento.
conversão alimentar, diminuição do consumo e
De acordo Tomkins et al. (2015), ao verificar a
aumento do ganho de peso diário.
produção de metano e consumo de matéria seca,
Phibro (2015), afirma que a virginiamicina atua
cinco bovinos de corte alimentados com feno de
alterando a população bacteriana presente no rúmen
grama de Rhodes, obteve-se uma redução de 18%
estabilizado
do consumo de matéria seca, redução do acetato e
seleciona as bactérias Gram-negativas aumentando
aumento propionato, além disso observou também a
assim a eficiência produtiva, sendo ganho de peso e
redução da colonização dos fungos
eficiência alimentar, com isso diminui a quantidade
para os
a
fermentação
ruminal,
ou
seja,
tratamentos com monensina.
de acetado e aumenta o propiônico.
Com relação aos não ionóforos a virginiamicina é o
De acordo Ferreira et al. (2011a), onde conduziu um
representa mais usado na nutrição de ruminantes,
estudo com 45 animais dividido em três grupos cada
pela ação contra as bactérias Gram-negativas, com
um com quinze animais nelores macho inteiro, sendo
isso regula a fermentação microbiana em função das
peso, idade e escore corporal semelhantes, foram
diversas populações de microrganismo presente no
manejados em sistemas intensivo com piquetes
rúmen, o produto é adquirido através de uma
rotacionados com capim massai, o estudo durou 126
linhagem de Streptomyces virginae possuindo dois
dias sendo o grupo controle sal mineral, o tratamento
grupos químicos diferentes M e S, (C28H35N3O7) e
dois, sal mineral aditivado com virginiamicina e
fator S (C43H49N7O10) respectivamente (LADEIRA,
tratamento
2014).
salinomicina, os resultados foram surpreendentes. O
Os dois grupos químicos ligam-se especificamente as subunidades 50S dos ribossomos das células bacterianas, tal ligação é irreversível, com isso impede a formação de ligações peptídicas durante os processos metabólicos das bactérias, causando a
três,
a
mesma seleciona
negativas,
sua
ação
apenas
causa
o
as
das
aditivado
com
superioridade em relação ao grupo controle e 9,33% ao grupo com salinomicina. A Tabela 1 apresenta o ganho médio de peso diário ( GMD) dos tratamentos. Tabela 1 – ganho médio de peso diário em bovinos Tratamento
Gram-
aumento
mineral
tratamento com virginiamicina obtiveram 25,5% de
redução do crescimento ou morte da bactéria, diante disso
sal
GMD
Controle
Virginiamicina
Salinomicina
0,465a
0,583b
0,531ab
concentrações de ácidos propiônico, reduzindo a
Fonte: Adaptado de Ferreira, (2011).
quantidade de amônia e hidrogênio precursor de
Em outro estudo Ferreira et al. (2011b), utilizando
metano, o ácido graxo volátil propiônico possuem a
seis animais machos inteiros
incorporação do hidrogênio metabólico, o fato que a
canulados no rúmen, com peso, idade e escorre
fermentação
corporal semelhantes, no qual os animais foram
propiônica
é
mais
eficiente
da raça nelore
energeticamente em comparação à acética e/ou
manejados
butírica (RIGUEIRO, 2017).
rotacionado de capim braquiária, foram usados os
De acordo Maciel et al. (2015), a virginiamicina tem
no
sistema
extensivo
de
pastejo
três tratamentos, sal mineral, sal mineral com virginiamicina sal mineral com salinomicina, os
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8770
Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte
autores
verificaram
os
parâmetros
ruminais
e
FERREIRA, S.F. et.al. Uso de virginiamicina e
digestibilidade da FDN, no qual obtiveram maior
salinomicina na dieta de bovinos de corte sob
digestibilidade efetiva da FDN, tabela 2.
pastejo no período chuvoso. In: REUNIÃO
Tabela 2 - Valores médios de degradabilidade in situ
ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 48, Belém. Anais... Belém, PA,
da fibra em detergente neutro (DISFDN)
2011a.
Tratamento Controle
GARCIA-MIGURA,
L.,
HENDRIKSEN,
R.
S.,
Virginia-
Salinomi-
FRAILE, L., & AARESTRUP, F. M. Antimicrobial
micina
cina
resistance of zoonotic and commensal bacteria in
(DE) com taxa
23,77b
26.37ª
23,37b
de passagem de
22,02b
24,12ª
21,78b
2, 5 e 8%
21,45ab
23,10ª
21,36b
Europe: the missing link between consumption and resistance in veterinary medicine. Veterinary Microbiology, v. 170, n. 1-2, p. 1-9, 2014.
respectivamente
GHAEDI, H., NASR, J., KHEIRI, F., MIRI, Y., &
Fonte: Adaptada Ferreira (2011).
RAHIMIAN, Y. Effect of use virginiamycin as Estudo realizado por Rigueiro et al. (2017) usou monensina sódica e virginiamicina para avaliar as características da carcaça em bovinos terminados
probiotic, black pepper extract as phytogenic feed additive on performance of broiler chicks. Sch. J. Agric. Sci, v. 3, n. 12, p. 521-525, 2013.
em confinamento, no qual foi usado 72 animais
LADEIRA, M. M., SANTAROSA, L. C., CHIZZOTTI,
machos não castrados, divididos em quatros grupos
M. L., RAMOS, E. M., NETO, O. M., OLIVEIRA,
diferentes, com duração de 90 dias, não houve
D. M., ... & RIBEIRO, J. S. Fatty acid profile, color
nenhuma alteração na qualidade da carne, ou seja, associado mantendo assim a qualidade do produto
and lipid oxidation of meat from young bulls fed ground soybean or rumen protected fat with or without monensin. Meat science, v. 96, n. 1, p.
final.
597-605, 2014.
pode-se usar a dieta com monensina e virginiamicina
LANNA, D.P.D. Combined use of ionophore and CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto pode-se constatar que o uso de aditivos como a monensina e virginiamicina melhora o desempenho animal otimizando a produção animal,
aumento
do
ganho
de
peso
e
degradabilidade, e diminuição do consumo de matéria e da quantidade e metano gás esse que tem grande influência no efeito estufa.
virginiamycin for finishing Nellore steers fed high concentrate diets. Scientia Agricola, v.70, n.4, p.229-236, 2013. MACIEL, I. C. F.; SATURNINO, H. M.; BARBOSA, F. A.; MAIA FILHO, G. H. B.; COSTA, P. M.; MALACCO,
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na de
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