Nutritime Revista Eletrônica n.04 v.17

Page 1


Revista Eletrônica

© 2020 Nutritime Revista Eletrônica

Nutritime Revista Eletrônica www.nutritime.com.br Praça do Rosário, 01 Sala 302 - Centro - Viçosa, MG - Cep: 36.570-000 A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda, com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

Editora Responsável: Juliana Maria Freitas Teixeira

Editora Técnica: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo

Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo

Conselho Científico: Altivo José de Castro Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues

É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo da NRE da em qualquer meio de comunicação, seja eletrônico ou impresso, sem a sua devida citação.

Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa


Sumário ARTIGOS 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão .................................. 8749 Clodoaldo Freitas Tavares Tardocchi, Natália de Oliveira Cabral 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção - PA ......................................................................................................................................................................................... .8755 Laís Andreia Trindade Correa, Nei Mustafé Calil Junior, Monique Valéria de Lima Carvalhal 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudoeste goiano ..................................................................................................................................... 8761 Bárbara da Silva Resende, Maralice Jesuina de Carvalho Abadia, Jhenyfer Caroliny de Almeida, Sandra Regina Marcolino Gherardi 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte ....................... 8768 Sued Felipe Lacerda Barjud, Jose Pires Carvalho Neto, Aline de Oliveira Barbosa, Rosimeire Pereira da Silva, Vanusa Castro de Sousa

Encontrou algum erro nessa edição? Fale conosco: mail@nutritime.com.br. Ficaremos muito agradecidos!


Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão Avicultura, vacinação, prevenção, sanidade, patógenos.

Clodoaldo Freitas Tavares Tardocchi 2 Natália de Oliveira Cabral

Revista Eletrônica

1*

1

Mestre em Nutrição e Produção Animal, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba. *Email: c.tardocchi@yahoo.com.br. 2 Doutora em Ciência Animal, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Nos últimos anos, a avicultura brasileira obteve resultados crescentes revelando a eficiência do setor e seu impactante potencial na economia do Brasil. Devido a menor rusticidade das linhagens industriais, a avicultura tecnificada carrega consigo grande preocupação com a sanidade dos animais. O modelo industrializado de produção avícola mantém grandes números de animais em um mesmo lote, criando ambiente de risco de contaminação que compremete todos os animais, sendo necessário rígidos controles sanitários. Novas tecnologias e métodos têm surgido a fim de tornar mais viável e efetiva a aplicabilidade dos procedimentos de vacinação, bem como, novas vacinas que conferem mais eficiência na proteção dos animais contra doenças. A vacinação in ovo é uma técnica que busca um manejo sanitário mais eficiente, antecedendo a eclosão dos ovos. A padronização através de um processo automatizado realizado ainda no incubatório garante que todos os ovos recebam as doses de vacina corretamente, conferindo maior agilidade na realização do procedimento. A prevenção através de vacinas vivas ocorre pelo fornecimento de cepas atenuadas da Salmonella, de modo que os animais adquiram proteção contra cepas virulentas do microrganismo. Vacinas inativadas de cepas de Salmonella também são utilizadas com cepas mortas do microganismo, trazendo menos riscos de contaminação quando comparadas às vacinas vivas. As vacinas autógenas são aquelas preparadas a partir de patógenos isolados de animais infectados pertencentes ao próprio rebanho que receberá a vacinação com o intuito de curar os acometidos pela infecção e estimular a imunidade dos demais animais do rebanho. Palavras-chave: avicultura, vacinação, prevenção, sanidade, patógenos. 8749

VACCINATION TECHNIQUES FOR POULTRY DISEASE PREVENTION: A BRIEF REVIEW ABSTRACT In recent years, Brazilian poultry has obtained increasing results revealing the efficiency of the sector and its potential impact on the Brazilian economy. Due to the less rusticity of the industrial strains, the technical poultry carries great concern with the health of the animals. The industrialized model of poultry production keeps large numbers of animals in the same batch, creating a risky environment of contamination that affects all animals, requiring strict sanitary controls. New technologies and methods have emerged to make the applicability of vaccination procedures more feasible and effective, as well as new vaccines that provide more efficiency in protecting animals against disease. In ovo vaccination is a technique that seeks more efficient sanitary management, prior to hatching of eggs. Standardization through an automated process performed in the hatchery ensures that all eggs receive the vaccine doses correctly, providing greater agility in performing the procedure. Prevention through live vaccines occurs by providing attenuated strains of Salmonella so that animals acquire protection against virulent strains of the microorganism. Inactivated Salmonella strains vaccines are also used with dead strains of microoganism, bringing less risk of contamination compared to live vaccines. Autogenous vaccines are those prepared from pathogens isolated from infected animals belonging to the herd that will receive the vaccination in order to cure those affected by the infection and stimulate the immunity of other animals of the herd. Keyword: poultry, vaccination, prevention, health, pathogens.


Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão

INTRODUÇÃO

novas tecnologias e manejos adequados influenciam

Nos últimos anos, a avicultura brasileira obteve

fortemente sobre os resultados. Com relação ao

resultados

segmentos,

aumento no consumo interno, pode-se atribuir ao

revelando a eficiência do setor e seu potencial

crescentes

em

seus

trabalho de desmistificação do uso de hormônios

impactante na economia do Brasil.

exógenos como promotores de crescimento e de sua presença na carne de frango que tem ocorrido nos

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA),

últimos anos. Outro fator importante é que a carne

em relatório publicado em 2019, divulgou dados do

de frango apresenta preço menor que as demais

desenvolvimento da avicultura de 2006 até 2018.

carnes, tendo sido, portanto, um produto mais

Nesse período, a produção brasileira passou de 9,34

acessível às camadas da população com menor

milhões para 12,86 milhões de toneladas de carne

poder aquisitivo.

de frango, um aumento de 37,68% na produção. Atrás apenas dos Estados Unidos da América, o

Ao longo dos processos de seleção genética, a

Brasil é o segundo maior país produtor de carne de

característica

frango.

linhagens de aves comerciais, tornando estes animais

de

menos

rusticidade resistentes

foi a

retirada

das

exposições

de

Segundo a ABPA (2019), o consumo per capita de

patógenos, sendo necessário um manejo sanitário

carne de frango do brasileiro teve um aumento de

rigoroso.

13,42%, passando de 37,02 para 41,99 kg/habitante desde 2007 até 2018. O mercado interno absorveu

A alta densidade de animais associada ao manejo

cerca de 8,757 milhões de toneladas (68,1%) da

sanitário inadequado pode resultar em perdas

carne produzida e exportou 4.256 milhões de

significativas na produção. Não somente durante o

toneladas (33,9%). Este percentual exportado gerou

período de produção desses animais, em que a

receita de US$ 6.236 milhões para o Brasil. Tais

mortalidade devido a doenças pode comprometer

informações fazem do Brasil o maior exportador de

todo o lote, mas também, posteriormente ao abate,

carne de frango no ranking mundial.

em

que

os

produtos

podem

apresentar

contaminações por microrganismos que afetam os Em 2007, o Brasil tinha cerca de 42.481.788

seres humanos.

matrizes de corte alojadas, chegando a 48.426.232 unidades em 2017 (ABPA, 2019).

Em granjas avícolas em que, geralmente, o número de animais alojados é grande, os procedimentos de

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e

vacinação podem, em alguns casos, representar

Abastecimento (MAPA, 2018), a previsão é de que

forte

até 2028 o Brasil tenha aumento de 29,1% na

empreendimento,

produção de carne de frango, equivalendo a uma

negativamente o sucesso da produção.

impacto

produtivo

e

afetando

financeiro

para

positiva

o ou

produção de até 17.264 milhões de toneladas. Até 2028, considerando o aumento da produção e da

A via de administração das vacinas deve ocorrer em

população brasileira, espera-se que consumidor

acordo com a patogenicidade do agente. Na

brasileiro aumente em 28,8% o consumo de carne

vacinação em massa, a administração da vacina,

de frango, passando a consumir anualmente cerca

apesar de ser mais prática e relativamente de baixo

de 56,7 kg/habitante. Nas exportações, a expectativa

custo, não é a mais eficiente em virtude da pouca

é de que ocorra aumento de 33,6% até 2028,

garantia de que todos os animais do plantel tenham

chegando a exportar cerca de 5.178 milhões de

sido vacinados. A vacinação individual, embora seja

toneladas de carne.

eficiente e garanta o acesso de todos os animais à vacina, apresenta pouca eficácia, pois, exige que os

É notório o desenvolvimento da avicultura brasileira,

animais sejam manuseados um a um para que

o que surge como efeito de diversos fatores,

sejam administradas as doses.

havendo ainda expectativas razoáveis com relação ao futuro do setor. Quanto à produção, a adoção de

Novas tecnologias e métodos têm surgido a fim de

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8749-8754 jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8750


Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão

tornar mais viável e efetiva a aplicabilidade dos

tais procedimentos pós-eclosão, melhorando o bem-

procedimentos de vacinação, bem como, novas

estar animal. Esta vacinação pré-eclosão tem efeitos

vacinas que conferem mais eficiência na proteção

sobre o desempenho animal, pelo fato de que os

dos animais contra doenças. A viabilidade, referindo-

animais são imunizados e criam anticorpos antes

se aos custos e ao tempo, deve ser satisfatória e

mesmo de entrarem em contato com os patógenos.

favorecer eficientemente o processo de aplicação. Quanto à efetividade, a técnica deve ser capaz de

O peso médio do pintainho sem o saco vitelínico

alcançar a totalidade dos animais que deverão

(YFBM) e comprimento são os principais parâmetros

receber a vacina.

que indicam os ganhos reais dos pintainhos ao considerarem o peso e tamanho dos pintainhos à

Vacinação in ovo A vacinação in ovo é uma técnica que busca um manejo sanitário mais eficiente, antecedendo a eclosão dos ovos. A administração da vacina é feita durante o período de incubação dos ovos, ou seja, antes da eclosão dos pintainhos. Em geral, é realizada no 18º dia de incubação com a aplicação de antígenos das doenças de Marek, Gumboro e Bouba Aviária, correspondendo àquela vacinação usualmente realizada de modo via subcutânea no primeiro dia pós-eclosão.

equipamentos que realizam este tipo de vacinação, partir

de

um

vacinação in ovo contra as doenças de Marek e de Gumboro associada ou não ao uso de gentamicina ®

em pintainhos da linhagem Cobb recém-eclodidos e observaram que o peso médio do pintainho, YFBM, o peso do saco vitelínico residual e comprimento do pintainho foram maiores nos animais vacinados in ovo com associação ao antibiótico. Estes resultados sugerem melhoria significativa nos animais eclodidos no tratamento em que houve associação com o antibiótico.

Atualmente, estão disponíveis no mercado alguns a

eclosão. Filho et al. (2018) avaliaram os efeitos da

procedimento

padrão.

Tal

procedimento consiste no posicionamento do ovo com a região da câmara de ar voltada para cima. O equipamento, dotado de um sistema de agulhas em que a agulha externa perfura a casca na região da câmara de ar e uma agulha interna penetra no líquido amniótico ou no músculo peitoral direito do

Probióticos são alternativas interessantes ao uso de antimicrobianos. No entanto, Yamawaki et al. (2013) ao compararem os efeitos da inoculação in ovo e da imersão em cultivo de Lactobacillus spp. em ovos ®

oriundos de matrizes da linhagem Cobb desafiadas por inoculação oral por Salmonella enteritidis de pintainhos com dois dias após a eclosão, observaram pouca efetividade de ambos os

embrião, onde é liberado o inóculo com a vacina.

tratamentos contra o microrganismo patogênico. É possível que a dosagem de Salmonella que foi

Dentre os benefícios deste tipo de vacinação,

inoculada nos animais tenha sido elevada em relação ao que ocorreria naturalmente, podendo este

destaca-se a eficácia no manejo devido a alguns aspectos

interessantes

para

o

processo

de

produção. A padronização através de um processo automatizado realizado ainda no incubatório garante que todos os ovos recebam as doses de vacina corretamente. A utilização da vacinação in ovo confere

maior

agilidade

na

realização

no equipamento e recebe a vacina de uma única vez. Os métodos convencionais para administração de vacinas para as doenças de Marek, Gumboro e Bouba Aviária exigem o manejo individual dos para

administração

subcutânea

das

doses de vacina, assim, a vacinação in ovo elimina 8751

Outro ponto que merece atenção é o abate aos 5 dias de idade, o que pode ter sido insuficiente para que houvesse efeitos significativos dos microrganismos probióticos sobre a colonização da Salmonella.

do

procedimento, pois um maior número de ovos entra

pintainhos

fator ter interferido para os resultados encontrados.

Oliveira et al. (2014) inocularam in ovo embriões de frangos de corte com Enterococcus faecium e Bacillus subtilis para avaliar a susceptibilidade póseclosão a Salmonela Enteritidis, indicando que os animais que receberam inoculação in ovo contendo E. faecium e que continuaram recebendo após eclosão tiveram redução da colonização da S. Enteritidis. Tais resultados representam eficiência no

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8749-8754, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão

controle do patógeno pelo próbiótico através da

expressão autovacina, como mencionado por Cury

vacinação in ovo com subsequente administração

(1972), ao discutir o uso deste tipo de vacinação em seres humanos. Este mesmo autor já sinalizava para

pós-eclosão.

as vantagens e importância da técnica e sugeria que Vacinas vivas e vacinas atenuadas

poderia ser utilizada na produção animal devido às

A prevenção através de vacinas vivas ocorre pelo

semelhanças da patologia e bacteriologia entre seres

fornecimento de cepas atenuadas da Salmonella, de

humanos e animais.

modo que os animais adquiram proteção contra cepas

virulentas

do

microrganismo.

Vacinas

inativadas de cepas de Salmonella também são utilizadas com cepas mortas do microganismo, trazendo menos riscos de contaminação quando comparadas às vacinas vivas.

Atualmente, a expressão autovacina é usada para referir-se a vacina produzida a partir de patógenos extraídos de um animal e utilizada neste mesmo animal, sendo uma modalidade mais utilizada para animais de companhia. As vacinas autógenas são aquelas preparadas a partir de patógenos isolados de

Munis et al. (2017) testaram a efetividade de vacina

animais infectados pertencentes ao próprio rebanho

viva contra a Salmonella Heidelberg, demonstrando

que receberá a vacinação com o intuito de curar os

que animais que receberam a forma atenuada do

acometidos pela infecção e estimular a imunidade dos

microrganismo apresentaram redução no percentual

demais animais do rebanho (CARVALHO, 2007). Em

de presença da sorovar virulento em comparação

sua produção, este autor utiliza a expressão “vacinas

com os animais que não foram vacinados.

de rebanho” para este tipo de vacina.

Bertó et al. (2015), a fim de compreender os efeitos

No entanto, as primeiras mensões ao uso da técnica

de vacinas vivas e de vacinas inativadas contra

aparecem com o bacteriologista e imunologista

Salmonella Enteritidis em reprodutores de frangos

Wright, que promoveu o uso destas vacinas contra

de corte, obtiveram resultados de que em ambos os

infecções bacterianas e estabeleceu certos conceitos

tratamentos

e critérios para seu uso (NOLTE, 2009).

houve

aumento

da

produção

de

imunoglobulinas IgY sérico e de IgA mucoso, assim como incremento na proporção de monócitos circulantes em comparação com os animais que não receberam nenhum tipo de vacinação. Ao

estudarem

pintainhos

recém-eclodidos

da

linhagem Isa Brown , Varmuzova et al. (2016) nos

animais

vacinas

contendo

sorovares atenuados de Salmonella Enteritidis, Typhimurium

e

Infantis

e,

relacionada a alta especificidade da vacina que é produzida, pois utiliza agente patogênico de mesmo sorotipo

®

administraram

A principal vantagem da vacinação autógena está

posteriormente,

inocularam um grupo destes animais com cepas virulentas dos microrganismos e outro grupo com

isolado

de

animais

da

propriedade

acometida, o que confere maior eficiência neste tipo de tratamento. O uso de vacinas autógenas fornece imunidade aos animais do rebanho, reduz o uso de antibióticos de forma

terapêutica

e,

consequentemente,

reduz

prejuízos com perdas de animais (FONSECA, 2011).

cepas de Salmonella Agona, Dublin e Hadar e

Atualmente,

constataram que em ambos os tratamentos os

produzem vacinas autógenas contra Salmonella

animais apresentaram proteção quando desafiados

Gallinarum,

com as cepas não atenuadas ou com os outros

gallisepticum, Staphylococus aureus, Escherichia coli,

sorovares. Os resultados encontrados neste estudo

dentre outros microrganismos patogênicos.

pode-se

encontrar

Pasteurella

laboratórios

multocida,

que

Mycoplasma

corroboram que o uso de vacinas vivas é eficiente no fornecimento de resistência aos sorovares

CONSIDERAÇÕES FINAIS

patogênicos da Salmonella.

A vacinação in ovo traz consigo custos inviabilizam sua aquisição por pequenos ou médios produtos, no

Vacinação autógena

entanto, em comparação com os métodos de

Na literatura científica antiga é possível encontrar a

vacinação pós-eclosão, a técnica garante que 100%

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8749-8754, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8752


Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão

dos ovos embrionados recebam as doses de

em Portugal. Dissertação – Universidade de

vacinas, criando condição para que os pintainhos já

Lisboa/Faculdade de Farmácia, 2007.

eclodam possuídos de proteção ou resistência a

CURY, R. Autovacinas: técnicas de preparo e fatores

microrganismos patogênicos. A versatilidade desta

de eficiência. Ver. Saúde pública, São Paulo.

técnica

Volume 6. p. 371-383. 1972.

possibilita

que

seja

feita

nos

ovos

antibióticos,

CHIARELI, D.; COSATE, M. R. V.; MOREIRA, E. C.;

probióticos e mesmo a inoculação com cepas

LEITE, R. C.; LOBATO, F. C. F.; SILVA, J. A.;

atenuadas ou desativadas de patógenos.

TEIXEIRA, J. F. B.; MARCELINO, A. P. Controle

embrionados

a

administração

de

da leptospirose em bovinos de leite com vacina A vacina viva apresenta vantagens tais como a

autógena em Santo Antônio do Monte, Minas

criação de resistência nos animais pela inoculação

Gerais. Pesq. Vet. Bras. 32(7):633-639, julho.

com cepas atenuadas ou sorovares não virulentos

2012.

de microrganismos patogênicos e a adequação a

FONSECA,

qualquer via de administração.

proteção dos animais por sua especificidade quanto sorotipos

que

Suínos

bactérias.

As vacinas autógenas garantem maior eficiência na aos

B.

infectam

os

animais

da

propriedade. No entanto, são raros os trabalhos que abordam o tema e que discutem experimentalmente a eficácia desta técnica.

mais

protegidos

Disponível

de em:

http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materia s/Materia.asp?secao=Pacotes%20Tecnol%F3gic os&id=23504. Acessado em 04 outubro 2019. FILHO, A.; ADORNO, D.; MARTINS, L.; FRANCA, T.; PINHEIRO, T.; MERCÊS, N.; BARBOSA, V. Vacinação in ovo associada ao uso de antibiótico: efeitos sobre os parâmetros de

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

qualidade de pintos recém-eclodidos. 28º

ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal.

Congresso Brasileiro de Zootecnia. 28 a 30 de

Relatório anual 2019. Disponível em: http://abpabr.com.br/setores/avicultura/publicacoes/relatorio ALBORNOZ, L.A.L.; NAKANO, V.; AVILA-CAMPOS, M.J. Clostridium perfringens e a enterite necrótica em frangos: principais fatores de virulência, genéticos e moleculares. BARBOSA, J.P. Vacinação na cadeia de frango de corte no Distrito Federal – revisão de literatura, e

Universidade

importância. de

Monografia

Brasília/Faculdade

de

Agronomia e Medicina Veterinária, 2014. BÉRTO, L.; BEIRÃO, B.; FILHO, T.; INGBERMAN, M.; FÁVARO Jr., C.; TAVELLA, R.; SILVA, R.; CARON, L. Live and Inactivated Salmonella Enteritidis Vaccines: Immune Mechanisms in Broiler Breeders. World Journal of Vaccines, 5, 155-164. 2015. BRASIL.

Ministério

Abastecimento Agronegócio

da

Agricultura,

(MAPA). :

Brasil

Pecuária

Projeções 2017/18

a

e do

2027/28

projeções de longo prazo. Secretaria de Política Agrícola. – Brasília : MAPA/ACE, 2018. CARVALHO, R. S. D. F. S. M. Enquadramento regulamentar das vacinas autógenas de uso veterinário e caracterização da sua utilização 8753

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Quantidade de ovos produzidos. Disponível em:

s-anuais. Acessado em: 20 outubro 2019.

metodologia

agosto de 2018.

https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6672. Acessado em 20 outubro 2019. INFORMATIVO TÉCNICO BIOVET. Vacinação “in ovo”. Disponível em: http://file.biovet.com.br/Informativo/Avic/15.pdf. Acessado em: 04 novembro 2019. LOPES, J. M.; RUTZ, F.; MALLMAN, C. A.; TOLEDO, G. S. P. de. Adição de bentonita sódica como adsorvente de aflatoxina em rações de frangos de corte. Ciência Rural, Santa Maria, v. 36, n. 5, p. 1594-1599, 2006. MUNIZ, E. C.; VERDI, R.; LEÃO, J. A, BACK, A.; NASCIMENTO, V. P. Evaluation of the effectiveness and safety of a genetically modified live vaccine in broilers challenged with Salmonella Heidelberg, Avian Pathology, 46:6, 676-682, 2017. NOLTE, O. Therapeutic autogenous vaccination (homologous autovaccination) for the treatment of chronic or recurrent bacterial infections. 2009. Disponível em: http://www.autovaccine.de/ND/english/autogenou s_vaccines.html. Acessado em 22 novembro 2019.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8749-8754, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Artigo 519 - Técnicas de vacinação para prevenção de doenças na avicultura: breve revisão

OLIVEIRA, J. E.; HOEVEN-HANGOOR. E.; DE

VARMUZOVA,

K.;

FALDYNOVA,

M.

LINDE, I. B.; MONTIJN, R. C.; VOSSEN, J. M. B.

ELSHEIMER-MATULOVA, M.; SEBKOVA, A.,

M. In ovo inoculation of chicken embryos with

POLANSKY, O.; HAVLICKOVA, H.; SISAK, F.;

probiotic bacteria and its effect on posthatch

RYCHLIK, I. Immune protection of chickens

Salmonella susceptibility. Poultry Science 93

conferred by a vaccine consisting of attenuated

:818–829. 2014.

strains of Salmonella Enteritidis, Typhimurium and

USDA – United States Departament of Agriculture.

Infantis. Veterinary Research. 47:94. 2016.

Agricultural Projections to 2027. Disponível em:

YAMAWAKI, R. A.; MILBRADT, E. L.; COPPOLA, M.

<http://usda.mannlib.cornell.edu/usda/ers/94005/20

P.; RODRIGUES, J. C. Z.; ANDREATTI FILHO,

18/usda-ag-projections-2018. pdf>. Acessado em:

R. L.; PADOVANI, C. R.; OKAMOTO, A. S. Effect

20 outubro 2019.

of

immersion

and

inoculation

in

ovo

of

Lactobacillus spp. in embryonated chicken eggs in the prevention of Salmonella Enteritidis after hatch. Poultry Science 92 :1560–1563. 2013.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8749-8754, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8754


Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção - PA Revista Eletrônica

Alimento de origem animal, mercado consumidor, maciez.

*

Laís Andreia Trindade Correa¹ Nei Mustafé Calil Junior¹ Monique Valéria de Lima Carvalhal²

Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

¹Graduando do curso de Zootecnia da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR), Redenção – Pará, Brasil. *E-mail: lais.andrea1997@gmail.com. ²Professora D.Sc. do curso de Zootecnia da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR), Redenção – Pará, Brasil.

A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO

SENSORY QUALITY OF CHILLED AND FRESH

O Brasil é um dos líderes mundiais no mercado

BEEF IN THE MUNICIPALITY OF REDENÇÃO - PA

exportador e consumidor da carne bovina. Especula-

ABSTRACT

se que na região sudeste do Pará há uma

Brazil is one of the world leaders in the beef export

preferência do consumidor em adquirir carne in

and consumer market. It is speculated that in the

natura em feiras livres quando comparada com o

southeastern region of Pará there is a consumer

consumo de carnes maturadas embaladas a vácuo.

preference in purchasing fresh meat in open markets

Diante do exposto, este estudo foi conduzido com

when compared to the consumption of vacuum-

objetivo de avaliar a diferença das carnes bovinas

packed mature meat. This study was carried out with

obtidas in natura resfriadas e maturada, no que se

the objective of evaluating the difference between the

refere às características sensoriais, no município de

fresh and matured bovine meat obtained in terms of

Redenção - PA. O teste de análise sensorial foi

sensory

realizado na Faculdade de Ensino Superior da

Redenção - PA. The sensory analysis test was

Amazônia

Reunida,

de

carried out at the Faculdade de Ensino Superior da

Redenção

estado

participantes

Amazônia Reunida, located in the city of Redenção,

avaliaram a cor, o grau de hidratação, o aroma, o

state of Pará. 35 participants evaluated the color,

sabor, a maciez, a suculência e a força de

degree

cisalhamento das duas amostras de carne. Para

tenderness and strength shear of the two meat

comparar as proporções de respostas em cada

samples. To compare the proportions of responses in

atributo de qualidade da carne entre a carne

each attribute of meat quality between matured and

maturada e in natura, foi utilizado o teste do qui-

fresh meat, the Chi-square test was used, at the

quadrado, ao nível de significância de 5%. Foram

significance level of 5%. Sensory differences were

encontradas

found in the bovine meat obtained in a fresh and

localizada do

diferenças

Pará.

na 35

sensoriais

cidade

das

carnes

characteristics,

of

hydration,

in

the

aroma,

municipality

flavor,

of

softness,

bovinas obtidas de forma in natura resfriada e

mature

maturada. Dentre os atributos avaliados a maciez foi

d form. Among the evaluated attributes, tenderness

o que mais se destacou para os participantes do

was the one that stood out the most for study

estudo, despertando interesse no consumo de carne

participants, arousing interest in the consumption of

maturada.

matured meat

Palavras-chave: alimento de origem animal,

Keyword: consumer market, food of animal origin,

mercado consumidor, maciez.

tenderness.

8755


Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA

INTRODUÇÃO

sabor e suculência (ALESIO et al., 2010). Dessa

O Brasil é um dos líderes mundiais no mercado da

forma, a carne embalada a vácuo proporciona maior

carne bovina, sendo marcante sua importância entre

vida útil do produto, garantindo maior flexibilidade ao

os principais países exportadores e consumidores

consumidor, além de passar por um rigoroso

desse produto, mas os dados sobre avaliação

processo de controle de qualidade garantindo a

sensorial

procedência do produto. Já a carne in natura

sensoriais

do

consumidor

sobre

carne

escassos

da

são

os

atributos no

país.

(BRANDÃO, 2013; DELGADO et al., 2006).

resfriada comercializada nos açougues e feiras livres é

uma

carne

contaminações Nos

últimos

anos

como

a

a

várias

própria

fontes

de

manipulação

mudanças

incorreta do alimento. A estocagem a frio impede a

socioeconômicas e demográficas no país, como

multiplicação de alguns microrganismos, mas não

alterações na composição das famílias, participação

esteriliza o produto, por isso não pode melhorar o

da mulher no mercado de trabalho, urbanização das

alimento em condições precárias de sanidade;

cidades, acesso as mídias sociais pelas classes

apenas inibe o surgimento de novos agentes

sociais

(SCHLINDWEIN;

deteriorantes (RAMOS, 2007). Esse tipo de carne

KASSOUF, 2006). E dessa forma, cada vez mais,

tem um curto prazo de validade podendo ser

as pessoas buscam variar o cardápio alimentar,

deteriorada facilmente.

menos

ocorreram

exposta

privilegiadas

sendo os produtos cárneos importantes opções. Estes fatores também implicam em mudanças

Na região sudeste do Pará especula-se uma

comportamentais dos consumidores, que se tornam

preferência do consumidor em adquirir carne in

mais exigentes e buscam, alimentos mais seguros,

natura em feiras livres. Esta preferência dá-se devido

de qualidade (ABREU et al., 2012), que sejam

à crença de que os alimentos ali comercializados são

autênticos, saudáveis e tradicionais (ILBERY &

sempre frescos e de maior qualidade, não havendo

KNEAFSEY, 2000).

uma preocupação com atributos intrínsecos como maciez e sabor, o processo de obtenção da carne e

Devido à carne ser um produto perecível ela precisa

sua produção (SILVA et al., 2006). Sendo isto, um

de cuidados específicos para garantir sua qualidade.

aspecto cultural

E

representada

consumidor. Dessa forma, a análise sensorial pode

principalmente pela cor e o cheiro, é o aspecto mais

ser uma ferramenta metodológica fundamental para

evidente para o consumidor na hora de adquirir este

o conhecimento, a comparação e aceitação do

produto (RAMOS, 2007).

produto, além de determinar e verificar a real

a

qualidade

sensorial,

Dentre muitos aspectos

que podem interferir na cor da carne, a embalagem é uma delas. No Brasil busca-se o aperfeiçoamento nas

embalagens,

que

garantam

seguridade

microbiológica com ganho de vida de prateleira, sem perder qualidade nutricional e sensorial da carne

que

interfere

na escolha do

preferência do consumidor (DICK et al., 2011). Diante do exposto, este estudo foi conduzido com objetivo de avaliar a diferença das carnes bovinas obtidas in natura resfriadas e maturada, no que se refere às características sensoriais, no município de

(SILVA, 2015).

Redenção - PA.

Por isso, a carne maturada é uma boa aliada do

MATERIAL E MÉTODOS

consumidor na hora da compra, pois logo após o

O teste de análise sensorial foi realizado no

processo da desossa essa carne é embalada a

laboratório de bromatologia da Faculdade de Ensino

vácuo, para retardar o crescimento de bactérias aeróbicas putrefativas e favorecer o crescimento das bactérias lácticas. Que, por sua vez, produzem substâncias antimicrobianas, que podem provocar a redução do pH da carne (JAY, 2005), e o resultado é

Superior da Amazônia Reunida, localizada em Redenção estado do Pará. Foram utilizados 3 Kg de contra filé (Longissimus dorsi) bovino, sendo que 1,5 Kg oriundo de carne in natura e 1,5 Kg de carne

o desenvolvimento de características sensoriais

maturada.

As

carnes

foram

assadas

desejáveis, sendo as mais importantes a maciez, o

condimentos em churrasqueira elétrica à temperatura

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

sem 8756


Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA

de 200 C°, cortadas em pequenas amostras (2 cm

Tabela 1. Distribuição das frequências e percentual

de largura x 5 cm de comprimento) devidamente

das repostas dos avaliados (N = 35) com relação aos

identificadas (como “Amostra 1” e “Amostra 2” para

atributos de cor (vermelho brilhante, vermelho

controle da equipe) em recipientes plásticos e

púrpura e marrom) e grau de hidratação (seca,

servidas para os participantes individualmente que

média e úmida) da carne maturada e in natura

realizaram o teste cego.

resfriada no município de Redenção-PA

Junto

às

amostras

foi

disponibilizado

aos

provadores, talheres, água para beber entre a degustação de cada amostra e um questionário, para que os 35 participantes (13 homens e 22 mulheres), não treinados, avaliassem os seguintes atributos das amostras: cor, grau de hidratação, aroma, sabor, maciez, suculência e força de cisalhamento. Para questionário

a

isso, deveriam marcar no

opção

que

mais

considerava

adequada em cada atributo. Para avaliar os atributos cor e grau de hidratação, foram expostas aos participantes as amostras das carnes cruas, que estavam armazenadas em sacos herméticos identificados com o número da amostra.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para os demais atributos a avaliação realizada foi

A cor é a característica mais importante para o

mediante ao cheiro e degustação das amostras das

consumidor no momento da compra, e reflete o

carnes assada.

estado químico e o teor de mioglobina no músculo

Análises estatísticas Os resultados foram tabulados e organizados em planilhas para fins de avaliação da consistência e realização de análises estatísticas descritivas, foi contabilizada a frequência de respostas em cada item relacionado aos atributos de qualidade da carne (atributo cor: vermelho brilhante, vermelho púrpura, marrom; grau de hidratação: seca, média, úmida; sabor: suave, médio, forte; maciez: macia, média, dura; aroma: suave, médio, forte; suculência: pouca, média, muita; força de cisalhamento: nenhuma, média, muita). O teste Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados de todos os atributos avaliados. Para comparar as proporções de respostas em cada atributo de qualidade da carne entre a carne maturada e in natura, foi utilizado o teste do qui-quadrado, ao nível de significância de 5%.

provadores (60,00%) considerou a carne maturada de cor vermelho púrpura. Já com relação à carne in natura a maior parte dos participantes (57,15%) considerou a amostra de cor vermelho brilhante. O processo de maturação da carne pode caracterizar o escurecimento

Foram observadas diferenças significativas (P<0,05) das porcentagens de respostas com relação aos atributos avaliados na carne crua, como mostra na tabela 1.

do

produto,

e

geralmente

os

provadores associam a cor escura das carnes maturadas

com

carne

de

animais

velhos,

descartando o produto na hora da compra. O mesmo foi observado por KUSS et al. (2010) os quais afirmaram que os consumidores de carne bovina, mesmo que incorretamente, associam carnes de cores mais claras com animais mais jovens e recentemente

abatidos.

NASSU

et

al.

(2013)

explicam que a coloração vermelha-enegrecida das carnes maturadas permanece apenas durante o tempo em que fica embalada a vácuo, voltando ao normal,

RESULTADOS E DISCUSSÃO

8757

(McKENNA et al., 2005). A maior parte dos

vermelho

vivo,

quando

retirada

da

embalagem e exposta ao oxigênio. O grau de hidratação é um atributo associado à capacidade de retenção de água (CRA), pois uma carne que possui boa CRA, consequentemente terá

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA

um maior grau de hidratação. A cor e o grau de

(51,43%) considerou a carne maturada como de

hidratação das carnes são dois atributos que em

suculência média e (65,71%) descreveram a carne in

conjunto influenciam na aparência da carne, sendo

natura como de pouca suculência. O que demonstra

essenciais

por

certa preferência dos provadores para a carne

geralmente associarem a cor vermelho brilhante e a

maturada. De acordo com CALDARA et al. (2012) a

umidade média com o frescor do produto.

suculência

para

escolha

do

consumidor,

está

relacionada

a

capacidade

de

retenção de água da carne, ou seja, quando uma Na tabela 2 são descritos o percentual de respostas

carne tiver maior capacidade de retenção de água,

com relação aos atributos avaliados nas amostras

ela terá maior suculência. ZEOLA et al. (2007) citam

após a cocção.

que o processo de maturação da carne tende a

Tabela 2. Distribuição do percentual das repostas dos avaliados (N = 35) com relação aos atributos de sabor, maciez, suculência e força de cisalhamento da carne maturada e in natura resfriada no município de Redenção-PA

aumentar sua capacidade de retenção de água e ROÇA (2000) explica que o motivo deste aumento é que durante a maturação da carne ocorre uma pequena elevação no pH e a degradação enzimática da estrutura miofibrilar. O mesmo foi observado neste estudo, pois tanto a suculência como o grau de hidratação da carne maturada foi considerado maior que o da carne in natura, pelos provadores da cidade de Redenção. Dos 35 provadores que realizaram o teste de análise sensorial, 28 preferiram a carne maturada quando comparada com a in natura, o motivo foi justificado devido à carne maturada apresentar maior maciez do que a carne in natura. Como pode ser observado na figura 1. Figura 1. Porcentagem das repostas dos provadores com relação ao atributo maciez da carne maturada

Fonte: Elaborado pelo autor.

(28 consideraram a carne macia, 6 média e 1 Foram observadas diferenças significativas (P<0,05)

provador considerou a carne maturada como dura) e

nas repostas com relação à maciez, suculência,

in natura resfriada (3 provadores consideraram a

sabor e força de cisalhamento das carnes maturada

carne macia, 25 média e 7 dura) no município de

e in natura.

Redenção-PA.

Em geral, carne bovina fresca não tem sabor especifico (YANCEY et al., 2006), já a carne maturada, apresenta um sabor forte, devido ao processo

de

maturação

aumentar

o

sabor

característico da carne bovina (GORRAIZ et al., 2002). No entanto, neste estudo apenas (02,86%) dos provadores classificaram o sabor da carne maturada como de sabor forte, mostrando a aceitação dos provadores para essa carne. Com relação à suculência, aspecto considerado determinante no que diz respeito à preferência dos produtos cárneos, a maior parte dos provadores Fonte: Elaborado pelo autor. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8758


Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA

De acordo com os resultados, fica evidente que os

motivo é o hábito, que acabaram adquirindo de seus

consumidores da cidade de Redenção classificaram

antecedentes.

a carne maturada mais macia que a carne in natura,

conhecimento sobre os procedimentos tecnológicos

preferindo a carne maturada. Conforme descrito por

relacionados às carnes. Portanto, incentivamos mais

NASSU et al. (2009) em seu estudo avaliando

estudos que objetivem divulgar os processos de

atributos sensoriais da carne bovina maturada,

tecnologia de produtos cárneos. Visando aumentar o

observaram a maciez como um dos atributos mais

consumo da carne maturada na região, pois este

importantes do produto, segundo os dez provadores

produto

que participaram de seu experimento. BORGES et

consumidor, devido a embalagem a vácuo evitar a

al. (2005) ao avaliar a maciez subjetiva da carne de

multiplicação de microrganismos aeróbios.

caprinos proveniente dos músculos Longissimus dorsi,

Semimembranosus

observaram

que

as

e

carnes

Biceps

Femoris,

maturadas

foram

consideradas mais macias quando comparadas com aquelas que não passaram pelo processo de maturação para os dois músculos estudados.

Deixando

apresenta

evidente

menor

risco

à

à

falta

saúde

de

do

CONCLUSÃO Foram encontradas diferenças sensoriais das carnes bovinas obtidas de forma in natura resfriada e maturada. Dentre os atributos avaliados a maciez foi o que mais se destacou para os participantes do estudo, despertando interesse no consumo de carne

A avaliação da força de cisalhamento refere-se à

maturada. Incentivamos mais estudos que visem

força necessária no momento de realizar o corte das

aumentar o consumo da carne maturada na região.

amostras.

O

processo

de

maturação

afeta

diretamente a força de cisalhamento e caracteriza decréscimo significativo nos valores de força de cisalhamento por meio do processo de maturação (MONSÓN et al., 2004). O que foi observado nessa pesquisa, nenhum provador atribuiu “muita” ao atributo força de cisalhamento da carne maturada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, D. A. P.; CRUZ, J. M.; LOSADA, P. P. Active and Intelligent Packaging for the Food Industry. Food reviews international, v. 28, n. 2, p. 146-187, 2012. ALESSIO, V. M., et al. "Análise física e preferência de

contrafilé

significativas

dos

Sudeste-Resumo em anais de congresso. In:

provadores participantes da análise classificaram a

Congresso de iniciação científica, 18; 2010, São

carne maturada com o aroma suave, (17,14%) com

Carlos, SP. Anais... São Carlos: UFSCar, 2010.

o aroma médio e (08,57%) com o aroma forte. Na

BORGES, A. S.; ZAPATA, J. F. F.; GARRUTI, D. S.;

carne in natura os valores foram semelhantes, sendo

RODRIGUES, M. C. P.; FREITAS, E. R.;

que (60,00%) classificaram com o aroma suave,

PEREIRA,

A.

(28,57%) com o aroma médio e (11,43%) com o

medições

instrumentais

aroma forte. Algumas propriedades sensoriais, como

dureza e suculência da carne caprina. Em:

o odor, dependem de certo tempo para serem

Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de

percebidas. Assim, alguns atributos dos alimentos

Carnes, 3, 2005. São Pedro. Anais... São Pedro.

(74,29%)

L.

F.

Embrapa

bovino

maturado

pois

resfriado."

dorsi)

Para o aroma, não foram observadas diferenças (P>0,05),

e

(Longissimus

Correlação e

Pecuária

entre

as

sensoriais

da

necessitam de certo tempo para se manifestarem,

BRANDÃO, F. S. Tendências para o consumo de

podendo-se nomear tal acontecimento de percepção

carne bovina no Brasil. Tese. Universidade

retardada (TEXEIRA, 2009).

Federal do Rio Grande do Sul, 2013. CALDARA, F. R.; SANTOS, V. M. O.; SANTIAGO, J.

Nossos resultados mostram que a há aceitação por

C.; ALMEIDA PAZ, I. C. L.; GARCIA, R. G.;

parte dos provadores da cidade de Redenção com relação à carne maturada, apesar da especulação

VARGAS JUNIOR, F. M.; SANTOS, L. S.; NÄÄS, I. A. Propriedades físicas e sensoriais da carne

sobre a preferência dos consumidores da cidade de

suína PSE. Revista Brasileira de Saúde e

Redenção para o consumo de carne in natura.

Produção Animal, Salvador, v.13, n.3, p.815-824

Quando

jul. /set. 2012.

questionados

sobre

os

motivos

de

consumirem mais a carne in natura do que a carne maturada, os participantes responderam que o maior 8759

DELGADO, E. F.; AGUIAR, A. P.; ORTEGA, E. M. M. M.; SPOTO, M. H. F.; CASTILLO, C. J. C.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Artigo 520 - Qualidade sensorial da carne bovina maturada e in natura resfriada no município de Redenção- PA

Brazilian consumers' perception of tenderness

RAMOS E. M., GOMIDE L. A. M., Avaliação da

of beef steaks classified by shear force and

qualidade

taste. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 63, n.3,

metodologias, Viçosa, MG, Ed. UFG, 2007.

p.232-239, 2006. DICK, M.; JONG, E. V.; SOUZA, J. P. Análise sensorial de carne de frango pré-cozida e embalada

em

bandeja

de

cartão

após

de

carnes:

fundamentos

e

ROÇA, R. O. Tecnologia da carne e produtos derivados. Botucatu: Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, 2000. 202p. SILVA, J. S. Alterações físico-químicas

e

aquecimento em forno micro-ondas e forno

biológicas do Longissimus dorsi (contra - filé)

convencional. UNOPAR

embalado

Científica,

Ciência,

compounds, odor, and flavor of cooked beef from Pirenaica and Friesian bulls and Heifers. Journal of Food Science 67: 916–922, 2002. ILBERY, B.; KNEAFSEY, M. Producer of

Quality

in

vácuo

em

diferentes

temperaturas. Monografia de Especialização

Biologia e Saúde, v. 13, n. 1, p. 39-44, 2011. GORRAIZ, C.; BERIAIN, M. J.; CHASCO, J.; INSAUSTI, K. Effect of aging yime on volatile

Constructions

à

(Especialização em Gestão da Qualidade na Tecnologia

de

Alimentos)

Tecnológica

Federal

do

-

Universidade

Paraná.

Francisco

Beltrão, 2015. SILVA, R. A. R.; SILVA, S. R. D.; SANTOS, R. J. C.; SILVA, S. M.; SILVA, M. Desenvolvimento de

Regional

ações para a melhoria da feira livre do

Speciality Food Production: a Case Study

município de areia. Centro de Ciências Agrárias,

from South-west England. Journal of Rural

Universidade Federal da Paraíba, 2006. TEIXERA, L. V. Análise sensorial na indústria de

Studies, v. 16, p. 217-30, 2000. JAY, J.M. Microbiologia de Alimentos. 6.ed. Artmed: São Paulo, 2005.

alimentos. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Jan/Fev, nº 366, 64: 12-21,

KUSS, F.; LÓPEZ, J.; RESTLE, J.; BARCELLOS, J. O. J.; MOLETTA, J. L.; LEITE, M. C. C. P. Qualidade da carne de novilhos terminados

2009. YANCEY, E. J.; GROBBEL, J. P.; DIKEMAN, M. E.;

em confinamento e abatidos aos 16 ou 26

SMITH, J. S.; HACHMEISTER, K. A.; CHAMBERS, E. C. Effects of total iron,

meses de idade. Revista Brasileira de Zootecnia,

myoglobin, hemoglobin, and lipid oxidation of

2010. MONSÓN, F.; SAÑUDO, C.; SIERRA, I. Influence of cattle breed and ageing time on textural meat quality. Meat Science, v. 68, p. 595-602, 2004. MCKENN,

D.R.;

MIES,

P.D.;

BAIRD,

B.

E.;

uncooked

muscles

on

livery

flavor

development and volatiles of cooked beef steaks. Meat Science. v. 73, p. 680-686, 2006. ZEOLA, N.M.B.L.; SOUZA, P.A.; SOUZA, H.B.A.; SILVA SOBRINHO, A.G.; BARBOSA, J. C. Cor,

PFEIFFER, K.D.; ELLEBRACH, JW; SAVELL, J. W. Biochemical and physical factors affecting

capacidade de retenção de água e maciez da

discoloration characteristics of bovine muscles. Meat Science, v. 70, n. 4, p. 665-682,

cloreto de cálcio. Arquivo Brasileiro de Medicina

2005.

carne de cordeiro maturada e injetada com Veterinária e Zootecnia, v.59, p.1058-1066, 2007. SCHLINDWEIN, M. M.; KASSOUF, A. L. Análise da

M.

influência de alguns fatores socioeconômicos

R.; DELIZA, R.; TULLIO, R. R.; CRUZ, G. M. D. Análise sensorial de carne bovina maturada

e demográficos no consumo domiciliar de

utilizando

Sociologia Rural, Brasília, v. 44, n. 3, p. 549-572,

NASSU,

R.

T.; VERRUMA-BERNARDI,

a

técnica

do

perfil

livre.

In:

Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de

carnes no Brasil. Revista de Economia e 2006.

Carnes, 5., Campinas, SP. Anais... Campinas: ITAL: CTC, 2009. NASSU, R. T.; BERNARDI, M. R. V.; TULLIO, R. R.; CRUZ, G. M.; ALENCAR, M. M. Qualidade e perfil sensorial descritivo da carne maturada proveniente de animais cruzados. Asa, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 13-25, Set/ Dez. 2013. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8755-8760, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8760


Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

Revista Eletrônica

Armazenamento, ovos, qualidade, temperatura. 1

Bárbara da Silva Resende 1 Maralice Jesuina de Carvalho Abadia 2* Jhenyfer Caroliny de Almeida 3 Sandra Regina Marcolino Gherardi

Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

1

Discentes do curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal Goiano-Câmpus Urutaí, GO, Brasil. 2 Tecnóloga em alimentos, Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí, GO, Brasil.*E-mail: Jhenyfer.caroliny@outlook.com. 3 Docente do curso de Ciência e Tecnologia em Alimentos, Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí, GO, Brasil.

RESUMO

A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

Urutaí/GO, em função do ambiente de estocagem e

EVALUATION OF WHITE EGGS IN THE FUNCTION OF THE STORAGE DURING MARKETING IN A SOUTHEASTERN GOIANO CITY ABSTRACT

do tempo que permaneceram expostos durante o

The objective of this work was to evaluate the quality

período de comercialização, para tanto, foram

of eggs commercialized in the city of Urutaí / GO, in

utilizados os 3 (três) principais pontos de venda (A, B

function of the storage environment and the time that

e C) da cidade. Foram analisados o controle da

remained exposed during the commercialization

temperatura e umidade relativa do ar por meio da

period. Sale (A, B and C) of the city. Temperature

aferição diária em horário pré determinado. Para

and relative humidity control were analyzed by daily

caracterização da qualidade avaliou-se o peso do

measurement

ovo, gema, albúmen e casca, altura e diâmetro da

characterize the quality, egg weight, yolk, albumen

gema, altura de albúmen, índice de gema e unidade

and shell, yolk height and diameter, albumen height,

Haugh, porcentagem de albúmen, gema e casca e

yolk and yolk unit index, albumen, yolk and shell

pH de gema e albúmen.

percentage

O objetivo do trabalho consistiu em avaliar a qualidade dos ovos comercializados na cidade de

Para as propriedades

at

and

predetermined

yolk

albumen

pH

were

properties

were

espuma

Os

determined the stability of the foam formed and the

coloração

da

gema.

functional

To

evaluated.

e

the

and

time.

funcionais foram determinadas a estabilidade da formada

For

a

de

color of the yolk. The results showed that the storage

armazenamento influenciou negativamente sobre os

time had a negative influence on the evaluated

parâmetros

observadas

parameters, being more intense modifications in the

modificações mais intensas nos sete primeiros dias

first seven days of storage. Foam stability decreased

de estocagem. A estabilidade da espuma diminuiu

with increasing storage time in the studied climatic

com o aumento do tempo de estocagem na condição

condition, the color of the yolks showed variations,

climática

with light to dark intensities for eggs B and C in all

resultados

mostraram avaliados,

estudada,

a

que

o

sendo

coloração

tempo

das

gemas

apresentou variações, com intensidades de clara a

treatments.

escura para os ovos dos estabelecimentos B e C em

Keyword:

todos os tratamentos. Palavras-chave: armazenamento, ovos, qualidade, temperatura. 8761

storage,

eggs,

quality,

temperature.


Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

INTRODUÇÃO

MATERIAL E MÉTODOS

O ovo é um dos alimentos mais completos da dieta

As análises foram conduzidas no período de

humana, apresenta uma composição rica em

Dezembro de 2016 a Fevereiro do ano de 2017,

vitaminas, minerais, ácidos graxos e proteínas de

sendo utilizadas 3 repetições por tratamento e 3

excelente valor biológico (RÊGO et al., 2012). Como

ovos por unidade experimental. Foram reservadas e

todos os produtos naturais de origem animal, o ovo

marcadas previamente 4 cartelas deixando-as no

também é perecível, e começa a perder sua

mesmo local em que se encontravam as demais, em

qualidade interna momentos após a postura, caso

cada um dos três pontos de venda (A, B e C) da

não sejam tomadas medidas adequadas para sua

cidade de Urutaí/GO. Semanalmente, tendo início no

conservação, sendo assim, a perda de qualidade é

dia da chegada ao comércio, 9 ovos foram

um fenômeno inevitável que acontece de forma

recolhidos destas cartelas sendo denominados de

contínua ao longo do tempo e pode ser agravado por

frescos, e o mesmo procedimento repetido aos 7, 14,

diversos fatores.

21 e 28 dias.

Segundo a Portaria n.1 de 21/02/1990 do Ministério

Durante esse período também foram aferidas a

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL,

temperatura ambiente e a umidade relativa do ar,

1990), o período para consumo de ovos frescos é de

com auxílio de um termohigrômetro digital de

30 dias e a temperatura recomendada, pela

máxima e mínima, obtendo-se assim, as médias

legislação vigente, para armazenamento do ovo

semanais. A cada semana, as amostras foram

fresco está entre 8 e 15°C com umidade relativa do

submetidas

ar entre 70 e 90%. Apesar disso, não existe no Brasil

microbiologia do curso de Medicina Veterinária do

a obrigatoriedade para que os ovos sejam mantidos

Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí. As

refrigerados durante o armazenamento, fazendo

avaliações realizadas foram determinação do peso

com que as condições que seriam ideais nem

do ovo, de gema, albúmen e casca; altura e diâmetro

sempre

de

de gema e altura de albúmen, índice de gema (IG);

comercialização em nosso país, reduzindo o prazo

Unidade Haugh (UH); pH de gema e albúmen,

de validade e favorecendo a perda de qualidade do

determinação da porcentagem de albúmen, gema e

produto (CRUZ & MOTA, 1996; RODRIGUES &

casca,

SALAY, 2001; FIGUEIREDO, 2008; XAVIER et al.,

componente em relação ao peso do ovo inteiro,

2008).

estabilidade da espuma formada e coloração de

sejam

encontradas

nos

postos

às

tomando

análises

por

base

no

o

laboratório

peso

de

de

cada

gema. De acordo com Jones & Musgrove (2005), o tempo e a temperatura são fatores importantes que devem

O peso do ovo, de gema, albúmen e casca foram

ser

de

aferidos com auxilio de uma balança semi-analítica e

armazenamento para que se mantenha a alta

a altura, diâmetro de gema e altura de albúmen

qualidade do produto. A redução da qualidade

através da utilização de um paquímetro analógico. O

interna dos ovos está associada principalmente às

índice de gema (IG) foi realizado com base nas

perdas de água e de dióxido de carbono durante o

medidas de altura da gema (AG) e diâmetro da gema

período

à

(DG), sendo IG = AG/DG. A coloração da gema foi

elevação da temperatura no ambiente. Uma vez que

determinada por meio do leque colorimétrico que

todas as alterações a que os ovos estão submetidos

possibilitou sua classificação através da comparação

em função das condições de estocagem interferem

da amostra com a escala de cores.

controlados

de

durante

estocagem,

o

sendo

período

proporcional

em sua qualidade, o trabalho objetivou avaliar a intensidade das modificações na qualidade interna e

A determinação da porcentagem de albúmen, gema

propriedades

branco

e casca, foi obtida através do peso de cada

comercializado na cidade de Urutaí/GO em função

componente em relação ao peso do ovo inteiro

do tempo e temperatura de armazenagem durante o

(Peso do componente do ovo multiplicado por 100 e

período de comercialização em uma das estações

posteriormente dividido pelo peso do ovo no dia da

do ano (quente/úmida).

análise). Para determinação do pH de gema e albúmen

funcionais

do

ovo

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8762


Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

foi utilizado um pHmêtro devidamente calibrado. A

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Unidade Haugh foi calculada por meio da expressão

Após o monitoramento das condições de estocagem,

0,37

UH = 100 x log (h - 1,7 P

+ 7,6) sendo: UH =

temperatura, umidade relativa do ar, análise dos

unidade Haugh; h = altura de albúmen denso (mm) e

parâmetros de qualidade interna e das propriedades

P = peso do ovo (g).

funcionais dos ovos, verificou-se diversas alterações em função do tempo de estocagem durante a

A estabilidade da espuma foi obtida através da

comercialização. A rotatividade dos ovos geralmente

utilização do método de Baptista (2002) modificado.

não ultrapassou 15 dias uma vez que as vendas

As claras foram separadas e homogeneizadas com

eram constantes. Entretanto, a cada semana os

auxílio de bastão de vidro, posteriormente foi retirada

estabelecimentos recebiam novos lotes de ovos que

uma alíquota de 100 mL e transferida para um

eram colocados sobre as cartelas antigas que ainda

béquer de 1000 mL, previamente graduado com

não haviam sido vendidas, aumentando desta forma,

auxílio de uma proveta graduada de 1000 mL. A

a permanência do produto no local, predispondo a

amostra foi batida por 60 segundos em velocidade

maiores alterações. Quanto à temperatura (Tabela

máxima em batedeira doméstica, até atingir o

1), nos meses de Dezembro e Fevereiro, a

chamado “ponto de suspiro”. Posteriormente o

temperatura média variou de 26,7 (21 dias) a 29,9 (7

volume de espuma formado foi transferido para um

dias) que aliada a maior umidade relativa do ar

funil sobreposto a uma proveta graduada sendo a

observada no mesmo período corroborou para

quantidade drenada de espuma computada após 60

resultados negativos observados nos ovos, avaliados

minutos marcados em um cronômetro de acordo com

nesta época (quente e úmida).

técnica descrita por Pardi (1977) e Barbiratto (2000) Tabela 1. Média semanal da temperatura ambiente e

(Figura 1).

da umidade relativa do ar dos ovos estocados para Figura 1. Método para obtenção de volume drenado

comercialização em diferentes estações do ano

por estabilidade de espuma Dias de estocagem Frescos Período Dezembro/fevereiro

7

14

21

28

Temperatura Ambiente (°C) 28,7

29,9 28,25

26,77 27,63

Umidade (%) Dezembro/fevereiro

71

66

65

73

62

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

Ao iniciar as análises, a primeira avaliação realizada foi a observação do aspecto externo dos ovos. Neste momento, verificou-se que alguns ovos mesmo Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

sendo frescos já apresentavam casca fina, mais

Os dados foram submetidos à análise de variância em esquema de parcelas subdivididas no tempo, sendo os fatores estabelecimento (Supermercado 1, 2 e 3) e tempo de prateleira dos ovos (momento de

porosa e discretas fissuras (Figura 2. A). Figura 2. Observação dos ovos (A), Ovo com 15 dias apresentando presença de larvas (B) e ovo com 21 dias internamente deteriorado (C).

chegada dos ovos, 7 e 14 dias). Realizaram-se os testes

de

verificando-se

normalidade que

os

e

homocedasticidade,

dados

atenderam

às

pressuposições. Comparações de médias foram realizadas com o teste Tukey. Todas as análises estatísticas foram realizadas com o ambiente R (R Core Team, 2017) de computação estatística.

(A)

(B)

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

8763

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

(C)


Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

Aos 15 dias alguns ovos apresentaram presença de

Tabela 2. Resumo da análise de variância do peso,

larvas e odor fétido podendo ser consequência do

albúmen, gema, casca, pH albúmen, pH gema, altura

local de acondicionamento para comercialização,

albúmen, altura gema e diâmetro gema

localizado próximo ao local de exposição de frutas e milho ensacado, favorecendo o ataque de insetos. Aos 21 dias, algumas amostras se tornaram inviáveis para análise, sendo descartadas pelo comerciante do estabelecimento A. Aos 28 dias, muitos

ovos

deteriorados,

se

encontravam

impossibilitando

a

internamente execução

das

análises (Figura 2. B e C). Foi possível verificar que nas análises realizadas nesse período quente e úmido as amostras

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

perderam qualidade em um intervalo pequeno de tempo (15 dias). De acordo com as análises

Para as variáveis casca, altura do albúmen, pH do

estatísticas, ao se observar o peso, obteve-se resultados considerados iguais estatisticamente, nos

estatísticas entre os supermercados, porém, para o

supermercados A, B e C para o tempo 0 e 7. Já para a gema todos os tempos foram significativamente iguais. Contudo, aos 14 dias o peso dos ovos no supermercado B apresentou maiores resultados, já para a gema o supermercado C foi maior.

albúmen e altura da gema não houve diferenças albúmen, aos 14 dias, observou-se os menores valores, nos três supermercados (Tabela 3). As análises foram realizadas no período quente e úmido e a temperatura elevada, acrescido de um ambiente pouco ventilado, durante a estocagem determinam redução na qualidade da ovalbumina, que está

Em relação à proporção de gema houve uma elevação em função do aumento do tempo de

associada à perda de água e dióxido de carbono

estocagem dos ovos podendo estar relacionada à passagem de água do albúmen para a gema,

reações físico-químicas que levam a degradação da

aumentando assim seu peso em relação aos outros

produto

componentes com base no que foi observado por Leandro et al. (2005) e Ordónez, (2005).

moléculas de proteína que passam para a gema por

durante a estocagem em função da aceleração das estrutura proteica do albúmen denso, gerando como das

reações

água

ligada

a

grandes

osmose, causando também o rompimento da gema em ovos mais velhos, corroborando com o que foi

Quanto à coloração de gema, estas foram classificadas comparando-as com o leque colorimétrico, que consiste em uma escala com diferentes tonalidades e intensidade de amarelo, variando de 1 a 14. Os ovos do ponto de venda A, se mantiveram entre a escala 4 e 7 de coloração em função do tempo de estocagem. Já as amostras dos estabelecimentos B e C, apresentaram uma discrepância significativa observando-se 9,3% de gemas com coloração entre 1 e 3, 75,2% variando entre 4 e 9 e 15,5 % com fortes tonalidades chegando a 12. Apenas pH de gema e diâmetro da gema apresentaram interação entre supermercado e tempo (Tabela 2). O fator tempo apresentou efeito significativo (p < 0,05) para quase todas as variáveis, exceto a variável casca. O fator supermercado apresentou significância apenas para pH da gema (p = 0,0022).

observado por Cruz & Mota (1996) e Silversides & Scott (2001). Na aferição do pH do albúmen, observou-se que as amostras

mantiveram

uma

média

homogênea,

variando entre 9,1 e 9,65 (Tabela 3). De acordo com Heath (1977), durante o armazenamento o pH do albúmen aumenta a uma velocidade dependente da temperatura até o valor máximo de 9,7. Para serem considerados frescos e com qualidade os ovos devem apresentar pH neutro e clara límpida, transparente,

consistente,

densa

e

alta,

com

pequena porção mais fluida (MURAKAMI et al., 1994). Segundo a estatística, para pH do albúmen, os maiores valores apresentados foram no tempo 7 para o supermercado A e C, já para o supermercado B não houve diferença entre os tempos (Tabela 3).

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767 jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8764


Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

Tabela 3. Comparação de Médias

Entretanto, o supermercado A apresentou maiores resultados no tempo 7 (Tabela 3). Durante as análises

foi

observado

que

as

gemas

com

tonalidades fortes de amarelo apresentavam um pH superior aos parâmetros ideais. Segundo Marinho (2011), à medida que o pH aumenta, as características do ovo se alteram. As ligações entre as moléculas que compõem a membrana que envolve a gema começam a ficar mais fracas. Para piorar a água começa a passar da clara para a gema, aumentando o tamanho desta última. A sua membrana já fragilizada é agora esticada. Íons alcalinos provenientes do albúmen +

podem ser trocados com íons H presentes na gema com elevação do pH da gema. A qualidade do albúmen de acordo com Honkatukia et al. (2013), começa a degenerar logo após a oviposição e sua liquefação é um processo natural que ocorre durante o armazenamento. A qualidade do albúmen é geralmente mensurado a partir da altura do albúmen a uma distância de 1 cm da borda da gema e normalmente convertida em unidades Haugh

(UH).Verificou-se

a

partir

do

cálculo

estatístico que não houve diferenças significativas em relação a tempo e supermercado (Tabela 3). A porcentagem de albúmen teve médias iguais em todos os supermercados, já no tempo 0 e 7 obtevese maiores resultados. Para a porcentagem de gema, os supermercados A, B e C obtiveram médias iguais estatisticamente, entretanto, no tempo 14 os valores foram maiores. A fim de obter valores referentes à consistência da gema, Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Tukey (p > 0,05).

é

utilizado

o

índice

da

gema

(IG=

altura/diâmetro), sendo que as médias para este índice em ovos frescos estão entre 0,40 e 0,42. O

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

índice de gema se reduz à medida que a gema vai O pH da gema variou de 6,1 a 6,8 aos 28 dias de

ficando achatada devido à perda de qualidade da

armazenamento

nos

os

membrana vitelina em função do longo período de

estabelecimentos.

Segundo

Antunes

armazenamento, podendo chegar a 0,25 (AUSTIC &

(2001) o pH da gema fresca é geralmente cerca de

NESHEIM, 1990). No estudo realizado observou-se

6,0 podendo atingir 6,9 durante a estocagem

que esse índice diminuiu em função do tempo de

(ALLEONI & ANTUNES, 2001). No tempo 7 o pH

estocagem. Além disso, no estabelecimento A, foi

apresentou maiores valores para o supermercado A.

possível a avaliação até 14 dias, pois aos 21 dias

No supermercado B e C todos os tempos foram

parte

iguais. Ao observar os tempos 0 e 14, apresentaram

inviáveis devido à liquefação de albúmen e gema.

valores iguais para todos os supermercados.

Estatisticamente ao se observar a altura da gema,

8765

ovos

de Alleoni

todos &

significativa

das

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

amostras

se

tornaram


Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

o supermercado A e B são iguais, enquanto que o supermercado

C

teve

maiores

resultados

no

momento da coleta (tempo 0) e portanto a variável índice de gema apresentou maiores resultados. Na variável diâmetro de gema, todos os tempos apresentaram

valores

médios

iguais.

Os

supermercados são iguais para o tempo 0 e 14, tendo uma mudança somente no tempo 7, visto que, o supermercado C apresentou maior média (Tabela

AUSTIC, R. E.; NESHEIM, M. C. Poultry production. 13. ed. London: Lea & Febiger. 332p., 1990. BAPTISTA, R. F. Avaliação da qualidade interna de

ovos

de

(Coturnixcoturnixjaponica)

codorna em

função

da

variação da temperatura de armazenamento. 99p., 2002. BARBIRATTO, S. B. Influência da temperatura e da embalagem em atmosfera modificada na

3).

qualidade interna dos ovos de consumo. O volume de espuma formado (mL) apresentou um

Niterói. 2000. 76f. Dissertação (Mestrado em

decréscimo em função do aumento do tempo de

Medicina Veterinária - área de concentração em

estocagem e aumento de volume drenado podendo

Higiene

ser explicada segundo Fennema (1993); Watanabe

Tecnológico de Produtos de Origem Animal) -

et al. (1998) e Alleoni & Antunes (2004) pelo

Faculdade

fenômeno de conversão da ovalbumina em S-

Federal Fluminense. Niterói – RJ. 2000.

ovalbumina

pela

dissociação

ovomucina-lisozima, ocorrendo a

Veterinária de

e

Veterinária

Processamento da

Universidade

complexo

BELITZ, H. D.; GROSCH, W.; SCHIEBERLE, P.

deterioração do

Food Chemistry. 4th revised and extended

do

gel de ovomucina, provocando a perda parcial das propriedades gelificantes e espumantes do albúmen.

Edition. Springer-Verlag, 1070p., 2009. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e

Segundo Belitz et al. (2009) é uma característica

Abastecimento.

desejável do albúmen a capacidade de formação e

Industrial e Sanitária de Produtos de Origem

estabilização da espuma que envolve diversas

Animal. Portaria nº 01, de 21 de fevereiro de

proteínas,

1990.

enquanto

as

globulinas

facilitam

a

Regulamento

de

Inspeção

formação de espuma, a ovomucina promove a

CRUZ, F. G. G.; MOTA, M. O. S. Efeito da

estabilização e a ovalbumina e a conalbumina

temperatura e do período de armazenamento

permitem a fixação através de coagulação térmica.

sobre

a

qualidade

interna

dos

ovos

comerciais em clima tropical úmido. IN:

CONCLUSÃO As condições de estocagem envolvendo tempo,

CONFERÊNCIA

temperatura e umidade relativa do ar, acarretaram

TECNOLOGIA

perdas tanto na qualidade quanto nas propriedades

Anais. Campinas: FACTA. p.96. 1996.

funcionais dos ovos levando a diminuição da vida de prateleira destes. O período de clima quente e úmido

APINCO AVÍCOLAS.

DE

CIÊNCIA

Campinas,

E

1996.

FENNEMA, O. R. Química de los alimentos. Zaragoza: Editorial Acribia, 1096p., 1993.

influenciou de forma mais marcante na perda de

FIGUEIREDO, T. C. Características físico-química e

qualidade reforçando a necessidade de mudanças

microbiológica e aminas bioativas em ovos de

na legislação para a obrigatoriedade da refrigeração

consumo. 2008.

dos ovos durante a comercialização.

HEATH, J. L. Chemical and related osmotic changes in egg albumen during storage. Poultry Science,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLEONI, A. A. C.; ANTUNES, A. J. Unidade Haugh como medida da qualidade de ovos de galinha armazenados

sob

refrigeração.

Scientia

Agrícola, v.58, n.4, p.681-685, 2001. ALLEONI, A. C. C.; ANTUNES, A. J. Albumen foam stability and S-ovalbumin contents in eggs coated with whey protein concentrate. Brazilian Journal of Poultry Science. v.6, n.2, p.105-110, Apr-Jun, 2004.

v. 56, n.3, p.822-828, May, 1977. HONKATUKIA,

M.;

TUISKULA-HAAVISTO,

M.;

ARANGO, J.; TABELL, J.; SCHMUTZ, M.; PREISINGER, R.; VILKK, J. Q. T. L. Mapping of egg albumen quality in egg layers. Genetics Selection Evolution. v.45, n.31, August, 2013. JONES, D. R.; MUSGROVE, M. T. Effects of Extended Storage on Egg Quality Factors. Poultry Science, v.84, n.11, p.1774–1777, 2005.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8766


Artigo 521 - Avaliação de ovos brancos em função do ambiente de estocagem durante a comercialização em uma cidade do sudeste goiano

LEANDRO, N. S. M.; DEUS, H. A. B.; STRINGHINI,

RODRIGUES, K. R. M.; SALAY, E. Atitudes de

J. H. Aspectos de qualidade interna e externa de

granjeiros, atacadistas, varejistas e consumidores

ovos

em relação à qualidade sanitária do ovo de galinha in natura. Revista Nutrição, Campinas,

comercializados

em

diferentes

estabelecimentos na região de Goiânia. Ciência

v.14, n.3, p.185-193, 2001.

Animal Brasileira, v.6, n.2, p.71-78, 2005. MARINHO, A. L. Qualidade interna e externa de

SILVERSIDES, F. G.; SCOTT, T. A. Effect of storage

ovos de codornas japonesas armazenados em

and layer age on quality of eggs from two lines of hens. Poultry Science, v.80, n.8, p.1240-1245,

diferentes

Aug, 2001.

temperaturas

estocagem.

períodos

WATANABE, K.; TSUGE, Y.; SHIMOYAMADA, M.

(Mestrado). Universidade Federal de Alagoas,

Binding activities of pronase-Treated fragments

2011. A.;

from egg white ovomucin with anti-ovomucin antibodies and newcastle disease virus. Journal

SCAPINELLO, C; BARBOSA, M. J.; VALÉRIO, S.

of Agricultural and Food Chemistry, v.46, n.11,

A.

E.;

Largo-AL.

de

Dissertação

MURAKAMI,

Rio

e

BARRIVIERA,

V.

R. Efeito da temperatura e do período de armazenamento sobre a qualidade interna do ovo de codorna japonesa (Coturnixcoturnixjaponica) para

consumo

humano.

Revista

Unimar,

Maringá, v.16, suplemento 1, p. 13-25,1994. ORDÓÑEZ, J. A.; RODRIGUEZ, M. I. C.; ÁLVAREZ, L. F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLÓN, G. D. G. F.;

p. 4501–4506, 1998. XAVIER, I. M. C.; CANÇADO, S. V.; FIGUEIREDO, L. J. C.; LARA, L. J. C.; LANA, A. M. Q.; SOUZA, M. R.; BAIÃO, N. C. Qualidade de ovos de consumo submetidos a diferentes condições de armazenamento. Revista Brasileira de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.60, n.4. p.950-959, 2008.

PERALES, L. H.; CORTECERCO, M. D. S. Tecnologia de Alimentos: alimentos de origem animal. vol.2. Porto Alegre. Artmed, 279p., 2005. PARDI, H. S. Influência da comercialização na qualidade de ovos de consumo. 1977. 73f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária Área de Concentração em Ciência, Higiene e Tecnologia

de

Alimentos)

Faculdade

de

Veterinária da Universidade Federal Fluminense. Niterói – RJ, 1977. R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical

Computing,

Vienna,

Austria.

http://www.R-project.org/. Acesso em: 29 de agosto, 2017. RÊGO, I. O. P.; CANÇADO, S. V.; FIGUEIREDO, T. C.; MENEZES, L. D. M.; OLIVEIRA, D. D.; LIMA, A. L.; CALDEIRA, L. G. M.; ESSER, L. R. Influência do período de armazenamento na qualidade

do

ovo

integral

pasteurizado

refrigerado. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 64, n.3, p.735-742. 2012. 8767

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8761-8767, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte

Revista Eletrônica

Aditivos, ruminantes, desempenho produtivo.

Vol. 17, Nº 04, jul/ago de 2020 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

Sued Felipe Lacerda Barjud 2 Jose Pires Carvalho Neto 1 Aline de Oliveira Barbosa 1 Rosimeire Pereira da Silva 1 Vanusa Castro de Sousa

1*

1

Discente do curso mestrado em zootecnia (UFPI) Campus Cinobelina Elvas Bom Jesus.Piaui.*E-mail:suedfelipelacerdabarjud@gmail.com 2 Discente do curso doutorado em produção animal (UFPI) Campus Helvidio Nunes de Barro. Teresina / Piauí.

RESUMO

EFFECT OF MONENSIN AND VIRGINIAMYCIN

Esse estudo objetivou descrever sobre o uso dos

ON DIGETIBILITY IN BEEF CATTLE

aditivos na nutrição de ruminantes abordando os

ABSTRACT

efeitos da monensina e da virginimicina em bovinos

This study aimed to describe the use of additives in

de corte. Os aditivos são classificados em ionóforos

ruminant nutrition by addressing the effects of

e não ionóforos possuem ação depressora ou

monensin and virginimycin in beef cattle, the

inibitória

additives

dos

microrganismos

colonizadores

do

are

classified

in

ionophores

and

rúmen, no qual são extraídos de algumas linhagens

nonionophores have a depressant or inhibitory action

de streptomyces, na pecuária brasileira os ionóforos

of the microorganisms colonizing the rumen, in which

mais usados são a monensina, salinomicina e a

they are extracted of some Streptomyces strains, in

lasalocida, os não ionóforos amplamente usados são

Brazilian cattle breeding the most used ionophores

exatamente

are monensin, salinomycin and lasalocid, the widely

o

grupo

representado

pela

virginiamicina. O trabalho foi conduzido através de

used

pesquisa bibliográfica usando periódicos nacionais e

represented

internacionais fazendo um levantamento sobre os

conducted through a bibliographical research using

efeitos do uso da monensina e da virginiamina,

national and international journals, surveying the

portanto o uso de aditivos como a monensina e

effects of the use of monensin and virginiamine, so

virginiamicina

the use of additives such as monensin and

melhora

o

desempenho

animal

nonionophores by

are

exactly

virginiamycin.

improves

animal

The

the

group

work

was

otimizando a produção animal, aumento do ganho de

virginiamycin

performance

by

peso e degradabilidade, e diminuição do consumo de

optimizing animal production, increasing the gain of

matéria e da quantidade e metano, gás esse que tem

weight and degradability, and decrease in the

grandes influencia no efeito estufa.

consumption of matter and the quantity and methane

Palavras-chave: aditivos, ruminantes, desempenho

gas that has great influence on the greenhouse

produtivo.

effect. Keyword: additives, ruminants, productive performance. 8768


Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte

INTRODUÇÃO

negativas, no qual são produtoras de propiônato e

Os aditivos são substâncias que estão sendo

consequentemente utilizadoras de lactato. Além

amplamente usados na nutrição de ruminantes, além

disso os aditivos regulam o consumo de matéria

disso, o seu uso está associado a animais criados

seca através do maior tempo de retenção do

extensivamente. O objetivo do uso dos aditivos é

alimento no rúmen, efeito causado pelo aumento do

maximizar a produção animal, seja carne ou leite,

propiônato, melhora o uso das proteínas, através das

através de aumento da eficiência simbiótica da

bactérias

microbiota ruminal, no qual melhora o processo de

aminoácidos,

fermentação

quantidade de metano, inibindo e controlando as

no

rúmen,

colaborando

com

o

desempenho produtivo do animal em qualquer fase

proteolíticas os

e

ionóforos

fermentadoras também

de

reduz

a

bactérias que produz e fornecem H2.

da produção (GHAEDI, 2013). Diante disso, esse trabalho objetiva descrever sobre Na nutrição de ruminantes os aditivos mais usados

o uso dos aditivos na nutrição de ruminantes

são os antibióticos ionóforos, os não ionóforos além

abordando

dos probióticos, assim chamados ionóforos, os

virginimicina.

os

efeitos

da

monensina

e

da

mesmos são capazes de transportar íons, ou seja, formando complexos lipossolúveis com cátions, no

Desenvolvimento

qual atua mediando os transportes na membrana

A monensina é o antibiótico ionóforo mais usado na

celular através de sua bicamada lipídica (LADEIRA,

dieta dos animais domésticos ruminantes, seu

2014). Os ionóforos e não ionóforos possuem ação

principal objetivo na bovinocultura de corte é

depressora

microrganismos

exatamente melhorar o ganho médio diário em

colonizadores do rúmen, no qual são extraídos de

consequência a eficiência alimentar, otimizando a

algumas linhagens de streptomyces, na pecuária

produção, com diminuição dos gastos e melhor

brasileira

aproveitamento dos alimentos usados na produção

ou

os

inibitória

ionóforos

dos

mais

usados

são

a

monensina, salinomicina e a lasalocida, os não ionóforos amplamente usados são exatamente o grupo representado pela virginiamicina.

(BERTIPAGLIA, 2008). Sua principal ação via rúmen é selecionar as bactérias Gram-negativas produtoras de succínato,

A monensina é dos principais aditivos usado na

propiônico

nutrição dos animais ruminantes, em diversos países

produtoras de acético, butírico e láctico, essas

como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e

substâncias possuem duas camadas uma interna

Brasil, existe mais de 120 tipos diferentes de

hidrofílica e uma externa hidrofóbica, na qual a

ionóforos, porém apenas quatro são aprovados e

camada interna liga- se, a membrana celular agindo

liberados para o uso na nutrição de ruminantes, a

como transportadores dos íons de sódio, potássio e

monensina, lasalocida, salinomicina e laidlomicina

cálcio para dentro da célula.

propionato. No Brasil o uso de aditivos é bastante usado,

estima-se

que

cerca

de

93,9%

dos

confinamentos brasileiros utilizam-se de aditivos. (MORAIS, 2011). Os ionóforos alteram principalmente as relações dos ácidos graxos voláteis produzidos no rúmen advindo do processo de fermentação, no qual é a principal fonte de energia dos ruminantes. Guan et al. (2006), não observou o aumento na quantidade total de gases produzido com o uso de antibióticos ionóforos, porém o mesmo observou uma diminuição na relação acetato:propionato, ou seja, os aditivos favorecem o desenvolvimento de bactérias Gram8769

e

inibidoras

das

Gram-positivas

Segundo Reis et al. (2006), pode-se classificar os efeitos benéficos dos ionóforos sobre a população microbiana aumenta

em o

três

diferentes

metabolismo

dos

tipos,

primeiro

microrganismo

ruminais, em especial as bactérias Gram-negativas aumentando a proporção de ácidos graxos voláteis como o propiônico e diminuindo a quantidade de metano, o segundo é o aumento do metabolismo do nitrogênio

pelas

bactérias

ruminais,

no

qual

diminuem a quantidade da absorção de amônia, aumentando a quantidade de proteína de origem microbiana que chega ao intestino delgado, por fim o uso da monensina diminui os risco de desordens de

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8768-8772, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte

origem

alimentar

como

timpanismo,

acidose,

ação contra as bactérias Gram-positivas, possuindo assim a capacidade de alterar o tipo de fermentação

alcalose e coccidiose.

ruminal, sendo assim modula o tipo de gases Segundo Tedeschi et al., (2003) o uso da monensina

produzidos favorecendo a fermentação propiônica,

é amplamente utilizada devido aos seus efeitos

aumentando a concentração deste gás, o uso do

benéficos ao animal otimizando a produção, os

aditivo interfere na degradação dos nutrientes uma

autores testaram através de 228 ensaios, no qual a

vez que a mesma seleciona o tipo de bactéria,

monensina melhorou em 1,6% a 1,8% de ganho de

favorecendo a degradabilidade de alguns tipos de

peso médio diário, enquanto o consumo diminui em

material, além disso o estudo mostrou que a

4 a 6% além disso a conversão alimentar melhorou

virginiamicina utilizada na suplementação de bovinos

em 6 a 7,5%, isso em bovinos de corte em

a pasto e em confinamento resultaram em maior

confinamento.

conversão alimentar, diminuição do consumo e

De acordo Tomkins et al. (2015), ao verificar a

aumento do ganho de peso diário.

produção de metano e consumo de matéria seca,

Phibro (2015), afirma que a virginiamicina atua

cinco bovinos de corte alimentados com feno de

alterando a população bacteriana presente no rúmen

grama de Rhodes, obteve-se uma redução de 18%

estabilizado

do consumo de matéria seca, redução do acetato e

seleciona as bactérias Gram-negativas aumentando

aumento propionato, além disso observou também a

assim a eficiência produtiva, sendo ganho de peso e

redução da colonização dos fungos

eficiência alimentar, com isso diminui a quantidade

para os

a

fermentação

ruminal,

ou

seja,

tratamentos com monensina.

de acetado e aumenta o propiônico.

Com relação aos não ionóforos a virginiamicina é o

De acordo Ferreira et al. (2011a), onde conduziu um

representa mais usado na nutrição de ruminantes,

estudo com 45 animais dividido em três grupos cada

pela ação contra as bactérias Gram-negativas, com

um com quinze animais nelores macho inteiro, sendo

isso regula a fermentação microbiana em função das

peso, idade e escore corporal semelhantes, foram

diversas populações de microrganismo presente no

manejados em sistemas intensivo com piquetes

rúmen, o produto é adquirido através de uma

rotacionados com capim massai, o estudo durou 126

linhagem de Streptomyces virginae possuindo dois

dias sendo o grupo controle sal mineral, o tratamento

grupos químicos diferentes M e S, (C28H35N3O7) e

dois, sal mineral aditivado com virginiamicina e

fator S (C43H49N7O10) respectivamente (LADEIRA,

tratamento

2014).

salinomicina, os resultados foram surpreendentes. O

Os dois grupos químicos ligam-se especificamente as subunidades 50S dos ribossomos das células bacterianas, tal ligação é irreversível, com isso impede a formação de ligações peptídicas durante os processos metabólicos das bactérias, causando a

três,

a

mesma seleciona

negativas,

sua

ação

apenas

causa

o

as

das

aditivado

com

superioridade em relação ao grupo controle e 9,33% ao grupo com salinomicina. A Tabela 1 apresenta o ganho médio de peso diário ( GMD) dos tratamentos. Tabela 1 – ganho médio de peso diário em bovinos Tratamento

Gram-

aumento

mineral

tratamento com virginiamicina obtiveram 25,5% de

redução do crescimento ou morte da bactéria, diante disso

sal

GMD

Controle

Virginiamicina

Salinomicina

0,465a

0,583b

0,531ab

concentrações de ácidos propiônico, reduzindo a

Fonte: Adaptado de Ferreira, (2011).

quantidade de amônia e hidrogênio precursor de

Em outro estudo Ferreira et al. (2011b), utilizando

metano, o ácido graxo volátil propiônico possuem a

seis animais machos inteiros

incorporação do hidrogênio metabólico, o fato que a

canulados no rúmen, com peso, idade e escorre

fermentação

corporal semelhantes, no qual os animais foram

propiônica

é

mais

eficiente

da raça nelore

energeticamente em comparação à acética e/ou

manejados

butírica (RIGUEIRO, 2017).

rotacionado de capim braquiária, foram usados os

De acordo Maciel et al. (2015), a virginiamicina tem

no

sistema

extensivo

de

pastejo

três tratamentos, sal mineral, sal mineral com virginiamicina sal mineral com salinomicina, os

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8768-8772, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8770


Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte

autores

verificaram

os

parâmetros

ruminais

e

FERREIRA, S.F. et.al. Uso de virginiamicina e

digestibilidade da FDN, no qual obtiveram maior

salinomicina na dieta de bovinos de corte sob

digestibilidade efetiva da FDN, tabela 2.

pastejo no período chuvoso. In: REUNIÃO

Tabela 2 - Valores médios de degradabilidade in situ

ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 48, Belém. Anais... Belém, PA,

da fibra em detergente neutro (DISFDN)

2011a.

Tratamento Controle

GARCIA-MIGURA,

L.,

HENDRIKSEN,

R.

S.,

Virginia-

Salinomi-

FRAILE, L., & AARESTRUP, F. M. Antimicrobial

micina

cina

resistance of zoonotic and commensal bacteria in

(DE) com taxa

23,77b

26.37ª

23,37b

de passagem de

22,02b

24,12ª

21,78b

2, 5 e 8%

21,45ab

23,10ª

21,36b

Europe: the missing link between consumption and resistance in veterinary medicine. Veterinary Microbiology, v. 170, n. 1-2, p. 1-9, 2014.

respectivamente

GHAEDI, H., NASR, J., KHEIRI, F., MIRI, Y., &

Fonte: Adaptada Ferreira (2011).

RAHIMIAN, Y. Effect of use virginiamycin as Estudo realizado por Rigueiro et al. (2017) usou monensina sódica e virginiamicina para avaliar as características da carcaça em bovinos terminados

probiotic, black pepper extract as phytogenic feed additive on performance of broiler chicks. Sch. J. Agric. Sci, v. 3, n. 12, p. 521-525, 2013.

em confinamento, no qual foi usado 72 animais

LADEIRA, M. M., SANTAROSA, L. C., CHIZZOTTI,

machos não castrados, divididos em quatros grupos

M. L., RAMOS, E. M., NETO, O. M., OLIVEIRA,

diferentes, com duração de 90 dias, não houve

D. M., ... & RIBEIRO, J. S. Fatty acid profile, color

nenhuma alteração na qualidade da carne, ou seja, associado mantendo assim a qualidade do produto

and lipid oxidation of meat from young bulls fed ground soybean or rumen protected fat with or without monensin. Meat science, v. 96, n. 1, p.

final.

597-605, 2014.

pode-se usar a dieta com monensina e virginiamicina

LANNA, D.P.D. Combined use of ionophore and CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto pode-se constatar que o uso de aditivos como a monensina e virginiamicina melhora o desempenho animal otimizando a produção animal,

aumento

do

ganho

de

peso

e

degradabilidade, e diminuição do consumo de matéria e da quantidade e metano gás esse que tem grande influência no efeito estufa.

virginiamycin for finishing Nellore steers fed high concentrate diets. Scientia Agricola, v.70, n.4, p.229-236, 2013. MACIEL, I. C. F.; SATURNINO, H. M.; BARBOSA, F. A.; MAIA FILHO, G. H. B.; COSTA, P. M.; MALACCO,

V.

M.

R.

Virginiamicina

alimentação

de

ruminantes.

Cadernos

na de

Ciências Agrárias, v.7, n.1, supl. 1, 2015.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NUÑEZ, A.J.C.; CAETANO, M.; BERNDT, A.;

BERTIPAGLIA, L. M. A. Suplementação proteica associada a monensina sódica e Saccharomyces

DEMARCHI, J. J.A.A., LEME, P.R.; Combined

cerevisiae na dieta de novilhas mantidas em

use of ionophore and virginiamycin for finishing Nellore steers fed high concentrate diets. Scientia

pastagens de capimmarandu. Tese (Doutorado

Agricola, v. 70, n. 4, p. 229-236, 2013.

em Zootecnia) – Curso de Pós graduação em

REIS, R.A.; RUGGIERI, A.N.; CASAGRANDE, D.R.;

Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade

PÁSCOA, A.G. Suplementação da dieta de

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2008.

bovinos de corte como estratégia do manejo das pastagens. Revista Brasileira de Zootecnia,

FERREIRA, S.F. et.al. Parâmetros ruminais e digestibilidade da FDN em dieta de bovino de corte sob pastejo no período chuvoso com uso de virginiamicina

e

ANUAL

SOCIEDADE

DA

salinomicina.

In:

REUNIÃO

BRASILEIRA

ZOOTECNIA, 48. Anais... Belém, PA, 2011 b. 8771

DE

v.38, p.147-159, 2009 (supl. especial). RIGUEIRO, A. L., LUIZ, F. P., PEREIRA, M. C., MELO, G. F., RIZZIERI, R. A., VEIGA, A. G., ... & ARRIGONI, M. D. Feeding behavior of Nellore cattle supplemented with different combinations of

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8768-8772, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006


Artigo 522 - Efeito da monensina e da virginiamicina sobre a digestibilidade em bovinos de corte

sodium monensin and virginiamycin. Journal of

TEDESCHI, L. O.; FOX, D. G.; TYLUTKI, T. P.

Animal Science, v. 95, n. suppl_4, p. 273-273,

Potential environmental benefits of ionophores in ruminantes diets. Journal of Environmental

2017. ROGERS, J.A.; BRANINE, M.E.; MILLER, C.R.;

Quality, p. 1591-1602, 2003.

GILL, D.R.; PRITCHARD, R.H.; STILBORN, R.P.;

TOMKINS, N. W., DENMAN, S. E., PILAJUN, R., WANAPAT, M., MCSWEENEY, C. S., &

BECHTOL, D.T. Effects of dietary virginiamycin

ELLIOTT, R Manipulating rumen fermentation and

on performance and liver abscesso incidence em feedlot cattle. Journal of Animal Science.

methanogenesis using an essential oil and

WRAY, M.I.; BARTLE, S.J.; PRESTON, R.L.;

Albany, v.73, p.2-9, 1995.

monensin in beef cattle fed a tropical grass hay. Animal Feed Science and Technology, v. 200, p. 25-34, 2015.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.17, n.4, p.8768-8772, jul/ago, 2020. ISSN: 1983-9006

8772



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.