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Sumário ARTIGOS 538 - Conservação pós-colheita de abobrinha revestida com cobertura comestível de fécula de mandioca .................................................................................................................................................................................................... 8930 Jhenyfer Caroliny de Almeida 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphya .................................................................................................................................................................................................... 8935 Marco Antonio Igarashi
Conservação pós-colheita de abobrinha revestida com cobertura comestível de fécula de mandioca Revista Eletrônica
Cucurbita moschata, revestimento, análise físicoquímica.
Jhenyfer Caroliny de Almeida
Vol. 18, Nº 03, maio/jun de 2021 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
1*
1
Tecnóloga em Alimentos - Instituto Federal Goiano, Campus Urutaí. *E-mail: jhenyfer.caroliny@outlook.com.
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
RESUMO
POST-HARVEST PRESERVATION OF EDIBLE
As frutas e hortaliças são alimentos altamente
ZUCCHINI COATED WITH MANIOC STARCH
perecíveis e por isso, diversos trabalhos têm sido
ABSTRACT
realizados para o aumento da sua vida útil. A
Fruits and vegetables are highly perishable foods
abobrinha é pertencente à família das cucurbitáceas
and so many work has been done to increase their
e devido à ampla aceitação popular, possui grande
shelf life. The zucchini belongs to the cucurbit family
relevância entre as hortaliças, dado que a cultivar
and due to the wide popular acceptance, it has great
menina brasileira é destacada. Respondendo à
relevance among the vegetables, since the Brazilian
demanda por produtos seguros e de qualidade,
girl cultivar is highlighted. Responding to the demand
percebe-se que aumentou a verificação da eficácia
for safe and quality products, it is clear that the
dos filmes e revestimentos comestíveis, a exemplo
effectiveness of edible films and coatings, such as
da fécula de mandioca, na extensão de vida útil de
cassava starch, has been increased in extending the
alimentos. Diante disso, o objetivo do presente
shelf life of foods. Thus, the objective of the present
trabalho foi avaliar a conservação pós-colheita de
study was to evaluate the postharvest conservation
abobrinha do cultivar Menina Brasileira revestida
of zucchini of the cultivar Girl Brazilian coated with
com cobertura comestível à base de fécula de
edible cassava starch cover at concentrations of 0%,
mandioca nas concentrações de 0%, 1%, 2% e 3%
1%, 2% and 3% for 10 days. The results show that
durante 10 dias. Por meio dos resultados percebe-se
the use of cassava starch was not efficient in
que o uso de fécula de mandioca não foi eficiente em
prolonging the postharvest life of Brazilian zucchini,
prolongar a vida útil pós-colheita da abobrinha
since it presented a reverse behavior, since samples
menina
apresentou
with 0% cassava starch showed better appearance
comportamento reverso, uma vez que, as amostras
and texture, and the results of the physicochemical
com 0% de fécula de mandioca apresentaram melhor
parameters were linear.
aparência e textura, além dos resultados dos
Keyword: Cucurbita moschata, coating, chemical
parâmetros físico-químicos terem sido lineares.
physical analysis.
brasileira,
dado
que
Palavras-chave: Cucurbita moschata, revestimento, análise físico-química.
8930
Artigo 538 - Conservação pós-colheita de abobrinha revestida com cobertura comestível de fécula de mandioca
INTRODUÇÃO
Assim, o desenvolvimento e aplicação de coberturas
As frutas e hortaliças são consideradas alimentos
comestíveis à base de polímeros naturais, como a
perecíveis (Brasil, 2009), devido ao elevado teor de
fécula de mandioca, com o objetivo de prolongar as
umidade, textura que facilita a danificação, altas
características
taxas
ferramenta alternativa de conservação pós-colheita.
respiratórias
e
de
produção
de
calor
dos
alimentos,
pode
ser
uma
(CHITARRA & CHITARRA, 2005). E por isso, a solução de perdas pós-colheita são uma importante
Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar a
estratégia para o aumento da disponibilidade destes
conservação pós-colheita de abobrinha do cultivar
alimentos (FAO, 2011). A abobrinha (Cucurbita
Menina
pepa) é pertencente á família das cucurbitáceas e
comestível a base de fécula de mandioca, em
devido à ampla aceitação popular, possui grande
diferentes concentrações e tempos.
relevância entre as hortaliças (CASALORI et al., 2009). No Brasil, a abobrinha está entre as dez hortaliças de maior valor econômico (CARPES et al., 2008),
sendo
moschata),
a
a
Menina
cultivar
Brasileira
de
grande
(Cucurbita destaque
(CASALORI et al., 2009).
Brasileira
revestida
com
cobertura
METODOLOGIA Os ensaios foram realizados no Laboratório de Físico-Química e Química, do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí, Goiás. As abobrinhas foram adquiridas,
aleatoriamente,
em
supermercados
locais (Pires do Rio, GO), no estágio de maturação
O uso de fontes naturais renováveis tem se
em que são normalmente comercializados. Logo
destacado frente aos aditivos químicos e recebido o
após, foram higienizadas com detergente neutro e
suporte de políticas de preservação ambiental aliada
imersas em solução de cloro a 200 ppm por dez
à preocupação com a saúde. Assim, torna-se viável
minutos. Após secagem ao ar, os frutos foram
o desenvolvimento de processos sustentáveis de
fatiados
origens naturais (BIZZO; HOVELL E REZENDE,
tratamentos em imersão por um minuto, no qual o
2009; SILVA et al., 2016).
excesso foi escorrido sobre papel toalha.
Neste sentido, são
necessários estudos sobre as tecnologias que auxiliem na conservação pós-colheita de vegetais, como no caso dos revestimentos comestíveis, que além de serem naturais não agridem o meio ambiente (SERPA et al., 2014).
em
fatiador
inox
e
submetidos
aos
Os tratamentos empregados foram: T0 (0% de fécula de mandioca); T1 (Fécula de mandioca 1%), T2 (fécula de mandioca 2%) e T3 (Fécula de mandioca 3%). Em seguida, as amostras foram acondicionadas
Através da demanda por produtos seguros e de
em embalagens plásticas rígidas e armazenadas por 0, 2, 4, 6, 8 e 10 dias sob-refrigeração (10°C). Ao
qualidade, a verificação da eficácia dos filmes e
final de cada um destes períodos, foram avaliados a
revestimentos comestíveis na extensão de vida útil
perda de massa (%), sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), pH e relação SS/AT segundo
de alimentos tem sido estudados (DURANGO, SOARES & ARTEAGA, 2011). Desta forma, as novas tecnologias desenvolvidas das embalagens possibilitam funções que vão além das básicas já conhecidas (MONTES, NETA & CRUZ, 2013). As embalagens elaboradas à base polímeros naturais
recomendações do Instituto Adolf Lutz (2008). As formulações dos revestimentos foram obtidas por meio do aquecimento da fécula de mandioca em água sob agitação, aquecendo-se a suspensão até
sua
70°C. A fécula, de coloração branca e aparência limpa sem resíduos, foi adquirida em comércio local
biodegradabilidade e facilidade de obtenção (BRITO
da cidade de Pires do Rio, Goiás. O experimento foi
et al., 2011).
conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 x 6 (tratamentos
destacam-se,
principalmente,
quanto
á
A fécula de mandioca é um polímero natural que pode
ser
empregado
para
a
aplicação
de
revestimentos comestíveis, cuja transparência e boa
x dias de análise), com três repetições. Os resultados foram submetidos à Análise de Variância
resistência às trocas gasosas são exemplos das
(ANOVA) e comparação de médias pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância, através do
suas boas características (PEREIRA et al., 2006).
software R (1996).
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.3, p.8930-8934, maio/jun, 2021. ISSN: 1983-9006
8931
Artigo 538 - Conservação pós-colheita de abobrinha revestida com cobertura comestível de fécula de mandioca
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 1- Valores médios de perda de massa (%)
As análises foram interrompidas no dia 6 de
e relação SS/ATT de frutos de abobrinha menina
armazenamento, devido ao estado das amostras
brasileira, revestidos com fécula de mandioca a 0%,
que se encontravam impróprias para o consumo,
1%, 2% e 3% após 6 dias de armazenamento
com
início
de
características
sensoriais
%
Perda de massa
Relação
desagradáveis (Figura 1), indicando assim que os
Fécula
(%)
SS/ATT
tratamentos não promoveram a estabilidade das
0
34,02b
0,45a
1
40,18a
0,56a
Em comparação com as amostras iniciais e após 6
2
40,84a
0,59a
dias de armazenamento, observa-se que, para
3
32,12b
0,48a
ambos os tratamentos, essas últimas adquiriram
Média
37,10
0,52
aspecto de ressecamento, dado que para os
C. V. %
19,12
0,00
amostras nos dias programados.
tratamentos T3 e T4 (Figura 1.G e H), houve
Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem
escurecimento. Desta forma, os tratamentos com
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
revestimento comestível de 0% e 1% (Figura 1. E e F) de fécula de mandioca mostraram-se mais
probabilidade. Fonte: Elaborada pela autora.
eficientes ao conservar os aspectos sensoriais das
Quanto à perda de massa, os tratamentos com 0% e
amostras, em especial a textura e aparência.
3% de fécula de mandioca não apresentaram diferença estatística. Apesar de não haver um limite
FIGURA 1- Amostras de abobrinha menina brasileira higienizadas
(A),
amostras
submetidas
aos
tratamentos, da esquerda para a direita, 0%, 1%, 2% e 3% de fécula de mandioca respectivamente (B), amostras fatiadas antes (C) e após a aplicação dos tratamentos (D), amostras T1 (E), T2 (F), T3 (G) e T4 (H) após 6 dias de armazenamento
de tolerância de perda de massa para a abobrinha, no dia de análise 6 com perda de massa média de 37,10%, os frutos foram considerados inviáveis para comercialização. Também não se pode afirmar que a perda de massa das amostras seja totalmente a perda de massa do fruto, uma vez que, pode ter sido evaporada água do revestimento, evidenciada pela presença de gotículas de água nas bandejas (Figura 2). FIGURA
2-
Bandejas
com
as
amostras
do
tratamento com 2% de fécula de mandioca e presença visível de gotículas de água
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
Por meio da tabela 1, percebe-se que não houve efeito dos tratamentos para a variável Relação SS/ATT, embora os valores absolutos tenham sido maiores com o aumento da concentração da fécula na suspensão. Assim, indica que os tratamentos não foram eficazes em retardar o processo de maturação
Círculos vermelhos mostram as gotículas de água. Fonte: Elaborada pela autora.
da amostra, uma vez que quanto maior a relação SS/ATT, maior é o índice de maturação, já que com o amadurecimento dos
frutos os ácidos são
convertidos em açúcares, como defendem Costa & Balbino (2002). 8932
Os resultados de pH e acidez nos frutos da abobrinha durante o armazenamento são demonstrados na Tabela 2. Nota-se que para a amostra com 0% de fécula de mandioca os resultados
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.3, p.8930-8934, maio/jun, 2021. ISSN: 1983-9006
Artigo 538 - Conservação pós-colheita de abobrinha revestida com cobertura comestível de fécula de mandioca
apresentaram comportamento uniforme, dado que o
sem tratamento (0%). Isso pode ser devido à
pH e acidez apresentaram um leve aumento com o
abobrinha ser classificada como um fruto não
decorrer do tempo de análise, em contraste dos
climatérico, e por isso, esperava-se que não
demais tratamentos.
houvesse aumento no teor de sólidos solúveis após a colheita (KADER, 2002). Quanto à redução no teor
TABELA 2- Resultados médios de pH, acidez total
de sólidos solúveis nos demais tratamentos, pode-se
(ácidos totais em g/100mL) e sólidos solúveis de
inferir que houve evaporação do revestimento
amostras de abobrinha menina brasileira revestida
comestível, assim houve perda de água e fécula de
com fécula de mandioca a 0%, 1%, 2% e 3% em 0 e
mandioca.
3 dias de armazenamento O uso de fécula de mandioca neste trabalho não foi
Tempo de armazenamento (0) %
pH
Acidez (ácidos totais
fécula
SS
eficiente em prolongar a vida útil pós-colheita da abobrinha menina brasileira, como observado por
g/100mL)
0
8,14+0,10
1,47+0,18
4+0,33
Souza et al. (2009), ao trabalharem com frutos da
1
7,64+0,07
2,35+0,12
4+0,33
berinjela revestidos com fécula de mandioca. Serpa
2
8,37+0,39
2,15+0,05
4+0,33
et al. (2014), ao trabalharem com a conservação de
3
6,37+0,16
2,48+0,01
5+0,00
manga
pH
Acidez (ácidos totais
0
8,26+0,35
1,54+0,04
4+0,33
1
7,74+0,18
1,57+0,03
3+0,00
2
6,60+0,05
1,78+0,01
3+0,00
3
6,27+0,01
1,93+0,00
4+0,00
fécula
com
fécula
de
mandioca,
observaram que não houve influencia na maioria das
Tempo de armazenamento (3) %
revestida
SS
características pós-colheita avaliadas.
g/100mL) CONCLUSÃO As amostras, avaliadas até o dia 6 de análise, apresentaram elevada perda de massa e início de deterioração observada visualmente por meio do escurecimento da superfície e alterações na textura,
Fonte: Elaborada pela autora.
dado que foram menos evidentes com amostras sem Em geral, os ácidos orgânicos reduzem em decorrer
tratamento, seguidas de menores concentrações de
com o amadurecimento (CHITARRA & CHITARRA,
fécula de mandioca.
2005). O pequeno aumento na acidez pode ser justificado devido os frutos da abobrinha, cultivar
Além do tratamento com 0% de fécula de mandioca
menina brasileira, utilizados nesse trabalho são
ter apresentado melhor aparência ao final das
colhidos ainda na forma imatura. Ainda, esse
análises, os resultados das análises físico-químicas
aumento pode ter ocorrido também devido a grande
apresentaram comportamento linear. A presença das
perda
gotículas de água nas bandejas podem ter indicado
de
vapor
d’água
pela
transpiração, ácidos
a respiração do fruto, atestando a ineficácia dos
orgânicos. O Instituto Adolfo Lutz (2008) defende
tratamentos, já que os revestimentos comestíveis
que esses parâmetros são importantes na avaliação
tem o objetivo reduzir a sua taxa respiratória.
conduzindo
a
maior
concentração
de
da conservação do alimento, uma vez que, o pH e a acidez tem a capacidade inibitória de atividade enzimática e microbiológica.
Conclui-se que a conservação pós-colheita de abobrinha
menina
brasileira
com
revestimento
comestível à base de fécula de mandioca, em todas
Os valores médios de sólidos solúveis observados
as concentrações testadas, mostrou-se ineficiente
no presente trabalho estão próximos ao observado
para o aumento da sua vida útil.
por Araújo (2014), que ao avaliar a qualidade póscolheita de abobrinha menina brasileira obteve sólidos solúveis de 4,03 a 5,07° Brix. Percebe-se que o teor de sólidos solúveis para os tratamentos com fécula de mandioca reduziram com o tempo de armazenamento, o que não ocorreu com a amostra
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Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.3, p.8930-8934, maio/jun, 2021. ISSN: 1983-9006
8933
Artigo 538 - Conservação pós-colheita de abobrinha revestida com cobertura comestível de fécula de mandioca
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Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.3, p.8930-8934, maio/jun, 2021. ISSN: 1983-9006
Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra Revista Eletrônica
Macroalgas marinhas, cultivo, produção, economia, ambiente. Vol. 18, Nº 03, maio/jun de 2021 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
Marco Antonio Igarashi
1
1
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
RESUMO Este trabalho de revisão bibliográfica informa o status
do
cultivo
de
macroalgas
marinhas
relacionado com seu desenvolvimento, apresentando a sua grande importância na geração de lucros e o considerável potencial para o desenvolvimento do cultivo no Brasil. Leva em conta, para isso, a introdução de novos processos de produção ao longo dos últimos anos na Ásia a qual tem trazido consideráveis
resultados
para
o
sucesso
da
atividade principalmente o gênero Porphyra. Conclui que a indústria do cultivo de macroalgas marinhas deve se unir em torno de um manejo adequado e da conservação
dos
recursos
ambientais
sobreviver e prosperar. Palavras-chave: macroalgas marinhas, cultivo, produção, economia, ambiente.
para
PhD pela Universidade de Kitasato (Japão). Professor Associado do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: igarashi@ufc.br.
ASPECTS OF DEVELOPMENT OF SEAWEED FARMING WITH EMPHASIS ON PRODUCTION OF THE GENUS PORPHYRA ABSTRACT This review paper provides information on the status of seaweeds farming related with its development, presenting the great importance that this industry has in generating profits and the considerable potential for the development of seaweeds culture in Brazil. It takes into account, for that, the introduction of new production processes along the last years in Asia that has brought considerable results for the success of the activity mainly the genus Porphyra. It concludes that industry should unite itself around an appropriate management and conservation of the environmental resources to survive and thrive. Keyword: seaweeds, culture, production, economy, environment.
8935
Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
INTRODUÇÃO
desse gênero (MOURITSEN, 2013; PEREIRA &
A utilização de macroalgas para consumo humano
CORREIA, 2015). A produção de Porphyra sp. para
tem registros escritos desde o século 4° D.C. no
fabricação de "nori" é sem dúvida a mais importante
Japão e 6 D.C. na China (LOUREIRO, 2013). Cerca
atividade econômica (MOURITSEN, 2013).
de 110 gêneros de algas marinhas têm sido utilizados para alimentação humana na forma de
Pela sua riqueza mineral e proteica, sabor intenso,
consumo direto, em maior parte nos países orientais,
aroma característico e textura suave, o “nori” é uma
mas também em alguns países ocidentais (BOLD &
das algas mais apreciadas e a de mais elevado
WYNNE,
merecem
preço (GUIRY; BLUNDEN, 1991). Paula et al. (2007)
destaque os gêneros das algas vermelhas Porphyra,
relataram que a Porphyra spp. (nome comum “nori”)
popularmente conhecido como “nori”, no Japão, e
é usada principalmente no preparo do sushi, prato
Palmaria, conhecido com “dulse”, na Europa e
típico da cozinha japonesa e tem uma longa história
América do Norte (HOLANDA, 2016).
de cultivo entre os povos da China e do Japão. De
1985;
REVIERS,
2006);
acordo com os mesmos autores no Japão, o cultivo O cultivo de macroalgas marinhas é denominado
de “nori” envolve populações de pescadores que em
algicultura ou ficocultura (GELLI, 2019). A cultura de
determinada época do ano dedicam-se ao cultivo
algas teve início no Japão há quase 200 anos;
desta alga e, em outras épocas, à pesca. A maioria
Pescadores japoneses empilhavam lâminas de
da nori consumida no mundo vem de cultivos feitos
Porphyra
no mar do Japão (BERCHEZ, 2012).
nas
zonas
costeiras
(no
patamar
médiolitoral) de forma a aumentar a sua produção (PEREZ et al., 1992). Neste contexto o primeiro
Portanto,
cultivo de Porphyra começou muito antes das
macroalgas na Ásia vem apresentando alternativas
práticas modernas de aquicultura e remonta a 960-
econômicas de produção de alimentos. Na verdade,
1289 A.D. (depois de Cristo) na China e 1596-1616
a maioria dos produtores e consumidores pode estar
no Japão (BLOUIN et al., 2011). No início o método
desinformada sobre os efeitos positivos do cultivo de
consistia apenas em colocar um feixe de gravetos
macroalgas ao promover o desenvolvimento social e
espetados em águas rasas (no Japão) ou limpando
econômico, mediante geração de novos empregos,
as
retirar
aumento de divisas, bem estar da população e
competidores, promovendo o estabelecimento de
outras oportunidades, com a implementação do
esporos (na China) (FACCINI, 2007).
cultivo de macroalgas de natureza empresarial.
rochas
em
águas
rasas,
para
o
desenvolvimento
do
cultivo
de
Desta maneira, este trabalho, propõe-se a analisar, O cultivo moderno do gênero Porphyra só ocorreu
sob o ponto de vista da produção e tecnologia, a
após 1960, em consequência da elucidação de seu
situação
ciclo de vida e a descoberta da fase de conchocelis
principalmente a espécie Porphyra.
atual
do
cultivo
de
macroalgas
(QUEIROZ, 2005). Portanto um grande passo neste sentido foi dado pela descoberta do ciclo de vida
METODOLOGIA
total desta alga, realizada por Drew em 1949
Este artigo é uma revisão bibliográfica com pesquisa
(FACCINI, 2007), de acordo com Lavik (2016) não foi
descritiva
até a descoberta de Kathleen Drew (DREW, 1949) do
publicados entre 1949 e 2019. Foram realizadas
ciclo
pesquisadores
pesquisas em diversos periódicos, livros, teses,
japoneses conseguiram controlar completamente a
dissertações com informações relevantes sobre
história de vida do Porphyra e desenvolver o cultivo
cultivo de macroalgas, abordando os aspectos do
comercial moderno em larga escala (REDMOND et
seu
al., 2014; BLOUIN et al., 2011). Leite (2017) relatou
gênero Porphyra.
de
vida
do
Porphyra
os
utilizando
desenvolvimento
materiais
bibliográficos
principalmente
o
que as algas, do gênero Porphyra spp., constam entre as mais consumidas no mundo, em especial,
DESENVOLVIMENTO
sob a forma de folhas de "nori" e a palavra japonesa
Produção
"nori" era um termo genérico para designar algas
Bezerra (2017) com dados da FAO (2016) (Food and
marinhas, entretanto, com o tempo, ela passou a
Agriculture Organization of the United Nations)
designar o produto feito a partir de algumas algas
relatou que a produção aquícola mundial vem crescen-
9836
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Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
do significativamente nos últimos anos, sendo que
(agarófitas) (KIM et al., 2017).
em 2014 foi produzido cerca de 101,1 milhões de toneladas
de
peixes
e
plantas
aquáticas,
o
TABELA 1- Produção mundial das macroalgas marinhas cultivadas (toneladas) e preços de venda
equivalente a US$ 165.8 bilhões.
-1
(US$.kg ) A produção global de macroalgas cultivadas cresceu de 13,5 milhões de toneladas em 1995 para mais de 30 milhões de toneladas em 2016 (FAO, 2018), portanto com estatísticas que demonstram seu crescimento (PEREIRA, 2019). Nos últimos cinco anos o cultivo das macroalgas marinhas passou de 27,9 milhões de toneladas para 31,7 milhões de toneladas, esse aumento representou aproximadamente 13,6 % e uma desvalorização no seu preço final por quilo de 9,8 % no quilo de alga (FAO, 2019 citado por GELLI, 2019). Leite (2017) relatou que somente cerca de 6% da produção mundial de algas é proveniente de extrativismo; o restante – isto é, 94% das algas
Fonte: FAO/FIGIS (2019) citado por Gelli (2019).
consumidas no mundo – é produzida por aquicultura. De acordo com o mesmo autor os maiores produtores
A maior parte da produção ocorre na Ásia. A
mundiais de plantas aquáticas (participação por valor
produção aquícola de algas marinhas é dominada (>
em transações) estão localizados no Leste e
81% da produção total) por relativamente poucas
Sudeste da Ásia: China (40,9%), Indonésia (29,3%),
espécies: os kelps marrons, Saccharina japonica e
Japão (13,2%), Coréia do Sul (8,8%), Filipinas
Undaria pinnatifida; e as algas vermelhas, incluindo
(4,5%), Coréia do Norte (1,2%) e Malásia (1,1%).
Pyropia / Porphyra spp. ('Nori' em japonês ou 'gim' em
Holanda (2016) relatou que entre os dez primeiros
coreano),
Kappaphycus
colocados nesta classificação, oito são países
striatum
(carrageenophytes)
asiáticos, com destaque para Indonésia, Filipinas,
Gracilariopsis spp. (agarófitas) (KIM et al., 2017).
República da Coreia e Japão, que juntos detêm 46,2% da produção mundial de macroalgas. Portanto dentre os maiores produtores de macroalgas estão a China, Indonésia, Filipinas, Coréia e Japão e, a produção de mais 90% é composta pelos Gêneros: Euchema,
Kappaphycus,
Porphyra,
Undaria,
Saccharina (Laminaria) e Gracilaria (FAO, 2019). A Tabela 1 demonstra a produção mundial das macroalgas marinhas cultivadas (toneladas) e preços de venda.
alvarezii e
e
Eucheuma
Gracilaria
/
Apesar de o Brasil apresentar uma extensão costeira de aproximadamente 8.500 km com um grande potencial para a produção de macroalgas, os dados estatísticos de produção nacional da FAO (2019) para o ano de 2016, demonstraram que o Brasil cultivou apenas duas espécies de macroalgas com uma produção ainda incipiente de aproximadamente 700 toneladas para a espécie fresca K. alvarezii e 30 toneladas para a macroalga Gracilaria (GELLI, 2019). No Brasil, vários estudos experimentais foram
A maior parte da produção ocorre na Ásia. A produção
desenvolvidos (LIMA et al., 1981; CÂMARA-NETO,
aquícola de algas marinhas é dominada (> 81% da
1987; OLIVEIRA, 1997; MARINHO-SORIANO et al.,
produção total) por relativamente poucas espécies: os
2006); no entanto, apesar dos resultados positivos
kelps
Undaria
obtidos, ainda não foi possível implantar o cultivo de
pinnatifida; e as algas vermelhas, incluindo Pyropia /
macroalgas em escala comercial (SIMÕES et al.,
Porphyra spp. ('Nori' em japonês ou 'gim' em coreano),
2016).
marrons,
Kappaphycus
Saccharina
alvarezii
e
japonica
e
Eucheuma
striatum
(carrageenophytes) e Gracilaria / Gracilariopsis spp.
Antes de iniciar um cultivo de macroalgas em grande
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Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
escala pode ser necessário inicialmente conhecer a
Oliveira (1993) relatou que o gênero Porphyra
espécie que melhor se adapta as condições
(Rodophyta)
principalmente ambientais do local, elaborar um
importância
sitema de cultivo direcionado para que a macroalga
cultivado e consumido como alimento. De acordo
seja
economicamente
com o mesmo autor o gênero é representado por
sustentável. No entanto para determinadas espécies
mais de 70 espécies e apresenta ampla distribuição
de macroalgas, pode ser necessário em vez de
geográfica, desde regiões tropicais até polares.
produzida
de
forma
apresenta
uma
econômica,
sendo
considerável extensivamente
cultivá-las estabelecer uma metologia de coleta, natureza
Derner (2018) no texto desenvolvido por Hayashi e
obedecendo a legislação vigente. Nesse contexto,
Santos relatou que as macroalgas mais cultivadas
tradicionalmente as algas são colhidas por mulheres,
são: K.
jovens ou pescadores em bancos naturais na região
para
Nordeste (Brasil) e as macroalgas são uma fonte de
amplamente
utilizado
renda alternativa para as comunidades costeiras que
indústria; S.
japonica ou
as vendem como matéria-prima para a indústria de
indústria alimentícia; Gracilaria spp., matéria-prima
carragenana (LOUREIRO, 2013).
para extração de ágar, outro colóide de interesse
manejo,
exploração
sustentável
na
alvarezii e Eucheuma spp., extração
industrial; U.
de
matéria-prima
carragenana, em
diversos
“kombu”,
pinnatifida ou
um
coloide
ramos
da
utilizada
na
“wakame”
e Pyropia
Na escolha da espécie de macroalga para ser
tenera e P. yezoensis ou “nori”, sendo a primeira
cultivada devemos levar em consideração o seu
utilizada
crescimento em
curto período de cultivo
(“sunomono”), e as últimas no famoso sushi. O
apresentando bom desempenho satisfatório no
"sushi" é um prato icônico da culinária japonesa, que
desenvolvimento,
a
utiliza com bastante frequência algas vermelha, mais
enfermidades e saudáveis, possibilitar um grande
especificamente a "nori" (P. yezoensis; P. tenera),
volume de macroalgas produzidas e durante o
como ingrediente de sabor (LEITE, 2017). Makizushi,
processamento fornecer grande quantidade de
também conhecido como norimaki (Figura 2), é um
material seco de alta qualidade.
sushi feito de uma porção de arroz com algum tipo
um
devem
ser
resistentes
na
culinária
japonesa
em
saladas
de recheio enrolado em uma folha de nori. Souza Espécies
(2011) relatou que o nori original é produzido a partir
Leite (2017) relatou que há cerca de 10.500 espécies
das algas vermelhas P. yezoensis e P. tenera. De
de algas marinhas catalogadas, segundo a base de
acordo com o mesmo autor atualmente, designa
dados algaeBASE. De acordo com o mesmo autor as
todos os produtos elaborados com lâminas de algas
principais
pertencentes ao gênero Porphyra.
alimentação
espécies são:
usadas Porphyra
diretamente spp.
("nori"
na ou
ervapatinha) (Figura 1); Palmaria palmata ("dulse");
FIGURA 2- Makizushi ou norimaki
Chondrus crispus (musgo irlandês) (MCHUGH, 2003; MOURITSEN, 2013; PEREIRA, 2016). FIGURA 1. Porphyra spp.
Fonte: Fao (2009).
8938
Fonte: Arquivo pessoal.
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Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
Derner (2018) no texto desenvolvido por Hayashi e
alternância de gerações completamente distintas – a
Santos, relatou que dentre essas macroalgas,
fase macroscópica foliácea e a fase esporofítica
apenas
microscópica que vive sobre conchas de moluscos –
algumas
são
produzidas
de
forma
experimental, artesanal ou em pequena escala no
com
aspectos
Brasil: K. alvarezii no Sudeste e Sul, e Gracilaria no
delicados.
de
filamentos
vermelhos
muito
Nordeste. De acordo com o mesmo autor uma das razões para isso é que as demais espécies são
Por sua vez o povo brasileiro não possui tradição no
típicas de regiões de clima temperado (águas frias) e
consumo de macroalgas quando comparados a
sua produção não seria sustentável ao longo do ano
outros paises como o Japão. Entretanto o Japão é
no nosso país com clima tropical e subtropical (e
um dos paises que mais consome macroalgas.
águas mais quentes). Nesse contexto as condições
Neste país o sushi é uma das comidas japonesas
ideais de crescimento da maioria das espécies
mais populares entre os nipônicos. Este prato típico
brasileiras estão entre 22-28°C e salinidade entre 28-
geralmente faz parte do cardápio das festas. Nesta
36 partes por mil, embora algumas espécies
oportunidade é servido o sushi. O prato é feito a
apresentem valores diferentes, tolerando variações
partir de alga marinha desidratata (nori), arroz
mais amplas (OLIVEIRA, 1997).
temperado levemente com vinagre, que é recheado com ingredientes. Por outro lado, o consumo de
Embora atualmente 138 espécies de Pyropia e
macroalgas
Porphyra sejam aceitas taxonomicamente (GUIRY &
geralmente
GUIRY, 2016), apenas três espécies principais (Py.
restaurantes japoneses. Devido à maioria dos
yezoensis, Py. tenera e Py. haitanensis) foram
brasileiros terem o hábito da preferência alimentar
cultivadas comercialmente, principalmente na China,
pela carne bovina, a macroalga passa a ser muitas
Coréia e Japão (99,99% da produção total) (FAO
vezes
2017 citado por KIM et al., 2017). A maioria das
contribuir na diminuição do interesse pelo cultivo de
espécies do gênero Pyropia era incluída no gênero
macroalgas.
pelo por
esquecido,
povo
brasileiro
ocasiões
o
que
em
que
é
marcado frequentam
provavelmente
pode
Porphyra, que passou a ser sinônimo de Pyropia (MEDINA,
2016).
produzidas
está
Entre a
as
Pyropia
macroalgas spp.
mais
(Rhodophyta,
Bangiales), sendo a quinta no ranking mundial, atingindo uma produção de 1,806 milhões de toneladas de biomassa úmida no ano de 2014 (FAO, 2016 citado por BEZERRA, 2017). Entre as algas comestíveis
in
natura
existentes
em
águas
brasileiras, se destacam as do gênero Porphyra, o mesmo
da
Nori
japonesa;
“Porém,
a Porphyra brasileira ainda não tem mercado de consumo no Brasil e a competição com os japoneses e
chineses
quantidade
não
compensa
produzida,
há
porque, séculos
além eles
da vêm
escolhendo as melhores linhagens para cultivo, garantindo uma melhor qualidade”, explica Eurico (FAPESP, 1997). Berchez (2012) relatou que a alga foliácea (Porphyra) com uma ou duas células de espessura, delicada e escorregadia ao tato, com cor que varia de vermelho-vinho a verde-avermelhado, com porções clareadas pela exposição ao sol; fortemente
presa
ao
substrato
por
processos
rizoidais. De acordo com o mesmo autor apresenta
Sistema de produção Oliveira (1997) relatou que em algumas espécies de valor comercial, e em especial em algas utilizadas para alimentação, como é o caso das espécies de Porphyra (nome comercial “nori”), Laminaria (“kombu”) e Undaria (“wakame”) a propagação por mudas não funciona e o cultivo é feito através de esporos, os quais são semeados sobre o substrato escolhido, em laboratório, e posteriormente levado ao mar para crescimento. De acordo com o mesmo autor nos casos em que tanto a propagação por mudas como por esporos são factíveis, a escolha da técnica depende do preço da mão de obra local e da existência de facilidades para liberação e fixação de esporos. Espécies de Porphyra ocorrem em praticamente toda a costa brasileira, embora sejam mais frequentes nas regiões Sudeste e Sul (OLIVEIRA, 1977). Bezerra (2017) relatou que o ciclo de vida desta espécie (Porphyra) é denominado diplobionte heteromórfico, contendo duas fases principais com morfologias diferentes; a fase foliosa (n) é gameto-
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Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
fítica e macroscópica (BOLD & WYNNE, 1985); a fase conchocelis (2n) é esporofítica e filamentosa microscópica
(DREW,
1954),
considerada
interessante, pois demonstra ser a chave para o estágio de propagação vegetativa em seu histórico de vida heteromórfico (HOLLENBERG, 1958). A fase “conchocelis”
é
microscópica
e
filamentosa,
ocorrendo no interior de conchas, enquanto que a fase foliácea é macroscópica, ocorrendo, no Brasil, apenas no inverno-primavera, crescendo no médiolitoral superior de costões rochosos (Figura 3) (IHA, 2015). Berchez (2012) relatou que a fase foliácea ocorre no limite superior do mediolitoral, em locais com forte arrebentação, durante os meses de inverno;
no
verão,
desaparece
completamente
Fonte: Mumford (1988) citado por Oliveira (1993).
(apenas a fase microscópica sobrevive). De acordo
Lavik (2016) relatou que quando as lâminas têm 2 a 3
com o mesmo autor no Brasil está restrita às regiões
mm de comprimento, são transferidas para áreas de
Sul e Sudeste. A fase foliácea produz carpogônios
cultivo maiores para o desenvolvimento posterior
muito reduzidos e espermácios (PAULA et al., 2007).
(REDMOND et al., 2014, BLOUIN et al., 2011,
Após a fertilização, forma-se o zigoto, que se dividem várias vezes, dando origem a carpósporos
BEHURA et al., 2002, HAFTING, 1999, YARISH et al., 1999).
(IHA, 2015). Esses carpósporos são liberados e
As mudas podem ser plantadas em fazendas de
germinam
filamentosa
águas abertas (SAHOO & YARISH 2005). Existem
“conchocelis” (PAULA et al., 2007). Esses filamentos
três métodos principais de cultivo: em redes (b) fixas,
produzem esporos denominados de conchosporos,
(c) flutuantes; e (d) semi-flutuantes (Figura 4) (FAO,
os quais ao serem liberados, germinam e originam
2009).
dando
origem
à
fase
fase foliácea (IHA, 2015). FIGURA 4- Tanques e redes para produção da alga Para tanto, a fase microscópica é cultivada o ano
Porphyra spp.: (a) laboratório; (b) redes fixas; (c)
todo sobre as conchas, em tanques dentro de
redes flutuantes e (d) redes semi-flutuantes
grandes estufas (BERCHEZ, 2012). Faccini (2007) relatou que coleta de esporos a partir das lâminas no início
da
primavera
(a
fase
gametofítica
se
desenvolve durante o inverno) e a liberação de esporos pode ser induzida por secagem prévia da lâmina ou esmagamento. De acordo com o mesmo
(a)
(b)
autor a semeadura dos esporos é realizada nos tanques de cultivo e estes germinarão na fase esporofítica. Portanto, no início do inverno as redes de cultivo podem ser colocadas nos tanques (Figura 4a) para serem semeadas com os esporos e, então, levadas ao mar para que haja o desenvolvimento da fase foliácea, cuja colheita é feita após cerca de três meses (BERCHEZ, 2012). FIGURA 3- Ciclo de vida de Porphyra; a fase conchocelis é microscópica e endolítica
(c)
(d)
Fonte: FAO (2009).
As redes fixa ou semi-flutuante, a alternância de imersão e dessecação com a maré é garantida, ajudando a evitar doenças causadas por fungos ou bactérias,
reduzindo
diatomáceas
epífitas
melhorando o sabor (BUCHHOLZ et al., 2012). 8940
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e
Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
Faccini (2007) relatou que as redes semi-flutuantes
croalgas pode ser atualmente orientado para o
são melhores em áreas onde a variação de marés é
estabelecimento de uma indústria viável dirigida ao
aproximadamente de 2 metros, pois, durante as
consumo interno, à exportação, a oportunidade de
marés baixas, as redes ficam expostas ao ar e,
emprego,
durante as marés altas, ficam próximas à superfície
combinação destas metas ou objetivos. Estas metas
da água.
de desenvolvimento não podem ser alcançadas se
a
distribuição
de
renda
ou
uma
os produtores de macroalgas não alcançarem um Buchholz et al. (2012) relataram que as redes
mínimo de lucro. Portanto, precisamos verificar os
flutuantes
preços existentes, margem de lucro, garantia de
podem
ligeiramente
mais
ser
mantidas
profundas
(10
em a
águas 20
m),
estendendo assim a área de cultivo e, no entanto, é
preço, preço mínimo e sazonalidade do produto cultivado.
necessário incluir um sistema de berçário que seca periodicamente as redes e as endurece (PEREIRA &
CONSIDERAÇÕES FINAIS
YARISH, 2008, 2010).
Com os atrativos lucros obtidos, não é de se
A colheita é feita utilizando colhedores mecânicos de vários portes e após a colheita passam por um processo que termina com a geração de uma folha fina, seca, de aproximadamente 18 × 20 cm e pesando 3 gramas (ISHIKI, 2011). A Figura 5 demonstra uma ilustração do cultivo da macroalga nori no Japão.
estranhar que o cultivo de macroalgas marinhas no Brasil pode vir a ser expandido. Os recursos marinhos de nossa costa são renováveis, mas finito, neste
podemos
citar
as
macroalgas
marinhas no Brasil. O cultivo de macroalgas marinhas no Brasil ou uma exploração sustentável na coleta pode ser de grande importância como fonte de
FIGURA 5- Culivo de nori no Japão
contexto
emprego
litorâneas.
e
renda
Porém,
para
se
as
comunidades
coletarmos
macroalgas
marinhas além do limite sustentável, provavelmente não seremos capazes de obtê-las em quantidades satisfatórias no futuro. Nesse contexto, devemos procurar encontrar soluções de como preservar estes recursos como as macroalgas de importância econômica,
daí
está
uma
das
prioridades
fundamentais de um cultivo onde as macroalgas poderão crescer, desenvolver e reproduzir em quantidade. Porém, mais estudos são necessários antes de implantar um cultivo comercial. Fonte: MAFFJ (2019).
O cultivo de macroalgas em países da Ásia parece
Berchez (2012) relatou que para industrialização, a
demonstrar ser uma alternativa economicamente
alga é triturada até formar uma pasta que é colocada
viável e de importância estratégica para o setor
em moldes retangulares e seca para a fabricação da
pesqueiro, como recurso para o equilíbrio dos
“folha” de nori, que é encontrada no mercado. De
padrões
acordo com o mesmo autor no Brasil, embora a
principalmente
maior parte do produto consumido seja importada,
dinamização econômica de ecossistemas. Porém a
temos seu processamento artesanal a partir de
análise da viabilidade técnica e econômica dos
matéria prima extraída da natureza.
projetos de cultivo de macroalgas deve ser feita caso
ambientais as
e
sociais
comunidades
envolvendo litorâneas,
e
a caso de acordo com as características de cada O cultivo de macroalga tem se desenvolvido em
localidade, região em relação ao clima, condições da
várias partes do mundo com diferentes modelos,
quantidade e qualidade da água, tecnologia de
técnicas, condições naturais e socio-econômicas.
cultivo, situação econômicas e fisiográficas. Além
Normalmente o interesse primário no cultivo de ma-
disso, a introdução de espécies exóticas no Brasil ne
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.3, p.8935-8945, maio/jun, 2021. ISSN: 1983-9006
8941
Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra
necessita um prévio estudo ambiental (possível
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456
impacto), além de licenças ambientais necessárias
789/189405/TCC%20-
e/ou autorizações para exercer a atividade emitida
%20Gabriella%20Garcia%20de%20Oliveira.pdf?s
pelas
Portanto,
os
equence=1&isAllowed=y > Acesso em 14 de
devem
ser
outubro de 2019. BLOUIN, N. A.; BRODIE, J. A.; GROSSMAN, A. C.; XU, P.; BRAWLEY, S. H. Porphyra: a marine crop
Espera-se que, com o tempo, os produtores em
shaped by stress. Trends in Plant Science,
geral tomem consciência do valor que tem a macroalgas
Netherlands, v. 16, n. 1, p 29-37, 2011. BOLD, H. C.; WYNNE, M. J. Introduction to the
marinhas de uma forma sustentável e pouco
Algae. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New
impactante. Logicamente, a investigação, a pesquisa
Jersey. 1985, 720 p.
instituições
aspectos
éticos
competentes. e/ou
ambientais
adequadamente tratados.
natureza
e
consigam
produzir
as
possui o papel primordial, fundamental de orientar os
BUCHHOLZ, C. M.; KRAUSE, G.; BUCK, B. H.
aquicultores, pois a natureza é um bem valioso
Seaweed and Man. In: Wiencke, C.; Bischof, K. (eds) Seaweed Biology. chap. 22, Berlin:
principalmente para
os
pescadores
artesanais,
porém todos por ela devem zelar.
Springer-Verlag. p. 471–493, 2012.
Disponível
em
<
AGRADECIMENTOS
https://pdfs.semanticscholar.org/d872/4d9442f11f
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