Nutritime Revista Eletrônica n 02 v.18

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Revista Eletrônica

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Editora Técnica: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo

Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo

Conselho Científico: Altivo José de Castro Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues

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Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa

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Sumário ARTIGOS 534 - Estudo de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano ........................................................................................................................... 8877 Lucas Eduardo Silva Pereira, João Soares Gomes Filho, Alexandre Carvalho, Carlos Augusto Rocha de Moraes Rego, Thaís Brito Freire, Camila Moraes Silva 535 - Perspectivas, oportunidade e desafios pra o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola ............................................................................................................................................................. 8893 Marco Antonio Igarashi 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós desmame.................................... 8908 Henrique Ferreira de Assis, Júlio Maria Ribeiro Pupa, Arele Arlindo Calderano, Ariel Vitoria Gonçalves, Thiara Lopes Gava 537 - Doençãs entéricas na suinocultura - maternidade .......................................................................................... 8918 Fernanda Maria leite de Araújo, Bruno Broggio


Estudo de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano

Revista Eletrônica

Bromatologia, extensão, nutrição, produção animal. 1*

Lucas Eduardo Silva Pereira 2 João Soares Gomes Filho 1 Alexandre Carvalho 3 Carlos Augusto Rocha de Moraes Rego 4 Thaís Brito Freire 5 Camila Moraes Silva

Vol. 18, Nº 02, mar/abr de 2021 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

1

Bacharel em Zootecnia, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, MA. E-mail: lucas.eduardoztc@gmail.com 2 Professor Doutor do Departamento de Zootecnia Universidade Estadual do Maranhão São Luís, MA. 1 Bacharel em Zootecnia, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, MA. 3 Doutorando em Agronomia, Universidade Estadual do Oeste Paraná, Marechal Cândido Rondon, PR. 4 Pós-graduanda em aquicultura, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, SC. 5 Doutoranda em defesa sanitária animal, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, MA.

RESUMO A proposta deste artigo é fazer uma análise das possíveis

contribuições

da

análise

de

perfil

bromatológico de dracena sp. como alternativa alimentar para nutrição animal na microrregião dos lençóis maranhense. A pesquisa foi desenvolvida em duas estações do ano, seca e chuvosa, onde houve o contato direto com pequenos produtores da região, onde foram registrados dados relacionados ao uso de Dracena sp. como alimento alternativo para os animais, feita a identificação de produtores que faziam o uso da mesma, foram selecionadas amostras de Dracena sp, em diferentes municípios do território dos Lençóis Maranhenses, sendo realizadas a análises químicas e bromatológicas das mesmas no Laboratório de Nutrição Animal do Curso de

Zootecnia

da

Universidade

Estadual

do

Maranhão, Campus Paulo IV, Então com as análises se constatou que o teor de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e da fibra em detergente ácido (FDA) da Dracena sp os apresentaram valores inferiores aos requisitos mínimos de exigências para as espécies animais encontradas na região. Palavras-chave: bromatologia, extensão, nutrição, produção animal. 8877

A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

ANALYSIS OF BROMATOLOGICAL PROFILE OF DRACENA SP. AS A FOOD ALTERNATIVE FOR ANIMAL NUTRITION IN TWO PERIODS OF THE YEAR ABSTRACT The purpose of this article is to analyze the possible contributions of the analysis of the bromatological profile of dracena sp. as a food alternative for animal nutrition in the microregion of Lençóis Maranhão. The research was developed in two seasons, dry and rainy, where there was direct contact with small producers in the region, where data related to the use of Dracena sp. samples of Dracena sp, in different municipalities in the Lençóis Maranhenses territory, were selected as alternative food for the animals, and chemical and chemical analyzes were carried out at the Animal Nutrition Laboratory of the Zootechnics Course at the State University of Maranhão, Campus Paulo IV, Then with the analysis it was found that the content of DM, crude protein (PB), neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber (FDA) from Dracena sp the presented values inferior to the minimum requirements of requirements for the animal species found in the region. Keyword: animal production, bromatology, extension, nutrition.


Artigo 534 - Estudos de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. Como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano

INTRODUÇÃO

posição e qualidade do alimento disponível e

A produção animal tem se caracterizado como uma

ingerido pelos animais é o ponto inicial para a

atividade

o

estruturação do sistema de produção de forma

desenvolvimento econômico, social e ambiental da

sustentável. Neste cenário, é necessária a busca por

região nordeste e para que se obtenha uma

alternativas que venham a diminuir as despesas, que

produção

podem atingir 75% do custo total de produção

de

grande

animal

zootécnicos,

é

referência

lucrativa,

com

necessário

para

bons

conhecer

índices questões

(FREITAS

et

al.,

2005)

consequentemente

ser

aumentando a margem de lucro da produção. Sendo

utilizados, tais como: a sua utilização na alimentação

assim o objetivo deste artigo foi analisar o perfil

animal; o reconhecimento da sua composição

bromatológico da Dracena sp. como alternativa para

bromatológica; e entender questões sobre os efeitos

alimentação animal na microrregião dos Lençóis

desses alimentos na fisiologia digestiva do animal,

Maranhenses e comparar os resultados obtidos nas

dentre outros (OLIVEIRA, 2014).

análises químicas da Dracena sp. com de alimentos

relacionadas

aos

alimentos

que

podem

tradicionais e instruir pequenos produtores. A produção animal está presente em todo o estado do Maranhão que se situa na Região Nordeste do

Metodologia

Brasil, entre as coordenadas de 01°01’ a 10°21’ lat.

Áreas de estudo

S e 41°48’ a 48°40’ long. W. Abrange 333.365,6

A área de estudo foi Microrregião dos Lençóis

Km , limitando-se a norte com o Oceano Atlântico, a

Maranhenses, com uma área total de 10.680,089

leste com o Piauí, a sul e sudoeste com o Tocantins

km ,

e a noroeste com o Pará. O clima predominante no

distribuída

estado é tropical, apresenta índice pluviométrico

Barreirinhas, Humberto de Campos, Paulino Neves,

anual que varia de 800 a 2.800 mm, com chuvas

Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão e Tutóia,

bem distribuídas no período de dezembro a junho

como mostra o mapa abaixo (Mapa 01). A região

em, praticamente, todo o estado (MARANHÃO,

apresenta duas estações bem definidas: seca e

1991).

chuvosa, com intervalos aproximados de seis meses

2

2

com

população em

6

de

147.894

municípios

habitantes,

(IBGE,

2012).

cada uma. Dentre as mesorregiões que compõem o estado, na mesorregião

Norte

Maranhense

encontra-se

a

microrregião dos Lençóis Maranhenses, com uma

MAPA 01 - Localização da microrregião dos lençóis maranhenses

2

área total de 10.680,089 km , com população de 147.894 habitantes, distribuída em 6 municípios (IBGE, 2012). Barreirinhas, Humberto de Campos, Paulino Neves, Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão e Tutóia. Na

microrregião

dos

Lençóis

Maranhense

se

observa a predominância do sistema extensivo de criação de animais, caracterizado pelo baixo nível de investimento em tecnologias e mão de obra, onde animais permanecem a campo durante a maior parte do ciclo de produção. Nesse modelo de criar, a alimentação

desses

animais

constitui-se

essencialmente dos recursos naturais disponíveis no

Fonte: Por Raphael Lorenzeto de Abreu - Imagem: Maranhão MesoMicroMunicip.svg.

ambiente de criação.

A maioria dos produtores da região é de origem simples e possuem meios de produção de natureza

Sabendo-se que a produção animal é uma resposta direta da quantidade e qualidade do alimento

extensiva, empregando técnicas rudimentares e propiciando baixos níveis de produtividade (Imagens

consumido, a identificação e o conhecimento da com-

1 e 2).

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8888


Artigo 534 - Estudos de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. Como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano

IMAGEM 1 - Criação extensiva de aves

Os materiais para análise foram colhidos por um período de um ano, em duas estações distintas (época seca e chuvosa) em propriedades com criações extensivas de animais dos municípios de Barreirinhas, Humberto de Campos, Paulino Neves, Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão. Foram coletados amostras de Dracenas sp (Imagem 3) em diferentes tipos de solos, para identificação e análises. IMAGEM 3 - Exemplar da Dracena sp.

Fonte:Lucas Eduardo.

IMAGEM 2 - Instalação rústica para avicultura

Fonte: Elaborado pelos autores.

Os resultados obtidos a partir nas análises dos alimentos foram comparados aos de alimentos

Fonte: Thiago Araújo.

tradicionais descritos em tabelas de (ROSTAGNO et

Seleção das áreas de coleta de material Na região foi feito contato com os produtores da região que especificavam os tipos de alimentos presentes no território, assim foram selecionadas amostras de Dracena sp, em diferentes municípios do território dos Lençóis. Durante o período de execução da pesquisa foram registrados os dados relacionados aos recursos alimentares disponíveis no ambiente de criação, principalmente a Dracena sp, e os que influenciam de forma positiva na nutrição dos animais.

al., 2011) e o (NRC, 2002) de aves com vistas a estabelecer parâmetros de referência para, em seguida, propor estratégias de utilização desses alimentos alternativos nas dietas

de aves criadas

em sistema extensivo na microrregião dos lençóis. Análises Laboratoriais As análises foram realizadas no Laboratório de Nutrição

Animal

do

Curso

de

Zootecnia

da

Universidade Estadual do Maranhão, Campus Paulo IV, onde as amostras foram submetidas à présecagem a 60ºC por 72 h em estufa de ventilação

Durante a vigência da pesquisa foram realizadas

forçada para determinação da matéria pré-seca,

quatro visitas aos locais de criação: duas na estação

posteriormente o material foi moído, acondicionado

seca e duas na estação chuvosa. Nas imediações

em recipientes de vidro e submetidos às análises

de cada estabelecimento pesquisado, percorreu-se

químicas Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB),

vasta área que foi indicada pelo criador como sendo

Matéria Mineral (MM), Fibra em Detergente Neutro

local que continha Dracena sp.

(FDN)

alimento para os animais da região. 8889

que servia de

e

Fibra

em

Detergente

Ácido

(FDA),

identificação e determinação dos teores de Matéria

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Artigo 534 - Estudos de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. Como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano

Seca segundo metodologia descrita por (SILVA et

Então se constatou que o teor de MS das plantas

al., 2006).

coletadas em diferentes cidades variou muito pouco de uma para outra. Júnior (1998) cita que a

RESULTADOS E DISCUSSÃO

composição

Disponibilidade e Etnobotânica dos recursos

influenciadas por diversos fatores, como solo e

alimentares

clima.

Em relação à disponibilidade do alimento, os

TABELA 2 – Teores de matéria seca e matéria

resultados evidenciaram que a Dracena sp. está

mineral da Dracena sp. na microrregião dos lençóis

presente em todas as cidades da microrregião dos

maranhenses na estação da seca

lençóis,

devido

ao

baixo

investimento

em

MS

e

MM

dos

alimentos

são

Cidade

Matéria Seca

Matéria mineral

H. de campos

78,40

14,33

Primeira cruz

80,73

18,91

Cruz, Santo Amaro do Maranhão constitui-se

Santo Amaro

80,60

13,30

essencialmente tradicional milho e dos recursos

Barreirinhas

79,60

11,91

Paulino Neves

78,35

12,05

tecnologias e tecnificação as fontes de alimentação dos

animais

tradicional

criados

nos

em

sistema

municípios

de

de

criação

Barreirinhas,

Humberto de Campos, Paulino Neves, Primeira

naturais

disponíveis

no

ambiente

de

criação,

destacando-se para esse fim: Dracena sp. Resultado e discussão Os

resultados

pequenos

obtidos

produtores

maranhenses

não

evidenciaram da

estão

que

os

Fonte: Elaborada pelos autores.

região

dos

lençóis

Assim as análises revelaram bons teores de matéria

a

de

simples

seca,

par

considerando

as

diferenças

de

solos

tecnologias que podem alavancar seu negócio. O

existentes, já que a Dracena sp. desenvolve-se em

modo de criação cultural existente também é uma

áreas alagadas e secas. Foi possível observar

limitação para a evolução dos sistemas de produção.

também, que durante o período de coleta dos dados, as plantas na estação chuvosa apresentam maior

No contexto da pesquisa foi identificado o uso da Dracena sp. como alimentação alternativa por pequenos

produtores

rurais,

espécies presentes na estação seca.

principalmente

avicultores da região. Quanto às análises químicas iniciou-se por matéria seca e matéria mineral (Tabelas 1 e 2).

PEREIRA, 2016 em análise da composição de matéria seca e matéria mineral de alimentos alternativos observados na baixada maranhense,

TABELA 1 – Teores de matéria seca e matéria mineral da Dracena sp. na microrregião dos lençóis

MS (chuvoso)

observou que a diferença desses teores em alimentos alternativos pode influenciar diretamente o valor proteico disponível.

maranhenses na estação chuvosa Cidade

capacidade de produção de biomassa em relação às

Matéria

Em relação aos níveis de proteína bruta (PB) (Tabela

mineral

3) nas amostras analisadas nos períodos seco e

H. de campos

74,53%

8,99

chuvoso,

Primeira cruz

71,62%

11,07

inferiores aos requisitos mínimos de exigências para

Santo Amaro

72,0%

10,99

as

os

espécies

resultados animais

apresentaram

encontradas

na

valores região

Barreirinhas

70,35%

8,64

(ROSTAGNO et al., 2011).

Paulino Neves

72,52%

10,02

TABELA 3 - Teores de proteínas da Dracena sp. na microrregião dos lençóis maranhenses na estações

Fonte: Elaborada pelos autores.

do ano

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Artigo 534 - Estudos de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. Como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano

Cidade H. de

Proteína

Proteína

Ácido) superior a 50%. Considerando isso para

(seca)

(chuvoso)

animais monogástricos, que são de ceco simples,

7,28

13,12

não funcional, e apresentam o trato digestivo relativamente pequeno, essas características vão

campos Primeira cruz

6,70

8,97

limitar a capacidade desses animais em digerir

Santo Amaro

4,74

7,50

alimentos com elevados níveis de fibra (THEANDER

Barreirinhas

5,06

9,51

et al., 1989). A dieta fibrosa reduz significativamente

5,70

10,50

Paulino Neves

a digestibilidade de todos os nutrientes com redução de consumo de energia e influenciando de forma

Fonte: Elaborada pelos autores.

negativa

no

crescimento

e

na

eficiência

Na estação seca as plantas que apresentaram

conversão alimentar dos animais (CLOSE, 1994).

da

melhor nível de proteínas, foi as retiradas da cidade de Humberto de Campos, o mesmo aconteceu na

CONCLUSÃO

estação chuvosa, com base nas análises químicas

Conclui-se que o modo de criação presente na

ficou evidente que a Dracena sp pode atender as

região

necessidades mínimas de alimentação dos animais,

predominantemente extensivo e que de certa forma

porém deve-se aliar o uso de uma suplementação

a uso de alimentos alternativos, entre eles a Dracena

com outros tipos de alimentos como o milho para

sp. que utilizada para a alimentação e nutrição

atender suas necessidades básicas.

animal, porém a Dracena sp. como alimento para os

dos

lençóis

maranhenses

é

animais apresenta restrição de nutrientes em sua Quanto ao teor de fibra em detergente neutro (FDN)

composição

e da fibra em detergente ácido (FDA) da Dracena sp.

diretamente no desempenho dos animais, tendo em

(Tabelas 4 e 5) foi obtido pelo método convencional

vista que a planta disponível para o consumo dos

descrito por Silva (2006).

animais durante o ano não apresenta as qualidades

química.

Essa

restrição

interfere

nutritivas para suprir as exigências das espécies TABELA 4 – Teores de FDN da Dracena sp. na

presentes na região.

microrregião dos lençóis maranhenses na estações REFERÊNCIAS

do ano Cidade

FDN (seca)

FDN (chuvoso)

H. de campos

71,56

62,99

Primeira cruz

72,70

63,30

Santo Amaro

79,65

69,65

Barreirinhas

78,14

66,32

Paulino Neves

75,50

65,65

ARAUJO, J.A.S.; SILVA, J.H.V.; AMÂNCIO, L.L.; LIMA, R.L.; LIMA, C.B. Uso de aditivos na alimentação de aves. Acta Veterinária Brasílica, v.1, p.69-77, 2007. BRANDAO, E. M.; LIMA, F. C.; LEITE, M. M.; MACÊDO,É. S.; DIAS, E. F.; LIMA, L. P. C. Identificação,

Fonte: Elaborada pelos autores.

composição

química

e

disponibilidade de recursos alimentares locais TABELA 5 – Teores de FDA da Dracena sp. na

utilizados

microrregião dos lençóis maranhenses na estações

extensivamente

do ano

Baixada Maranhense., 2013, São Luís - MA.

por

suínos nos

nativos

campos

criados

naturais

da

Livros de Resumos, SEMIC XXV. São Luís:

Cidade

FDA (seca)

FDA (chuvoso)

H. de campos

53,10

45,62

Primeira cruz

52,45

43,30

FREITAS, A.C.; FUENTES, M.F.F.; FREITAS, E.R.

Santo Amaro

53,27

49,65

et al. Efeito de níveis de proteína bruta e de

Barreirinhas

55,50

45,65

energia

Paulino Neves

58,14

46,32

desempenho de codornas de postura. Revista

Fonte: Elaborada pelos autores.

Editora UEMA, 2013.

metabolizável

na

dieta

sobre

o

Brasileira de Zootecnia, v.34, n.3, p.838-846, 2005.

Os resultados demonstraram que a maioria das

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

amostras apresentaram níveis de FDN (Fibra

Produção Pecuária Municipal, Rio de Janeiro,

Detergente Neutro) e FDA ( Fibra em Detergente

2012, v.40, p.1-71.

8891

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Artigo 534 - Estudos de análise de perfil bromatológico de Dracena sp. Como alternativa alimentar para nutrição animal em dois períodos do ano

JÚNIOR, A.A.F; ALBINO, L.F.T; ROSTAGNO, H.S; Gomes, P.C. Determinação dos valores de energia metabolizável de alguns alimentos usados na alimentação de ave. R. Bras. Zootec., v.27, n.2, p.314-318, 1998. MARANHÃO. Secretaria de Estado do MeioAmbiente (SEMATUR). Diagnóstico dos principais problemas ambientais do Estado do Maranhão. São Luís, 1991. 193 p. OLIVEIRA,

H.F;

SANTOS,

J.S;

CUNHA,F.S.A.

Utilização de alimentos alternativos na alimentação de codornas. Nutritime Revista eletrônica.v.11,n05,p.3683–3690. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição

de

alimentos

e

exigências

nutricionais. 3. ed. – Viçosa, MG: UFV, DZO, 2011, 252p. SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos

químicos

e

biológicos.

3.

ed.Viçosa:UFV, 2006. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição

de

alimentos

e

exigências

nutricionais. 3. ed. – Viçosa, MG: UFV, DZO, 2011, 252p. SILVA, A. C.

da.

bromatológica

Identificação

das

principais

e

análise

gramíneas

nativas de importância na alimentação do cavalo Baixadeiro. São Luís, 2009. 38 p. (Graduação

em

Engenharia

Agronômica)

Universidade Estadual do Maranhão, 2009. SILVA,

G.J.; MAIA, J.C.S.

&

BIANCHINI,

A.

Crescimento da parte aérea de plantas cultivadas em vaso, submeti das à irrigação subsuperficial e a di ferentes graus de compactação de um Latossolo Vermelho-Escuro distrófico. R. Bras. Ci. Solo, 30:31-40, 2006a.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8877-8892, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8892


Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola Revista Eletrônica

Piscicultura marinha, importância da economia, potencial.

Marco Antonio Igarashi

1

Vol. 18, Nº 02, mar/abr de 2021 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

1

Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, Endereço: Campus do Pici – Bloco 827 – CEP 60 356 -000 – Fortaleza – CE, Brasil; E-mail: igarashi@ufc.br

RESUMO O cultivo de peixes marinhos pode ser de maior importância no Brasil devido ao aumento da demanda por essa fonte de proteína. Acredita-se que o cultivo de peixes marinhos provavelmente ofereça potencial para maior desenvolvimento em vários estados

do

Brasil

e,

em

grande

parte,

as

perspectivas serão demonstradas pela provisão de investimentos para a pesquisa. Existem muitos obstáculos marinha

para no

estabelecer

Brasil.

Alguns

uma

piscicultura

aspectos

são

fundamentais, incluindo a seleção de espécies, melhoramento genético, reprodução, produção de formas jovens em laboratório, engorda, produção de ração, equipamentos, gaiolas, financiamento para pesquisa sobre controle de doenças, pessoal bem treinado

e

qualificado.

O

desenvolvimento

de

tecnologias apropriadas para a piscicultura marinha no Brasil é crucial para aumentar a produção da aquicultura marinha. Este artigo de revisão é destinado

a

profissionais,

estudantes

e

pesquisadores interessados em conhecer alguns aspectos da situação atual da produção de peixes marinhos no Brasil. A indústria deve-se unir a um manejo e conservação adequados dos recursos ambientais para sobreviver e prosperar. Palavras-chave: piscicultura marinha, importância da economia, potencial. 8893

A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

PERSPECTIVES, OPPORTUNITIES AND CHALLENGES FOR MARINE FISH CULTURE WITH EMPHASIS ON PRODUCTION OF THE GENUS SERIOLA ABSTRACT The marine fish farming can be of greater importance in Brazil due to increased demand for this protein source. It is believed that culture of marine fish probably offers potential for further development in various States of Brazil, and to a large extent the prospects will be demonstrated by the provision of investment to the research. There are many obstacle to establish a marine fish farming in Brazil. Some aspects are fundamental, including the selection of species, genetic improvement, hatcheries production, breeding, fattening, feed production, equipment, net cages and well-trained, qualified personnel, diseases control and funding. The development of appropriate technologies for marine fish farming in Brazil are crucial

to

increase

the

marine

aquaculture

production. This review article is intended for professionals, students and researchers who are interested in meeting some aspects of the current situation of production of marine fishes in Brazil. The industry must unite an adequate management and conservation of environmental resources to survive and thrive. Keyword: marine fish culture, economy importance, potential.


Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

INTRODUÇÃO

ativamente deste mercado e também alavancar o

A aquicultura tem experimentado um tremendo

mercado doméstico, pois possui vasta extensão da

crescimento nas últimas décadas, a produção global

costa marítima com 8.500 km e Zona Econômica

em

Exclusiva (ZEE) que totaliza 4,3 milhões de km²;

2016

foi

de

110

milhões

de

toneladas

(HAMIDOGHLI et al., 2019).

12% da água doce disponível do planeta; grande volume d’água represado em reservatórios e de

Shepherd & Bromage (1988) relataram que os

água subterrânea; 5 milhões de hectares de terras

primeiros registros de cultivo de espécies marinhas

alagadas; 2,5 milhões de hectares de área estuarina;

remontam o ano de 1400 na Indonésia, onde juvenis

1 milhão de hectares apropriado para carcinicultura

de peixe-leite (Chanos chanos) eram capturados e

marinha;

colocados em viveiros (provavelmente os mesmos

disponibilidade

que hoje são utilizados para cultivos de camarões

estratégica para escoamento da produção para o

naquela região do mundo) (SILVA, 2016).

Cone Sul, Europa e EUA, e; dentre outros, grande

Cavalli & Hamilton (2007) relataram que o cultivo de peixes marinhos no Brasil provavelmente começou no século XVII, durante o governo holandês de Maurício de Nassau em Pernambuco, quando a atividade foi introduzida na região. De acordo com os mesmos autores, naquela época, robalos (ou

mercado

condições de

climáticas

mão

doméstico

de

de

obra;

favoráveis; localização

diferentes

classes

econômicas (XIMENES & VIDAL, 2018). Nesse sentido, é de extrema importância que o governo crie condições para que as empresas se estabeleçam na área costeira, pois é um local extremamente favorável (NEU et al., 2019).

camurins - Centropomus), tainhas ou curimãs (Mugil)

Na América Latina, o Brasil é o país com maior área

e carapebas (Eugerres e Diapterus) eram cultivados

disponível para a maricultura, cerca de 150 mil km²,

extensivamente em viveiros de maré.

velocidade do vento e profundidades ideais para

No Brasil, a piscicultura marinha como atividade comercial, limita-se a poucas iniciativas em virtude da falta de uma espécie com viabilidade técnica e

instalação de gaiolas e espinhéis, muito embora o alto custo de produção seja um dos desafios importantes (XIMENES & VIDAL, 2018).

econômica para o cultivo em sistema de tanques

O potencial que o Brasil dispõe para a exploração de

rede no mar (SILVA, 2016).

peixes marinhos levou-nos a elaborar este artigo de

Apesar do desenvolvimento de novas tecnologias de cultivo para ativá-lo, para aumentar a oferta de proteína de animais marinhos (HUANG et al., 2016) a piscicultura marinha surge como alternativa no Brasil, mesmo com a intensificação das pesquisas na última década nessa área, a atividade ainda é muito incipiente (DAVID, 2002). Entretanto, em diversos

países

consolidada, praticada

por

se

geradora

tornou de

pequenos

uma

emprego e

médios

atividade e

renda,

produtores

(SANCHES et al., 2006). Para que essa atividade se consolide no Brasil, torna-se necessário avaliar o potencial de cultivo de outras espécies, desenvolver

revisão bibliográfica que, ao observar os estoques e variedades existentes de peixes marinhos, previu a necessidade de um referencial para apresentar o status atual do agronegócio dos peixes marinhos, o que poderá ser obtido pela intensificação de pesquisas e a elaboração de planos sustentáveis para as atividades aquícolas. excelentes

condições

O Brasil possui

naturais,

abundância

de

recursos hídricos e ocorrência de espécies de peixes marinhos com perspectivas para a aquicultura. No entanto, a produção aquícola marinha brasileira tem participado basicamente com a malacocultura e a carcinicultura.

tecnologia de produção de alevinos de qualidade a

METODOLOGIA

um custo acessível para produtores e aprimorar

Este artigo é uma revisão bibliográfica com pesquisa

tecnologia de engorda para uma forma mais

descritiva

intensiva de cultivo (TSUZUKI, 2006).

publicados entre 1957 e 2019. Foram realizadas

E o Brasil tem plenas condições de participar mais

utilizando

materiais

bibliográficos

pesquisas em diversos periódicos, livros, teses, dissertações com informações relevantes sobre o

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Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

cultivo de peixes marinhos, abordando os aspectos

al., 2013; CALADO et al., 2017). A eficácia da

das perspectivas, oportunidades e desafios para a

utilização de copépodes, rotíferos e artemia tem se

piscicultura marinha com ênfase na produção do

tornado mais evidente. No presente, a alimentação

gênero Seriola.

com náuplios de Artemia é popular devido a estar prontamente

disponível;

no

entanto,

para

a

viabilidade da produção, é necessário realizar a

DESENVOLVIMENTO Desafios e perspectivas da marinha brasileira Piscicultura Nas pesquisas em piscicultura marinha no Brasil muitas ações podem ser avaliadas como atividades piloto para algumas espécies. Porém, para se estabelecer o cultivo comercial, muitos problemas

transição da dieta viva para a inerte (NEU et al., 2019).

Atualmente,

nenhuma

dieta

comercial

específica é encontrada no mercado para peixes marinhos brasileiros nativos, independentemente da fase de desenvolvimento (TESSER & SAMPAIO, 2006 citado por NEU et al., 2019). O alimento utilizado na picicultura marinha pode ser responsável

reclamam soluções.

por mais de 50% do custo da produção. Para que a piscicultura marinha se desenvolva plenamente, há necessidade de uma política de

A alimentação é um fator vital; o rejeito de pesca

incentivo à pesquisa, uma vez que já existem

pode ser utilizado em grandes quantidades em

centros

trabalhos

vários países porque pode ser barato e fácil de

científicos na área, os quais podem auxiliar na

comprar nos mercados locais. Porém, o rejeito de

avaliação do potencial de cultivo de outras espécies

pesca pode ser uma provisão muito instável e de

nativas (TSUZUKI, 2006). Rodrigues (2017) relatou

qualidade

que dentre as dificuldades do desenvolvimento da

ambiental.

atividade pode citar a ausência de instituições de

desenvolvimento de alimentos formulados de alta

ensino devidamente equipadas. De acordo com o

qualidade.

mesmo

capacitados

autor

que

atualmente

realizam

no

Brasil

existem

pouquíssimas instituições de ensino que possuem setores que abordam a atividade de uma forma ampla, com setores para reprodução, larvicultura, alevinagem/engorda e sanidade de peixes marinhos. Portanto para espécies nativas em geral, ainda há falta de informações e domínio dos processos de reprodução, produção de formas jovens e engorda (NEU et al., 2019). Ao contrário dos peixes de água doce, nos quais um protocolo tem sido estabelecido para criação em cativeiro, os peixes marinhos respondem diferentemente aos métodos utilizados para a reprodução, com variações ocorrendo tanto nas

espécies

quanto

em

relação

à

sexismo

(CERQUEIRA et al., 2017). O cultivo de larvas de peixes marinhos não tem ainda se desenvolvido para produção em larga escala no Brasil apesar de significativo avanço nas pesquisas. No entanto, a dieta artificial, de formas jovens de peixe marinho ainda não é uma alternativa

variada

que

Portanto

pode

pode

causar ser

poluição

prioritário

o

Neu et al. (2019) relataram vários obstáculos que são evidentes para a maioria das espécies em potencial, a falta de mão de obra e equipamentos especializados

destinado

a

esse

segmento

(CAVALLI & HAMILTON, 2009; KOHNO et al., 1997), portanto é necessário recorrer à importação de estruturas e equipamentos (DOMINGUES et al., 2014); as unidades de produção (gaiolas) instalados no mar estão sujeitos à ação de ventos e ondas e com isso, suas estruturas devem ser projetadas para suportar essas forças (HUANG et al., 2016). Rodrigues (2017) relatou que muitos equipamentos como tanques-redes e equipamentos para sistemas de recirculação de água para sistemas marinhos como

reatores

de

ozônio, skimmers,

raios

ultravioletas são importados e a boa notícia nesse aspecto é que com a incipiente produção que temos algumas empresas nacionais estão trabalhando para desenvolver esses equipamentos. Espécies

para substituir os alimentos vivos. Nesse contexto os alimentos para a produção de formas jovens de

A produção de peixes marinhos já está consolidada

peixes marinhos têm sido estudados KOHNO et al.,

em alguns países da Ásia e Europa (NEU et al.,

1997; LUCAS & SOUTHGATE, 2012; SANCHES et 8895

2019). Silva (2016) relatou que os principais peixes

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Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

diádromos/marinhos cultivados são o salmão –

o cultivo de maguro no Japão. Os japoneses

Salmo salar, o peixe-leite – C. chanos, a enguia

preferem o atum de “carne vermelha”, sobretudo a

japonesa – Anguilla japonica e a tainha – Mugil

espécie rabilho (T. thynnus), em japonês “maguro”

cephalus.

(COSTA, 2013).

O Japão é a terceira maior economia do mundo,

Atualmente, além dos robalos, as espécies mais

retira

suas

estudadas no Brasil são (SILVA, 2016): o linguado

necessidades alimentares (BRASIL, 2018). Okamoto

(Paralichthys orbignyanus), a garoupa-verdadeira

et al. (2014) relataram que em 2013, o yellowtail

(Epinephelus marginatus), o badejo (Mycteroperca

(Seriola

red

microlepis), os vermelhos (Lutjanus synagris e

seabream (Pagrus major) 23% e greater amberjack

Lutjanus analis), os pampos (Trachinotus carolinus,

(S. dumerii) 16% na quantidade total da produção

T.

aquícola (Figura 1).

(Rachycentron canadum) (BRUGGER & FREITAS,

do

mar

parte

substancial

quinqueradiata)

de

ocuparam

44%,

goodei)

e

mais

recentemente

o

bijupirá

1993; HAMILTON et al., 2013). Algumas espécies FIGURA 1- Espécies de peixes marinhos produzidos no Japão

nativas de peixes foram listadas como potenciais de produção (BALDISSEROTTO & GOMES, 2013), como

o

peixe-rei

kingfish

(Odontesthes

argentinensis), o robalo sea bass (Centropomus parallelus), o mullet (Mugil sp.), o linguado (P. orbignyanus), e o bijupirá (R. canadum) e o cavalo marinho ornamental (Hippocampus reidi) (NEU et al., 2019).

Seriola quinqueradiata

FIGURA 2 - Cultivo de maguro no Japão

Pagrus major

Fonte: MAFFJ (2019).

Seriola dumerili Fonte: Yoshoku (2017).

Cavalli & Hamilton (2009) também apontam que existem outras espécies que foram sistematicamente

Desde 2002, todo o ciclo de vida do Pacific bluefin tuna (PBT) T. orientalis, tem sido completado na Universidade de Kinki (Japão) em condições de

estudadas; no entanto, o pacote tecnológico não está estabelecido a nível nacional para nenhum deles (NEU et al., 2019).

aquicultura (SAWADA et al., 2005). Kamoey (2015) relatou

que,

no

de

No entanto, Sampaio et al. (2010) apontam que

comercialização ainda não está concluído, mas, se

como o beijupirá é cultivado no exterior, com

forem

um

tecnologia já desenvolvidas, as informações já

para

obtidas podem ser utilizadas como base para o seu

espécies

cultivo no Brasil, eliminando as etapas básicas da

bem

fornecimento acompanhar

entanto,

sucedidos, estável a

enorme

o

poderá

de

bluefin

procura

processo prover tuna das

amplamente sobre-exploradas. A Figura 2 demonstra

pesquisa (NEU et al., 2019). Suplicy & Wurmann (2016)

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Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

relataram que no que diz respeito à criação de

Miranda & Peet (2008) relataram que as S.

peixes marinhos, acreditamos que, embora a cobia

quinqueradiata são conhecidas como yellowtail

seja um fantástico candidato a investimento e haja

japonesas ou hamachi. De acordo com os mesmos

uma oportunidade única de substituir o espaço do

autores os nomes dados para descrever as yellowtail

salmão no crescente mercado de restaurantes

japonesas no Japão são baseados no tamanho: os

japoneses,

restrições

menores de 50 g são chamados de "mojako"; peixes

técnicas que precisam ser superadas antes que esse

cultivados com peso inferior a 5 kg são chamados de

peixe pode se tornar realidade na aquicultura

"hamachi"; e peixes capturados ou cultivados na

brasileira. De acordo com os mesmos autores o

natureza com mais de 5 kg são chamados de "buri".

ainda

existem

algumas

desenvolvimento de fazendas de cobia ou pampo no Brasil

precisaria

crescer

simultaneamente

com

de aquicultura de yellowtail tenham melhorado continuamente, vários desafios ao cultivo sustentável

investimentos em produção específica de ração. No

entanto,

devido

à

variação

sazonal

Yasuike (2018) relatou que embora as tecnologias

e

a

disponibilidade de peixes marinhos na natureza,

dessa espécie ainda precisam ser enfrentados. De acordo com o mesmo autor o preço da farinha de

um método de cultivo de peixes marinhos em escala

peixe usada para a alimentação de yellowtail continua a subir (WORLD BANK. 2013),

comercial. Dessa forma, caso uma metodologia de

necessitando de uma melhor compreensão das vias

cultivo

contingente de formas jovens de peixes marinhos,

digestivas e das exigências nutricionais de yellowtail, a fim de desenvolver uma alimentação mais

que permitirá a realização de repovoamento destes

econômica.

seria de grande importância o estabelecimento de

seja

estabelecido,

haverá

um

grande

em áreas onde as capturas de exemplares adultos próximos da

A S. quinqueradiata é um peixe bastante apreciado

extinção, de forma que ocasione a sustentabilidade

pelos japoneses, principalmente utilizado como

de produção do recurso marinho em foco.

sashimi. O sashimi é um prato típico japonês onde o

Seriola

peixe é servido cru, cortado em pequenos filés e consumido com molho de soja, “shoyu”. Outro prato

tenham

sido reduzidas a níveis

Yasuike (2018) relatou que o gênero Seriola (família Carangidae) contém nove espécies reconhecidas de peixes marinhos carnívoros, distribuídos globalmente em regiões tropicais, subtropicais e temperadas dos oceanos (SWART et al., 2016), as espécies Seriola têm um alto valor de mercado e várias espécies são cultivadas ao redor do mundo (SICURO & LUZZANA, 2016). De acordo com o mesmo autor a maior parte dessa produção é representada por yellowtail, que tem a mais longa história da aquicultura, tendo iniciado em 1927 e expandido rapidamente na década de 1960 (DHIRENDRA, 2005). Nas águas japonesas, 4 espécies de Seriola são reconhecidas (NAKABO, 1993) e 3 espécies são cultivadas

é o sushi, onde o filé cru é colocado sobre o bolinho de arroz. A S. rivoliana (Figura 3) é uma espécie amplamente distribuída, estado presente em praticamente todos os mares tropicais e temperados do mundo; é nativo da costa brasileira, com ocorrência de norte a sul do país (RODRIGUES, 2019). No leste do Atlântico, ocorre de Portugal à África Ocidental, incluindo os arquipélagos da Madeira e dos Açores e o Mar Mediterrâneo (CARPENTER, 2002). Esta espécie é pelágica e epibentônica nas águas oceânicas e vive de 5m a 45m de profundidade, mas é mais comum em 30-35m (MYERS, 1991).

(NAKADA, 2000). Yasuike (2018) relatou que o

FIGURA 3 - Ilustração de uma espécie de Seriola

Japão é o maior produtor de espécies de Seriola,

rivoliana

cultivando o yellowtail (S. quinqueradiata), o greater amberjack (S. dumerili) e o yellowtail kingfish (S. lalandi). De acordo com o mesmo autor em 2016, a produção dessas três espécies foi de 141.000 toneladas,

representando

mais

de

56%

da

aquicultura de peixes marinhos no Japão (MAFFJ, 2017). 8897

Fonte: Bray (2017) citado por Cavaleiro (2017). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8893-8907, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

Como já é produzida comercialmente, dispõe de

tificial da maturação e ovulação de ovócitos por três

protocolo; de produção de juvenis já estabelecido;

tratamentos

possui uma elevada taxa de crescimento, por volta

adequado

de 2,2 kg entre 9 a 12 meses de produção,

demonstrando ser eficazes em certos aspectos.

hormonais (KOLKOVSKI

que &

foi

considerado

SAKAKURA,

2007)

dependendo da temperatura da água; portanto, certamente pode ser uma excelente espécie para

Os

reprodutores

normalmente

produção aqui no Brasil (RODRIGUES, 2019). O

alimentados

tamanho comum de S. rivoliana é de cerca de 55 cm

quinqueradiata alimentadas com peletes (50,5 % de

comprimentos furcais (CF) e 2,5 kg a 80 cm CF e 3,4

proteína, 24 % de lipídeo) produziu 25 vezes mais

kg (CARPENTER, 2002). O CF máximo conhecido é

ovos/peixe do que reprodutores alimentados com

123 cm (MCEACHRAN & FECHHELM, 2010).

peixes (POORTENAR et al., 2003). A partir do

com

peixes.

No

podem entanto,

ser a

S.

exame das gônadas maduras de ambos os sexos, o Rodrigues (2019) relatou que existe uma empresa

"Buri" maduro parece desovar várias vezes em uma

norte-americana que pretende investir na produção

estação de desova (UCHIDA et al., 1958).

do olho de boi S. rivoliana na Bahia. Pillay & Kutty (2005) relataram que ovos retirados de Para realizar o cultivo de peixes marinhos de uma

fêmeas maduras foram fertilizados com esperma de

forma economicamente viável, as espécies requerem

machos capturado na natureza; também foram

principalmente: boa aceitação no mercado, rápido

realizados trabalhos experimentais sobre o uso de

crescimento, boa adaptação ao clima da região,

hormônios para amadurecer peixes reprodutores e

aceitação de ração de baixo preço, fácil reprodução,

induzir a desova (Figura 4b). De acordo com os

sabor apropriado ao consumidor, cultivo em uma

mesmos autores a maturação pode ser induzida pela

densidade populacional com retorno econômico,

injeção de “Synahorin” na taxa de 4UI / kg de peixe.

resistência a doenças, fácil manejo e transporte adequado e rápido. No Brasil é de fundamental

Uchida et al. (1958) capturaram "Buri" maduro que

importância incrementar a seleção, estabelecer

variou de 4 a 12 kg em peso corporal; não foi

metodologias de cultivo e o domínio na tecnologia de

encontrada diferença nas características externas

reprodução e engorda de espécies economicamente

entre fêmeas e machos de "Buri" maduro. De acordo

viáveis para a aquicultura. Além disso, faltam

com os mesmos autores o peso da gônada madura

soluções para vários problemas relacionados à

excede 10% do peso corporal e o número de

nutrição e controle de doenças dos peixes marinhos.

ovócitos encontrados foi de 550.000 a 1.600.000. A S. quinqueradiata na natureza desova de janeiro a

Sistema de cultivo

agosto no Japão quando a temperatura da água

Relatos da Austrália (GILLANDERS et al., 1999 a, b,

pode variar de 16 a 29 °C (IKENOUE & KAFUKU,

MARINO et al., 1995) confirmam que na natureza a

1992). O período de incubação foi de cerca de 51-68

Seriola sp. matura mais lentamente do que o peixe

horas (PILLAY & KUTTY, 2005) ou 50 horas, com a

cultivado, com cerca de 3 a 4 anos. A S.

temperatura variando de 18,0 a 24,0 ℃ (UCHIDA et

quinqueradiata pode atingir a maturidade aos 3-5

al., 1958). Os ovos e as larvas da primeira

anos de idade (Figura 4a) (DHIRENDRA, 2005;

alimentação são relativamente grandes com 1,1 mm

SMITH-VANIZ & WILLIAMS, 2016).

de diâmetro e 4,5 mm para ovos e larvas respectivamente

A maturação reprodutiva em cativeiro e a desova natural

ou

induzida

por

hormônios

têm

sido

alcançado em espécies do gênero Seriola (OUCHI et al.,

1985,

1989;

MUSHIAKE

et

al.,

1994;

WATANABE et al., 1996; MYLONAS et al., 2004).

(KOLKOVSKI

&

SAKAKURA,

2007). Côrtes & Tsuzuki (2010) relataram que nas espécies

em

que

as

primeiras

fases

larvais

apresentam um tamanho de boca muito pequeno, a utilização de um alimento de tamanho adequado pode representar um aumento significativo na

A S. quinqueradiata pode desovar naturalmente em

sobrevivência destas larvas, e consequentemente,

tanques após condicionamento sob fotoperíodo

no sucesso do cultivo. De acordo com os mesmos

controlado e / ou temperatura (MUSHIAKE et al.

autores,

1998). Chuda et al. (2001) investigaram a indução ar-

quinqueradiata) mostraram diferentes respostas no

estudos

com

larvas

de

olhete

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8893-8907, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

(S. 8898


Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

crescimento quando rotíferos de tamanhos variados foram

ofertados

nos

distintos

estágios

de comprimento e 25 a 50 g de peso.

de

desenvolvimento larval (HAGIWARA et al., 2001),

Os peixes com menos de 4 cm, principalmente,

sugerindo que a utilização de um alimento de

alimentam-se de copépodas e quando atingem

tamanho apropriado promove um cultivo mais

formas jovens, de anchova e outros pequenos peixes

eficiente.

e ao atingirem 15 cm alimentam-se de sardinhas, cavala, lula etc (IKENOUE & KAFUKU, 1992).

O desenvolvimento de alimentos adequados para a sobrevivência larval, com base na produção em

Pillay & Kutty (2005) relataram que os alevinos são

massa de organismos, como rotíferos e artemias

alimentados com peixe moídos (como enguia e

nauplii, enriquecidos com ácidos graxos altamente

horse mackerel) e camarões. De acordo com os

insaturados n-3 (HUFA) e alimentos formulados,

mesmos autores os melhores resultados foram

poderia

de

obtidos com a alimentação de crustáceos ou peixes

alevinos saudáveis (FAO, 2009). Estudos sobre a

de carne branca; a farinha de camarão, transformada

qualidade nutricional do alimento vivo demonstraram

em pasta, é um excelente alimento para os alevinos

a

de yellowtail e alguns aquicultores alimentam os

possibilitar

importância

dos

uma

grande

ácidos

produção

graxos

altamente

insaturados (n-3 HUFA), para o desenvolvimento de

alevinos

larvas de peixes marinhos, pois estes ácidos graxos

frequentemente penduradas acima das gaiolas para

são considerados essenciais (AGE) para estas

atrair os organismos zooplanctônicos.

larvas (WATANABE et al. 1983; LÉGER et al. 1986 citado por RODRIGUES et al., 2012).

com

zooplâncton,

e

as

luzes

são

Devido aos hábitos de canibalismo dos alevinos, as formas jovens capturadas na natureza ou produzidas

Copeman et al. (2002) em um experimento com

em cativeiro são cuidadosamente classificadas de

larvas de yellowtail (S. quinqueradiata), constataram

acordo com o tamanho para o cultivo (PILLAY &

que, dentre os diferentes tratamentos de rotíferos

KUTTY, 2005). Alevinos de 5 g em peso podem ser

enriquecidos, o que continha maior dose de DHA

transferidos para gaiolas no mar para a engorda

(Ácido docosahexaenóico) teve resultado melhor

(PIRSA, 2002).

que os demais (ARAÚJO, 2007).

quinqueradiata podem variar de aproximadamente

Na natureza, os juvenis de S.

10 a 70 mm no comprimento total e estão De acordo com Valença (1997) o rotifero Brachionus

associados com macroalgas a deriva (ANRAKU &

plicatilis, está dividido em duas linhagens, a

AZETA, 1965; FUKUHARA et al., 1986; SAKURA &

linhagem do tipo-S (small) e a linhagem do tipo-L

TSUKAMOTO, 1996). Aqueles juvenis associados a

(large) (FUKUSHO & IWAMOTO, 1980; 1981).

macroalgas a deriva (chamado Mojyako em japonês

Kolkovski & Sakakura (2007) analisando o yellowtail

os quais significa pequenos peixes aderidos as

kingfish relatou que o protocolo para alimentação

macroalgas) (Figura 4c) são capturados com redes

para formas jovens pode incluir rotiferos B. plicatilis

redondos de arrasto e a Agência de Pesca Japonesa

do tipo L enriquecido na primeira alimentação (10-30

determina o número de juvenis que podem ser

rotiferos/ml) e Artemia enriquecida com 12 dias após

capturados (HONMA, 1993). Ikenoue & Kafuku

a eclosão e o “desmame” o fornecimento de uma

(1992) relataram que os alevinos, na natureza, são

microdieta pode começar aos 20 dias após a

capturados de abril a maio, quando eles possuem

eclosão (PIRSA, 2002) e o mesmo pode ser

aproximadamente 1,5 cm de comprimento, estes

administrado 15 dias após a eclosão (KOLKOVSKI &

alevinos são utilizados como semente e na natureza,

SAKAKURA 2006). Pillay & Kutty (2005) relataram

quando atingem 15 cm, eles se separam das algas

que os alevinos podem ser alimentados com peixes

marinhas flutuantes e começam a nadar livremente.

jovens moídos e farinha de peixe. De acordo com os

Portanto a aquicultura de yellowtail japonês pode ser

mesmos autores eles crescem cerca de 10 mm em

baseada em juvenis capturados na natureza. Na

cerca de 20 dias, 17 mm em um mês e cerca de 63

técnica de coletas de juvenis silvestre utilizam-se

mm em dois meses; no entanto o cultivo de alevinos

redes de cerco, portanto, se baseia na tendência

geralmente leva de quatro a seis semanas, período

natural dos alevinos desta espécie a refugiar-se na

em que crescem para aproximadamente 8 a 10 cm

sombra de objetos flutuantes.

8899

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Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

Por outro lado, a produção australiana e da Nova Zelândia de olhete é baseado unicamente em peixes criados em laboratório (KOLKOVSKI & SAKAKURA, 2004). Os juvenis capturados requerem uma alimentação imediata para prevenir o canibalismo (POORTENAAR et al., 2003).

No Japão, a densidade de estocagem inicial pode 3

ser de 1600 a 2000 indivíduos/m (WATANABE et., 1996). Kolkovski & Sakakura (2004) relataram que a densidade de estocagem é determinada por fatores como profundidade, área e corrente da água. De acordo com os mesmos autores entre 100 – 200 3

juvenis / m podem ser estocados. O máximo de 20 Pillay & Kutty (2005) relataram que os alevinos (Figura 4d) selecionados podem ser cultivados separadamente em pequenos tanques-rede com malha fina e os tanques-rede têm geralmente 2 a 50 2 m de área e 1 a 3 m de profundidade. É composto de armação onde se pendura a rede e bóias e a rede é feita de fibra sintética ou nylon (nylon coated steel) (IKENOUE & KAFUKU, 1992).

kg de peixes são cultivados em um m do volume da

Honma (1993) relatou que no Japão, os “yellowtail” são engordados nas tradicionais gaiolas quadradas no mar de 4 x 4 x 4 m até 50 x 50 x 50 m com metal e armação reforçado com plástico. Kolkovski & Sakakura (2004) relataram que nos recentes anos tipos de gaiolas “polar circle” foram também introduzidos e as gaiolas (tipo “polar circle”) possuem diâmetro de 25 m e 4 a 8 m de profundidade. O cultivo de yellowtail em gaiolas tem sido amplamente adotado no Japão (Figura 4e).

1977; IKENOUE & KAFUKU, 1992). Os yellowtail

Ikenoue & Kafuku (1992) relataram que em relação a qualidade da água, a S. quinqueradiata pode

para espécies cultivadas em grandes volumes como

sobreviver em temperatura da água de 7 a 28 °C e Brown (1977) relatou que a temperatura ótima para o cultivo varia de 24 a 29 °C. De acordo com os mesmos autores a água do mar normalmente contém mais do que 5 a 6 mg/l de oxigênio e o oxigênio dissolvido dentro do tanque - rede deve ser maior que 5 mg/l.

quinqueradiata, os pargos do gênero Sparus/Pagrus

3

gaiola

quando

as

condições

ambientais

são

favoráveis (IKENOUE & KAFUKU, 1992). Esta espécie (S. quinqueradiata) cresce rapidamente (FRIMODT, 1995; SMITH-VANIZ

& WILLIAMS,

2016), pode atingir tamanho de 8 kg na natureza; mas o tamanho comercial de peixes cultivados é de 1 a 1,5 kg em 1 ano e 2 a 3 kg em 2 anos (BROWN, podem atingir mais de 6 kg de peso corporal ou 70 cm de comprimento furcal dentro de dois anos (TIAN & SAKAJI, 2010) e (S. quinqueradiata) pode viver até seis anos de idade (TIAN & SAKAJI, 2010; SMITHVANIZ & WILLIAMS, 2016). Berestinas (2005) relatou sobre a substituição de peixes vivos e pedaços de peixe por rações balanceadas podendo ser realizada para facilitar o manejo alimentar na piscicultura marinha, entretanto, o peixe-leite C. chanos, o olhete japonês S. e

o

robalo

asiático

Lates

calcarifer,

rações

combinadas, semi-úmidas e secas estão disponíveis e cada vez mais estão transformando a forma preferida e alimentação (WILLIAMS & RIMMER 2005); da vida (SAKAKURA & TSUKAMOTO, 1996; SMITH-VANIZ & WILLIAMS, 2016). desta forma, na alimentação de peixes marinhos, é comumente

FIGURA

4.

Produção

de

yellowtail

Seriola

empregado o uso de peixe vivo, restos de peixe e

quinqueradiata: (a) Yellowtail adultos; (b) maturação

ração formulada de modo artesanal ou comercial,

pode ser induzida pela injeção de hormônio; (c)

mas ainda não há conhecimento sobre as exigências

Mojyako; (d) alevinos; (e) cultivo de yellowtail em

nutricionais

gaiolas

ingredientes que podem beneficiar o produtor em relação

ao

de

cada

espécie,

custo-benefício,

os

apesar

melhores de

muitos

pesquisadores terem como objetivo essa área de estudo

(BARROSO

et

al.,

2002;

BOONYARATPALIN, 1997; SEIFFERT et al., 2001). No entanto é necessário fornecer alimentos que atendam as exigências das espécies de peixes cultivadas. Buentello et al. (2016) relataram que os Fonte: (a) Okamoto et al. (2014); (b) FAO (2009); (c) Sukumochan (2017); (d) Sukumochan (2017); (e) FAO (2009). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8893-8907, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8900


Artigo 535 - Perspectivas, oportunidades e desafios para o cultivo de peixe marinho com ênfase na produção do gênero Seriola

requerimentos espécies,

em

com

proteína peixes

variam juvenis

entre

as

carnívoros

AGRADECIMENTOS Agradeço ao Professor Jiro Kittaka “In Memorian” da

normalmente necessitando de mais proteína na

Universidade

de

Ciência

de

Tokyo

pelos

dieta, como 55% para o yellowtail Seriola sp. para

conhecimentos que adquiri sobre a aquicultura.

atender o seu crescimento e sua manutenção REFERÊNCIAS ANRAKU, M.; AZETA, M. The feeding habits of

(BISWAS et al., 2009). O yellowtail (S. quinqueradiata) é um peixe bastante apreciado

na

culinária

pelos

japoneses,

principalmente utilizado como sashimi. Por sua vez a disponibilidade dos mercados para peixes marinhos no oriente foi provavelmente devido a auto-estima na qual os criadores de peixes marinhos sendo sempre sustentados, pela população de todos os níveis econômicos no Japão. Neste contexto no Japão os peixes marinhos são consumidos crus na maioria das vezes, mas também são processadas como: fritas, congeladas, enlatadas e defumadas.

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and

juveniles

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yellowtail,

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o

robalo

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comerciais

condições de clima, abundância de água marinha e

crescimento

estuarina livre de poluição, com boa produtividade

Centropomus

primária;

infra-

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estrutura, transporte, estradas, portos, aeroportos,

– Universidade Federal de Santa Catarina, Centro

comunicações e eletricidade reforçam a vocação

de

natural do Brasil para a piscicultura marinha. Esses

Graduação em Aquicultura.

terras

com

preços

acessíveis,

e

freqüências de

Ciências

juvenis parallelus

Agrárias,

alimentares de

no

robalo-peva

Poey,

Programa

1860.

de

Pós-

itens básicos podem possibilitar uma alternativa

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exercer

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a

atividade

emitida

pelas

instituições

competentes. Portanto os aspectos éticos e/ou

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ambientais devem ser adequadamente tratados. Os

de

criadores de peixes marinhos no Japão têm várias

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Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame Revista Eletrônica

Soro de leite, pós-desmame, alimentação líquida. 1*

Vol. 18, Nº 02, mar/abr de 2021 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Atualmente diversos resíduos agroindustriais vêm sendo pesquisados na alimentação animal mediante a necessidade de redução de poluentes, além disso, a inclusão de alimentos líquidos com melhor palatabilidade tem sido utilizada como uma estratégia no intuito de melhorar o ganho de peso, conversão alimentar, microbiota intestinal e a saúde dos animais. 96 leitões desmamados aos 28 dias de idade foram utilizados neste estudo, para avaliar consumo de ração, desempenho e qualidade intestinal de leitões alimentados com ração e soro de leite bovino integral após o desmame. Foram delineados por blocos ao acaso, com dois tratamentos: Um sem a adição de soro de leite bovino in natura (tratamento B) e outro com a adição de soro (tratamento A). Não foi observada diferença significativa para avaliação da microbiota gastrointestinal (P<0,05) para primeira (P=0,159) e segunda (P=0,722) coleta, enquanto nas coletas três (P=0,033) e quatro (P=0,038), havendo ganho na relação lactobacillus:Coliformes. O soro de leite bovino na forma in natura pode ser utilizado para leitões em fase pós-desmame, pois melhora a conversão alimentar e a relação lactobacillus spp.:coliformes fecais. Palavras-chave: soro de leite, pós-desmame,

Henrique Ferreira de Assis 2 Júlio Maria Ribeiro Pupa 3 Arele Arlindo Calderano 4 Ariel Vitoria Gonçalves 4 Thiara Lopes Gava 1

M. Sc.,Universidade Federal de Viçosa.Departamento de Zootecnia, Viçosa, MG. E-mail: henrique.assis@ifes.edu.br 2 Doutor em Zootecnia 3 Professor, Universidade Federal de Viçosa, UFV, Viçosa,MG. 4 Universidade Federal de Viçosa, UFV,Viçosa,MG.

USE OF BOVINE FRESH WHEY IN POSTWEANING PIG FEED ABSTRACT Currently, several agro-industrial residues have been researched in animal feed due to the need to reduce pollutants, in addition, the inclusion of liquid foods with better palatability has been used as a strategy to improve weight gain, feed conversion, intestinal microbiota and animal health. 96 piglets weaned at 28 days of age were used in the study to evaluate feed intake, performance and intestinal quality of piglets fed with feed and whole bovine whey after weaning. They were outlined in random blocks, with two treatments: One without the addition of fresh bovine whey (treatment B) and the other with the addition of serum (treatment A). No significant difference was observed for the evaluation of the gastrointestinal microbiota (P <0.05) for the first (P = 0.159) and second (P = 0.722) collection, while in the collections three (P = 0.033) and four (P = 0.038), having gained in the lactobacillus: Coliform ratio. In natura bovine whey can be used for piglets in the post-weaning phase, as it improves feed conversion and the lactobacillus spp.: fecal coliform ratio. Keyword: whey, post-weaning, liquid feeding.

alimentação líquida.

8908


Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

INTRODUÇÃO Atualmente a comunidade científica tem avaliado a

O processo de desmame Atualmente a forma de desmame mais praticada é a

possibilidade de utilização de resíduos produzidos

separação abrupta da leitegada e levada para as

nas indústrias nas rações dos animais de produção.

salas de creche, onde os lotes serão formados

Essa ideia surge da necessidade da diminuição de

através de homogeneização por sexo e peso. Essa

poluentes e de redução dos custos.

pratica é realizada quando a leitegada atinge entre 21 e 26 dias de idade (FACCIN et al., 2018).

A utilização do soro de leite como ingrediente na nutrição de suínos reduziria a carga de poluentes do

Além da lucratividade relacionada ao ciclo produtivo

setor agroindustrial e seria uma boa opção para

das

melhorar a taxa de crescimento de leitões recém-

relacionadas ao desempenho da leitegada, pois esse

desmamados (QUADROS et al., 2002).

manejo causa aos leitões vários estresses, dentre

matrizes,

o

desmame

traz

preocupações

eles a remoção da mãe, a homogeneização das O soro de leite também pode ser fornecido aos leitões na sua forma natural líquida, reduzindo

leitegadas, modificação na dieta e modificação no ambiente (SANTOS et al., 2016).

custos. Embora essa prática seja conhecida dos suinocultores,

principalmente

em

fase

de

O pós desmame é caracterizado por um baixo

crescimento e terminação, há poucos estudos

desempenho

avaliando a viabilidade técnica de sua utilização na

amamentação,

fase pré-inicial.

altamente digestível e rico em gordura, lactose e

Para a utilização do soro na alimentação dos suínos faz-se necessário conhecer a sua composição química para o correto balanceamento dos nutrientes na dieta. Além disso, é importante armazenar, manusear e fornecer de forma correta o produto aos animais, para que seja preservada a sua qualidade nutricional. É sabido que alimentação é responsável por aproximadamente 80% do custo de produção. Esta é formulada com milho e soja em grandes proporções, com isso o pequeno produtor se torna dependente de um mercado de alimentos que é controlado por grandes empresas. Diante desse quadro, várias pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de utilizar alimentos alternativos que possibilitem reduzir a dependência dos grãos, bem como minimizar os custos e diminuir a poluição.

dos o

leitões, leitão

pois

recebe

durante um

a

alimento

caseína, permitindo assim seu rápido crescimento. Após o desmame, esses animais são submetidos a rações fareladas, com amidos, óleos e proteínas vegetais, sendo que o sistema digestório e imune não estão adequadamente desenvolvidos (SANTOS et al., 2016). No intuito de minimizar o estresse nutricional e melhorar o desempenho da leitegada durante a fase de creche é importante que já na maternidade, o mais cedo possível, seja fornecido ração de alta palatabilidade

e

digestibilidade

aos

lactentes

(EMBRAPA, 1999; MARTINS et al., 2018). Sendo assim, um bom manejo nutricional no período pós-desmame é importante, visto que o desempenho dos leitões, durante esse período, irá influenciar a idade e o peso ao abate e, consequentemente, a lucratividade da produção suinícola (SANTOS et al.,

O soro in natura ou na forma líquida pode ser fornecido aos animais de diversas formas, dentre elas em cochos tipo canaleta, bebedouros tipo chupeta (com restrição hídrica) e em comedouros semiautomáticos como umidificador da ração. Esse

trabalho

teve

como

objetivo

avaliar

desempenho e microbiota intestinal de leitões recém-desmamados, alimentados com ração e soro de leite bovino na forma in natura. REVISÃO DE LITERATURA 8909

2016). Influência da nutrição na fisiologia intestinal dos leitões pós-desmame O leitão recém-desmamado encontra-se num estágio de alta exigência energética, para que eles tenham um bom desempenho nessa fase é importante que sejam fornecidos alimentos palatáveis e de fácil digestibilidade, favorecendo o consumo e garantindo o atendimento desses níveis de energia (KUMMER et al., 2009).

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Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

Os leitões sofrem duas alterações repentinas em

eficiente em até 8 dias após o desmame, sendo

sua alimentação, sendo a primeira ao nascer,

diretamente dependente do tipo de dieta. A presença

deixando a nutrição placentária para iniciar a

de lactose na dieta desses animais é importante,

amamentação e; a segunda ocorre no momento do

pois servirá de substrato para microrganismos

desmame, deixando de consumir leite para consumir

fermentadores, que serão responsáveis por baixar o

ração (SANTOS et al., 2016).

pH e inibir formação de colônias de bactérias maléficas aos sistema gastrointestinal (CHAMONE et

Ao recém-nascido é fornecido um alimento com uma

al., 2010).

elevada digestibilidade, o colostro, e depois o leite materno, com alto teor de gordura, adequado ao seu

Outra forma de auxiliar a redução no pH estomacal

estado de desenvolvimento digestivo. Mesmo com

de leitões desmamados precocemente é a adição de

dietas balanceadas e com alimentos de qualidade

ácidos orgânicos nas rações. Os ácidos disponíveis

esse aporte nutritivo de alta digestibilidade não é

no mercado são: cítrico, fórmico, fumárico, láctico,

garantido ao leitão desmamado (CAPOULAS, 2015),

propiônico ou misturas (ROSTAGNO, PUPA, 2018).

além disso, as dietas de origem vegetal podem apresentar antígenos que provocam reações de hipersensibilidade transitória no intestino (TEIXEIRA et al., 2003). Os leitões ao serem desmamados precocemente são submetidos ao estresse fisiológico e nutricional, e isso causa danos como redução no consumo de alimento e consequentemente ao ganho de peso. Logo após o desmame, o sistema digestório destes animais necessita adaptar-se ao novo regime alimentar, dentre essas adaptações as principais são alteração

do

potencial

hidrogeniônico

(pH),

à

secreção de enzimas e à motilidade intestinal (SANTOS et al., 2016). Baseado na melhoria da digestibilidade e no aumento dos níveis de ingestão de ração, o uso de dietas complexas com alta porcentagem de produtos lácteos, associados a fontes proteicas de origem animal e vegetal vem sendo utilizado para diminuir problemas digestivos no período pós-desmame (TEIXEIRA et al., 2003). Limitações fisiológicas no sistema digestivo dos leitões pós-desmame A acidez estomacal (pH 2,0 a 3,5) têm várias

O estresse da desmama pode influenciar negativamente a estrutura e a função da mucosa intestinal dos leitões. A superfície do epitélio ao entrar em contato com o bolo alimentar, tem a função de absorver, utilizar e encaminhar os seus nutrientes. A súbita mudança na alimentação juntamente com os outros estresses causados pela desmama favorecem a redução na altura das vilosidades e aumento da profundidade das criptas da mucosa intestinal, isso influencia na eficiência com que os leitões desmamados digerem e absorvem o alimento que consomem. Por outro lado, quando há consumo satisfatório de alimentos, ocorre elevação na secreção de hormônios gastrintestinais (secretina, colecistocinina e peptídeo insulinotrópico), resultando em maior proliferação celular nas criptas do epitélio intestinal, acompanhado por um aumento no tamanho das vilosidades (SANTOS et al., 2016). As vilosidades são maiores nos recém-nascidos, diminuem durante a lactação, porém a redução é mais drástica após o desmame, que pode reduzir em até 63% seu tamanho nos primeiros dias (ROPPA, 1998).

funções, dentre elas inibir formação de colônias

Microbiota do trato gastrointestinal Os suínos apresentam em seu trato gastrointestinal

bacterinas patogênicas no intestino delgado dos

(TGI) uma complexa diversidade de microrganismos

animais. Nos leitões lactentes já aos 8 dias de idade

importantes para sua sobrevivência. A manutenção

existe produção de HCl no estômago, entretanto o

e

pH

microbiota intestinal dependem do tipo de alimento

é

relativamente

alto

devido

à

pequena

equilíbrio

destes

microrganismos

em

sua

quantidade produzida (ROSTAGNO, PUPA, 2018).

consumido (DINIS, 2010).

A secreção de ácido clorídrico pode ocorrer de forma

A colonização por bactérias tem seu início no momen-

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8910


Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

to do nascimento através do contato com o muco

idade. As dietas experimentais foram fornecidas por

vaginal. Após o nascimento essa infestação continua

14 dias pós-desmame. O ganho de peso e o

mediante ao contato com fezes e via amamentação

consumo de ração aumentaram linearmente e a

(CANIBE, JENSEN, 2009).

conversão alimentar (CA) reduziu linearmente com o

Mediante ao pH relativamente alto nessa idade devido a baixa secreção de ácido clorídrico, as bactérias

tolerantes

a

este

nível

de

acidez,

encontram a oportunidade de colonizar diferentes seções do intestino. Nos leitões lactentes, o pH decresce

com

funcionando

a

produção

como

um

de

ácido

mecanismo

láctico,

seleto

de

bactérias resistentes a esta acidez, proporcionando proteção

contra

a

penetração

concluíram que a suplementação da dieta com lactose nas duas primeiras semanas após o desmame melhorou o desempenho dos leitões. Porém ressalvaram que o melhor nível de inclusão de lactose deve ser definido mediante uma avaliação financeira,

devido

ao

custo

adicional

desta

suplementação.

bactérias

Molino (2011) também avaliou diferentes níveis de

patogênicas (CANIBE, JANSEN, 2009). No intestino

inclusão de lactose (0, 4, 8 e 12% de lactose) na

delgado dos suínos, os Lactobacillus, Streptococcus

nutrição leitões desmamados aos 21 dias de idade

e Bifidobacterium são os gêneros de bactérias

do desmame aos 49 dias de idade. A lactose na

predominantes e estão em densidades de 107 a 109

dieta proporcionou maior diversidade e equilíbrio

UFC/g de mucosa. No ceco e cólon são observadas

microflora intestinal. Além disso, houve um aumento

quantidades

no quantitativo de Lactobalillus spp. em relação ao

similares

Bifidobacterium

e

de

aumento dos níveis de lactose na dieta. Logo,

de

Lactobacillus,

Enterococcus,

além

de

Bacteroides e Eubacteriaceae (DINIS, 2010).

total de microrganismos intestinais quando aumentou a percentagem de lactose das rações até 8%. Com isso, concluiu que nível de lactose a ser usado em

Há além desses gêneros a presença de gram-

rações para leitões desmamados aos 21 dias é de

negativos conhecidos por coliformes fecais. Esse

8%.

grupo inclui três gêneros: Escherichia, Enterobacter e Klebsiella. Sendo a Escherichia coli a espécie mais

Souza et al. (2014) estudaram a utilização do soro

conhecida (SILVA,1997).

de leite bovino in natura para alimentar leitões desmamados aos 23 dias de idade. O experimento

O hospedeiro para estar saldável necessita de um

se baseou em cinco níveis de inclusão de soro de

equilíbrio entre as bactérias benéficas e patogênicas

leite líquido (0, 7, 14, 21 e 28%). Foram avaliados

em sua microbiota intestinal. O ideal é uma relação

consumo de ração, conversão alimentar e ganho de

lactobacillus:coliformes de 1,3 ou maior, onde os

peso médio diário. Concluíram que é viável a

lactobacillus

inclusão de até 7% soro de leite in natura.

spp.

no

cólon,

obtidos

no

reto,

sejam maiores que 9 log ufc/g e os coliformes menores que 7 log ufc/g. Se for obtido um índice

Soares (2018) conduziu um experimento com

menor que 1,3 é indicativo de que o leitão poderá

objetivo de avaliar os efeitos de dois níveis de

apresentar diarreia (CUBILLOS, 2018).

proteína bruta (20 e 24%) e três níveis de lactose (8, 12 e 16%), no desempenho, na concentração de

Níveis de lactose em dietas de leitões pós-

ureia sérica e na morfologia intestinal de leitões

desmame

desmamados aos 21 dias de idade. Não observou

A lactose (dissacarídeo: Glicose + Galactose)

interações entre os níveis de proteína bruta e lactose

corresponde a quase 50% dos sólidos totais do leite

para o consumo de ração médio diário e ganho de

bovino, sendo a principal fonte de energia deste

peso médio diário. Contudo, a inclusão de 12% de

alimento (FOX, 1997).

lactose na ração de leitões, dos 21 aos 35 dias de idade, promoveu melhorias na morfologia intestinal,

Bertol et al. (2000) avaliaram quatro níveis de inclusão de lactose (0, 7, 14 e 21%) na dieta pré-

sendo estas melhorias mais evidentes quando os animais consumiram dietas com 24%.

inicial de leitões desmamados aos 21 dias de idade, objetivando definir o melhor níve de lactose nesta 8911

Composição nutricional do soro de leite bovino

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8908-8917, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

O soro de leite é um subproduto agroindustrial que representa 80 a 90% do volume total do leite na produção

de

queijos,

sendo

constituído

de

aproximadamente 55% dos nutrientes do leite. Apresenta forma líquida com coloração amareloesverdeado e composto por água, lactose, proteínas solúveis, sais minerais e vitaminas hidrossolúveis (ALVES et al., 2014). Os sais minerais do leite são fosfatos, citratos, cloretos, sulfatos, carbonatos, bicarbonato de sódio, potássio, cálcio e magnésio e outros vinte em quantidades

menores

(FOX,

1997).

Após

a

fabricação do queijo, permanece grande parte da proteína (96 %) e da lactose do leite (94%) no soro (Tabela 1).

Foram delineados por blocos ao acaso, com dois tratamentos: Um sem a adição de soro de leite bovino in natura (tratamento B) e outro com a adição de soro (tratamento A). Cada tratamento teve 12 repetições. As repetições foram divididas em 4 blocos. Cada bloco teve duração de 21 dias, sendo iniciado o próximo bloco somente quando atendido o número de animais necessários com mesma idade e peso e após a limpeza e desinfecção das instalações. Foram distribuídos 4 animais por unidade experimental, totalizando 96 leitões desmamados aos 28 dias de idade. Os animais foram alojados em creches coletivas, suspensas a 1m do solo, com piso parcialmente ripado (tendo 1,5 m² concretado e 15m² em piso de plástico vazado). Pé direito com 3,0m de altura e

TABELA 1- Concentração e distribuição média dos

telhado tipo Eternit. Todas as baias foram equipadas

componentes do leite no soro de leite

com

Componente

bebedouro

tipo

chupeta

e

comedouros

semiautomáticos com capacidade de 25kg de ração.

Leite

Soro

Soro

(g/100mL)

(%)

(g/100mL)

Água

87,1

94,0

87,688

Sólidos Totais

12,9

52,0

6,71

Caseínas

2,6

4,0

0,104

0,7

96,0

0,672

Gordura

4,0

6,0

0,24

mínima 21,51º ± 0,25º C e a máxima de 27,48º ±

Lactose

4,6

94,0

4,32

0,46ºC. A temperatura foi aferida por um datalog

Minerais

0,7

38,0

0,266

(instalado no centro do galpão) programado para

Outros

0,30

-

-

Proteínas

do

Soro

Nas baias que receberam soro de leite bovino, foi inserido um bebedouro tipo canaleta, removível, com capacidade para 4 kg para o fornecimento de soro. Durante o experimento a temperatura média dentro da sala foi de 24,65º C, sendo a temperatura

aferir temperatura e humidade de hora em hora.

Fonte: Baldasso (2008).

MATERIAL E MÉTODOS Todos os métodos utilizados para a manipulação dos suínos durante a realização desta pesquisa seguiram os princípios éticos da pesquisa com animais (CONCEA, 2016) e foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais de Produção (CEUAP) da Universidade Federal de Viçosa (protocolo 90/2018) e pelo Comitê de Ética de Uso de Animais (CEUA) do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia

As rações experimentais foram oferecidas à vontade sendo elaborada de acordo com a idade dos animais: pré-inicial de 28 a 35 dias de idade e inicial de 36 a 49 dias de idade, as rações foram formuladas para atender as exigências nutricionais descritas por Rostagno et al. (2017) (Tabela 2) e foram produzidas na fábrica de ração do IFES campus Itapina-ES. O fornecimento de ração e pesagem de sobra de ração foi realizado diariamente.

do Espirito Santo (n° de registro 23154.000896/2018O soro foi fornecido com o limite diário de 6 Kg por

14).

repetição. Essa quantidade foi definida juntamente A pesquisa foi realizada no Setor de Animais de

com o setor de agroindústria mediante a disponibilide

Médio Porte do Instituto Federal de Ciência e Tecno-

de processamento de soro oriundo de queijo tipo

logia do Espírito Santo (IFES) Campus Itapina.

Minas Frescal. O soro foi processado 3 vezes por

Realizou-se uma pesquisa experimental de caráter

semana (segundas, quartas e sextas-feiras) e

quantitativo.

estocado em temperatura de até 5ºC, por período

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8908-8917, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8912


Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

máximo de 48h, atendendo a Instrução Normativa SDA - 62, de 26/08/2003. O fornecimento de soro aos animais e a pesagem da sobra de soro foi realizada três vezes ao dia. Foram coletadas amostras de no máximo 100 gramas de fezes diretamente da ampola retal de um leitão por unidade experimental no início do ensaio, com 7, 14 e 21 dias pós-desmame. Cada amostra foi armazenada em potes coletores esterilizados e mantida refrigerada para ser analisada em laboratório, para contagem de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) para coliformes e lactobacillus. Essas amostras foram preparadas e diluídas, adicionando-se 1 g de fezes em 99 ml de solução-tampão fosfato pH 7,2, obtendo-se uma diluição inicial de 1:100. Após diluições sucessivas -8 até 10 , procedeu-se o plaqueamento nos meios específicos. Para avaliação da microbiota acidolática, foi utilizado o agar APT para Lactobacillus e para coliformes, o VRB (Violet Red Bile Agar). As amostras foram -8 diluídas até 10 , plaqueadas em duplicata e incubadas a 37ºC, por 48 horas (APT) e 24 horas (VRB) (SANTOS et al., 2003). As colônias foram contadas manualmente, e os resultados obtidos, expressos como log na base 10 da contagem por grama do peso das fezes. Seguindo os trabalhos de Cubillos (2016).

Níveis de garantia por Kg do produto: Cálcio (Máx) 130,00g; Cálcio (Mín) 90,00g; Fósforo (Mín) 32,00g; Colina 6.000,00mg; Ferro 2.000,00mg; Fitase 12.000FTU; Sódio (Mín) 33,0g; Cobalto 4,00mg; Cobre 4.950,00mg; Biotina 4,00mg; Matéria mineral (Max) 550,0g; Umidade (Max) 100,0g; Ácido fólico 10,8mg; Acido pantotênico 440,0mg; Cromo 4,00mg. ²Níveis de garantia por Kg do produto: Cálcio (Máx) 210,0g; Cálcio (Mín) 190,0g; Fósforo (Mín) 73,0g; Vitamina A 275.000,00UI; Vitamina D3 49.500,00UI; Vitamina E 1.100,00UI; Vitamina k3 55,0mg; Ácido fólico 28,6mg; Cobalto 12,0mg; Sódio (Mín) 60,0g; Cobre 5.630,0mg; Biotina 2,80mg; Colina 9.660,0mg; Niancina 968,0mg; Vitamina B1 41,8mg; Vitamina B2 165,0mg; Vitamina B6 55,0mg; Vitamina B12 880,0mcg; Colistina 1.000,0mg; Ferro 3.000,0mg; Zinco 2.100,00mg; Manganês 1.200,00mg; Iodo 24,0mg; Selênio 9,0mg; Lisina 25,30mg; Acido pantotênico 550,0mg. ³BHT.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Desempenho Não foi observada diferença significativa (P>0,05) para consumo de ração e ganho de peso diário, porém, foram encontrados ganhos ao avaliar conversão alimentar (P<0,05) (Tabela 3). TABELA 3: Desempenho de leitões desmamados consumindo soro de leite bovino in natura dos 28 aos 49 dias de idade

Para as variáveis de desempenho (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar) e análises microbiológicas (UFC de lactobacillus e coliformes) a baia foi considerada uma unidade experimental. Os dados obtidos foram avaliados pelo pacote ANOVA utilizando limites de 5% de probabilidade. O programa estatístico computacional utilizado foi R Core Team (2018). TABELA 2: Composição centesimal das rações experimentais para dois períodos

Médias na linha seguidas de letras diferentes são significativas ao nível de 5%. Fonte: Elaborada pelo autor.

Ao converter o volume de soro em matéria seca, considerando 6,7% (BALDASSO, 2008), os animais consumiram média de 94,135 g em matéria seca de soro diariamente, ao somar esse quantitativo ao consumo médio diário de ração, receberam diariamente média 729,465 g de alimento (ração + soro). Apesar de não apresentar ganhos significativos (P<0,05) os animais que receberam soro de leite bovino in natura, consumiram média de 8913

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Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

15,57% a menos de ração, o que corresponde a

em

leitões

recém-desmamados

117,2 g diárias, sem perda de peso (P>0,05)

diferente, pois eles apresentam pH gástrico elevado

comparado a testemunha.

e mais variável em relação aos animais adultos (ROSTAGNO,

PUPA,

2018).

é

Logo,

um

pouco

baixa

Aferindo o consumo diário total, aos animais que foi

atividade

fornecido ração e soro de leite bovino in natura,

passagem principalmente de proteínas intactas que

consumiram em matéria seca 12,90% de soro de

não serão absorvidas no intestino e serão utilizadas

leite diariamente; 7,74% de lactose diariamente,

como

considerando presença 4,32% (BALDASSO, 2008)

(CANIBE, JANSEN, 2009). Com isso, a manutenção

deste carboidrato no soro de leite bovino in natura.

de peso nesse caso pode ser atrelada a presença da

Apesar de não ter obtido ganhos significativos para consumo de ração e ganho de peso, houve diferença

(P<0,05)

ao

comparar

a

conversão

alimentar. Esses resultados se assemelham com os achados de Souza et al. (2014) que também obtiveram ganhos na conversão alimentar ao incluir 7% de soro de leite em sua forma natural na alimentação de suínos pós-desmame.

enzimática,

substrato

havendo

para

alta

bactérias

taxa

de

patogênicas

lactose no soro de leite bovino fornecido a esses animais, pois possivelmente ocorreu produção de ácido láctico por microrganismos benéficos que utilizaram a lactose do soro como substrato, com a baixa do pH esse ambiente não é propício para a proliferação de microrganismos patogênicos como E. Coli e Salmonela (ROSTAGNO, PUPA, 2018), esse mecanismo de defesa provavelmente protegeu os leitões de infecções entéricas, diminuindo a taxa de

Considerando a possiblidade da lactose presente no

passagem, melhorando a capacidade de absorção

soro de leite ter influenciado na conversão alimentar,

de nutrientes e evitando a perda de peso. Além

esses dados são diferentes dos encontrados por

disso,

Molino (2011) que relatou que diferentes níveis de

melhorarem o desempenho e a eficiência alimentar

lactose não influenciaram significativamente o ganho

em

de peso e consumo de ração e conversão alimentar

digestibilidade (THACKER, 1999). Leitões durante os

e de Bertol et al. (2000) que perceberam um

primeiros

aumento linear (P< 0,05) no GPD e CRD e redução

significativas à inclusão de 20 a 40% de lactose,

linear na CA nos primeiros 14 dias pós-desmame ao

estes níveis podem ser reduzidos para 10 a 15% nas

trabalhar com 4 níveis de lactose (0, 7, 14 e 21%) na

semanas

alimentação de leitões desmamados aos 21 dias. Os

desempenho (MAHAN et al., 2004).

autores relataram que o aumento no GDP obtido com o acréscimo dos níveis de lactose da dieta, ocorreu

principalmente

em

consequência

de

aumento no CRD, indicando que a lactose atua como uma espécie de palatabilizante, estimulando o consumo de ração.

produtos leitões

lácteos

mediante

dias

são sua

conhecidos palatabilidade

pós-desmame

seguintes

sem

por

têm

e

respostas

comprometer

o

Por outro lado, os animais que não receberam soro de leite também não perderam peso. Isso pode indicar que uma semana após o desmame esses animais apresentavam trato gastrointestinal capaz de realizar digestão de todos os nutrientes. Após o desmame

ocorre

um

aumento

acentuado

na

Os leitões preferiam consumir primeiro o soro e

atividade das enzimas, principalmente devido à

depois

à

presença de substrato e também por uma resposta

palatabilidade do soro, logo, mediante ao volume de

adaptativa intrínseca independente do consumo de

soro consumido, havia diminuição de apetite e

alimento, já a atividade da lactase tende a diminuir

menor procura pela ração. Mesmo assim não houve

nesse mesmo período. Dessa forma, o trato

diferença

ao

intestinal do leitão adapta-se gradativamente a

consumo de ração e ganho de peso diário. Os

outras fontes de carboidratos, tornando possível a

suínos

redução do nível de lactose na dieta em torno de 10

a

ração,

significativa nessa

fase

provavelmente

(P>0,05) normalmente

devido

referente têm

baixo

desempenho devido à imaturidade de seu sistema gastrointestinal (MARTINS et al., 2018). Animais adultos, ajustam o pH gástrico através da secreção de ácido clorídrico pela células parietal. A situação

a 14 dias após o desmame (BERTOL et al., 2000). Microbiota gastrointestinal Os resultados das análises microbiológicas de fezes

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8908-8917, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8914


Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

dos animais são apresentados na tabela 4.

análises microbiológicas na terceira e quarta coleta ocasionou a elevação na relação L:C. Essa redução

Não

foi

observada

diferença

significativa

na

avaliação da microbiota gastrointestinal (P>0,05) para primeira e segunda coleta, enquanto nas coletas três e quatro houve diferenças na relação lactobacillus spp.:coliformes fecais (L:C) (P<0,05)

pode ter ocorrido mediante a manutenção de substratos

para

microrganismos

benéficos

que

mediante a fermentação desses substratos reduz o pH do meio dificultando a proliferação dos coliformes fecais.

(Tabela 5). Esses resultados também foram encontrados por TABELA 4- Resultados das análises microbiológicas (log de UFC/g) nas fezes de leitões consumindo ou não soro de leite in natura dos 28 aos 49 dias de idade

Augusto et al. (2014) que realizaram um experimento com animais desmamados aos 21 dias de idade, com o objetivo de avaliar os efeitos das fontes de carboidratos (lactose ou maltodextrina) e dos pesos

Tratamentos

Período de

Ração

Ração + Soro

Coleta

Lactobacill

Coliform

Lactobacil

Coliform

(Dias)

us spp.

es

us spp.

es

0

9,235

7,091

9,237

7,258

7

9,279

7,122

9,241

7,212

14

9,161

7,293

9,296

6,681

21

9,037

7,022

9,123

6,474

dos leitões ao desmame, sobre os valores de pH do conteúdo do estômago, cólon e reto, e contagem de coliformes totais, Escherichia coli e Lactobacillus spp na digesta do íleo e do ceco. Verificaram que as contagens de coliformes foram menores (P<0,05) no íleo dos animais que receberam rações com lactose, o que sugere que essa fonte de carboidrato não é importante apenas pela sua elevada palatabilidade e

Fonte: Elaborada pelo autor.

digestibilidade, mas, provavelmente, também pela TABELA 5: Relação Lactobacillus spp.: Coliformes

sua

fecais

microrganismos indesejáveis.

(log

de

UFC/g)

nas

fezes

de

leitões

ação

no

controle

do

crescimento

de

consumindo ou não soro de leite in natura dos 28 As bactérias benéficas colaboram na digestão de

aos 49 dias de idade Coleta

nutrientes, proteção da mucosa e combatem outras

Tratamentos

Período de

Ração

C.V.

Ração +

(Dias)

P. Valor

Soro

0

1,307

1,273

2,00

0,159

7

1,295

1,282

3,52

0,722

14

1,258 b

1,391 a

3,79

0,033

21

1,287 b

1,411 a

3,66

0,038

Médias nas linhas seguidas de letras diferentes são significativas ao nível de 5%. Fonte: Elaborada pelo autor.

bactérias

patogênicas

conhecidas

como

enterobactérias e/ou coliformes fecais. Quanto maior a quantidade de flora intestinal benéfica no leitão, menor é a possibilidade de diarreia, dado que a concentração de lactobacillus spp. indica uma boa saúde intestinal (CUBILLOS, 2016). A melhora da saúde intestinal dos leitões atribuído à presença da lactose nas rações ocorre devido à fermentação microbiana deste carboidrato ao longo

Estes resultados estão de acordo com os achados

do intestino. Durante a lactação a lactose é a

por

leitões

principal fonte de energia da leitegada (ROPPA,

alimentados com diferentes níveis de lactose dos 21

1998), contudo após o desmame este carboidrato

aos 35 dias de idade tiveram sua microbiota

apresenta outras funções importantes. Durante o

intestinal afetada pelos tratamentos, verificou que a

período posterior a desmama a capacidade de

presença da lactose na dieta proporcionou maior

digestão da lactose mediante a ação da lactase está

diversidade e equilíbrio microbiano intestinal, e que

em constante declínio, sendo que a maioria deste

levou a um aumento na quantidade de lactobacillus

carboidrato

spp.

principalmente pelos lactobacillus spp. intestinais

Molino

em

(2011)

relação

que

aos

relatou

demais

que

microrganismos

intestinais ao aumentar a porcentagem de lactose

será

utilizada

como

substrato

(MOLINO, 2011).

até o nível 8%. CONCLUSÃO Houve uma diminuição de UFC/ g de fezes nas 8915

O soro de leite bovino na forma in natura pode ser

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8908-8917, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 536 - Uso de soro de leite bovino in natura na alimentação de suínos pós-desmame

utilizado para leitões em fase pós-desmame, pois melhora

a

conversão

alimentar

e

a

relação

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Doenças entéricas na suinocultura - maternidade Diarreia, maternidade, prevenção, colostro, limpeza. Revista Eletrônica 1

Fernanda Maria Leite de Araújo

*

2

Bruno Broggio

Vol. 18, Nº 02, mar/abr de 2021 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br 1

A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

Pós-graduanda em gestão e produção de suínos, Univiçosa- União de ensiso superior de Viçosa - Viçosa, MG. *E-mail:fernandaaraujovet@gmail.com 2 Univiçosa- União de ensino superior de Viçosa- Viçosa, MG.

RESUMO

ENTERIC

DISEASES

A suinocultura tem forte papel no setor de agronegócios em nosso país, e a cada dia se torna mais competitivo, profissional e exigente. E com isso, vem os desafios, como por exemplo, os problemas sanitários, os quais podem elevar os custos com a produtividade, acarretando um déficit na lucratividade. A maternidade por ser o setor com maior mortalidade de todo o sistema, nos chama atenção e onde podemos atuar para maximizar a lucratividade, evitando as perdas e podendo diminuir gastos, além de ser mais eficiente na produtividade. As diarreias são as principais enfermidades que acometem os leitões na fase inicial de vida, e para que seja possível a prevenção, e até mesmo o correto tratamento, é necessário que saibamos identificar e até mesmo conhecer os diferentes agentes causadores da diarreia. Com sistemas de produção cada vez mais desafiados, tanto pelo aumento da produtividade causada pelos melhoramentos genéticos e capacitação da mão de obra, há muita negligência em questões de espaçamentos, limpeza e desinfecção. O que acarreta no aumento de desafios sanitários e consequentemente, o aparecimento da diarreia. A falta de boa colostragem dos animais recémnascidos também pode ser outro fator a ser considerado para o surgimento de enfermidades nessa fase de vida. Além de problemas de ambiência e climatização. Palavras-chave: diarreia, maternidade, prevenção,

MATERNITY

colostro, limpeza.

colostrum, cleaning.

IN

PIG

FARMING

-

ABSTRACT Pig farming has a strong role in the agribusiness sector in our country, and every day it becomes more competitive, professional and demanding. And with that, there are challenges, such as sanitary problems, which can raise productivity costs, leading to a deficit in profitability. Motherhood, as the sector with the highest mortality rate in the entire system, draws our attention and where we can act to maximize profitability, avoiding losses and reducing costs, in addition to being more efficient in productivity. Diarrhea is the main disease that affects piglets in the early stages of life, and in order for prevention and even correct treatment to be possible, it is necessary that we know how to identify and even know the different agents that cause diarrhea. With production systems increasingly challenged, both due to the increase in productivity caused by genetic improvements and training of the workforce, there is much neglect in matters of spacing, cleaning and disinfection. This leads to an increase in health challenges and, consequently, the appearance of diarrhea. The lack of good colostrum in the newborn animals can also be another factor to be considered for the appearance of diseases in this phase of life. In addition to problems of ambience and air conditioning. Keyword: diarrhea, maternity, prevention, 8918


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura- maternidade

INTRODUÇÃO Mundialmente

O trato intestinal tem a função de proteger a mucosa o

à

de adesão, invasão e absorção de microrganismos e

produção de carne suína, atingindo o quarto lugar no

de antígenos indesejáveis, através de uma barreira

mercado mundial em produção e as exportações

fisiológica entre o indivíduo e o ambiente externo.

cresceram 41% em maio de 2019, puxadas pela

Formado por quatro componentes: físico, químico,

demanda de diversos países que enfrentam o surto

imunológico e microbiano, quando há o desequilíbrio

da peste suína africana, até maio contabiliza-se 67,2

de

mil toneladas embarcadas (ABCS). Além do cenário

ocasionar

produtivo

intestinais (FRYDENDAHL, 2002; JONACH, 2014;

e

de

Brasil

se

destaca

exportações

os

quanto

especialistas

brasileiros também investiram na evolução genética

algum

desses

quatro

a patogênese

componentes

de diversas

pode

doenças

KONGSTED et al., 2014).

da espécie cerca de 20 anos, conseguindo reduzir em 31% a gordura da carne, 10% do colesterol e

O intestino dos suínos tem como barreira física o

14% de calorias, tornando a carne suína brasileira

epitélio que reveste todo o intestino, este epitélio é

mais magra e nutritiva e saborosa.

constituído por uma camada de células colunares conectadas pelas junções intercelulares, nos suínos

Com o intuito de suprir a demanda, foi necessário

essas células podem ser enterócitos colunares

maximizar a produção, o que levou a uma

absortivos

substituição progressiva das criações extensivas por

caliciformes e células enteroendócrinas. (BAUMS et

intensivas (confinamento). Com a implantação deste

al., 2004; JONACH, 2014).

em

sua

predominância,

células

processo, houve um crescimento significativo dos desafios sanitários, visto a alta densidade de alojamento, redução na idade do desmame, que associado

a

outros

fatores

aumentou a ocorrência

predisponentes,

de doenças

entéricas

destacando-se a colibacilose, clostridiose e a coccidiose. Essas enfermidades são responsáveis por diminuição do desempenho nos leitões por causar dificuldade de absorção dos nutrientes do colostro

e

do

leite

materno,

refletindo

em

comprometimento do animal até o momento do abate (BARCELLOS). As doenças entéricas têm como principal sinal clínico a diarreia intermitente, mais comum em suínos jovens. É causada por diversos agentes etiológicos que agem sozinhos ou em associação, dentre

os

principais

pode-se

citar:

infeccioso

(bactérias, vírus, fungos), nutricional e parasitário.

Os enterócitos são responsáveis pela digestão e absorção de nutrientes, água e eletrólitos, além de fazer parte dos processos imunológicos. A membrana citoplasmática forma microvilosidades na superfície apical dos enterócitos, aumentando a absorção dos enterócitos. Entre os enterócitos ficam as células caliciformes que são responsáveis por produzir e secretar muco, lubrificando a superfície do epitélio, peptídeos, que são necessários para o crescimento e a reparação do epitélio (JONACH, 2014). Há também as células M, que são chamadas de Microfold, diferentes dos enterócitos se localizam acima de agregados linfoides, cuja microvilosidades são mais curtas facilitando então que o acesso do microrganismo seja mais fácil e se internaliza e apresentado aos linfócitos e macrófagos localizados em bolsões adjacentes (GUEDES & GEBHART, 2003).

As diarreias no período pré-desmame acarretam

As células caliciformes produzem o muco o qual é

prejuízos significativos à suinocultura, pois promove

responsável por recobrir a superfície dos enterócitos

um aumento substancial na mortalidade, piora a

agindo como barreira física que limita o contato das

conversão alimentar e o ganho de peso, diminuindo

células

o peso ao desmame, além disso, eleva os custos

(ALBINA et al., 2001; JONACH, 2014). Já a barreira

com

imunológica é formada por folículos linfoides isolados

medicamentos

(DEWEY

et

JOHANSEN et al., 2004).

al.,

1995

&

do

indivíduo

com

os

microrganismos

e agregados, pelos linfócitos da lâmina própria e intraepiteliais, que secretam imunoglobulina A, e

REVISÃO DE LITERATURA Fisiologia, histologia do intestino 8919

pelas células inflamatórias presentes (RUTH & FIELD, 2013; JONACH, 2014).

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

A microbiota intestinal é formada por inúmeros

epitelial é rompida e os agentes destroem os

microrganismos, em sua maioria sendo as bactérias

enterócitos, causando a atrofia de vilosidades. A

que participam da digestão, participam também do

atrofia ocorre porque a perda dos enterócitos é mais

desenvolvimento

intensa que a capacidade de renovação epitelial

prevenindo

do

tecido

a

colonização

microrganismos

exógenos

linfoide do

associado,

intestino

ou

por

(VANUCCI & GUEDES, 2009).

endógenos

potencialmente patogênicos (JONACH, 2014).

Diarreia Neonatal em suínos A diarreia é comumente associada a agentes como

Nos leitões, os primeiros dias de vida para o

Escherichia

coli

enterotoxemica,

intestino é de mudanças morfológicas e funcionais

perfringens

tipo

C,

significantes que refletem em todo crescimento e

Cystoisospora suis. Porém na última década foram

maturação

relacionadas

relatados casos de diarreia neonatal que envolviam

ativamente ao aumento de fluxo sanguíneo, acúmulo

outros agentes antes não mencionados, como:

de proteínas através do colostro nos enterócitos e

Clostridium perfringens tipo A e C, Clostridium

mudanças relacionadas à proliferação do epitélio

difficile, variantes de Escherichia coli não se tratando

(JONACH, 2014).

da enterotoxigênica clássica, Enterococcus spp,

do

mesmo,

estão

Clostridium

coronavírus,

rotavírus,

Salmonella e Chlamydia suis. Podem ser incluídas No intestino delgado, os enterócitos se multiplicam

também

nas criptas intestinais, se dividindo em direção as

parasitas e causas não infecciosas (LARSSON,

vilosidades

2016).

onde

as

células

maduras

sofrem

outras

causas

virais

menos

comuns,

apoptose. O epitélio intestinal é o tecido do corpo que se divide mais rapidamente e que tem

Vários fatores podem ser predisponentes para as

proliferação celular e apoptose que garantem a

diarreias neonatais, a começar pelo aumento da

renovação constante (JONACH, 2014).

prolificidade das fêmeas, fator pelo qual predispõe o desenvolvimento

inadequado

do

trato

O intestino do neonato é colonizado por diversos

gastrointestinal, resultando no crescimento excessivo

microrganismos, podendo ser entre eles, benéficos,

de microrganismos nocivos, o que leva a infecção e

nocivos e altamente nocivos. O sistema imunológico

doença. A microbiota intestinal do leitão é imatura,

do neonato é imaturo e sua imunidade depende da

instável e influenciada pelo meio ambiente, com isso

imunidade adquirida do colostro.

agravado pelos baixos níveis de energia e de ácido gástrico fica acessível à colonização de patógenos

Patogenia da diarreia A diarreia é um

no trato gastrointestinal. A ingestão de colostro é

dos

sinais

gastrointestinais,

caracterizada pela proporção de matéria seca. As diarreias nos animais domésticos podem ser classificadas

em:

energia e também adquirir a imunidade passiva (JONACH, 2014).

malabsortivas,

Os principais agentes causadores de diarreia

inflamatória e por hipermotilidade (FIELD, 2003;

neonatal podem ser divididos em: virais, bacterianos

MOESER & BLIKSALGER, 2007; VANUCCI &

e parasitários. Podendo causar a enfermidade desde

GUEDES, 2009). Contudo, a hipermotilidade não é

a primeira semana de vida como também em toda a

considerada fator primário de diarreia, pois devido

fase da maternidade. Alguns agentes tem maior

ao acúmulo de líquido no lúmen há o aumento da

prevalência em alguma determinada fase do ano, de

motilidade intestinal.

acordo com temperatura e umidade.

Diarreia secretória é

secretória,

fundamental para suprir esses níveis baixos de

quando o

processo de

secreção de íons é aumentado e excede a absorção

Iremos descrever os tipos de agentes de cada grupo em uma sucinta revisão.

de água, este tipo de diarreia é comum em infecções por bactérias que produzem toxinas.

CAUSAS VIRAIS Adenovírus porcino

As diarreias malabsortivas são quando a barreira

É um vírus de DNA, da família Adenoviridae e do

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8920


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

gênero mastadenovírus. Isolado em 1964, em swab

A infecção por rotavírus é enzóotica e disseminada,

retal de suíno com diarreia. Porém tem sido isolado

sendo sua infecção subclínica comum em leitões. Os

em

doença

vírus dos grupos A, C são os mais encontrados em

respiratória, encefalite, fetos abortados e animais

leitões de até uma semana de idade. Porém já se

sem sinal clinico (BENFIELD & HESSE, 2012).

tem relatos de leitões neonatos com casos de

animais

com

diarreia,

nefrite,

rotavírus dos grupos B e C, os quais apresentam A contaminação ocorre por ingestão ou inalação,

sinais clínicos menos anunciados que os do vírus do

ocorre então a replicação do DNA nas tonsilas, nos

grupo A (JONACH, 2014).

enterócitos das vilosidades e tecido linfoide dos segmentos distais do intestino delgado (SANFORD

Leitões de uma semana de idade a infecção ocorre

& HOOVER, 1983).

esporadicamente,

sua

causa

ocorre

devido

a

problemas na imunidade passiva colostral, desmame A infecção pode ser assintomática ou causar uma

antecipado, ou quando a carga de rotavírus é maior

doença moderada, caracterizada por diarreia aquosa

que o nível de proteção da imunidade passiva

a pastosa, pode haver uma leve desidratação e com

(CHANG et al., 2012; JONACH, 2014; UZAL et al.,

isso

2016).

redução

de

peso,

mortalidade

é

rara

(BENFIELD & HESSE, 2012). Os vírus se replicam principalmente no citoplasma Macroscopicamente pode-se identificar conteúdo

de enterócitos bem diferenciados principalmente do

amarelado e aquoso a pastoso no intestino, um

jejuno e do íleo, causa a lise celular levando a fusão

aumento moderado nos linfonodos mesentéricos,

e atrofia das vilosidades (BULLER & MOXLEY 1988;

porém são sintomas que não permitem uma

WARD et al., 1996; CHANG et al., 2012). Sendo

diferenciação de outras causas de diarreias em

então caracterizada por uma diarreia malabsortiva.

leitões ( UZAl et al., 2016). Os sinais clínicos do rotavírus lembra o TGE, porém Microscopicamente intranucleares

são

observadas

basofílicas

e

inclusões

anfofílicas

nos

enterócitos da porção distal do jejuno e do íleo, podendo

ser

nas

células

que

recobrem

o vômito é menos observado quando comparado e algumas vezes pode ocorre a febre (CHANG et al., 2012).

as

vilosidades acima das placas de Peyer. Pode ocorrer

Na maioria das vezes a diarreia por rotavírus está

o encurtamento e achatamento das vilosidades, e

associada com outros agentes (E.coli e Clostridium),

também

resultando

pode

ocorrer

reação

inflamatória

mononuclear moderada na lâmina própria. Lesões

em

agravamento

da

doença,

pois

aumenta sua morbidade e mortalidade.

como meningoencefalite não supurada, pneumonia e necrose de células epitelias, com inclusão nos

Quando o vírus infecta o enterócito ocorre a

pulmões, no baço, fígado, também pode ser

produção de uma proteína não estrutural (NSP4) que

encontradas,

com

é secretada para o meio extracelular e para o lúmen

inclusões intranucleares no epitélio dos túbulos

intestinal e pode agir na indução da secreção de

(UZAL et al., 2016).

eletrólitos e fluídos (LORROT & VASSEUR, 2007).

São vírus que ainda demanda muitos estudos, pois

Macroscopicamente, o intestino delgado fica com a

sua importância é incerta, por se tratar de um vírus

parede fina, transparente, flácida e com dilatação

cuja as inclusões podem estar presentes em animais

devido ao fluido aquoso, floculento, amarelo ou

sem sinais clínicos (JONACH, 2014).

cinza. Os linfonodos mesentéricos ficam pequenos.

Rotavírus

Histologicamente há a degeneração do epitélio do

São vírus RNA de fita dupla, não envelopado, da

todo da vilosidade, com evolução para atrofia,

família

podem conter erosão do epitélio superficial ou estão

além

Reoviridae,

ambientes.

Cada

de

nefrite

encontrado espécie

intersticial

em

possui

diversos seu

vírus

revestidas

por

epitélio

quase

escamoso.

A

específico, e em geral não ocorrem infecções

hiperplasia do epitélio das criptas começa a partir de

cruzadas (CHAND et al., 2012; GELBERG, 2013).

48 a 72 horas após a inoculação. As lesões são

8921

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

encontradas em sua maioria no jejuno e íleo

gulado ou fluido corado com a bile, pode haver

(CIARLET & ESTES, 2001; LUNDGREEN, 2001;

hemorragias apresentadas por petéquias. O intestino

CHANG et al., 2012; JONACH, 2014).

delgado fica flácido com

conteúdo amarelado

espumoso e pode conter manchas de muco, com a Coronavírus suíno

parede fina e transparente, ocasionado pela atrofia

São vírus de RNA fita simples, não envelopados da

das vilosidades (SAIF et al., 2012; UZAL et al.,

família

2016).

Coronaviridae,

sendo

quatro

deles

causadores de sinais gastroentéricos em suínos. Em nível de microscopia a atrofia das vilosidades é No

alfa-coronavírus

Epidêmica

tem

Porcina

o

(PEDV)

Gatroenterite

Transmissível

coronavírus,

Hemoaglutinante

o

vírus

vírus

Porcina

e

da o

vírus

observada, fator que ocorre devido a esfoliação dos

da

enterócitos da superfície, a gravidade dessa atrofia

beta-

varia de acordo com a idade e estagio da doença.

encefalomielite

Podendo em animais mais velhos a mucosa estar

(TGEV). da

Diarreia

(PHEV).

No No

delta-

revestida por epitélio cuboidal ou colunar baixo com

coronavírus, há o deltacoronavírus (PDCoV), PEDV,

polaridade nuclear irregular e borda em escova

TGEV e PDCoV causam vômito e diarreia em leitões

indistinta. As lesões são mais comuns no jejuno e

lactentes, morbidade e mortalidade alta causadas

íleo, podendo ser desiguais, tornando-se necessária

pela gravidade da enterite. (SAIF et al., 2012; UZAl

a avaliação de vários segmentos do intestino. (SAIF

et al., 2016).

et al., 2012; UZAL et al., 2016).

Vírus da Gastroenterite Transmissível

Vírus da Diarreia Epidêmica Suína (PEDV)

A gastroenterite transmissível (TGE) é uma doença

São vírus alfa-coronavírus, tem sido relatado na

entérica altamente contagiosa que acomete os

Europa e Ásia. Transmitido por via fecal-oral que

suínos em diversas idades. Caracterizada por

pode ser por fezes, vômito e fômites contaminados

causar vômito, diarreia severa. Em leitões há alta

(ALONSO et al., 2014; JUNG & SAIF, 2015). O vírus

mortalidade. É uma doença com predileção de

atinge o epitélio intestinal delgado causando a atrofia

acontecimentos no inverno.

de vilosidades, causando uma diarreia malabsortiva

A morbidade da doença é alta quando há a introdução do vírus a um rebanho que nunca foi exposto, afeta todas as idades e caracteriza a forma epidêmica da doença. Animais mais velhos e matrizes apresentam inapetência transitória, diarreia e vômito. Já nos leitões na maternidade há uma diarreia grave e alta mortalidade, as matrizes em lactação

podem

apresentar

anorexia

e

consequentemente agalaxia, contribuindo assim com a mortalidade dos leitões. (SAIF et al., 2012; UZAL et al., 2016).

o vírus persiste devido ao fluxo contínuo e animais susceptíveis. A mortalidade irá depender do grau de anticorpos adquiridos nos animais, sendo assim, animais recém inseridos terão maior gravidade ocasionadas pelo vírus.

Recentemente nos Estados Unidos ocorrem surtos explosivos de diarreia e vômito que afeta todas as fases em diferentes idades e com alta mortalidade, podendo chegar a 90 a 95% em leitões lactantes (TRUJILLO-ORTEGA et al., 2016; UZAL et al., 2016). Pesquisa

macroscópica

observa-se

intestinais

do

ao

duodeno

cólon

paredes finas

e

estômago há presença de leite coagulado, há a congestão dos vasos do mesentério e linfonodos do mesentérico fica edemaciado (JUNG & SAIF, 2015). Microscopicamente

lesões

por

atrofia

de

vilosidade difusa, grave e aguda, vacuolização discreta das células epiteliais superficiais, edema

As lesões macroscópicas não são específicas e não ser

diarreia aquosa, anorexia, letargia, febre e vômito.

transparentes com acúmulo de fluido amarelado, no

Há a forma endêmica da doença em rebanhos onde

podem

e consequentemente uma desidratação, há uma

diferenciadas

de

outras

diarreias

neonatais. O estômago pode ou não conter leite coa-

subepitelial no ceco e cólon (JUNG & SAIF, 2015). Somente consegue diferenciação entre a TGE e PEVD, através de PCR (UZAL et al., 2016).

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8922


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

cepas perdem a habilidade de produzir uma ou mais

Delta-coronavírus Suíno Foi

detectado

em

Hong

Kong

em

2012.

E

toxinas quando armazenadas e cultivadas, o que

recentemente na América do Norte. Causa uma

dificulta

a

identificação

dos

isolados

e

infecção que é clinicamente semelhante. O vírus

consequentemente a avaliação dos surtos (UZAL et

infecta o intestino delgado, causa diarreia e vômito,

al., 2016).

há a enterite atrófica, similar aos sinais de TGEV E PEDV. As taxas de mortalidade aparentam ser

A patogenia da infecção requer a presença do

menores que em casos de PED (UZAL et al., 2016).

organismo no intestino e a mudança da microbiota que favoreça a proliferação dos clostridium ou a

CAUSAS BACTERIANAS

produção das toxinas. O que pode resultar nas

Bacterioides fragilis

mudanças da microbiota pode ser a alimentação,

É

uma

bactéria

anaeróbica

digesta anormalmente rica em nutrientes, terapia

obrigatório e não formador de esporo, faz parte da

antimicrobiana, alteração da função pancreática

microbiota entérica normal. As espécies comensais

exócrina ou os inibidores de tripsina, redução na

estão presentes no intestino grosso e promovem

motilidade, e/ou infecções primárias com outros

papel

agentes (UZAL et al., 2016).

importante

Gram-negativa,

ao

desenvolvimento

e

a

manutenção da função intestinal normal e para imunidade. Porém, algumas cepas que secretam

A confirmação do diagnóstico da doença depende

toxinas são associadas a diarreias em leitões,

da presença da toxina no exame dos animais

bezerros, potros, cordeiros e humanos. A toxina

acometidos, podendo ser exames das fezes ou do

produzida, também conhecida como enterotoxina é

conteúdo intestinal.

uma protease que pode danificar a zona de aderência nas junções

intercelulares entre os

enterócitos.

O tipo mais encontrado no intestino dos animais saudáveis e no ambiente. A patogenia dessa

As lesões podem ocorrer no intestino delgado e grosso,

lostridium perfringens tipo A

deixando

os

enterócitos

em

forma

arredondada e podem ate mesmo leva-los a esfoliar, atenuando as vilosidades, alongando e causando hiperplasia nas criptas (UZAL et al., 2016).

bactéria é devido à produção da toxina beta2. O diagnóstico é feito a partir do isolamento de cepas que possuam o gene para a produção dessa toxina e descartando outras que possam causar a diarreia. Os leitões são infectados durante a primeira semana

Clostridium As doenças entéricas causadas por essas bactérias são frequentemente chamadas de enterotoxemias,

de vida, sendo as matrizes as prováveis fontes de infecção (SONGER, 2012).

doenças produzidas por toxinas geradas no intestino

Os leitões apresentam diarreia cremosa a pastosa

e que são absorvidas pelo sistema circulatório e

dentro nas primeiras 48 horas de vida e podem

agem em diferentes órgãos, como cérebro e

persistir por até cinco dias, quando não tratados. Os

pulmões (SONGER, 2012; UZAL et al., 2016).

pelos ficam grosseiros e na região perineal fica suja

O Clostridium perfringens é um bacilo gram-positivo, anaeróbico, forma esporos, tem seu habitat natural a microbiota gastrointestinal e no meio ambiente

de fezes. Após necropsia, o intestino delgado é flácido, parede fina e com conteúdo aquoso, com gás e sem sangue.

(GELBERG, 2013). Porém seu poder de ser virulento

Microscopicamente há a descamação das células do

é devido a capacidade de produzir mais 16 toxinas,

topo

dentre elas as principais são: alfa, beta, épsilon e

exsudação de fibrina local com ocasional formação

iota. E através delas pode-se classificar esse

de pseudomembrana. Os segmentos com lesão

microrganismo em 5 tipos, sendo nomeados de A a

podem estar imensamente colonizados por bacilos

E.

Gram-positivos (SONGER, 2012; JONACH, 2014).

Todavia,

nenhuma

das

cepas

produz

das

vilosidades,

epitélio

com

necrose,

isoladamente todos os tipos de toxina, o que torna a diferenciação entre elas difícil. Além de que, algumas 8923

A mortalidade é baixa, porém afeta o desenvolvimento

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

uma necrose hemorrágica na parede intestinal,

dos leitões.

quecomeça na mucosa e vai para todas as túnicas Clostridium perfringens tipo C

do

Está presente em todo o mundo e causa doença em

pseudomembrana formada por células epiteliais

especial nos neonatos de varias espécies. Mas

necróticas

podem ocorrer em animais adultos também em

celulares, células inflamatórias, fibrina e bacilos

consequências de alterações na microbiota.

grandes com esporos ocasionais, podendo estar

intestino. e

Recobre

a

degeneradas

mucosa

por

descamadas,

uma restos

sozinhos ou acompanhados, livres, margeando a O fator de virulência é a toxina beta, que é lábil a

superfície mucosa

tripsina e em circunstância como níveis baixos de

destruição de arteríolas e vênulas por trombos de

tripsina em animais neonatos, inibidores de tripsina

fibrina, há também o edema difuso e exsudato

na dieta, ou até mesmo altos níveis de toxinas.

inflamatório em todas as túnicas intestinais, incluindo

A principal fonte de infecção nos neonatos é através das fezes das matrizes, porém a transmissão entre leitões também ocorre.

descamada,

no

lúmen.

a serosa. Diante do progresso da doença a necrose se aprofunda e acomete as criptas e glândulas, depois todas as túnicas. Há a congestão acentuada dos vasos da serosa. Nos casos crônicos pode ser

enterite

observada necrose da mucosa no intestino delgado,

necrohemorrágica fatal em leitões com menos de

sem hemorragia. (JONACH, 2014; UZAL et al.,

uma semana de idade. Más condições de higiene,

2016).

O

C.

perfringens

tipo

C

causa

a

superlotação e o uso de antibióticos são fatores predisponentes para alguns surtos.

Clostridium difficile É um bacilo gram-positivo que pode ser encontrado no

A doença clinica pode ser aguda ou crônica. Quando aguda, apresenta dor abdominal intensa, depressão, diarreia sanguinolenta (após 8 a 22 horas diante da exposição a bactéria), inapetência e fraqueza. O curso da doença é de em média 24 horas em

solo e no intestino dos animais de várias espécies. É o agente causador de diarreia mais identificado em associação ao uso de antibióticos. A patogenia da doença é medida pela toxina A (enterotoxina) e B (citotoxina e enterotoxina).

animais de 1 a 2 dias de idade. A doença crônica ocorre mais frequentemente em animais mais

Os

velhos, podendo persistir por 1 a 2 semanas, sendo

antibioticoterapia, por causar a alteração da microbiota

identificada uma diarreia persistente sem sangue e

normal.

fatores

predisponentes

da

doença

é

a

causando desidratação (JONACH, 2014; SONGER, A confirmação da doença é baseada na identificação

2012; UZAL et al., 2016).

das toxinas A e B nas fezes e conteúdo intestinal

Macroscopicamente ocorrem lesões predominantes

através

no intestino delgado, principalmente no jejuno, mas o

pesquisadores acham que o isolamento de cepas

ceco

toxigênicas é suficiente para diagnosticar (SONGER,

e

o

cólon

espiral

são

frequentemente

envolvidos, mas há relatos de lesões restritas no

de

exames,

como

ELISA.

Alguns

2010; SONGER, 2012; UZAL et al., 2016).

intestino grosso. Em casos agudos há a hiperemia intestinal e mesentérica, necrose extensa da mucosa

A importância da doença tem sido pela colite

intestinal,

por

fibrinosa em leitões neonatos com menos de uma

de

semana de vida, causando diarreia, dispneia, edema

apresentar

de escroto, distensão abdominal leve. Há a perda de

que

pseudomembrana, sangue.

A

pode

estar

conteúdo

parede

intestinal

coberta

com

manchas

pode

enfisema e se torna frágil. Os linfonodos ficam

produtividade devido a perda de peso.

infartados, há liquido pleural e peritoneal embebido por sangue (SONGER, 2012; JONACH, 2014; UZAL

Macroscopicamente observa-se hidrotórax, edema de mesocólon moderado e acentuado, usualmente

et al., 2016).

associado a tiflocolite fibrinosa multifocal a difusa, Microscopicamente, na fase aguda de leitões há

com conteúdo amarelado fluido a pastoso.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

8924


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

Microscopicamente observa-se colite fibrinosa, com

A contaminação ocorre por ingestão das larvas no

edema de mesocólon e serosa do cólon, infiltrado

colostro de fêmeas infectadas ou penetração das

mononuclear e neutrofílico na lâmina própria. A

larvas na pele (JONACH, 2014).

erosão e a ulceração da mucosa são lesões comuns, já a erupção neutrofílica pode ser vista em

Sinais clínicos começam a partir de 3 a 5 dias após a

casos

infecção e são caracterizados por diferentes graus

agudos.

Pode

ocorrer

ocasionalmente

necrose da mucosa e da parede do cólon.

de

(SONGER, 2010; SONGER, 2012; UZAL et al.,

anorexia e anemia (JONACH, 2014).

2016).

diarreia

sanguinolenta,

emaciação

rápida,

Macroscopicamente as lesões não são específicas,

Enterococcus

conteúdo fluido intestinal com leite não digerido, em

São cocos gram-positivos que crescem em cadeias

infestação intensa identifica-se uma doença clinica

curtas e são morfologicamente impossíveis de

moderada a grave em leitões jovens (JONACH,

distinguir dos Streptococcus. Antigamente eram

2014).

classificados como Streptococcus do grupo D, porém agora são classificados com um gênero próprio que inclui espécies como Enterococcus faecalis, E. faecium, E. hirae. Sendo como atenuante microrganismos

que

se

habita

é

o

trato

gastrointestinal, fazendo parte da microbiota normal e

assim

sobrevivem

melhor

em

condições

ambientais do que o Streptococcus.

Após infecção as larvas migram, podendo chegar aos

pulmões

onde podem

causar

hemorragia

mínima, dano aos septos alveolares e agregados de linfócitos e plasmócitos espalhados, prejudicando a respiração (UZAL et al., 2016). No intestino delgado, pode encontrar parasitas adultos na superfície do epitélio,

onde

agem

destruindo

a

base

das

vilosidades e as criptas superficiais, causando a consideradas

atrofia das vilosidades e hiperplasia de criptas.

patogênicas por vários anos, mas atualmente

Levando a uma diarreia malabsortiva. Na lâmina

diversas espécies, entre elas, E.faecium e E.

própria infiltrado de eosinófilos e linfócitos são

faecalis, foram identificadas como patogênicas para

encontrados, podendo haver erosão do epitélio da

humanos, e sendo consideras mais importantes

superfície (JONACH, 2014; UZAL et al., 2016).

Essas

bactérias

não

foram

patógenos nosocomiais (VELA et al., 2010).

Cystoisospora suis

O mecanismo da patogenia da diarreia causada por

A coccidiose ou isosporose dos leitões é uma

Enterococcus não é muito claro, visto que não há

doença

dano significativo causado no epitélio da mucosa,

intracelular

mas a aderência da bactéria a superfície luminal dos

associada à diarreia da segunda semana, pode

enterócitos tem sido associada a patogenia da

causar significantes perdas econômicas por causar

infecção (JONACH, 2014).

diarreias

entérica,

causada

Cystoisospora

transitórias,

pelo suis.

desidratação

protozoário Comumente

em

leitões

lactantes e consequentemente perda de peso e CAUSAS PARASITÁRIAS Strongyloides ransomi Parasita de todas as espécies doméstica. Sendo o principal a parasitar os suínos os da espécie S. ransomi no intestino delgado (UZAL et al., 2016). Responsável por desencadear diarreias em leitões lactantes em vários locais do mundo, principalmente quando encontram condições satisfatórias para sua

queda no desempenho. É um dos parasitas mais prevalentes na suinocultura intensiva em todo o mundo (SKAMPARDONIS et al., 2010). Teve seu gênero Isospora descrito, inicialmente, em 1881, por Schneider. Sendo assim, classificado como todo o coccídio com dois esporocistos e quatro esporozoítos, enquadrando-se no gênero Isospora e

reprodução, se desenvolvendo bem em locais

na família Eimeriidae sob o fundamento de um ciclo

quentes e com manejo inadequado (UZAL et al.,

de vida homoxeno. No entanto, após a descoberta

2016; JONACH, 2014).

de cistos de Cystoisospora de gatos e de cães em

8925

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006


Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

tecidos linfoides de roedores, o pesquisador, Frenkel

microrganismos oportunistas. A eliminação dos

J.K (1977), notou que estes funcionavam como

oocistos pode ocorrer mesmo quando não há a

hospedeiros intermediários, portanto apresentavam

presença dos sinais clínicos, em geral, ocorre antes

ciclo heteróxeno facultativo (LINDSAY et al., 1997;

do aparecimento da diarreia.

FRENKEL et al., 2003). O intestino se torna mais vulnerável à invasão por Lippke

em

2008

observou

a

frequência

dos

outros agentes patogênicos, o que pode resultar em

principais agentes enteropatogênicos causadores de

infecções

mistas,

como

por

exemplo,

C.suis

diarreia em 28 unidades produtoras de leitões,

associado à Escherichia coli, Clostridium perfringens

localizadas no estado do Rio Grande do Sul e o

ou ao rotavírus. A perda de peso é devido às lesões

agente encontrado com maior constância foi a

causadas a mucosa do intestino delgado (jejuno e

Cystoisospora suis. O agente foi isolado em 42,96%

íleo) podendo também ocasionalmente estar no ceco

das granjas avaliadas.

e cólon, há comprometimento da função digestiva nas áreas afetadas, prejudicando tanto a digestão

A

disseminação

do

I.

suis,

é

pertinente

a

quanto a absorção de nutrientes.

contaminação ambiental, sendo que uma vez instalada na granja, sem a intervenção correta ele se

As lesões na mucosa macroscopicamente são

mantém por meio da transmissão de leitão para

mínimas, caracterizada por hiperemia e discreta

leitão e entre as leitegadas (SOTIRAKI et al., 2008).

membrana de fibrina recobrindo a mucosa, porém,

Instalações mal higienizadas e manejadas oferecem

em casos graves a mucosa pode apresentar

condições ideais para a viabilidade dos oocistos. A

pseudomembranas fibrino-necróticas, amareladas e

temperatura de 32 a 35ºC favorece a rápida

que se destacam com facilidade.

esporulação, cerca de 12 a 16 horas (temperatura mantida

no

escamoteador).

A

umidade

e

a

oxigenação são fatores que também interferem, sendo que a doença é mais comum nos meses quentes e úmidos (MORENO et al., 2007). Os oocistos toleram temperatura de congelamento por até 26 dias, em temperaturas de 40º a 45ºC até 15

Microscopicamente podem

observar

diminuição,

fusão e necrose das vilosidades, metaplasia epitelial e hiperplasia das criptas. Podendo aparecer as formas endógenas de coccídeos (merontes e merozoíto nas células epiteliais). Sendo rara a detecção de oocistos maduros.

meses e resistem à maioria dos desinfetantes

O diagnóstico de infecção por coccídios é baseado

utilizados

no histórico da granja, sinais clínicos e presença do

com

frequência

na

suinocultura

(SOBESTIANSKY et al., 1999).

parasita. Deve realizar a pesquisa de oocistos nas

Os sinais clínicos da coccidiose ocorrem geralmente em leitões entre 2 e 3 semanas e raramente em suínos desmamados, mesmo com alta morbidade, a enfermidade

apresenta

baixa

mortalidade.

Os

animais acometidos apresentam fezes pastosas amareladas à diarreia aquosa (apresenta odor

fezes dos animais, mesmo fezes firmes podem conter grandes quantidades de oocistos. Porém,nem sempre é possível diagnosticar

por meio de

contagens fecais, pois o período pré-patente é de 5 dias, aproximadamente, e a excreção dos oocistos geralmente não coincide com o desenvolvimento da diarreia, observa-se que a excreção ocorre no

rançoso ou azedo característico), raramente é

período do 5˚ ao 11˚ dia após a infecção. As fezes

aquosa, raramente hemorrágica, com uma duração

dos leitões com diarreia pode ser centrifugo-

em média de 5 a 12 dias, não sendo responsiva a

flutuação em solução de saturada de sacarose ou

antibioticoterapia convencional. É evidente também

água-éter,

desidratação,

peso,

imaturos, esporoblastos ou esporulados. Para maior

comprometimento da conversão alimentar, aumento

confiabilidade do exame de fezes deve-se fazer o

da taxa de refugos, com a pelagem “arrepiada” além

exame em 5 a 10 leitegadas com idade de 8 a 20

da pré disposição a doenças secundárias devido aos

dias.

baixo

ganho

de

sendo

possível

visualizar

oocistos

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

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Artigo 537 - Doenças entéricas na suinocultura - maternidade

Cryptosporidium

As diarreias na maternidade independente dos

É um protozoário pequeno do filo apicomplexa, é

agentes causadores demandam cuidados com

comumente encontrado na superfície epitelial do trato

prevenção

gastrointestinal, vesícula biliar e do trato respiratório de

problemas sanitários e diminuição até mesmo

vários mamíferos. Já são reconhecidos 15 espécies, o

destruição das vilosidades intestinais, o que diminui

que acomete suínos é o C. suis.

a absorção de nutrientes e gera um atraso no

e

tratamento.

Visto

que

acarreta

crescimento dos animais. Deve-se preocupar com Leitões que apresentam diarreia com uma semana de

as praticas de bons manejos visando que a

idade ou mais, são rotineiramente diagnosticados com

contaminação

Criptosporidium em combinação com outros agentes

consequentemente perda de produtividade.

não

traga

sinais

clínicos

causadores de diarreia, como coronavírus, rotavírus e REFERÊNCIAS

ETEC (JONACH, 2014).

ABIPECS

Relatório

Causa uma diarreia discreta e malabortiva, podendo

2013.

apresentar

<http://www.abipecs.org.br/pt/relatorios.html>.

sintomas

mais

intensos

quando

associação de outros agentes. Tem alta morbidade, porém, baixa mortalidade.

Disponível

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Acesso em 20 de agosto de 2014. BARBOSA,

E.

F.;

FIGUEIREDO,

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GARCIA, A.M.; LOBATO, Z.I.P.; LAGE, A.P. Macroscopicamente as lesões são inespecíficas, há hiperemia

intestinal

e

conteúdo

amarelado

(JONACH, 2014).

Rotavírus do grupo A em bezerros lactentes no estado de Minas Gerais. Ciência Rural, v.28, n.3, p.435-439, 1998.

Microscopicamente apresenta atrofia das vilosidades

BARBOSA, E.F. Vírus intestinais RNA de fita

em graus variáveis, achatamento e fusão de

dupla em frangos de corte no sudoeste

vilosidades,

catarinense: isolamento, caracterização e

hipertrofia

de

criptas.

Epitélio

da

superfície é normalmente cuboide, redondo ou

biologia

colunar baixo, podendo variar com esfoliações ou

(Doutorado em Ciência Animal: Medicina

formando

das

Veterinária Preventiva). Escola de Veterinária

vilosidades. São encontrados bastante organismos

da Universidade Federal de minas Gerais,

nas microvilosidades da borda das células da

Belo Horizonte.

projeções

irregulares

no

topo

molecular.

1994.

113p.

Tese

vilosidade, na metade distal do intestino delgado,

BARCELLOS D. & SOBESTIANSKY J. 2003.

principalmente. Sendo as lesões mais marcantes no

Atlas de doenças dos suínos. Art3, Goiânia,

íleo, porém, podem ocorrer no intestino grosso. Há a

p.58-59.

presença de infiltrado neutrofilico e mononuclear discreto (JONACH, 2014; UZAl et al., 2016).

CAMPOS, T. M., et al. Coccidiose suína. Revista Eletrônica Nutritime, Artigo157, v.9, nº02 p. 1726-1739-Março\Abril 2012.

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A devida identificação do agente, através de

DEWEY, C. E., et al. Herd and litter-level factors

anameses, sinais clínicos e exames laboratoriais se

associated wth the incidence of diarrhea

fazem necessárias para que seja possível combater

morbity and mortality in piglets 4-14 days of

os agentes e assim conhecendo-os, trabalhar para a

age. Swine Health and Production.3:105-

sua prevenção, além de ser possível realizar um

112.1995.

tratamento

adequado

e

assertivo,

diminuindo

possivelmente gastos com medicamentos. 8927

FIESP; ÍCONE. Outlook Brasil 2023- projeções para o agronegócio, Federação das Indústrias

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.18, n.2, p.8918-8929, mar/abr, 2021. ISSN: 1983-9006

e


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