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Editora Responsável: Juliana Maria Freitas Teixeira Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa Editora Técnica: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues
Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo da NRE da em qualquer meio de comunicação, seja eletrônico ou impresso, sem a sua devida citação.
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Sumário ARTIGOS 486 - Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo ..................................................................... 8400 Jullyana Carvalho Rodrigues, Gabriel da Silva Oliveira, Vinícius Machado dos Santos 487 - Terapia de vaca seca: Utilização e perspectivas ............................................................................................... 8419 Hilton do Carmo Diniz Neto, Mayara Campos Lombardi, Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira, Sandra Gesteira Coelho 488 - Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de itapuranga – GO ................................................................................................................................................................................... 8428 Kalita Lorrany Andrade de Abreu, Paulo Ricardo de Sá da Costa Leite, Emiliane dos Santos Belo, Valéria Bonifácia Marra da Silva, Jhonatham Pereira Furtado 489 - Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão ......................................... 8436 Kátia M. Cardinal, Lucas de M. Vilella, Andréa M.L.Ribeiro
Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo Revista Eletrônica
Estocagem, etapas, peso do ovo, processo, temperatura.
Jullyana Carvalho Rodrigues¹ Gabriel da Silva Oliveira² Vinícius Machado dos Santos³*
Vol. 16, Nº 02, mar/abr. de 2019 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
¹Graduanda do curso Superior Tecnologia em Agroecologia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília - campus Planaltina, DF, Brasil. ²Graduando do curso Licenciatura em Biologia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília - campus Planaltina, DF, Brasil. ³Professor do curso Superior Tecnologia em Agroecologia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília - campus Planaltina, DF, Brasil.*Email: vinicius.santos@ifb.edu.br.
RESUMO Os ovos são perecíveis e perderão a qualidade rapidamente
se
não
forem
manuseados
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
MANAGEMENT, PROCESSING AND TECHNOLOGY OF EGGS FOR CONSUMPTION
adequadamente logo após a postura. O controle em
ABSTRACT
todas as etapas de produção, principalmente por
Eggs are perishable and will lose quality quickly if not
parte de avicultores, pode resultar em ovos de
handled properly right after laying. Control at all
melhor
os
stages of production, especially by poultry farmers,
consumidores e logicamente para o setor avícola.
can result in eggs of better quality, with benefits for
Diante disso, objetiva-se com essa revisão de
consumers and logically for the poultry sector. In
literatura enfatizar o revestimento alternativo com
view of this, the objective of this literature review is to
pectina na manutenção da qualidade de ovos para
emphasize the alternative coating with pectin in the
consumo, os fatores que afetam essa qualidade,
maintenance of the quality of eggs for consumption,
bem como as etapas de processamento de ovos.
the factors that affect this quality, as well as the
qualidade,
com
benefícios
para
Palavras-chave: estocagem, etapas, peso do ovo, processo, temperatura.
8400
processing steps of the same. Keyword: egg weight, process, steps, storage, temperature.
Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
INTRODUÇÃO A avicultura de postura brasileira tem se expandido a
gema, assim como a perda de peso dos ovos
cada ano. Segundo a Associação Brasileira de
(PIRES, 2013). Dentre os possíveis revestimentos,
Proteína Animal (ABPA), a produção de ovos para
pode-se
consumo no Brasil em 2017 foi de mais de 39,9
(DAVANÇO et al., 2007).
citar
o
biofilme
à
base
de
pectina
bilhões de unidades, número que supera em 1,8% a produção do setor em 2016. Com este desempenho,
A pectina é um polissacarídeo aniônico amplamente
o consumo per capita chegou a cerca de 192
utilizado na indústria de alimentos devido a sua
unidades, com uma elevação de 0,8% comparado
elevada disponibilidade em cascas de frutas cítricas,
ao ano anterior. Para a Associação, a retomada
com baixos custo de extração, elevada solubilidade,
econômica do país, juntamente com a manutenção
boas
dos custos de produção e a abertura de novos
biocompatibilidade e de fácil alteração por processos
mercados
que
químicos e bioquímicos (LOPES et al., 2017). Além
contribuíram para o avanço desses números (ABPA,
de apresentar, grande potencial para uso na
2018).
preparação
internacionais
são
fatores
características
de
gelificantes,
biofilmes,
como
alta
cobertura
de
alimentos (SILVA et al., 2009; SEIXAS et al., 2013). O ovo é um alimento completo para consumo
MENEZES & ATHMASELVI (2016) afirmam que a
humano, pois é rico em vitaminas, minerais, ácidos
mesma tem demonstrado efeitos benéficos sobre a
graxos
conservação de frutas.
e
proteínas,
que
proporcionam
vários
aminoácidos essenciais de excelente valor biológico (MOTA et al., 2017). No entanto, os benefícios
Nesse sentido, levando em consideração que a
nutricionais do ovo dependem da sua qualidade no
pectina ainda não foi testada em ovos e que a
momento da compra. Essa pode ser determinada
utilização
por
genética,
armazenamento é fundamental para a manutenção
ambiência e sanidade das aves e as condições de
da qualidade desse produto, objetiva-se com essa
armazenamento pós postura (LACERDA, 2011).
revisão
diversos
fatores
como:
idade,
de
de
métodos
literatura
enfatizar
alternativos
o
de
revestimento
alternativo com pectina na manutenção da qualidade As principais causas das mudanças na qualidade
de ovos para consumo, os fatores que afetam essa
dos
qualidade, bem como as etapas de processamento
ovos
durante
o
armazenamento
são
a
temperatura, tempo e a umidade. Durante a
de ovos.
estocagem, a deterioração do ovo ocorre mais rapidamente em altas temperaturas (30 a 40°C) do
REVISÃO DE LITERATURA
que em temperaturas refrigeradas (0 a 4°C) (AKTER et al., 2014). No entanto, a refrigeração aumenta o
Panorama da produção de ovos no Brasil
custo de produção, o que faz com que a maioria dos
A avicultura de postura tem alcançado altos níveis no
ovos que são vendidos no mercado brasileiro
Brasil. A produção nacional de ovos de galinha
estejam à temperatura ambiente (MOTA et al.,
totalizou 846,75 milhões de dúzias no primeiro
2017).
trimestre de 2018, um avanço de 7,1% em relação ao primeiro trimestre de 2017, o equivalente a 56,2
Devido a isso, estudos buscam alternativas de
milhões de dúzias a mais (IBGE, 2018). Comparado
conservação, com o objetivo de retardar a perda de
com o primeiro trimestre de 2017, houve aumento
qualidade dos ovos. Dentre essas alternativas, tem
em 21 das 26 unidades federativas participantes da
os revestimentos biodegradáveis que são utilizados
pesquisa. Grande parte da produção é concentrada
na superfície das cascas para reduzir as perdas e as
em São Paulo, que manteve a liderança na produção
trocas entre o meio interno e externo, uma vez que
de ovos, com 29,7% do total nacional, seguido por
no período de armazenamento há perda de umidade
Minas Gerais (9,6%), Espírito Santos (8,7%) e
e dióxido de carbono via poros da casca, o que
Paraná (8,6%), segundo o IBGE (2018).
ocasiona alterações na qualidade do albúmen e
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8401
Artigo 486- Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
O relatório anual da Associação Brasileira de
diâmetro), que protege todo o seu conteúdo interno
Proteína Animal mostra que 99,74% da produção
contra perdas e danos do meio externo (AQUINO,
brasileira é destinada ao mercado interno e que o
2016), devendo estar limpa, intacta e isenta de
consumo per capita brasileiro, em 2017, alcançou
cheiros (ARMOVOS, 2015).
marca de 192 unidades (ABPA, 2018). Esse desempenho deve-se pelo fato de o ovo ser um
Fatores que afetam a qualidade de ovos
alimento natural, completo e equilibrado, sendo
A qualidade dos ovos recebe diferentes enfoques
considerado uma fonte de proteína de alto valor
para produtores, consumidores e processadores.
biológico,
outros
Para os produtores, parece estar relacionada com o
elementos benéficos à saúde (VILELA, 2012). Além
peso e qualidade da casca. Para os consumidores,
de todas essas características positivas, ainda
está relacionada com o prazo de validade, cor da
apresenta
casca
minerais,
um
preço
vitaminas,
mais
entre
acessível
quando
e
composição
nutricional.
Já
para
os
comparado a outras proteínas de origem animal
processadores, está relacionada com a facilidade de
(PIRES et al., 2015).
retirar a casca, cor e separação da gema (ALLEONI & ANTUNES, 2001).
Componentes do ovo: gema, albúmen e casca
Os ovos são perecíveis e perderão a qualidade
A gema é a porção mais rica do ovo do ponto de
rapidamente
vista
adequadamente
nutricional
(AQUINO,
2016),
constituindo
se
não
forem
manipulados
(SCATOLINI-SILVA,
2013).
O
aproximadamente 27 a 32% do peso deste (NETO,
manejo correto dos ovos é essencial para garantir a
2016). Essa, é uma emulsão de gordura em água
qualidade sanitária, portanto, alguns cuidados são
(52%) composta por um terço de proteínas (16%),
necessários
dois terços de lipídios (34%), vitaminas solúveis em
qualidade original, desde da produção primária até a
lipídios A, D, E e K, glicose, lecitina e sais minerais,
comercialização (SANTOS, 2016), garantindo a
envolta pela membrana vitelina (MEDEIROS &
segurança do alimento até os consumidores.
para
preservar
ao
máximo
sua
ALVES, 2014). As propriedades nutricionais do ovo são afetadas por O albúmen é responsável pela proteção da gema
fatores que alteram a integridade da casca e sua
contra
temperatura
qualidade interna. Dentre esses fatores destacam-
(GHERARDI, 2014). Representa em média 56 a 61
se: a genética, sanidade, ambiência, idade da ave,
% do peso do ovo, sendo composto por 88,5% de
tempo, umidade e temperatura de armazenamento.
impactos
e
variações
de
água e 13,5% de proteínas, vitaminas do complexo B (riboflavina – B2) e traços de gorduras (FAO,
Genética
2010). O albúmen possui quatro camadas distintas:
A genética influencia diretamente as características
uma fração externa, fluida e fina ao lado da
da casca e do peso do ovo. Diferenças entre raças e
membrana da casca, uma camada espessa e
linhagens determinam cor, tamanho, forma e textura
viscosa intermediaria, uma camada fluida e fina
da casca, além da qualidade do albúmen e da gema
interna e as chalazas, o conteúdo de cada camada é
(CARVALHO et al., 2007). Essas peculiaridades
cerca de 23,3%, 57,3, 16,8% e 2,7, respectivamente
ocorrem devido à capacidade de transporte e
(BURLEY & VADEHRA, 1989).
utilização de nutrientes de cada ave (CARVALHO & FERNANDES, 2012).
A casca constitui de 8 a 11% do peso do ovo, sendo composta de 94% de carbonato de Cálcio (CaCO 3),
A pigmentação da casca do ovo é controlada por
1,4% de carbonato de magnésio (MgCO3), 3% de
vários genes que regulam a deposição de porfirina, a
glicoproteínas,
e
partir das glândulas calcíferas presentes no útero da
mucopolissacarídeos (ORNELLAS, 2001). É uma
ave (FERNANDES, 2014). As poedeiras de ovos
barreira natural, cálcica e porosa (7.000 a 17.000
brancos depositam porfirina em baixa quantidade na
poros por ovo, que possuem 0,5 a 12,8 micra de
parte interna da casca, enquanto as poedeiras de ovos
8402
mucoproteínas,
colágeno
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Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
vermelhos depositam maior quantidade desses
sas dos tratos respiratório e reprodutivo, que pode
pigmentos
causar
na
região
externa
da
casca
severo
declínio
na
produção
e,
diminuição
do
tamanho,
da
(VASCONCELOS, 2018). Deste modo, a linhagem
posteriormente,
da poedeira pode interferir na qualidade interna dos
qualidade interna e da casca do ovo, podendo
ovos (CARVALHO et al., 2007).
apresentar também albúmen mais aquoso (PENA et al., 2005; MUNIZ & SANTOS, 2017). A qualidade do
As aves são dividas, de acordo com sua aptidão,
albúmen também decresce sensivelmente com a
nos seguintes grupos: aves pesadas, leves e
aparição de surtos de doenças como a Newcastle
semipesadas
(PINTADO, 2018).
(LIMA,
2012).
As
linhagens
classificadas como pesadas são aquelas destinadas à produção de carne, ou seja, elas ocupam os
Aves acometidas pela síndrome da queda de postura
matrizeiros e são responsáveis pela postura de ovos
produzem ovos pálidos, rapidamente seguidos por
férteis para a produção de pintos de 1 dia. As aves
ovos de casca fina, mole ou até sem casca
leves, excelentes poedeiras, são destinadas à
(FOLHARI
produção de ovos brancos e as semipesadas à
Newcastle se caracteriza por apresentar elevada
postura de ovos marrons (CARVALHO, 2013).
incidência de alterações de casca, pois destrói as
&
VÁGULA
2008).
A
doença
de
células do istmo e do útero. A doença de Marek Ovos brancos são produzidos comercialmente por
compromete órgãos ou tecidos envolvidos com o
linhagens leves oriundas, principalmente, da raça
metabolismo
Leghorn. Ovos marrons são produzidos por galinhas
processo de calcificação (ITO, 2000).
de
nutrientes
essenciais
para
o
derivadas de raças de dupla propósito, incluindo Barred Plymouth Rock, Rhode Island Red, Rhode
Ambiência
Island White, Australorp, New Hampshire e outros
A interação animal-ambiente deve ser considerada
(SCOTT & SILVERSIDES, 2000). Essas aves são
quando se busca maior produtividade (OLIVEIRA et
utilizadas em sistemas caipiras criadas ao ar livre ou
al., 2014). Portanto, a temperatura ambiente e a
semi-confinadas com acesso direto ao pasto e com
umidade relativa do ar são fatores que devem ser
baixo nível de investimento tecnológico (ALMEIDA et
considerados, uma vez que o desequilíbrio destes
al.,
produz sérias alterações no sistema fisiológico das
2012).
Portanto,
a
coloração
é
uma
característica da raça, podendo variar do branco ao
aves,
comprometendo
o
seu
desempenho
e,
marrom, sendo determinada pela herança genética
consequentemente, reduzindo a produção de ovos
da ave (ALCÂNTARA, 2012).
(RIBEIRO, 2015). As aves são classificadas como homeotérmicas, ou
Sanidade
seja, capazes de regular sua temperatura corporal
As doenças que acometem as aves podem afetar
constante (aproximadamente 41ºC). Porém, isso
adversamente a produção e a qualidade dos ovos
acontece quando estão em um ambiente com
diretamente, por terem efeitos sobre o sistema
temperatura ideal, nos limites da zona termoneutra
reprodutivo, ou indiretamente, afetando a saúde da
(ZTN) (SOUZA, 2005). A ZTN de poedeiras adultas
ave (ROBERTS et al., 2011). Portanto, um bom
situa-se entre 15-18ºC a 22-25ºC e umidade relativa
programa
um
do ar de 50 a 70%, respectivamente (TINÔCO,
adequado plano de vacinação das aves, sendo a
2001). Essa zona pode ser definida como sendo uma
melhor forma de prevenção de doenças nos planteis.
faixa de temperatura ambiente na qual a taxa
É importante salientar também os cuidados com a
metabólica é mínima e a homeotermia é mantida
limpeza e desinfecção dos aviários a cada troca de
com menos gasto energético (CURTO et al., 2007;
lote (CARVALHO, 2013).
TEIXEIRA & ABREU, 2011; RIBEIRO, 2015).
A bronquite infecciosa é uma doença viral causada
Temperaturas elevadas podem afetar a ingestão de
por um coronavírus que ataca as membranas muco-
alimento pelas aves. Além de diminuir o consumo de
de
biosseguridade
passa
por
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8403
Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
de ração, as aves de postura tentarão superar o
de armazenamento, observaram que os valores
estresse por calor via ofegação (SANTOS et al.,
médios de UH decrescendo com a idade, em ambas
2012).
da
as condições de armazenamento. Segundo os
quantidade de dióxido de carbono no sangue, o que
autores, as aves com 35 semanas de idade
leva a alcalose respiratória. Como as cascas dos
apresentaram maior qualidade para os ovos em
ovos são constituídas por 94% de carbonato de
refrigeração (94,166), já as aves com 50 semanas de
cálcio
Esse
processo
níveis
idade apresentaram a menor qualidade de ovos, tanto armazenados em 8ºC (63,092) quanto em 25ºC
pH do sangue e uma subsequente diminuição nos
(85,882).
2+
esta
diminuição
sanguíneos de CO2, combinada com um aumento no íons Ca
(CaCO3),
causa
diminuição
nos
pode afetar a formação da casca, levando
a um aumento no número de ovos com casca finas
Armazenamento
(CHUKW UKA, 2011).
Temperatura, umidade e tempo As práticas de armazenamento de ovos têm um
É conhecido que a qualidade dos ovos (peso, peso
impacto significativo na sua qualidade, sendo que
específico e unidades Haugh) diminui quando as
condições inadequadas de armazenamento em
aves estão submetidas ao estresse térmico por calor
fazendas e mercados acarretam perda na qualidade
(AJAKAIYE et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2014).
do mesmo (FARIS et al., 2011).
BARBOSA FILHO et al. (2006) notaram que os ovos
armazenamento, a umidade do ovo é perdida
de poedeiras mantidas em temperatura ambiente
através da evaporação pelos poros da casca a uma
constante de 35°C apresentaram maior decréscimo
taxa que é influenciada pela temperatura do
no peso, menor valor da unidade Haugh, e a
ambiente (NADIA et al., 2012). Nesse período,
espessura
ocorre também a perda de dióxido de carbono
da
casca
também
diminuiu
acentuadamente.
Durante o
(HASSAN & AYLIN, 2009). Com isso, tanto a perda de umidade, quanto a diminuição do dióxido de
Idade da ave
carbono do ovo, provocam o aumento do pH do
Ovos provenientes de poedeiras mais velhas são
albúmen e da gema, diminui a porcentagem de
mais pesados e apresentam elevado percentual de
albúmen e, consequentemente, ocasiona a perda de
gema. Com o avanço da idade da ave, ocorre um
peso do mesmo (EKE et al., 2013).
declínio na produção, enquanto que as porcentagens de casca e albúmen diminuem (ROCHA et al., 2008).
Há uma maior perda de peso nos ovos armazenados
Sendo assim, os ovos de aves mais velhas podem
em
apresentar qualidade de casca inferior, interferindo
armazenados sob-refrigeração (SANTOS et al.,
diretamente na qualidade interna dos mesmos
2009). Isso ocorre, pois, a cutícula que obstrui os
(GARCIA et al., 2010).
poros
temperatura
da
casca
ambiente
de
ovos
do
que
aqueles
armazenados
em
temperatura ambiente seca rapidamente e começa a FIGUEIREDO et al. (2011) advertiram que com o
encolher, portanto, os poros aumentam de tamanho
aumento da idade o albúmen diminui, sendo que
rapidamente, facilitando a saída de dióxido de
passou de 64,7% em ovos de poedeiras novas para
carbono e umidade dos ovos (SANTOS et al., 2009).
62,2% em ovos de poedeiras velhas. CARVALHO et
A refrigeração dos ovos, no entanto, impede a
al. (2007) avaliaram a influência da idade de
secagem da cutícula, reduzindo a perda de dióxido
poedeiras comerciais com 29 e 60 semanas, sobre a
de carbono e de umidade (EKE et al., 2013). LOPES
qualidade
do
ovo
fresco
e
observaram
que
poedeiras jovens põem ovos menores e, que há o aumento do tamanho e redução da qualidade interna do ovo com o avançar da idade da ave.
et al. (2012) atestaram que a refrigeração pode prolongar o tempo de validade dos ovos em até 25 dias após a postura. Vários autores confirmam que o aumento do tempo de armazenamento diminui a qualidade interna e
MENEZES et al. (2012), estudando galinhas 35, 40,
externa dos ovos (GARCIA et al., 2010; FIGUEIREDO
45 e 50 semanas de idades e diferentes temperaturas 8404
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Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
et al., 2011; FREITAS et al., 2011; QUADROS et al.,
cão final. Em alguns casos, a refrigeração acontece
2011). Segundo ALCÂNTARA (2012), o tempo de
apenas nas casas dos consumidores. GIAMPIETRO-
estocagem tem um papel primordial na conservação
GANECO
dos ovos de mesa, pois, conforme é prolongado
armazenados
esse período, ocorrem reações físicas e químicas, e
superior, porém, ressaltam a eficácia em manter os
também multiplicação microbiana.
mesmos armazenados nos compartimentos internos,
et
al.
(2012)
refrigeração
afirmaram possuem
que
ovos
qualidade
pois podem sofrer oscilações com o abrir e fechar do Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura
refrigerador doméstico.
recomenda a comercialização dos ovos refrigerados (USDA,
2000).
Segundo
a
Food
and
Drug
Processamento de ovos
Administration, os ovos devem ser armazenados em uma temperatura igual ou abaixo de 40°F (4,4ºC)
Coleta
(FDA, 2016). No
Brasil não há
A frequência de coleta dos ovos, seja manual ou
obrigatoriedade para isso, apenas recomenda-se o
mecânica, deve ser estabelecida de forma a evitar
prazo de validade de trinta dias em local fresco.
acúmulo de ovos nos aparadores ou ninhos,
LEANDRO et al. (2005) afirma que 92% dos ovos
evitando contaminação, além de reduzir as quebras
comercializados “in natura” no mercado interno é
ou trincas dos ovos. Juntamente com a coleta deve-
desprovido de refrigeração. E segundo XAVIER et al.
se realizar uma pré-classificação, retirando os ovos
(2008), os
quebrados, trincados e bicados. A coleta de ovos
ovos
entanto, no
não
refrigerados
devem
ser
consumidos em até uma semana após a postura.
deverá ser feita pelo menos quatro vezes ao dia (MAZZUCO et al., 2006), concentrando-se na parte
Estudo realizado por PISSINATI et al. (2014), para
da manhã onde, 60 a 70% da postura são realizadas
avaliar os efeitos da temperatura e do tempo de
(SANTOS et al., 2009). Após esse processo devem
estocagem sobre a qualidade dos ovos, demonstrou
ser limpos, classificados e embalados para o
que o maior tempo de armazenamento e o
transporte.
acondicionamento
à
temperatura
ambiente,
ocasionaram alteração na qualidade, como redução
Lavagem
nos valores de unidade Haugh, diminuição da altura
A lavagem é considerada o mais efetivo e simples
de albúmen e aumento do pH do albúmen. ALLEONI
método para remover manchas e sujidades da
&
ovos
superfície da casca de ovos. Esse processo resulta
ambiente
melhor aparência para comercialização e influencia
apresentaram valores da Unidade Haugh e altura da
na aceitação do produto pelo consumidor (LACERDA
clara espessa inferiores, quando comparados aos
et al., 2016). Outra vantagem da lavagem é a
ovos estocados sob-refrigeração.
sanitização da casca, diminuindo a probabilidade de
ANTUNES
armazenados
(2001) em
observaram
que
temperatura
contaminação. Entretanto, esse processo pode Segundo CARVALHO et al. (2003), a refrigeração preserva a qualidade interna dos ovos, a qual seria bastante favorecida se o ovo do fosse armazenado na faixa de 0-4°C logo após a postura. Porém, esse procedimento
eleva
os
custos,
e
causar danos físicos ao ovo, pois retira-se a cutícula, fina película que envolve a casca, deixando os ovos mais expostos às trocas gasosas através dos poros (STRINGHINI et al., 2009).
alguns
supermercados armazenam os ovos próximos a
FAVIER et al. (2000) observaram por meio de
verduras e freezer, com objetivo de minimizar a
microscopia eletrônica que cascas de ovos limpas e
temperatura
desinfetadas sofreram alterações em sua estrutura,
deixando-a
pouco
abaixo
da
temperatura ambiente (FREITAS et al., 2011).
como rachaduras e fissuras, afinamento da casca e até remoção parcial ou total da cutícula. Portanto,
Por não ser obrigatória a refrigeração, a maioria dos
com uma alternativa para esses problemas, JIN et al.
ovos comerciais são acondicionados em temperatura
(2013) citam o uso de revestimentos para a sua
ambiente desde o momento da postura até a distribui-
preservação, incluindo polissacarídeos, proteínas e
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Artigo 486 - Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
lipídeos. Os revestimentos ou filmes comestíveis
destinados à comercialização "in natura" deverão
podem servir como substitutos a cutícula, retardando
passar pelo exame, preferencialmente, após a
a deterioração da característica interna dos ovos.
operação de lavagem (BRASIL, 1990).
PINTO & SILVA (2009), ressaltaram que a lavagem
A câmara de ovoscopia deverá ser escurecida, onde
industrial de ovos é prática aceitável, sob ponto de
os ovos são colocados diante de um foco de luz
vista higiênico-sanitário, desde que atendidos os
incidente em movimento de rotação, para perfeita
requisitos de temperatura e qualidade da água e, ser
visualização.
acompanhada
a
características mínimas para as diversas classes,
contaminação do produto. STRINGHINI et al. (2009)
qualidade e tipos estabelecidos, será considerado
de
cuidados
para
evitar
relatam também que os ovos lavados apresentam qualidade bacteriológica de casca melhor do que os ovos não lavados, embora o processo de lavagem realizado nas granjas de postura comercial não tenha sido capaz de eliminar completamente os coliformes fecais.
O
ovo
que
não
apresentar
as
impróprio para o consumo, sendo permitida a sua utilização apenas para industrialização (BRASIL, 1990). Classificação A classificação dos ovos é uma etapa importante na comercialização,
podendo
ser
realizada
manualmente ou eletronicamente com base na cor A lavagem de ovos é usada para reduzir a contaminação da casca de ovo em muitos países, como Estados Unidos, Austrália, Japão e União Europeia (ARAGON-ALEGRO et al., 2005). No Brasil, o Ministério da Agricultura Pecuária e Desenvolvimento (BRASIL, 1990), sugere como
da casca, qualidade e peso do ovo. A coloração da casca pode ser ordenada em dois grupos: ovos de coloração branca ou esbranquiçada ou ovos que apresentam casca avermelhada (BRASIL, 1965). As características de qualidade dos ovos se dividem em três níveis: A, B e C.
método de limpeza e sanitização a lavagem dos ovos, sendo recomendado o uso de sanitizantes de
Os ovos de classe A devem ter a casca limpa,
cloro em baixos níveis (50 ppm) ou compostos à
íntegra e sem deformação; câmara de ar fixa (4 mm
base de iodo, com temperaturas da água entre 35º a
de
45º C.
consistente
altura);
albúmen com
límpido,
as
chalazas
transparente intactas;
e
gema
translúcida, consistente, centralizada. Os de classe B CARVALHO et al. (2013), avaliando a extensão do
devem ter casca limpa, íntegra, ligeira deformação e
tempo de prateleira dos ovos submetidos aos
machas discretas; câmara de ar fixa (6 mm de
tratamentos de lavagem e não lavagem e cobertura
altura); albúmen límpido, transparente e consistente
com própolis, observaram que os ovos recobertos
com
permitiram uma menor perda de peso, menor
ligeiramente centralizada e deformada, contorno bem
redução da massa específica, menor perda da
definido (BRASIL, 1965).
as
chalazas
intactas;
gema
consistente,
unidade Haugh, e manutenção do tamanho câmara de ar, ao longo dos 56 dias de avaliação. MENDES
Para obter a classificação C, os ovos devem
et
apresentar
al.
(2012)
mostraram
que
ovos
lavados
a
casca
limpa,
íntegra,
permitindo
apresentaram pior qualidade interna quando não
defeitos de textura, contorno e manchas; câmara de
foram refrigerados e concluíram que, se os ovos
ar solta (10 mm de altura); albúmen ligeiramente
forem lavados, é preciso refrigerá-los.
turvo, relativamente consistente e com as chalazas intactas; gemas descentralizadas e deformadas, o
Ovoscopia
contorno definido. Admite-se uma tolerância de 5%
A ovoscopia é um procedimento que possibilita
de ovos da classe imediatamente inferior, para as
verificar a integridade do ovo, cujo objetivo é
classes A e B (BRASIL, 1965).
observar os aspectos da casca, da câmara de ar, da gema, do albúmen, sem quebrá-lo. No Brasil, os ovos 8406
Quanto ao peso, o ovo é classificado em quatro tipos:
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Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
extra (o peso mínimo unitário de 60 gramas ou 720
positivamente a qualidade interna dos ovos, em
gramas por dúzia), grande (peso mínimo unitário de
comparação com a embalagem aberta.
55 gramas ou 660 gramas por dúzia), médio (peso mínimo unitário de 50 gramas ou 600 gramas por
Transporte
dúzia)
O
e
pequeno
(peso
mínimo
unitário
de
transporte
dos
ovos
da
granja
até
a
45gramas ou 540 gramas por dúzia). Importante
comercialização deve ser realizado o mais rápido
ressaltar que há uma tolerância para os tipos extra,
possível, a fim de reduzir as perdas de qualidade.
grande e médio de até 10% de ovos do tipo
Além disso, na realização desta etapa, deve-se
imediatamente inferior (BRASIL, 1965).
considerar as condições das estradas, o treinamento do colaborador e os aspectos da manutenção e sanitários dos caminhões, tais como: limpeza,
Embalagem Após
desinfecção, climatização (SILVA et al., 2015).
serem
classificados,
os
ovos
são
acondicionados em bandejas ou estojos e colocados
Conforme o Manual Egg-Grading do Departamento
em caixas de papelão padronizadas e rotuladas
de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os
indicando o grupo, a classe e o tipo. As caixas
caminhões transportadores de ovos devem ser
depois de fechadas são etiquetadas de acordo com
refrigerados no verão e bem isolados em todas as
a data da embalagem, data da validade, tipo e cor
superfícies e portas para manter a qualidade durante
dos ovos. É proibido acondicionar em um mesmo
o tempo quente. A temperatura ambiente deve ser
envase, caixa ou volume ovos oriundos de espécies,
igual ou abaixo de 45°F (7,2°C) (USDA, 2000).
grupos, classes e tipos diferentes (BRASIL, 1965).
Entretanto, no Brasil não há regulamento que determine o microclima interno do caminhão, mesmo
A embalagem para alimentos tem papel fundamental
sendo considerado um país de clima quente,
no desenvolvimento de produtos. Além de conter,
inexistindo a obrigatoriedade de refrigeração de ovos
conservar
durante o transporte (SILVA et al., 2015).
e
proteger
o
alimento,
mantém
a
qualidade e segurança, atuando como barreira a contaminações químicas, físicas e microbiológicas,
O percurso da granja até o estabelecimento
garantindo
aos
comercial no verão pode agravar a perda de
consumidores (SOUSA et al., 2012). Nesse sentido,
umidade do ovo. CEDRO (2008) verificou que,
empresas têm investido na modernização de suas
durante o verão, ovos comerciais convencionais
embalagens, como forma de despertar o interesse
armazenados por 21 dias a 25ºC apresentaram
dos consumidores.
menor massa média e qualidade interna e externa
mais
segurança
e
qualidade
inferiores em relação aos coletados durante o XAVIER et al. (2008) notaram que a embalagem de
inverno. FERNANDES et al. (2015) observaram que
bandejas de ovos em filme plástico melhora a
há uma queda acentuada da qualidade dos ovos no
qualidade interna dos ovos, uma vez que mantém os
verão em relação ao inverno, quando os ovos
valores de unidade Haugh por um maior período de
avaliados no inverno foram classificados, de acordo
estocagem; sendo que os ovos embalados nos
com o manual norte americano (USDA, 2000), como
períodos 10 e 15 dias em temperatura ambiente,
tipo AA e no verão como tipo B.
apresentaram valores médios da unidade Haugh significativamente maiores (79,65 e 71,58) que os
Porém, existem outros eventos que podem inferir na
ovos não embalados (72,27 e 58,93).
manutenção da qualidade dos ovos por meio do transporte. Segundo BERARDINELLI et al. (2003),
Corroborando com o resultado anterior, CRUZ et al.
as vibrações em diferentes frequências podem
(2007) verificando a influência de embalagens de
causar um aumento na velocidade das reações
polpa de celulose em embalagem fechada e aberta,
químicas que envolvem a liquefação da estrutura do
sobre a qualidade interna de ovos para consumo,
albúmen espesso, consequentemente, afetando a
observaram que o uso do filme plástico influenciou
unidade Haugh (28%), onde os ovos podem apresen-
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8407
Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
tar cerca de 10 dias mais velhos em relação aos Unidade Haugh
ovos que não sofreram nenhum nível de vibração.
A unidade Haugh é o parâmetro mais usado para Parâmetros de avaliação da qualidade de ovos
expressar a qualidade interna do ovo. Consiste em
Peso do ovo e perda de peso
uma expressão matemática proposta por Haugh
O peso do ovo é de considerável importância para
(1937), que correlaciona o peso do ovo com a altura
avaliação da sua qualidade, todavia, pode variar de
do albúmen denso. Portanto, ele desenvolveu um
acordo com a idade da ave (OLIVEIRA & SANTOS,
fator de correção para o peso do ovo, que
2018). O peso é afetado pelo tempo de estocagem,
multiplicado pelo logaritmo da altura da clara
mesmo quando os ovos se encontram em ambientes
espessa, corrigida por 100, resultou na unidade
com temperatura e umidade controladas (MOURA et
Haugh (BRANT et al., 1951). Posteriormente, a
al., 2008). Durante o período de armazenamento, há
fórmula original foi modificada com o objetivo de
redução do peso do ovo devido à diminuição linear
torná-la mais simples e de cálculo mais rápido.
de água da clara pelos poros da casca (FREITAS et al., 2011). Vale ressaltar, que a velocidade dessa
O cálculo é feito a partir do peso do ovo quebrado
perda
elevadas
em superfície plana e da altura do albúmen,
temperaturas e reduzida por elevada umidade
utilizando a equação: UH = 100log (H + 7,57 – 1,7
relativa (OLIVEIRA, 2006).
W
de
peso
é
aumentada
em
0,37
) (PARDI, 1977), onde H é a altura do albúmen
(mm) e W é o peso do ovo (g). Assim, pode-se SINGH & PANDA (1990) avaliaram a perda de peso
concluir que quanto maior o valor da UH, melhor
em ovos armazenados a 5 ± 1ºC e a 32 ± 2ºC e
será a qualidade dos ovos, que são classificados em
confirmaram que a perda de peso (9,25 g) foi mais
ovos tipo AA – excelente qualidade (100 até 72), A –
acentuada em ovos armazenados em temperatura
alta qualidade (71 até 60), B – média qualidade (59
ambiente. RODRIGUES et al. (2018) notaram que os
até 30), C – baixa qualidade (29 até 0), de acordo
ovos
com o manual de classificação de ovos (USDA,
mantidos
em
temperatura
ambiente
apresentaram maior percentual médio de perda de
2000).
peso (12,22%) durante o período total estocagem, enquanto que os ovos refrigerados perderam em
Índice de gema
média (8,32%) durante o mesmo período, 35 dias.
O índice de gema também determina a qualidade
ALSOBAYEL et al. (2013) testaram três diferentes
interna do ovo. Esse índice diminui conforme
períodos de armazenamento (0, 7, 14 dias) sobre a
aumenta o tempo de armazenamento (SOUZA et al.,
perda de peso dos ovos e observaram 1,2% de
2013), pois as características físicas da gema sofrem
perda de peso após 7 dias armazenamento e até
algumas alterações durante esse período. Segundo
2,3% após 14 dias.
SARCINELLI et al. (2007), há o aumento do pH e as ligações entre as moléculas que compõem a
Altura do albúmen
membrana vitelínica que envolve a gema perde à
seletividade e a água se desloca do albúmen para a
porosidade da casca. Esse fenômeno ocorre pelo
gema, elevando o tamanho da membrana que já se
fato da casca ser permeável, onde há perda de água
encontrava fragilizada e assim, esticando-a.
O
albúmen
pode
sofrer
alterações
devido
do albúmen para o meio externo, resultando assim em menor participação do mesmo no peso dos ovos
O índice de gema é calculado pela relação entre o
estocados (FIGUEIREDO et al., 2011). Essas
diâmetro e a altura da gema (FUNK, 1973). Para
reações
mais
isso, pode se utilizar um paquímetro digital e um
rapidamente quando os ovos são estocados à
micrômetro tripé para mensuração, respectivamente.
temperatura ambiente (LANA et al., 2017). Nesse
Valores considerados normais vão de 0,3 a 0,5
sentido, a altura do albúmen apresenta seu maior
(SILVA, 2004). Valores abaixo disso, a gema se
valor logo após a postura e decresce durante o
encontra tão frágil que se torna difícil medi-la sem
tempo de armazenamento (ALADE et al., 2013).
rompimento (CARD & NESHEIM, 1968).
8408
químicas
do
albúmen,
ocorrem
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Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
pH albúmen e gema A
definição
do
um fator importante na valorização dos ovos no
potencial
hidrogeniônico
(pH)
mercado.
concede uma característica valiosa na análise do estado de conservação do ovo. Para CARVALHO et
A pigmentação é resultante da deposição de
al. (2007), a determinação do pH é o melhor
xantofilas (carotenoides), todavia, esses pigmentos
parâmetro de avaliação da qualidade interna de
não podem ser sintetizados pelos animais, devem
ovos. O pH normal do albúmen e da gema é próximo
ser obtidos a partir da dieta, tanto de fontes naturais
a 7,9 e 6,2, respectivamente (ALCÂNTARA, 2012).
como sintéticas (GARCIA et al., 2002). Contudo,
Porém, esses valores aumentam devido ao período
essa coloração também pode sofrer alteração em
longo
condições
função da temperatura de armazenamento. Segundo
inadequadas de temperatura e umidade (PIRES et
SANTOS et al. (2009), as gemas mantidas em
al., 2015). O processo de decomposição ocorre
temperatura ambiente apresentam menor índice de
através de hidrólise, oxidação ou até mesmo pela
coloração quando comparados aos ovos mantidos
fermentação, alterando a concentração de íons de
em
hidrogênio (IAL, 2008). LEANDRO et al. (2005)
estocagem.
de
armazenamento
em
refrigeração,
independente
do
período
de
notaram que o pH do albúmen de ovos de galinha variou de 8,04 a 9,48, e o pH da gema variando de
A cor da gema pode ser facilmente mensurada pelo
6,26 a 6,38.
leque colorimétrico, cujas matrizes de cores variam do amarelo claro ao vermelho alaranjado, expressa
A temperatura ambiente influencia diretamente no
em uma escala graduada de 1 a 15 (DSM
pH do albúmen e da gema. De acordo FEDDERN et
YolkFan™), porém, é considerado um método de
al. (2017), o pH do albúmen aumentou de uma
avaliação abstrata. Sendo assim, os colorímetros
semana para a outra e tende a aumentar
até a
podem apresentar dados mais precisos, pois operam
quarta semana (9,52), para os refrigerados o pH
no sistema CIELab (L* a* b*), onde o valor L* fornece
aumentou entre a primeira e a segunda, porém
a luminosidade, variando do branco (L=100) ao preto
manteve-se
do
(L=0), o a* caracteriza a coloração na região do
experimento (8,64); já os valores pH da gema sob
vermelho (+a*) ao verde (-a*) e o b* fornece a
refrigeração na sexta semana, foram o mesmo
coloração no intervalo do amarelo (+b*) ao azul (-b*)
encontrado na quarta semana sob temperatura
(HARDER, 2007). Entretanto, são aparelhos que
ambiente.
apresentam alto custo.
estável
até
a
nona
semana
O pH do ovo não é influenciado pela idade da ave
Espessura da casca
(SILVERSIDES & SCOTT, 2001). Por outro lado,
A casca é a embalagem natural do ovo, sendo uma
segundo SANTOS et al. (2011), o pH modifica de
matriz cálcica, porosa, separada da clara por uma
acordo com a linhagem da ave. Os autores
membrana. A membrana é formada por duas
observaram diferenças quanto ao pH no albúmen e
camadas: uma externa mais espessa denominada
na gema entre ovos da linhagem japonesa e
de “esponjosa”, próxima à casca; e outra interna
americana.
japonesa
mais fina conhecida como “mamilária” (LACERDA
apresentam pH mais elevado na clara (9,38 ± 0,01)
FILHO, 2014). Essa estrutura permitir a troca gasosa
e na gema (6,22 ± 0,01).
que pode favorecer perdas de dióxido de carbono
Os
ovos
da
linhagem
resultando em alterações de aspectos sensoriais do Coloração da gema
conteúdo do ovo (ORDÓNEZ, 2005).
A coloração da gema é a característica interna mais observada pelo consumidor, apesar de ser uma
A porcentagem de casca e a espessura da casca
medida subjetiva, que habitualmente estar ligada a
são os principais métodos de avaliação da qualidade
nutrição da ave. Essa pigmentação pode variar do
externa do ovo, principalmente no que se refere à
amarelo claro ao laranja avermelhado (OLIVEIRA et
presença
al., 2010). Entretanto, a pigmentação da mesma é
consideradas
de
trincas as
ou
portas
quebras, de
que
são
entrada
de
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8409
Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
de microrganismos patógenos e deterioradores
CASTRICINI et al. (2010), avaliando a influência de
(VASCONCELOS, 2018). Sabe-se que existem um
revestimentos
conjunto de fatores responsáveis pela qualidade da
formulações 1%, 3% e 5%, no amadurecimento de
casca:
mamões inteiros (Carica papaya L.) durante 14 dias
a
genética;
a
idade;
a
alimentação
de
fécula
armazenamento,
de
mandioca
observaram
com
juntamente com o balanço adequado de nutrientes
de
que
os
da ração; a sanidade e o manejo e as condições
revestimentos 3% e 5% reduziram a perda de massa
ambientais das aves (GHERARDI & VIEIRA, 2018).
mantendo a coloração verde. TAVARES et al. (2018) testaram também uma cobertura comestível à base
A espessura da casca é obtida através de um
de ocarboximetilquitosana e óleo essencial de
método direto e consiste num parâmetro de extrema
orégano (Origanum vulgare), e notaram que a perda
importância, uma vez que se relaciona diretamente
de massa dos frutos ocorreu com mais intensidade
com a resistência da mesma, facultando uma valiosa
nas
informação sobre a probabilidade de quebra e danos
naquelas armazenadas à temperatura ambiente,
físicos ao produto (PIRES et al., 2015). A prática
devido, provavelmente, à perda de água decorrente
mais comum para determinar a espessura é através
das taxas de transpiração, que é menor nas frutas
do paquímetro, a partir de três pontos distintos na
revestidas.
goiabas
sem
revestimento,
especialmente
região equatorial da casca. Existem vários estudos com diferentes métodos de Revestimentos
cobertura em frutas com resultados benéficos. Dessa
Os filmes e revestimentos dispõem-se em diferentes
maneira, pode-se assegurar que os filmes e
formas. O filme é uma fina película formada
revestimentos limitam a troca gasosa e a perda de
separadamente do alimento e o revestimento ou
peso do produto, sendo uma técnica promissora na
cobertura é uma suspensão ou emulsão aplicada
manutenção dos ovos (CARVALHO et al., 2013).
diretamente sobre a superfície do alimento, que
Visto que, a redução da qualidade interna do ovo
após a secagem forma uma fina película sobre o
está associada principalmente à perda de água e de
produto (HENRIQUE et al., 2016). Tanto os filmes
dióxido de carbono, que é proporcional à remoção da
quanto os revestimentos, desempenham um papel
cutícula
importante
temperatura ambiente (SILVA et al., 2015).
na
conservação,
distribuição
e
após
a
lavagem
e
a
elevação
da
comercialização (MONTEIRO, 2017), sendo que, suas principais funções são a proteção do produto
Dentre as possíveis barreiras, o óleo tem se
em
mostrado
relação
a
danos
mecânicos,
físicos
e
eficiente
na
conservação
dos
ovos
(PISSINATI et al., 2014). RYU et al. (2011)
microbiológicos (FALGUERA et al., 2011).
observaram que o óleo mineral e as seis fontes de As coberturas vêm sendo amplamente utilizadas na
óleo vegetal estudadas (canola, milho, uva, oliva,
preservação da qualidade de frutas e hortaliças,
soja e girassol) aplicadas superficialmente em ovos
formando uma película envolvente sobre a casca
de galinha ofereceram uma proteção contra a
dos produtos (OLIVEIRA et al., 2011). Esses
transferência de umidade e, possivelmente, do CO 2
produtos
através da casca, minimizando a perda de peso dos
perdem
suas
características
físico-
químicas e sensoriais em poucos dias após a coleta,
ovos.
principalmente quando mantidas em condições ambientais (MOREIRA et al., 2017). Revestimentos comestíveis podem ser usados para inibir a perda da umidade, oxigênio, dióxido de carbono, aromas e lipídeos, e introduzir aditivos como antioxidantes e antimicrobianos,
melhorando
assim
as
características intrínsecas e a integridade mecânica dos vegetais recobertos (BOTREL et al., 2010).
8410
Nesse
contexto,
a
aplicação
de
filmes
biodegradáveis, também conhecidos como biofilmes, representa importante tecnologia para revestimento e preservação da qualidade interna de ovos.
Os
biofilmes são preparados a partir de polímeros naturais, tais como, proteínas (gelatina, caseína, ovoalbumina, glúten de trigo, zeína e proteínas miofibrilares), os polissacarídeos (amido e seus deri-
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Artigo 486 – Manejo, processamento e tecnologia de ovos para consumo
vados, pectina, celulose e seus derivados, alginato e
mam que biofilmes à base de polissacarídeos, como
carragena) e os lipídios (monoglicerídeos acetilados,
a pectina, são boas barreiras a gases (O 2 e CO2),
ácido esteárico, ceras e ésteres de ácido graxo) ou a
podendo retardar o desenvolvimento fisiológico de
combinação dos mesmos (CUQ et al., 1995).
vegetais.
Alguns
trabalhos
têm
avaliado
o
efeito
de
recobrimentos biodegradáveis na qualidade de ovos como proteína do leite, proteína de soja, entre outros (ALLEONI & ANTUNES, 2004; ALMEIDA et al., 2016;
XU
et
al.,
2017).
Entretanto,
tais
recobrimentos apresentam alto custo e envolvem materiais ou técnicas de difícil acesso. Os filmes elaborados a partir de polissacarídeos possuem propriedades
mecânicas,
ópticas
e
sensoriais
favoráveis, podendo ser uma alternativa viável para
Nesse sentido, OLIVEIRA et al. (2012),
avaliando a coloração de tomates (Lycopersicon esculentum
Mill)
revestidos
com
diferentes
concentrações (2, 5 e 8 %) de pectina durante o armazenamento à temperatura ambiente (22,07 ± 5 °C), concluíram que quanto maior a concentração de pectina adicionada para constituição do revestimento maior é a eficiência do biofilme para retardar o escurecimento e o aparecimento das colorações vermelha
e
amarela
e,
consequentemente,
o
amadurecimento do vegetal.
aumentar o tempo de prateleira dos ovos, devido ao
Embora já se tenha comprovado a eficiência de
baixo
revestimentos à base de pectina em alimentos,
custo,
praticidade
e
acessibilidade
(FAKHOURI et al., 2007).
estudos com a utilização dessa matéria-prima ainda são escassos. O uso da mesma na manutenção de
Revestimento à base de pectina
ovos para consumo ainda não foi testado. Desta
A pectina é um polímero natural com capacidade de
forma, trabalhos precisam ser desenvolvidos, a fim
formar filme. São polissacarídeos aniônicos solúveis
de testar seu efeito sobre a qualidade interna e
em água encontrados na parede celular primária de
externa de ovos para consumo.
várias espécies de vegetais (VORAGEN et al., 2009).
Entres
as
diversas
fontes
comerciais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
existentes, destacam-se frutas cítricas e o bagaço seco da maçã (OLIVEIRA et al., 2002). A aplicação
O ovo possui vários componentes benéficos à saúde
mais conhecida desta matéria-prima é como agente
humana. Contudo, é perecível e começa a perder
espessante e gelificante na produção de diversos
qualidade logo após a postura devido alguns fatores
alimentos como geleias, sucos de frutas e produtos
diretos e indiretos, como: genética, condições
lácteos (CANTERI et al., 2012).
sanitárias, ambiência, idade da ave, manejo, tempo e temperatura
de
armazenamento.
Técnicas
de
De acordo com MOALEMIYAN et al. (2011), a
conservação devem ser adotadas em todas as
aplicação do revestimento à base de pectina em
etapas de produção a fim de manter seu potencial
mangas foi eficaz na redução das alterações
nutritivo, para que chegue com segurança à mesa do
fisiológicas como, cor, textura, perda de peso,
consumidor. Para isso, os ovos devem ser mantidos
evolução de CO2 e produção de ácido. MENEZES &
sob refrigeração da granja até as gôndolas dos
ATHMASELVI (2016) verificando também o efeito da
supermercados, processo que requer a criação de
cobertura a base de pectina sobre o fruto de sapota
exigências legais e investimentos por parte das
em temperatura ambiente (30ºC), constatou que o
empresas. Nesse contexto, o revestimento da casca
prazo de validade dos frutos revestidos se estendeu
dos ovos com biofilmes pode ser uma alternativa na
em
manutenção da qualidade interna dos ovos, mesmo
11
dias,
retardando
as
mudanças
nos
parâmetros físico-químicos como perda de peso, pH, acidez
total,
ácido
ascórbico,
firmeza
e
em temperatura ambiente.
cor;
enquanto que os não revestidos o estado comestível foi até ao 5º dia.
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Terapia de vaca seca: Utilização e perspectivas
Revista Eletrônica
Vol. 16, Nº 02, mar/abr. de 2019 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
Mastite, controle, terapia antimicrobiana intramamária, vaca seca, alternativa.
Hilton do Carmo Diniz Neto¹* Mayara Campos Lombardi² ³ Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira 4 Sandra Gesteira Coelho ¹Mestrando em Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG.
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
*E-mail: hiltondinizneto@gmail.com. ² Mestranda em Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG. 3 Profa. Titular, Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Escola de Veterinária da UFMG. 4 Profa. Titular, Departamento de Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG.
RESUMO A mastite é uma doença multifatorial de alta incidência em rebanhos leiteiros, portanto um dos maiores desafios à atividade leiteira. Programas de
DRY COW THERAPY: USE AND PROSPECTS ABSTRACT Mastitis is a multifactorial disease with high incidence
controle e prevenção de mastite são praticados em diversos países, e visam adotar medidas para
in dairy herds, thus one of the greatest challenges to
reduzir o risco e os casos da doença. O manejo das
programs are practiced in several countries, and aim
vacas no período seco é um ponto crítico de controle. A interrupção da lactação favorece o
to adopt measures to reduce the risk and cases of
tratamento e aumenta as chances de cura de infecções intramamárias preexistentes. Contudo, o
critical control point. Discontinuation of lactation
período seco é de alto risco para a instalação de novas infecções. A terapia antimicrobiana
pre-existing intramammary infections. However, the
intramamária de vacas secas tornou-se importante
infections. Intramammary antimicrobial therapy of dry
no tratamento de infecções preexistentes e prevenção a novas infecções. No entanto, há
cows has become important in the treatment of pre-
preocupação mundial crescente quanto à restrição ao uso de antimicrobianos em animais de produção,
However, there is growing concern worldwide about
advinda de seu uso indiscriminado. É necessário estudar alternativas para o controle da mastite em
production animals, due to their indiscriminate use. It
vacas secas. Estratégias de identificação de animais
mastitis in dry cows. Strategies to identify sick and
doentes e sadios a fim de selecionar animais específicos para receberem o tratamento são
healthy animals to select specific animals to receive
importantes. Esta revisão reúne conceitos e aplicação de métodos convencionais e alternativos
concepts
para terapia de vaca seca e averigua os resultados obtidos até o momento em relação às perspectivas
ascertains the results obtained so far in relation to
de seu uso.
Keyword:
mastite, controle, terapia antimicrobiana intramamária, vaca seca, alternativa.
antimicrobial therapy, dry cow, alternative.
Palavras-chave:
8419
dairy
activity.
Mastitis
control
and
prevention
the disease. Cow management in the dry season is a favors treatment and increases the chance of cure of dry period is at high risk for the installation of new
existing infections and prevention of new infections. the restriction to the use of antimicrobials in is necessary to study alternatives for the control of
treatment are important. This review brings together and
application
of
conventional
and
alternative methods for dry cow therapy and the perspectives of its use. mastitis,
control,
intramammary
Artigo 487 – Terapia de vaca seca: utilização e perspectivas
INTRODUÇÃO
nativos de prevenção das infecções durante o
Nos últimos anos, a implementação rigorosa dos
período seco (Huxley et al., 2002). Além dos
planos de controle de mastite nos rebanhos leiteiros
selantes como alternativa à redução do uso de AMB,
tem provocado mudança na incidência e etiologia da
em muitos países tem sido proposto o emprego da
mastite bovina (Bradley, 2002). Inicialmente, os
terapia de vaca seca seletiva (TVSS), que se baseia
programas de controle de mastite tinham como
na utilização de AIM no tratamento de vaca seca
fundamento a redução da CCS do leite por meio do
apenas em algumas vacas ou quartos, baseando-se
controle dos patógenos contagiosos causadores de
em diferentes critérios, como cultura microbiológica,
mastite (Neave et al., 1969). Para isso, um dos
realização
principais pontos abordados no programa foi a
avaliação da contagem de células somáticas (CCS),
implementação da terapia de vaca seca (TVS),
ou mesmo combinação desses fatores.
de
California
Mastitis
Test
(CMT),
utilizando-se antibioticoterapia intramamária (AIM) em todos os quartos mamários antes da secagem
Objetiva-se com esse trabalho realizar uma revisão
(Berry et al., 2004).
sobre a aplicação da terapia de vaca seca e seus efeitos na saúde da glândula mamária e descrever
A utilização da TVS tem como objetivo tratar as
os produtos e ferramentas comumente utilizadas
infecções intramamárias (IIM) adquiridas ao longo da
para redução da utilização de antimicrobianos nesta
lactação e prevenir a ocorrência de novas IIM
categoria animal.
(Bradley & Green, 2001), devido ao maior risco de aquisição da mesma durante o período inicial e final
REVISÃO DE LITERATURA
dessa fase. Além disso, a terapia de vaca seca tem
Fisiologia da glândula mamária no período seco
se mostrado eficiente na redução da ocorrência de
O período seco compreende o intervalo entre duas
mastite clínica no início da lactação (Bradley &
lactações, e é fundamental para a reorganização do
Green, 2000).
tecido da glândula mamária e preparação para o próximo ciclo produtivo. A duração do período seco
Dessa forma, a TVS se consolidou como um dos
varia entre as fazendas, mas de forma geral gira em
pontos chave nos programas de controle da mastite
torno de 45 a 60 dias (Kok et al., 2017). Esse
em vários países. A TVS é uma importante
período é fundamental para não comprometer a
ferramenta, especialmente nos rebanhos de países
produção de leite na próxima lactação. Kok et al.
em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda há
(2017) observaram comprometimento da produção
alta prevalência de agentes contagiosos como
de leite de -2,0 kg, -1,0 kg, e -0,6 kg, nas vacas que
Streptococcus agalactiae, já erradicado em rebanhos
tiveram duração do período seco de 0-2 semanas
americanos e europeus, e Staphylococcus aureus.
(ausente); 3-5 semanas (curto) e 9-12 semanas (longo),
Durante muitos anos, a administração de AIM com
respectivamente,
em
comparação
aos
animais com duração de 6-8 semanas.
antimicrobiano (AMB) de longa ação na secagem foi importante na redução da incidência global de novas
Após a secagem dos animais, a glândula mamária
IIM no rebanho. Contudo, há uma crescente
passa por inúmeras alterações fisiológicas, muitas
preocupação
de
das quais vão provocar rápidas modificações na
antibióticos na pecuária leiteira principalmente em
morfologia e na função do tecido mamário. Esse
relação ao risco de resíduo de antibióticos nos
período pode ser dividido nas fases de involução
produtos de origem animal e resistência bacteriana
ativa, involução constante e colostrogênese.
com
o
uso
indiscriminado
(Bratlie, 1972; Chantziaras et al., 2014). Isso levou à busca de uma abordagem alternativa para controle
A involução ativa inicia-se com a interrupção da
das infecções nesse período.
ordenha, tem-se um acúmulo de leite na glândula mamária com consequente distensão do tecido
Dessa forma, os selantes internos e externos
secretor. Ambos os fatores são responsáveis em
passaram a ser alvo de estudo, como métodos alter-
promover a involução da glândula mamária por
8420
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8419-8427, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
Artigo 487 – Terapia de vaca seca: utilização e perspectivas
meio de mecanismos tais como: feedback químico local, presença de fatores inibitórios nas secreções e pressão mecânica nas células, que levam à perda da função secretora. Além disso, há uma diminuição significativa da síntese dos constituintes do leite como a caseína, a lactose e gordura, e aumento nas concentrações de lactoferrina (Sordilho et al., 1988), imunoglobulinas (McDonald
&
(Eberhart, Anderson,
1986),
1981)
leucócitos
cloreto,
sódio,
bicarbonato e albumina sérica. Posteriormente, ainda nessa fase há formação do tampão de queratina, que impede a entrada de patógenos na glândula mamária (Comalli et al., 1984). Os ácidos graxos presentes na queratina são responsáveis por inibir o crescimento bacteriano (Hogan et al., 1988). A duração deste período pode variar de 15 a 20 dias.
Dentre as três fases da fisiologia da glândula mamária no período seco, a colostrogênese é o período em que a glândula mamária é mais susceptível à infecção. Essa maior susceptibilidade se
deve
à
própria
produção
do
colostro
e
consequente diluição dos fatores de proteção, perda do tampão de queratina (Oldham et al., 1991), redução da função leucocitária (Sordillo & Nickerson et al., 1987) e redução da concentração de AMB na glândula a valores inferiores à concentração inibitória mínima (CIM) das vacas que passaram pela TVS, além
de
fatores
associados
às
modificações
fisiológicas e hormonais que a vaca enfrenta neste período. Terapia de vaca seca (TVS) A utilização de AMB para o tratamento da mastite
Após essa fase tem-se a involução constante, em
iniciou-se
que as alterações na glândula mamária cessam e
desenvolvimento de formulações de bases a serem
por
volta
de
1950
e
levou
ao
não há secreção ativa de nenhum produto. A
usadas no período seco (Bramley et al., 1984). A
duração deste período depende da duração do
terapia de vaca seca consiste na utilização de AIM
período seco total.
de longa ação no momento da secagem do animal. Esta prática tem como finalidade eliminar as IIM
Por fim, tem-se a colostrogênese, representada pelo
adquiridas durante a lactação e evitar a ocorrência
início do acúmulo e síntese de substâncias para
de novas infecções durante o período seco (Bradley
formação do colostro. O úbere começa a aumentar
& Green, 2001).
seu volume e o revestimento torna-se ativo. Nessa fase ocorre a eliminação do tampão de queratina
A utilização de AIM durante o período seco
formado na fase inicial do período seco. Este período
apresenta vantagens em relação à utilização durante
dura cerca de duas semanas.
a lactação. No período seco, o AMB não é eliminado mecanicamente, pois se cessa a ordenha, dessa
Susceptibilidade às infecções intramamárias (IIM)
forma ele será mantido por mais tempo na glândula,
Os eventos fisiológicos que ocorrem nas diferentes
o que permite maior tempo de ação. Outra vantagem
fases do período seco afetam a suscetibilidade da
significativa é a possibilidade de usar formulações de
glândula mamária à infecção. Na fase de involução
alta concentração e liberação lenta do princípio ativo,
ativa, a susceptibilidade dos animais à IIM está
facilitadas pelo fato de o animal não estar no período
relacionada à cessação da ordenha dos animais e
produtivo, e com isso, eliminar a necessidade do
consequente acúmulo de leite na glândula, possível
período de carência, no qual seria realizado o
atraso na formação do tampão de queratina
descarte do leite.
(Dingwell et al., 2003) e cessação da realização dos procedimentos de ordenha, como pré e pós-dipping.
Assim, a alta concentração de AMB na glândula mamária
inicialmente
resulta
em
uma
rápida
Durante a involução constante, a glândula mamária
eliminação dos patógenos existentes, seguida por
apresenta baixo risco de IIM, devido à baixa
um período prolongado de liberação do fármaco, que
atividade secretória, e ausência de secreção láctea,
auxilia na prevenção de novas infecções (Green et
além da presença de fatores protetores, como
al., 2002).
lisozimas, lactoferrina, peróxidos e imunoglobulinas.
Porém, os benefícios da utilização da TVS não se
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Artigo 487 – Terapia de vaca seca: utilização e perspectivas
restringem apenas ao período seco do animal. A TVS tem importante papel na prevenção da mastite no início da lactação. Estudos demonstraram que a ocorrência de infecção no período seco aumenta o risco de ocorrência de mastite nos 100 primeiros dias de lactação (Green et al., 2002). Os dados de literatura evidenciam o quão importante é a realização desse procedimento nos programas de controle de mastite nas propriedades (Eberhart & Buckalew, 1977). Uso de antimicrobianos na terapia de vaca seca O uso de AIM apresenta a vantagem de atingir altas concentrações na glândula mamária quando se considera a utilização de terapia sistêmica. Porém, apresenta algumas desvantagens como o risco de dano ao canal do teto e inoculação de patógenos durante a realização do procedimento. A eficácia da utilização de AIM na terapia de vaca seca está bem fundamentada na literatura científica. O uso da AIM reduz a incidência de patógenos na glândula, bem como a ocorrência de mastite clínica durante o período seco e diminui os riscos de mastite clínica no início da lactação. Em relação ao uso de diferentes bases farmacológicas adotadas na TVS, estudo conduzido por Bradley et al. (2010) avaliou a utilização de cefalônio anidro para este fim. O cefalônio anidro foi altamente eficaz no tratamento de IIM existentes, com taxas de cura superiores a 90% para todos os patógenos Streptococcus uberis, Escherichia coli, Streptococcus dysgalactiae, Staphylococcus aureus, Staphylococcus não aureus e Corynebacterium spp., encontrados no estudo. Parkinson et al. (2000) avaliaram o uso de cefalônio anidro, cloxacilina e cloxacilina com ampicilina na TVS em 493 vacas, de seis rebanhos, distribuídas nos grupos 1 (n = 166), 2 (n = 163) e 3 (n = 164), respectivamente. Não houve diferença entre os tratamentos para ocorrência de mastite clinica no período seco, incidência de mastite clínica pós-parto até 10 dias de lactação, nem no número de animais pós-parto com CCS acima de 400.000 cels/mL, entre 7 e 35 dias pós-parto. Bradley et al. (2011) avaliaram o uso de diferentes bases farmacológicas na TVS em 449 vacas, 8422
distribuídas em três grupos. Os animais do grupo 1 (n=146) receberam AIM de amplo espectro, cloridrato de cefquinoma, apenas, grupo 2 (n=154) antibiótico de curto espectro, cloxacilina apenas, e grupo 3 (n=149) cloxacilina mais selante subnitrato de bismuto. Os animais do grupo 1 apresentaram menor probabilidade de desenvolver um caso de mastite clínica nos primeiros 100 dias de lactação comparado ao grupo 2, enquanto no grupo 3 essa diferença não foi encontrada. A utilização dos três tratamentos foi eficaz no tratamento de infecções por Escherichia coli, Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus uberis, Staphylococcus aureus, Staphylococcus não aureus e Corynebacterium spp. Pinedo et al. (2012) avaliaram a utilização de dois diferentes AIM na TVS. Foram usadas 402 vacas, distribuídas em dois grupos de tratamentos. No grupo 1 receberam AIM base de penicilina e o grupo 2 de cloridrato de ceftiofur. Os pesquisadores encontraram menor incidência de mastite clínica e menor CCS durante os primeiros 30 e 60 dias após o parto no grupo 2. Diante desses resultados, a escolha da formulação intramamária a ser utilizada na TVS nas fazendas deve ser realizada criteriosamente, e considerar principalmente o perfil de IIM dos animais no rebanho. Utilização de selantes internos na terapia de vaca seca A prevalência de infecções na glândula mamária por patógenos ambientais é maior no período seco que na lactação, principalmente no início e no final do mesmo (Bradley & Green, 2004). Esta susceptibilidade está relacionada, dentre outros fatores, a falhas na formação do tampão de queratina e a sua perda no final período seco. Acrescido a esse problema, nos últimos anos, há uma pressão em todo o mundo para redução do uso de AMB na produção animal, principalmente quando usado de forma preventiva, ou seja, em vacas sadias (Ruegg, 2012). Isso tem levado ao desenvolvimento de medidas preventivas alternativas na TVS. Dessa forma, a utilização de selante de teto isoladamente ou combinado à AIM de vacas secas passou a ser alvo de pesquisas em todo o mundo (Woolford et al., 1998; Berry & Hillerton, 2002; Laven & Lawrence, 2008).
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Artigo 487 – Terapia de vaca seca: utilização e perspectivas
Os selantes são compostos por material inerte,
ada ao selante interno subnitrato de bismuto
insolúvel
(n=749). A associação de selante interno com
no
antimicrobiana.
leite Tem
e
não
como
apresentam princípio
ação
básico
a
cloxacilina foi eficiente em reduzir a CCS nos
formação de uma barreira física na glândula
primeiros 60 dias pós-parto, além de reduzir as
mamária, comportando-se como um tampão de
chances na ocorrência de mastite subclínica neste
queratina, que impede a entrada de bactérias
período. Os autores ressaltam que os resultados
causadoras de mastite (Berry & Hillerton, 2002).
encontrados se devem à correta infusão das formulações na glândula mamária, de acordo com os
Berry & Hillerton (2002) avaliaram a utilização de
critérios de higiene e antissepsia, além dos efeitos
selante interno isoladamente na TVS em unidades
do uso da AIM associada ao selante interno. Não foi
produtoras de leite orgânico. Para isso, foram
encontrado efeito significativo da associação das
utilizadas 401 vacas distribuídas em dois grupos. No
formulações na incidência de mastite clínica pós-
grupo 1, os animais receberam somente selante
parto. Resultados semelhantes foram encontrados
interno subnitrato de bismuto e no grupo 2 não foi
por Runciman et al. (2010) e Godden et al. (2003) ao
utilizada nenhuma formulação. Os animais do grupo
usarem as mesmas formulações.
1 apresentaram menor incidência de mastite clínica durante o período seco e nos 100 primeiros dias de
Terapia de vaca seca seletiva
lactação. Em ambos os grupos não houve cura
A TVSS é uma alternativa, baseada no uso racional
espontânea das infecções pré-parto. O grupo 2
de antibióticos na produção animal. Esta prática tem
apresentou menor ocorrência de infecções na
como objetivo identificar e realizar o tratamento de
glândula mamária após o parto.
vacas com quartos mamários infectados ou animais em que o risco de IIM é alto no período seco.
Associação de selante e antimicrobiano
Diversas abordagens para realização da TVSS foram
Em trabalho de meta-análise realizado por Rabiee &
investigadas,
Lean (2013), os pesquisadores encontraram redução
cultura microbiológica (Cameron et al., 2014; Patel et
do risco de ocorrência de mastite clínica pós-parto
al., 2017), realização de California Mastitis Test
em 48% ao usar selante interno associado à AIM,
(CMT) (Poutrel & Rainard, 1981) e CCS individual
fato que evidencia sua aplicabilidade quando usado
(Scherpenzeel et al., 2014).
como
diagnósticos
baseados
em
associado a um antimicrobiano. A escolha do tratamento na TVS utilizando-se como Bradley et al. (2010) avaliaram 457 vacas com
critério dados de cultura microbiológica na pré-
elevada CCS distribuídas em dois grupos de
secagem foi estudada por Cameron et al. (2014 e
tratamento, 1 e 2, foi utilizado cefalônio anidro
2015). Neste estudo foram usadas 1584 vacas,
isoladamente e cefalônio anidro associado ao
distribuídas em três grupos. O grupo 1 foi tratado
selante interno a base de subnitrato de bismuto,
com
respectivamente. Não houve diferença entre os
subnitrato de bismuto independente do status da
grupos na incidência de IIM durante o período seco.
glândula
Os animais do grupo 2 apresentaram menor
realizadas culturas microbiológicas na pré-secagem
probabilidade de ocorrência de um caso clínico no
utilizando-se Petrifilme. Os animais considerados
período seco e nos 100 primeiros dias de lactação
negativos no exame microbiológico foram tratados
em relação ao grupo 1. Os dados encontrados nesse
apenas com selante interno enquanto os animais
trabalho corroboram outras pesquisas (Godden et
positivos foram tratados com a mesma associação
al., 2003; Berry & Hillerton, 2007).
utilizada no grupo 1, e constituiu os grupos 2 e 3,
cloridrato
de
mamária.
ceftiofur Nos
e
outros
selante animais
interno foram
respectivamente. Não houve diferença entre os Golder et al. (2016) realizaram um trabalho com dois grupos de vacas. No grupo 1 usaram AIM à base de cloxacilina benzatina na terapia de vaca secas (n=739) e no 2 a mesma formulação, porém associ-
tratamentos em produção de leite e CCS nos primeiros 180 dias de lactação, taxa de cura microbiológica, risco de mastite clínica nos primeiros 120 dias de lactação e taxa de novas IIM. Os achados
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8419-8427, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
8423
Artigo 487 – Terapia de vaca seca: utilização e perspectivas
indicam possível redução do uso de AIM em animais
em alto ou baixo risco de IIM. Os animais
negativos na cultura microbiológica no pré-parto.
considerados de baixo risco foram definidos de acordo com os seguintes critérios: CCS ≤ 200.000
O uso de cultura microbiológica como critério para
células/mL nos
escolha do tratamento adotado na terapia de vaca
ocorrência de apenas um caso de mastite clínica na
seca é considerado método “padrão ouro”, porém
lactação, duração do período seco menor que cem
apresenta algumas desvantagens, como custo e
dias e os animais não poderiam ter sido tratados
mão de obra para realização do teste. Diante disso,
com antibióticos 30 dias antes da secagem. Os
tornam-se necessárias outras metodologias, de
animais que não atendiam a esses critérios foram
baixo custo e de fácil aplicação na fazenda, para
considerados
estabelecimento de critérios a serem praticados na
classificadas como de alto risco receberam AMB
escolha dos animais para TVS.
intramamário, cefapirina, e selante interno subnitrato
últimos três
como
de
alto
testes
risco.
realizados,
As
vacas
de bismuto na secagem. Os animais de baixo risco Diante desse desafio, Scherpenzeel et al. (2014) conduziram um experimento para avaliar a utilização da CCS individual na pré-secagem como critério de seleção do tratamento para TVS. Foram usados 1657 animais que apresentaram baixa CCS na análise
pré-secagem
(primíparas
<
150.000
células/mL e multíparas < 250.000 células/mL).
foram distribuídos em dois grupos. Um grupo foi tratado apenas com selante e o segundo com a associação de selante e AMB. Foram realizadas análises microbiológicas de uma parcela dos animais na pré-secagem para verificar a predição do logaritmo. Confirmou-se uma boa predição para determinação dos grupos de alto e baixo risco.
Cada animal recebeu dois tratamentos. Os quartos laterais de um mesmo animal foram tratados com
Neste trabalho não foram encontradas diferenças (p
AIM a base de benzilpenicilina de potássio, procaína
> 0,05) entre os animais dos grupos para taxa de
benzilpenicilina e sulfato de neomicina e os outros
cura microbiológica, produção de leite, ocorrência de
quartos não receberam nenhum tipo de tratamento,
novas infecções e risco de mastite clínica até 30 dias
que
controle
pós-parto. Não houve ocorrência de episódios
apresentou maior ocorrência de casos de mastite
clínicos de mastite durante o período seco dos
clínica até 100 dias pós-parto, maior risco de
animais nos tratamentos. Ao considerar esses
ocorrência de mastite clínica nesse período e maior
fatores para a escolha do tratamento para TVS,
CCS entre 0 e 14 dias pós-parto. A utilização da
ressaltou-se a diminuição no uso de antibióticos em
CCS como critério para realização TVS deve ser
aproximadamente 60% quando vacas de baixo risco
avaliada criteriosamente no manejo das fazendas. O
não foram tratadas. Dessa forma, o uso de
uso de selantes, nesse caso, pode ser uma
ferramentas
alternativa para prevenir a ocorrência de novas
apresentam alto risco de IIM das de baixo risco pode
infecções e redução do risco de desenvolver casos
ser uma alternativa para redução do uso de AMB.
consistiu
no
controle.
O
grupo
capazes
de
distinguir
vacas
que
clínicos após o parto (Sanford et al., 2006). Para melhores resultados deve-se implantar critérios A identificação de animais ou quartos mamários que
de seleção ótimos, de fácil aplicação à rotina da
apresentam maior risco de IIM e consequentemente
fazenda, capazes de selecionar os animais que
menor possibilidade de cura na TVS tem sido objeto
realmente precisam passar pela TVS, evitando-se
de pesquisas nos últimos anos, como forma de
problemas na próxima lactação (Scherpenzeel et al.,
reduzir a utilização de AMB nesse procedimento.
2016).
Para predizer esse risco, alguns critérios como dados de CCS e histórico de mastite clínica na
Procedimento
lactação podem ser usados (Bradley et al., 2010).
intramamário e selante interno
de
infusão
de
antibiótico
A realização correta da infusão de medicamento Vasquez et al. (2018) avaliaram dados de 688 vacas
e/ou selante interno na glândula mamária é
e criam um logaritmo para classificar os animais em
fundamental para prevenir a ocorrência de conta-
8424
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8419-8427, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
Artigo 487- Terapia de vaca seca: utilização e perspectivas
minação e consequente aumento no número de
Para tanto, deve haver controle zootécnico que
novas infecções em decorrência da aplicação
permita a qualquer pessoa que eventualmente esteja
(Golder et al., 2016).
responsável pelo setor ter acesso aos dados reprodutivos e de manejo geral da fazenda e de cada
Para tanto, é necessário seguir um protocolo de
animal, com o objetivo de tornar o serviço prático e
aplicação.
evitar eventuais problemas com resíduos.
Recomenda-se
descartáveis
e
máxima
o
uso
de
luvas
higienização
para
realização dos procedimentos. Deve-se iniciar com
CONSIDERAÇÕES FINAIS
o pós-dipping, a fim de eliminar microrganismos
A terapia de vaca seca com antibioticoterapia
presentes na ponta do teto que podem ser levados
intramamária é fundamental dentro do programa de
ao interior da glândula pela inserção da cânula do
controle de mastite nos rebanhos, uma vez que
produto. É importante aguardar 30 segundos para
elimina
permitir ação do antisséptico. Em seguida, realiza-
durante a lactação e evita a ocorrência de novas
se a secagem dos tetos com papel toalha
infecções durante o período seco.
as
infecções
intramamárias
adquiridas
descartável. A limpeza da ponta do teto com algodão embebido em álcool 70º deve ser feita
O
após
os
antibioticoterapia mostra-se eficiente em reduzir o
microrganismos remanescentes na ponta do teto,
número de novas infecções na glândula mamária e a
principalmente
ocorrência
a
secagem, nas
a
fim
áreas
de de
eliminar
rugosidades
e
uso
de
de
selante
mastite
interno
no
associado
pós-parto,
à
portanto
irregularidade da pele. Insere-se então a cânula
evidencia sua possível aplicabilidade como rotina
para aplicação do medicamento intramamário /ou
nas fazendas.
selante interno. Dar preferência a produtos que contenham cânula curta, e com isso reduzir o risco
Com o aumento da pressão mundial em reduzir o
de lesionar o canal do teto. Após a aplicação,
uso de antimicrobianos na produção animal, torna-se
realizar massagem no sentido da glândula em caso
necessário estabelecer programas intensivos de
de AMB. Não realizar esse procedimento após a
controle de mastite dentro das propriedades, a fim de
utilização de selante, visto que sua funcionalidade
reduzir os impactos de seu uso indiscriminado. A
é somente no canal do teto.
terapia de vaca seca seletiva tem se mostrado como aliada nesse combate. No entanto, é fundamental
Prevenção
da
ocorrência
de
resíduo
de
antimicrobiano no leite
desenvolver critérios ótimos, de fácil aplicação e execução nas fazendas para selecionar os animais
Para prevenir a ocorrência de resíduos de AMB
que realmente devem passar pela terapia de vaca
decorrente TVS no leite após o parto, deve-se
seca, evitando-se assim, possíveis problemas na
atentar
lactação.
para
alguns
pontos
importantes.
A
formulação do medicamento de escolha tem que ser conhecida, principalmente em relação ao tempo de
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de
resíduos.
Praticada
em
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8427
Qualidade microbiológica e físicoquímica do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga – GO Revista Eletrônica Amostras, coliformes, higiene.
1*
Kalita Lorrany Andrade de Abreu 2 Paulo Ricardo de Sá da Costa Leite 3 Emiliane dos Santos Belo 4 Valéria Bonifácia Marra da Silva 5 Jhonatham Pereira Furtado
Vol. 16, Nº 02, mar/abr. de 2019 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br
1
Discente do curso bacharelado em zootecnia, Instituto Federal GoianoCampus Ceres, IF Goiano, e-mail: kalitalorrany@hotmail.com 2 Professor Dr. Instituto Federal Goiano-Campus Ceres, IF Goiano. 3 M. Sc. Técnica e bióloga do laboratório de microbiologia do Instituto Federal Goiano-Campus Ceres, IF Goiano. 4 Zootecnista, Instituto Federal Goiano-Campus Ceres, IF Goiano. 5 Analista de Sistemas, Universidade Estadual de Goiás, UEG.
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
RESUMO
MICROBIOLOGICAL AND PHYSICAL-CHEMICAL
Objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica e
QUALITY
físico química do leite cru de produtores rurais do
COOPERATIVE OF ITAPURANGA - GO
município de Itapuranga-Goiás. Foram coletadas
ABSTRACT
amostras de 12 propriedades (seis de ordenha
cru.
The objective was to evaluate the microbiological and physical chemical quality of raw milk from rural producers in the municipality of Itapuranga-Goiás. Samples were collected from 12 properties (six manual milking and six mechanical milking) with three replicates per property, totaling 36 samples. The samples were transported to the microbiology laboratory for the procedure of total coliforms, thermotolerant and mesophilic bacteria. The evaluation of moisture, Dornic acidity and lactic acid were performed at the Instrumental Laboratory of the Goiano Campus Ceres Federal Institute. The results were expressed in the most probable number (MPN), for bacteria of the coliform group and in colony forming unit (CFU) for the bacterial count of mesophilic bacteria. There was no effect of the types of milking for the results of moisture and mineral matter. However, the effect of the milking type on the temperature results was observed. There was an effect of the milking type on the results of Dornic acid and lactic acid. Samples of total bacterial count (CBT) and most probable number (MPN) presented high values. Milk types interfered in the physicalchemical results of raw milk.
Palavras-chave: amostras, coliformes, higiene.
Keyword: samples, coliforms, hygiene.
manual e seis de ordenha mecânica) com três repetições por propriedade, totalizando assim 36 amostras. As amostras foram transportadas para o laboratório de microbiologia para procedimento de análises
coliformes
totais,
termotolerantes
e
bactérias mesófilas. A avaliação de umidade, acidez Dornic
e
ácido
láctico
foram
realizadas
no
Laboratório Instrumental do IF Goiano Campus Ceres. Os resultados foram expressos em número mais provável (NMP), para bactérias do grupo coliformes e em unidade formadora de colônias (UFC) para a contagem bacteriana de bactérias mesófilas. Não houve efeito dos tipos de ordenha para os resultados de umidade e matéria mineral. No entanto, foi observado efeito do tipo de ordenha sobre os resultados de temperatura. Houve efeito do tipo de ordenha sobre os resultados de acides Dornic e ácido láctico. As amostras de contagem bacteriana total
(CBT)
e
número
mais
provável
(NMP)
apresentaram valores elevados. Os tipos de ordenha interferiram nos resultados físico-químicos do leite
8428
OF
RAW
MILK
FROM
THE
Artigo 488 – Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga - GO
INTRODUÇÃO
maior rendimento assim como maior tempo de
O leite é rico em proteínas, carboidratos, lipídios,
prateleira.
vitaminas e sais minerais, com teor de 87,6% água, 12,4% de sólidos totais, 4,52% de lactose, 3,61% de
Para manter a qualidade do leite cru é importante a
gordura e 3,28% de proteína, no entanto, é
conservação em uma temperatura de 4ºC, em até
altamente perecível, pois constitui um produto
duas horas após o término da ordenha, pois, a taxa
favorável ao crescimento microbiano (NORO, et al.,
de
2006).
diretamente relacionada com a temperatura e o
multiplicação
dos
microrganismos
está
tempo de armazenamento (TRONCO, 2013). Os fatores que mais afetam a contaminação e que favorecem o crescimento dos microrganismos no
Por outro lado, a composição físico-química do leite
leite cru são: a saúde da glândula mamária, o tempo
varia de acordo com a raça, alimentação, estágio de
e a temperatura de resfriamento, a higienização dos
lactação, idade, temperatura ambiental, estação do
equipamentos de ordenha como teteiras da ordenha
ano, fatores fisiológicos (gestação, ciclo estral, etc),
mecânica e o ambiente em que os animais ficam
patológicos,
alojados (GUERREIRO, et al., 2005).
porção da ordenha e intervalo entre ordenhas
mastite,
persistência
de
lactação,
(SILVA JUNIOR, et al., 2010). A má qualidade do leite cru está relacionada a fatores como deficiências no manejo e higiene da
Objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica e
ordenha, tanto manual quanto mecânica, altos
físico-químico do leite cru, relacionado às práticas de
índices de mastite nos animais, manutenção e
ordenha mecânica e ordenha manual da região de
desinfecção
Itapuranga-GO.
inadequadas
dos
equipamentos,
refrigeração ineficiente ou inexistente e mão de obra desqualificada.
MATERIAL E MÉTODOS
Dependendo da manipulação a que o leite é submetido, as características físicas, químicas e biológicas podem facilmente sofrer alterações pela ação de microrganismos (MALDANER, 2011). Os microrganismos que modificam a qualidade do leite cru são os aeróbios mesófilos, constituindo um importante grupo, que inclui a maioria das bactérias acidificadas sendo, as responsáveis pela produção de ácido lático do leite, como por exemplo, os patógenos. Outro grupo importante os coliformes totais, são capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em 24 a 48 horas, a 35ºC. Já o grupo de coliformes termotolerantes, porém, restringem aos membros capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em 24 horas a 44,5 - 45, 5ºC (CARDOSO, et al., 2001).
Para a realização da pesquisa foram analisadas 36 amostras de leite cru, sendo coletados de 12 propriedades rurais, onde seis eram de ordenha manual, e seis de ordenha mecânica, tendo três repetições por produtor, obtidas de propriedades rurais do município de Itapuranga-GO, onde esse leite
era
direcionado
para
a
cooperativa
de
Itapuranga-GO, a coleta teve início no dia 23 de março de 2017 a 16 de junho de 2017. O leite foi coletado em condições assépticas, procedendo-se os cuidados com o recipiente de coleta, desinfecção das mãos com álcool 70%, utilização
de
luvas,
e
cuidados
para
evitar
contaminações externas. A coleta foi realizada no momento que o produtor chegava com o leite no tanque de resfriamento na propriedade de um dos produtores, pois o tanque era coletivo, o leite era
Segundo Netto et al. (2009), a contagem bacteriana total (CBT) demonstra a qualidade microbiológica do produto, será de grande importância para a indústria láctea, já que produtos com baixas CBT apresentam
acondicionado em latões de 50 L. Antes da coleta foi realizada a aferição da temperatura com auxílio de termômetro digital tipo espeto, a aferição era realizada com o leite ainda dentro do latão de 50 L.
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8429
Artigo 488 – Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga - GO
Foram coletados cerca de 200 mL de leite, em
de cinzas, partiu-se de cadinhos com amostras de
frascos de vidro estéreis, os quais foram vedados e
umidade determinadas, sendo levados para forno
acondicionados em caixa isotérmica com bolsas de
tipo mufla a 650°C durante 5 horas. Os cadinhos
gelo e levadas imediatamente para os Laboratório de
foram resfriados em dessecador de vidro e o peso
Microbiologia e Instrumental do IF Goiano - Campus
determinado em balança analítica.
Ceres,
para
realização,
respectivamente,
das A análise de acidez titulável foi realizada de acordo
análises microbiológicas e físico-químicas.
com a metodologia de Castanheira (2010). Para a Na análise microbiológica, foi realizada a pesquisa
análise acidez titulável foi realizado a transferência
de coliformes totais e termotolerantes e quantificação
de 10 mL da amostra para um erlenmeyer de 125
de bactérias totais, seguindo a metodologia de
mL, e em seguida adicionou-se 2 gotas da solução
(SILVA, et al., 2017). Para a determinação de
fenolftaleína a 1% (m/v). Em seguida, levou-se a
coliformes, realizou-se uma série de cinco diluições
amostra de leite cru com a solução de fenolftaleína a
do leite cru em solução salina peptonada 0,1%. Para
1% (m/v) para a titulação com a solução hidróxido de
o teste presuntivo, cada nível de diluição foi
sódio a 0,1 mol/L, até apresentar uma coloração
inoculado em tubos contendo meio de cultura tipo
rósea
caldo lauryl sulfato de sódio e incubados durante 48
segundos.
persistente
por
aproximadamente
30
horas a uma temperatura de 35ºC. Os tubos que apresentaram
crescimento microbiano
no
teste
presuntivo seguiram para o teste confirmativo. Para isso,
alíquotas
dos
tubos
com
crescimento
microbiano foram retiradas e inoculadas em tubos contendo
caldo
EC
durante
24
horas
numa
temperatura de 44,5 – 45,5ºC, e verde brilhante 2%
Os
resultados
de
umidade,
cinzas,
acidez
e
temperatura foram submetidos à análise de variância e teste T de Student a 5%, com auxílio o software Assistat (SILVA e AZEVEDO, 2016). Os resultados da análise microbiológica foram analisados de forma descritiva.
de lactose, mantidos durante 24 - 48 horas numa temperatura de 35 - 37ºC. Foi determinado o número mais provável (NMP) de coliformes termotolerantes e totais por meio da combinação de tubos positivos para crescimento microbiano e análise em tabela.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Não houve efeito dos tipos de ordenha para os resultados de umidade e matéria mineral. No entanto, foi observado efeito do tipo de ordenha
Para
contagem
dos
microrganismos
aeróbios
mesófilos, inocularam-se alíquotas de 100 microlitros em placas contendo ágar padrão para contagem (PCA) da quarta e quinta diluições que foram estriadas no PAC com auxílio da alça de Drigalsky.
sobre os resultados de temperatura (Tabela 1). Tabela 1: Médias da temperatura, umidade e matéria mineral do leite cru coletados de doze produtores rurais na cidade de Itapuranga-Goiás
As placas invertidas foram incubadas em BOD, a 3537°C, durante 48 horas. Posteriormente, a contagem bacteriana total (CBT) foi realizada em contador de colônias digital. Para
realização
Tratamentos Ordenha
das
análises
físico-químicas,
(umidade e cinzas), seguiu-se a metodologia de Zenebon (2008). Para isso, foram utilizados cadinhos de porcelana secos em estufa a 105°C durante duas
manual Ordenha mecânica CV%
Temperatura
Umidade
(ºC)
(%)
35,70
Matéria Mineral (%)
a
13,90
a
0,67
b
14,15
b
0,67
25,19
31,52
13,74
21,11
horas e com peso determinado em balança analítica com precisão de 0,1 mg. Adicionou-se 2 mL da amostra de leite aos cadinhos e levou-se à estufa a
Letras diferentes na coluna diferem entre si. CV%=Coeficiente de variação. Fonte: Elaborada pelo autor.
105° por 24 horas, em triplicata. Para determinação 8430
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8428-8435, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
Artigo 488- Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga - GO
Os resultados de umidade do leite cru produzido nas
sendo o limite máximo, 18ºD e ácido lático de 0,14 a
propriedades rurais de Itapuranga-GO, variaram de
0,18% (BRASIL IN 62, 2011).
13,90% na ordenha manual e na ordenha mecânica 14,15%, já os valores de matéria mineral os
Tabela 2: Resultados das análises de acidez Dornic
resultados foram iguais de 0,67% na ordenha
e ácido Lático efetuada nas amostras de leite cru,
manual quanto na ordenha mecânica (Tabela 1), o
proveniente do município de Itapuranga-GO, 2017
que está de acordo com a literatura, Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura, Pecuária
Tratamentos
Acidez Dornic
Ácido Lático %
g m/v
m/v
e Abastecimento, (BRASIL, 2011). Ordenha manual De acordo com os resultados, observa-se que a
Ordenha
média das temperaturas do leite proveniente de
mecânica
ordenha mecânica foi menor que a ordenha manual,
CV %
18,31
a
1,83
a
18,94
b
1,89
b
14,99
14,99
pois em algumas propriedades que utilizavam o sistema de ordenha mecânica o leite era direcionado diretamente para o tanque de abastecimento cuja
Letras diferentes na coluna diferem entre si. CV%=Coeficiente de variação. Fonte: Elaborada pelo autor.
temperatura deve está a 4ºC (BRASIL, 2002). Cavalcante (2011) citou que a acidez natural é Outro ponto que pode ser destacado é que a maior
compreendida entre 13 a 17ºD, que é considerado
temperatura do leite proveniente da ordenha manual
leite ácido quando apresenta acidez titulável acima
pode ter sido em função da demora do produtor em
de 18ºD e normal quando estiver entre 14 a 18ºD.
levar o leite para o tanque de resfriamento. É indicado que após o término da ordenha, o leite
Segundo Silva (2008) e Brasil (2011), o teste de
poderá ficar contido no latão apenas por duas horas
acidez Dornic é utilizado para verificar o quanto está
de acordo com a Instrução Normativa 62 (BRASIL,
a acidez, quantificando-se o grau de acidez. É citado
2011).
que o leite em estado normal de composição e conservação deve possuir a acidez entre 15 a 18º
O leite quando coletado de ordenha mecânica e
graus Dornic, que equivale a um pH entre 6,6 a 6,9.
refrigerado diretamente a uma temperatura de 4ºC, apresenta
qualidade
microbiana
satisfatória
(MENEZES, et al., 2014; TEIXEIRA, et al., 2018). Assim, o leite armazenado em temperatura de 4ºC ocorre a inibição ou a redução da multiplicação dos microrganismos da maioria das bactérias com isso diminuição da multiplicação e a atividade das enzimas degradativas do leite. De
acordo
com
microrganismos
Almeida
mesófilos
et se
al,
(2016),
multiplicam
os em
menor taxa de crescimento em temperaturas de 0ºC 7ºC,
ou
seja,
a
resultado
pode
ter
ocorrido
devido
à
temperatura de transporte e a demora para levar o leite para o tanque de resfriamento, propiciando assim maior multiplicação de bactérias, ocorrendo degradação da lactose com maior produção de ácido lático. Para Freitas et al. (2013), a qualidade físicoquímica do leite está relacionada com a composição
temperaturas ótimas entre 25ºC a 40ºC, e uma a
Esse
refrigeração
diminui
a
contaminação.
do leite, a raça do animal o tempo que leva para o resfriamento e a frequência de ordenha. No gráfico 1, pode-se observar os resultados do número mais provável (NMP) de coliformes totais e termotolerantes. Todas as amostras representadas de 1 a 6 de ordenha manual apresentaram
Houve efeito do tipo de ordenha sobre os resultados de acidez Dornic e ácido láctico (Tabela 2). Tanto na ordenha manual quanto na ordenha mecânica, as amostras apresentaram valores acima do permitido,
contagens que variaram de 14,2 NMP/mL a 1100 NMP/mL para coliformes totais, e para coliformes termotolerantes 8,73 NMP/mL a 448 NMP/mL. (Anexo 1). Nas propriedades de ordenha mecânica, representadas pela sequência de 7 a 12, os resultados
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8431
Artigo 488 – Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga - GO
variaram entre 14 NMP/mL a 107 NMP/mL para
Com relação aos resultados de contagem bacteriana
coliformes totais e coliformes termotolerantes 2
total (CBT) (Gráfico 2) nos diferentes intervalos de
NMP/mL a 374 NMP/mL. (BRASIL, IN 62, 2011) não
coleta, apresentaram índices de UFC/mL acima do
estabelece padrões para coliformes em amostras de
limite representado pela Dias (2014), sendo 10 mil
leite
UFC/mL. Na análise de CBT da ordenha manual e
cru
refrigerado,
somente
para
leite
ordenha mecânica os valores de CBT variaram de
pasteurizado.
11,67 UFC/mL a 1023,33 UFC/mL para a ordenha Gráfico 1. Número mais provável (NMP) de
manual. Os valores para a ordenham mecânica
coliformes totais e termotolerantes do leite cru,
variaram de 32,33 UFC/mL a 1118 UFC/mL.
coletado de doze propriedades rurais, sendo seis de ordenha manual e seis de ordenha mecânica,
Gráfico 2. Resultados das médias de unidades
localizadas no município de Itapuranga-GO
formadoras de colônias (UFC), para as diluições 10 e 10
4
5
Fonte: Elaborada pelo autor.
Em outro estudo, Maciel et al. (2008) também verificaram contaminação por coliformes totais e 3
termotolerantes, tendo variação de 1,5x10 a 2,4x10 3
5
4
e 1,5x10 a 9,3x10 NMP/mL, respectivamente em amostras de leite cru coletadas no município de Itapetinga-BA. Martins et al. (2013) verificaram valores mais elevados nas propriedades de ordenha mecânica tendo presença de coliformes totais em 2
todas as amostras, variando assim de 4,3x10 a 3
-1
4,6x10
NMP/mL , e nas análises de coliformes
termotolerantes, apresentaram valores entre 9,3x10 a 1,1x10
4
Fonte: Elaborada pelo autor.
2
-1
NMP/mL . Nesse mesmo estudo, as
De acordo com Dias (2014) a CBT reflete a contaminação por microrganismos do leite, sendo que resulta nas condições de higiene na obtenção e nas
condições
de
estocagem
desse
leite
e
armazenamento, o autor cita ainda que o leite cru em condições normais pode apresentar em torno de 10.000 UFC/mL. De acordo com os limites exigidos pela Instrução Normativa nº. 62, os valores de CBT, 5
variam de 1 x 10 UFC/mL, ou seja 100.000 UFC/ mL, como indicativo de leite de qualidade.
propriedades com ordenha manual apresentaram coliformes totais apenas em duas amostras, tendo valores de 9,2x10
1
3
-1
Na realização da coleta do leite nas propriedades foi
a 4,6x10 NMP/mL , já para
possível notar alguns fatores que podem levar a
coliformes termotolerantes apresentaram valores de
presença de microrganismos no leite, tais como:
3
2
-1
2,3x10 a 4,3x10 NMP/mL com isso os valores de
presença de animais no curral como cachorros,
mesófilos e psicrotróficos estavam de acordo dentro
aves, suínos e gatos, falta de higienização nos
dos padrões exigidos pela legislação. Para os
latões, baldes e ordenha, demora ao levar o leite
valores de coliformes devido aos índices elevados
para
podem indicar deficiência nas práticas de higiene na
partículas de resíduo animal e mastite por falta de
ordenha.
higienização no teto na hora da ordenha.
8432
o
tanque
de
refrigeração,
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8428-8435, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
presença
de
Artigo 488 – Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga - GO
Do ponto de vista técnico, para se ter boa qualidade no leite cru é necessário a obtenção do leite de vacas sadias, em condições higiênicas adequadas, e
Nº51, de 18 de Setembro de 2002. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, pp. Seção 1, p. 13.
medidas
BRASIL. (30 de dez. de 2011). Instrução Normativa
fundamentais e primárias para garantir a qualidade
N° 62, de 29 de dezembro de 2011. Diário Oficial
do leite.
[da] República Federativa do Brasil, pp. Seção 1,
o
seu
resfriamento
a
4ºC;
são
as
p. 1-24. O manejo inadequado, a falta de higiene durante a
CALDEIRA,
L.
A.,
ROCHA
JÚNIOR,
V.
R.,
ordenha, equipamentos e utensílio, ou falta de
FONSECA, C. M., MELO, L. M., CRUZ, A. M., &
manutenção nos equipamentos podem contribuir
OLIVEIRA,
para diminuição da qualidade do leite cru, formando
Caracterização do Leite Comercializado em
assim o desenvolvimento de microrganismos no seu
Janaúba-MG. Alimentos Nutrição, 21(2), 191-195.
produto final.
L.
L.
(abr./jun.
de
2010).
CARDOSO, A. L., TESSARI, E. N., CASTRO, A. G., KANASHIRO, A. M., & GAMA, N. M. (jan./jun. de
Para se ter uma boa qualidade do leite cru, o
2001). Pesquisa de coliformes totais e coliformes
produtor deve ter conhecimentos básico de higiene,
fecais
conhecer bem o trabalho na linha de ordenha, tendo paciência com o rebanho, sem causar estresse nas vacas leiteiras. É necessário que conheça sobre o comportamento dos animais, e técnicas de ordenha, esses são pontos chave para a implantação de boas práticas de manejo na ordenha.
analisados
em
ovos
comerciais
no
laboratório de patologia avícola de Descalvado. Arquivo Instituto Biológico, 68(1), 19-22. CASTANHEIRA, A. C. (2010). Manual Básico de controle de qualidade de leite e derivados (1 ed.). São Paulo: Cap. Laboratório e comercio LTDA. CAVALCANTE, V. R. (2011). Avaliação físicoquímica e microbiológica de leite cru recebido em
CONCLUSÃO
tanques comunitários. Dissertação (Mestrado em
As amostras de contagem bacteriana total (CBT) e
Ciência
número mais provável (NMP) termotolerante e totais,
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
apresentaram valores elevados. Os tipos de ordenha
DIAS,
J.
e A.
Tecnologia (2014).
de
Qualidade
Alimentos)
-
físico-química,
interferiram nos resultados físico-químicos do leite
higiênico-sanitária e composicional do leite cru:
cru.
indicadores e aplicações práticas da Instrução Normativa
É necessária a adoção de práticas como pré-dip e o
62.
EMBRAPA,
Porto
Velho,
Rondônia.
pós-dip, cuidados com a saúde do animal, prevenção
FREITAS, W. C., TRAVASSOS, A. E., & MACIEL, J.
de mastite, cuidados com a nutrição do animal para
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Artigo 488 – Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru proveniente da cooperativa de Itapuranga - GO
ANEXO 1 Anexo 1: Resultados das análises de coliformes termotolerantes e totais do leite cru, 2017 Produtor Coliformes Totais 35°C (NMP / mL) Produtor Coliformes Termotolerantes 44,5-45,5°C (NMP / mL) 1
421
1
375,53
2
1100
2
375,33
3
1100
3
371
4
17,33
4
78
5
104,87
5
448
6
14
6
8,77
7
80,87
7
8,87
8
14
8
2
9
18,73
9
14,33
10
57
10
2
11
15,33
11
14,67
12
107
12
374
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8428-8435, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
8435
Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão frango de corte, ácidos graxos, alimento funcional, qualidade de carne, performance.
Revista Eletrônica 1*
Vol. 16, Nº 02, mar/abr. de 2019 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.
Kátia M. Cardinal 2 Lucas de M. Vilella 3 Andréa M.L.Ribeiro 1*
Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Zootecnia – Universidade * Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: katia.zootecnia@hotmail.com. 2 Mestrando no Programa de Pós Graduação em Zootecnia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 3 Professora Doutora do Programa de Pós Graduação em Zootecnia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
RESUMO O ácido linoleico conjugado (CLA) tem sido objeto de
ENRICHMENT OF CHICKEN MEAT WITH
estudo devido a evidências de seus benefícios à
ABSTRACT
saúde de diversas espécies, pois é considerado
Conjugated linoleic acid (CLA) has been the object of
potencializador da mineralização óssea, modulação
study due to evidences of its benefits to the health of
do sistema imune, atuando na redução do risco de
several species. It is considered to be a potentiator
falha cardiovascular e de alguns tipos de câncer.
of bone mineralization, modulation of the immune
Dentre as diversas moléculas que possuem esta
system, acting to reduce the risk of cardiovascular
característica, os isômeros cis-9, trans-11 e trans-10,
failure and some types of cancer. Among the several
cis-12 destacam-se. O CLA tem sido citado por
molecules that have this characteristic, the cis-9,
diminuir a concentração de gordura corporal em
trans-11
várias espécies, inclusive em frangos de corte.
highlighted. CLA has been cited for decreasing the
Foram propostos vários mecanismos para explicar a
body fat concentration in different species, including
influência do CLA, especialmente o isômero trans-
in broilers. Several mechanisms have been proposed
10, cis-12, na redução e modificação no conteúdo de
to explain the influence of CLA, especially the trans-
lipídios na carcaça. Essa capacidade do CLA de
10, cis-12 isomer, on the reduction and modification
alterar o metabolismo lipídico é de especial interesse
of lipid content in the carcass. This ability of the CLA
do ponto de vista zootécnico, seja pela redução da
to alter the lipid metabolism is of special interest from
gordura na carne, seja pela produção de carne com
the zootechnical point of view, either by the reduction
componentes
of fat in the meat, by the production of meat with
específicos,
benéficos
à
saúde,
CONJUGATED LINOLEIC ACID: REVIEW
and
trans-10,
cis-12
isomers
are
considerando que a composição lipídica da dieta
specific
pode afetar o perfil de ácidos graxos depositados.
considering that the lipid composition of the diet may
Diante dessas considerações, esta revisão tem como
affect the deposited fatty acid profile. In view of these
enfoque os benefícios do CLA para a saúde humana
considerations, this review focuses on the benefits of
como alimento funcional, bem como sua utilização
CLA to human health as a functional food, as well as
na dieta de frangos de corte para enriquecimento da
its use in the diet of broiler chickens for meat
carne.
enrichment.
Palavras-chave: frango de corte, ácidos graxos,
Keyword: broiler, fatty acid, functional food, meat
alimento funcional, qualidade de carne, performance.
quality, performance.
8436
or
beneficial
components
to
health,
Artigo 489- Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão
INTRODUÇÃO
mais, revolução industrial, revolução tecnológica e
É amplamente conhecido o fato de que a dieta tem
mudanças
impacto significante na saúde humana, e nutrientes
possível afirmar que o consumo de alimentos no
específicos podem influenciar a progressão de
Brasil encontra-se entre as duas últimas fases: parte
determinados tipos de câncer. Consequentemente, a
da população urbana está na fase de apresentar
busca
mudanças
por
ingredientes
com
propriedades
comportamentais
(Popkin,
comportamentais,
que
1993).
É
compreende
nutracêuticas são foco da indústria de produtos
consumir menor quantidade de gorduras, reduzir a
alimentares e agrícola. O ácido linoleico conjugado
relação n-6:n-3, aumentar a ingestão de carboidratos
(CLA) é conhecido por ser um ácido graxo
complexos, frutas e verduras, visando melhor
nutracêutico com impacto em diferentes doenças
qualidade
crônicas, como aterosclerose, obesidade, redução
população está na fase da revolução tecnológica,
da densidade óssea, diabetes e também em câncer
com o aumento do consumo de gorduras, alta
(Tontonoz & Spiegelman, 2008; Yuan et al., 2015).
relação n-6:n-3 a partir da ingestão excessiva de
de
vida,
enquanto
outra
parte
da
alimentos ricos em ácidos graxos da família n-6 e O CLA consiste em uma mistura de isômeros
baixa ingestão de ácidos graxos da família n-3 ,
geométricos e posicionais do ácido linoleico. Dentre
ingestão de alimentos processados e de açúcares
os diversos isômeros com essas características,
refinados
destacam-se os cis-9, trans-11 and trans-10, cis-12
considerados hábitos alimentares inadequados e
em virtude de suas propriedades biológicas (Wallace
estão relacionados à ocorrência de sobrepeso,
et al., 2007; Kennedy et al., 2010). Esse ácido graxo
obesidade e doenças crônicas, como a hipertensão,
é produzido pela biohidrogenação ruminal do ácido
doenças
linoleico e é encontrado naturalmente em produtos
cânceres e dislipidemias (Fernandes et al., 2011).
de
animais
ruminantes,
como
carne,
leite
(Pedraza,
2004).
cardiovasculares,
Estes
últimos
diabetes
são
mellitus,
e
manteiga. Os animais não ruminantes não são
Na década de 80, o Japão lançou uma nova
considerados fontes de CLA, porém os isômeros
concepção de alimentos, através de um programa do
podem
quando
governo que tinha como objetivo desenvolver
fornecidos na dieta (Halle et al., 2012; Cardinal et al.,
“alimentos funcionais”, ou seja, alimentos saudáveis
2017). Produzir carne de frango enriquecida com
para uma população que envelhecia e apresentava
CLA
uma grande expectativa de vida (Anjo, 2004). Esta
ser
incorporados
pode
ser
uma
nos
forma
tecidos
prover
alimentos uma
inovação passou a ser uma realidade mundial e são
oportunidade para a indústria avícola. Porém, devido
inúmeros os fatores que têm contribuído para o
aos
saudáveis
para
resultados
performance
dos
o
consumo
contraditórios animais
e
humano
e
em
relação
a
desenvolvimento de alimentos funcionais, entre eles
dos
efeitos
da
o aumento da consciência dos consumidores,
suplementação do CLA no perfil de ácidos graxos, é
classificados
necessário uma análise mais aprofundada da
comportamentais”,
bibliografia disponível, explanando os resultados
qualidade
obtidos por diversos autores e a capacidade do CLA
alimentares saudáveis (Moraes & Colla, 2006).
de
na
fase que
suas
de
desejando
vidas
optam
“mudanças melhorar por
a
hábitos
ser um alimento funcional. Um alimento pode ser considerado funcional se for ALIMENTAÇÃO E ALIMENTOS FUNCIONAIS
demonstrado que este pode afetar de forma positiva
A sociedade moderna tem se tornado cada vez mais
uma ou mais funções alvo no corpo, de maneira que
complexa. Conforme a população humana evolui,
seja relevante tanto para o bem-estar e a saúde
ocorrem mudanças nos padrões alimentares das
quanto para a redução do risco de doenças
pessoas. Estas modificações sofrem um processo
(Roberfroid, 2002). Os alimentos funcionais são
histórico, semelhante nas várias regiões do mundo,
alimentos
relacionadas com o desenvolvimento econômico,
comestíveis com moléculas biologicamente ativas,
cultural e demográfico, porém obedecem a um certo
como estratégia para corrigir distúrbios metabólicos
padrão de mudanças que podem ser resumidas em
(Walzem, 2004).Segundo Roberfroid et al. (2002),
cinco fases: pré-história, agricultura e criação de ani-
alimentos funcionais devem apresentar as seguintes
8437
que
possibilitam
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combinar
produtos
Artigo 489 – Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão
alimentos
sagem pelo ciclo há o aumento de 2 carbonos nesta
convencionais e ser consumidos na dieta usual; (2)
cadeia, até chegar ao número de 16 carbonos,
devem ser compostos por componentes naturais,
quando ocorre o abandono do ciclo. O ácido graxo
algumas vezes em elevada concentração; (3) devem
de 16 carbonos é uma molécula completamente
ter efeitos positivos, além do valor básico nutritivo
saturada, denominada palmitato, que pode ser
que podem aumentar o bem-estar e a saúde e/ou
alongada ou dessaturada através de processos
reduzir o risco de ocorrência de doenças, incluindo
enzimáticos distintos para a formação de outros
os
e
ácidos graxos (Lehninger et al., 2014). A introdução
comportamental; (4) a alegação da propriedade
de uma dupla ligação no carbono de posição 9 ou 7
funcional deve ter embasamento científico; (5)
é catalisada pela enzima ∆9 dessaturase que
podem ser alimentos naturais ou
converte ácido esteárico em ácido oleico ou ácido
características:
(1)
desempenhos
devem
ser
físico,
psicológico
alimentos nos
quais um componente tenha sido removido ou
palmítico em palmitoléico (Calder, 1997).
adicionado. Os ácidos graxos n-3 e n-6 não podem ser O Comitê de Alimentos e Nutrição do Instituto de
sintetizados em mamíferos porque suas células não
Medicina da FNB (Federação Náutica de Brasília)
possuem as enzimas dessaturases ∆12 e ∆15, que
define alimentos funcionais como qualquer alimento
são necessárias para inserção de uma dupla ligação
ou ingrediente que possa proporcionar um benefício
nas posições n-3 e n-6 (Innis, 1991; Sprecher, 1992),
à saúde, além dos nutrientes tradicionais que eles
assim como de enzimas hidrogenases que são
contêm
Dentro dos
capazes de remover tais insaturações. Esses ácidos
alimentos funcionais encontram-se os pré-bióticos e
graxos são sintetizados exclusivamente pelo reino
pró-bióticos, alimentos sulfurados e nitrogenados,
vegetal, dessa forma os ácidos graxos linoléico e
vitaminas antioxidantes, compostos fenólicos, fibras
alfa-linolênico
e ácidos graxos poli-insaturados (Hasler, 1998).
humanos,
(Moraes
& Colla, 2006).
ou
são seja,
essenciais é
para
necessário
animais que
e
sejam
suplementados na dieta, e através deles são SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS
sintetizados os demais ácidos graxos da família n-6
Os
sofrer
e n-3 pelos processos de elongação e dessaturação
alterações devido a genética, idade, condições
de cadeia pelas enzimas ∆5 e ∆6 desaturases. As
ambientais
animal
rotas metabólicas estão sumarizadas na Tabela 1,
(Wanderlei et al.,2013 ; Lu, et al., 2007; Sanz et al.,
sendo enfatizado a dessaturação e elongação das
2000). Os ácidos graxos que se depositarão nos
cadeias dos ácidos graxos essenciais.
lipídeos
do tecido e
fatores
adiposo podem nutricionais
do
tecidos podem ter origem exógena (dieta) ou endógena (síntese de
novo) e a quantidade
Os ácidos graxos n-3 e n-6 competem entre si por
depositada dos ácidos graxos será influenciada pelo
enzimas
dessaturases,
que
apresentam
balanço entre estas duas origens. Também é
afinidade para os substratos de maior insaturação,
necessário ter em vista que os ácidos graxos
por enzimas elongases e pelas acil transferases,
dietéticos não são incorporados apenas aos tecidos
envolvidas
na
formação
de depósito de gordura dos animais, mas também
existência
de
tais
aos tecidos que são ricos fosfolipídeos (Cherian &
metabolismo de outros ácidos graxos (Schaefer,
Sim, 1992).
2002). Em células animais, o alfa-linolênico pode ser
dos
maior
fosfolipídeos.
competições
interfere
A no
convertido em ácido eicosapentaenóico (EPA) e Os ácidos graxos sintetizados de forma endógena
docosahexaenóico (DHA). O ácido linoléico dietético
são formados a partir de uma sequência de reações
é convertido em gama-linolênico e após em ácido
repetitivas composta de quatro passos, sendo eles a
araquidônico. Se houver excesso de ácido linoleico
condensação,
carbonila,
dietético a transformação do alfa-linolênico em seus
desidratação e redução de duplas ligações. O grupo
derivados, EPA e DHA é prejudicada, em virtude de
acila saturado, formado durante estes processos, se
que há concorrência destes ácidos graxos com
transforma no substrato de uma nova condensação
afinidade pela enzima ∆6 dessaturase, que escalona
com um grupo malonil. Cada vez que ocorre a pas-
a preferência pelo substrato de acordo com a ordem:
redução
do
grupo
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8438
Artigo 489 – Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico: revisão
alfa-linolênico, ácido linoleico e ácido oleico (Duarte
poli-insaturado
e
representa
uma
mistura
de
et al., 2010).
isômeros posicionais e geométricos com duplas ligações conjugadas do ácido octadecadienóico –
Tabela 1. Síntese dos ácidos graxos da família n-3 e
C18:2 (Pariza et al., 2001, Gouvêa et al., 2012). O
n-6
termo “CLA” é usado como coletivo para todos os
Ácidos graxos n-6
Enzima*
Ácidos Graxos n-3
isômeros conhecidos que possuem duplas ligações
Alfa-Linolênico
com um carbono simples entre elas ao invés da
(18:3)
separação por um radical orgânico equivalente
Linoléico (18:2) ∆6
(Schmid et al., 2006).
dessaturase Gama-Linolênico
Octadecatetraenóico
As duplas ligações podem ser configuradas como
(18:3)
(18:4)
trans ou cis, estando presente em diversas variações
Elongase
de isômeros, definidas pela posição que ocupam e suas geometrias (Martin & Valleile, 2002). Dentre as
Dihomo-gama-
Eicosatetraenóico
linoléico (20:3)
(20:4) ∆5
os isômeros cis-9, trans-11 e trans-10, cis-12 se destacam devido aos efeitos biológicos identificados
dessaturase Araquidônico (20:4)
diversas moléculas que possuem esta característica,
Eicosapentaenóico (20:5)
(Hayashi et al., 2003; Wallace et al., 2007; Kennedy et al., 2010).
Elongase
A concentração do CLA na carne bovina e de outros Adrenico (22:4)
Docosapentaenóico (22:5)
ruminantes é superior comparada a de outros animais porque este ácido graxo é produzido a partir da biohidrogenação ruminal do ácido linoleico
Elongase
(Figura 2) (Harfoot & Hazlewood, 1997). O produto Tetracosatetraenóico
Tetracosapentaenóic
intermediário da biohidrogenação atravessa a parede
o (24:5)
do rúmen indo para corrente sanguínea e é utilizado
(24:4) ∆6
na síntese de lipídeos nos tecidos mamários e
dessaturase
adiposo, onde o CLA é depositado (Ladeira et al.,
Tetracosapentaenóic
Tetrahexaenóico
2008). Animais não ruminantes em geral contêm
o (24:5)
(24:6)
baixa concentração de CLA, no entanto a deposição
Beta
deste,
Oxidação
tanto
ruminantes,
Parcial Docosapentaenóico
Docosahexaenóico
(22:5)
(22:6)
*Enzimas comuns às duas rotas metabólicas. Fonte: Adaptada de Lehninger et al. (2014).
em pode
ruminantes ser
quanto
alterada
em
não
através
da
suplementação na dieta (Mir et al., 2000). Figura 2 – Esquema da produção de CLA em bovinos. Os passos do quadro à esquerda ocorrem no rúmen e os da direita ocorrem na glândula
O ácido linoleico conjugado (CLA) tem capacidade
mamária ou tecido adiposo. Fonte; Adaptada de
de interferir no metabolismo de lipídios, tanto
Bauman & Griinari (2001)
utilizando a rota metabólica do ácido oléico para se acumular nos tecidos, quanto sendo metabolizado na mesma via do ácido linoléico, desse modo influenciando a dessaturação e alongamento dos demais ácidos graxos (Carta et al., 2002). CONSIDERAÇÕES SOBRE O ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO (CLA) O ácido linoleico conjugado CLA é um ácido graxo 8439
Fonte: Adaptada de Bauman & Griinari (2001).
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Artigo 489 – Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão
Comercialmente, o CLA é produzido a partir da
cis-9, trans-11 e trans-10, cis-12 demonstraram que
isomerização alcalina de óleos ricos em ácido
o CLA exerce efeito anticarcinogêncico em células
linoleico. O CLA sintético mais utilizado atualmente
humanas (Chujo et al., 2003) e de ratas (IP et al.,
advém de uma mistura de isômeros com cerca de
2002) independentemente do isômero utilizado. Em
40-45% dos isômeros cis-9, trans-11 e trans-10, cis-
estudos in vivo, suplementando ratas com até 1% de
12, em níveis iguais (Bhattacharya et al., 2006).
CLA em mistura de 50% de cada isômero ou separadamente, foi observada redução das primeiras
Nos alimentos, o isômero cis-9, trans-11 é a forma
lesões de câncer e número de tumores (Voorrips et
predominante, sendo encontrado no leite e produtos
al., 2002;). De forma contrária, Lavillonniere et al.
derivados em concentração de 75 a 90% do CLA
(2003) suplementando 1% de CLA nas dietas de
total (Gouvêa et al., 2012), enquanto o isômero
ratos, observaram que o isômero trans-10, cis-12
trans-10, cis-12 representa cerca de 10% (Tonhati et
aumentou o número de adenomas em tumores de
al., 2011). Na carne bovina o isômero cis-9, trans-11
cólon, porém o efeito não foi observado em relação
encontra-se em menor quantidade comparado ao
ao isômero cis-9, tras-11. O aumento da hiperplasia
leite, com concentração de cerca de 57 a 85% do
lobular também foi relacionado ao isômero trans-10,
CLA total (Medeiros et al., 2010).
cis-12, acelerando o desenvolvimento de tumores mamários em ratas geneticamente modificadas
O
interesse
em
pesquisar
as
potencialidades
biológicas do CLA começou com a descoberta de
quando suplementadas com 0,5% de CLA (Chen et al., 2003).
propriedades anticarcinogênicas de extratos de carne bovina por Pariza & Hargraves (1985). Desde
Um dos mecanismos pelo qual o CLA pode exercer o
então, o CLA tem sido objeto de muitas pesquisas,
poder anticarcinogêncio é pela modulação dos
destacando-se em função de seus benefícios na
receptores ativado por proliferador de peroxissoma
saúde humana.
(PPARs), que é um grupo de proteínas que funciona como fator de transcrição que regula a expressão
BENEFÍCIOS
DO
ÁCIDO
LINOLEICO
dos genes e desempenha papel essencial na
CONJUGADO
diferenciação e proliferação celular (Michalic et al.,
O estilo de vida da população mundial mudou no
2006) Foi demonstrado que o CLA é ativador dos
decorrer dos anos. Houve o aumento da ingestão de
PPAR alfa (Miranda et al., 2011) e PPAR gama
alimentos calóricos com elevado teor de gordura e
(Yuan et al., 2015), sendo que o PPAR gama induz a
também a redução de atividades físicas. Esses
apoptose e inibe a proliferação de câncer de
fatores
próstata, mama e cólon (Tontonoz et al., 2008;
associados
podem
acarretar
o
desenvolvimento de doenças como a aterosclerose,
Mueller et al., 1998; Sarraf et al., 1999).
obesidade, hipertensão, entre outras (Fernandes et al., 2011). Diante disso, houve o interesse dos consumidores por alimentos com características nutricionais
que
possam
fornecer
substâncias
benéficas à saúde (Oliveira et al., 2008). Padilha & Pinheiro et al. (2004) relataram que o CLA inibiu o crescimento de células neoplásicas da mama, e Belury et al. (2002) observaram a redução e/ou
Afora aos efeitos descritos acima, Eder & Ringseis (2010) observaram que o CLA age de forma a inibir inflamações e ser mediador vasoativo, atuando nas células vasculares endoteliais nos estágios iniciais da aterosclerose e nas células do músculo liso, em quadros mais avançados da doença em humanos (Ringseis et al., 2006).
retardamento no início de tumores quimicamente induzidos em órgãos como pele, estômago e
O CLA também está associado a redução da
glândulas mamárias de ratas.
obesidade.
O
primeiro
trabalho
a
relatar
tal
propriedade foi o de Park et al. (1997), que efeitos
demonstrou em camundongos suplementados com
anticarcinogênicos do CLA, os isômeros estudados
0,5% de CLA durante 28 e 32 dias, redução de cerca
separadamente
de 60% da gordura corporal. Pouco tempo depois o
Apesar
dos
estudos
evidenciando
apresentam
resultados
contraditórios. Estudos in vitro usando os isômeros
mesmo grupo demonstrou que o isômero de CLA
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Artigo 489 – Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão
responsável pela redução da gordura corporal é o
e assim atuaria sobre a obesidade hipertrófica.
trans-10, cis-12 (Park et al., 1999). Os resultados positivos para redução de gordura também foram
Ainda não há um consenso sobre a quantidade e
vistos em humanos. Dois estudos feitos com
tempo de suplementação do CLA. Blankson et al.
suplementação de CLA em pessoas que mantêm
(2000), suplementando 3,4 g/dia de CLA durante 12
atividade física regular (1,8 g/dia de CLA) e em
semanas observaram redução na gordura corporal
obesos (1,7; 3,4; 5,1 e 6,8 g/dia de CLA) durante 12
de
semanas, relataram a redução de gordura corporal,
contrapartida, Zambell et al. (2000) não obtiveram
afetando significativamente o peso corporal (Thom et
diferenças no peso e composição corporal de
al., 2001; Blankson et al., 2000). No trabalho de
pessoas suplementadas com 3 g/dia de CLA durante
Wang et al. (2004), o isômero trans-10, cis-12
9 semanas. Nazaré et al. (2007) sugerem que o CLA
mostrou-se
gordura
deve ser suplementado durante longos períodos
corporal, já o isômero cis-9, trans-11 não mostrou o
para que exerça mudanças no metabolismo. Ao
mesmo efeito. Os autores sugerem que o primeiro
suplementar homens com 2,4 g/dia durante um ano,
age
triglicerídeos
Gaullier et al. (2004) obtiveram resultados positivos
colesterol,
para a redução de peso e redução de gordura
concomitantemente com a redução dos níveis
corporal. Neste mesmo trabalho, ao final do período
hepáticos de ácido graxo sintetase.
experimental, não houve diferença entre o grupo
envolvido
reduzindo
hepáticos
e
a a
na
redução
quantidade
de
concentração
do
da
pessoas
com
sobrepeso
e
obesas.
Em
controle e os grupos com suplementação de CLA São muitas as hipóteses para explicar a ação do
para colesterol total, triglicerídeos, HDL colesterol e
CLA sobre as gorduras. Estudos sugerem que o
glicose sanguínea.
CLA aumenta o gasto energético pelo aumento do consumo de oxigênio (Choi et al., 2004), com
ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO NA PRODUÇÃO
aumento da expressão de proteínas desacopladoras
DE FRANGOS DE CORTE
(Ryder, 2001). Também é sugerido que o CLA reduz
Frangos são altamente sensíveis às mudanças nos
o número de adipócitos, inibindo a lipoproteína
níveis e tipo de lipídio fornecido na dieta, e muitos
lipase em células adiposas e a atividade de estearoil
estudos são feitos com o objetivo de alterar o perfil
- CoA dessaturase, refoçando a apoptose de
lipídico da carne, tornando-a mais saudável (Rymer
adipócitos e modulando a lipólise (Park et al., 2004; Lin et al., 2001, Hargrave et al., 2004, Storkson et al., 2005). Foi observado que o CLA inibe a expressão de genes envolvidos na diferenciação dos pré-adipócitos em adipócitos maduros, ou seja, a inibição da expressão de tais genes resulta na redução da lipogênese. Brodie et al. (1999), Choi et al. (2000), Takahashi et al. (2002) e Kang et al.
&
Givens,
2005).
Suksombat
et
al.
(2007),
trabalhando com níveis de 0,0; 0,5; 1,0 e 1,5% de suplementação dietética de CLA, em substituição ao óleo de soja, para frangos Arbor Acress, não observaram diferenças no desempenho, rendimento e composição de proteína e gordura dos cortes de perna e peito com a suplementação de até 1% de
(2003), trabalhando com culturas de pré-adipócitos
CLA. Resultados semelhantes foram encontrados
3T3-L1 e adipócitos humanos, demonstram que o
por Zhang et al. (2005), Zhang et al. (2008), Halle et
CLA inibe a ativação de fatores de transcrição que
al. (2012), Jiang et al. (2014) e Cardinal et al. (2017).
controlam a expressão de genes codificantes das
De
proteínas C/EBPa, SCD e GLUT4, todas envolvidas
suplementando frangos de corte (Ross 308) com
no processo de diferenciação de células adiposas.
1,0% de CLA na dieta em substituição ao óleo de
Também é sugerido que o CLA atua na redução do
soja, observaram redução no consumo de ração,
tamanho das células adiposas. Considerando que o
digestibilidade da gordura e metabolizabilidade de
tamanho
diretamente
energia, porém não observaram diferença no ganho
relacionado com o conteúdo de triacilgliceróis em
de peso e na deposição de gordura, proteína e
seu interior, a redução deste, induzida pelo CLA,
energia.
resultaria na diminuição do tamanho da célula (Sisk
aumentado para 1,5% houve diferença em relação
et al., 2001; Azain et al., 2000; Brow et al., 2001) e
aos demais grupos, sendo observado menor gordura
8441
da
célula
adiposa
está
forma
contrária,
Quando
o
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8436-8448, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
Javadi
nível
et
al.
(2007),
suplementado
foi
Artigo 489 – Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão
abdominal e de perna, bem como um menor ganho
Resultados semelhantes foram encontrados por
médio
para
Buccioni et al. (2009), Suksombat et al. (2007),
por
Cardinal et al., (2017) Szymczyk et al. (2001), Sirri et
diário.
desempenho
Resultados
também
foram
negativos observados
Szymczyk et al. (2001) quando suplementaram
al. (2003), Javadi et al. (2007) e Aletor et al. (2003).
frangos Arbor Acres com 1,0 e 1,5% de CLA em substituição ao óleo de girassol, de 8 a 42 dias, e
A suplementação dietética e posterior incorporação
por Badinga et al. (2003) que forneceram dietas
dos isômeros de CLA em cortes de carne leva a
contendo 5% de óleo de milho ou 5% de CLA no
alterações nos demais ácidos graxos. Szymczyk et
período de 1 a 21 dias. Este último trabalho também
al. (2001) observaram em carne de peito o aumento
observou a redução do peso e teor de gordura e
dos ácidos mirístico, palmítico, esteárico, araquídico
água do fígado, sem redução no teor de proteína. Du
e eicosapentaenoico, e a redução dos ácidos
& Ahn (2002), forneceram 0,25; 0,5 e 1,0% de CLA
linoleico, gama linolênico e araquidônico, resultando
para frangos de 21 dias, durante 3 semanas e
no aumento de ácidos graxos saturados e redução
observaram aumento na deposição de gordura
de poli-insaturados e monoinsaturados. Os mesmos
abdominal com 0,5% de CLA. Porém, quando os
autores relatam diferenças semelhantes na carne da
frangos foram suplementados durante 5 semanas
perna
com 2,0 e 3,0% de CLA, foi observada redução de
eicosapentaenoico que não apresentou diferença
15% na deposição de gordura corporal, sem
entre os tratamentos. Sirri et al. (2003) observaram
diferenças encontradas no ganho de peso, consumo
a
de ração e conversão alimentar.
araquidônico na carne de peito. Já na perna
de
redução
frango,
dos
com
ácidos
exceção
do
palmitoleico,
ácido
oleico
e
(comercialmente sobrecoxa), houve aumento dos A possível explicação para que ocorra redução de
níveis de ácido araquídico e ecosadienóico, e
desempenho com altos níveis de CLA é de que este
redução dos ácidos palmitoleico, oleico, gondóico,
aumenta a taxa metabólica, a taxa de oxidação das
ecosadienóico, gama linolênico, araquidônico e
gorduras e a taxa de degradação de gorduras nos
decosapentaenóico. Neste trabalho também houve
adipócitos, resultando em maior demanda energética
aumento dos níveis de ácidos graxos saturados e
para mantença (West et al., 1998). Cho et al. (2013)
redução dos insaturados, resultados semelhantes
em um trabalho de meta-análise concluíram que o
aos observados por Javadi et al. (2007), Suksombat
CLA possui a capacidade de alterar o metabolismo
et al. (2007) e Aletor et al. (2003).
de frangos de corte mas que, quando fornecido como suplemento em níveis de até 1,0% na dieta,
ÁCIDOS GRAXOS NA SAÚDE HUMANA
não afeta negativamente os índices zootécnicos.
Os
ácidos
graxos
desempenham
importantes
funções na estrutura das membranas celulares e nos Em contraste aos resultados de desempenho
processos metabólicos. Em humanos, os ácidos
zootécnico e redução do percentual de gordura, que
linoleico alfa-linolênico são necessários para manter
apresentam contradições quanto ao nível a ser
as membranas celulares, funções cerebrais e
utilizado, diversos autores relatam a incorporação
impulsos nervosos em condições normais, assim
dos
frango
como são necessários para síntese de hemoglobina
independentemente do nível de suplementação.
e divisão celular. Esses ácidos graxos não podem
Após suplementar frangos com 1,8% de CLA
ser sintetizados pelo organismo a partir dos ácidos
dietético, Simon et al. (2000), quantificaram o
graxos provenientes da síntese de novo, sendo
isômero trans-10, cis-12 nos cortes comercias de
assim necessário seu consumo (Youdim et al.,
peito e perna, em 12,57 g e 13,50 g por 100 g de
2000). Estudos que relacionam o consumo de ácidos
ácido graxo total, respectivamente. Du & Ahn (2002)
graxos de cadeia muito longa, acima de 20
suplementaram frangos durante 3 semanas com
carbonos, com benefícios na fase gestacional
0,25; 0,5 e 1,0 % de CLA dietético e observaram a
(Hornstra et al., 2000; Sanders, 1999), primeiros
incorporação crescente dos isômeros na carne de
meses após o nascimento (Hornstra et al., 2000;
peito conforme o nível de CLA foi aumentado.
SanGiovanii et al., 2000), terceira idade e com a
isômeros
de
CLA
na
carne
de
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.16, n.2, p.8436-8448, mar/abr, 2019. ISSN: 1983-9006
8442
Artigo 489 – Enriquecimento de carne de frango com ácido linoleico conjugado: revisão
redução e/ou prevenção de diversas doenças
câncer e asma em dietas com alta relação n-6:n-3
(Yehuda et al., 2002), mostram que o ácido
(Lorgeril et al., 1994; Broughton et al., 1997; Calvani
docosaexaenoico (DHA) tem-se mostrado benéfico
& Benatti, 2003). É sugerido por Kris-Etherton et al.
para
e
(2001) que doses elevadas de ácidos graxos n-3
musculares (Martinez et al., 2000). O DHA tem
possuem diversos efeitos benéficos, como a redução
importante função na formação, funcionamento e
dos triacilglicerídeos e viscosidade do sangue, maior
desenvolvimento do cérebro e da retina, e sua
relaxamento do endotélio e também efeitos anti-
carência nos tecidos da retina está relacionado com
arrítmicos.
funções
visuais,
hepáticas,
cerebrais
a diminuição da capacidade visual (Chen et al., 1996; SanGiovanni et al., 2005).
Ácidos graxos saturados possuem efeitos diferentes na concentração plasmática das lipoproteínas de
Por sua vez, o ácido graxo araquidônico está
colesterol, sendo que o ácido láurico, mirístico e
presente em grande quantidade nos fosfolipídeos
palmítico elevam o LDL colesterol, enquanto o ácido
associados aos neurônios e é sugerido o seu
esteárico não possui este efeito (Watkins & German,
envolvimento nas transmissões sinápticas (Piomelli,
2002). O consumo excessivo de ácidos graxos
1994).
saturados
O
ácido
araquidônico,
di-homo-gama-
estão
ligados
a
risco
de
doenças
e
diabetes
linolénico e eicosapentaenóico são precursores dos
cardiovasculares,
prostanóides das séries 4, 5 e 6, respectivamente
(Jakobsen et al., 2009). Pesquisas recomendam que
(Albertazzi et al., 2002). Tanto os prostanóides
o consumo de ácidos graxos saturados não seja
quanto os leucotrienos influenciam mecanismos
maior que 10% da energia da dieta (FAO, 2008).
aterosclerose
fisiológicos e patológicos no organismo, e através deles ocorre a formação de prostaglandinas e
CONSIDERAÇÕES FINAIS
tromboxanos da série 2, sendo que estes mediam de
O ácido linoleico conjugado pode ser considerado
diversos processos inflamatórios no organismo. É
um alimento funcional e quando suplementado na
proposto que a produção excessiva de prostanóides
dieta de frangos de corte é uma forma efetiva de
da
enriquecer
série
2,
principalmente
ligados
ao
ácido
a
carne
com
os
isômeros,
araquidônico, estão relacionados à ocorrência de
independentemente da quantidade suplementada. O
doenças cardiovasculares e inflamatórias (Coronado
CLA reduz a quantidade de ácidos graxos poli-
Herrera et al., 2006). É recomendado elevar a
insaturados e aumenta a relação entre os ácidos
ingestão de ácidos graxos n-3 para reduzir a
graxos n-6:n-3 e os níveis de ácidos graxos
produção de prostanóides da série 2 (Simopoulos,
insaturados. A performance dos frangos de corte não
2004).
sofre efeitos negativos quando a suplementação é feita em até 1%, porém níveis maiores afetam
Ácidos graxos da família n-6 e n-3 competem pelas
negativamente o ganho de peso e a conversão
mesmas enzimas nas reações de dessaturação e
alimentar.
alongamento
de
cadeia.
Apesar
das
enzimas
possuírem preferência por ácidos da família n-3, a
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n-6:n-3
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