Nutritime Revista Eletrônica n.03 vol.13 2016

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© 2016 Nutritime Revista Eletrônica Nutritime Revista Eletrônica www.nutritime.com.br Praça do Rosário, 01 Sala 302 - Centro - Viçosa, MG - Cep: 36.570-000 A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda, com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

Editora Responsável: Juliana Maria Freitas Teixeira Brito Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa Editora Técnica: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Conselho Científico: Altivo José de Castro Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues

Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Projeto gráfico e diagramação: Carlos Joaquim Einloft É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo da NRE em qualquer meio de comunicação, seja eletrônico ou impresso, sem a sua devida citação.


Caro leitor,

A

Nutritime Revista Eletrônica, há 13 anos vem cumprindo com seu objetivo que é o de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos, bem como resultados de pesquisas na área de Ciência Animal. Nossas publicações são de trabalhos realizados por estudantes e pesquisadores dedicados e comprometidos com a ciência sempre colaborando para agregar conhecimento científico. São pesquisas e revisões sobre uma gama de assuntos que questionam, sustentam e nos apresentam resultados e questões muitas vezes pouco debatidos, como por exemplo, o artigo sobre Estreptococose nas pisciculturas de Lavras, sul do estado de Minas Gerais. Assunto de relevância para a piscicultura que trata de enfermidades bacterianas de peixes que poderiam ser amenizadas ou até mesmo resolvidas se houvesse o conhecimento e a colaboração dos piscicultores. Esta edição conta com um manuscrito elaborado por uma equipe de professores e pesquisadores de duas instituições de excelência no que se refere à produção e nutrição animal. A revisão das considerações sobre métodos de pesquisas com ruminantes em pastejo ressalta a importância de se considerar

os aspectos dos métodos utilizados para mensurações nutricionais com ruminantes em pastejo. Os pesquisadores discutem alternativas metodológicas aplicadas a experimentos com bovinos em pastejo. É sem dúvida um material que irá acrescentar muito para todos envolvidos na produção e/ou pesquisas com nutrição de ruminantes em pastejo. Temas como este nos leva a concluir que apesar de termos inúmeros resultados de pesquisas podemos ter ainda resultados que não refletem o verdadeiro mundo real ao qual o animal está inserido. Apesar de inúmeros estudos com resultados conclusivos, do avanço genético e nutricional, enfim, do melhor entendimento da ciência animal, muitas vezes nos deparamos com erros primários que ainda são repetidos e que comprometem o bom desempenho animal. Vocês encontrarão estes e outros temas abordados por estudantes e pesquisadores e que cada vez mais motivam o meio acadêmico e científico a buscar respostas e soluções para questões de pleno interesse para todos envolvidos nesta arte que é a Ciência Animal. Boa leitura. Equipe Editorial

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Sumário ARTIGOS 373 - Potencial de espécies forrageiras para produção de silagem: revisão de literatura...........................4652 Gleidson França Fernandes, Amauri Felipe Evangelista, Laylson da Silva Borges 374 - Nutrição de matrizes e marrãs modernas.......................................................................................... 4657 Natália de Oliveira Cabral, Elizabeth Fonsêca Processi, Marize Bastos de Matos, Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares 375 - Consumo de peixe de piscicultura de água doce no município de Bragança-PA................................4665 Elias Fernandes de Medeiros Junior, Maria José Lopes da Silva, Bruno José Corecha Fernandes Eiras 376 - Estreptococose nas pisciculturas de Lavras, Sul do Estado de Minas Gerais......................................4672 Matheus Hernandes Leira, Mirian Silvia Braz, Marcelo Stefanini Tanaka, Vanessa Soube Franso, Adriana Mello Garcia 377 - Gérmen integral de milho na alimentação de vacas leiteiras: revisão de literatura...........................4677 Emizael Menezes de Almeida, Alan Soares Machado, Marcelo Marcondes de Godoy, Anderli Divina Ferreira Rios, Wilian Henrique Diniz Buso 378 - Efeito de diferentes fontes de enxofre na síntese de proteína microbiana ruminal “in vitro”...........4691 Cássio José da Silva, José Mauro da Silva Diogo, Tadeu Silva de Oliveira, Gilberto Gonçalves Leite, Sérgio Lúcio Salomon Cabral Filho 379 - Complexo enzimático em dieta para frangos Label Rouge................................................................. 4697 Paulo Vitor Divino Xavier de Freitas, Emizael Menezes de Almeida, Helber Souto Morgado, Cristine dos Santos Settimi Cysneiros, Jaqueline Silva Santos 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura................................................................................... 4702 Angelo Herbet Moreira Arcanjo, Natalia de Avila Soares, Andersom Rodrigues Oliveira, Kárito Augusto Pereira, Arnon Henrique Campos Anésio 381 - Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo.........................................4711 Edenio Detmann, Mateus Pies Gionbelli, Mário Fonseca Paulino, Sebastião de Campos Valadares Filho, Luciana Navajas Rennó



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Potencial de espécies forrageiras para produção de silagem: revisão de literatura Conservação de forragem, ensilagem, potencial forrageiro, silagem.

Gleidson França Fernandes Amauri Felipe Evangelista2 Laylson da Silva Borges2

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Zootecnista, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Professora Cinobelina Elvas. E-mail: gleidsonfernandes-22@hotmail.com 2 Mestrando em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Centro de Ciências Agrárias. 1

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO É fato reconhecido que as forrageiras disponíveis durante o período seco não contêm todos os nutrientes essenciais, na proporção adequada, para atender as exigências nutricionais dos animais. Desta forma, é de suma importância a produção de forragem de alta qualidade no período chuvoso, para a produção de silagem de elevado valor nutricional no período de estiagem. A silagem é o principal produto da conservação de forragens, ela chegou como uma das alternativas que os produtores rurais buscaram para alimentar o seu rebanho em épocas de seca, utilizada para suprir a demanda de alimentos volumosos na nutrição de ruminantes, sendo que a quantidade de espécies forrageiras para produção de silagem é vasta. Sendo assim, o objetivo desta revisão é de compilar informações sobre o potencial de espécies forrageiras para produção de silagem . Palavras-chave: Conservação de forragem, ensilagem, potencial forrageiro, silagem.

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POTENTIAL OF FORAGE SPECIES FOR SILAGE PRODUCTION – REVIEW ABSTRACT It is a fact that the forages available during the dry season do not contain all the essentials nutrients in adequate proportion for attending the nutritional requirements of animals. Thereby, it is extremely important the production of forage with high quality during the rainy season for production of high nutritional value forage during the dry season. Silage is the main product of forage conservation, it has arisen as an alternative for rural farmers to feed their livestock during dry season, it is used to supply the demand for voluminous food in ruminant nutrition, being that there is a wide amount of forage species for silage production. Hence, the aim of this review is to compile information about the potential of forage species for silage production. Keyword: Ensiling, forage conservation, forage potential, silage.


Artigo 373 - Potencial de espécies forrageiras para produção de silagem – Revisão

INTRODUÇÃO Em decorrência da estacionalidade das pastagens no período seco as forrageiras tropicais não fornecem quantidades de nutrientes suficientes para os índices produtivos dos animais. Desta forma, são necessárias alternativas que atendam à demanda de volumosos nesse período, como a produção de silagem. O armazenamento do excesso de forragem proveniente do período chuvoso para utilização no período seco constitui-se de uma estratégia viável para pecuária. Os processos de conservação de forragem apresentam frequentemente perdas de nutrientes de diversas proporções e eventualmente essas perdas ocorrem ao longo do período de ensilagem, na forma de gases e efluente, uma vez que a presença de efluente no silo é indesejável e deve ser evitado para não ocasionar prejuízos no processo fermentativo, como o aumento da proteólise e o estabelecimento de bactérias do gênero Clostridium. As regiões tropicais caracterizam-se pelo elevado número de espécies forrageiras com grande potencial para serem utilizadas na forma de silagem para alimentação de ruminantes. Como opções, têm-se utilizado o milho (Zeamays L.), milheto (Pennisetum glaucum) e girassol (Helianthus annuus L.). Tradicionalmente o material mais utilizado para ensilagem é o milho, devido sua composição bromatológica preencher os requisitos para confecção de uma boa silagem como: teor de matéria seca (MS) entre 30% a 35% e no mínimo de 3% de carboidratos solúveis na matéria original, baixo poder tampão e por proporcionar uma boa fermentação microbiana (NUSSIO et al., 2001). Entretanto, outras culturas, por se adaptarem melhor às condições climáticas e de solo menos favoráveis, têm sido recomendadas, como o milheto (Pennisetum glaucum) e o girassol (Helianthus annus L.) (POSSENTI, 2005). O girassol (Helianthus annuus L.) é uma alternativa para silagem, pois se desenvolve bem em climas temperados, subtropical e tropical. Possui, também, maior tolerância à deficiência hídrica e geadas leves, quando comparado com o milho (TEIXEIRA et al., 2009). Quanto ao potencial produtivo do milheto, SILVA et al. (2015), relatam que a utilização de silagem

de milheto é equivalente à de milho na definição de características da carcaça dos animais. Deste modo, é de fundamental importância a realização de estudos com diferentes espécies forrageiras, pois apresentará aos produtores rurais, mais opções de escolha na alimentação do animal, podendo escolher aquela que melhor supre as exigências nutricionais do seu rebanho e também que tem o menor valor econômico. Sendo assim, o objetivo desta revisão é de compilar informações sobre o potencial de espécies forrageiras para produção de silagem. REVISÃO DE LITERATURA Silagem A Silagem é o produto resultante da fermentação da planta forrageira na ausência de ar, conservando o volumoso para ser utilizado no período crítico de produção dos pastos. Uma vantagem das silagens é a exigência de uma tecnologia simples e eficiente, embora não necessite de tecnologias complexas para o processo de ensilagem, esta técnica tem que ser feita com alguns cuidados, visando manter o valor nutritivo da forragem (TEIXEIRA et al., 2009). O processo de fermentação da silagem foi dividido em quatro principais fases (fase aeróbia inicial, fase de fermentação, fase estável e fase de retirada) de diferentes durações e intensidades, que não podem ser precisamente separadas uma das outras (BARNETT, 1954). Após a colheita, a forragem passa a ser substrato para os desenvolvimentos de diversos microrganismos que podem degradar nutrientes que seriam utilizados pelos animais (MUCK, 2010). A silagem surgiu como uma prática para melhorar a alimentação do rebanho e minimizar os efeitos da redução de peso e produção de leite, isso com o método da conservação de forragens, via ensilagem. Uma vez ensilada, a forragem fica comprometida a ser usada na propriedade ou vendida aos produtores vizinhos (PUTNAM, 2011). Entretanto, este produto tem comércio limitado. Em geral, a resposta do animal à silagem é dependente do padrão de fermentação que por sua vez afeta a forma e a concentração dos nutrientes e a ingestão. Sendo que o principal objetivo é a redução máxima das

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perdas para que se possa, dentro do possível, ter uma silagem o mais próximo da forragem (TORRES, 1984). Perdas em silagens Os processos de conservação causam alterações acentuadas na composição química da forragem e podem afetar a sua qualidade. A presença de microrganismos deterioradores na forragem atrasa a fermentação, tem competição com as bactérias ácido-láticas por substrato e gera perdas, o que diminui o valor nutritivo do material (PEREIRA et al., 2014). Características como teor de matéria seca (MS), tamanho de partícula, densidade da massa no silo, manejo de descarregamento do silo, entre outros, podem influenciar as perdas de MS e energia. A exposição no campo, a fermentação, o efluente e a oxidação são as fontes de perdas em silagens (MCDONALD et al., 1991). Logo, a escolha do material que será ensilado deve levar essas questões em consideração (JOBIM et al., 2007). Durante a fermentação, diferentes gases podem ser formados. O gás carbônico é o principal componente, que pode ser decorrente da respiração da planta, que utiliza o oxigênio residual e de infiltrações ou proveniente de bactérias anaeróbias, que realizam fermentações indesejáveis, e normalmente crescem em meios com pH mais elevado. Quanto mais longa a ação destas bactérias, maiores as perdas de valor nutritivo do material (MUCK, 2010; JUNGES et al., 2013). SCHMIDT et al. (2012), verificaram que silagens de milho produziram 424 litros de gases por tonelada de forragem ensilada. ANDRADE & MELOTI, 2003 verificaram que fermentações láticas diminuem as perdas, pois a alta produção de ácido lático em relação aos ácidos acético e butírico diminuem as produções de gases e calor. Na literatura são encontrados diferentes valores de perdas de MS, devido à variedade de culturas utilizadas e procedimentos de ensilagem. OLIVEIRA et al. (2010), avaliaram silagens de milho, sorgo-sudão, sorgo forrageiro e girassol, e verificaram que as perdas em forma de gás variaram de 2,2 a 7,4% da MS. SCHMIDT et al. (2011), encontraram valores de perdas de 13,9% da MS em silagens de cana-de-açúcar, 4654

PAZIANI et al. (2006), valores de 5,7 a 6,7% da MS em silagens de capim - Tanzânia, com a umidade natural ou com recursos para elevar a MS. Efluentes também é fonte de perdas, com maior ocorrência em silagens que apresentaram alto teor de umidade. Em situações em que não é possível atingir o teor de MS requerido (<30% MS) com a planta no campo, é necessário elevá-lo através do emurchecimento ou adição de ingredientes secos, para minimizar, ou até eliminar a lixiviação de compostos solúveis da forragem (FRANÇA et al., 2014). Espécies forrageiras utilizadas para ensilar Milho (Zea mays L.) O milho é considerado um tipo de forrageira padrão e ideal para o processo de ensilagem, pois, ao ser colhido no tempo adequado, apresenta características que beneficiam a fermentação, tais como: teor de matéria seca, carboidratos solúveis na matéria original e baixa poder tampão. Além do mais, a cultura do milho apresenta elevada produtividade de MS, com aproximadamente 20 toneladas de MS por hectare (DIAS, 2002), isso contribui para a redução de custos de implantação (PAZIANI et al., 2009). O processo de ensilagem do milho não melhora a qualidade do alimento, visando apenas manter o valor nutritivo mais próximo a do material antes de ser ensilado (VAN SOEST, 1994). Segundo NEUMANN et al. (2007), na ensilagem de milho as perdas por gases e efluentes dos nutrientes é difícil de se mensurar e exige metodologias específicas e precisas, pois depende da coleta de amostras representativas as condições do silo. As perdas no material ensilado são quantificadas pelo desaparecimento de sua composição bromatológica, sendo a MS o principal fator mensurado para estimar perdas no processo. As perdas de energia são proporcionalmente menores que as perdas de MS, justificando a utilização deste critério como parâmetro determinante de qualidade da silagem (SANTOS et al., 2006). Girassol (Helianthus annuus L.) O girassol (Helianthus annuus L.) é uma planta que se adapta com facilidade as condições do nordeste

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brasileiro, podendo ser cultivado durante todo ano em outras regiões do Brasil. Além de mostrar-se como produtora de óleo de excelente qualidade, o girassol vem sendo utilizado na produção de silagem, para alimentação animal com elevado teor proteico, superando inclusive a do milho e a do sorgo, sendo uma boa alternativa para o nordeste do Brasil na produção de silagem (OLIVEIRA et al., 2004). A silagem do girassol apresenta vantagens em comparação a de gramíneas como o milho, maior tolerância ao déficit hídrico, menores temperaturas na fase de germinação (até 5 °C), menor ciclo vegetativo, proporcionando mais de um cultivo no verão com outra cultura e qualidade desejada do produto ensilado. O valor proteico da silagem de girassol comparado a de milho, segundo diversos estudos, tem valores superiores (EVANGELISTA & LIMA, 2001). Milheto (Pennisetum glaucum) O milheto assume grande importância na agricultura brasileira; devido ao seu baixo custo de cultivo e condução na lavoura aliada à boa qualidade nutricional, com isso, o milheto tem sido usado na alimentação animal, tanto na forma de pastejo ou de silagem e também na produção de grãos para a fabricação de ração. Diante disso, pode ser utilizado na alimentação animal, e é considerado como uma excelente alternativa para a produção de palhada para cobertura de solos no sistema plantio direto. Isso se deve as suas características agronômicas de alta resistência à seca, crescimento rápido e boa produção de biomassa (PACHECO et al., 2011). Em função de características de rusticidade e adaptação a plantios de fim de verão ou princípio de outono, o milheto é considerado uma cultura de grande potencial para plantios em sucessão ou safrinha, aliado a isso, as condições edafoclimáticas do país e o menor custo de implantação dessa cultura, quando comparada às culturas de milho e sorgo, nesse período, favorece o cultivo do milheto no Brasil. É uma planta muito apreciada pelo gado, nutritiva e não possuem fatores antinutricionais como os cianogênicos (PINHO et al., 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS A aplicação da forragem na forma de silagem é uma alternativa eficaz de resolver os problemas na ausência de alimentação no período seco para o rebanho nacional. Capaz de manter a produção no período de estiagem, interferindo assim na renda da propriedade e na disponibilidade da produção para o mercado consumidor. A silagem fornecida aos animais na estiagem permite que o rebanho entre no período chuvoso com bom escore corporal reduzindo o custo de produção e idade produtiva dos animais. Sendo assim, pesquisas que visam aperfeiçoar o potencial de espécies forrageiras como o milho, milheto, gergelim e girassol, fazemse necessárias, principalmente no Brasil, que apresenta clima tropical favorável ao bom desempenho dessas forrageiras . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, S.J.T.; MELOTTI, L. Inoculantes bacterianos na ensilagem do capim-Elefante (Pennisetum purpurem, Schum). Brazilian Journal of Veterinary Research Animal Science, v.40, p.219-223, 2003. BARNETT, A.J.G. Silage fermentation. New York: Academy Press, 1954. DIAS, F.N. Avaliação de parâmetros agronômicos e nutricionais de híbridos de milho (Zeamayz L.) para silagem. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 95p. 2002. EVANGELISTA, A.R.; LIMA, J.A. Utilização de silagens de girassol na alimentação animal. In: I SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS, 2001, Maringá. Anais...Maringá, p.177-217,2001. FRANÇA, A.M.S.; FERREIRA, I. C.; HERMISDORFF, Í. et al. Dinâmica química, microbiológica e física da silagem de farelo úmido de glúten de milho. Ciência Rural, v.30, p.201-210, 2014. JOBIM, C.C.; NUSSIO, L.G.; REIS, R.A. et al. Avanços metodológicos na avaliação da qualidade da forragem conservada. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, p.101-120, 2007. JUNGES. D.; SCHMIDT. P.; NOVINSKI. C.O. et al. Additive containing homo and heterolactic bacteria on the fermentation quality of maize silage. Animal Sciences, v.35, p.371-377, 2013.

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MCDONALD, P.; HENDERSON, A.R.; HERON, S.J.E. The biochemistry of silage. 2 ed. Marlow: Chalcomb Publications, 340p.1991. MUCK, R.E. Silage microbiology and its control through additives. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, p.183-191, 2010. NEUMANN, C.S.; HARE, R.D.; NEWMAN, J.P. The superordinate nature of the psychopathy. Journal of Personality Disorders, v.21, p.102- 117,2007. NUSSIO, L.G.; CAMPOS, F.P.; DIAS, F.N. Importância da qualidade da porção vegetativa no valor alimentício da silagem de milho. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS, v. 1, p. 127-145, 2001. OLIVEIRA, L.B.; PIRES, A.J.V.; CARVALHO, G.G.P. et al. Perdas e valor nutritivo de silagens de milho, sorgo-sudão, sorgo forrageiro e girassol. Revista

PUTNAM, D.H. Marketing of conserved forages based upon quality attributes. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON FORAGE QUALITY AND CONSERVATION, 2.; 2011, São Pedro. Proceedings... Piracicaba: ESALQ/USP, 2011. p.257-277. SANTOS, E.M.; ZANINE, A.M.; FERREIRA, D.S.J. et al. Efeito da adição do soro de queijo sobre a composição bromatológica, fermentação, perdas e recuperação de matéria seca em silagem de capim-elefante. Ciência Animal Brasileira, v.7, p.235-239,2006. SILVA, R.M.; RESTLE, J.; MISSIO, R.L. et al. Características de carcaça e carne de novilhos de diferentes predominâncias genéticas alimentados com dietas contendo níveis de substituição do grão de milho pelo grão de milheto. Semina: Ciências Agrárias, v. 36, n. 2, p. 943-960, 2015.

Brasileira de Zootecnia, v.39, p.61-67,2010. OLIVEIRA, M.F; VIEIRA, O.V; LEITE, R.M.V.B.C. Extração de óleo de girassol utilizando miniprensa. EMBRAPA, v. 27, p.273,2004. PACHECO, L.P.; LEANDRO, W.M.; MACHADO, P.D.A. A Produção de fitomassa e acúmulo e liberação de nutrientes por plantas de cobertura na safrinha. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.46, p.17-25,2011. PAZIANI, S.F.; DUARTE, A.P.; NUSSIO, L.G. et al. Características agronômicas e bromatológica de híbridos de milho para produção de silagem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.411-417,2009. PAZIANI, S.F.; NUSSIO, L.G.; PIRES, A.V. Efeito do emurchecimento e do inoculante bacteriano sobre a qualidade da silagem de capim-tanzânia e o desempenho de novilhas. Acta Scientiarum, v.28, p.393-400,2006. PEREIRA, O.G.; SILVA, T.C.; LEANDRO, E.S. Práticas na ensilagem versus qualidade higiênica da silagem. p. 157-210. In: V SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS. Anais... Maringá,2014. PINHO, R.M.A.; SANTOS, E.M.; CARVALHO, G.G.P. et al. Microbialand fermentation profiles, losses and chemical composition of silages of buffel grass harvested at different cutting heights. Revista Brasileira de Zootecnia, v.42, p.850-856,2013. POSSENTI, R.A. Parâmetros bromatológicos e fermentativos das silagens de milho e girassol. Ciência Rural, v.35, p.1185-1189, 2005.

SCHMIDT, P.; NOVINSKI, C.O.; CARNEIRO, E.W. et al. Green house gas emissions from fermentation of corn silage. P. 428. In: XVI INTERNATIONAL SILAGE CONFERENCE. Anais...Hämeenlinna, Finland, 2012. SCHMIDT, P.; ROSSI JUNIOR, P.; JUNGES, D. et al. Novos aditivos Microbianos na ensilagem da canade-açúcar: composição bromatológica, perdas fermentativas, componentes voláteis e estabilidade aeróbia, Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.543-549,2011. TEIXEIRA, F.A; AMIN, W.G.; PAULA, M.S. Avaliação da produtividade das silagens de girassol, milho, sorgo e milheto em diferentes espaçamentos. Nucleus, v. 6, p. 1-14, 2009. TORRES, R.A. Conservação de forragem. In: III CURSO DE PECUÁRIA LEITEIRA, 1984, Juiz de Fora. [Apostila]. Juiz de Fora: Nestlé: Embrapa-CNPGL: EPAMIG: Instituto de Laticínio Cândido Tostes, p. 40-48, 1984. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of ruminant. Ithaca: Cornell University Press, 1994.

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Nutrição de matrizes e marrãs modernas Manejo nutricional, produtividade, reprodução.

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Natália de Oliveira Cabral1 Elizabeth Fonsêca Processi2 Marize Bastos de Matos3 Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares4 Zootecnista - Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro / UENF. E-mail: nataliacabral@zootecnista.com.br 2 Zootecnista - Doutora em Ciência Animal 3 Zootecnista - Professora do Instituto Federal Fluminense – Campus Cambuci / IFF 4 Professor do Laboratório de Zootecnia da Universidade Estadual do Norte Fluminense –Darcy Ribeiro – LZO/UENF 1

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Na suinocultura, a alimentação é o fator principal que apresenta influência direta na produtividade do plantel, no qual as deficiências nutricionais influenciam de forma significativa nas respostas reprodutivas de diversas formas e em todas as fases da reprodução. Nas marrãs, a alimentação implica no crescimento e no tempo em que alcançarão a puberdade e no número de óvulos que serão liberados durante os primeiros ciclos estrais. Já para as fêmeas multíparas, que se encontram ciclando, ocorre uma interferência na taxa de ovulação. A nutrição e o manejo nutricional são responsáveis pelo sucesso na produção de leite, no desempenho dos leitões e consequentemente na eficiência de produtividade, levando sempre em consideração os fatores como genética, ambiente e manejo que estão interligados e influenciam diretamente sobre a produtividade e longevidade da fêmea. Palavras-chave: manejo nutricional, produtividade, reprodução.

NUTRITION OF MODERNS MATRICES AND SOWS ABSTRACT In pig farming, feeding is the main factor that has direct influence on the squad productivity, in which nutritional deficiencies significantly influence the reproductive responses of various forms and at all stages of reproduction. In sows, food results in increase in the time that they reach puberty and the number of eggs that will be released during the first estrous cycles. As for the multiparous females, which are cycling, interference occurs in ovulation rate. The nutrition and nutritional management are responsible for the success in milk production, the performance of piglets and consequently productivity efficiency, taking into account factors such as genetics, environment and management that are interconnected and have a direct influence on productivity and longevity female. Keyword: nutritional management, productivity, reproduction.

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INTRODUÇÃO Há anos tem sido estudadas interações entre nutrição e reprodução, pois evidências mostram que a função reprodutiva é altamente prejudicada quando a nutrição ocorre de forma desacerbada. Este fato se deve pelo organismo apresentar funções prioritárias nas quais assimilam primeiro os nutrientes e a energia disposta pela alimentação. Após essa primeira associação o restante dos nutrientes e da energia será direcionado as funções secundárias, mas não menos importantes (reprodução). Sendo assim, quando ocorre uma baixa disponibilidade de alimentos e nutrientes ou quando existe elevada demanda energética sem que ocorra aumento na ingestão calórica tornar-se alta a infertilidade nos mamíferos. A eficiência reprodutiva das fêmeas suínas representa um dos aspectos mais importantes para o sucesso da suinocultura, no qual a gestação e a lactação são as fases que influenciam diretamente sobre o efeito da eficiência produtiva, que é expressa em número e peso de leitões produzidos por porca anualmente. A fêmea suína tem influenciado diretamente no aumento da produtividade do plantel devido à preocupação com os fatores que influenciam diretamente o desenvolvimento da fêmea, como manejo, avanços genéticos e seleção baseada em parâmetros, tais como tamanho de leitegada, intervalo desmama-estro e eficiência na lactação. A eficiência da seleção genética, associada à maior capacidade reprodutiva das fêmeas, vigor e sobrevivência dos leitões, permite a produção de leitegadas maiores, sem aumentar a mortalidade dos leitões. O desenvolvimento dos leitões está diretamente relacionado à quantidade e qualidade do leite da porca. No início da lactação, a produção de leite está associada à mobilização das reservas corporais da porca (JURGENS et al., 1997), e à medida que avança o período de lactação, essa associação passa para a ingestão de alimentos. A eficiência da mobilização das reservas vai depender da nutrição do animal durante todo o período gestacional, além do período de lactação. O consumo de alimento durante a lactação é influenciado pela capacidade que a porca tem em ingerir alimento suficiente para atender não somente suas exigências de mantença, mas prioritariamente 4658

as exigências para a produção de leite. Portanto, há necessidade de uma dieta convenientemente balanceada para este estágio de produção. Durante a lactação a ocorrência da deficiência nutricional pode aumentar a movimentação dos tecidos (muscular e adiposo) nas fêmeas e em consequência promover o aumento do intervalo entre o desmame e o estro, reduzir a taxa ovulatória e a qualidade dos ovócitos liberados, ocasionando um impacto negativo no tamanho da leitegada seguinte. Diante da importância da alimentação para a produção de leite e desenvolvimento dos leitões, é possível melhorar o desempenho das leitegadas através da manipulação das dietas das fêmeas, especialmente no período final da gestação e na lactação. Sendo assim o objetivo desta revisão bibliográfica é somar as informações conhecidas sobre a nutrição das fêmeas de reposição e matrizes do plantel, relacionando as interações existentes entre os fatores que influenciam o bom desenvolvimento e longevidade das matrizes. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Nutrição moderna de fêmeas melhoradas Atualmente as matrizes são mais precoces e mais produtivas, possuem maior peso corporal e apresentam uma reserva corporal de gordura menor. Além disso, na maioria das vezes o consumo destes animais é insuficiente para atender a demanda nutricional e influenciando de forma direta na condição corporal das matrizes, o que resulta em falhas reprodutivas e redução da produtividade durante sua vida útil. Embora os avanços genéticos tenham tornado as fêmeas mais produtivas, elas são mais exigentes nutricionalmente e menos resistentes aos desafios nutricionais. As necessidades nutricionais das fêmeas modernas e a disponibilidade de nutrientes da dieta são pouco conhecidas em comparação ao conhecimento que se tem dos suínos em fase de crescimento e terminação. Mesmo com o avanço na produtividade os níveis nutricionais adotados para estes animais ainda são baseados em resultados de pesquisas feitas entre a década 70 e o começo dos anos 90 Agricultural Research Council (ARC) e National Research Council

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(NRC). Além disso, grande parte das recomendações nutricionais atuais adotadas para as fêmeas em reprodução são extrapolações não verificadas de pesquisas realizadas com suínos em terminação. Pesquisas mais recentes, têm mostrado que as necessidades, tanto de energia quanto de aminoácidos, são mais elevadas do que os níveis propostos pelo National Research Council (NRC) e que já estão demonstrados nas tabelas brasileiras de aves e suínos (ROSTAGNO, 2011). Contudo, para estabelecer um adequado programa de nutrição para matrizes modernas, é importante considerar o material genético da granja, suas necessidades nutricionais e os fatores que afetam essas necessidades. Também é preciso entender os diversos aspectos metabólicos da interação entre o genótipo, a nutrição e a reprodução da fêmea suína. Este entendimento é fundamental para que se possa alcançar, ao mesmo tempo, produtividade e longevidade do plantel. Nutrição de marrãs A correta nutrição das marrãs, durante o seu crescimento, tem impacto significativo no seu desenvolvimento reprodutivo. Assim, o manejo destes animais deve começar nos estágios iniciais de sua vida. A composição corporal das marrãs é influenciada pela quantidade de proteína e de energia consumida durante a fase de crescimento. As exigências nutricionais da fase inicial à puberdade são estabelecidas objetivando proporcionar às fêmeas um adequado desenvolvimento de proteína e deposição de gordura corporal e não o máximo ganho de peso que é alvo nos programas de nutrição para animais em crescimento e terminação destinados à produção de carne. Ressaltando assim a importância de se considerar as marrãs como animais diferenciados dentro do plantel. Segundo Dourmad et al. (1990) fêmeas em crescimento, que recebem rações à vontade, apresentam maiores problemas de conformação, pois, geralmente, são mais pesadas e possuem mais gordura corporal no momento da concepção. Ainda, comentaram que a redução do consumo de energia diminui a taxa de crescimento e a quantidade de gordura corporal das marrãs.

A fêmea prolífica de primeira cria pode perder acima de 15% de sua proteína corporal durante a primeira lactação. A conservação de sua massa proteica corporal durante esta fase pode reduzir o intervalo desmama-cio e aumentar o tamanho da leitegada subsequente em até 1,2 leitões/leitegada (BOYD, 2002). Quando a dieta fornecida às marrãs é deficiente em alguns aminoácidos principalmente triptofano, é observada uma redução no crescimento e na ingestão voluntária de alimento (HENRY et al., 1992). O nível da alimentação a que as marrãs são submetidas durante a fase de crescimento influencia a idade em que elas iniciam a vida reprodutiva (puberdade) e o número de óvulos liberados (taxa ovulatória) durante os primeiros ciclos estrais. Segundo Booth et al. (1994) animais que receberam uma dieta com restrição alimentar a níveis de exigência para manutenção apresentaram dificuldades na secreção do hormônio luteinizante (LH), no entanto, não verificaram maiores impactos sobre a secreção do hormônio folículo-estimulante (FSH). Contudo, foi observado que com o retorno à alimentação à vontade ocorreu imediata restauração da secreção de LH. Portanto, estes dados mostram claramente efeitos do consumo de alimento sobre o controle central de secreção de LH. Para Gill (2006), os genótipos modernos, selecionados para deposição de tecido magro, ao receberem uma dieta com restrição proteica e comparada a dietas com as mesmas quantidades de energia digestível (ED), mas com o dobro de lisina, alcançaram uma redução no ganho de peso e um menor peso corporal das fêmeas na cobertura, e uma maior deposição de gordura corporal. No entanto, esta deposição não se manteve durante a gestação e durante o intervalo desmama-estro. A recomendação geral é que leitoas destinadas aos plantéis reprodutivos devam ter no intervalo de peso entre 20 e 80 kg, um ganho de peso de 650 a 720 g/ dia (SOBESTIANKY et al., 1998). Recomenda-se separar dentro das salas de maternidade estes grupos de animais e fornecer a ração diferenciada visando minimizar a perda de peso e

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de tecido durante a primeira lactação. A utilização de uma única ração de lactação para porcas aumenta o potencial de perda de proteína corporal para as marrãs, o que em alguns casos pode ser corrigido com o uso de suplementos. Manejo alimentar das marrãs É sabido da importância da utilização de ração específica para leitoas de reposição. Mesmo sendo um assunto explorado, ainda é muito grande o número de granjas que alimentam suas futuras reprodutoras sem qualquer distinção de um animal para abate mesmo sabendo que os objetivos de peso e, principalmente, de longevidade, são totalmente distintos. É sabido há anos que os níveis de cálcio e fósforo adequados para uma máxima taxa de crescimento não são necessariamente adequados para uma máxima mineralização óssea (CROMWELL,G.L., citado por KIRKWOOD, 1992), potencializando a diferença entre as fases e categorias em que os animais se encontram. Além do componente mineral, é importante um ganho de peso moderado nas leitoas (puberdade em idade adequada e bons aprumos), com uma adequada deposição de reserva corporal na forma de gordura. Dessa forma, é necessário balanceamento adequado das rações e, mais do que isso, um manejo alimentar específico. A adoção do ”flushing”, um procedimento caracterizado pelo aumento no consumo de energia das marrãs, por um período de 10 a 14 dias, até a cobertura, é recomendado para leitoas com peso corporal entre 110 e 120 kg e com idade entre 180 a 190 dias, onde deve ser fornecida uma dieta com 3200 kcal EMA, à vontade (SOBESTIANSKY et al., 1998). O efeito gerado pelo “flushing” não é super-ovulatório, mas permite a maximização do potencial ovulatório através de um status hormonal mais adequado. Sabese claramente do papel da insulina como regulador de atividade ovariana, com papel decisivo na eficácia do ”flushing” e por esse motivo, é importante salientar que a fonte de energia utilizada na dieta do flushing tem papel fundamental na potencialização da secreção endógena de insulina, devendo sempre priorizar a participação máxima de carboidratos como fonte de energia nas mesmas. 4660

O flushing deve ser feito em conjunto com os programas de sincronização de cio. Uma vez iniciadas as coberturas de um determinado grupo de leitoas, o manejo alimentar deve ser imediatamente alterado para os padrões pós-cobertura, ou seja, restrição moderada durante os primeiros dias, assegurando maior sobrevivência embrionária (ABCS, 2014). Sendo assim, quanto maior a sincronização do grupo de leitoas e quanto menor esse grupo, menores erros são cometidos na utilização do flushing, seja superalimentando as já cobertas ou sub-alimentando as que ainda estão vazias. Nutrição da fêmea gestante Durante a gestação, as fêmeas devem receber alimentação devidamente balanceada e suficiente para que conservem um estado nutricional adequado, obtendo nutrientes necessários para assegurar a sobrevivência dos embriões, além de conseguir maior número de leitões vivos ao parto, maior consumo de alimento durante a lactação e consequentemente, leitões mais pesados ao desmame (FLORES et. al., 2007). A exigência energética das fêmeas em gestação está diretamente relacionada ao peso corporal, manejo e ambiente. O consumo de energia durante a gestação é normalmente limitado para controlar o ganho de peso e manter uma condição corporal (escore) apropriada (PENZ e VIOLA, 1998). As marrãs e matrizes devem ser manejadas e alimentadas visando obter ganho de peso líquido de aproximadamente 25 kg durante o período de gestação, por pelo menos nas três ou quatro primeiras parições. De acordo com o NRC (1998), o ganho de peso resultante da placenta e dos produtos de concepção é de aproximadamente 20 kg, para um ganho de peso total de 45 kg durante a gestação. A fêmea suína apresenta exigências nutricionais relativamente baixas durante a gestação, quando comparadas com aquelas do período de lactação. No entanto, matrizes que não consomem quantidades suficientes de nutrientes e energia neste período podem produzir leitões fracos e maior proporção de leitões desuniformes. Por outro lado, se as fêmeas con-

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sumirem muito alimento nesta fase ocorrerá aumento nas perdas embrionárias e maiores dificuldades no parto, além de ocasionar redução do apetite durante a lactação. Fêmeas que consomem, nas dietas, excesso de energia entre 75 e 90 dias de gestação podem apresentar prejuízo na formação das glândulas mamárias e, como consequência, redução na produção de leite no período da lactação, especialmente em fêmeas primíparas (HEAD & WILLIAMS, 1991). O estado energético da fêmea gestante influencia diretamente seu desempenho durante a lactação. O excesso de energia pode causar obesidade ao parto, resultando em redução do consumo voluntário, ocasionando perdas corporais significativas durante a lactação. Quando comparadas fêmeas gordas (349 g de gordura/kg de peso corporal) com magras (280 g de gordura/kg de peso corporal), não foram encontradas diferenças de peso no período do parto (REVELL et al., 1998). No terço final da gestação, recomenda-se atuar de forma que ocorra aumento do consumo de ração. De acordo com BOYD et al. (2002), nesta fase ocorre um aumento exponencial das exigências de nutrientes e o aumento no consumo de ração, pode influenciar diretamente na prevenção da perda de proteína corporal materna que normalmente é mobilizada para suportar o desenvolvimento materno e fetal. Entre as diferenças nas exigências nutricionais das marrãs e porcas em lactação destacam-se a exigência de lisina e demais aminoácidos, dos minerais cálcio e fósforo e das inter-relações dos nutrientes com a energia total da ração. Quando a quantidade de nutrientes fornecida durante a gestação está abaixo das necessidades de manutenção, o peso ao nascer decresce, mas o número de leitões nascidos não é afetado a não ser que seja imposta às fêmeas uma restrição severa de nutrientes (LIMA, 1991). Hoppe et al. (1990), realizaram um estudo onde porcas primíparas receberam dietas com 6 ou 9 Mcal EM/ dia durante a gestação por quatro partos consecutivos, constaram que as fêmeas que consumiram dieta com 9 Mcal EM/dia ganharam mais peso durante a gestação, no entanto, perderam mais peso durante a

lactação, resultando em pesos similares à desmama. Ainda comparando as dietas com diferentes níveis energéticos, foi constatado que a espessura de toucinho foi maior para as fêmeas com mais energia na dieta aos 110 dias de lactação. Enquanto, as fêmeas alimentadas com 6 Mcal EM/dia durante a gestação consumiram em média 22 kg a mais de ração durante a lactação do que o outro grupo, não apresentando efeito direto sobre o desempenho da leitegada (número de nascidos e peso). Lima (1991), ao trabalhar com valores energéticos mais altos durante a gestação, verificou um aumento lógico no ganho de peso das porcas até o parto, confirmando fatos descritos por vários autores. Porém, têm sido observados que os animais que ganham peso na gestação são os que apresentam maior perda de peso durante a lactação. Efeito semelhante foi descrito por Xue et al. (1997), que estudaram porcas em gestação alimentadas com dietas contendo 11 Mcal EM/dia (alta energia) ou 6,5 Mcal EM/dia (energia normal). Constatando que fêmeas com acesso à dieta com alta energia apresentaram maior ganho de peso e espessura de toucinho durante a gestação, e menor consumo de ração e maior perda de peso durante a lactação. Indicando que se deve ter um cuidado especial com fêmeas de primeira e de segunda ordem de parição, pois seu desenvolvimento corporal ainda não foi completado. Fato este que explica a maior exigência de lisina nessa fase em relação às fêmeas mais velhas. Assim como, Ji et al. (2005), trabalhando com marrãs, também recomendaram a divisão da fase de gestação. As fases se diferenciam de acordo com a alteração da composição corporal, do ganho de tecido maternal e dos fetos, durante a gestação. Em fêmeas de quarto e quinto ciclo de parição, Sabioni et al. (2007) avaliaram as exigências de proteína bruta durante a gestação, empregando dietas isoenergéticas (3400 kcal ED/kg). Os autores observaram que o nível de 13,5% PB na ração de gestação proporcionou melhor balanço energético das porcas,

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maior número de leitões nascidos vivos, maior peso médio dos leitões ao desmame, maior peso da leitegada ao parto e da leitegada ao desmame e maior ganho de peso médio diário da leitegada.

mobilização de aminoácidos que será responsável pela alteração no padrão dos aminoácidos limitantes relacionados a cada fase da lactação (KIM et al., 2001).

Nutrição de fêmeas em lactação A lactação é particularmente um importante estágio do ciclo reprodutivo da fêmea suína, sendo que seu principal objetivo é atender as necessidades dos leitões lactantes, minimizando a mortalidade prédesmame e otimizando a produção de leite, além de minimizar a perda de peso corporal das matrizes, buscando controlar o intervalo desmama-cio e garantir uma taxa de ovulação adequada (SOBESTIANSKY et al., 1998).

Pesquisas mostram que quando ocorre mobilização de tecido durante a lactação os aminoácidos treonina e lisina são os primeiros limitantes seguidos pela valina. No entanto, a lisina é o primeiro, a valina o segundo e treonina o terceiro aminoácido limitante quando as fêmeas não mobilizam tecido durante a lactação, o que indica que a ordem de limitação dos aminoácidos depende da ingestão de ração e mobilização de tecido durante a lactação (KIM et al., 2001).

Durante a lactação, uma fêmea produz aproximadamente 7 a 12 kg de leite/dia. Desta forma, ela produz mais matéria seca em três dias, do que uma em 114 dias de gestação. Como resultado disto, as exigências energéticas em fase de lactação, é consideravelmente maior do que uma matriz em gestação (KIRKWOOD & THACKER, 2001). Geralmente recomenda-se que as porcas sejam submetidas a um nível moderado de consumo energético durante a gestação. Por outro lado, é essencial que o consumo alimentar seja maximizado, pois, mantendose altos níveis de consumo é possível: • Reduzir as perdas de peso corporal e espessura de toucinho; • Aumentar a produção de leite; • Aumentar a taxa de crescimento dos leitões; • Diminuir a mortalidade de leitões; • Melhorar o desempenho reprodutivo subsequente. As fêmeas são capazes de produzir leite através de suas reservas corporais mobilizando o tecido adiposo, o que leva a uma perda de peso corporal durante a lactação, considerada perda razoável por volta de 10 kg (KIRKWOOD & THACKER, 2001). A importância da manutenção do alto consumo de ração durante a lactação tem sido claramente demonstrada. Para a lactação das matrizes recomenda-se o uso de duas rações de lactação distintas, uma para as fêmeas de primeira lactação e outra para fêmeas de lactações posteriores, considerando o impacto da 4662

Portanto, estabelecer as exigências de aminoácidos ideias para fêmeas em lactação não só maximiza a produção de leite para os leitões, mas também auxilia na manutenção da condição corporal para garantir uma boa longevidade (KIM et al., 2001). Em relação ao consumo de água, as fêmeas lactantes precisam de um fornecimento adequado em volume e em temperatura. Segundo Close e Cole (2000), o consumo diário de água varia entre 20 e 60 L, pois depende do consumo de ração (consumo de água = 4,2 + 2,52 X consumo de ração kg/dia), da temperatura do ambiente e do tamanho da leitegada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Estabelecer planos nutricionais para fêmeas é extremamente difícil, visto que diversos são os fatores que influenciam diretamente na capacidade produtiva e reprodutiva desses animais. A nutrição da fêmea gestante deve ser diferenciada segundo a ordem de parto. Na lactação, a maior preocupação se dá a produção de leite, no entanto não se devem desprezar fatores como o crescimento da leitegada e a perda de peso da fêmea, pois são extremamente alterados nessa fase. O estabelecimento do programa nutricional é diretamente influenciado pelo potencial genético do animal, o número de fetos, o desenvolvimento do aparelho mamário, a capacidade de consumo de alimento, a produção de leite e a mobilização de tecidos corporais.

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Consumo de peixe de piscicultura de água doce no município de Bragança-PA Bragança, piscicultura, semana santa. Revista Eletrônica

Elias Fernandes de Medeiros Junior¹ Maria José Lopes da Silva² Bruno José Corecha Fernandes Eiras³ Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas-IFAM. Campus São Gabriel da Cachoeira-AM. Mestrando em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais na Universidade Federal Rural da Amazônia Campus Belém. Email: elias.aqrat@gmail.com; elias.junior@ ifam.edu.br. ² Acadêmica do Curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Pará-UFPA, Campus Bragança. ³ Mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciência Animal na Universidade Federal do Pará Campus Belém. 1

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A piscicultura é uma atividade agropecuária que está em franca expansão no Brasil, esse aumento da produção e do consumo de pescado é resultante de programas de incentivo a criação de organismos aquáticos como o Plano mais pesca e Aquicultura do governo Federal. O objetivo desse trabalho foi verificar o consumo de peixe oriundo de cativeiro pelos frequentadores da primeira feira do pescado vivo realizada no município de Bragança Pará. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semi-estruturadas, compostas de oito perguntas objetivas e duas subjetivas que versavam sobre o consumo de pescado. Com os resultados alcançados observamos que 42% da população bragantina ingerem o pescado de água doce de forma regular; 52% não gostaram do sabor; 65% optam por manipular o peixe inteiro para consumo; 76% disseram que o preço estava acessível; 72% dos entrevistados desconheciam a existência de aquicultores no município; 93% julgaram que a feira é uma ótima oportunidade para promover o consumo de peixe; 98% relataram que foi um importante evento a ser realizado no município, pois garantiu o fornecimento de recursos pesqueiros durante a Semana Santa e 58% atribuíram o quesito bom em relação à iniciativa da prefeitura em promover essa ação . Palavras-chave: Bragança, piscicultura, semana santa.

CONSUMPTION THE FISH OF FRESHWATER FISH FARM IN THE MUNICIPALITY OF BRAGANÇA-PA ABSTRACT The fish farm is an agricultural activity that is weak expansion in Brazil, this increase in production and fish consumption is the result of breeding programs for aquatic organsmis breeding as more fishing and aquaculture plan of the Federal Government. The aim of this study was to evaluate the consumption of fish coming from captive by goers of the live fish first fair realized in the city of Bragança Pará. The data were collected from semi-structured interviews, composed of eight objective questions and two objective that focused on the fish consumption. With the achievements we observed that 42% of the bragantina population eat freshwater fish on a regular base; 52% did not like the flavor; 65% choose to manipulate the all fish for consumption; 76% said the price was accessible; 72% of interviewed were not knew the existence of fish farmers in the municipality; 93% judged the fair is a great opportunity to promote fish consumption; 98% reported that it was an important event to be accomplished in the city, becouse secured the supply of fishery resources during saint week and 52% attributed good question about the city council’s initiative to promoting this action. Keyword: Bragança, fish farm, saint week. . 4665


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INTRODUÇÃO Nos últimos anos a aquicultura teve um aumento considerável na produção de organismos aquáticos dulcícolas (BITTENCOURT et al., 2013). A aquicultura surge como a mais promissora atividade da agropecuária, incluindo segmentos como a piscicultura, a carcinicultura, a malacocultura e a algocultura (CARMO et al., 2008). No ano de 2013 o Brasil produziu 392, 493 mil toneladas de peixe oriunda da piscicultura. A região Centro-Oeste foi a principal produtora, onde ocorreu a despesca de 105,010 mil toneladas de peixes, o equivalente a 26,8% do total produzido, a região sul produziu 88,063 mil toneladas, o nordeste 76,393 mil toneladas, o norte 72, 969 mil toneladas e o sudeste com 50.058 mil toneladas (IBGE, 2013).

O município de Bragança é reconhecidamente um importante centro de comercialização e desembarque de recursos pesqueiros (ESPÍRITO-SANTO & ISAAC, 2012). No quesito produção pesqueira de origem extrativista marinha Bragança é relatada em vários trabalhos que avaliaram desde os aspectos econômicos e higiênicos do pescado como o desenvolvido por Freire et al. (2011); os de Silva et al. (2012) que descreveu o desembarque de pescado descarregado no posto fiscal e os de Braga et al. (2006) que atribuíram a produtividade verificada no município a sua localização estratégica, ou seja, na região do Rio Caeté, ecossistema que se destaca pela grande produtividade natural, o que justifica ser área de berçário para peixes, camarões, caranguejos e outros organismos. De acordo com Souza et al. (2007) a atividade de

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2014) relatou que o Brasil vem apresentando uma crescente participação na produção de organismos aquáticos. De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA, 2012), o Brasil vem confirmando sua vocação para a produção de pescado, o que foi impulsionada em partes pelo ‘’Plano Safra da Pesca e Aquicultura’’. O Brasil possui inúmeras espécies nativas com grande potencial para exploração pela aquicultura, no entanto, a grande maioria necessita ainda de uma série de aportes científicos e tecnológicos para colocá-las em patamar de plena viabilidade zootécnica e econômica (OSTRENSKY et al., 2008). Na Amazônia Oriental, o Estado do Pará, a despeito de seus vastos territórios alagados dominados por várzeas e mangues, contribuiu em 2010 com apenas 1,2% da produção aquícola brasileira, ocupando o 21º lugar da produção aquícola, e desse total, 94,3% é oriundo da aquicultura continental (ALMEIDA JÚNIOR & LOBÃO, 2013). Em relação à piscicultura desenvolvida no Estado do Pará, Oliveira et al. (2014) ressaltaram que a atividade ainda é recente, mas de grande potencial para o estado. Nesse cenário DeCarvalho et al. (2013) verificaram que no Pará predomina a piscicultura continental, praticada em vários municípios paraenses, com modalidades de cultivos bem diversificados, desde a subsistência até grandes produtores com a produção voltada para o mercado interestadual. 4666

aquicultura na região bragantina ainda não apresenta resultados significativos em relação a produtividade dos sistemas de criação, apesar de a região possuir todas as condições necessárias para este sucesso, que segundo os autores são temperatura estável ao longo do ano, rios e lagos com grande potencial para piscicultura superintensiva, bem como um importante mercado consumidor. O tambaqui Colossoma macropomum (CUVIER, 1818) é nativo do rio Amazonas, Orinoco e seus afluentes. A espécie encontra-se na lista das mais produzidas no Brasil no ano de 2013, respondendo por 22,6% do montante produzido (IBGE, 2013). Esse aumento na produção do tambaqui e outras espécies nativas é reflexo da forte demanda por novas fontes de proteína mais saudáveis segundo o MPA (2013) o consumo de pescado no Brasil aumentou 23,7%, o que foi uma surpresa para os especialistas das áreas de alimentação e abastecimento. O objetivo do presente trabalho foi verificar o consumo de peixe de piscicultura durante a realização da primeira feira do peixe vivo realizada no município de Bragança Pará. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido em março de 2013, no município de Bragança Pará, cidade localizada no nordeste paraense nas coordenadas geográficas: latitude 01º 03’13’’ S e longitude 46º 45’ 56’’ W, com

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população estimada em 121.528 habitantes (IBGE, 2015). O trabalho contou com o apoio da Secretaria Municipal de Economia e Pesca e de três piscicultores da zona rural do município. A divulgação da primeira feira do peixe vivo foi realizada através dos canais de televisão, rádio, folders e cartazes divulgados pela cidade. Para avaliar o consumo de peixe de água doce durante a feira foi elaborado um questionário semiestruturado composto de oito perguntas objetivas e duas subjetivas relativas ao consumo de pescado tais como: frequência de consumo de pescado, consumo de peixe cultivado, aceitação do sabor do peixe cultivado, forma de consumo do peixe cultivado, preço do peixe cultivado, conhece piscicultura em Bragança, a feira do peixe vivo é uma alternativa para o consumo de pescado, preferência do consumidor em relação ao hábitat do pescado, importância da realização da feira do peixe vivo, iniciativa da prefeitura de Bragança na realização da feira do peixe vivo. O Formulário foi aplicado a 100 pessoas adultas escolhidas de forma aleatória e que estavam participando da primeira feira do peixe vivo realizado durante a Semana Santa. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel e submetidos à estatística descritiva, para analise das frequências das observações. Infraestrutura utilizada para realização do evento A estrutura foi montada nas dependências do posto fiscal de embarque e desembarque de pescado do município. Para a estocagem dos peixes provenientes das pisciculturas foram utilizadas três caixas d’água de mil litros e três de 500 litros. A água utilizada para abastecer as caixa d’água era proveniente de poço artesiano, sendo necessária a correção do pH a qual foi realizada com a utilização de 40 kg de calcário dolomítico, assim como, foi utilizado 30 kg de sal para neutralizar a ação do nitrito e diminuir o estresse dos peixes. As condições físico-químicas da água como temperatura, oxigênio, pH e condutividade foram monitoradas por meio de uma sonda multiparâmetro Horriba. O transporte dos tambaquis das pisciculturas até o posto fiscal consistiu no uso de um caminhão e uma picape. Para a exposição do pescado a venda, foram utilizadas três tendas para fazer a cobertura das pessoas envolvidas com a venda , assim como, garantir o conforto das pessoas que visitavam o evento. Tam-

bém foram utilizados mangueiras para a drenagem de água para as estruturas de confinamento dos peixes e uma balança digital para aferição da massa corporal dos peixes que estavam sendo comercializados. Para a coleta dos peixes foram usados três puçás e os manipuladores estavam trajados com aventais, bonés e luvas para manter a qualidade do pescado. Com o intuito de divulgar o sabor do peixe cultivado foi realizada, em um quiosque, a degustação de tambaqui cultivado, sendo servidos dois tipos de pratos, a caldeirada de tambaqui, que consiste no cozimento do peixe com diversos ingredientes incluído ovos de galinha, leite de coco entre outros insumos. O outro prato foi tambaqui baby assado em carvão vegetal. Baby é a denominação para peixes de até 500 gramas. RESULTADOS E DISCUSSÃO O consumo de peixe em Bragança (Figura 1) foi relatado por 42% das pessoas entrevistadas que ingerem o peixe de forma regular, enquanto 39% se alimentam frequentemente e 19% ocasionalmente. Esses dados sugerem que apesar de o município ter tradição no consumo e desembarque de pescado, muitas pessoas ainda optam por consumir outras fontes de proteína que não o peixe. Resultados semelhantes foram encontrados por Costa et al. (2013) os autores observaram que no município de Parintins-AM não houve uma clara preferência por parte dos entrevistados por um só tipo de carne de origem animal (37,56%), entretanto, quando analisados individualmente os tipos de carne, observou-se uma preferência pelo consumo do pescado para ambos os sexos. Soares & Belo (2015) encontraram proporções maiores em relação ao consumo de peixe em Porto Velho em Roraima, 87% dos entrevistados relataram que consomem peixe, e 13% disseram que não. A frequência de consumo de pescado em Bragança quando comparado a outros municípios da região amazônica ficou abaixo do esperado, esse cenário pode estar relacionado ao crescente preço do pescado comercializado, além é claro de sua qualidade. De acordo com Medeiros et al. (2015) a sazonalidade tem reflexo direto sobre a qualidade do pescado, uma vez que o período de safra representa um maior volume tanto de captura como de comercialização.

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Figura 1. Frequência de consumo de pescado pelas pessoas entrevistadas durante a realização da primeira feira do peixe vivo em Bragança Pará. Fonte: Elaborado pelo autor (2013). Em relação ao quesito sabor 52% das pessoas entrevistadas disseram que não gostaram do sabor do peixe de cativeiro, enquanto 48% disseram que gostaram. De acordo com Souza et al. (2012) a discriminação de um sabor é uma percepção individual, que pode variar de pessoa para pessoa, resultando no uso de expressões diferentes para uma mesma sensação. Os mesmos autores ressaltam que o gosto de terra molhada e mofo frequentemente relatado pelas pessoas que consomem peixe de cultivo está relacionado à presença de geosmina e do 2-metilisoborneol no ambiente aquático, essas substâncias são produzidas por elevadas populações de cianobactérias e actinomicetos, sendo então absorvidas por difusão pelos tecidos dos peixes. Uma das maneiras apontadas por Kubitza (1999; 2004) para eliminar o ‘’off-flavor’’ é submeter os peixes a processos de depuração em água limpa e com fluxo contínuo, porém, a eliminação da geosmina e do 2-metilisoborneol pode levar vários dias ou semanas. A indústria pesqueira está inovando o seu portfólio de produtos a base de pescado. Quando perguntadas sobre que outras formas de consumo já haviam consumido o peixe cultivado 65% disseram que preferem adquirir e manipular o peixe inteiro, 16% nunca consumiram tambaqui, 10% disseram ter consumido defumado e 9% na forma de filé. Com esses resultados pode-se diagnosticar um público diferenciado que opta por outras formas de apresentação que não a tradicional e que representa um potencial de mercado a ser explorado pelos piscicultores da região bragantina, com o intuito de agregar valor aos produtos oriundos da aquicultura. 4668

Bombardelli et al. (2005) relataram que um dos principais métodos de agregar valor ao pescado deve ser por meio de diferentes formas de processamento da carne, buscando não somente a forma eviscerada ou em filé, mas também produtos mais elaborados ou pré-prontos como salgados, defumados, enlatados, embutidos, reestruturados e fermentados. A elaboração de empanados a partir de peixes favorece o aumento do consumo desta fonte proteica, devido à praticidade no momento do preparo deste produto (BONACINA & QUEIROZ, 2007). De acordo com Gonçalves & Cezarini (2008) peixes defumados podem constituir uma parte importante e significativa da dieta humana, por causa da sua desejável propriedade sensorial e alto valor nutritivo. No que se refere ao preço 76% dos entrevistados disseram que estava acessível e 24% que não. Diferente do pescado de origem extrativista os peixes cultivados necessitam de vários insumos em seu processo de cultivo, sendo o item ração o que mais encarece a cadeia produtiva e infelizmente o custo final é repassado ao consumidor. Os custos com alimentação podem representar até 70% dos custos de produção e, por isso, torna-se necessária a preocupação com a formulação de rações balanceadas que permitam melhor assimilação de nutrientes pelos peixes (JOMORI et al., 2005; SCORVO FILHO et al., 2010). Izel et al. (2013) disseram que além de preservar os estoques naturais, a piscicultura garante o abastecimento e o preço do tambaqui estabilizados durante todo o ano, ressaltaram também que caso a oferta dependesse somente da pesca, o tambaqui seria escasso no mercado e seu preço estaria fora do alcance da população em geral. Apesar da atividade de piscicultura ser um dos setores da agropecuária que mais cresce no Brasil em especial na região Norte, verificou-se que em relação à piscicultura desenvolvida no município de Bragança 72% das pessoas disseram desconhecer a atividade na região e somente 28% disseram conhecer. Percebe-se a falta da divulgação da atividade no município e a feira do pescado se mostra como uma ótima oportunidade para a divulgação dessa crescente atividade agropecuária e eliminar percepções negativas em relação ao cultivo de peixes. O grande desafio da indústria tem sido promover o aumento do consumo

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de pescado, os atacadistas acreditam que uma campanha promocional de marketing pode aumentar o consumo de pescado (TIECKER, 2003). Devido à carência no fornecimento de pescado de origem extrativista marinho durante o período da Semana Santa, foi perguntado a população se a realização de feiras de peixe vivo seria uma alternativa para o consumo de pescado na região bragantina, 93% das pessoas avaliadas disseram que sim e somente 7% disseram que não. Esses dados refletem a consciência por parte da população que muitas espécies de origem marinha que são desembarcadas em Bragança estão entrando ou já estão na lista de espécies sobre-exploradas o que refletem a redução no fornecimento do pescado, o que indiretamente contribui para o consumo de outros peixes, apesar de que 73% preferem peixe de água salgada, 14% de água doce e salgada e 13% disseram que preferem de água doce. A feira do peixe vivo foi avaliada por 98% das pessoas entrevistadas como um importante evento a ser realizado no município, pois garante a população mais carente a oferta de pescado de qualidade e quantidade durante o período festivo, e 2% disseram não ser importante a realização do evento. Em relação à iniciativa da prefeitura em promover a ação 58% julgaram como bom; 26% excelente e 16% regular. Freire et al. (2014) observaram que a feira do peixe vivo realizada pela Secretaria de Pesca e Aquicultura no Pará (SEPAQ) promoveram o acesso a diferentes tipos de produtos pesqueiros aos consumidores de diferentes classes sociais, mostrando que o preço acessível do pescado tem influência na quantidade de pessoas que frequentam essas feiras, sejam elas com baixa ou alta renda familiar. Divenka et al. (2013) constataram um baixo consumo de pescado em Laranjeiras do Sul no estado do Paraná, segundo os autores os principais motivos que contribuíram para que as pessoas não consumissem recursos pesqueiros foi a renda mensal dos entrevistados. Menezes et al. (2015) observaram que o consumidor de peixe que participa de feiras do peixe vivo tem interesse de consumir peixes em sua alimentação diária, sugerindo a possibilidade de realização de feiras várias vezes ao ano.

CONCLUSÃO A criação de peixes ainda é uma atividade recente no município de Bragança, porém, será de suma importância para o abastecimento da cidade nos próximos anos devido à redução do pescado de origem extrativista. Pelos dados encontrados na presente pesquisa a população bragantina não irá opor-se a consumir peixe de origem aquícola, pois foi comercializada uma tonelada de tambaqui durante o evento. Sendo assim, ainda que a atividade esteja começando é importante que os aquicultores realizem práticas de manejo adequadas para garantir um produto de qualidade aos consumidores . REFERÊNCIAS ALMEIDA JÚNIOR, C. R. M. O’.; LOBÃO, R. A. Aquicultura no Nordeste Paraense, Amazônia Oriental, Brasil. Bol. Téc. Cient. Cepnor, v. 13, n.1, p. 3342, 2013. BITTENCOURT, F.; SOUZA, B. E.; NEU, D. H.; RORATO, R. R.; BOSCOLO, W. R.; FEIDEN, A. Eugenol e benzocaína como anestésico para juvenis de Cyprinus carpio Linnaeus, 1758 (carpa comum). Rev. Bras. Ciênc. Agrár. Recife, v. 8, n. 1, p. 163167, 2013. BOMBARDELLI, R. A.; SYPERRECK, M. A.; SANCHES, E. A. Situação atual e perspectivas para consumo, processamento e agregação de valor ao pescado. Arq. Ciên. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 8, n. 2, p. 181-195, jul/dez, 2005. BONACINA M, QUEIROZ, M. I. Elaboração de empanados a partir da corvina (Micropogonias furnieri). Ciênc. Tecnol Alim, v. 27, n. 3, p. 544-52, 2007. BRAGA, C. F.; ESPÍRITO-SANTO, R. V.; SILVA, B. B.; GIARRIZZO, T.; CASTRO, E. R. Considerações sobre a comercialização de pescado em Bragança Pará. Bol. Téc. Cient. Cepnor, Belém, v. 6, n.1, p. 105-120, 2006. CARMO, J. L.; FERREIRA, D. A.; SILVA JUNIOR, F. R.; SANTOS, R. M. S.; CORREIA, E. S. Crescimento de três linhagens de tilápia sob cultivo semi-intensivo em viveiros. Revista Caatinga. Mossoró, v. 21, n.2, p. 20-26, 2008. COSTA, T. V.; SILVA, R. R. S.; SOUZA, J. L.; BATALHA, O. S.; HOSHIBA, M. A. Aspectos do consumo e comércio de pescado em Parintins-AM. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 63-75, 2013.

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Estreptococose nas pisciculturas de Lavras, Sul do Estado de Minas Gerais Bactérias, piscicultura, sanidade, peixes, microbiologia.

Matheus Hernandes Leira1 Mirian Silvia Braz2 Marcelo Stefanini Tanaka3 Vanessa Soube Franso4 Adriana Mello Garcia5 Professor e Pesquisador do curso de Medicina Veterinário da Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais - FACICA, Doutor em Ciências Veterinárias / Universidade Federal de Lavras - UFLA; E-mail: matheushernandes@uol.com.br 2 Mestranda em Medicina Veterinária / UFLA; 3 Graduando em Medicina Veterinária / UFLA; 4 Professora e Pesquisadora do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, campus Cuiabá; 5 Professora e Pesquisadora do Departamento de Medicina Veterinária/ UFLA 1

RESUMO Estreptococose é o termo genérico utilizado para designar a doença septicêmica de etiologia bacteriana em peixes, causadas por cocos Gram-positivos incluindo nesse grupo, microrganismos dos gêneros Streptococcus, a bactéria é patogênica para diversos hospedeiros, como por exemplo, os bovinos e os seres humanos, além de causarem doenças nos peixes. A infecção por esse agente causa nos peixes doença septicêmica e encefalite, a partir disso vários sinais clínicos são perceptíveis, como natação alterada, com rodopios e perda de equilíbrio, lesões de tegumento e músculo semelhante a abscessos, petéquias na superfície corporal, principalmente ao redor da boca, opérculo e nadadeiras, olhos opacos e exoftalmia. Palavras-chave: Bactérias, piscicultura, sanidade, peixes, microbiologia.

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Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

ESTREPTOCOCOSE IN FISH FARMS LAVRAS, STATE SOUTH MINAS GERAIS ABSTRACT Estreptococose is the generic term used to designate the septicemic disease of bacterial etiology in fish caused by Gram-positive cocci including this group, microorganisms of the genus Streptococcus, the bacterium is pathogenic to other hosts, such as cattle and beings humans, and cause disease in fish. Infection by this pathogen causes disease in fish septicemic and encephalitis from that various clinical signs are noticeable, as amended swimming with whirling and loss of balance, muscle and integument lesions like abscesses, petechiae on the body surface, especially around the mouth, operculum and fins, eyes dull and exophthalmos. Keyword: Bacteria, fish farming, health, fish, microbiology.


Artigo 376 - Estreptococose nas pisciculturas de Lavras, Sul do Estado de Minas Gerais

INTRODUÇÃO Atualmente a aquicultura é o ramo da produção de proteína de origem animal que mais cresce em todo mundo, com uma elevação na produção total de menos de um milhão de toneladas nos anos 1950 para aproximadamente 52,5 milhões de toneladas em 2008. Segundo dados da Food and Agriculture Organization (FAO, 2010) a aquicultura já atende metade da demanda mundial por peixes e outros animais aquáticos, sendo ainda satisfatoriamente capaz de atender a crescente procura por esse tipo de alimento. A indústria brasileira de tilápia cresce vigorosamente, com posição de destaque entre os países americanos. Condições climáticas favoráveis e vastos reservatórios hídricos corroboram para a expansão significativa da produção nacional. Se 2% do potencial hídrico do país fosse utilizado para o cultivo de peixes em tanques-rede o Brasil estaria entre os maiores produtores mundiais. O estabelecimento da cadeia produtiva da tilápia propicia o desenvolvimento de agroindústrias de processamento, geração de milhares de empregos, maior produção de alimentos, geração de renda e intercâmbio de tecnologias, incrementando o agronegócio nacional (VERA-CALDERÓM & FERREIRA, 2004). Estreptococose é o termo genérico utilizado para designar as doenças septicêmicas de etiologia bacteriana em peixes causados por cocos Gram-positivos incluindo nesse grupo, microrganismos dos gêneros Streptococcus, Lactococcus, Vagococcus e Carnobacterium (MATA et al., 2004a). Essa doença foi primeiramente descrita em 1956 no Japão, onde um surto de septicemia em uma fazenda comercial de truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) foi caracterizado (HOSHINA et al., 1958). Desde então, diversas espécies de estreptococos têm sido associadas a processos patogênicos, bem como, um número crescente de espécies de peixes e outros organismos aquáticos cultivados têm sido descritos como susceptíveis a essa enfermidade. (HASSON et al., 2009). Pertencente à família Streptococcaceae, o gênero Streptococcus abrange uma ampla gama de espécies bacterianas associadas a processos etiológicos em seres humanos e animais, bem como, microrganismos saprofíticos ou não patogênicos. Atualmente, 67 espécies e 12 subespécies bacterianas são descritas como pertencentes a esse gênero (GLAZUNOVA et al.,

2009). Os Streptococcus são cocos Gram-positivos, com diâmetro de 0,5-2,0 μm, organizados em pares ou cadeias lineares curtas, catalase negativos, não móveis e não formadores de esporos. Além das características fenotípicas, o tipo de hemólise e a sorotipagem baseada na antigenicidade de polissacarídeos capsulares (20 grupos, denominados Grupos de Lancefield) têm sido empregadas para caracterizar as diferentes espécies de Streptococcus (SHEWMAKER et al., 2007). Desde a década de 1930, a bactéria Streptococcus agalactiae, também comumente chamada de Streptococcus do Grupo B, é uma das principais causadoras de doenças em seres humanos e animais. Essa bactéria Gram-positiva é responsável por casos de pneumonia, septicemia e meningite em seres humanos neonatos, e possui alta taxa de morbidade em gestantes e mortalidade em adultos imunocomprometidos (JOHRI et al., 2006). Na medicina veterinária esse microrganismo tem se destacado como causador de mastite clínica e subclínica em bovinos (WAAGE et al., 1999). Patógeno emergente na aquicultura, essa bactéria é responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade em casos de septicemia e meningoencefalite em peixes de água doce, marinhos e estuarinos (EVANS et al., 2002). Seis espécies têm sido descritas como os principais agentes etiológicos causadores de septicemia e meningoencefalite em peixes: Streptococcus iniae, Streptococcus agalactiae, Streptococcus parauberis, Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus phocae e Streptococcus ictaluri (HERNÁNDEZ, et al., 2009). Dentre as principais espécies patogênicas para peixes destaca-se S. iniae e S. agalactiae, as quais causam grandes prejuízos em vários países incluindo o Brasil. Casos de infecção foram descritas até o momento em mais de 20 espécies de peixes, esporadicamente S. agalactiae está associado com casos de doenças em vários outros hospedeiros como aves, camelos, cães, equinos, gatos, rãs, hamsters, camundongos, macacos, dentre outros (GARCIA, et al. 2008). No Brasil, o primeiro relato da ocorrência da doença em peixes foi no ano de 2003, onde foram identificados surtos de estreptococoses em tilapiculturas no Norte do Paraná. Posteriormente, infecções causadas

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por S. agalactiae foram relatadas em tilapiculturas nos estados do Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Ceará. Atualmente, esse patógeno é considerado o principal risco sanitário para criações comerciais de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) no país. Taxas de mortalidades elevadas têm sido verificadas em surtos causados por S. agalactiae em tilápias do Nilo e os principais fatores de risco para ocorrência de surtos são aumento da temperatura da água (acima de 27°C), manejo intensivo e altas densidades de estocagem (MIAN et al., 2009). Os processos de seleção e classificação também têm sido caracterizados como desencadeadores de surtos para tilápias do Nilo cultivadas em tanques-rede. Os casos de infecção natural por S. agalactiae são observados principalmente em peixes adultos, entretanto, em condições experimentais a doença pode acometer alevinos e juvenis. Os principais sinais clínicos verificados em peixes infectados são melanose, taquipnéia, anorexia, excitabilidade, natação errática e em rodopios, rigidez dorsal, exoftalmia unilateral ou bilateral, ascite e morte súbita. Em casos superagudos esses podem não se manifestar, sendo verificada apenas a ocorrência das mortalidades. Em tilápias, as principais alterações patológicas observadas em casos de estreptococose por S. agalactiae são pericardite, epicardite, miocardite, endocardite, meningite e septicemia (CHEN et al., 2007). Devido à importância das infecções por S. agalactiae em seres humanos, diversos fatores de virulência e mecanismos envolvidos na patogênese da doença em mamíferos têm sido descritos e caracterizados. Os principais fatores de virulência já descritos para S. agalactiae são: as adesinas como, por exemplo, proteínas de ligação ao fibrinogênio FbsA e FbsB, proteína de ligação a fibronectina pavA, C5a peptidase, proteína de ligação a laminina, e as proteínas de pílus; as invasinas β-hemolisina/citolisina, fator CAMP, proteína C-α e proteína de superfície rib; e proteínas com função de evasão do sistema imune tais como proteína c-β, genes da cápsula, C5a peptidase e serina protease cspA (LIN et al., 2011). Em peixes a patogênese dos processos infecciosos causados por essa bactéria é pouco compreendida. Apesar de ser a mesma espécie bacteriana, as 4674

amostras isoladas de peixes apresentam padrão genético distinto das isoladas de seres humanos e bovinos (PEREIRA et al., 2010). Este mesmo trabalho demonstrou que, em condições experimentais, as amostras isoladas de seres humanos são capazes de infectar alevinos de tilápia do Nilo. Esses dados sugerem que isolados de diferentes hospedeiros podem compartilhar fatores de virulência e mecanismos de invasão, envolvidos na patogênese das infecções. Um dos principais métodos para controlar estreptococoses nas pisciculturas é a antibioticoterapia oral dos peixes. Entretanto, o tratamento é realizado pela via oral e a anorexia é umas das primeiras alterações fisiológicas induzidas pela infecção, sendo essa terapia muitas vezes mal sucedida. Este procedimento evita a ocorrência da doença nos peixes não infectados, debela as infecções dos casos que se encontram no início e dos portadores assintomáticos, mas não cura os peixes que já estão apresentando sinais clínicos. (HEUER et al., 2009). RESULTADOS E DISCUSSÃO No período de 2012 a 2013, foi analisado um total de noventa e três peixes de sete propriedades, localizadas no sul de Minas Gerais. Os peixes foram doados de pisciculturas e pesque-pagues foram transportados em sacos plásticos com oxigênio para laboratório de Doenças de Animais Aquáticos localizado no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Universidade Federal de Lavras. No laboratório foram anestesiados segundo Ross e Ross (2008) e Zahl et al. (2012); necropsiados e amostras de rim, cérebro, fígado e baço foram semeadas em meio de cultivo, as placas colocadas em estufa a 27ºC por cinco dias. Em duas propriedades foram confirmados seis casos de estreptococose por S. agalactiae. Os estreptococos são bactérias amplamente distribuídas no ambiente aquático e sua patogenicidade está associada às condições de estresse do hospedeiro, tais como má qualidade da água, manejo inadequado e condições de criação intensiva. Os estreptococos podem sobreviver mesmo em condições ambientais adversas, possuem predileção du-

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rante os meses de verão, e diminui durante o outono e inverno entrando em sua forma latente, podendo voltar a ocorrer surtos no próximo verão. De acordo com Perera et al. (1997) baseados no padrão de mortalidade observado em algumas pisciculturas de tilápia no Texas, sugeriram a existência de fonte permanente de estreptococos no meio aquático. Quando as condições são favoráveis, tais como grande quantidade de matéria orgânica, o aumento da temperatura da água e densidade animal eleva ocorre a infecção nos peixes. Os primeiros surtos da doença no Brasil, com a identificação do agente envolvido, foram realizados por Shama et al. (2000) em jundiá Rhamdia quelen criados no estado do Rio Grande do Sul. Desde então, os estudos sobre as bactérias que acometem a piscicultura foram intensificados. Apesar do maior número de estudos sobre diagnósticos de agentes causadores da doença, ainda poucas alternativas estão disponíveis para o manejo, controle de infecções bacterianas em peixes no Brasil. Entre os agentes com maior impacto na tilapicultura brasileira, estão os cocos Gram-positivos causadores de meningoencefalite. As espécies Streptococcus agalactiae, S. dysgalactiae e S. iniae foram identificados em diferentes regiões do Brasil (FIGUEIREDO et al., 2012a). A transmissão desta doença ocorre por contato direto entre peixes infectados com peixes sadios, e por contato indireto, pela bactéria presente na água, permitindo que a doença se manifeste gradativamente em diferentes tanques-rede de uma mesma propriedade. (FIGUEIREDO et al., 2007a). O diagnóstico pode ser realizado pela associação dos sinais clínicos e com os achados laboratoriais. Peixes doentes devem ser coletados e encaminhados vivos para os laboratórios de análise. O diagnóstico pode ser realizado por técnicas convencionais, ou cultivos em meios seletivos ou ainda por técnicas de biologia molecular (PCR), por exemplo (FIGUEIREDO et al., 2007a). O tratamento tático deve ser realizado durante a fase de surto, com a administração de antibiótico a base

de florfenicol, que é efetivo contra diversos tipos de bactérias e possui boa estabilidade na água, e sendo que no Brasil somente o florfenicol é aprovado para uso em pisciculturas. O antibiótico deve ser usado na ração o que muitas vezes impossibilita que o animal doente ingira o alimento, pois quando a doença já esta instalada o animal não se alimenta (FIGUEIREDO et al., 2007b). O controle da doença deve ser realizado através da manutenção adequada das condições ambientais e da boa nutrição nos peixes; descarte de animais mortos ou sintomáticos (com exoftalmia, pele escurecida, ascite e perda de apetite, por exemplo); e realizar com frequência testes laboratoriais para certificar que a produção está isenta do agente bacteriano (FIGUEIREDO et al., 2007b). CONCLUSÃO Enfermidades bacterianas em peixes são comuns em sistemas aquáticos, porém práticas de manejo adequadas podem prevenir mortalidades. Para que um diagnóstico preciso e confiável seja realizado, é necessária a contribuição do piscicultor, no sentido de fornecer dados corretos sobre o sistema de criação, manejo empregado, espécies trabalhadas, tratamentos utilizados, enfermidades já identificadas na propriedade, qualidade da água e principalmente, enviar amostras de peixes e água adequadas. Dessa forma, o diagnóstico será rápido e as devidas soluções serão postas em prática para que o problema seja o mais rapidamente resolvido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AMERICAN TILAPIA ASSOCIATION. Tilapia situationand outlook report. Califórnia, 1998. CHEN, C.Y.; CHA, C.B.; BOWSER, P. R. Comparative histopathology of Streptococcus iniae and Streptococcus agalactiae-infected tilapia. Bulletin of The European Association of Fish Pathologists, v. 27, n. 1, p. 2-9, 2007. EVANS, J J; KLESIUS, P H; GILBERT, P. M. et al. Characterization of β-haemolytic Group B Streptococcus agalactiae in cultured seabream, Sparus auratus L., and wild mullet, Liza klunzingeri (Day), in Kuwait. Journal of Fish Diseases, v. 25, n. 9, p. 505-513, 2002.

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Gérmen integral de milho na alimentação de vacas leiteiras: revisão de literatura Lipídios, metabolismo ruminal, produção de leite, vacas lactantes.

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A região Centro Oeste é a maior produtora de grão milho no país, o processamento desse grão para a alimentação humana gera coproduto. O gérmen integral de milho (GIM) é um desses coprodutos que pode ser usado como alternativa na formulação de rações e é indicado para bovinos com aptidão de leite e carne devido à energia, proteína, fibras e baixo teor de amido em comparação ao milho grão. Alimento rico em lipídios, adicionados à ração, provocam aumento da energia líquida consumida, o que resulta em acréscimos na produção de leite de até 2,0 a 2,5 kg/vaca/dia. Palavras-chave: lipídios, metabolismo ruminal, produção de leite, vacas lactantes.

Emizael Menezes de Almeida1* Alan Soares Machado2 Marcelo Marcondes de Godoy2 Anderli Divina Ferreira Rios3 Wilian Henrique Diniz Buso2 Graduando em Zootecnia do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres. *E-mail: emizelmenezes@gmail.com 2 Professor Doutor do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres 3 Doutora em Produção Vegetal EA/UFG. 1

GERM INTEGRAL CORN IN COWS MILK SUPPLY ABSTRACT The Midwest region is the largest producer of grain corn in the country, the processing of that grain for human consumption generates coproduct. The full germ of corn (GIM) is one of these co-products that can be used as an alternative in feed formulation and is indicated for cattle aptitude of milk and meat because of the energy, protein, fiber and low starch content compared to corn grain. Food rich in lipids, added to feed, causing increase in the net energy consumed, which results in increases in milk production of up to 2.0 to 2.5 kg/cow/day. Keyword: dairy cows, milk production, lipids, ruminal metabolism.

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Artigo 377 - Gérmen integral de milho na alimentação de vacas leiteiras

INTRODUÇÃO A vaca lactante é considerada a categoria animal mais exigente dos sistemas de produção de leite. Muitos produtores promovem a seleção de animais cada vez mais produtivos, o que faz com que a nutrição seja cada vez mais aperfeiçoada. Na atividade leiteira, a nutrição dos animais é um dos aspectos mais importantes, devido aos custos dos alimentos, e em especial, do concentrado. Além disso, a nutrição é responsável pela produtividade das vacas lactantes (CASSOLI & MACHADO, 2007). Nessa situação, o fornecimento de milho em misturas concentradas garante a energia para serem atingidos os melhores desempenhos (LUCCI et al., 2008). No Brasil, o milho é o segundo grão em volume ofertado. Na safra 2012/2013 a produção de milho foi de 79 milhões de toneladas, com aumento de 8,4% em relação à safra anterior. A região Centro Oeste é a maior produtora desse grão no país, com produção de 33 milhões de toneladas e o estado de Goiás se destaca como o quarto produtor nacional (CONAB, 2013). Em média 60% do milho produzido no país é usado na produção de ração animal (ABIMILHO, 2014). Entretanto, esse grão pode ser substituído em rações para vacas lactantes por outros ingredientes como a polpa cítrica, a casca do grão de soja e por gérmen de milho, em busca de tornar o sistema de produção do leite mais competitivo, através do aproveitamento de coprodutos agroindustriais na formulação da ração (SCHALCH et al., 2001). No processamento do milho para a alimentação humana, para cada 100 kg de milho em grãos, são produzidos, em média, 65 kg de amido, 3,0 kg de óleo, 20 kg de glúten, 4,5 kg de farelo de glúten e 3,2 kg de gérmen integral (HONEYMAM, 1989). O gérmen integral de milho (GIM) é um coproduto que pode ser usado na formulação de rações e é indicado para bovinos com aptidão de leite e carne devido à energia, proteína, fibras e baixo teor de amido em comparação ao milho grão (ABDELQADER, 2009). A principal vantagem do uso de GIM é a maximização da ingestão calórica, essencial para manutenção da produção e do escore da condição corporal dos animais. 4678

Suplementos lipídicos têm sido utilizados em dietas para animais lactantes com balanço energético negativo com o objetivo de aumentar a produção de leite e reduzir a mobilização corporal de gordura (SILVA et al., 2007). No Brasil poucos estudos foram desenvolvidos visando à avaliação do GIM na alimentação de vacas lactantes. Assim, objetivou-se com este estudo avaliar os efeitos da inclusão do gérmen integral de milho, em substituição do milho grão, no desempenho e metabolismo de vacas lactantes. REVISÃO DE LITERATURA Gérmen integral de milho O grão de milho (Figura 1) é uma cariopse formada por quatro estruturas físicas: o endosperma, constituído de amido e proteína (zeína), o pericarpo ou casca (fibras), a ponta e o gérmen (gluteína e lipídios), as quais diferem em composição química e distribuição no grão (PAES, 2006). O GIM é composto pela plúmula, escutelo e radícula, representando 11% do grão de milho, mas, concentra 83% dos lipídios, 78% dos minerais, 26% das proteínas e 70% dos açúcares do grão (PAES, 2006). A gordura presente no GIM é altamente insaturada, composta de aproximadamente 56% de ácido linoléico, 28% de ácido oléico, 11% de ácido palmítico, 2% de ácido esteárico, 1,3% de ácido linolênico e 0,5% de ácido araquidônico (MILLER et al., 2009). O GIM é um coproduto do milho obtido na indústria por dois possíveis processos de degerminação a seco ou úmido (LEAL, 2000). Esses processos podem ocasionar diferenças consideráveis na composição do GIM (Tabela 1). Na degerminação a seco, o grão do milho é submetido à limpeza e aumento da umidade até 21%. Em seguida é realizada a moagem em moinho de impacto ou atrito e a separação, do gérmen, do pericarpo e da ponta do endosperma, por peneiramento ou pelo emprego de correntes de ar (MATZ, 1991). No processo de extração úmida, o grão de milho é submetido à limpeza e imersão em água aquecida com dióxido de enxofre, à maceração e, em seguida,

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Artigo 377 - Gérmen integral de milho na alimentação de vacas leiteiras

FIGURA 1. Anatomia do grão de milho. Fonte: Adaptado de PAES (2006).

a pasta formada é degerminada por centrifugação. O gérmen é separado das demais partes devido ser menos denso que o pericarpo, ponta e endosperma, e posteriormente pode ser usado para extração de óleo ou na alimentação animal (CRA, 2006).

longa e estrutura terminal com grupo carboxila, encontrados em grandes quantidades em sistema biológico, normalmente associados à molécula de glicerol ou outras estruturas que se ligam ao carbono terminal. Os ácidos graxos encontrados na natureza têm de 14 a 24 carbonos e são classificados como saturados ou insaturados (LEHNINGER, 2002).

O gérmen produzido na extração úmida apresenta em torno de 50% de lipídios, enquanto que no processo de moagem a seco apresenta aproximadamente 13% (MOREAU et al.,2005). Como o teor de lipídio é maior na via úmida sua produção é destinada a extração de óleo, enquanto o gérmen oriundo da via seca é destinado à alimentação animal (CRA, 2006).

Os lipídios estão presentes no corpo dos animais (10 a 40%), basicamente na forma de triglicerídeos, nas plantas forrageiras (1,5 a 3,5%), representados por galactolipídios e fosfolipídios, e em sementes de oleaginosas (18 a 20%), na forma de triglicerídeos. A maior parte dos ácidos graxos das plantas forrageiras e dos óleos vegetais é insaturada, enquanto a gordura animal é saturada (KOZLOSKI, 2009).

Uso de lipídio na alimentação de vacas lactantes O termo lipídio ou gordura é a definição genérica de compostos que possuem ácidos graxos de cadeia

TABELA 1. Composição química e física do gérmen integral de milho, com base na matéria seca e no processo de degerminação. Processo

MS (%)

PB (%)

EE (%)

MM (%)

FDN (%)

D (g/L)

DGM (μm)

Seco Seco

FONTE

89,47

8,96

5,76

2,08

16,44

612,1

1.334,8

92,90

10,90

9,30

-

-

-

-

BRITO et al. (2005)

Seco

83,20

12,86

15,63

3,63

-

-

-

MIOTTO et al. (2009)

Seco

83,20

12,90

15,60

-

21,20

-

-

CASTRO (2007)

Seco

94,00

15,80

20,00

-

24,50

-

-

ABDELQADER et al. (2009)

Úmido

-

13,00

44,00

-

-

-

-

MILLER et al. (2009)

Úmido

95,00

11,00

55,00

-

-

-

-

CUSTÓDIO et al.(2010)

RODRIGUES et al. (2001)

MS - Matéria Seca; PB - Proteína Bruta; EE - Extrato Etéreo; FDN - Fibra em Detergente Neutro; MM - Matéria Mineral; D - Densidade; DGM - Diâmetro geométrico médio. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4677-4690, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006

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As fontes de gordura utilizadas em rações para vacas leiteiras incluem óleos, sementes de oleaginosas in natura ou extrusadas, gordura amarela, gordura amarela hidrogenada, sebo, sebo parcialmente hidrogenado, sebo peletizado, ácidos graxos peletizados e sais de cálcio de ácidos graxos. Esses produtos variam suas características físicas e químicas que afetam a sua digestibilidade, bem como os efeitos associados ao consumo de matéria seca (ALLEN, 2000). Nesse sentido, a seleção de fontes de lipídios, com base no teor de gordura e composição de ácidos graxos, é importante por não comprometer a digestibilidade ruminal ou alterar a gordura do leite (MILLER et al., 2009).

cio da lactação. Entretanto, o efeito benéfico dessa suplementação depende do tipo e da quantidade de lipídios oferecidos (ABEL-CAINES et al., 1998). Essa situação justifica o uso de fontes adicionais de gordura nas rações de vacas lactantes, pois as gorduras possibilitam aumento da densidade energética por unidade de matéria seca consumida, promovendo aumento do consumo de energia, sem aumentar a quantidade de carboidratos fermentáveis no rúmen e, dessa forma, prevenindo possíveis transtornos metabólicos que poderiam comprometer a saúde e o desempenho produtivo dos animais (GRUMMER, 1988).

Fontes de gordura, especialmente na forma protegida da degradação ruminal, como os sais de cálcio de ácidos graxos de cadeia longa, e fontes de gordura que

Além disso, os lipídios usados na dieta de vacas leiteiras aumentam a capacidade de absorção de vitaminas lipossolúveis, fornecem ácidos graxos es-

possuem proteção natural, como sementes de oleaginosas inteiras ou parcialmente quebradas, possuem pouco efeito sobre a população microbiana, não apresentando toxicidade da gordura sobre os processos de degradação ruminal de nutrientes, especialmente da fibra (ALLEN, 2000).

senciais importantes para as membranas de tecidos e aumentam a eficiência produtiva dos animais que depositam grande quantidade de gordura em seus produtos (PALMQUIST & MATTOS, 2006).

O valor da gordura como combustível fisiológico é em média 9,40 Mcal/kg, equivalente a 2,25 vezes mais energia do que o carboidrato. A gordura é uma alternativa capaz de aumentar a densidade energética nas dietas, sem incorrer em aumentos do consumo de concentrado, melhorando o estado energético dos animais e permitindo maior aporte de energia para a síntese de leite e de seus componentes (BARLETTA, 2010). Diante do intenso melhoramento genético de bovinos leiteiros nos últimos anos, o consumo de energia das vacas lactantes tornou-se fator limitante para a produção de leite. Esses animais, dependendo da fase de lactação, têm grandes demandas energéticas, excedendo em muitas ocasiões a capacidade de consumir energia da dieta, tornando o balanço energético negativo, fazendo com que o animal mobilize suas reservas corporais, o que pode resultar em redução do desempenho produtivo e problemas de saúde (COPPOCK & WILKS, 1991; HARVATINE & ALLEN, 2006). A suplementação com lipídios pode reduzir o balanço negativo de energia em vacas lactantes no iní4680

Os parâmetros fermentativos do rúmen podem ser afetados pela adição de lipídios à dieta. Porém, a extensão dessa interferência depende tanto da fonte de lipídio como da quantidade que é adicionada à ração (MAIA et al., 2006). Quando a gordura é suplementada na dieta de ruminantes em níveis superiores a 5% da matéria seca observa-se redução na digestibilidade da fibra e queda no consumo de matéria seca (PALMQUIST & MATTOS, 2006). Segundo NAGARAJA et al. (1997), ácidos graxos insaturados são tóxicos para as bactérias Gram-positivas, devido alteração na permeabilidade da parede celular, reduzindo a capacidade da célula regular o pH intracelular e captação de nutrientes. De acordo com STAPLES et al. (2001), a utilização de gordura suplementar para vacas pode resultar em aumento de 2,0 a 2,5 kg de leite/vaca/dia. Entretanto, ARAÚJO (2012), trabalhando com GIM na suplementação de vacas lactantes, não observou aumento na produtividade de leite. Essas variações podem ser atribuídas à redução da ingestão de alimento devido aos aspectos ligados a motilidade intestinal, aceitabilidade das dietas suplementadas com gordura, liberação de hormônios intestinais e oxidação das gorduras pelo fígado (ALLEN, 2000).

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Metabolismo ruminal de lipídios Na digestão dos lipídios pelos ruminantes ocorrem dois processos, a lipólise e a biohidrogenação. A lipólise ocorre logo após a chegada do alimento no rúmen, sendo então os lipídios liberados da matriz pela degradação do alimento, promovendo a quebra dos triglicerídeos e liberando três ácidos graxos e um glicerol, sendo este fermentado até propionato e os ácidos graxos insaturados expostos ao processo de biohidrogenação (LANA, 2005). As principais espécies de microrganismos que têm atividade lipolítica são a Anaerovibrio lipolytica (hidrolisa os triglicerídeos) e a Butyrivibrio fibrisolvens (hidrolisa os fosfolipídios e glicolipídios). Essas bactérias produzem uma enzima chamada de lipase extracelular, empacotada em partículas de membrana, compostas por proteínas, lipídios e ácidos nucléicos. Essa enzima hidrolisa acilglicerídios e produz ácidos graxos livres. Após a quebra dos triglicerídios, galactolipídios, fosfolipídios ocorre à liberação de glicerol, galactose, fosfato e uma mistura de ácidos graxos de cadeia longa, saturados e insaturados (JENKINS, 1993). Essa liberação é maior do que 85% (DOREAU et al., 1997), e reduzida, na medida em que há aumento do nível de lipídios na dieta (BEAM et al., 2000) e quando a atividade e crescimento das bactérias é inibida (DEMEYER & DOREAU, 1999). O glicerol, a galactose e o fosfato são utilizados pelos microrganismos como fontes de energia. Os ácidos graxos são tóxicos aos microrganismos ruminais em especial as bactérias Gram-positivas (KOZLOSKI, 2009), sendo os principais mecanismos envolvidos nesse processo os efeitos tensoativos sobre as membranas microbianas e a diminuição na disponibilidade de cátions pela formação de sabões, além de reduzir o contato dos microrganismos com a partícula alimentar devido o recobrimento físico da fibra (SILVA et al., 2007). Os microrganismos mais suscetíveis à toxidez são as bactérias metanogênicas e os protozoários (PALMQUIST & MATTOS, 2006). A biohidrogenação é um processo natural em que os microrganismos ruminais promovem a redução de duplas ligações dos ácidos graxos insaturados através da hidrogenação. Para que isso ocorra é necessá-

rio que existam ácidos graxos livres no rúmen. Esse processo depende da taxa de lipólise. As reações de biohidrogenação são realizadas para a autoproteção dos microrganismos, uma vez que os efeitos maléficos dos ácidos graxos saturados são menores que dos insaturados (OLIVEIRA et al., 2009). No entanto, a capacidade de realização desse procedimento é limitada, em função da quantidade de ácidos graxos livres no meio, da insaturação do ácido graxo, da fonte de ácidos graxos, do período de adaptação das bactérias (BEAM et al., 2000), da quantidade de carboidratos fermentáveis e da fibra no rúmen (LOCK, 2010). Essa transformação é afetada pela composição da gordura usada, tempo de retenção e as características da população microbiana no rúmen-retículo (ALLEN, 2000). Os principais ácidos graxos são o linoléico e o linolênico. Os valores da biohidrogenação ruminal dos ácidos graxos é mais alta à medida que o grau de insaturação aumenta. Para a maioria das dietas, os valores da biohidrogenção do ácido linoléico e linolênico são de 70-95% e 85-100%, respectivamente (BEAM et al., 2000). Os principais microrganismos responsáveis pela biohidrogenação são as bactérias Butyrivibrio fibrisolvens, Anaerovibrio lipolytica e Propionibacter sp. (PARIZA et al., 2001). As bactérias ruminais envolvidas nesse processo foram classificadas em dois grupos, A e B, baseados em suas reações metabólicas. As bactérias do grupo A atuam sobre os ácidos graxos poli-insaturados da dieta até a formação de trans mono isómeros (sobretudo, trans-11 C18:1), enquanto as bactérias do grupo B hidrogenam esses ácidos graxos até à obtenção do produto final, C18:0 (KEMP & LANDER, 1984). Para que o ácido graxo poli-insaturado seja completamente biohidrogenado (Figura 2), bactérias de ambos os grupos são necessárias. O passo inicial da biohidrogenação envolve a isomerização da dupla ligação cis-12 para a configuração trans-11, resultando em um ácido di- ou trienóico (1ª etapa). O próximo passo é a redução da dupla ligação cis-9, pela hidrogenação, formando o ácido graxo trans-11 (2ª etapa). O passo final (3ª etapa) é mais uma hidrogenação da

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FIGURA 2. Biohidrogenação dos ácidos linoléico e linolênico. Fonte: HARFOOT & HAZLEWOOD (1997).

dupla ligação trans-11 produzindo ácido esteárico (via do ácido linoléico e linolênico) ou trans-15 C18:1 (via do ácido linolênico) (HARFOOT & HAZLEWOOD, 1997). Durante o metabolismo de lipídios há três possíveis destinos dos ácidos graxos das rações de ruminantes: oxidação, transferência para o leite e deposição na gordura corporal. Nesse contexto, o metabolismo e a digestão de lipídios têm considerável importância, pois tanto o metabolismo ruminal como a digestão pós-ruminal estão diretamente ligados à eficiência de utilização dos ácidos graxos (COPPOCK & WILKS, 1991). DIGESTIBILIDADE INTESTINAL DE LIPÍDIOS Como consequência do metabolismo ruminal, os lipídios que entram no intestino delgado consistem de ácidos graxos saturados, principalmente esteáricos e palmíticos e ainda ácidos graxos insaturados que não sofreram a biohidrogenação. Análises dos lipídios que chegam ao intestino delgado têm mostrado que eles são idênticos àqueles que saem do rúmen. Portanto, não existe absorção ou modificação significativa dos ácidos graxos de cadeia média e longa no omaso ou abomaso (NOBLE, 1981). O grau de insaturação é a mais importante característica que influencia a digestibilidade, provavelmente 4682

por afetar a formação de micelas e o movimento dos ácidos graxos através da camada de água adjacente as microvilosidades do intestino delgado (NRC, 2001), ou por serem reesterificados mais rapidamente dentro do enterócito, facilitando sua remoção do citosol, aumentando, com isso, a taxa de absorção (WU et al., 1991). De acordo com o NRC (2001) o aumento no grau de insaturação de ácidos graxos fornecidos nas dietas pode aumentar a digestibilidade de ácidos graxos. Porém reduções no consumo de matéria seca, porcentagem de gordura do leite e digestibilidade da fibra são indicadores que a fermentação ruminal foi alterada pela suplementação de gordura. Os lipídios chegam ao duodeno de duas formas, uma aderida às partículas fibrosas da digesta e outra na forma de micelas. A absorção de ácidos graxos ocorre, predominantemente, na região do jejuno e com menor intensidade no duodeno e no íleo. No intestino delgado os ácidos graxos ficam sob ação dos sais biliares e do suco pancreático formando micelas, que são absorvidas pelas células intestinais (KOZLOSKI, 2009). Dentro das células intestinais, os ácidos graxos são reesterificados em triglicerídeos, fosfolipídios e éste-

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res de colesterol para serem transportados, inicialmente para o sistema linfático, e depois para a circulação sanguínea. Em todas as espécies a formação de micelas pode ser considerada o principal fator para o processo de solubilização e, portanto, a fase decisiva para a eficiência de absorção de ácidos graxos (BAUMAN & LOCK, 2006). PARÂMETROS DE FERMENTAÇÃO RUMINAL EM VACAS LACTANTES ALIMENTADAS COM LIPÍDIOS O ambiente ruminal é responsável por algumas transformações (lipólise e biohidrogenação) nos lipídios da dieta, alterando, com isso, sua composição e perfil dos ácidos graxos que chegam ao duodeno (OLIVEIRA, 2001).

ARAÚJO (2012), trabalhou com três quantidades (0, 50 e 100%) de GIM, em substituição ao grão de milho na dieta de vacas leiteiras, não encontrou diferença significativa entre as concentrações de AGCC, assim como na relação entre acetato e propionato (C2):(C3). FERNANDES et al. (2002), em trabalho de pesquisa com cinco níveis de extrato etéreo (2,67; 3,59; 4,53; 5,85 e 6,90%) na dieta de vacas lactantes, com a inclusão do caroço de algodão nas proporções de 0, 6,12,18 e 24% da MS, verificaram efeito quadrático nas concentrações de ácidos acético, propionato e butirato.

VARGAS et al. (2002) relatam que a maioria das pes-

Nitrogênio amoniacal Os níveis de amônia no rúmen são importantes na síntese de proteína microbiana. A amônia ruminal é

quisas sobre o uso de lipídios saturados e insaturados tem demonstrado pequenos ou insignificantes efeitos sobre os parâmetros ruminais. Segundo JENKINS (1993), a variação dos efeitos das fontes de gordura sobre a fermentação ruminal pode ser atribuída ao grau de insaturação dos ácidos graxos e a forma física do alimento.

originada da degradação proteica da dieta, da hidrólise de fontes de nitrogênio não-proteico, da uréia reciclada no rúmen e da lise da proteína microbiana. Sua concentração é utilizada como indicador da degradação proteica, da eficiência de utilização do nitrogênio da dieta e do crescimento microbiano (RUSSELL et al., 1992).

De acordo com LIN et al. (1995), o uso de óleo em rações para ruminantes apresenta efeitos desejáveis, como redução da produção de metano, aumento na eficiência da síntese microbiana e aumento de ácido linoléico conjugado (CLA) no leite. Por outro lado, apresenta efeitos indesejáveis, como a redução na digestibilidade da matéria seca (VARGAS et al., 2002).

Para LENG & NOLAN (1984) a concentração de amônia para a máxima síntese de proteína microbiana pode variar de 15 a 20 mg N-NH3/100 mL de fluido, dependendo da dieta.

Ácidos Graxos de Cadeia Curta A principal fonte de energia para os ruminantes são os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) acético, propiônico e butírico produzidos no rúmen pela fermentação microbiana de carboidratos e, em alguns casos, da proteína dietética (ANTUNES & RODRIGUES, 2006). Os suplementos lipídicos insaturados, em doses elevadas, causam efeito tóxico sobre as bactérias do rúmen, sobretudo a população celulolítica (NAGARAJA et al., 1997), alterando a proporção acetato:propionato. A suplementação lipídica também tem sido associada com a redução da população de protozoários (PALMQUIST & MATTOS, 2006), o que pode alterar as proporções de ácidos graxos.

VAN NEVEL & DEMEYER (1988) observaram aumento de eficiência da síntese microbiana e redução da concentração de N-NH3 ruminal em vacas recebendo óleo na dieta. Isso ocorreu, provavelmente, devido ao efeito sobre a defaunação (redução na população de protozoários) e/ou pela redução na população de bactérias desaminadoras. Mesmo ocasionando alterações na microbiota ruminal, a inclusão de lipídios na alimentação de ruminantes pode levar ao aumento da eficiência microbiana, pois os microrganismos passam a poupar ATP da síntese de ácidos graxos por estes já estarem presentes na dieta (METZ, 2009). Potencial hidrogeniônico Com a seleção para aumento da produtividade, a fibra na dieta de bovinos, em especial de vacas lactantes, tem sido reduzida em detrimento ao concentrado, o que tem promovido a redução do pH. O pH ruminal

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sofre variação diária entre as vacas e até mesmo dentro de um mesmo animal durante os ciclos de alimentação sucessivos. Apesar dessas variações, as vacas podem ter semelhanças consideráveis na composição bacteriana ruminal (PALMONARI et al., 2010). De acordo com NAGARAJA & TITGEMEYER (2007) isso ocorre em decorrência da diferença metabólica entre as espécies de microrganismos do ambiente ruminal, que tem sua atividade metabólica paralisada quando há grande diferença entre o pH do meio ruminal e o pH citoplasmático do microrganismo. No entanto, as bactérias acidofílicas são capazes de reduzir o pH intracelular na mesma proporção que diminui o extracelular, mantendo um gradiente de pH entre o meio externo e o citoplasma relativamente constante. Dessa forma, as espécies de bactérias que degradam fibra cessam seu crescimento quando o pH do meio diminui a valores abaixo de 6,0, enquanto as bactérias amilolíticas diminuem a taxa de crescimento, mas continuam a crescer mesmo em pH próximo a 5,0. No entanto, algumas espécies de bactérias, em pH neutro produzem acetato e etanol como produtos metabólicos, com o decréscimo do pH do meio passam a produzir lactato (STROBEL & RUSSEL, 1986). O acúmulo de lactato faz o pH ruminal cair mais rapidamente, visto que esse ácido é mais forte do que os outros AGCC (NAGARAJA & TITGEMEYER, 2007). À medida que o pH ruminal decresce, ocorre a inibição da população de microrganismos consumidores de lactato e realizadores da biohidrogenação (WEIMER et al., 2010). Como resultados ocorrem reduções do consumo de matéria seca, diminuição da digestibilidade da fibra, decréscimos da síntese de proteína microbiana e depressão da gordura do leite (LECHARTIER & PEYRAUD, 2010). O rúmen possui três mecanismos de regulação do pH que são a absorção dos ácidos oriundos do processo de fermentação, a salivação e a passagem de ácidos e outros produtos para o abomaso (ALLEN, 1997). De acordo com MAEKAWA et al. (2002) a produção de saliva é estimulada pela atividade de mastigação, esta por sua vez é influenciada pela concentração de fibra do alimento, pelo tamanho de partícula da dieta e pela degradabilidade ruminal da fibra. 4684

Levando em consideração esses fatores, MERTENS (1997) propôs que são necessários pelo menos 22% de fibra efetiva (FDNe) na dieta de vacas leiteiras para que se mantenha a atividade de mastigação e pH ruminal acima de 6,0. Além disso, segundo o NRC (2001), é necessário que pelo menos 19% de fibra total da dieta de vacas lactantes sejam provenientes das forragens. De acordo com ANTUNES & RODRIGUEZ (2006) algumas medidas devem ser tomadas para controlar o pH ruminal, entre elas, o balanceamento de carboidratos na dieta, o monitoramento do tamanho de partícula das forragens fornecidas, a adaptação gradativa do rúmen ao aumento de concentrado na dieta e até mesmo o controle do fornecimento de concentrado. CHRISTENSEN et al. (1994) não observaram efeito de dietas suplementadas com óleo de milho e sebo bovino sobre o pH ruminal, mas as concentrações de amônia e de isovalerato reduziram. O pH ruminal reflete diretamente as características da dieta, além de afetar não só produtos finais da fermentação, mas também a taxa de crescimento das bactérias e dos protozoários, podendo, dessa forma, ocorrer variações nos microrganismos predominantes no rúmen (LAVEZZO et al., 1998). Segundo HOOVER (1986) a faixa de pH ideal para a ótima digestão da fibra varia de 6,2 a 7,0. EFEITO DE LIPÍDIOS SOBRE A INGESTÃO DE MATÉRIA SECA A ingestão de matéria seca (IMS) é o principal fator que afeta o desempenho animal e é de fundamental importância em nutrição, porque determina a quantidade de nutrientes disponíveis para manutenção da vida e a produção de um animal. Com o acréscimo da IMS há o aumento da taxa de passagem ruminal e o tempo de permanência do alimento no rúmen é reduzido, de modo que a extensão da lipólise e biohidrogenação são diminuídas. Desse modo pode afetar a forma da gordura que flui para o duodeno e o padrão de ácidos graxos de cadeia longa (MOATE et al. 2004). De acordo com MERTENS (1992), a IMS é regulada por três mecanismos: o psicogênico, que envolve a resposta do animal a fatores inibidores ou estimuladores (alimento e/ou ao ambiente); fisiológico, onde a regulação é fornecida pelo balanço nutricional; e o

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físico, relacionado à capacidade de distensão do rúmen. Segundo ALLEN (2000) e BARLETTA (2010) há evidências de que a ingestão de matéria seca é afetada pela presença de gordura, tendo em vista que influencia a fermentação ruminal, a motilidade intestinal, a aceitabilidade da dieta com suplemento, a liberação de peptídeos e os mecanismos que controlam a ingestão de alimentos. Fontes de óleos vegetais ricas em ácidos graxos poli-insaturados (oléico, linoléico e linolênico) foram avaliadas na dieta de vacas leiteiras e verificaram que a ingestão de matéria seca não foi alterada pela fonte de gordura (KELLY et al., 1998). Entretanto, HARVATINE & ALLEN (2006) verificaram redução na IMS quando foram incluídos 2,5% de ácidos graxos (saturados e insaturados) na dieta de vacas leiteiras (8% de ácidos graxos na MS). Em estudo com GIM para vacas lactantes, ABDELQADER et al. (2009) verificaram efeito quadrático sobre a IMS com inclusões de 7, 14 e 21%. Esses autores observaram aumento da IMS com a inclusão de até 14% do gérmen de milho na dieta dos animais. EFEITO DE LIPÍDIOS SOBRE A PRODUÇÃO DO LEITE DE VACAS LACTANTES No Brasil a produção, a porcentagem de gordura e da proteína do leite são as características produtivas mais enfatizadas pelos serviços de controle leiteiro, considerando os sistemas de pagamento do leite com base no volume e nos teores de gordura (CARVALHO et al., 1995). A utilização de gordura dietética suplementar para vacas leiteiras pode resultar em acréscimos na produção de leite de até 2,0 a 2,5 kg/vaca/dia, condicionando esses resultados a adaptação dos animais as dietas contendo gordura e ao tempo suficiente de avaliação para responderem as dietas ricas em energia (STAPLES et al., 2001). De acordo com ABDELQADER et al. (2009) a inclusão na dieta de até 2,3% de gordura suplementar, proveniente do gérmen de milho, não tem efeito algum na produção e composição do leite. Segundo DePETERS & CANT (1992) fontes de alimento rico em lipídios, adicionadas à ração, provocam aumento da energia líquida consumida, o que re-

sulta em aumento na produção de leite, uma vez que o incremento da energia consumida permite melhorar a eficiência de produção. EFEITO DE LIPÍDIOS SOBRE A COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACAS LACTANTES Uma das fontes da gordura do leite são os lipídios circulantes na corrente sanguínea, provenientes da absorção intestinal dos lipídios da dieta e da mobilização do ácido graxo do tecido adiposo. Estima-se que 50% da gordura do leite têm origem nos ácidos graxos circulantes, sendo que 88% destes são de origem dietética e os outros 12% de origem endógena (GRUMMER, 1991). Valores esses que podem ser reduzidos, de acordo com GRINARI et al. (1998) verificaram aumento na concentração do isômero C18:1 trans-10 em dietas com fontes de gordura que provocaram depressão na gordura do leite, indicando este isômero como responsável. CHOUINARD et al. (1999) e BAUMGARD et al. (2000) que observaram decréscimo na síntese de ácidos graxos de cadeia curta (C4:0 a C14:0) em condições de depressão da síntese de gordura do leite e sugeriram que o ácido linoléico conjugado (CLA) poderia exercer algum efeito inibidor nas enzimas relacionadas com a síntese de novo de ácidos graxos na glândula mamária. O mecanismo pelo qual o CLA reduz a síntese de gordura do leite está associado à inibição da síntese de novo ácido graxo, através da presença de trans-10, cis-12, (BAUMGARD et al, 2000; BAUMGARD et al, 2002), que reduz a atividade de enzimas envolvidas na síntese de gordura do leite, a Δ 9-desaturase e a estearoil-CoA (CHOUINARD et al. 1999). Dessa forma, a depressão da concentração e produção de gordura do leite é afetada pela incompleta biohidrogenação dos ácidos graxos insaturados no ambiente ruminal, promovendo a passagem dos isômeros C18:2 trans-10, cis-12 e de C18:1 trans-10, que na glândula mamária reduz a expressão do gene lipogênico e a atividade da enzima acyl transferase, responsáveis pela redução da síntese de novo de ácidos graxos (BAUMAN & GRINARI, 2003). Quanto ao teor de proteína do leite, sua redução pode ser decorrente do simples efeito de diluição, promo-

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vido pelo aumento da produção de leite quando são fornecidas rações para vacas com adição de gordura (GARNSWORTHY, 2002) ou por variação nas concentrações das frações proteicas no leite, como a concentração de caseína, ou de alguns hormônios (WU & HUBER, 1994) como a progesterona, que suprime a ação da prolactina, responsável pela síntese do leite, descrita por GONZÁLEZ (2001). Têm sido reportadas na literatura outras teorias como: “deficiência de glicose” descrita por CANALE et al. (1990) onde a redução da síntese de proteína do leite ocorre devido à redução da produção de proteína microbiana, assim o número de aminoácidos no animal seria reduzido devido os mesmos serem utilizados na gliconeogênese; a “resistência a insulina”, descrita por PALMQUIST & MOSER (1981) demonstram ocorrer altas taxas de insulina em vacas leiteiras que receberam altas quantidades de gordura nas dietas, estas gorduras poderiam causar resistência à insulina a qual poderia reduzir o fluxo de aminoácidos na glândula mamária para a síntese de proteína do leite; a “eficiência energética para a produção de leite”, relatada por BARLETTA (2010), onde haveria aumento do aproveitamento de glicose para a síntese de lactose, acarretando acréscimo na produção de leite e diminuição do fluxo sanguíneo mamário, o que levaria a redução do fornecimento de aminoácidos para a síntese de proteína do leite e por consequência a redução da concentração de proteína no leite. Assim, a inclusão do gérmen de milho integral na dieta de vacas lactantes como fonte alternativa de ingrediente com alta disponibilidade energética, deve-se dar atenção, à sua composição nutricional, a disponibilidade regional e ao custo. Uma vez que, trata-se de um ingrediente rico em extrato etéreo, a sua inclusão em excesso pode proporcionar alterações no desempenho e metabolismo de vacas lactantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS O gérmen integral de milho pode ser utilizado como alternativa em substituição do milho grão na formulação de rações para vacas leiteiras. Alimento rico em lipídios visa aumentar a densidade energética da dieta em 2,25 vezes mais do que o carboidrato, sem alterar a relação volumoso: concentrado ou aumentar 4686

o incremento calórico da dieta, esse representa uma forma de atender as demandas energéticas das vacas lactantes que é a categoria animal mais exigente dos sistemas de produção de leite. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDELQADER, M. M.; HIPPEN, A. R. KALSCHEUR, K. F.; SCHINGOETHE, D. J.; KARGES, K. M. GIBSON L. Evaluation of corn germ from ethanol production as an alternative fat source in dairy cow diets. Journal of Dairy Science. v. 92, p.1023– 1037. 2009. ABIMILHO. Associação Brasileira das Indústrias de Milho. Oferta e demanda do milho no Brasil. Disponível: http://www.abimilho.com.br/estatistica. Acesso: 22 maio 2014. ABEL-CAINES, S. F.; GRANT, R.J.; MORRISON, M. Effect of soybean hulls, soy lecthin, and soapstock mistures on ruminal fermentation and milk composition in dairy cows. Journal of Dairy Science, v.81, p.462-470, 1998. ALLEN, M. S. Effects of diet on short-term regulation of feed intake by lactating dairy cattle. Journal of Dairy Science, v. 83, p.1598–1624. 2000. ALLEN, M. S. Relationship between fermentation acid production in the rúmen and the requirement for physically effective fiber. Journal of Dairy Science, v. 80, n.7, p.1447-1462, 1997. ANTUNES, R. C.; RODRIGUES, N. M. Metabolismo dos carboidratos não estruturais. “In”: BERCHIELLI, T. T.; OLIVEIRA, S. G.; PIRES, A. V. Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: FUNEP, 2006, Cap.8, p-229-253. ARAÚJO, E. P. Substituição do milho triturado pelo gérmen integral de milho em dietas de vacas leiteiras mestiças. 2012. 54f. Dissertação (Ciência Animal), Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO. BARLETTA, R. V. Grão de soja cru e integral na alimentacao de vacas leiteiras. 2010. 96f. Dissertação (Nutrição e Produção Animal), Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Pirassununga-SP. BAUMAN, D. E.; LOCK, A. L. Concepts in lipid digestion and metabolism in dairy cows. In: TRI-STATE DAIRY NUTRITION CONFERENCE, 15, 2006, West Lafayette, Cornell University, Proccedings…..14p. 2006.

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Efeito de diferentes fontes de enxofre na síntese de proteína microbiana ruminal “in vitro” Crescimento microbiano “in vitro”, fontes de enxofre, proteína.

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Objetivou-se avaliar a produção de proteína microbiana ruminal “in vitro” em função de diferentes relações de massa entre duas fontes de enxofre: sulfato de cálcio e enxofre elementar, em líquido ruminal proveniente de um novilho em crescimento sob regime de pastejo e de uma vaca em lactação alimentada com silagem de milho e concentrado. As incubações foram feitas por 24 horas com relações variando de 100% de sulfato de cálcio até 100% do enxofre proveniente do enxofre elementar 70 (74% de enxofre), com níveis de inclusão de 10% além de um tratamento testemunha sem inclusão de uma fonte de enxofre. O experimento foi montado em esquema fatorial 2x12 e as análises de proteína microbiana realizadas por colorimetria. Não foram verificadas diferenças significativas nos teores de proteína microbiana “in vitro” para as relações avaliadas (P>0,05) indicando que as duas fontes podem ser utilizadas em conjunto sem danos as taxas crescimento microbiano . Palavras-chave: crescimento microbiano “in vitro”, fontes de enxofre, proteína.

Cássio José da Silva1 José Mauro da Silva Diogo2 Tadeu Silva de Oliveira3 Gilberto Gonçalves Leite2 Sérgio Lúcio Salomon Cabral Filho2 Doutorado, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília – FAV/UnB. E-mail: silvajcassio@hotmail.com 2 Doutorado, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília – FAV/UnB 3 Doutorado, Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro 1

EFFECT OF DIFFERENT SOURCES OF SULFUR IN THE RUMEN MICROBIAL PROTEIN SYNTHESIS "IN VITRO " ABSTRACT The objective was to evaluate the ruminal microbial protein production “in vitro” in function of different mass ratios enters two sulfur sources: sulfate of calcium and elemental sulfur, in ruminal liquid proceeding from a steer in growth under scheme of grazing and from a cow in lactation fed with ensilage of maize and concentrated. The incubations had been made by 24 h with relations varying of 100% of calcium sulfate up to 100% of sulfur proceeding from elementary sulfur 70 (74% of sulfur), with levels of inclusion of 10% beyond a treatment testify without inclusion of a sulfur source. The experiment was mounted in factorial scheme 2x12 and the microbial protein analyses carried through by colorimetry. “In vitro” for the evaluated relations (P>0.05) had not been verified significant differences in microbial protein tests “in; indicating that the two sources can be used in set without damages the rates microbial growth . Keyword: microbial growth in vitro, sources of sulfur, protein.

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Artigo 378 - Efeito de diferentes fontes de enxofre na síntese de proteína microbiana ruminal “in vitro”

INTRODUÇÃO A necessidade de enxofre para ruminantes, primeiramente, se deve para o suprimento de substratos necessários para a máxima eficiência e síntese microbiana, objetivando assegurar uma adequada digestibilidade da fibra e aporte de nutrientes para a absorção. O suprimento de enxofre pode ser realizado a partir de diversas fontes: aminoácidos sintéticos, sais de sulfato como: sulfato de sódio, sulfato de amônio, sulfato de cálcio e enxofre elementar, chamado “flor de enxofre” ou “enxofre ventilado”. Entretanto, a maior parte do enxofre absorvido está na composição de aminoácidos sulfurados, após incorporação do elemento na massa microbiana. Todavia, uma pequena fração pode ser absorvida na forma de sulfeto de hidrogênio (H2S) e juntamente com o enxofre proveniente da oxidação de metionina e cisteína que

difícil a modificação na composição de aminoácidos na digesta duodenal (STERN et al., 1994; SCHWAB, 1996). Contudo, em casos de deficiência de alguns minerais como o enxofre, podem ocorrer casos de redução na síntese microbiana e consequentemente a disponibilidade da fonte de enxofre pode influenciar nesse parâmetro, assim estudos completos de disponibilidade de diferentes fontes minerais e influências destes no crescimento microbiano, digestibilidade, degradabilidade ruminal, composição de aminoácidos no abomaso e de eficiência de absorção e utilização são limitados.

formam ânions sulfatos, participam do equilíbrio ácido base do organismo animal.

dos, enquanto outras utilizam somente enxofre orgânico (KANDYLIS, 1984a; DURAND e KOMISARCZUK, 1988).

O enxofre mineral pode ser utilizado pelos mamíferos e pelas aves, em graus variáveis, apresentando principalmente efeito de promotor de crescimento. Os microrganismos do rúmen podem incorporar enxofre inorgânico em compostos orgânicos, como os aminoácidos sulfurados (BURK e HILL, 1994). Dietas com proteína de alta qualidade podem ter seus valores reduzidos pelos microrganismos do rúmen, entretanto, proteínas de baixa qualidade provenientes de gramíneas ou de fontes de nitrogênio não proteico como a uréia, suplementada com adequada quantidade de enxofre, podem ter seu valor aumentado através dos microrganismos do rúmen (ANDERSON et al., 1975). Embora animais ruminantes requeiram aminoácidos para o adequado crescimento microbiano e metabolismo, formulações baseadas na composição em aminoácidos de dietas são limitadas, em decorrência da necessidade de informações adicionais como o conteúdo de aminoácidos da proteína que chega ao duodeno em relação ao conteúdo de aminoácidos do alimento e as diferenças na absorção e na utilização metabólica de cada aminoácido (MAIGA et al., 1996). A proteína microbiana sintetizada no rúmen fornece, em dietas para bovinos, 50% ou mais dos aminoácidos disponíveis para absorção, portanto, é considerada fonte de alta qualidade e com perfil de aminoácidos relativamente constante. Logo, torna-se 4692

Muitas bactérias do rúmen necessitam de enxofre, esse elemento pode ser obtido por diversas formas, algumas são capazes de degradar fontes inorgânicas de enxofre para sulfito e incorporá-lo em aminoáci-

Aproximadamente 50% do enxofre bacteriano orgânico foi derivado de sulfato em ovelhas recebendo pasto ou feno de leucena (KENNEDY e MILLIGAN, 1978). Suprimentos de enxofre nas dietas são complementados através de enxofre reciclado na saliva, em uma mistura do elemento nas formas inorgânica e orgânica (KENNEDY e SIEBERT, 1972b; BIRD, 1974). A proporção de fluxo de enxofre total no rúmen que é incorporada a proteína microbiana ruminal varia amplamente e é determinada por fatores como a fonte de enxofre (metionina que é menos degradada que outros aminoácidos sulfurados (BIRD, 1972a) e pela co-disponibilidade de outros substratos, como nitrogênio principalmente (MOIR, 1970; BEEVER, 1996). O nível ótimo de síntese microbiana e captura de enxofre acontece quando a energia de fermentação, fonte de enxofre, nitrogênio e fósforo estão disponíveis em taxas iguais à capacidade cinética do rúmen e da biomassa microbiana. O excesso de enxofre é rapidamente absorvido no rúmen como sulfato, que tem pequeno valor nutricional, mas é potencialmente tóxico. Os protozoários do rúmen engolfam bactérias ruminais, reduzindo a incorporação de enxofre na proteína bacteriana e consequentemente aumentando disponibilidade de sulfato no rúmen (KANDYLIS, 1984a).

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Artigo 378 - Efeito de diferentes fontes de enxofre na síntese de proteína microbiana ruminal “in vitro”

Experimentalmente a eficiência ruminal na síntese de proteína microbiana pode ser aumentada através de defaunação ruminal, ou seja, removendo os protozoários, um processo que deveria diminuir as concentrações de sulfato ruminal (HEGARTY et al., 1994). Fins semelhantes podem ser alcançados transferindo genes de bactérias que codificam enzimas para fixarem sulfato em rotas metabólicas de espécies comuns de bactérias que habitam o rúmen. Fungos anaeróbios podem fazer um papel importante na degradação estrutural de fibra no rúmen. Essa atividade é dependente do enxofre dietético e contribui significativamente para a síntese de aminoácidos sulfurados (WESTON et al., 1988). Com relação à obtenção do enxofre para utilização na nutrição animal, sabe-se que este é também matéria-prima básica de extrema necessidade, utilizado largamente na agricultura, que consome cerca de 53,0% da produção total. O consumo está diretamente relacionado à produção de ácido sulfúrico, que por sua vez, é destinado em cerca de 70 a 80% para produção de ácido fosfórico e de fertilizantes. Como subprodutos da produção de fosfato bicálcico podem ser gerados duas fontes de enxofre com real potencial de uso na nutrição de ruminantes, o sulfato de cálcio e o enxofre elementar 70 (74% de enxofre), sendo este o enxofre que não sofreu reação para produção de fertilizante. Devido à deficiência de fósforo nos solos brasileiros torna-se evidente então a necessidade da produção em grande escala de fontes de fósforo, gerando para cada tonelada de fosfato bicálcico produzido aproximadamente quatro toneladas de sulfato de cálcio , ou seja, tanto para produção de fertilizantes como para suplementos minerais, ocorre um acúmulo de grandes quantidades de fontes de enxofre, como o sulfato de cálcio (gesso hidratado) e o enxofre elementar 70, tais coprodutos apresentam o inconveniente de necessitarem de grandes áreas para estocagem, sendo estes estocados na maioria das vezes a céu aberto, podendo levar a contaminações do meio ambiente. Como apresentam real possibilidade de uso na nutrição animal, faz-se necessário então o estudo mais detalhado da contribuição verdadeira de cada uma dessas fontes.

Assim objetivou-se com esse estudo avaliar a produção de proteína microbiana, “in vitro”, em função de diferentes relações de massa de enxofre na forma de sulfato de cálcio e enxofre elementar, para fundamentação de bases para utilização destas duas fontes em conjunto na suplementação mineral de bovinos. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia e as análises realizadas no Laboratório de Microbiologia de Anaeróbios do Departamento de Microbiologia ambos da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG. Avaliou-se a produção de proteína microbiana “in vitro” sob diferentes relações de massa entre as fontes de enxofre sulfato de cálcio (gesso hidratado) e enxofre elementar 70. Os tratamentos foram obtidos por meio da inclusão de enxofre numa proporção de 40 µg/mL de líquido ruminal segundo recomendações de Kalhon et al. 1975, na forma sulfato de cálcio ou enxofre elementar e por relações entre essas duas fontes no líquido ruminal de um novilho fistulado no rúmen, alimentado exclusivamente a pasto. Realizou-se também a incubação com líquido de rúmen de uma vaca alimentada com silagem de milho e concentrado numa relação volumoso: concentrado de 60: 40, e podem ser observados a seguir: 100% do enxofre proveniente do enxofre elementar 70; 10% sulfato de cálcio e 90% enxofre (70); 20% sulfato de cálcio e 80% enxofre (70); 30% sulfato de cálcio e 70 enxofre (70); 40% sulfato de cálcio e 60% enxofre (70); 50% sulfato de cálcio e 50% enxofre (70); 60% sulfato de cálcio e 40% enxofre (70); 70 sulfato de cálcio e 30% enxofre (70); 80% sulfato de cálcio e 20% enxofre (70); 90% sulfato de cálcio e 10% enxofre (70); 100% do enxofre proveniente do sulfato de cálcio e testemunha sem enxofre inorgânico no suplemento. O líquido de rúmen foi coletado (700 mL com pH em torno da neutralidade) nas primeiras horas da manhã, no caso do animal em regime em pastejo e duas horas após o arraçoamento no caso do animal confinado, este foi filtrado em quatro camadas de gaze em garrafas térmicas com capacidade para 1 litro, previamente aquecidas com água a 40ºC e transportado

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anaerobicamente para o laboratório, para preparação e montagem do sistema de incubação. O líquido foi transferido para um erlenmayer e mantido a 39ºC, sob anaerobiose, para a separação da fase líquida intermediária (inóculo contendo bactérias), dos protozoários e das partículas dos alimentos (fase mais densa e sobrenadante), respectivamente. O material foi acondicionado em frascos de vidro de 80 mL, em duplicata, saturados com CO2, tampados com rolhas de borracha e lacres de alumínio, mantidos em uma sala climatizada, com temperatura constante de 39ºC, em mesa de agitação orbital a 44 rpm. Os frascos continham 40 mL de líquido ruminal isento de partículas alimentares, 2,41 mL de solução de ureia (concentração final de 0,28 g/L), 5,78 mL de solução de sacarose (concentração final de 27,7 g/L) e 40 µg/mL de enxofre, proveniente das diferentes relações sulfato de cálcio: enxofre (70). Ao final de 24 horas, a atividade microbiana foi cessada artificialmente por meio de redução rápida da temperatura, sendo retirado 1,5 mL de solução, esta foi centrifugada (10000 rpm por 10 minutos) descartando-se o sobrenadante, do precipitado formado, determinou-se a concentração de proteína por colorimetria pelo método de Bradford (1976). O método de Bradford 11 é uma técnica para a determinação de proteínas totais baseado na interação entre o corante BG-250 e macromoléculas de proteínas que contém aminoácidos de cadeias laterais básicas ou aromáticas. (ZAIA, et. al. 1998). No pH de reação, a interação entre a proteína de alto peso molecular e o corante BG-250 provoca o deslocamento do equilíbrio do corante para a forma aniônica, que absorve fortemente em comprimento de onda de 595 nm. (ZAIA, et. al. 1998) Os dados foram analisados estatisticamente por meio recurso MIXED do programa estatístico SAS (SAS, 2007), em esquema fatorial 2x12 onde os animais consistiam nos níveis e as relações entre as fontes de enxofre nos fatores. Os parâmetros foram estimados segundo o modelo estatístico: Yijk = μ + Ti + βj + (Tβ)ij + eijk 4694

onde: = Ti = efeito fixo do animal; βj = efeito aleatório da fonte de enxofre; (Tβ)ij é o efeito da interação entre Ti e βj e eijk = erro experimental. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 são apresentados os resultados para os teores de proteína microbiana “in vitro”, não foram observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos avaliados. A utilização do enxofre elementar foi necessária para satisfazer os requerimentos dos microrganismos, apesar de sua provável menor disponibilidade em relação às fontes orgânicas. Os valores de proteína microbiana variaram de 868,64 a 1376,06 mg/L para as incubações em líquido ruminal do animal alimentado com silagem de milho e concentrado e de 1007,42 a 1425,85 mg/mL para o animal alimentado exclusivamente a pasto. O valor de suplementos minerais como fontes de enxofre para ruminantes depende completamente da codisponibilidade de outros nutrientes necessários para síntese de proteína microbiana, como o nitrogênio principalmente, o que pôde ser visualizado através dos resultados apresentados, sendo que provavelmente a ausência de efeitos significativos se deve ao fato da alimentação dos animais utilizados já conterem um aporte adequado de enxofre para suprir adequadas taxas de crescimento microbiano ruminal, pois em condições de suprimento adequado

TABELA 1. Produção de proteína microbiana “in vitro” sob diferentes relações de sulfato de cálcio e enxofre elementar Relações

(mg/L)

CV(%)

0%S.Ca1: 100% EE 702

1150,16

8,57

10%S.Ca: 90% EE 70

1250,79

20%S.Ca: 80% EE 70

1296,61

30%S.Ca: 70% EE 70

1210,54

40%S.Ca: 60% EE 70

1172,67

50%S.Ca: 50 % EE 70

1219,54

60%S.Ca: 40% EE 70

1287,34

70SS.Ca : 30% EE 70

1206,83

80%S.Ca: 20% EE 70

1224,58

90%S.Ca: 10% EE 70

1205,77

100% S.Ca: 0% EE 70

1199,15

Testemunha sem fonte de enxofre

1187,5

1

S.Ca = Sulfato de Cálcio; 2 EE 70 = Enxofre elementar 70.

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Artigo 378 - Efeito de diferentes fontes de enxofre na síntese de proteína microbiana ruminal “in vitro”

de energia e proteína não foram verificadas diferenças significativas (P>0,05). Muitas são as avaliações comparativas sobre diferentes fontes de enxofre (ANDERSON et al. 1975; BIRD et al. 1972b; BIRD et al. 1974; BULL et al. 1973; EMERY et al. 1957; HUME et al. 1988; HARMS et al. 1987; JOHNSON et al. 1971; KAHLON et al. 197a; SPEARS et al. 1978.), baseando em equilíbrio de enxofre, com pequena ou nenhuma indicação da habilidade de uma determinada fonte, para promover síntese microbiana ruminal. Técnicas baseadas em culturas “in vitro” de microrganismos ruminais retificaram valor nutricional que simulou eventos ruminais “in vivo”, mas os resultados obtidos apresentaram-se incompatíveis (HENRY e AMMERMAN, 1995). Avaliações baseadas em respostas animais em suplementação geralmente são mais consistentes. Por exemplo, o enxofre é tido como um mineral que possui baixo valor nutritivo de 0 a 36% para métodos “in vitro”, 28 a 69% e 73 a 100% através de testes com crescimento de ovinos, quando comparados com Na2SO4 ou metionina (HENRY e AMMERMAN, 1995). CONCLUSÃO A variação nas relações entre sulfato de cálcio e enxofre elementar não alteram a produção de proteína microbiana ruminal “in vitro”, indicando que as duas fontes em conjunto podem ser utilizadas como fontes de enxofre para ruminantes . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, J.O.; WARNICK, R.E.; DALAIC, R.K. Replacing dietary methionine and cystine in sheep diet with sulfate or other sulfur compounds. New Zealand Journal Science, Welinghton, v.54, p.1122-1131, 1975. BEEVER, D.E. Meeting the protein requirements of ruminant livestock. South African Journal of Animal Science, v. 26, p.20-26.1996. BIRD, P.R. Sulphur metabolism and excretion studies in ruminants. V. Ruminal desulphuration of methionine and cysteine. Australian Journal of Biological Sciences, v.25, p.185-193,1972a. BIRD, P.R. Sulphur metabolism and excretion studies in ruminants. X. Sulphide toxicity in sheep. Australian Journal of Biological Sciences n.25, p.1087-1098, 1972b.

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Complexo enzimático em dieta para frangos Label Rouge Aves, desempenho, dieta, enzimas .

Revista Eletrônica

Paulo Vitor Divino Xavier de Freitas1* Emizael Menezes de Almeida1 Helber Souto Morgado2 Cristine dos Santos Settimi Cysneiros3 Jaqueline Silva Santos4 Bacharel em Zootecnia do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres. *E-mail: emizelmenezes@gmail.com. 2 Professor Doutor do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres. 3 Universidade Federal de Goiás. 4 Graduando em Zootecnia da Universidade Federal de Goiás . 1

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Avaliou-se os efeitos da adição do complexo enzimático produzido por Aspergillus awamori em dietas de um a 21 e o efeito residual de 21 a 49 dias sobre o desempenho de frangos caipira melhorado. Em cada experimento foram alojados 120 pintainhas, machos, da linhagem Label Rouge, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos (ração com ou sem enzima), com seis repetições e 10 aves por unidade experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Na fase de um a sete dias, a suplementação das dietas com complexo enzimático reduziu o consumo de ração em 8,79% e água em 7,95%, melhorou a conversão alimentar em 10,0% e não afetou o ganho de peso e o peso final. Na fase de um a 14 dias, a suplementação das dietas com complexo enzimático aumentou o consumo de ração em 5,27% e não afetou o consumo de água, a conversão alimentar, o ganho de peso e o peso final. Na fase de um a 21 dias, a suplementação das dietas com complexo enzimático aumentou o consumo de ração em 10,97%, o ganho de peso em 4,05%, o peso final em 2,03%, piorou a conversão alimentar em 7,39% e não afetou o consumo de água. O efeito residual do uso complexo enzimático de 21 a 49 dias não alterou o parâmetro zootécnico (ganho de peso) das aves. Palavras-chave: aves, desempenho, dieta, enzimas.

ENZYMATIC COMPLEX IN DIETS FOR CHICKENS LABEL ROUGE ABSTRACT We evaluated the effects of adding the enzyme complex produced from Aspergillus awamori in diets to 21 and a residual effect of 21 to 49 days on lout chickens improved performance. In each experiment were housed 120 chickens, male lineage Label Rouge, distributed in a completely randomized design with two treatments (diets with or without enzyme), with six replicates of 10 birds each. Data were subjected to analysis of variance with Tukey test at 5% probability. In step one to seven days supplementation of diets with enzyme complex reduced the feed intake and 8.79% water 7.95%, improved feed conversion to 10.0% and did not affect the weight gain and final weight. In step one to 14 days supplementation of diets with enzyme complex increased the feed intake and 5.27% did not affect the water consumption, feed conversion, weight gain and final weight. In step one to 21 days supplementation of diets with enzyme complex increased the feed intake of 10.97%, weight gain 4.05%, the final weight of 2.03%, decreased feed conversion 7.39% and did not affect the consumption of water. The residual effect of the enzyme complex use 21-49 days did not alter the breeding parameters (weight gain) of the birds . Keyword: birds, diet, enzymes, performance. 4697


Artigo 379 - Complexo enzimático em dieta para frangos Label Rouge

INTRODUÇÃO Na produção de frangos a busca pelo aumento da eficiência alimentar e produtividade, por meio da adição de aditivos na alimentação vem sendo utilizado como uma alternativa que permite reduzir os custos e aumentar a lucratividade da atividade. Um aspecto interessante utilizado como estratégia na formulação de ração para frangos de corte e o uso de enzimas (POLYCARPO, 2011). Em geral, as enzimas exógenas são utilizadas na alimentação animal com dois objetivos: complementar as enzimas do trato gástrico intestinal do próprio animal que são produzidas em quantidades insuficientes (amilases, proteases e lipases) ou fornecer aos animais enzimas que eles não têm capacidade de sintetizar (carboidrases e fitases). Assim reduzir os efeitos negativos causados pelos polissacarídeos não-amiláceos (PNA’s) (FISCHER et al., 2002). O uso de enzimas exógenas na nutrição de aves aumenta a disponibilidade de nutrientes, principalmente fósforo, nitrogênio, cálcio, cobre e zinco, diminuindo a presença nas fezes e, consequentemente, reduzindo o impacto ambiental da produção animal (MONTEIRO & SILVA, 2009). Visto a importância desses aspectos, o objetivo deste experimento é estudar os efeitos da adição de complexo enzimático produzido pelo fungo Aspergillus awamori sobre o desempenho de frangos caipira melhorado da linhagem Label Rouge. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura do Instituto Federal Goiano - Campus Ceres, localizada no município de Ceres - Goiás, no período de julho a agosto de 2014. O manejo do galpão e das baterias de gaiolas, antes da chegada das pintainhas, obedeceu às normas usuais de limpeza e desinfecção. Além disso, a temperatura interna do galpão foi monitorada diariamente por meio de um termômetro digital de mínima e de máxima. Quando necessário, foi realizado manejo de cortinas para manter a temperatura adequada às aves. Foram utilizados 120 pintainhas, machos, da linhagem Label Rouge com um dia de vida, distribuídos 4698

em dois tratamentos (controle e ração com adição do complexo enzimático) até os 21 dias de vida (experimento I). As aves foram mantidas em três baterias de aço galvanizado, com quatro andares e divisões de 0,80 x 0,75 x 0,25 m (c x l x h), comedouro e bebedouro lineares, instaladas em galpão de alvenaria. O complexo enzimático utilizado foi produzido nos Laboratórios de Enzimologia e de Fisiologia da Digestão, do Instituto de Ciências Biológicas/ICB II, da Universidade Federal de Goiás, utilizando uma linhagem de Aspergillus awamori proveniente do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Brasília (UnB). A ração experimental foi formulada à base de milho, farelo de soja, óleo de soja e núcleo comercial para atender as exigência nutricionais sugeridas por MOREIRA et al. (2012) e manipulada na fábrica de rações do Instituto Federal Goiano - Campus Ceres. A dieta basal conteve 2, 850 Mcal/kg de Energia Metabolizável (EM), 19,53% Proteína Bruta (PB), 1,04% Lisina digestível, 0,75% de Metionina+Cistina, 0, 67% de Treonina digestível e 0,22% de Triptofano digestível. O fornecimento da dieta às aves, o complexo enzimático foi aspergida, diariamente, no farelo de soja, na proporção de 120 mL para cada quilograma de ração, e em seguida os outros ingredientes foram adicionados e homogeneizados. A avaliação do efeito residual do complexo enzimático nas aves foi realizada dos 21 aos 49 dias de vida (experimento II), as aves receberam a mesma dieta, essas foram alojadas em um galpão de alvenaria com dimensões de 10 x 6 m e pé direito de 3 m. Os bebedouros utilizados foram pendulares e comedouros tubulares. A densidade de alojamento foi de 2 aves/ m2 e tiveram acesso ao campo formado com grama estrela africana, sendo que era disponibilizado uma área de 3m2 por ave. Para identificação das aves de cada tratamento e suas respectivas repetições foi utilizada ligas de silicone no pé direito e esquerdo das aves com combinação de diferentes cores. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, foram utilizadas seis repetições por tratamento e 10 aves por unidade experimental. As variáveis analisadas foram o ganho de peso das aves, o consumo de ração, a conversão alimentar e o consumo de água

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Artigo 379 - Complexo enzimático em dieta para frangos Label Rouge

do primeiro aos 21 dias e dos 21 aos 49 dias de idade foi analisado apenas o ganho de peso das aves. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se do software SISVAR.

Considerando que a aplicação de 120 mL de complexo enzimático à ração aumentou o peso da dieta em aproximadamente 120 g. Como consequência, para cada 100 g de ração consumida, a ave ingeriu cerca de 10 a 12 g de água. Esses valores podem ter influenciado os cálculos da quantidade de água consumida.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período experimental a temperatura ambiental variou de 23 a 35 ºC, não houve morte de aves. Experimento I. Os dados de desempenho na fase de um a sete dias de vida das aves estão apresentados na Tabela 1. Pode-se observar que houve diferença significativa (P<0,05) no desempenho das aves, ração elaborada com complexo enzimático proporcionou redução no consumo de ração 8,79% e água 7,95%, a conversão alimentar melhorou 10%, quando comparada a ração basal. O ganho de peso e

Na fase de um a 14 dias de vida, houve diferença significativa (P<0,05) entre a ração com e sem complexo enzimático somente para o consumo de ração (Tabela 2). As aves que receberam ração com enzima consumiram 5,27% mais ração. No período de um a 14 dias de criação, a adição do complexo enzimático na ração não afetou o consumo de água, o peso final, o ganho de peso e a conversão alimentar de frangos.

o peso final não foram afetados (P>0,05) pela adição do complexo enzimático à ração.

Na fase de um a 21 dias de vida, houve alteração significativa (P<0,05) entre a ração com e sem complexo enzimático para o consumo de ração, peso final, ganho de peso e conversão alimentar. O consumo de água não foi afetado (P>0,05) pela adição do complexo enzimático à ração (Tabela 3). As aves que receberam ração com enzima consumiram 10,97% mais ração; pesaram 2,03% a mais, ganharam 4,05% a mais de peso e converteram 7,39% a menos, a adição do complexo enzimático na ração não afetou o consumo de água quando comparada as aves que consumiram ração controle.

MORGADO (2013) avaliou complexo enzimático de mesma origem adicionado na dieta de frangos de corte, da linhagem Cobb, observou resultados semelhantes, em que aves alimentadas com complexo enzimático apresentaram maior consumo de ração, entre um e sete dias de vida em relação à dieta controle. O mesmo autor também encontrou resultados para consumo de água, menor 4,5% na ração com complexo enzimático quando comparado à dieta controle, resultados semelhantes aos obtidos neste estudo. Fato que pode ser justificado pela presença de maior teor de umidade na ração com complexo enzimático, o que pode ter proporcionado um menor consumo de água.

Resultados discordantes dos obtidos neste trabalho foram verificados por SANTOS et al. (2006) em experimento com frangos de corte, machos, da linhagem HI-Y, com e sem a adição de complexo enzimático na ração, no período de um a 21. Esses autores não ob-

TABELA 1. Desempenho de frangos caipira melhorado da linhagem Label Rouge alimentados com rações suplementadas ou não com complexo enzimático produzido pelo fungo Aspergillus awamori, no período de um a sete dias de criação. Tratamento

Parâmetros

CV (%)

P

106,24b

6,29

0, 029

239,71

220,64

6,43

0, 049

Peso final (g)

108,16

109,27

4,54

0, 704

Ganho de peso (g)

64,76

65,77

7,65

0, 733

Conversão alimentar (kg.kg-¹)

1,80

1,62

5,15

0, 0055

Controle

Ração + enzima

Consumo de ração (g)

116,48a

Consumo de água (mL)

a a

a

b

b a

a

a

Médias seguidas de mesma letra minúsculas, na linha, não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey; CV(%): Coeficiente de Variação; P: Probabilidade. Fonte:Elaborado pelo autor (2014). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4697-4701, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006

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Artigo 379 - Complexo enzimático em dieta para frangos Label Rouge

TABELA 2. Desempenho de frangos da linhagem Label Rouge alimentados com rações suplementadas ou não com complexo enzimático produzido pelo fungo Aspergillus awamori, no período de um a 14 dias de criação. Tratamento

Parâmetros

CV (%)

P

396,18a

3,92

0, 038

764,98

732,85

6,35

0,55

Peso final (g)

269,00

a

276,00

3,96

0, 287

Ganho de peso (g)

225,61a

232,51a

4,70

0, 292

1,66a

1,71a

3,10

0, 208

Controle

Ração + enzima

Consumo de ração (g)

375,30b

Consumo de água (mL)

a

a

a

Conversão alimentar (kg.kg-¹)

Médias seguidas de mesma letra minúsculas, na linha, não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey; CV(%): Coeficiente de Variação; P: Probabilidade. Fonte: Elaborado pelo autor(2014).

TABELA 3. Desempenho de frangos da linhagem Label Rouge alimentados com rações suplementadas ou não com complexo enzimático produzido pelo fungo Aspergillus awamori, no período de um a 21 dias de criação. Tratamento

Parâmetros

CV (%)

P

878,07a

2,70

< 0001

1525,82

1494,84

5,76

0, 551

Peso final (g)

522,11

542,42

2,65

0, 032

Ganho de peso (g)

478,71

498,93

2,88

0, 031

1,63

1,76

1,94

< 0001

Controle

Ração + enzima

Consumo de ração (g)

781,71b

Consumo de água (mL)

a

a

b

a

b

Conversão alimentar (kg.kg-¹)

a

a

b

Médias seguidas de mesma letra minúsculas, na linha, não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey; CV(%): Coeficiente de Variação; P: Probabilidade. Fonte: Elaborado pelo autor(2014).

TABELA 4. Ganho de peso (GP) dos 21 aos 49 dias de vida de frangos da linhagem Label Rouge alimentados até os 21 dias com ração contendo ou não complexo enzimático produzido pelo fungo Aspergillus awamori. Tratamento Controle Ração + enzima Controle Ração + enzima Controle Ração + enzima Controle Ração + enzima

Dias 21-28 21-35 21-42 21-49

Parâmetros Ganho de peso (g) 252,5a 244,5a 532,0a 593,9a 1059,5a 1075,3a 1504,0a 1513,6a

CV (%)

P

24,12

0, 873

25,86

0, 394

4,97

0, 386

5,21

0, 342

Médias seguidas de mesma letra maiúsculas, na coluna, não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey; CV(%): Coeficiente de Variação; P: Probabilidade. Fonte: Elaborado pelo autor(2014).

servaram alteração no consumo de ração, no ganho de peso e na conversão alimentar dos frangos. Ao estudar a adição do complexo enzimático em ração para frangos de corte, da linhagem Ross, COSTA et al. (2004) observaram que o consumo de ração e o ganho de peso das aves não foram afetados pela 4700

suplementação enzimática. Além disso, a conversão alimentar foi 5,44% melhor para as aves submetidas à ração com enzimas. No experimento II (21 a 49 dias), o efeito residual em relação ao uso do complexo enzimático produzido

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Artigo 379 - Complexo enzimático em dieta para frangos Label Rouge

pelo fungo Aspergillus awamori na ração de frangos da linhagem Label Rouge não alterou o parâmetro zootécnico (ganho de peso) das aves (Tabela 4). Nas fases de 21 a 28, 21 a 35, 21 a 42 e 21 a 49 dias após o uso do complexo enzimático não se obteve diferença significativa (P>0,05) para os resultados de ganho de peso para as aves que tinham recebido complexo enzimático na ração quando comparadas com a dieta controle. Resultados semelhantes para o ganho de peso foram encontrados por PUCCI et al. (2003), que avaliaram o efeito residual de complexo enzimático (amilase, xilanase e protease), para frangos de corte da linhagem AgRoss dos 22 aos 42 dias. CONCLUSÃO Não se justifica a adição do complexo enzimático produzido pelo fungo Aspergillus awamori em rações de um a 21 dias para frangos da linhagem Label Rouge, tendo em vista os resultados dos parâmetros de desempenho. Não houve beneficio do efeito residual do complexo enzimático sobre o ganho de peso em frangos da linhagem Label Rouge.

MORGADO, H. S. Produção e caracterização de amilase do fungo Aspergillus awamori e sua utilização em dietas para frangos de corte. 2013. 108p. Tese (Doutorado em Ciência Animal), Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO. POLYCARPO, G. V. Complexo multienzimático e fontes lipídicas em rações para frangos de corte. 2011. 70p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia), Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu-SP. PUCCI, L. E. A.; PAULO BORGES RODRIGUES, P. B.; FREITAS, R. T. F.; BERTECHINI, A. G.; CARVALHO, E. M. Níveis de Óleo e Adição de Complexo Enzimático na Ração de Frangos de Corte. Revista Brasileira Zootecnia, v.32, n.4, p.909917, 2003. SANTOS, M. S. V.; ESPÍNDOLA, G. B.; FUENTES, M. F. F.; FREITAS, E. R.; CARVALHO, L. E. Utilização de complexo enzimático em dietas à base de sorgo-soja para frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p.811-817, 2006.

AGRADECIMENTOS Ao Instituto Federal Goiano-Câmpus Ceres pelo auxilio financeiro através de bolsa PIBITI/IF Goiano. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, F.G.P.; CLEMENTINO, R.H.; JÁCOME, I.M.T. D.; NASCIMENTO, G.A.J.; PEREIRA, W.E. Utilização de um complexo multienzimático em dietas de frangos de corte. Ciência Animal Brasileira, v.5, n.2, p.63-71, 2004. FISCHER, G., MAIER, J.C., RUTZ, F., BERMUDEZ, V.L. Desempenho de frangos de corte alimentados com dietas à base de milho e farelo de soja, com ou sem adição de enzimas. Revista Brasileira de Zootecnia,Viçosa, v.31, n.1, p.402-410, 2002. MONTEIRO, V. N. & SILVA, R. N. Aplicações industriais da biotecnologia enzimática. Revista Processos Químicos, v.3, n.5, p.9-23, 2009. MOREIRA, A.S.; SANTOS, M.S.V.; VIEIRA, S. S.; TAVARES, F.B.; MANNO, M.C. Desempenho de frangos caipiras alimentados com rações contendo diferentes níveis de energia metabolizável, Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.64, n.4, p.1009-1016, 2012. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4697-4701, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006

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Silagem de leguminosas: revisão de literatura Conservação de forragem, ensilagem, leguminosas forrageiras, clostrídio, fermentação butírica.

Angelo Herbet Moreira Arcanjo*1 Natalia de Avila Soares1 Andersom Rodrigues Oliveira1 Kárito Augusto Pereira1 Arnon Henrique Campos Anésio1 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM – Campus JK, Diamantina MG, *E-mail: angelohmarcanjo@gmail.com 1

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos bem como resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO As leguminosas se caracterizam por apresentarem alto teor de proteína, o que propicia uma fermentação realizada por clostrídeos na ensilagem. Promovendo altas concentrações de N-amoniacal e ácido butírico que elevam o pH da silagem. O uso de aditivos a base de inoculantes microbianos são considerados benéficos por produzirem ácidos que diminuem o pH. A silagem de leguminosas pode ser associada ao balanceamento da dieta de animais, quando fornecido um volumoso pobre em proteína bruta (PB), como é o caso da cana-de-açúcar e de pastagens no período seco do ano. O uso de leguminosas consorciada a gramíneas na ensilagem favorece a elevação do teor de PB da silagem. Algumas práticas como o pré-emurchamento associado ao uso de aditivos podem diminuir as concentrações elevadas de ácido butírico, N-amoniacal e pH da silagem. Palavras-chave: conservação de forragem, ensilagem, leguminosas forrageiras, clostrídio, fermentação butírica.

4702

SILAGE LEGUMES: LITERATURE REVIEW ABSTRACT Legumes are characterized by having high protein content, which provides a clostridial fermentation by the silage.Promoting high ammonia-N concentrations and butyric acid that raise the pH of silage.The use of microbial inoculants additives database is considered beneficial because they produce acids which lower the pH. The silage legumes can be associated with the balance of the animal diet, when given a poor forage crude protein (CP), as in the case of sugarcane and pasture in the dry season.The use of intercropped legume grasses in silage favors raising the crude protein content of silage.Some useful as pre-withering associated with the use of additives can reduce the high concentrations of butyric acid, ammonia-N and silage pH. Keyword: forage conservation, silage, fodder legumes, clostridia, butyric fermentation.


Artigo 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura

INTRODUÇÃO O Brasil é um país de dimensões continentais, apresentando um território de 8.515.767,049 km2 onde estão distribuídos 6 biomas distintos com condições de clima adversas, na qual prevalece o clima tropical em maior parte, que favorece a produção de ruminantes para leite e para corte quase exclusivamente em pastagens (FONSECA et al., 2010). No país há uma área de pastagens aproximadamente de 172 milhões de hectares, cerca de 20% do território nacional, sendo que 109 milhões são de pastagens cultivadas e 63 milhões de pastagens nativas e naturais (IBGE, 2006). O que torna o país um grande produtor de carne e leite, sendo o maior exportador de carne bovina e o sexto maior produtor de leite. Atualmente apresenta aproximadamente um rebanho nacional de 209 milhões de cabeça (ABIEC, 2014).

maquinário de colheita. As leguminosas arbustivas não podem ser colhidas por máquinas em virtude dos talos serem lenhosos, e nas leguminosas herbáceas a colhedora deve ser eficiente para que sejam colhidas as folhas, pois a perda em valor nutritivo de leguminosas com as perdas das folhas é bem mais significativa que nas gramíneas (MARI & NUSSIO, 2005).

Apesar de o clima tropical favorecer a produção animal a pasto, ele também se torna um gargalo para a pecuária nacional. Principalmente pela estacionalidade da produção das pastagens, em que há grande produção e oferta de forragem na estação das águas e a diminuição brusca na estação seca do ano. Para evitar que essa estacionalidade afete a produção animal, muitos pecuaristas planejam estratégias para suprir o gado durante a seca.

leguminosas.

A silagem tem sido a alternativa mais escolhida pelos pecuaristas, principalmente para os produtores de gado de leite e por produtores de gado de corte que optam por terminar seus animais em confinamento, nessa época do ano. As principais culturas ensiladas no Brasil tem sido o milho, o sorgo, a cana-de-açúcar e, em menor escala, os capins tropicais. A opção das leguminosas na forma de silagem ainda é muito restrita no Brasil. As leguminosas, até recentemente, eram tidas como não indicadas para ensilagem por sua fermentação predominantemente realizada por clostrídios, levando a uma silagem com altos teores de ácido butírico e nitrogênio amoniacal (N-NH3). Isso é atribuído a três fatores: o alto poder tampão, o baixo teor de carboidratos solúveis em água e, finalmente, o baixo teor de matéria seca (MARI & NUSSIO, 2005). Outro fator que contribui para o baixo uso é a dificuldade da ensilagem das leguminosas, por conta do

Apesar desses fatores que limitam o uso da silagem de leguminosa, essa prática pode ser viável para produtores que trabalham com o uso de bancos de proteína, legumineiras ou adubação verde. Principalmente quando estes tiverem um excedente de produção de forragem, no período das águas, e como estratégia para sua utilização, conservá-las para o seu uso no período seco do ano. O objetivo dessa revisão é retratar e justificar o uso da prática de ensilagem de

2. REVISÃO 2.1. Uso das leguminosas forrageiras no Brasil Nos biomas brasileiros existe grande diversidade de espécies de gramíneas e leguminosas forrageiras, porém, as gramíneas nativas, são menos utilizadas por não possuírem capacidade de suporte e rápida rebrota necessária aos sistemas de produção animal (VALLE et al., 2009). Entretanto, as gramíneas tropicais do continente africano; como as dos gêneros Brachiaria, Cynodon, Panicum e Pennisetum; são mais utilizadas na formação de pastagens. Por terem passado por um longo processo evolutivo em seus ambientes naturais, onde foram pastejadas por manadas de grandes herbívoros e tiveram que desenvolver mecanismos de escape ao super pastejo, além de adaptar a condições edafo-climáticas adequadas à sua sobrevivência e dispersão (VALLE et al., 2009). Entretanto as muitas leguminosas forrageiras nativas dos biomas brasileiros são utilizadas nas formações de pastagens consorciadas, bancos de proteínas, legumineiras e em adubação verde. Muitas dessas leguminosas foram coletadas em território brasileiro, avaliadas e lançadas em outros países e posteriormente comercializadas no Brasil. Como são os casos do Stylosanthesguianensis lançado pela Austrália na década de 1940 (KARIA et al., 2010), Arachisglabara que fora lançado nos Estados Unidos na década de 1960 e o Arachispintoi cv. Amarillo que fora lançado

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Artigo 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura

na Austrália no final da década de 1980 (RAMOS et al., 2010). Nos últimos anos a Embrapa, através da seleção da variabilidade natural em coleções de germoplasma, tem lançado novas cultivares de plantas forrageiras produtivas e que responde as demandas dos pecuaristas, principalmente para aumentar a diversidade genética nos monocultivos formados anteriormente no Brasil (VALLE et al., 2013). Entre as leguminosas lançadas nas últimas duas décadas pela Embrapa se destacam: o Stilosanthescapitata + Stylosanthesmacrocephala cv. Campo Grande, que é a mistura física de sementes, com 80% de S. capitata (tolerante à antracnose) e 20% de S. macracephala, que fora lançado pela Embrapa Gado de Corte no ano 2000 (KARIA et al., 2010); e, o Arachispintoicv. BRS Mandobi que é adaptado para as regiões tropicais e equatoriais em uma faixa de precipitação de 1.200 a 3.500 mm/ano, tem alto vigor, boa relação folha: caule e um alto grau de tolerância ao encharcamento do solo; fora lançado pela Embrapa Acre no ano de 2012 (ASSIS et al., 2013).

área e no mesmo período de tempo (PEIXOTO et al., 2001). Dentre os cultivares ou gêneros botânicos de leguminosas com maior estoque de informações, destacam-se os estilosantes (Stylosanthes spp.), o amendoim forrageiro (Arachispintoi) e a leucena (Leucaena spp.), por seremos mais cultivados e/ou mais promissores (BARCELLOS et al., 2008). As pastagens consorciadas com leguminosas são mais eficientes em estimular a ciclagem do fósforo do que as pastagens puras de gramíneas. A explicação está na decomposição do sistema radicular das leguminosas, que é pivotante e mais profundo, aumentando assim o fluxo de fósforo orgânico no solo (DIAS-FILHO, 2011). Isso considerando que nem toda parte aérea da planta se torna serrapilheira, uma boa parte é pastejada pelos animais e, que parte desse material será convertido em carne e/ou leite e que outra parte retornará ao solo pelas excretas.

A principal expectativa no uso da leguminosa em pastagens é a melhoria da produção animal e a redução dos custos de produção, quando comparados a gramíneas submetidas exclusivamente à adubação com nitrogênio mineral (LOPES et al., 2012). Este benefício deve-se ao efeito direto da leguminosa, que melhora e diversifica a dieta do animal, e ao aumento da produção da gramínea, pelo maior aporte de nitrogênio (N) no sistema, proporcionado pela fixação simbiótica de N atmosférico através da simbiose com bactérias do gênero Rizobium, presente nas suas raízes (PEREIRA, 2002). Segundo Purcinoet al. (2005) as pastagens de leguminosas são tidas como bancos de proteína por possuir valor proteico superior ao apresentado pelas gramíneas forrageiras.

De uma maneira geral as leguminosas tropicais são mais sensíveis que as gramíneas tropicais a aumentos na pressão de pastejo devido muito as características fisiológicas da leguminosa, que possuem um ritmo de crescimento mais lento quando comparadas com as gramíneas tropicais. Estas apresentam um ciclo de carbono na fotossíntese mais eficiente; causando uma competição desigual entre estas plantas, por luz, nutrientes, água e espaço, com desvantagens para as leguminosas (GARCIA et al., 2008). Este fato tem contribuído para formar um consenso entre pesquisadores de que pastagens consorciadas são mais recomendadas para uso extensivo, e que sob regime de pressões de pastejo mais altas, as leguminosas tenderão a desaparecer. Porém, tem se observado que os efeitos da pressão de pastejo sobre a persistência das leguminosas dependem dos mecanismos de persistência da planta e do grau de seletividade exercida pelo animal (PEREIRA, 2013).

A consorciação é uma prática que permite associar em uma mesma área o plantio de culturas diversas para aumentar o rendimento, enriquecer a vida biológica do solo e protegê-lo contra a erosão. Podendo também ser considerada como uma técnica agrícola de conservação que visa um melhor aproveitamento em longo prazo do solo, bem como o cultivo na qual se utiliza mais de uma espécie de planta na mesma

No manejo de consorciações o pastejo deve ser conduzido no sentido de controlar o crescimento excessivo da gramínea, para não prejudicar o crescimento da leguminosa. Importante observar no manejo que, no período de outubro a dezembro, quando houver a emergência e o estabelecimento de novas plantas, os pastejos devem ser mais intensos, de forma a deixar espaço para as novas plantas da leguminosa, já que

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a principal forma de mantê-las no estande é via ressemeadura natural (GARCIAet al., 2008). Outra prática, que evita essa competição de leguminosa e gramínea é o uso do banco de proteína. Nesse sistema 20 a 30% da pastagem é formada exclusivamente de leguminosa, seu acesso pode ser fracionado durante o dia ou contínuo, vai depender do tamanho da área e da concentração de animais. A melhor época do ano para a utilização do banco de proteína é durante a seca, quando há um baixo valor nutricional da gramínea e a leguminosa entra para suprir esse déficit. Usa-se a divisão do banco de proteína de acordo com os meses da estação de seca (junho, julho, agosto e setembro). Nas águas o banco de proteína deverá ser vedado, sendo realizado nos meses de dezembro e fevereiro dois pastejos leves ou dois cortes para realização de fenação ou ensilagem, para que possa manter um controle da altura da leguminosa (BARCELOS et al., 2001). O sistema de banco de proteína permite aumentar a produção de leite na estação da seca, Lamela et al. (1999) observaram uma produção de 9,0 e 9,3 kg leite/vaca/dia a pasto com inclusão de banco de proteína leucena e gliricidia (Gliricidiasepium) com vacas F2 (¾Holstein x ¼ Zebu). Segundo Valentim et al. (2001), a utilização do amendoim forrageiro como banco de proteína em um sistema de produção de leite, em uma pequena propriedade familiar no Acre, resultou em aumento na produção de leite de 3,6 para 5,2 litros/vaca/dia. Com o passar dos anos de utilização, existe tendência de as áreas do banco de proteína serem invadidas por gramíneas. Essa invasão ocorre a partir do terceiro ou quarto ano, nesses casos aconselha-se o deslocamento do banco de proteína para uma nova área, ficando o banco de proteína antigo como área de pastagem consorciada. Esse sistema de rotação e estabelecimento de bancos de proteínas é uma prática adotada para a recuperação da pastagem com efeito sobre a longevidade, qualidade da forragem e melhor desempenho animal (BARCELLOS et al., 2001). A prática da fenação de leguminosas no Brasil ainda é restrita a cultura da alfafa (Medicago sativa), a qual abrange um pequeno nicho de mercado dos seletos

animais de elite (SILVA et al., 2013). A maioria dos produtores que realizam a fenação da alfafa está concentrada nas regiões sul e sudeste do país, a maioria comercializa o feno para outras regiões do país (RASSINI et al., 2003). Entretanto a fenação de leguminosas apresenta certas desvantagens, isto se deve muito as grandes perdas que ocorrem durante o período de desidratação da forragem, principalmente em condições climáticas adversas, onde o revolvimento da leira é necessário, para acelerar a taxa de desidratação, o que, nas leguminosas, pode provocar perdas mecânicas acentuadas, reduzindo tanto a produção quanto a qualidade (SILVA et al., 2013). Deve-se levar em conta que qualquer sistema de conservação de forragem implicará em perdas de seu rendimento e qualidade quando comparada a planta verde, isso se deve pelas perdas relacionadas à queda de folhas, fermentações indesejáveis, contaminação por microrganismos e solo etc. (LÉDO et al., 2010). 2.2. Silagem exclusiva de leguminosas As leguminosas se caracterizam por apresentarem alto teor de proteína o que favorece muito no processo de ensilagem a fermentação realizada por clostrídios. Os produtos finais da fermentação clostrídiais (concentrações de aminas, amônia e ácido butírico) não são tão ácidas como o ácido láctico, elevando assim o pH da silagem e desestabilizando a massa da silagem, causando um efeito negativo sobre a ingestão voluntária dos ruminantes (ROOKE & HATFIELD, 2003; MUCK, 1988; WEISS et al, 2003) citados por Coblentz et al. (2014). A realização do pré-murchamento (uma a oito horas ao sol), sendo em seguida picada e compactada no silo e misturando aditivos ricos em carboidratos, podem favorecer uma melhor fermentação das silagens de leguminosas (NUERNBERG et al., 1990) citado por Lédo et al. (2010). Coblentz et al. (2014) observaram que após a ensilagem e enfardação da alfafa, os fardos ensilados sem pré-murchamento apresentaram maiores concentrações de umidade do que fardos se silagens com pré-muchamento (46,8 vs. 39,9%), mas isso não se refletiu por um pH final mais ácido dentro silagens com pré-muchamento (5,54 vs. 5,61). A produção de ácido láctico nas silagens com umidade menor que

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Artigo 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura

45% era mínima ou indetectável (0, 057% de MS), mas aumentou para as mais úmidas(0,578% de MS). Produtos finais normais de fermentações de Clostridium, tais como o ácido butírico e o nitrogênio amoniacal (NNH3), exibiram concentrações finais mínimas (0,05% da MS e 1,80% do total de N, respectivamente), sugerindo assim um efeito mínimo de clostrídios na preservação destas silagens.

de que não receberam aditivos (SSI) e para silagens que receberam o inoculante, porém seus valores de pH não ficaram próximos aos ideais preconizado para uma boa silagem. E as silagens que receberam inoculante mais tratamento com ureia (SCIU) e as silagens que receberam somente tratamento com ureia (SCU) foram as que apresentaram os valores de pH nas diferentes datas de abertura dos silos.

Martins et al. (2010) trabalhando com quatro tipos de tratamentos para silagens de gliricídia (Gliricidiasepium); silagem de gliricídia (SG) in natura, SG emurchecida (4 horas ao sol), SG + grão moído de sorgo (10% do peso verde), SG + raspa de mandioca (10% do PV) e SG + coproduto de vitivinícolas (10% do PV). Os resultados encontrados por esses autores (Tabela 1) mostram que a silagem aditivada com

A silagem de leguminosas pode ser associada ao balanceamento da dieta de animais, quando fornecido um volumoso pobre em PB, como é o caso da canade-açúcar e de pastagens no período seco do ano. Lima et al. (2011) observaram que em dietas para ovinos Morada Nova, as dietas que apresentavam 20% de silagem de ponta de cana acrescidas com 30 e 60% de silagem de soja completadas com 20 e 50%

subproduto de vitivinícolas foi uma das que promoveram melhores teores de MS, foi a que promoveu menor pH, promoveu um bom teor de PB e uma das que teve menores teores de N-NH3/N total. Como o subproduto de vitivinícola é proveniente de um processo de fermentação, assim a presença de ácidos orgânicos pode ter contribuído para o pH inferior na silagem aditivada com esse subproduto.

de concentrado, promoveram maiores consumos de MS (4,2a e 4,4a) e PB (0,84 e 0,85) em relação a % do peso vivo do que dietas composta com 20% de silagem de ponta de cana mais 80% de concentrado (3,1b MS e 0,52b PB).

O uso de aditivos a base de inoculastes microbianos são considerados benéficos por produzirem ácidos que diminuem o pH, são recomendados comumente para silagens que são fermentadas por clostrídeos, na qual produz uma silagem de pH elevado devido a alta produção de ácido butírico e N-NH3 (ÁVILA et al., 2011). Silva et al. (2014) encontraram menores valores de pH (Figura 1), nas diferentes datas de abertura dos silos, para silagens de estilosantes Campo Gran-

2.3. Silagens mistas de leguminosas + gramíneas O uso de leguminosas consorciada a gramíneas na ensilagem é, principalmente, para favorecer a elevação do teor de proteína bruta da silagem, que quando feita exclusivamente com gramínea apresenta, em média, valores de 4,0 a 7,0% (base na matéria seca), dependendo da forrageira empregada (GOBETTI et al., 2011). Segundo Leonel et al. (2008) em um consorcio de Brachiaria brizantha cv. Marandu com cultivo de soja

TABELA 1. Teores médios para matéria seca (MS), proteína bruta (PB), pH e nitrogênio amoniacal (N-NH3/NT) de silagens de gliricídia acrescidas de aditivos e submetida ao emurchecimento. Variável

Tratamento 1

2

3

4

5

MS

27,62 c

39,07 a

32,55 b

32,89 b

32,79 b

PB

25,89 a

26,25 a

24,13 b

20,63 c

24,23 b

pH

4,78 a

4,78 a

4,64 b

4,69 b

4,33 c

8,66

7,02

8,35

10,66

7,23

NN-NH3/NT

Tratamentos: 1- silagem de gliricídia in natura; 2- silagem de gliricídia emurchecida; 3- silagemde gliricídia + 10% de sorgo; 4-silagem de gliricídia + 10% de raspa de mandioca e 5- silagem de gliricídia + 10% de co-produto de vitivinícola. Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste de Student Newman Keuls (P<0,01). Adaptado de: Martins et al. (2010). 4706

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Artigo 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura

FIGURA 1. Valores de pH, temperatura ambiente e temperatura das silagens de Stylosanthes spp. cv. Campo Grande em função dos diferentes tempos de abertura dos silos e tratamentos. Fonte: Silva et al. (2014).

para produção de silagem, a recomendação para o momento de colheita seria no estágio fisiológico R7 da planta de soja (início de maturação dos grãos e 50% das folhas mortas). Esses autores encontraram nesse estágio fisiológico da planta de soja em consorcio com capim-marandu: um teor de 25,87% de MS, um teor de 10,67% de PB na MS, 56,52% de NDT na MS, um pH de 5,45, um N-NH3/N-total de 10,45%, um teor de ácido butírico de 0,83% da MS e um teor de ácido acético de 3,11% da MS. Os resultados de Leonel et al. (2008) mostram que a silagem de leguminosas e capins tropicais apresentam as mesmas características de fermentação quando ensiladas sozinhas, porém, o consorcio contribuiu para elevar a PB e o NDT da silagem quando comparada a silagem exclusiva de capim-marandu (5,17% e 47,70% de PB e NDT, respectivamente, na MS). Evangelista et al. (2005) avaliando silagem de sorgo puro e acrescentando 10, 20, 30 e 40% de forragem verde de leucena (Leucaenaleucocephala), observaram que o aumento na proporção de leucena resultou em efeito linear positivo sobre os valores de PB e NNH3/N-total, com valores de 4,48 a 10,3% e 0,23 a 2,15 para PB e N-NH3/N-total das silagens de sorgo puro e silagem com 40% de inclusão de leucena. E observaram efeito linear negativo sobre os teores de

MS, 31% a 28,4% das silagens de sorgo puro e silagem com 40% de inclusão de leucena. Observou-se variação nos valores de pH com a inclusão de forragem de leucena, com valores de 3,41; 3,55; 3,46; 3,59 e 3,55 para silagem com níveis de 0, 10, 20, 30 e 40% de inclusão de leucena, respectivamente. Foi observado que a adição da leguminosa elevou o teor de nitrogênio amoniacal da silagem e tendeu a elevar o pH, porém, esses valores ficaram dentro de limites aceitáveis, indicando boa fermentação. Suárez et al. (2011) avaliaram o efeito da adição de melaço e ureia em silagens de cana-de-açúcar queimada com gliricídia na fração de 75:25, respectivamente. Esses autores observaram que em silagem que teve adição de 0,5% de ureia obteve maiores valores de pH, PB, NH3/N-total e nitrogênio solúvel (NS/N-total) e nas silagens que adicionou 4% de melaço houve maior percentual de MS e extrato livre de nitrogênio (ELN), e a adição dos dois aditivos promoveu um menor teor de extrato etéreo (EE) (valores observados na Tabela 2). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS É preciso que haja muitos critérios na decisão de realizar a ensilagem de plantas leguminosas, já que seu alto teor proteico e massa seca abaixo de 30%

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Artigo 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura

TABELA 2. Efeito dos fatores avaliados em algumas variáveis químicas de silagens mistas de cana-de-açúcar com Gliricidiasepium. Tipo de silagem

pH

MS(%)

PB(%)

NH3/Nt (%) NS/Nt (%)

FB(%)

ELN(%)

EE (%)

SCG

4,53b

32,34ab

5,95c

10,22c

22,11c

33,20

50,06a

1,93c

SCG + ureia

5,03a

28,34b

8,27a

18,13a

38,31a

34,89

45,67b

3,13a

SCG + melaço

4,56b

35,34a

7,04b

9,12c

30,74b

36,06

45,61b

2,66b

SCG+ureia+melaço

4,63b

30,34b

8,53a

15,16b

33,07b

31,43

50,93a

1,02d

Relação de cana: gliricídia de 75:25; 0,5% de ureia; 4% de melaço. Médias com letras diferentes na mesma coluna apresentam diferenças significativas em P <0,05 pelo teste Duncan. Adaptado de: Suárez et al. (2011).

favorecem a fermentação realizada por clostrídios, que promoverá uma fermentação butírica, alto teor de N-NH3 e um alto pH na silagem. Algumas práticas como o pré-emurchamento e o uso de aditivos podem diminuir essas ações indesejadas. A realização de silagens mistas de gramíneas e leguminosas é uma prática que favorece o acréscimo de proteína no volumoso ensilado, já que muitas gramíneas usualmente para ensilagens promovem silagens pobres em proteína como caso da cana-de-açúcar . 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIEC. Pecuária Brasileira. Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, 2014. Disponível em: <http://www.abiec.com.br/3_pecuaria. asp>. Acessado em: 29/11/2014. ASSIS, G. M. L.; VALENTIM, J. F.; ANDRADE, C. M. S. BRS Mandobi: a new forage peanut cultivar propagated by seedsfor the tropics. Tropical Grasslands – ForrajesTropicales, v. 1, n. 1, p. 39−41, 2013. ÁVILA, C.L.S.; SCHWAN, R.F.; PINTO, J. C.; CARVALHO, B. F. Potential use of native microorganismsstrains of forage for silage production.In: INTERNATIONAL SYMPOSIUMON FORAGE QUALITY ANDCONSERVATION, 2., 2011, São Pedro. Anais… Piracicaba: Fealq, 2011. p.25-44. BARCELLOS, A. O.; ANDRADE, R. P.; ZOBY, L. F.; VILELA, L. Banco de Proteína de Stylosantesguianensis cv. Mineirão: maneira simples e da baixo custo para fornecer proteína ao gado na seca. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. 6p (Embrapa Cerrados, Circular Técnica, 14). BARCELLOS, A. O.; RAMOS, A. K. B.; VILELA; L.; MARTHA JUNIOR, G. B. Sustentabilidade da produção animal baseada em pastagens consorcia4708

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Artigo 380 - Silagem de leguminosas: revisão de literatura

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4710

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Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo1 Consumo, ganho de peso, indicadores, mensurações urinárias.

Revista Eletrônica

Edenio Detmann2; Mateus Pies Gionbelli3; Mário Fonseca Paulino4; Sebastião de Campos Valadares Filho5; Luciana Navajas Rennó6 Vol. 13, Nº 03, maio/jun de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A aplicação de conhecimentos e a mensuração de variáveis associadas à nutrição e ao metabolismo de animais ruminantes em pastejo constituem aspectos ainda recentes na pesquisa brasileira. Contudo, devido à grande relevância da produção animal em pastejo para o agronegócio brasileiro, formas adequadas de se entender e explorar o processo de construção de produtos de origem animal nestas condições se fazem necessárias. Nesta revisão, aspectos dos métodos utilizados para mensurações nutricionais com ruminantes em pastejo são apresentados e discutidos. Palavras-chave: consumo, ganho de peso, indicadores, mensurações urinárias.

Texto parcialmente apresentado no IV Simpósio Internacional Avanços em Técnicas de Pesquisa em Nutrição de Ruminantes, Pirassununga, SP, 2014. 2 Zootecnista, D.Sc., Professor Associado, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Pesquisador do CNPq e do INCT Ciência Animal (detmann@ufv.br). 3 Zootecnista, D.Sc., Professor Adjunto, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, Pesquisador do INCT Ciência Animal. 4 Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Professor Titular, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Pesquisador do CNPq e do INCT Ciência Animal. 5 Zootecnista, D.Sc., Professor Titular, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Pesquisador do CNPq e do INCT Ciência Animal. 6 Méd. Veterinária, D.Sc., Professora Adjunta, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Pesquisadora do INCT Ciência Animal. 1

CONSIDERATIONS ON RESEARCH METHODS APPLIED TO RUMINANTS UNDER GRAZING ABSTRACT The application of knowledge and the measurement of variables associated with nutrition and metabolism of ruminants under grazing are still recent in the Brazilian research. However, considering the great relevance of animal production at pasture to Brazilian agribusiness, the utilization of adequate methods is mandatory to correctly understand the processes of animal production under tropical conditions. In this review, aspects of the main methods used to perform nutritional measurements with ruminants under grazing are presented and discussed. Keyword: intake, markers, urinary measurements, weight gain.

4711


Artigo 381 - Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo

INTRODUÇÃO A aplicação de conhecimentos e a mensuração de variáveis associadas à nutrição e ao metabolismo de animais ruminantes em pastejo constituem aspectos ainda recentes e, de certa forma, incipientes na pesquisa brasileira. Em períodos anteriores à década de 1990, os trabalhos com animais a pasto no Brasil se caracterizavam principalmente por mensurações produtivas ou das características da forragem, sem que aprofundamentos fossem direcionados ao entendimento nutricional da utilização dos recursos forrageiros basais. A partir daquele período, o início da consolidação do Brasil como produtor e exportador de carne bovina, associado à difusão da tecnologia da suplementação a pasto, demandaram a construção de conhecimento

em estimativas viesadas ou inválidas de características nutricionais de animais em pastejo. Desta forma, embora o conhecimento atual possa ser considerado mais coeso em relação àquele disponível duas décadas atrás, muito ainda necessita ser feito para que a pesquisa com animais ruminantes em pastejo possa ser conduzida com a exatidão, a precisão e a robustez necessárias para a construção de inferências válidas e para a união congruente de resultados de pesquisas conduzidas nas diversas condições brasileiras. Desta forma, procurar-se-á discutir nesta revisão alternativas metodológicas aplicadas a experimentos com bovinos em pastejo, sem, contudo, ter-se a pretensão de se esgotar o tema ou se definir dogmaticamente as diretrizes da pesquisa nacional.

nutricional aplicado às condições nacionais que propiciasse melhor entendimento dos fundamentos da construção de produto animal a partir de pastos tropicais, bem como dos processos interativos obtidos a partir da exploração de recursos suplementares para animais em pastejo.

MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO PRODUTIVO DE BOVINOS EM PASTEJO A implantação e condução de ensaios produtivos a pasto com a aplicação de tratamentos envolvendo suplementação concentrada constitui uma das principais vertentes da nutrição de ruminantes em pastejo.

Desta forma, ao contrário de países como Austrália e Estados Unidos, contabiliza-se no Brasil período inferior a 20 anos no qual a pesquisa com nutrição de ruminantes em pastejo passou a fazer parte do escopo da ciência zootécnica nacional. Com o surgimento dos primeiros grupos de pesquisa voltados a essa finalidade, visualizou-se a grande lacuna existente entre a demanda por informações e a forma como estas informações poderiam ser mensuradas. Considerando-se um campo de pesquisa emergente, a simples transposição de métodos aplicados à pesquisa com animais confinados não poderia ser plenamente satisfatória, principalmente se considerado o fato de o controle experimental em si ser desafiado por animais com comportamento livre, com maior dificuldade de contenção e sujeitos a diversos distúrbios naturais ou não, os quais não são observados em ambientes experimentais em confinamento.

Neste contexto, um dos principais questionamentos metodológicos que pode ser observado entre os pesquisadores brasileiros diz respeito ao conceito de unidade experimental e à validade de mensurações do desempenho animal individual (ganho de peso animal).

Durante esta fase inicial de desenvolvimento da pesquisa nutricional com animais em pastejo, muitas tentativas de adaptação e desenvolvimento de métodos foram realizadas. Contudo, embora algumas tenham se mostrado ferramentas válidas, outras implicaram 4712

Sob ponto de vista estritamente estatístico, a definição de unidade experimental envolve a menor unidade do experimento à qual o tratamento pode ser aplicado (ROBINSON et al., 2006). Considerando-se animais manejados e suplementados em grupo, a aplicação estrita do conceito acima descrito indica que apenas o grupo animal, o qual receberia o suplemento conjuntamente, poderia ser considerado como unidade experimental. Esta abordagem tem levado muitos pesquisadores a apontar como inválidos os resultados da grande maioria dos experimentos com animais em desempenho conduzidos em condições brasileiras. Contudo, inadvertidamente, com esta abordagem deixa-se de relevar que o conceito estritamente estatístico pode não convergir ao conceito de experimentação. Este

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Artigo 381 - Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo

último termo se refere aos fundamentos, premissas e ferramentas que regem o planejamento, implantação, condução e interpretação de um experimento. Logo, o conceito de experimentação deve ser essencialmente mais amplo que o conceito estatístico em si, pois a estatística deve ser vista apenas como parte da experimentação. Desta forma, na aplicação do conceito de experimentação, todas as características biológicas, nutricionais, de comportamento, de produção e estatísticas devem ser simultaneamente relevadas para que o experimento e seus resultados se tornem os mais próximos possíveis do mundo real, fazendo com que as inferências a serem deste retiradas possam ser seguramente projetadas para a população. Os bovinos são animais com comportamento naturalmente social, no qual a união do indivíduo a determinado grupo constitui característica determinada no processo evolutivo. Sendo animal gregário, principalmente em ambientes pastoris, experimentos que busquem produzir resultados condizentes com a realidade devem considerar animais manejados em grupo. Isto deve ser essencialmente relevado na implantação de ensaios com animais em pastejo. Contudo, se os tratamentos experimentais são constituídos por diferentes tipos de suplementos, sua aplicação certamente será realizada a cada grupo. Logo, como interpretar o conceito de unidade experimental?

de animais para cada tratamento aplicado. No segundo caso (Modelo 2), o grupo é interpretado como unidade experimental (neste caso os grupos são manejado em piquetes distintos), sendo cada grupo formado por ao menos dois animais. Assumindo-se as estruturas de modelos descritas nas equações (1) e (2), observa-se que algumas peculiaridades são observadas nas análises de variâncias para o caso da avaliação do desempenho animal individual (Tabela 1). Percebe-se que a função quadrática associada ao efeito fixo de tratamentos é similar para ambos os casos (Tabela 1), a qual pode ser representada por (BARBIN, 1993; STEEL et al., 1997): I

φt =

∑ (µ i =1

i

− µ)2

I −1

(3);

em que: μ = média geral populacional; μi = média populacional dos animais submetidos ao tratamento i; e I = número de tratamentos. A partir das informações apresentadas na Tabela 1, estrutura-se a estatística F para avaliação de tratamentos através das propriedades de esperança matemática para os modelos (1) e (2), respectivamente, por:

Pressupondo-se que a casualização seja aplicada de forma irrestrita (delineamento inteiramente casualizado), duas formas distintas de experimentos podem ser utilizadas, cujos modelos matemáticos são descritos por:

(4);

(1);

Yijk = µ + t i + G(i ) j + ε (ij ) k

(2);

em que: μ = constante geral; ti = efeito do tratamento i (efeito fixo); G(i)j = efeito do grupo j aninhado ao tratamento i (efeito aleatório); e ε(i)j/ε(ij)k = erro aleatório não observável associado a cada observação. No primeiro caso (Modelo 1), o animal é interpretado como unidade experimental, formando-se um grupo

(5);

A partir dos pressupostos aqui assumidos para demonstração das propriedades estatísticas das análises de variância, entende-se que os testes F apli-

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Artigo 381 - Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo

TABELA 1. Estrutura teórica da análise de variância considerando-se experimentos balanceados instalados segundo os modelos matemáticos descritos nas Equações (1) e (2) Fonte de Variação

G.L.

Q.M.

E(Q.M.)

Teste F

Modelo (1) - Animal como unidade experimental I-1

V1

σ ε2 + Jφt

V1/V2

Resíduo

I(J-1)

V2

σ ε2

---

Total

IJ-1

---

---

---

Tratamento

Modelo (2) – Grupo como unidade experimental Tratamento

I-1

V1

V1/V2

Grupo/Tratamento

I(J-1)

V2

σ ε2 + Kσ G2

---

Resíduo

IJ(K-1)

V3

σ ε2

---

Total

IJK-1

---

---

---

¹ Modelo (1): I = número de tratamentos; J = número de animais em cada tratamento. Modelo (2): I = número de tratamentos; J = número de grupos (piquetes) em cada tratamento; K = número de animais em cada grupo, sendo K ≥ 2. ² Esperança matemática do quadrado médio obtida segundo o método dos momentos, em que: σ²ε = componente de variância associado ao erro experimental; σ²G = componente de variância associado aos grupos dentro do tratamento; φt = função quadrática associada ao efeito fixo de tratamentos.

cados a tratamentos se resumem a avaliar se as funções quadráticas são maiores que zero, ou seja, se existem diferenças entre as médias de tratamentos1. Contudo, percebe-se por intermédio das Equações (4) e (5) que ambas as formas de experimento conduzem à avaliação do efeito de tratamentos sobre o desempenho individual animal de maneira similar, independentemente da consideração do animal ou grupo como unidade experimental. Ambas as formas de se interpretar os efeitos da suplementação sobre o desempenho animal individual são igualmente válidas. A instalação de experimentos nas formas descritas pelos modelos (1) e (2) apresenta, contudo, peculiaridades, as quais devem ser relevadas em função dos objetivos definidos pelo pesquisador em seu trabalho. Experimentos nos quais os grupos (piquetes) são considerados como unidades experimentais possuem a vantagem de agregação perfeita ao conceito estrita-

I

1

Esta afirmação é feita sob a restrição

∑t i =1

4714

i

=0

mente estatístico de unidade experimental. Adicionalmente, a estrutura do experimento permite ao pesquisador avaliar estatisticamente atributos coletivos de desempenho, como o ganho médio por área e taxa de lotação, o que não é possível em experimentos conduzidos segundo o modelo (1). Ressalta-se que nos casos em que os atributos do pasto constituam os tratamentos (e.g., diferentes alturas de pastejo), somente o modelo (2) pode ser utilizado para implantação do experimento. Por outro lado, o custo de implantação de um experimento segundo o modelo (2) torna-se maior em função da maior infraestrutura demandada (e.g., área, cercas, bebedouros, etc), o que pode não ser interessante para trabalhos nos quais os objetivos envolvem somente o desempenho animal individual. Em adição, a ampliação da confiabilidade do teste F para tratamentos no modelo (2) somente é conseguida elevando-se o número de grupos por tratamentos (e não simplesmente o número de animais), o que pode onerar ainda mais a implantação do experimento. O conceito de unidade experimental aplicado ao modelo (1) deve ser definido além da teoria estatística pura, no qual os aspectos anteriormente apresentados devem ser relevados. De certa forma, suas van-

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tagens e desvantagens constituem o oposto daquelas apresentadas para experimentos implantados segundo o modelo (2). Seu uso é restrito à mensuração do desempenho animal individual. Uma importante questão de manejo experimental deve ser relevada na implantação de experimentos segundo o modelo (1). Como os animais submetidos a um determinado tratamento serão restritos a um único grupo e, portanto, manejados em conjunto em um mesmo piquete, diferenças entre piquetes poderão se confundir com as diferenças entre tratamentos. Isto deve ser evitado para não se obterem estimativas viesadas dos efeitos de tratamentos. Portanto, nesse caso, os animais de um mesmo tratamento devem ser rotacionados entre os piquetes (mantendo-se o mesmo tratamento ao grupo) de forma que todos os grupos (tratamentos) passem por todos os piquetes experimentais pelo mesmo número de vezes e pelo mesmo período de tempo. Isto permitirá equilibrar os efeitos das diferenças entre piquetes sobre os animais, garantindo a mensuração não viesada dos efeitos de tratamentos sobre o desempenho animal individual. Esta prática não é necessária para os experimentos montados segundo o modelo (2), pois, caso observados os princípios da casualização, repetição e controle local, as diferenças entre piquetes serão contempladas no modelo e, portanto, na análise de variância. Alguns pesquisadores têm defendido a ideia de que experimentos implantados segundo o modelo (1) somente poderão ser considerados válidos caso haja a mensuração individual do consumo de suplementos pelos animais. Contudo, esta ideia é em si equivocada quanto ao seu objetivo, pois mensuração individual de resposta é diferente da aplicação individual de um tratamento. A despeito disto, esta prática pode ser realizada de duas formas distintas. Em primeiro lugar, fornecendo-se os suplementos individualmente conduzindose os animais a currais de manejo com comedouros individuais ou provendo os piquetes com comedouros eletrônicos. O primeiro caso claramente retira a representatividade da condição experimental por restringir o tempo disponível ao pastejo (principalmente com suplementos fornecidos em grandes quantidades)

e/ou por comprometer o próprio comportamento de consumo do suplemento (principalmente no caso de suplementos com autocontrole de consumo). Adicionalmente, comedouros eletrônicos constituem tecnologia ainda não consolidada, além de gerar ônus ao experimento, o qual pode inviabilizar muitas situações experimentais. Em segundo lugar, podem ser utilizados métodos indiretos, como, por exemplo, a técnica de três indicadores (dois externos e um interno; VALADARES FILHO et al., 2006). Contudo, a prática de fornecimento de indicadores a animais sob avaliação de desempenho pode ocasionar reduções drásticas no ganho de peso (SILVA et al., 2009), comprometendo a representatividade dos resultados. Ademais, mesmo mensurando-se a variabilidade entre animais no tocante ao consumo ressalta-se que o consumo do grupo será o mesmo. Logo, entende-se que a informação adicional acrescentará pouco ao entendimento do experimento, mas representará perda significativa da representatividade dos resultados obtidos caso o desempenho seja comprometido. Em suma, em ambos os casos, o ganho em informação pode vir acompanhado de ônus e/ou perda de representatividade, o que conduz ao pesquisador à ponderação da relação custo/benefício da mensuração do consumo individual de suplemento de animais alimentados em grupo. Independentemente da forma de implantação do experimento (Modelos 1 e 2), a mensuração do ganho médio diário (GMD) deve ser vista como uma variável instável e, portanto, altamente sujeita a fatores normalmente não contemplados como fontes de variação de origem conhecida na análise de variância. Assim, para que o GMD de bovinos em pastejo seja mensurado de forma confiável tempos longos de avaliação são sugeridos de forma a tornar os efeitos de tratamentos mais precisos e com menor probabilidade de confundimento com fatores não controlados experimentalmente. Isto implica que provas de desempenho para mensuração do GMD de bovinos a pasto devem ter duração igual ou superior a 70-80 dias. Estimativas de GMD obtidas em períodos menores podem conduzir a falsas inferências sobre os efeitos de tratamentos.

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Um dos fatores de maior influência sobre as estimativas de GMD é constituído por diferenças no enchimento do trato gastrintestinal dos animais (ARCHER & BERGER, 2000). Desta forma, os pesos ao início e final dos experimentos, os quais são utilizados para a estimação do GMD devem ser obtidos após submissão dos animais a jejum. Pesagens em períodos intermediários do experimento não são necessariamente válidas do ponto de vista estatístico, pois estimarão GMD em períodos demasiadamente curtos. Contudo, do ponto de vista experimental, estas devem ser consideradas válidas, pois permitirão ao pesquisador monitorar o desempenho e o bem estar de seus animais (COOK, 1962). No entanto, pesagens intermediárias devem ser realizadas preferencialmente sem jejum, pois este procedimento pode acarretar estresse ao animal, o qual, ao retornar à situação de desempe-

Levando-se em consideração que os erros tipo I e II são antagônicos quanto à probabilidade de ocorrência e ao controle (STEEL et al., 1997), o maior controle do erro tipo II é obtido ampliando-se o valor α (i.e., 0,10 ao invés do “dogmático” 0,05) e, quando pertinente, utilizando-se testes mais adequados ao controle do erro tipo II (i.e., DMS de Fischer protegido ao invés do “dogmático” Tukey). Assim, o uso do valor α = 0,10 em experimentos com animais em pastejo deve ser visto única e exclusivamente como ferramenta de controle do erro tipo II e não como escusa para a “criação” de diferenças.

nho, deverá primeiramente se recuperar do estresse sofrido para posteriormente voltar a expressar o efeito do tratamento que recebe. Logo, a aplicação de períodos de jejum em pesagens intermediárias poderá acarretar em desempenho individual subestimado ao final do período experimental.

bovinos em pastejo, uma vez que a disponibilidade de massa na pastagem apresenta relação direta com diversas características que podem definir a produção animal (e.g., seletividade, capacidade de consumo, coeficiente de substituição, lotação, etc). Do ponto de vista experimental, existem discussões a respeito da forma, número e altura de corte das amostras a serem tomadas de forma a se estimar com maior exatidão e/ ou precisão a massa disponível (e.g., MCMENIMAN, 1997; PENATI et al., 2005).

Ressalta-se que o GMD constitui variável-resposta de fluxo descontínuo e, portanto, somente pode ser mensurada em delineamentos contínuos (aqueles nos quais o mesmo tratamento é aplicado à unidade experimental durante todo o período experimental; e.g, D.I.C.). Delineamentos rotativos, nos quais mais de um tratamento é aplicado à mesma unidade experimental não podem ser utilizados para mensuração de GMD. Um ponto adicional a ser ressaltado na condução de experimentos com animais em pastejo envolvendo não somente medidas de desempenho, mas também características de consumo, digestão e metabolismo, é a alta variabilidade (ou instabilidade) das respostas experimentais. Como ressaltado anteriormente, neste tipo de experimento os animais são manejados livres e estão, portanto, sujeitos a distúrbios naturais ou não, que interferem com maior intensidade em seu comportamento social e ingestivo em comparação a experimentos nos quais os animais são confinados. Desta forma, gera-se um quadro de ampliação da probabilidade de ocorrência do erro tipo II (deixar de rejeitar H0 quando esta é falsa) que deve ser considerado. 4716

CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA FORRAGEM SOB PASTEJO A avaliação quantitativa do pasto constitui parâmetro essencial para interpretação de experimentos com

Contudo, independentemente do método de estimação da massa disponível em uma pastagem, a simples expressão da disponibilidade de matéria seca (MS) constitui parâmetro que pouco contribui ao entendimento nutricional da construção de produto animal a pasto. Diferenças atribuídas a espécies ou cultivares, manejo do pasto, adubação, clima, estação do ano, entre outras; podem fazer com que pastos com a mesma disponibilidade de MS sejam totalmente distintos em termos de capacidade de produção animal. Logo, nutricionalmente, a mensuração da disponibilidade deve estar associada a características da massa que indiquem qual a sua fração que poderia ser potencialmente convertida em produto animal. Este potencial de conversão em produto animal pode ser representado pelas características do processo digestivo dos ruminantes, o qual constitui determinante da capacidade de transformação do alimento ingerido em produto animal. Assim, integrando-se ca-

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racterísticas químicas e do processo digestivos dos ruminantes, a massa de pasto pode ser definida por:

em que: 0,98 = coeficiente de digestibilidade verdadeiro do conteúdo celular; e FDNi = fibra em detergente neutro indigestível (% da MS).

(6); em que: MS = matéria seca total do alimento, sendo MS = 100; CC = conteúdo celular (% da MS); e PC = parede celular (% da MS). De forma prática, podem ser definidas aproximações químicas para CC e PC por: (7); (8); em que: FDN = fibra em detergente neutro, como % da MS. Em termos nutricionais, a potencialidade de uso de um alimento se refere à sua fração que pode ser utilizada pelos microrganismos ruminais e/ou sistema enzimático digestivo do animal quando nenhuma restrição de tempo ou no tocante a outras características é estabelecida (DETMANN et al., 2008). Logo, a fração total de um alimento é constituída por duas frações complementares: uma fração potencialmente digestível e outra indigestível. Considerando-se que a fração potencialmente digestível possui relação direta com a capacidade de produção animal, a equação (6) pode ser re-escrita como: (9); em que: MSpd = matéria seca potencialmente digestível do alimento (% da MS), sendo MSpd ≤ 100; CCpd = conteúdo celular potencialmente digestível (% da MS); e PCpd = parede celular potencialmente digestível (% da MS). Utilizando-se as aproximações descritas nas equações (7) e (8) e somando-se alguns pressupostos nutricionais (DETMANN et al., 2010a), a equação (9) fornece:

(10);

A partir da equação (10), estabelece-se a disponibilidade de MSpd por:

DMSpd =

DMS × MSpd 100

(11);

em que: DMSpd = disponibilidade de matéria seca potencialmente digestível na pastagem (kg/ha); DMS = disponibilidade total de matéria seca (kg/ha); e MSpd = teor de matéria seca potencialmente digestível na massa disponível (% da MS). Percebe-se que a disponibilidade de MSpd (Equação 11) constitui medida quantitativa integrada do pasto, uma vez releva simultaneamente características agronômicas (disponibilidade total) e nutricionais (fração potencialmente digestível). Por expressar a massa potencialmente convertível em produto animal, a disponibilidade de MSpd amplia a discriminação em diferentes pastos, pois passa a os diferenciar não somente pelo acúmulo de massa, mas também pelas características nutricionais potenciais da massa acumulada. Assim, entende-se que pastos com a mesma disponibilidade total podem apresentar potenciais de produção animal distintos. A utilização da disponibilidade de MSpd como característica quantitativa dos pastos apresenta, contudo, dois entraves. Em primeiro lugar, a adoção deste parâmetro em experimentos com animais em pastejo ainda é considerada pequena no país, mesmo considerando-se o pouco a mais exigido em comparação à avaliação quantitativa convencional. A partir disto, limita-se a quantidade de informação disponível para que relações entre a MSpd e parâmetros de produção animal (e.g., GMD) sejam coerentemente estabelecidas. Adicionalmente, considerando-se a disponibilidade de MSpd como medida integradora, recomendações de disponibilidade de massa para níveis adequados de produção animal poderiam ser mais coerentemente estabelecidos. Embora algumas recomendações sejam observadas na literatura nacional (e.g., PAULINO et al., 2008), muito ainda é necessário para que estas alcancem o nível de robustez neces-

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sário para recomendações com maior amplitude de aplicação, considerando-se espécies diferentes, regiões diferentes, entre outros aspectos. Cabe ressaltar que mesmo englobando características nutricionais, a avaliação da MSpd da massa disponível constitui medida quantitativa do pasto. Assim, a mesma não deve ser vista como característica qualitativa do ponto de vista nutricional. Neste caso, deve-se relevar a seletividade da massa pelo animal, o que implica na avaliação da forragem efetivamente ingerida (dieta). Assim, com esta finalidade, métodos de amostragem qualitativa do pasto devem ser utilizados (DETMANN et al., 2004). CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA FORRAGEM SOB PASTEJO O processo de amostragem qualitativa do pasto se refere única e exclusivamente à obtenção de porções representativas da forragem considerando-se a seleção, apreensão, colheita e ingestão. Por intermédio da análise simples do conceito, entende-se que nenhum método de amostragem quantitativa é capaz de prover amostras representativas do pasto enquanto dieta selecionável, uma vez que a visão de quantidade não leva em consideração a seletividade aplicada sobre a massa disponível, de forma ainda mais proeminente em sistemas manejados sob pastejo contínuo. Considerando que o pastejo é uma atividade complexa, a qual envolve interações entre preferência animal, quantidade e estrutura da massa disponível, espécie forrageira, competição com indivíduos do grupo, intensidade de demanda por nutrientes específicos, etc, pode-se afirmar que o único capaz de colher amostras fidedignas do pasto como dieta é o próprio animal. Isto levou à sugestão do uso de animais fistulados no rúmen ou esôfago (MINSON et al., 1976), os quais propiciavam a obtenção das amostras denominadas de extrusas ruminais ou extrusas esofágicas, respectivamente, sendo as extrusas esofágicas mais comuns. Embora as operações de colheita de amostras sejam realizadas pelo próprio animal, a obtenção de extrusas (principalmente esofágicas) está sujeita a diversos vieses. Existe a recomendação de se submeter o animal a jejum prévio para se evitar problemas de contaminação por regurgitação de material ruminal 4718

(MCMENIMAN, 1997), o que é particularmente prudente. Contudo, animais em jejum podem reduzir a seleção da forragem, inserindo viés sobre as amostras. Adicionalmente, as colheitas são realizadas em tempos curtos devido às restrições geradas pela abertura das fístulas esofágicas. Isto pode fazer com que a forragem colhida neste período não seja representativa da forragem colhida ao longo do nictêmero. No entanto, as principais limitações da utilização de extrusas parecem advir de seu contato com a saliva do animal, a qual gera basicamente três inconvenientes: lixiviação de material solúvel da forragem, contaminação com material salivar (principalmente nitrogênio não proteico e minerais) e alteração na participação de cada componente químico na matéria seca total da forragem. Este comportamento pode ser, de forma geral, ilustrado pelo experimento conduzido por Gomes et al. (2006). Entre outras amostras, estes autores coletaram amostras de pastos de capins elefante e braquiária e ofereceram a bovinos fistulados no esôfago. A comparação direta do ingerido com a extrusa esofágica evidenciou aumento nos teores de minerais, de nitrogênio não proteico e de fibra em detergente neutro (Tabela 2). Nos dois primeiros casos ilustra-se a contaminação salivar. No caso da fibra, ilustra-se o aumento na participação do material insolúvel na amostra devido à lixiviação de material solúvel (DETMANN et al., 1999). A alternativa direta ao uso de extrusas esofágicas é a obtenção de amostras por simulação manual de pastejo (SMP) (DE VRIES, 1995). O processo em si é simples e se baseia em identificar os locais de colheita e as partes da planta selecionadas pelos animais e então simular de forma manual o processo de apreensão e colheita da forragem. A SMP parece ser efetiva para pastagens homogêneas (principalmente com uma única espécie), mas de difícil aplicação em pastagens formadas por mais de uma espécie (MCMENIMAN, 1997). No Brasil, diversos trabalhos foram conduzidos para se comparar amostras de pasto tomadas por SMP e por extrusas esofágicas. A despeito de pequenas discrepâncias entre trabalhos, de forma geral, os resultados apontam os inconvenientes causados pela contaminação/lixiviação salivar ressaltados anteriormente (DETMANN et al., 1999; GOES et al., 2003; CLIPES et al., 2005; LISTA et al., 2007).

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TABELA 2. Características da composição química de forragens colhidas por simulação manual de pastejo e oferecidas a bovinos fistulados no esôfago para obtenção de extrusa Gramínea Capim elefante (n = 5) Item (% da matéria seca) Proteína bruta

Capim braquiária (n = 5)

Ingerido

Extrusa

Ingerido

Extrusa

9,78

10,24

8,90

7,44

Nitrogênio não proteico

1,60

3,04

1,19

2,50

Fibra em detergente neutro

65,86

68,84

58,76

62,92

Cinzas

10,67

10,61

9,18

12,13

Fósforo

0,32

0,40

0,19

0,36

Sódio

0,03

1,28

0,03

1,24

Adaptado de Gomes et al. (2006).

Talvez o maior inconveniente da SMP seja o desconhecimento da verdadeira discrepância entre a amostra e o material realmente selecionado pelos animais (EUCLIDES et al., 1992). Assim, a obtenção de amostras por SMP deve obrigatoriamente se iniciar pela rigorosa observação do comportamento animal. A SMP exibe, contudo, vantagens sobre o uso de extrusas, que são: a ausência de contaminação salivar e a ausência de necessidade de animais fistulados no esôfago. Para este último caso, ressalta-se que a SMP pode ser aplicada em qualquer condição, desde que haja alguém preparado para a obtenção de amostras. Adicionalmente, considerando-se aspectos de custos e de bem estar animal, a prevenção do uso de animais fistulados no esôfago parece constituir grande vantagem para a utilização da SMP. PARAMETRIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE NITROGÊNIO AMONIACAL RUMINAL A concentração de nitrogênio amoniacal no fluído ruminal (NAR) constitui a variável de maior relevância para qualificação do ambiente ruminal quanto à disponibilidade de compostos nitrogenados para o crescimento microbiano sobre os substratos ingeridos pelo animal; principalmente em termos de substratos fibrosos, os quais constituem a principal fonte de energia oriunda dos pastos tropicais (DETMANN et al., 2009). Sua quantificação laboratorial deve ser realizada por intermédio de método colorimétrico (SOUZA et al., 2013a). Por constituir a principal fonte de compostos nitrogenados para o crescimento de microrganismos fibrolí-

ticos, esforços têm sido dirigidos para o estabelecimento ou identificação de níveis adequados de NAR que suportem a utilização eficiente da fibra insolúvel no rúmen, para a minimização de eventos de competição entre espécies fibrolíticas e não fibrolíticas no ambiente ruminal e que estejam associados à otimização do status de nitrogênio no organismo animal (DETMANN et al., 2009; 2010b; 2014). Contudo, de forma similar ao anteriormente relatado para a utilização da MSpd, entraves têm sido identificados no tocante à carência de informações precisas sobre os níveis de NAR em animais suplementados ou não suplementados em pastagens tropicais. Um dos principais empecilhos à utilização dos níveis de NAR expostos na literatura nacional reside sobre a forma como tais mensurações são realizadas. A concentração de NAR constitui variável de alta flutuação ao longo do dia, uma vez que reflete diretamente o influxo de compostos nitrogenados no ambiente ruminal. Esta flutuação é acentuada em animais suplementados, principalmente quando a suplementação ocorre em momentos específicos (Figura 1). No entanto, na maioria dos experimentos conduzidos no Brasil as avaliações de NAR são realizadas em função do momento de suplementação, buscandose quantificar sua concentração em períodos curtos após a oferta de suplementos. Nesta forma de avaliação espera-se que somente o período em que picos da concentração de NAR sejam contemplados. Isto deixa de relevar que o crescimento microbiano e a utilização dos substratos no rúmen constituem proces-

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FIGURA 1. Simulação do comportamento da concentração de nitrogênio amoniacal ruminal (NAR) em bovino mantido em pastagem (considerando-se o fornecimento do suplemento às 12h00. A linha tracejada corresponde à média diária da concentração de NAR).

sos contínuos e que não se restringem a momentos específicos do dia. Desta forma, um suplemento pode fornecer concentrações assumidas como adequadas logo após sua ingestão, mas não promover a manutenção de níveis mínimos de NAR por períodos prolongados. Neste contexto, a avaliação momentânea da concentração de NAR pós-suplementação pode conferir interpretações equivocadas de algumas características do suplemento utilizado. As duas principais fontes de NAR são a proteína dietética degradada no rúmen e a reciclagem de nitrogênio via saliva e epitélio ruminal. Logo, a concentração de NAR não constitui uma medida apenas da proteína suplementar, mas envolve o processo de conservação de nitrogênio no sistema biológico representado pelo animal ruminante, no qual NAR acima das demandas é absorvido pelo organismo e posteriormente, ao menos de forma parcial, redirecionado ao rúmen para a manutenção do crescimento microbiano de forma contínua. Desta forma, o suplemento fornecido não apenas define o pico da concentração, mas também a concentração de NAR ao longo de todo o ciclo diário, mesmo nos horários distantes do momento de seu fornecimento. Além da questão de gerar lacuna de conhecimento a respeito dos efeitos globais da suplementação sobre 4720

a disponibilidade de nitrogênio no rúmen, a utilização da informação gerada em curtos períodos pós-suplementação tende, de forma geral, a superestimar a concentração de NAR no ambiente ruminal; tornando a informação média gerada viesada para utilização em modelos ou meta análises (Tabela 3). Para se contornar os problemas gerados por este tipo de avaliação, duas alternativas podem ser utilizadas. Em primeiro lugar, proceder as coletas em intervalos curtos ao longo de todo o dia e submeter os dados obtidos ao ajustamento de modelos não-lineares (DETMANN et al., 2007). Contudo, esta alternativa pode se tornar impraticável, principalmente considerando-se o excesso de contenções necessárias para animais em pastejo, além da demanda por conhecimento mais aprofundado de modelagem. De forma mais simples, dados mais exatos da concentração de NAR são obtidos quando coletas equidistantes ao longo do ciclo diário são executadas. Mesmo considerando-se intervalos de 4 a 6 horas entre coletas, as estimativas de concentração de NAR devem ser consideradas menos viesadas em relação à avaliação de períodos pós-suplementação (Tabela 3). Este comportamento se dá pelo fato de ponderar-se entre os períodos de pico e os de menor concentração, sendo que nestes últimos observa-se

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TABELA 3. Médias estimadas da concentração de nitrogênio amoniacal ruminal (NAR) considerando-se diferentes esquemas de amostragem a partir dos dados expressos na Figura 1 Esquema de amostragem Média diária

Amostragem ao longo do dia

Amostragem após suplementação²

Horários

NAR médio estimado (mg/dL)

Viés (mg/dL)¹

-

7,29

-

0h00; 2h00; 4h00; 6h00; 8h00; 10h00; 12h00; 14h00; 16h00; 18h00; 20h00; 22h00

7,26

-0,03

0h00; 3h00; 6h00; 9h00; 12h00; 15h00; 18h00; 21h00

7,16

-0,13

0h00; 4h00; 8h00; 12h00; 16h00; 20h00

7,10

-0,19

0h00; 6h00; 12h00; 18h00

6,58

-0,72

0, 2, 4, 6 e 8 horas

9,82

2,53

0, 2, 4 e 6 horas

10,28

2,98

0, 3 e 6 horas

9,83

2,54

¹ Diferença entre o valor médio estimado e a média diária real. ² Neste esquema de amostragem o tempo “0” corresponde à avaliação anterior ao fornecimento do suplemento.

maior relevância do nitrogênio oriundo de eventos de reciclagem. Informações obtidas desta forma são passíveis de serem absorvidas em modelos e meta análises devido ao seu baixo viés. Outras variáveis ruminais podem ser mensuradas seguindo-se o mesmo raciocínio em termos de amostragem (e.g., pH, concentração de ácidos graxos voláteis, etc). MENSURAÇÕES URINÁRIAS EM ANIMAIS EM PASTEJO A utilização de amostras pontuais de urina (spot samples) constitui uma das principais ferramentas para avaliação de características nutricionais de animais em pastejo. Esta técnica se baseia na quantificação da excreção de diferentes compostos nitrogenados por intermédio de amostra tomada em momento(s) específico(s) do dia, proporcionando alternativa à coleta total de urina, claramente impraticável em animais em pastejo. A base inicial para estimação de características urinárias a partir de amostras pontuais reside sobre a relação entre excreção de creatinina e a massa do animal, definida por:

EDC = f (M )

(12);

em que: EDC = excreção diária de creatinina (mg/ dia); e M = massa do animal (kg).

Em termos diretos, a excreção diária de creatinina é definida pela massa muscular do animal, o que gera relação diretamente proporcional com seu peso de corpo vazio e seu peso corporal, sendo este último de aplicação direta com animais em experimento (PEREIRA, 2009; COSTA e SILVA et al., 2012; 2014). De forma recente, a excreção diária de creatinina tem sido parametrizada em bovinos em condições brasileiras de forma fixa (RENNÓ et al., 2000a; LEAL et al., 2007) ou variável em função do peso dos animais (CHIZZOTTI et al., 2006; PEREIRA, 2009; COSTA e SILVA et al., 2012), o que permite a obtenção de estimativas a partir da simples pesagem dos animais. Desta forma, o volume urinário pode ser estimado por:

(13);

em que: VU = volume urinário (L/dia); EDC = estimativa de excreção diária de creatinina (mg/dia); e CCAP = concentração de creatinina na amostra urinária pontual (mg/L). A partir da estimativa obtida na equação (13), pode-se estimar a excreção diária de compostos nitrogenados na urina por: (14);

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em que: ECN = excreção de compostos nitrogenados específicos (g/dia ou mmol/dia); CCNAP = concentração do composto nitrogenado específico na amostra pontual de urina (g/L ou mmol/L); e VU = volume urinário (L). Parte dos ácidos nucléicos dos microrganismos ruminais, após absorção no intestino delgado (ID), são metabolizados e excretados na forma de derivados de purinas na urina de animais ruminantes. Estes derivados compreendem: xantina, hipoxantina, ácido úrico e alantoína (CHEN & GOMES, 1992). Contudo, devido a particularidades no metabolismo, somente as excreções de ácido úrico e alantoína são consideradas significativas em bovinos (RENNÓ et al., 2000a). A excreção de derivados de purinas na urina é diretamente proporcional à massa de ácidos nucléicos microbianos absorvidos no ID (TOPPS & ELLIOTT, 1965). Logo, relação direta é estabelecida com a massa microbiana que chega ao ID, permitindo estimar-se a produção microbiana ruminal a partir da exceção urinária desses derivados. Cabe ressaltar que animais lactantes excretam porção significativa de derivados de purina no leite (GONZALEZ-RONQUILLO et al., 2003), a qual deve ser considerada no processo de estimação da produção microbiana ruminal. Este processo de estimação é dividido em duas etapas. Na primeira dessas, estabelece-se a massa de purinas microbianas absorvidas no ID, cuja parametrização geral é dada por (VERBIC et al., 1990):

(15);

em que: PA = massa de purinas microbianas absorvidas no intestino delgado (mmol/dia); EDP = excreção total de derivados de purinas na urina (mmol/dia; Equação 14); EEDP = excreção endógena de derivados de purinas na urina por unidade de tamanho metabólico (mmol/dia/kg PC0,75), PC = peso corporal (kg); e RU = recuperação de purinas absorvidas como derivados de purinas na urina (mmol/mmol). Observa-se que o processo de estimação da massa de purinas microbianas absorvidas no ID é dependen4722

te dos parâmetros EEDP e RU (Equação 15). Estimativas destes foram estabelecidas por Verbic et al. (1990); contudo, recentemente, valores têm sido estabelecidos em condições tropicais (BARBOSA et al., 2011; PRATES et al., 2012), cuja utilização pode ampliar a exatidão das estimativas da massa de purinas absorvidas em experimentos no país. A segunda etapa inclui a conversão da massa de purinas absorvidas no ID em massa de microrganismos pela relação:

(16);

em que: PCNM = produção de compostos nitrogenados microbianos (g N/dia); 70 = conteúdo de nitrogênio nas purinas microbianas (mg/mmol); PA = massa de purinas microbianas absorvidas (mmol/dia; Equação 15); CDIPM = coeficiente de digestibilidade intestinal verdadeiro das purinas microbianas (adimensional); e R = relação entre nitrogênio oriundo de purinas e nitrogênio total nos microrganismos ruminais (adimensional). Estimativas do parâmetro CDIPM foram recentemente estabelecidas em condições brasileiras (BARBOSA et al., 2011; PRATES et al., 2012). As estimativas do parâmetro R podem ser diretamente obtidas, caso animais fistulados no rúmen sejam utilizados, ou indiretamente por intermédio de valores relatados na literatura. A funcionalidade de amostras pontuais de urina tem sido verificada em diversos trabalhos com bovinos (e.g., VALADARES et al., 1999; RENNÓ et al., 2000b; PINA et al., 2010) e sua aplicabilidade em experimentos com animais em pastejo é principalmente verificada em duas diferentes situações. Em primeiro lugar, permite-se a estimação da produção microbiana em animais envolvidos em provas de desempenho, uma vez que nenhum procedimento invasivo se faz necessário. Isto permite agregar informação que pode acrescentar explicabilidade ao desempenho animal. Em segundo lugar, uma vez que a coleta total de urina é impraticável em animais em pastejo, o uso de amostras pontuais permite a obtenção de estimativas de excreção urinária de nitrogênio e de ureia em ani-

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mais em ensaio de consumo e digestão, o que permite acessar aspectos do balanço de compostos nitrogenados e das perdas de nitrogênio no ambiente ruminal, agregando informação essencial ao experimento.

ção de produtos animais. Quando animais são manejados a pasto dificuldades são agregadas, uma vez que o consumo não pode ser mensurado de forma direta como em condições de confinamento.

Contudo, aspectos metodológicos quanto ao uso desta técnica ainda carecem de esclarecimentos. A concentração de creatinina e a relação derivados de purina:creatinina na urina podem ser assumidas como constantes ao longo do dia (PEREIRA, 2009; SILVA JR., 2014; Tabela 4) e entre dias (LEAL et al., 2007; SILVA JR., 2014), o que indica que a técnica de amostra pontual se mostra válida para estimação do volume urinário e produção microbiana. Contudo, a relação entre as concentrações de ureia e creatinina e de nitrogênio e creatinina podem variar ao longo do dia, o que parece refletir o comportamento de ali-

Os métodos de mensuração de consumo de animais em pastejo são enquadrados em dois grupos distintos. O primeiro grupo, embora sem associação com a mensuração do consumo de animais em confinamento, é denominado de métodos diretos. Esta denominação advém do fato de em ao menos alguma etapa da mensuração, ocorrer a quantificação gravimétrica de material similar ao ingerido pelo animal. Os métodos diretos envolvem avaliações da variação de peso dos animais, variações na massa de forragem disponível no pasto, etc. Contudo, em termos de estudos nutricionais, os métodos diretos possuem pouca apli-

mentação dos animais (Tabela 4; PEREIRA, 2009), sendo afetado pelo esquema de suplementação dos animais em pastejo (SILVA JR., 2014). Assim, coletas tomadas em momentos distintos poderão conduzir aos mesmos valores de produção microbiana, mas a estimativas distintas de excreções de ureia e nitrogênio. No entanto, definições a respeito de momentos de coleta de amostras pontuais de urina para animais em pastejo em diferentes situações de suplementação deverão ainda ser estabelecidas.

cação e utilidade.

ASPECTOS DO USO DE INDICADORES PARA A MENSURAÇÃO DO CONSUMO DE PASTO O consumo voluntário constitui o principal determinante da produção, sendo, portanto, uma das mais importantes variáveis a serem mensuradas e utilizadas para o entendimento dos processos de constru-

Por sua vez, os métodos denominados de indiretos se baseiam em quantificações de massa por relações reversas ou indiretas, ou seja, não há mensuração gravimétrica da massa ingerida diretamente. Entre estes métodos, o método dos indicadores se baseia na utilização de grupos de substâncias com passagem inerte ou com absorção conhecida pelo trato gastrintestinal, permitindo a quantificação indireta da massa fecal e, posteriormente, da digestibilidade da dieta total ou de alguns elementos da dieta, permitindo acessar a massa consumida (DETMANN et al., 2004). A obtenção de estimativas do consumo voluntário de animais em pastejo com o uso de indicadores pode ser realizado de duas formas distintas. No pri-

TABELA 4. Características urinárias de novilhas Nelore confinadas em função do período de coleta Intervalo³

Variáveis¹ ² U:C

N:C

DP:C

0h00-4h00

6,44c

5,18b

1,99

4h00-8h00

6,84c

6,15ab

2,01

8h00-12h00

9,67ab

7,41a

2,21

12h00-16h00

9,88a

7,70a

2,15

16h00-20h00

7,01c

6,04ab

1,99

20h00-0h00

7,95bc

6,43ab

1,97

¹ U:C, N:C e DP:C, relações entre as concentrações de ureia, nitrogênio e derivados de purinas e a concentração de creatinina na urina. ² Médias na coluna seguidas por letras diferentes são diferentes (P<0,05). ³ Coletas totais de urina obtidas em intervalos de 4 horas ao longo do dia.Os animais foram alimentados às 8h00 e 16h00. Adaptado de Pereira (2009). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4711-4731, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006

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meiro caso, emprega-se um indicador externo (exótico aos componentes da dieta) para estimação da excreção fecal e de um indicador interno (componente dos alimentos) para obtenção da estimativa de consumo voluntário. Este método é válido quando não há fornecimento de suplemento ou caso o consumo de suplemento seja conhecido individualmente. As equações utilizadas para mensuração do consumo são:

(17);

Neste caso define-se como indicador externo 1 aquele fornecido diariamente ao animal via esôfago ou rúmen e indicador externo 2 aquele homogeneizado ao suplemento. O consumo de forragem e de MS é obtido segundo a equação (18). O número de indicadores externos relatados na literatura é extremamente grande (DETMANN et a., 2004). Em termos de estimação do consumo a pasto, sugestões têm sido feitas para o uso de alcanos. Contudo, sua utilização é muitas vezes limitada por dificuldades de análise e custo elevado (e.g., MORENZ et al., 2006). Assim, indicadores de natureza metálica possuem menor custo de aquisição e análise.

(18); Entre os indicadores metálicos, o cromo, na forma de sesquióxido de cromo (Cr2O3) é sem dúvida o indicaem que: EF = excreção fecal (g MS/dia); D = dose do indicador externo (g/dia); [F] = concentração fecal do indicador externo nas fezes (g/g MS); CMS = consumo de MS (g/dia); CMSF = consumo de MS de forragem (g/dia); CMSS = consumo de MS de suplemento (g/dia); [IFZ] = concentração do indicador interno nas fezes (g/g MS); CIS = consumo de indicador interno a partir do suplemento (g/dia); e [IFOR] = concentração do indicador interno na forragem (g/g MS). Para os casos em que o consumo de suplemento individual não é conhecido (normalmente quando há o fornecimento em comedouros coletivos), existe a necessidade de se utilizar um segundo indicador externo associado ao suplemento, o qual permitirá estimar o consumo individual deste. Neste caso, as estimativas são obtidas por: (19);

(20);

em que: EF = excreção fecal (g MS/dia); D1 = dose do indicador externo 1 (g/dia); [F1] = concentração fecal do indicador externo 1 nas fezes (g/g MS); CMSS = consumo de MS de suplemento (g/dia); [F2] = concentração fecal do indicador externo 2 (g/g MS); e [S2] = concentração do indicador externo 2 no suplemento (g/g MS). 4724

dor externo de maior uso em estudos com ruminantes (DETMANN et al., 2004). Sua quantificação fecal deve ser realizada por intermédio de espectrofotometria de absorção atômica (SOUZA et al., 2013b; ROCHA et al., 2015). De forma mais recente, devido a problemas associados a prováveis efeitos carcinogênicos, o uso do sesquióxido de cromo tem sido desencorajado nos Estados Unidos da América. Neste sentido, pesquisadores têm sugerido a sua substituição pelo dióxido de titânio (TiO2; TITGEMEYER et al., 2001; MYERS et al., 2006), cuja quantificação é realizada por espectrofotometria no visível (MYERS et al., 2004). Estudos realizados no Brasil permitem evidenciar que ambos os indicadores internos possuem comportamento de excreção similar e recuperação fecal completa (SAMPAIO et al., 2011a; 2011b). De outra forma, estes indicadores podem ser utilizados conjuntamente quando há necessidade de se estimar o consumo individual de suplementos (VALADARES FILHO et al., 2006), uma vez que não há interferência entre elementos nos processos de quantificação da concentração fecal (MYERS et al., 2004). Na utilização de ambos os indicadores para estimação da excreção fecal, sua dosagem é feita aos animais uma única vez ao dia, o que reduz o estresse. Períodos de adaptação de 5 a 7 dias são suficientes para estabilização do perfil excretório. Os maiores entraves ao uso de indicadores externos para quantificação do consumo estão associados à obtenção de amostras fe-

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cais pontuais representativas. Em estudo conduzido no Brasil, Sampaio et al. (2011b) investigou o perfil excretório destes indicadores, bem como diferentes delineamentos de amostragem fecal visando à obtenção de amostras pontuais representativas. Segundo estes autores, são necessárias ao menos quatro coletas fecais, que podem ser distribuídas ao longo do período diurno, para que haja representatividade do total de fezes excretadas. Assim, seriam recomendados ao menos quatro dias de coletas, com ao menos uma coleta em cada dia, sendo estas coletas distribuídas ao longo do dia. Os indicadores internos mais utilizados na avaliação do consumo de ruminantes em pastejo são os resíduos indigestíveis da fibra em detergente neutro (FDNi) e da fibra em detergente ácido (FDAi) (Detmann et al., 2004). Ambos possuem perfil excretório similar e recuperação fecal completa (SAMPAIO et al., 2011a; 2011b). Assim, a opção por qual dos indicadores utilizar seria facultada ao pesquisador. Contudo, há de se ressaltar que a FDNi representa a aproximação química da fibra insolúvel indegradável, podendo portanto ser utilizada, além da função de indicador, como elemento de entendimento do efeito de repleção ruminal da fibra dietética, ao passo que a FDAi não possui nenhum associação com qualquer conceito nutricional válido. Assim, a opção pela FDNi poderia agregar conhecimento ao trabalho de pesquisa. As maiores limitações na utilização da FDNi ou FDAi em estudos com ruminantes reside sobre a obtenção de estimativas confiáveis de sua concentração em amostras fecais e de alimentos. Como as frações indegradáveis constituem conceitos biológicos (DETMANN et al., 2008), sua quantificação somente pode ser realizada por intermédio de ensaios biológicos. A incubação ruminal in situ é o método recomendado. Ensaios in vitro não devem ser utilizados devido a limitações em se preservar o meio de incubação por períodos extremamente longos, o que leva à superestimação da concentração dos indicadores. Os procedimentos in situ são realizados com as amostras processadas em moinhos com peneiras de porosidade 2 mm (CASALI et al., 2008; VALENTE et al., 2011a). As incubações devem ser realizadas utilizando-se como recipientes o saco filtrante F57 (Ankom®) ou o tecido não tecido (TNT, 100 g/m²). O nylon (50

μm) não deve ser utilizado neste procedimento devido à elevada probabilidade de perda de partículas. Considerando que as frações indigestíveis constituem conceito assintótico (Detmann et al., 2008), o tempo de incubação deve ser longo o suficiente para que haja similaridade estatística entre o resíduo de incubação e o valor indigestível (teoricamente obtido com tempo infinito) (Figura 2). Obviamente que existem variações entre alimentos com relação ao tempo necessário para obtenção das estimativas (CASALI et al., 2008; VALENTE et al. 2011b). Contudo, ao considerar-se a variabilidade entre alimentos, a recomendação para o método deve se basear naquele que demanda o maior tempo, uma vez que isto não afetará a avaliação do alimentos que demandam tempos menores (Figura 2). Ressalta-se que a recíproca não se faz verdadeira. Estudos conduzidos no Brasil indicam que os tempos de incubação para obtenção das frações indigestíveis devem ser de 264 horas, quando utilizado o TNT (CASALI et al., 2008) e 288 horas, quando utilizado o F57 (VALENTE et al., 2011b). Esta diferença no tempo de incubação é atribuída a peculiaridades na troca de material entre os meios externo e interno dos sacos no rúmen (VALENTE et al., 2011b). Algumas evidências de variabilidade entre animais quanto ao processo de incubação ruminal são relatadas na literatura (SAMPAIO et al., 2014). Contudo, mais resultados ainda são necessários para produzir inferências a este respeito. Desta forma, com o conhecimento atual, recomenda-se que a incubação ruminal seja conduzida em um animal sadio, com tamanho suficiente para comportar o volume de amostras a ser incubado e que seja alimentado regularmente com dieta mista, com, em média, 20% de alimentos concentrados e, ao menos, 10% de proteína na dieta total (com base na MS). PARADOXO NUTRIÇÃO × PRODUÇÃO Talvez o principal problema metodológico concernente a estudos de nutrição de bovinos em pastejo é representado pelo fenômeno denominado “paradoxo nutrição × produção”. Este é algumas vezes observado em estudos nos quais características produtivas e nutricionais são avaliadas conjuntamente. Nestes casos, percebe-se, logicamente, que o estudo nutricional é

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FIGURA 2. Exemplo de perfil de degradação ruminal da fibra em detergente neutro em função do tempo (As linhas tracejadas indicam os limites dos intervalos de confiança assintóticos da fração indigestível; tc = tempo crítico para se atingir a assíntota com índice de confiança 1 - α). Fonte: Valente et al. (2011b).

conduzido para se entender o comportamento observado no desempenho dos animais. Contudo, a presença do paradoxo é verificada quando os resultados de ambos os estudos divergem. Como exemplo simples, o tratamento que proporcionou o melhor desempenho nutricional pode não ser o mesmo que proporcionou o melhor desempenho produtivo. Isto, de certa forma, compromete a explicabilidade e as inferências conjuntas a serem retiradas de ambos os experimentos. Basicamente, o paradoxo nutrição × produção pode ser observado nos dois principais tipos de experimentos conduzidos no país. No primeiro destes os animais utilizados para avaliação do desempenho produtivo são diferentes daqueles utilizados para avaliação do desempenho nutricional. Estes últimos são, comumente, animais fistulados (e diferentes dos animais em desempenho), os quais são manejados em piquetes diferentes dos animais em produção. Portanto, os animais podem responder diferenciadamente aos tratamentos, gerando divergência de inferências entre os dois experimentos. No segundo tipo de experimento, somente os animais em avaliação de desempenho são utilizados e proce4726

dimento de avaliação nutricional é conduzido em curto período, normalmente durante a fase central do experimento. Neste caso, tem-se como pressuposição básica que o período central represente a média das condições observadas ao longo de toda a prova de ganho de peso. Contudo, a pressuposição básica para realização deste tipo de experimento pode constituir seu principal empecilho, uma vez que a relação planta × ambiente × animal é extremamente complexa e dinâmica em ambientes pastoris. Em termos heurísticos, a disponibilidade de massa forrageira ao longo de um período de pastejo pode ser representada por2:

(21);

O modelo descrito deve ser visto apenas como aproximação heurística para o entendimento de aspectos nutricionais. O mesmo não tem a pretensão de constituir modelo aplicável à dinâmica de acúmulo de pasto ou de contemplar todas as variáveis envolvidas neste processo. Ressaltase que as taxas podem não ser constantes ao longo do tempo e que existe alta correlação entre os parâmetros (e.g., k4 é dependente de k3, etc).

2

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FIGURA 3. Simulação da disponibilidade de massa forrageira em função do período de ocupação da pastagem a partir do início do período seco. A aproximação linear assume que a utilização do pasto pelo animal é constante ao longo do tempo. A aproximação não linear assume que a utilização do pasto é função da forragem disponível no momento do pastejo em si (Equação 21; assumindo-se: MPI0 = 10 t/ha; MNI0 = 2 t/ha; k1 = -0,07 dia-1; k2 = k3 = k4 = 0; Δ = 0 t/ha). em que: Mt = massa de forragem disponível no dia “t” de pastejo (t/ha); MPI0 = massa de forragem potencialmente ingerível disponível em t = 0 (t/ha); MNI0 = massa de forragem não ingerível em t = 0 (t/ha); k1 = taxa fracional de consumo da forragem potencialmente ingerível (dia-1), sendo k1 ≤ 0; k2 = taxa fracional de produção de forragem potencialmente ingerível (dia1 ), sendo k2 ≥ 0; k3 = taxa fracional de conversão de forragem potencialmente ingerível em forragem não ingerível (dia-1), sendo k3 ≤ 0; Δ = potencial de acúmulo de massa não ingerível (t/ha); k4 = taxa fracional de ampliação da massa não ingerível a partir de Δ (dia-1), sendo k4 ≥ 0; e t = tempo de utilização do pasto (dias). A partir da Equação (21) alguns aspectos da massa forrageira disponível ao pastejo podem ser ressaltados diretamente. Em primeiro lugar, a massa total pode ser subdividida em duas frações. A primeira é constituída por estruturas potencialmente selecionáveis e ingeríveis pelo animal (e.g., folhas, etc) e, portanto, essenciais ao estudo nutricional. A segunda é constituída por partes que não são selecionadas e ingeridas pelo animal3 (e.g., material morto). Em segundo lugar, percebe-se que a massa potencialmente ingerível constitui aspecto dinâmico do pasto, envolNo modelo não é contemplada a redução de massa não ingerível normalmente causada por decomposição do material morto, entre outros aspectos. 3

vendo sua colheita (consumo), produção (biossíntese de tecidos vegetais) e sua conversão em material não ingerível (lignificação, perdas por pisoteio, etc). Uma simulação simples considerando-se pasto diferido no final do período de chuvas e utilizado durante o período da seca é apresentada na Figura 3. A massa total disponível ao pastejo (e suas frações) influencia a capacidade de seleção de forragem e, consequentemente, a capacidade de consumo. Por conseguinte, com a variação da massa disponível ao longo do tempo, a qualidade e a quantidade da forragem ingerida variarão, propiciando interações quantitativas (e.g coeficiente de substituição) e qualitativas (e.g., resposta do crescimento microbiano aos compostos nitrogenados) entre forragem e suplemento que não serão plenamente constantes ao longo do período de pastejo. A pressuposição de um ensaio nutricional com animais de produção no período central do experimento implica, intrinsecamente, que a variação da massa disponível seja linear ao longo do tempo de pastejo (Figura 3). Assim, este período representaria fidedignamente a média das condições experimentais. Contudo, face à dinâmica da massa disponível ao longo do tempo (Equação 21), esta pressuposição pode não conduzir à avaliação nutricional plenamente re-

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presentativa das condições de produção em todo o período de avaliação do desempenho (Figura 3), implicando em divergência de inferências. Em termos ideais, seriam necessárias várias avaliações ao longo do período de avaliação de desempenho para se ampliar a representatividade dos dados nutricionais. Contudo, percebe-se claramente que esta alternativa deve ser considerada inviável devido às distorções causadas sobre o desempenho animal, como discutido anteriormente. Desta forma, alternativas para se contornar possíveis divergências de inferências entre características nutricionais e produtivas de animais em pastejo ainda necessitam ser concretamente estabelecidas, sem que perdas de representatividade sejam imputadas em ambas as avaliações. AGRADECIMENTOS Os autores externam seus agradecimentos ao CNPq, INCT Ciência Animal e FAPEMIG, por fornecerem o suporte financeiro para os trabalhos de pesquisa que serviram de base para esta revisão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARCHER, J.A.; BERGER, L. Duration of performance tests for growth rate, feed intake and feed efficiency in four biological types of beef cattle. Livestock Production Science, v.65, p.47-55, 2000. BARBIN, D. Componentes de variância. Piracicaba: ESALQ/USP, 1993. 108p. BARBOSA, A.M.; VALADARES, R.F.D.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Endogenous fraction and urinary recovery of purine derivatives obtained by different methods in Nellore cattle. Journal of Animal Science, v.89, p.510-519, 2011. CASALI, A.O.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Influência do tempo de incubação e do tamanho de partículas sobre os teores de compostos indigestíveis em alimentos e fezes bovinas obtidos por procedimentos in situ. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, p.335-342, 2008. CHEN, X.B.; GOMES, M.J. Estimation of microbial protein supply to sheep and cattle based on urinary excretion of purine derivatives-an overview of the technical details. Buchsburnd Aberdeen: Rowett Research Institute, 1992. 21p. 4728

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Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4711-4731, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006

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Artigo 381 - Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo

PRATES, L.L.; VALADARES, R.F.D.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Endogenous fraction and urinary recovery of purine derivatives in Nellore and Holstein heifers with abomasal infusion. Livestock Science, v.150, p.176-186, 2012. PEREIRA, V.S.A. Influência do peso corporal e das características de carcaça sobre a excreção de creatinina e utilização de coleta spot de urina para estimar a excreção de derivados de purinas e de compostos nitrogenados em novilhas Nelore. 2009. 45f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. RENNÓ, L.N.; VALADARES, R.F.D.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Concentração plasmática de uréia e excreções de uréia e creatinina em novilhos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, p.1235-1243, 2000a.

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RENNÓ, L.N.; VALADARES, R.F.D.; LEÃO, M.I. et al. Estimativa da produção de proteína microbiana pelos derivados de purinas na urina em novilhos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, p.12231234, 2000b. ROBINSON, P.H.; WISEMAN, J.; UDÉN, P. et al. Some experimental design and statistical criteria for analysis of studies in manuscripts submitted for consideration for publication. Animal Feed Science and Technology, v.129, p.1-11, 2006. ROCHA, G.C.; PALMA, M.N.N.; DETMANN, E. et al. Evaluation of acid digestion techniques to estimate chromium contents in cattle feces. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.50, p.92-95, 2015. SAMPAIO, C.B.; DETMANN, E.; VALENTE, T.N.P. et al. Evaluation of fecal recovering and long term bias of internal and external markers in a digestion assay with cattle. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.174-182, 2011a. SAMPAIO, C.B.; DETMANN, E.; VALENTE, T.N.P. et al. Fecal excretion patterns and short term bias of internal and external markers in a digestion assay with cattle. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.657-665, 2011b. SAMPAIO, C.B.; GOMES, D.I.; REGADAS FILHO, J.G. et al. Variations among animals when estimating the undegradable fraction of fiber in forage samples. Semina. Ciências Agrárias, v.35, p.2739-2748, 2014. SILVA, R.R.; PRADO, I.N.; SILVA, F.F. et al. Impactos do manejo do uso do óxido crômico sobre o de-

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Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4711-4731, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006


Artigo 381 - Considerações sobre métodos de pesquisa com ruminantes em pastejo

VALENTE, T.N.P.; DETMANN, E.; QUEIROZ, A.C. et al. 2011. Evaluation of ruminal degradation profiles of forages using bags made from different textiles. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.26652573, 2011b. VERBIC, J.; CHEN, X.B.; MACLEOD, N.A. et al. Excretion of purine derivatives by ruminants. Effect of microbial nucleic acid infusion on purine derivative excretion by steers. Journal of Agricultural Science, v.114, p.243-248, 1990.

Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.3, p.4711-4731, maio/jun, 2016. ISSN: 1983-9006

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Suplemento Especial Agenda Científica

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Revista Eletrônica

2010-2015

Revista Eletrônica

Suplemento Especial Agenda Científica

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

2010-2015

Viçosa, MG Maio, 2016

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Suplemento Especial - Agenda Científica

Advertência Os conteúdos deste suplemento não se referem a publicações sob responsabilidade técnico-científica da Nutritime Revista Eletrônica. Eles se referem aos resumos das teses para a obtenção do título de Doctor Scientiae apresentadas ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como forma de contribuir para a divulgação e visibilidade da agenda da pesquisa científica a partir de centros de referência nacionais. Estes materiais foram prospectados no Repositório Digital da UFRGS (LUME - http://www.bibliotecadigital. ufrgs.br/), disponíveis, portanto, de forma pública para o acesso, dowload e leitura. A organização dos materiais se deu em conformidade com o que se encontra disponivel no LUME, como no seguinte modelo abaixo:

Título

Assuntos:

Fatores que Afetam a Estabilidade do Leite Bovino Título alternativo

Factors Affecting the Stability of Bovine Milk Pesquisador:

Sandro Charopen Machado

Orientador:

Vivian Fischer

Data da defesa:

Fevereiro de 2010

Arquivo:

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Composição do leite, álcool, tempo de coagulação, nutrição, leite instável. Resumo:

Entre os anos de 2007 e 2009, no nordeste do Rio Grande do Sul, foi conduzido um estudo para avaliar a ocorrência de leite instável não ácido, fatores que afetam a estabilidade do leite bovino e a relação entre (...)

Destacamos que além das informações disponíveis, o arquivo com o texto original em pdf no LUME se encontra disponível no link a ele referente. Esperamos dessa forma, que esses materiais encontrem eco junto aos nossos leitores e amigos, sirvam de norte e referência para a produção de novos manuscritos e que, assim, possam ser mais um auxílio para a produção científica brasileira. Boa leitura! Corpo Editorial Nutritime Revista Eletrônica

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Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015


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Sumário Eficiência de produção, características de carcaça e qualidade da carne de animais zebuínos confinados......... 2 Produtividade e eficiência de sistemas de ciclo completo na produção de bovinos de corte................................. 6 Intensidade de pastejo e métodos de pastoreio na produção de cordeiros com lavoura de verão em sucessão......6 Fatores que Afetam a Estabilidade do Leite Bovino................................................................................................ 7 Avaliação da competitividade em sistemas de produção de bovinocultura de corte nas regiões sul e norte do Brasil................................................................................................................................................................... 8 Análises de desempenho de machos e fêmeas hereford de diferentes tamanhos corporais................................. 8 Efeitos do temperamento sobre o comportamento materno de ovelhas e o desenvolvimento corporal de seus cordeiros.............................................................................................................................................................. 9 Estratégias para redução protéica de dietas para frangos de corte...................................................................... 10 Clonagem, expressão e purificação de proteínas do plasma seminal bovino relacionadas à alta congelabilidade do sêmen........................................................................................................................................................... 10 Efeitos de probiótico, óleos essenciais e enzimas em parâmetros produtivos e sanitários de frangos de corte......11 Padrões de ingestão e deslocamento de bovinos e ovinos em ambientes pastoris complexos........................... 12 Desempenho de vacas primíparas e seus bezerros submetidos a sistemas de suplementação mineral e protéica em pastagem nativa dominada por Eragrostis plana Nees............................................................................... 13 Respostas morfofisiológicas e produtivas de genótipos forrageiros nativos em diferentes condições de luminosidade.................................................................................................................................................................. 13 Citotaxonomia do gênero mimosa l. E variabilidade molecular em mimosa scabrella benth................................ 14 Comportamento e consumo de forragem de bovinos de corte em pastagem natural complexa.......................... 15 Consumo de forragem e emissão de metano por ovinos em ambientes pastoris................................................ 15 Diversidade genética e acurácia da informação genômica em bovinos de corte................................................. 16 Consumo e utilização de nutrientes por ovinos em pastagem de azevém anual................................................. 17 Interface planta-animal em função da intensidade de aplicação de insumos em pastagem natural.................... 18 Diversidade vegetal de pastagem natural submetida a intensidades de pastejo.................................................. 18 Perfil de ácidos graxos da vegetação e da carne bovina produzida no bioma pampa......................................... 19 Metodologia para quantificação do risco das tecnologias na pecuária de cria..................................................... 20 Modelo bioeconômico para suporte à decisão em sistemas pecuários................................................................ 21 Parâmetros genéticos para características lineares de tipo e produtivas em vacas da raça holandesa no Brasil....21 Biologia reprodutiva, desenvolvimento e produção de sementes de Adesmia tristis Vogel.................................. 22 Latência de aparecimento de pigmentos carotenoides e seu potencial para a traçabilidade da dieta em ruminantes...................................................................................................................................................................... 23 Desenvolvimento de protocolo para criopreservação de folículos ovarianos de peixes usando vitrificação........ 23 Taxa de ingestão potencial em pastejo: um estudo contrastando pastos de clima temperado e tropical............. 24 Métodos de utilização e ofertas de forragem para otimização da utilização de recursos naturais com ovinos.... 25 Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015

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Oferta de forragem em pastagem natural: estrutura de pasto e taxa de ingestão de novilhas de corte............... 25 Uso de indicadores fecais e urinários para monitoramento nutricional de ovinos em pastejo.............................. 26 Glicerina bruta na alimentação de vacas leiteiras................................................................................................. 27 Método de custeio por atividades: aplicabilidade e contribuições em empresas do agronegócio – estudo de caso....28 Hibridação intraespecífica em Paspalum notatum Flügge.................................................................................... 28 Metabolismo energético de frangos de corte: efeito da fibra e proteína da dieta e da frequência alimentar........ 29 Estimativas do rendimento comercial de novilhos com a utilização de ultrassom................................................ 30 Modelagem da emissão de dióxido de carbono na produção de frangos de corte............................................... 30 Efeito da inclusão de nitrato na dieta sobre a fermentação ruminal, a emissão de metano entérico e o desempenho de ovinos.................................................................................................................................................... 31 Estudos sobre qualidade de ingredientes para frangos de corte.......................................................................... 32 Melhoramento genético por meio de hibridizações interespecíficas no grupo plicatula – gênero paspalum........ 32 Desenvolvimento ósseo da progênie de reprodutoras pesadas suplementadas com fontes inorgânicas e orgânicas de zinco, manganês e cobre....................................................................................................................... 33 Avaliação nutricional da palha de arroz para ruminantes...................................................................................... 34 Sistemas integrados de produção agropecuária: o papel da pastagem na solução do dilema produção versus conservação...................................................................................................................................................... 35 Avaliação reprodutiva de touros braford por meio de marcadores moleculares strs e snps e da termografia infravermelho............................................................................................................................................................ 35 Seleção de trevo-branco para tolerância ao alumínio e resistência à doença foliar causada por Curvularia trifolii (Kauff.) Boedijn.................................................................................................................................................. 36 Arroz e proteína isolada de soja em dietas pré-iniciais para frangos de corte...................................................... 37 Nutrição de leitões desmamados: enfoque no uso da energia da dieta e excreção de nitrogênio....................... 38 Respostas biológicas de bovinos das raças holandesa e girolando sob estresse térmico................................... 38 Análises do sistema produtivo suinícola da região central do rio grande do sul................................................... 39 Os sons do pastejo................................................................................................................................................ 40 Modelagem e simulação para análise de sistemas de recriaterminação de bovinos de corte............................. 40 Caracterização agronômica de ecótipos de Paspalum notatum Flügge em resposta ao fotoperíodo e a fertilização nitrogenada e seleção de híbridos intraespecíficos.......................................................................................... 41 Predição e comportamento do parto em bovinos da raça holandesa................................................................... 42 Fatores intrínsecos à produção, o uso da inseminação artificial e os objetivos de seleção na pecuária leiteira do sul do Brasil....................................................................................................................................................... 42 Efeito de adubação nitrogenada sobre campo nativo sobressemeado com azevém anual................................. 43 Desenvolvimento corporal e desempenho produtivo de novilhas de corte prenhas aos 13/15 meses de idade......43 Qualidade e traçabilidade do produto cárneo gerado em sistemas pastoris com baixo aporte de insumos........ 44 Distribução espacial de touceiras em ambientes pastoris heterogêneos: padrões de exploração e ingestão de forragem por novilhas de corte.......................................................................................................................... 45 4

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Critério para manejo de pastagens fundamentado no comportamento ingestivo dos animais: um exemplo com pastoreio rotativo conduzido sob metas contrastantes..................................................................................... 46 Desenvolvimento de um método para avaliação da eficiência bioeconômica em sistemas de produção de bovinos de corte na fronteira oeste do RS..................................................................................................................... 46 Seleção genômica em bovinos de corte............................................................................................................... 47 Efeito do ácido linoleico conjugado e da luteína no desempenho e na resposta imune de frangos de corte....... 48 Influência da obesidade, restrição energética e castração na microbiota intestinal de cães e gatos................... 49 Recuperação de pastagens naturais degradadas por sobrepastejo, por meio do diferimento............................. 49 Emissão de metano por bovinos sob níveis de oferta de forragem em pastagem nativa do Bioma Pampa........ 50 Parâmetros hematológicos e conteúdo de ferro nos ovos de reprodutoras pesadas alimentadas com diferentes níveis e fontes de ferro...................................................................................................................................... 51 Suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada em dietas com redução protéica para frangos de corte......51 Modelos e metodologias para estimação dos efeitos genéticos fixos em uma população multirracial angus x nelore.................................................................................................................................................................... 52 Simulação da sustentabilidade econômica e ambiental em três sistemas de produção de bovinos de corte do RS..................................................................................................................................................................... 53 Emissão de metano e comportamento ingestivo de bovinos de corte em pastagem natural com diferentes níveis deintensificação................................................................................................................................................. 54 Fatores nutricionais e não nutricionais que afetam a produção e composição do leite bovino............................ 54 Modelo de regressão aleatória como alternativa ao modelo de lactação na raça holandesa no Brasil................ 55

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Título

Produtividade e eficiência de sistemas de ciclo completo na produção de bovinos de corte Título alternativo

Productivity and efficiency of production in beef cattle production systems Pesquisador:

Vinícius do Nascimento Lampert

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

Dezembro, 2010

Arquivo:

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Assuntos:

Bioeconômico, pecuária, retorno do capital, tomada de decisão. Resumo:

O objetivo do trabalho foi avaliar os impactos da taxa de natalidade, da idade de acasalamento e da idade de abate na produção por hectare e na taxa de desfrute de sistemas de ciclo completo de bovinos de corte e desenvolver um indicador para determinar a eficiência bioeconômica da atividade. Para avaliar estes impactos, utilizou-se um modelo computacional determinístico que ajusta categorias animais mediante coeficientes técnicos e pressupostos de evolução do rebanho. Com dados do modelo computacional, estimaram-se modelos matemáticos para predição da produção por hectare (PH) e taxa de desfrute (TD) em função da taxa de natalidade (TN), idade de acasalamento (IAC), idade de abate (IAB) e lotação animal (LT). Os conceitos de análise de sensibilidade e princípios da teoria da utilidade marginal da microeconomia foram utilizados para avaliar os impactos marginais ao mudarem-se os indicadores zootécnicos do rebanho em 27 cenários. Pôde-se identificar o cenário 6

2010-2015

de maior impacto para cada indicador e o indicador de maior impacto para cada cenário. O modelo pode também ser utilizado para identificar em que circunstâncias de aumento da lotação animal e modificação nos indicadores zootécnicos ocorre uma redução na produção por hectare. Para auxiliar nas decisões de investimento quando se pretende intensificar a produção, foi desenvolvida uma sistemática para estimar o valor da produção adicional (VPA). Por fim, um indicador de eficiência bioeconômica (IEB) foi desenvolvido utilizando-se o conceito de retorno do capital investido, sendo aplicado em um cenário teórico de referência para o Estado do Rio Grande do Sul. Com este método, sistemas produtivos eficientes são aqueles que apresentam valores superiores a 3. O cenário teórico foi ineficiente com os valores de 2,22 para o IEB e de 1,50, 2,81 e 3,06 para os componentes solo, planta e animal, respectivamente. Foram identificadas alternativas entre as variáveis que tornam a atividade eficiente, além de relações de isoeficiência em diferentes cenários. Sugerem-se a aplicação do indicador em outras atividades agrícolas e a elaboração de estudos de isoeficiência que incorporem aspectos ambientais e de bem-estar social.

Título

Intensidade de pastejo e métodos de pastoreio na produção de cordeiros com lavoura de verão em sucessão Título alternativo

Grazing intensity and grazing methods in the production of lambs with crops in succession of summer Pesquisador:

Stefani Macari

Orientador:

Paulo Cesar De Faccio Carvalho


Suplemento Especial - Agenda Científica Data da defesa:

26 de fevereiro de 2010

Arquivo:

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Título

Fatores que Afetam a Estabilidade do Leite Bovino Título alternativo

Assuntos:

Factors Affecting the Stability of Bovine Milk

Resumo:

A integração lavoura-pecuária tem sido proposta como um sistema que mitigaria as maléficas consequências ambientais dos sistemas de produção intensivos e de baixa diversidade. Neste contexto, este trabalho foi realizado na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, teve por objetivo avaliar a produtividade de ovinos alimentados em pastagem de azevém manejada sob diferentes intensidades de pastejo e métodos de pastoreio, bem como o efeito do pastoreio sobre o rendimento da lavoura de sucessão. Os resultados provêm de experimentos de pastoreio dos anos de 2006 e 2007, da lavoura de soja nas safras de 2005/2006, 2006/2007 e 2007/2008, além das lavouras de milho nas safras de 2005/2006 e 2007/2008. Na pastagem os tratamentos testados foram as combinações entre duas intensidades de pastejo (baixa e moderada) e dois métodos de pastoreio (contínuo e rotativo). No decorrer do ano, dois tipos de rotação foram avaliados (soja/pastagem e milho/soja/pastagem). As intensidades foram definidas por ofertas de forragem que representassem 2,5 (moderada) ou 5,0 (baixa) vezes o potencial de consumo dos animais desta categoria, que segundo o NRC (1985) é de 4% do peso vivo (PV). Os animais utilizados foram borregas de nove meses das raças Texel, Suffolk e Ile de France (ano de 2006) e borregos inteiros de nove meses da raça Texel (ano de 2007). O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, arranjados em esquema fatorial com quatro repetições. A produção animal não é influenciada pelo método de pastoreio e tão pouco pelas intensidades de pastejo testadas. Sistemas de integração de lavoura pecuária utilizando soja ou soja e milho em rotação com azevém no inverno resultam em maiores rendimentos visto que além dos ganhos com a produção pecuária, a produtividade de grãos não é afetada negativamente quando a intensidade de pastejo é bem controlada. Conclui-se que a utilização de sistema de Integração Lavoura-Pecuária é capaz de promover maior diversificação ao ambiente produtivo.

Pesquisador:

Sandro Charopen Machado

Orientador:

Vivian Fischer

Data da defesa:

Fevereiro de 2010

Arquivo:

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Assuntos:

Composição do leite, álcool, tempo de coagulação, nutrição, leite instável. Resumo:

Entre os anos de 2007 e 2009, no nordeste do Rio Grande do Sul, foi conduzido um estudo para avaliar a ocorrência de leite instável não ácido, fatores que afetam a estabilidade do leite bovino e a relação entre o teste do álcool e o teste de tempo de coagulação do leite. Fez-se um questionário para a tipificação das propriedades, um levantamento mensal do leite de 50 propriedades, e se analisou a acidez, coagulação na fervura e no álcool e tempo de coagulação no tanque, além da composição química, células somáticas e contagem bacteriana. Posteriormente, foi realizado um experimento avaliando dietas com três proporções de concentrado (35, 45 e 55%), por 56 dias, avaliando o número de dias em lactação, produção leiteira, peso, condição corporal, características físico-química do leite, pH ruminal e da urina e composição química do sangue. Complementarmente foram realizados quatro protocolos experimentais para avaliar o efeito da temperatura sobre o teste do álcool, o efeito do citrato sobre a estabilidade do leite, o efeito do uso de capilares de diferentes tamanhos sobre o resultado de tempo de coagulação e o uso de diferentes metodologias analíticas para determinação de lactose no leite. A análise estatística dos dados foi efetuada com o programa SAS (2001), avaliando a frequência de ocorrência de fatores (Proc FREQ), correlação (Proc CORR), variância (Proc GLM) e regressão (Proc REG), sendo que no experimento com animais as médias foram ajustadas utilizando dias em lactação, e os valores iniciais de cada atributo como co-variáveis. Foram observados elevada incidência

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

de LINA, CCS e CBT, pouca interferência da dieta na ocorrência de LINA e na alteração da composição do leite e baixa correlação entre o teste do álcool e o tempo de coagulação no tanque. Não houve relação entre o teste da fervura e os testes do álcool e do tempo de coagulação. O citrato melhorou a estabilidade do leite medida no teste do álcool e no tempo de coagulação. A temperatura do leite (4 x 20°C) não interferiu no resultado do teste do álcool. As dimensões dos capilares de teste do tempo de coagulação modificam os valores obtidos, podendo prejudicar a comparação entre diferentes laboratórios. Entre os fatores testados, os que atuaram sobre a estabilidade do leite no teste do álcool foram: a concentração inicial de álcool capaz de induzir a coagulação, a concentração de cátions divalentes em relação aos monovalentes e o teor de sódio do leite. Em relação ao teste do tempo

tura de corte nas Regiões Sul e Norte do Brasil. Durante o primeiro trimestre de 2010 foram aplicados 65 questionários com pecuaristas, sendo que 36 entrevistas aconteceram na Região Sul (Estado do Rio Grande do Sul) e 29 na Região Norte (Estados do Pará e Rondônia). Foram definidos os principais direcionadores que afetam a competitividade interna, sendo estes a tecnologia (TE), a gestão (GE), as relações de mercado (RM) e o ambiente institucional (AI). Posteriormente estes foram desdobrados em dez, dez, quatro e sete fatores, respectivamente, sendo atribuídos pesos específicos para cada um deles a fim de obter o índice de competitividade (IC) através de equações específicas. Foi calculado também o grau de competitividade dos quatro direcionadores e dos 31 fatores, de acordo com a seguinte classificação: muito desfavorável,

de coagulação, apenas o seu valor inicial foi significativo. Conclui-se que a ocorrência da instabilidade do leite é elevada, a composição mineral do leite foi a que exerceu maior influência sobre os resultados no teste do álcool, não foram detectados fatores que influenciaram o teste do tempo de coagulação nem o da fervura. Não se pode ainda recomendar outro teste para substituir o teste do álcool.

desfavorável, neutro, favorável e muito favorável. Os resultados foram analisados estatisticamente pela teoria de resposta ao item (Multilog for Windows) e pela análise de correspondência simples (ANACOR SPSS versão 18). De modo geral, a Região Sul apresentou maior competitividade do que a Região Norte, visto que a média do IC foi superior (7,31 versus 5,32). Os valores das médias dos direcionadores foram 7,85 (TE), 6,65 (GE), 6,06 (RM), 6,51(AI) e 6,02 (TE), 5,11 (GE), 5,17 (RM), 4,96 (AI), respectivamente para o Sul e o Norte. Os fatores críticos de competitividade para as duas regiões foram: integração lavoura-pecuária, planejamento estratégico, cálculo de indicadores financeiros, formação de preços, acesso de inovações tecnológicas e organização dos produtores. Trabalhos que buscam identificar e corrigir os entraves ao desenvolvimento da atividade são importantes para o desenvolvimento sustentável e maior eficiência dos sistemas de produção. O incremento da competitividade setorial torna-se fundamental para o planejamento de ações estruturais e conjunturais que favoreçam todos os agentes envolvidos, sobretudo o segmento “dentro da porteira”, através da criação de alianças estratégicas na cadeia produtiva da carne bovina.

Título

Avaliação da competitividade em sistemas de produção de bovinocultura de corte nas regiões sul e norte do Brasil Título alternativo

Evaluation of competitiveness in the beef cattle production systems in the southern and northern of Brazil

Pesquisador:

Ricardo Pedroso Oaigen

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

Agosto de 2010.

Arquivo:

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Assuntos:

Resumo:

Este trabalho objetivou mensurar a competitividade de sistemas de produção que atuam na bovinocul8

Título

Análises de desempenho de machos e fêmeas hereford de diferentes tamanhos corporais

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

Analysis of performance of hereford steers and heifers of different size Pesquisador:

Maurício Dallmann da Silva

Orientador:

José Fernando Piva Lobato

Data da defesa:

Fevereiro de 2010

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carcaça quente e de alguns cortes comerciais. As diferenças encontradas, embora por vezes significativas, podem estar atribuídas à proximidade de tamanho dos grupos. Esta proximidade de tamanhos, apenas um a dois pontos na escala BIF, não permitiu observar maiores diferenças.

Título

Efeitos do temperamento sobre o comportamento materno de ovelhas e o desenvolvimento corporal de seus cordeiros

Assuntos:

Resumo:

Sendo o tamanho corporal uma importante variável nos sistemas de produção pecuária no Brasil, analisaram-se os desempenhos de machos e fêmeas da raça Hereford, de diferentes tamanhos corporais, desde a desmama ao abate dos machos e ao primeiro parto nas fêmeas. Os animais foram classificados em escalas de FRAME, sendo 1, 2 e 3 chamados posteriormente de Pequenos, Médios e Grandes, respectivamente. As avaliações mensais foram capazes de mostrar diferenças de desenvolvimento e desempenho tanto em machos quanto em fêmeas em determinadas épocas do ano. As variáveis analisadas nas fêmeas foram peso e condição corporal durante todo o trabalho, variação de peso, altura da garupa, taxa de prenhez e idade ao primeiro parto. Nos machos, por sua vez, as variáveis analisadas, da desmama ao abate, foram peso, altura da garupa, variação de peso, peso de abate e características de carcaça, além do peso dos cortes comerciais e seus rendimentos. As diferenças encontradas entre as fêmeas Pequenas, Médias e Grandes, existentes em alguns parâmetros avaliados não foram capazes de afetar a taxa de prenhez aos 14 meses de idade. As diferenças de tamanhos corporais afetaram a idade à concepção, sendo as Pequenas e Médias mais jovens, porém as relações entre tamanho corporal e desempenho reprodutivo de fêmeas não ficaram totalmente evidenciadas, provavelmente pela pequena diferença entre tamanhos corporais dos animais do rebanho avaliado. Nos machos, foram determinadas diferenças de desempenho e desenvolvimento com magnitudes variadas conforme a época do ano. As diferenças de peso oscilaram em 30kg entre grupos. O tamanho corporal afetou o peso de abate, peso de

Título alternativo

Effects of the temperament under ewe maternal behavior and in the body growth of their lambs

Pesquisador:

Marta Farias Aita

Orientador:

Vivian Fischer

Data da defesa:

Fevereiro de 2010

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Assuntos:

Resumo:

Este trabalho teve como objetivo descrever o comportamento materno das ovelhas e relacionar com o temperamento no parto, após o parto (até 24 horas) e no desmame. As avaliações de comportamento foram medidas em três propriedades, nos municípios de Pedro Osório, Dom Pedrito e Bagé-RS. Foram realizados três experimentos sendo o primeiro de junho de 2008 a janeiro de 2009, o segundo de agosto de 2008 a fevereiro de 2009 e o terceiro em setembro de 2006 e 2007. Foram utilizadas 105 ovelhas Corriedale, 47 ovelhas Ideal, e 17 ovelhas (14 ovelhas Corriedale e três ovelhas Ideal) para os três experimentos, respectivamente. Nos dois primeiros experimentos foram avaliados o escore de comportamento materno (ECM), pelo método adaptado de O’Connor et al. (1985), peso corporal do cordeiro e a presença de vocalizações do cordeiro e da ovelha no momento da identificação do cordeiro. A reatividade dos animais foi avaliada no isolamento e na presença do observador através do teste de Arena, parâmetros fisiológicos (freqüência cardio-respiratória e temperatura corpo-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

ral) e distância de fuga no desmame. O ECM das ovelhas Ideal mais velhas e que pariram um cordeiro foi maior em relação às ovelhas mais novas e com parto gemelar e as ovelhas com ECM ruim apresentaram temperatura corporal mais elevada, menor número de vocalizações e dejeções na presença do observador e maior distância de fuga. Ovelhas Corriedale mais velhas tiveram melhor ECM, e as ovelhas com ECMbom vocalizaram mais comparado aquelas com ECM ruim na identificação do cordeiro, obtiveram cordeiros mais pesados ao nascimento, aleitaram menos dias e vocalizaram mais na presença do observador. No terceiro experimento, o ECM não foi influenciado pela idade, tipo de parto, isolamento da ovelha, ato da ovelha lamber e cheirar o cordeiro, vocalizar, facilitar a mamada ao parto, tempo do cordeiro levantar e mamar, peso ao nascimento e ao desmame e ga-

causar queda no desempenho de frangos de corte. Desta forma, três experimentos foram conduzidos utilizando dietas a base de milho e farelo de soja e linhagens de frangos de corte comercialmente disponíveis. No primeiro estudo foram avaliadas deficiências de VAL e ILE em dietas práticas para frangos de 14 a 35 dias de idade. Tanto VAL quanto ILE foram limitantes para o ganho de peso dos frangos, não sendo possível identificar com precisão a ordem de limitação destes dois aminoácidos, o que sugere uma co-limitação entre eles. No segundo experimento, foram determinadas as exigências de VAL para frangos entre 21 e 42 dias de idade. Os níveis de VAL digestível considerados ideais por meio de regressão linear foram de 0,82 e 0,81% para ganho de peso e conversão alimentar. Entretanto, quando utilizado o método de linha-quebrada o platô para

nho de peso do cordeiro. Ovelhas classificadas com o baixo escore corporal apresentaram melhor escore de comportamento materno e as ovelhas Corriedale tiveram melhor ECM do que ovelhas da raça Ideal. O ECM pode ser influenciado pela raça, idade, tipo de parto, distância de fuga, temperatura corporal, tempo de aleitamento, dejeções e vocalizações.

estas mesmas respostas foi obtido com 0,81 e 0,76% de VAL digestível. No terceiro experimento, a suplementação de L-VAL, L-ILE, Glicina (GLY) e/ ou L-Ácido glutâmico (L-GLU) (PB) em níveis idênticos aos apresentados por uma dieta controle tida como padrão da indústria indicou influência do nível de nitrogênio sobre o desempenho das aves. Glicina e ácido glutâmico melhoraram o ganho de peso e conversão alimentar das aves. Os benefícios no crescimento devidos ao fornecimento de GLY foram majoritariamente observados em fases iniciais do crescimento das aves enquanto a suplementação de GLU monstrou-se vantajosa ao longo de todo o período experimental. Adições de VAL, ILE, GLU e GLY resultaram em maior deposição de carne de peito em relação as dietas suplementadas somente com valina. Conclui-se que o fornecimento de dietas de reduzido conteúdo protéico fica restrito a utilização de relações precisas entre VAL, ILE e LYS, além do fornecimento adequado de glicina em fases iniciais. O fornecimento de L-GLU como fonte de nitrogênio em dietas de reduzido conteúdo protéico é uma alternativa para a obtenção de desempenho similar ao apresentado por frangos alimentados com dietas de maior conteúdo protéico.

Título

Estratégias para redução protéica de dietas para frangos de corte Título alternativo

Non-traditional amino acid supplementation to improve the broilers production efficiency

Pesquisador:

Josemar Berres

Orientador:

Sergio Luiz Vieira

Data da defesa:

Fevereiro de 2010

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Assuntos:

Resumo:

A presente tese foi realizada com o objetivo de estudar as relações entre valina (VAL) e isoleucina (ILE), determinar as exigências de valina e a razão pela qual dietas de baixo conteúdo protéico tendem a 10

Título

Clonagem, expressão e purificação de proteínas do plasma seminal bovino relacionadas à alta congelabilidade do sêmen

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

Cloning, expression and purification of proteins from bovine seminal plasma related with semen freezability Pesquisador:

Ivan Cunha Bustamante Filho

Orientador:

Maria Inês Mascarenhas Jobim

Data da defesa:

Fevereiro de 2010

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dução recombinante de proteínas do plasma seminal é uma das mais novas ferramentas para o estudo de suas funções. O aperfeiçoamento dos processos de expressão e purificação é fundamental no desenvolvimento desta biotecnologia, que possui grande potencial terapêuticoe diagnóstico.

Título

Efeitos de probiótico, óleos essenciais e enzimas em parâmetros produtivos e sanitários de frangos de corte

Assuntos:

Resumo:

O uso da tecnologia de DNA recombinante abre portas para um estudo detalhado da estrutura e função de proteínas, e a produção de proteínas recombinantes em sistema procarioto apresenta várias vantagens. A presente tese propõe a expressão heteróloga das proteínas aSFP, proteína ácida do fluido seminal bovino de 14 kDa, e osteopontina (OPN) de 55 kDa, relacionadas à congelabilidade do sêmen. Foram construídas bibliotecas de cDNA de vesícula seminal, próstata e glândula bulbouretral. Oligonucleotideos iniciadores foram sintetizados baseados nas seqüências disponíveis no GenBank (aSFP: número de acesso NM_174616, OPN: número de acesso M66236). Os amplicons resultantes das reações de PCR foram clonados em pET23a(+). Os plasmidios pET-aSFP e pET-OPN foram transformados em linhagens eletrocompetentes de E. coli BL21, BL21 (DE3), BL21 Star, BL21 Codon Plus e BL21 pLysS. Para expressão das proteínas recombinantes foram testadas diferentes concentrações de indutor de expressão IPTG, e diferentes tempos e temperaturas de indução. A expressão recombinante foi avaliada por SDS-PAGE, usando como controle cultivo não induzido. Das cinco linhagens transformadas com pET-aSFP, somente E. coli BL21 pLysS induzida com 0,5 mM de IPTG por 3 horas a 37°C apresentou uma banda de aproximadamente 15 kDa, compatível com o tamanho esperado de aSFPr-6xHis. Por cromatografia de afinidade com metal imobilizado em condições desnaturantes foi possível um rendimento de purificação de 2,5mg/ mL de aSFPr-6xHis por 10 mL de cultura bacteriana. Contudo, a expressão de OPNr-6xHis, também obtida com a linhagem de E. coli BL21 pLysS, foi de baixa eficiência, o que não permitiu sua purificação. A pro-

Título alternativo

Probiotic, essential oil and enzymes in productive and sanitary parameters of broilers

Pesquisador:

Ione Iolanda dos Santos

Orientador:

Alexandre de Mello Kessler

Data da defesa:

Agosto de 2010

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Assuntos:

Resumo:

A busca de maior eficiência alimentar visando a maximização da produção avícola tem direcionado pesquisas em aditivos para rações que possam atuar no controle de agentes prejudiciais ao processo digestivo. Muitos desses benefícios foram observados em pesquisas com probióticos, óleos essenciais e enzimas nas últimas décadas. Em face a importância que os aditivos representam para a avicultura, dois experimentos foram desenvolvidos para avaliar o efeito do probiótico a base de E. faecium, da mistura dos óleos essenciais extraídos de tomilho e cravo-da-índia e da combinação das enzimas xilanase, β-glucanase e amilase em dietas para frangos de corte. No primeiro experimento foi avaliado o efeito do probiótico e da mistura dos óleos essenciais, em dietas para frangos infectados por Eimeria máxima e E. acervulina. Analisou-se o desempenho, o escore de lesão e a morfometria intestinal dos animais. No segundo experimento foi avaliado o efeito do probiótico e das enzimas, isolados e em combinação, em dietas com duas formulações, uma com nível padrão de energia e outra com

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Suplemento Especial - Agenda Científica

nível baixo de energia, sendo esta última reduzida em 100 kcal/kg de energia metabolizável em relação à dieta padrão. Analisou-se o desempenho, a morfometria e o pH do trato gastrointestinal; a digestibilidade das dietas e a produção de dejetos e; identificou-se o perfil molecular da comunidade de bactérias presente no lúmem ileal, através da técnica de eletroforese em gel por gradiente desnaturante (DGGE). O probiótico e a mistura de óleos essenciais não promoveram benefícios de desempenho e integridade intestinal aos animais que sofreram estresse infeccioso. Nas dietas com dois níveis de energia, o probiótico também não se mostrou eficiente aos animais sob quaisquer parâmetros analisados. Este também não foi detectado por DGGE no trato ileal dos animais que o consumiram. Contudo, tanto nas dietas contendo probiótico, quanto naquelas contendo enzimas foram verificadas, através

de 2009, com o objetivo de avaliar as estratégias de pastejo de novilhas e ovelhas, buscando o entendimento das respostas dos animais frente a distintos níveis de cobertura de touceiras em pastagens naturais. Foi utilizado um delineamento experimental de blocos completamente casualizados com quatro repetições. Os tratamentos consistiram de diferentes proporções de cobertura de estrato superior: 0, 25, 50 e 75% de touceiras de capim-annoni-2 (Eragrostis plana Nees) em estádio vegetativo, considerado como o item não preferencial da dieta dos animais. O estrato inferior da pastagem era composto principalmente por Axonopus afinnis, Cynodon dactylon, Paspalum nicorae, Paspalum notatum, Desmodium incanum, Andropogon lateralis, Coelorachis selloana e Eleocharis viridans. A vegetação encontrada dentro das touceiras era composta principalmente por Desmodium incanum.

do DGGE, alterações na população microbiana do trato ileal dos animais. As enzimas também mostraram eficiência nas dietas de baixa energia. Essas diminuíram (P<0,05) parâmetros de morfometria e pH do trato gastrointestinal, melhoraram (P<0,05) a digestibilidade das dietas e diminuíram (P<0,05) a produção de dejetos no ambiente de criação. Contudo, essa eficiência só foi verificada no período inicial de criação.

Durante as avaliações de pastejo de 45 minutos, a cada 1 minuto foi anotado o estrato pastejado pelos animais, se inferior, superior ou dentro das touceiras. A taxa de ingestão foi medida por meio da técnica de dupla pesagem e para a determinação dos padrões comportamentais dos animais foram utilizados registradores de movimentos mandibulares (IGER). Os resultados mostraram que tanto as novilhas quanto as ovelhas selecionaram dietas com predominância de espécies do estrato inferior da pastagem, mesmo em áreas com predominância de touceiras. No entanto, a partir de 50% de infestação de capim-annoni-2, os animais aparentemente desistem de selecionar o estrato inferior da pastagem e passam a consumir as touceiras. Para as novilhas, as touceiras podem ter agido como uma barreira vertical e/ou horizontal interferindo no processo da formação do bocado e afetando a massa do bocado e conseqüentemente a taxa de ingestão de forragem, enquanto que as ovelhas, independente do nível de infestação de capim-annoni-2, conseguem selecionar Desmodium dentro das touceiras e manter a taxa de ingestão constante. Para cada aumento de 1% na proporção de touceiras, as novilhas substituíram 0,6% do pastejo no estrato inferior pelas touceiras, enquanto que as ovelhas reduziram apenas 0,36% do pastejo no estrato inferior. Dessa forma, conclui-se que o entendimento dos padrões de pastejo dos animais possibilita conhecer as estratégias necessárias para um manejo adequado e proporciona habilidade para interferir de forma positiva nos resultados de produção em pastagens naturais.

Título

Padrões de ingestão e deslocamento de bovinos e ovinos em ambientes pastoris complexos Título alternativo

Foraging and movement patterns of cattle and sheep in complex pastoral environments

Pesquisador:

Carolina Bremm

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

Novembro de 2010

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Assuntos:

Eragrostis plana Nees, percentual de cobertura de touceiras, heterogeneidade, seletividade, taxa de ingestão Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido na EEA-UFRGS, em Eldorado do Sul/RS, entre novembro e dezembro 12

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Desempenho de vacas primíparas e seus bezerros submetidos a sistemas de suplementação mineral e protéica em pastagem nativa dominada por Eragrostis plana Nees Título alternativo

Performance of primiparous cows and their calves fed mineral and protein salt supplements grazing on a native pasture dominated by Eragrostis plana Ness Pesquisador:

Caius Barcellos de Pellegrini

Orientador:

Renato Borges de Medeiros

Data da defesa:

Janeiro de 2010

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Assuntos:

Resumo:

O trabalho foi conduzido para avaliar a influência de sistemas de suplementação mineral e protéica sobre o desempenho produtivo e reprodutivo de vacas de corte, bem como o desenvolvimento dos bezerros com e sem acesso ao creep-feeding (CF). As vacas foram suplementadas com: 1) sal comum (SC); 2) sal mineral (SM); 3) sal mineral proteinado (SP); 4) sal mineral reprodução (SR). Os bezerros dos sistemas SP e SR foram suplementados com fosbovinho em creep-feeding. O estudo foi desenvolvido em área de pastagem nativa dominada por capim-annoni-2 (Eragrostis plana Nees), situada na região da Depressão Central do RS, dividida em 8 unidades experimentais. Os animais foram avaliados do período do pós-parto (outubro de 2006) até a época convencional de desmame dos bezerros (maio de 2007). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com duas repetições. Utilizou-se quatro animais testes por repetição. O efeito dos sistemas de suplementação sobre o GMD das vacas não foi significativo (P > 0,10). Os GMD foram -0,039; -0,065; -0,093; e -0,152 kg/ dia para os tratamentos SR, SP, SM e SC, respectivamente. Não houve diferença significativa na produção média de leite das vacas (3,4 kg/dia) entre os sistemas de suplementação. Registrou-se interação significativa (P<0,10) entre sistemas de suplementação e períodos sobre o GMD dos bezerros. As variáveis

metabólicas proteico-mineral no sangue das vacas não diferiram entre os sistemas de suplementação (P > 0,10), mas os níveis de albumina (39,8 a 25,3 g/L) e uréia (36 a 31 mg/dL) diminuíram do pós-parto ao pósacasalamento. Houve diferença significativa (P<0,05) entre sistemas de suplementação e períodos para os níveis médios de fósforo. Os pesos médios e a condição corporal das vacas foram maiores (P<0,10) nos sistemas SR e SP (340 kg; 2,9 e 333 kg; 2,8) do que nos SM e SC (302 kg; 2,6 e 292 kg; 2,5), respectivamente. O suplemento fosbovinho no creep-feeding proporcionou maior peso médio nos bezerros no desmame do que nos bezerros não suplementados. A suplementação mineral (SR) e protéica (SP) de vacas primíparas a partir do início da gestação mantém o peso médio e condição corporal na época do desmame convencional de seus bezerros, enquanto que as vacas suplementadas com sal mineral (SM) e sal comum (SC) perdem peso médio e condição corporal em pastagem nativa dominada por capim-annoni-2. O suplemento mineral reprodução para vacas primíparas associado com fosbovinho em creep-feeding para seus bezerros promove maior taxa de prenhez.

Título

Respostas morfofisiológicas e produtivas de genótipos forrageiros nativos em diferentes condições de luminosidade Título alternativo

Morphophysiological and productive responses of native forage genotypes under contrasting light levels

Pesquisador:

Raquel Santiago Barro

Orientador:

Renato Borges de Medeiros

Data da defesa:

30 de maio de 2011

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Assuntos:

Resumo:

A obtenção de sub-bosques silvipastoris produtivos depende da utilização de genótipos forrageiros adaptados ao ambiente, com bom desempenho agronômi-

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co e persistência sob sombra e pastejo. Para avaliar a tolerância de genótipos nativos à sombra, foram determinados o desempenho produtivo e algumas características morfofisiológica de três gramíneas e uma leguminosa sob dois níveis de sombra artificial, em comparação ao pleno sol. O experimento foi conduzido na região da Campanha do Rio Grande do Sul, Bagé, durante dois ciclos de avaliação (dezembro/2008 a abril/2009 e dezembro/2009 a abril/2010). Foi utilizado um delineamento experimental em parcelas subdivididas com três repetições, onde os níveis de sombra (0%, 50% e 80% de restrição luminosa) constituíram as parcelas principais e os genótipos forrageiros (Paspalum regnellii, P. dilatatum P. notatum e Arachis pintoi), as subparcelas. Foram determinados o rendimento de matéria seca de forragem (RENDMS), o índice de área foliar (IAF), a área foliar específica (AFE), a interceptação luminosa (IL), a eficiência de uso da radiação (EUR) e o índice de nutrição nitrogenada (INN) das plantas. O maior RENDMS acumulado foi de P. regnellii (1500 e 1700 g m-2, respectivamente para o primeiro e segundo ciclo de avaliação) independente do nível de sombra. Este genótipo foi o único que não apresentou redução no RENDMS sob sombra intensa (80%). Para os quatro genótipos, o RENDMS foi maior (P <0,05) sob 50% de sombra, em relação ao sol pleno e 80% de sombra. Constatou-se uma forte influência da precipitação pluvial sobre o desempenho produtivo dos genótipos em cada ciclo de avaliação. Para P. dilatatum e P. notatum, os efeitos positivos do sombreamento moderado (50%) sobre o RENDMS estiveram ligados com a menor disponibilidade hídrica. Os níveis de sombra promoveram aumento do IAF, da AFE e do INN das gramíneas avaliadas, em comparação com o pleno sol. A EUR foi incrementada com o aumento do nível de sombra para os quatro genótipos. Todos os genótipos apresentaram bom desempenho sob níveis moderados de sombreamento, destacando-se o RENDMS de P. regnellii e P. dilatatum bem como o teor de N em P. notatum e A. pintoi, evidenciando serem genótipos promissores para utilização em sub-bosques silvipastoris na Campanha do RS.

Título

Citotaxonomia do gênero mimosa l. E variabilidade molecular em mimosa scabrella benth 14

Título alternativo

Cytotaxonomy of the genus mimosa l. And molecular variability in mimosa scabrella benth Pesquisador:

Nair Dahmer

Orientador:

Maria Teresa Schifino-Wittmann

Data da defesa:

Janeiro de 2011

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Assuntos:

Resumo:

O gênero Mimosa, dividido nas seções Mimadenia, Batocaulon, Calothamnos, Habbasia e Mimosa, possui cerca de 530 espécies, e, destas, cerca de 490 ocorrem nas Américas, ocupando diferentes tipos de habitats. No Brasil, ocorrem principalmente no Cerrado, uma zona de alta biodiversidade. Muitas espécies de grande importância econômica e, dentre elas, destaca-se M. scabrella, arbórea nativa da região Sul do Brasil. Apesar da grande importância do gênero, poucos são os estudos de citogenética. Portanto, o objetivo maior do presente trabalho foi determinar o número cromossômico de um grande número de espécies de Mimosa e tentar estabelecer relações entre distribuição dos níveis de ploidia com posição taxonômica, filogenética e distribuição geográfica. O outro objetivo foi de analisar um grande número de populações de M. scabrella, da região Sul do Brasil, quanto ao número cromossômico e caracterizar sua variabilidade utilizando marcadores moleculares do tipo RAPD. Os resultados, que aumentaram o número de determinações de número cromossômico para o gênero de 10% para mais de 20% dos táxons, são inéditos para 83% das espécies estudadas. O nível diplóide, 2n=2x=26, foi verificado em 76% das espécies. Das demais espécies, 24% são tetraplóides (2n=4x=52), e uma triplóide (2n=3x=39). Variabilidade intraespecífica, com acessos di e tetraplóides, foi verificada em M. pigra var. dehiscens, M. setosa var. paludosa e M. somnians. Com exceção de Mimadenia, onde só uma espécie foi estudada, poliplóides estão presentes em todas as seções taxonômicas. Os resultados indicam que o número cromossômico não é uma característica citotaxonômica distintiva e a poliploidia não foi um fator decisivo para a evolução

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deste gênero. Células polissomáticas, em ponta de raiz, foram observadas em 43 espécies, com freqüência que variou de 3 a 86%, mas somente logo após a germinação das sementes, não sendo verificado em plantas adultas, sugerindo que a polissomatia parece estar relacionada com um rápido desenvolvimento e estabelecimento da plântula, logo após a germinação. As 25 populações de M. scabrella estudadas foram todas tetraplóides. O resultado da análise molecular RAPD mostrou que a similaridade genética média entre as populações variou de 0,18 a 0,48, indicando grande variabilidade interpopulacional. Os resultados deste trabalho representam uma importante contribuição para um melhor conhecimento do gênero Mimosa.

Título

Comportamento e consumo de forragem de bovinos de corte em pastagem natural complexa Título alternativo

Ingestive behaviour and daily forage intake by beef cattle grazing on natural grassland complex

Pesquisador:

Júlio Kuhn da Trindade

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

Fevereiro de 2011

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Assuntos:

Bioma Pampa, bioacústica, alcanos, estrutura do pasto, taxa de consumo Resumo:

O trabalho foi conduzido na EEA-UFRGS, em Eldorado do Sul/RS, entre jan/2009 e fev/2010 com o objetivo de avaliar as relações entre comportamento ingestivo, consumo de forragem, oferta diária de forragem e as variáveis da estrutura do pasto a fim de definir ambientes adequados ao pastejo em pastagem natural complexa. Para avaliar o tempo diário das atividades de novilhas de corte, verificou-se o potencial de um método acústico, enquanto que para avaliar o consumo de matéria seca utilizou-se a técnica dos alcanos, a partir da teoria do duplo alcano. Foi utilizado um delineamento experimental de blocos

completos casualizados com duas repetições. Os tratamentos consistiram dos seguintes níveis de oferta diária de forragem aplicados desde 1986: 4, 8, 12 e 16 kg de MS/100 kg de PV, ou % PV. Foram utilizadas novilhas mestiças com 15 meses de idade e 152±4,0 kg, alocadas na área em Nov/2008. As variáveis utilizadas para descrever a estrutura dos pastos foram: massa de forragem, altura do pasto e frequência de touceiras. As variáveis de comportamento ingestivo consideradas foram: tempo de pastejo, deslocamento e taxa de deslocamento diário em pastejo. Já as variáveis de consumo estudadas foram: consumo e taxa de consumo diário de forragem e de nutrientes. Os resultados apontaram que o manejo da oferta de forragem, mesmo modificando a abundância de forragem e determinando ambientes alimentares contrastantes, não permite controle estrito, tampouco predição, da estrutura do pasto, principalmente nos níveis moderados e altos de oferta de forragem (e.g., 12 e 16% PV). As relações demonstram que elevados níveis de consumo diário estão associados com o aumento na abundância de forragem e com a estrutura do pasto. Ofertas de forragem muito baixas ou altas podem comprometer a taxa de consumo de nutrientes. Elevado tempo de pastejo diário esteve associado com elevados deslocamentos, o que pode gerar maiores gastos energéticos. Os menores valores de tempo de pastejo diário estiveram associados às estruturas de pasto que apresentaram massa de forragem entre 1400-2200 kg de MS/ha e altura do pasto entre 8-13 cm, sendo que a ocorrência de touceiras não ultrapassou 35%. Já as condições de pasto que promoveram maiores consumo diário e elevada taxa de consumo foram observadas quando a oferta de forragem esteve em torno de 11% PV, situação em que a massa de forragem situava-se em 1800 kg de MS/ha, a altura do pasto encontrava-se em 11,9 cm e a presença de touceiras era de 30%. Dentro dessas amplitudes também se configurou elevado consumo de nutrientes, indicando que tais parâmetros caracterizam um ambiente pastoril desejável tanto do ponto de vista de bem-estar quanto em nível de produção animal.

Título

Consumo de forragem e emissão de metano por ovinos em ambientes pastoris

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

Forage intake and methane emission by sheep in pasture systems Pesquisador:

Glaucia Azevedo do Amaral

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

12 de setembro de 2011

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Assuntos:

Resumo:

A ingerência antrópica sobre as relações planta-animal que fundamentam os ambientes pastoris passa pelo controle do método de pastoreio, intensidade de pastejo e fertilização. O conjunto de estudos aqui apresentados objetivou abordar o impacto de tais ações pelo principal elo que une o ambiente alimentar e seu dependente, o consumo de forragem. Os três experimentos foram conduzidos na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, entre agosto de 2010 e abril de 2011. No experimento I utilizou-se ovinos em gaiolas de metabolismo e em pastejo, com o objetivo de validar o marcador de produção fecal LIPE®. Os tratamentos em gaiolas de metabolismo foram níveis de oferta de pastos de azevém e milheto. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com quatro repetições. O experimento II foi conduzido com o objetivo de avaliar o consumo de forragem por ovinos, produção animal e eficiência de utilização em pastos de azevém anual manejados com métodos de pastoreio e intensidades de pastejo contrastantes. Já no experimento III o objetivo foi o de avaliar os efeitos da adubação nitrogenada em pastos de milheto sobre a emissão de metano ruminal por ovinos. O delineamento experimental utilizado nos ensaios em pastejo foi o de blocos ao acaso com três repetições. Os resultados do experimento I indicaram que a produção fecal e o consumo não foram estimados com acurácia pelo indicador LIPE®. No experimento II as características relacionadas a estrutura do pasto foram modificadas pela intensidade de pastejo, enquanto que os métodos de pastoreio modificaram a massa de lâminas foliares e altura. As estratégias de manejo do pasto não afetam a eficiência de utilização do pasto e o consumo de forragem 16

por ovinos. Quando o objetivo é aumentar o ganho de peso individual recomenda-se utilizar baixas intensidades de pastejo. Nessas circunstâncias a taxa de lotação é diminuída, mas sem prejudicar o ganho de peso vivo por área. No experimento III o aumento na adubação nitrogenada diminuiu a emissão de metano ruminal por animal, porém, aumentou a emissão por área em consequência da maior taxa de lotação em altos níveis de adubação. Os resultados indicam que pastos de melhor qualidade proporcionam maior desempenho individual, aumentando assim a produtividade, têm potencial mitigador das emissões de metano.

Título

Diversidade genética e acurácia da informação genômica em bovinos de corte Título alternativo

Genetic diversity and accuracy of genomic information in beef cattle

Pesquisador:

Fernanda Varnieri Brito

Orientador:

José Braccini Neto

Data da defesa:

Fevereiro de 2011

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Assuntos:

Resumo:

Avanços na área da genômica têm propiciado a inclusão da informação genômica no melhoramento genético animal. O sucesso de sua utilização depende da extensão do desequilíbrio de ligação (DL) entre marcadores e QTL, do número de animais genotipados no grupo de treinamento (GT) e da h2 da característica. O conhecimento de parâmetros de diversidade genética tais como endogamia e tamanho efetivo da população (Ne), associados ao aumento dos níveis de DL, são úteis no estudo da viabilidade da seleção genômica. Com o objetivo de estimar estes parâmetros em uma população de gado de corte, bovinos Nelore foram estudados através de uma análise de pedigree. O Ne estimado foi de 114, 245 e 101 para os anos de 95-99, 99-03 e 03-07, respectivamente. Para estimar

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Suplemento Especial - Agenda Científica

a acurácia do valor genômico direto (VGD) foram simuladas duas populações com estrutura de DL semelhante àquela em gado de corte com 40k (POP1) e 800k (POP2) marcadores SNP. O DL entre os SNP adjacentes, medido pelo r2, foi de 0,25 e 0,32 e o Ne foi de 250 e 120 para POP1 e POP2, respectivamente. Para POP1, GT foram formados por 1920, 960 e 480 touros com acurácia média do valor genético estimado (VGE) de 0,79, 0,90 e 0,94 para h2 0,10, 0,25 e 0,40, respectivamente, e para POP2, 480 touros com a mesma acurácia média dos VGE. Outros dois GT (7680 e 1920 para POP1 e POP2) foram formados por animais com fenótipo disponível para estimar os efeitos dos marcadores ao invés do VGE. A acurácia do VGD aumentou significativamente (p<0,05) com o aumento do número de touros no GT, h2 e densidade dos marcadores. O número de animais no GT teve um efeito quadrático sobre as acurácias do VGD para todas as h2(p<0,0001). Para a POP1, a acurácia mais alta (0,64) foi observada para h2=0,40 e n=1920. As acurácias do VGD na POP2 foram maiores (de 16% a 24%) do que aquelas para 40k SNP e n=480 e similares àquelas para 40k SNP e n=960. Aumentar em 4 vezes o GT e usar fenótipos para calcular os efeitos dos marcadores não foi suficiente para manter ou aumentar a acurácia do VGD para h2<0,40, tanto para POP1, como POP2. Os resultados obtidos quando o número de SNP foi aumentado de 40k para 800k SNP com n=480 indicou que o painel mais denso requer 2 vezes menos touros no GT do que 40k SNP para produzir acurácias do VGD similares. Os resultados sugerem que a seleção genômica pode trazer ganhos em acurácia na ordem de 27, 13 e 10%, considerando n=1920 e h2=0,10, 0,25 e 0,40, respectivamente e 7% para n=960 e h2=0,10 com relação aos VGE de animais jovens (média dos pais). Estes níveis de ganho foram menores do que aqueles relatados para gado de leite. Portanto, justificam-se mais trabalhos de pesquisa nesta área.

Título

Consumo e utilização de nutrientes por ovinos em pastagem de azevém anual Título alternativo

Intake and nutrient utilization in sheep fed with italian ryegrass

Pesquisador:

Eduardo Bohrer de Azevedo

Orientador:

Vivian Fischer

Data da defesa:

08 de abril de 2011

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Assuntos:

Resumo:

Objetivou-se avaliar níveis de oferta de forragem para ovinos alimentados com azevém anual (Lolium multiflorum Lam.). Realizou-se ensaios com ovinos em gaiolas de metabolismo, recebendo níveis de oferta (1,5; 2; 2,5% do peso vivo de matéria seca e ad libitum) em três estádios fenológicos da planta (vegetativo, pré-florescimento e florescimento). Com os dados desses mesmos ensaios, gerou-se equações de estimativa de consumo e digestibilidade da matéria orgânica, por meio de marcadores fecais (nitrogênio e fibra em detergente ácido). Utilizando essas equações, estimou-se o consumo e digestibilidade com o objetivo de testar o efeito de níveis de oferta de azevém anual para ovinos, avaliando o desempenho, consumo e excreção de nitrogênio. Os tratamentos aplicados foram três intensidades de pastejo (alta, moderada e baixa), definidas por oferta de forragem que representassem 1,25, 2,5 ou 5,0 vezes o potencial de consumo, em método de pastoreio contínuo. Também fez-se medidas da pastagem (massa de forragem, altura, componentes morfológicos), ganho médio de peso e excreção de nitrogênio. Pelo ensaio em gaiolas de metabolismo pode-se verificar que o consumo de matéria seca aumenta com o aumento dos níveis de oferta de azevém, independente do estádio fenológico da planta. No entanto o consumo de nutrientes só aumenta quando o animal tem condições de selecionar componentes de maior qualidade. A digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes são afetados pelo consumo, sendo dependentes da oportunidade de seleção que é dada ao animal. Em função da qualidade do alimento que está consumindo, o animal modula sua cinética digestiva de modo a consumir mais energia e reter mais nitrogênio. Verificou-se também que o nitrogênio fecal tem ótimo potencial de uso para estimativa de consumo e digestibilidade por ovinos em pastagem de azevém anual. No

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Suplemento Especial - Agenda Científica

ensaio de pastejo, comprovou-se que a estrutura e a composição morfológica da pastagem de azevém anual são afetadas de maneiras distintas por diferentes pressões de pastejo com ovinos. Essas modificações são variáveis em função do ciclo fenológico da pastagem. Tais modificações interferem no ganho de peso, onde ofertas acima de 3,10 vezes o potencial de consumo são recomendadas. O consumo e a digestibilidade são afetados de formas diferentes nos estádios de maturidade avaliados, em decorrência principalmente da participação de folhas na planta, sem afetar, no entanto, a excreção de nitrogênio.

Título

Interface planta-animal em função da intensidade de aplicação de insumos em pastagem natural Título alternativo

Plant - animal interface in relation to the intensity of input’s application in natural grasslands

Pesquisador:

Denise Adelaide Gomes Elejalde

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

28 de abril de 2011

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Assuntos:

Andropogon lateralis, fitossociologia, Lolium multiflorum, nutrientes digestíveis totais, proteína bruta, tempo diurno de pastejo Resumo:

O trabalho foi conduzido na região da Campanha do RS, no município de Quaraí, com objetivo de avaliar a composição florística e bromatológica de pastagem natural submetida ou não à utilização de insumos, e os reflexos sobre o comportamento ingestivo e desempenho animal. Os tratamentos foram pastagem natural (PN), pastagem natural adubada (PNA) e melhorada com adubação + sobressemeadura de espécies hibernais (PNM). O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com três repetições, sendo os dados submetidos à análise de variância considerando as estações do ano como medidas repetidas no tempo. Os dados florísticos foram submetidos à análise multivariada. Foram utilizados novilhos da raça 18

Angus em fase de terminação. O estudo da vegetação revelou grande riqueza florística, representada por 264 espécies distribuídas em 161 gêneros e 48 famílias. As famílias mais ricas em contribuição de espécies foram Poaceae, Asteraceae e Cyperaceae com 48, 15 e 13 espécies, respectivamente. Entre as espécies com mais de 1% de valor de importância, 13 eram estivais e dez hibernais, demonstrando um grande equilíbrio entre essas. A maior digestibilidade da forragem dos tratamentos melhorados no inverno e primavera justificou-se pela contribuição em valor de importância nestas épocas, das espécies nativas Andropogon lateralis Nees, Stipa setigera J. Presl, Piptochaetium stipoides (Trin. & Ruprecht.) Hackel var. stipoides, Paspalum notatum Alain, Mnesithea selloana (Hack.) Koning & Sosef, Briza subaristata Lam., Paspalum dilatatum Poir. e da espécie hibernal exótica Lolium multiflorum Lam. A relação entre o tempo de permanência e tempo de pastejo nas áreas de vegetação é de 73,6; 74,7; 34,0 e 51,5%, para Várzea úmida, Várzea seca + Encosta, Sombra e Topo, respectivamente. As variáveis FDNcp, relação NDT:PB, DIVMO e MS da composição química da forragem aparentemente consumida pelos animais explicaram 80% do ganho médio diário. A utilização da adubação ou sua associação com introdução de espécies proporcionam maior contribuição de espécies hibernais no período inverno-primavera em pastagem natural, contribuindo para uma melhor distribuição estacional da produção de forragem. As estações do ano têm marcada influência sobre a composição química da forragem, podendo ser parcialmente estabilizada pelo uso de insumos, notadamente a fertilização, pelo seu efeito na participação de espécies hibernais. Nesse tipo fisionômico de pastagem natural, o repertório de atividades de comportamento ingestivo de novilhos de corte em pastagem natural não é modificado pelos níveis de insumos aplicados.

Título

Diversidade vegetal de pastagem natural submetida a intensidades de pastejo Título alternativo

Vegetal diversity of natural grassland submited to the grazing intesities

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Cassiano Eduardo Pinto

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

28 de novembro de 2011

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Assuntos:

Resumo:

O trabalho foi conduzido entre nov/2008 e fev/2010 em uma pastagem natural, submetida a diferentes intensidades de pastejo, objetivando avaliar o efeito da intensidade de pastejo sobre a composição florística, diversidade, composição da massa de forragem e a heterogeneidade da vegetação nas escalas de unidade amostral e unidade experimental. As intensidades foram impostas através de níveis de oferta de forragem (OF, kg de matéria seca por 100 kg de peso vivo-1 (PV).dia-1 = % do PV): 4, 8, 12 e 16%, dispostos em blocos casualizados com duas repetições. Foram utilizadas novilhas mestiças de 15 meses de idade e peso médios de 152 ± 4,0 kg em pastoreio contínuo com taxa de lotação variável. Caracterizou-se a vegetação por meio de amostragem sistemática em um grid de 20 m x 20 m e amostragem aleatória com quadros de 0,0625 m2 e 0,25 m2, respectivamente. O número de unidades amostrais variou de 85 a 154 quadros, conforme a área, para amostragem sistemática, e de 50 quadros/unidade experimental na amostragem aleatória. Foram avaliados visualmente a frequência, presença/ausência de espécies, e massa de forragem pelo método BOTANAL. Foram medidas também a altura dos estratos entre touceiras e touceiras. Os resultados apontam que intensidades de pastejo moderadas oportunizam maior riqueza e diversidade quando comparadas com intensidades de pastejo intensas. O índice de diversidade de Shannon apresentou valores de 2,64, 3,25, 3,47 e 3,41 para a OF de 4, 8, 12 e 16%, respectivamente. Espécies prostradas, com meristemas apicais próximos ao solo apresentam maior contribuição na massa de forragem nas OF de 4%. A medida que aumenta a OF há alteração na proporção de espécies que compõe a massa de forragem para espécies cespitosas como Andropogon lateralis, que tem aumento expressivo com incremento da OF, enquanto Paspalum notatum perde sua dominância frente as áreas com 4% OF. A similaridade medida pelo índice

de Jaccard na escala de unidade experimental foi de 0,92 com 12% e 16% de OF (P>0,01). Os tratamentos de 4% de OF e 8% diferiram dos demais (P<0,01), com índices de 0,84 e 0,88, respectivamente. Modelos de Distribuição de Abundância de Espécies ajustaram lognormal para os tratamentos de 4%, 8% e 16% de OF, e preemption para 12% de OF. As espécies P. notatum, Axonopus affinis, A. lateralis, Eleocharis viridans, Papalum pumilum e Piptochaetium montevidense apresentam a maior diferença de resposta frente aos tratamentos, apontadas pelo índice de consistência do rank. Intensidades de pastejo moderadas oportunizam a longo prazo diversidade no estrato entre touceiras, determinando maior estabilidade à produção de forragem, tolerância à variabilidade climática e diversidade da dieta dos animais.

Título

Perfil de ácidos graxos da vegetação e da carne bovina produzida no bioma pampa Título alternativo

Fatty acid profile of vegetation and beef produced in the pampa biome

Pesquisador:

Aline Kellermann de Freitas

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

Setembro de 2011

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Assuntos:

Resumo:

O consumo pela sociedade de produtos de origem animal representa ingestão de fontes de nutrientes essenciais à saúde. Os produtos cárneos e lácteos produzidos pelos ruminantes a pasto são mais benéficos a saúde humana do que quando em confinamento. No Rio Grande do Sul, as pastagens naturais são o principal recurso forrageiro da pecuária de corte. Objetivou-se caracterizar o ambiente de produção de bovinos de corte puros Angus e suas cruzas com Nelore, modificado por práticas de intensificação do uso insumos, através da composição florística e perfil de ácidos graxos da vegetação e avaliar a qualidade

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Suplemento Especial - Agenda Científica

da carne produzida. Cinqüenta e seis novilhos foram criados e terminados com 26-28 meses em pastagem natural (PN), pastagem natural adubada (PA) e pastagem natural adubada e sobressemeada com Lolium multiflorum (PM). Foram listadas as cinco principais espécies e cortadas as partes das plantas aparentemente consumidas pelos animais, que compunham os sítios de vegetação no período de deposição de gordura dos animais, que foi avaliada por ultrassonografia na 12-13ª costelas. O abate ocorreu quando o grupo racial de cada tratamento alimentar alcançou 3 a 6 mm de espessura de gordura subcutânea. As espécies mais representativas em termos de freqüência foram Lolium multiflorum, Andropogon lateralis, espécies de Cyperaceae e Juncaceae, Coelorachis selloana, Piptochaetium stipoides, Paspalum dilatatum, Paspalum notatum e Stipa setigera. As análises de agrupamento dos sítios de vegetação por participação de espécies e do perfil de ácidos graxos indicaram o número ideal de quatro grupos, respectivamente, com r2 de 37,9% e 78,8%. A composição química da carne foi similar entre Angus e suas cruzas com Nelore. Novilhos em PM apresentaram menor percentual de umidade e teor do ácido graxo C20:4n–6 na carne que em PN. A relação n-6:n-3 foi maior para novilhos alimentados em PN (3,66) do que para novilhos em PA (2,93) e PM (2,77). Não diferiram (P>0,05) os ácidos graxos saturados, os monoinsaturados e o ácido linoléico conjugado (CLA - C18:2cis– 9 trans-11) entre os tratamentos alimentares. Novilhos cruzas apresentaram maiores teores dos ácidos graxos C15:1, C18:1n-9c, C20:3n-6, AGM, a relação AGM:AGS e a atividade da enzima Δ9-dessaturase no C18 e no CLA do que os novilhos Angus. Entretanto, os ácidos graxos saturados C18:0 e C20:0 foram mais elevados para Angus em relação a cruzas. O melhor perfil lipídico dos sítios se associou a presença de azevém na condição de PM, assim como ao estádio vegetativo que as espécies se encontravam. Especialmente em pastagem natural fertilizada e pastagem fertilizada com introdução de espécie hibernal, o cruzamento pode tornar a carne bovina mais favorável à saúde humana em relação à raça pura de origem Britânica.

Título

Metodologia para quantificação do risco das tecnologias na pecuária de cria 20

Título alternativo

Methodology for risk measurement of the technologies in cow-calf systems Pesquisador:

Tamara Esteves de Oliveira

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

Fevereiro de 2012

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Assuntos:

Bezerros, Bovinos de Corte, Sistemas de cria, Sistemas de produção, Gestão da Inovação, Taxa de Prenhez Resumo:

Este trabalho propõe uma metodologia para auxiliar o empresário rural no momento de decidir qual a tecnologia menos arriscada para aumentar a taxa de prenhez em seu sistema de produção de bezerros. Para tanto, foram avaliadas as percepções de especialistas quanto a sete fatores a partir dos quais foi desenvolvida uma equação para calcular este risco. Tais parâmetros e suas definições foram apresentados em questionários aos 18 especialistas, selecionados por amostragem não probabilística. Neste documento foram listadas 32 tecnologias, avaliadas de acordo com os parâmetros conforme a escala Likert de cinco níveis. Foram utilizados os parâmetros relacionados diretamente ao risco das tecnologias, atribuindo-se um valor conforme a nota dos especialistas, de forma a ajusta-las conforme sua influência no risco, se positiva ou negativa. Não houve diferença significativa entre o risco calculado e o estimado pelos especialistas, além de ambos apresentarem alta correlação, validando esta metodologia. As tecnologias de insumo se apresentaram mais arriscadas, indicando custo, complexidade operacional e conhecimento técnico mais elevados do que as de processo. Da mesma forma, as tecnologias de manejo demonstraram menor risco em relação às nutricionais e reprodutivas, que não apresentaram diferença entre si. As tecnologias consideradas inovadoras foram mais arriscadas do que as consolidadas, apresentando todos os parâmetros mais elevados, com exceção da flexibilidade. Dessa forma, a metodologia desenvolvida foi capaz de determinar o risco das tecnologias, obtendo resultados semelhantes às percepções dos especialistas.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Modelo bioeconômico para suporte à decisão em sistemas pecuários Título alternativo

Decision support bioeconomic model for livestock systems Pesquisador:

Soraya Tanure

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

Abril de 2012

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Assuntos:

Resumo:

Os administradores rurais tomam decisões dentro de ambientes incertos e dinâmicos. Essas características, associadas à racionalidade limitada, podem levar à formulação de modelos mentais que refletem a realidade de forma distorcida. Nesse contexto, os procedimentos de modelagem e simulação constituem importantes ferramentas para entender o funcionamento dos sistemas de produção e para auxiliar a tomada de decisão em diferentes cenários. Assim, nesta pesquisa, propõe-se um macromodelo de enfoque sistêmico do ambiente agropecuário como ferramenta de apoio à decisão, capaz de representar a complexidade de uma unidade de produção pecuária, de forma a suprir as deficiências de compreensão e gestão do sistema, bem como de auxiliar no processo de aprendizagem do produtor rural. Para melhor compreender o modelo geral e suas facetas, esta tese está estruturada com base em três pilares: (i) modelagem conceitual; (ii) modelagem matemática; e (iii) simulação. Na modelagem conceitual, vários submodelos, também chamados de modelos de entrada, foram incorporados e adaptados de estudos já existentes, destacando-se: meteorológico, pasto, animal, lavoura, solo e as interfaces pasto-animal e pasto-solo. Esses submodelos combinados originam e configuram a estrutura da unidade de produção. Entre as principais saídas do modelo proposto, destacam-se os resultados econômicos baseados na produtividade agropecuária. O refinamento do modelo conceitual baseou-se no método Delphi, que permitiu a coleta

de dados e particularidades do objeto de estudo e orientou seu desenvolvimento. Posteriormente, para a integração dos submodelos, utilizou-se modelagem matemática baseada em equações diferenciais e integrais. Por fim, para o desenvolvimento da simulação computacional, as equações matemáticas foram incorporadas ao software iThink 9.1.4, que utiliza a metodologia dinâmica de sistemas para a construção de modelos representativos da realidade, permitindo a construção de distintos cenários de produção pecuária. A validação do modelo bioeconômico ocorreu de forma específica nas modelagens conceituais e matemáticas; no entanto, a validação da simulação final será objeto de trabalhos futuros, com o intuito de identificar as principais lacunas e limitações que devem ser repensadas e desenvolvidas, bem como as variáveis a serem otimizadas sob o ponto de vista teórico-prático.

Título

Parâmetros genéticos para características lineares de tipo e produtivas em vacas da raça holandesa no Brasil Título alternativo

Genetic parameters for linear type and yield traits in holstein cows in Brazil

Pesquisador:

Rafael Viegas Campos

Orientador:

Jaime Araújo Cobuci

Data da defesa:

03 de fevereiro de 2012

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Assuntos:

Resumo:

O objetivo deste estudo foi estimar parâmetros genéticos e fenotípicos para 21 características lineares de tipo bem como a pontuação final e as características de produção de leite (PL), gordura (PG) e proteína (PP) em rebanhos de bovinos leiteiros da raça holandesa no Brasil. Os 18,5 mil registros utilizados neste estudo foram coletados por técnicos da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa entre os anos 1994 e 2004. As estimativas dos

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componentes de (co)variância e dos parâmetros genéticos e fenotípicos das características foram realizadas pelo método da máxima verossimilhança restrita livre de derivações por meio de modelos animal multicaráter. O processamento das análises com 22 características avaliadas simultaneamente foi realizado no Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho, São Paulo, através do ambiente operacional SGI Altix – 1350. As estimativas de herdabilidade para as características lineares de tipo variaram de 0,09 e 0,39 e para as PL, PG e PP variaram entre 0,17 e 0,24 indicando haver variabilidade genética aditiva suficiente para que ganhos genéticos moderados possam ser obtidos por seleção. As correlações fenotípicas entre as características lineares de tipo foram em geral positivas e de magnitude moderada, entretanto, as correlações genéticas variaram entre -0,44 e 0,85. As estimativas de correlações genéticas entre as características lineares de tipo com as características produtivas (PL, PG e PP) foram em geral de baixa magnitude. O antagonismo genético indesejável entre algumas características de tipo e produtivas deverá ser levado em consideração no momento da seleção, uma vez que a seleção para características produtivas pode levar à deteriorização de algumas características conformacionais. Quando o objetivo de seleção for melhorar as características lineares de tipo, a pontuação final poderá ser utilizada como critério de seleção por estar correlacionada geneticamente e de forma moderada com a maioria das características Entretanto, ao selecionar as vacas de maior pontuação final não se deve esperar aumento significativo no volume de PL, PG e PP, sendo a utilização de índices de seleção uma ferramenta indicada para o processo de seleção genética dos animais.

Título

Biologia reprodutiva, desenvolvimento e produção de sementes de Adesmia tristis Vogel Título alternativo

Reprocuctive biology, development and production of seeds in Adesmia tristis Vogel

Pesquisador:

Nadilson Roberto Ferreira

Orientador:

Lucia Brandão Franke

22

Data da defesa:

Fevereiro de 2012

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Assuntos:

Abelhas, antese, corte, néctar, ressemeadura Resumo:

Adesmia tristis Vogel é uma espécie endêmica com potencial forrageiro nos Campos de Altitude. Objetivou-se estudar a biologia floral e as interações com os polinizadores, a morfo-fenologia da planta, os componentes do rendimento de sementes e a dinâmica do néctar; avaliar as relações pólen/óvulo e semente/óvulo na espécie; analisar a morfo-anatomia das sementes; avaliar o tamanho e distribuição do banco de sementes do solo (BSS) e a interferência da acidez no mesmo. O estudo ocorreu entre dezembro 2007 a novembro 2011, no Pró-Mata/PUCRS (29°27'-29°35'S e 50°08'-50°15'W), São Francisco de Paula, RS. A área do estudo foi de 15 x 30 m subdividida em seis parcelas, três com corte e três sem corte (4,0 plantas/m2). Para os estudos nas flores fizeram-se marcações e ensacamento com tecido “voal”, com amostras aleatórias. O néctar foi recolhido em quatro horários diários durante a antese, com utilização de micropipeta e leitura através de refratômetro. Para os cortes e levantamento dos parâmetros do rendimento de sementes, foi utilizado um retângulo metálico com 0,5 m2. Para análise dos dados utilizou-se da estatística descritiva, índice de Morisita, regressões, teste t de Student e análise de variância. A antese durou dois dias, e os principais polinizadores foram das famílias Megachilidae e Andrenidae, com pico de visitação ao meio dia. Abelhas do gênero Megachile forrageiam no estrato envolvendo o dossel, as da família Andrenidae no estrato inferior. Na base do estandarte há uma bolsa armazenadora de néctar, que começa a ser secretado na pré-antese. A planta faz reabsorção de parte do néctar, tornando as flores do segundo dia mais atraentes aos polinizadores. O regime de corte promoveu maior produção de sementes. A razão pólen/ óvulo acusou alogamia obrigatória. Constatou-se déficit de polinização. Adesmia tristis possui dormência tegumentar e a semente possui adaptações para as variações de umidade no ambiente, promovendo ressemeadura natural. Em áreas naturais a

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planta apresenta distribuição agregada e aleatória em campos manejados. A acidez do solo contribui com a germinação de sementes de A. tristis contidas no BSS. Após o período reprodutivo ocorre perdas de plantas-mãe.

Título

Latência de aparecimento de pigmentos carotenoides e seu potencial para a traçabilidade da dieta em ruminantes Título alternativo

Latency of appearance of carotenoids pigments and and its potential for traceability of ruminant diet

Pesquisador:

Lisandre de Oliveira

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

09 de abril de 2012

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Assuntos:

Resumo:

Pigmentos carotenoides estão envolvidos na cor e nas características nutricionais das carcaças de herbívoros e são potenciais traçadores de dieta. No entanto, a latência de aparecimento dos pigmentos carotenoides (PC) no plasma e tecidos animais permanece desconhecida. Investigou-se o padrão de concentração de PC no plasma, as mudanças no espectro de reflectância bem como nas características de cor da gordura de cordeiros submetidos à troca de regime alimentar de baixa para alta concentração de carotenoides. Uma revisão do estado da arte das metodologias utilizadas para a traçabilidade é apresentada. O experimento foi conduzido no Instituto Nacional de Pesquisa Agronomica (INRA), Theix, França. Seis tratamentos, com regime alimentar de alta concentração de pigmentos carotenoides durante 0, 15, 30, 45, 60 e 75 dias antes do abate, foram acompanhados em baias individuais. Cada tratamento era composto por 10 cordeiros da raça Romane; o manejo alimentar foi instaurado para assegura padrão de crescimento e peso de carcaça similar entre todos os tratamentos. O aporte de pellets de alfafa foi escolhido para

mimetizar a concentração de carotenoides plasmáticos (CCP) encontrada em uma situação a pasto. Amostras de plasma foram coletadas de 12 cordeiros escolhidos ao acaso, antes da primeira distribuição de pellets de alfafa e, após isto, diariamente durante 15 dias. O espectro de reflectância, a luminosidade, e os índices de vermelho e amarelo foram medidos 24 horas após o abate no músculo e gordura subcutâneo caudal e peri-renal. A CCP 24 horas após a troca alimentar apresentou-se suprior aos níveis iniciais. As médias de CCP continuaram a elevar-se até o 6° dia, em média, ond e após isto, alcançaram um platô. Um modelo monomolecular foi proposto para este padrão, a equação obtida com as médias é: CCP = 97 (ep 2.2)* (1-exp(-0.3378 (EP 0.0282)* d)), onde r2 = 0.997, EP residual = 4.47, n = 15, e d = dia. Houve mudanças nas características do espectro de reflectância em ambos os depósitos de gordura aos 15 dias posteriores à troca de regime alimentar, bem como na tonalidade amarela da gordura subcutânea. A média na concentração de pigmentos carotenóides e no tom de amarelo de gordura subcutânea aumentou linearmente com a duração do regime de alto carotenoide enquanto que na gordura perirenal a resposta foi curvilinear. Marcadores de plantas como os carotenoides, terpenos e compostos fenólicos além de ácidos graxos são potenciais traçadores na carne. Isótopos estáveis tem demonstrado grande valia na caracterização de origem geográfica além de sistemas a baixos insumos. Métodos globais que utilizam a espectroscopia se mostram promissores, porém ainda estão em desenvolvimento.

Título

Desenvolvimento de protocolo para criopreservação de folículos ovarianos de peixes usando vitrificação Título alternativo

Development of cryopreservation protocol for fish ovarian follicles using vitrification

Pesquisador:

Leandro Cesar de Godoy

Orientador:

Danilo Pedro Streit Júnior

Data da defesa:

24 de agosto de 2012

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Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

Gameta de peixe; genoma materno; criobanco; mitocôndria

informações obtidas a partir deste estudo serão muito úteis para guiar o desenvolvimento e otimização de um protocolo para a criopreservação de oócitos de peixes no futuro.

Resumo:

A criopreservação de embriões de peixes vem sendo investigada há mais de duas décadas, no entanto todos os protocolos testados até o momento falharam. A utilização de oócitos, mais recentemente, foi relatada como uma alternativa, no entanto, a maioria dos estudos foram realizados utilizando uma única técnica - o congelamento lento controlado - não alcançando nenhum êxito. A vitrificação é um método de criopreservação livre de gelo, apresentando diversas vantagens que podem contribuir para superar algumas das dificuldades relacionadas com a criopreservação de oócitos de peixes. No presente estudo desenvolveu-se um protocolo de vitrificação para folículos ovarianos de zebrafish em estádio III. Uma série de crio-soluções foram formuladas e testadas quanto à sua capacidade de vitrificação empregando diferentes dispositivos (palheta plástica, bloco de vitrificação e fibreplugTM). A toxicidade das soluções de vitrificação foi avaliada através da análise de integridade da membrana dos folículos ovarianos utilizando coloração com trypan blue. Além disso, foi investigado o efeito do protocolo de vitrificação sobre os folículos em nível sub-celular, através da medição da concentração de ATP citoplasmático e da distribuição e atividade mitocondrial, utilizando sonda fluorescente JC-1 e microscopia confocal. Após a vitrificação, os folículos ovarianos apresentaram integridade de membrana de 59,9 ± 18,4% quando o fibreplug e a solução V16 (1.5 M metanol + 4.5 M propileno glicol) foram empregados. Quando vitrificados em V2 (1.5 M metanol + 5.5 M DMSO) a integridade de membrana diminuiu para 42,0 ± 21,0%. Observou-se que os folículos localizados no meio do fragmento foram mais protegidos de injúrias apresentando satisfatória aparência quanto a sua morfologia mesmo 2 h após o aquecimento. A integridade mitocondrial das células da camada da granulosa foi claramente prejudicada pelo protocolo de vitrificação e o nível de ATP nos folículos diminuiu significativamente (P < 0,05) após o aquecimento. A vitrificação de folículos ovarianos de zebrafish em estádio III e seu efeito em nível de subcelular são relatados aqui pela primeira vez. As 24

Título

Taxa de ingestão potencial em pastejo: um estudo contrastando pastos de clima temperado e tropical Título alternativo

Short-term forage intake rate under grazing conditions: a study contrasting temperate and tropical pastures

Pesquisador:

Jean Carlos Mezzalira

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

24 de agosto de 2012

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Assuntos:

Pastoreio rotativo e contínuo, resposta funcional Tipo IV Resumo:

Nesta tese investigaram-se relações de causa-efeito em curto prazo entre a estrutura do pasto e parâmetros do comportamento ingestivo de bovinos. Criaram-se contrastes de estruturas de pasto com uma espécie temperada e outra tropical e métodos de pastoreio (contínuo e rotativo). Os experimentos com Cynodon sp. cv. Tifton 85 (1 e 2) foram conduzidos entre janeiro e março de 2011. Os com Avena strigosa cv. Iapar 61 (3 e 4), entre julho e setembro de 2011. A altura de pasto que proporcionou a máxima taxa de ingestão (TI) no pastoreio contínuo foi considerada como altura pré-pastejo nos Experimentos 2 e 4, que simulavam o pastoreio rotativo. A esta altura impôsse níveis de rebaixamento de 20; 40; 60 e 80%. O delineamento utilizado em todos os experimentos foi o de blocos completos casualizados com quatro repetições. O consumo foi estimado pela técnica da dupla pesagem. Os animais foram equipados com aparelhos registradores de movimentos mandibulares. As máximas TI foram observadas em 20 cm em Cynodon sp. e em 30 cm em A. strigosa. Animais não gastaram tempo adicional para tomar um bocado de equivalente massa no pasto alto em relação ao pasto baixo.

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No pastoreio rotativo a TI, manteve-se constante, até que 31 e 18% da altura inicial fossem removidos da pastagem alta e baixa, respectivamente. A A. strigosa permitiu maior TI potencial. Os animais gastaram mais tempo por bocado para consumir uma equivalente massa de bocado em Cynodon sp. em relação à A. strigosa, em ambos os métodos de pastoreio.

Título

Métodos de utilização e ofertas de forragem para otimização da utilização de recursos naturais com ovinos Título alternativo

Grazing methods and herbage allowances to optimize the natural resourses utilization with sheep

Pesquisador:

Felipe Jochims

Orientador:

Cesar Henrique Espírito Candal Poli

Data da defesa:

24 de abril de 2012

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Assuntos:

Bioma Pampa, cordeiro, ganho médio diário, ovinos Resumo:

Objetivou-se avaliar diferentes maneiras de manejar o campo nativo durante o período hibernal para alimentar ovelhas no inicio de gestação e determinar a melhor metodologia para tal fim, por meio das características produtivas e comportamentais dos animais assim como modificação na estrutura e qualidade da pastagem. Para tal, foram testados, com delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos e três repetições, dois métodos de pastoreio (contínuo (LC) e rotativo (LR)) e dois níveis de oferta de forragem (12 e 18% OF). As variáveis utilizadas para descrever as características produtivas dos animais foram: ganho médio diário das ovelhas e cordeiros, escore de condição corporal das ovelhas e o ganho de peso, em unidade de área, das ovelhas, cordeiros e o ganho total por área. Além destes, foram avaliados parâmetros de comportamento ingestivo, que são o tempo diurno de pastejo, ruminação e outras atividades, número, tamanho e intervalo de refeições, número, tempo e número de passos entre estações alimentares e taxa

de bocados. As variáveis medidas no pasto foram: massa de forragem, taxa de acumulo, altura, massa de folhas verdes, colmos, leguminosas e “outras espécies”, e as características bromatológicas (proteína bruta, FDN, etc.) do pasto ao longo do tempo de duração do experimento. Os resultados apontaram que as OF, apesar de provocar modificações significativas na massa de forragem e altura do pasto, teve pouca influencia nos parâmetros de comportamento animal em pastejo e pouca influencia no desempenho produtivo dos animais, provavelmente devido ao baixo contraste que as ofertas de forragem intermediárias proporcionaram durante o inverno. Os métodos de utilização da pastagem também não apresentaram influência marcante sobre o desempenho produtivo das ovelhas, mas modificou drasticamente o comportamento ingestivo dos animais. Os animais manejados em LR apresentaram menores tempos de pastejo do que os animais mantidos em LC, e esse tempo variou também entre os dias de avaliação. A interação dos dois fatores não teve influência no peso dos cordeiros ao nascer, porém, influenciaram as características estruturais e bromatológicas do pasto. Onde no manejo no inverno foi constituído pelo método contínuo e 12% de OF, a pastagem apresentou uma menor quantidade de outras espécies e presença predominante de espécies de melhor qualidade, ficando mais “limpa” e melhor qualidade nutricional na primavera. Essa melhor qualidade nutricional, por sua vez, apesar de não modificar significativamente os ganhos individuais de ovelhas e cordeiros, modificou a quantidade de peso vivo produzido em unidade de área.

Título

Oferta de forragem em pastagem natural: estrutura de pasto e taxa de ingestão de novilhas de corte Título alternativo

Forage allownce in natural grasslands: sward structure and intake rate of beef heifers

Pesquisador:

Fabio Pereira Neves

Orientador:

Paulo Cesar de Faccio Carvalho

Data da defesa:

23 de abril de 2012

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Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

Resumo:

O trabalho foi conduzido entre novembro/2008 e fevereiro/2010 numa pastagem natural submetida, desde 1986, a diferentes intensidades de pastejo. O objetivo foi avaliar o efeito da intensidade de pastejo sobre a estrutura da vegetação e seu reflexo sobre a seletividade e taxa de ingestão de novilhas de corte. Os tratamentos são níveis de oferta de forragem (OF, kg de matéria seca por 100 kg de peso vivo. dia-1 = % PV): 4, 8, 12 e 16% PV, e OF variáveis de 12 8%, 8 12% e 16 12% PV, sendo o primeiro valor na primavera e o segundo no resto do ano, dispostos em blocos casualizados com duas repetições. A estratégia 8 12% foi a única avaliada em comparação com os níveis para medições de comportamento animal. Foram utilizadas novilhas mestiças de 15 meses de idade e peso médios de 152 ± 4,0 kg em pastoreio contínuo com taxa de lotação variável. Caracterizou-se a vegetação através de amostragem sistemática em um espaçamento de 10 m x 20 m e utilizando quadros de 0,25 m2 (50 x 50 cm) para proceder às estimativas e medições no pasto. No estrato de touceiras (ET) foi avaliada a massa das touceiras, altura da touceira. No estrato entre touceira (EET) avaliou-se a massa de forragem, altura do pasto e cobertura do solo. Foram realizados testes de pastejo de 50 min. em piquetes de 1000 m2, montados na posição topográfica alta e baixa de cada unidade experimental. Foi utilizada a técnica da dupla pesagem para medir a taxa de ingestão, e outras avaliações visuais de comportamento foram realizadas. As intensidades de pastejo moderadas oportunizam maior abundância de forragem através de uma massa de forragem e altura adequada no EET e uma frequência de touceiras num nível intermediário. À medida que aumenta a OF há alteração na proporção de ET, e sob altas OF pode atingir mais da metade da área em alguns locais do pasto. A estratégia de manejo 8 12% PV moldou uma vegetação com baixa frequência, menor altura e massa de touceiras se comparada com as demais OF. A OF 4% PV promove a completa remoção de touceiras e o pasto fica composto somente por um estrato baixo (EET), numa altura e massa de forragem baixa, além de menor cobertura do solo (P<0.01). Novilhas 26

pastejando em pastos naturais no sul do Brasil apresentaram uma resposta funcional tipo IV (Quadrática), e a taxa de ingestão de forragem declina sob OF acima de 12,1% PV, conforme o modelo ajustado. As variáveis de estrutura do pasto que mais influenciaram a taxa de ingestão foram a disponibilidade de forragem e o percentual de folha no EET. Até 20% de frequência de touceira as novilhas mostraram preferência pelas mesmas, entre 20% a 40% de touceiras, e acima de 40% deixaram passaram a utilizá-las mais frequentemente.

Título

Uso de indicadores fecais e urinários para monitoramento nutricional de ovinos em pastejo Título alternativo

Fecal and urinary index use for monitoring grazing sheep nutrition

Pesquisador:

Diego Bitencourt de David

Orientador:

César Henrique Espirito Candal Poli

Data da defesa:

25 de janeiro de 2012

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Assuntos:

Resumo:

Objetivou-se avaliar o uso de indicadores fecais e urinários para estimativas de consumo, digestibilidade e síntese de proteína microbiana. Para tal, foram testados níveis de oferta de forragem para ovinos alimentados com milheto (Pennisetum americanum L Leeke) em gaiolas metabólicas. As ofertas constituíram de quatro níveis de ofertas de laminas foliares: 1,5; 2; 2,5% do peso vivo de matéria seca e ad libitum. Com os dados desses mesmos ensaios, gerou-se equações de estimativa de consumo e digestibilidade da matéria orgânica, por meio de marcadores fecais (nitrogênio e fibra em detergente neutro) e de volume urinário através da creatinina urinária para animais em pastejo. Utilizando essas equações, estimou-se o consumo, digestibilidade e síntese de proteína microbiana com animais pastando milheto fertilizado com níveis de nitrogênio (50, 100, 200 e 400 kg/ha). Tam-

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bém fez-se medidas da pastagem (massa de forragem, altura), de desempenho animal (ganho médio de peso, ganho por hectare, carga animal) e balanço de nitrogênio (consumo, retenção e excreção de N). Pelo ensaio em gaiolas de metabolismo pode-se verificar que o consumo de matéria orgânica apresenta uma relação linear múltipla com a excreção de N fecal e fibra em detergente neutro com coeficiente de determinação de 0,94 e erro relativo da estimativa (ERE) de 9,25%, enquanto a digestibilidade apresenta uma relação hiperbólica, sendo melhor descrita por uma hiperbólica múltipla com o uso do N fecal e da fibra em detergente neutro fecal (ERE=3,90). A excreção média de creatinina foi de 0,22 mmol/kg PV0,75 e não foi afetada (P>0,05) pela oferta de forragem, nem pelo estádio fenológico da pastagem, porém apresentou baixa acurácia (R²=0,38; ERE= 48%) nas estima-

nese. No primeiro foram utilizadas oito vacas no terço médio de lactação, em um quadrado latino duplo, com uma inclusão de 0, 4, 8 ou 12% de GLB na dieta. Foram avaliadas a produção e a composição do leite, consumo de alimentos, digestibilidade e indicadores bioquímicos do metabolismo energético. O consumo de GLB não influenciou a produção média diária, produção de leite corrigido para 4% de GB, produção e concentração média diária de GB, lactose ou sólidos totais. A concentração de PB foi maior na inclusão de 12% do que no controle, enquanto a produção média diária de PB foi maior com uma inclusão de 8%. Nenhum dos tratamentos influenciou o consumo, eficiência alimentar, digestibilidade, concentração de AGNE ou uréia. Entretanto, a eficiência energética foi influenciada de maneira cúbica. A glicemia respondeu de uma maneira quadrática, sendo menor com 4 e

tivas de volume urinário. Os dados de desempenho da pastagem e dos animais em pastejo, por sua vez, mostraram resposta crescentes para taxa de acúmulo de forragem e ganhos de peso por área, porém, as medidas nutricionais (consumo, digestibilidade, síntese de proteína microbiana e balanço de nitrogênio) não foram influenciadas (P>0,05) pelos níveis de fertilização nitrogenada, sugerindo a possibilidade de usar menores doses de fertilizante nitrogenado sem prejudicar o desempenho e a nutrição de cordeiros.

8% de GLB. No segundo ensaio foram utilizadas 24 vacas divididas entre três tratamentos (controle - TC, 1 mL de GLB/kg de PV – TG, ou 1mL de propilenoglicol/kg de PV - TP), em um delineamento de blocos completos casualizados. Os tratamentos iniciaram duas semanas pré e terminaram duas semanas pós -parto, as avaliações foram realizadas até a décima semana de lactação. Foram avaliadas a produção e a composição do leite, ECC, intervalo parto-1º cio e indicadores bioquímicos do metabolismo energético. Estudando os resultados médios para cada período de duas semanas, foi observada uma maior produção média diária de leite em todos os períodos no TP do que no TC. Na comparação com o TG, esta diferença existiu até a oitava semana de lactação, com exceção da quarta semana, quando foi observada uma tendência para esta diferença (P<0,10). O TP também apresentou uma maior produção média de leite corrigido para 4% de GB, enquanto a produção das vacas do TC foi superior à observada no TG. O TP e o TG influenciaram negativamente a concentração de GB. A produção média diária de GB foi menor no TG do que nos demais tratamentos. A concentração de lactose foi menor no TP, porém, este foi o tratamento com maior produção média diária deste componente. A concentração de NUL foi menor nas vacas tratadas. Não houve influência dos tratamentos estudados sobre o intervalo parto-1º cio, ECC, glicemia, concentração de AGNE ou de BHBO. A GLB é um bom alimento energético alternativo, em um nível de inclusão de até 12%, substituindo parcialmente o grão de milho moí-

Título

Glicerina bruta na alimentação de vacas leiteiras Título alternativo

Crude glycerin in the dairy cows feeding

Pesquisador:

Cássio André Wilbert

Orientador:

Ênio Rosa Prates

Data da defesa:

20 de junho de 2012

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Assuntos:

Resumo:

Foram realizados dois ensaios com o objetivo de avaliar a glicerina bruta (GLB) como alimento energético alternativo e como aditivo precursor da gliconeogê-

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do na alimentação de vacas leiteiras. Entretanto, os resultados observados demonstram que o propilenoglicol é mais efetivo como aditivo precursor da gliconeogênese.

Título

Método de custeio por atividades: aplicabilidade e contribuições em empresas do agronegócio – estudo de caso

comparado ao obtido pelo método atual (Centros de Custos), sendo que estas alterações foram marcantes apenas nos produtos com menor participação no custo e faturamento total da empresa. A aplicação identificou a capacidade atual das atividades, sendo que trabalhos futuros deverão parametrizar o desempenho ideal para possibilitar a identificação de perdas e desperdícios.

Título Título alternativo

Activity based costing method: applicability and contributions in a agribusiness company – a case study

Hibridação intraespecífica em Paspalum notatum Flügge Título alternativo

Pesquisador:

Adriano Garcia Rosado Júnior

Orientador:

José Fernando Piva Lobato

Data da defesa:

29 de fevereiro de 2012

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Hibridação intraespecífica em Paspalum notatum Flügge

Assuntos:

Resumo:

Em busca de competitividade, as modernas empresas do agronegócio diversificam seus produtos, passando a trabalhar com sistemas altamente integrados, muito mais complexos do ponto de vista técnico e também gerencial. A determinação do custo dos produtos assume importância cada vez maior na gestão destas empresas, ao mesmo tempo em que se torna mais difícil devido aos ‘custos de complexidade’, crescentes nestes sistemas produtivos. Este trabalho tem o objetivo de, através de um estudo de caso, aplicar o método de Custeio Baseado em Atividades (ABC) em uma empresa com o perfil do moderno agronegócio brasileiro, evidenciando e discutindo as principais vantagens e desvantagens associadas a esta metodologia. Para facilitar a aplicação, foi utilizado o Time Driven ABC para auxiliar na geração dos direcionadores de custo. Foram identificadas e custeadas 136 atividades, fornecendo uma visão horizontal dos custos, até então não disponível no sistema utilizado, evidenciando as principais atividades consumidoras derecursos em âmbito geral e para cada produto. O cálculo do custo dos produtos através do método ABC apresentou alterações em todos os produtos quando 28

Pesquisador:

Roberto Luis Weiler

Orientador:

Miguel Dall’Agnol

Data da defesa:

04 de março de 2013

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Assuntos:

Resumo:

Paspalum notatum (grama forquilha) é uma espécie reconhecida como de excelente valor forrageiro para o Rio Grande do Sul. A maioria dos biótipos de P. notatum são autotetraplóides (2n=4X=40) e se reproduzem através de apomixia do tipo aposporia (pseudogamia). Foi descrita uma raça diplóide sexual (2n=2X=20), Capim Pensacola, onde a duplicação cromossômica e utilização destas plantas sexuais em cruzamentos intraespecíficos oferecem novas possibilidades para os programas de melhoramento. Através de uma colaboração com o IBONE (Instituto de Botânica da Universidade do Nordeste da Argentina), foram obtidos três genótipos nominados ‘Q4188’, ‘Q4205’ e ‘C44X’ tetraplóides e sexuais que foram cruzados com o germoplasma elite tetraplóide nativo do Estado do Rio Grande do Sul (ecótipos ‘Bagual’ e ‘André da Rocha’). Foram obtidos híbridos intraespecíficos de P. notatum os quais foram avaliados quanto a produtividade, sendo estes passíveis de registro e proteção varietal junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e

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Abastecimento. Em cruzamentos entre plantas apomíticas e sexuais pode ocorrer plantas dos dois modos de reprodução, portanto foi determinado o modo de reprodução desta progênie. Paralelamente foi induzida a duplicação cromossômica de plantas diplóides da cultivar Capim Pensacola, utilizando colchicina, para igualar a ploidia com os acessos apomíticos tetraplóides, como se trata de outro germoplasma do já disponível estes poderão ser utilizado em futuros cruzamentos. Dos híbridos produzidos, 196 foram levados ao campo para avaliações agronômicas, nos anos de 2011 e 2012, sendo realizados cinco cortes para avaliação de produção de massa seca. A planta híbrida que mais produziu, nominada “D3”, apresentou 597 gramas de matéria seca total, o que representa cerca de 42% a mais do que o genitor mais produtivo (ecótipo ’Bagual’), o qual produziu 420 gramas por planta. As análises citoembriológicas permitiram identificar o modo de reprodução de 23 plantas, de um total de 28 que foram selecionadas após as avaliações agronômicas de produtividade. Destas, 15 apresentaram morfologia do saco embrionário compatível com o modo de reprodução apomítico e oito com o modo de reprodução sexual. As três plantas que confirmaram número cromossômico tetraplóide, nominadas k3, alfa 63 e delta 92 serão avaliadas quanto ao modo de reprodução. Esta estratégia de hibridações intraespecíficas é inédita no sul do país e permitirá a obtenção de híbridos e viabilizará o registro e a proteção varietal.

Título

Metabolismo energético de frangos de corte: efeito da fibra e proteína da dieta e da frequência alimentar Título alternativo

Energy metabolism of broiler: effect of fiber and protein diet and of food frequency Pesquisador:

Luciane Bockor

Orientador:

Alexandre de Mello Kessler

Data da defesa:

27 de março de 2013

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Assuntos:

-

Resumo:

Conhecer o metabolismo energético das aves e estudar os fatores que o afetam, bem como o aproveitamento dos demais nutrientes da dieta, facilita a manipulação das rações e auxilia a melhorar características de carcaça. Neste trabalho avaliou-se o efeito da fibra e da proteína bruta da dieta e da freqüência alimentar sobre o metabolismo energético de frangos de corte em crescimento. Foram realizados três experimentos, sendo que o primeiro avaliou a influência de fontes de fibra de diferente fermentação (inulina, celulose e farelo de trigo) na dieta para frangos de corte, o segundo avaliou diferentes fontes (farelo de soja e glúten de milho 60%) e níveis de proteína bruta (19 ou 24%), e o método de formulação, por meio da energia metabolizável aparente (EMA) ou energia metabolizável aparente corrigida para nitrogênio (EMAn) para frangos de corte em crescimento e o terceiro testou o oferecimento da dieta para frangos de corte uma ou duas vezes ao dia. As fontes de fibra de diferente fermentação avaliadas nas dietas para frangos de corte não afetaram o desempenho, composição corporal, tempo de trânsito da digesta, o consumo de energia bruta e proteína bruta, assim como os ganhos corporais de água e demais nutrientes. A dieta com a fonte de fibra de alta fermentação, inulina, elevou a concentração de energia metabolizável e líquida das dietas. Já a celulose mostrou energia metabolizável semelhante a inulina porém menor valor de energia líquida quando comparada as demais fibras, o que confirma o favorecimento da fermentação da fibra solúvel na concentração da energia líquida da dieta. No segundo ensaio, a adição de glúten de milho como fonte de proteína para frangos de corte melhorou o peso final e ganho de peso das aves. Este ingrediente também mostrou ser uma fonte de proteína mais disponível para aves em relação ao farelo de soja. Melhor aproveitamento dos nutrientes e maior ganho de gordura na carcaça foram verificados em dietas com baixa proteína. O maior incremento de calor das dietas com alta proteína bruta reduziu a energia de produção das aves. No último experimento, a forma de oferecimento de alimento às aves duas vezes ao dia proporcionou melhor desempenho e aproveitamento dos nutrientes da dieta e da energia, sem prejudicar a retenção de nutrientes na carcaça e o balanço energético. As aves alimentadas uma vez ao dia apresentaram menor

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gasto com a mantença, o que pode estar relacionado a menor atividade de alimentação. Portanto, qualidade e quantidade de nutrientes, assim como o manejo alimentar das aves são fatores que podem alterar seu metabolismo energético, devendo ser levados em consideração pelo nutricionista no momento da formulação de rações.

Título

Estimativas do rendimento comercial de novilhos com a utilização de ultrassom Título alternativo

Estimation of commercial cuts from steers using ultrasound

Pesquisador:

Leandro Lunardini Cardoso

Orientador:

Jaime Araujo Cobuci

Data da defesa:

28 de fevereiro de 2013

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Assuntos:

Acabamento, área de olho-de-lombo, espessura de gordura subcutânea, rendimento de cortes Resumo:

Foram utilizados 60 novilhos Hereford e Braford, para determinar as relações entre as medidas tradicionais nas carcaças e por ultrassom e as suas relações com os pesos e os rendimentos dos principais cortes comerciais brasileiros do traseiro pistola de novilhos terminados a pasto. Os cortes avaliados foram alcatra, coxão de dentro, coxão de fora, lagarto, lombo, filé mignon, maminha, músculo mole, músculo duro, patinho e a picanha. Os novilhos foram pesados e avaliados por ultrassom 48 h pré abate em que foram coletadas as medidas in vivo de área do músculo longissimus e espessura de gordura subcutânea entre a 12ª e a 13ª costelas, a espessura de gordura na picanha e a profundidade do músculo Gluteus medius. As correlações entre a espessura de gordura na carcaça (EGSC) e a espessura de gordura por ultrassom (EGSUS) foram de 0,93; para área do músculo longissimus medida na carcaça (AOLC) e por ultrassom (AOLUS) foi de 0,89. A medida de profundidade do músculo Gluteus medius apresentou correlação mo30

derada com as medidas de AOLC e AOLUS de 0,42 e 0,34. Os dados foram utilizados para desenvolver equações de predição para o peso e o rendimento de cortes individuais do traseiro utilizando o procedimento de seleção de variáveis Stepwise. As medidas obtidas na carcaça explicaram de 11% a 74% na variação do peso dos cortes comerciais do traseiro e de 2% a 15% da percentagem dos cortes comerciais do traseiro pistola. As medidas in vivo por ultrassom explicaram de 18% a 71% da variação do peso dos cortes do traseiro e de 3% a 29% na variação da percentagem dos cortes comerciais do traseiro pistola. Os modelos de predição para o peso dos cortes individuais por ultrassom são tão acurados quanto os modelos que utilizam as medidas relativas à carcaça. Os resultados indicaram que o ultrassom pode estimar o peso dos cortes individuais e que as equações desenvolvidas podem ser úteis para estimar o peso dos cortes do traseiro.

Título

Modelagem da emissão de dióxido de carbono na produção de frangos de corte Título alternativo

Modeling carbon dioxide emission in broiler production

Pesquisador:

João Dionísio Henn

Orientador:

Alexandre de Mello Kessler

Data da defesa:

28 de março de 2013

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Assuntos:

Resumo:

Este trabalho foi realizado com o objetivo principal de desenvolver modelos matemáticos capazes de estimar a emissão de CO2 na produção de frangos de corte, com base no balanço de carbono no frango e na cama de aviário, considerando o crescimento e composição corporal, o consumo alimentar e a metabolizabilidade das dietas, a produção de excretas e seu teor de carbono e a conseqüente emissão de CO2 pela respiração dos animais e pela fermentação

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da cama. Conduzimos um experimento para avaliar o consumo, o crescimento, a deposição de componentes corporais e seu crescimento alométrico em linhagem de alto (Cobb 500) e médio (C44) desempenho, machos (M) e fêmeas (F). Estes resultados estão no capítulo 2 “Crescimento e deposição de nutrientes corporais em duas linhagens de frangos de corte”. Avaliamos também o balanço de carbono na cama, para podermos estimar o CO2 emitido pela cama, que resultou no capítulo 3 “Emissão de dióxido de carbono pela cama de primeiro lote de frangos de corte”. Estes dados experimentais e um conjunto de dados publicados foram utilizados para a obtenção dos modelos matemáticos, que constituem o capítulo 4, “Modelagem da emissão de dióxido de carbono na produção de frangos de corte”. Um excelente ajuste foi encontrado no modelo não-linear utilizado, com um R2>0,99 para todas as respostas. A produção de CO2 foi altamente correlacionada com a taxa de crescimento, de modo que aos 42 dias de idade, o CO2 expirado (g/ave) foi de 3384,4 nos machos Cobb; 2947,9 nas fêmeas Cobb; 2512,5 nos machos C44 e 2185,1 nas fêmeas C44. O efeito de idade também foi determinante na produção de CO2, de modo que, para alcançar o mesmo peso corporal de 2,0 kg, o CO2 expirado (g/ave) foi de 1794,3 nos machos Cobb; 2016,5 nas fêmeas Cobb; 2617,7 nos machos C44 e 3092,3 nas fêmeas C44. Uma regressão linear múltipla foi aplicada a todos os dados, obtendo-se as equações: CO2 expirado (g/ave)= -70,2845 + 20,3322 * Idade (dias) - 0,0382 * Peso Vivo (g) + 0,0215 * IdadexPeso Vivo (P<0,0001, R2= 0,995). O CO2 emitido pela cama (g/ave)= 1,8283 + 3,2714 * Idade (dias) - 0,0945 * Peso Vivo (g) + 0,00661 * Idade x Peso Vivo (P<0,0001, R2= 0,941). A soma do CO2 emitido pelo frango e pela cama (g/ave)= -68,4562 + 23,6036 * Idade (dias) - 0,1327 * Peso Vivo (g) + 0,0281 * Idade x Peso Vivo (P<0,0001, R2= 0,994). Estas equações apresentam alta previsibilidade para estimar as emissões individuais de CO2, em qualquer peso, idade ou linhagem, entre 1 a 49 dias de idade.

Título

Efeito da inclusão de nitrato na dieta sobre a fermentação ruminal, a emissão de metano entérico e o desempenho de ovinos

Título alternativo

Effect of nitrate inclusion in the diet on rumen fermentation, enteric methane emission and performance in ovine Pesquisador:

Hani Mohammed Mohammed El-Zaiat

Orientador:

Harold Ospina Patino

Data da defesa:

04 de março de 2013

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Assuntos:

Resumo:

Objetivou-se avaliar os efeitos da inclusão de nitrato encapsulado na dieta sobre a fermentação ruminal, a emissão de metano enterico e o desempenho de ovinos. Foram utilizados 18 cordeiros Santa Inês (peso vivo médio de 27 ± 5,55 kg) designados em blocos casualizados por peso, sendo oferecida uma dieta 40:60 feno/concentrado, como dieta basal e alocados a um dos seguintes tratamentos: dieta controle (dieta basal com 1,50% de uréia), Nitrato (dieta basal com 4,51% nitrato encapsulado) e Nitrato + CNSL (dieta basal com 4,51% nitrato encapsulado com liquido de casca de castanha de caju). Foi utilizado um período de adaptação de 28 dias e posteriormente dois períodos experimentais de 32 dias, sendo que nos últimos 6 dias de cada período foi feita a quantificação da emissão do metano. Cada 14 dias (dia 14, 28, 42 e 56) as amostras de sangue e liquido ruminal (6 e 3 horas após alimentação da manhã, respectivamente) foram coletadas. Após os 92 dias, o ensaio de metabolismo (6 dias) foi realizado. Em seguida, os animais foram abatidos e as carcaças foram avaliadas. A utilização de nitrato encapsulado diminuiu em 32% a emissão de metano em relação aos animais que receberam a dieta controle (28,57 vs 19,34 L/kg MS consumida) (P<0,02), sem que fossem detectadas diferenças de emissão de metano entre o tipo de encapsulamento (P>0,05). Os cordeiros que receberam Nitrato + CNSL apresentaram maior (P<0.01) produção total de AG CC quando comparados aos que receberam Nitrato ou dieta controle. A concentração de NH3 ruminal foi reduzida (P<0,01) (24,33 vs 34,93 mg/100 ml) pelo nitrato encapsulado nas dietas, sem que fosse (P>0,08) detectado efeito sobre a % metahemoglobina (0,62

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vs 1,0% MetHb). A inclusão de nitrato encapsulado aumentou (P<0,01) a concentração de acetato, propionato e butirato. A inclusão de nitrato encapsulado na dieta reduziu o número total de protozoários em 12% (P<0,01). O consumo de MS, GPD, digestibilidade aparente dos nutrientes, balanço-N e síntese de Nmicrobiano não foram afetados pelo adição de nitrato encapsulado (P>0,05). Não houve efeito sobre parâmetros plasmáticos (proteína total, albumina, AST, ALT e uréia), resíduos de nitrato e nitrito na carne fresca, cor de carne e as características de carcaça avaliadas. A inclusão de nitrato encapsulado na dieta permite mitigar a emissão de metano entérico, proporciona um ambiente adequado para a fermentação ruminal sem que sejam observados sinais clínicos de intoxicação em cordeiros em crescimento.

Título

Estudos sobre qualidade de ingredientes para frangos de corte Título alternativo

Studies about quality ingredientes for broiler chickens

Pesquisador:

Gabriel Colombo Pontalti

Orientador:

Andréa Machado Leal Ribeiro

Data da defesa:

27 de março de 2013

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Assuntos:

Resumo:

O aumento do preço dos ingredientes tradicionais torna viável o uso de co produtos ou ingredientes fora dos padrões de qualidade. Além disso, a maior parte dos custos da avicultura está relacionada com a nutrição. Foram conduzidos dois experimentos: O primeiro teve o objetivo de avaliar as alterações bromatológicas do milho infestado por Sitophilus zeamais e foi conduzido em arranjo fatorial 5x2 com cinco níveis de infestação - 0, 167, 333, 500 e 667 insetos por kg de milho e dois períodos de exposição - 35 e 70 dias. Avaliou-se matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB) e energia bruta (EB) dos grãos. Não houve interação entre os fatores estudados. No entanto, o aumento do nível 32

de infestação diminuiu a MS dos grãos (p<0,05), aumentou as cinzas (p<0,01), mas não resultou em diferenças em PB e EB. Aos 70 dias observou-se menor teor de cinzas (p<0,01) e maiores teores de PB e MS (p<0,01), devido ao consumo do amido pelos insetos. Também entre os períodos não houve diferença significativa entre os teores de EB. O aumento no número de insetos diminuiu a qualidade do grão por aumentar seu teor de umidade. O aumento de PB observado não pode ser considerado um ganho nutricional sem que a digestibilidade in vivo dessa proteína seja estudada. O segundo experimento teve por objetivo estudar o efeito do processamento térmico por infravermelho na metabolizabilidade do farelo de arroz integral (FAI) de frangos de corte Cobb, em diferentes tempos (0, 6, 8 e 10 min) e sua estabilidade oxidativa. Uma dieta referência (DR) à base de milho e farelo de soja foi usada e a inclusão dos FAI foi de 20%. Foi usado um delineamento completamente casualizado com 5 tratamentos e 10 repetições de 1 ave. Foi feita a coleta total, com 4 dias de adaptação às dietas e 3 de coleta, entre 21 e 28 dias de idade das aves. A dieta com FAI 6 min teve melhor aproveitamento em relação às demais e a única que não diferiu da DR. Na comparação entre os FAI não houve diferenças estatísticas quanto à metabolizabilidade. No entanto, conforme aumentou o tempo de processamento, diminuiu da solubilidade e a metabolizabilidade da proteína. Após 4 meses de armazenamento não foi observado índice de peróxido nos farelos, porém o FAI 6 min apresentou menor teor de acidez. O processamento térmico por 6 minutos mostrou-se o mais indicado para frangos de corte e é uma maneira de aumentar o tempo de armazenamento deste ingrediente que caracteriza-se por ser muito instável.

Título

Melhoramento genético por meio de hibridizações interespecíficas no grupo plicatula – gênero paspalum Título alternativo

Genetic improvement through interspecific hybridizations in group plcatula – genus paspalum

Pesquisador:

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015

Emerson André Pereira


Suplemento Especial - Agenda Científica Orientador:

Miguel Dall’ Agnol

Data da defesa:

28 de fevereiro de 2013

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Assuntos:

Resumo:

O êxito na seleção de plantas geneticamente superiores está diretamente relacionado à existência de variabilidade genética apresentada naturalmente ou artificialmente. No entanto, o melhoramento de espécies apomíticas é dificultado pela impossibilidade de ocorrer a união de gametas com plantas deste modo de reprodução. Por outro lado, a utilização de plantas sexuais compatíveis a cruzamentos com plantas apomíticas, podem gerar novas combinações gênicas e indivíduos com alta heterose podem ser selecionados já na primeira geração para lançamento como novas cultivares. A descoberta de plantas diplóides sexuais em populações naturais de Paspalum plicatulum e a posterior duplicação das mesmas possibilitaram um grande universo no desenvolvimento de novos genótipos a partir de cruzamentos entre espécies relacionadas. O objetivo do trabalho foi de: (i) avaliar a produção de forragem de genótipos nativos superiores de espécies do gênero Paspalum; (ii) caracterizar a estabilidade e adaptabilidade de produção destes genótipos; (iii) estimar através de técnicas da genética quantitativa, a herdabilidade e a associação entre caracteres de importância forrageira; (iv) obter variabilidade genética por meio de hibridizações interespecíficas, utilizando genótipos superiores nativos de P. lepton e de P. guenoarum como genitores masculinos (apomíticos) e um genótipo de P. plicatulum como genitor feminino (sexual); (v) analisar as progênies superiores quanto ao modo de reprodução selecionando plantas estáveis reprodutivamente para lançamento como cultivares e as de reprodução sexual para novos cruzamentos. Os genótipos das espécies de P. lepton e P. guenoarum apresentam variabilidade genética em caracteres de interesse forrageiro, bem como desempenho variável de acordo com o local e o ano de cultivo. A produção de matéria seca total e de folhas são os caracteres que mais contribuem para a detecção da variabilidade genética observada, independentemente do ano de avaliação. O ganho gené-

tico na produção de folhas se mostra eficiente via seleção indireta pela matéria seca total, caráter de alta herdabilidade e de mais fácil seleção e aferição. Houve ampla variabilidade nos caracteres ligados a produção de forragem e alguns híbridos apresentaram heterose para a maioria dos caracteres analisados. A maioria das progênies selecionadas apresentaram a apomixia como modo de reprodução, o que potencializa o lançamento como cultivar. Já as plantas sexuais superiores serão usadas para recombinação com os melhores híbridos para obtenção de novas constituições genéticas. Os dendrogramas obtidos em nível de campo e de DNA foram capazes de discriminar os genótipos e podem auxiliar na orientação em novas hibridizações com plantas sexuais compatíveis. Houve pouca variabilidade na composição química entre os genótipos. Mais estudos deverão ser realizados para viabilizar o desenvolvimento de cultivares no uso em pastagens naturais, assim como no emprego como pastagens cultivadas.

Título

Desenvolvimento ósseo da progênie de reprodutoras pesadas suplementadas com fontes inorgânicas e orgânicas de zinco, manganês e cobre Título alternativo

Progeny bone development from breeder hens fed diets supplemented with zinc, manganese and copper from inorganic and organic sources

Pesquisador:

André Favero

Orientador:

Sergio Luiz Vieira

Data da defesa:

Fevereiro de 2013

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Assuntos:

Resumo:

A presente tese foi realizada com o objetivo de avaliar os efeitos da nutrição mineral materna no desenvolvimento esquelético da progênie. Desta forma, um estudo foi conduzido com reprodutoras pesadas suplementadas com zinco (Zn), manganês (Mn) e cobre (Cu) inorgânico e orgânico. Os tratamentos fo-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

ram fornecidos para as reprodutoras pesadas Cobb 500 de 22 a 68 semanas de idade (em ppm de Zn, Mn e Cu, respectivamente): 100, 100 e 10 com fontes de sulfato (IZMC, Controle); uma combinação de 60, 60 e 3 na forma de sulfato mais 40, 40 e 7 na forma de aminoácido complexado (OZMC; ISO); e o tratamento Controle mais 40, 40 e 7 de OZMC (ON TOP). Cada tratamento possuía 10 repetições de 20 fêmeas e 2 machos cada. Os tratamentos não influenciaram a taxa de postura e a produção de ovos por ave alojada, entretanto, aves alimentadas com OZMC na forma ISO ou ON TOP aumentaram peso e espessura da casca do ovo comparado ao tratamento Controle. As fontes de minerais fornecidas à geração parenteral influenciou na composição do ovo, assim como, no desenvolvimento esquelético da progênie. A suplementação de microminerais orgânicos na forma ISO aumentaram a concentração de Zn no albúmen e gema comparado ao tratamento Controle, entretanto, a mesma tendência não ocorreu com Mn e Cu. Aos 18 dias de incubação (E18) os embriões oriundos de matrizes que receberam os tratamentos ISO e ON TOP aumentaram a espessura de tíbia em 2% comparado ao Controle, indeferentemente da idade da matriz. No mesmo sentido, aos E18 a tíbia e fêmur apresentaram uma maior calcificação para as aves que receberam o tratamento Controle mais a suplementação de OZMC ON TOP. Ao nascimento, o momento de inércia (indicador de resistência e rigidez óssea) das tíbias foram superiores para os tratamentos que receberam a suplementação de OZMC ISO ou ON TOP. Conclui-se que a suplementação adicional de minerais orgânicos em conjunto com fontes inorgânicas comumente utilizadas de Zn, Mn e Cu melhoram a qualidade da casca e o desenvolvimento esquelético dos embriões ao nascimento.

Título

Avaliação nutricional da palha de arroz para ruminantes Título alternativo

Nutritional evaluation of the rice straw to ruminants

Pesquisador:

Vanessa Peripolli

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

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Data da defesa:

23 de janeiro de 2014

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Assuntos:

Resumo:

A proposta de pesquisa associa os fatores que influenciam o valor nutricional da palha de arroz enfardada e sua suplementação com aditivos biotecnológicos, vizando a melhora dos processos fermentativos e do aproveitamento da fibra de baixa qualidade. O conjunto de estudos aqui apresentados foram conduzidos no setor de ruminantes do Laboratório de Ensino Zootécnico da UFRGS durante o período de março de 2011 a março de 2013. No capítulo II foram analisadas 42 amostras de palha de arroz enfardada, objetivando avaliar os efeitos dos fatores culturais e de fenação sobre a composição química, o valor energético, o fracionamento da proteína e a digestibilidade e ainda identificar as frações químicas que mais contribuem para a variação no valor nutricional entre as amostras. Os dados foram analisados usando o MIXED do pacote estatístico SAS e também por meio de análises de fatores, de correlação canônica, de discriminação e de agrupamento. No capítulo III avaliou-se a digestibilidade, os parâmetros e cinética da fermentação, a produção máxima de gases, as produções de metano e CO2 e a concentração de ácidos graxos voláteis de duas palhas (maior e menor valor nutricional) incubadas sem suplemento (SS) ou com suplemento mineral e energéticoprotéico (SMEP), enzimas fibrolíticas exógenas (SE) ou a combinação dos dois suplementos (SMEP + SE). Os dados foram analisados em arranjo fatorial 2 x 4 utilizando o PROC MIXED. Os resultados do capítulo II indicaram que existe grande variação no valor nutricional das amostras de palha de arroz. Estas diferenças foram atribuídas aos efeitos de ciclo de desenvolvimento, de época de enfardamento e de produtividade de grãos. De acordo com a análise de fatores, 86% da variação no valor nutricional nas amostras de palhas de arroz foram explicadas por 10 frações químicas. No capítulo III observou-se que o uso de suplemento mineral e energético-protéico, melhorou a digestibilidade in vitro da matéria seca e da matéria orgânica da palha de arroz de maior valor nutricional. O incremento de

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carboidratos e nitrogênio por meio dos suplementos SMEP e SMEP + SE resultou em aumento nas concentrações de N-NH3 e diminuição na produção de CO2 in vitro demonstrando importante efeito mitigador desses suplementos quando adicionados a dieta.

Título

Sistemas integrados de produção agropecuária: o papel da pastagem na solução do dilema produção versus conservação Título alternativo

Integrated crop-livestock systems: the role of grassland in solving the dilemma production versus conservation

Pesquisador:

Taise Robinson Kunrath

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

24 de agosto de 2014

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Assuntos:

Drenagem; Lixiviação; Nitrato; Pastejo; Produção animal. Resumo:

Além dos fins produtivos, as pastagens desempenham importante papel na preservação ambiental e na dinâmica da atmosfera e hidrosfera. Esta tese apresenta dois trabalhos, que demonstram as duas faces da pastagem nos sistemas produtivos. O primeiro trabalho, se refere a produção aliada à conservação e teve por objetivos (i) verificar se existe padrão no comportamento das variáveis de produção animal de pastos manejados em diferentes alturas e (ii) identificar metas de manejo que aliem produção e conservação. Este trabalho foi desenvolvido em um sistema integrado de produção agropecuária (SIPA) de longo prazo (2001-2011), localizado na região sul do Brasil. Os tratamentos consistiram de quatro alturas de manejo do pasto: 10, 20, 30 e 40 cm, delineados em blocos ao acaso, com três repetições. Foram utilizados novilhos com idade inicial média de 12 meses, sob pastoreio contínuo com taxa de lotação variável. As variáveis de produção animal e de pasto estudadas mostraram-se afetadas pelos anos

experimentais. No entanto, existe padrão nas relações entre produção animal e de pasto ao longo dos 10 anos de experimento. A altura de manejo do pasto de 30 cm permite o acúmulo de resíduo sobre o solo, que beneficia o SIPA, e que proporciona ganho animal satisfatório e estável ao longo dos anos. O segundo trabalho, de cunho conservacionista, objetivou avaliar (i) o efeito de diferentes períodos de duração da pastagem em sistemas de rotação de cultura na drenagem e lixiviação de nitrogênio; (ii) o impacto do nível de intensificação, mais precisamente do uso da adubação nitrogenada durante a fase de pastagens; e (iii) analisar se ocorre um pico de lixiviação após a saída da pastagem e retorno das culturas de grãos, como conseqüência de uma maior mineralização N. Foi realizado na Região centro-oeste da França, com uma base de dados de 9 anos, comparando sistemas de rotação de cultura de milho, trigo e cevada com diferentes períodos de participação de pastagem mista de Festuca arundinacea, Lolium perenne e Dactylis glomerata (0, 3, 6 e 20 anos). Concluiu-se que a introdução de pastagem na rotação de culturas reduz a concentração de nitrato na água drenada. Quanto maior o tempo de participação da pastagem, maior é a redução na concentração de nitrato e, consequentemente, menor a lixiviação de nitrogênio, independentemente da adubação nitrogenada durante a fase pastagem.

Título

Avaliação reprodutiva de touros braford por meio de marcadores moleculares strs e snps e da termografia infravermelho Título alternativo

Evaluation of reproductive bulls braford through molecular markers strs and snps and the termografy infrared radiation

Pesquisador:

Silvio Renato Oliveira Menegassi

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

25 de fevereiro de 2014

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Assuntos:

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Suplemento Especial - Agenda Científica Resumo:

A identificação de alelos e genótipos associados a características reprodutivas, somente foi possível a partir do desenvolvimento e da localização de marcadores moleculares polimórficos no genoma, especialmente os short tandem repeated (STRs) e os single nucleotide polymorphysm (SNPs). A termografia infravermelho tem sido amplamente empregada como um método não invasivo na determinação da temperatura da superfície corporal, mostrando-se uma técnica promissora na avaliação da adaptação a efeitos ambientais. Portanto, O objetivo geral deste estudo foi identificar marcadores moleculares relacionados à fertilidade de touros e utilizar a termografia infravermelho na avaliação adicional ao exame da aptidão reprodutiva desses animais, medindo-se a temperatura da superfície escrotal. A amostra constou de 87 touros submetidos à analise e acompanhamento da mensuração do perímetro escrotal (PE), dos 7 aos 24 meses de idade. Esses touros foram analisados andrologicamente aos 24 meses pela Classificação Andrológica por Pontos (CAP). Subsequentemente, 17 reprodutores da amostra tiveram seu PE medido e foram examinados e pontuados pelo CAP aos 28, 32 e 36 meses de idade. Não foi verificada associação entre os marcadores STRs BMS3004, HEL5, AFZ1, IDVGA51 e ILSTS002 e a desempenho reprodutivo em ambos os experimentos. O SNP FSHR mostrou significativa relação com o genótipo GG para menor PE aos 24 meses. Os genótipos CG e GG foram significativos para identificação do PE inferior a 29 cm e o genótipo CC para maior pontuação no CAP. Durante o experimento II no SNP FSHR foi encontrada relação ao maior PE aos 7meses, 24meses, 28 meses, 32 meses e 36 meses de idade com o genótipo CC, mas nada foi encontrado de relação com o CAP em ambos os marcadores. Em conclusão, observamos uma forte associação do SNP FSHR com o genótipo GG para PE reduzido e CAP superior no genótipo CC, e a possibilidade de quando encontrado os genótipos CG e GG, encontrar um PE inferior a dois desvios a menos da média da raça. Durante o experimento II também foram avaliados os efeitos sazonais do ambiente sobre a qualidade do sêmen em reprodutores, utilizando-se termografia infravermelho. Variações de gradiente de temperatura escrotal foram significativamente maiores no outono (4.5°C) e inverno (4.0°C) do 36

que na primavera (2.9°C) e verão (0.9°C) (P<0,05). Temperaturas do globo ocular foram mais baixas no inverno (27.6°C) e outono (26.8°C) em relação ao verão (33.9°C) e primavera (31.1°C) (P<0,05). Motilidade do sêmen,movimento de massa e vigor diminuíram no verão em comparação com as outras estações. Concluiu-se que a termografia infravermelho pode ser adotada como um método indireto para avaliar gradiente testicular e suas consequências aos aspectos físicos seminais.

Título

Seleção de trevo-branco para tolerância ao alumínio e resistência à doença foliar causada por Curvularia trifolii (Kauff.) Boedijn Título alternativo

Selection of white clover populations for aluminum tolerance and resistance to fungal disease caused by Curvularia trifolii (Kauff.) Boedijn

Pesquisador:

Raquel Schneider

Orientador:

Miguel Dall’Agnol

Data da defesa:

27 de fevereiro de 2014

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Assuntos:

Resumo:

Estudos de melhoramento genético de trevo-branco vêm sendo desenvolvidos no DPFA (Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia) da UFRGS desde a década de 70. O principal objetivo destes trabalhos têm sido aumentar a produtividade e persistência do trevobranco focando, principalmente, na tolerância à deficiência hídrica. Sabe-se, no entanto, que outros fatores como solos ácidos e toxidez por alumínio (Al), assim como doenças, também podem afetar a persistência desta espécie. Neste trabalho, teve-se como um dos objetivos dar início ao processo de seleção de populações de trevo-branco visando tolerância ao Al. Outro objetivo foi identificar algumas doenças foliares do trevo-branco causadas por fungos que ocorrem no Rio Grande do sul e verificar a variabilidade genética existente para resistência a doenças na culti-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

var Jacuí e na linhagem experimental UFRGS-2004-2. Duas doenças fúngicas foliares foram identificadas em plantas de trevo-branco, sendo causadas por Cymadothea trifolii e Curvularia trifolii. Curvularia trifolii foi utilizado na inoculação das populações para verificar a variabilidade genética. A cv. Jacuí mostrou maior resistência à doença e populações selecionadas puderam ser distinguidas, indicando variabilidade genética. Na seleção para tolerância ao Al, foram utilizadas 24 populações, que apresentaram alto desempenho agronômico em trabalhos realizados anteriormente no DPFA, em solução nutritiva contendo 50 μM de Al. Três populações, sendo duas originárias do Brasil apresentaram maior tolerância ao Al, podendo ser utilizadas nos próximos trabalhos.Outra metodologia de seleção utilizando meio gel foi adaptada ao trevo-branco e avaliada em duas populações. O método em meio gel utilizou 1200 μM de Al, e possibilitou separar populações selecionadas para tolerância e sensibilidade após um ciclo de seleção. Por meio do trabalho desenvolvido, foi possível verificar variabilidade genética do trevo-branco para tolerância ao Al e resistência à doença causada por Curvularia trifolii, nas populações estudadas. Mais trabalhos em ambas as áreas devem ser desenvolvidos com o objetivo de obter cultivares mais adaptadas as condições do Rio Grande do Sul.

Título

Arroz e proteína isolada de soja em dietas pré-iniciais para frangos de corte Título alternativo

Rice and soy protein isolate in pre-starter diets for broilers

Pesquisador:

Patrícia Diniz Ebling

Orientador:

Andréa Machado Leal Ribeiro

Data da defesa:

13 de novembro de 2014

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Assuntos:

Resumo:

Apesar da maioria das agroindústrias adotarem dieta específica para a fase pré-inicial, os ingredientes

utilizados são os mesmos das fases posteriores, basicamente milho e farelo de soja, os quais nesta fase não apresentam alta digestibilidade. Com base nesse cenário, foram conduzidos três experimentos (Exp) para avaliar a substituição do milho por arroz, branco (AB) ou parboilizado (AP), e a inclusão de 6% de proteína isolada de soja (PIS), visando o uso desses ingredientes em dietas pré-iniciais. No Exp I as substituições foram feitas até 21 dias, enquanto nos Exp II e III, as dietas substitutivas foram utilizadas somente até os sete dias de idade, sendo que nas fases posteriores, todas as aves receberam a mesma ração, com base no milho e no farelo de soja. No Exp I avaliou-se os coeficientes de retenção aparente (CRA) das dietas pré-iniciais e iniciais, digestibilidades ileal e jejunal do amido das dietas iniciais, com intuito de investigar a velocidade de digestão do amido dos diferentes cereais e sua influência no desempenho de frangos de corte (1-21 dias). Na sequência, dois Exp foram conduzidos para avaliar as mesmas dietas pré-iniciais, porém sob a forma física peletizada (Exp II) e farelada (Exp III), variando na porcentagem de óleo (Exp II) ou não (Exp III) no desempenho de frangos (1-33 dias). Não houve interação entre os fatores avaliados (P>0,05). O arroz (AB ou AP), comparado ao milho, conferiu os melhores resultados tanto para os CRA dos componentes das dietas e digestibilidades jejunal e ileal do amido, quanto para desempenho (P<0,01). A diferença entre a digestibilidade ileal e jejunal do amido foi de 11,2 pontos percentuais para o milho, 7,5 para o AB e 4,4 para o AP, mostrando maior velocidade na digestão do amido do arroz comparado ao milho. Entre os dois tipos de arroz, dietas com AB resultaram no maior aproveitamento de todos os componentes das dietas (P<0,05), com exceção do amido e energia metabolizável aparente que não diferiram das dietas com AP (P>0,05). No Exp I, dietas com 6% de PIS apresentaram melhor CRA, porém reduziram o consumo de ração, prejudicando o desempenho das aves (P<0,01). No Exp III, a melhor conversão alimentar conferida pelas dietas com arroz persistiu nas fases posteriores (P<0,05). Nos Exp II e III a inclusão de PIS não melhorou o desempenho das aves (P>0,05). O arroz (AB ou AP) comparado ao milho foi a melhor opção em dietas pré-iniciais. A inclusão de PIS não melhorou o desempenho, em dietas peletizadas ou com igual porcentagem de óleo. Sugere-se a

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substituição do milho por arroz em dietas pré-iniciais para frangos.

Título

Nutrição de leitões desmamados: enfoque no uso da energia da dieta e excreção de nitrogênio Título alternativo

Focus on the use of dietary energy and nitrogen excretion in weaned piglets Pesquisador:

Marcia de Souza Vieira

Orientador:

Andréa Machado Leal Ribeiro

Data da defesa:

14 de abril de 2014

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Assuntos:

Resumo:

O presente trabalho foi realizado com os seguintes objetivos: O estudo I avaliou o efeito da concentração energética da dieta (EM; I-3,40, II- 3,60, III-3,80 Mcal/ kg) e peso ao desmame (PD; 4,5 ± 0,4 kg e 6,7 ± 0,5 kg) no desempenho, digestibilidade, composição corporal e eficiência energética da dieta em leitões desmamados aos 21 dias; O estudo II investigou a influência das variáveis de desempenho e digestibilidade na eficiência de ganho de peso/nitrogênio excretado (GP/ NE) de leitões desmamados, através de metaanálise. No estudo I, foram utilizados 32 leitões machos alojados em gaiolas de metabolismo por 28 dias. As dietas II e III foram concentradas em nutrientes na mesma proporção do aumento de energia, mantendo-se constante a relação lisina:EM. A ausência de interação entre PD e EM mostra que leitões leves não atingem crescimento compensatório quando alimentados com dietas com altos níveis de energia e mesma relação lisina:EM. O aumento da EM melhorou a digestibilidade dos nutrientes, porém não resultou em melhora do desempenho. Ficou evidenciada a vantagem em se desmamar leitões pesados devido ao melhor desempenho e a melhor eficiência na utilização da EM para ganho de proteína corporal. A meta-análise de estudo II foi conduzida com 10 ensaios, realizados entre 2000 e 2012, totalizando 62 tratamentos e 726 leitões. Dois 38

modelos foram gerados para predição da eficiência GP/NE, com e sem a variável retenção de nitrogênio: GP/NE = exp 1,923 - 0,077 * Nitrogênio ingerido (Ni; g/d) + 0,041 * Retenção de nitrogênio (RN; %) + 0,008 * Consumo de ração/Peso vivo médio (CR/PVm) - 0,578 * Conversão alimentar (CA) + 0,132 * Peso vivo inicial (PVI; kg) + 0,016 * Ni * CA + 0,0000011 * RN * Energia metabolizável ingerida (EMi; Kcal/kg) - 0,003 * RN * PVI + 0,002 * RN * Peso vivo final (PVF)] R2=0,97; GP/NE = exp [4,703 - 0,035 * Ni -0,392 * CA + 0,062 * PVI+0,00016 * EMi + 0,007 * CR/PVm * CA - 0,032 * CA * PVF]. R2 = 0,73. A equação I mostra que quanto mais eficientes em reter N são os animais, maior o GP/ NE. O aumento no consumo de EM maximizou o GP/ NE em animais com maior RN. A interação entre Ni e CA mostrou que com baixo Ni e melhor CA a eficiência foi maximizada, porém com alto Ni, boa CA tem pouca influenciou sobre a eficiência. No modelo II a interação entre CA e PV mostra que leitões com boa CA melhoraram o GP/NE ao longo do período de crescimento, enquanto que animais com CA ruim não melhoraram GP/NE com o passar do tempo. Leitões desmamados, alimentados com dietas concentradas em energia e adequado perfil de aminoácidos maximizam a eficiência do GP/NE.

Título

Respostas biológicas de bovinos das raças holandesa e girolando sob estresse térmico Título alternativo

Biological responses in holstein and girolando cows under heat stress

Pesquisador:

Marcelo Tempel Stumpf

Orientador:

Concepta Margaret McManus Pimentel

Data da defesa:

03 de julho de 2014

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Assuntos:

Estabilidade do leite, estresse térmico, índice de temperatura e umidade, junções firmes, tolerância ao calor Resumo:

Trinta e oito vacas leiteiras, 19 da raça Holandês e 19 da raça Girolando (½ e ¾), foram submetidas à ele-

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vadas temperaturas por restrição à sombra durante o período entre a ordenha da manhã e da tarde. Mensurações de temperatura retal, frequências respiratória e cardíaca e escore de ofegação, além de coletas de sangue, foram realizadas nos períodos pré ordenha. Produção de leite e características físico-químicas do mesmo foram acessadas. Durante os períodos de coleta se avaliou características ambientais com vistas a calcular um índice de temperatura e umidade (ITU). Primeiramente se buscou estabelecer diferenças em parâmetros fisiológicos, de leite e sangue de vacas com diferentes porcentagens de alelos oriundos da raça Holandesa no genoma (100, 75 e 50%) em função de aumentos no ITU. Animais puros Holandês apresentaram características que condizem com menor tolerância ao calor do que animais Girolando. Em um segundo momento se analisou o efeito do estresse térmico sobre a permeabilidade das junções firmes das células epiteliais da glândula mamária de vacas Holandês. Além disso, buscou-se perceber alterações na estabilidade do leite ao teste do álcool decorrentes de um possível aumento na permeabilidade de tais estruturas celulares. O parâmetro utilizado para aferir tal efeito foi o nível sanguíneo de lactose no plasma. Alterações lácteas foram percebidas em função de aumentos de ITU e se devem principalmente à reduções em produção de leite. Aumento nos parâmetros fisiológicos não influenciou a estabilidade do leite. Leite instável apresentou maior teor de lactose. Maior número de dias em lactação pode ser o responsável pela redução na estabilidade do leite. Percebeu-se relação inversamente proporcional entre permeabilidade das junções firmes e estabilidade do leite, porém o estado de estresse térmico, ao contrário do esperado, não apresentou influência nas células da glândula mamária.

Título

Análises do sistema produtivo suinícola da região central do rio grande do sul Título alternativo

Analysis of production system swine the central region of rio grande do sul

Pesquisador:

Luiz Fernando Sangoi

Orientador:

Alexandre de Mello Kessler

Data da defesa:

30 de junho de 2014

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Assuntos:

Eficiência produtiva, modelagem matemática, predição e redes neurais. Resumo:

O presente trabalho teve como objetivo principal utilizar a metodologia das análises multivariadas, modelagem matemática e redes neurais artificiais, na avaliação da eficiência produtiva de propriedades produtoras de suínos no Rio Grande do Sul. Os dados utilizados foram coletados em 47 municípios da região do Vale do Taquari, estado do Rio Grande do Sul, entre fevereiro e março de 2012, compreendendo o universo de 120 produtores. Utilizou-se um diagnóstico com perguntas estruturadas fechadas, em conjunto com os resultados produtivos de 494 abates realizados nos anos de 2010 e 2011. Analisou-se as variáveis produtivas na terminação de suínos criados em dois momentos climáticos anuais distintos, primavera/verão e outono/inverno, comparando as diferenças ocorridas nas variáveis de produtividade, o que resultou no capítulo 2, “Análise das variáveis produtivas de suínos na fase de terminação em duas estações climáticas”, no qual se identificou o perfil ideal para produtores terminadores de suínos através de um modelo matemático capaz de predizer quais as chances de o produtor obter um melhor desempenho na suinocultura, que resultou no capítulo 3, “Uso da otimização de desempenho interativo na identificação do perfil ideal de produtores terminadores de suínos”. Com o auxílio da Inteligência Artificial, uma tecnologia cada vez mais usada, na tentativa de avaliar com maior precisão quais os fatores que na criação de suínos podem contribuir significativamente para um aumento da produtividade, resultou no capítulo 4, “A utilização da Inteligência Artificial para a predição dos parâmetros produtivos da suinocultura”. Com esses resultados, pode-se dizer que: identificou-se quais as condições ambientais e climáticas impactaram sobre a eficiência produtiva dos suínos, observando-se maior peso médio vivo, ganho médio diário e taxa de mortalidade nos animais criados na estação outono/ inverno. Já a Conversão Alimentar não apresentou

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efeito significativo da estação do ano. Ainda, identificou-se o perfil ideal para produtores terminadores de suínos através de um modelo matemático capaz de predizer quais as chances de o produtor obter um melhor desempenho na suinocultura e, por meio de predições geradas, a partir do auxílio das Redes Neurais Artificiais, obteve-se como principal resultado a condição de se afirmar que o uso da metodologia das Redes Neurais Artificiais pode predizer com reduzidas margens de erro, as variáveis produtivas, conversão alimentar, mortalidade e ganho médio diário.

Título

Os sons do pastejo Título alternativo

The sounds of grazing

Pesquisador:

Lidiane Fonseca

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

14 de agosto de 2014

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Assuntos:

Bioacústica, Bocados compostos, Massa do bocados, Tipos de bocados Resumo:

A capacidade de avaliação do comportamento ingestivo e o consumo de forragem por animais é chave para o entendimento dos processos envolvidos no pastejo. Este trabalho foi conduzido na EEA-UFRGS, com o objetivo de investigar a existência de diferentes tipos de bocados, gerados por diferentes formas de preensão, e também por diferenças estruturais no pasto, que por sua vez geram diferentes características acústicas. Investigou-se a hipótese de que a massa do bocado possa ser estimada por estas características. Os tratamentos consistiram de quatro alturas de pasto e duas espécies forrageiras de hábitos de crescimento contrastantes, quais eram: Lolium multiflorum (6, 12 18 e 24 cm) e Cynodon dactylon (12, 19, 26 e 33 cm). As variáveis de pasto avaliadas foram: Altura real, Massa de forragem e Densidade do estrato superior do pasto. Estudou-se formas de avaliar a massa do bocado, sendo elas: Método de dupla pesa40

gem, Método de “hand plucking” e Método calculada por meio de fórmulas de um modelo baseado na literatura. Além disso, se investigou o posicionamento de microfones no método acústico, e a capacidade deste método em estimar a massa do bocado e diferenciar tipos de bocados em simples ou compostos. Os resultados demostram que os métodos de avaliar a massa do bocado possuem linearidade entre si, bem como são lineares as relações com as alturas de pasto estudadas. No entanto, a massa do bocado oriunda do método da dupla pesagem e do método calculado apresentaram valores superestimados, o que pode estar relacionado a elevada densidade do pasto, bem como o alto conteúdo de matéria seca. Não foi encontrada diferença nos posicionamentos dos microfones para avaliação das características acústicas dos bocados. O método acústico mostrou-se capaz de discernir entre bocados simples e compostos, porém, em se tratando de tipos de bocados previamente definidos que possuem distintas massas, este método ainda precisa ser aperfeiçoado.

Título

Modelagem e simulação para análise de sistemas de recriaterminação de bovinos de corte Título alternativo

Modeling and simulation for stocker-finishing cattle systems analysis

Pesquisador:

Leonardo Canali Canellas

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

07 de agosto de 2014

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Assuntos:

Intervenção, sistemas de produção, produtividade, tomada de decisão, pecuária de corte. Resumo:

O objetivo do trabalho foi criar um modelo para simular intervenções de manejo e analisar o resultado em sistemas de recria-terminação de bovinos de corte, servindo como Sistema de Apoio à Decisão (SAD). O modelo foi desenvolvido e é operado de forma integrada em planilhas dinâmicas do Micro-

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soft Excel® e foi dividido em três módulos (Sistemas de Alimentação; Desempenho Animal; e Resumo e Análise Econômica). O SAD foi criado para gerenciar individualmente a alimentação dos animais, analisar a demanda por alimentação do rebanho e confrontar esta demanda com a capacidade de suporte e fornecer o resultado econômico do sistema. Foram simuladas duas alternativas de intensificação do Sistema de Produção Base (SPB) por meio do aumento da área de campo melhorado e da incorporação do confinamento na terminação (SPCT) ou na recria (SPCR). A intensificação proposta gerou aumento na produtividade (321, 314 e 274 kg/ ha/ano) e redução na idade de abate (21, 23 e 26 meses), respectivamente para os sistemas SPCT e SPCR em relação ao SPB. Na análise econômica, o sistema SPB apresentou a maior margem bruta anual por hectare, seguido pelo SPCT e SPCR. Posteriormente, o SPB foi submetido a diferentes cenários por meio do incremento no ganho de peso médio diário (GMD 20% superior) combinado com três percentuais de deságio dos preços mensais de venda do novilho em relação ao preço de compra do bezerro (0%, 20% e 40%). O aumento no GMD promoveu uma redução da idade média de abate de 26 para 25 meses e um aumento no peso médio de venda ao abate de 470 kg para 490 kg. A margem bruta anual por hectare foi superior para os cenários com menor deságio de preços, sendo este o principal fator a influenciar no retorno econômico. O modelo proposto permite que intervenções realizadas no gerenciamento da alimentação do rebanho, preços e desempenho animal de sistemas de recriaterminação sejam manejadas de forma conjunta e analisadas dentro de uma visão sistêmica.

Título

Caracterização agronômica de ecótipos de Paspalum notatum Flügge em resposta ao fotoperíodo e a fertilização nitrogenada e seleção de híbridos intraespecíficos Título alternativo

Agronomic characterization of ecotypes of Paspalum notatum Flügge in response to photoperiod and nitrogen fertilization and selection of intraspecific hybrids

Pesquisador:

Juliana Medianeira Machado

Orientador:

Miguel Dall”Agnol

Data da defesa:

27 de fevereiro de 2014

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Assuntos:

Resumo:

A riqueza de espécies forrageiras presentes nos distintos Biomas brasileiros propicia a inserção de espécies nativas nos programas de melhoramento genético. O gênero Paspalum está entre os mais importantes por possuir cerca de 62 espécies, onde muitas dessas apresentam potencial produtivo forrageiro. Dentre as espécies destaca-se Paspalum notatum com ecótipos que possuem superioridade produtiva quando comparados a cultivares, o que contribui para que a espécie seja candidata ao lançamento de novas cultivares. Houve variabilidade para o caráter produção de massa seca total quando os ecótipos e híbridos foram submetidos ao fotoperíodo estendido e natural, sendo que o caráter apresentou alta herdabilidade, o que possibilita ganhos na seleção. Os ecótipos de Paspalum notatum respondem de forma positiva aos níveis crescentes de fertilização nitrogenada, sendo as maiores respostas quando o fertilizante foi aplicado na época de crescimento da espécie. Foram selecionados ecótipos que apresentaram as maiores produções de massa seca total e de folhas, maiores ciclos de produção de forragem, além de alta relação folha:colmo. A hibridação intraespecífica apresentou variabilidade para todos os caracteres agronômicos avaliados, o que possibilita êxito na seleção de constituições genéticas superiores para o desempenho de caracteres ligados à produção de forragem. A variável produção de massa seca de folhas foi o caráter que apresentou maior correlação fenotípica com a produção de massa seca total. A maioria dos híbridos obtidos no presente estudo apresentaram produções de massa seca total e de folhas superiores aos ecótipos utilizados como genitores, assim como, a cultivar Pensacola. Os híbridos superiores para os caracteres agronômicos foram selecionados para etapas subsequentes do programa de melhoramento de plantas forrageiras.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Predição e comportamento do parto em bovinos da raça holandesa Título alternativo

Calving prediction and behaviour in dairy cattle Pesquisador:

João Batista Gonçalves Costa Junior

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

25 de fevereiro de 2014

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Assuntos:

as metodologias utilizadas para a construção dos modelos de predição possuem maior acurácia em uma categoria que em outra, visto que a queda da Trr é diferente entre os grupos estudados. No capítulo III observouse que o sexo e o peso ao nascer foram variáveis que não influenciam diretamente no estágio II do parto, entretanto afetaram indiretamente em cada categoria, assim, as estratégias do manejo durante o parto devem ser diferentes entre elas. Conclui-se que a Trr e o conhecimento do processo do parto em bovinos podem ser ferramentas úteis e importantes para auxiliar o produtor de leite na detecção dos problemas durante o parto em bovinos de leite.

Resumo:

O foco da pesquisa foi avaliar a temperatura retículo -ruminal (Trr) como um preditor para o parto em novilhas e vacas da raça Holandesa através do teste de desempenho e a curva característica de resposta do observador (curva ROC), metodologias estatísticas utilizadas para predição de eventos, e avaliar o comportamento no processo do parto em vacas e novilhas da raça Holandesa com ênfase no estágio II. Os resultados apresentados nesta tese foram construídos a partir de uma pesquisa realizada na Universidade Estadual do Colorado – Colorado – EUA. No capitulo II foram analisados dados da Trr de 111 novilhas e 150 vacas Holandesas com o objetivo de identificar a Trr como um preditor do parto, definir a melhor base média e Trr para predizer o parto, e identificar alguma diferença na predição do parto entre as categorias estudadas. Os dados foram analisados por meio do PROC MIXED, teste de desempenho e curva ROC. No capítulo III avaliou-se o efeito do sexo e o peso ao nascer dos neonatos no intervalo de tempo durante o estágio II do parto em 82 novilhas e 101 vacas da raça Holandesa. Os dados foram analisados utilizando o PROC MIXED com o tempo como medida reptida no tempo. Os resultados do capítulo II indicaram que a remoção das Trr abaixo de 37,7ºC permitiu melhor precisão para determinar a diferença da Trr entre os dias que antecedem ao parto. De uma forma geral a Trr mostrou ser uma ferramenta útil na predição do início do parto para ambas as categorias estudadas, e o melhor limiar para indicar o início do parto foi de -0,2ºC, independente do modelo avaliado. Entretanto, 42

Título

Fatores intrínsecos à produção, o uso da inseminação artificial e os objetivos de seleção na pecuária leiteira do sul do Brasil Título alternativo

Intrinsic factors production, the use of insemination and objectives of selection and objectives of dairy cattle selection in southern Brazil

Pesquisador:

Heitor José Cervo

Orientador:

Concepta Margaret McManus Pimentel

Data da defesa:

10 de outubro de 2014

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Assuntos:

Resumo:

A pecuária leiteira brasileira caracteriza-se por grande heterogeneidade dos sistemas produtivos e pluralidades de fatores que constituem barreiras para o seu desenvolvimento. A região sul se destaca por possuir maior eficiência produtiva entre as regiões do país. Assim, o entendimento dos diferentes fatores que explicam esta produção torna-se importante para maximizar ainda mais esta produção e propor alternativas para o seu incremento. Objetivou-se discriminar a produção leiteira pelos fatores produtivos e ambientais; avaliar o impacto do uso da inseminação artificial; e determinar valores econômicos para características produtivas, funcionais e de fertilidade,

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Suplemento Especial - Agenda Científica

em rebanhos leiteiros das regiões político administrativas dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para isso foram utilizadas análises univariada e multivariada e, também, modelos bioeconômicos. As análises evidenciaram distinções entre as regiões político administrativas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As variáveis produtivas (quantidade de leite, produtividade e vacas ordenhadas) e ambientais (manejo agropecuário com rotação de pastagem) foram as mais importantes na discriminação entre os clusters de regiões político administrativas. Os sistemas produtivos da Mesorregião Noroeste Rio-grandense são classificados como especializados e intensivos, e a sua produção está associada com o uso da inseminação artificial. Os valores econômicos para as características produtivas, funcionais e de fertilidade, podem ser usados na seleção para maior lucro pelos

do Brasil, sobressemeada com azevém e submetida a três doses de nitrogênio em cobertura (zero, 100 e 200 kg/ha/ano) arranjados em blocos casualizados com três repetições. O pastejo foi realizado em lotação contínua com carga variável, com oferta diária média de forragem de 12% do peso vivo. A composição florística foi realizada em três períodos: inverno, primavera e verão. Os atributos quimicos e fisicos do solo foram avaliados pela biomassa microbiana, carbono e nitrogenio totais, associado e particulado, e agregação pelo diametro médio ponderado. A riqueza específica diminuiu significativamente com as doses de nitrogênio e foi menor no período de verão, estando associada principalmente ao maior desenvolvimento do azevém durante o inverno. Os padrões de mudança na vegetação verificados por análise de coordenadas principais demonstrou que a trajetó-

produtores de bovinos leiteiros, da Microrregião de Passo Fundo.

ria traçada pelos diferentes tratamentos mostra uma grande variação principalmente pela mudança de estação (inverno - primavera) sendo Lolium multiflorum e Oxalis perdicariamas mais associadas aos tratamentos com N, enquanto o sem N se associa a Piptochaetium montevidensis. A tendência de alteração da primavera para o verão demonstra pouca variação para N0, e uma associação com Eryngium horridum, Andropogon lateralis, Paspalum notatum e Desmodium incanum, e uma grande variação para N100 e N200 associada à presença de Cynodon dactylon e Pffafia tuberosa. A fertilização nitrogenada resultou em acidificação do solo. Apesar de se manterem os estoques totais de carbono e nitrogênio, a fração particulada de nitrogênio foi maior na dose moderada. O aumento na dose do fertilizante aumentou o nitrogênio da biomassa e a respiração microbiana. O estado de agregação do solo, na camada de 0-10 cm não mostrou diferença entre as doses, mas para a camada de 10-20 cm, a dose maior de N acarretou em uma diminuição em relação às outras. O N determina mudanças na composição da pastagem natural que são crescentes com as doses aplicadas, diminuindo a diversidade e favorecendo o surgimento de espécies exóticas na primavera e verão.

Título

Efeito de adubação nitrogenada sobre campo nativo sobressemeado com azevém anual Título alternativo

Effect of nitrogen on native grassland with overseeded ryegrass

Pesquisador:

Daniel Martins Brambilla

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

03 de abril de 2014

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Assuntos:

Resumo:

O presente estudo objetivou avaliar os efeitos de diferentes doses de nitrogênio em pastagem natural sobressemeada com azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) sobre o arranjo das espécies vegetais na comunidade em diferentes estações climaticas e caracterizar os principais aspectos do solo alterados pela prática da adubação nitrogenada. A área sobre a qual o experimento foi realizado é caracterizado como de sucessão secundária da pastagem natural do sul

Título

Desenvolvimento corporal e desempenho produtivo de novilhas de corte prenhas aos 13/15 meses de idade

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

Body development and productive performance of the beef heifers pregnant at 13/15 months of age Pesquisador:

Carolina Balbé de Oliveira de Souza

Orientador:

José Fernando Piva Lobato

Data da defesa:

10 de dezembro de 2014

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Assuntos:

Pastagens naturais, pastagens cultivadas, taxa distocia, condição corporal, rebanho de cria, suplementação Resumo:

O trabalho conduzido na Fazenda Rancho Santa Zelina, Júlio de Castilhos/RS, avaliou o desenvolvimento corporal e o desempenho produtivo de 64 novilhas de um rebanho comercial Angus da concepção aos 13/15 meses de idade, submetidas a quatro sistemas alimentares durante a gestação: pastagem de Brachiaria com suplementação + pastagem natural no terço final de gestação (BRACS-PN}, pastagem natural com suplementação+ pastagem natural no terço final de gestação (PNCS-PN), pastagem de Brachiara + pastagem cultivada de aveia preta e azevém no terço final de gestação (BRA-PC}, pastagem natural + pastagem cultivada de aveia preta e azevém no terço final de gestação (PN-PC). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, quatro sistemas alimentares e duas repetições de área, sendo cada potreiro considerado uma unidade experimental. Para as variáveis de desempenho dos bezerros, cada bezerro foi considerado uma unidade experimental. Ao final dos sistemas alimentares de verão/outono (02/06/2012), as novilhas do BRACS-PN eram mais pesadas (392,0 kg) do que as do BRA-PC (375,5 kg), as quais igualmente superiores as do PNCS-PN (355,0 kg) e PN-PC (354,5 kg). No inverno, novilhas em pastagem natural (BRACS-PN e PNCS-PN) perderam peso, enquanto as em pastagem cultivada ganharam peso e condição corporal. Novilhas do BRA-PC (421 ,O kg) e PN-PC (377,0 kg) tiveram maior peso ao parto, porém as do PN-PC não diferiram do BRACS-PN (323,5 kg) e estas não diferiram das PNCS-PN (306,5 kg). O auxílio ao parto foi maior nas BRA-PC e PN-PC (37,5%), mas não diferiram das PNCS-PN (18,8%). O peso corporal das BRA-PC foi maior (417,4 kg) ao 44

início da monta, mas não diferiru das PN-PC (392,0 kg) e BRACS-PN (351 ,8 kg}, os quais não diferiram das PNCS-PN (329,8 kg). As novilhas do PN-PC tiveram a maior prenhez (100,0%), mas não diferiram das BRA-PC (87,5%) e BRACS-PN (66,0%), os quais não diferiram das PNCS-PN (62,0%). Os bezerros filhos das vacas dos PN-PC e BRA-PC tiveram maiores ganhos de peso até o desmame. Conclui-se da necessidade de desenvolver mais estudos com objetivo de ter maior desenvolvimento das novilhas prévio o terço final de gestação, para aumentar o conhecimento sobre a oferta e o manejo da pastagem natural para minimizar perdas de peso ao final da gestação e para identificar tempo de pastejo pré-parto em pastagem cultivada, que minimizem auxílios e perdas ao parto. Possivelmente, a antecipação da primeira prenhez, através de melhor recria de bezerras, possibilite inicialmente um menor período pré-parto em pastagem cultivada, reduzindo problemas ao parto e, após, um longo período pós-parto em pastagem cultivada.

Título

Qualidade e traçabilidade do produto cárneo gerado em sistemas pastoris com baixo aporte de insumos Título alternativo

Quality and traceability of meat product from low input system

Pesquisador:

Thais Devincenzi

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

13 de abril de 2015

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Assuntos:

Pastagens naturais, leguminosas, análise sensorial, ácidos graxos, certificação Resumo:

A produção de carne de ruminantes em sistemas forrageiros de baixos aporte de insumos (Low Input) engloba atributos extrínsecos valorizados pelo consumidor, porém esse tipo de produção não deve comprometer a qualidade intrínseca desses produtos. Nesse contexto, estudou-se os aspectos de qualidade intrínseca e

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Suplemento Especial - Agenda Científica

a traçabilidade do produto cárneo em dois dispositivos experimentais de produção Low Input. Primeiramente, avaliaram-se as características sensoriais, a concentração de compostos aromáticos e de ácidos graxos na carne e tecido adiposo de cordeiros em pastejo de gramíneas suplementados com níveis de alfafa fresca: (U-sem suplementação; L-baixa; M- intermediária e H- alta) representando 0, 25, 50 e 75% desta leguminosa, respectivamente. Utilizou-se quatro grupos de 9 cordeiros distribuídos em quatro parcelas de Dactilys glomerata. Também avaliou-se o valor δ15N visando autenticar sistemas de produção ricos em leguminosas. O teor escatol na gordura perirenal foi superior nos animais que consumiram alfafa (P <0,05), aumentando a partir do nível L e sendo associado ao flavour animal da carne. A intensidade deste atributo apresentou o mesmo comportamento que o teor de escatol na gordura perirenal, sugerindo que a partir de uma concentração 0,26-0,34 μg de escatol/g de gordura líquida ocorre estabilização da intensidade de percepção dos odores e flavours relacionados à este composto. O incremento de alfafa na dieta proporcionou aumento do teor C18:3 n-3 e também de C16:0. O valor δ15N classificou corretamente 85,3% das amostras quando comparados animais U com os que receberam alfafa, demonstrando ser eficiente em autenticar sistemas de produção com leguminosas. No segundo dispositivo experimental avaliou-se o perfil de ácidos graxos da carne de bovinos Aberdeen angus em três sistemas de produção no Rio Grande do Sul utilizando diferentes níveis de insumos (NG=Pastagem Natural n=16; ING= Pastagem Natural Melhorada, n=18 e SP= Pastagem de Sorgo, n=8), resultando em distintas diversidades florísticas na dieta dos animais. Menor teor de C14:0 e maiores teores de ácidos graxos n-3 foram obtidos nas carnes de NG e de ING do que na carne de SP. Apesar de apresentarem maior idade ao abate, a carne de ING apresentou menor SFA que a carne SP. Além disto, a relação n-6/n-3 foi menor na carne de ING. Desta forma, a carne de bovinos terminados em pastagem natural melhorada mostrou um perfil de ácidos graxos mais benéfico à saúde humana.

Título

Distribução espacial de touceiras em ambientes pastoris heterogêneos: padrões de exploração e ingestão de forragem por novilhas de corte

Título alternativo

Spatial distribution of tussocks in heterogeneous pastoral environments: explotation patterns and forage intake by beef heifers Pesquisador:

Renato Alves de Oliveira Neto

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

06 de julho de 2015

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Assuntos:

Bocados, capim-annoni, estação alimentar, pastagem natural, taxa de ingestão Resumo:

O desempenho de animais em pastejo depende, em grande parte, da interação entre os mecanismos do comportamento ingestivo nas menores escalas (bocado, estação alimentar e patch) e das características estruturais da vegetação disponível. Ambientes pastoris naturais podem ser formados por espécies prostradas, geralmente de maior valor nutritivo, e espécies cespitosas, as quais apresentam maior rejeição potencial pelos animais por formarem touceiras. A presença desse tipo de estrutura no ambiente pastoril pode ser um complicador do processo de busca e seleção de forragem pelo herbívoro. Nesse contexto, foi conduzido este trabalho baseado na hipótese da existência de uma distribuição de estrato superior formado por touceiras de capim-annoni (Eragrostis plana Ness) que modifica os padrões de exploração das estações alimentares e altera a taxa de ingestão de forragem por novilhas de corte em pastejo. O trabalho foi conduzido em área experimental pertencente à EEA-UFRGS no período de junho de 2012 a dezembro de 2013. Os tratamentos consistiram de diferentes arranjos espaciais de touceiras, denominados ‘Aleatório’, Uniforme’, ‘Manchas’, ‘Faixa’ e ‘Concentrado’. A proporção de touceiras nas unidades experimentais foi em média 20,1% e o estrato inferior foi formado por Pensacola (Paspalum notatum Flugge var saurae Parodi cultivar Pensacola) e espécies nativas. Foram avaliados parâmetros em nível de patch (e.g. taxa de ingestão), de estação alimentar (e.g. taxa de bocados, bocados por estação, proporção de componentes pastejados) e de bocado (e.g. massa do bocado, taxa de manipula-

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ção dos bocados). De acordo com os resultados obtidos, a distribuição das touceiras não afeta a taxa de ingestão de forragem (0,076±0,017g de MS/kg de PV/min), devido a capacidade dos animais ajustarem seu comportamento ingestivo a curto prazo. As distribuições implicam em variação na massa do bocado, tempo e troca de sequência de bocados em estrato inferior e touceira. Além disso, a disposição das touceiras modifica o uso e exploração das estações alimentares disponíveis e a seleção de bocados dentro das mesmas. Os animais colhem maior proporção de estrato inferior quando as touceiras estão agrupadas e menor proporção quando ocorrem de maneira aleatória. Desse modo, tratamentos como ‘Manchas’ e ‘Concentrado’ podem ser considerados aqueles que oportunizam aos animais maior eficiência na ingestão.

Título

Critério para manejo de pastagens fundamentado no comportamento ingestivo dos animais: um exemplo com pastoreio rotativo conduzido sob metas contrastantes Título alternativo

Grazing management strategies based on animal ingestive behaviour: an example of the rotational stocking with contrasting grazing management targets Pesquisador:

Radael Marinho Três Schons

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

31 de março de 2015

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Assuntos:

Altura do pasto, lotação intermitente, produção animal, Lolium multiflorum Lam., pastejo, ovinos. Resumo:

A hipótese desse estudo foi de que o manejo do pasto baseado no comportamento ingestivo (pastoreio Rotatínuo - RN) resulta em maior eficiência de utilização do pasto, mas menor eficiência de colheita quando comparado ao manejo clássico (pastoreio rotativo). O experimento ocorreu na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do 46

Rio Grande do Sul, Brasil, onde foram contrastadas duas estratégias de manejo (tratamentos) em pastos de azevém anual pastejados por ovinos. No primeiro tratamento foi utilizado o pastoreio Rotativo (RT), com metas de altura de manejo pré-pastejo de 25 cm e pós-pastejo de 5 cm. Este tratamento representou o conceito clássico de manejo que privilegia o período de descanso para acumular forragem, e a ocupação da faixa de forma tal a colher o máximo da massa de forragem acumulada. No segundo tratamento foi utilizado o método RN, onde as metas de pré-pastejo foram de 18 cm e pós-pastejo de 11 cm, metas essas definidas objetivando maximizar a taxa de ingestão. Os animais tinham aproximadamente 10 meses de idade com peso vivo médio de 26,2±0,95 kg, e eram oriundos do cruzamento das raças Texel e Ideal. O delineamento experimental foi em blocos completos casualizados com quatro repetições. Os resultados demonstraram que o RN resultou em ciclos de pastejo mais curtos do que o RT (13 vs 35 dias) que aconteceram em maior quantidade (11 vs 4). A maior quantidade (~20%) de massa de lâminas foliares verdes no pós-pastejo do tratamento RN possibilitou maior interceptação luminosa pela planta (78% vs 63%) resultando em maior produção de matéria seca (PMS) no método RN (9023 kg MS ha-1) comparado ao RT (6819 kg MS ha-1). As diferentes metas de manejo resultaram em maior oferta de lâminas foliares verdes para o RN comparado ao RT, gerando maiores ganhos médio diários por animal (GMD) e também por área (GPV), embora a carga animal tenha sido maior no RT. A eficiência de colheita do pasto (ECP) foi similar entre tratamentos. Por outro lado, registrou-se maior eficiência de utilização do pasto (EUP) no RN, sendo que para cada 1 kg de ganho de peso os animais necessitaram consumir 16,2 e 28,1 kg MS, respectivamente para RN e RT. Conclui-se que as metas de manejo do pasto do método RN, baseadas na maximização da taxa de ingestão, resultam em maior eficiência de utilização sem comprometimento da eficiência de colheita.

Título

Desenvolvimento de um método para avaliação da eficiência bioeconômica em sistemas de produção de bovinos de corte na fronteira oeste do RS

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

Development of a method for efficiency evaluation bioeconomic in beef cattle production systems in border RS west

bioeconômica foi determinada pelo menor custo por hectare, pois a utilização das tecnologias não está sendo realizada da melhor forma tecnicamente.

Título

Pesquisador:

Pedro Rocha Marques

Orientador:

Júlio Otávio Jardim Barcellos

Data da defesa:

15 de dezembro de 2014

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Seleção genômica em bovinos de corte Título alternativo

Genomic selection in beef cattle

Assuntos:

Tecnologia, gestão, bioeconômico. Resumo:

O objetivo do trabalho foi desenvolver uma proposta para avaliar a eficiência bioeconômica dos sistemas de produção de bovinos de corte na Fronteira Oeste do RS (capítulo II) e avaliar direcionadores de eficiência em sistemas de produção de bovinos de corte (capítulo III). Foram entrevistados 46 pecuaristas no período entre julho a dezembro de 2013, cujo sistema de produção está baseado em ciclo completo e com área maior ou igual a 900 ha. No tratamento dos dados e análises estatísticas foi utilizado o software Stastitical Analysis System 9.0 (SAS, 1999). Realizouse a Análise de Correspondência Múltipla (ACM) para identificar a relação entre os pecuaristas e as variáveis analisadas (direcionadores e subfatores).Foram identificados três clusters, sendo estes nomeados em baixo (BNE), médio (MNE) e alto nível de eficiência (ANE).No capítulo II os subfatores resultantes de cada comparação (BNE x MNE; BNE x ANE e MNE x ANE) foram diferentes em função da comparação e da metodologia utilizada. Os pecuaristas BNE necessitam melhorar os processos básicos de produção como a gestão de tecnologias e o manejo sanitário em conjunto com a gestão financeira do sistema de produção. Os pecuaristas MNE necessitam otimizar o manejo de rotina com os animais, o manejo de pastagens e o cálculo de indicadores financeiros para tornarem-se altamente eficientes. No Capítulo III a realização da tipologia dos pecuaristas permitiu avaliar a eficiência bioeconômica dos sistemas de produção de bovinos de corte da Fronteira Oeste do RS. Os pecuaristas MNE foram mais eficientes bioeconomicamente em relação aos pecuaristas ANE em função do menor custo por hectare apresentado. A eficiência

Pesquisador:

Mario Luiz Piccoli

Orientador:

José Braccini

Data da defesa:

25 de março de 2015

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Assuntos:

Diversidade genética, consanguinidade, imputação, SNP, seleção genômica, acurácia, single-step, two-steps, Braford, Hereford Resumo:

Objetivou-se com este trabalho: (1) avaliar parâmetros de diversidade genética e de estrutura populacional com base nas raças Angus, Devon, Hereford e Shorthorn. Taxa de endogamia (ΔF), tamanho efetivo (Ne), grau de parentesco, entre outros parâmetros, foram estimados para fornecer subsídios aos programas de melhoramento. Os parâmetros indicaram adequada diversidade genética, com Ne variando entre 128 no Devon e 303 no Shorthorn e ΔF variando entre 1,50 no Angus e 3,92 no Devon; (2) avaliar estratégias de imputação de genótipos utilizando dados de Braford e Hereford através de painéis de baixa densidade (3K, 6K, 8K, 15K e 20K) para os painéis de 50K e 777K. Para o painel de 777K, também foram utilizados na imputação os painéis de 50K, 90iK e 90tK. Os resultados indicaram que, com exceção do painel de 3K, todos os demais painéis de baixa densidade poderiam ser utilizados como base visando à imputação para o painel de 50K e também que os painéis de média densidade (50K, 90iK e 90tK), poderiam ser utilizados como base na imputação para o painel de 777K. Esses painéis mostraram-se eficientes e possuem, em geral, custos compatíveis com a atividade pecuária; (3) avaliar a acurácia de predição dos valores genômicos utilizando alguns painéis de baixa densidade (8K e 15K)

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Suplemento Especial - Agenda Científica

imputados para o painel de 50K, relacionando os resultados com o uso do painel original de 50K. A acurácia do valor genômico direto (DGV) e do valor genético genômico (GEBV) com o valor genético (EBV) utilizando painéis imputados ou não, indicaram que não houveram diferenças em acurácia e as perdas em acurácia por utilizar os painéis imputados ficaram entre -0,0002 e -0,0021 dependendo do painel, do cenário e da característica analisada; (4) usar marcadores moleculares na seleção genômica testando dois métodos BLUP (procedimento de passo único ou de multi passo) com dados simulados de bovinos de corte. Os resultados demonstraram, com base nos parâmetros estudados, igualdade de resultados entre os dois procedimentos; (5) avaliar a viabilidade do uso da seleção genômica usando dados de campo de animais Braford e Hereford, testando os dois métodos BLUP (passo único e multi passo). Os resultados com base nos parâmetros estudados, mostraram que as acurácias de predição do DGV e do GEBV foram iguais nos dois procedimentos, porém no método multi passo as predições genômicas foram menos viesadas.

Título

Efeito do ácido linoleico conjugado e da luteína no desempenho e na resposta imune de frangos de corte Título alternativo

Effects of conjugated linoleic acid and lutein on the growth performance and immune response of broiler chickens Pesquisador:

Mariana Lemos de Moraes

Orientador:

Andréa Machado Leal Ribeiro

Data da defesa:

31 de março de 2015

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Assuntos:

CLA, desempenho, frango de corte, imunidade, LPS, luteína Resumo:

Tanto a luteína quanto o ácido linoleico conjugado (CLA) são nutrientes que já demonstraram efeitos benéficos na modulação do sistema imune em dife48

rentes modelos experimentais, porém o uso de ambos em conjunto ainda não foi explorado. O CLA é incorporado nas membranas celulares e hipotetiza-se que a luteína, com seu potencial antioxidante, possa proteger a estrutura do CLA em situações de estresse oxidativo. Outra razão para se pensar na interação entre estes nutrientes é que já foram observados de forma individual, efeitos modulatórios do CLA e da luteína sobre receptores celulares que atuam em conjunto e possuem papel chave na regulação da resposta imune (receptores PPAR e RXR). Objetivou-se com o presente estudo avaliar o efeito da suplementação dietética de CLA e luteína no desempenho e na resposta imune de frangos de corte de 1 a 22 dias de idade. Foram testados 3 níveis de inclusão de CLA (0, 1 e 2%) em conjunto com luteína (0 e 50 mg/kg) na presença ou ausência de desafio imunológico com LPS. O CLA e a luteína apresentaram efeitos imunomodulatórios positivos, porém, não foi observada interação entre ambos os nutrientes para as avaliações relacionadas ao sistema imune. O CLA, adicionado em 2% na dieta, elevou a produção de IgY em resposta ao estímulo com albumina de soro bovino (BSA) e também foi capaz de aumentar a expressão de RXRα no fígado. A luteína diminuiu o óxido nítrico plasmático e também a expressão de TLR-4 no baço e de IL-1β e IL-12 no fígado apesar de ter aumentado a expressão de TLR-4 hepática. O desafio com LPS estimulou a resposta inflamatória aguda, evidenciado pela queda no ganho de peso, pelo aumento da relação fígado:peso corporal, pelo aumento na expressão de IL-1β e IL-12 hepáticos e diminuição na expressão de PPARα no duodeno e fígado e de PPARγ e RXRα no baço. Entretanto, nem a luteína e nem o CLA foram capazes de reverter ou atenuar os efeitos causados pelo desafio com LPS. Para desempenho, uma forte interação entre CLA e luteína foi observada, de forma que a suplementação com 1 ou 2% de CLA pioraram o peso corporal, o ganho de peso e a eficiência alimentar de 1 a 20 dias de idade, mas estes efeitos foram revertidos quando a luteína foi incluída na dieta com 1% de CLA. Concluiu-se que o CLA teve efeito benéfico sobre a resposta imune humoral, na dependência da sua dose. A luteína se mostrou como nutriente anti- inflamatório e também capaz de reverter o efeito negativo da inclusão dietética de 1% de CLA sobre o desempenho de frangos de corte.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Influência da obesidade, restrição energética e castração na microbiota intestinal de cães e gatos Título alternativo

Influence of obesity, energy restriction and neutering on the gut microbiota of dogs and cats Pesquisador:

Manuela Marques Fischer

Orientador:

Alexandre de Mello Kessler

Data da defesa:

30 de setembro de 2015

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Assuntos:

Microorganismos, perda de peso, saúde gastrointestinal

concentrações séricas foram analisadas: glicose, colesterol, triglicerídeos, albumina, creatinina, fosfatase alcalina (FA), alanina aminotransferase (ALT), proteínas totais (PT), insulina e leptina. As amostras de fezes foram analisadas para determinar a abundância de Bacteroidetes e Firmicutes. As concentrações de triglicerídeos, colesterol, albumina, FA, ALT e PT foram maiores (P<0,05) nos cães obesos quando comparados aos magros. Bacteroidetes foi mais abundante (P<0,001) nos magros e Firmicutes não diferiu entre os grupos (P>0,05). Após a perda de peso, os níveis de colesterol e PT e a abundância de Bacteroidetes permaneceram inalteradas estatisticamente. Conclui-se então que, nos modelos testados, há diferenças na microbiota fecal entre os grupos dos estudos realizados. Entretanto, no estudo com os gatos a obesidade pareceu não influenciar o crescimento das diferentes populações de microorganismos.

Resumo:

Os métodos de tratamento para a obesidade em cães e gatos focam na restrição calórica, seja restringindo a ingestão de alimento ou alimentando o animal com dietas hipocalóricas. Entretanto, esses métodos frequentemente falham, sendo necessárias estratégias alternativas para promover a perda de peso. O objetivo desse estudo foi investigar as diferenças na microbiota fecal entre animais magros e obesos e determinar se a castração e/ou a perda de peso estão associadas com mudanças na população microbiana. No primeiro experimento, a composição da microbiota fecal foi avaliada nos gatos magros inteiros, magros castrados e obesos castrados, antes e depois da perda de peso. Os gatos obesos foram submetidos a seis semanas de restrição energética e apresentaram redução na massa gorda após a perda de peso (P<0,001), embora o peso corporal não tenha mudado (P>0,05). Firmicutes, seguido de Bacteroidetes foram os filos predominantes em todos os grupos. O grupo dos magros castrados tiveram o perfil de bactérias que era esperado para os obesos, com maior abundância de Firmicutes e menor de Bacteroidetes (P<0,05). Não foram observadas diferenças entre os grupos magros inteiros e obesos castrados. A população microbiana dos gatos obesos mostrou poucas alterações com a perda de peso. No segundo experimento, o teste foi realizado quando os cães estavam magros, após consumo ad libitum para promover o ganho de peso e após a perda de peso. As seguintes

Título

Recuperação de pastagens naturais degradadas por sobrepastejo, por meio do diferimento Título alternativo

Restoration of overgrazed natural grassland by temporary grazing exclusions

Pesquisador:

Jean Kássio Fedrigo

Orientador:

Carlos Nabinger

Data da defesa:

27 de abril 2015

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Assuntos:

Intensidade de pastejo, banco de sementes do solo, diversidade taxonômica, grupos funcionais. Resumo:

A herbivoria em pastagens naturais apresenta papel de destaque no direcionamento das dinâmicas vegetacionais, determinando modificações na estrutura da vegetação, nos padrões de biodiversidade e na produtividade do sistema. Essas alterações, que de modo geral contribuem para a sustentabilidade dos ecossistemas em níveis moderados de intensidade de pastejo, podem dar origem a processos de degradação ambiental quando a lotação animal uti-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

lizada é superior à capacidade de suporte das pastagens. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a capacidade de recuperação dos padrões de diversidade, composição botânica, biomassa de forragem, altura do pasto, interceptação luminosa e do banco de sementes de uma pastagem natural degradada por sobrepastejo, por meio do diferimento, tomando como base uma área de referência. Três tratamentos baseados em exclusões estacionais do pastejo (Diferimento de Primavera, Diferimento de Outono e Pastoreio Contínuo) com três repetições foram aplicados simultaneamente em áreas manejadas por um longo período com duas intensidades de pastejo: severa e moderada (utilizada como área de referência). A pastagem manejada com pastejo severo apresentou rápida alteração na composição botânica e nos padrões de diversidade em resposta ao diferimento. Depois de dois anos de exclusões temporárias do pastejo, a composição botânica da vegetação estabelecida e do banco de sementes dessa área sofreu alterações nos grupos funcionais de gramíneas na direção das espécies características da comunidade vegetal sob pastejo moderado. Também foram verificados importantes incrementos na biomassa de forragem, altura e interceptação luminosa. A comunidade vegetal sob pastejo moderado apresentou maior equilíbrio entre diferentes grupos funcionais de plantas, especialmente entre espécies com hábitos de crescimento prostrado e cespitoso. Essa condição favoreceu o aparecimento de estrutura espacial na distribuição das espécies de plantas, maior diversidade, riqueza e melhores condições estruturais do pasto. O diferimento realizado na moderada intensidade de pastejo proporcionou dominância de espécies cespitosas, determinando decréscimo na diversidade e riqueza de plantas. As épocas de diferimento apresentaram padrões de resposta semelhantes dentro de cada intensidade de pastejo, com magnitude superior para o diferimento de primavera. Os resultados revelam a importância do diferimento do pastejo como uma ferramenta para a recuperação de pastagens degradadas por sobrepastejo.

Título

Emissão de metano por bovinos sob níveis de oferta de forragem em pastagem nativa do Bioma Pampa 50

Título alternativo

Methane emissions by cattle under Herbage allowance levels in Pampa Biome grassland Pesquisador:

Ian Machado Cezimbra

Orientador:

Paulo César de Faccio Carvalho

Data da defesa:

30 de janeiro de 2015

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Assuntos:

Gás de efeito estufa, pasto nativo, n-alcano, hexafluoreto de enxofre Resumo:

O trabalho foi conduzido na EEA-UFRGS, em Eldorado do Sul/RS, entre dez/2011 e nov/2013 com o objetivo de estudar o efeito da estrutura do pasto no consumo de matéria seca e na emissão de metano e relacionar essa emissão com o desempenho animal em pastagem nativa submetida a níveis de oferta diária de forragem de 4, 8, 8.12, 12 e 16 kg de MS/100 kg de PV, ou %PV. Esses tratamentos foram distribuídos num delineamento experimental de blocos com duas repetições. Em pastoreio contínuo foram utilizadas novilhas mestiças com 24 meses de idade e 223 ± 24 kg em 2012 e 12 meses e 274 ± 17 kg em 2013 quando da entrada dos animais no protocolo experimental. As variáveis para descrever a estrutura do pasto foram: massa de forragem, taxa de acúmulo de forragem, altura do pasto e frequência de touceiras. Na avaliação de consumo de matéria seca utilizou-se a técnica dos n-alcanos a partir da teoria do duplo n-alcano. As emissões de metano foram estimadas pela técnica do marcador hexafluoreto de enxofre. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos com duas repetições. As ofertas 4 e 8% emitiram menores quantidades de CH4/animal que as ofertas de forragem 16, 12 e 8.12% do PV. Os modelos estudados demonstraram que a variabilidade das emissões é explicada, em maior proporção, pelo conjunto de estrutura do pasto (R2=0.53), e que a relação entre emissão de CH4 e consumo de matéria seca foi altamente significativa (P<0.001), porém o consumo explicou a variância dos dados em proporção limitada (R2= 0.20). Anualmente a emissão de CH4 foi determinada por mudanças no consumo e na estrutura do pasto, principalmente, na taxa de acúmulo de forra-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

gem. Com baixa taxa de acúmulo, principalmente no inverno, há maior gasto de energia para realização da metanogênese. A relação observada entre a quantidade de CH4 emitido por kg de MS consumida em função do consumo diário de MS apresentou comportamento inversamente proporcional. O aumento da OF até níveis moderados de intensidade de pastejo proporcionam maiores GPV e maiores emissões de CH4 por animal que oferta de forragem baixa. Porém as ofertas de forragens alta e moderadas (16,12 e 8.12 ) emitiram menor quantidade de metano por área e por kg de peso vivo produzido. Portanto a busca por estruturas de pasto ideal através de manejos com intensidades de pastejo moderadas aliada a altas taxas de acúmulo do pasto, formam ambientes de pastejos na qual os bovinos mitigam metano por kg de MS consumida, por ha e por kg de PV produzido.

Título

Parâmetros hematológicos e conteúdo de ferro nos ovos de reprodutoras pesadas alimentadas com diferentes níveis e fontes de ferro Título alternativo

Hematological parameters and iron content in eggs of broiler breeder hens fed different iron levels and sources

Pesquisador:

Diogo Taschetto

Orientador:

Sergio Luiz Vieira

Data da defesa:

31 de março de 2015

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Assuntos:

-

meçando com 47 semanas de idade. Foram avaliados a produção de ovos, produção de ovos incubáveis, peso dos ovos, percentuais de gema, albúmen e cascas, gravidade específica, alturas de gema e albúmen, unidade Haugh, cor da casca dos ovos, espessura de casca, conteúdo de Fe na gema, hemoglobina e hematócrito das matrizes e dos pintos no momento da eclosão. Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com 2 efeitos principais, fontes e níveis de Fe, repetidos em 6 períodos. Foram calculadas equações de regressão para cada variável. O sulfato ferroso foi superior para percentual de gemas e hemoglobina das matrizes e dos pintos, enquanto que o Fe-AA foi melhor para percentual de albúmen e gravidade específica dos ovos. As aves responderam de forma positiva às inclusões de Fe para qualidade de ovo e os parâmetros sanguineos, e ao longo do tempo notou-se uma diminuição na qualidade dos ovos e nos parâmetros hematológicos dos pintos, enquanto que a hemoglobina e o hematócrito das matrizes aumentou. A análise de regressão foi significativa revelou as maiores respostas para os níveis de Fe da dieta de 181,5; 56,2; 68,0; 75,1; 113,3; 118,6; 115,5; 132,9; 134,3; 123,4 e 116,0 ppm para peso dos ovos, percentual de gema albúmen e casca, altura de albúmen, unidade haugh, espessura de casca, conteúdo de ferro na gema, e coloração das casca para os índices de luminosidade, vermelho e amarelo respectivamente. Para as variáveis produção de ovos, ovos incubáveis, hemoglobina e hematócrito das matrizes e dos pintos, foram calculadas equações de regressão para cada fonte, com pontos de máxima para os níveis de 97,97; 96,74; 152,26; 152,26; 119,36 e 119,46 ppm de Fe com sulfato ferroso, e 152,26; 152,26; 131,99; 149,86; 125,62 e 102,26 ppm com o Fe-AA respectivamente.

Resumo:

A presente tese tem como objetivo reavaliar a exigência de ferro (Fe) para matrizes pesadas. Foram alojadas 260 matrizes em gaiolas individuais pintadas com tinta eletrostática e alimentadas com uma dieta controle semipurificada contendo 27,26 ppm de Fe, e sobre esta foram acrescentados 5 níveis de suplementação de Fe (25, 50, 75, 100 e 125 ppm) a partir de duas fontes, sulfato ferroso e complexo Fe-aminoácido, durante 6 períodos de 28 dias, co-

Título

Suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada em dietas com redução protéica para frangos de corte Título alternativo

Branched chain amino acids supplementation in diets with protein reduction for broilers chickens

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Daniel José Antoniol Miranda

Orientador:

Sergio Luiz Vieira

Data da defesa:

março de 2015

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Assuntos:

Frango de corte, proteína, aminoácidos, valina, isoleucina Resumo:

Esta tese foi realizada objetivando comparar 4 programas alimentares, em dietas à base de milho e farelo de soja, formuladas com ou sem restrição de proteína bruta (PB), suplementadas ou não com L-Val e L-Ile, e usando diferentes níveis de lisina digestível (dig.). Os programas alimentares (PRG) foram: PRG 1, PB limitada a um mínimo (22,4, 21,1, 19,8, 18,4% para as fases pré-inicial, inicial, crescimento e final, respectivamente, com relações de AA:Lis definidos apenas para Met+Cis (0,72) e Tre (0,65); PRG 2, a PB não foi restrita e as relações estendidas para Val (0,77) e Ile (0,67); PRG 3, mesmas restrições do PRG 2 e suplementadas com L-Val; PRG 4, mesmas restrições do PRG 3, e suplementadas com L-Ile. Dois experimentos foram realizados, um com 1.800 e outro com 4.800 pintos machos Cobb x Cobb 500 de 1 dia de idade. No primeiro experimento, as rações foram formuladas usando os 4 PRG e níveis de Lis dig. de 1,324%, 1,217%, 1,095% e 1,006% ou 5% maiores, para cada fase, totalizando 8 tratamentos e 9 repetições cada. Para o segundo experimento, os 4 PRG foram utilizados até 1-21 d, totalizando 4 tratamentos com 48 repetições. E de 22 a 42 dias, cada PRG foi subdividido nos 4 PRG, passando cada PRG da fase anterior a receber todos os 4 PRG para as fases de crescimento e final, totalizando 16 tratamentos com 12 repetições cada. Não houve interação entre os tratamentos em ambos os experimentos, com exceção para o ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) de 36 a 43d, no primeiro experimento, onde aves alimentadas com PRG 2 demonstraram melhorias no GP e CA quando alimentadas com um aumento de 5% no nível de Lis. Também, o GP e a CA acumulados aos 35 e 43d foram melhores quando as aves foram alimentadas com o PRG 2, sem diferença estatística para o PRG 3 e 4. Um aumento em 5% no nível de Lis dig. resultou na melhoria da CA acumulativa 52

aos 43d. A gordura abdominal, como porcentagem da carcaça eviscerada aos 43d, foi maior para as aves alimentadas com a PRG 1. No segundo experimento, as aves alimentadas com PRG 2 tiveram melhor CA de 22 a 42d e de 1 a 42d, mas sem diferença estatística para os PRG 3 e 4. As aves alimentadas com PGR 1 de 1 a 42d apresentou o menor GP e o pior CA sem diferenças entre os PGR 2 e 3, e os PGR 3 e 4, respectivamente. Os dados do presente estudo demonstram que a suplementação de dietas para frangos de corte com fontes sintéticas dos cinco primeiros AA limitantes permitiram resultados de desempenho semelhantes a uma dieta com PB restrita a um valor mínimo.

Título

Modelos e metodologias para estimação dos efeitos genéticos fixos em uma população multirracial angus x nelore Título alternativo

Models and methodologies to estimate fixed genetic effects estiimation in a crossbred population angus x nelore Pesquisador:

Claudia Damo Bértoli

Orientador:

José Braccini Neto

Data da defesa:

13 de fevereiro de 2015

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Assuntos:

Bovinos de corte cruzados; complementariedade; efeitos genéticos; heterose; perdas epistáticas regressão de cumeeira Resumo:

Os objetivos deste trabalho foram estimar os efeitos genéticos fixos atuando sobre uma população sintética e testar diferentes modelos e metodologias neste processo de estimação. Os efeitos genéticos fixos testados foram os efeitos aditivos direto e materno de raça e não aditivos diretos e maternos de heterose, perdas epistáticas e complementariedade. Os modelos testados incluem alternada e conjuntamente todos estes efeitos. As metodologias de regressão de cumeeira e regressão por quadrados mínimos foram

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Suplemento Especial - Agenda Científica

comparadas assim como dois métodos distintos para determinação do ridge parameter. Uma população sintética, envolvendo as raças Angus e Nelore foi utilizada. Foram utilizados 294.045 registros de desmame e 148.443 registros de sobreano de uma população sintética envolvendo as raças Angus e Nelore. Foram estudadas as seguintes características: ganho de peso do nascimento ao desmame (WG), escores de conformação (WC), precocidade (WP) e musculatura (WM) coletados ao desmame, ganho de peso do desmame ao sobreano (PG), escores fenotípicos de conformação (PC), precocidade (PP) e musculatura (PM) e perímetro escrotal (SC) coletados ao sobreano. Na maioria das análises, os efeitos genéticos fixos estimados foram estatisticamente significativos. O modelo completo, incluindo todos os efeitos genéticos fixos foi o mais indicado nas duas metodologias testadas. Na estimação por regressão de quadrados mínimos, o modelo mais parcimonioso foi o que incluiu apenas os efeitos aditivos de raça e não aditivos de heterose (dominância) e na estimação por regressão de cumeeira o mais parcimonioso foi o aquele que incluiu, além dos dois já referidos, os efeitos não aditivos de perdas epistáticas. As metodologias mostraram-se equivalentes, para os modelos que incluíram apenas efeito aditivo de raça e não aditivo de heterose. Todavia com a inclusão dos efeitos não aditivos de perdas epistáticas e/ou complementariedade, a regressão de cumeeira mostrou-se mais indicada até o momento em que os dados atingiram um determinado volume e estrutura, com grande parte das classes de composições raciais representadas na amostra e, a partir daí os modelos se mostraram equivalentes. Na comparação entre os métodos de determinação do ridge parameter, o mais indicado foi o método que identifica o menor valor possível que produz fatores de inflação de variância abaixo de 10 para todos os regressores estimados.

Título

Simulação da sustentabilidade econômica e ambiental em três sistemas de produção de bovinos de corte do RS Título alternativo

Simulation of the economic and environmental sustainability on three rs statebeff production systems

Pesquisador:

Carolina Heller Pereira

Orientador:

Harold Ospina Patino

Data da defesa:

30 de julho de 2015

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Assuntos:

Pecuária, pastagem natural, soja, suplementação Resumo:

Na produção agropecuária, os impactos ambientais relacionados com a produção de gases do efeito estufa (GEE), o uso da água, uso de energia e uso da terra são grandes preocupações globais. Pouca informação existe sobre a sustentabilidade ambiental e econômica dos sistemas de produção em pastagem natural do sul do Brasil. Objetivou-se com esta pesquisa avaliar através de simulações no modelo computacional biológico, IntegratedFarm System Model, a produtividade animal, custos de produção e retorno financeiro, bem como apegada de carbono (PC), pegada de nitrogênio (PN), pegada da água e pegada de energia, de três sistemas de produção de bovinos de corte do Rio Grande do Sul (RS). As simulações foram realizadas utilizando dados reais de sistemas de produção que trabalham com bovinos de corte da raça Angus criados em pastagem natural (PN), com baixa suplementação (PNS), e PNS combinada com lavoura de soja (PNSI). A produtividade animal em kg/ha/ano foi 44% maior para os sistemas PNS e PNSI, quando comparado com PN. Mesmo que o custo de produção por hectare foi menor para PN (US $ 78.14) em comparação a PNS (US$ 99.98) e PNSI (US$ 142.00), o PNS e PNSI obtiveram um rendimento líquido por hectare (US$/ha), 70% e 220% maior, respectivamente, quando comparado com NP. Isto ocorreu em razão da maior produção de carne em consequência da suplementação com grão e também devido à diversificação com culturas rentáveis como a soja. A pegada de carbono (PC) (kg de equivalente CO2/kg de peso vivo ganho (PVG) foi 48% e 37% menor (P<0.0001) em sistemas PNSI e PNS, respectivamente, quando comparado a PN. Além disto, a PC foi 18% menor em PNSI em comparação a PNS, provavelmente devido ao maior sequestro de GEE pela planta (soja) nas condições de solo e clima avaliados. No entanto, a maior contribuição para a redução da PC foi devido à suplementação. PNS

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Suplemento Especial - Agenda Científica

apresentou menor (P<0.0001) pegada de nitrogênio em comparação a PN e PNSI. Apegada de nitrogênio (kg N/kg PVG), pegada de água (Mg H2O/kg PVG), pegada de energia (MJ/kg PVG) foram aumentadas (P<0.0001) no sistema PNSI em comparação a PNS e PN. A melhoria da eficiência produtiva, em consequência da suplementação reduziu a PC/kg de PVG e por hectare. No entanto, com a compra de fertilizantes para lavoura e grãos para alimentação animal, houve um aumento da pegada de água e pegada de energia. A suplementação em pastagem natural nos específicos cenários avaliados pode ser considerada uma prática de baixo impacto ambiental, que quando integrado com a soja, poderá trazer um maior retorno econômico para a atividade agropecuária.

Título

Emissão de metano e comportamento ingestivo de bovinos de corte em pastagem natural com diferentes níveis deintensificação Título alternativo

Methane emission and feeding behaviour of beef cattle in natural grassland with different intensification levels

Pesquisador:

Bruna Moscat de Faria

Orientador:

Ênio Rosa Prates

Data da defesa:

31 de março de 2015

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Assuntos:

Bioma Pampa, desempenho, deslocamento, gás efeito estufa, hexafluoreto de enxofre, n-alcanos Resumo:

O estudo foi realizado em área pertencente a Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, com o objetivo de avaliar a emissão de metano, consumo a pasto, desempenho, e comportamento ingestivo de novilhos de corte em pastagem natural (CN), pastagem natural fertilizada com nitrogênio (CNA) e pastagem natural fertilizada com nitrogênio e sobressemeada com Lolium multiflorum e Trifolium pratense (CNM). O delineamento foi inteiramente casualizado com três repetições. Foram utilizados novilhos da raça 54

Hereford em pastoreio contínuo com lotação variável para atingir oferta diária forragem de 12 kg MS 100 kg PV- 1 (12% PV). Para o primeiro artigo, as avaliações foram feitas no verão, outono, inverno e primavera de 2013. As emissões de metano foram estimadas pela técnica do gás marcador hexafluoreto de enxofre. Para avaliação do consumo foi utilizada a técnica dos n-alcanos. Para o segundo artigo, avaliações com GPS foram feitas na primavera de 2013, outono e primavera de 2014. A localização e o deslocamento dos animais foram registrados, e avaliações visuais das atividades dos animais foram feitas a cada 10 minutos, do nascer ao pôr-do-sol, durante dois dias consecutivos em cada época. Os animais apresentaram bom desempenho ao longo do ano, com ganhos médios diários de 0,272, 0,467 e 0,514 kg para os tratamentos CN, CNA e CNM, respectivamente. As maiores emissões de metano foram durante a primavera. O CN apresentou maior quantidade de metano emitida por kg de ganho de peso (577,94, 337,69 e 387,18 g CH4 kg GPV-1 para o CN, CNA e CNM, respectivamente). Animais em CN passaram mais tempo em atividade de pastejo do que aqueles em CNA e CNM. Durante as épocas, menor atividade de pastejo foi na primavera de 2013 em comparação com outono de 2014 e primavera de 2014. Para as variáveis tempo em ruminação e em outras atividades não houve diferença nem para tratamentos nem para época de avaliação. Para o deslocamento, não houve diferença entre os tratamentos, entretanto houve efeito para as estações avaliadas, onde os animais caminharam menos no outono de 2014 comparado a primavera de 2013 e 2014. As estações do ano afetaram mais o consumo de MS e a emissão de metano que os níveis de intensificação. No entanto, considerando o desempenho dos animais, a inclusão de insumos permite menor emissão de metano por quilo de ganho de peso.

Título

Fatores nutricionais e não nutricionais que afetam a produção e composição do leite bovino Título alternativo

Nutritional and non-nutritional factors affecting the bovine milk yield and composition

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Alexandre Süsenbach de Abreu

Orientador:

Vivian Fischer

Data da defesa:

29 de abril de 2015

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Assuntos:

Sistemas de produção, estresse térmico, estabilidade, queijos Resumo:

Foi conduzido um experimento para caracterizar as unidades de produção leiteira de duas regiões do Estado de Santa Catarina (Oeste e Sul), quanto ao rebanho, à infraestrutura para ordenha e conservação do leite, estratégias de alimentação e características físico-químicas do leite. Foram aplicados questionários aos produtores e realizadas coletas mensais de leite durante 11 meses, totalizando 1034 observações. Posteriormente foi realizado um experimento para avaliar a inclusão de níveis crescentes de feno de tifton 85 (Cynodon dactylon) em substituição à silagem de milho nas proporções feno: silagem de 80:20; 60:40 e 40:60, respectivamente sobre a produção leiteira e as características físico-químicas do leite de 21 vacas Jersey durante 28 dias. Complementarmente foram realizados três experimentos na estação quente para avaliar o efeito do provimento de sombra sobre as características produtivas, fisiológicas e metabólicas das vacas leiteiras e os atributos físicoquímicos do leite. Foi realizado um experimento em um laticínio da região sul de Santa Catarina para avaliar a produção de queijos tipo prato quanto as características físico-químicas e rendimento utilizando leite cru com baixa, média e alta estabilidade ao teste do álcool. A análise estatística dos dados foi efetuada com o programa SAS (2001), usando análise descritiva, avaliando a frequência de ocorrência das observações, correlação, análise de variância e regressão. O nível de produção das propriedades das regiões oeste e sul foi relacionado às características de área, número de animais no rebanho, produtividade das vacas, uso de salas de ordenha. Entretanto, existe variabilidade nas características ligadas à infra-estrutura e manejo das unidades de produção como alimentos usados, práticas de ordenha e instalações além da proporção das categorias do rebanho e raça entre as regiões. De modo geral as diferenças quanto à composição

físico-química do leite foram maiores entre as regiões que entre as escalas de produção. A inclusão de 20 a 60% de feno de tifton 85 em substituição à silagem de milho não modificou o peso e escore corporal, produção leiteira e as características físico-químicas do leite. No estresse calórico moderado a severo, a privação de sombra diminuiu a produção leiteira, a estabilidade do leite, a densidade e os teores de proteína bruta, mas aumentou acidez titulável e os teores de gordura e nitrogênio ureico. Houve efeitos positivos do provimento de sombra sobre os aspectos fisiológicos, hematológicos, sobretudo em estresse moderado a severo, mas mesmo em estresse leve, o acesso à sombra manteve melhor as condições metabólicas como equilíbrio ácido-básico e reduziu o dano ao DNA. A estabilidade no teste do álcool de 72 a 76% não alterou as características físico-químicas e de rendimento do queijo tipo prato.

Título

Modelo de regressão aleatória como alternativa ao modelo de lactação na raça holandesa no Brasil Título alternativo

Random regression model as alternative to the lactation model for holstein cattle in Brazil

Pesquisador:

Alessandro Haiduck Padilha

Orientador:

Jaime Araújo Cobuci

Data da defesa:

03 de março de 2015

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Assuntos:

Resumo:

O presente estudo teve como objetivos comparar: (i) modelos de regressão aleatória ajustados por polinômios de Legendre considerando diferentes de registros de produção no dia do controle por lactação, (ii) qualidade do ajuste dos modelos de regressão aleatória e modelos de lactação aos 305 dias para produção de leite(iii) qualidade do ajuste dos modelos de regressão aleatória e modelos de lactação aos 305 dias para produção de gordura e proteína. Foram usados dados de produção de vacas de primeira lactação co-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

letados pelos Serviços de Controle Leiteiro e Genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH) compreendidos entre 1990 e 2011. Foram formadas quatro estruturas de dados ao restringir vacas com pelo menos 4, 6, 8 e 10 e máximo de 11 registros de produção de leite no dia do controle por lactação. Nessas estruturas foram usados modelos de regressão aleatória com polinômios de Legendre de terceira a quinta ordem. Paralelamente, uma base ou estrutura com pelo menos 6 registros de produção de leite, de gordura e proteína por lactação e uma base com registro de produção de leite, gordura e proteína em até 305 dias da lactação foram formados, sendo usados modelos de regressão aleatória de quarta e quinta ordem e modelos de lactação aos 305 dias, respectivamente.Todas as análises foram realizadas por meio da máxima verossimilhança restrita pelo programa REMLF90 nos sistemas IBM, ICE e SGI do CENAPAD-SP. Os valores de AIC, BIC, -2LogL e variância residual foram menores para os modelos de quinta ordem, porém os primeiros três ou quatro autovalores explicaram mais de 99% da variação total nos modelos com quarta e quinta ordem, conforme a estrutura de dados. Correlações de Spearman dos valores genéticos para P305 entre modelos com diferentes ordens polinomiais variaramde 0,99 a 1,00. Confiabilidades médias de valores genéticos de touros foram de 0.82, 0.80, 0.80 e 0.64 para estruturas com 4, 6, 8 e 10 registros. O ganho médio na confiabilidade dos valores genéticos para touros foi de 4% a 17% (leite), de 3% a 16% (gordura), e de 6 a 26% (proteina) maiores do que aqueles estimados pelo modelo de lactação. A diferenciação nas estruturas de dados alterou a confiabilidade dos valores genéticos de touros, conforme aumentou a restrição nos dados. Modelos de regressão aleatória são mais acurados que modelos de lactação para ajustar registros de produção de leite, gordura e proteína de animais da raça Holandesa no Brasil.

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