NRE v.13 n.1 2016

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Revista Eletrônica

© 2016 Nutritime Revista Eletrônica Nutritime Revista Eletrônica www.nutritime.com.br Praça do Rosário, 01 Sala 302 - Centro - Viçosa, MG - Cep: 36.570-000 A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda, com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

Editora Responsável: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa Editora Técnica: Juliana Maria Freitas Teixeira Brito Conselho Científico: Altivo José de Castro Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues

Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Projeto gráfico e diagramação: Carlos Joaquim Einloft É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo da NRE da em qualquer meio de comunicação, seja eletrônico ou impresso, sem a sua devida citação.


Caro leitor,

V

ocê reparou que mudamos a cor dominante da nossa capa nesta edição? É que com assim fica mais fácil de se diferenciar da edição anterior. E cada detalhe conta nesse contínuo processo de melhoria na qualidade ténica e científica do nosso periódico. Nesta edição, a primeira de 2016, voltamos a contar com 10 artigos, além do que a partir de agora também contaremos com a presença de suplementos especiais que, se não estiverem presentes em todos os volumes, aparecerão com alguma frequência, de forma esporádica. O suplemento presente nesta edição, intitulado “Agenda Científica” se refere aos resumos das teses apresentadas ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa para a obtenção do título de Doctor Scientiae. Como o próprio nome já indica, a ideia é contribuir para a divulgação e visibilidade da agenda da pesquisa científica a partir de centros de referência nacionais.

Não se esqueça que a revista, além desse formato em flipbook, continuará em sua plataforma tradicional, sendo passível de acesso e downloads dos artigos um a um via site pelo link www.nutritime.com.br. E, finalmente, mas não menos importante, destacamos que a Nutritime Revista Eletrônica sempre foi e pretende continuar sendo um periódico de submissão, publicação e acesso gratuitos, como uma iniciativa legítima de apoio à divulgação e circulação do conteúdo técnico científico. Ao final deste volume você encontrará as novas regras de submissão de manuscritos. Esperamos que o volume possa atender às expectativas dos nossos leitores, para os quais estamos sempre atentos às críticas e sugestões. Boa leitura. Comitê editorial

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Sumário 355 - Nutrição de frangos de corte adequada ao clima quente.................................................................. 4508 João Rafael de Assis, Denise Caragnato Parisotto, Rodrigo de Nazaré Santos Torres, Patrícia Luizão Barbosa 356 - Potencial do capim elefante para geração de bioenergia - revisão....................................................4518 Laylson da Silva Borges, Flávio Carvalho de Aquino, Amauri Felipe Evangelista 357 - Considerações sobre o consumo de água por bovinos...................................................................... 4524 João Pedro da Costa Alves Oliveira, Lúcio Carlos Gonçalves, Diogo Gonzaga Jayme, Thiago Henrique Fagundes Diniz, Frederico Patrus Ananias de Assis Pires, Isabella Hoske Gruppioni Côrtes, Diego Soares Gonçalves Cruz, Dalvana dos Santos, André Morais Moura 358 - A utilização de fitase na dieta de poedeiras....................................................................................... 4529 Carolina Schell Franceschina, Paula Gabriela da Silva Pires, Carolina Haubert Franceschi, Jennifer Veiga Mendes 359 - Integração lavoura-pecuária - revisão................................................................................................ 4535 Laylson da Silva Borges, Flávio Carvalho de Aquino, Amauri Felipe Evangelista 360 - Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios.......................................4542 Emizael Menezes de Almeida, Alan Soares Machado, Marcelo Marcondes de Godoy, Douglas Dijkstra, Fagner Machado Ribeiro, Fábio Alves Zanata, Lidiane de Oliveira Silva 361 - Estresse por calor na produção de frangos de corte.......................................................................... 4550 Thuany de Oliveira Navas, Helder Freitas de Oliveira, Fabyola Barros de Carvalho, José Henrique Stringhini, Marcos Barcellos Café, Paulo Hellmeister Filho 362 - Melhoramento Genético em Bovinos de Corte (Bos indicus)............................................................4558 Cicero Pereira Barros Júnior, Laylson da Silva Borges, Paulo Henrique Amaral Araújo de Sousa, Marcelo Richelly Alves de Oliveira, Diego Helcias Cavalcante, Tiago Vieira de Andrade, Claudemiro Duarte Barros, Severino Cavalcante de Sousa Júnior 363 - Fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede....4565 Caniggia Lacerda Andrade, Fabrício Sado Rodrigues, Karoliny dos Santos Castro, Marília Ferreira Pires, Sabrina Ferreira Pires 364 - Fisiologia digestiva e nutrição pós desmame em leitões................................................................... 4570 Letícia de Souza Santos, Alessandra Gimenez Mascarenhas, Helder Freitas de Oliveira


Nutrição de frangos de corte adequada ao clima quente Consumo, ganho de peso, ambiente.

João Rafael de Assis1 Denise Caragnato Parisotto2 Rodrigo de Nazaré Santos Torres3* Patrícia Luizão Barbosa1 Mestrando em Zootecnia, UFMT/ICAA-Sinop ² Mestrando em Ciências Ambientais, UFMT/ICAA-Sinop ³ Acadêmico do Curso de Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Sinop. *E-mail: Santostorre_13@hotmail.com.

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Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO A crescente demanda de alimento pela humanidade, deste em destaque as fontes de proteína, como a carne de ave que possui adequada relação de aminoácidos essenciais necessário para o organismo humano. A carne de ave não apenas se destaca pelas características química e organolépticas que são favoráveis ao seu consumo, como a crescente produção por área, que nos sistemas atuais possibilitam elevada produção. Dado destaque a enorme possibilidade de produção e mercado consumidor e necessário a todo momento adequação destas aves a sistemas de criação em climas tropicais, que apresentam perdas por estresse térmico um ponto de preocupação e atenção para expansão desta produção. Neste presente contexto a nutrição apresenta como favorável mecanismo de facilitação de crescimento nestas condições. Palavras-chave: Consumo, ganho de peso, ambiente.

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HEMATOLOGY AS A BIOMARKER OF ENVIRONMENTAL CONTAMINATION IN FISH ABSTRACT The increasing demand for food for humanity, this highlighted the protein sources such as meat bird that has adequate ratio of essential amino acids necessary for human body. The poultry not only stands out for chemical and organoleptic characteristics that are favorable to their consumption, such as increasing production per area, which in the current systems allow high throughput. Given highlight the enormous possibility of production and consumer market and must at all times adequacy of these birds to farming systems in tropical climates, which have losses from heat stress a point of concern and attention to expansion of production. In this context nutrition presents as favorable growth facilitation mechanism in these conditions. Keywords: consumption, weight gain, environment.


Artigo 355 - Nutrição de frangos de corte adequada ao clima quente

INTRODUÇÃO A avicultura brasileira tem apresentado notável desenvolvimento qualitativo e quantitativo nas ultimas décadas. Assim, com o fornecimento de uma fonte proteica saudável e de baixo custo, tornou-se possível que o consumo de carne de frango passasse de 14 para os atuais 29 Kg per capita, com alojamento em torno de 250 milhões frangos por mês. Contudo, muitos desafios continuam a surgir à medida que maiores índices produtivos vão sendo alcançados. Alta temperatura e umidade nos galpões constituem nos principais itens limitantes para que uma ótima produtividade possa ser alcançada, reduzindo o consumo de alimento e consequentemente prejudicando o desempenho dos frangos, além de aumentar a incidência de doenças metabólicas, como a síndrome da hipertensão pulmonar (ascite), bem como as taxas de mortalidade (MACARI et al., 2002). Sendo que, de acordo com HURWITZ et al. (1980) apud DIONELLO et al. (2002), o desenvolvimento máximo de frangos de corte adultos é alcançado em temperaturas entre 18 e 20°C, ocorrendo então elevadas mortalidades quando a temperatura ambiente excede 38°C. Dessa forma, para alcançar os melhores índices produtivos, faz-se necessário estar atento às interações entre os animais e o ambiente, buscando amenizar ao máximo os danos que possam vir a ocorrer em função da mesma, a fim de que os custos energéticos gerados pelos ajustes fisiológicos diante das altas temperaturas sejam os menores possíveis (MACARI et al., 2002). As aves, por serem animais homeotérmicos, mantêm a sua temperatura corporal por meio de mecanismos fisiológicos e comportamentais. O calor gerado pelos processos metabólicos e o recebido do ambiente devem ser dissipados do corpo da ave para o meio, a fim de que a homeotermia seja mantida. Essas trocas de calor são realizadas com gasto mínimo de energia em ambiente termoneutro. Entretanto, quando submetidas a altas temperaturas, as aves apresentam maior dificuldade em manter sua temperatura corporal, porque não têm glândulas sudoríparas e a camada isolante da cobertura de penas dificulta a troca de calor com o meio. O aumento da taxa respiratória é, portan-

to, o mecanismo termorregulatório mais eficiente para dissipar o calor corporal em condições de estresse de calor. Dessa maneira, o requerimento de energia para mantença das aves expostas a diferentes temperaturas ambientes pode ser alterado (OLIVEIRA NETO et al., 2000; BORGES et al., 2002). O menor consumo de ração observado em frangos de corte mantidos em estresse de calor é uma tentativa de reduzir a produção de calor metabólico. Essa redução do consumo de ração é acompanhada de piora no ganho de peso e na conversão alimentar, conforme constatado por BAZIZ et al. (1996) apud OLIVEIRA NETO et al. (2000). O peso da carcaça, o rendimento dos cortes nobres, a deposição de gordura abdominal (BAZIZ et al., 1996 apud OLIVEIRA NETO et al., 2000) e o peso das penas (GERAERT et al., 1996 apud OLIVEIRA NETO et al., 2000) e dos órgãos abdominais de frangos de corte também podem ser reduzidos pela alta temperatura ambiente. O maior crescimento está, no entanto, associado ao elevado custo energético e ao aumento da produção de calor metabólico, tornando as aves mais sensíveis às flutuações térmicas (MACARI, 2001 apud OLIVEIRA et al., 2011). Todavia, quando mantidas em ambiente livre de estresse térmico e com adequado consumo de nutrientes, as aves podem expressar seu máximo potencial para produção (OLIVEIRA et al., 2011). A nutrição é um ponto crítico na manutenção da homeostase imunológica, visto que a deficiência de micronutrientes produz grande espectro de danos, que incluem desde desordens clínicas decorrentes de deficiências severas a problemas funcionais sutis em deficiências subclínicas, que podem influenciar significativamente a saúde e sobrevivência animal (BHASKARAM, 2001 apud OBA et al., 2012). Para se obter ótimo desempenho das aves, além da preocupação com o ambiente térmico, é necessário que a proteína da dieta forneça níveis suficientes de aminoácidos essenciais e não-essenciais para permitir máxima síntese proteica e atender às exigências de outros processos metabólicos (JENSEN & FANCHER, 1989 apud OLIVEIRA NETO et al., 2007). É ainda recomendável manter uma relação adequada

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entre os aminoácidos da dieta para que sejam evitadas perdas energéticas decorrentes do desequilíbrio entre os aminoácidos, uma vez que, quando em excesso, os aminoácidos serão eliminados, exigindo gasto de energia no processo. Entretanto, a avicultura de corte moderna, para atingir melhores resultados econômicos e produtivos, precisa avançar não só nos aspectos genéticos, nutricionais e sanitários, mas também nos aspectos ambientais, que interferem diretamente na expressão do potencial genético, na eficiência de utilização de nutrientes e nos aspectos sanitários das aves (OLIVEIRA et al., 2006). Além da fundamental contribuição do melhoramento genético, o sucesso da avicultura de corte decorre, em grande parte, da nutrição. Nas últimas décadas, o ganho de peso médio diário aumentou de 20 para mais de 50 g/dia e a idade de abate reduziu de 12 para seis semanas (SILVA et al., 2005 apud OLIVEIRA NETO, 2007). Essa precocidade das linhagens modernas tem demandado constantes pesquisas sobre a real exigência de aminoácidos, principalmente os sulfurosos. O estresse causado pelo ambiente térmico influencia a produtividade dos animais por alterar sua troca de calor com o ambiente e modificar a taxa de consumo de alimentos, a taxa de ganho de peso corporal e, consequentemente, as exigências nutricionais (CURTIS, 1983 apud OLIVEIRA et al., 2006). Nesse processo, os fatores externos do ambiente (temperatura, umidade relativa, vento, radiação, etc.) tendem a produzir variações internas nas aves, influenciando a quantidade de energia trocada entre ave e ambiente, havendo, muitas vezes, a necessidade de ajustes fisiológicos para a ocorrência do balanço de calor (BAÊTA & SOUZA, 1998 apud OLIVEIRA et al., 2006). Sabe-se que altas temperaturas proporcionam menores rendimentos de peito e maior deposição de gordura na carcaça (AIN BAZIZ et al., 1996 apud OBA et al., 2012). Segundo FURLAN & MACARI (2002) apud OBA et al. (2012), a zona de conforto térmico das aves reduz de 35°C no nascimento para aproximadamente 24°C às 4 semanas para 21 a 22°C às 6 semanas de idade. 4510

A alta temperatura ambiente influencia diretamente a manutenção da homeotermia, com o consequente comprometimento do desempenho das aves, atribuído, principalmente, à ineficiência das aves em eliminar o excesso de calor corporal (DONKOH & ATUAHENE, 1988 apud OLIVEIRA et al., 2006). Entretanto, quando o animal é submetido à temperatura abaixo da região de conforto, ele destina parte da energia ingerida para gerar calor para manutenção da temperatura corporal, o que leva à redução da produtividade (McDOWELL, 1974 apud OLIVEIRA et al., 2006). A exposição dos animais a condições ambientais adversas promove respostas adaptativas como aclimatação, ocorrendo uma cascata de reações que culminam com a secreção de glicocorticoides, que atuam de forma antagônica ao desenvolvimento e à resposta imune dos animais (OBA et al., 2012). Além do desempenho, a temperatura ambiente modifica a retenção de energia, proteína e gordura no corpo animal e provoca diversas mudanças adaptativas fisiológicas, entre elas a modificação no tamanho dos órgãos, o que também contribui para alterar a exigência nutricional das aves, visto que o gasto de energia pelos tecidos metabolicamente ativos, como fígado, intestino e rins são maiores que aquele associado à carcaça (BALDWIN et al., 1980 apud OLIVEIRA et al., 2006).

REVISÃO DE LITERATURA Estudos de desempenho produtivo realizado por OBA et al. (2012) mostram que a temperatura do ambiente tem forte influência sobre as características produtivas, sendo que os menores índices (P<0,001) de ganho de peso (2,18 kg) e viabilidade (85,94%) foram apresentados pelas aves mantidas em ambiente de temperatura quente. O consumo de ração das aves mantidas sob temperatura fria e quente foram maiores e menores (5,32 e 4,07 kg, respectivamente; P<0,001). Esses dados atestam melhor (P<0,001) conversão alimentar para as aves mantidas em temperatura termoneutra e pior (P<0,001) para as aves mantidas em temperatura quente (1,72 vs 1,87). A principal consequência da exposição do animal ao calor é a redução na ingestão de alimento, visando reduzir a produção de calor endógeno (FURLAN &

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MACARI, 2002 apud OBA et al., 2012). Segundo AIN BAZIZ et al. (1996) apud OBA et al. (2012), nas aves estressadas por calor, a redução do ganho de peso é maior que a ingestão de alimento, pois parte da ingestão de energia metabolizável é usada para dissipação de calor, prejudicando a conversão alimentar. Outro mecanismo que pode ser observado durante o estresse por calor é o desvio de sangue do trato digestório para os tecidos periféricos (NOLAN et al., 1978 apud OBA et al., 2012), reduzindo dessa maneira a capacidade digestiva (WALLIS & BALNAVE, 1984 apud OBA et al., 2012). PUVADOLPIROD & THAXTON (2000) apud OBA et al. (2012) induziram o estresse em aves por meio de implante de bomba de ACTH (hormônio adrenocorticotrófico), que liberava este hormônio a 8 UI/kg peso corporal/dia durante sete dias. O ACTH tem a função de estimular a produção de corticosterona (MASHALY et al., 1998 apud OBA et al., 2012), que, segundo LITWACK & SINGER (1972), altera os níveis de várias enzimas digestivas. De acordo com PUVADOLPIROD & THAXTON (2000) apud OBA et al. (2012), o fornecimento de ACTH aumenta a ingestão de água, que causa diluição, promovendo mudanças no pH e na osmolaridade da digesta, além de aumentar a taxa de passagem. Em função disto, foi observada redução na digestão da matéria seca, proteína, energia bruta e carboidratos, comprovando que o estresse reduz a digestibilidade dos nutrientes e, consequentemente, o desempenho do animal. OLIVEIRA et al. (2006) verificaram que o GP (ganho de peso) das aves mantidas a 32ºC foi 21,3% menor

que o das aves mantidas em temperatura ambiente de 25ºC. Estes resultados estão em acordo com os verificados por COOPER & WASHBURN (1998) apud OLIVEIRA et al. (2006), que verificaram redução de 20 a 30% no GP das aves criadas em ambiente quente (32ºC), em comparação ao daquelas mantidas em ambiente termoneutro (21ºC), e com os de OLIVEIRA NETO (1999) apud OLIVEIRA et al. (2006), que também observaram redução de 27% no GP das aves mantidas em ambiente de calor em relação àquelas mantidas em conforto térmico. OLIVEIRA NETO et al. (2000), por sua vez, trabalhando com frangos de corte em ambientes de conforto (23ºC) e de calor (32ºC) recebendo quantidades iguais de ração, constataram diminuição de 16% no crescimento das aves com o aumento da temperatura ambiente. A diminuição no GP ocorrida a partir da temperatura estimada de 24,4ºC pode, em parte, ser explicada pela variação do consumo de ração (CR), que reduziu de forma quadrática (P<0,01) a partir da temperatura de 19,1ºC (Figura 2). O CR das aves mantidas a 32ºC foi 11,7% menor que o daquelas criadas a 25ºC (OLIVEIRA et al., 2006). A diminuição do consumo de ração e do ganho de peso observada nas aves submetidas à temperatura de 32ºC está de acordo com o relato de BAZIZ et al. (1996) apud OLIVEIRA et al. (2006) de que aves expostas a altas temperaturas diminuem seu consumo de ração para reduzir a produção de calor metabólico e manter a homeotermia, o que resulta em decréscimo do crescimento.

FIGURA 1. Efeito da temperatura ambiente sobre o ganho de peso (g) de frangos de corte machos no período de 22 a 42 dias de idade. (OLIVEIRA et al., 2006). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.1, p.4508-4517, jan/fev, 2016. ISSN: 1983-9006

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FIGURA 2. Efeito da temperatura ambiente sobre o consumo de ração (g) por frangos de corte machos no período de 22 a 42 dias de idade. (OLIVEIRA et al., 2006).

TABELA 1. Peso absoluto (g) e rendimento (%) de carcaça e de cortes nobres de frangos de corte aos 42 dias de idade mantidos sob diferentes temperaturas ambiente (OLIVEIRA et al., 2006). Temperatura do ambiente (°C) Parâmetro

16

20

25

32 CV (%)

CV (%)

Peso absoluto (g) Carcaça

1.476

1.627

1.789

1.561

7,23

Peito

448

483

523

417

8,8

Coxa

185

203

227

206

8,09

Rendimento (%)

CV (%)

Carcaça

77,9

77,9

79,7

81,7

2,16

Peito

30,6

29,8

29,4

26,6

5,25

Coxa

12,6

12,6

12,6

13,2

5,26

A temperatura ambiente influenciou (P<0,01) de forma quadrática o peso absoluto de carcaça, de modo que o maior valor foi obtido na temperatura estimada de 25,3ºC. O peso absoluto da carcaça das aves mantidas em temperatura ambiente de 25ºC foi 12,7 e 17,5% maior que o daquelas mantidas a 32 e 16ºC, respectivamente. O efeito negativo da alta temperatura (32ºC) sobre o peso absoluto de peito foi maior que o da baixa temperatura (16ºC). As reduções no peso absoluto do peito nas temperaturas de 32 e 16ºC corresponderam a 20,3 e 14,3% em relação à observada na temperatura de 25ºC. Efeito negativo da alta temperatura (32ºC) também foi observado sobre o rendimento de peito das aves, que reduziu 9,5% quando comparado ao das aves mantidas a 25ºC. Por outro lado, as aves mantidas sob 4512

baixa temperatura (16ºC) apresentaram rendimento de peito 4,1% maior que o daquelas mantidas a 25ºC, cujo valor foi similar ao das aves mantidas a 20ºC. Com os resultados de peso absoluto e de rendimento de peito e coxa, ficou evidenciada possível influência da alta temperatura no metabolismo de proteína, de modo que a deposição deste nutriente no tecido muscular da coxa revelou-se prioritária à do músculo de peito dos frangos. Este crescimento muscular diferenciado atribuído à alta temperatura pode estar relacionado às características das fibras musculares, que, no caso de peito, são predominantemente brancas, com menor demanda de irrigação sanguínea, e no da coxa, são predominantemente vermelhas e, portanto, mais irrigadas (OLIVEIRA et al., 2006). Os consumos de energia metabolizável (CEM) e proteína bruta (CPB) das aves não variaram significativamente entre os ambientes térmicos, o que pode ser explicado pelo fato de as aves, nos dois ambientes, terem consumido quantidades similares de ração. As aves submetidas ao estresse de calor apresentaram consumo de água 37% superior (P<0,01) às mantidas no ambiente termoneutro. A temperatura ambiente influenciou (P<0,01) o ganho de peso (GP), que foi 16% menor nas aves mantidas sob estresse de calor em relação às mantidas em conforto térmico. De forma similar ao GP, constatou-se que a alta temperatura (32ºC) determinou aumento (P<0,01) de 19% na conversão alimentar (CA) das aves (OLIVEIRA NETO et al., 2000). Algumas medidas podem ser tomadas para minimizar as perdas decorrentes do estresse calórico, poden-

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TABELA 2. Desempenho de frangos de corte no período de 22 a 42 dias mantidos em ambiente termoneutro e estresse de calor, recebendo a mesma quantidade de ração (OLIVEIRA NETO et al., 2000). Temperatura ambiente Variáveis

Termoneutro (23,3°C)

Estresse de calor (32,3°C)

Nível de EM (kcal/kg)

Nível de EM (kcal/kg)

3075

3300

Média

3075

3300

Média

Consumo água (mL)

4779

4947

4863b

8129

7399

7764a

Peso final (g)

1831

1882

1857a

1684

1684

1684b

Ganho de peso (g)

1042

1089

1066a

893

893

893b

Consumo ração (g)

2044

2020

2032

2025

2005

2015

Conversão alimentar

1,96

1,86

1,91b

2,27

2,25

2,26a

Consumo EM (kcal)

6285

6666

6476

6228

6618

6423

Consumo de proteína (g)

460

455

457

456

451

453

do-se citar, entre outras, a utilização de ventiladores e nebulizadores, manipulação da proteína e energia da dieta, aclimatação das aves, utilização de antitérmicos, ácido ascórbico, eletrólitos, manejo do arraçoamento e o manejo da água de bebida. Uma das consequências do estresse é a mudança no equilíbrio ácido-base com o aparecimento da alcalose respiratória. Assim, um dos métodos usados para o controle do estresse calórico é a manipulação química do equilíbrio ácido-base das aves através de compostos como bicarbonato de sódio (NaHCO3), cloreto de potássio (KCl), cloreto de cálcio (CaCl2) e cloreto de amônia (NH4Cl) na água e/ou na ração (BORGES, 1997 apud BORGES et al., 2003). A termotolerância também pode ser melhorada pela aclimatação com exposição dos pintos recém-nascidos (até 5 dias de idade) ao estresse por calor não letal (ARJONA et al., 1988 apud DIONELLO et al., 2002).

maior perda de calor (CAHANER et al., 1993 apud DIONELLO et al., 2002), sendo responsável pelo melhor comportamento dessas aves em condições de estresse pelo calor.

HAMDY et al. (1991) apud DIONELLO et al. (2002) verificaram que a exposição de pintos de corte a temperaturas entre 35 e 39°C nas primeiras 48 horas após a eclosão proporcionou a essas aves na fase adulta, quando expostas a regimes de temperaturas de 35 e 39°C, temperaturas corporais inferiores às aves do grupo controle (32°C). TEETER et al. (1992) apud DIONELLO et al. (2002) por sua vez, também constataram que aves aclimatadas ao calor apresen-

A necessidade energética também se constitui em um dos aspectos nutricionais mais influenciados pela temperatura ambiente, que, ao se elevar, reduz o consumo energético. No entanto, acima de 27 ou 28°C, o declínio é maior, uma vez que a ave está submetida ao estresse de calor e, consequentemente, à respiração ofegante, que, entre outros fatores, interfere no tempo destinado ao consumo de ração. O decréscimo no consumo de alimento dos frangos, quando a

tavam maiores temperaturas cloacais à termoneutralidade e menores temperaturas cloacais quando colocadas em ambientes de 35°C. Da mesma forma, aves com o gene Na, que confere aos animais redução no empenamento em até 30%, podem apresentar

temperatura ambiente aumenta até 27ºC, pode ser consequência da redução no requerimento de energia para mantença (HURWITZ et al., 1980; XAVIER, 1995 apud OLIVEIRA et al., 2000). Segundo BETERCHINI et al. (1991a) apud BARBOSA et al. (2008),

O cromo reduz o estresse térmico pela redução dos glicocorticoides, melhorando o desempenho, a qualidade da carne e a resistência a patógenos. Sendo que a absorção pelo organismo animal depende de sua forma de disponibilidade. Estudos realizados por OBA et al. (2012) mostram que os níveis de cromo não influenciam o ganho de peso e consumo de ração, porém a suplementação de 400 μg Cr/kg proporcionou melhor conversão alimentar em relação à suplementação de 1.200 μg Cr/kg (P≤0,024). A menor suplementação de cromo também promoveu maior viabilidade em relação à ausência de suplementação (95,42 vs 87,50; P≤0,050).

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o aumento de temperatura de 17,1 para 27,0ºC provoca, em frangos de corte no período de 29 a 42 dia de idade, redução linear no consumo de ração com reflexo de redução, também linear, no ganho de peso. Destacaram ainda que nessas condições, as aves não conseguem consumir quantidades de ração que proporcionem máximo desempenho. Considerando que as aves reduzem voluntariamente o consumo de alimento, à medida que a temperatura ambiente se eleva acima da faixa de conforto térmico, uma ração formulada para condições de termoneutralidade não seria adequada para atender as exigências energéticas das aves em ambiente de estresse de calor (OLIVEIRA et al., 2000).

que as rações foram fornecidas de forma controlada e em igual quantidade entre os tratamentos. Também não se observou efeito no consumo de proteína bruta (CPB) das aves, o que é justificado pelo fato de as rações serem isoprotéicas e o CR não ter variado, significativamente, entre os tratamentos. Os resultados de rendimento de carcaça, deposições de proteína e gordura na carcaça e peso absoluto de gordura abdominal de pintos de corte, na fase de 1 a 21 dias de idade, mantidos em ambiente de estresse térmico (34°C), são apresentados na Tabela 3. Os pintos de corte, de 1 a 21 dias de idade, mantidos sob alta temperatura exigem, no mínimo, relação energia:proteína de 13,6, para melhor desempenho e deposição de proteína na carcaça (OLIVEIRA et al., 2000).

Dessa forma, a manipulação das rações parece ser

A adaptação das aves ao estresse calórico envolve,

a solução para proporcionar a ingestão de níveis de energia adequados à suas exigências. A gordura é um dos ingredientes adicionados às rações de alto conteúdo energético (FULLER & MOURA, 1973; CAMPOS, 1995 apud OLIVEIRA et al., 2000) e baixo incremento calórico, o que é benéfico, principalmente, em épocas quentes.

parcialmente, a redução da ingestão alimentar, na tentativa de reduzir a produção de calor endógeno. TEETER et al. (1984) apud FURLAN (2006) avaliaram o efeito direto do aumento do consumo alimentar em frangos submetidos ao estresse calórico. Neste experimento, as aves foram submetidas à alimentação forçada, em níveis iguais às aves mantidas em ambiente termoneutro e alimentadas ad libitum. Foi observado que a alimentação forçada das aves, até os níveis observados para os controles, aumentou o ganho de peso em 17%, entretanto, a sobrevivência reduziu em 14%. Estes dados mostram que não é interessante a alimentação das aves durante um período em que a produção de calor não pode ser dissipada, tendo em vista que as aves não conseguem dissipar a carga adicional de calor, ocorrendo um aumento na mortalidade. Estudos também tem mostrado que o je-

O aumento gradativo da energia líquida das rações, em razão da redução do incremento calórico, devido à inclusão, em níveis crescentes, de óleo, associado ao provável aumento da deposição de proteína, em consequência da melhora na relação energia:proteína das rações, justifica os resultados de conversão alimentar. O consumo de energia metabolizável (CEM) aumentou (P<0,01) de forma linear, à medida que se elevou o nível de EM das rações (Tabela 5), uma vez

TABELA 3. Rendimento de carcaça, deposições de proteína e gordura na carcaça e peso da gordura abdominal de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade mantidos em estresse de calor, recebendo rações com diferentes níveis de energia metabolizável (OLIVEIRA et al., 2000). Variável

Nível de energia metabolizável (kcal EM/kg ) 2850

2925

3000

3075

3150

CV (%)

643

659

667

691

694

3,52

Rendimento de carcaça (%)

75,59

76,23

75,94

75,92

76,03

1,28

Deposição de proteína na carcaça(g)1

72,03

74,92

77,40

80,12

82,09

7,37

Deposição de gordura na carcaça(g)1

34,87

38,45

39,52

40,22

41,63

9,87

Gordura abdominal (g)1

3,58

3,96

4,13

4,32

4,22

11,39

Peso após jejum (g)

624

630

632

652

667

-

Peso final médio (g)

1 Efeito linear (P<0,01). 4514

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jum prévio ao estresse calórico reduz a sobrecarga termogênica e aumenta a sobrevivência dos frangos de corte ao calor (FURLAN, 2006). MCCORMICK et al. (1979) apud FURLAN (2006) verificaram que a restrição alimentar antes da exposição ao estresse, aumentou a taxa de sobrevivência das aves, durante o estresse calórico. No entanto, é importante ter um conhecimento prévio da extensão do período de jejum, uma vez que ele é ineficiente após instalada a hipertermia e antieconômico quando prolongado demais. O manejo da água de bebida também desempenha um papel de extrema importância para atenuar as perdas provocadas pelo estresse calórico, sendo que a quantidade de água ingerida aumenta à medida que se eleva a temperatura ambiente (MACARI et al., 2002). O incremento calórico da proteína, por sua vez, é mais elevado que o dos carboidratos e o das gorduras (MUSHARAF & LATSHAW, 1999 apud FURLAN, 2006). Assim, a redução ou o não aumento do teor de proteína bruta da ração de frangos criados em ambiente quente tem sido recomendados (CHENG et al. 1997 a,b; CHENG et al., 1999 apud FURLAN, 2006). HUBRY et al. (1994) e HRUBY et al. (1995) apud FURLAN (2006) não verificaram diferenças nas exigências de aminoácidos para frangos de corte criados em 21,1 ou 32,2ºC em relação as exigências do NRC (1994) e inferiram que os níveis de proteína ou aminoácidos não devem ser elevados nas rações de frangos de corte expostos ao calor. CHENG et al. (1997 a,b) apud FURLAN (2006) estudaram os efeitos de temperatura ambiente (21,0; 23,8; 26,6; 29,4; 32,2 e 35ºC) e dos níveis de proteína (16, 18, 20, 22 e 24%), para frangos no período de 21 a 49 dias de idade e observaram que a alimentação com alto teor protéico (>21,6%) prejudica o ganho de peso quando criados em temperatura entre 26,7 e 32,2%. De maneira semelhante, CHENG et al. (1999) apud FURLAN (2006) encontraram que frangos expostos ao programa de calor cíclico (26,6-35ºC) ou constante (32ºC) não devem receber mais proteína e aminoácidos do que o recomendado pelo NRC (1994). Contudo, ALLEMAN & LECLERQ (1997) apud FURLAN

(2006) observaram que a redução do teor protéico de 20 para 16%, em rações suplementadas com metionina, lisina, treonina, 32ºC. Para FARIA FILHO (2003) apud FURLAN (2006), rações com baixo teor protéico (18,5 ou 17%), formuladas pelo conceito de proteína ideal, pioram o ganho de peso e a conversão alimentar dos frangos de 21 a 42 dias de idade criados em 33ºC, no entanto, em 20 ou 25ºC a redução protéica não altera o desempenho. Esses resultados podem ter ocorrido, devido ao fato de que a exposição ao calor promove redução do consumo de ração (GERAERT et al., 1996 apud FURLAN, 2006) o que associado ao baixo teor de proteína da ração pode gerar deficiência de aminoácidos, suficiente para prejudicar o desempenho. Esses resultados vão contra a premissa de que o teor de proteína bruta da ração deve ser reduzido para aves estressadas por calor em virtude de seu alto incremento calórico. Assim, o adensamento dos níveis de proteína bruta e/ou aminoácidos para frangos criados em ambiente quente tem sido estudado, com resultados positivos (GONZALEZ-ESQUERRA & LEESON, 2005 apud FURLAN, 2006) ou sem efeito (ZARATE et al., 2003 apud FURLAN, 2006) sobre o desempenho desses animais. TEMIM et al. (1999) apud FURLAN (2006) verificaram que a utilização de ração com 25% de proteína bruta para frangos na fase de crescimento melhora o ganho de peso e a conversão alimentar em relação a ração com 20% de proteína, para frangos expostos a 32ºC. Em outra pesquisa, TEMIM et al. (2000) apud FURLAN (2006) forneceram rações com teor protéico de 10, 15, 20, 28 e 33% e encontraram melhor desempenho para aves alimentadas com alta concentração proteica (28 e 33%) inclusive quando expostas ao calor. GONZALEZ-ESQUERRA & LEESON (2005) apud FURLAN (2006) utilizaram rações com teor proteico de 18, 20, 23 e 26% para frangos de 21 a 42 dias de idade criados em temperaturas de 20,3, 27,3 e 31,4ºC constantes e verificaram que a conversão alimentar melhora com o aumento dos níveis de proteína em qualquer temperatura. Em outro experimento, esses autores submeteram os frangos de corte ao calor (32ºC) a partir do 7º ou 21º dia de idade e utilizaram

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rações com 18 e 26% de proteína bruta. Os resultados indicaram que o maior nível de proteína promove melhores ganhos de peso e conversão alimentar independente da temperatura de criação. Também, observaram que os frangos mantidos sobre livre escolha entre ração com 10 ou 30% de proteína bruta ingerem em média 25,6% de proteína. Para ZARATE et al. (2003) apud FURLAN (2006), a suplementação de metionina, lisina e treonina vem 10% acima dos níveis comerciais não altera o ganho de peso e a conversão alimentar de frangos criados no verão (27,5ºC de temperatura média), sendo a mesma conclusão obtida por ZARATE et al. (2003) apud FURLAN (2006) para frangos criados na mesma condição e recebendo suplementação de metionina, lisina, arginina, treonina e triptofano em 10% acima

para frangos criados no verão aumenta a deposição de gordura abdominal. Mas, são pouco estudados os efeitos das rações com alto teor de proteína sobre a composição bromatologica dos cortes comerciais de frangos expostos ao calor. CONCLUSÕES A produtividade de frangos de corte mantidos sob altas temperaturas depende de bons manejos que possibilitem melhores trocas de calor com o meio. Dentre tais manejos, a adequação nutricional pode ser uma forte aliada. O uso de restrição alimentar, aumento aceitável nos níveis de energia e redução nos níveis de proteína, bem como a adição de eletrólitos na ração ou água de bebida tem apresentado resultados relevantes para promover melhorias na qualidade do sistema produtivo brasileiro.

dos níveis comerciais. Com relação às características de carcaça, FARIA FILHO (2003) apud FURLAN (2006) verificou que frangos de 21 a 42 dias de idade alimentados com rações com 17% de proteína bruta, formuladas pelo conceito de proteína ideal, apresentam o mesmo rendimento de carcaça, peito, coxas+sobrecoxas e asas que frangos alimentados com 20% de proteína bruta, independente da temperatura de criação. ZARATE et al. (2003) apud FURLAN (2006) verificaram que a suplementação de aminoácidos em 10% acima dos níveis comerciais para frangos criados no verão não altera o rendimento de carcaça e de peito. Contudo, KIDD et al. (2005) apud FURLAN (2006) verificaram que o fornecimento de altos níveis de aminoácidos promove maior rendimento de carcaça e de peito em frangos de corte. QUENTIN et al. (2005) apud FURLAN (2006) verificaram que a exigência de aminoácidos de frangos de 21 a 42 dias de idade supera em 15% a recomendação do NRC (1994) quando se considera o rendimento de carne de peito. Com relação a composição bromatológica, FURLAN et al. (2004) apud FURLAN (2006) verificaram que o uso de rações com baixo teor protéico acentuam a deposição de gordura e a diminuição do teor protéico do peito, coxas+sobrecoxas e asas de frangos expostos ao calor. Enquanto que ZARATE et al. (2003) apud FURLAN (2006) verificaram que a suplementação de aminoácidos em 10% acima dos níveis comerciais 4516

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Potencial do capim elefante para geração de bioenergia - revisão Adubação nitrogenada, capim elefante, energia renovável, produção sustentável.

Laylson da Silva Borges*1 Flávio Carvalho de Aquino1 Amauri Felipe Evangelista1 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Teresina-PI. *E-mail: laylson_borges@hotmail. com.

Revista Eletrônica

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Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO A produção de material energético alternativo através de biomassa vegetal representa hoje um dos grandes desafios para a pesquisa, já que a continuação da queima desenfreada de petróleo, além de ser finita, contribui para o efeito estufa que ameaça o equilíbrio do clima da terra. Sendo assim, foram desenvolvidas novas técnicas, com a finalidade de utilizar biomassa de capim elefante como fonte de energia alternativa, neste sentido, um novo rumo deve ser dado em relação às características que se deseja obter desta gramínea. Dado o exposto, pretende-se com esta revisão mostrar o potencial do capim elefante como uma alternativa promissora para a produção de bioenergia, visto que é uma gramínea bastante difundida no Brasil e com elevada produção de matéria seca e que responde de forma satisfatória a adubação nitrogenada. Palavras-chave: adubação nitrogenada, capim elefante, energia renovável, produção sustentável.

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ELEPHANT GRASS POTENTIAL TO GENERATE BIOENERGY – REVIEW ABSTRACT The production of alternative energy material through plant biomass today is a major challenge for research, since the continuation of unbridled burning of oil, besides being finite, contributes to the greenhouse effect that threatens the balance of the Earth’s climate. Thus, new techniques have been developed with the purpose of using elephant grass biomass as an alternative energy source, in this sense, a new direction must be given in relation to the characteristics you want to get this grass. Given the above, it is intended with this review show the elephant grass’s potential as a promising alternative for the production of bioenergy, since it is a grass widespread in Brazil and with high dry matter production and responds satisfactorily to nitrogen fertilization. Keywords: napier grass, nitrogen fertilization, renewable energy, sustainable production.


Artigo 356 - Potencial do capim elefante para geração de bioenergia - Revisão

INTRODUÇÃO O capim elefante foi introduzido no Brasil em 1920, estando hoje difundido por todo o território nacional (LOPES, 2004). Esse gênero é considerado uma fonte de alternativa promissora para a produção de energia, tendo em vista seu elevado potencial de produção de biomassa (DERESZ et al., 2006). Atualmente, o capim elefante é uma das principais espécies forrageiras utilizadas para este fim, principalmente pela alta produtividade, qualidade da biomassa e pequena demanda de insumos para produção (SAMSON et al., 2005; MORAIS et al., 2011). Entretanto, para que se possa utilizar a biomassa do capim elefante com finalidade de gerar energia, é indispensável determinar a qualidade da biomassa, fazendose necessário o conhecimento da composição química (elementar e imediata), umidade, poder calorífico líquido, poder calorífico superior e poder calorífico inferior, granulometria, teor de cinzas, nível de biodegradação e densidade da biomassa (NOGUEIRA, NOGUEIRA e ROCHA, 2005; CIOLKOSZ, 2010; SANCHES, 2010). Muitos pesquisadores realizaram estudos com esta espécie, visando apenas o enriquecimento desta forrageira em proteína, através da adubação nitrogenada, para ganho de peso mais rápido de bovinos e maiores aproveitamentos dos mesmos. Por outro lado, nos últimos anos foram desenvolvidas novas técnicas de uso da biomassa dessa gramínea, entre elas a geração de energia alternativa. Para isto, é necessário alcançar característica da planta que atenda esta demanda (URQUIAGA et al., 2006), por exemplo, uma planta que seja rica em fibras e lignina, aliada a alta produção de biomassa. A biomassa do capim elefante é usada como fonte de energia renovável através da produção de briquetes. Os briquetes são produtos resultantes do processo de compactação da biomassa picada (>50mm), na qual a elasticidade natural das fibras é destruída por meio da utilização de alta pressão e/ou alta temperatura. Com a destruição da elasticidade, a lignina atua como ligante das partículas do material vegetal, tornando o briquete próprio para estocagem e transporte (VILELA, 2009). Contudo, apesar de ser uma atividade sustentável, a produção de material energético através da biomassa

vegetal é hoje um desafio para a ciência, e para os países de um modo geral (MONTI et al., 2007). Dado o exposto, pretende-se com esta revisão mostrar o potencial do capim elefante como uma alternativa promissora para a produção de bioenergia, visto que é uma gramínea bastante difundida no Brasil. REVISÃO DE LITERATURA Capim elefante e seu potencial energético O capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma paniceae forrageira tropical triploide de origem africana, que apresenta alta capacidade de produção e acúmulo de matéria seca de qualidade (URQUIAGA et al.,2006). Entretanto, exige solos de média e alta fertilidade, é sensível ao frio e ao fogo, além de não tolerar solos úmidos. Segundo Lopes (2004), o capim elefante apresenta vários cultivares que podem ser divididos em cinco grupos, de acordo com a época de florescimento, pilosidade da planta, diâmetro do colmo, formato da touceira, largura da folha, número e tipos de perfilhos. Esses grupos são o Anão; o Cameroon, com as cultivares “Cameroon, Piracicaba, Vruckwona e Guaçú”; o Mercker; e o Napier, com as cultivares “Napier, Mineiro, Taiwan A – 146”. Hoje também existe híbridos interespécies resultantes dos cruzamentos entre espécies de Pennisetum, principalmente P. purpureum e P. glaucum (ex. americanum). O capim elefante por ser uma espécie amplamente difundida em todo o Brasil, pode ser cultivada em condições ambientais divergentes. Se encontra entre as espécies forrageiras de maior eficiência fotossintética, elevada capacidade de produção de matéria seca e elevado teor de fibras, o que indica potencial para a produção de energia (SAMSON et al., 2005). Estudos realizados por Kirchhof et al. (2001), demonstraram que a capacidade do capim elefante produzir grande quantidade de matéria seca está também relacionada ao fato de ser uma planta que se beneficia da “fixação biológica de nitrogênio”. Quéno (2009) relata que o potencial energético do capim elefante, como toda biomassa, está relacionado ao seu teor de fibras, especialmente lignina e um método para determinar este teor é a utilização de um detergente ácido específico com a finalidade de solubilizar o conteúdo celular e a hemicelulose.

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Osava (2007) expõe que sua biomassa seca pode gerar 25 unidades de energia para cada uma de origem fóssil consumida em sua produção. Habitualmente, o poder calorífico superior da matéria seca do capim elefante é estimada em torno 4.200 Kcal/ kg. Vilela (2008) encontrou um valor para o poder calorifico de capim elefante cv. Carajás a 4.298 Kcal/ kg, enquanto Pereira et al. (1999), mediram o poder calorifico do capim elefante var. Napier a 4.170 Kcal/ kg. Recentemente, as pesquisas com capim elefante vêm avançando novos passos, e não mais importa, exclusivamente, uma planta rica em proteína para alimentação de animais, como tem sido seu uso tradicional (ANDRADE et al., 2005; MISTURA et al., 2006; MOREIRA et al., 2006) mas também como fonte de energia alternativa pela queima de sua biomassa (MORAIS et al., 2009). Assim, o ideal é produzir biomassa com altos teores de fibras, lignina e celulose, com alta produção de matéria seca e baixa consumo de fertilizantes nitrogenados, para que esta planta proporcione biomassa com qualidade para fins energéticos e seu rendimento em energia seja significativamente positivo. Biomassa como fonte de energia Atualmente, o Brasil tem recursos de biomassa que respondem cerca de 30% da produção total de energia, superando inclusive toda a oferta interna de energia gerada em hidrelétricas, enquanto que em âmbito mundial as fontes renováveis contribuem com apenas 8% entre todas as fontes utilizadas de energia (BRASIL, 2006). O Brasil possui todas as características climáticas necessárias para aumentar ainda mais sua produção comercial de biomassa energética, o que já ocorre com etanol, carvão vegetal e lenha, por meio de fontes vegetais. De acordo com o estudo desenvolvido pela Embrapa, de uma forma geral, o teor de carbono nos tecidos vegetais apresenta mínima variação. Na biomassa vegetal do capim elefante o teor de carbono e de aproximadamente 42%. Com isso, uma produção média de biomassa seca de capim elefante de 30 t. ha ano-1, acumularia um total de 12,6 t ha ano-1 (ROCHA, 2007). 4520

Cultivares de capim elefante com elevado potencial energético Atualmente, existe dentro da espécie do capim elefante cultivares que se encaixam no perfil para a produção de biomassa energética, dentre eles podemos citar: A cv. Guaçu, que é nativa da África e apresenta de 25 a 79 toneladas de matéria seca há ano-1, dependendo da adubação, da frequência de corte e demais condutas de manejo (PEREIRA, 1992). Segundo Andrade et al. (2000), este capim apresentou aumento nos teores de matéria seca em função do aumento das doses de nitrogênio aplicada e da diminuição da frequência de corte, mostrando ser um material potencial para a produção de biomassa. A cv. Gramafante vem se destacado em estudos por atingir mais de cinco metros de altura, formando densas touceiras. Estas características, aliadas à sua alta rusticidade, fácil multiplicação e resistência considerável a seca e ao frio, justificaram a sua indicação como uma cultivar de grande potencial (OLIVEIRA, 2001). A cv. Cameroon também tem se destacado apresentando elevadas produções de biomassa, principalmente na época seca, além de apresentar também elevados teores de fibras (QUESADA et al.,2004). Morais et al. (2009), demonstraram que o genótipo Cameroon é considerado um dos mais propícios para a agroenergia devido as suas características de produtividade e qualidade da biomassa produzida. A cv. Roxo é um das mais estudadas para fins forrageiros. Entretanto, estudos desenvolvidos por Quesada (2005) e Morais (2008), avaliaram a aptidão energética deste genótipo, e observaram boas características qualitativas da biomassa, embora o potencial de produção tenha sido um pouco menor do que outros genótipos já estudados, provavelmente pelo fato de que seu potencial de perfilhamento é relativamente menor do que os demais genótipos. Além disso, o benefício obtido pelo processo de fixação biológica de nitrogênio associado a este genótipo é relativamente menor do que nos outros genótipos estudados (LEITE et al., 2007). Manejo do capim elefante Entre as forrageiras, as gramíneas têm grande diversidade genética, portanto maior variabilidade adap-

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tativa a diferentes temperaturas e regimes de pluviosidade em comparação a qualquer outra família de angiospermas (SILVA et al., 2011). Souza (2003) salienta que dentre as espécies forrageiras tropicais o capim elefante é uma das forrageiras mais largamente utilizadas nos diversos sistemas de cultivo devido sua alta produção de matéria seca e bom valor nutritivo. Porém de acordo com Deresz et al. (1994), o capim -elefante é uma planta extremamente sensível ao encharcamento do solo. Em se tratando da formação de capineiras, deve-se atentar para a localização, com proximidade ao curral ou estábulo, tendo em vista a facilitar o transporte da forragem colhida (GOMIDE, 1997). Já com relação à fertilidade do solo, está destaca-se quando a meta é obter altas produções, não esquecendo que uma exploração racional é essencial para obter este resultado. As características físicas do solo, como a textura, a estrutura e sua profundidade, desempenham papel limitante na seleção das espécies. O capim elefante exige solos mais profundos e friáveis, com possibilidade de mecanização, além de práticas de reposição de nutrientes, para que seu estabelecimento e produção não sejam comprometidos (LOPES, 2004). Outro fator de grande importância para o capim elefante seria a idade de corte, pois a mesma afeta o rendimento da forragem colhida, resultando em incrementos significativos na produção de matéria seca (COSTA et al., 1999). Vários trabalhos de pesquisa são desenvolvidos avaliando frequências de corte, buscando determinar o potencial forrageiro do capim elefante. Um bom manejo também leva em consideração a adubação. Fato comprovado por Gomide (1997), onde este acrescenta que a adubação química, principalmente a nitrogenada, combinada com o fósforo e o potássio, incrementa a produção forrageira, resultando em maiores retiradas destes nutrientes pelo corte. A produção de matéria seca (MS) das gramíneas tropicais está diretamente relacionada à aplicação de

níveis crescentes de nitrogênio (QUADROS et al., 2002), principalmente por se tratar de um elemento que é exigido pelas plantas em maior quantidade e geralmente representa de 20 a 40 g/kg da massa seca dos tecidos vegetais e ser componente integral de muitos tecidos (TAIZ & ZEIGER, 2004). No processo de avaliação, estudos de adubação que venham a permitir que a planta expresse todo o seu potencial produtivo, eliminando a influência negativa da baixa fertilidade do solo, são de alta importância (RODRIGUES et al., 2005). Sendo assim, tem-se o nitrogênio como um nutriente que influência sobre os processos envolvidos no crescimento e no desenvolvimento das plantas, alterando a relação fonte-dreno e, consequentemente, a distribuição de assimilados entre órgãos vegetativos e reprodutivos (Porto et al., 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do que foi exposto nesta revisão, é perceptível o potencial do capim elefante como uma alternativa promissora para a geração de bioenergia no Brasil. Além disso, é uma gramínea bastante difundida pelos pecuaristas por apresentar elevado teor de biomassa. Atualmente, tem-se questionado muito sobre o uso de energia renovável. Dessa forma, o capim elefante surgiu como uma fonte para atender essa demanda, via produção de briquetes. Porém, ainda é um desafio à ciência, principalmente por conta dessa gramínea exigir muito em questão de adubação, aumentando assim o gasto para o produtor e inviabilizando seu cultivo. Sendo assim, pesquisas que visam otimizar o potencial energético de espécies vegetais, como é o caso do capim elefante, fazem-se necessárias, principalmente no Brasil, que apresenta clima tropical favorável ao bom desempenho dessa gramínea forrageira. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, A.C.; FONSECA D.M.; LOPES, R.S. et al. Análise de crescimento do capim elefante, Napier adubado e irrigado. Revista Ciência Agrotécnica, v.29, p.415-423, 2005. ANDRADE, J.B.D.; FERRARI JUNIOR, E.; BEISMAN, D.A. Avaliação do capim-elefante (pennisetum purpureum schum.) visando o carvoejamento. In: Proceedings of the 3. Encontro de Energia no Meio Rural, 2000.

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Considerações sobre o consumo de água por bovinos Estresse térmico, produção, temperatura ambiente.

João Pedro da Costa Alves Oliveira1* Lúcio Carlos Gonçalves2 Diogo Gonzaga Jayme3 Thiago Henrique Fagundes Diniz1 Frederico Patrus Ananias de Assis Pires4 Isabella Hoske Gruppioni Côrtes4 Diego Soares Gonçalves Cruz5 Dalvana dos Santos1 André Morais Moura5

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

Mestrando (a) em Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG. *E-mail: joaopcaoliveira@yahoo.com.br. 2 Professor Associado IV, Escola de Veterinária da UFMG. 3 Professor Adjunto, Escola de Veterinária da UFMG. 4 Graduando (a) em Medicina Veterinária, Escola de Veterinária da UFMG. 5 Doutorando em Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG.

A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO A água é o principal nutriente na alimentação animal e a substância de maior participação no organismo dos seres vivos. Por ser o insumo mais fácil de ser fornecido aos animais, os produtores costumam não dar a devida atenção ao fornecimento de água aos animais. O consumo de água é regulado por fatores extrínsecos, como a temperatura ambiente, a temperatura da água, a umidade relativa e o consumo de sódio, e também por fatores intrínsecos, como a produção de leite e o peso corporal. A falta de água pode levar a uma série de problemas na produção animal. O fornecimento inadequado pode levar a queda de produção de leite, a um menor ganho de peso, dificultar a regulação térmica, aumentar a incidência de doenças. Para que os produtores tenham lucratividade no sistema é necessário que atendam às exigências dos animais e tomem medidas para eliminar as adversidades presentes no ambiente. Palavras-chave: estresse térmico, produção, temperatura ambiente.

CONSIDERATIONS FOR BOVINE WATER CONSUMPTION ABSTRACT Water is the main nutrient in animal feed and is the major substance that constitutes living organisms. Being the easiest ingredient to be supplied to animals, producers usually do not give due attention to the provision of water to animals. Water intake is regulated by extrinsic factors such as ambient temperature, water temperature, relative humidity and sodium intake, and is also regulated by intrinsic factors such as milk production and body weight. However, the lack of water can lead to numerous problems in animal production. The inadequate supply of water can induce to low milk production, less weight gain, hamper thermoregulation and increase the incidence of diseases. To achieve profit in the system it’s required that producers meet the animals needs and take steps to eliminate adversity in the environment. Keywords: ambient temperature, heat stress, production.

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Artigo 357 - Considerações sobre o consumo de água por bovinos

INTRODUÇÃO A água funciona como solvente, meio de transporte de substâncias, participa de reações de hidrólises, atua como lubrificante e tampão, além de ser um importante fator na regulação térmica dos organismos. Os animais possuem 2/3 do seu peso corporal composto por água, tornando-a o nutriente de maior importância na alimentação animal. A água pode ser obtida por três vias, consumo voluntário, água ingerida junto com alimentos e água resultante de reações do organismo. Os bovinos são menos sensíveis a falta de água do que os não ruminantes. A presença dos pré-estômagos confere a eles uma reserva de líquido que pode ser usada em momentos de rápida escassez. Mesmo assim o fornecimento de água não deve ser negligenciado para estes animais. Diversos fatores estão relacionados a exigência de água pelos bovinos. Estes fatores podem ser intrínsecos ao animal, como lactação, estádio de maturidade e raça, ou extrínsecos, como a temperatura ambiente, a umidade relativa do ar, a velocidade do vento e a altitude. Animais sem suprimento adequado de água diminuem sua produtividade, produção de leite, crescimento e o consumo do alimento. Além disso promove o aumento dos ciclos reprodutivos diminuindo a rentabilidade dos sistemas. Objetivou-se com essa revisão de literatura apontar alguns dos principais fatores que afetam a ingestão de água por bovinos.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Fatores intrínsecos ao animal Em experimento realizado em confinamento comercial em São Paulo, Perissinoto et al. (2005) demonstraram que vacas leiteiras consumiam 12,5L de água após a ordenha, o que representava o maior consumo diário dos animais. Isso se deve a necessidade de reposição hídrica após a perda de grande quantidade de água no leite. Apesar do horário da ordenha coincidir com o período de temperatura mais alta do dia, a necessidade elevada de água estava relacionada com seus altos níveis produtivos. Segundo Degasperi & Piekarski (1998) as vacas em lactação necessitam de um acréscimo na ingestão diária, de acordo com a produção, sendo necessários 4 a 5L de água para cada quilo de leite a ser produzido.

Kume et al. (2010) avaliaram o consumo de água por vacas da raça Holandês mantidas em câmaras metabólicas com temperatura e umidade controladas, em 20ºC e 60%, respectivamente. As dietas eram compostas por silagem de milho, Dactylis glomerata L. e alfafa. Os autores observaram correlação positiva entre consumo de água e produção de leite, sendo verificado consumo de 2,6L de água para cada Kg de leite produzido. Correlação positiva também foi encontrada por Holter & Urban (1992), 0,6L de água para cada kg de leite produzido, e por Meyer et al. (2004), onde o aumento de cada quilograma de leite produzido por dia levou ao aumento da ingestão de 1,3Kg de água. Em bovinos de corte no Colorado, Sexson et al. (2012) constataram que o aumento de peso de novilhos em confinamento aumentou o consumo de água até os 500Kg. Mas a partir de 500Kg houve redução do consumo. Isso ocorreu devido ao aumento da participação de tecido adiposo na carcaça. Brew et al. (2011) em experimento realizado na Flórida, no outono, onde as temperaturas variavam na faixa de conforto térmico dos animais utilizando novilhas, novilhos e garrotes de diferentes composições genéticas europeu X zebu, apontaram que a ingestão de água está correlacionada positivamente com o consumo de matéria seca e com o ganho de peso. Também foi observado que os animais adaptados a climas tropicais (Brahman & Romosinuano) consumiram menos água dos que os não adaptados (continentais e ingleses). Fenshaw & Fairfax (2008) também observaram que a necessidade de água de animais Brahman é de 75% da de Short-horns. Meyer et al. (2004), avaliaram o consumo de água por vacas em lactação com o objetivo de construir uma equação de predição de consumo de água pelos animais. Os autores observaram que entre os fatores estudados os mais importantes eram produção de leite, ingestão de sódio, temperatura ambiente e peso corporal dos animais. Fatores extrínsecos ao animal Sexson et al. (2012) observaram que a temperatura ambiente afetava diretamente a ingestão diária de água. Neste experimento os animais consumiram 13L/animal/dia a mais em dias com temperatura ambiente de 40°C do que em dias a 25°C. E em dias a 0°C consumiram 9L a menos de água do que a 15°C. Em experimento realizado a pasto durante o verão

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seco e ameno, Ali et al. (1994) verificaram que a temperatura e a umidade tem relação direta com o consumo de água, para cada aumento de uma unidade percentual em umidade relativa do ar os animais consumiram 0,68L a mais de água, e para cada 1°C aumento na temperatura houve aumento de 0,81L/animal, similar ao demonstrado por Hicks et al. (1988). Entretanto Arias & Mader (2011), em experimento com animais em terminação em Nebraska, encontraram que a temperatura mínima tinha maior influência sobre o consumo de água. Talvez isso seja devido ao clima no Nebraska ser mais ameno e exigir menores resposta dos animais ao ambiente. Perissinoto el al. (2005) demonstraram que animais em condições mais estressantes tendem a gastar maior tempo durante o dia procurando água para tentar amenizar o efeito adverso do ambiente, 2,6 idas a bebedouros

diferentes níveis de inclusão de sulfato (SO4) à água, 136,1; 291,2; 582,6; 1219,2; e 2360,4mg/L, e observaram que o aumento de sulfato na água teve efeito quadrático sobre a diminuição do consumo de água. Entretanto os animais que receberam a maior concentração de sulfato tiverem ingestão de água maior durante as últimas semanas. O aumento da ingestão de água pode ter ocorrido devido ao ganho compensatório dos animais que perderam peso no início do período experimental, o que pode ter alterado a necessidade de água desses animais. Vários experimentos demonstram que o aumento de sulfato em águas diminui o consumo por bovinos, mas estes eram originados de Na2SO4 (WEETH & HUNTER, 1971; HARPER et al., 1997), o que levou a um comportamento diferente de outras formas também presentes na água. Em experimento realizado no Canadá, com no-

em dia com 24,1°C e 6,1 vezes em dia com 32,8°C. E da mesma maneira o tempo de permanência perto de bebedouros foi maior em dias mais quentes. Nos dias mais quentes a ingestão de água quase dobrou, 64,5L contra 37,3L. Esses resultados concordam com os encontrados por Pires (1998) e Titto (1998) que afirmaram que um dos mecanismos ingestão de água é a diminuição da atividade nas horas mais quentes do dia, visando à reposição das perdas sudativas e respiratórias, além de um possível resfriamento corporal.

vilhas de corte, com THI (índice que mede a relação entre umidade e temperatura que os animais sentirão desconforto térmico) abrangendo a faixa de conforto térmico, Grout el al. (2006) avaliando a resposta dos animais a presença de diferentes formas de sulfato na água (Na2SO4 e MgSO4), demonstraram que a resposta ao aumento de SO4 é igual entre diferentes fontes, mas em diferentes intensidades. Tanto Na2SO4 como o MgSO4 na água tendem a diminuir o consumo por bovinos. O magnésio (Mg) diminuiu significantemente o consumo de água quando comparado com o sódio (Na). Essa resposta pode ser relacionada as diferentes funções dos cátions no organismo animal. O Na é o principal cátion extracelular, e predispõe ao consumo de água, competindo com a inibição pelo SO4. Considerando-se uma exigência de 29g de Na por dia, a partir desse fator os animais consumem 0,054 Kg/dia de água para cada aumento de 1g de Na (MEYER et al. 2004). O Mg não predispõe a esse efeito do aumento da ingestão de água levando a alterações maiores. Os animais que receberam água com menor concentração de MgSO4 ingeriram 39,8L/ dia e os que ingeriram água com maior concentração de SO4 ingeriram apenas12,6L/dia, enquanto nos animais que receberam NaSO4 a variação média foi de 7,1L (GROUT el al., 2006).

Meyer et al. (2004) observaram correlação positiva entre a temperatura ambiente, a produção de leite, o consumo de matéria seca, a proporção de matéria seca da ração, o peso corporal, o estádio de lactação e o consumo de sódio e potássio com a ingestão de água pelas vacas. Correlação negativa foi observada entre a umidade e participação de volumoso na ração. Em um experimento realizado com vacas da raça Holandês em loose housing sem isolamento térmico na Alemanha, com temperatura média durante o período experimental de 8,6°C e umidade relativa do ar média de 80%, mesmo a temperatura variando na faixa de conforto térmico, foi observado aumento de 1,52Kg/dia de consumo de água para cada aumento de 1°C na temperatura ambiente. Em um experimento com gado de corte em confinamento nos EUA durante o verão, Loneragan et al. (2001) testaram o consumo de água dos animais com 4526

Em experimento realizado na Suíça, em tie-stall com temperatura média de 15,3°C, avaliando o consumo da água em diferentes temperaturas, Andersson (1985) mostrou que em temperaturas mais altas há

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Artigo 357 - Considerações sobre o consumo de água por bovinos

diminuição de consumo de água. Foi fornecido água em quatro temperaturas, 3, 10, 17, 24°C e os animais consumiram 75,6; 76,7; 76,9; 71,5L respectivamente. Contrapondo pesquisadores anteriores que afirmaram que em temperaturas mais baixas, vacas consomem menos água (CUNNINGHAM et al., 1964). No experimento as vacas ingeriram água 2 vezes ao dia, nessa situação a ingestão de grande quantidade de água em curto tempo pode ter provocado essa diminuição de consumo devido ao abaixamento da temperatura ruminal. No experimento de Andersson (1985) o fornecimento constante de água permitiu a partição da ingestão durante o dia. Em Israel em experimento com vacas confinadas, foi comparado o consumo de água por vacas em estresse térmico com e sem refrigeração por evaporação (ADIN et al. 2009). O THI foi de 77,4 e 77,9, no lote de vacas resfriadas e não resfriadas respectivamente. As vacas no período seco que foram resfriadas tiveram menor consumo de água do que as outras, 53 e 80L/dia, respectivamente. No pré-parto as vacas resfriadas ingeriram 31L/dia, e as não resfriadas consumiram 50L/dia. Kume et al. (2010) observaram que a ingestão voluntária de água também aumentou com o aumento da matéria seca da dieta. E o aumento do potássio (K), e do nitrogênio (N) na dieta tiveram correlação positiva com o aumento da ingestão de água pelas vacas em lactação e secas. Os resultados sugerem que as vacas aumentam a ingestão de água para eliminar por via urinária o K e N que excedem seus requisitos Machado Filho et al. (2004) avaliaram o consumo de água de nulíparas gestantes, vacas secas e em lactação mantidas em pastejo rotacionado durante o outono canadense, em relação a diferentes formas de bebedouros. Três experimentos foram realizados. O primeiro objetivou analisar a preferência dos animais em relação ao formato e altura dos bebedouros, no segundo foi testado apenas o formato, sendo fornecido os cochos na mesma altura e no terceiro foi avaliado o consumo dos animais quando tinham acesso a apenas um dos bebedouros testados no primeiro experimento. No experimento 1 os animais consumiram mais água dos bebedouros mais largos e altos. Já no segundo, fixando-se os bebedouros na mesma altura,

não houve diferença estatística entre os tratamentos. No terceiro experimento os animais consumiram mais água quando era fornecida nos bebedouros mais altos e largos. Em um estudo semelhante com vacas em pastejo rotacionado em Santa Catarina, Teixeira et al. (2006) observaram que vacas tinham preferência, e consumiam mais água, em bebedouros que possuíam maior área de superfície. Em bebedouros semelhantes os animais preferiram aqueles que eram mais baixos, mas o consumo não diferiu estatisticamente entre as alturas de fornecimento. É provável que a diferença de consumo entre bebedouros obtidas por Machado Filho et al. (2004) seja influenciada apenas pelo tipo de bebedouro, e não pela altura que eram disponibilizados aos animais. A profundidade não levou a alterações de consumo pelas vacas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O consumo de água pode ser influenciado por fatores intrínsecos, como a produção de leite, o peso corporal e o genótipo, e ainda extrínsecos, como a temperatura ambiente, a temperatura da água, o consumo de matéria seca, a qualidade da água, o consumo de sódio, e o tipo de bebedouros aos animais. Criar condições que favoreçam o consumo adequado de água pode evitar perdas nos sistemas de produção de leite e carne. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADIN, G.; GELMAN, A.; SOLOMON, R.; et al. Effects of cooling dry cows under heat load conditions on mammary gland enzymatic activity, intake of food and water, and performance during the dry period and after parturition. Livest. Sci., v.124, p.189– 195, 2009. ALI, S.; GOONEWARDENE, L.A.; BASARAB, J.A. Estimating water consumption and factors affecting intake in grazing cattle. Can. J. Anim. Sci., p.551-554, 1994. ANDERSSON, M. Effects of drinking water temperatures on water intake and milk yield of tied-up dairy cows. Livest. Prod. Sci., v.12, p.329-338, 1985. ARIAS, R.A.; MADER, T.L. Environmental factors affecting daily water intake on cattle finished in feedlots. J. Anim. Sci, v.89, p.245-251, 2011, BREW, M.N.; MYER, R.O.; HERSOM, M.J.; et al. Water intake and factors affecting water intake of growing beef cattle. Livest. Sci., v.140, p.297-300, 2011.

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A utilização de fitase na dieta de poedeiras Casca de ovo, desempenho, fósforo, metabolizabilidade.

Revista Eletrônica

Carolina Schell Franceschina1* Paula Gabriela da Silva Pires2 Carolina Haubert Franceschi3 Jennifer Veiga Mendes4 Aluna de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFRGS, Porto Alegre/RS. *E-mail: carolschell@gmail.com 2 Aluna de doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFRGS, Porto Alegre/RS. 3 Aluna de Zootecnia - UFRGS, Porto Alegre/RS. 4 Zootecnista. 1

Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO A nutrição é um dos fatores mais relacionados ao desempenho e à produção de ovos de poedeiras, além de tornar o processo produtivo mais caro devido aos altos preços dos insumos utilizados na fabricação das rações. O uso de ingredientes de origem vegetal na alimentação das aves, ou até de ingredientes alternativos, como o trigo, apresentam o fator antinutricional fitato, ou ácido fítico, responsável por formar sais insolúveis com importantes minerais e aminoácidos, diminuindo as suas disponibilidades. Os animais monogástricos não produzem a enzima fitase, responsável pela hidrólise do fitato, e, portanto, a sua adição nas dietas pode ser uma alternativa para a produção animal. Diversos estudos demonstram que a utilização do fitato como aditivo apresenta efeitos positivos na qualidade de ovos, principalmente relacionadas à casca, melhorando a sua qualidade, o que pode ser importante para poedeiras mais velhas. Ainda, a fitase pode apresentar efeitos no metabolismo do fósforo e de outros minerais, liberando e disponibilizando para a ave possíveis poluentes ambientais. A fitase é, portanto, uma enzima amplamente utilizada na nutrição ambiental, com vantagens para a produção, de forma sustentável. Palavras-chave: casca de ovo, desempenho, fósforo, metabolizabilidade.

THE USE OF PHYTASE IN LAYING HENS FEEDING ABSTRACT The nutrition is one of the factors more related to the performance and the egg production of laying hens, beyond becoming the productive process more expensive due to the high prices of the inputs used in the manufacture of the rations. The use of ingredients of vegetal origin in the feeding of the poultry, or even alternative ingredients, as the wheat, presents the antinutritional factor phytate, or phytic acid, responsible for forming insoluble salts with important minerals and aminoacids, decreasing their availability. The monogastric animals do not produce the phytase enzyme, responsible for hydrolysis of the phytate, therefore its addition in the diets can be an alternative for the animal production. Several studies demonstrate that the use of phytate as additive shows positives effects in the quality of the eggs, mainly related to the eggshell, improving its quality, what it can be important for old laying hens. Still, the phytase can present effects in the phosphorus and others minerals metabolism, liberating and providing for the poultry possible environmental pollutants. The phytase is, therefore, a widely used enzyme in the environmental nutrition, with benefits for the production, in a sustainable form. Keywords: eggshell, metabolizability, performance, phosphorus.

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INTRODUÇÃO Os avanços genéticos tornaram as aves mais exigentes quanto à nutrição, elevando o custo da alimentação em 60% do custo total de produção de ovos (UMAR FARUK, 2010). A nutrição das poedeiras está intimamente relacionada ao desempenho à produção de ovos, principalmente nas quantidades de cálcio e fósforo, já que a casca é formada basicamente por carbonato de cálcio. A utilização de alimentos de origem vegetal está intimamente relacionada à nutrição de aves e, também, ao fator antinutricional fitato, que, ao se ligar a diversos compostos, torna-os insolúveis e indisponíveis a esses animais. A enzima fitase não é produzida pelos animais monogástricos, mas, quando adicionada às dietas, é capaz de liberar o fósforo fítico e aumentar a eficiência de utilização e a disponibilidade de alguns nutrientes da dieta (BRANDELLI et al, 2012). A idade da ave também é um fator que afeta a qualidade de ovos comerciais. Conforme a idade da galinha aumenta, diminui a deposição de cálcio na casca devido à menor capacidade de absorção dietética e menor mobilização óssea desse mineral, o que origina ovos trincados, rachados ou totalmente quebrados (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2013). Dessa forma, a suplementação enzimática com fitase pode ser uma estratégia nutricional para poedeiras. O FITATO O fitato é um fator antinutricional constituinte de ingredientes de origem vegetal. Por ser um ânion reativo, forma sais insolúveis ao se ligar com minerais como o fósforo, o cálcio, o zinco, o magnésio e o cobre. O fitato também é capaz de formar complexos com proteínas e enzimas proteolíticas (pepsina e tripsina) (SINGH, 2008). Esse composto é uma forma de armazenagem de fósforo nas sementes, sendo vital para o desenvolvimento e para o crescimento das plantas (LOTT et al, 2000). O fitato, ou ácido fítico carrega seis grupos fosfato em uma única molécula de carbono. Sob pH neutro, esses grupos fosfato apresentam átomos de oxigênio carregados negativamente. Dessa forma, cátions são capazes de se ligar fortemente entre dois grupos 4530

fosfato, ou de forma mais fraca a um grupo fosfato (SINGH, 2008). De acordo com Maddaiah et al. (1964), em dietas com alta concentração de fitato, o zinco se torna um mineral limitante, pois forma um complexo altamente insolúvel em pH 6, presente no intestino delgado, local onde ocorre a maior absorção de minerais. Ainda, se houver altas concentrações de cálcio na dieta, ocorre maior precipitação do zinco (cálcio-zinco-fítico) do que ocorreria somente com o zinco-fítico a pH 6, devido a uma interação entre esses elementos (MILLS, 1985). A maior parte dos ingredientes que compõem as dietas de aves e suínos é de origem vegetal, e cerca de dois terços do fósforo desses ingredientes está na forma de fósforo fítico, ou seja, de baixa disponibilidade para animais monogástricos (SIMONS et al., 1990). Segundo Nelson (1976), o fósforo é essencial na formação e na manutenção do esqueleto, e na formação do ovo, mas nos grãos de cereais cerca de 80% desse fósforo está presente na forma de ácido fítico. Os animais monogástricos não possuem quantidades suficientes de fitase endógena para hidrolisar todo o complexo de ácido fítico e, por fim, aproveitar totalmente esse mineral. A FITASE O uso de enzimas exógenas foi um marco na alimentação animal, pois permitiu uma maior disponibilidade e aproveitamento dos nutrientes. O aumento na utilização de compostos como o fósforo, os aminoácidos e a energia por meio da adição dessas enzimas permitiu uma economia significativa no custo final dessas dietas (VIANA, 2009).

FIGURA 1. Estrutura química do ácido fítico (fitato). Fonte: Bedford (2000).

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Há quatro possíveis fontes de fitase para aves e suínos: fitase intestinal, fitase já presente em alguns ingredientes, fitase presente em bactérias e fitase produzida por microorganismos exógenos. Dentre essas fontes, existem dois tipos de fitase: 6-fitase e 3-fitase, as quais removem o ortofosfato nas regiões 6 e 3 do ácido fítico, respectivamente (KORNEGAY, 1996). As fitases podem ser classificadas como ácidas (pH de 3 a 6) e alcalinas (pH de 5,5 a 8), mas há fitases com maior amplitude de ação e com alta recuperação em pH, variando de 3 a 8. A faixa de pH define o melhor uso dessas enzimas em suínos, frangos ou poedeiras (BERTECHINI, 2012). A função específica da fitase, quando utilizada na alimentação de aves e suínos, é a liberação do fósforo fítico complexado ao ácido fítico (BRANDELLI et al., 2012). A fitase também pode aumentar a biodisponilibidade de outros elementos, como o cálcio, o magnésio, o zinco, o manganês e o ferro (BERTECHINI, 2012). Segundo Lott et al. (2000), aproximadamente 14,4 milhões de toneladas de fósforo fítico são produzidas na agricultura por ano, o que representa 65% nas vendas de fertilizantes fosfatados em todo o mundo, tornando as fontes não renováveis de fósforo cada vez mais vulneráveis à escassez. Esse fato torna a fitase uma alternativa econômica para disponibilizar o fósforo fítico, outros elementos e aminoácidos para a ração dos animais monogástricos, melhorando o aproveitamento desses compostos e diminuindo a eliminação de fósforo e de nitrogênio para o ambiente (BERTECHINI, 2012). Simons et al (1990) também afirman que a utilização da enzima fitase contribui para a redução dos problemas de poluição ambiental por fósforo em áreas em que há produção animal intestiva. A UTILIZAÇÃO DE FITASE NA DIETA DE POEDEIRAS A maior inclusão e/ou a substituição total ou parcial de ingredientes alternativos que apresentam preços reduzidos, principalmente no período de entressafra, possui algumas restrições quanto ao seu uso na formulação de dietas para poedeiras devido aos fatores

antinutricionais. O uso de enzimas exógenas, como a fitase, permite que esses ingredientes sejam tão eficientes quanto o milho e a soja (ALBINO et al., 2014), o que seria interessante, já que galinhas poedeiras possuem altas necessidades de cálcio e de fósforo para a manutenção da postura (BERTECHINI, 2012). Por outro lado, não é só a quantidade de cálcio que importa para a boa qualidade dos ovos, mas sim o balanço adequado de minerais (ALBINO et al., 2014). De acordo com Boling et al. (2000), a suplementação de fitase exógena para galinhas com 70 semanas de idade ou mais incrementou a utilização do fósforo da dieta, e as aves mantiveram a postura de ovos. Em contrapartida, as aves que não receberam fitase exógena na dieta apresentaram baixos índices de postura e demonstraram sinais clínicos de deficiência de fósforo mais rápido do que as aves mais jovens. A idade influencia a porcentagem de casca do ovo devido à menor capacidade de absorção dietética e mobilização óssea de cálcio, e ao aumento gradual do tamanho do ovo sem aumento proporcional da quantidade de casca (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2013). Há muitos estudos relacionados à disponibilidade do fósforo fítico quando se suplementa as dietas animais com fitase, mas pouco se fala do cálcio, que é extremamente importante para poedeiras devido à produção de ovos. Cada ovo possui três gramas de cálcio presentes na casca, portanto, a dieta de poedeiras deve conter uma quantidade adequada de cálcio e de forma que possa ser usado eficientemente (ROBERTS, 2004). A suplementação de dietas à base de milho e farelo de soja com fitase aumentou a biodisponibilidade de cálcio e melhorou a casca e aumentou a gravidade específica dos ovos das poedeiras alimentadas com essas dietas (SOHAIL; ROLAND, 2000). Segundo Ahmadi et al. (2008), a suplementação com fitase, além de aumentar a porcentagem de casca, também pode gerar ovos com maior peso de clara. Em dietas formuladas à base de milho e farelo de soja, com alimentação à vontade, houve incremento da produção de ovos de poedeiras leves (CIFTCI; DALKILIC; AZMAN, 2005). Em um estudo realizado por Silva et al. (2012) utilizando poedeiras semipesadas de 26 semanas de idade, houve a manutenção

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do desempenho e da qualidade de ovos quando se comparou dietas com redução nutricional e adição de fitase ou de fitase e carboidrases com dietas sem redução nutricional. Em dietas com a adição de trigo e redução energética, houve prejuízos na porcentagem de postura das poedeiras, enquanto que as aves que receberam a mesma dieta com fitase apresentaram níveis de postura semelhantes àqueles das aves que foram alimentadas com a dieta controle, sem redução energética (SCOTT; KAMPEN; SILVERSIDES, 2001). Gutiérrez et al. (2011) observaram que a adição de fitase em dietas baseadas em sorgo e farelo de soja com redução energética aumentou a massa de ovos, sem alterar a produção. A suplementação de dietas baseadas em milho e farelo de soja com fitase podem não demonstrar efeitos na qualidade interna ou externa dos ovos, mas, com relação à metabolizabilidade dos nutrientes, há um maior aproveitamento dos mesmos, como do fósforo fítico, bem como o aumento da matéria inorgânica das tíbias de poedeiras quando há deficiência de fósforo não fítico na dieta (CARLOS; EDWARDS, 1998). O aumento no conteúdo das cinzas das tíbias das aves alimentadas com as dietas deficientes em fósforo, mas suplementadas com fitase, demonstra que houve a disponibilização e mobilização do fósforo fítico para o osso. Por outro lado, segundo os autores, as aves que receberam dietas deficientes em fósforo e sem a suplementação enzimática apresentaram síndromes relacionadas à deficiência de fósforo e porcentagem de cinzas nas tíbias significativamente mais baixas com relação às demais aves. A associação da fitase com outros aditivos também é uma alternativa. A adição de fitase em dietas baseadas em milho e farelo de soja sem a suplementação de fósforo aumentou a disponibilidade do fósforo fítico para poedeiras de 23 semanas de idade e, quando utilizada em conjunto com ácido orgânico, promovendo a acidificação do trato gastrintestinal, essa disponibilidade poderia ser aumentada (SARI et al., 2012). Neste caso é importante lembrar que, dependendo do tipo de fitase, ela atua somente em determinada faixa de pH. Já Hughes et al (2009) afirmaram que, em dietas baseadas em milho e farelo de soja e defi4532

cientes em fósforo não fítico, a adição de fitase não foi eficiente na retenção de nutrientes. Apesar da dificuldade em se utilizar o fósforo fítico e os outros componentes ligados ao fitato, há atividade endógena de fitase nos animais monogástricos, mas é muito baixa e praticamente desconsiderada. Em um estudo de avaliação da atividade endógena da fitase realizado por Marounek et al (2008), poedeiras mais velhas (47 semanas de idade) apresentaram maior disponibilidade de fósforo fítico, com menor teor desse fósforo nas excretas. Contrariamente, as galinhas mais jovens (20 semanas de idade), apresentaram menor disponibilidade do fósforo fítico, com maior teor nas excretas. Ainda, a maior atividade de fitase foi encontrada no ceco tanto das aves mais velhas quanto das aves mais jovens. Os autores explicam que aves mais velhas conseguem hidrolisar o fitato de forma mais eficiente devido à maior maturação do trato gastrintestinal. Há mais pesquisas para frangos no corte no campo da suplementação enzimática. Em um estudo realizado por Brandelli et al (2012), a adição de fitase em dietas com farelo de trigo para frangos de corte melhorou o aproveitamento de energia da dieta, trazendo ganhos de até 70 kcal EM/kg. Em outro trabalho com frangos de corte, em que avaliou-se a digestibilidade ileal verdadeira, houve aumento do aproveitamento do fósforo fítico e do fósforo total, e de aminoácido em dietas baseadas em milho e farelo de soja, com baixos níveis de fósforo e adição de fitase (RUTHERFURD et al., 2004). A utilização de fitase na dieta de poedeiras, além de diminuir a variação nutricional, auxilia na digestão, que se torna mais completa, reduz os níveis de nutrientes excretados e, portanto, a poluição ambiental, e ainda diminui a incidência de excretas úmidas (ALBINO et al., 2014). OUTRAS ENZIMAS Além da fitase, há outras categorias de enzimas utilizadas na alimentação de aves, como: a-galactosidase, galactomananase, xilanase e b-glucanase. A mais conhecida delas é a xilanase. A enzima xilanase é responsável pela degradação polissacarídeos não-amídicos e não é produzida pelos animais monogástricos (BRANDELLI et al., 2012).

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A xilanase atua na despolimerização das xilanas, originando as xiloses. São produzidas, assim como outras glicosidases (celulase, gluconase) somente por microrganismos, que utilizam o produto resultante da hidrólise como fonte de carbono. Há duas famílias de xilanases, classificadas de acordo com o seu peso molecular (PRADE, 1995). Há alguns trabalhos que comprovam a eficácia da xilanase, com melhora no desempenho (MATHLOUTHI; MOHAMED; LARBIER, 2003) e na metabolizabilidade dos nutrientes (PIRGOZLIEV; BEDFORD; ACAMOVIC, 2010), mas mais estudos com a enzima xilanase para poedeiras ainda são necessários. CONCLUSÕES A utilização da fitase nas dietas de poedeiras, além de aumentar a disponibilidade de aminoácidos, do fósforo fítico e de outros elementos, e da energia da dieta, mantem a qualidade dos ovos comerciais, mesmo das aves que já passaram do pico de postura. Além da valorização nutricional, a fitase impede a eliminação de compostos potencialmente poluidores, como o fósforo e o nitrogênio, no ambiente. Dessa forma, a fitase é uma alternativa interessante para o produtor de ovos, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista ambiental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBINO, F. T. Galinhas poedeiras: criação e alimentação. Viçosa: Aprenda Fácil, 2014. 376 p. AHMADI, A. et al. Performance and egg quality of laying hens affected by different sources of phytase. Pakistan Journal of Biological Sciences, Faisalabad, v. 11, n. 18, p. 2286-2288, 2008. BEDFORD, M. R. Exogenous enzymes in monogastric nutrition – their current value and future benefits. Animal Feed Science and Technology, Amsterdam, v. 86, p. 1 – 13, 2000. BERTECHINI, A. G. Nutrição de monogástricos. Lavras: UFLA. 2012. 373 P. BOLING, S. D. et al. The effects of dietary available phosphorus levels and phytase on performance of young and older laying hens. Poultry Science, Champaign, v. 79, p. 224-230, 2000. BRANDELLI, A. et al. Desenvolvimento de ração funcional para aves e suínos através da modifi-

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Integração lavoura-pecuária revisão Agricultura, áreas degradadas, monocultura, produção agrícola, sistemas de integração. Revista Eletrônica

Laylson da Silva Borges*1 Flávio Carvalho de Aquino1 Amauri Felipe Evangelista1 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Teresina-PI. *E-mail: laylson_borges@hotmail. com. 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Bom Jesus-PI. 1

Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO Nas últimas décadas, as áreas agrícolas utilizadas em sistemas de integração lavoura pecuária (ILP) vem se tornando mais expressivas no Brasil, em virtude dos inúmeros benefícios que podem ser obtidos com o uso desse sistema. E as premissas básicas para a sustentabilidade agropecuária tropical brasileira são, necessariamente, a recuperação das áreas degradadas por lavoura ou pecuária à preservação ambiental e o aumento da competitividade. Os indicadores de avaliação desses tipos de sistemas são também complexos, e necessariamente multidisciplinares. São notórios os benefícios que a ILP traz ao pecuarista e ao agricultor, visto que este sistema apresenta o sinergismo entre a produção de culturas e a produção de forragem para a exploração pecuária. Mesmo apresentando algumas limitações por ser um sistema ainda pouco difundido no Brasil, visto que por se tratar da integração entre duas atividades agrícolas nem todo agropecuarista tem condições de mantê-las em sua propriedade devidos os custos financeiros elevados. Desta forma, esta revisão tem como objetivo, mostrar os benefícios, as limitações, a evolução da integração lavoura-pecuária, bem como sua comparação com a agricultura tradicional (monocultura). Palavras-chave: agricultura, áreas degradadas, monocultura, produção agrícola, sistemas de integração.

CROP-LIVESTOCK INTEGRATION - REVIEW ABSTRACT In recent decades, the agricultural areas used for livestock farming systems integration (ILP) is becoming particularly marked in Brazil, due to the numerous benefits that can be obtained using this system. And the basic premises for the Brazilian tropical agricultural sustainability are necessarily the recovery of degraded areas by crop or livestock to environmental preservation and increased competitiveness. Therefore, assessment indicators of these types of systems are too complex and necessarily multidisciplinary. On the analysis from this review are notorious benefits that the ILP brings the farmer and the farmer, as this system has the synergy between crop and forage production for livestock. Even with some limitations for being a still little widespread system in Brazil, as because it is the integration between two agricultural activities not every agropecuarista afford to keep them on your property due to the high financial costs. However, even this type of integrated farming with its limitations has grown substantially in recent years. Therefore, this review aims to show the benefits, limitations, the evolution of crop-livestock integration, as well as its comparison with traditional agriculture (monoculture). Keywords: agricultural production, agriculture, degraded areas, monoculture, systems integration. 4535


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INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, as áreas agrícolas utilizadas em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) vem se tornando mais expressivas no Brasil, em virtude dos inúmeros benefícios que podem ser obtidos com o uso desse sistema. Apesar de sua crescente adoção, ainda há dúvidas e questionamentos sobre possíveis impactos negativos ligados à degradação do ambiente, sobretudo à degradação física do solo. De acordo com Muniz (2007) a integração lavoura-pecuária (ILP) é uma alternativa que está sendo adotada entre os elementos tecnológicos disponíveis, destacando-se por apresentar um sinergismo entre a produção de culturas anuais e a produção de forragem para exploração da pecuária de corte ou de leite a pasto, além de apresentar vantagens agronômicas, sociais e ambientais.

lução da integração lavoura-pecuária, bem como sua comparação com a agricultura tradicional (monocultura).

A integração lavoura pecuária ocupa posição de destaque no atendimento das demandas de intensificação da produção alinhada com os critérios de sustentabilidade. Neste contexto, preconiza-se um modelo de produção que atenda simultaneamente aos anseios econômicos do produtor rural sem descuidar dos aspectos ambientais e sociais.

vimento de tecnologias para compor o sistema plantio direto (SPD), principalmente no Sul do Brasil (CASTRO FILHO et al., 2002). De acordo com Macedo (2009), a reversão do quadro de baixa sustentabilidade pode ser conseguida por meio de tecnologias como o SPD e os sistemas agrossilvipastoris.

As premissas básicas para a sustentabilidade agropecuária tropical brasileira são, necessariamente, a recuperação das áreas degradadas por lavoura ou pecuária a preservação ambiental e o aumento da competividade. A ILP, ao ser exercida pelo pecuarista ou lavoureiro, renova as pastagens degradadas melhora a performance das culturas graníferas e ainda o vigor das forragens de primeiro ano, propiciando a regularização da renda por essas razões. Para Marchão (2007) a manutenção de um ecossistema favorável à atividade biológica em todos os níveis tróficos proporcionada pelo mínimo de revolvimento do solo no sistema de plantio direto (SPD) e pela permanência constante de uma cobertura vegetal na ILP, permite inferir que a associação destes sistemas é a forma mais sustentável em comparação aos cultivos contínuos convencionais, e que em grande parte das melhorias na qualidade dos solos cultivados dessa forma são consequências da maior atividade biológica. Partindo dessas premissas, esta revisão tem como objetivo, mostrar os benefícios, as limitações, a evo4536

Evolução tecnológica dos sistemas de integração Os sistemas agrossilvipastoris, que integram atividades agrícolas, pecuárias e florestais, são considerados, atualmente, inovadores no Brasil, embora vários tipos de plantios associados entre culturas anuais e culturas perenes ou entre frutíferas e árvores madeireiras sejam conhecidos na Europa desde a antiguidade (BALBINO et al., 2011). Alguns esforços para reverter o processo de degradação dos solos foram iniciados no final da década de 1970, com a adoção de sistemas de terraceamento integrado em microbacias hidrográficas e o desenvol-

Estudos conduzidos no subtrópico brasileiro mostram que, do ponto de vista das propriedades físicas do solo, não ocorre qualquer restrição para o desenvolvimento das culturas subsequentes, desde que não haja elevada intensidade de pastejo (CARVALHO et al., 2010). Sistema Agroflorestais x Integração lavoura-pecuária Dentre as diferentes formas de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) nas regiões tropicais são destacados os sistemas taungya, silvipastoris, quintais agroflorestais e os sistemas multiestratificados comerciais, sendo estes dois últimos bastante praticados na Amazônia. Em que os sistemas multiestratificados permitem que os agricultores familiares possam obter renda de diferentes espécies e produtos ao longo do ano. Apesar dessas vantagens, há carência de informações com relação ao manejo dos SAF, à silvicultura das espécies que compõem os mesmos, ao desenho e ao arranjo desses sistemas por parte dos agricultores familiares, os quais, na maioria das vezes têm mais conhecimento acerca dos cultivos agrícolas (VIEIRA, et al., 2007).

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Segundo Bentes-Gama (2003), a falta do monitoramento contínuo de espécies arbóreas em SAF, ao longo do tempo, é um dos entraves que impede o avanço do conhecimento acerca do desempenho produtivo nesses sistemas. Isso leva à falta de domínio dos processos e não favorece a difusão dos resultados obtidos destes sistemas para os produtores. Enquanto Abdo et al. (2008) complementa que os sistemas agroflorestais constituem sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras) são manejadas em associação com plantas herbáceas, culturas agrícolas e/ou forrageiras e/ou em integração com animais, em uma mesma unidade de manejo, de acordo com um arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações ecológicas entre estes componentes.

mas de produção menos intensivos no uso de insumos e mais sustentáveis no tempo.

O sistema agroflorestal é uma opção interessante e extremamente viável na escolha de modelos pelo pequeno produtor. Segundo Couto (2013), os sistemas agroflorestais (SAF’s) promovem a redução do grau de dependência de uma única fonte de renda pela diversidade da produção. Para Bezerra (2010) os sistemas agroflorestais em relação aos aspectos agronômicos, florestais e ecológicos, possuem notória viabilidade enquanto ao sistema de cultivo alternativo e sustentável.

Alvarenga & Noce (2005) descrevem a ILP como a diversificação, a rotação, a consorciação ou a sucessão das atividades de agricultura e de pecuária dentro da propriedade rural, de forma harmônica, em um mesmo sistema, para que haja benefícios para ambas. A ILP possibilita que a área seja explorada economicamente durante todo o ano, o que favorece o aumento da oferta de grãos, de carne e de leite, a um custo mais baixo, em virtude do sinergismo entre lavoura e pastagem.

De acordo com Carvalho et al. (2006) a integração lavoura-pecuária (ILP) é uma denominação brasileira a sistemas de produção que se caracterizam, principalmente, pela combinação de ciclos de agricultura com ciclos de pecuária, em sucessão na mesma área. Em sua maioria os sistemas se alicerçam na rotação de culturas anuais de grãos com pastagens anuais ou perenes. Enquanto Porfírio Da Silva (2006) afirma que a associação do componente arbóreo às pastagens e às lavouras adquire importância, que tende a ser maior quando utilizada em regiões agropastoris com grande fragmentação e insulamento de remanescentes florestais naturais ou com pastagens degradadas.

Macedo (2009) ressalta que os sistemas de ILP são alternativas para a recuperação de pastagens degradadas e para a agricultura anual, que melhoram a produção de palha para o SPD e as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Esses sistemas também possibilitam a utilização mais eficiente de equipamentos e o aumento de emprego e renda no campo. De acordo com Martins et al. (2010) o preparo convencional do solo mediante aração e gradagem, seguido de práticas conservacionistas que minimizam a perda de solo pelo processo erosivo, pode ser substituído com vantagens pelo sistema de plantio direto, sem que haja revolvimento do solo pelas práticas de aração e gradagem.

Assmann et al. (2004) enfatiza que o sistema pasto lavoura ou integração lavoura-pecuária, bastante difundido nos últimos anos, apresenta alternância temporária (rotação) de cultivos para grãos e pastagens de gramíneas ou leguminosas. Segundo este mesmo autor a rotação lavoura-pastagem aparece como uma estratégica mais promissora para desenvolver siste-

Para Lazzaroto et al. (2009) esses sistemas podem ser muito vantajosos, pois, entre outras coisas, podem diversificar as fontes de receitas, diminuir riscos de frustrações de produção e, ou, de preços e reduzir impactos negativos ao meio ambiente. No entanto, apesar de existirem, na literatura, diversos estudos que demonstram as vantagens técnicas em combinar explorações vegetais e animais, no Brasil, ainda é grande a carência de resultados que evidenciem os benefícios e riscos econômicos na condução de práticas de integração agropecuária. Contribuições dos sistemas de integração para a sustentabilidade da agropecuária

Já Vilela et al. (2012) relata que a ILP, de modo geral, mostra-se como alternativa para reverter a degradação de pastagens, melhorando a qualidade do solo e o seu teor de matéria orgânica, o que quase sempre resulta em aumento de produtividade, potencialmente melhorando o desempenho bioeconômico do sistema.

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A adoção da ILP contribui para viabilizar o SPD, com a palha produzida pela pastagem tropical bem manejada. Além disso, a pastagem proporciona à lavoura um solo melhor estruturado, em função do sistema radicular abundante e do resíduo de material orgânico deixado na superfície e em subsuperfície do solo (LOSS et al., 2011). A adoção da ILP proporciona benefícios recíprocos e reduz a degradação física, química e biológica do solo, resultante de cada uma das explorações (KLUTHCOUSKI & STONE, 2003). A redução do uso de agroquímicos, em razão da quebra dos ciclos de pragas, doenças e plantas daninhas, é outro benefício da ILP ao meio ambiente (VILELA et al., 2008). Além desta está se tornando viável em diversas regiões do mundo, trazendo como benefícios a recuperação de áreas degradadas, a redução dos custos de produção e a melhoria do uso intensivo da área, principalmente sob lavoura durante todo o ano com bons resultados socioeconômicos e ambientais (VILELA et al., 2011). Segundo Crusciol et al. (2011) o interesse, nesse modelo de exploração, apoia-se nos benefícios que podem ser auferidos pelo sinergismo entre pastagens e culturas anuais, como: melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; quebra de ciclo de doenças e redução de pragas e de plantas daninhas; redução de riscos econômicos pela diversificação de atividades; e redução de custo na recuperação e na renovação de pastagens em processo de degradação. Modalidades dos sistemas de integração Os sistemas de integração podem ser classificados em quatro modalidades distintas, segundo Balbino et al. (2011): ILP ou agropastoril; IPF ou Silvipastoril; integração lavoura floresta (ILF) ou silviagrícola e ILPF ou agrossilvipastoril. Esses sistemas devem ser adequadamente planejados, levando-se em conta os diferentes aspectos socioeconômicos e ambientais das unidades de produção. Podendo ser adotados por qualquer produtor rural, independentemente do tamanho do estabelecimento agropecuário (MACHADO et al., 2011). Estas modalidades devem se comportar de forma harmônica, constituindo um mesmo sistema, de tal maneira que haja benefícios para ambas as atividades (SALTON et al., 2001). Todos têm o objetivo de mudar 4538

o sistema da terra, fundamentando-se na integração dos componentes do sistema produtivo, visando atingir patamares cada vez mais elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e competitividade (INTEGRAÇÃO, 2009). Integração no agronegócio Ao longo das últimas três décadas, o agronegócio brasileiro vem crescendo e se transformando de maneira expressiva. A incorporação de terras da região do Cerrado ao processo produtivo, em especial a partir da década de 70, explica uma parcela considerável desse sucesso (VILELA et al., 2012). De acordo com dados do IBGE (2009), em 1970, a produção de arroz, de feijão, de trigo, de milho e de soja foi de 27,34 milhões de toneladas. Em 2007, a produção dessas culturas somou 128,27 milhões de toneladas, representando um crescimento de 370%. Entretanto, um grande desafio para a agricultura baseada no monocultivo será contornar os problemas decorrentes de décadas de práticas agrícolas de elevada pressão sobre o ambiente, dentre outros: reduzir a erosão e a perda de fertilidade dos solos, bem como o assoreamento dos cursos d’água, à poluição do solo e da água e mitigar emissões de gases de efeito estufa (VILELA et al., 2012). Já levando em consideração o sistema de integração para o agricultor este pode atuar na redução de risco do negócio, pela diversificação das atividades agropecuárias na propriedade rural (MARTHA JÚNIOR et al., 2011). Além desse efeito de diversificação, a rotação de culturas na propriedade rural pode contribuir positivamente para a redução de risco, pela menor variabilidade da produtividade entre anos e pelo aumento na produtividade ou redução dos custos unitários de produção (HELMERS et al., 2001). Já Carvalho et al. (2011) destaca que consórcio entre culturas tem sido muito utilizado, principalmente para o mais eficaz aproveitamento da área e obtenção de mais retorno econômico da exploração. Enquanto que ao pecuarista a tecnificação da pecuária como atividade isolada, seja para produção de carne ou de leite, visando atingir produtividade e competitividade traz custos fixos elevados. A necessidade de mão-de-obra especializada, tanto no manejo de ani-

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mais quanto na maquinaria necessária, é um custo que deve ser diluído quando se faz a integração (AMBROSI et al., 2001). Quando se trata do sistema de recuperação de pastagens a integração lavoura e pecuária permitem ainda a produção de alimento suplementar para o gado em épocas críticas, a geração de receitas com a diminuição dos custos da reforma, o aproveitamento de resíduos de adubos minerais, o controle de invasoras e maior eficiência do uso de máquinas e implementos com a racionalização no emprego da mão-de-obra (CARVALHO et al.,1990; MELLA, 1994). Integração Lavoura-Pecuária As culturas anuais de grãos proporcionaram, no decorrer das décadas de 80 e 90, a expansão da fronteira agrícola, intensificação do uso dos fatores de produção, investimentos em mecanização e adoção de tecnologias baseadas em alto consumo energético (fertilizantes e defensivos). As monoculturas, ao mesmo tempo em que elevaram os custos de produção e degradaram o meio produtivo, resultaram na instabilidade de grande parte das explorações (KLUTHCOUSKI et al., 2003). Devido ao grande potencial que a região do Cerrado apresenta para exploração da agropecuária, várias pesquisas estão sendo desenvolvidas visando à recuperação e exploração de áreas degradadas, integrando a agricultura e a pecuária e explorando os recursos naturais de forma racional, buscando assim, a sustentabilidade destas atividades. Segundo Cobucci et al. (2001), o aprimoramento de pesquisas associando culturas anuais e espécies forrageiras possibilitou o desenvolvimento do PILP na Embrapa Arroz e Feijão, utilizando uma técnica de renovação de pastagem denominada Sistema Santa Fé. Este sistema consiste na produção consorciada de cultura de grãos, especialmente o milho, sorgo, milheto, arroz e soja, com forrageiras tropicais, principalmente as do gênero Brachiaria, tanto no plantio direto como no convencional, em áreas de lavoura com solos parciais ou devidamente corrigidos. Neste sistema as culturas anuais apresentam grande desempenho de desenvolvimento inicial, exercendo com isso alta competição sobre as forrageiras, evitando assim redução significativa da sua produtividade (KLUTHCOUSKI et al., 2003).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto com esta revisão são notórios os benefícios que a ILP traz ao pecuarista e ao agricultor, visto que este sistema apresenta o sinergismo entre a produção de culturas e a produção de forragem para a exploração pecuária, melhora significativamente a microbiota do solo e consequentemente, contribui para um melhor desempenho cultural, reduzindo assim o uso intensivo de insumos químicos e o transito de máquinas agrícolas que causam a compactação do solo. Além de ser uma alternativa viável na recuperação de pastagens e áreas degradadas. Apesar das inúmeras vantagens, o sistema de integração lavoura pecuária também apresenta algumas limitações, tais como: é um sistema ainda pouco difundido no Brasil, visto que por se tratar da integração entre duas atividades agrícolas nem todo agropecuarista tem condições de mantê-las em sua propriedade devidos os custos financeiros elevados. REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDO, M.T.V.N.; VALERI, S.V.; MARTINS, A.L.M. Sistemas agroflorestais e agricultura familiar: uma parceria interessante. Revista Tecnologia e Inovação Agropecuária, p.50-59, 2008. ALVARENGA, R.C.; NOCE, M.A. Integração lavoura pecuária. 2005. 16p. (Documentos, 47). AMBROSI, I.; SANTOS, H.P.; FONTANELI, R.S. et al. Lucratividade e risco de sistemas de produção de grãos combinados com pastagens de inverno. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.36, p.12131219, 2001. ASSMANN, A.L.; PELISSARI, A.; MORAES, A. et al. Produção de gado de corte e acúmulo de matéria seca em sistema de integração lavoura-pecuária em presença e ausência de trevo branco e nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, p.37-44, 2004. BALBINO, L.C.; BARCELLOS, A.O.; STONE, L. F. (Ed.). Marco referencial: integração lavoura pecuária floresta. Brasília: Embrapa, 130p, 2011. BALBINO, L.C.; CORDEIRO, L.A.M.; SILVA, V.P. et al. Evolução tecnológica e arranjos produtivos de sistemas de integração lavoura pecuária floresta no Brasil. Pesquisa agropecuária brasileira, v.46, p.1-12, 2011.

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Artigo 359 - Integração Lavoura-Pecuária - Revisão

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Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios Colesterol, lipoproteínas, triglicerídeos, vacas leiteiras.

Emizael Menezes de Almeida1* Alan Soares Machado2 Marcelo Marcondes de Godoy2 Douglas Dijkstra1 Fagner Machado Ribeiro1 Fábio Alves Zanata1 Lidiane de Oliveira Silva1 Graduando em Zootecnia do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres. E-mail: emizelmenezes@gmail.com 2 Professor Doutor do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres. 1

RESUMO Objetivou-se avaliar o efeito da substituição do milho grão pelo gérmen integral de milho na dieta de vacas lactantes, sobre os parâmetros sanguíneos colesterol total, triglicerídeos, lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL). Utilizouse cinco vacas lactantes mestiças, com aproximadamente 100 dias de lactação e peso médio de 490 kg de peso vivo. Os tratamentos foram (0,0; 6,7; 13,5; 20,1 e 26,9%) de GIM em substituição ao milho grão moído. Foi utilizado o delineamento em quadrado latino 5 x 5, totalizando 105 dias, subdividido em cinco períodos de 21 dias cada. A coleta de sangue foi realizada duas vezes nos 21 dias de cada período experimental. As amostras de sangue foram coletadas por punção da veia subcutânea do abdome, em tubos de ensaio, contendo anticoagulante EDTA. As amostras de sangue foram centrifugadas a 5000rpm por 15 minutos, a uma temperatura ambiente para extração do soro sanguíneo, o qual foi congelado a -20 °C e posteriormente foram analisados os parâmetros estudados. A inclusão de GIM em até 26,9% na matéria seca da dieta não afetou os parâmetros séricos avaliados. Palavras-chave: colesterol, lipoproteínas, triglicerídeos, vacas leiteiras.

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Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

CROP-LIVESTOCK INTEGRATION - REVIEW ABSTRACT The objective was to evaluate the effect of replacing corn grain for the full germ of corn in the diet of lactating cows on blood parameters total cholesterol, triglycerides, high density lipoprotein (HDL), low density lipoprotein (LDL), lipoprotein much low density (VLDL). We used five crossbred Holstein, with approximately 100 days of lactation and average weight of 490 kg liveweight. The treatments were (0.0, 6.7, 13.5, 20.1 and 26.9%) of GIM replacing ground corn grain. The experimental design consisted of Latin square 5 x 5, totaling 105 days, divided into five periods of 21 days each. Blood collection was performed twice within 21 days of each experimental period. Blood samples were collected by puncture of the abdominal subcutaneous vein into test tubes containing EDTA anticoagulant. The blood samples were centrifuged at 5000rpm for 15 minutes at room temperature to extract the blood serum, which was frozen at -20 ° C and the studied parameters were subsequently analyzed. The inclusion of GIM by up to 26.9% of dry matter of the diet did not affect the evaluated serum parameters. Keywords: cholesterol, dairy cows, lipoproteins, triglycerides.


Artigo 360 - Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios

INTRODUÇÃO A vaca lactante dentro de um sistema de produção é considerada a categoria animal mais exigente. Muitos produtores promovem a seleção de animais cada vez mais produtivos, o que faz necessário a execução de estudos com a nutrição, para que essa seja cada vez mais aperfeiçoada (MACHADO, 2014). Segundo ARAÚJO et al. (2012), a utilização de coprodutos da indústria, na dieta de vacas leiteiras, é uma boa opção para redução do custo de produção nas fazendas leiteiras, principalmente quando há variações na oferta deste ingrediente no mercado que ocasionam consideráveis altas no seu preço e, por conseguinte, consideráveis altas no custo de produção do leite. Dentre as diversas alternativas, o gérmen integral de milho (GIM) pode ser uma boa opção de alimento substituto ao milho grão, pois apresenta boas características energéticas, principalmente devido ao seu alto teor de extrato etéreo. Comparado ao milho grão, o GIM tem maiores concentrações de lipídeos (9,30%) e proteína (10,90%) (BRITO et al., 2005; CASTRO, 2007; CASTRO et al., 2009; MIOTTO et al., 2009; VALADARES FILHO et al., 2010; ARAÚJO, 2012; MACHADO, 2014). Assim a utilização do GIM pode proporcionar uma economia para formulação da dieta, pois as exigências energéticas e protéicas do animal serão atendidas consumindo-se uma menor quantidade deste alimento quando comparada com dietas a base milho grão. Porém, elevado teor de lipídeos na dieta de vacas leiteiras pode ocasionar distúrbios, pois, em concentração acima de 7% na dieta total dos animais afeta a produção e composição do leite, devido ao efeito tóxico deste nutriente aos microrganismos do rumem e a menor disponibilidade de nutrientes fermentescíveis no rumem, enquanto, a depressão da gordura do leite tem sido mais afetada pela incompleta hidrogenação dos ácidos graxos insaturados no ambiente ruminal (SOUZA et al., 2012). Os constituintes do soro sanguíneo têm relação direta com a composição química e a digestibilidade dos ingredientes da dieta. A avaliação da composição sanguínea pode ser usada como indicador da saúde da vaca leiteira (ARRUDA et al., 2008). As variações dos parâmetros

sanguíneo de metabólitos como colesterol total, triglicerídeos, lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL), permite diagnosticar e prevenir transtornos metabólicos, servindo também como indicador do estado nutricional do animal assim permitindo melhor explicar respostas zootécnicas e metabólicas analisadas mediante o fornecimento de lipídeos na dieta de vacas leiteiras (GAGLIOSTRO & CHILLIARD, 1992; BIASE et al., 2005; ARRUDA et al., 2008). O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o efeito do aumento do teor de lipídios da dieta através da inclusão do gérmen em substituição ao milho moído, sobre os parâmetros hematológicos de vacas leiteiras. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no setor de Bovinocultura do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres no município de Ceres – GO, latitude a 15º 2’02,5” S e longitude 49º 35’53,8” W Gr e altitude de 575 m. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal do Instituto Federal Goiano (003/2011). O experimento compreendeu o período de 25 junho a 08 outubro 2011, totalizando 105 dias, dividido em cinco períodos experimentais, com duração de 21 dias cada, sendo 13 dias destinados à adaptação dos animais às dietas e oito dias para coleta de dados. Utilizando-se cinco vacas mestiças com o grau de sangue (¾H X ¼G), onde H é a raça holandesa e G é a raça Gir com peso corporal médio de 490 kg, com idade média de quatro anos, no terço inicial de lactação com produtividade de 26 kg/leite/dia. As vacas foram confinadas individualmente em baias com bebedouros e comedouros individuais e área de 48 m². As dietas experimentais foram formuladas utilizando como referência o NRC (2001) para atender as necessidades de vacas com 490 kg de peso corporal, 100 dias de lactação, 26 kg de leite/dia, com 3,8% de gordura e 3,3% de proteína no leite de forma que fossem isoprotéica e isofibrosa. As composições químicas dos ingredientes das dietas estão na Tabela 1. Os tratamentos consistiram da inclusão de gérmen integral de milho (GIM) em substituição ao milho moído,

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Artigo 360 - Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios

TABELA 1. Composição e percentual dos ingredientes com base na matéria seca Ingrediente

MS

MO

MM

PB

EE

FDN

CT

CNF

Silagem milho

30,9

95,3

4,7

6,7

2,7

57,8

85,9

28,1

Farelo de soja

88,8

94,1

5,9

46,7

2,8

15,7

44,6

28,9

Milho moído

89,8

94,2

5,8

9,1

3,6

12,7

81,5

68,8

Gérmen milho

90,2

96,8

3,2

10,5

11,0

15,7

75,3

59,6

Casca de soja

91,9

94,4

5,6

10,7

1,8

69,3

81,9

12,6

MS: Matéria Seca; MO: Matéria orgânica, MM: Matéria Mineral; PB: Proteína Bruta; EE: Extrato Etéreo; FDN: Fibra em Detergente Neutro; CT: Carboidratos Totais; CNF: Carboidrato não Fibroso.

TABELA 2. Percentual dos ingredientes e composição química das dietas experimentais com base na matéria seca. Ingredientes (%)

Tratamentos (Dietas - % de inclusão do GIM na MS) 0

6,7

13,5

20,1

26,9

Silagem de milho

58,9

58,9

58,7

58,8

58,8

Milho moído

17,3

12,3

8,3

3,9

0,0

Farelo de soja

11,5

11,5

11,5

11,5

11,5

Gérmen integral de milho

0,0

6,7

13,5

20,1

26,9

Uréia+Sulfato de Amônio

0,6

0,6

0,6

0,6

0,6

Casca de soja

9,5

7,8

5,2

2,9

0,0

NaCl

0,3

0,3

0,3

0,3

0,3

Calcário calcítico

0,6

0,6

0,6

0,6

0,6

Núcleo

1,3

1,3

1,3

1,3

1,3

1

Composição química (%MS) Matéria Seca

55,3

55,8

55,3

55,7

55,5

Matéria Orgânica

94,3

94,5

94,5

94,3

94,0

Matéria Mineral

5,7

5,5

5,5

5,6

5,9

Proteína Bruta

14,2

14,2

14,1

14,2

14,1

Extrato Etéreo

2,9

3,5

4,0

4,5

5,1

FDN

43,6

43,6

42,6

42,6

42,7

Carboidrato Total

77,2

76,8

76,4

75,7

74,9

CNF

34,5

34,1

34,5

34,0

32,9

Composição por kg/produto, Vitamina A (min) 350.000 UI, Vitamina D3 (min) 87.500 UI,Vitamina E (min) 350 UI, Ferro (min) 3.500 mg, Cobre (min) 1.050 mg, Manganês (min) 2.100 mg, Zinco (min) 3.500 mg, Iodo (min) 28 mg, Cobalto (min) 17,5 mg, Selênio (min) 21 mg, Magnésio (min) 2.100 mg, Enxofre (min) 5.600 mg, BHT 140 mg, FDA (max) 1.000 mg, Cálcio (max) 270 g, Cálcio (min) 220g, Fósforo (min) 50g, Umidade (máx) 80g, Matéria Mineral (max) 950 g, Fibra Bruta (máx) 40g. FDN: Fibra em detergente neutro; CNF: Carboidrato não fibroso. 1

com base na matéria seca das dietas da seguinte forma: GIM 0 dieta com 0,0% de inclusão do GIM; GIM 6,7 dieta com 6,7% de inclusão do GIM; GIM 13,5 dieta com 13,5% de inclusão do GIM; GIM 20,1 dieta com 20,1% de inclusão do GIM e GIM 26,9 dieta com 26,9% de inclusão do GIM (Tabela 2). As dietas foram fornecidas duas vezes por dia, na forma de dieta total, às 8 h e 16 h sendo oferecidas 40% pela manhã e 60% à tarde sempre após as ordenhas, em quan4544

tidade que assegurassem consumo à vontade com sobras entre 5 e 10% do total oferecido. O volumoso utilizando foi silagem de milho. Amostras de silagem de milho foram coletadas quinzenalmente para ajuste da quantidade da matéria seca fornecida. Durante o período de coletas, em cada refeição, foram colhidas alíquotas da silagem, da dieta total e da sobra, ao final de 24 h. Em se-

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Artigo 360 - Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios

guida as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e armazenados em freezer a aproximadamente -20ºC.

soro sanguíneo, o qual foi congelado a -20 °C para posterior análise das variáveis utilizando-se kits enzimáticos LAB TEST.

Ao término de cada período experimental as amostras foram descongeladas em temperatura ambiente, misturadas por tratamento, em recipiente plástico e homogeneizadas. Dessa mistura foi retirada uma alíquota e colocada em estufa de ventilação forçada a 60ºC por 72h. Após a secagem essas amostras foram moídas em moinho do tipo Willey com peneira de crivos de 1 mm e armazenadas em frascos plásticos hermeticamente fechados para posterior determinação da matéria seca (MS), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO) e Fibra em Detergente Neutro (FDN) segundo SILVA & QUEIROZ (2002).

As concentrações de colesterol-LDL e colesterol-VLDL também foram determinadas indiretamente, por meio de fórmulas, onde: VLDL colesterol (mg/dL) = (concentração de triglicérides/5) e LDL colesterol (mg/ dL) = Colesterol Total - (HDL Colesterol + VLDL Colesterol) (FRIEDEWALD et al., 1972). O experimento instalado foi delineado em quadrado latino, com o modelo estatístico: Yijk = µ + Ti + Aj + Pk + eijk, em que: Yijk = valor observado no tratamento i, animal j e período k; µ = média geral do experimento; Ti = efeito do tratamento i; Aj = efeito do animal j; Pk = efeito do período k; eijk = efeito do erro aleatório associado a observação Y/ijk.

O carboidrato total (CT) e o carboidrato não-fibroso (CNF) foram calculados usando as equações CT= 100 - (%Proteína Bruta (%PB) + %Extrato Etéreo (%EE) + %Matéria Mineral (%MM)) descrita por SNIFFEN et al. (1992), e CNF= 100 – [(%PB - %PB derivada da uréia + %uréia) + %Fibra em Detergente Neutro (%FDN) + %EE + %MM] (HALL, 2000). A coleta de sangue foi realizada duas vezes no 21 dia de cada período experimental, sempre no horário de quatro horas após as refeições, sendo uma coleta às 12 h e outra ás 20 h. Os animais foram contidos por peia, as amostras de sangue foram coletadas por punção da veia subcutânea do abdome, em tubos de ensaio, contendo anticoagulante EDTA. As amostras de sangue foram centrifugadas a 5000rpm por 15 minutos, a uma temperatura ambiente para extração do

Os parâmetros sanguíneos foram avaliados através da regressão polinomial, tendo os tratamentos quantitativos (GIM 0,0; GIM 6,7; GIM13,5; GIM 20,1 e GIM 26,9%) como variável resposta. Os modelos de regressão foram submetidos à análise de variância considerando o delineamento em quadrado latino, com teste para a falta de ajuste. Foram selecionados os modelos onde os regressores foram significativos e a falta de ajuste não significativa, adotando-se o nível de significância de 5%. As análises foram realizadas com auxílio do software R (R Development Core Team, 2013) version 2.15.3 (2013-03-01). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 3 podem ser observados os valores médios referentes de as concentrações de colesterol total,

TABELA 3. Concentrações de colesterol total, triglicérides, HDL, LDL, VLDL, no soro sanguíneo de vacas lactantes ingerindo dietas com diferentes níveis de gérmen integral de milho. Tratamentos (% de inclusão GIM na MS) Variável Colesterol total

0

6,7

13,5

20,1

26,9

mg/dL

CV(%)

p.valor

L

Q

FA

163,9

151,2

160,1

171,1

173,5

15,16

0,63NS

0,28

0,45

0,72

Triglicerídeos

8,8

7,7

9,7

7,4

7,0

40,63

0,69

0,41

0,60

0,67

HDL

97

96,6

88,8

117

104,8

17,93

0,20

0,18

0,69

0,22

LDL

65,14

53,06

69,36

52,62

67,3

28,10

0,40

0,87

0,48

0,28

VLDL

1,76

1,54

1,94

1,38

1,4

40,14

0,60

0,35

0,66

0,61

NS NS NS NS

CV (%) Coeficiente de Variação; L = Regressão linear; Q = Regressão quadrática; FA = Falta de ajuste; NS = não significativo. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.1, p.4542-4549, jan/fev, 2016. ISSN: 1983-9006

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Artigo 360 - Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios

triglicérides, HDL, LDL, VLDL no soro sanguíneo de vacas lactantes ingerindo dietas com diferentes níveis de gérmen integral de milho. Na análise de variância das concentrações de colesterol total triglicérides, HDL, LDL, VLDL no soro sanguíneo não foi observada diferença significativa (P>0,05) para os níveis crescentes de inclusão GIM, o valor lipídico foi até 5,1% na dieta. As variações nas concentrações sanguíneas para colesterol total, triglicérides, HDL, LDL, VLDL está diretamente ligada aos sistemas de alimentação utilizados, ingredientes utilizados na formulação de dieta, assim como as raças avaliadas em cada trabalho. A suplementação lipídica na alimentação de vacas leiteiras ocasiona uma grande ampla variação nos parâmetros sanguíneos. O colesterol é um precursor de hormônios esteróides, corticosteróides, vitamina D, ácidos biliares e faz parte da estrutura das lipoproteínas. No aspecto nutricional sua determinação tem sido associada ao excesso de gordura na dieta e tipo de deficiência energética, bem como possíveis problemas de fígado (ALVAREZ, 2001). Segundo MANUAL MERCK DE VETERINÁRIA (1997) os valores séricos normais de colesterol total no soro de bovinos variam entre 62,1 e 192,5 mg/dL e os valores deste trabalho se enquadram nesse campo de variação. As concentrações de colesterol total obtidas neste estudo foram semelhantes a resultados encontrados por RUAS et al. (2000); COSTA (2008); MAIA (2013) e SILANO (2014) em experimento com vacas lactantes. MATURANA FILHO (2009) em experimento com duas fontes lipídicas para vacas lactantes, óleo de soja e sais de cálcio de ácidos graxos com inclusão de até 5,59% de extrato etéreo na dieta não observou diferença significativa para o colesterol total quando comparado com o tratamento controle que possuía 2,73% de extrato etéreo da dieta. Os valores de colesterol total para o tratamento controle foi de 169,12 para óleo de soja 171,71 e sais de cálcio de ácidos graxos 182,34 mg/dL dados similares aos observado neste estudo. 4546

Resultados superiores aos obtidos neste estudo foram encontrados por LÓPEZ et al. (2004); FREITAS JÚNIOR et al. (2010); BARLETTA et al. (2012) e NAVES et al. (2013), que relataram concentrações de colesterol total que variam entre 187,56 e 310,36 mg/ dL. Os mesmo autores justificam que a maior concentração do colesterol total no lipidograma do soro bovinos com suplementação lipídica ocorre devido ao maior consumo de ácidos graxos nas dietas, que proporcionou aumento das respectivas frações relativas ao metabolismo de lipídios transportado no sangue. A fonte lipídica utilizada e a porcentagem de inclusão da mesma na dieta de vacas lactantes são as principais causas das variações nos valores de colesterol no sangue de vacas leiteiras. Os triglicerídeos plasmáticos são precursores de ácidos graxos de cadeia longa do leite e juntos aos valores de VLDL são tomados como indicativo de mobilização de reservas corporais em ruminantes submetidos a um alto gasto energético, sua concentração varia de acordo com a fase da lactação e sua utilização pela glândula mamaria (ALVAREZ, 2001). As concentrações de triglicerídeos deste trabalho corroboraram com dados encontrados na literatura. ARRUDA et al. (2008) e CALIXTO JUNIOR et al. (2010) relatam resultados similares ao deste estudo no sangue de vacas em lactação, alimentadas com diferentes volumosos, com valores de triglicerídeos variando entre 5,78 a 9,5 mg/dL. LÓPEZ et al. (2004) trabalharam com diferentes fontes de gordura e níveis de extrato etéreo 3,66 a 6,33% na dieta de vacas lactantes encontraram resultados para as concentrações de triglicerídeos entre 7,50 e 11,00 mg/dL. SILVEIRA et al. (2012) em estudo com vacas de corte no pós-parto suplementadas com 100g/vaca de sais de cálcio de ácidos graxos observaram concentrações de triglicerídeos de 7,84 mg/dL. BERMUDES et al. (2003) encontraram valores superiores aos deste estudo, entre 21,3 a 18,9 mg/dL de triglicerídeos circulante no sangue de vacas em lactação alimentadas com alfafa em pé e alfafa présecada com e sem a suplementação de gordura, sendo ofertada 400g de gordura protegida dia. FREITAS JÚNIOR et al. (2010) também verificaram valores superior de triglicerídeos quando comparado com esse

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Artigo 360 - Parâmetro hematológico em vacas lactantes suplementadas com lipídios

trabalho em vacas lactantes suplementadas com diferentes fontes e percentagem de inclusão de lipídios na dieta. O HDL, LDL e VLDL são lipoproteínas responsáveis por grande parte do transporte do colesterol sanguíneo. NAVES et al. (2013) em experimento com a inclusão de soja integral e moída com 6,42% de lipídeo na dieta de vacas lactantes encontraram HDL entre 113,21 a 121,58 mg/dL, resultado esse similar ao encontrado nesse trabalho com 20,1% de inclusão de GIM. O tratamento controle do mesmo trabalho foi igual quando comparado ao deste experimento 98,06 e 97 mg/dL respectivamente. MATURANA FILHO (2009) também em experimento com duas fontes lipídicas na dieta de vacas lactantes encontraram valores HDL que corroboram com esse estudo. FREITAS JÚNIOR et al. (2010) não encontraram diferença significativa para as concentrações sanguíneas de LDL e VLDL com a adição de até 5,65% de extrato etéreo com diferentes fontes de gordura na dieta de vacas leiteiras. Neste experimento também não foi observada diferença para essas duas variáveis, porém os mesmo autores encontraram resultados superiores aos deste estudo 184,74 e 6,62 vs 61, 5 e 1,6 mg/dL respectivamente. CONCLUSÕES O aumento da % EE da dieta até 5,1% da MS através da inclusão de 26,9% GIM na dieta não afetou os parâmetros hematológicos de vacas lactantes. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Gem Alimentos, Ultrafort, Núcleo de Pesquisa em Gado Leiteiro e Instituto Federal Goiano - Câmpus Ceres pela parceria na pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ÁLVAREZ, J. L. Bioquímica nutricional y metabólica del bovino en el trópico. Ed. Universidad de Antioquia, p.201, Medellín, 2001. ARAÚJO, E. P. Substituição do milho triturado pelo gérmen integral de milho em dietas de vacas leiteiras mestiças. 2012. 55p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal), Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO. ARRUDA, D. S. R.; CALIXTO JUNIOR, M.; JOBIM, C. C.; SANTOS, G. T. Efeito de diferentes volumo-

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Estresse por calor na produção de frangos de corte Ambiência, avicultura industrial, conforto térmico, desempenho.

Thuany de Oliveira Navas¹ Helder Freitas de Oliveira2* Fabyola Barros de Carvalho3 José Henrique Stringhini3 Marcos Barcellos Café3 Paulo Hellmeister Filho3 Zootecnista, Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás. Goiânia-GO, Brasil. ² Mestrando em Zootecnia, PPGZ/DPA/EVZ, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO, Brasil. * E-mail: helder@zootecnista.com.br ³ Professor D.Sc., Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO, Brasil. 1

RESUMO Objetivou-se abordar sobre o estresse por calor em frangos de corte, um problema bastante comum nas granjas avícolas brasileiras. Será discutida a fisiologia do estresse térmico e os efeitos que as altas temperaturas geram ao desempenho e bem-estar de frangos de corte. A avicultura brasileira é umas das atividades em constante desenvolvimento nos últimos anos, isso tudo se tornou possível graças a avanços em pesquisas na área de melhoramento genético, manejo, sanidade, ambiência e nutrição. Vivemos em um país de clima tropical, possuímos em sua grande parte temperaturas elevadas durante o ano, isso para o frango de corte não é adequado devido a sua sensibilidade a altas temperaturas, acarretando na diminuição do seu desempenho e menor bem-estar, ocorrendo assim um prejuízo ao produtor. Palavras-chave: ambiência, avicultura industrial, conforto térmico, desempenho.

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Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

HEAT STRESS IN THE PRODUCTION OF BROILERS ABSTRACT This study aimed to make an approach on heat stress in broilers, a fairly common problem in Brazilian poultry. The physiology of heat stress and the effects that high temperatures cause on broiler performance and welfare will be discussed. The Brazilian poultry industry is one of the activities in constant development in recent years, it all has became possible because of the advances in research in the breeding, management, health, nutrition and ambience areas. We live in a country with a tropical climate, we have high temperatures during the year in the most part of it, so for the broiler it is not a suitable situation, due to their sensitivity to high temperatures, resulting in decreased performance and lower welfare, occurring so a loss to the producer. Keywords: ambience, industrial poultry, termal comfort, performance.


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INTRODUÇÃO A avicultura brasileira é umas das atividades em constante desenvolvimento nos últimos anos, nosso país conseguiu se tornar o maior exportador de carne de frango no mundo (UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA, 2014), isso tudo se tornou possível graças a avanços em pesquisas na área de melhoramento genético, manejo, sanidade, ambiência e nutrição. Com bom desempenho econômico e gerando bons lucros, a avicultura tem gerado muitos empregos diretos e indiretos, além de ser um investimento bastante seguro para o produtor rural. A evolução da avicultura resultou em um frango de corte precoce e com grande eficiência para converter diferentes alimentos em proteína animal. Apesar disso, uma série de problemas metabólicos e de manejo tem surgido, destacando-se entre eles o estresse por calor (BORGES et al., 2003). Vivemos em um país de clima tropical, possuímos em sua grande parte temperaturas elevadas durante o ano, isso para o frango de corte não é adequado devido a sua sensibilidade a altas temperaturas, acarretando na diminuição do seu desempenho e menor bem-estar, ocorrendo assim um prejuízo ao produtor. Diante do exposto o objetivo desse trabalho é abordar sobre o estresse por calor em frangos de corte, um problema bastante comum nas granjas avícolas brasileiras. Será discutida a fisiologia do estresse térmico e os efeitos que as altas temperaturas geram ao desempenho e bem-estar de frangos de corte. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Termorregulação da ave As aves, por serem animais homeotérmicos, dispõem de um centro termorregulador localizado no hipotálamo, capaz de controlar a temperatura corporal, independente das variações térmicas do ambiente externo, através de mecanismos fisiológicos e respostas comportamentais mediante a produção (termogênese) e liberação de calor (termólise), determinando assim a manutenção da temperatura corporal normal (MACARI et al., 2001). Dentro desse conceito podemos entender que o animal só consegue manter sua temperatura corporal constante, através do equilíbrio entre os mecanismos

de produção, ganho e perda de calor, e esses mecanismos funcionam em equilíbrio com o meio externo, e assim mantendo a homeostase. Os mecanismos que regulam a temperatura do corpo do animal funcionam através dos centros termorreguladores localizados no hipotálamo, auxiliados por detectores de temperatura que são denominados de termoreceptores. Os impulsos dos neurônios provenientes dos termoreceptores são transmitidos para a medula, e através do hipotálamo, principal órgão termorregulador do organismo, ocorre ativação hormonal e do sistema nervoso autônomo. Segundo Guahyba (2000), as alterações fisiológicas e comportamentais dos animais frente a modificações de temperatura estão intensamente relacionadas com respostas provocadas pelo sistema nervoso autônomo. O hipotálamo contém grande número de neurônios sensíveis ao calor e ao frio para o controle da temperatura corporal. Um aumento na frequência de sua descarga é observado quando a temperatura sobe (neurônios sensíveis ao calor) ou desce (neurônios sensíveis ao frio). A resposta aos estímulos recebidos nos neurônios sensíveis do hipotálamo é enviada aos efetores através das vias: a) nervos simpáticos para arteríolas da pele e medula suprarrenal, b) neurônios motores para os músculos esqueléticos e c) hormônios hipotalâmicos que controlam a secreção hormonal da hipófise. Com relação a essa última via, sabe-se que em situações em que o organismo necessita de calor, o hipotálamo estimulará a atividade da hipófise, que por sua vez, secretará o hormônio tireotrófico (TSH), estimulando a tireóide a secretar tiroxina (T4). A tiroxina estimula o metabolismo celular, através da formação de triiodotironia (T3), sua forma ativa, estimulando o metabolismo basal a produzir calor (CAMARGO e FURLAN, 2011). Mecanismos de produção de calor O animal produz calor mesmo estando em repouso, devido aos processos metabólicos ocorrendo atividades de órgãos e músculos involuntários, sendo elas do metabolismo basal, um organismo está sempre em metabolismo para manter suas funções vitais, mesmo em jejum ou em repouso. Esse metabolismo mínimo que mantém o organismo vivo pode ser medido pela taxa metabólica basal. O metabolismo basal é maior

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nos homeotérmicos devido ao custo energético extra que estes animais têm para gerar calor e manter a temperatura. A energia dos alimentos é convertida em calor através dos processos metabólicos e do trabalho (fígado, coração e músculos). De um modo geral, os tecidos que apresentam maior atividade metabólica, em ordem decrescente, são: nervoso, glandular e muscular (SILVA, 2000). Mecanismos de perda de calor A transferência de calor do corpo para o meio ocorre pelos processos sensíveis e latentes. As perdas por condução, convecção e radiação são chamadas de trocas sensíveis, uma vez que para ocorrerem elas dependem de um diferencial de temperatura entre a superfície corporal do animal e a temperatura ambiente. Consequentemente, quanto maior for essa diferença, mais eficientes serão essas trocas. Sendo assim, para aumentar as trocas de calor com o ambiente, as aves se agacham, mantém as asas afastadas do corpo, a fim de aumentar ao máximo a área de superfície corporal, e também aumentam o fluxo de calor para as regiões periféricas do corpo (vasodilatação) que não possuem cobertura de penas (crista, barbela e pés) (MACARI & FURLAN, 2001). As aves têm uma melhor capacidade responsiva ao frio, pois utilizamos maciçamente material genético de países de clima temperado. As penas também influem nas perdas de calor, sendo um bom isolante para o frio, e não tão eficientes em condições de estresse por calor (NASCIMENTO & SILVA, 2008).

A forma latente é realizada pela evaporação. Por evaporação segundo Medeiros e Vieira (1997) o ar inspirado, em contato com a umidade dos alvéolos pulmonares e das paredes dos condutos respiratórios, acarreta a sua evaporação, pois o ar expelido é quase saturado de vapor d’ água, o que contribui para a perda de calor. A aceleração do ritmo respiratório devido às altas temperaturas (taquipnéia) acarreta vários efeitos indesejáveis, como a diminuição da reserva alcalina do sangue, uma vez que a grande quantidade de ar expirado determina uma perda excessiva de CO2 do sangue, provocando a alcalose respiratória, ocasionando um aumento do pH do sangue. É sabido que para evaporar um grama de água são necessárias 550 calorias, assim quanto maior a frequência respiratória dos frangos, maior a quantidade de calor que é dissipada para o meio ambiente (MACARI et al., 2002). Conforto térmico para frangos de corte Para cada animal existe uma zona de conforto térmico onde o animal está com sua temperatura corporal normal, com o mínimo de esforço do sistema termorregulador e não existe sensação de frio ou calor. Saindo dessa zona de conforto o animal tem limites na termorregulação para o frio e para o calor. Hafez (1973) citado por Abreu & Abreu (2012) propôs um diagrama de temperaturas (Figura 1) em que são esquematizadas as diferentes faixas de temperaturas, onde é mostrado à zona de conforto térmico onde o

FIGURA 1. Diagrama de temperatura da zona de conforto térmico. Fonte: Hafez (1973) Adaptado por Abreu & Abreu (2012). 4552

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animal está em equilíbrio térmico, onde sua produção e gasto de calor são igualados. Primeiramente existe comportamento do animal em resposta ao frio como buscar o sol, lugares secos, pouco ventilados, com piso aquecido, reduzem o consumo de água e aumentam o consumo de alimento. Durante esse comportamento o sistema termorregulador do animal está tentando manter a temperatura corporal estável (faixa entre A e A’): Quando a temperatura sai da zona de conforto para baixo (redução da temperatura ambiente) o animal utiliza de ajustes funcionais de resposta rápida como vasoconstrição e piloereção, que resultam em uma leve conservação de calor (faixa entre A e B). Se a temperatura ambiente continua reduzindo o animal aumenta o seu metabolismo, através do aumento da atividade muscular e aumento do consumo de ração, conseqüentemente aumenta a produção de calor (faixa entre B e C). Mas se a temperatura ambiente continuar reduzindo o animal perde a capacidade de produzir calor, sua temperatura corporal começa a baixar rapidamente até atingir a temperatura letal (hipotermia) e o animal morre de frio (faixa entre C e D). Quando a temperatura ambiente sobe acima da zona de conforto térmico o animal lança mão de ajustes funcionais rápidos como a vasodilatação, aumento da freqüência respiratória (taquipnéia) aumentando a perda de calor (faixa entre A’ e B’), no entanto, se a temperatura ambiente continuar aumentado, o animal reduz o metabolismo, aumenta o consumo de água e tenta maximizar a perda de calor pela sudorese e taxa respiratória (faixa entre B’ e C’). Com um continuo aumento da temperatura esses ajustes funcionais não surtem mais efeito e a temperatura corporal começa a aumentar, sem opções para aumentar a perda de calor, a temperatura do corpo começa a subir (hipertermia) e o animal morre (faixa entre C’ e D’). A manutenção da temperatura corporal só é eficiente quando a temperatura ambiente estiver dentro dos limites toleráveis. Segundo Abreu & Avila (2003), a temperatura ambiente ideal para aves de corte em sua primeira semana de vida é de 32-35ºC. Essa alta temperatura está associada ao fato da à habilidade termorreguladora das aves só atingir sua plenitude entre 10 a 15 dias de vida. Já a partir 49 dias de vida

até o abate, essa temperatura ambiente ideal reduz para 20ºC, devido ao desenvolvimento do sistema termorregulador, o aumento do metabolismo (crescimento rápido), a maior presença de penas como isolante térmico e a dificuldade de perda de calor por evaporação devido à ineficiência de suas glândulas sudoríparas. Abaixo a Tabela 1 com as médias de temperatura ambiente por semana para frangos de corte. A ave é um animal que possui maior adaptação em ambientes frios, pois sua capacidade de reter calor é mais eficiente comparada à capacidade de dissipar calor. Durante os períodos quentes o estresse térmico depende da idade, tamanho, estágio produtivo dos animais e das diferentes instalações. Portanto, a resposta ao estresse por calor varia de formas específicas entre esses diferentes grupos (ABREU & ABREU, 2010). Efeitos do estresse por calor no desempenho de frangos de corte Sabe-se que a exposição ao calor causa drástica queda nos índices zootécnicos das aves e que parte das perdas se deve à diminuição do consumo alimentar e a outra parcela ocorre devido aos efeitos diretos do calor no metabolismo das aves (SOUZA, 2008). Sobre estes efeitos Encarnação (1992) comenta que o hipotálamo estimula o córtex da supra-renal a produzir os glicocorticósteroides. A principal função dos glicocorticosteroides é a regulação do metabolismo das proteínas, carboidratos e lipídeos, induzindo a formação de glicose pela mobilização e degradação de proteínas e gorduras, tendo como resultado o au-

TABELA 1. Média de temperatura ambiente por semana para frangos de corte Idade (semanas)

Temperatura Ambiente (°C)

1

32 – 35

2

29 – 32

3

26 – 29

4

23 – 26

5

20 – 23

6

20

7

20

Fonte: Abreu & Abreu (2011).

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mento da glicose no sangue, para fins de produção de energia. Simultaneamente é inibida a síntese de ácidos graxos no fígado, observando-se também uma reduzida utilização de glicose nos tecidos gordurosos e muscular. Dado o efeito catabólico e a gliconeogênese, pode ocorrer constante degradação de tecidos musculares e gordurosos, assim como a inibição da síntese destes tecidos, provocando a perda de peso e crescimento reduzido. Também em um organismo estressado, a hipófise secreta menos hormônio somatotrófico (STH) ou de crescimento (GH), além de menos hormônio tireotrófico (TSH), conduzindo a uma redução da atividade da tireóide. Sendo que a tireóide é muito importante para o crescimento do animal, pois por intermédio de seus hormônios estimula o metabolismo das proteínas, gorduras, carboidratos, água, minerais e energia, além da imprescindível função no crescimento. E os hormônios de crescimento e gonadotróficos têm grande efeito anabólico, estimulando o crescimento e desenvolvimento da musculatura, como também do tecido ósseo e adiposo (ENCARNAÇÃO, 1992). O consumo de alimentos é regulado pelo hipotálamo que, influenciado pelo calor, reduz o estimulo sobre a medula da supra-renal que reduz a produção de hormônios responsivos pela manifestação da fome. Como o consumo de alimentos está associado à produção de calor, a manifestação do apetite é um mecanismo influenciado pela sensação térmica do animal. A proporção de redução no consumo de ração para o animal em estresse por calor pode ser influenciada por diversos fatores, entre eles a composição da dieta, o peso vivo e a linhagem genética (FIALHO et al., 2001). A exposição de frangos a altas temperaturas causa redução na ingestão de alimentos, prejudicando a taxa de crescimento, o rendimento de carcaça e qualidade da carne, além disso, o animal irá gastar mais energia para tentar conseguir dissipar esse calor, ocasionando um menor ganho de peso. Segundo Oliveira et al. (2006) as altas temperaturas também influenciaram negativamente os pesos absolutos de coxa, sobrecoxa e peito, prejudicando o desempenho e o rendimento desse cortes com maior valor agregado. 4554

Com o aumento da temperatura ambiental o consumo energético de ração é reduzido. Acima de 27-28° C, a redução torna-se dramática, uma vez que a ave está sob estresse e atitudes como respiração ofegante afetam adversamente o centro da alimentação (BORDIN et al., 2000). Formas de aferição do estresse por calor em frangos de corte A redução no desempenho do animal pode ser causada pelo estresse por calor, no entanto, existem outros agentes estressores como manejo inadequado, ração desbalanceada e presença de patógenos que também podem causar esta redução no desempenho, estando o animal em estresse térmico ou não. Com base nisso, é necessário utilizar mais parâmetros de avaliação que possam auxiliar a confirmação de que esses efeitos negativos no desempenho do animal sejam ocasionados pela situação de estresse por calor em que o frango esta passando. Antes de se avaliar o estresse por calor através de parâmetros ligados diretamente ao animal, pode-se diagnosticar o ambiente em que ele esta sendo criado. Dentre os índices de avaliação de conforto térmico, a entalpia tem sido proposta atualmente como o índice mais adequado para a avaliação do ambiente interno de galpões de frangos de corte, isso porque é um índice que depende basicamente da temperatura e da umidade relativa do ar. As tabelas de avaliação prática da entalpia foram elaboradas com base na fórmula: H= 6,7+0,243*Tbs+{UR/100*10^7,5*Tbs/237,3+Tbs}, onde: H é a entalpia (kcal/kg de ar seco), Tbs é temperatura do bulbo seco(Cº) e UR é a umidade relativa do ar (%). O resultado deve ser multiplicado por 4,18 devido à unidade de medida (kJ) e são divididas em quatro faixas: a de conforto (56,1 a 64,6), a de alerta (64,7 a 70,5), a crítica (70,6 a 77,5), e a letal (77,6 a 93,1) (BARBOSA FILHO et al., 2007). Após confirmação de que o ambiente se encontra favorável a causar estresse por calor no frango de corte, é necessário coletar dados referentes ao animal para

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que se possa garantir que este ambiente, da forma como esta, gera modificações negativas na fisiologia e no comportamento do animal. As avaliações referentes à temperatura corporal e interna da ave são bastante utilizadas. Para mensurar a temperatura superficial do frango é utilizado o termômetro infravermelho e as áreas do corpo mais comumente avaliadas, são cabeça, asas, dorso e pés (Dalke et al., 2005). Pode-se aferir a temperatura interna ou cloacal (Tabela 2) da ave através de termômetro auricular, onde a ponta do aparelho irá de encontro à mucosa da cloaca, aferindo assim sua temperatura. Segundo Nascimento & Silva (2008), no 35° e 42° dia de idade, as aves criadas sob estresse cíclico de calor apresentaram maiores médias de temperatura corporal em relação àquelas sob condições de con-

aumentar sua área superficial, agachando-se com as asas abertas e afastadas do corpo e eriça as penas. Segundo Nascimento & Silva (2008) a troca de calor por condução faz com que o fluxo sanguíneo seja desviado para regiões periféricas do corpo que não possuem penas (crista, barbelas e pés), funcionando como um veículo de transporte de calor não evaporativo para a superfície onde será dissipado. Dentro do comportamento também podemos observar o aumento da frequência respiratória, onde a mesma aumenta durante o estresse por calor para estimular a perda evaporativa e manter o equilíbrio térmico corporal (BORGES et al., 2003). Corroborando Marchini et al. (2007) reafirmaram que as aves que são submetidas à temperatura ambiental cíclica elevada, de 38ºC até 40ºC durante o período de uma hora, pos-

forto térmico.

suem maiores médias de frequência respiratória.

Uma das tecnologias atuais é a luz infravermelha para avaliar a temperatura emitida pela ave, permitindo a identificação de valores distintos de temperatura radiante. Uma das vantagens dessa tecnologia é que as medições podem ser feitas sem causar perturbação aos animais o que proporcionara maior precisão. Os corpos emitem radiação na forma de ondas eletromagnéticas que podem ser absorvidas por outros corpos. As câmeras infravermelhas medem a quantidade de energia térmica emitida pelas superfícies e as converte em temperatura da superfície, produzindo imagens térmicas (CANIATTO et al., 2013).

Além desses mecanismos de aferição ao estresse por calor, podemos avaliar o perfil bioquímico e concentrações hormonais através de exames de sangue, como por exemplo, a concentração de corticosterona. O estresse crônico pode levar estes hormônios a níveis séricos altos, o suficiente para ocasionar a involução de órgãos linfóides como o timo, a bursa de Fabrício e o baço, através de mecanismos de apoptose, ocasionando uma imunossupressão devido à diminuição da proliferação das células de defesa (MARCHINI, 2003; LAGANÁ et al., 2005).

Há uma série de indicadores de estresse por calor em frangos de corte, um desses indicadores é avaliar o comportamento da ave através de filmagem ou observação visual. Frangos de corte em estresse por calor modificam seu comportamento na tentativa de dissipar calor para o meio ambiente. Portanto, para aumentar a troca de calor o animal tende a querer

A avaliação da utilização dos nutrientes da ração através de ensaios de metabolismo em câmaras climáticas pode demonstrar os efeitos negativos do estresse por calor na metabolizabilidade dos nutrientes. Segundo Souza et al. (2008), aves expostas ao calor apresentam consumo de água elevado, podendo causar menor digestibilidade dos nutrientes por aumentar a taxa de passagem da ração, ou redução da absor-

TABELA 2. Médias e desvio padrão da temperatura cloacal, em °C, de frangos de corte sob estresse cíclico por calor [controle (C) e estresse pelo calor (EC)] de 14 a 42 dias de idade Ambiente

Idade (dias) 14

21

28

35

42

C

41,2 ±0,5

41,5 ±0,2

41,5 ±0,3

41,0 ±0,2

41,8 ±0,3

EC

41,8 ±0,6

41,4 ±0,3

42,0 ±0,5

42,4 ±0,6

43,0 ±0,8

Fonte: Adaptado de Nascimento & Silva (2008). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.1, p.4550-4557, jan/fev, 2016. ISSN: 1983-9006

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ção dos nutrientes devido à diminuição do tamanho do intestino e da superfície das vilosidades intestinais. Os mesmos autores observaram que aves em exposição ao estresse cíclico por calor não afetou a absorção dos nutrientes, porem a exposição ao calor crônico diminui a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo. Pode-se concluir que o frango de corte exposto ao calor cíclico, compensa os efeitos negativos do estresse, aumentando o consumo nas horas mais frescas do dia. Toda essa alteração no metabolismo do animal causada pelo estresse por calor gera não só piora no desempenho animal, como também afeta diretamente o bem estar dessa ave. CONSIDERAÇÕES FINAIS O problema de estresse por calor em frangos de corte será sempre discutido de forma ampla em nosso país devido as nossas altas temperaturas. Porém como mostrado neste trabalho podemos minimizar os efeitos negativos oriundos de temperaturas elevadas, estudando o animal em relação a sua fisiologia, comportamento e o ambiente que ele vive, tentando manter o bem-estar aliado ao aumento da produção. O estresse por calor causa grande prejuízo na avicultura, elevando os custos da produção com equipamentos e instalações, além de proporcionar maior ocorrência de doenças devido à queda da imunidade, frequência respiratória elevada, ausência de bem estar podendo ocasionar consequentemente alta mortalidade. A relação entre bem estar e produção de aves podem se tornar uma aliança concreta quando se procura obter resultados de alta produtividade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, P.G.; ABREU, V.M.N. Conforto térmico para aves. Concórdia, Santa Catarina, 2012. Disponível em <http://pt.engormix.com/MA-avicultura/ administracao/artigos/conforto-termico-aves-t978/ 124-p0.htm>. Acesso em: 01 de jul. 2014. ABREU, P.G.; ABREU, V.M.N. Estresse calórico-como ocorre e o que fazer? Concórdia, Santa Catarina, 2010. Disponível em:<www.cnpsa.embrapa. br/calor/calor.pdf> Acesso em: 02 de abr. 2014. ABREU, V.; AVILA, V. Sistemas de produção de frangos de corte. Embrapa suínos e aves. 2003. 4556

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Melhoramento Genético em Bovinos de Corte (Bos indicus) Efeitos ambientais, melhoramento genético animal, pecuária de corte, peso ao desmame.

Cicero Pereira Barros Júnior1 Laylson da Silva Borges*1 Paulo Henrique Amaral Araújo de Sousa2 Marcelo Richelly Alves de Oliveira3 Diego Helcias Cavalcante3 Tiago Vieira de Andrade2 Claudemiro Duarte Barros4 Severino Cavalcante de Sousa Júnior5

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Teresina-PI. *E-mail: laylson_borges@hotmail. com. 2 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Bom Jesus-PI. 3 Doutorando do Programa de Pósgraduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Teresina -PI. 4 Graduando em Agronomia, Universidade Federal do Piauí/UFPI, Bom Jesus-PI. 5 Professor Doutor da Universidade Federal do Piauí, Parnaíba-PI.

A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO Com o desenvolvimento da pecuária e a necessidade de aprimorar o rebanho para ser mais competitivo comercialmente, o pecuarista está cada vez mais buscando novos métodos de melhorar as características de interesse econômico, e o melhoramento genético animal é uma das formas de melhorar, através de processos como seleção, acasalamentos dirigidos e cruzamento, tendo como objetivo básico alterar as características dos animais produzidos na geração seguinte, na direção desejada pelo homem. A grande importância econômica da pecuária de corte nacional norteia a necessidade de maximizar a eficiência do sistema de produção, ajustando-se as mudanças socioeconômicas que vêm ocorrendo no mundo. Neste contexto, é necessário conhecer os fatores que influenciam o desempenho dos bovinos de corte para características de interesse econômico, como fontes de variações não genéticas, para eliminar as diferenças causadas pelo ambiente, evidenciando os animais geneticamente superiores. Desta forma, o objetivo desta revisão é de compilar informações a respeito do melhoramento genético de algumas características de produção, assim como, averiguar o efeito do ambiente sobre algumas dessas características em bovinos de corte (Bos indicus). Palavras-chave: efeitos ambientais, melhoramento genético animal, pecuária de corte, peso ao desmame.

GENETIC IMPROVEMENT OF BEEF CATTLE (BOS INDICUS) ABSTRACT With the development of livestock and the need to improve the herd to be more commercially competitive, the rancher is increasingly looking for new methods to improve the characteristics of economic interest, and the animal breeding is one of the ways to improve, through processes as selection, matings and cross, with the basic aim to change the characteristics of the animals produced the next generation, in the desired direction by man. The great economic importance of the national beef cattle guides the need to maximize the efficiency of the production system, adjusting the socioeconomic changes taking place in the world. In this context, it is necessary to know the factors that influence the performance of beef cattle for traits of economic interest as sources of non-genetic variations, to eliminate differences caused by environment, highlighting the genetically superior animals. Thus, the aim of this review is to compile information about the genetic improvement of some production characteristics, as well as assess the effect of the environment on some of these traits in beef cattle (Bos indicus). Keywords: environmental effects, animal breeding, beef cattle, weaning weight.

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INTRODUÇÃO O melhoramento animal é a atividade envolvida no processo contínuo de criação, seleção e reprodução dos animais domésticos, tem como objetivo básico alterar as características dos animais produzidos na geração seguinte, na direção desejada pelo homem. O melhoramento da produção animal pode ser obtido, então, pelo melhoramento do ambiente, por meio de mudanças nos manejos nutricionais, sanitários e reprodutivos e pelo melhoramento genético, que pode ser realizado por meio de seleção, sistemas de acasalamento e cruzamento. O melhoramento do ambiente é um processo rápido, temporário e de elevado custo em mão-de-obra e insumos. Entretanto, o melhoramento genético voltado para bovinos de corte, é demorado, só que permanente, podendo também apresentar custos elevados. As características de crescimento e reprodução, em bovinos de corte, estão diretamente ligadas aos custos de produção da atividade pecuária. A seleção, com base nas características de crescimento é comum nos programas atuais de melhoramento genético. Com o desenvolvimento da pecuária e a necessidade de aprimorar o rebanho para ser mais competitivo comercialmente, o pecuarista está cada vez mais buscando novos métodos de melhorar as características de interesse econômico. A precocidade de crescimento é, sem dúvida, uma das características mais desejáveis. Por meio dela pode-se aumentar a eficiência para ganho de peso, reduzir o tempo de permanência dos animais a pasto e minimizar tanto os gastos quanto o tempo para o abate (GUIDOLIN et al., 2009). Nos programas de melhoramento genético de bovinos de corte são considerados como critério de seleção, principalmente, características produtivas, como pesos obtidos em diferentes idades. Essas medidas são de fácil obtenção, apresentam correlações positivas com outras características de interesse econômico, além de responderem à seleção individual, uma vez que apresentam coeficientes de herdabilidade de média magnitude. Sendo assim, o objetivo desta revisão é de compilar informações a respeito do melhoramento genético de algumas características de produção, assim como, averiguar o efeito do ambien-

te sobre algumas dessas características econômicas em bovinos de corte (Bos indicus). CARACTERÍSTICAS DE INTERESSE ECONÔMICO EM BOVINOS DE CORTE (BOS INDICUS) Peso ao desmame (PD) As características de crescimento, principalmente as medidas nas fases iniciais do desenvolvimento do animal, como peso ao desmame, podem ser bons critérios de seleção para o aumento da eficiência produtiva (FERRAZ FILHO et al., 2002). Com tudo, esta característica, medida em torno dos 205 dias de idade do animal é determinada pela sua genética e pelos efeitos maternos, tais como ambiente materno intrauterino, produção de leite e habilidade materna da vaca a que o bezerro foi submetido na primeira fase de vida (EVERLING et al., 2001; MARCONDES et al., 2000; MEYER, 1992; OLIVEIRA et al., 2002; PIMENTA FILHO et al., 2001). Entre os fatores que determinam a expressão fenotípica de peso ao desmame, a idade da mãe ao parto aparece como efeito significativo. Vacas com idade entre quatro e oito anos produzem bezerros com peso ao desmame maior que aquelas com idade abaixo de quatro anos e acima de oito anos, o que está associado à maior produção de leite nesta faixa de idade da vaca (FRIES, 2015; OLIVEIRA et al., 2002; PIMENTA FILHO et al., 2001; SOUZA et al., 2002). Na literatura, encontram-se estimativas de herdabilidade direta entre 0,14 a 0,35 e materna entre 0,06 e 0,39, nas raças zebuínas (ELER et al., 1995; FERRAZ FILHO et al., 2002; KARSBURG et al., 2004; KOURY FILHO, 2001; KOURY FILHO et al., 2002; PIMENTA FILHO et al., 2001; SOUZA et al., 2002; SPLAN et al., 2002). Assim, as inclusões dos efeitos diretos e maternos, simultaneamente, podem, em longo prazo, gerar uma resposta maior, quando comparadas à seleção apenas para o efeito direto na característica peso ao desmame (ELER et al., 1995; EVERLING et al., 2001). Ganho de peso aos 345 dias (GP345) Tradicionalmente, características de crescimento ponderal, que mostram o potencial e a velocidade

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de crescimento do animal, são incluídas nas avaliações genéticas no Brasil, possibilitando a seleção de animais mais precoces. O período de pós-desmame é considerado, por muitos pesquisadores, uma fase importante para a avaliação genética dessas características em bovinos de corte, pois ela corresponde à fase próxima ao abate e não recebe influência direta dos efeitos maternos (CARDOSO et al., 2001). O ganho de peso é uma característica que pode sofrer grande influência ambiental, dependendo da estação do ano em que ocorre a desmama, em relação a quantidade e a qualidade da pastagem disponível para alimentação (MASCIOLI et al., 2000). Na literatura nacional, a herdabilidade para a característica ganho de peso em 345 dias encontra-se entre 0,16 e 0,25, para as raças zebuínas (MARCONDES et al., 2000; MASCIOLI et al., 2000). Desta forma, vem a importância de os animais nesta fase serem manejados corretamente, para que exista um aumento no ganho de peso, diminuindo assim a data de abate, juntamente com os gastos, consequentemente aumentando a produção e o lucro para o produtor. CARACTERÍSTICAS DE REPRODUÇÃO EM BOVINOS DE CORTE (BOS INDICUS) Idade ao Primeiro Parto (IPP) A idade ao primeiro parto (IPP) é a característica reprodutiva medida nas fêmeas mais utilizadas na avaliação da precocidade sexual de bovinos de corte. Esta característica é reflexo da idade à puberdade que, por sua vez, está relacionada com a velocidade de crescimento da fêmea. Esta característica é obtida pela diferença entre a data do primeiro parto e a data de nascimento da fêmea que, nos rebanhos comerciais brasileiros, fica em torno de 35 a 47 meses (AZEVÊDO et al., 2006; GUNSKI et al., 2001). Porém, a seleção desta característica não é fácil e o efeito ambiental deve ser levado em consideração. A idade ao primeiro parto é altamente dependente da nutrição (quando inadequada, as vacas tendem a usar suas reservas corporais, afetando a eficiência reprodutiva), do sexo da cria (a gestação de crias do sexo masculino é mais longa), da idade na qual as 4560

fêmeas são incorporadas a reprodução (a primeira exposição ao touro ou inseminação deve ser a partir dos 12 meses) e do manejo reprodutivo utilizado na fazenda (AZEVÊDO et al., 2006; GRESSLER et al., 2000). As herdabilidades relatadas na literatura nacional, na raça Nelore, para esta característica, estão entre 0,08 e 0,21 (AZEVÊDO et al., 2006; PEREIRA et al., 2000). A baixa herdabilidade dessa característica pode estar relacionada ao fato de que apenas as fêmeas que pariram na estação de monta e que foram expostas pela primeira vez em uma idade ou peso pré-determinado ou as que são consideradas férteis são utilizadas como fonte de informação nas avaliações. Por isso, parte da variabilidade existente na população é perdida ou mascarada nas estimativas de herdabilidade (AZEVÊDO et al., 2006; GRESSLER et al., 2000). Perímetro Escrotal ao Sobreano O perímetro escrotal apresenta estimativas de correlações genéticas positivas com características de sêmen e crescimento (KNIGHTS et al., 1984) e com ocorrência de prenhes em fêmeas jovens (SILVA et al., 2005) e negativas com idade à puberdade em machos e fêmeas e com idade ao primeiro parto em fêmeas (SILVA et al., 2000; PEREIRA et al., 2000, 2002). Além disso, o perímetro escrotal é de fácil mensuração e apresenta estimativa de herdabilidade mais alta que as características reprodutivas das fêmeas, podendo ser utilizada como critério de seleção para as mesmas. As estimativas de herdabilidade média descritas na literatura variam de 0,22 a 0,53 (SILVA et al., 2000; PEREIRA et al., 2002; DIAS et al., 2003; GIANLORENÇO et al., 2003; BOLIGON et al., 2007; YOKOO et al., 2007). Tais autores sugerem a existência de variabilidade genética aditiva suficiente para obtenção de progresso genético na característica com a seleção de touros jovens. Apesar de a seleção para perímetro escrotal não proporcionar benefícios econômicos diretos, sua correlação genética favorável com algumas características reprodutivas e de crescimento de importância econômica pode levar a ganhos, em longo prazo, na produtividade do rebanho (GIANLORENÇO et al., 2003;

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GRESSLER et al., 2000; PEREIRA et al., 2000). Na maioria dos trabalhos da literatura nacional, o perímetro escrotal é medido aos 18 meses, variando de 25 a 28 cm, com herdabilidade entre 0,31 a 0,52, para a raça Nelore (BOLIGON et al., 2007; GRESSLER et al., 2000). Os túbulos seminíferos de um touro ocupam 75% do seu volume testicular, dessa forma, reprodutores com testículos mais volumosos e, portanto, de maior perímetro escrotal, são capazes de apresentar maior produção diária de espermatozoides em relação aos reprodutores que apresentam perímetros escrotais pequenos ou médios (FONSECA, 2001). No entanto, a seleção para perímetro escrotal resulta em animais com maior peso adulto, em consequência da correlação genética positiva existente entre essas duas ca-

te, tornando-se assim mais rentáveis e interessantes economicamente. É também de extrema importância o conhecimento de quanto das diferenças observadas nas características de interesse no melhoramento deve-se a fatores genéticos aditivos, ou seja, aqueles transmissíveis às futuras progênies por meio da seleção. A decomposição dos componentes da variância fenotípica em variância genética e ambiental, baseada no princípio de que semelhança fenotípica entre parentes fornece informações a respeito do grau de diferenciação genética, é de particular interesse, por ser o determinante primário do grau em que as progênies se assemelham aos pais, constituindo assim o fator que governa a taxa de resposta de um caráter à seleção.

racterísticas. Por este motivo, Everling et al. (2001) sugerem que o perímetro escrotal ao sobreano deve ser ajustado para idade ou peso do animal quando usado como critério de seleção, pois seria possível obter ganhos na precocidade sexual sem aumentar exageradamente o tamanho dos animais. A seleção conjunta da precocidade sexual das fêmeas e o perímetro escrotal em machos podem ser alternativas eficientes para se obter progressos razoáveis na eficiência do sistema produtivo como um todo, pelo aumento do desempenho reprodutivo. Efeitos ambientais fixos relacionados às características de interesse econômico ganho de peso (GP) A grande importância econômica da pecuária de corte nacional norteia a necessidade de maximizar a eficiência do sistema de produção, ajustando-se as mudanças socioeconômicas que vêm ocorrendo no mundo. Neste contexto, é necessário conhecer os fatores que influenciam o desempenho dos bovinos de corte para características de interesse econômico, como fontes de variações não genéticas, para eliminar as diferenças causadas pelo ambiente, evidenciando os animais geneticamente superiores. Crescimento rápido e adequado é desejável nos bovinos de corte, sendo que animais que apresentam maiores ganhos em peso necessitam de menos dias para atingirem o peso ideal de reprodução e/ou aba-

Por tanto, uma das prioridades é melhorar a precocidade dos animais que serão utilizados como reprodutores e matrizes possibilitando a disseminação deste material genético de forma mais rápida, além de incluir indicadores que aumentem a qualidade de carne produzida e obter desempenhos reprodutivos mais compatíveis com a moderna pecuária bovina. Efeitos Ambientais e Genéticos sob escores Com a competitividade na pecuária de corte brasileira é necessário produzir carne de qualidade em sistemas de produção rentáveis, o que requer, entre outros, o uso de animais adequados às condições do ambiente de produção (MUNIZ & QUEIROZ, 1998). A expressão das características fenotípicas do indivíduo é resultado da ação de seus genes, dos efeitos ambientais e suas interações e o conhecimento e a estimativa de fatores de ajuste para esses efeitos (genéticos e de ambiente) são fundamentais para aumentar a precisão da seleção em programas de melhoramento animal. Como complementação às medidas de crescimento e escore corporal, vários programas de melhoramento genético têm adotado medidas de avaliação visual por escores. Por meio dos escores de conformação, avalia-se o potencial de produção de carcaças adequada à produção de carne. Na avaliação de precocidade, tenta-se predizer a capacidade do animal de

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atingir grau de acabamento mínimo de carcaça com peso vivo não elevado.

duzir mais kg/hectare/ano, o que representa, em média, maior intervalo entre o nascimento e a desmama.

Para musculatura, avalia-se o desenvolvimento muscular do animal como um todo. Alguns autores como Cardoso et al. (2001) e Dibiasi (2003), destacaram a importância dos efeitos da idade da vaca ao parto e da idade do bezerro à desmama sobre os escores visuais. Estes trabalhos foram realizados utilizando- se dados de animais formadores da raça Brangus com o objetivo de identificar efeitos ambientais e genéticos que afetam os escores visuais de conformação, precocidade e musculatura à desmama e o ganho de peso pré-desmama.

O período de gestação é geralmente correlacionado com o peso ao nascer e com a facilidade de parto, não sendo está considerada uma característica economicamente importante quando avaliada isoladamente, mas sim como uma característica reprodutiva auxiliar no processo de seleção.

Efeitos Ambientais sob a Gestação em Bovinos de Corte

Alguns trabalhos como Azzam & Nielsen (1987) verificaram variação genética entre animais para o período de gestação, sugerindo a inclusão dessa característica em programas de seleção. Entretanto, essas informações são escassas para bovinos de origem indiana (Bos indicus) e seus cruzamentos.

Os problemas reprodutivos são os principais limitantes da eficiência produtiva em bovinos de corte no Brasil. Entretanto, os programas de melhoramento genético mais tradicionais dão mais ênfase às características de desempenho ponderal. A inclusão de características reprodutivas é de suma importância para os programas de melhoramento que visem à otimização da produção de carne.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Parte do progresso alcançado pelo setor produtivo de carne bovinos (Bos indicus) do País foi consequência do melhoramento genético dos rebanhos. As pressões de mercado e de competitividade impostas sobre o setor continuam a exigir melhorias do potencial genético dos animais e sua adequação ao ambiente e ao manejo.

A duração da gestação, embora não seja propriamente uma medida de fertilidade, é estreitamente relacionada com o período reprodutivo. Bezerros provenientes de gestações mais curtas nascem mais leves e tendem a produzir mais kg/hectare/ano, o que representa, em média, maior intervalo entre o nascimento e a desmama. O período de gestação é geralmente correlacionado com o peso ao nascer e com a facilidade de parto, não sendo está considerada uma característica economicamente importante quando avaliada isoladamente, mas sim como uma característica reprodutiva auxiliar no processo de seleção.

A seleção de animais superiores e mais bem adaptados aos vários tipos de ambiente e de manejo deve fornecer subsídios para que o produtor aumente a sua produção e o lucro da sua propriedade.

Efeitos Ambientais Aleatórios (genético) sobre o Período de Gestação A inclusão de características reprodutivas é de suma importância para os programas de melhoramento que visem à otimização da produção de carne. A duração da gestação, embora não seja propriamente uma medida de fertilidade é estreitamente relacionada com o período reprodutivo. Bezerros provenientes de gestações mais curtas nascem mais leves e tendem a pro4562

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Fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede Densidade de estocagem, qualidade da água, tanque-rede, tilápia.

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO A produção de tilápias no Brasil apresenta um crescente aumento nas últimas décadas e a criação em tanques-rede é uma forma intensiva que tem sido muito utilizada, devido ao baixo investimento inicial, ao fácil manejo, ao rápido retorno do investimento e a alta produtividade. Na criação de tilápias em tanques -rede, os peixes são submetidos a altas densidades de estocagem, no qual permite que esse sistema garanta uma maior biomassa. Este tipo de criação precisa ser melhor compreendido pelos produtores, principalmente quanto à qualidade da água e densidade de estocagem, os quais são fatores primordiais para a sobrevivência dos peixes. Palavras-chave: densidade de estocagem, qualidade da água, tanque-rede, tilápia.

Caniggia Lacerda Andrade1 Fabrício Sado Rodrigues2 Karoliny dos Santos Castro1 Marília Ferreira Pires3 Sabrina Ferreira Pires4 Graduando em Zootecnia. Universidade Federal de Goiás - EVZ, GoiâniaGO *E-mail: caniggiala@hotmail.com 2 Mestrando em Ciência Animal. Universidade Federal de Goiás - EVZ, Goiânia-GO. 3 Mestranda em Zootecnia. Universidade Federal de Goiás - EVZ, GoiâniaGO. 4 Graduanda em Medicina Veterinária. Universidade Federal de Goiás - EVZ, Goiânia-GO. 1

FACTORS THAT INFLUENCE ON PERFORMANCE AND TILAPIA SURVIVAL IN CAGES ABSTRACT Tilapia production in Brazil shows a steady increase in recent decades and the creation in cages is an intensive form that has been widely used due to the low initial investment, easy management, rapid return on investment and high productivity. In raising tilapia in cages, the fish are subjected to high stocking densities, which enables this system ensures greater biomass. This type of creation needs to be better understood by producers, mainly regarding water quality and stocking density, which are key factors for fish survival. Keywords: stocking density, water quality, cage, tilapia.

4565


Artigo 363 - Fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede

INTRODUÇÃO A produção de tilápias no Brasil apresenta um crescente aumento nas últimas décadas. A criação em tanques-rede é uma forma intensiva que tem sido muito utilizada, devido ao baixo investimento inicial, ao fácil manejo, ao rápido retorno do investimento e a alta produtividade. O cultivo de peixes em tanques-rede destaca-se pela modalidade de piscicultura que possibilita o aproveitamento de ambientes aquáticos já existentes, como reservatórios de usinas hidrelétricas, açudes, represas entre outros. Na criação de tilápias em tanques -rede, os peixes são submetidos a altas densidades de estocagem, no qual permite que esse sistema garanta uma maior biomassa (MARENGONI, 2006).

ser calculado dividindo a biomassa desejada na despesca pelo peso médio final dos peixes. A densidade de estocagem varia em função da espécie em cultivo e da biomassa econômica do sistema. Sampaio e Braga (2009) observaram durante estudo realizado na barragem de Ribeirão de Saloméa – Floresta Azul – Bahia, o desempenho produtivo em três densidades diferentes (100, 150 e 250 peixes/m³) usando tilápia da linhagem chitralada com peso inicial médio de 30 gramas. Ao final do experimento foi observado que o aumento da densidade de estocagem não influenciou no crescimento dos peixes, sendo que o número de 250 peixes/m³ proporcional maior valor de biomassa total. Segundo Nogueira (2007), durante a fase de engorda,

A produção de tilápias, quando cultivadas em tanques -rede, pode variar de 30 a 300 kg/m³, dependendo principalmente do volume do tanque-rede utilizado. Por exemplo, tanques-rede de baixo volume (até 6 m³) permitem produzir até 200 a 300 kg de peixes/m³, por ciclo. No Brasil, a biomassa de tilápias em gaiolas de 4 m³ pode chegar a 480 kg/m³ (KUBITZA, 2011). São vários os fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede, dentre eles, densidade de estocagem e qualidade da água. 1. Densidade de estocagem Os sistemas super-intensivos de produção de peixes precisam ser melhor investigados em busca de definições de densidades adequadas a serem recomendadas, pois o potencial genético das linhagens não é o fator determinante de sucesso na produção (FULBER et al., 2009). Portanto, é necessário que se intensifiquem os estudos destinados a densidade de estocagem em sistema de produção tanques-rede, para as recomendações de densidades possam ser transmitidas para os produtores, aumentando assim a lucratividade e diminuindo os riscos de perda de produção por densidade elevadas. Segundo Ono (1998), o número de peixes estocados por unidade de volume de tanque-rede ou gaiola pode 4566

as tilápias devem ser estocadas na densidade de 500 peixes/m³ até atingirem 200 a 250 gramas, e após atingirem esse peso, devem ser estocadas na densidade de 250 peixes/m³, desta forma, possibilita uma maior uniformidade de peso e tamanho na despesca. 2. Qualidade da água A qualidade da água do local é a primeira variável a ser avaliada antes da implantação dos tanques-rede (ONO, 1998). Todos os parâmetros de qualidade da água são importantes, mas apenas aqueles que normalmente causam estresse aos peixes ou de alguma forma limitam a produção causam preocupação aos aquicultores (SCHIMITTOU, 1997). 2.1. Temperatura Tilápias são peixes tropicais com conforto térmico entre 26 a 30ºC, temperaturas acima ou abaixo desta faixa podem afetar o crescimento, conversão alimentar, reprodução, saúde e a tolerância das tilápias ao manejo. O consumo e o crescimento são bastante reduzidos a temperaturas abaixo de 25ºC; abaixo de 20ºC as tilápias comem muito pouco e compromete o sistema imunológico; entre 14 e 8ºC sobre tempo prolongado, essa temperatura torna letal. Em outro extremo, temperaturas muito elevadas também podem prejudicar as tilápias, acima de 30ºC as tilápias são pouco tolerantes ao estresse do manejo e do transporte, algumas linhagens como a tailandesa e a GIFT ficam mais susceptíveis a doenças bacterianas em especial a infecção por Streptococus e Aeromonas

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Artigo 363 - Fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede

flavobacterium (columnariose ou doença da podridão da causa) (KUBITZA, 2011).

alcalinidade está abaixo do total, pode se corrigir com processo de calagem nos viveiros (KUBITZA, 2004).

Segundo Schimittou (1997), a temperatura dentro do tanque rede é um fator ambiental independente sobre o qual o aquicultor tem controle limitado. Entretanto, a estratificação pode ser prevenida ou quebrada com aeradores mecânicos ou circuladores de água que melhoram a circulação de água e aumentam os níveis de oxigênio dissolvido e outros problemas de qualidade da água decorrente da repentina desestratificação, visando gerar um ambiente de cultivo menos estressante. A temperatura é mensurada através de termômetros eletrônicos ou termômetros de mercúrio (KUBITZA, 2011).

Na criação de tilápias, o pH da água deve ser mantido preferencialmente entre 6,0 e 8,5. Abaixo de 5,0 ou acima de 11 a mortalidade começa a se intensificar (KUBITZA, 2000). As tilápias quando expostas a pH baixo apresentam sinal de asfixia (movimentos operculares acelerados e boquejamento na superfície). Exposição a água ácidas causa aumento da secreção de muco, irritação e inchaço nas brânquias, culminando com a destruição do tecido branquial, os peixes morrem com a boca aberta e os olhos saltados, sinal semelhante a morte por falta de oxigênio (KUBITZA, 2011).

2.2. Oxigênio dissolvido O oxigênio entra em água estagnada (tanques, lagos, represas e reservatórios) principalmente pela fotossíntese (90 a 95%), secundariamente por difusão do ar, mais efetivamente quando ajudada por agitação superficial (aeradores) e por entrada de água. O oxigênio sai do sistema aquicultural principalmente pela respiração de plâncton, secundariamente pela respiração dos peixes e respiração dos microrganismos no fundo, e por difusão (SCHIMITTOU, 1997). Tilápias toleram baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água. Em viveiros de recria, já observaram alevinos de tilápia-do-nilo, entre 10 a 25 gramas, suportando concentrações de oxigênio entre 0,4 a 0,7 mg/l por 3 a 5 horas durante quatro manhãs consecutivas sem índice de mortalidade (KUBITZA, 2011). 2.3. pH e alcalinidade total A alcalinidade da água é o parâmetro que se refere à concentração total de bases tituláveis na água, principalmente íons bicarbonato (HCO3) e carbonatos (CO3) e, em menor concentração, a hidroxila (OH-), estas são as bases mais abundantes e responsáveis por praticamente toda a alcalinidade nas águas naturais. Águas com alcalinidade total inferior a 30mg de CaCO3/L apresentam reduzido poder tampão. Nesse caso, podem ter ocorrido significativas variações diárias nos valores de pH em função dos processos fotossintéticos e respiratórios das comunidades aquáticas, notadamente do fictoplâncton. Quando a

O pH pode ser medido usando papéis indicadores de pH ou kits calorimétricos com o uso de indicadores em gotas ou, de forma mais precisa, com aparelhos eletrônicos de maior precisão (“pHmêtros”), e a alcalinidade total é determinada através de um processo titulométrico. Os kits de qualidade de água disponíveis no mercado medem a alcalinidade total com suficiente precisão para fins de produção (KUBITZA, 2004). 2.4. Amônia A amônia e um produto da excreção nitrogenada dos próprios peixes, organismos aquáticos, e também pelo resultado da decomposição microbiana dos resíduos orgânicos. A amônia é apresentada em duas formas: NH3 forma não ionizada e tóxica aos peixes; e NH4+, forma ionizada, pouco tóxica aos peixes (KUBITZA, 2011). A proporção entre NH3 e NH4+ ocorre em função do pH, da temperatura e da salinidade da água conforme a Tabela 1. Quanto maior for o pH, maior será a porcentagem da amônia total presente como NH3 (forma tóxica) na água. É ideal que os níveis de amônia tóxica estejam abaixo de 0,2 mg/L. Concentrações acima desse valor exigem atenção, pois podem prejudicar os peixes causando intoxicação (Tabela 2). Concentrações de amônia tóxica entre 0,7 a 2,4 mg/L podem ser letais para os peixes, mesmo sob exposição por curtos períodos (ONO e KUBITZA, 2003). A quantidade de amônia presente na água que é excretada pelos peixes pode ser calculado com base na quantidade de proteína consumida. Cerca de 40% da

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Artigo 363 - Fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede

TABELA 1. Porcentagem de amônia tóxica (NH3) em relação à amônia total em água doce, sob diferentes temperaturas e pH ph

Temperatura em °C

X

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

6,0

0,039

0,042

0,045

0,049

0,052

0,056

0,060

0,065

0,069

0,074

0,079

0,085

0,091

6,5

0,124

0,133

0,143

0,154

0,165

0,177

0,190

0,204

0,218

0,234

0,251

0,268

0,287

7,0

0,390

0,419

0,451

0,484

0,520

0,558

0,598

0,642

0,688

0,736

0,788

0,844

0,902

7,5

1,223

1,314

1,411

1,515

1,626

1,743

1,868

2,001

2,142

2,292

2,451

2,620

2,799

8,0

3,767

4,041

4,331

4,640

4,966

5,313

5,679

6,066

6,475

6,907

7,362

7,841

8,345

8,5

11,02

11,75

12,52

13,33

14,18

15,07

15,99

16,96

17,96

19,00

20,08

21,20

22,36

9,0

28,13

29,63

31,16

32,73

34,32

35,94

37,58

39,24

40,91

42,59

44,28

45,97

47,66

9,5

55,32

57,11

58,88

60,61

62,30

63,95

65,56

67,13

68,65

70,11

71,53

72,90

74,22

10

79,65

80,81

81,91

82,95

83,94

84,87

85,76

86,59

87,35

88,12

88,82

89,48

90,10

Fonte: KUBITZA (2011) TABELA 2. Limites de amônia tóxica (NH3) para tilápias Adequado

Atenção

Alto risco

< 0,2 mg/l

0,6 a 1,0 mg/l

>2,0 mg/l

Fonte: ONO e KUBITZA (2003)

proteína bruta (PB) presente em uma ração completa é utilizada como energia, resultando na produção de amônia (KUBITZA,1998). 2.5. Nitrito (NO2-) O nitrito (NO2-), em ecossistemas aquiculturais, é um produto da atividade biológica relacionada com a decomposição de componentes das proteínas da matéria orgânica. O nitrito é produzido do NH4+ através do processo de oxidação principalmente pela bactéria nitrosomonas e do nitrito (NO3-) através do processo de redução por microrganismos anaeróbicos. O nitrito pode ser estressante para os peixes numa concentração na água de 0,1 ppm, e o sangue dos peixes pode ganhar uma cor chocolate (“doença do sangue marrom”) a uma concentração de 0,5 como resultado da conversão da hemoglobina em metahemoglobina. Porém, a toxidez do NO2- depende em grande parte

do pH da água, da concentração cálcio e de cloretos (SCHIMITTOU, 1997). O crescimento e a resistência dos peixes a doenças são prejudicados sob concentrações de nitrito acima de 0,3 mg/L. Concentrações superiores a 0,7 mg/L podem ser letais para a maioria dos peixes de água doce. A toxidez do nitrito está provavelmente associada à concentração de ácido nitroso que oxida o íon ferroso da hemoglobina para íon férrico produzindo a metahemoglobina (ONO e KUBITZA, 2003). 2.6. Grau de eutrofização do ambiente O nível de eutrofização é caracterizado pelo enriquecimento em nutrientes da água dos açudes e reservatórios, onde serão implantados os tanques-rede. Pode ser avaliado com uso do disco de Secchi apresentado na Tabela 3. Esta medida tem por finalidade avaliar a densidade da produção de fictoplâncton na água, que normalmente está relacionado com a riqueza de nutrientes na água. No caso de águas com alta concentração de argila ou “barro” em suspensão, que interferem na transpa-

TABELA 3. Avaliação do nível de eutrofização pela transparência da água e produtividade de peixes esperada Transparência no disco de Secchi

Grau e enriquecimento em nutrientes

Expectativa de biomassa em tanques -rede de baixo volume/alta densidade

≥ 200 cm

Pobre (oligotrófico)

Alta (> 200 kg/m3)

80 a 200 cm

Médio (mesotrófico)

Média (até 200 kg/m3)

40 a 80 cm

Rico (eutotrófico)

Regular (até 150 kg/m3)

Fonte: Adaptado de ONO e KUBITZA (2003) 4568

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Artigo 363 - Fatores que influenciam no desempenho e sobrevivência de tilápias em sistema de tanques-rede

rência da água, a medida do disco de Secchi é inadequada para avaliar o grau de enriquecimento em nutrientes (ONO e KUBITZA, 2003). 2.7. Turbidez mineral A turbidez mineral nos corpos de água geralmente tem origem na erosão das margens dos lagos e reservatórios, causado pela ação do vento e das chuvas, e no transporte de sedimentos pelas enxurradas. Elevadas concentrações de sólidos minerais na água podem trazer prejuízo à produção em tanques-rede, pois causam danos físicos as brânquias dos peixes, deixando-os mais vulneráveis ao ataque de agentes patogênicos (ONO e KUBITZA, 2003). 2.8. Salinidade Tilápias são peixes capazes de se adaptar, crescer e até mesmo, se reproduzir sob diferentes condições de salinidade. Devido essa tolerância a aceitáveis concentrações de salinidades é possível a expansão da criação de tilápias em ambientes com água salobra e salgada, como exemplo em áreas costeiras usadas para criação de camarão marinho (KUBITZA, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o crescente aumento na produção de tilápias no Brasil, a criação em tanques-rede é uma forma intensiva de criação com baixo investimento, manejo simples, alta produtividade e rápido retorno do investimento realizado. Desta forma, este tipo de criação precisa ser melhor compreendido pelos produtores, principalmente quanto à qualidade da água e densidade de estocagem, os quais são fatores primordiais para a sobrevivência dos peixes neste tipo de criação.

KUBITZA, F. Tilápia: tecnologia e planejamento na produção comercial. 2.ed. Jundiaí: F. Kubitza 2011. 316 p. KUBITZA, F. Tilápia: tecnologia e planejamento na produção comercial. 1.ed. Jundiaí: F. Kubitza 2000. 289 p. MERENGONI, N.G. Produção de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus linhagem Chitralada), cultivadas em tanque-rede, sob diferentes densidades de estocagem. Archivos de Zootecnia. v.55, n. 210. p. 127-138. 2006. NOGUEIRA, A. Criação de tilápias em tanque-rede. Salvador: Sebrae, 2007. 23p. ONO, E. A. Cultivo de peixes em tanques-rede. Campo Grande. 1998. 41 p. ONO, E. A.; KUBITZA, F. Cultivo de peixes em tanques-rede. 3. Ed. Jundiaí: E. A.Ono, 2003. 112p. SAMPAIO, J.M.C.; BRAGA, L.G.T. Cultivo de tilápia em tanque-rede na barragem do Ribeirão de Saliméa – Floresta do sul – Bahia. Revista Brasileira de saúde e produção animal. v.6, n.2, p.42-52, 2005. SCHIMITTOU, R., H. Produção de peixes em alta densidade em tanques-rede de pequeno volume. Mogiana Alimentos Associação Americana de Soja. Campinas.1997. 78 p.

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Fisiologia digestiva e nutrição pós desmame em leitões Acidificantes, enzimas, prebióticos, probióticos, produtos lácteos.

Letícia de Souza Santos1 Alessandra Gimenez Mascarenhas2* Helder Freitas de Oliveira3 Graduanda em Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Departamento de Zootecnia, Goiânia, Goiás, Brasil. 2 Professor Adjunto IV, Universidade Federal de Goiás, Departamento de Zootecnia, Goiânia, Goiás, Brasil. *Email: alegimenez09@hotmail.com 3 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Departamento de Zootecnia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Revista Eletrônica

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Vol. 13, Nº 01, jan/fev de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.

RESUMO O período de desmame é caracterizado pelo baixo desempenho dos leitões. Além da mudança de ambiente e separação da porca, que são grandes fatores de estresse, a modificação da dieta é um dos motivos para esse decréscimo. O leitão, até então recebendo leite materno, tem de se adaptar a uma nova dieta que é fornecida seca (farelada), e com composição de nutrientes que ele ainda não apresenta nível suficiente de enzimas para digestão. Esse momento é marcado por uma queda no consumo de alimento e possibilidade de diarreias. Conhecer e entender as modificações fisiológicas do sistema digestivo no período pré e pós desmame torna-se fundamental para elaboração de uma dieta de maior digestibilidade, utilizando-se na formulação: derivados lácteos, enzimas, acidificantes, probióticos e prebióticos, minimizando os efeitos negativos ocorridos nesse período. Objetivou-se com esta revisão apresentar aspectos relativos à fisiologia digestiva de leitões, para assim, fornecer subsídios ao nutricionista para que possa formular uma dieta adequada às necessidades dessa fase e para minimizar possíveis problemas decorrentes do uso de dietas inadequadas. Palavras-chave: acidificantes, enzimas, prebióticos, probióticos, produtos lácteos.

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DIGESTIVE PHYSIOLOGY AND NUTRITION POST WEANING PIGLETS ABSTRACT The weaning period is characterized by low performance of piglets. In addition to the change of environment and separation of the nut, which are major stressors, diet modification is one of the reasons for this decrease. The pig, previously receiving breast milk, has to adapt to a new diet that is provided dry (mash), and nutrient composition that he still does not have sufficient level of enzymes for digestion. This moment is marked by a decrease in food consumption and the possibility of laxity. Knowing and understanding the physiological changes of the digestive system in the pre and post weaning is fundamental to developing a diet higher digestibility, using the formulation: dairy products, enzymes, acidifiers, probiotics and prebiotics, minimizing the negative effects occurring in this period. The objective of this review to present aspects of the digestive physiology of pigs, thus, provide subsidies nutritionist so you can formulate a proper diet to the needs of this phase and to minimize potential problems resulting from the use of inadequate diets. Keywords: acidifiers, enzymes, prebiotics, probiotics, dairy products.


Artigo 364 - Fisiologia digestiva e nutrição pós desmame em leitões

INTRODUÇÃO O cenário atual da suinocultura evidencia uma redução significativa nas margens de lucro e, por isso, para que os produtores sobrevivam no setor, produzir de forma economicamente eficiente passou a ser pré -requisito (ABCS, 2011). A fim de alcançar elevada produtividade, a busca pela redução entre o intervalo partos/porca/ano se torna gradativamente maior. Esta redução pode ser alcançada pelo desmame precoce de leitões, assim, aumentando o número de leitões porca/ano. Porém, o desmame é um momento crítico, onde vários fatores estressantes ocorrem em conjunto, e por isso, requer que uma série de necessidades dos leitões sejam atendidas em termos de: manejo, nutri-

prática de manejo que pode ser realizada nas granjas desde que sejam oferecidas boas condições nutricionais e de sanidade (SOARES, 2004). Essa idade de desmame se justifica por reduzir o intervalo desmama cio (IDC) da matriz comparado com os desmames realizados aos 28 e aos 35 dias e também por ser o momento onde a produção de leite da fêmea começa a diminuir ao passo que a velocidade de crescimento dos leitões aumenta, então o leite passa a não atender as necessidades de crescimento, sendo necessário o fornecimento de ração. Portanto, aproveita-se para realizar o desmame. Entretanto, quanto mais cedo ocorre o desmame, mais imaturo fisiologicamente encontra-se o sistema digestório desse leitão o que poderá levar as dificuldades em utilizar adequadamente o alimento fornecido.

ção, ambiente e sanidade (IAFIGLIOLA, 2001). Dentre os fatores estressantes pode-se destacar a alteração da alimentação líquida para uma dieta sólida, mistura com outras leitegadas, a mudança de ambiente e separação da porca. O pós desmame é caracterizado por um baixo desempenho dos leitões. Isso porque durante a amamentação, o leitão recebia um alimento altamente digestível e rico em gordura, lactose e caseína, permitindo assim seu rápido crescimento. Após o desmame, é submetido às rações secas, com amidos, óleos e proteínas vegetais, sendo que o sistema digestório e imune não estão adequadamente desenvolvidos (ROPPA, 1998). Busca-se com essa revisão bibliográfica abordar aspectos da fisiologia digestiva dos leitões, fornecer subsídios para formulação de uma dieta que seja adequada às necessidades dessa fase, minimizando problemas possíveis decorrentes do uso de dietas inadequadas como diarreia e baixo consumo de ração. O PROCESSO DE DESMAME Na produção de suínos observou-se nos anos 80-90 a ocorrência de uma redução na idade de desmame dos leitões, de oito para cerca de três semanas, o que acarretou em diversos problemas fisiológicos e nutricionais para os leitões recém desmamados (RAMALHO, 1990). Esse desmame aos 21 dias de idade em média é o chamado desmame precoce, e é uma

É necessário complementar o déficit nutricional no desmame, mas é preciso que o leitão consiga ingerir e utilizar adequadamente os nutrientes suplementados pela ração. Algumas mudanças fisiológicas ocorrem no período de pré e pós desmame, e o conhecimento dessas alterações é de grande importância por darem o suporte para a formulação de uma dieta mais adequada, seja pré ou pós desmame. Durante o aleitamento, uma série de secreções no estômago, pâncreas e intestino são produzidas em pequenas quantidades, ou nem são produzidas, devido às características do leite que não necessita das mesmas para sua digestão. Mas por época do desmame, ocorre uma modificação na natureza da dieta, e essa, requer, para que seja utilizada, a presença e quantidades adequadas destas secreções. Então, como consequência, o desmame está associado aos estresses fisiológico e nutricional, acarretando a redução na ingestão de alimento e no ganho de peso; e logo após o desmame, o sistema digestório dos leitões tem que se adaptar ao novo regime alimentar, à alteração do potencial hidrogeniônico (pH), à secreção de enzimas e à motilidade intestinal. Do nascimento ao desmame, o leite materno é a principal fonte de energia para o leitão. O leite é rico em gordura, lactose, caseína, é de fácil digestão, se encontra na forma líquida e é ingerido em espaços regulares de tempo (RIGUEIRA, 2009).

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O colostro e o leite contêm grupos de componentes biologicamente ativos, tais como enzimas, hormônios, fatores de crescimento e agentes imunológicos, responsáveis pelo desenvolvimento do trato gastrointestinal (SBARDELLA, 2011). Ao desmame, o sistema digestório de leitões passa por modificações até que esteja preparado para a digestão de ingredientes de origem vegetal (TEIXEIRA et al., 2003). Além da substituição da caseína do leite, que é altamente digestível, por proteínas vegetais menos digestíveis, a nova dieta também pode apresentar antígenos que provocam reações de hipersensibilidade transitória no intestino, uma vez isento da proteção que havia no leite (Ludke et al., 1998). FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO Nos animais domésticos, a digestão de alimentos é feita por meio de enzimas no estômago e intestino delgado (NERY et al., 2000). Digestão é o processo de quebra de nutrientes complexos em moléculas simples. Já absorção é o processo de transporte das moléculas simples através do epitélio intestinal. A função digestória é realizada através da atividade conjunta de enzimas proteases, carboidrases e lipases dos sucos gástrico, pancreático e intestinal, completando-se a digestão através da atividade fermentativa da microbiota existente no intestino. Digestão na boca e no estômago O processo de digestão se inicia logo após a ingestão da ração, com a mastigação e umedecimento do alimento por meio da saliva onde ocorre a secreção e ação da enzima α-amilase salivar, que atua no amido, quebrando este em frações menores. Entretanto, a ação da amilase salivar é pequena já que o alimento permanece pouco tempo na boca, sendo logo deglutido e no estômago o pH não é favorável à sua atividade. Os lipídios são hidrolisados pela lipase lingual, secretada na base da língua (SBARDELLA, 2011). Após o alimento ser ingerido, mastigado e deglutido, chega ao estômago, que tem função de digestão e armazenamento. É dividido em quatro regiões anatômicas, denominadas cárdia, fundo, corpo e antro, revestido por uma mucosa, que apresenta depressões e glândulas. Nas depressões localizam-se as células epiteliais superficiais, enquanto que nas glândulas localizam-se três tipos distintos de células. As parietais 4572

são responsáveis pela secreção de ácido clorídrico (HCl), as endócrinas pela secreção de muco e as principais pela secreção de pepsinogênio (EBERHART & DUBOIS, 1995). Durante o consumo de uma refeição, o alimento estimula o estômago a secretar suco gástrico. O suco gástrico apresenta um pH entre 2,0 e 3,5, é composto por HCl, pepsinas e lipase gástrica. Sendo que a atividade da lipase gástrica, por ser inativada pela acidez do estômago, é bem inferior à da lipase pancreática (SBARDELLA, 2011). A secreção do suco gástrico ocorre em resposta às substâncias químicas presentes no alimento e à distensão das paredes do estômago causada pela presença de alimento (SMITH & MORTON, 2003). O manejo alimentar após o desmame tem que se assemelhar ao que ele recebia em aleitamento, isso porque o trânsito intestinal é mais lento e uma parada intestinal que ocorre imediatamente após o desmame permite que as bactérias tenham oportunidade de se fixarem ao epitélio intestinal. Assim sendo, as partículas de alimento não digeridas no lúmen intestinal servem de substrato para o crescimento bacteriano indesejável (PUPPA, 2008). A ação do suco gástrico deve ser efetiva, para hidrolisar e liberar o que não for digerido no estômago para o intestino de forma regular. A gastrina é um hormônio secretado pelas células G no estômago. Este hormônio estimula a secreção de suco gástrico, e tem papel singular na preparação do trato gastrointestinal para a digestão e absorção do alimento (SMITH & MORTON, 2003). O HCl, secretado no suco gástrico, tem função de eliminar microrganismos e proteger o leitão contra infecções entéricas (PUPPA, 2008). Além disso, por manter o pH ácido, favorece a ação de enzimas proteolíticas, como a pepsina. No estômago do suíno foram detectadas quatro enzimas proteolíticas, a pepsina A, a mais abundante com atividade máxima a pH 2,0, a pepsina B, a pepsina C ou gastricsina e a quimosina. A pepsina C e a quimosina são secretadas pelos leitões com pH ótimo entre 3,0 e 4,0 (RERAT & CORRING, 1991). O precursor da pepsina é o pepsinogênio, que ao ser exposto ao conteúdo ácido do estômago, por volta

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Artigo 364 - Fisiologia digestiva e nutrição pós desmame em leitões

do pH 2,0, ocorre a clivagem de uma pequena porção da molécula proteica, resultando na ativação das enzimas. As pepsinas são responsáveis por menos de 20% da digestão de proteínas que ocorre no trato gastrointestinal. As pepsinas são endopeptidases, ou seja, quebram as proteínas em pontos internos ao longo da cadeia de aminoácidos, resultando na produção de peptídeos, e hidrolisam preferencialmente ligações peptídicas de aminoácidos aromáticos como tirosina e fenilanina, são enzimas proteolíticas ativas em meio ácido (1,8 a 3,5) (SMITH & MORTON, 2003). Segundo Kidder & Manners citado por Leibholz et al. (1984) a secreção ácida não é bem desenvolvida em leitões de duas a quatro semanas. Este fato se deve não somente a baixa de secreção do HCl, mas também às propriedades tamponantes do leite, saliva, muco gástrico. Embora existam dados de acidez relatados, são provavelmente devido a presença de ácidos orgânicos produzidos por fermentação, por exemplo ácido láctico produzido a partir da lactose presente no leite. No período pré-desmame a produção de HCl e pepsina é baixa, mas aumenta gradativamente, e atinge quantidades satisfatórias na época do desmame. A atividade enzimática da pepsina só é suficiente quando o pH do estômago atinge valores menores do que 2,0. Durante a fase de amamentação, não há necessidade de grande quantidade de HCl, pois o leitão consome pequena quantidade de leite altamente digestível, várias vezes ao dia. O leite apresenta alto teor de lactose e favorece o crescimento de bactérias chamadas lactobacilos, que diminuem naturalmente o pH, pela produção de ácido láctico. Já após o desmame, o animal tem dificuldade em manter baixo o pH do estômago para a satisfatória produção de pepsina, isso ocorre pela diminuição do substrato lactose e consequentemente diminuição da flora de lactobacilos, e pela demora no desenvolvimento de produção suficiente de HCl (ROPPA, 1998). A pepsina atua em pH 2,0, quimosina atua em pH mais alto. A pró-quimosina é ativada pelo HCl em quimosina, que tem sua máxima concentração ao nascer, e depois diminui gradativamente até os 36 dias de idade. Já a pepsina tem sua atividade aumentada após uma semana de vida. A quimosina se destaca

em relação à coagulação do leite, pois apresenta capacidade de coagulação cerca de cinquenta vezes maior do que a pepsina. Com maior poder de coagulação, a quimosina evita a desnaturação e hidrólise das imunoglobulinas do colostro, a coagulação da caseína permite a passagem rápida do soro líquido, que contém as imunoglobulinas, para o intestino delgado onde atuarão em nível de membrana ou serão absorvidas. Já em relação à atividade proteolítica, a quimosina apresenta baixa atividade proteolítica, o que auxiliará a não sobrecarregar o intestino do leitão evitando diarreia (SANGILD et al., 1991). Como o pH do estômago, no desmame, não é baixo o bastante para eficaz produção de pepsina, as proteínas presentes na dieta não são completamente digeridas. Estas proteínas tornam-se substrato para o desenvolvimento de bactérias patogênicas como Escherichia coli e Salmonella spp., que secretam enterotoxinas causando diarreia e outros distúrbios fisiológicos (CHAMONE et al., 2010). Os produtos não degradados no estômago vão originar o quimo, que é encaminhado para o duodeno (primeira região do intestino delgado). Pâncreas e Fígado O fígado e o pâncreas são órgãos auxiliares da digestão. O fígado produz a bile, que é necessária para emulsificação das gorduras. Os sais biliares auxiliam a digestão e absorção de gorduras no jejuno. A bile é armazenada na vesícula biliar até que se torne necessária no duodeno, é composta por ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol e substâncias orgânicas lipossolúveis (CUNNINGHAM, 2002). O pâncreas tem papel importante na digestão dos alimentos ingeridos, pois produz o suco pancreático que contém enzimas que atuam na digestão do amido (amilase), das proteínas (tripsina e quimotripsina e carboxipeptidases) e das gorduras (lipases) (ROPPA, 1998). A α-amilase pancreática digere o amido no intestino para produzir maltose, maltotriose e dextrinas (CUNNINGHAM, 2002). As gorduras são hidrolisadas a ácidos graxos, glicerol, monoacilgliceróis e diacilgliceróis, pela lipase pancreática (HARPER et al., 1994). A atividade da lipase pancreática reduz logo após o desmame (JENSEN et al., 1997), e esta redução pode estar relacionada ao menor conteúdo de

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gordura da dieta pós-desmame em relação ao leite da porca. A atividade da lipase depende do conteúdo de lipídeos presente na dieta. As enzimas proteolíticas pancreáticas são secretadas no intestino delgado em forma inativa. O tripsinogênio é ativado pela enteroquinase intestinal e forma tripsina que ativa o quimotripsinogênio, a procarboxipeptidases A e B e a proelastase. A quimotripsina e carboxipeptidade A atuam complementarmente sobre as proteínas, e hidrolisam as ligações peptídicas perto dos L-aminoácidos aromáticos, e na coagulação do leite similarmente à quimosina e pepsina. Já a tripsina e carboxipeptidase B atuam complementando-se sobre os L-aminoácidos básicos (AUSTIC, 1995). Rantzer et al. (1997) sugeriram que as principais alterações na secreção pancreática exócrina em suínos ocorrem durante os primeiros dias após o desmame. A quantidade total de tripsina e quimotripsina no pâncreas e jejuno, após o desmame é influenciada positivamente pela ingestão de ração (MAKKINK et al., 1994). Embora, segundo esses mesmos autores, essas alterações na secreção pancreática estão mais relacionadas à retirada do leite da alimentação do que ao início da ingestão de ração. Antes do desmame, a secreção pancreática reduzida pode estar relacionada à secreção endócrina do pâncreas. Isso porque o glucagon inibe a secreção de enzimas, enquanto que a insulina induz a produção de enzimas pancreáticas (HABER et al., 2001). Soares et al. (1999) concluíram que a atividade das proteases pancreáticas aumentou com a idade dos leitões e que o fornecimento de ração a partir do sétimo dia melhorou ainda mais a atividade destas enzimas. O fornecimento de dietas com alto teor de proteína e baixo teor de amido resulta no aumento da secreção pancreática de enzimas proteolíticas e da diminuição de α-amilase. Digestão e absorção no intestino O intestino delgado dos animais possui como estrutura funcional as vilosidades, sendo estas projeções da mucosa revestidas por enterócitos, na qual a maturação acontece quando as células indiferenciadas nas criptas migram para a ponta das vilosidades, sendo 4574

seu tamanho influenciado pelo número de células que as constituem (SANTOS, 2007). Os nutrientes, eletrólitos e água são absorvidos pelos enterócitos das vilosidades. No intestino a digesta mistura-se com secreções alcalinas do fígado, do pâncreas e com sucos secretados pelas paredes dos intestinos, que elevam o pH intestinal permitindo e facilitando a ação das enzimas pancreáticas (PUPPA, 2008). O mecanismo de inibição do esvaziamento gástrico do alimento para o duodeno faz com que o conteúdo duodenal seja processado antes de entrar mais alimento proveniente do estômago. Quando o quimo chega ao intestino, ocorre a liberação no sangue dos hormônios secretina e colecistocinina pelas células endócrinas nas paredes do duodeno. A secretina atua no estímulo a secreção de suco pancreático, bile e suco intestinal, todos alcalinos; E a colecistocinina atua na estimulação da secreção de suco pancreático, atua também na entrada da bile e do suco pancreático por provocar contração da vesícula biliar e relaxamento do esfíncter Oddi (SMITH & MORTON, 2003). Além da amilase pancreática que atua clivando ligações α-1,4 a isomaltase atua clivando ligações α-1,6 nos polissacarídeos e oligossacarídeos ramificados produzidos pela ação da amilase no intestino, gerando maltose e maltotriose. As enzimas responsáveis em digerir os dissacarídeos formados pela ação da amilase e isomaltase, são: maltase (maltose em glicose), sacarase (sacarose em glicose e frutose) e lactase (lactose em galactose e glicose), produzidas nas vilosidades do intestino (CUNNINGHAM, 2002). A lactase possui alta atividade no leitão ao nascer, pela presença de lactose no leite, e vai diminuindo com a idade. Já a sacarase e a maltase, têm atividades baixas após o nascimento e aumentam com o decorrer do tempo. Não somente a idade, mas o tipo de dieta influencia o aumento da atividade enzimática no intestino do leitão (PUPPA, 2008). Em relação à digestão dos lipídeos, sua assimilação se inicia na emulsificação, pela ação da bile ou estágio de gotículas emulsificadas. Então, ocorre ação combinada das enzimas pancreáticas, lipases e co-li-

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pases, na hidrólise de lipídeos. Por fim, formam-se as micelas e ocorre a absorção (CUNNINGHAM, 2002). Digestão de proteínas no intestino ocorre por ação de endopeptidades e exopeptidases presentes no suco pancreático secretado no intestino. A eficiência no ganho de peso dos leitões está relacionada ao comprimento do intestino, visto que, quanto mais comprido maior será sua área de absorção. Em relação ao tamanho das vilosidades, quanto maior o tamanho maior é a capacidade de absorção dos alimentos, pois as enzimas digestivas do intestino são produzidas nas bordas das vilosidades (ROPPA, 1998). O encurtamento das vilosidades predispõe à má digestão e má absorção, assim, logo após o desmame, a altura das vilosidades do intestino delgado diminui, resultando em menor área de absorção (HAMPSON, 1986). O tamanho das vilosidades é maior nos recém-nascidos, e diminui durante a fase de aleitamento, mas é no desmame que a estrutura das vilosidades é afetada pela drástica redução do tamanho. O baixo consumo e a mudança para uma dieta diferente são os principais fatores que contribuem para esta considerável redução no tamanho (ROPPA, 1998). A superfície das vilosidades encontra-se curta, densa e lisa, por sete dias após o desmame, quando então, sua altura aumenta novamente. O alongamento das vilosidades é evidente (RERAT & CORRING, 1991) dias após o desmame, porém, não se mostram longas, finas e com estrutura morfológica semelhante a dedos, como no período de aleitamento (CERA et al., 1988). Mantendo a alimentação dos leitões após o desmame em níveis adequados, há prevenção de redução no tamanho das vilosidades e aumento na profundidade das criptas, pela elevação na produção de células, objetivando a renovação dos enterócitos nas vilosidades do intestino (PLUSKE et al., 1996). A relação altura de vilosidade e profundidade de cripta é um parâmetro importante na detecção da qualidade da mucosa intestinal, uma vez que maiores valores para essa relação indicam uma menor injuria da mucosa intestinal (TSE et al., 2010). A microbiota em equilíbrio no trato gastrintestinal atua como barreira biológica defensiva do animal, aderindo

às paredes intestinais e assim, impedindo a fixação dos patógenos (CERA et al., 1988). Durante a fase de aleitamento, o equilíbrio da microbiota intestinal é mantido devido à atividade antimicrobiana de componentes do leite, tais como carboidratos, glicolipídios, glicoproteínas, mucina e oligossacarídeos (KELLEY & COUTTS, 2000). Porém, logo após o desmame, a microbiota intestinal pode ser muito variável e influenciar na digestão e absorção de nutrientes (MORÉS & AMARAL, 2001). Segundo Johnsson & Conway citados por Budiño (2007) a microbiota do intestino delgado do leitão é composta em sua maioria por espécies aeróbias e anaeróbias facultativas. Dentre as quais o Lactobacillus e o Streptococcus são os gêneros predominantes, em uma densidade de 107 a 109 UFC/g de mucosa. Os Bifidobacterium estão presentes ao longo do trato gastrintestinal do leitão, em uma densidade populacional de 104 a 106 UFC/g de mucosa estomacal e 108 UFC/g de mucosa da porção distal do intestino delgado. A microbiota do ceco e cólon contém quantidades similares de Lactobacillus. Bifidobacterium e Enterococcus, além de Bacteróides e Eubacteriaceae e quantidades variáveis de E.coli. NUTRIÇÃO PÓS DESMAME: POSSIBILIDADES A SEREM UTILIZADAS Pelas transformações fisiológicas do sistema digestório, os leitões têm uma capacidade limitada para digerir amido, sacarose e gordura até os 21 dias de idade (BERTOL et al., 2000). Leitões apresentam pH gástrico elevado e variável, e como consequências a função digestiva não ocorre de forma eficaz, principalmente pela insuficiência na ativação da pepsina e proliferação de microrganismos. Então, procura-se fornecer uma dieta no pósdesmame altamente palatável e digestível, de boa qualidade, que atenda as exigências nutricionais do animal e que seja fornecida de forma frequente e em pequenas quantidades. No desmame ocorre uma redução no consumo de ração, que é parcialmente atribuída à reação natural do organismo para dar tempo a uma melhor adaptação do sistema digestório a nova dieta. Para manter a taxa de crescimento após a retirada do leite, o lei-

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tão deveria comer quatrocentos gramas de ração por dia, porém este consumo dificilmente é obtido em condições normais (ROPPA, 1998). Então o fornecimento de ração com alta digestibilidade é primordial, já que existe correlação positiva entre a digestibilidade e o consumo de ração pelos leitões (KUMMER et al., 2009). A dieta deve ser formulada a base de ingredientes de elevada digestibilidade, como milho pré-cozido, soro de leite, soja extrusada, leite em pó, plasma, etc. Mascarenhas et al. (1999) em experimento verificaram menor consumo por animais que receberam uma dieta complexa sem farelo de soja, em relação à dieta complexa contendo farelo de soja, sendo que esse menor consumo foi atribuído à menor palatabilidade do glúten de milho que foi utilizado na dieta como fonte de proteína na dieta sem farelo de soja. Isso evidencia a necessidade de suplementação nesta fase com alimentos de alta palatabilidade, alta digestibilidade, com baixa antigenicidade, e alta concentração de nutrientes como alternativa para estimular o apetite, reduzir o aparecimento de distúrbios digestivos e otimizar a ingestão de alimentos pelos leitões (BRANCO et al., 2006). Sabendo da importância da qualidade dos ingredientes e do elevado consumo, produtos que adicionados na dieta que melhorem a ingestão trarão melhora no desempenho. Então, como alternativa para potencializar a produção, faz-se uso de aditivos e ingredientes altamente palatáveis e digestíveis nas dietas. De acordo com a legislação brasileira, aditivos para produtos destinados à alimentação animal são substâncias ou microrganismos adicionados intencionalmente às dietas, os quais normalmente não se consomem como alimento, que tenham ou não valor nutritivo e que afetem ou melhorem as características do alimento ou dos produtos animais (MAPA, 2004). Conhecendo-se como funciona o sistema digestório dos leitões no período de aleitamento e a desmama, e sabendo-se das dificuldades de manutenção de baixo pH, produção de enzimas, digestão adequada dos componentes da nova dieta pode-se usar nas dietas sucedâneos, acidificantes, probióticos, prebióticos e enzimas exógenas. 4576

Capacidade tamponante dos alimentos A capacidade tamponante é uma característica inata dos alimentos, ração ou ingrediente, consiste em neutralizar o ácido clorídrico secretado no estômago do suíno, com isso, mantendo o pH mais elevado. Porém, esta neutralização do HCl pelo efeito tamponante diminui a atividade digestiva das enzimas no estômago, isso porque o pH ideal para atividade enzimática é por volta de 2,5. Este fato é relevante se tratando do sistema digestório de leitões, que possuem capacidade de produção de HCl limitada. Os produtos lácteos, apesar de possuírem elevada capacidade tamponante são auto-acidificantes, ou seja, as bactérias convertem a lactose em ácido láctico (PUPPA, 2008). Segundo Manners et al. (1962), as proteínas da soja comparadas ao leite da porca, têm maior ação tamponante no estômago do leitão e o aumento do pH leva a redução na atividade da pepsina, transferindo para o intestino delgado maior quantidade de proteínas intactas. Sucedâneos e derivados lácteos Os substitutos do leite facilitam a transição do leite materno para uma ração seca, por dar tempo para o completo desenvolvimento do sistema digestório de leitões. Isso ocorre por ser uma fonte de nutrientes mais semelhantes ao leite materno, assim as alterações nas vilosidades do intestino ocorrem com menor intensidade comparada com o desmame com rações secas (ROPPA, 1998). Produtos lácteos, como leite em pó e soro de leite, destacam-se pela palatabilidade e qualidade nutricional. A importância da fração proteica presente no soro de leite não está relacionada apenas à sua elevada digestibilidade e palatabilidade, mas também à sua alta concentração de imunoglobulinas. A lactose, excelente fonte energética, contribui também para reduzir o pH do estômago dos leitões, devido a produção de ácido láctico, em razão da fermentação por lactobacilos (KUMMER et al., 2009). Para leitões desmamados, é necessário incluir na dieta quantidades adequadas de carboidratos que os leitões têm maior habilidade em digerir, entre os quais a lactose se destaca. Bertol et al. (2000) afirmam que suplementação da dieta com lactose nas duas primeiras semanas após o desmame melhorou

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o desempenho dos leitões desmamados aos 21 dias de idade. Segundo Hauptli et al. (2005) a utilização de soro de leite em níveis de até 21% em dietas de leitões na creche melhora a conversão alimentar. A inclusão de proteína láctea na dieta influencia a altura de vilosidades e a profundidade de cripta dos animais, refletindo em melhor desempenho dos animais (TSE et al., 2010). Nas rações pré-iniciais a utilização de produtos lácteos é uma prática comum, visto que os benefícios ao desempenho dos leitões são comprovados. Porém, o custo desses produtos onera o custo das rações. Assim, torna-se interessante opção de ingredientes alternativos que possam substituir as fontes de lactose sem causar prejuízos ao desempenho dos animais e à qualidade das rações (SILVA et al., 2008). Acidificantes Os acidificantes são ácidos orgânicos ou inorgânicos adicionados à dieta com objetivo de reduzir o pH do trato digestivo, facilitando a digestão e reduzindo a proliferação de microrganismos indesejáveis no estômago e intestino (MAPA, 2004). Estão inseridos no grupo dos aditivos equilibradores da flora do trato gastrointestinal, Almeida (2012) afirma que os ácidos orgânicos têm sido utilizados há décadas na preservação do alimento, na proteção da ração e na redução de microorganismos, tais como Escherichia coli e Salmonella ssp. Os ácidos inorgânicos podem melhorar a disponibilidade de alguns minerais, tais como o cálcio, fósforo, magnésio e zinco, servindo ainda como substrato do metabolismo intermediário (VIOLA & VIEIRA, 2007). A quantidade de acidificante a ser adicionada à ração depende do seu pH e da sua capacidade tamponante. Quanto à escolha física, os acidificantes sólidos são mais fáceis de manusear, ao passo que as formas líquidas podem ser voláteis durante a pulverização, ser corrosivo e possuir odor desagradável (RUFINO, 2013). Os efeitos benéficos da adição dos ácidos orgânicos nas rações talvez sejam decorrentes do aumento no consumo, resultante a partir do aumento da palatabili-

dade, maior eficiência alimentar, em consequência da redução do pH gástrico, diminuição do crescimento bacteriano e aumento da atividade da pepsina (RUNHO et al., 1997). Os ácidos disponíveis no mercado são o cítrico, fórmico, fumárico, láctico, propiônico ou misturas destes (RUFINO, 2013). De acordo com Pupa (2008), as ações dos acidificantes se baseiam na redução do pH, que compensaria a baixa produção de HCl no estômago, na redução da capacidade tamponante da dieta; na ativação da conversão de pepsinogênio para pepsina; no estímulo da coagulação das proteínas; na elevação do tempo de permanência da ração no estômago e consequentemente o tempo de proteólise; na melhora na digestibilidade dos nutrientes da ração e por evitarem a proliferação de microrganismos, através do controle bactericida ou bacteriostático. Miguel (2008) em experimento com leitões desmamados aos 21 dias demonstrou que a suplementação a dietas com acidificantes, principalmente 1,0% de ácido fumárico, favoreceu o desempenho de leitões desmamados e que as dietas com presença de ácido fumárico apresentaram maior consumo pelos animais e maior ganho de peso. O autor verificou que a adição de ácidos orgânicos reduziu o pH da dieta em comparação à dieta controle que não continha acidificante. Estudo com leitões de 28 a 70 dias de idade realizado por Gheler et al. (2009) demonstrou que adição de ácido benzoico na ração melhorou o desempenho dos leitões. O nível de inclusão mais eficiente para melhor ganho de peso é 0,62%, e o mais eficiente para conversão alimentar é 0,79% de ácido benzoico. Além dos benefícios no desempenho, animais alimentados com dietas contendo ácido benzoico apresentam maior altura de vilosidade e profundidade de criptas. Gomes et al. (2007) realizaram experimento com leitões recém-desmamados com objetivo de avaliar a inclusão de ácido fumárico e suas combinações com ácido butírico ou fórmico na dieta, e demonstraram que dietas suplementadas com 0,5% de ácido fumárico melhora o desempenho dos leitões nas duas primeiras semanas pós-demame. A combinação de 1,0% de ácido fumárico com 0,5% de ácido fórmico

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diminui o ganho de peso diário dos leitões durante o período de (LEIBHOLZ et al., 1984) a 36 dias de idade. A associação de 1% de ácido fumárico aos ácidos butírico (0,1%) e fórmico (0,5%) causa prejuízos na altura das vilosidades do duodeno de leitões nas primeiras três semanas pós-desmame. Rice et al. (2002) concluíram que a adição de ácido cítrico nas dietas de suínos aumenta a digestibilidade da matéria seca e diminui o pH urinário. Enzimas exógenas Enzimas são proteínas globulares de estrutura terciária ou quaternária que agem como catalisadores biológicos, e podem estar presentes nelas vitaminas e minerais atuando como cofatores (FREITAS, 2011). De acordo com Penz, citado por Amorim et al. (2011), enzimas são específicas para os substratos, as enzimas digestórias possuem um sítio ativo que permite sua atuação na ruptura de uma determinada ligação química, sob condições favoráveis de temperatura, pH e umidade. A produção de enzimas endógenas em leitões recémdesmamados está relacionada à idade e exposição do animal aos substratos específicos (LOVATTO, 2002). O baixo desempenho dos leitões no pós-desmame está relacionado com o consumo de ingredientes que não são bem digeridos pelas enzimas. O uso de enzimas digestórias na alimentação animal melhora o valor nutritivo dos cereais, por potencializarem a digestão por superar os fatores antinutricionais (RODRIGUES et al., 2002). A utilização de enzimas exógenas visa aumentar a digestibilidade dos ingredientes, assim, minimizando problemas de má absorção e proliferação de microrganismos patógenos no intestino, para que ocorra melhora no desempenho produtivo dos leitões; visa também potencializar a ação de enzimas endógenas, pela maior exposição do nutriente às enzimas endógenas (FREITAS, 2011). Além disso, alguns pesquisadores têm utilizado estas enzimas para incorporar matérias-primas de baixa qualidade às rações, para haver redução do custo por tonelada de ração e para haver melhor aproveitamento dos ingredientes. As enzimas podem ser usadas isoladamente ou em forma de complexos. A utilização de enzima isolada deve ser feita quando se conhece 4578

o fator antinutricional que prejudica o aproveitamento dos nutrientes da dieta, enquanto o uso de complexos é realizado quando se sabe que o uso associado pode aumentar a atividade de todas (AMORIM et al., 2011). De acordo com Campestrini et al. (2005), as enzimas usadas em rações animais podem ser divididas de acordo com sua finalidade em dois tipos: enzimas destinadas a complementar quantitativamente as próprias enzimas digestórias endógenas dos animais (proteases, amilases, fitases) e enzimas que esses animais não podem sintetizar e/ou sintetizam em pequenas proporções (β-glucanases, pentosanas, e αgalactosidases). Existem três tipos de enzimas exógenas disponíveis no mercado. Enzimas para alimentos com baixa viscosidade (milho, sorgo e soja), para alimentos de alta viscosidade (trigo, centeio, cevada, aveia, triticale e farelo de arroz) e para degradar o ácido fítico dos grãos vegetais (ZANELLA, 2001). Para Ferket, citado por Freitas (2011), para aumentar a digestibilidade de nutrientes e otimizar sua utilização, utilizam-se geralmente enzimas provenientes de bactérias do gênero Bacillus sp. ou fungos do gênero Aspergillus sp. As enzimas que degradam fibra agem rompendo a parede celular dos grãos, e assim, permite que as enzimas do animal tenham acesso ao interior das células dos grãos, e assim, há liberação de nutrientes, passíveis de absorção (GRAHAM, 1996). As carboidrases realizam a degradação dos carboidratos que estão intimamente ligados ao valor nutricional dos grãos, o qual é limitado pelo teor de polissacarídeos não amídicos insolúveis (celulose) e polissacarídeos não amídicos solúveis (predominantemente as β-glucanas e arabinoxilanas) (PASCOAL & SILVA, 2005). Os polissacarídeos não amídicos (PNAs) compreendem uma ampla classes de polissacarídeos como celulose, hemicelulose, quitina e pectinas que estão presentes na parede celular das células de alimentos de origem vegetal, os monogástricos não degradam as PNAs ou o fazem com baixa eficiência (BRITO et al., 2008). Estes PNAs e oligossacarídeos estão presentes no milho e no farelo de soja.

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A utilização da enzima fitase visa melhor aproveitamento do fitato, acarretando menor excreção de fósforo. Isso porque a maior parte do fósforo presente nos ingredientes de origem vegetal está na forma de fitato, esta forma deixa o fósforo indisponível (BRANDÃO et al., 2007). O fitato (ou ácido fítico) é um complexo orgânico para armazenagem de fósforo nas plantas. Quando em quantidades consideráveis, não disponibiliza o fósforo e outros nutrientes aos animais (AMORIM et al., 2011). Freitas (2011) realizou um experimento com leitões recém-desmamados e constatou que o uso de complexo enzimático (carboidrase+fitase) melhora os parâmetros produtivos de leitões. Rufino (2013) em experimento realizado com leitões percebeu que o uso de fitase melhorou o desempenho de leitões de 6,7 kg aos 25 kg. Segundo Rice et al. (2002) a digestibilidade do fósforo e do cálcio são aumentadas quando utiliza fitase nas dietas de suínos em crescimento.

Probióticos e Prebióticos Probióticos são cepas de microrganismos vivos, que agem como auxiliares na recomposição da flora microbiana do trato digestivo dos animais, diminuindo o número dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis (MAPA, 2004). A ação dos probióticos é melhorar a saúde geral e o desempenho dos animais. Os probióticos são biorreguladores do trato intestinal, tendo ação preventiva e curativa (CHIQUIERI et al., 2007). Agem na alteração do pH intestinal, pela formação de lactacto e inibem microrganismos, principalmente E.coli e salmonelas, por ação competitiva (PUPPA, 2008). Os probióticos também favorecem a produção de substâncias antibacterianas e enzimas, estimulando o sistema imune (ALMEIDA, 2012).

Pascoal & Silva (2005) avaliaram diferentes níveis de enzimas (carboidrases) em dietas a base de milho e farelo de soja para leitões desmamados sobre o desempenho, componentes sanguíneos e morfologia intestinal, e observaram uma melhoria na integridade da mucosa intestinal.

Como alternativa à utilização de antibióticos e quimioterápicos como promotores de crescimento, utilizam-se os prebióticos e probióticos. Sanches et al. (2006) realizaram experimento para verificar o efeito da suplementação dietética de probiótico, prebiótico e interação entre eles sobre o desempenho de leitões desmamados aos 23 dias de idade. E concluíram que o fato de os animais alimentados com rações suplementadas com os aditivos probiótico, prebiótico e simbiótico não terem apresentado diferenças significativas no desempenho, em comparação com os alimentados com antibiótico, demonstrou que é viável a utilização desses aditivos para evitar a utilização de antibióticos, mantendo-se o mesmo padrão de desempenho animal. Reafirmando Junqueira et al. (2009) demonstraram que o simbiótico (probiótico+prebiótico) proporciona os melhores resultados de desempenho dos suínos no período de 28 a 142 dias de idade e constitui uma alternativa viável ao uso de antibióticos na ração de suínos em todas as fases de produção.

Nery et al. (2000) realizaram experimento com objetivo de avaliar o efeito da adição de enzimas exógenas nas rações de suínos (10-30 kg de peso vivo), e constataram que a suplementação de preparados enzimáticos com amilase, lipase e protease exógenas incrementou a digestibilidade nos nutrientes e a suplementação com protease exógena melhorou a conversão alimentar.

Condições de desequilíbrio microbiano como estresse, troca de alimento e transporte, podem criar um ambiente favorável à fixação de microrganismos patogênicos que podem provocar modificações estruturais, como o encurtamento das vilosidades. Essa redução na área de absorção resulta em menor desenvolvimento enzimático, menor transporte de nutrientes e predispõe os animais à má absorção, à

Segundo Rodrigues et al. (2002) a suplementação com o complexo enzimático, contendo xilanase, amilase, ß-glucanase e pectinase, em rações para leitões, melhorou a digestibilidade dos nutrientes e os valores energéticos. Já Teixeira et al. (2003) observaram que a adição de enzimas em forma de complexo, composto por amilase, protease e celulase, em dietas com diferentes fontes protéicas, não influenciou o desempenho produtivo dos leitões na fase de creche.

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possível desidratação e às condições de infecções entéricas (CERA et al., 1988). A microbiota intestinal exerce um papel importante tanto na saúde quanto na doença e a suplementação da dieta com probióticos e prébióticos pode conferir equilíbrio dessa microbiota (PUPPA, 2008). Estas bactérias são introduzidas como aditivos em ração e promovem uma competição por nutrientes no trato gastrintestinal, mas a competição não ocorre entre o animal e a bactéria, mas entre as bactérias intestinais pelos seus nutrientes específicos (ALMEIDA, 2012). O comportamento do animal em resposta ao uso de probióticos é influenciado pelo tipo de probiótico, dose utilizada, idade e raça do animal, tipo de exploração, manejo, uso de antibióticos e o ambiente de criação. As respostas mais expressivas da administração de probióticos são notadas nos animais estressados e em recém nascidos ou desmamados (BUDIÑO et al., 2010). Para que um microrganismo seja considerado probiótico ele deve: fazer parte da microbiota normal intestinal do hospedeiro; não ser tóxico e/ou patogênico; ser capaz de aderir ao epitélio intestinal do hospedeiro; ser cultivável em escala industrial; ser estável na preparação comercial; sobreviver à ação das enzimas digestivas; sobreviver e colonizar rapidamente o intestino do hospedeiro; e ter ação antagonista aos microorganismos patogênicos (ALMEIDA, 2012). A inclusão de 200 a 300 ppm de probiótico, em dietas de suínos em crescimento, reduziu a incidência de diarreias em leitões desmamados. A adição de 200 ppm do probiótico na dietas dos suínos melhorou o consumo e a digestibilidade da ração (HAUYNATE et al., 2006). De acordo com MAPA (2004) prebióticos são ingredientes adicionados às rações mas que não são digeridos pelas enzimas digestivas do hospedeiro, mas que são fermentados pelas bactérias do trato digestório originando substâncias que estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias benéficas e inibem a colonização de bactérias patógenas ou indesejáveis. 4580

A principal ação dos prebióticos é estimular o crescimento e/ou ativar o metabolismo de algum grupo de bactérias benéficas do trato intestinal. Assim, agem relacionados aos probióticos e constituem o alimento das bactérias probióticas. As substâncias que têm sido mais estudadas como aditivos prebióticos na alimentação animal são os frutoligossacarídeos, glicoligossacarídeos e mananoligossacarídeos (CHIQUIERI et al., 2007). Tendo em vista que os prebióticos são tipo de carboidratos não digeríveis, a ação é eficaz, pois são resistentes à ação das enzimas do trato gastrointestinal. Os prebióticos têm sido usados com a finalidade de estimular o desenvolvimento das Bifidobacterium e dos Lactobacillus, as quais são conhecidas pela grande capacidade de produzirem ácido láctico e acético (BUDIÑO, 2007). Com a produção de ácido, ocorre redução do pH, favorecendo ação das enzimas digestivas e controlando a população de microrganismos patogênicos. Utiyama et al. (2006) demonstraram que o uso de prebióticos promoveu melhora no desempenho de leitões. A suplementação com frutoligossacarídeo favorece o ganho de peso e o consumo de ração em leitões desmamados (BUDIÑO et al., 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o conhecimento dos mecanismos de digestão e absorção dos leitões, o enfoque nutrição pós desmame tornou-se mais compreensível. O desmame, por ser um período crítico para o sistema de produção, deve ocorrer da forma que minimizem os estresses durante esta etapa. Utilizar alimentos com baixa capacidade tamponante é um fator importante, pois o pH se manterá baixo. O uso de produtos lácteos é comum, mesmo estes tendo alta capacidade tamponante, pois se auto-acidificam, e assim mantém o pH estomacal em níveis propícios para atuação de enzimas. A utilização de substitutos do leite é necessária, pois é altamente palatável e agride menos o trato gastrointestinal, uma vez que não ocorre uma mudança brusca na natureza da dieta, assim, acontece de forma menos agressiva e com menor intensidade da redução do tamanho das vilosidades e profundidade criptas do intestino. Ao desmame, quando o leitão não ingere mais o leite da porca, o pH no estômago não

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abaixa eficientemente para favorecer a atividade das enzimas e reduzir a proliferação de microrganismos patogênicos, e por isso, a utilização de ácidos orgânicos é favorável na nutrição pós desmame. A utilização de probióticos, prebióticos ou a interação entre os dois auxilia de forma favorável no estímulo de crescimento de bactérias benéficas ao intestino, alteram o pH e inibem microrganismos indesejáveis. Então, sabendo que o consumo de ração, e o ganho de peso são essenciais nesta fase. Os ingredientes e aditivos acima citados em associação a rações de boa qualidade, fornecidas adequadamente geram melhora no desempenho dos animais.

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Advertência Os conteúdos deste suplemento não se referem a publicações sob responsabilidade técnico-científica da Nutritime Revista Eletrônica. Eles se referem aos resumos das teses para a obtenção do título de Doctor Scientiae apresentadas ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, como forma de contribuir para a divulgação e visibilidade da agenda da pesquisa científica a partir de centros de referência nacionais. Estes materiais foram prospectados no Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações da UFV (TEDE Simplificado - http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/), disponíveis, portanto, de forma pública para o acesso, dowload e leitura. A organização dos materiais se deu em conformidade com o que se encontra disponivel no Tede Simplificado, como no seguinte modelo abaixo:

Título em português

Efeitos do plasma sangüíneo sobre o desempenho bacteriano e estrutura intestinal de leitões recém desmamados em diferentes idades

Data da defesa:

18/01/2010

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Desmame precoce, Vilosidade intestinal, Antimicrombianos, Early weaning, Intestinal villus, Manejo de animais.

Título em inglês

Effects of spray dried plasma on wall structure and on the microbiological colonization in the gut of piglets weaned at different ages Pesquisador:

Fellipe Freitas Barbosa

Email:

freitasjf@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Resumo:

Visando-se determinar se o plasma sangüíneo tem outros efeitos sobre leitões desmamados aos 21, 28 e 35 dias de idade que não seja apenas o aumento da quantidade de ração consumida, foram realizados... (...)

Destacamos que além das informações disponívels, o arquivo com o texto original em pdf no TEDE se encontra disponível no link a ele referente. Esperamos dessa forma, que esses materiais encontrem eco junto aos nossos leitores e amigos, e que sirvam de norte e referência para a produção de novos manuscritos e que, assim, possam ser mais um auxílio para a produção científica brasileira. Boa leitura! Corpo Editorial Nutritime Revista Eletrônica

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Sumário Efeitos do plasma sangüíneo sobre o desempenho bacteriano e estrutura intestinal de leitões recém desmamados em diferentes idades.................................................................................................................................... 9 Intensificação da coloração em peixes ornamentais com uso de rações enriquecidas com pigmentos naturais.....10 Estrutura do dossel, acúmulo de forragem e eficiência de pastejo em pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo.............................................................................................................................. 10 Indução de codominância e dupla ovulação e novas abordagens em luteólise de bovinos................................. 11 Exigência de fósforo disponível para frangos de corte machos e fêmeas mantendo a relação cálcio: fósforo disponível em 2:1................................................................................................................................................... 13 Relação treonina: lisina em rações para poedeiras leves no período de produção.............................................. 13 Utilização de tecidos na avaliação de compostos fibrosos e na degradação ruminal in situ de alimentos para ruminantes............................................................................................................................................................ 14 Efeitos de idade e suplementação protéica sobre características de carcaça e qualidade de carne de bovinos criados em pasto............................................................................................................................................... 16 Avaliação de métodos de controle de Endogamia utilizando dados simulados.................................................... 17 Espaçamento de plantio do eucalipto e leguminosas para sub-bosque em sistemas agroflorestais................... 18 Sequestro e discriminação isotópica de carbono em sistemas agrossilvipastoris................................................ 19 Produção de forragem e desempenho de cabritos em pastejo............................................................................. 20 Exigências nutricionais e predição da composição corporal de bovinos Nelore puros e cruzados...................... 21 Efeitos da suplementação de glutamina na ração de tilápia do Nilo sobre o desempenho e resistência à infecção bacteriana.......................................................................................................................................................... 23 Cana-de-açúcar in natura, ensilada ou silagem de milho em dietas para novilhas de corte................................ 24 Perfilamento em pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo...................................... 25 Efeitos de estratégias nutricionais sobre o desempenho e a excreção de nutrientes para suínos dos 30 aos 100 kg..... 26 Estudos de locos de características quantitativas, de expressão gênica e teste de paternidade em suínos....... 27 Atualização da proteína ideal para poedeiras semipesadas: treonina e valina.................................................... 28 Perfil transcricional durante o desenvolvimento muscular esquelético de suínos de uma raça local Brasileira e dois grupos genéticos comerciais..................................................................................................................... 28 Avaliação de indicadores e de métodos de predição do valor energético da dieta em bovinos em crescimento.30 Atualização da proteína ideal para frangos de corte: valina e isoleucina............................................................. 31 Dinâmica de acúmulo de forragem em pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo... 32 Atualização da proteína ideal para frangos de corte: arginina, isoleucina, triptofano e valina.............................. 32 Fósforo disponível em rações para suínos selecionados para deposição de carne dos 30 aos 95 kg................ 33 Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Perdas na ensilagem e desempenho de bovinos de corte suplementados com dietas contendo silagem de capim -marandu em duas idades de rebrotação tratadas com inoculante bacteriano................................................ 34 Estratégias de manejo do capim-elefante cv. Napier sob pastejo rotativo............................................................ 35 Estudos colaborativos para avaliação da composição química de alimentos....................................................... 36 Tamanho de partícula da forragem em dietas com níveis crescentes de fibra para cabras leiteiras.................... 37 Influência do manejo mãe-cria na eficiência reprodutiva de primíparas de raças de corte.................................. 38 Curvas de lactação e consumo de vacas F1 Holandês x Zebu em pastejo e em confinamento.......................... 39 Indicadores zootécnicos e econômicos da atividade leiteira na mesorregião noroeste do Espírito Santo e microrregião de Juiz de Fora....................................................................................................................................... 42 Desempenho nutricional de bovinos em pastejo durante os períodos de seca e de águas suplementados com compostos nitrogenados e/ou amido................................................................................................................ 43 Farelo de mamona destoxificado na ensilagem de cana-de-açúcar em dietas para ovinos................................. 44 Relação triptofano:lisina em rações para poedeiras leves.................................................................................... 45 Adubação nitrogenada e locais de amostragens do Capim-Marandu em sistema silvipastoril............................ 46 Desempenho e perfil de ácidos graxos do leite de vacas alimentadas com óleo de girassol em dietas à base de cana-de-açúcar................................................................................................................................................. 47 Consumo alimentar residual e relações com características nutricionais e de qualidade da carne em bovinos Nelores.............................................................................................................................................................. 48 Níveis e sequências de níveis de plasma sanguíneo em dietas para leitões desmamados aos 21 dias de idade.......50 Imunomodulação de suínos de linhagem comercial e da raça naturalizada brasileira Piau em resposta à vacinação contra Mycoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida tipo D......................................................... 51 Níveis de farelo de girassol e adição de complexo enzimático em rações para suínos e aves............................ 52 Níveis de suplementação para fêmeas bovinas de corte em pastejo................................................................... 53 Composição bromatológica, perfil fermentativo e populações microbianas em silagens de gramíneas tropicais........54 Estratégias de suplementação para vacas e para novilhas de corte dos quatro aos dezoito meses de idade.... 56 Uso do complexo enzimático solid state fermentation (SSF) em rações para tilápia do Nilo............................... 58 Produtividade e valor nutritivo do capim-braquiária em sistemas silvipastoris com eucalipto e acácia adubados com nitrogênio................................................................................................................................................... 59 Diversidade genética de caprinos nas Repúblicas de Cabo Verde e do Brasil..................................................... 60 Glicerina bruta em suplementos para novilhas mestiças em pastagens.............................................................. 61 Desempenho e exigências de energia e proteína de bovinos Nelore estratificados por consumo alimentar residual...........62 Desempenho e deposição de nutrientes em frangos de corte alimentados com diferentes níveis dietéticos de lisina.... 64 Parâmetros genéticos, repetibilidade e diversidade genética em híbridos de Panicum maximum....................... 65 4

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Avaliação de níveis de lisina e planos de nutrição para fêmeas suínas dos 60 aos 148 dias.............................. 67 Níveis de lisina digestível e validação da proteína ideal em rações para frangos de corte.................................. 68 Análise genômica estrutural e funcional em bovinos Holandês x Gir infestados pelo Rhipicephalus (Boophilus) microplus........................................................................................................................................................... 69 Morfogênese e dinâmica do acúmulo de forragem em capim-elefante cv. Napier submetido a alturas de resíduo pós-pastejo........................................................................................................................................................ 70 Processamento de grãos de milho para uso na alimentação de vacas leiteiras................................................... 71 Níveis de metionina+cistina e suas relações com a lisina em rações para poedeiras leves no período de 79 a 95 semanas de idade............................................................................................................................................. 72 Relações metionina + cistina, treonina e triptofano com a lisina e níveis de lisina digestível em rações para codornas japonesas na fase de crescimento............................................................................................................. 72 Suplementação lipídica para vacas em lactação: perfil de ácidos graxos e teor de ácido linoléico conjugado na gordura do leite................................................................................................................................................. 73 Relações triptofano e treonina digestíveis com lisina digestível em dietas para leitões pós-desmame criados em ambientes com e sem desafio sanitário............................................................................................................ 74 Secreção de prostaglandinas antes, durante e após a luteólise em bovinos....................................................... 75 Coproduto do crambe na alimentação de bovinos................................................................................................ 77 Níveis de lisina digestível e relações treonina:lisina digestíveis em rações para suínos mantidos em diferentes ambientes térmicos........................................................................................................................................... 78 Estudo sobre variações em métodos de análise de compostos fibrosos em alimentos....................................... 79 Uso de salinomicina, virginiamicina, levedura viva e uréia de liberação lenta para vacas leiteiras...................... 81 Computação de alto desempenho na seleção genômica..................................................................................... 82 Fontes de fibra em dietas para cabras leiteiras.................................................................................................... 83 Relações de treonina e triptofano com a lisina digestível em rações para alevinos de tilápia do Nilo................. 84 Estratégias para utilização da cana-de-açúcar na alimentação de novilhas leiteiras: relações entre ureia, proteína verdadeira e amido............................................................................................................................................ 85 Suplementação de bovinos de corte em pastejo com diferentes relações proteína: carboidrato da fase de amamentação ao abate............................................................................................................................................ 86 Crescimento de bovinos de corte no sistema pasto/suplemento submetidos a diferentes planos nutricionais.... 87 Utilização de esgotos sanitários tratados em lagoas de estabilização para o cultivo de alevinos de três espécies de carpas e curimbatá-pioa............................................................................................................................... 89 Avaliação nutricional, desempenho e qualidade da carne de bovinos de corte alimentados com dietas contendo glicerina bruta.................................................................................................................................................... 90 Caracterização de alimentos para ruminantes segundo o Cornell net carbohydrate and protein system – CNCPS com adaptações................................................................................................................................................ 91 Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Modelos multicaracterísticos na avaliação genética de tamanho de leitegada em suínos................................... 92 Desempenho de bovinos em pastos de capim-braquiária suplementados nos períodos de água e seca........... 93 Níveis e planos nutricionais de lisina digestível para leitoas em fase de crescimento e terminação.................... 94 Rebrotação na primavera de pastos de capim-braquiária diferidos...................................................................... 95 Níveis e planos nutricionais de lisina digestível para suínos machos do crescimento à terminação.................... 96 Estratégias de suplementação para fêmeas bovinas de corte em diferentes fases do ciclo produtivo................ 97 Influência do ambiente térmico da zona da mata de Minas Gerais sobre respostas produtivas e fisiológicas de cabras leiteiras confinadas................................................................................................................................ 98 Torta de licuri na alimentação de ovinos............................................................................................................... 99 Proteína bruta em dietas para suínos machos castrados e fêmeas da raça Piau, nas fases inicial, de crescimento e de terminação............................................................................................................................................... 101 Análise de associação global do genoma para características produtiva e reprodutiva em suínos................... 102 Resíduo desidratado da agroindústria de cervejaria na produção de silagem de capim-marandu.................... 103 Farelo de vagem de algaroba na alimentação de cordeiros em confinamento................................................... 105 Criopreservação de sêmen ovino com diferentes concentrações espermáticas associado ou não com ácido ascórbico............................................................................................................................................................. 106 Silagem da ponta de cana-de-açúcar aditivada com resíduo de cervejaria desidratado na alimentação de ovinos. 107 Influência do tamanho amostral e do tipo de amostragem na estimação dos efeitos de marcadores SNPs e predição de valores genéticos genômicos........................................................................................................... 107 Efeitos do óleo de nim (Azadirachta indica A. Juss) sobre a reprodução e perfil metabólico de machos ovinos....108 Farelo de soja tratado com taninos em dietas com alto teor de concentrado para bovinos de corte................. 109 Equivalência em fósforo disponível da fitase usando diferentes metodologias com frangos de corte e suínos.....110 Energia metabolizável e aminoácidos digestíveis de alimentos para suínos.......................................................111 Lipídios em dietas à base de palma forrageira para cordeiros em crescimento................................................. 112 Proteomic profiles of Longissimus dorsi pig muscle............................................................................................ 113 Glicerina bruta na dieta de bovinos Nelore e F1 Red Angus x Nelore: desempenho, caracteristicas de carcaça e avaliação qualitativa de nove músculos, maturados ou não........................................................................... 114 Influência do tipo de parto na curva de crescimento, desempenho e características de carcaça em ovinos Santa Inês.................................................................................................................................................................. 115 Plasma sangüíneo com ou sem antibiótico em dietas para leitões desmamados aos 28 dias de idade............ 116 Comportamento de matrizes suínas em gestação submetidas a diferentes tipos de alojamento e condições de sazonalidade................................................................................................................................................... 117

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Farelo de mamona destoxificado na dieta de cordeiros...................................................................................... 118 Adipogênese e fibrogênese em músculo e efeitos da gestação e nível de alimentação sobre carcaça, qualidade de carne e desenvolvimento de feto bovino.................................................................................................... 119 Comportamento de leitões desmamados em diferentes idades, desafiados em piscina.................................... 120 Relação isoleucina: lisina e níveis de lisina na ração de codornas japonesas em postura................................ 121 Relações valina: lisina em rações para poedeiras leves de 24 a 58 semanas de idade.................................... 122 Silagem de estilosantes Campo Grande: perfil fermentativo e desempenho produtivo de bovinos de corte..... 123 Estratégias adicionais em protocolos de inseminação artificial em tempo fixo em fêmeas bovinas................... 124 Estudos sobre as propriedades do crescimento corporal e sobre a dinâmica da fibra no trato gastrointestinal de caprinos leiteiros: uma abordagem quantitativa.............................................................................................. 124 Adição do complexo ciclodextrina-colesterol na criopreservação do sêmen caprino......................................... 126 Avaliação e desenvolvimento de modelos matemáticos para explicar o crescimento de bovinos de corte, e sua relação com os requirementos nutricionais de animais F1 Nelore x Angus inteiros e castrados.................... 128 Requerimentos nutricionais e aspectos quantitativos do crescimento, desenvolvimento e digestão de vacas Nelore gestantes e não gestantes....................................................................................................................... 129 Desempenho nutricional de bovinos em pastejo suplementados durante os períodos de transição seca-águas e de águas.......................................................................................................................................................... 132 Comportamento sexual, fertilidade e taxa de recuperação embrionária em jumentas da raça Pêga ao longo do ano.................................................................................................................................................................. 133 Resíduo da produção de palmito da Palmeira Real Australiana na alimentação de vacas leiteiras................... 134 Níveis de fósforo disponível em rações para frangos de corte suplementadas ou não com fitase.................... 135 Desempenho zootécnico e qualidade de ovos de codornas japonesas alimentadas com rações contendo diferentes fontes de ômega 3..................................................................................................................................... 136 Suplementação de vitamina E e selênio orgânico em dietas com ractopamina para suínos em terminação..... 137 Aplicação de método de diagnóstico e gestão na comercialização da alface na feira livre em São João Evangelista, MG.......................................................................................................................................................... 138 Efeito dos meios básicos de cultivo, IGF-1 e GH, no desenvolvimento in vitro de folículos pré-antrais bovinos inclusos em tecido ovariano............................................................................................................................ 139 Níveis de lisina digestível em rações para galinhas poedeiras leves no período de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade........................................................................................................................................................... 140 Mobilização de reservas corporais e eficiências energéticas de cabras no início da lactação........................... 141 Níveis de cálcio e relações cálcio: fósforo em rações para galinhas poedeiras leves........................................ 143 Avaliação de sistemas de produção de leite quanto à utilização de nitrogênio e fósforo................................... 144 Avaliação sazonal de parâmetros fisiológicos de reprodutores caprinos da raça Alpina.................................... 145

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Silagem de leguminosas à base de amendoim forrageiro e soja: características fermentativas e desempenho de bovinos de corte mestiços............................................................................................................................... 146 Estratégias nutricionais para obtenção de bovinos precoces à desmama e ao abate advindos de um sistema de produção de leite em duplo propósito............................................................................................................. 147 Identidade de modelos não lineares e regressão aleatória para o estudo da curva de crescimento de codornas de corte em diferentes gerações sob seleção...................................................................................................... 149 Métodos de avaliação da eficiência da multiplicação genética por produção de embriões bovinos................... 150 Características reprodutivas de garanhões da raça Mangalarga Marchador em diferentes faixas etárias........ 151 Modelos de equações estruturais generalizados mistos aplicados à avaliação genética de codornas de corte....152 Avaliação nutricional de enzimas exógenas em dietas para frangos de corte.................................................... 153 Plasma sanguíneo e/ou antibiótico no desempenho e/ou microestrutura intestinal de leitões desmamados em diferentes idades............................................................................................................................................. 153 Castração de machos bovinos em diferentes idades utilizando ácido lático e papaína..................................... 155

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Suplemento Especial Agenda Científica

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa Revista Eletrônica

Título em português

Efeitos do plasma sangüíneo sobre o desempenho bacteriano e estrutura intestinal de leitões recém desmamados em diferentes idades Título em inglês

Effects of spray dried plasma on wall structure and on the microbiological colonization in the gut of piglets weaned at different ages Pesquisador:

Fellipe Freitas Barbosa

Email:

freitasjf@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

18/01/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Desmame precoce, Vilosidade intestinal, Antimicrombianos, Early weaning, Intestinal villus, Manejo de animais. Resumo:

Visando-se determinar se o plasma sangüíneo tem outros efeitos sobre leitões desmamados aos 21, 28 e 35 dias de idade que não seja apenas o aumento da quantidade de ração consumida, foram realizados 3 experimentos onde foram utilizados, no total, 63 leitões (16 leitões desmamados aos 21 dias de idade, 24 desmamados aos 28 dias de idade e 24 desmamados aos 35 dias de idade). O desenho experimental utilizado foi de delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos (rações com 0,0; 2,5; 5,0 e 7,5% de plasma sangüíneo), quatro ou seis repetições e um animal por unidade experimental. Os animais desmamados aos 21 dias de idade que receberam rações com plasma sangüíneo tiveram melhores desempenhos e menores quantidades de E. coli do que aqueles do tratamento um, que receberam ra-

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ções sem plasma. Os animais submetidos ao tratamento dois (rações com 2,5% de plasma) tiveram prejuízos menores do que os animais do tratamento um diante da ocorrência de diarréia. O plasma sangüíneo tem efeitos diretos sobre a colonização de E.coli no intestino delgado. A inclusão crescente de plasma reduziu linearmente a incidência de colônias de E. coli e aumentou linearmente o ganho de peso em leitões desmamados aos 21 dias de idade, não tendo efeito sobre a morfologia intestinal dos animais. Não foram constatadas diferenças entre os tratamentos em relação às conversões alimentares dos animais desmamados aos 28 dias de idade, mas foram em x relação aos ganhos de peso e às quantidades de colônias de E. coli. Os animais que consumira as dietas com plasma sangüíneo apresentaram maiores ganhos de peso e menores quantidades de E. coli no intestino delgado do que os animais que receberam dietas sem plasma. Não se observou melhorias dos parâmetros intestinais avaliados diante da suplementação de plasma. Concluiu-se que a inclusão de 2,5% de plasma sanguíneo em pó reduziu a incidência de colônias de E. coli em leitões desmamados aos 28 dias de idade criados em condições de desafio. Os animais desmamados aos 35 dias que receberam as dietas contendo plasma sangüíneo apresentaram maiores ganhos de peso e menores quantidades de E. coli no intestino delgado que os animais que receberam dietas sem plasma. Embora não analisado estatisticamente, constatou-se que a aplicação de dosagens de antibióticos nos animais submetidos às dietas sem plasma foi bem maior do que as dosagens aplicadas nos animais que receberam dietas contendo plasma. A inclusão de 2,5% e 7,0% de plasma sanguíneo em pó teve efeito benéfico sobre a altura de vilosidade do duodeno e do jejuno de leitões desmamados aos 35 dias de idade. Esses resultados indicam que o uso 9


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de plasma em dietas para leitões desmamados aos 35 dias de idade resulta em diminuição do índice de diarréias e na melhoria do ganho de peso dos leitões criados em condições de desafio.

Título em português

Intensificação da coloração em peixes ornamentais com uso de rações enriquecidas com pigmentos naturais Título em inglês

Color intensification of ornamental fish by the use of diets enriched with natural pigments Pesquisador:

Fabrício Pereira Rezende

Email:

fisherezende@yahoo.com.br

Orientador:

Eduardo Arruda Teixeira Lanna

Data da defesa:

26/02/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Pigmentos naturais, Peixe ornamental, Colisa lalia, Natural pigments, Ornamental fish, Colisa lalia, Produção Animal Resumo:

A recente expressividade da piscicultura ornamental como atividade agropecuária demanda aos piscicultores lançar mão de boas práticas de manejo na criação, com intuito de produzir peixes ornamentais com maiores vigor, pigmentação da pele e sanidade, a atender às demandas de um mercado cada vez mais exigente. A ampla variedade e intensidade de cores nos tegumentos em peixes dependem da presença de cromatóforos contendo pigmentos como melanina, carotenóides, pteridinas e purinas. Na alimentação de peixes ornamentais, cultivados no Brasil, utiliza-se rações para peixes de corte, pobres em pigmentos naturais, fato que, somado à baixa produção de organismos planctônicos em sistemas de criação intensivos e superintensivos, impossibilita a acumulação de pigmentos em níveis suficientes para intensificação da coloração da pele nos peixes destinados à comercialização. Na intenção de melhorar a qualidade dos peixes destinados ao mercado consumidor, pesquisadores e piscicultores adicionam pigmentos naturais nas dietas para intensificar a 10

coloração dos peixes cultivados sob altas densidades. A utilização de pigmentos naturais na alimentação de peixes apresenta amplas funções, incluindo ação antioxidante, aumento na resposta do sistema imunológico, melhorando aspectos de crescimento e reprodutivos, além da intensificação da coloração da pele. Com objetivo de avaliar o efeito de diferentes ingredientes fontes de pigmentos naturais na pigmentação da pele de peixes e seus possíveis efeitos nas características de desempenho, conduziu-se seis experimentos sob delineamento inteiramente casualizado. Avaliou-se os ingredientes – extrato liofilizado de açaí, extrato oleoso de urucum, extrato liofilizado de tomate e cantaxantina – como aditivos em rações para os peixes ornamentais acará-disco e colisa sangue, possibilitando observar que todos os ingredientes testados alteram a expressão de coloração na pele dos peixes, sem interferir nas características de desempenho para os peixes mantidos em ambiente controlado.

Título em português

Estrutura do dossel, acúmulo de forragem e eficiência de pastejo em pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo Título em inglês

Sward structure, herbage accumulation and efficiency of grazing on pasture mulato grass subjected to rotational grazing strategies Pesquisador:

Márcia Cristina T. da Silveira

Email:

marcia_silveira@yahoo.com.br

Orientador:

Domicio do Nascimento Júnior

Data da defesa:

24/02/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Alvo de manejo, Morfogênese, Interceptação luminosa, Morphogenesis, Target management, Light interception, PASTAGEM E FORRAGICULTURA Resumo:

As plantas forrageiras sofrem constantemente a interferência dos animais que as pastejam e de fatores do meio e, dessa forma, necessitam de mecanismos de

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adaptação para conseguir persistir no sistema. Assim, as estratégias de manejo do pastejo devem explorar e utilizar recursos adaptativos de modo a caracterizar a estrutura do dossel e, por meio dessa caracterização, estabelecer amplitudes ótimas de manejo para as espécies forrageiras de interesse. Foram objetivos deste trabalho estudar e descrever o efeito de combinações entre frequências e severidades de pastejo, em diferentes épocas do ano, sobre a estrutura do dossel forrageiro, a altura do pasto, o intervalo entre pastejos, o IAF, o ângulo de folhagem, a massa de forragem e a composição morfológica, a densidade volumétrica de forragem, a taxa de acúmulo de forragem e a composição morfológica, as perdas por pastejo e a eficiência de pastejo em pastos de capim-mulato. O experimento foi conduzido em área do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, de janeiro de 2008 a abril de 2009. Os tratamentos corresponderam a combinações entre duas condições de pré-pastejo (interceptação luminosa pelo dossel (IL) de 95 e 100% durante a rebrotação) e duas de pós-pastejo (alturas de resíduo de 15 e 20 cm) e foram alocados nas unidades experimentais (piquetes de 1.200 m2), segundo um arranjo fatorial 2 x 2 e delineamento de blocos completos casualizados com quatro repetições. Não houve dificuldade em manter as alturas de resíduo estipuladas no caso de pastos manejados a 95% IL; o mesmo não ocorreu com pastos manejados a 100% IL. Tomando por base a relação positiva entre interceptação luminosa e altura, observouse que as interceptações de 95 e 100% IL estiveram associadas a valores de altura do pasto de aproximadamente 30 e 40 cm, respectivamente. Pastos manejados a 95% IL apresentaram menor altura pré-pastejo, menores intervalos de pastejo, maior número de ciclos de pastejo, folhagem mais horizontal, menor IAF e menor massa de forragem, porém maior porcentagem de lâminas foliares na massa de forragem e maior densidade volumétrica de forragem quando comparados com aqueles manejados a 100% IL. No pós-pastejo, pastos manejados a 95% IL apresentaram maior interceptação luminosa, menor ângulo da folhagem, maior IAF, menor massa de forragem, maior porcentagem de folhas, menor porcentagem de material morto e menor densidade volumétrica de forragem que pastos manejados a 100% IL. Padrão semelhante de respostas foi obtido ao analisar o intervalo de pastejo, IL, ângulo de folhagem e IAF nas alturas de resíduo de 15 e 20

cm. A distribuição dos componentes morfológicos no perfil vertical do dossel variou com as estratégias de manejo empregadas e com as épocas do ano. Também foi possível observar que, apesar de apresentar menor massa de forragem, pastos manejados a 95% IL não diferiram dos manejados a 100% IL quanto à taxa de acúmulo de forragem. Pastos na condição de 100% IL proporcionaram maior quantidade de forragem removida, entretanto maiores perdas de forragem por pastejo também foram verificadas, o que refletiu em menor eficiência de pastejo, em comparação com o tratamento de 95% IL. Conclui-se que pastos de capim mulato apresentam mudanças no padrão da estrutura do dossel forrageiro dentro das épocas do ano e diante do manejo imposto, e estratégias de manejo caracterizadas por pastejo aos 95% IL (associado à altura de 30 cm) e altura de resíduo de 15 e 20 cm resultaram em melhores condições para rebrotação do pasto de capim-mulato, melhor estrutura de dossel e composição morfológica da massa de forragem, assim como maior eficiência de pastejo.

Título em português

Indução de codominância e dupla ovulação e novas abordagens em luteólise de bovinos Título em inglês

Induced codominance and double ovulation and new approaches on luteolysis in cattle Pesquisador:

Miller Pereira Palhão

Email:

mpalhao@ig.com.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

26/02/2010

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Luteolysis, Ovulation, Follicular dynamics, Hormonal profile, Luteólise, Ovulação, Dinâmica folicular, Perfil hormonal Resumo:

O modelo de punção e aspiração folicular no quarto dia após a ovulação foi utilizado nos capítulos 2 e 3, com a finalidade de aumentar a incidência de ovula-

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ções duplas em novilhas Holandesas. Deste modo, os folículos ovarianos (≥ 5 mm) foram destruídos 4 dias após a ovulação, induzindo um proeminente pico de FSH e a emergência de uma nova onda folicular. Dois dias mais tarde (6o dia), duas injeções de prostaglandina F2α (intervaladas de 12 h) foram administradas, favorecendo a ovulação. O objetivo do primeiro estudo (Capítulo 2) foi comparar o crescimento folicular e as concentrações plasmáticas dos hormônios reprodutivos em novilhas apresentando simples versus dupla ovulação. Do total de 31 novilhas, 16 (52%) ou 15 (48%) desenvolveram, respectivamente, um único ou mais de um folículo dominante (≥ 10 mm) na nova onda emergida após a punção e aspiração folicular. Do grupo de novilhas com dois folículos dominantes, o segundo maior folículo ovulou em 9 (60%), e a taxa geral de ovulações múltiplas foi de 29% (9/31). Posteriormente, o crescimento folicular e as concentrações hormonais plasmáticas foram comparados entre os grupos de novilhas com ovulações simples (n=12) e duplas (n=8). Quando os dados foram normalizados para o pico de LH, as concentrações médias de FSH - antes e após o pico -, o intervalo (horas) da divergência folicular ao pico pré-ovulatório de LH e o diâmetro do folículo pré-ovulatório (F1) foram menores em animais com dupla ovulação. Ao passo que as concentrações de estradiol (E2), 6 h antes e no momento do pico de LH (Hora 0), foram maiores quando comparadas ao grupo de animais com ovulações simples. Nestes termos, o diâmetro pré- ovulatório de F1 foi 1,5 mm menor em novilhas com ovulações duplas, quando o pico de LH foi induzido aproximadamente 14 h antes do observado para aquelas com ovulação simples. O objetivo dos experimentos realizados no capítulo 3 foi determinar o papel do estradiol-17β (E2) nas diferenças entre animais com ovulações simples e duplas. Foram administradas oito (0,15 mg/injeção) ou 4 injeções de E2 (0,07 ou 0,09 mg/injeção), a cada intervalo de 6 h, em dois experimentos. Os experimentos iniciaram próximo ao momento esperado da divergência folicular (n = 6 a 8 novilhas/grupo). Em cada experimento, os tratamentos com E2 induziram os picos preovulatórios de FSH e LH, concomitantemente, em média de 24 a 34 h após a primeira injeção, comparando com 58 h no grupo veículo. Ao momento do pico de LH, o diâmetro médio do folículo preovulatório foi de 13 mm no grupo controle e 10 mm 12

em todos os grupos tratados com E2. Desta maneira, os tratamentos com E2 induziram um pico de LH significantemente precoce com ovulação de folículos significantemente menores. O tratamento com E2 não reduziu as concentrações de FSH antes do pico preovulatório de FSH como foi demonstrado para novilhas com ovulações duplas. As doses de 0,15 mg de E2 foram associadas com uma maior concentração de FSH ao pico preovulatório de FSH, no entanto, as doses de 0,07 ou 0,09 mg não tiveram efeito similar. Estes resultados não suportaram a hipótese de que o E2 foi responsável pelas reduzidas concentrações de FSH antes do pico preovulatório de FSH reportados em novilhas com ovulações duplas. Porém, as hipóteses de que as concentrações de E2, aumentadas em novilhas com dois folículos preovulatórios, foram responsáveis pela ocorrência de um pico preovulatório de LH precoce e pelo menor diâmetro dos folículos preovulatórios em novilhas com dupla ovulação. Os efeitos luteolíticos da prostaglandina F2alpha (PGF) exógena foram também estudados durante o diestro em 42 novilhas Holandesas. As concentrações plasmáticas de PGF foram acessadas através da análise de seu metabólito (PGFM). No experimento 1, uma única injeção de 4,0 mg de PGF administrada dentro do corno uterino ipsilateral ao corpo lúteo resultou em um declínio rápido na concentração de progesterona, enquanto que injeções sequenciais de 0,25 ou 1,0 mg a cada 12 h resultou em uma queda gradual da progesterona (P<0,05) seguindo cada injeção. Ocorreu um aumento na concentração de progesterona durante os primeiros 5 minutos após a injeção de 4,0 mg, seguindo de decréscimo e luteólise. Com os resultados do experimento 2, a infusão intrauterina de 2 h com um total de 0,5 mg de PGF foi considerada a que melhor simulou um pulso natural de PGFM. No experimento 3, a simulação de pulsos sequenciais a cada 12 h resultou em uma queda continua na concentração de progesterona, atingindo níveis <1 ng/ml no início do quarto pulso simulado. Em contraste, a simulação de um único pulso implicou em um decréscimo na concentração de progesterona por 6 h, permanecendo constante por 3 dias, seguindo o retorno as concentrações semelhantes às do grupo controle. Os resultados indicaram que uma dose excessiva de PGF pode estimular uma resposta não fisiológica da progesterona e suportam a hipótese de que pulsos

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sequenciais de PGF são necessários para estimular a luteólise natural em bovinos.

Título em português

Exigência de fósforo disponível para frangos de corte machos e fêmeas mantendo a relação cálcio: fósforo disponível em 2:1 Título em inglês

Available phosphorus requirement of broilers males and females keeping the calcium : available phosphorus ratio equal to 2:1 Pesquisador:

Heloisa Helena de C. Mello

Email:

heloisamello@gmail.com

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

08/03/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Frangos de corte, Exigência, Fósforo disponível, Broilers, Requirement, Available phosphorus, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL

para fêmeas, os níveis de Ca e de Pd para cada tratamento foram respectivamente: 0,360 e 0,180; 0,500 e 0,250; 0,640 e 0,320; 0,780 e 0,390; 0,920 e 0,460; 1,060 e 0,530%. No 4º experimento (34 a 46 dias) tanto para machos quanto para fêmeas, os níveis de Ca e Pd para cada tratamento foram respectivamente: 0,340 e 0,170; 0,480 e 0,240; 0,620 e 0,310; 0,760 e 0,380; 0,900 e 0,450; 1,040 e 0,520%. As rações experimentais foram a base de milho e farelo de soja e o fósforo disponível foi considerado 33% do fósforo total. Os parâmetros avaliados foram ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar e teor de cinzas, de fósforo e de cálcio nos ossos. Para frangos de corte machos de 1 a 10, 11 a 21, 22 a 33 e 34 a 46 dias de idade os níveis de fósforo disponível e de cálcio recomendados são 0,482 e 0,964%; 0,410 e 0,820%; 0,395 e 0,790%; 0,319% e 0,638%. Para frangos de corte fêmeas de 1 a 10, 11 a 21, 22 a 33 e 34 a 46 dias de idade os níveis de fósforo disponível e de cálcio recomendados são 0,459 e 0,918%; 0,388 e 0,776%; 0,358 e 0,716%; 0,256 e 0,512%.

Título em português

Relação treonina: lisina em rações para poedeiras leves no período de produção

Resumo:

Foram realizados oito experimentos na Universidade Federal de Viçosa, sendo quatro experimentos com frangos de corte machos e quatro com frangos de corte fêmeas, com o objetivo de determinar as exigências de fósforo disponível nas seguintes idades: 1 a 10, 11 a 21, 22 a 33 e 34 a 46 dias mantendo-se a relação cálcio:fósforo disponível em 2:1. Em cada experimento utilizou-se 480 aves da linhagem Cobb, distribuídas em delineamento inteiramente ao acaso, com 6 tratamentos, 8 repetições e 10 aves por unidade experimental. No 1º experimento (1 a 10 dias) tanto para machos quanto para fêmeas, os níveis de cálcio (Ca) e de fósforo disponível (Pd) para cada tratamento foram respectivamente: 0,400 e 0,200; 0,540 e 0,270; 0,680 e 0,340; 0,820 e 0,410; 0,960 e 0,480; 1,100 e 0,550 %. No 2º experimento (11 a 21 dias de idade) tanto para machos quanto para fêmeas, os níveis de Ca e de Pd para cada tratamento foram respectivamente: 0,380 e 0,190; 0,520 e 0,260; 0,660 e 0,330; 0,800 e 0,400; 0,940 e 0,470; 1,080 e 0,540%. No 3º experimento (22 a 33 dias) tanto para machos quanto

Título em inglês

The threonine: lysine relationship in diets for lightweight laying hens during the period of egging Pesquisador:

Tatiana Cristina da Rocha

Email:

teytis@yahoo.com.br

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

03/03/2010

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Animal nutrition, Amino acids, Chicken, Treonina, Lisina, Proteínas, Nutrição animal, Aminoácidos, Galinha, Proteins, Lysine, Threonine Resumo:

Dois experimentos foram conduzidos no setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal de Viçosa, objetivando-se determinar a

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relação treonina digestível:lisina digestível para poedeiras leves nos períodos de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade. Foram utilizadas 216 poedeiras Hy-Line W36 em um delineamento em blocos casualizados com seis tratamentos, seis blocos e seis aves por unidade experimental, em cada experimento. Os tratamentos consistiram em uma ração basal, com 14,2% de proteína bruta, deficiente em treonina digestível (0,475%) e com relação treonina:lisina de 65%, suplementada com 0,038; 0,076; 0,114; 0,152; 0,190; 0,228% de L-treonina (98%), considerando a digestibilidade da treonina de 98,1%, de forma a proporcionar 0,475; 0,511; 0,548; 0,584; 0,621; 0,657% de treonina digestível nas rações. As relações treonina:lisina em cada tratamento foi de 65; 70; 75; 80; 85 e 90%. Foi avaliado o consumo de ração (g/ave/dia), a produção de ovos (%), o peso médio dos ovos (g), a massa de ovos (g/ave/dia), os componentes dos ovos (porcentagem e peso de casca, albúmen e gema) e peso corporal das aves. No primeiro experimento (24 a 40 semanas de idade) houve efeito linear negativo dos níveis de treonina digestível sobre o peso médio dos ovos, para esta variável a exigência detreonina digestível é o menor nível utilizado (0,475%). A exigência de treonina digestível estimada para postura, conversão alimentar/ dúzia de ovos e conversão alimentar/ massa de ovos, utilizando modelo quadrático, foi de 0,570 (o que corresponde a relação treonina: lisina de 78%), 0,567 (treonina:lisina de 77,6%) e 0,547 (treonina : lisina de 75%), respectivamente. Para as demais variáveis não foi observado efeito significativo. A partir das variáveis estudadas é possível concluir que a exigência de treonina digestível para poedeiras leves com 24 a 40 semanas de idade é de 0,570%, correspondendo a relação treonina: lisina de 78%. No segundo experimento (42 a 52 semanas) não foi observado efeito dos níveis de treonina digestível sobre as variáveis estudadas. Portanto, a exigência de treonina digestível para poedeiras leves no período de 42 a 58 semanas de idade é de 0, 475%, correspondendo a relação treonina: lisina de 65%.

Título em português

Utilização de tecidos na avaliação de compostos fibrosos e na degradação ruminal in situ de alimentos para ruminantes 14

Título em inglês

Utilization of textiles in the evaluation of fibrous compounds and in situ ruminal degradation of ruminant feeds Pesquisador:

Tiago Neves Pereira Valente

Email:

tiagopesagro@ig.com.br

Orientador:

Edenio Detmann

Data da defesa:

01/03/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Fibra insolúvel, Indicadores internos, Sistema detergente, Insoluble fiber, Internal markers, Detergent system, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

A presente tese foi elaborada com base em quatro artigos. No primeiro artigo objetivou-se avaliar a influência do tamanho das partículas sobre os teores de fibra em detergente neutro (FDN) utilizando-se sacos confeccionados com os tecidos nylon, F57 (Ankom®) e tecido não-tecido (TNT – 100 g/m²). Com o intuito de aferir os teores de FDN obtidos por intermédio dos diferentes tecidos, utilizou-se papel de filtro quantitativo (celulose purificada) como padrão analítico. O material foi processado em 1 e 2 mm e acondicionado nos sacos seguindo-se a relação de 20 mg de matéria seca/cm² de superfície. Utilizou-se aparelho analisador de fibras (Ankom220), empregando-se α-amilase termoestável. Não foram verificados efeitos do tamanho de partículas. Perdas de partículas significativas foram verificadas com o uso do nylon. Em uma segunda etapa foram utilizadas amostras de forragem (feno de capim-braquiária, cana de açúcar, feno de coastcross, palha de milho, silagem de milho e capim-elefante cortado aos 50 dias e 250 dias de rebrotação), alimentos concentrados (sorgo grão, glúten de milho, polpa cítrica, farelo de algodão, farelo de soja, farelo de trigo, milho grão, soja grão e casca de soja) e fezes bovinas oriundas de animais alimentados com dietas contendo 15% e 50% de concentrado. As amostras foram preparadas, acondicionadas e analisadas como descrito no experimento anterior. De forma geral, os menores teores de FDN foram encontrados para o nylon, indicando perda de partículas devido à porosidade do saco. Recomenda-se a moagem de amostras

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em peneiras de porosidade 1 mm, o que propicia a extração eficiente do conteúdo celular pela ação do detergente neutro e maior superfície específica para ação da α-amilase termoestável. Neste contexto, partículas processadas em 2 mm conduzem à superestimação dos teores de FDN. No segundo artigo objetivou-se avaliar a eficiência da utilização dos tecidos nylon (50 μm), F57 e TNT, na avaliação laboratorial de FDN utilizando papel de filtro quantitativo como padrão de celulose, simulando-se diferentes composições de amostras com adições de amido de milho, pectina, caseína e óleo de soja. O papel foi processado em moinho defacas com peneira de porosidade 1 mm e os procedimentos de análise dos teores de FDN foram conduzidos em aparelho analisador de fibras (Ankom220®). Quatro experimentos foram simulados com adições dos diferentes ingredientes ao papel de filtro, sendo o amido de milho adicionado nos níveis de 15 ou 50%; pectina 15 ou 50%; caseína 10 ou 30%; e óleo de soja 0, 5, 10, 15, 25 ou 50% na base da matéria seca (MS), respectivamente. Obedeceu-se à relação de 20 mg de MS/cm² de superfície. Quando pertinente, em função dos tratamentos avaliados, utilizou-se α-amilase termoestável. A utilização dos tecidos F57 e TNT resultaram em estimativas acuradas dos teores de FDN, enquanto o tecido nylon propiciou perda de partículas fibrosas insolúveis, o que comprometem a exatidão dos resultados. Para amostras que contenham amido a utilização da α-amilase termoestável é recomendada na avaliação dos teores de FDN. A pectina e caseína foram completamente solubilizadas pela solução de detergente neutro. Níveis de óleo de soja superiores a 10% causaram superestimação dos teores de FDN. No terceiro artigo objetivou-se avaliar as estimativas de concentração dos indicadores internos matéria seca (MSi), fibra em detergente neutro (FDNi) e fibra em detergente ácido (FDAi) indigestíveis em amostras de alimentos e fezes bovinas processadas em diferentes tamanhos de partículas (1, 2 e 3 mm) utilizando-se sacos confeccionados com os tecidos nylon (50 μm), F57 e TNT em procedimento de avaliação in situ. Foram utilizadas oito amostras de alimentos concentrados, sete amostras de alimentos volumosos e duas amostras de fezes bovinas. O material foi acondicionado nos sacos seguindo-se a relação de 20 mg de MS/cm² de superfície. Foram utilizados três sacos de cada tecido para cada tamanho

de partícula, totalizando 405 sacos, que foram submetidos a 264 horas de incubação ruminal. Os teores dos indicadores foram avaliados seqüencialmente. Sacos em branco foram utilizados para avaliação microscópica da integridade física dos tecidos e para avaliação da resistência à tração. A presença de contaminantes causou alta variabilidade dos resultados relativos à MSi, o que indica comprometimento de sua aplicação como indicador interno. Os tecidos F57 e TNT produziram estimativas similares para os teores de FDNi e FDAi, enquanto o tecido nylon subestimou a concentração de compostos indigestíveis, possivelmente em função da perda de partículas devido à sua porosidade. O nylon apresentou perda de resistência em todas as etapas analíticas, o que amplia sua probabilidade de ruptura, principalmente após extração com detergente ácido. Sugere-se a moagem de amostras em peneiras com porosidade de 2 mm para procedimentos in situ de avaliação de compostos indigestíveis. No quarto artigo objetivou-se avaliar o perfil de degradação ruminal da MS e da FDN de diferentes alimentos volumosos, utilizando-se sacos confeccionados com os tecidos nylon, F57 e TNT em procedimento de avaliação in situ. Foram utilizadas oito amostras de alimentos volumosos: cana-de-açúcar, silagem de milho, capim elefante cortado aos 50 e 250 dias de rebrotação, palha de milho, feno de capim braquiária, feno de capim coastcross e alfafa. Foram avaliados os seguintes tempos de incubação: 0, 3, 6, 12, 18, 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168, 192, 216, 240 e 312 horas. Utilizaram-se dois sacos de cada tecido para cada tempo de incubação, totalizando 768 sacos. Foram utilizados dois novilhos Holandês x Zebu, fistulados no rúmen. Observou-se diferença para todos os alimentos, com exceção da cana-de-açúcar para as estimativas da taxa fracional conjunta de latência e degradação (λ) para os perfis de degradação ruminal da MS. De forma geral, maiores estimativas de λ foram obtidas com o nylon, seguidos pelos tecidos TNT e F57. Avaliandose o parâmetro λ para os perfis de degradação de ruminal da FDN, diferenças entre tecidos foram observadas em todos os alimentos, com maiores estimativas obtidas com o nylon. Perfis de degradação ruminal da MS e da FDN não devem ser avaliados utilizando-se os tecidos F57 e TNT, pois estes subestimam a taxa de degradação devido a limitações quanto à troca de material com o ambiente ruminal.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Efeitos de idade e suplementação protéica sobre características de carcaça e qualidade de carne de bovinos criados em pasto Título em inglês

Effects of age and supplementation strategies on carcass traits and meat quality of bulls grazing tropical pasture Pesquisador:

Jucilene Cavali

Email:

jcavaly@uol.com.br

Orientador:

Pedro Veiga Rodrigues Paulino

Data da defesa:

08/04/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Maciez, Creep-feeding ultrassom, Softness, Creepfeeding ultrassom, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Acompanhou-se o crescimento de tourinhos de corte mantidos em pasto, da amamentação à terminação, recebendo diferentes estratégias de suplementação. O objetivo com este estudo foi avaliar por ultra-sonografia, as características quantitativas da carcaça, do desmame ao final da recria e correlacioná-las com medidas das carcaças dos animais na terminação; avaliar a qualidade da carne quanto a composição química, os tipos de fibras musculares, o índice de fragmentação miofibrilar e a força de cisalhamento, perdas exsudativas e índice de cor da carne; bem como, avaliar o perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular do músculo Longissimus dorsi. Foram utilizados 52 bezerros, não-castrados, Nelore, distribuídos em quatro tratamentos, mantidos em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf e suplementados com concentrados formulados com diferentes perfis protéicos ou sal mineral ad libitum (controle). As estratégias de suplementação denominadas T1, T2 e T3 foram constituídas, na amamentação, por suplementos contendo 10, 20 e 30% de proteína bruta, respectivamente, ofertados em sistema de creep feeding; enquanto nas demais fases (recria na seca, recria na transição secas-águas e terminação nas águas) mantendo-se os concentrados isoprotéicos em 33% e 27% nas recrias 16

e terminação, respectivamente, variando-se apenas o teor de nitrogênio não protéico (NNP), os quais caracterizavam os tratamentos T1, T2 e T3 em 0, 4 e 8% de uréia nas recrias e 0, 3 e 6% de uréia na terminação. Os suplementos foram fornecidos diariamente nas quantidades de 1,2; 1,5 e 2,0 kg para amamentação, recrias e terminação, respectivamente. Os animais foram abatidos aos 250, 343, 446 e 580 dias de idade, referente às fases de produção de cria, recria I, recria II e terminação, respectivamente. Mensurações ultrassonográficas das carcaças: área de olho-de-lombo – AOL, espessura de gordura subcutânea na região dorso-lombar – EGS, e sobre o músculo Bíceps femoris - P8, foram tomadas ao final das fases de cria, recria I, recria II e terminação. Medidas das carcaças dos animais obtidas pós-abate foram utilizadas para correlacioná-las com as medidas ultrassonográficas obtidas nas demais fases. Os animais suplementados tiveram maior (P<0,10) AOL, EGS e P8, na fase de amamentação, em relação ao controle. A EGS foi superior (P<0,10) para os bezerros que receberam os maiores níveis de proteína bruta nos suplementos. As estratégias de alimentação protéicas propostas foram eficientes em proporcionar ganhos de massa muscular por aumentar a AOL (P<0,10) com incrementos de 0,0354 cm2 ao dia, dos 250 aos 446 dias de idade, além de promover maior EGS, comparado aos animais do grupo controle, suplementados exclusivamente com sal mineral (1,08 mm vs 0,44 mm), mesmo em animais precoces no período seco do ano. As medidas de carcaça dos animais abatidos na fase de terminação melhor correlacionaram-se com as medidas ultrassonográficas dos animais a desmama. Em relação à qualidade da carne, a idade ao abate de tourinhos suplementados a pasto exerceu influencia (P<0,10) sobre os tipos de fibras musculares, índice de fragmentação miofibrilar e gordura intramuscular. Porém, não influenciou (P>0,10) a força de cisalhamento, sendo possível caracterizar as carnes como macias. As estratégias de alimentação favoreceram modulações entre os tipos de fibras musculares, com maior freqüência de fibras brancas para os suplementos contendo maiores níveis de NNP (T2 e T3), não influenciando os demais parâmetros de qualidade da carne. Para os aspectos relacionados à coloração da carne e perda de exsudatos, a idade ao abate influenciou (P<0,10) a qualidade da carne dos novilhos, ca-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

racterizando as carnes como vermelhas e pouco exsudativas. As estratégias de suplementação reduziram (P<0,10) as perdas por descongelamento. A carne dos animais abatidos na fase de amamentação, apresentou perfil de ácidos graxos com alta presença de eicosapentanóicos - EPA, docosapentanóicos - DPA e docosahexanóicos - DHA, além de maiores valores de ácidos linoléicos conjugados - CLA, destacando-se entre os ácidos graxos de importância nutracêutica. A fase de maior restrição nutricional, ou período seco dado por meados recria II, favoreceu maior biohidrogenação ruminal dos ácidos graxos. A terminação de novilhos precoces em pasto favoreceu (P<0,10) a deposição de ácidos graxos monoinsaturados (AGM) e reduziu poliinsaturados (AGP) mantendo constantes os ácidos graxos saturados (AGS); contudo, reduziu eicosanóides antiinflamatórios da série n-3. A carne dos animais que receberam apenas mistura mineral, apresentaram maiores (P<0,10) teores de ácido graxo palmítico (C16:0) e menores de esteárico (C18:0), porém não diferiram (P>0,10) dos suplementados quanto aos AGS. O pasto favoreceu (P<0,10) oléico (C18:1), linolênico (C18:3) e ácidos graxos da série n-3, além da ação das enzimas endógenas responsáveis por dessaturações (Δ9-dessaturases), AGM e EPA na gordura intramuscular dos animais que consumiram apenas sal mineral. A suplementação protéica aumentou (P<0,10) AGP e a razão n-6/n-3, sem exceder a razão benéfica de 4:1, reduziu AGM e EPA, porém não influenciou (P>0,10) os teores dos AGS. A idade e os sistemas de alimentação modificaram o perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular. Entretanto, a carne de novilhos precoces suplementados em pasto pode ser considerada de alta qualidade quanto ao perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular, constituindo um alimento saudável segundo os novos padrões dietéticos, independente da estratégia de suplementação protéica avaliada.

Título em português

Avaliação de métodos de controle de Endogamia utilizando dados simulados Título em inglês

Evaluation of methods for controlling Inbreeding using simulated data

Pesquisador:

André Luis da Costa Paiva

Email:

andrezoo@msn.com

Orientador:

Robledo de Almeida Torres

Data da defesa:

27/05/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Gado holandês, Endogamia, Consaguinidade, Inbreeding, Dutch cattle, Consanguinity, GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS Resumo:

A endogamia ou consangüinidade é um sistema de acasalamento que consiste na união de indivíduos com certo grau de parentesco. Diferentes métodos têm sido propostos para reduzir a taxa de endogamia de modo que, o ganho genético não seja prejudicado. Para testar o uso de acasalamentos compensatórios em populações simuladas, aumento no número de machos selecionados como ferramenta de controle de endogamia, controle de endogamia em populações com diferentes intensidades de seleção de fêmeas, controle de endogamia em populações sob seleção baseada no BLUP considerando um valor de herdabilidade maior, foram simulados dados utilizando o sistema computacional GENESYS 2010, uma versão atualizada (EUCLYDES, 1996). Foi simulado um genoma de 958 centimorgans de comprimento, considerando uma característica cuja expressão era determinada por 200 locos com dois alelos por loco distribuídos em 40 cromossomos. Foi estudado apenas uma característica quantitativa (peso ao abate) com média fenotípica inicial de 2,3 kg e desvio-padrão fenotípico de 0,3 kg e com herdabilidade (h2) igual a 0,30. Para estudo do controle de endogamia em populações sob seleção baseada no BLUP considerando um valor de herdabilidade maior, foi simulado um genoma com valor de herdabilidade maior que o “real”. Foi simulada uma população-base constituída de mil indivíduos (500 machos e 500 fêmeas). A partir da população base foram escolhidos e acasalados aleatoriamente 20 machos e 200 fêmeas, produzindo 8 descendentes por acasalamento, gerando 1.600 indivíduos. Depois de formada a população inicial, teve início à formação das populações de seleção. A seleção foi conduzida por 50 gerações, sendo que o processo de simulação por geração foi repetido 20 vezes, a fim de reduzir os

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Suplemento Especial - Agenda Científica

efeitos de flutuação genética (CARNEIRO, 2002). A cada geração eram selecionados 20 machos e 200 fêmeas, e do acasalamento entre estes, eram gerados 8 filhos por acasalamento. No intuito de estudar o efeito do uso de acasalamentos não aleatórios em população sob seleção baseada no BLUP, foram simuladas populações com as seguintes formas de acasalamento: Acasalamento ao acaso (aaa), acasalamento com exclusão de irmãos completos (IC) e meio- irmãos (MI), acasalamento de melhores com melhores, acasalamento de melhores com piores (acasalamento compensatório). Os tipos de acasalamento foram comparados por meio da avaliação dos seguintes parâmetros, no decorrer das gerações: valor fenotípico médio, endogamia média, endogamia máxima, perdas por fixação de alelos desfavoráveis, fixação de alelos favoráveis e limite da seleção. Em populações selecionadas utilizando BLUP, o acasalamento compensatório mostrou ser uma ferramenta eficaz no controle de endogamia a longo prazo. O aumento no acasalamento número entre de machos melhores em acasalamentos reprodutores, método aleatórios, que exclui acasalamento entre MI e IC e acasalamento compensatório proporcionou aumento a longo prazo nos valores fenotípicos em conseqüência da redução na endogamia, nos limites de seleção e na porcentagem de alelos desaforáveis fixados. O fato de praticar ou não seleção em fêmeas utilizando os valores genéticos preditos pelo BLUP não muda a necessidade de se controlar os incrementos de endogamia. Populações fechadas que não utilizam selecionar fêmeas também perdem variabilidade genética. A utilização de herdabilidades maiores que o valor verdadeiro foi um procedimento eficaz na redução dos incrementos de endogamia, na redução da fixação de alelos desfavoráveis e na redução da perda dos limites de seleção. Consequentemente, este procedimento também gerou maiores valores de fenotípicos.

Título em português

Espaçamento de plantio do eucalipto e leguminosas para sub-bosque em sistemas agroflorestais Título em inglês

Planting spacing of eucalyptus and legumes to understory in agroforestry system 18

Pesquisador:

Francisco Eden P. Fernandes

Email:

fernandesfep@yahoo.com.br

Orientador:

Rasmo Garcia

Data da defesa:

10/05/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Uréia, Radiação, Digestibilidade, Urea, Radiation, Digestibility, PASTAGEM E FORRAGICULTURA Resumo:

Três experimentos foram conduzidos para avaliar as características estruturais quantitativas de leguminosas em implantação, a dinâmica da matéria orgânica do solo (MOS) e a produtividade de leguminosas de sub-bosque em sistema agroflorestal. Foi adotado um esquema de parcelas subdivididas no espaço, no delineamento em blocos casualizados com três repetições. A parcela principal foi a densidade de plantio do eucalipto (555; 417; 333 e 278 plantas ha-1) e a subparcela espécies de leguminosas (Arachis pintoi, Calopogonium mucunoides e Stylosanthes capitata/ Stylosanthes macrocephala). No experimento I os resultados das variáveis frequência, cobertura do solo, altura e comprimento de estolões foram analisados por estatística descritiva e a produtividade de matéria seca (PMS) um ano após o plantio das leguminosas por inferência estatística. A leguminosa calopogônio, seguida do estilosantes, apresentou bom estabelecimento em sistema agroflorestal devido aos seus altos valores de frequência, cobertura do solo, altura e comprimento de estolões. O amendoim não apresentou bom estabelecimento, mas persistiu na área experimental, apresentando baixos valores de frequência, cobertura do solo, altura e comprimento de estolões e alta variabilidade demonstrada pelas medidas descritivas de variação. Não houve efeito significativo para os modelos de regressão testados para densidade de plantio do eucalipto por leguminosa sobre a PMS. O estilosantes apresentou maior PMS como espécie de sub-bosque para sistema agroflorestal. No experimento II a dinâmica da MOS foi estudada pela análise das seguintes variáveis: teores de carbono orgânico total (COT), nitrogênio total (NT), relação carbono nitrogênio (C/N), carbono da biomassa microbiana (Cmic), nitrogênio da biomassa microbiana (Nmic), quociente microbiano para o carbono

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(Cmic/COT) e quociente microbiano para o nitrogênio (Nmic/NT). Para as variáveis COT e NT, nas camadas de 0-0,1 e 0,1-0,2 m, não houve efeito (P>0,05) para nenhum dos modelos testados em função da densidade de plantio do eucalipto para cada leguminosa e não houve efeito (P>0,05) em função da espécie de leguminosa de sub-bosque para essas variáveis, também nas camadas de 0-0,1e 0,1-0,2 m. Os teores médios gerais de COT para os sistemas agroflorestais independente dos fatores de estudo foram superiores numericamente aos teores de COT encontrados para a área de cerrado. Para a relação C/N, nas camadas de 0-0,1 e 0,1-0,2 m, houve efeito linear e cúbico da densidade de plantio de eucalipto para a leguminosa estilosantes, respectivos para as camadas de 0-0,1 e 0,1-0,2 m. Para o Cmic houve efeito quadrático para o amendoim em função da densidade de plantio do eucalipto, nas duas camadas. Para o Nmic houve efeito quadrático para a leguminosa calopogônio em função da densidade de plantio do eucalipto, na camada de 0,1-0,2 m. Para a relação Cmic/COT houve efeito quadrático para a leguminosa amendoim em função da densidade de plantio do eucalipto nas duas camadas. Para a relação Nmic/NT houve efeito quadrático para a leguminosa calopogônio em função da densidade de plantio do eucalipto, na camada de 0,1-0,2 m. Em sistema agroflorestal com 12 meses após o estabelecimento a densidade de plantio do eucalipto não afeta os teores de COT e NT,mas ocorre efeito da densidade de plantio do eucalipto dependendo da leguminosa sobre C/N, teores de Cmic e Nmic, Cmic/COT e Nmic/ NT. A espécie de leguminosa de sub-bosque não afeta a dinâmica da matéria orgânica do solo em sistema agroflorestal com 12 meses de implantação. No experimento III para as variáveis produtividade de matéria seca (PMS) e de nitrogênio (PN), matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS), não houve efeito (P>0,05) para nenhum dos modelos testados em função da densidade de plantio do eucalipto para cada leguminosa. Houve efeito significativo da espécie de leguminosa de sub-bosque para as variáveis MS, PB, FDN e DIVMS. A produtividade de matéria seca e de nitrogênio das leguminosas com 100 dias de rebrotação para sub-bosque em sistema agroflorestal com 15 meses de implantação não sofre efeito da densidade de plantio considerando cada

leguminosa. A produtividade de matéria seca e de nitrogênio de leguminosas com 100 dias de rebrotação para sub-bosque em sistema agroflorestal com 15 meses de implantação não difere entre as leguminosas, independente da densidade de plantio do eucalipto. Após 100 dias de rebrotação em sistema agroflorestal com 15 meses de implantação as leguminosas estilosantes e calopogônio apresentam menor valor nutritivo que o amendoim, independente da densidade de plantio do eucalipto.

Título em português

Sequestro e discriminação isotópica de carbono em sistemas agrossilvipastoris Título em inglês

Carbon sequestation and isotopic discrimination in agrosilvopasture Pesquisador:

Rafael Gonçalves Tonucci

Email:

rgtonucci@gmail.com

Orientador:

Rasmo Garcia

Data da defesa:

11/05/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Agrofloresta, Pastagem, CO2, PASTAGEM E FORRAGICULTURA, CO2, Pasture, Agroforestry Resumo:

O estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes sistemas de uso da terra no estoque e na dinâmica do carbono orgânico do solo (COS). Para isso foram coletadas amostras de solo em seis diferentes sistemas de uso da terra na Fazenda Riacho, pertencente à Votorantim Siderurgia – Unidade Agroflorestal-, no município de Vazante, MG. Os sistemas de uso da terra escolhidos foram: uma pastagem exclusiva (estabelecida a aproximadamente 35 anos); uma floresta de eucalipto velha (estabelicida em 1985); uma floresta de eucalipto nova (estabelecida em 2005); um sistema agrossilvipastoril velho ( estabelecido em 1994); um sistema agrossilvipastoril novo ( estabelecido em 2004); e uma floresta nativa de referência do cerrado local. As amostras de solo foram coletadas em 4 camadas distintas (0 – 10; 10 –

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20; 20 – 50; 50 – 100 cm) em quatro diferentes áreas do mesmo sistema de uso da terra. Cada uma desses áreas foi considerada uma repetição. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado. Após a coleta o solo foi passado através de peneira de 2 mm e as amostras foram levadas para a University of Florida, FL, USA para que as análises fossem realizadas. As amostras foram fracionadas fisicamente em 3 frações: areia grossa (250 – 2000 μm); areia fina (250 – 53 μm) e silte e argila (<53 μm). Foram realizadas análises de carbono total e de seu isótopo estável (13C) em cada uma das fraçoes bem como no solo como um todo. As resultados de COT mostram que o estoque de carbono no solo, em um metro de profundidade, dos sistemas analisados seguiu a ondem: Sistema Agroflorestal Velho (148 Mg ha-1) ≥ Eucalipto Novo (143 Mg ha-1) ≥ Floresta nativa (137 Mg ha-1) = Sistema Agroflorestal Novo (130 Mg ha1) ≥ Eucalipto Velho (121 Mg ha-1) ≥ Pastegem (116 Mg ha-1). A pastagem apresentou o maior estoque de COS na fração silte + argila e na fração areia fina que representam a forma mais estável do carbono no solo. A hierarquia dos agregados e os teores de carbono nas diferentes frações sugerem um impacto na sistema de uso da terra no estoque de carbon so solo mostrando que o solo das pastagens e dos sistemas agrossilvipastoris têm potêncial para o sequestro de carbono. Os resultados de δ13C foram maiores para a pastagem e para os sistemas agrossilvipastoris tanto no solo como um todo como para as frações. A maior parte do COS, em todas as camadas, das pastagem e para sistemas agrossilvipastoris era de origem de plantas C4. As frações do solo destes sistemas apresentaram uma contribuição de COS de origem C4 de 40%; 35%; e 92% nos sistemas agroflorestais velho; novo; e pastagem, respectivamente, na camda de 0 – 10 cm da fração areia grossa. Na fração silte e argila a contribuição do carbono de origem C4 no COS na profundidade de 50 – 100 cm foi de 80%; 65%; e 80% para os sistemas agroflorestais velho; novo e pastagens, respectivamente. Os resultados de δ13C apresentaram uma tendência de aumentar com aumento na profundidade do solo sugerindo que a a vegetação que se encontrava originalmente na região no passado mais distante (holoceno médio) era composta basicamente por plantas do ciclo C4 e não do ciclo C3 como se obseva hoje em dia. Maiores inves20

tigações precisam ser realizadas para uma afirmação mais conclusiva a respeito dessa afirmativa. Concluise que o sistema de uso da terra altera o estoque e a dinâmica do carbono no cerrado e que pastagens e sistemas agrossilvipastoris podem ser utilizados para mitigar o carbono atmosférico no solo.

Título em português

Produção de forragem e desempenho de cabritos em pastejo Título em inglês

Forage yield and desempenho of goats in pasture Pesquisador:

Clarindo Inácio de A. Queiroz

Email:

clarindo_inacio@bol.com.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

08/06/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Creatinina, Bovinos, Exigências, Creatinine, Cattle, Requirements, MANEJO DE ANIMAIS Resumo:

Foram avaliadas quatro modalidades de manejo (MM) na condução de um sistema de pastejo para caprinos. A produção de matéria seca (MS) e a composição química bromatológica de forrageiras, o desempenho dos caprinos mantidos no sistema, bem como as medidas morfométricas e os rendimentos das carcaças e dos cortes foram utilizadas para analisar as diferentes modalidades. Três forrageiras distintas foram escolhidas para compor o sistema de produção: a gramínea Tifton 85, do gênero Cynodon, a leguminosa leucena, do gênero Leucaena, e a amoreira, do gênero Morus. As quatro modalidades de manejo foram: 1) o fornecimento de Tifton 85 exclusivo; 2) Tifton 85 exclusivo com complementação de mistura concentrada em nível de 1,5% da massa animal; 3) a manutenção dos animais em pasto de Tifton 85 durante 10 horas e 2 horas em um campo de leucena; e 4) a combinação nos mesmos moldes com o Tifton 85 e a amoreira. O desempenho dos caprinos foi avaliado em período médio de 112 dias, a partir de 82 dias de idade e peso médio inicial de 14 kg, em delineamento inteiramente

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casualizado. No estudo com as forrageiras concluiuse que, para pastejo por caprinos jovens, oriundos da exploração leiteira, a gramínea Tifton 85, com 18 dias de idade e altura de 23 cm; a amoreira, com 30 dias de idade e altura de 68 cm; e a leucena, com 30 dias de idade e 54 cm, foram mais bem aproveitadas pelos animais, xv fornecendo maior quantidade de nutrientes de qualidade. O desempenho dos animais, medido pela taxa de ganho em peso, foi superior para o sistema de manejo, utilizando a combinação Tifton 85 e leucena, com ganho médio diário de 75,4 g, diferindo (P < 0,05) dos demais. Os ganhos em peso, obtidos com animais consumindo a combinação Tifton 85 e a mistura de concentrados e Tifton 85 e amoreira, foram intermediários, não diferindo entre si, e superiores (P < 0,05) ao ganho apresentado por animais consumindo somente o Tifton 85 como dieta exclusiva, com apenas 34,3 g por dia. Os animais componentes das modalidades de manejo MM2, MM3 e MM4, respectivamente, apresentaram medidas semelhantes (P > 0,05) para comprimento corporal (CC), perímetro torácico (PT), altura de posterior (AA), e largura de peito (LP), e superiores (P < 0,05) às apresentadas pelos componentes da MM1. Todas as correlações apresentaram coeficientes acima de 96 %, com alta proporção entre as variáveis avaliadas. As mais altas correlações foram observadas entre PT e CC (0,999). Os valores médios observados para comprimento externo da carcaça (CEC), largura de garupa (LG) e perímetro da garupa (PG) não diferiram entre as carcaças dos animais das MM2, MM3 e MM4. Maior valor foi observado para a medida largura de tórax (LT), (20,5 cm) nos animais componentes da MM4, o que diferiu (P < 0,05) das medidas dos animais das demais MM estudadas. A medida CEC apresentou correlação de 98,3%, com a medida LG e 99,5% com PG. Estas proporções não foram observadas quando foram correlacionadas as medidas CEC e LT, que foram de 0,470. Os rendimentos de carcaça quente (RCQ) médios dos animais das MM2 e MM3 não diferiram entre si (P > 0,05), apresentando valores semelhantes (37,53 e 37,17%). O RCQ apresentou correlação de 99,3% com o RCF, mas quando ambas foram correlacionadas com o peso corporal (PC), as correlações apresentaram-se inferiores (0,412 e 0,515), respectivamente. Valores semelhantes (P > 0,05) foram observados para as variáveis peso dos

cortes pernil, costela, lombo e paleta, em animais das MM2, MM3, e MM4, diferindo (P < 0,05) daqueles da MM1. O peso do pernil apresentou alta correlação com o peso da paleta (0,990). Maior rendimento para os cortes foi observado para a variável pernil, com valores entre 31,9% (MM3) a 32,6% (MM1) seguido dos rendimentos para paleta e costela, com valores médios de 20,4% e 20,0%, respectivamente.

Título em português

Exigências nutricionais e predição da composição corporal de bovinos Nelore puros e cruzados Título em inglês

Nutrient requirements and prediction of body composition of purebred and crossbred Nellore cattle Pesquisador:

Marcos Inácio Marcondes

Email:

marcos.marcondes@ufv.br

Orientador:

Sebastião de Campos V. Filho

Data da defesa:

02/06/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Creatinina, Bovinos, Exigências, Creatinine, Cattle, Requirements, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Objetivou–se com esse trabalho avaliar o consumo, desempenho, eficiência alimentar e características de carcaça de bovinos de três grupos genéticos e recebendo alto ou baixo nível de concentrado; determinar as exigências nutricionais de proteína e energia de zebuínos puros e cruzados; estabelecer um padrão de crescimento de bovinos Nelore e estimar sua maturidade; validar a predição da composição corporal a partir da composição química da seção entre a 9 e 11ª costelas para zebuínos puros e cruzados e propor novos modelos para estimar a composição de partes carcaça e não carcaça. O trabalho foi conduzido a partir de duas etapas. A primeira etapa foi realizada na Universidade Federal de Viçosa, onde foi conduzido um experimento utilizando 69 animais (23 Nelore [NE], 23 Nelore-Angus [NA] e 23 Nelore-Simental [NS]), sendo que 12 animais (4 de cada grupo gené-

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tico) foram abatidos antes do início do experimento como grupo referência e 9 animais foram separados para a realização de um ensaio de digestibilidade. Os animais restantes foram divididos em três dietas (ofertas de concentrado na base de 1 ou 2% do peso corporal à vontade ou 1% ao nível de mantença). Ao final todos animais foram abatidos e a composição corporal e o peso de corpo vazio (PCVZ) determinados. A segunda etapa foi realizada na Texas A&M University, onde foram coletados dados de composição corporal e consumo de nutrientes de 26 estudos para estimação da eficiência de uso da energia metabolizável, avaliação da maturidade e predição da composição corporal de animais zebuínos. O consumo de matéria seca e demais nutrientes foi maior para o alto nível de oferta de concentrado, excetuando-se a fibra em detergente neutro. A avaliação da eficiência alimentar e do índice bionutricional não evidenciou diferença entre os níveis de oferta de concentrado. Os animais cruzados foram mais eficientes em todas as formas de expressão do ganho. O requerimento diário de energia líquida para mantença de animais Nelore, Nelore-Angus ou Nelore-Simental é de 75,8 kcal/PCVZ0,75 e o requerimento de energia metabolizável é de 112,82 kcal/PCVZ0,75 e as eficiências de deposição da energia na forma de proteína e gordura são de 26,71 e 75,43%, respectivamente. Não houve efeito de grupo genético sobre os requerimentos líquidos de proteína para ganho e sugere-se utilizar o modelo PR = GPCVZ × (238,5 – 16,73 × (ER/GPCVZ)) para estimá-los. Não houve efeito de grupo genético sobre as exigências líquidas e metabolizáveis de proteína para mantença, sendo esses valores de 1,72 g/ PCVZ0,75 e 3,09 g/PC0,75, respectivamente. Também não houve efeito de grupo genético na energia retida na forma de proteína, assim como na eficiência de uso da proteína metabolizável para ganho, sendo essa de 37,5%. A equação de predição da eficiência de uso da energia metabolizável para ganho (kg) foi: 0,327±0,142/(0,539±0,317 + REP), sendo REP a energia retida como proteína. Como o banco de dados continha apenas animais puros e cruzados com Nelore, ainda é necessária uma avaliação desse modelo de kg com animais taurinos puros. A equação de predição da eficiência de uso da energia metabolizável para mantença (km) foi 0,513±0,024 + 0,173±0,061 × kg + a × GPCVZ, onde a é igual a 0,100(±0,021) ou 22

0,073(±0,021) para Bos indicus e cruzados, respectivamente. O modelo exponencial sugeriu que animais Nelore atingem a maturidade com 445 kg de peso de corpo vazio (PCVZ) e o modelo de platô linear sugeriu que a mesma é atingida com 428,5 kg, assim, foi admitido o valor de 437 kg para a maturidade de animais Nelore. Foi observada uma alta relação inversa entre a água no tecido mole (TMA) e o extrato etéreo no tecido mole (TMEE) (TMEE = 0,920 – 1,147 × TMA), entretanto o tecido mole não foi considerado um bom preditor da maturidade porque sua variação no corpo é dependente da dieta. O estudo da composição química dos ossos mostrou que extrato etéreo, água e cinzas se tornam constantes entre 400 e 500 kg de PCVZ, e que a proteína bruta é praticamente constante (19,1%). Esses dados sugerem que a composição dos ossos pode ser um bom preditor da maturidade. A composição da carcaça pode ser obtida a partir de dados da seção entre a 9 e 11ª costelas (SEC911) adicionadas da gordura visceral, rendimento de carcaça e peso de corpo vazio, já a composição do corpo vazio pode ser obtida a partir da composição da SEC9-11, gordura visceral e porcentagem de órgãos e vísceras no corpo vazio. Os resultados para composição física da carcaça mostraram que a raça afeta todos os componentes e sexo apenas a gordura da carcaça. A gordura visceral foi o componente que teve maior importância nos modelos desenvolvidos para componentes não carcaça, afetando extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB) e água na cabeça, EE e água nos membros e órgãos mais vísceras (OV) e PB e água no couro e sangue. O rendimento de carcaça, peso de carcaça, porcentagem de couro no corpo vazio (PCVZ), porcentagem de OV no PCVZ e o PCVZ também tiveram efeitos sobre os mesmos. É possível concluir que animais consumindo 2% do peso corporal em concentrado apresentam um maior consumo e desempenho que aqueles recebendo 1%, porém não há diferenças na eficiência dos mesmos. Conclui-se, também, que animais NS são mais eficientes que animais NA e que animais cruzados são mais eficientes que Nelore. A km pode ser predita a partir da kg e do GPCVZ, sofrendo um efeito de raça e a kg pode ser predita a partir da ERP, e que sexo ou grupo genético não afetam a kg. Pode-se concluir, também, que animais Nelore atingem a maturidade com 437 kg de PCVZ e que a proteína bruta na MSD do PCVZ e pro-

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teína, água e cinzas nos ossos são bons preditores da maturidade, entretanto a composição do tecido mole não pode ser utilizado como forma de predizer a maturidade. A composição do corpo e da carcaça de animais Nelore puros e cruzados podem ser estimadas pela SEC9-11 e outras variáveis de fácil medição e a estimação da composição de membros, cabeça, couro e sangue é possível e recomendada, uma vez que afetam minimamente a composição final do PCVZ. A utilização das equações de predição da composição de órgãos e vísceras é recomendada apenas quando não há possibilidade de análises químicas do mesmo, uma vez que esse componente possui grande variabilidade e é altamente afetado pela dieta oferecida.

Título em português

Efeitos da suplementação de glutamina na ração de tilápia do Nilo sobre o desempenho e resistência à infecção bacteriana Título em inglês

Effects of glutamine supplementation in the ration of Nile tilapia on performance and resistance to bacterial infection Pesquisador:

Moisés Quadros

Email:

moisesquadros@yahoo.com.br

Orientador:

Eduardo Arruda Teixeira Lanna

Data da defesa:

23/06/2010

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Assuntos:

Oreochromis niloticus, Aminoácido, Oreochromis niloticus, Amino acid, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Objetivando-se determinar os efeitos da suplementação de glutamina em rações para adultos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), da linhagem tailandeza, sobre o desempenho e resistência à infecção por Streptococcus agalactiae foram realizados dois experimentos no laboratório de nutrição de peixes, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa. No primeiro experimento, com duração de 32 dias, objetivou-se avaliar os efeitos da suplemen-

tação de L-glutamina na dieta. Foram utilizados 300 adultos, com peso inicial de 201 ± 1,51g. Os peixes foram mantidos em 25 aquários de 320 litros dotados de abastecimento de água, temperatura controlada e aeração individuais e alimentados por seis refeições diárias. Os tratamentos foram constituídos por cinco níveis de suplementação de glutamina (0, 1, 2, 3 e 4%), sendo rações isoenergéticas e isolisínicas digestíveis, cinco repetições por tratamento e doze peixes por unidade experimental. Avaliaram-se os parâmetros de desempenho, a composição corporal, a deposição de proteína e gordura corporais e a eficiência de retenção de nitrogênio dos peixes. A suplementação de L-glutamina na ração não afeta o ganho de peso, a taxa de crescimento específico, o teor de proteína corporal, as taxas de deposição de gordura e de proteína, relação de deposição de gordura:proteína, eficiência de retenção de nitrogênio, a conversão alimentar, eficiência de lisina e protéica para ganho, umidade corporal e gordura corporal. No segundo experimento, com duração de 55 dias, objetivou-se avaliar os efeitos da suplementação dietética de glutamina sobre a resistência à infecção causada por Streptococcus agalactiae. Foram utilizados 144adultos, com peso inicial de 201 ± 1,51g em um delineamento inteiramente causualizado, com sies tratamentos, duas repetições e 12 animais por unidade experimental. Os peixes foram mantidos em 12 aquários de 320 litros dotados de abastecimento de água, temperatura controlada e aeração individuais e alimentados comseis refeições diárias. Os animais foram alimentados por um período de 32 dias com cinco rações experimentais isoproteicas e isolisínicas, com cinco níveis de suplementação de glutamina (0, 1, 2, 3 e 4%). Ao final deste período todos os peixes foram desafiados através de uma injeção intraperitonial com 0,1 mL de inóculo de Streptococcus agalactiae 4x105 UFC/mL, com exceção do grupo controle, o qual foi inoculado com 0,1 mL de (BHI) e receu a ração contendo 0% de suplementação. Os peixes infectados continuaram recebendo as rações com os cinco níveis de suplementação de glutamina. Os animais foram monitorados por um período de vinte e três dias após a infecção. Foi registrado o comportamento alimentar dos animais e a ocorrência de sintomas clínicos da meningoencefalite, tais como letargia, anorexia, natação errática e exoftalmia. O nível de 2% de

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suplementação de glutamina na ração proporciona a menor taxa de mortalidade e maior redução dos sintomas de infecção causada por Streptococcus agalactiae em adultos de tilápia do Nilo.

Título em português

Cana-de-açúcar in natura, ensilada ou silagem de milho em dietas para novilhas de corte Título em inglês

Fresh or ensiled sugarcane and corn silage in diets for beef heifers Pesquisador:

Kamila Andreatta K. de Moraes

Email:

kamilandreatta@yahoo.com.br

Orientador:

Sebastião de Campos V. Filho

Data da defesa:

17/08/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Consumo, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Digestibilidade, Silagem, Cana-de-açúcar, Óxido de cálcio, Intake, Digestibility, Silage, Sugarcane, Calcium oxide Resumo:

O estudo foi desenvolvido a partir de dois experimentos com o objetivo de avaliar dietas contendo canade-açúcar in natura, ensilada ou silagem de milho para novilhas de corte. No Experimento 1, avaliou-se o consumo, a digestibilidade aparente, a eficiência de síntese microbiana e parâmetros ruminais de novilhas de corte alimentadas com dietas à base de silagem de cana-de-açúcar com diferentes níveis de cal (0,0; 0,75 e 1,5%), cana-de-açúcar in natura e silagem de milho. Utilizou-se para todas as dietas um mesmo concentrado ofertado na base de 0,5% do peso corporal. Os volumosos à base de cana-açúcar tiveram seu teor protéico corrigido para 10,5%, utilizando-se uréia com sulfato de amônia (9:1), assim como a silagem de milho. Foram utilizadas 5 novilhas fistuladas no rúmen e no abomaso, com peso corporal médio inicial de 373,8 kg(± 33,12) distribuídas em quadrado latino 5 x 5. Para as determinações das digestibilidades aparentes totais dos nutrientes, foram efetuadas coletas de fezes dos animais, durante três dias seguidos em 24

horários diferentes (8:00, 12:00 e 17:00 h) na terceira semana de cada período do experimento. A estimativa de produção fecal foi efetuada utilizando a LIPE® e, para estimar o consumo individual de concentrado foi utilizado do dióxido de titânio como indicador externo. O consumo individual de volumoso foi estimado através da fibra indigestível em detergente neutro (FDNi). Verificou-se que os animais alimentados com as dietas contendo silagens de cana-de-açúcar apresentaram menores consumos de matéria seca do que aqueles que consumiram a dieta à base de cana-de-açúcar in natura. Os animais alimentados com dietas contendo silagem de milho apresentaram maior consumo de matéria seca que os demais. Verificou-se comportamento quadrático para a inclusão de cal, observando-se consumos máximos de MS, MO, PB, e NDT com os níveis de 0,81; 0,77; 0,86 e 0,86% de cal, respectivamente. O consumo de FDN apresentou comportamento linear negativo com o aumento do nível de cal na silagem de cana-de-açúcar. A digestibilidade aparente total da FDN aumentou com a inclusão de cal na silagem de cana-de-açúcar. O balanço de compostos nitrogenados (BN) foi maior nos animais que consumiram dietas contendo silagem de milho, não havendo diferenças entre aqueles alimentados com dietas contendo silagens de cana-de-açúcar e cana-de-açúcar in natura. Foi observado aumento no BN à medida que se incluiu a cal nas silagens de cana-de-açúcar. Dietas à base de silagem de milho propiciam maior consumo e digestibilidade da matéria seca e balanço de compostos nitrogenados em relação às dietas à base de canadeaçúcar. Baseado na máxima ingestão de energia (NDT) recomenda-se ensilar a cana-de-açúcar com 0,86% de cal. No Experimento 2, avaliaram-se os consumos, a digestibilidade aparente total; a eficiência de síntese microbiana, o balanço de compostos nitrogenados e o ganho de peso de novilhas de corte alimentadas com dietas à base de silagem de cana-de-açúcar com diferentes níveis de cal (0,0; 0,75 e 1,5%), canade-açúcar in natura ou silagem de milho. Utilizou-se um mesmo concentrado ofertado em base de 0,5%do peso corporal à todos os animais, sendo então as dietas isoprotéicas,visto que todos os volumosos foram corrigidos para terem o mesmo teor protéico (10,5%), acrescentando-se uréia/sulfato de amônia (9:1) nas devidas proporções para cada volumoso. Foram utilizadas 30 novilhas nelore com peso corporal médio

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de 273,6 Kg (± 25,72) e 18 meses de idade média, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado. Para as determinações das digestibilidades aparentes totais dos nutrientes, foram efetuadas coletas de fezes dos animais, durante três dias seguidos em horários diferentes (8:00, 12:00 e 17:00 h) na terceira semana de cada período do experimento. A estimativa de produção fecal foi efetuada utilizando a LIPE® e, para estimar o consumo individual de concentrado foi utilizado o dióxido de titânio como indicador externo. O consumo individual de volumoso foi estimado através da fibra indigestível em detergente neutro (FDNi). Os animais que receberam dietas com silagem de milho apresentaram maiores consumos (kg/dia) de todos os constituintes que os animais que receberam as dietas contendo as silagens de cana-de-açúcar e canade-açúcar in natura. Maiores consumos (kg/dia) de todos os constituintes da dieta,com exceção da PB, foram obtidos para a dieta contendo cana-de-açúcar in natura em relação àquelas contendo as silagens de cana-de-açúcar. Foram estimados consumos máximos de MS, MO e FDN (%PC) com os níveis de cal de 0,82; 0,87e 0,80%, respectivamente. A digestibilidade aparente total de todos os nutrientes foi maior (P<0,05) para a dieta contendo silagem de milho. A inclusão de cal apresentou efeito quadrático na digestibilidade da MS, com máxima digestibilidade estimada no nível 0,82% de cal. O balanço de nitrogênio (BN) foi maior nos animais que consumiram a dieta contendo silagem de milho. Da mesma forma, os animais que consumiram cana-de-açúcar in natura apresentaram melhor BN em relação aos que ingeriram dietas contendo silagens de cana-de-açúcar. A inclusão de cal nas silagens de cana-de-açúcar resultou em BN máximo estimado com o nível de 0,77% de cal para estas dietas. O consumo de energia e conseqüentemente o desempenho de novilhas em crescimento alimentadas com silagem de milho é melhor que aquelas alimentadas com cana-de-açúcar. O uso da silagem de canade-açúcar sem aditivo resulta em menor consumo de energia. O nível de cal que resultou em melhor consumo de energia situa-se próximo de 0,8%.

Título em português

Perfilamento em pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo

Título em inglês

Tillering in mulato grass subjected strategies of rotational stocking management Pesquisador:

Karine da Silva Pena

Email:

karinepena@yahoo.com.br

Orientador:

Domicio do Nascimento Júnior

Data da defesa:

03/08/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Accumulation of biomass, Morphogenesis, Alvo de manejo, Interceptação luminosa, Acúmulo de biomassa, Morfogênese, PASTAGEM E FORRAGICULTURA, Light interception, Target management Resumo:

Os perfilhos são considerados as unidades de crescimento de gramíneas forrageiras, de forma que um pasto pode ser considerado uma população de perfilhos. Para que este se torne perene e persistente é preciso que haja um balanço entre aparecimento e morte de perfilhos no pasto ao longo do ano. Essa dinâmica entre aparecimento e morte de perfilhos é que permite que o pasto se adapte a diferentes condições de manejo. A persistência dos pastos é dependente da habilidade que as plantas têm de renovar e substituir seus perfilhos mantendo a população de plantas estável. Esta, por sua vez, é determinada pelas variações climáticas estacionais e pelas estratégias de manejo empregadas. Nesse sentido, este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a densidade populacional de perfilhos, dinâmica do perfilhamento e a estabilidade de populações de perfilhos em pastos de capimmulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo. O experimento foi conduzido em área do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ de janeiro de 2008 a março de 2009. Os tratamentos corresponderam a combinações entre duas condições de pré -pastejo (interceptação luminosa pelo dossel (IL) de 95 e 100% durante a rebrotação) e duas de pós-pastejo (alturas de resíduo de 15 e 20 cm) e foram alocados às unidades experimentais (piquetes de 1200 m2) segundo um arranjo fatorial 2x2 e delineamento de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Foram avaliadas a densidade populacional de perfilhos (DPP) e a demografia do perfilhamento.

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Com base nos resultados foram calculadas as taxas de aparecimento (TApP) e morte de perfilhos (TMoP). Para o cálculo do índice de estabilidade da população de perfilhos (IE) foi utilizada a seguinte equação Pf/ Pi = TSP (1+TAP), em que Pf/Pi corresponde a população atual (Pf) expressa como proporção da população inicial de perfilhos em determinado período de avaliação (Pi), e TSP e TApP correspondem às taxas de sobrevivência e aparecimento de perfilhos durante esse mesmo período, respectivamente. Calculou-se também o balanço entre as taxas de aparecimento e morte de perfilhos. No Verão-2008 observou-se maior DPP, altas TApP e TMoP e menor TSP quando comparado ao Outono/inverno/início de primavera, mas o balanço entre aparecimento e morte de perfilhos foi positivo e o IE próximo de 1. No Outono/inverno/ início de primavera observou-se menor DPP, menores TApP e TMoP, maior TSP, balanço negativo entre aparecimento e morte de perfilhos e IE próximo de 1 quando comparado as outras épocas do ano. No Final da primavera observou-se uma alta DPP e, portanto, altas TApP, TMoP, menor TSP, balanço positivo entre aparecimento e morte de perfilhos e IE maior que 1 quando comparado ao Outono/inverno/ início de primavera. Nessa época do ano observou-se também que os pastos manejados a 95% IL apresentaram maior IE em relação a 100% IL. No Verão-2009 observou-se aumento da DPP em relação ao Final da primavera, devido a altas TApP, TMoP e menor TSP. Em praticamente todas as épocas do ano os tratamentos de 95% de IL proporcionaram maior DPP em relação aos tratamentos de 100% de IL. Somente no Verão-2008 é que não se observou diferença entre as frequências de pastejo. Em relação às frequências de pastejo, no Verão-2009 observou-se que os pastos manejados a 95% IL apresentaram as menores TSP e valores de IE quando comparados àqueles manejados a 100% IL. Não se observou diferenças entre as alturas pós-pastejo de 15 e 20 cm em relação às TApP, TMoP, TSP, IE e balanço entre aparecimento e morte de perfilhos ao longo das estações do ano. Somente durante o período de Outono/inverno/início de primavera e Verão- 2009 é que foram encontradas diferenças entre as alturas pós-pastejo na DPP para o tratamento 100/20 em relação ao 100/15. O capim-mulato apresentou mudanças na densidade populacional de perfilhos, no padrão de perfilhamento 26

e na estabilidade do dossel forrageiro em relação às épocas do ano e ao manejo empregado, sendo que pastos manejados a 95% IL (associado à altura de entrada dos animais de 30 cm) e altura de resíduo de 15 e 20 cm resultaram em melhores condições para rebrotação, e, portanto, maior densidade populacional e altas taxas de aparecimento e morte de perfilhos, caracterizando um padrão intenso de renovação da população de perfilhos. O período de transição entre o Outono/ inverno/início de primavera e o Final da primavera é crítico para o capim-mulato, pois é nessa época que ocorre a maior renovação da população de perfilhos, definindo a população de plantas do pasto para garantir a produção de forragem e a persistência dos perfilhos durante o verão subsequente.

Título em português

Efeitos de estratégias nutricionais sobre o desempenho e a excreção de nutrientes para suínos dos 30 aos 100 kg Título em inglês

Effect of nutritional strategies on performance and nutrient excretion of pigs from 30 to 100 kg Pesquisador:

Sérgio de Miranda Pena

Email:

penasergiom@yahoo.com.br

Orientador:

Darci Clementino Lopes

Data da defesa:

17/08/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Fitase, Minerais orgânicos, Proteína ideal, Phytase, Organic minerals, Ideal protein, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Quatro experimentos foram conduzidos, sendo um de desempenho e três de metabolismo com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes estratégias nutricionais sobre os parâmetros de desempenho, características de carcaça, retenção e excreção de nutrientes e rendimento econômico em suínos dos 30 aos 100 kg de peso. Os tratamentos usados foram: dieta controle = dieta com alta proteína bruta sem aminoácidos industriais; dieta baixa PB= dieta com

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Suplemento Especial - Agenda Científica

baixa proteína bruta com aminoácidos industriais; dieta fitase = dieta controle com suplementação de fitase; dieta orgânica = dieta controle suplementada com minerais inorgânico-orgânicos e dieta composta = dieta com baixa proteína bruta suplementada com aminoácidos industriais, fitase e minerais inorgânico -orgânicos. No experimento de desempenho foram utilizados 120 suínos, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco tratamentos, quatro blocos contendo duas repetições por bloco e três animais por unidade experimental, sendo dois machos e uma fêmea. Nos experimentos de metabolismo foram utilizados 20 animais em cada um dos três experimentos (crescimento 1, crescimento 2 e terminação). Os animais foram alojados individualmente, em gaiolas de metabolismo, distribuídos em blocos casualizados, com cinco tratamentos, quatro blocos contendo uma repetição por bloco e um suíno por unidade experimental e a quantidade de ração fornecida a cada animal foi determinada em função do peso metabólico. A partir da quantidade de nutrientes ingerida e da excretada nas fezes e urina determinou-se o balanço de N, P e Ca e a excreção de Cu, Zn e Mn. As dietas avaliadas, baixa PB, fitase, orgânica e composta não alteraram o ganho de peso diário, o consumo de ração médio diário a conversão alimentar e as características de carcaça dos suínos em comparação com os suínos alimentados com a dieta controle. A dieta composta propiciou maior retorno econômico que a dieta controle. Conclui-se que a redução de proteína bruta, a suplementação com fitase e minerais inorgânico-orgânicos podem ser adotadas por não alterar significativamente o desempenho nas fases de crescimento e terminação e as características de carcaças aos 100 kg, enquanto, a dieta composta proporciona maior retorno econômico que a dieta controle em suínos dos 30 aos 100 kg. A redução da proteína bruta da dieta diminui a excreção total de N em suínos dos 30 aos 100 kg. A suplementação de dietas com fitase reduz a excreção total de P em todas as fases avaliadas. A inclusão de minerais inorgânico-orgânicos nas dietas não reduz a excreção de Cu, Zn e Mn em nenhum dos períodos avaliados. A dieta composta reduz a excreção total de N entre 30 e 100 kg, a excreção de Cu, Zn e Mn entre 30 e 50 kg e também diminui a excreção total de P em todas as fases avaliadas.

Título em português

Estudos de locos de características quantitativas, de expressão gênica e teste de paternidade em suínos Título em inglês

Studies of quantitative trait loci, genic expression and of paternity testing in pigs Pesquisador:

Débora Martins Paixão

Email:

debzootec@yahoo.com.br

Orientador:

Simone Eliza Facioni Guimarães

Data da defesa:

24/09/2010

Arquivo:

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Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, Genética de suínos, Genômica de suínos, Produção de suínos, Pig, Pig genomic, Swine genetics Resumo:

A realização do presente estudo teve como objetivo: 1) mapear QTL nos cromossomos 1, 2, 3, 12, 14, 15 e X em uma população F2 de suínos desenvolvida pelo cruzamento de dois reprodutores da raça brasileira Piau com 18 fêmeas comerciais (Landrace x Large White x Pietrain); 2) investigar o nível de expressão de genes candidatos a influenciar características de importância econômica em suínos e 3) desenvolver um painel de marcadores microssatélites para testar a paternidade e a origem de suínos. Um total de 18 QTL foram encontrados para características de carcaça e qualidade de carne e seis para características de desempenho, desses, os QTL para perda por cozimento e idade de abate foram significativos ao nível genômico de 5% de probabilidade. A característica espessura de toucinho foi essencialmente associada aos alelos da raça Piau, conhecido como porco tipo banha. Observou-se diferenças de expressão dos genes CAPN3, COL12A1, COL15A1, EPOR, IGF2 e MyoD1 entre os grupos genéticos Piau, comercial e cruzados, abrindo perspectivas para maiores estudos, sequenciamento e procura por mutação causal associada a características quantitativas. Informações de paternidade acuradas são fundamentais para a predição dos valores genéticos dos animais e assim, as-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

segurar o sucesso dos programas de melhoramento. Os 28 marcadores microssatelites avaliados foram altamente informativos, apresentaram estimativas de probabilidades de exclusão de paternidade combinada para as situações em que o genótipo da mãe é conhecido (P1) e para a situação em que genótipo da mãe não está disponível (P2) maiores que 99% e podem ser considerados adequados para análises de paternidade e de rastreabilidade em suínos. Os resultados obtidos no presente trabalho e apresentados nos diferentes capítulos foram relevantes e contribuíram com maiores informações a cerca da genômica envolvida no desenvolvimento das características quantitativas de importância econômica na produção de suínos, como também mostraram a efetividade de testes de identificação indiviual de suínos.

Título em português

Atualização da proteína ideal para poedeiras semipesadas: treonina e valina Título em inglês

Update of the ideal protein for laying hens: threonina and valine Pesquisador:

Guilherme Rodrigues Lelis

Email:

grlelis@yahoo.com.br

Orientador:

Luiz Fernando Teixeira Albino

Data da defesa:

13/09/2010

Arquivo:

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Assuntos:

Aminoácido, Produção de ovos, Poedeira, Amino acid, Eggs production, Hen, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Dois experimentos foram realizados no setor de avicultura do departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa para atualizar o perfil de proteína ideal para poedeiras semipesadas. No primeiro experimento, o objeto da pesquisa foi avaliar diferentes níveis de treonina digestível para determinar a relação ideal de treonina/lisina digestível em rações para galinhas poedeiras semipesadas no período de 42 a 54 semanas de idade. Foram utilizadas 270 galinhas poedeiras semipesadas 28

da linhagem Dekalb Brown, durante três períodos experimentais de 28 dias cada, em delineamento inteiramente ao acaso, com cinco tratamentos, nove repetições, cada uma composta de seis aves. Cinco diferentes relações de treonina/lisina digestível foram avaliadas 66 (0,435% Thr dig); 70; 74; 78 e 82%. As dietas foram formuladas para atender as exigências nutricionais dos animais e a relação dos aminoácidos, exceto para treonina e lisina. O consumo de ração, peso de ovo, qualidade interna do ovo e ganho de peso não foram influenciados pelas relações de treonina/lisina digestível utilizadas. A produção de ovos, a massa de ovo e a conversão alimentar (Kg/ Dz e g/g) apresentaram efeito quadrático pelas diferentes relações utilizadas. Com base nos parâmetros avaliados, a relação treonina/lisina digestível recomendada nas rações de poedeiras semipesadas no período de 42 a 54 semanas de idade é de 72%, que corresponde a 0,478% de treonina digestível ou 460 mg/ave/dia de treonina digestível. No segundo experimento, o objeto foi avaliar os níveis de valina digestível para determinar a relação ideal de valina/lisina digestível em rações para galinhas poedeiras semipesadas no período de 42 a 54 semanas de idade. Foram utilizadas 270 galinhas poedeiras semipesadas da linhagem Dekalb Brown, durante três períodos experimentais de 28 dias cada, em delineamento inteiramente ao acaso, com cinco tratamentos, nove repetições, cada uma composta de seis aves. Cinco diferentes relações de valina/lisina digestível foram avaliadas 84 (0,555% Val dig); 88; 92; 96 e 100%. As dietas atenderam as exigências nutricionais dos animais e a relação dos aminoácidos, exceto para valina e lisina. O peso de ovo, qualidade interna do ovo e ganho de peso não foram influenciados pelas relações de valina/lisina digestível utilizadas. O consumo de ração apresentou efeito linear, enquanto a produção de ovos, a massa de ovo e a conversão alimentar (Kg/Dz e g/g) apresentaram efeito quadrático para as relações utilizadas. A relação valina/lisina digestível ideal, baseada nos parâmetros avaliados, é de 92%, que corresponde a 0,607% de valina digestível ou 567 mg/ave/dia de valina digestível.

Título em português

Perfil transcricional durante o desenvolvimento muscular esquelético de suínos de uma raça local Brasileira e dois grupos genéticos comerciais

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Título em inglês

Transcriptional profiling during pig skeletal muscle development of a Brazilian local breed and two commercial genetic groups Pesquisador:

Bruna Pena Sollero

Email:

brunasollero@yahoo.com.br

Orientador:

Simone Eliza Facioni Guimarães

Data da defesa:

19/10/2010

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Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, Microarray, Myogenesis, Skeletal muscle, Microarranjo, Miogênese, Músculo esquelético Resumo:

O desenvolvimento esquelético muscular é um processo complexo que envolve a expressão coordenada de milhares de genes. O objetivo deste estudo foi identificar genes diferencialmente expressos no músculo longissimus dorsi (LD) de suínos, bem como seus padrões de expressão entre cinco estádios do desenvolvimento. Primeiramente, uma análise de microarranjo utilizando o Pigoligoarray, contendo 20.400 oligonucleotídeos, foi realizada para comparar dois grupos genéticos de suínos que diferem em capacidade de crescimento muscular e conteúdo de carne magra (grupo cruzado comercial Yorkshire-Landrace -YL, proveniente dos Estados Unidos e suínos Piauraça Brasileira naturalizada) aos 40 e 70 dias (d) de gestação (estádios do desenvolvimento decorrentes da formação de fibras musculares primárias e secundárias). Um total de 486 oligonucleotídeos foram diferencialmente expressos (FC ≥ 1.5; FDR ≤ 0.05) entre 40 e 70 dias de gestação no grupo YL ou Piau, e um total de 1.300 oligonucleotíedos foram diferencialmente expressos (FC ≥ 1.5; FDR ≤ 0.05) entre suínos YL e Piau em ambas as idades pré-natais. Anotações baseadas no Gene Ontology (GO) e análises de vias metabólicas determinaram classificações funcionais para os genes diferencialmente expressos e revelaram padrões de expressão raça-específicos. Treze genes foram selecionados para confirmação por análises de qRT-PCR e os padrões de expressão para a maioria destes genes foram confirmados, gerando informações relevantes sobre seus papéis desempe-

nhados durante o processo do desenvolvimento muscular de suínos. Na raça Piau a abundância relativa de transcritos aos 70 d de gestação foi tendencialmente maior, sugerindo que a expressão gênica no músculo LD de suínos YL pode ser atrasada em relação à raça local. O segundo experimento objetivou avaliar perfis de expressão durante cinco períodos pré-natais (21, 40, 70 e 90 dias pós-concepção) e um período pós-natal (10 semanas pós-nascimento) no mesmo músculo esquelético (LD) entre a raça Brasileira local Piau e uma linhagem comercial também brasileira. Baseado em análises de qRT-PCR, outros quatorze genes relacionados a processos biológicos intrínsecos ao processo de miogênese foram investigados, e nove destes genes foram significativamente (P<0.05) diferencialmente expressos entre ambos os grupos genéticos de suínos. Níveis significativos de expressão gênica também foram observados entre os cinco estádios avaliados e padrões de genes relacionados à proliferação celular, diferenciação celular, metabolismo de energia e manutenção da formação muscular foram distintos de forma raça- específica. Um novo gene referência, não utilizado como tal previamente em estudos de expressão muscular de suínos, foi proposto: DDIT3 (DNA-damage-inducible transcript 3). A última etapa desta pesquisa objetivou avaliar a aplicação de três protocolos para normalização e detecção de genes diferencialmente expressos em análises de microarranjos. Resultados conflitantes foram observados quando comparado os três protocolos analisados por distintos métodos estatísticos. Os dois protocolos propostos, em relação à primeira análise de microarranjo aplicada no primeiro capítulo, detectaram genes como diferencialmente expressos em apenas dois (C40vsP40 e P40vsP70) dos quarto contrastes sob avaliação (C40vsP40, P40vsP70, C70vsP70 e C40vsC70). Os resultados demonstraram que o método de normalização Robust Spline foi capaz de identificar um maior número de genes diferencialmente expressos (FDR-Taxa de Falsas Descobertas ≤0.05) relacionados a importantes GO terms envolvidos no processo de desenvolvimento muscular (especialmente em contrastes entre idades) em comparação ao método Loess. Além do mais, o método de correção background normexp foi recomendado, uma vez que se mostrou mais acurado do que o método tradicional de Subtração. Foi sugerido

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

que o método FDR q-value pode ser muito flexível na detecção de genes diferencialmente expressos em pequenos experimentos de microarranjo, enquanto o método BH pode ser muito restritivo – ainda que capaz de apontar genes DE com maiores valores de expressão relativa e funcionalmente relacionados ao processo de miogênese em contexto. Em geral, este estudo, que pela primeira vez avaliou em nível genômico a expressão de genes da raça Piau, revelou padrões de expressão gênica raça e idade-específicos durante o desenvolvimento muscular fetal, incluindo genes não descritos previamente como associados a tal processo. Tais informações podem contribuir para futuros avanços do melhoramento genético de suínos. Também, comparações entre diferentes protocolos de análises de microarranjos foram sugeridas, a fim de melhorar a qualidade e representar de forma mais clara as medidas de expressão gênica.

Título em português

Avaliação de indicadores e de métodos de predição do valor energético da dieta em bovinos em crescimento Título em inglês

Evaluation of markers and methods for diet energy prediction in growing cattle Pesquisador:

Cláudia Batista Sampaio

Email:

claudiabsampaio@yahoo.com.br

Orientador:

Edenio Detmann

Data da defesa:

05/10/2010

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Assuntos:

Dióxido de titânio, Fibra em detergente, Matéria seca indigestível, Óxido crômico, Titanium dioxide, Detergent fiber, Indigestible dry matter, Chromic oxide, AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS Resumo:

Objetivou-se estimar a recuperação total, perfil de excreção fecal, o vício de tempo longo e de tempo curto das estimativas de excreção fecal obtidas com os indicadores externos óxido crômico e dióxido de titânio e com os indicadores internos matéria seca in30

digestível (MSi), fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) e fibra em detergente ácido indigestível (FDAi), e, adicionalmente, estimar e avaliar os teores das frações aparentemente digestíveis de proteína bruta extrato etéreo e carboidratos não fibrosos, da fração digestível da fibra em detergente neutro e o teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) a partir da composição química dos alimentos em bovinos em crescimento alimentados com diferentes dietas. Foram utilizados 14 novilhos F1 Red Angus x Nelore, não-castrados, com idade e peso médios de 12 meses e 287 kg. Os animais foram alimentados com silagem de capim elefante, silagem de milho ou feno de capim braquiária, suplementados ou não com 20% de mistura concentrada. O experimento foi constituído de dois períodos de 13 dias cada, segundo delineamento em quadrado latino 2 x 2, com agrupamento de sete quadrados. Os animais receberam diariamente 10 g de óxido crômico e 10 g de dióxido de titânio através de sonda esofágica. Foram realizadas coletas fecais totais e pontuais (grab samples), diretamente do reto dos animais nos horários de 1h30, 3h00, 4h30 e 6h00, 7h30, 9h00, 10h30, 12h00, 13h30, 15h00, 16h30, 18h00, 19h30, 21h00, 22h30 e 24h00. Os valores observados de frações digestíveis e do teor de NDT foram obtidos com base na coleta total de fezes. Não foram observados efeitos de forragem, nível de concentrado ou sua interação sobre as estimativas de recuperação fecal tanto dos indicadores internos, quanto dos indicadores externos. As estimativas de recuperação fecal média para o óxido crômico e para o dióxido de titânio foram de 99,50% e 101, 95%, respectivamente. Para os indicadores internos observou-se recuperação fecal média de 99,02%, 98,87% e 102,07% para MSi, FDNi e FDAi, respectivamente. Em todos os casos, as recuperações fecais foram iguais a 100%. Todos os indicadores avaliados foram considerados isentos de vício de tempo longo. Contudo, maior precisão foi verificada para as estimativas de excreção fecal obtidas com indicadores internos. Não foram verificados efeitos das diferentes forragens ou níveis de concentrado sobre a dimensão do ciclo excretório. O período fundamental do ciclo excretório foi de 15,06 e 18,66 horas para o óxido crômico e dióxido de titânio, e de 9,93; 9,29 e 10,55 horas para MSi, FDNi e FDAi respectivamente. Verificou-se maior amplitude de oscilação para os indicadores

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

externos. Considerando-se conjuntamente as características dos indicadores avaliados, recomenda-se delineamentos de amostragem fecal com o mínimo de quatro coletas, sendo estas distribuídas ao longo do dia ou somente no período diurno, para a obtenção de estimativas de excreção fecal isentas de vício de tempo curto. Diversos sub-modelos aplicados às diferentes frações digestíveis foram avaliados e discutidos. Estimativas do teor de NDT na dieta foram produzidas a partir da combinação de sub-modelos aplicados às frações digestíveis individuais. O teor de NDT foi mais eficientemente predito a partir dos submodelos propostos por Detmann et al. (2010) quando considerados procedimentos biológicos para estimação da fração indegradável da proteína e da fração potencialmente degradável da fibra em detergente neutro.

Título em português

Atualização da proteína ideal para frangos de corte: valina e isoleucina Título em inglês

Updating the ideal protein for broiler chickens: valine and isoleucine Pesquisador:

Fernando de Castro Tavernari

Email:

fetavernari@yahoo.com.br

Orientador:

Horácio Santiago Rostagno

Data da defesa:

04/10/2010

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Assuntos:

Aminoácidos, Desempenho, Carcaça, Amino acids, Performance, Carcass, EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS Resumo:

Quatro experimentos foram realizados no setor de avicultura do departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa para atualizar o perfil de proteína ideal para frangos de corte. No primeiro e segundo experimento foram avaliadas diferentes relações valina/lisina digestível na fase inicial (08 a 21 dias) e final (30 a 43 dias). O delineamento experimental nas duas fases foi em blocos casualizados

com sete tratamentos (seis diferentes relações valina/ lisina digestível e um tratamento controle) e oito repetições de 25 e 20 aves (machos, COBB) por unidade experimental na fase inicial e final, respectivamente. As dietas atenderam as exigências exceto para valina e lisina. Para evitar o excesso de lisina digestível o nível desta foi calculado para ser 93% do recomendado. O tratamento controle foi adequado em lisina e valina. Foram avaliados o consumo de ração, o ganho de peso, a conversão alimentar e o rendimento de carcaça nas duas fases. Não houve efeito significativo (P>0,05) das diferentes relações no consumo de ração, contudo foi observado efeito quadrático (P<0,05) para ganho de peso e para conversão alimentar nas duas fases. Não houve efeito significativo (P>0,05) nas características de carcaça avaliadas nas duas fases. A exigência de valina para os parâmetros de carcaça é menor do que a exigência para o desempenho. A relação valina digestível/lisina digestível recomendada para frangos de corte na fase inicial (08 a 21 dias) é de 76% e para a fase final (30 a 43 dias) é de 76%. No terceiro e quarto experimento foram avaliadas diferentes relações isoleucina/lisina digestível na fase inicial (07 a 21 dias) e final (30 a 43 dias). O delineamento experimental nas duas fases foi em blocos casualizados com sete tratamentos (seis diferentes relações isoleucina/lisina digestível e um tratamento controle) e oito repetições de 25 e 20 aves (machos, COBB) por unidade experimental na fase inicial e final, respectivamente. As dietas atenderam as exigências exceto para isoleucina e lisina. Para evitar o excesso de lisina digestível o nível desta foi calculado para ser 87% e 89% do recomendado para a fase inicial e final, respectivamente. O tratamento controle foi adequado em lisina e isoleucina. Foram avaliados o consumo de ração, o ganho de peso, a conversão alimentar e o rendimento de carcaça nas duas fases. Houve efeito quadrático (P<0,05) das diferentes relações sobre o consumo de ração na fase final e sobre o ganho de peso e conversão alimentar nas duas fases. Houve efeito quadrático (P<0,05) para rendimento de peito e filé de peito na fase inicial, porém não houve efeito significativo (P>0,05) nas características de carcaça avaliadas na fase final. A relação isoleucina digestível/ lisina digestível recomendada para frangos de corte na fase inicial (07 a 21 dias) é de 66% e para a fase final (30 a 43 dias) é de 68%.

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Dinâmica de acúmulo de forragem em pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo Título em inglês

Dynamics of herbage accumulation in pastures of mulatto grass submitted to rotational grazing strategies Pesquisador:

Carlindo Santos Rodrigues

Email:

carlindo@vicosa.ufv.br

Orientador:

Domicio do Nascimento Júnior

Data da defesa:

09/11/2010

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filhos basais e aéreos, além da eficiência de utilização da forragem. Os processos envolvidos na dinâmica de acúmulo de forragem variaram em função das épocas do ano, sendo que a gramínea apresentou maior fluxo de tecido nos períodos de melhores condições ambientais (verões 2008 e 2009). As estratégias de manejo caracterizadas pela frequência e severidade de desfolhação afetaram os processos envolvidos na dinâmica de acúmulo. Esse efeito também foi observado ao longo das diferentes fases do crescimento. Nessas condições pastos manejados a 95% de IL associados à altura de 20 cm pós-pastejo apresentaram melhores resultados de acúmulo de forragem e eficiência de utilização da forragem produzida.

Assuntos:

Alvo de manejo, Interceptação luminosa, Manejo do pastejo, Light interception, Target management, Grazing management, PASTAGEM E FORRAGICULTURA Resumo:

A dinâmica do acúmulo de forragem é definida pelo equilíbrio entre os processos de crescimento e senescência, dois processos antagônicos que definem o acúmulo máximo de forragem. O entendimento desses processos de forma integrada (dinâmica do acúmulo) em uma comunidade de plantas permite gerenciar a eficiência de colheita da forragem de forma mais consistente, garantindo melhoria significativa em produtividade animal. Assim, os objetivos com este trabalho foram avaliar os padrões de dinâmica de acúmulo de massa seca de pastos de capim-mulato submetidos a estratégias de pastejo rotativo baseadas no critério de interceptação de luz pelo dossel forrageiro; avaliar os processos de crescimento e senescência dos pastos durante as diferentes fases da rebrotação; avaliar a eficiência de utilização da forragem produzida. Os tratamentos corresponderam a combinações entre duas severidades (alturas pós-pastejo de 15 e 20 cm) e dois intervalos de pastejo (período de tempo necessário para o dossel atingir 95 e 100% de interceptação de luz durante a rebrotação – IL), e foram alocados às 16 unidades experimentais (piquetes de 1.200 m2 cada) segundo arranjo fatorial 2x2 e delineamento de blocos completos, com quatro repetições. Foram avaliados, de janeiro de 2008 a março de 2009, os processos de crescimento (colmo e folhas) e de senescência em per32

Título em português

Atualização da proteína ideal para frangos de corte: arginina, isoleucina, triptofano e valina Título em inglês

Update of the ideal protein for broilers: arginine, isoleucine, tryptofano and valine Pesquisador:

Anastácia Maria de A. Campos

Email:

anastaciacampos@yahoo.com.br

Orientador:

Horácio Santiago Rostagno

Data da defesa:

17/12/2010

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Assuntos:

Requirements, Performance, Exigências, Carcaça, Desempenho, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Carcass Resumo:

Quatro experimentos foram realizados com o objetivo de determinar as relações adequadas de valina:lisina (Val:Lis), isoleucina:lisina (Ile:Lis), arginina:lisina (Arg:Lis) e tryptofano:lisina (Tryp: Lis) digestíveis para frangos machos em dois períodos: 7-21 (inicial) e 2840 (crescimento) dias. A metodologia utilizada em todos os experimentos foi igual, modificando-se apenas o aminoácido em estudo. Assim em todos os experimento um total 1200 frangos no período inicial, e 960 no de crescimento foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com 6 tratamentos, oito repe-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

tições e 25 e 20 aves por unidade experimental no período inicial e de crescimento, respectivamente. No primeiro experimento foram avaliadas cinco relações de Val:Lis dig para o período inicial (69, 72, 75, 78 e 81%), e para o de crescimento (72, 74.5, 77, 79.5 e 82%); no segundo de Ile:Lis dig. para o período inicial (57; 61; 65; 69 e 73%) e de crescimento (58; 62,5; 67; 71,5 e 76%); no terceiro de Arg:Lis dig.no período inicial (95, 100, 105, 110, e115%) e de crescimento (91, 98, 105, 112, e 119%); e no ultimo experimento cinco relações Tryp:Lis para o período inicial (15, 16, 17, 18 e 19%) e crescimento (14, 16, 18, 20 e 22%). Em todos os experimentos, o nível de lisina das dietas experimentais foram calculada para ser 94% do valor registrado nas Tabelas Brasileiras de Aves e Suínos (2005), sendo utilizado o valor de 1,08% para o inicial e 0,98% para o crescimento Um tratamento controle (C+) contendo adequado nível de Lisina dig. (1.146% inicial e 1,05% crescimento) foram incluídos no desenho experimental de cada experimento. No final dos experimentos foram determinados o ganho de peso, o consumo de ração, a conversão alimentar, e características de carcaça. Diferentes modelos de regressão (quadrática, 95% da quadrática, Linear Response Plateau, quadrática mais Plateau e exponencial) foram aplicados nos resultados. Os valores das relações Val:Lis dig, Ile:Lis dig., Arg:Lis dig., Tryp:Lis dig indicado para o período inicial são: 77% (0,832% Val digestível), 67% (0,72% Ile digestível), 108% (1,17% Arg digestível) e 17% (0,177% Tryp. dig.), e para o período de crescimento são: 78% (0,7644% Val digestível), 69% (0,63% Ile digestível), 108% (1,06% Arg dig.) e 18 % (0,176% Tryp dig.).

Título em português

Fósforo disponível em rações para suínos selecionados para deposição de carne dos 30 aos 95 kg Título em inglês

Available phosphorus in diets for 30 to 95 kg pigs selected for meat deposition Pesquisador:

Alysson Saraiva

Email:

saraiva1945@yahoo.com.br

Orientador:

Juarez Lopes Donzele

Data da defesa:

25/01/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Fósforo disponível, Exigências, Suínos, Available phosphorus, Exigências, Pigs, ZOOTECNIA Resumo:

Foram conduzidos três experimentos com o objetivo de avaliar níveis de fósforo disponível (Pd) em rações para suínos selecionados para deposição de carne, dos 30 aos 95 kg. No experimento I, foram utilizadas 50 fêmeas suínas, híbridas comerciais, com peso inicial de 30,32 ± 0,29 kg, distribuídas em delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, cinco repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos por uma ração basal deficiente em fósforo e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com fosfato bicálcico resultando em rações com 0,144; 0,244; 0,304; 0,384 e 0,464% de Pd. Os níveis de cálcio foram ajustados variando-se a quantidade de calcário, de forma a manter constante a relação entre o cálcio e o fósforo disponível das rações. No experimento II, foram utilizados 60 suínos, híbridos comerciais, machos castrados, com peso inicial de 61,05 ± 0,60 kg, distribuídos em delineamento experimental de blocos aos acaso, com cinco tratamentos, seis repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos por uma ração basal deficiente em fósforo outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com fosfato bicálcico resultando em rações com 0,135; 0,200; 0,265; 0,330 e 0,395% de Pd. No experimento III, foram utilizados 50 suínos híbridos comerciais, machos castrados, com xiii peso inicial de 66,50 ± 2,78 kg, distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, com cinco tratamentos, cinco repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos por uma ração basal deficiente em fósforo e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com fosfato bicálcico resultando em rações com 0,122; 0,187; 0,252; 0,317 e 0,382% de Pd. No experimento I, não houve efeito dos níveis de Pd das rações sobre o consumo de ração diário (CRD) e sobre a conversão alimentar (CA). Os níveis de Pd influenciaram o ganho de peso diário (GPD) que aumentou de forma quadrática até o nível máximo estimado de 0,372% de Pd. Não houve efeito

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

dos níveis de Pd sobre a quantidade de fósforo nos ossos (PO). A quantidade de cálcio nos ossos (CaO) e a porcentagem de cinza óssea (CO) foram influenciadas de forma linear crescente pelos níveis de Pd das rações. No experimento II, não houve efeito dos níveis de Pd das rações sobre o CRD dos animais. Entretanto, o GPD aumentou e a CA melhorou de forma quadrática em função dos níveis de Pd, até os níveis máximos estimados 0,336 e 0,348% de Pd, respectivamente. Os níveis de fósforo disponível influenciaram os teores de PO, CaO e CO, que aumentaram de forma linear. No experimento III, o CRD e o GPD variaram de forma quadrática de acordo com os níveis de Pd da ração, com valores máximos estimados de 0,226 e 0,256% de Pd, respectivamente. Foi verificado efeito dos níveis de Pd sobre a CA que melhorou até o nível de 0,295% de Pd, permanecendo em um platô. Os níveis de fósforo disponível influenciaram de forma quadrática as quantidades de PO e CaO que aumentaram até os níveis máximos estimados de 0,314 e 0,272% de Pd, respectivamente. A porcentagem de CO foi influenciada de forma linear crescente pelos níveis Pd das rações. O nível de 0,372% de Pd, correspondente a uma relação com o cálcio de 2,02:1 e a um consumo diário estimado de 8,20 g, proporciona o melhor resultado de ganho de peso de fêmeas suínas selecionadas para deposição de carne, dos 30 aos 60 kg. Nos experimentos II e III, os níveis de Pd que proporcionam os melhores resultados de ganho de peso e conversão alimentar de suínos selecionados para deposição de carne, dos 60 aos 95 kg, são respectivamente 0,336 e 0,348%; e 0,256 e 0,295%, correspondentes a consumos diários respectivos de 10,65 e 11,03 g; e de 7,06 e 7,93 g de fósforo disponível.

Título em português

Perdas na ensilagem e desempenho de bovinos de corte suplementados com dietas contendo silagem de capim-marandu em duas idades de rebrotação tratadas com inoculante bacteriano Título em inglês

Silage losses and performance of beef cattle fed diets with Marandu grass silages at two ages of regrowth treated with bacterial inoculant 34

Pesquisador:

Andréia Santos Cezário

Email:

deacezario@yahoo.com.br

Orientador:

Odilon Gomes Pereira

Data da defesa:

17/02/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Consumo, PASTAGEM E FORRAGICULTURA, Digestibilidade, Desempenho produtivo, Intake, Digestibility, Productive performance Resumo:

Foram realizados três experimentos para se avaliar o consumo e as digestibilidades aparentes total e parcial dos nutrientes, o balanço de compostos nitrogenados, a eficiência microbiana, parâmetros ruminais e o desempenho produtivo de bovinos de corte alimentados com dietas à base de silagem de Brachiaria brizantha cv Marandu de duas idades de rebrotação com e sem inoculante microbiano Sil ALL C4 (Alltech Brasil), bem como, determinar as perdas e a composição química e bromatológica dessas silagens. No Experimento 1, avaliaram-se o perfil fermentativo, a composição química, as perdas e a recuperação de matéria seca de silagens de capim-marandu de duas idades de rebrotação (35 e 70 dias), com e sem inoculante microbiano, usando-se baldes com 18L de capacidade. Utilizou-se um esquema fatorial 2 x 2 (duas idades de rebrotação x com e sem inoculante), em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco repetições. Observou-se efeito da interação idade de rebrotação x inoculante (P<0,05) para o teor de matéria seca (MS). Para os teores de fibra insolúvel em detergente neutro corrigido para cinza e proteína (FDNcp), fibra insolúvel em detergente ácido (FDA), proteína bruta (PB), lignina e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) observou-se efeito apenas de idade de rebrotação. Os teores dos ácidos lático, propiônico e butírico foram influenciados pela interação idade de rebrotação x inoculante (P<0,05), registrando-se maior valor de ácido lático na silagem de plantas colhidas com 70 dias de rebrotação. Observou-se efeito da interação (P<0,05) idade de rebrotação x inoculante sobre a produção de gases. Para a produção de efluente, observou-se efeito de idade, registrandose maior valor na silagem de plantas colhidas com 70 dias de rebrotação. Já a recuperação de matéria seca

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foi influenciada por inoculante (P<0,05) e idade de rebrotação (P<0,05), registrando-se maiores valores na silagem inoculada e naquela de plantas colhidas aos 70 dias de rebrotação. No Experimento 2, foram utilizados 32 bovinos mestiços Holandês x Zebu (HxZ), não castrados, com peso vivo inicial médio (PVI) de 364 ± 20,00 kg, distribuídos num esquema fatorial 2x2 em sete blocos casualizados, para avaliar o consumo, a digestibilidade dos nutrientes e o desempenho produtivo. As dietas consistiram de 50% de silagem de capim-marandu e 50% de concentrado, na MS. As silagens foram produzidas de plantas colhidas com 35 e 70 dias, aditivadas ou não com inoculante. Não houve efeito (P>0,05) de dietas sobre o consumo de nutrientes, excetuando-se o de FDNcp, que foi afetado pela idade de rebrotação. As digestibilidades aparentes totais dos nutrientes, o ganho médio diário (GMD), a conversão alimentar (CA) e o rendimento de carcaça (RC) também não foram influenciados (P>0,05) pelas dietas. No Experimento 3, foram utilizados quatro novilhos mestiços (HxZ), castrados, com PVI de 267 ± 12,00 kg, fistulados no rúmen e abomaso, distribuídos num quadrado latino 4x4, para se avaliar o consumo e a digestibilidade aparente total e parcial dos nutrientes, os parâmetros ruminais e a eficiência microbiana. Os animais receberam as mesmas dietas do experimento anterior. Não houve efeito (P>0,05) de dietas sobre o consumo de nutrientes. Observou-se efeito de idade sobre a digestibilidade aparente ruminal e intestinal dos CNF. Já as digestibilidades aparentes total e parcial dos demais nutrientes não foram influenciadas pelas dietas. Não houve efeito (P>0,05) de dietas experimentais, do tempo de coleta, nem da interação destes fatores, sobre a concentração de N-NH3 ruminal, enquanto que o pH ruminal foi influenciado (P<0,05) apenas pelo tempo de coleta, estimando-se valor mínimo de 6,26 às 4,13 horas após a alimentação. As duas silagens podem ser classificadas como de boa qualidade com base nas características pH e N-amoniacal se encontrarem na faixa aceitável para boa conservação de silagem de capins. A inoculação de Brachiaria brizantha cv Marandu colhida aos 35 e 70 dias de rebrotação com o inoculante microbiano Sil ALL C4 (Alltech Brasil), não influencia o consumo, a digestibilidade dos nutrientes, os parâmetros ruminais e o desempenho de bovinos de corte recebendo dietas contendo silagens deste capim.

Título em português

Estratégias de manejo do capim-elefante cv. Napier sob pastejo rotativo Título em inglês

Strategies for management of elephant grass cv. Napier under rotational grazing Pesquisador:

Hélida Christhine de F. Monteiro

Email:

helidamonteiro@yahoo.com.br

Orientador:

Domicio do Nascimento Júnior

Data da defesa:

25/02/2011

Arquivo:

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Assuntos:

PASTAGEM E FORRAGICULTURA, Morphogenesis, Interceptação luminosa, Alvo de manejo, Morfogênese, Target management, Light interception Resumo:

As estratégias de manejo do pastejo devem explorar e utilizar recursos adaptativos e estabelecer amplitudes ótimas de manejo para as espécies forrageiras, já que estas sofrem constantemente a interferência dos animais que as pastejam e de fatores do meio necessitando de mecanismos de adaptação para conseguir persistir no sistema. Foram objetivos deste trabalho analisar e descrever os efeitos de intensidades de pastejo, representadas por diferentes alturas pós-pastejo combinadas à frequência de desfolhação de 95% de inteceptação de luz pelo dossel forrageiro, sob as características estruturais, produção de forragem e dinâmica de perfilhamento em pastos de capim-elefante cv. Napier. Foram conduzidos dois experimentos em área do Departamento de Zootecnia da UFV, nos períodos de fevereiro a maio de 2009 (experimento 1) e novembro de 2009 a maio de 2010 (experimento 2). Os tratamentos corresponderam a combinações entre três condições de pós-pastejo (alturas de resíduo de 30, 50 e 70 cm) com a interceptação luminosa pelo dossel (IL) de 95% durante a rebrotação e foram alocados nas unidades experimentais (piquetes de 400 m2), segundo um delineamento em blocos completos casualizados com três repetições. No experimento 1, a frequência para entrada dos animais no primeiro pastejo foi de acordo

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com a IL de 95%, enquanto que no experimento 2, a frequência, somente no primeiro pastejo, foi de acordo com a altura dos meristemas apicais na altura do resíduo em cada unidade experimental. Tomando por base a relação positiva entre interceptação luminosa e altura, observou-se nos dois experimentos que as alturas pós-pastejo estiveram muito próximas da meta pretendida, assim como a interceptação de luz no pré-pastejo. Os pastos apresentaram número de ciclos variáveis de acordo em função do resíduo e da duração de cada ciclo de pastejo. As características estruturais e de produção de massa bem como a dinâmica de perfilhamento foram avaliadas por intermédio da análise de fatores. Observou-se que os pastos com resíduo de 70 cm favorecem o acúmulo de matéria seca, mas alteram a composição morfológica, favorecendo o acúmulo de colmos e material morto. Os pastos com resíduos de 30 cm, favorecem o aparecimento de plantas competidoras. As taxas de acúmulo de massa são influenciadas pela quantidade de folhas no pós-pastejo. O capim-elefante cv. Napier possui capacidade de se adaptar a diversas estratégias de pastejo rotativo, mudando sua estrutura, para manter a perenidade e estabilidade da população.

Título em português

Estudos colaborativos para avaliação da composição química de alimentos Título em inglês

Collaborative studies to evaluate the chemical composition of feeds Pesquisador:

Marjorrie Augusto de Souza

Email:

marjorrieas@yahoo.com.br

Orientador:

Edenio Detmann

Data da defesa:

15/02/2011

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Assuntos:

Food analysis, Variação interlaboratorial, Métodos analíticos, Estudo colaborativo, Análise de alimentos, AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS, Collaborative studies, Analytical methods, Interlaboratory variation 36

Resumo:

Objetivou-se conduzir estudos colaborativos para avaliação dos teores de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), matéria mineral (MM) e fibra indigestível em detergente neutro (FDNi) e em detergente ácido (FDAi) em alimentos. Todos os sete laboratórios participantes do estudo pertenciam a instituições integrantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ciência Animal: Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG; Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte-MG; Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG; Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-BA; Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita, Jaboticabal-SP; Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT; e Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop-MT. Em todos os estudos foram avaliadas características de exatidão e da variação inter e intra-laboratoriais. Os teores de MS foram avaliados por intermédio do método de secagem em estufa, envolvendo seis laboratórios e utilizando-se amostras de cana-de-açúcar, silagem de milho, capim-elefante, farelo de soja, polpa cítrica e mistura de milho grão com uréia na proporção 9:1. Utilizou-se o método de Karl Fischer para avaliação da exatidão dos resultados. Os teores de FDN foram avaliados em aparelhos Ankom200® ou Ankom220®, utilizando-se sacos F57 (Ankom®) como recipientes, envolvendo três laboratórios e utilizando-se as mesmas amostras da avaliação do teor de MS. Celulose purificada, amido de milho e mistura formada por 60% de areia e 40% de amido de milho foram utilizadas para aferição da exatidão das estimativas. Os teores de PB foram avaliados por intermédio do método de Kjeldahl envolvendo sete laboratórios e utilizando-se amostras de cana-de-açúcar, silagem de milho, farelo de soja e milho grão. Para aferição da exatidão das estimativas, foram enviados uréia, fosfato de amônia monobásico, ácido etileno diamínico tetra-acético e sulfato de amônio. Os teores de EE foram avaliados pelo método de Goldfish envolvendo cinco laboratórios e utilizando-se amostras de silagem de milho, farelo de soja, milho grão e grão de soja. Foram enviados amido de milho com adição de 5 e 15% de azeite de oliva, com base na amostra seca ao ar, que foram assumidos como padrões para aferição da exatidão das estimativas. Os teores

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de MM foram avaliados por sete laboratórios utilizando-se amostras de feno de capim-braquiária, cana-de -açúcar, silagem de milho, farelo de soja, milho grão e polpa cítrica. Para aferição da exatidão foi enviado celite. Os teores de FDNi e FDAi foram avaliados por seis laboratórios utilizando-se amostras de feno de capim-braquiária, cana-de-açúcar, silagem de milho, farelo de soja, milho grão e polpa cítrica. Para todos os componentes precedeu-se à avaliação de questionários para elucidação dos principais procedimentos e parâmetros analíticos quantitativos e qualitativos adotados em cada laboratório. Características de exatidão e precisão (repetibilidade e reprodutibilidade) e resumo dos procedimentos adotados em cada laboratório foram apresentados e discutidos. Para todos os componentes avaliados verificou-se que as estimativas são dependentes de efeito de interação de material analisado e laboratório. Os resultados obtidos indicam baixa reprodutibilidade das estimativas de composição química de alimentos e demonstram falta de padronização dos procedimentos adotados pelos laboratórios.

Título em português

Tamanho de partícula da forragem em dietas com níveis crescentes de fibra para cabras leiteiras Título em inglês

Forage particle size at increasing levels of fiber in diets for dairy goats Pesquisador:

Nivea Regina de O. Felisberto

Email:

niveafelisberto@hotmail.com

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

25/02/2011

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Cabra, Lantanídeos, Tamanho de partícula, Cinética ruminal, Ruminal kinetics, Particle size, Lanthanides, Goat Resumo:

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a importância do tamanho da partícula da forragem em dietas com níveis crescentes de fibra para cabras

leiteiras. Para tanto, avaliou-se o comportamento ingestivo; a fragmentação das partículas oferecidas, consumidas, contidas nos compartimentos do trato gastrointestinal (rúmen, omaso e abomaso) e nas fezes; o consumo; a digestibilidade; o balanço de nitrogênio; a massa ruminal; o tempo médio de renovação da fração indigestível no rúmen; a produção e composição lácteas e a eficiência de utilização de energia metabolizável de cabras em lactação. Foram testados os efeitos da combinação de três tamanhos de partícula (2, 5 e 15 cm) e quatro níveis de fibra em detergente neutro oriundo da forragem (FDNf) (34, 41, 49, 57% FDNf). Foram utilizadas 48 cabras multíparas com,em média,51 kg de massa corporal e 60 dias em lactação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3 x 4, com 4 repetições. A fonte forrageira utilizada foi o feno de capim tifton (Cynodon dactylon), considerado de boa qualidade, contendo 62% de FDN e 15% de PB, fornecido em mistura completa com o concentrado a base de fubá de milho e farelo de soja. O tamanho de partícula da forragem influenciou o comportamento alimentar dos animais, apresentando efeito linear crescente sobre o tempogasto na ingestão de alimentos. Houve interação entre tamanho de partícula e nível de fibra da forragem, quando avaliado o tempo gasto em ingestão, por unidade de fibra consumida. Verificou-se o efeito do tamanho de partícula sobre o consumo de MS e FDN fisicamente efetivos, sendo este último também influenciado pelo nível de FDNf. Não houve influência do tamanho de partícula da forragem sobre o percentual de partículas maiores que 1,19 mm, nem sobre o diâmetro geométrico médio (DGM) das partículas contidas no compartimento ruminal e nas fezes. Houve efeito interativo entre tamanho de partícula e nível de FDNf sobre o percentual de partículas maiores que 1,19mm e do DGM das partículas no compartimento omasal. No compartimento abomasal houve efeito linear decrescente do nível de fibra da forragem sobre o percentual de partículas maiores que 1,19 mm e DGM das partículas. O tamanho de partícula da forragem não afetou o consumo de matéria seca e dos nutrientes, expressos em gramas por dia. No entanto, foi observada interação entre tamanho de partícula e nível de FDNf sobre a concentração de fibra consumida na ração. O tamanho de partícula influenciou quadraticamente

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sobre a concentração de lignina consumida na ração. Houve efeito interativo do tamanho de partícula e nível de FDNf sobre a concentração de fibra no rúmen. Não houve influência do tamanho de partícula sobre: a digestibilidade da matéria seca e dos nutrientes; o balanço e aproveitamento do nitrogênio no organismo animal; o tempo médio de renovação da matéria seca, FDN ou lignina; a produção e composição láctea, com exceção ao teor de gordura no leite, que foi influenciado pela interação entre tamanho de partícula e nível de FDNf e; as eficiências de utilização da energia metabolizável. O tamanho de partícula da forragem não deve ser considerado fator importante na formulação de dietas de cabras leiteiras pela habilidade que apresentam em fragmentar partículas a tamanhos homogêneos e, por isso, não causar alterações no consumo, utilização de nutrientes ou desempenho animal.

Título em português

Influência do manejo mãe-cria na eficiência reprodutiva de primíparas de raças de corte Título em inglês

Influence of cow-calf management on reproductive efficiency of primiparous beef cows Pesquisador:

Paulo Gustavo M. A. Martins

Email:

paulogustavo@vicosa.ufv.br

Orientador:

Ciro Alexandre Alves Torres

Data da defesa:

21/02/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Suplementação mineral, Vacas primíparas, Pós-parto, Mineral supplementation, Primiparous cows, Postpartum, PRODUCAO ANIMAL Resumo:

A presente tese foi elaborada a partir de dois experimentos, um realizado nos Estados Unidos (durante dois anos consecutivos) e outro no Brasil, com o propósito de comparar os efeitos do desmame precoce com a remoção de bezerros por um curto período de tempo. O estudo relatado nesta tese focou na mensuração do desempenho de vacas de corte de primeira 38

cria e bezerros, submetidos a diferentes regimes de desmame. No estudo conduzido nos Estados Unidos, os objetivos foram investigar os efeitos da retirada de bezerros por 48 horas, do desmame precoce e de repetidas retiradas dos bezerros por 48 horas a cada 20 dias durante a estação de monta, no desempenho de vacas de primeira cria. No estudo conduzido no Brasil, os objetivos foram comparar os efeitos da retirada dos bezerros por 72 horas, e do desmame precoce com vacas que tiveram seus bezerros mantidos ao pé, nas mensurações de desempenho de vacas da raça Nelore de primeira cria, criadas em condições tropicais. Durante dois anos consecutivos, foi utilizado na “University of Florida, Institute of Food and Agricultural Sciences, Range Cattle Research and Education Center” um total de 112 vacas primíparas, cruzadas Brahman x Britânica e seus respectivos bezerros, distribuídos aleatoriamente em três tratamentos: DP (desmame precoce); DI (desmame intervalado – remoção de bezerros por 48 horas; quatro vezes a cada 20 dias); e CON (controle; remoção de bezerros por 48 horas uma única vez). Os tratamentos foram iniciados no começo da estação de monta de 90 dias (dias pós-parto médio = 94 ± 20,6 dias). Amostras de sangue foram coletadas durante 90 dias em intervalos de 10 dias para determinação da concentração de progesterona. A retomada da ciclicidade foi definida como duas amostras consecutivas com concentração de progesterona ≥ 1,5 ng/mL. O peso corporal e escore de condição corporal (ECC) das vacas foram determinados no começo (d 0), durante (d 41) e final (d 90) do estudo; o peso corporal de bezerros foi determinado no começo e final do estudo. A prenhez foi diagnosticada por ultrassonografia transretal aproximadamente 45 dias após o final da estação de monta. Os pesos corporais de vacas e bezerros no começo da estação de monta não foram diferentes entre tratamentos, mas foram maiores (P< 0,01) para vacas e bezerros DP no final do estudo (d 90; 355 ± 39,5, 358 ± 37,4 e 388 ± 44,7 para vacas DP, DI e CON, respectivamente – EPM = 2,6; 170, 126, e 132 kg para bezerros DP, DI e CON, respectivamente – EPM = 5,3). As vacas dos tratamentos DP e DI tiveram retomada da ciclicidade mais cedo do que aquelas do grupo CON (média de dias para retomada da ciclicidade: 65 ± 1,6; 67 ± 1,3; e 75 ± 1,5 para vacas DP, DI e CON, respectivamente). No dia 20 da estação de

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monta (correspondendo a uma média de 114 dias pós -parto), mais (P= 0,06) vacas DP estavam ciclando do que vacas CON, mas foi similar a vacas DI. As médias da taxa de gestação obtida nos dois anos demonstraram que as vacas DI tiveram uma maior taxa de prenhez do que vacas CON (P= 0,05) e não diferiram (P= 0,75) de vacas DP. No estudo realizado no Mato Grosso do Sul, na Tortuga Agropecuária, Fazenda Caçadinha, setenta e seis vacas Nelore primíparas e seus respectivos bezerros foram aleatoriamente distribuídos em três tratamentos: DP (desmame precoce); DT (desmame temporário por 72 horas); e CON (controle – vacas mantidas com seus bezerros durante o estudo). De maneira semelhante ao experimento conduzido nos EUA, os tratamentos foram iniciados no início de uma estação de monta de 90 dias. O peso corporal de vacas e bezerros e o ECC foram determinados nos dias 0, 30, 63 e 90 do estudo. Amostras de sangue foram coletadas a cada 10 dias durante a estação de monta para determinação de concentrações de progesterona. A prenhez foi diagnosticada por exame ultrassonográfico via transretal durante (d 63) e 53 dias após o final da estação de monta. O peso corporal de vacas e bezerros não diferiu entre si no começo da estação de monta (peso corporal médio = 365 ± 28,3 e 106 ± 14,5, respectivamente), assim como o ECC de vacas. Entretanto, no final da estação de monta, o peso corporal de vacas DP foi maior (P< 0,05), comparado com vacas DT e CON (peso corporal médio = 440 ± 35,4; 404 ± 33,4; 398 ± 30,3, respectivamente). O ECC foi também maior para vacas DP comparadas ao de vacas DT e CON (ECC médio = 4,5; 3,8; 3,8, respectivamente; EPM = 0,10). Para as mensurações dos bezerros, diferentemente do que ocorreu nos EUA, bezerros DT e CON tiveram maior peso corporal comparado com bezerros DP desde dezembro, refletindo no peso corporal no momento do desmame tradicional (164 ± 19,1; 201 ± 23,7; 196 ± 20,2 para bezerros DP, DT e CON, respectivamente). Já no dia 10 da estação de monta (correspondendo a aproximadamente 120 dias pós-parto), mais vacas DP estavam ciclando do que vacas DT e CON. A taxa de prenhez foi de 84,0% e 96,0% para DP, 60,0% e 84,0% para DT, e 46,2% e 80,8% para CON durante e após a estação de monta, respectivamente. A partir dos dados coletados durante o estudo, podese inferir que o manejo da amamentação pode ajudar a melho-

rar o desempenho reprodutivo de vacas de primeira cria sob condições de pastejo, sendo que tanto nos Estados Unidos como no Brasil o desmame precoce melhorou o desempenho reprodutivo. A remoção temporária repetida de bezerros realizada nos Estados Unidos demonstrou ser uma opção para produtores na Flórida que não estejam habilitados ou não dispostos a desmamar permanente bezerros de suas mães em idades precoces. No Brasil, a remoção de bezerros por 72 horas não foi efetiva em antecipar o retorno à ciclicidade, apesar de as vacas DT terem apresentado taxa de prenhez similar, se comparadas às vacas DP. Também, pode ser concluído que o desempenho dos bezerros desmamados precocemente é dependente das condições ambientais e de alimentos (espécie forrageira) em que são submetidos e criados.

Título em português

Curvas de lactação e consumo de vacas F1 Holandês x Zebu em pastejo e em confinamento Título em inglês

Intake and lactation curves of F1 Holstein x Zebu dairy cows in pasture and feedlot Pesquisador:

Stefanie Alvarenga Santos

Email:

stefanie_zootecnia@hotmail.com

Orientador:

Sebastião de Campos Valadares Filho

Data da defesa:

21/02/2011

Arquivo:

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Assuntos:

AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS, Consumo, Curva de lactação, Vacas mestiças, Consumption, Lactation curves, Crossbred cows Resumo:

O presente trabalho foi constituído de três experimentos, que foram descritos em quatro capítulos. Para o capítulo 1 foi objetivo avaliar o efeito de diferentes volumosos sobre o desempenho de vacas em lactação F1 Holandês x Gir em condições tropicais. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em Felixlândia-MG. Doze vacas mestiças F1 Holan-

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dês x Gir foram distribuídas em um quadrado latino 4x4, balanceado para efeito residual, e cada tratamento experimental foi atribuído a um grupo de três vacas. O experimento consistiu de quatro tratamentos e cinco períodos experimentais de 21 dias, com 14 dias de adaptação e sete dias de coleta de dados. Os tratamentos experimentais foram silagem de sorgo, silagem de milho, cana-de- açúcar in natura e silagem de cana-de-açucar ensilada com óxido de cálcio a 1%. Foram utilizados três indicadores (LIPE ® dióxido de titânio, e FDAi) para estimar o consumo individual. Os consumos de matéria seca (MS) e de matéria orgânica (MO) foram maiores (P < 0,05) para vacas consumindo silagem de milho (P < 0,05) e menores para silagem de sorgo, cana-de-açucar in natura e silagem de cana- de-açucar, consecutivamente. As digestibilidades da MS e da MO das dietas contendo silagem de milho, silagem de sorgo e cana-de-açucar in natura foram semelhantes (P > 0,05) e por sua vez maiores que para a dieta à base de silagem de canade-açucar (P < 0,05). A produção de leite de vacas alimentadas com silagem de milho e silagem de sorgo não diferiu (P > 0,05) mas foram maiores que a produção de leite de vacas alimentadas com cana-de-açúcar in natura e silagem de cana-de-açucar, que não diferiram entre si. Houve maior teor de ácidos graxos nãoesterificados (P < 0,05) no plasma (AGNE) de vacas alimentadas com silagem de cana-de-açucar. O balanço de compostos nitrogenados (N) foi maior para vacas alimentadas com silagem de milho e de sorgo, seguido pela cana-de-açucar in natura e silagem de cana-de-açucar (P < 0,05). Concluiu-se que a dieta à base de silagem de cana-de-açucar proporciona baixo consumo, baixa digestibilidade, baixa eficiência de utilização do N e elevada mobilização de reservas corporais em vacas F1 Holandês x Gir. Esta mobilização suporta uma produção de leite similar a de vacas alimentadas com cana-de-açucar in natura. As silagens de milho e de sorgo proporcionam um desempenho satisfatório e maior eficiência de utilização do N, mesmo com a maior relação entre volumoso e concentrado nestes tratamentos. No capítulo 2 o objetivo foi desenvolver curvas de lactação, de consumo e variação de peso de vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em sistemas a pasto. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em Felixlândia 40

-MG, entre os meses de janeiro e maio de 2008. Foram utilizadas 18 vacas F1, sendo seis Holandês x Gir (HGI), seis Holandês x Guzerá (HGU) e outras seis Holandês x Nelore (HNE), que constituíram três tratamentos experimentais. O modelo original de predição de consumo de matéria seca do NRC (2001) não foi adequado para explicar os dados de consumo de matéria seca em condições tropicais de pastejo (P < 0,05), entretanto, a estrutura do modelo, quando reparametrizada, foi adequada (P < 0,05) para predição de consumo de matéria seca de vacas F1 Holandês x Zebu em condições de pastejo com gramíneas tropicais. Após reparametrização do modelo proposto pelo NRC (2001), foi obtida a seguinte equação: CMS (kg/ dia) = (0.6089*LCG + 0.0244 *PC0,75) + (1 – e(0.2919*(SL+5.5772))), sendo: LCG: produção de leite corrigido para gordura; PC: peso corporal; SL: semana de lactação. Houve similaridade dos modelos Jenkins & Ferrell (1984) modificado e Wood (1967) para predizer a produção de leite de vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em pastagens, quando comparados ao modelo Jenkins & Ferrel (1984) original. O modelo de Wood (1967) apresentou dispersão uniforme em torno do eixo X, sendo então utilizado para estimação de parâmetros para cada grupo genético, como se segue: HGI =17.2667*t0.0652*e-0.00424t; HGU =18.1470*t0.0332*e-0.00408t; HNE =14.2836*t0.1059*e-0.00552t. Os teores de AGNE apresentaram variação em função dos diferentes grupos genéticos (P < 0,05), sendo apresentadas três equações em função dos dias de lactação, como se segue HGI = 657.42 + 3.6957*t – 32.4659*t1/2 – 0.1352*t3/2; HGU = 664.73 + 3.6957*t – 32.4659*t1/2 – 0.1352*t3/2; HNE = 607.70 + 3.6957*t – 32.4659*t1/2 – 0.1352*t3/2. Dentre os modelos matemáticos avaliados, o modelo de Wood (1967) apresenta melhor ajuste aos dados de produção de leite de vacas mestiças F1 sob pastejo em gramíneas tropicais. Utilizando-se este modelo, as vacas do grupo HGI apresentam maior produção acumulada aos 305 dias. O pico de consumo de matéria seca, estimado pela equação do NRC (2001) reparametrizada, ocorre durante a sexta semana de lactação, quando ocorre estabilização do consumo de matéria seca de pasto dos diferentes grupos genéticos. Mesmo assim as vacas passam por uma fase de balanço energético negativo durante a sétima semana em função das característi-

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cas da pastagem tropical. No capítulo 3 o objetivo foi avaliar o consumo, a digestibilidade e a eficiência de utilização do N para vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em sistema de pastejo. O experimento foi conduzido na Fazenda experimental da EPAMIG, em Felixlândia-MG, entre os meses de janeiro e maio de 2008. Foram utilizadas 18 vacas F1, recémparidas, sendo seis HGI, seis HGU e outras seis HNE, que constituíram os três tratamentos experimentais, distribuídas em amostras aleatórias simples sob as mesmas condições de alimentação: pasto mais concentrado com 22% de proteína bruta (PB). Para estimativa do consumo individual a pasto, foram utilizados dois indicadores. O dióxido de titânio foi usado para estimar a excreção de matéria seca fecal e para consumo individual de pasto, foi utilizada a fibra em detergente ácido indigestível (FDAi). Não houve efeito de grupos genéticos sobre os consumos e coeficientes de digestibilidade dos nutrientes (P < 0,05) para nenhum efeito da regressão linear múltipla. Todos os parâmetros das equações de regressão relativos ao consumo de nutrientes, com exceção dos consumos de MS e MO em % do peso corporal (PC), de carboidratos não-fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT) em %PC, foram significativos (P < 0,05) e apresentaram comportamento quadrático, com ponto critico positivo. Os coeficientes de digestibilidade para PB, fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp) e o teor de NDT foram afetados pelo período de lactação (P < 0,05), enquanto os coeficientes de digestibilidade da MS, extrato etéreo (EE) e matéria orgânica (MO) não apresentaram efeito do período de lactação (P > 0,05). Não houve efeito do grupo genético (P > 0,05) para os parâmetros de eficiência de utilização do N. A excreção de uréia na urina (EUU) apresentou comportamento quadrático em função dos dias de lactação (P < 0.05) com excreção máxima estimada aos 49 dias. Já o nitrogênio uréico no leite (NUL) e no plasma (NUP) também em comportamento quadrático (P < 0,05) apresentaram pico aos 120 e 119 dias, respectivamente. Sendo assim, conclui-se que a utilização de diferentes grupos genéticos de vacas Holandês x Zebu sob pastagens tropicais não promove alteração sobre os consumos, as digestibilidades dos nutrientes e a eficiência de utilização do N, que variaram em função do período de lactação, apresentando em geral comportamento quadrático

para os três grupos genéticos. No capítulo 4 o objetivo foi avaliar curvas de lactação, consumo de nutrientes e variação de peso de vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em sistema de confinamento, bem como a eficiência metabólica da utilização dos nutrientes. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Felixlândia-MG, entre os meses de junho de 2008 e fevereiro de 2009. Foram utilizadas 18 vacas F1 recém-paridas, sendo seis HGI, seis HGU e outras seis HNE, que constituíram três tratamentos experimentais, distribuídas em amostras aleatórias simples, alimentadas com silagem de milho à vontade mais concentrado com 20% de PB. Para estimativa do consumo individual das vacas alimentadas em grupo foram utilizados três indicadores. A LIPE® foi usada para estimar a excreção de matéria seca fecal. Para estimar o consumo individual de concentrado fornecido no cocho coletivo, na forma de mistura completa, foi utilizado o dióxido de titânio. Para estimativa do consumo individual de volumoso foi utilizada a FDAi. Foram utilizados três modelos matemáticos para ajuste das curvas de lactação e de variação de peso, como se segue: Y = at be−ct (Wood,1967); Y = ate−ct (Jenkins & Ferrel,1984); Y = a+bte−ct. (Jenkins and Ferrell, 1984) com um parâmetro de ajustamento. Não houve efeito (P > 0,05) dos grupos genéticos sobre o consumo de matéria seca (MS) e dos demais nutrientes. Os consumos de MS, de MO, de FDNcp, de EE e de NDT apresentaram comportamento quadrático em função dos dias em lactação (P < 0,05),sendo o mesmo comportamento observado para os coeficientes de digestibilidade da MS, MO e do EE, assim como os teores de NDT (P < 0,05). Foram construídas curvas de lactação para os grupos genéticos HGI =19,0764*t0,0166*e -0,00181*t; HGU =15,6232*t0,0936*e-0,00274*t e HNE =15,4655*t0,0401*e-0,00305*t, através do modelo matemático obtido por Wood (1967). Através do modelo Jenkins e Ferrell (1984) foi desenvolvida uma equação para estimar a variação de peso dos animais pertencentes aos três grupos de forma conjunta, sendo: HZE = 511,1 + 1,7925*t*e-0,0105*t. Não houve efeito (P > 0,05) dos grupos genéticos sobre a eficiência de utilização dos compostos nitrogenados, porém houve efeito significativo do período de lactação, exceto sobre os compostos nitrogenados microbianos (NM) que apresentaram resposta quadrática ao longo

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da lactação (P < 0,05). Assim, conclui-se que a utilização de diferentes grupos genéticos de vacas Holandês x Zebu em confinamento não promove alteração sobre os consumos e as digestibilidades dos nutrientes, variação de peso e eficiência metabólica. As vacas HGU fapresentam produção de leite acumulada aos 305 dias de 4946,81 kg, com pico de lactação de 19,80 kg aos 34 dias, enquanto as vacas HGI apresentam desempenho muito próximo, com pico de lactação de 19,46 kg aos 8 dias e produção acumulada de 4821,78 kg. As vacas HNE apresentam desempenho inferior, com pico de produção de 16,47 kg aos 16 dias e produção acumulada de 3674,98 kg.

Título em português

Indicadores zootécnicos e econômicos da atividade leiteira na mesorregião noroeste do Espírito Santo e microrregião de Juiz de Fora Título em inglês

Technical and economical indicators of milking activity in the northwest mesoregion of Espírito Santo and microregion of Juiz de Fora Pesquisador:

Cesar Conte Guimarães Filho

Email:

conte1000@yahoo.com.br

Orientador:

Rogério de Paula Lana

Data da defesa:

04/03/2011

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Bovinocultura de leite, Custo de produção, Avaliação econômica, Dairy cattle, Productive costs, Economic evaluation Resumo:

Para o desenvolvimento da tese foram realizados dois estudos com produtores de leite. No primeiro estudo, foram avaliadas 18 propriedades leiteiras localizadas na região noroeste do estado do Espírito Santo, durante o período de janeiro a dezembro de 2009, todas estas participantes do projeto Educampo Leite/ SEBRAE-ES que, em parceria com um laticínio da região, fornece assistência técnica e gerencial aos produtores de leite assistidos. Dentre os indicadores analisados, a taxa de remuneração do capital com terra 42

(TRCCT) foi adotada como variável resposta padrão (variável dependente) para interpretação do comportamento técnico e econômico das propriedades analisadas, utilizando-se a análise de trilha. Os produtores de leite da região noroeste do Espírito Santo apresentaram valores heterogêneos de rentabilidade na atividade leiteira, associados à heterogeneidade do rebanho, onde são criados animais para recria e engorda, juntamente com os animais de produção leiteira, sendo os últimos os que representam as maiores fontes de renda neste sistema. Os indicadores que mais impactaram a rentabilidade do sistema foram o número de vacas totais pela quantidade do rebanho, a produção de leite pela mão-de-obra contratada e a quantidade de vacas em lactação por hectare. A quantidade de vacas em lactação pelo total de vacas apresentou indiretamente correlação positiva com a produção de leite pelo total de vacas. Este último afetou indiretamente a TRCCT por meio dos indicadores produção de leite por vacas em lactação, produção de leite anual pela mão-de-obra contratada, gasto com concentrado pela renda bruta do leite e negativamente quando correlacionado com a mão-de-obra sobre a renda bruta do leite, o que é vantajoso, pois otimiza os custos de produção. Foi possível detectar que, caso o preço do leite aumente, há efeito de forma positiva e indireta sobre a produção de leite por vacas totais que, conforme citado, tem correlação positiva e direta com a TRCCT. No segundo estudo foram avaliadas 22 propriedades leiteiras, no período de janeiro a dezembro de 2009, estas localizadas na microrregião de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais, tendo como características comuns a estas propriedades o sistema de criação dos animais a pasto, a baixa produção por animal, o restrito uso de concentrado e a mãode-obra predominantemente familiar. Foi estudado o efeito do mês de produção sobre todas as variáveis analisadas, onde detectou-se elevada sazonalidade produtiva e da renda bruta. As variáveis que mais se correlacionaram com a renda bruta do leite foram as características de produção como a produção de leite por dia, produção de leite por vacas em lactação e produção de leite por hectare/dia; já para as características de composição e de qualidade do leite, a que mais se correlacionou com a renda bruta do leite foi a lactose. Foi possível detectar o quanto o pequeno produtor de leite é impactado pela época do ano e de-

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pendente da condição climática para conseguir maior renda bruta na sua atividade, já que usualmente não faz uso de alimentos suplementares, nem de outras estratégias para amenizar a sazonalidade de produção forrageira.

Título em português

Desempenho nutricional de bovinos em pastejo durante os períodos de seca e de águas suplementados com compostos nitrogenados e/ou amido Título em inglês

Nutritional performance of cattle under grazing during dry and rainy seasons supplemented with nitrogenous compounds and/or starch Pesquisador:

Isis Lazzarini

Email:

isislazzarini@yahoo.com.br

Orientador:

Edenio Detmann

Data da defesa:

22/03/2011

Arquivo:

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Assuntos:

AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS, Bovinos de corte, Capim-braquiária, Fibra em detergente neutro, Suplementação, Beef cattle, Brachiaria grass, Neutral detergent fiber, Supplementation Resumo:

A presente tese foi baseada em dois experimentos com bovinos de corte em pastagem composta por capim-braquiária (Uruchloa decumbens), sendo um conduzido durante o período da seca e o outro durante o período das águas. Objetivou-se avaliar os efeitos da suplementação protéica e/ou com amido sobre o desempenho nutricional de bovinos em pastejo. No primeiro experimento, conduzido no período da seca entre julho e setembro de 2008, foram utilizados cinco novilhos mestiços, Holandês x Zebu, com peso corporal médio (PC) de 396,8±13,4 kg, fistulados no rúmen e no abomaso. Foram avaliados os seguintes tratamentos: 1.controle (somente forragem basal); 2.suplementação com compostos nitrogenados supridos na proporção de 1 g de proteína bruta (PB) por kg de PC via administração ruminal; 3.suplementação

com amido na proporção de 2,5 g/kg de PC via administração ruminal; 4.suplementação com compostos nitrogenados e amido na forma como descrito para os tratamentos 1 e 2; e 5.suplementação similar ao descrito para o tratamento 4 no qual o amido foi substituído por mistura de amido e compostos nitrogenados de modo que a porção energética do suplemento apresentasse 15% de PB. O experimento foi conduzido segundo delineamento em quadrado latino 5 x 5, adotando-se esquema fatorial 2 x 2 +1 (adição ou não de suplemento nitrogenado, adição ou não de amido, com tratamento adicional correspondente ao tratamento 5 descrito anteriormente). O consumo de pasto não foi afetado (P>0,10) por nenhum dos fatores avaliados. O consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT) foi elevado (P<0,10) tanto pela suplementação com compostos nitrogenados, como pela suplementação com amido. O consumo de NDT foi também incrementado (P<0,10) pelo suprimento adicional de compostos nitrogenados para os animais suplementados com nitrogênio e amido. A suplementação com compostos nitrogenados elevou (P<0,10) o nível dietético de NDT não afetando os coeficientes de digestibilidade total (P>0,10), com exceção da PB, no qual se observou efeito interativo (P<0,10) com a suplementação com amido. O suprimento adicional de compostos nitrogenados para os animais suplementados com nitrogênio e amido elevou (P<0,10) o nível dietético de NDT e os coeficientes de digestibilidade total da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e fibra em detergente neutro (FDN). O balanço aparente de compostos nitrogenados (BN) foi afetado (P<0,10) de forma interativa pela suplementação. As estimativas de BN somente foram incrementadas (P<0,10) pela suplementação conjunta com compostos nitrogenados e amido. Diante destes resultados, concluiu-se que a suplementação com amido e compostos nitrogenados para bovinos mantidos a pasto durante o período seco confere efeito interativo potencializando a retenção de nitrogênio no organismo animal. No segundo experimento, realizado no período das águas entre janeiro e março de 2009, foram utilizados cinco novilhos Nelore, com PC de 211,0±17,1 kg, fistulados no rúmen. Foram avaliados os mesmos tratamentos, e utilizado o mesmo delineamento e o mesmo esquema experimental descritos para o primeiro experimento. A suplementação com compostos

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nitrogenados ampliou (P<0,10) o consumo de PB, porém não afetou isoladamente (P>0,10) nenhuma das demais variáveis associadas ao consumo voluntário. A suplementação com amido incrementou (P<0,10) o consumo total de MS, mas não afetou (P<0,10) o consumo de pasto. Adicionalmente, efeitos isolados da suplementação com amido foram verificados (P<0,10) sobre os consumos de PB, MS digerida e MO digerida, havendo incremento na ingestão destes componentes na presença de amido. Verificou-se efeito de interação da suplementação com compostos nitrogenados e amido (P<0,10) sobre os consumos de CNF e de NDT. O desmembramento deste efeito indicou que o consumo de NDT não foi ampliado (P>0,10) em relação ao controle quando nitrogênio ou amido foram fornecidos isoladamente, mas foi incrementado (P<0,10) quando ambos os componentes foram fornecidos conjuntamente. Em nenhuma das variáveis associadas ao consumo voluntário se verificou efeito (P>0,10) do fornecimento adicional de nitrogênio aos animais suplementados com compostos nitrogenados e amido. Os coeficientes de digestibilidade da MS e da MO e o nível dietético de NDT foram afetados de forma interativa (P<0,10), verificando-se maiores estimativas quando amido e compostos nitrogenados foram fornecidos conjuntamente. O BN foi incrementado (P<0,10) tanto pela suplementação com compostos nitrogenados, como pela suplementação com amido. Contudo, mesmo sem efeito interativo (P>0,10), a estimativa de BN se mostrou superior com a suplementação conjunta com amido e compostos nitrogenados em comparação à suplementação isolada com estes compostos. Diante dos resultados obtidos, concluiu-se que a suplementação com amido e compostos nitrogenados para bovinos mantidos a pasto durante o período das águas, considerandose forragem com alto teor de proteína bruta, confere efeito interativo potencializando a digestão da matéria seca e o consumo de energia. Efeitos indiretos envolvendo aspectos metabólicos são observados, entre os quais se destaca a ampliação da retenção de nitrogênio no organismo animal.

Título em português

Farelo de mamona destoxificado na ensilagem de cana-de-açúcar em dietas para ovinos 44

Título em inglês

Detoxified castor bean meal as additive in the sugar cane silage for sheeps Pesquisador:

Aline Cardoso Oliveira

Email:

ninhazootec@hotmail.com

Orientador:

Rasmo Garcia

Data da defesa:

09/05/2011

Arquivo:

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Assuntos:

PASTAGEM E FORRAGICULTURA, Composição química, Digestibilidade, Efluentes, Pennisetum Purpureum, Chemical composition, Digestibility, Effluent, Pennisetum Purpureum Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido mediante a condução de dois experimentos, os quais geraram informações que serão apresentadas na forma de quatro capítulos. Ressalta-se, inicialmente, que a cana-de-açúcar utilizada nos experimentos que serão descritos foi ensilada com a adição de farelo de mamona destoxificado em quatro níveis 0, 7, 14 e 21% (com base na matéria natural). No primeiro capítulo, avaliaram-se os efeitos da inclusão de níveis de farelo de mamona destoxificado na composição químico-bromatológica, as características fermentativas e as perdas de MS da silagem de cana-de-açúcar. Foi adotado delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (0, 7, 14 e 21% da matéria natural) de inclusão do farelo de mamona destoxificado, com cinco repetições. Foram usados silos de PVC, com 50 cm de altura e 10 cm de diâmetro para a produção das silagens, que foram abertos após 60 dias. A densidade da ensilagem nos silos foi equivalente a 750 kg de matéria natural/m3. Os silos foram pesados no início e ao final do período experimental para quantificar as perdas por gases e efluente. A inclusão de farelo de mamona elevou os teores de MS e proteína bruta e reduziu os teores de fibra em detergente neutro, N-NH3, etanol e as perdas das silagens, não ocasionando efeito nos valores de pH. A fermentação alcoólica da silagem foi reduzida com a inclusão do aditivo. No segundo capítulo o experimento foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o consumo, o desempenho e a digestibilidade de cordeiros machos

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da raça Santa Inês alimentados com dietas contendo silagem de cana-de-açúcar ensilada com níveis crescentes de farelo de mamona destoxificado. Foram utilizados 24 ovinos, com peso corporal médio 25,34 kg e em média quatro meses de idade, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram constituídos de quatro níveis de inclusão 0, 7, 14 e 21% do farelo de mamona na ensilagem de cana-de -açúcar. Os consumos de matéria seca (g/dia, % PC e g/PC 0,75), matéria orgânica, proteína bruta, extrato etéreo, nutrientes digestíveis totais, carboidratos totais, energia metabólica e energia digestível, foram influenciados de forma quadrática positiva pelos níveis de inclusão de farelo de mamona. Os consumos de fibra em detergente neutro (g/dia, %PC e g/PC 0,75) e carboidrato não fibroso (g/dia) apresentaram comportamento linear crescente. Apenas o coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro apresentou efeito linear crescente, os demais nutrientes apresentaram efeito quadrático positivo, com ponto máximo entre os níveis de 14,87 e 17,87% de inclusão. O ganho médio diário e total apresentou efeito quadrático em função dos níveis de farelo de mamona, com ponto máximo de 241,64 g/dia e 18,12 kg ao nível de 16,19% de inclusão. A conversão alimentar apresentou resposta quadrática com a inclusão do farelo de mamona. No terceiro capítulo objetivou-se avaliar o comportamento ingestivo de ovinos da raça Santa Inês recebendo dietas com diferentes níveis de farelo de mamona na ensilagem da cana-de-açúcar. O delineamento e as condições experimentais foram semelhantes aos relatados no segundo capítulo. O consumo de matéria seca (MS) foi influenciado de forma quadrática enquanto o consumo de fibra em detergente neutro (FDN), o tempo em minutos despendido nas atividades de alimentação, a eficiência de alimentação e ruminação (g MS e FDN/hora) apresentaram resposta linear crescente com a inclusão do farelo de mamona na ensilagem. No entanto, o tempo em minutos despendido nas atividades de ócio, apresentou resposta linear decrescente. As variáveis tempo gasto na atividade de ruminação, número de bolos por dia e número de mastigações por dia e por bolo, não foram afetadas pelos níveis de inclusão de farelo de mamona. A inclusão de farelo de mamona na ensilagem de cana-de-açúcar promove melhoria

na eficiência de alimentação e ruminação de ovinos Santa Inês. No quarto capítulo, objetivou-se avaliar a composição química e de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de cordeiros Santa Inês alimentados com dietas contendo silagem de cana-de-açúcar ensilada com níveis crescentes de farelo de mamona. O delineamento e as condições experimentais foram semelhantes aos relatados no segundo capítulo. Não houve efeito da inclusão de farelo de mamona nas porcentagens de umidade (73,3%), cinza (1,1%), proteína bruta (21,17%) e lipídeos totais (2,1%) do músculo Longissimus. A inclusão dos níveis de farelo de mamona não alterou a composição de ácidos graxos saturados (AGS), mas influenciou os polinsaturados, que foram reduzidos linearmente. A razão n6:n3 não foi influenciada pelos níveis de farelo de mamona, mas as proporções se mantiveram dentro dos limites recomendáveis, o que caracteriza uma carne mais saudável do ponto de vista nutricional.

Título em português

Relação triptofano:lisina em rações para poedeiras leves Título em inglês

Tryptophan: lysine ratio in diets for white leghorn hens Pesquisador:

Arele Arlindo Calderano

Email:

arelecalderano@yahoo.com.br

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

16/05/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Energia metabolizável, Triptofano, Poedeiras leves, Tryptophan, Metabolizable energy, Laying hens, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Foram realizados dois experimentos com o objetivo de determinar as relações ideais dos aminoácidos triptofano digestível:lisina digestível em rações para poedeiras leves de 24 a 40 (Experimento I) e de 42 a 58 (Experimento II) semanas de idade. Em cada experimento foram utilizadas 240 poedeiras Hy-Line W-36, distribuídas em delineamento inteiramente ao

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acaso, com cinco tratamentos, oito repetições e seis aves por unidade experimental. Ao completarem 24 e 42 semanas de idade as aves foram submetidas aos tratamentos experimentais que consistiram de rações isonutritivas, exceto para os níveis de triptofano digestível. No experimento I os níveis de triptofano digestível nas rações foram 0,157; 0,168; 0,179; 0,190 e 0,201%, proporcionando relações triptofano digestível:lisina digestível de 21,5; 23,0; 24,5; 26,0 e 27,5 respectivamente. Foi utilizado um nível subótimo de lisina digestível nas rações de 0,730%. No experimento II os níveis de triptofano digestível nas rações foram 0,149; 0,160; 0,171; 0,182 e 0,193%, proporcionando relações triptofano digestível:lisina digestível de 21,5; 23,1; 24,6; 26,2 e 27,8 respectivamente. Foi utilizado um nível sub ótimo de lisina digestível nas rações de 0,694%. Em ambos os experimentos os seguintes parâmetros foram avaliados: consumo alimentar (ração, triptofano digestível e lisina digestível), porcentagem de postura, peso dos ovos, massa de ovos, conversão alimentar (dúzia e massa de ovos), eficiência de utilização de lisina digestível (massa e número de ovos), porcentagem dos componentes dos ovos, ganho de peso e balanço de nitrogênio. No experimento I houve efeito linear dos níveis de triptofano digestível sobre o consumo de ração, de triptofano digestível e de lisina digestível, a porcentagem de postura, a massa de ovos, a conversão alimentar por massa de ovos, a eficiência de utilização de lisina por massa de ovos e o ganho de peso. Também foi observado efeito quadrático sobre o peso dos ovos. Para a eficiência de utilização de lisina por massa de ovos houve melhor ajuste dos dados ao modelo LRP, sendo obtida menor soma de quadrado dos desvios. O nível de triptofano digestível na dieta a partir do qual ocorreu o platô foi de 0,184%. Esse nível correspondeu ao consumo de 142 mg/ave/dia de triptofano digestível e a relação ideal triptofano digestível:lisina digestível de 25,2%. xi No experimento II foi observado efeito linear sobre o consumo de triptofano digestível. Houve efeito quadrático sobre a porcentagem de postura, a massa de ovos, a conversão alimentar por massa de ovos e a eficiência de utilização de lisina por massa de ovos. Para a conversão alimentar por massa de ovos foi obtido 0,178% como nível ótimo, que correspondeu ao consumo de 158 mg/ave/dia de triptofano digestível e a relação ideal triptofano digestível:lisina digestível 46

de 25,6%. Aplicando-se o limite de confiança de 95% para a resposta da equação quadrática foi obtida a relação de 24,3%. As relações ideais triptofano digestível:lisina digestível recomendadas nas dietas para poedeiras leves de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade são de 25,2% e 24,3%, respectivamente.

Título em português

Adubação nitrogenada e locais de amostragens do Capim-Marandu em sistema silvipastoril Título em inglês

Nitrogen fertilizer and samplings places of marandugrass in silvopastoral system Pesquisador:

Cellyneude de Souza Fernandes

Email:

cellyneudeolivindo@yahoo.com.br

Orientador:

Rasmo Garcia

Data da defesa:

13/05/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Ureia, PASTAGEM E FORRAGICULTURA, Radiação, Digestibilidade, Urea, Radiation, Digestibility Resumo:

O experimento foi conduzido para avaliar o efeito do manejo da adubação nitrogenada (doses e fontes de N) e posição de amostragem da Brachiaria brizantha cv. Marandu, no sub-bosque em sistema silvipastoril, sobre a produtividade, relação lâmina/colmo, altura, composição química, N na lâmina foliar da forrageira e de variáveis de matéria orgânica do solo (MOS). Foi adotado o esquema de parcelas subdivididas no espaço, no delineamento em blocos casualizados com seis repetições, para estudo das variáveis referentes a planta de braquiária. A parcela principal foi o manejo da adubação nitrogenada (doses de N e fonte de N) e a subparcela as posições de amostragens no sub-bosque do sistema silvipastoril (Norte, Centro e Sul nas entrelinhas do plantio do eucalipto). O delineamento utilizado para estudo das variáveis de solo foi o de blocos casualizados com seis repetições, sendo os tratamentos do manejo da adubação nitrogenada: 50 e 100 kg ha-1 de N na forma de ureia; 50 e 100 kg ha-1 de N na forma de sulfato de amônio e o tratamento

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controle, sem adubação nitrogenada. As variáveis avaliadas relacionadas a planta foram: produtividade de matéria seca (PMS), taxa de acúmulo diário de massa seca (TAMS), relação lâmina:colmo (L/C), altura do pasto (ALT), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e nitrogênio foliar (N foliar). Considerando os dados da primeira coleta não houve interação significativa entre os fatores manejo de adubação nitrogenada e posição de amostragem sobre as variáveis PMS, TAMS, L/C, ALT, PB, FDN, FDA e N foliar, houve efeito significativo do manejo de adubação nitrogenada sobre PMS, TAMS, L/C, ALT e FDN, e houve efeito significativo da posição de amostragem sobre PMS, TAMS, L/C, ALT, FDN e FDA. Considerando os dados da segunda coleta não houve interação significativa entre os fatores manejo de adubação nitrogenada e posição de amostragem sobre as variáveis PMS, TAMS, ALT, PB, FDN, FDA e N foliar, houve efeito significativo do manejo de adubação nitrogenada sobre ALT, PB, FDN, FDA e N foliar, e houve efeito significativo da posição de amostragem sobre PMS, TAMS e ALT. A dinâmica da MOS foi estudada pela análise das seguintes variáveis: teores de carbono orgânico total (COT), nitrogênio total (NT), relação carbono nitrogênio (C/N), carbono da biomassa microbiana (Cmic) e nitrogênio da biomassa microbiana (Nmic). Para estas variáveis não houve efeito significativo do manejo de adubação nitrogenada. Os valores médios gerais de COT, NT, Cmic e Nmic, foram respectivamente, de 2,05, 0,16, 1224 e 5,32 dag kg-1 e para relação C/N de 13,34. Em sistema silvipastoril constituído pela associação Brachiaria brizantha cv. Marandu e eucalipto em meses do ano sem limitação de temperatura e umidade a adubação nitrogenada aumenta os valores das variáveis produtivas do pasto (PMS, TACMS e altura), altera apenas a FDN quanto às variáveis de composição química do pasto, não altera a dinâmica da MOS e pode ser recomendado o uso da maior dose de N (100 kg ha-1 de N) e a posição de amostragem no sub-bosque afeta as variáveis produtivas do pasto e os componentes da parede celular.

Título em português

Desempenho e perfil de ácidos graxos do leite de vacas alimentadas com óleo de girassol em dietas à base de cana-de-açúcar

Título em inglês

Performance and milk fatty acid composition of dairy cows fed sugar cane-based diets containing increasing levels of sunflower oil Pesquisador:

Shirley Motta de Souza

Email:

mailshirleymotta@yahoo.com.br

Orientador:

Sebastião de Campos Valadares Filho

Data da defesa:

30/05/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Oil, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Performance, Vacas de leite, Óleo, Digestibilidade, Desempenho, Digestibility, Dairy cows Resumo:

O objetivo desse trabalho foi avaliar dietas contendo cana-de-açúcar e óleo de girassol na alimentação de vacas leiteiras. O experimento foi conduzido na Embrapa Gado de Leite. As dietas foram formuladas para serem isoproteicas, com 14,5% de proteína bruta, na base da matéria seca (MS). Foram utilizadas quatro dietas (tratamentos) constituídas de cana-de-açúcar e quatro níveis de óleo de girassol (OG): 0, 1,5; 3,0 e 4,5% na base da MS, com relação volumoso: concentrado de 60:40. No experimento I foram utilizadas 12 vacas Holandês x Gir, multíparas, com produção média de 17±5 kg de leite/dia, peso corporal médio de 500±51 kg, distribuídas em três quadrados latinos 4 x 4, contemporâneos e balanceados para efeito residual. Cada um dos quatro períodos experimentais teve duração de 16 dias, sendo os dez primeiros de adaptação e os demais para as coletas de dados. As vacas foram ordenhadas, mecanicamente, duas vezes ao dia (6:00 h e 14:00 h), e amostras de leite foram obtidas diariamente do 11° ao 16° dia para determinação dos teores de lactose, gordura, nitrogênio total, extrato seco total e extrato seco desengordurado do leite, perfil de ácidos graxos e concentrações de ureia e alantoína. A produção de matéria seca fecal foi obtida com a fibra em detergente neutro indigestível, sendo as amostras coletadas durante seis dias. Não houve efeito (P>0,05) dos níveis de inclusão de OG nas dietas sobre o consumo de matéria seca, a produção de leite corrigida ou não para 3,5% de gordura, e os teores de proteína e lactose do leite. Houve

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efeito linear decrescente dos níveis de OG sobre os teores de gordura e de sólidos no leite (P<0,05) e sobre a produção de gordura (P<0,05). Houve efeito linear decrescente dos níveis de OG sobre a produção de proteína microbiana. Houve aumento (P<0,05) da concentração plasmática de ácidos graxos não-esterificados, colesterol total e triglicerídeos com o aumento do nível de OG. Foi observada redução (P<0,05) na concentração de ácidos graxos de cadeia curta e média, e concomitantemente houve aumento (P<0,05) na concentração do CLA C18:2 cis-9 trans-11, assim como na concentração de ácidos graxos insaturados na gordura do leite. No experimento II foram utilizadas quatro vacas Holandês x Gir, multíparas, fistuladas no rúmen, com produção média de 15±5 kg de leite/ dia e peso corporal médio de 500±39 kg, distribuídas em quadrado latino 4 x 4, balanceado para efeito residual. Cada um dos quatro períodos experimentais teve duração de 19 dias, sendo os dez primeiros de adaptação e os demais para as coletas de dados. As vacas foram ordenhadas, mecanicamente, duas vezes ao dia (6:00 h e 14:00h), e amostras de leite foram obtidas diariamente do 11° ao 19° dia para determinação dos teores de lactose, gordura, nitrogênio total, extrato seco total e extrato seco desengordurado do leite, perfil de ácidos graxos e concentrações de ureia e alantoína. A produção de matéria seca fecal foi estimada com a fibra em detergente neutro indigestível, sendo as amostras coletadas durante seis dias. Não houve efeito (P>0,05) dos diferentes níveis de OG nas dietas sobre o consumo de matéria seca, produção de leite ou teores de proteína e lactose do leite. Porém, houve efeito linear decrescente sobre os teores de gordura e de sólidos no leite (P<0,05) e sobre a produção de gordura (P<0,05). Houve redução (P<0,05) na produção de proteína microbiana, assim como aumento (P<0,05) na concentração plasmática de colesterol total e HDL. Houve redução (P<0,05) na concentração de ácidos graxos de cadeia curta e média e aumento (P<0,05) na concentração do CLA C18:2 cis-9 trans-11, assim com os ácidos graxos insaturados na gordura do leite. A suplementação com OG não alterou o fluxo ruminal de MS, MO, PB e FDNcp. As vacas alimentadas com óleo de girassol apresentaram maiores concentrações de C18:1 trans-4, C18:1 trans 6-8, C18:1 trans-9, C18:1 trans-10, C18:1 trans-11, C18:1 trans-12, C18:1 48

trans-12 e trans-13, assim como maiores teores de C18:1 cis-13 e C18:1 trans-16 no canal do omaso. Não houve efeito (P>0,05) dos níveis de inclusão de OG nas dietas sobre os parâmetros de degradação da matéria seca e da fibra em detergente neutro, assim como para pH, concentração de nitrogênio amoniacal e ácidos graxos voláteis no rúmen. Conclui-se que a suplementação de óleo de girassol em dietas à base de cana-de-açúcar diminui a concentração de ácidos graxos de cadeia média frequentemente relacionados a doenças cardiovasculares, e proporciona aumento no teor de ácidos graxos poli-insaturados, principalmente o CLA C18:2 cis-9 trans-11, tornando o leite produzido mais propício ao consumo humano.

Título em português

Consumo alimentar residual e relações com características nutricionais e de qualidade da carne em bovinos Nelores Título em inglês

Residual feed intake and its relationship with nutritional characteristics and meat quality in Nellore Pesquisador:

Karina Zorzi

Email:

karina_zorzi@yahoo.com.br

Orientador:

Augusto César de Queiroz

Data da defesa:

21/06/2011

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Produção animal, Sistema de produção, Simulação, Animal production, Production system, Simulation Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de dois experimentos. Em ambos, bovinos Nelore não castrados foram terminados em confinamento em baias individuais até atingirem 4 mm de espessura de gordura subcutânea (EGS) no músculo Longissimus dorsi (LD), critério definido para abate. A dieta do Experimento 1, referente ao ano de 2009, foi composta por feno de capim braquiária (Brachiaria brizantha), milho, caroço de algodão, farelo de algodão, polpa cítrica, ureia e mistura mineral. A dieta do Experimento 2, referente ao ano de 2010, foi composta por feno de

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tifton (Cynodon spp.), bagaço de cana, milho, caroço de algodão, farelo de algodão, polpa cítrica, uréia e mistura mineral. A relação volumoso:concentrado utilizado foi 19:81 para ambos os experimentos. O consumo voluntário de cada animal foi calculado pela diferença entre o oferecido e as sobras. Para tanto, as sobras foram pesadas diariamente e amostradas semanalmente em 10% do seu peso, sendo realizados ajustes para que estas se mantivessem entre 5 e 10% do total oferecido. Nos dois experimentos, o CAR de cada animal foi obtido pela diferença entre o consumo de massa seca observado (kg/dia) e o consumo estimado em função de seu desempenho estimado por uma equação de regressão entre o peso corporal médio metabólico e o ganho médio diário (kg/dia) dos animais. A identificação do CAR foi realizada no período pós desmame, sendo assim, os animais quando entraram na terminação já estavam previamente identificados. Em ambos os experimentos, o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo os dados analisados pelo procedimento MIXED do SAS. As médias foram ajustadas pelo método dos quadrados mínimos e comparadas pelo teste t, a 5% de probabilidade. No Experimento 1, oito animais compuseram a linha base e foram abatidos logo após o período de adaptação para servirem de referência quanto à composição corporal para os demais animais que permaneceram no experimento. Parte dos animais restantes (n=17) recebeu dieta ad libitum para atender as exigências de ganho e parte (n=9) recebeu dieta restrita de 65 g massa seca/kg de peso metabólico para atender as exigências de mantença. Estes animais receberam três tipos de dietas distintas, pois foi feito um estudo paralelo à este no qual objetivou-se estudar as exigências nutricionais em bovinos Nelore identificados para consumo alimentar residual (CAR). No Experimento 2, todos os animais receberam dieta ad libitum. No primeiro capítulo desta tese objetivou-se avaliar o efeito de classes divergentes de CAR sobre as características qualitativas da carcaça de bovinos Nelore. Para tanto foram avaliados os animais dos Experimentos 1 e 2 conjuntamente, totalizando 59 animais previamente identificados para CAR e classificados em alto CAR (> média + 0,5 Desvio Padrão; n=27) e baixo CAR (< média - 0,5 Desvio Padrão; n=32), com peso corporal médio inicial de 369 kg e idade média de 567 dias termina-

dos em baias individuais. O critério de abate foi 4 mm de EGS, entre as 12a e 13a costelas, medida por ultrassom. Após o período de resfriamento, as carcaças foram pesadas, separadas nos quartos primários e desossadas e realizou-se a mensuração do pH, área de olho de lombo (AOL), EGS e espessura de gordura na garupa (EGG) e análises de cor. Em seguida foram coletadas amostras do músculo LD para realização das análises de qualidade de carne. Foram retirados 4 bifes de 2,5 cm de espessura, mantidos em câmara refrigerada à temperatura de 2ºC. A primeira amostra foi congelada no dia da desossa, simulando a carne não maturada; a segunda amostra no dia sete pósdesossa, simulando a maturação de sete dias; a terceira amostra no dia 14 pós-desossa e a quarta amostra no dia 21 pós-desossa, simulando os períodos de maturação comercialmente utilizados. As análises de força de cisalhamento (FC), perdas por cocção (PCOC), perdas por exsudação (PEXS), perdas totais (PTOTAIS) e índice de fragmentação miofibrilar (IFM) foram realizadas nessas amostras. Foram também retiradas amostras para determinação do teor de colágeno solúvel e total, comprimento de sarcômero e perfil de ácidos graxos da gordura da cavidade abdominal e intramuscular. Os dados de perfil de ácidos graxos não entraram na presente tese. Os animais mais eficientes consumiram 0,730 kg/dia de massa seca (MS) a menos em relação aos menos eficientes. Detectaram-se diferenças (P<0,05) para consumo de massa seca expresso em kg/dia, em percentual de peso corporal e em gramas por kg de peso corporal metabólico, sendo os animais de alto CAR os que apresentaram maiores consumos. Animais das classes de alto e baixo CAR apresentaram desempenhos semelhantes (P>0,05), com 0,97 kg e 0,91 kg/dia de ganho de peso, respectivamente. Não foram encontradas diferenças significativas (P>0,05) no peso corporal ao abate (PCA), peso do corpo vazio (PCVZ), pesos da carcaça, tanto quente como resfriada, AOL, EGS e EGG. Em relação ao rendimento de carcaça quente e resfriada e proporções de % traseiro, dianteiro e ponta de agulha, não foram detectadas diferenças significativas (P>0,05) entre as classes de CAR. O pH final medido no LD e no lagarto (M.Semitendinousus) foram semelhantes (P>0,05) entre os grupos de CAR. A FC, o IFM e o teor de colágeno solúvel foram influenciados pelas classes de CAR

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sendo observado o aumento da FC e colágeno solúvel e redução dos valores de IFM para o baixo CAR em relação ao alto CAR. Contudo, os valores de FC para o dia 14 e 21 dias de maturação foram semelhantes (P>0,05) entre as classes de CAR e verificouse apenas no dia 0 diferença significativa (P<0,05) para IFM. Apesar das diferenças encontradas nos valores de IFM e FC serem significativas para o dia zero, a análise de comprimento de sarcômero demonstrou semelhança entre as classes de CAR. Os valores de luminosidade L*, a* e b* da carne não diferiram entre as classes de CAR (P>0,05). No segundo capítulo, objetivou-se estudar as relações entre CAR e características nutricionais e metabólitos sanguíneos. Foram utilizados 25 machos não castrados Nelore, previamente classificados para alto CAR (> média + 0,5 DP; n=12) e baixo CAR (< média – 0,5 DP; n=13), provenientes de um mesmo grupo contemporâneo com peso corporal médio inicial de 398 kg e idade média de 573 dias. Os animais mais eficientes consumiram 0,674 kg/dia de MS a menos em relação aos menos eficientes. Não foram detectadas diferenças (P>0,05) para consumo de massa seca expresso em kg/dia, em percentual do peso corporal e em gramas por kg de peso corporal metabólico. Os animais não apresentaram diferenças (P>0,05) em desempenho entre as classes de CAR alto e baixo, com 1,37 e 1,32 kg/dia de ganho de peso, respectivamente. Contudo, foram detectadas diferenças significativas (P<0,05) na excreção e no coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína (FDNcp) entre as classes de CAR, sendo que animais de alto CAR apresentaram maior excreção fecal e menor coeficiente de digestibilidade para FDNcp. Quanto ao comportamento ingestivo não houve diferenças (P>0,05) entre os animais mais e menos eficientes para nenhuma das variáveis analisadas. Quanto aos metabólitos sanguíneos avaliados, verificou-se diferenças (P<0,05) apenas para os níveis séricos de cortisol no final do período de terminação, sendo os animais mais eficientes os que apresentaram menor concentração de cortisol, componente chave para a resposta fisiológica em situações de estresse. Diante dos resultados obtidos torna-se extremamente necessário quantificar as relações existentes entre o CAR e as bases biológicas que o afetam, devido a sua intrínseca relação com as exigências de 50

mantença e composição corporal e da carcaça, sem ocasionar prejuízos às características qualitativas da carcaça. Assim, este trabalho foi desenvolvido objetivando avaliar possíveis diferenças entre classes de consumo alimenta residual (alto e baixo) em características e parâmetros qualitativos da carne (EGS, EGG, AOL, rendimento de traseiro, dianteiro e ponta de agulha, rendimento de cortes nobres, FC, IFM, comprimento de sarcômero bem como colágeno e pH), características nutricionais (consumo de massa seca, ganho de peso, digestibilidade e consumo de nutrientes), metabólitos sanguíneos (IGF-I, insulina, cortisol e ácidos graxos livres) e comportamento ingestivo.

Título em português

Níveis e sequências de níveis de plasma sanguíneo em dietas para leitões desmamados aos 21 dias de idade Título em inglês

Levels and sequences of levels of blood plasma in diets for piglets weaned at 21 days old Pesquisador:

Ana Paula Gomes Caríssimo

Email:

anapaulacarissimo@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

28/07/2011

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Antibiotics, Early weaning, Plasma sanguíneo, Antibiótico, Desmame precoce, Blood plasma Resumo:

Visando-se determinar seqüências de níveis de plasma sanguíneo em dietas adicionadas ou não de antibióticos para leitões desmamados aos 21 dias de idade, foram realizados dois experimentos onde foram utilizados, no total, 288 leitões. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com seis tratamentos e seis repetições, sendo quatro animais por unidade experimental. No primeiro período pós desmame dos 22 aos 28 dias, os níveis de plasma sanguíneo usados foram de 0,0%; 3,0% e 6,0% e os

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mesmos níveis foram usados no segundo período (dos 28 aos 35 dias), porém, combinados de forma a constituir as seqüências de plasma sangüíneo de 0,0 – 0,0%; 3,0 – 0,0%; 3,0 – 3,0%, 6,0 -0,0%; 6,0 – 3,0% e 6,0 – 6,0%. Dos 35 aos 42 dias de idade, os leitões de todos os tratamentos receberam uma mesma dieta, isenta de plasma sanguíneo. No experimento 1, durante o período de 22 a 28 dias verificou-se efeito linear (P<0,05) dos níveis de inclusão de plasma sanguíneo na dieta sobre o consumo de ração médio diário, ganho de peso médio diário e conversão alimentar para os animais que receberam dietas contendo níveis de 6,0% de plasma sanguíneo. Não foi verificado efeito linear (P>0,05) nas seqüencias de níveis de inclusão de plasma sanguíneo na dieta sobre o consumo de ração médio diário, ganho de peso médio diário e conversão alimentar, para o período de 22 a 28 dias e para o período de 22 a 49. Não se observou efeito linear (P>0,05) das sequências de inclusão de plasma sanguíneo sobre a altura de vilosidades intestinais (AV) e sobre a unidade formadora de colônias (UFC,g/ml) dos animais desmamados aos 21 dias de idade. No entanto, foi observado efeito linear (P>0,05) da seqüencia de inclusão de plasma na profundidade das criptas do duodeno. Observou efeito linear (P<0,05) das sequências de inclusão de plasma sanguíneo sobre a unidade formadora de colônias (UFC,g/ml).O nível de inclusão de plasma sanguíneo na dieta de leitões desmamados aos 21 dias de idade é de 6,0% para o período de 22 aos 28 dias de idade dos animais e a seqüência de níveis de plasma sangüíneo para os períodos consecutivos de 22 a 35 dias de idade é de 6,0% e 3,0% em dietas com antibiótico, houve efeito sinérgico do plasma sangüíneo com antibiótico. No experimento dois, onde as dietas foram isentas de antibiótico, para o período de 22 a 28 dias, foi verificado efeito linear (P<0,05) dos níveis de inclusão de plasma sanguíneo na dieta sobre o consumo de ração médio diário, ganho de peso médio diário e conversão alimentar a medida que o plasma sanguíneo foi adicionado na dieta.Não foi observado efeito (P>0,05) das seqüências de níveis de plasma sanguíneo sobre o consumo de ração médio diário, ganho de peso médio diário e conversão alimentar para o período de 22 a 35 dias e para o período de 22a 49 dias. Não se observou efeito (P>0,05) sobre a altura de vilosidades e profundidade de criptas. O nível re-

comendado de inclusão de plasma sanguíneo em pó sem antibiótico na dieta de leitões desmamados aos 21 dias de idade é de 6%, para o período de 21 aos 28 dias de idade dos animais e de 3% para o período de 29 aos 35 dias de idade dos animais.

Título em português

Imunomodulação de suínos de linhagem comercial e da raça naturalizada brasileira Piau em resposta à vacinação contra Mycoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida tipo D Título em inglês

Immunomodulation of commercial line and Piau Brazilian Naturalized breed pigs in response to vaccination against Mycoplasma hyopneumoniae and Pasteurella multocida type D Pesquisador:

Katiene Régia Silva Sousa

Email:

katiregia@yahoo.com.br

Orientador:

Simone Eliza Facioni Guimarães

Data da defesa:

28/07/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Pig genomic, Immunology, Genetics, Disease resistance, Genômica de suínos, Imunologia, Genética, Resistência a doenças, ZOOTECNIA Resumo:

Doenças respiratórias continuam a ser uma grande causa de perdas econômicas na produção de suínos. Tem havido relativamente pouco progresso no controle de doenças respiratórias, apesar do desenvolvimento contínuo de novas vacinas e antibióticos. Objetivou-se no presente estudo, comparar a resposta imune inata e adaptativa de suínos da raça naturalizada brasileira Piau e de uma linhagem comercial frente a vacinação contra Micoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida tipo D. Para cada grupo genético, o sangue periférico das células mononucleares (PBMC) foi coletado antes e 10 dias depois de cada dose de vacinação de 12 leitões fêmeas soro-negativas para os patógenos em estudo para análise de RTqPCR. Às dez semanas de idade, os baços dos animais foram coletados para ensaio de

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proliferação celular e, amostras de lavado broncoalveolar (BALF) foram coletadas para mensurar a produção de óxido nítrico e RT-qPCR. RNA foi extraído de células de PBMC e BALF, foi feita transcrição reversa e o RT-qPCR foi feito usando o sistema de detecção de fluorescência SYBR Green, usando como controle endógeno os genes GAPDH e HPRT1 para PBMC e BALF, respectivamente. Para o experimento com Micoplasma hyopneumoniae como patógeno, a linhagem comercial teve maior expressão de mRNA para TLR2, TLR4, TLR6 e TLR10 e as citocinas IL6 e TNFα depois da vacinação que antes da vacinação, enquanto os animais da raça Piau mostraram maior expressão para TLR6, TLR10, TNFα e TGFβ. Em relação às amostras de BALF, os animais vacinados da raça Piau tiveram maior diferença de expressão para os genes TLR4, TLR10, TNFα e TGFβ que os animais não vacinados da mesma raça. Por outro lado, os animais comerciais vacinados mostraram diferença significativa para TNFα. Quando se estudou a resposta específica para Pasteurella multocida, os animais comerciais tiveram expressão significativa para os genes TLR2, TLR4, TLR6, TLR10, IL2, IL6, IL8, IL10, IL12, IL13 e TNFα entre os tempos estudados, após duas doses da vacina; enquanto os animais Piau tiveram somente diferença de expressão para a citocina antiinflamatória TGFβ. Para expressão gênica em células de BALF dos animais comerciais vacinados, houve maiores níveis de mRNA de IL6 e TNFα que os não vacinados da mesma raça. Por outro lado, os animais vacinados Piau tiveram um aumento significativo para TNFα e TGFβ quando comparados aos não vacinados Piau. Portanto, foram observadas diferenças entre os animais Piau e os comerciais frente à vacinação contra Micoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida tipo D, tais como, expressão de mRNA de receptores TLR2, TLR4, TLR6 e TLR10 e citocinas IL2, IL6, IL8, IL10, IL12, IL13, TNFα e TGFβ. Esses resultados são sugestivos de diferenças genéticas entre as raças que podem influenciar na susceptibilidade e na resistência às doenças.

Título em português

Níveis de farelo de girassol e adição de complexo enzimático em rações para suínos e aves 52

Título em inglês

Levels of sunflower meal and enzymatic complex addition in diets for pigs and poultry Pesquisador:

Wagner Azis Garcia de Araújo

Email:

aziszoo@yahoo.com.br

Orientador:

Luiz Fernando Teixeira Albino

Data da defesa:

04/07/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Creatinina, Bovinos, Exigências, Creatinine, Cattle, Requirements, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Foram realizados três experimentos nos setores de Avicultura e Suinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa a fim de avaliar a inclusão de níveis crescentes de farelo de girassol (FG) e de um complexo enzimático (CE) nas rações de frangos de corte, de galinhas poedeiras e de suínos. Foram avaliados os desempenhos dos animais, os parâmetros de carcaça, os componentes do ovo e a viabilidade econômica. No primeiro experimento foram utilizados 1920 pintos de corte machos, da linhagem Cobb, de 21 a 42 dias de idade, distribuídos em um delineamento experimental em blocos casualizados, num esquema fatorial 4 x 3 (quatro níveis de FG em três grupos de rações), com oito repetições, onde, cada box contendo 20 aves foi considerado a unidade experimental. Os níveis de inclusão do FG foram de 0, 8, 16 e 24%, utilizados em três rações distintas. As primeiras eram calculadas de forma a atender todas as exigências nutricionais das aves, excetuando os nutrientes que seriam disponibilizados pela matriz nutricional do CE, considerado o controle negativo (CN). A segunda ração foi calculada da mesma maneira que a primeira, porém com a adição de 0,005% do CE (CN+CE). A última ração foi calculada para atender todas as exigências dos animais, sendo designada o controle positivo (CP). A adição do CE nas rações de frangos de corte não afetou os parâmetros de consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar e os parâmetros de carcaça (P>0,05). O aumento dos níveis de FG na ração pioraram os parâmetros de ganho de peso

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e conversão alimentar (P<0,05). Nos demais experimentos foi utilizado esquema fatorial 4 x 2 (quatro níveis de FG com ou sem inclusão do CE). Os níveis de inclusão do FG foram 0, 8, 16 e 24%, em rações calculadas de forma a atender todas as exigências nutricionais das aves, excetuando os nutrientes que seriam disponibilizados pela matriz nutricional do complexo enzimático, com ou sem a utilização do CE. No segundo experimento foi realizado um ensaio com 384 aves Hy Line Brown, distribuídas em delineamento de blocos casualizados, com 8 repetições e 6 aves por repetição. Não houve interação entre a adição do CE e os níveis de FG na ração (P>0,05). A adição do CE nas rações de galinhas poedeiras não afetou os parâmetros produtivos e de componentes dos ovos (P>0,05). O aumento dos níveis de FG na ração apresentou efeito quadrático sobre a postura e a conversão por dúzia de ovos (P<0,05), com pontos ideais de inclusão do FG de 6,72% e 5,83% respectivamente para cada parâmetro. No terceiro experimento foram utilizados 96 suínos, machos castrados e fêmeas, distribuídos em delineamento de blocos casualizados, com 6 repetições e 2 animais por repetição. Não houve interação entre a adição do CE e os níveis de FG na ração (P>0,05). A adição do CE nas rações dos suínos afetou os parâmetros produtivos (P>0,05), mas não os de carcaça (P<0,05). A conversão alimentar dos animais dos 30 aos 70kg de peso foi melhorada pela inclusão do CE (P>0,05). O aumento dos níveis de FG na ração apresentou efeito quadrático sobre o ganho de peso dos animais dos 70 aos 100kg e sobre a espessura de toucinho (P<0,05), com pontos de inclusão do FG que propiciaram valores máximos destes parâmetros de 7,26% e 8,16% respectivamente. O FG prejudica o desempenho de frangos de corte, e pode ser utilizado até o nível de 6,72% para poedeiras comerciais e 7,26% para suínos em crescimento.

Título em português

Níveis de suplementação para fêmeas bovinas de corte em pastejo Título em inglês

Levels of supplementation for grazing beef cattle female

Pesquisador:

Carla Heloisa Avelino Cabral

Email:

cabralcha@hotmail.com

Orientador:

Mário Fonseca Paulino

Data da defesa:

15/08/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Recria, Novilhas, Bovinos, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Heifers, Cattle Resumo:

Esta tese foi elaborada a partir de quatro experimentos com fêmeas mestiças com predominância de sangue zebuíno submetidas a diferentes níveis de fornecimento de suplementação múltipla a pasto. No primeiro experimento objetivou-se avaliar o efeito do fornecimento de diferentes níveis de suplemento múltiplo sobre as características nutricionais e o desempenho produtivo de novilhas em recria sob pastejo no período de transição águas-seca. Os animais experimentais foram 30 novilhas mestiças com predominância de sangue zebuíno com idade e peso médio inicial de 19 meses e 303±5 kg, respectivamente. O delineamento foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos e seis repetições. Os tratamentos consistiram em suplemento mineral (tratamento controle) e fornecimento de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 kg/ animal/dia de suplemento múltiplo com 300 g de proteína bruta (PB)/kg de matéria seca (MS). Verificouse efeito quadrático dos níveis de fornecimento de suplemento múltiplo (P<0,10) sobre o ganho médio diário (GMD). Os consumos de matéria seca (MS) e nutrientes digestíveis totais (NDT) apresentaram relação linear crescente (P<0,10) com os níveis de fornecimento de suplemento múltiplo, mas, não houve efeito para o consumo de FDN digerida (FDND) e a digestibilidade aparente da MS (P>0,10). Não houve efeito dos níveis de suplementação sobre o fluxo de compostos nitrogenados microbianos (NMIC - g/dia), mas, a eficiência de síntese microbiana (EFM - g PBmic/kg NDT) e o fluxo de compostos nitrogenados microbiano em relação ao nitrogênio ingerido (NMICR - g/g de nitrogênio ingerido) apresentaram perfis lineares negativos. Conclui-se que a suplementação múltipla otimiza o desempenho de novilhas em pastejo no período de transição águas-seca e o fornecimento de 1,0 kg de suplemento múltiplo por animal

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por dia promove o máximo incremento do ganho de peso. No segundo experimento objetivou-se avaliar o efeito do fornecimento de diferentes níveis de suplemento múltiplo sobre as características nutricionais e o desempenho produtivo de novilhas em recria sob pastejo no período da seca. Os animais experimentais foram 30 novilhas mestiças com predominância de sangue zebuíno com idade e peso médio inicial de 22 meses e 339±5 kg, respectivamente. O delineamento foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos e seis repetições. Os tratamentos consistiram em suplemento mineral e fornecimento de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 kg/animal/dia de suplemento múltiplo com 300 g PB/kg MS. Verificou-se no padrão descritivo das médias dos mínimos quadrados uma tendência de estabilização do GMD a partir do fornecimento de 0,98 kg de suplemento múltiplo. Os consumos de MS e NDT apresentaram relação linear crescente (P<0,10) com os níveis de fornecimento de suplemento múltiplo. As médias dos coeficientes de digestibilidade aparente das diferentes frações da dieta apresentaram um padrão linear-response-plateau (LRP). O NMIC apresentou perfil linear positivo para os níveis de suplementação. Conclui-se que a suplementação múltipla otimiza o desempenho de novilhas em pastejo no período da seca e o fornecimento de 1,0 kg de suplemento múltiplo por animal por dia promove o máximo incremento do ganho de peso. No terceiro experimento objetivou-se avaliar o efeito do fornecimento de diferentes níveis de suplemento múltiplo sobre as características nutricionais e o desempenho produtivo de novilhas prenhes sob pastejo no período da seca. Os animais experimentais foram 24 novilhas prenhes mestiças com predominância de sangue zebuíno com idade e peso médio inicial de 32 meses e 416±6 kg, respectivamente. O delineamento foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos consistiram em suplemento mineral e fornecimento de 0,5; 1,0 e 2,0 kg/animal/dia de suplemento múltiplo com 300 g PB/kg MS. Verificou-se efeito quadrático dos níveis de fornecimento de suplemento múltiplo (P<0,10) sobre o GMD. Os consumo de MS e NDT apresentaram relação linear crescente (P<0,10) com os níveis de fornecimento de suplemento múltiplo. O coeficiente de digestibilidade aparente da MS apresentou perfil linear crescente (P<0,10) para os 54

níveis de suplementação múltipla. Não houve efeito dos níveis de suplementação múltipla sobre o NMIC e a EFM, mas o NMICR apresentou perfil linear decrescente (P<0,10). Conclui-se que o fornecimento de 1,5 kg de suplemento múltiplo otimiza o desempenho de novilhas prenhes em pastejo no período da seca. No quarto experimento objetivou-se avaliar o efeito do fornecimento de diferentes níveis de suplemento múltiplo sobre as características nutricionais e o desempenho produtivo de vacas prenhes sob pastejo no período da seca. Os animais experimentais foram 28 vacas prenhes mestiças com predominância de sangue zebuíno com peso médio inicial de 446±12 kg. O delineamento foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e sete repetições. Os tratamentos consistiram em suplemento mineral e fornecimento de 0,5; 1,0 e 1,5 kg/animal/dia de suplemento múltiplo com 300 g PB/kg MS. Verificouse efeito quadrático dos níveis de fornecimento de suplemento múltiplo (P<0,10) sobre o GMD e linear crescente para o escore de condição corporal final (ECCF). Os consumos de MS e NDT não apresentaram efeito (P>0,10) com os níveis de fornecimento de suplemento múltiplo e a digestibilidade aparente da MS apresentou perfil cúbico (P<0,10). Não houve efeito (P>0,10) dos níveis de suplementação múltipla sobre o NMIC e EFM, mas o NMICR apresentou perfil linear decrescente (P<0,10). Conclui-se que o fornecimento de 1,0 kg de suplemento múltiplo otimiza o desempenho de vacas prenhes em pastejo no período da seca.

Título em português

Composição bromatológica, perfil fermentativo e populações microbianas em silagens de gramíneas tropicais Título em inglês

Chemical composition, fermentation profile and microbial populations in tropical grass silages Pesquisador:

João Paulo Sampaio Rigueira

Email:

jpzootecnista@hotmail.com

Orientador:

Odilon Gomes Pereira

Data da defesa:

01/08/2011

Arquivo:

PDF - texto completo

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS, Amônia, Bactéria do ácido lático, Carboidratos solúveis, PH, Ammonia, Lactic acid bacteria, Soluble carbohydrates, PH Resumo:

Este estudo envolveu três experimentos. No primeiro, avaliaram-se as populações microbianas, o perfil fermentativo e a composição bromatológica de silagens de capim-braquiária cv. Basilisk e capim-mombaça sob diferentes doses de nitrogênio (N). As doses de N utilizadas foram 0, 30, 60 e 90 kg ha-1. A espécie de bactéria do ácido lático predominante nos capins foi o Lactobacillus fermentum. Observou-se efeito de interação dose de N x espécie forrageira (P<0,05) sobre os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e carboidratos solúveis (CHO) das silagens. Os valores de pH e as perdas por gases foram influenciados (P<0,05) apenas pela espécie forrageira, apresentando valores superiores para o capim-mombaça. Para os teores de amônia (N-NH3) e perdas por efluente observou-se o efeito (P<0,05) da interação entre espécies forrageiras e doses de N, registrando-se maior valor de N-amoniacal e de perdas por efluente na silagem de capim-mombaça adubado com 60 kg N ha-1. Verificou-se que a fertilização com N diminuiu os teores de MS nas forragens, além de aumentar os teores de PB, N-NH3 e perdas por efluente nas silagens. Conclui-se, que a adubação nitrogenada não favorece o perfil fermentativo e aumenta as perdas de MS em silagem de gramíneas. No segundo experimento, avaliaram-se o perfil fermentativo, a composição bromatológica, a população microbiana e a recuperação de matéria seca das silagens de capim-marandu consorciadas com diferentes níveis de estilosantes cv. Campo Grande tratadas ou não com inoculante microbiano. Utilizou-se um esquema fatorial 4 x 2 (4 níveis de estilosantes x com e sem inoculante), em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Os níveis de estilosantes na massa ensilada foram 0, 10, 20 e 30% do peso total na matéria natural. Objetivou-se com esses níveis simular um pasto consorciado de gramínea e leguminosa em diferentes proporções de estilosantes. Observou-se o efeito de interação (P<0,05) entre

os níveis de estilosantes e inoculante microbiano para os teores de MS, perdas por efluente, recuperação de matéria seca e população de fungos e leveduras. O efeito de inoculante (P<0,05) foi observado apenas para a população de bactérias do ácido lático (BAL) nas silagens. Para as perdas de gases, não foram observadas diferenças (P>0,05). Verificou-se aumento (P<0,05) nos teores de MS, cinzas e PB com aumento dos níveis de estilosantes. Em relação aos teores de fibras, foi possível observar a diminuição (P<0,05) de FDN e FDA com aumento dos níveis de estilosantes nas silagens. A adição crescente de estilosantes melhorou o perfil fermentativo das silagens por meio da diminuição (P<0,05) dos valores de pH e nitrogênio amoniacal (N-NH3). Observou-se maior (P<0,05) população de BAL nas silagens inoculadas e com maior nível de estilosantes. Para as perdas por efluente, verificou-se diminuição linear com o aumento nos níveis de estilosantes nas silagens. Foi observada uma maior (P<0,05) recuperação de matéria seca para os tratamentos com 10 e 20% de estilosantes, independentemente do uso de inoculante microbiano. Conclui-se que a mistura de capim-marandu com estilosantes melhora a composição bromatológica e o perfil fermentativo, além de diminuir as perdas de matéria seca das silagens, independente do uso de inoculante microbiano. No terceiro experimento, avaliaramse a população microbiana, o perfil fermentativo e a composição bromatológica de silagens de capim-marandu tratadas com inoculantes microbianos comerciais e BAL isoladas de gramínea tropical. Utilizou-se um esquema fatorial 3 x 6 (três inoculantes x seis períodos de fermentação), em um delineamento inteiramente casualizado com três repetições. Os períodos de fermentação foram 1, 3, 7, 14, 28 e 56 dias após o fechamento dos silos. Observou-se menor (P<0,05) teor de fibra em detergente neutro para o tratamento com inoculante M17. Não houve efeito de inoculante (P>0,05) nos teores de PB e FDA. Para o teor de MS, foi observado um aumento (P<0,05) nas silagens inoculadas com Sil All C4. Verifcou-se o efeito de interação entre inoculante e períodos de fermentação para a população de BAL e pH. As silagens inoculadas com Sil All C4 apresentaram menor (P<0,05) pH no primeiro dia, porém, aos 56 dias o valor observado foi superior (P<0,05) ao dos demais tratamentos. O teor de nitrogênio amoniacal foi superior (P<0,05) nas

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

silagens inoculadas com M17 em relação ao controle, observando-se aumento linear com o avanço do período de fermentação para todos os tratamentos. Em relação à população microbiana, identificou-se uma maior (P<0,05) população de fungos e leveduras na silagem controle e menor população (P<0,05) BAL nas silagens inoculadas com M17 nos três dias de fermentação. Conclui-se que o uso de aditivos microbianos em silagem de capim-marandu não apresenta benefícios no processo fermentativo e na composição bromatológica.

Título em português

Estratégias de suplementação para vacas e para novilhas de corte dos quatro aos dezoito meses de idade Título em inglês

Supplementation strategies for cows and beef heifers from four to eighteen months old Pesquisador:

Victor Rezende Moreira Couto

Email:

victorzootecnista@hotmail.com

Orientador:

Mário Fonseca Paulino

Data da defesa:

01/08/2011

Arquivo:

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Assuntos:

Bovinos, Fêmeas, Suplementação, Cattle, Females, Supplementation, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Foram realizados três experimentos com o objetivo de avaliar Estratégias de suplementação para vacas e para novilhas de corte dos quatro aos dezoito meses de idade. No primeiro experimento objetivou-se avaliar o desempenho produtivo, o consumo de pasto, bem como consumo e digestibilidade dos nutrientes ingeridos por novilhas Nelore ou mestiça, com predominância de sangue zebu, suplementadas com diferentes quantidades de suplemento múltiplo, em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf, dos quatro aos dezoito meses de idade. Foram utilizadas 41 bezerras com idades e pesos médios iniciais de quatro meses e 131±5 kg, respectivamente. Foram ava56

liadas cinco estratégias de suplementação múltipla sendo: um tratamento controle (recebendo apenas mistura mineral ad libitum); mais quatro estratégias de suplementação com concentrado (nível baixo, nível médio-baixo, nível médioalto e nível alto de suplementação). O experimento foi dividido em quatro fases experimentais, compreendendo os períodos de transição águas-seca, seca, transição seca-águas e águas. De forma geral, com a inclusão de suplemento múltiplo até o nível médio-alto de suplementação, não foi observada redução no consumo de pasto relação ao grupo controle; entretanto observou-se redução no consumo de pasto por parte dos animais tratados com alta inclusão de suplemento múltiplo. Este consumo foi 20,3% menor quando comparado aos animais do tratamento médio-alto (3,194 kg/dia vs 3,842 kg/dia). O consumo médio de MS de pasto foi de 16,386; 15,464; 15,220; 16,373 e 12,892g para cada kg de PC para os tratamentos controle, baixo, médio baixo, médio alto e alto respectivamente. O consumo MS total foi maior para os dois maiores níveis de suplementação e apresentou média geral de 21,062 g/ kg de PC para nível mais alto de suplementação e 17,447 g/kg de PC para os animais do grupo controle ao logo de todo o período experimental. No final da segunda etapa do experimento (estação seca) foi observada diferença no peso corporal final das novilhas submetidas ao nível mais alto de suplementação em relação ao grupo controle, ao passo que no decorrer do período experimental esta diferença para o controle se estendeu apenas para o nível médio-alto de inclusão de suplemento. O peso corporal final observado foi de 261,4 kg para os animais do grupo controle; 276,5 para o nível baixo de suplementação; 290,8 para o nível médio baixo; 293,4 para o nível médio alto e 330,4 kg para o nível alto de suplementação. Entre os animais submetidos ao alto nível de suplementação foi observado o PC médio de 286,4 kg ao final do período da transição seca-águas (63,6 % do peso adulto média de uma vaca Nelore de 450,0 kg). Os animais submetidos aos níveis médios de suplementação alcançaram a esta condição somente ao final da estação das águas, por volta dos 18 meses. O desempenho de ganho de peso de novilhas Nelore ou mestiça, com predominância de sangue zebu, suplementadas em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf, dos quatro aos dezoito meses de idade aumen-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

ta com a inclusão de suplemento múltiplo. A inclusão de suplementos à dieta de novilhas de corte aumenta o consumo de matéria seca. A digestibilidade da matéria orgânica assim como a digestibilidade da proteína bruta da dieta, aumentam com os níveis de suplementação. A digestibilidade da fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína não é afetada pela inclusão de concentrado. No segundo experimento objetivou-se avaliar a produção de leite, a variação do peso corporal e escore de condição corporal, bem como o consumo de pasto e digestibilidade dos componentes da dieta ingerida por vacas lactantes Nelore ou mestiça, com predominância de sangue zebu, manejadas em sistema creep-feeding em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf, dos quatro aos oito meses de lactação. Foram utilizadas 41 vacas e suas respectivas crias. A cada conjunto (matriz e bezerra) foi sorteado uma das cinco estratégias de suplementação protéica-energética-mineral para ser fornecida às bezerras, sendo: T0 - (sem suplementação - recebendo apenas mistura mineral ad libitum); T250 - (0,250 kg/animal); T500 - (0,500 kg/animal); T750 - (0,750 kg/animal) e T1000 - (1,000 kg/animal). Para avaliação do consumo e digestibilidade da forragem ingerida foi realizado um ensaio com duração de 10 dias, sendo os sete primeiros destinados à adaptação dos animais ao indicador óxido crômico; que foi utilizado para estimativa da excreção fecal. O consumo de MS de pasto, bem como dos demais componentes da dieta, não foram fetados pelos tratamentos. O consumo médio de MS de pasto pelas vacas foi de 10,171 kg por dia ou 22,734 g por kg de peso corporal. Não foram observadas diferenças no consumo de NDT por parte das vacas com o aumento de fornecimento de alimento concentrado às crias. A concentração de média NDT na dieta das vacas foi de 465,20 g NDT/kg de MS. A digestibilidade da matéria orgânica observada foi em média 50,29% e não foi influenciada pelos tratamentos assim como a digestibilidade da proteína bruta e da FDNcp, 36,54% e 59,43% respectivamente. Foi observado efeito quadrático sobre a variação de peso corporal com máximo aumento de peso corporal das vacas quando as bezerras são suplementadas com 0,598 kg de concentrado. No entanto, a equação de regressão quadrática, testada pela falta de ajustamento, não se apresentou adequada para explicar a variação de peso corporal das va-

cas a partir do consumo de suplemento múltiplo por parte de suas crias. Foi observado aumento no peso corporal, em média 13,8 kg para as vacas que amamentavam bezerras suplementadas, já para o tratamento controle, essa variação foi de apenas 1,9 kg durante todo o período experimental. O fato de fornecer alimento concentrado às bezerras acaba reduzindo a dependência destes animais em relação às mães no tocante à obtenção de alimento. Foi observada redução linear no consumo de leite à medida que se fornecia alimento concentrado às bezerras (P<0,02). As bezerras suplementadas consumiam em média 3,76 kg de leite por dia, enquanto bezerras não suplementadas consumiam 5,45 kg por dia. Foi observado pelo ajuste da equação de regressão que para cada kg de suplemento fornecido às crias, 2,088 kg de leite deixava de ser consumido por parte destas bezerras. O consumo de matéria seca de vacas lactentes sob sistema creep-feeding não difere de vacas amamentando bezerras não suplementadas e foi em média 10,257 kg por dia, ou 22,928 g por kg de peso corporal. A inclusão de suplemento múltiplo na dieta de bezerras lactentes resulta em menor produção de leite por parte das matrizes. Aliado a isto, existe aumento no peso da vaca quando esta amamenta a cria em sistema creepfeeding. No terceiro experimento o objetivo de avaliar o escore de condição corporal, o consumo de pasto e digestibilidade dos nutrientes ingeridos por vacas zebuínas em terço final de gestação, suplementadas com diferentes quantidades de suplemento múltiplo, em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf, durante a época seca. Foram utilizadas 52 vacas multíparas prenhes com predominância de sangue zebu. A cada animal foi sorteado um dos cinco níveis de suplementação múltipla sendo: controle (recebendo apenas mistura mineral ad libitum); T400 (0,400 kg/animal); T800 (0,800 kg/animal); T1200 (1,200 kg/animal) e T1600 (1,600 kg/animal). Foram avaliados a mistura mineral e um suplemento múltiplo formulado para conter 28% de PB. Os animais foram pesados em jejum no início e ao final do experimento. A variação do escore de condição corporal (ECC) das vacas foi determinada pela diferença entre o ECC final e inicial; foi utilizada a escala de pontuação de 1 a 9. Para avaliação do consumo e digestibilidade da dieta ingerida foi realizado, no início do segundo período experimental, um ensaio com duração de 10

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Suplemento Especial - Agenda Científica

dias, sendo sete destinados à adaptação dos animais aos indicadores externos óxido crômico e dióxido de titânio. O primeiro foi utilizado para estimativa da excreção fecal e o segundo foi misturado ao suplemento imediatamente antes do fornecimento, a fim de permitir a mensuração do consumo individual do suplemento. A adição do suplemento até o nível de 1,600 kg por dia apresentou correlação linear positiva a maioria das variáveis de consumo estudadas, aumentando o consumo de MS, o consumo de matéria orgânica, o consumo de PB, o consumo de FDNcp, o consumo de carboidratos não fibrosos bem como aumentou a digestibilidade dos componentes da dieta, resultando em um aumento no consumo de NDT e também aumento na concentração de NDT na dieta dos animais. Os consumos de matéria seca de pasto e de FDNcp em relação ao peso corporal apresentaram comportamento quadrático em relação ao consumo de suplemento, com menor consumo de pasto para o nível de suplementação estimado de 0,667 kg por animal e de FDNcp para o nível estimado de 0,450 kg por animal. O consumo médio de MS de pasto foi de 14,255 g/kg de PC. Estes resultados são compatíveis com a baixa qualidade e disponibilidade da forragem pastejada. A variação de peso corporal das vacas também apresentou resposta linear à inclusão do suplemento múltiplo. A inferência imediata à esta observação é a capacidade da suplementação em aumentar o escore de condição corporal de matrizes durante o terço final da gestação. A variação do escore de condição corporal avaliada 30 dias após o parto foi aumentada linearmente com a inclusão de alimento concentrado na dieta dos animais. A síntese de PB microbiana não foi influenciada de maneira regular pelos tratamentos. O escore de condição corporal aumenta com a inclusão de concentrado na dieta, inclusive quando avaliado após a suplementação no período pós-parto. Ao fornecer suplemento múltiplo, em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf, durante a época seca à vacas em terço final de gestação o consumo de matéria seca é aumentado, assim como a digestibilidade dos componentes da dieta dos animais.

Título em português

Uso do complexo enzimático solid state fermentation (SSF) em rações para tilápia do Nilo 58

Título em inglês

Use of enzyme complex solid state fermentation (SSF) in diets for Nile tilapia Pesquisador:

Guilherme de Souza Moura

Email:

moura_guilherme@yahoo.com.br

Orientador:

Eduardo Arruda Teixeira Lanna

Data da defesa:

22/09/2011

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Oreochromis niloticus, Enzimas, Fisiologia de peixes, Oreochromis niloticus, Enzyme, Fish physiology Resumo:

No primeiro experimento, objetivou-se avaliar a estabilidade ao processamento de ração e ao tempo de estocagem do complexo enzimático SSF (solid state fermentation). Foram formuladas duas dietas com composição nutricional idêntica, sendo uma dieta isenta de SSF e a outra contendo 50g/Kg de inclusão deste complexo enzimático. As amostras foram coletadas durante as seguintes etapas de processamento: mistura, após a peletização e após secagem em estufa. Para avaliação do tempo de estocagem, foi considerado como dia um, a ração pronta após secagem. Neste dia, foram feitas duas amostragens, sendo uma mantida em sala com temperatura ambiente de 25oC e outra mantida em freezer a -18oC. Foram feitas sub-amostragens no 15o, 30o, 45o e 60o dia. Em todas as amostras foram mensuradas a atividade das seguintes enzimas: α-galactosidase, endoglucanase (carboxi-metil-celulase), xilanase, sacarase, amilase, lipase e tripsina. Para todas as amostras de controle, não foram observados atividades das enzimas analisadas. Entre as etapas de mistura e pós estufa não houve diferenças, exceto para a α-galactosidase e a lipase que foram observados redução na atividade e a sacarase que foi observado aumento na atividade. Não foram verificados efeitos para as atividades de endoglucanase, sacarase, xilanase, amilase e tripsina entre o primeiro (após estufa) e o 60o dia de experimento para a temperatura de estocagem de 25ºC. Para à temperatura de estocagem de -18ºC, não foi observado diferenças somente em relação às atividades de endoglucanase e xilanase entre o pri-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

meiro e o último dia. Quanto à comparação entre os dois tratamentos térmicos (25oC e -18oC), somente foi observada efeito para a atividade de galactosidase e tripsina aos 60 dias. Para todas as enzimas do SSF não houve diferença no período de 30 e 45 dias de estocagem. Conclui-se que as enzimas estudadas do complexo enzimático SSF permanecem estáveis durante o processamento de rações peletizadas à 55oC, mantendo a atividade por no mínimo 60 dias quando estocadas em ambiente de até 25oC. Para o segundo experimento, objetivou-se avaliar os efeitos do complexo enzimático SSF em rações para tilápias do Nilo e a disponibilização de sacarose e monossacarídeos no quimo destas. Foram utilizados 360 peixes com peso médio variando entre 70g ± 4,43 em um delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos (0, 50, 100, 150, 200 e 250 ppm), seis repetições, totalizando 10 peixes por unidade experimental. Aos 60 dias do experimento foi avaliado: peso inicial, peso final, ganho de peso, conversão alimentar, taxa de crescimento específico e sobrevivência. Para avaliação de sacarose, glicose e frutose presente no quimo, a cada 15 dias, foi sacrificado um exemplar de cada unidade experimental. Os níveis destes carboidratos foram mensurados por meio de HPLC. Observou-se efeito linear em função do tratamento para peso final e ganho de peso. Para os demais parâmetros de desempenho, não foi verificado efeito. Quanto aos níveis de sacarose e de glicose no quimo foi observado efeito quadrático em função do tratamento, enquanto os níveis de frutose aumentaram linearmente. Conclui-se que o complexo enzimático SSF melhora o desempenho e aumenta a disponibilidade de sacarose e monossacarídeos no quimo de tilápias do Nilo. O terceiro experimento avaliou os efeitos do complexo enzimático SSF sobre a digestibilidade de nutrientes e de energia bruta em rações para tilápias do Nilo. Um total de 72 machos de tilápia do Nilo com peso médio de 204,30 ± 17,2 g foram distribuídas aleatoriamente em seis cubas adaptadas para ensaio de digestibilidade. As rações experimentais foram isoprotéicas (30% PB) e isoenergéticas (3.000 kcal de ED/ kg), sendo adicionado o complexo enzimático SSF nos níveis de 0, 50, 100, 150, 200 e 250 ppm. A digestibilidade aparente foi mensurada pelo método indireto sendo usado o óxido de cromo (Cr2O3) como indicador de digestibilidade. Cada cuba recebeu um

tratamento e as coletas das fezes foram realizadas durante a noite (19:00, 11:00, 02:00 e 05:00). O estudo foi realizado durante nove dias, com seis tratamentos e 3 repetições. Conclui-se que a adição de complexo enzimático na ração melhora o coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, energia bruta, cálcio e fósforo.

Título em português

Produtividade e valor nutritivo do capim-braquiária em sistemas silvipastoris com eucalipto e acácia adubados com nitrogênio Título em inglês

Productivity and nutritive value of signalgrass silvopastoral systems with eucalyptus and acacia trees fertilized with nitrogen Pesquisador:

Ivan Jannotti Wendling

Email:

ivan.wendling@ufv.br

Orientador:

Rasmo Garcia

Data da defesa:

31/10/2011

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Assuntos:

PASTAGEM E FORRAGICULTURA, Ureia, Radiação, Digestibilidade, Produtividade, Urea, Radiation, Digestibility, Productivity Resumo:

A produtividade e o valor nutritivo do capim-braquiária foram estudados em resposta a sistemas de cultivo, doses de nitrogênio e períodos do ano, com o objetivo de se determinar a adaptação desta forrageira ao pastejo em condições de sombreamento. Os sistemas de cultivo foram estabelecidos pelo capim-braquiária em monocultivo (CBM) e o capim-braquiária em sistemas silvipastoris com eucalipto (CBE) e com eucalipto e acácia (CBEA). As doses de N aplicadas foram zero e 150 kg ha-1 de N por ano. Já os períodos do ano compreenderam o outono-inverno e a primavera-verão. O esquema experimental utilizado foi o de parcelas divididas em que os tratamentos na parcela foram constituídos pelo arranjo fatorial entre sistemas de cultivo e doses de N e os da sub-parcela, com restrição à casualização, pelas épocas de amostragem. O deli-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

neamento foi de blocos completos casualizados, com três repetições. O intervalo de pastejo (IP) foi menor (P<0,05) em pastos de CBM em relação aos pastos de CBE e CBEA. O arranjo arbóreo não influenciou esta variável. De modo geral, o IP de pastos adubados foi menor (P<0,05) em relação aos não adubados. Na primavera-verão o IP foi menor (P<0,05) em relação ao outono-inverno. Pastos de CBM apresentaram maior (P<0,05) número de ciclos de pastejo em relação aos pastos de CBE e CBEA. O arranjo arbóreo não influenciou o número de ciclos de pastejo. O acúmulo de forragem (AF) foi maior (P<0,05) em pastos de CBM em relação aos pastos de CBE e CBEA. A adubação influenciou somente o AF do CBM, não diferindo entre os sistemas silvipastoris. A taxa de acúmulo de forragem (TXA) obtida em pastos de CBM foi maior (P<0,05) em relação aos pastos de CBE e CBEA. Independente do sistema de cultivo e período do ano, a forrageira adubada apresentou maior (P<0,05) TXA em relação a não adubada. Tanto na primavera-verão quanto no outono-inverno a densidade populacional de perfilhos (DPP) do CBM foi maior (P<0,05) em relação ao CBE e CBEA. Entretanto, a DPP não diferiu entre os sistemas consorciados, independente do período do ano. Os fatores estudados não influenciaram a relação folha: colmo. O acúmulo de material morto (AMM) foi influenciado apenas pelo sistema de cultivo. De modo geral, pastos de CBM apresentaram maior (P<0,05) AMM em relação aos pastos de CBE e CBEA. Os teores de nitrogênio (N) e de proteína bruta (PB) não foram influenciados pelos fatores estudados. Já o conteúdo de N foi maior (P<0,05) em pastos de CBM em relação aos pastos de CBE e CBEA adubados. A composição de espécies arbóreas não influenciou esta variável, independente da dose de N. O conteúdo de PB foi maior (P<0,05) no monocultivo que nos sistemas silvipastoris, independente da dose de N. A digestibilidade in vitro da matéria orgânica não foi influenciada pelos fatores estudados. Padrão semelhante de resposta ocorreu com o teor de fibra em detergente ácido. Já o teor de fibra em detergente neutro (FDN) foi influenciado apenas pela interação sistema de cultivo x período do ano. O teor de FDN do CBM, no outono-inverno, foi maior (P<0,05) em relação ao CBE e CBEA. Já na primavera-verão, o teor de FDN não foi influenciado pelos sistemas de cultivo. O teor de celulose foi influenciado apenas pela interação período do ano x dose de N. O 60

teor de celulose da Brachiaria decumbens adubada, no outono-inverno, foi menor (P<0,05) em relação a não adubada, enquanto que na primavera-verão a adubação não influenciou esta variável. O teor de lignina não foi influenciado pelos fatores estudados.

Título em português

Diversidade genética de caprinos nas Repúblicas de Cabo Verde e do Brasil Título em inglês

Genetic diversity of goats in Cape Verde and Brazil Republics Pesquisador:

Luanna Chácara Pires

Email:

lualu66@yahoo.com.br

Orientador:

Thea Mirian Medeiros Machado

Data da defesa:

03/10/2011

Arquivo:

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Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, Genetic resources, Diversidade genética, Ovinos, Caprinos, mtDNA, Marcadores microssatélites, DNA, Recursos genéticos, Microsatellite markers, DNA, mtDNA, Goats, Sheep, Genetic diversity Resumo:

Os objetivos do presente estudo foram: caracterizar e diferenciar os caprinos brasileiros e cabo-verdianos por meio de caracteres biométricos, morfológicos e índices zoométricos; estudar a curva de crescimento dos caprinos Repartida; e predizer o peso dos caprinos a partir da barimetria. Foram coletados dados morfométricos de populações caprinas naturalizadas criadas no Brasil e Cabo Verde, e dados de algumas populações comerciais e marroquinas a título de comparação. Para a caracterização fenotípica foram utilizadas medidas biométricas, presença/ausência de traços fenotípicos, índices zoométricos e peso de alguns animais. Os resultados demonstraram, ao utilizar dados biométricos, que existem diferentes tipos caprinos caboverdianos. As cabras do Fogo são um grupo a parte das demais cabras caboverdianas. As populações caprinas das ilhas de Barlavento agrupam-se pelas distâncias geográficas. Os rebanhos da

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Suplemento Especial - Agenda Científica

ilha do Fogo agrupam-se pela proximidade geográfica entre as localidades da ilha e dos locais onde são realizados cruzamentos com a raça Canária. Para caracteres morfológicos, foi possível caracterizar os caprinos de cada ilha por meio das diferentes características morfológicas. Os agrupamentos obtidos ao utilizar dados binários foram mais condizentes e mostrou que as populações das ilhas de Barlavento (São Vicente e Santo Antão) são as mais similares entre si e que a população caprina do Fogo é a mais distinta em comparação com as demais. Os ecótipos piauienses avaliados Marota e Azul possuem um bom estado de conservação. As cabras Repartida da Bahia, Gurguéia do Piauí e Sem Padrão Racial Definido do Piauí apresentam conformação corporal próxima das raças comerciais. Os ecótipos piauienses Gurguéia e Repartida apresentam provável mestiçagem. Os índices zoométricos foram úteis para avaliar que Nambi e SRD-PI têm maior propensão para produção. As populações São Nicolau, Santiago, São Vicente, Azul, Santo Antão e Repartida tem maior aptidão para produção leiteira. As populações Gurguéia, Marota e Fogo apresentam aptidão mista. A origem dos caprinos brasileiros oriundos de Cabo Verde, provavelmente, são provenientes das ilhas Sotavento (Fogo e Santiago) e não de Barlavento (São Nicolau, Santo Antão e São Vicente). Dentre as populações naturalizadas brasileiras, o ecótipo Repartida é o que mais se assemelha as cabras cabo-verdianas. O modelo Logístico apresentou melhor ajuste na descrição da curva de crescimento dos caprinos do ecótipo Repartida. Os caprinos do ecótipo Repartida são de alto peso ao nascimento e baixo peso à maturidade, o que pode indicar, além do déficit nutricional, a adaptação desses animais às condições adversas da caatinga. O crescimento destes animais é lento, por isso podese recomendar o abate deste animais antes dos 210 dias de idade. As equações estimadas em função da circunferência torácica predizem com precisão o peso vivo de cabras Anglo-Nubiana, Alpina, Mambrina e Repartida, o que não justificaria, na prática, o uso de mais medidas além da circunferência torácica.

Título em português

Glicerina bruta em suplementos para novilhas mestiças em pastagens

Título em inglês

Crude glycerin supplements for crossbred heifers on pasture Pesquisador:

Vitor Visintin Silva de Almeida

Email:

vsazootec@yahoo.com.br

Orientador:

Augusto César de Queiroz

Data da defesa:

20/10/2011

Arquivo:

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Assuntos:

ZOOTECNIA, Glicerina bruta, Digestibilidade, Desempenho, Consumo, Pastagem, Suplementação, Crude glycerine, Digestibility, Performance, Consumption, Pasture, Supplemental Resumo:

Objetivou-se avaliar o efeito da utilização da glicerina bruta no suplemento de novilhas criadas em pastagens, sobre consumo, digestibilidade e o desempenho; verificar a composição química e em ácidos graxos da carne de novilhas criadas em pasto; investigar correlações entre o consumo e a deposição de ácidos graxos na carcaça de novilhas criadas em pasto; avaliar o comportamento ingestivo no período de transição seca-águas e águas; verificar as respostas econômicas da inclusão de glicerina bruta na dieta. Foram utilizadas 36 novilhas mestiças, Holandês x Zebu, com peso inicial médio de 301,5 kg, distribuídas em um delineamento inteiramente casualisado, com quatro tratamentos e nove repetições por tratamento. Os animais foram mantidos em sistema de produção em pasto de Brachiaria brizantha cv. Marandu, em lotação rotativa, durante o período de transição seca-águas e águas. Os tratamentos testados foram 0,0, 3,33, 6,66 e 9,99% de inclusão de glicerina bruta na matéria seca total em substituição ao milho, fornecidos a um nível de 0,7% PC. Os consumos de MS e dos nutrientes das dietas experimentais não foram influenciados pela inclusão de glicerina bruta, com exceção dos consumos de EE e CNF. Os coeficientes de digestibilidade da MS e dos nutrientes das dietas experimentais não foram influenciados pela inclusão de glicerina bruta, exceto do EE. A glicerina bruta não afetou o desempenho dos animais, os quais apresentaram valor médio de 649 g/dia. A espessura de gordura na carcaça apresentou efeito linear crescente com

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Suplemento Especial - Agenda Científica

a adição de glicerina na dieta. As concentrações de umidade, cinzas e proteína do músculo Longissimus dorsi não apresentaram diferença com a inclusão da glicerina. O teor de gordura total da carne foi aumentado com a adição de glicerina na dieta. A deposição na carne dos ácidos graxos margárico (17:00), 8-heptadecenóico (17:01), vacênico (18:1n-7t) e CLA (18:2c9-t11) aumentou, enquanto a de pentadecenóico (15:01) diminuiu com a inclusão de glicerina na dieta. Os demais ácidos graxos não foram alterados pela adição da glicerina. Os teores totais de ácidos graxos saturados (AGS), insaturados (AGI), monoinsaturados (AGMI), poliinsaturados (AGPI), ácidos graxos n-6, ácidos graxos n-3, razão AGPI:AGS e n-6:n-3 não foram influenciados. O consumo do ácido oléico (18:1n9) correlacionou-se com a deposição dos ácidos 12:0, 14:1, 15:0 e 17:0 de forma moderada positiva e negativamente com ácido 15:1. A deposição do ácido graxo 18:1n7t correlacionou-se moderadamente com praticamente todos os ácidos presentes na dieta exceto 14:0, 16:0, 16:1, 17:0 e AGS. De forma diferente o 18:2n6 correlacionou-se apenas com 16:0, 16:1, AGS e a AGPI/AGS. O 18:2c9t11 (CLA) apresentou correlação moderada com quase todos os ácidos graxos presente na dieta. Sendo que a correlação foi negativa para os ácidos 14:0, 15:0, 18:3n3, 20:1, 20:1n9, AGPI, AGPI/AGS e n3. A inclusão de glicerina bruta diminui os tempos de pastejo e cocho, e aumentou o tempo em ócio dos animais no período de transição seca-águas. A ruminação foi influenciada de forma quadrática. A alimentação (minutos/kg de MS e FDN) foi reduzida, enquanto a ruminação (minutos/ kg de MS e FDN) apresentou efeito quadrático com a inclusão de glicerina. As variáveis tempo gasto para cada bolo ruminado, números mastigações por bolo e por dia não foram influenciadas. O número de bolos por dia apresentou efeito quadrático. Os números de períodos de pastejo, ócio, ruminação e cocho não foram influenciados pela inclusão de glicerina bruta, apresentando valores médios de 15,1, 24,9 e 13,3 e 3,71 períodos por dia, respectivamente. A eficiência de alimentação e ruminação (kg /hora de MS e FDN) aumentaram com a inclusão da glicerina bruta na dieta. A inclusão de glicerina bruta promove melhoria na eficiência de alimentação e ruminação de novilhas em pastejo. No período das águas a tempo gasto com alimentação (minutos/kg de MS e FDN) não foi 62

afetadas, enquanto a ruminação (minutos/kg de MS e FDN) foi reduzida com a inclusão de glicerina. As variáveis números de bolos por dia e mastigações por dia apresentaram efeito linear com os níveis de inclusão. O tempo gasto para cada bolo ruminado e o número de mastigações por bolo não foi influenciado. A ingestão de MS e FDN (g/refeição) apresentou efeito quadrático e a eficiência de alimentação expressa por kg de MS e FDN por hora não foi influenciada pela inclusão de glicerina na dieta. As eficiências de ruminação foi melhorada com a adição de glicerina. A inclusão de glicerina bruta nas dietas afeta alguns parâmetros do comportamento ingestivo de novilhas em pastagens. A produção de carne não foi alterada com a inclusão de glicerina na dieta. A inclusão de glicerina provocou redução de até 14,93% no preço do concentrado. Houve aumento significativo no saldo total que passou de 3,76 para 91,89 Reais/ha com a inclusão de glicerina. A inclusão de glicerina bruta no suplemento foi capaz de elevar o valor presente líquido e a taxa interna de retorno, mostrando ser uma alternativa para baratear o custo de produção de animais suplementados a pasto.

Título em português

Desempenho e exigências de energia e proteína de bovinos Nelore estratificados por consumo alimentar residual Título em inglês

Performance and energy and protein requirements of Nellore stratified by residual feed intake Pesquisador:

Fabiana Lana de Araújo

Email:

lanadearaujo@yahoo.com.br

Orientador:

Augusto César de Queiroz

Data da defesa:

29/11/2011

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Assuntos:

Alimentação, Consumo alimentar, Feeding, Feed intake, AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS Resumo:

Foram realizados dois experimentos de abate comparativos envolvendo 40 bovinos Nelore, não castrados,

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Suplemento Especial - Agenda Científica

estratificados por consumo alimentar residual com peso corporal médio de 413 kg e idade média de 18 meses, para determinar as exigências líquidas de energia e proteína para mantença e ganho de peso. Foram abatidos 9 animais no início do experimento para determinação da composição corporal inicial. Os animais remanescentes foram aleatoriamente alocados em dois níveis de alimentação: alimentação ad libitum e alimentação restrita (65 g de MS/ kg PV)contendo 80% da matéria seca proveniente da ração concentrada e 20% da matéria seca proveniente do feno de braquiária brizantha. As dietas dos dois anos foram calculadas de forma a serem isoenergéticas e isoprotéicas. O período experimental foi de 112 dias, sendo que os animais eram destinados para o abate quando atingiam 4 mm de espessura de gordura. O trato digestório vazio, órgãos, carcaças, cabeça, couro, cauda, patas, sangue e demais tecidos foram pesados para determinar o peso do corpo vazio (PCVZ). Após terem sido serradas em pedaços menores e terem sido congeladas as partes foram moídas separadamente, homogeneizadas e amostradas para realização das análises químicas. O consumo de matéria seca foi mensurado diariamente e individualmente. Foram analisados dados referentes à carcaça, peso de órgãos e vísceras, ganho de peso de corpo vazio (GPCVZ), ganho médio diário (GMD), consumo de matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), carboidratos não fibrosos (CNF), nutrientes digestíveis totais (NDT), rendimento de cortes primários, proporção de frações comestível, ossos e aparas. Para cálculo das exigências foi utilizado o antilog do intercepto da regressão linear do log da produção de calor (PC) com o consumo de energia metabolizável (CEM) para estimar a exigência líquida de energia para a mantença (ELm, kcal/kg PCVZ0,75/ dia). A exigência de energia metabolizável para mantença foi obtida com auxilio do método interativo, assumindo que o requerimento de mantença é o ponto onde o CEMiguala à PC na seguinte equação PC = β0 * eβ1*CEM . O coeficiente de inclinação da regressão da energia retida no CEM foi adotado como sendo a eficiência de utilização da energia metabolizável para ganho (kg). De maneira alternativa, o intercepto dividido pelo kg foi utilizado para calcular a exigência de energia metabolizável para mantença. A exigência de proteína metabolizável para mantença foi calcula-

da através da equação CPMetm = β0 + β1 * PV, em que β0 = estimação da exigência de proteína metabolizável para mantença (PMetm); β1 = eficiência de utilização da energia metabolizável para ganho e PV = peso corporal (kg). Os dados referentes ao consumo, desempenho e composição de carcaça e não carcaça foram analisados segundo delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x2x2. As exigências nutricionais de energia e proteína foram analisadas utilizando um modelo aleatório considerando o efeito de experimento como efeito aleatório e o nível de alimentação e o grupo de CAR como efeitos fixos. Para o experimento descrito observou-se diferença quanto ao consumo de matéria seca e demais nutrientes dietéticos entre os diferentes grupos CAR, já no que diz respeito ao desempenho animal e composição de carcaça e não carcaça observouse diferença quanto ao nível de alimentação.Não houve diferença para as exigências de energia para mantença e exigência de energia para ganho entre os diferentes grupos de CAR. A exigência de proteína para mantença também não foi observada diferença entre os grupos CAR assim como também para as exigências de proteína para ganho.

Título em português

Estrutura do dossel, demografia do perfilhamento e acúmulo de forragem em pastos de Brachiaria humidicola submetidos a regimes de lotação intermitente Título em inglês

Sward structure, tillering demographics and forage accumulation in Brachiaria humidicola pastures under continuous stocking. Pesquisador:

Hélio Henrique Vilela

Email:

h2vilela@yahoo.com.br

Orientador:

Domicio do Nascimento Júnior

Data da defesa:

15/12/2011

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Assuntos:

Plantas forrageiras, Regimes de lotação, Pastos, Forage plants, Stocking system, Pastures, PASTAGEM E FORRAGICULTURA

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Resumo:

O objetivo deste experimento foi avaliar as características estruturais do dossel, a demografia do perfilhamento e o acúmulo de forragem em pastos de Brachiaria humidicola cv. Comum manejados sob lotação intermitente. O experimento foi conduzido no setor de Forragicultura do Departamento de Zootecnia, na Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, de dezembro de 2009 a dezembro de 2010. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados com três repetições, em esquema fatorial 2 x 2. Foram avaliados quatro tratamentos, representados por duas severidades de pastejo (alturas pós -pastejo de 8 e 16 cm) associadas a duas frequências de desfolhação (quando o dossel interceptava 95% ou 98% da luz incidente). Assim os tratamentos foram designados da seguinte maneira: 95/8; 95/16; 98/8 e 98/16. A interceptação de luz incidente (IL) e a altura do dossel foram monitoradas semanalmente. Foram avaliadas as características estruturais do dossel, a demografia do perfilhamento, o acúmulo e a composição morfológica da forragem. Principalmente nos piquetes manejados com 98% de IL não foi possível atingir as alturas pós-pastejo pretendidas, as quais foram bem superiores àquelas pré-estabelecidas. A altura pré-pastejo do dossel, associada a 95% de IL, foi em média, 30 cm, enquanto a altura associada a 98% de IL foi, em média, 50 cm. O manejo do pastejo a 95% de IL, em função do menor intervalo entre pastejos, que variou de 29 dias no verão a 124 dias no outono/inverno/início de primavera, proporcionou maior número de pastejos em relação ao manejo a 98% de IL, cujo intervalo entre pastejos variou de 76 dias no verão a 247 dias no outono/inverno/início de primavera. As taxas de aparecimento e morte de perfilhos foram influenciadas pelas frequências e severidades de pastejo e pelas estações do ano, causando variação na densidade populacional de perfilhos. Assim, a densidade populacional de perfilhos foi maior durante o verão e nos piquetes manejados a 95% de IL e 16 cm de altura pós-pastejo, demonstrando a influencia da frequência e severidade de pastejo sobre as variáveis que a determinam. O acúmulo total de forragem durante o período experimental foi de 10000; 7320; 12270 e 7590 kg/ha de MS para os tratamentos 95/8, 95/16, 98/8 e 98/16, respectivamente. Piquetes manejados a 98% de IL apresentaram menor proporção 64

de lâminas foliares e maior proporção de colmos na forragem em relação àqueles manejados a 95% de IL, os quais apresentaram maior proporção de folhas e menor proporção de colmos. As alturas pré-pastejo estiveram relacionadas com a interceptação de luz pelo dossel de maneira que essa característica pode ser utilizada de maneira prática e confiável. Em função do acúmulo considerável de forragem, da maior proporção de lâminas foliares na forragem e da manutenção na estabilidade da população de perfilhos, a estratégia de desfolhação mais indicada para a Brachiaria humidicola cv. Comum manejada sob regime de lotação intermitente seria a interrupção da rebrotação (início do pastejo) quando o dossel intercepta 95% da luz incidente, condição em que os pastos se encontram com 30 cm de altura, e o término do pastejo quando os pastos atingirem 16 cm de altura pós -pastejo.

Título em português

Desempenho e deposição de nutrientes em frangos de corte alimentados com diferentes níveis dietéticos de lisina Título em inglês

Performance and deposition of nutrients of broilers chickens fed with different lysine levels Pesquisador:

Carla Rodrigues da Silva

Email:

carlarodrigueszoo@yahoo.com.br

Orientador:

Horácio Santiago Rostagno

Data da defesa:

14/02/2012

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Assuntos:

Desempenho, Deposição de nutrientes, Frangos de corte, Proteína, Performance, Nutrient depositions, Broiler chickens, Protein, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Quatro experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes relações de lisina digestível sobre o desempenho (exp. 1 e 2) e a deposição de nutrientes (exp. 3 e 4) em frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb,

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Suplemento Especial - Agenda Científica

nas fases de 1 a 7; de 1 a 21; de 1 a 35; de 1 a 42 e de 1 a 49 dias de idade. Outros dois experimentos (exp. 5 e 6) foram realizados para se estimar utilizando os parâmetros das equações de Gompertz, o crescimento e a deposição de matéria seca, de gordura, de proteína e de cinzas, em machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb, de 1 a 49 dias de idade. Para cada linhagem foram utilizados 1584 pintos de corte, sendo metade de cada sexo, distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado sendo três relações de lisina para cada sexo com oito repetições e 33 aves por unidade experimental. Para os machos, de ambas linhagens, os níveis de lisina digestível nas fases de 1 a 7, de 8 a 21, de 22 a 35, de 36 a 42 e de 43 a 49 dias de idade, foram respectivamente de 1,330; de 1,146; de 1,073; de 1,017 e de 0,970%. Para as fêmeas, nas mesmas fases, os valores foram de 1,330; de 1,146; de 0,997; de 0,904 e de 0,857%. Os demais valores percentuais foram obtidos considerando a exigência de lisina 8% acima (108%) e 8% abaixo (92%). Com base nos dados referentes ao desempenho, pode-se concluir que menores quantidades de lisina digestível, proporcionam os piores resultados, independente da linhagem, sexo ou fase estudada e que, valores iguais ou superiores aos exigidos ocasionam melhoras significativas no desempenho. Quanto à deposição de matéria seca, de gordura, de proteína e de cinzas das aves Ross e Cobb, observou-se que a redução ou o aumento de lisina digestível em 8%, não foram suficientes para resultar em alterações consistentes na deposição de nutrientes no período de 1 a 49 dias. De modo geral, as estimativas obtidas com auxílio da equação de Gompertz, foram superestimadas nas fases inicial e final de crescimento das aves. As curvas de Gompertz ajustadas apresentaram coeficientes de determinação excelentes, confirmando que a equação de Gompertz é indicada para se estimar o crescimento e a deposição de tecidos em frangos de corte. As curvas demonstraram, com grande clareza, que as fêmeas depositam mais gordura e menos proteína que os machos e, que após o declínio da curva de deposição de proteína, a curva de deposição de gordura continua crescente, logo quanto maior a idade de abate maior o teor de gordura e menor o de proteína na carcaça, principalmente nas fêmeas. As curvas de Gompertz, para a deposição de cinzas, demonstram que a má-

xima deposição de cinzas ocorre antes da deposição de proteína e gordura, atestando que o crescimento ósseo é primário.

Título em português

Parâmetros genéticos, repetibilidade e diversidade genética em híbridos de Panicum maximum Título em inglês

Genetic parameters, repeatability and genetic diversity in Panicum maximum hybrids Pesquisador:

Thiago Gomes dos Santos Braz

Email:

thiagogsbz@hotmail.com

Orientador:

Dilermando Miranda da Fonseca

Data da defesa:

15/02/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Melhoramento, Gramínea, Família de irmãos completos, Produção de forragem, Repetibilidade, Improvement, Grassy, Full-sib family, Forage production, Repeatability, PASTAGEM E FORRAGICULTURA Resumo:

Objetivou-se com este trabalho avaliar a repetibilidade, os parâmetros genéticos e a diversidade genética em híbridos de Panicum maximum. O experimento foi conduzido no campo experimental da Embrapa Gado de Corte durante o período de dezembro de 2009 a fevereiro de 2011. Foram avaliados híbridos de três progênies de irmãos completos, resultantes do cruzamento entre as genitoras S10 e o capim-tanzânia (progênie 1), S10 e capim-mombaça (progênie 2) e S12 e capim-tanzânia (progênie 3). Após o estabelecimento dos híbridos no campo, obtiveram-se 108 híbridos para a progênie 1, 167 híbridos para a progênie 2 e 45 híbridos para a progênie 3, totalizando 320 genótipos, que foram clonados e avaliados em teste clonal em delineamento em blocos incompletos com 320 tratamentos e duas repetições. Os blocos foram constituídos por três parcelas lineares de nove plantas (touceiras), totalizando 32 blocos, de modo que cada parcela correspondeu a uma das progênies. Na bordadura, utilizaram-se plantas de capim-mombaça. Tanto entre as plantas dentro da linha quanto entre as

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linhas, o espaçamento foi de um metro. Os híbridos foram manejados por meio de cortes na altura de 25 cm do nível do solo, realizados nos meses de janeiro, março, junho, outubro, novembro e dezembro de 2010 e fevereiro de 2011. O corte realizado em junho não foi avaliado. Para o estudo da repetibilidade, utilizaram-se os caracteres agronômicos: produção de forragem (PF), massa seca total (MST), massa seca de folhas (MSF) e de colmos + bainhas (MSC) e porcentagem de folhas (%F). Também foram avaliados os caracteres altura de planta (ALT), rebrotação (REB) e incidência de Bipolars maydis (IBM). Os coeficientes de repetibilidade foram estimados para plantas individuais e para parcelas, por meio dos métodos de: análise de variância (ANOVA), análise dos componentes principais (matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas - CPCOV), análise dos componentes principais (matriz de correlações intraclasse - CPCOR) e o método da análise estrutural (matriz de correlações - AECOR). A massa seca de folhas proporcionou maior repetibilidade, seguida pela MST e ALT. Para os caracteres morfoagronômicos, maior repetibilidade foi registrada para ALT. As progênies foram discrepantes quanto à repetibilidade dos caracteres rebrotação e incidência de Bipolaris maydis. Seis colheitas foram suficientes para proporcionar confiabilidade na seleção dos híbridos de P. maximum quanto à produção de massa seca total e de folhas e à IBM. A repetibilidade de cortes dos caracteres porcentagem de folhas e rebrotação é baixa. A avaliação das parcelas proporcionou resultados ligeiramente superiores aos obtidos com a avaliação de plantas individuais para todos os caracteres, excetuando-se a rebrotação. O aumento da eficiência no processo de seleção implicou aumento considerável no número de medições, sobretudo para os caracteres de baixa repetibilidade. Na avaliação da estabilização genotípica, utilizaramse os caracteres MST, MSF, MSC e %F, tanto na avaliação de plantas individuais quanto na de parcelas. De maneira geral, observou-se maior repetibilidade para os caracteres massa seca total e de folhas, principalmente quando foram avaliados os cortes 4, 5 e 6. A massa seca de folhas foi o caráter que proporcionou melhor repetibilidade e determinação. A repetibilidade para MSC e %F foi de baixa a média magnitude, principalmente com a inclusão do corte do período da seca. Os cortes realizados no período das águas pro66

porcionam maior repetibilidade e determinação para a seleção dos genótipos e a inclusão do corte da seca ou do primeiro corte é prejudicial para o processo de seleção de caracteres de baixa repetibilidade, como a %F. A avaliação da estabilização genotípica em parcelas proporcionou maior repetibilidade que a avaliação de plantas nos cortes realizados nas águas. Os parâmetros genéticos foram estimados para os caracteres agronômicos: MST, MSF e MSC e para os caracteres morfoagronômicos: %F, ALT, rebrotação (REB) e IBM. Os componentes de variância genotípica, variância entre parcelas e variância permanente de meio ambiente foram significativos para todas variáveis avaliadas (P<0,05), com exceção da %F, cujo componente de variância permanente de meio não foi significativo (P>0,05). Todos os caracteres apresentaram herdabilidade individual por colheita e por médias de colheitas moderadas e grande diferença entre a herdabilidade e o coeficiente de repetibilidade individual, o que pode ser atribuído à ocorrência de grande variância de ambiente permanente, sobretudo para MST e MSF. Por outro lado, a %F também apresentou baixa repetibilidade e variância permanente de meio. Os coeficientes de variação genotípicos foram altos, com exceção da %F, mas também estiveram associados a altos coeficientes de variação residual. Tanto a herdabilidade individual por colheita no sentido amplo quanto a herdabilidade de médias de colheitas dos caracteres agronômicos foram de magnitude baixa a moderada nos indivíduos híbridos de P. maximum. Por outro lado, concluiu-se que há variabilidade para seleção de caracteres importantes para o programa de melhoramento, tais como MST, MSF, e que a seleção para %F necessita de maior número de colheitas para ter sua eficiência melhorada. Os genótipos apresentaram grande variabilidade quanto à incidência de B. maydis. Os estudos de diversidade genética foram realizados nas diferentes progênies e no experimento e com base em distâncias estimadas de diferentes grupos de caracteres (morfológicos, agronômicos e de valor nutritivo). Com base nestes resultados, concluiu-se que os caracteres morfológicos altura da planta, densidade de pelos na bainha, comprimento dos pelos na folha, arroxeamento da bainha, presença de serosidade e o tipo de folha; os caracteres agronômicos MSF, %F e IBM; e os caracteres de valor nutritivo teor de celulose, de sílica e de lignina em per-

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manganato de potássio constituem-se nos melhores descritores para o estudo da diversidade genética em indivíduos híbridos de P. maximum. Por meio da análise de componentes principais, observou-se também que há maior diversidade genética entre os indivíduos dentro das progênies que entre as progênies. Na análise de agrupamento, observou-se maior formação de grupos quando se utilizaram caracteres agronômicos. Foi possível identificar, por meio da matriz de dissimilaridades, indivíduos divergentes e de bom desempenho para serem recombinados no programa de melhoramento de forrageiras de P. maximum.

Título em português

Avaliação de níveis de lisina e planos de nutrição para fêmeas suínas dos 60 aos 148 dias Título em inglês

Evaluation of lysine levels and nutrition plans for gilts from 60 to 148 days Pesquisador:

Veredino Louzada da Silva Júnior

Email:

veredino@eafcol.gov.br

Orientador:

Juarez Lopes Donzele

Data da defesa:

14/02/2012

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Aminoácidos, Suínos, Sexo, Desempenho, Amino Acids, Pigs, Sex, Performance Resumo:

Foram conduzidos três experimentos com o objetivo de avaliar níveis de lisina digestível (Ld) e planos de nutrição para fêmeas suínas, dos 23 aos 107 kg de peso, com alto potencial genético para deposição de proteínas muscular. No experimento I, foram utilizadas 80 fêmeas suínas com pesos inicial e final de 23,66 ± 0,28 kg e 56,98 ± 0,88 kg, respectivamente. As rações experimentais foram constituídas por uma ração basal com 19,00% de proteína bruta e 3.250 kcal de EM/kg, e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com L-lisina HCl, em substituição ao amido, resultando em rações experimentais com níveis de 0,90; 1,00; 1,10; 1,20; 1,30% de Ld. No experimento II,

utilizadas 80 fêmeas suínas com pesos inicial e final de 23,34 ± 0,19 kg e 87,39 ± 1,38 kg, respectivamente, que consumiram, em cada fase, uma ração basal e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com L-Lisina HCl 78%, em substituição ao amido, resultando em planos nutricionais com 0,900,80; 1,00-0,90; 1,10-1,00; 1,2-1,10 e 1,30-1,20% de Ld, respectivamente dos 60 aos 99 e dos 100 aos 129 dias. No experimento III, foram utilizadas 80 fêmeas suínas com pesos inicial e final de 23,46 ± 0,27 kg e 106,76 ± 1,99 kg, respectivamente, que consumiram, em cada fase, uma ração basal e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com L-Lisina HCl 78%, em substituição ao amido, resultando em planos nutricionais com 0,90-0,80-0,70; 1,00-0,900,80; 1,10-1,00-0,90; 1,20-1,10-1,00; 1,30-1,20-1,10% de Ld, respectivamente, dos 60 aos 99, dos 100 aos 129 dias e 130 aos 148 dias. No Experimento I, os níveis de Ld influenciaram (P<0,05) o consumo de ração diário (CRD) dos animais, que diminuiu de forma quadrática até o nível estimado de 1,09% de Ld. A ingestão diária de Ld aumentou (P<0,01) de forma linear em razão da elevação do nível de Ld da ração. Verificou-se que não foi observado efeito (P>0,05) dos níveis de Ld sobre o ganho de peso diário (GPD) dos animais, entretanto ocorreu efeito (P<0,01) dos níveis de Ld sobre a conversão alimentar (CA), que melhorou de forma quadrática até o nível estimado de 1,10% de Ld. Quanto às características de carcaça, não foi observado efeito (P>0,05) dos níveis de Ld sobre a área de olho de lombo (AOL) e espessura de toucinho (ET). O nível de 1,10% de Ld correspondente a consumo médio diário estimado de 18,98g e a uma relação de 3,38g de Ld/Mcal de EM, proporcionou o melhor resultado de CA para fêmeas suínas de alto potencial genético de deposição de carne do período de 60 aos 99 dias de idade. No experimento II, não foi observado efeito (P>0,05) dos planos de nutrição sobre o CRD nem sobre o GPD (P>0,05). A CA foi influenciada (P<0,01) pelos planos de nutrição avaliados, e a melhor resposta foi obtida com o plano constituído pela sequência de 1,00- 0,90% de Ld. Não foi observado efeito (P>0,05) do plano de nutrição na AOL nem sobre a ET dos animais (P>0,05). O plano de nutrição constituído pela sequência de 1,00-0,90% de lisina digestível atende as exigências de Ld de fêmeas suínas de alto potencial genético, respectivamente, dos 60 aos 99 e dos 100

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aos 129 dias para melhor resposta de CA dos 60 aos 129 dias de idade. No experimento III, os planos de nutrição de Ld não influenciaram (P>0,05) o CRD das fêmeas suínas nem seu GPD (P>0,05). Não foi observado efeito (P>0,05) dos planos nutricionais sobre a CA, sobre o rendimento de carcaça quente dos animais (P>0,05), nem sobre a quantidade e o rendimento de carne (P> 0,05). O plano de nutrição constituído pela sequência 0,90-0,80-0,70% de Ld atende às exigências de fêmeas suínas de alto potencial genético, respectivamente, dos 60 aos 99, 100 aos 129 e dos 130 aos 148 dias para melhor resposta de desempenho e de características de carcaças.

Título em português

Níveis de lisina digestível e validação da proteína ideal em rações para frangos de corte Título em inglês

Lysine levels and validation of ideal protein in diets for broilers Pesquisador:

Will Pereira de Oliveira

Email:

balexander@bol.com.br

Orientador:

Rita Flávia Miranda de Oliveira Donzele

Data da defesa:

14/02/2012

Arquivo:

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Assuntos:

PRODUCAO ANIMAL, Aminoácido digestível, Aves, Desempenho, Digestible amino acids, Birds, Performance Resumo:

Foram realizados quatro experimentos com frangos de corte, sendo dois (Experimentos 1 e 2) para avaliar o efeito de níveis de lisina digestível em rações suplementadas ou não com aminoácidos industriais e outros dois (experimentos 3 e 4) para validar as relações dos aminoácidos digestíveis: Treonina, Valina, Isoleucina, Arginina e Triptofano; com a Lisina digestível, na proteína ideal, para frangos de corte submetidos a dois ambientes térmicos: termoneutro e estresse por calor. No experimento 1, foram utilizados 1440 frangos, de 8 a 21 dias de idade, com peso inicial médio de 168,1g, distribuídos em delineamento experimental 68

inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 5 x 2 [(cinco níveis de lisina digestível: 1,00; 1,10; 1,20; 1,30 e 1,40% e dois tipos de ração: variando a proporção de milho e de farelo de soja (M+FS) e ração suplementada com aminoácidos industriais (PB+AA)], oito repetições e 18 aves por repetição. Foi observado efeito de interação apenas sobre o ganho de peso (GP) e sobre a deposição de gordura (DG) das aves. O consumo de ração (CR) em ambas as rações. Os níveis de lisina da ração M+FS influenciaram de forma quadrática o ganho de peso (GP) e a conversão alimentar (CA) que melhoraram até os níveis estimados de 1,30 e 1,40% de lisina, respectivamente. Na ração PB+AA, os níveis de lisina aumentaram o GP e melhoraram a CA de forma linear. Independente do tipo de ração, a deposição de proteina aumentou enquanto a deposição de gordura reduziu de forma linear com o aumento dos níveis de lisina. A ração M+FS proporcionou menor deposição de gordura em relação à ração PB+AA. No experimento 2, foram utilizados 1280 frangos, de 22 a 42 dias de idade, com peso inicial médio de 787,5g, distribuídos em DIC, em esquema fatorial 4 x 2 (quatro níveis de lisina digestível: 0,90; 1,00; 1,10 e 1,20% e dois tipos de rações, formuladas por metodologia semelhante à do experimento 1), oito repetições e 20 aves por repetição. Foi observado efeito de interação sobre os parâmetros de desempenho e de carcaça avaliados. Em ambas as rações a CA melhorou de forma linear com o aumento dos níveis de lisina. Os níveis de lisina da ração M+FS influenciaram o CR, o GP, os pesos absolutos (PA) de carcaça, coxa, sobrecoxa e o peso relativo (PR) de peito sem osso, que aumentaram de forma linear. Entretanto, os PA e PR de gordura abdominal (GA) reduziram linearmente com o aumento dos níveis de lisina na ração M+FS. Nas aves alimentadas com ração PB+AA o PR de sobrecoxa reduziu de forma linear com os níveis de lisina e os PR de peito com osso e peito sem osso reduziram de forma quadrática até os níveis estimados de 1,04 e 1,07% de lisina, respectivamente. A excreção e a retenção de nitrogênio aumentaram linearmente com os níveis de lisina da ração M+FS. No experimento 3, foram utilizados 336 frangos machos, dos 22 aos 42 dias de idade, distribuídos em DIC, com oito tratamentos (rações) [basal; cinco rações com as relações ideais com a lisina: treonina (Tre), valina (Val), isoleucina (Ile), arginina (Arg), triptofano (Trp); proteína

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ideal (PI); PI+ácido glutâmico+glicina (PI+Glu+Gli)], seis repetições e sete aves por repetição, alojadas em salas climatizadas. A temperatura do ar (TAR) e umidade relativa (UR) das salas foram de 23,8±115°C e 69,8±5,59%. O ITGU calculado foi de 70,9±1,66. Não foi observado efeito das rações experimentais sobre o CR, GP e CA. Da mesma forma, os PA e PR de carcaça, peito com osso e peito sem osso não foram influenciados pelas rações experimentais. Ambos os PA e PR da GA apresentaram o maior valor para a ração PI e o menor valor para a ração Tre. No experimento 4, a metodologia aplicada foi semelhante à do experimento 3, porém as salas climatizadas foram ajustadas para proporcionarem estresse por calor. A TA , a UR e o ITGU obtidos foram de 32,0±0,55°C, 66,9±5,63% e 82,7±0,87, respectivamente. As rações experimentais não influenciaram o CR, GP e a CA. Os PA de carcaça, peito com osso, peito sem osso, perna e GA, assim como os PR de carcaça e peito sem osso não foram influenciados pelas rações experimentais. O maior PR de peito com osso e o menor PR de perna foram proporcionados pela ração PI+Glu+Gli. A ração PI porporcionou o maior PR de GA em comparação às demais rações. Conclui-se que, para frangos na fase de 8 a 21 dias de idade, os níveis estimados de 1,30 e de 1,40% de lisina digestível da rações M+FS proporcionaram, respectivamente, melhor GP e CA. Enquanto as aves que receberam rações PB+AA, o nível de 1,40% de lisina na ração proporcionou o melhor desempenho. Para a fase de 22 a 42 dias de idade, os níveis de 1,20 e 0,90% de lisina das rações M+FS e PB+AA, respectivamente, correspondem às exigências de lisina para o melhor desempenho. As relações dos aminoácidos treonina, triptofano, arginina, valina e isoleucina com a lisina ao nível de 1,10% na base digestível na proteína ideal preconizada por Rostagno et al. (2005) estão adequadas para frangos de corte submetidos aos ambientes termoneutro e de estresse por de calor. No estresse por calor, a suplementação com ácido glutâmico e glicina melhora as características de carcaça dos frangos de corte.

Título em português

Análise genômica estrutural e funcional em bovinos Holandês x Gir infestados pelo Rhipicephalus (Boophilus) microplus

Título em inglês

Structural and functional genomic analysis in Holstein x Gir cattle infested by Rhipicephalus (Boophilus) microplus Pesquisador:

Ana Paula Gomes Pinto

Email:

paulagomes11@yahoo.com.br

Orientador:

Paulo Sávio Lopes

Data da defesa:

16/03/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Bioinformatics, Tick, Bovine milk, Bioinformática, Biblioteca de cDNA, Carrapato, Bovino de leite, GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, cDNA libraries Resumo:

Rhipicephalus (Boophilus) microplus, popularmente conhecido como o carrapato bovino, é um ectoparasita hematófago e monoxeno, que gera grandes prejuízos à bovinocultura de regiões tropicais e subtropicais. Sabe-se da existência de diferenças quanto à resistência ao carrapato entre Bos taurus e Bos indicus e que estas são geneticamente herdáveis, mas os mecanismos envolvidos permanecem pouco compreendidos, apesar de décadas de intensa pesquisa. A realização do presente estudo teve por objetivos: 1) identificar genes diferencialmente expressos na pele de bovinos Holandês x Gir e relacionados com o status resistência/ susceptibilidade ao Rhipicephalus (Boophilus) microplus; 2) mapear transcritos, derivados de duas bibliotecas de pele de bovinos Holandês x Gir infestados por carrapato, e associar tal informação aos dados de uma varredura genômica para a detecção de QTL para resistência ao referido parasita; 3) identificar, in silico, marcadores microssatélites e SNP a partir das EST derivadas das citadas bibliotecas. Como não foram detectados genes diferencialmente expressos a partir da técnica Northern digital, baseou-se na anotação funcional dos transcritos e na sua classificação ontológica para a identificação de genes com potencial influência sob o status resistência/susceptibilidade ao carrapato, obtendo-se um conjunto de 11 genes. Observou-se uma maior expressão de MGST3, SOD1 e CYB5R1 nos animais susceptíveis nas primeiras 24 horas após

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a infestação e de CYB5R1, nas primeiras 48 horas. Nos animais resistentes, observou-se maior expressão de PCOLCE e CFH nas primeiras 24 horas após a infestação. Tal regulação gênica indica que a infestação por carrapatos induz um complexo conjunto de respostas imunológicas no hospedeiro. A análise dos transcritos que foram mapeados dentro dos intervalos de confiança de QTL associados à resistência a carrapatos permitiu a identificação de nove genes (IL-1α, DEFB, DEFB1, DEFB4A, DEFB5, DEFB7, C2C4A, BLA-DQB e CD63) com potencial influência sobre o nível de resistência a tal parasita. Estudos mais aprofundados serão necessários para a validação destes genes como candidatos. A partir da pipeline d2cluster/ CAP3/MISA, a análise de 1.292 sequências únicas possibilitou a detecção de 168 microssatélites. Desconsiderando-se os monômeros, classe detectada em maior abundância, obteve-se sucesso no desenho de primers para 19 EST-SSR, sendo que somente cinco destas referem-se a regiões transcritas a proteínas. A mineração para identificação de SNP nas bibliotecas de cDNA foi realizada a partir da pipeline RepeatMasker/d2cluster/CAP3/AutoSnp e a confirmação dos polimorfismos foi realizada a partir da inspeção visual do arquivo de qualidade das sequências. Para aumentar a redundância do conjunto de EST, realizou-se o procedimento de enriquecimento a partir de sequências depositadas em bancos de dados. Foi possível detectar 10 SNP a partir de apenas um contig, sendo este formado por 27 sequências, possuindo 652 pb. Os resultados obtidos no presente trabalho e apresentados nos diferentes capítulos são relevantes e contribuem para um maior entendimento acerca da genômica envolvida na resistência ao carrapato bovino.

Título em português

Morfogênese e dinâmica do acúmulo de forragem em capim-elefante cv. Napier submetido a alturas de resíduo pós-pastejo Título em inglês

Morphogenesis and dynamics of forage accumulation in elephant grass cv. Napier submitted to residual post-grazing heights Pesquisador:

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Braulio Maia de Lana Sousa

Email:

bmaiasousa@yahoo.com.br

Orientador:

Domicio do Nascimento Júnior

Data da defesa:

19/03/2012

Arquivo:

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Assuntos:

AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS, Alvo de manejo, Interceptação luminosa, Altura do dossel, Management target, Light interception, Canopy height Resumo:

No período de fevereiro a maio de 2009 (experimento 1) e dezembro de 2009 a maio de 2010 (experimento 2) foram avaliados os efeitos de três alturas pós-pastejo (30, 50 e 70 cm) sobre as características morfogênicas e estruturais e a dinâmica do acúmulo de forragem e dos componentes morfológicos em pastos de capim-elefante cv. Napier quando atingidos 95% de interceptação luminosa pelo dossel durante a rebrotação. O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados com três repetições. Nos dois experimentos e para perfilhos basais e aéreos e para o dossel, pastos manejados com altura pós -pastejo 30 cm apresentaram os menores valores de taxa de alongamento de folhas, duração de vida das folhas, taxa de alongamento de colmos, comprimento final da lâmina foliar e número de folhas vivas por perfilho. Esse padrão resultou em menores taxas de crescimento de folhas e de colmos, de crescimento total e de acúmulo de forragem nos pastos manejados com altura pós-pastejo de 30 cm relativamente àqueles manejados a 50 e 70 cm. As características morfogênicas e estruturais pouco diferiram entre as alturas pós-pastejo 50 e 70 cm. Contudo, pastos manejados a 50 cm apresentaram menores taxas de alongamento e de acúmulo de colmos e taxas de acúmulo de forragem relativamente estáveis, especialmente no experimento 2, em comparação àqueles manejados a 70 cm, sugerindo que essa altura pós-pastejo seria a mais indicada. A estratégia de decapitar a maioria dos meristemas apicais no primeiro pastejo (experimento 2) resultou em valores de características morfogênicas e estruturais relativamente mais estáveis e em menor taxa de acúmulo de colmos, sugerindo necessidade de controle minucioso da elevação dos meristemas apicais no primeiro ciclo de crescimento

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na primavera como forma de assegurar controle da estrutura dos pastos e produção de forragem com elevada proporção de folhas.

Título em português

Processamento de grãos de milho para uso na alimentação de vacas leiteiras Título em inglês

Processing of corn grain for use in feeding of dairy cows Pesquisador:

Cássio José da Silva

Email:

silvacass@yahoo.com.br

Orientador:

José Carlos Pereira

Data da defesa:

02/03/2012

Arquivo:

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Assuntos:

AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS, Produção de leite, Ácidos graxos, Fermentação ruminal, Milk production, Fatty acids, Ruminal fermentation Resumo:

Objetivou-se com este trabalho avaliar reconstituição da umidade associada à moagem grosseira do grão de milho sobre o desempenho produtivo e os parâmetros metabólicos de vacas de leite. O experimento foi realizado no setor de Bovinocultura de Leite do DZO/UFV. Foram utilizadas 6 vacas da raça Holandesa com 600 kg de peso corporal médio e produção diária 30 kg de leite/dia (30±5 kg), distribuídas em dois quadrados latinos 3 x 3. As dietas foram isonitrogenadas, com 18% de proteína bruta, com base na matéria seca (MS) variando o tipo de processamento do milho: milho reconstituído depois da moagem a 5 mm (MRD); milho reconstituído antes da moagem a 5 mm (MRA) e milho duro moído a 1 mm (MMF). Foram avaliadas as seguintes variáveis: consumo de matéria seca e nutrientes; produção de leite; parâmetros ruminais de pH, e ácidos graxos voláteis (propionato, acetato, butirato); composição do leite (gordura, proteína, lactose e perfil de ácidos graxos); digestibilidade da matéria seca e dos nutrientes; amido fecal; estimativa da síntese microbiana ruminal. Em laboratório, foram realizados os ensaios de degradabilidade

“in vitro” das frações dos carboidratos dos alimentos utilizados, avaliação da atividade da enzima -amilase, microscopia eletrônica de varredura para os grãos de milho processados e avaliação da granulometria. Os dados coletados foram analisados segundo o procedimento MIXED do programa estatístico “Statistical Analyses System” (SAS, 2007). O MRA apresentou maior número de partículas com tamanho acima de 1,19 mm devido ao fato da reconstituição ocorrer antes do processo de moagem, o que favorece a liberação da maior parte do pericarpo aderido ao grão de milho. Microscopicamente, os grânulos de amido não apresentaram grandes diferenças com relação a sua estrutura sendo que algumas alterações observadas nas imagens de microscopia eletrônica de varredura foram devidas à preparação das amostras para visualização. Não se verificou diferenças com relação à quantidade de amido liberado ao ongo do tempo sob a ação da enzima α-amilase (Novozymes, Termamyl 2x). A utilização do MRA e do MRD não altera o consumo de MS. O MMF tende a promover maior consumo de carboidratos não fibrosos (CNF) e amido (AM) em porcentagem dos carboidratos totais (CHOT), porém apresenta menores valores de digestibilidade da fibra. Entre os tratamentos verificouse aumento na digestibilidade da MS para o MMF e MRD, sendo que as dietas contendo MRA e MRD causaram maior variação no consumo de FDNcp, CNF e AM, sendo o consumo de AM mais estável e constante nas dietas com MMF. Os processamentos estudados também não melhoraram à produção, a composição centesimal e o perfil de ácidos graxos do leite em relação ao tratamento convencional, neste caso o MMF. O uso do MRD e MRA promoveu maior perda de amido nas fezes, porém não ocorreram alterações na digestibilidade do amido. A velocidade de degradação das frações A+B1 para o MRA foi em média 30% superior ao MMF, indicando que provavelmente a umidade das partículas reconstituídas e a ausência do pericarpo favoreceu a atividade enzimática microbiana. As concentrações de ácido acético, propiônico e butírico não variaram com os processamentos utilizados, sendo que a dieta contendo MMF promoveu menor variação no pH ruminal entre os periodos experimentais. Em geral o MMF apresentou uma menor variação de resultados para consumo e digestibilidade entre períodos, indicando que a

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moagem mais uniforme e a superfície específica dos grãos são fatores importantes para evitar flutuações no metabolismo ruminal. Apesar de causar grandes alterações físicas macroscópicas e também microscópicas na estrutura dos grãos de milho, a reconstituição antes ou depois da moagem a 5 mm não promove melhorias no desempenho e nos parâmetros digestivos avaliados em vacas de leite.

Título em português

Níveis de metionina+cistina e suas relações com a lisina em rações para poedeiras leves no período de 79 a 95 semanas de idade

dia), produção de ovos por ave dia (%), peso do ovo (g), massa de ovos (g/ave/dia), conversão alimentar por massa de ovos (kg de ração/kg de ovos), e por dúzia de ovos (kg de ração/dz de ovos), viabilidade das aves (%), ganho de peso (g), peso (g) e percentagem (%) dos componentes dos ovos (gema, albúmen e casca), e gravidade específica (g/cm3). Observouse efeito quadrático para a produção de ovos. Para as demais variáveis estudadas não houve diferença significativa entre os tratamentos. Concluiu-se que o valor de exigência de metionina+cistina para poedeiras leves no período de 79 a 95 semanas de idade, é de 0,879% com consumo diário de 835 mg desses aminoácidos, e relação metionina+cistina:lisina digestíveis foi de 97.

Título em inglês

Levels of methionine+cystine and their relationships with lysine in diets for light laying hens at 79 to 95 weeks of age Pesquisador:

Clêidida Barros de Carvalho

Email:

cleidida.carvalho@ufv.br

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

29/03/2012

Arquivo:

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Título em português

Relações metionina + cistina, treonina e triptofano com a lisina e níveis de lisina digestível em rações para codornas japonesas na fase de crescimento Título em inglês

Relationship Methionine + cystine, threonine and tryptophan with lysine and digestible lysine levels in diets for growing Japanese quails

Assuntos:

Aminoácidos, Muda forçada, Poedeiras leves, Lisina, Metionina cistina, Aminoácidos, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Lysine, Methionine cysteine, Laying hens, Forced molting

Pesquisador:

Heder José D'Ávila Lima

Email:

hederdavila@yahoo.com.br

Orientador:

Sérgio Luiz de Toledo Barreto

Data da defesa:

26/03/2012

Arquivo:

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Resumo:

Objetivou-se neste experimento avaliar diferentes níveis de metionina+cistina e suas relações com a lisina em rações para poedeiras comerciais leves, no período de 79 a 95 semanas de idade, submetidas à muda forçada na 73ª semana de idade. Foram utilizadas 288 aves Hy-line W-36, em um delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos, oito repetições e seis aves por unidade experimental. As aves foram submetidas aos tratamentos que consistiram de rações com níveis crescentes de metionina+cistina digestíveis, de 0,769; 0,815; 0,860; 0,906; 0,951; 0,996. As relações de metionina+cistina:lisina digestíveis foram 85, 90, 95, 100, 105 e 110. Os parâmetros avaliados foram: consumo de ração (g/ave/ 72

Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Coturnix coturnix japonica, Desempenho, Metionina, Proteína ideal, Treonina, Triptofano, Coturnix coturnix japonica, Performance, Methionine, Ideal protein, Threonine, Tryptophan Resumo:

Foram conduzidos 4 experimentos para avaliar as relações entre metionina + cistina e lisina digestíveis (experimento I), treonina e lisina digestíveis (experimento II), triptofano e lisina digestíveis (experimento III) e a exigência de lisina digestível (experimento IV) para codornas japonesas na fase de crescimento

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com repercussão na fase inicial de postura. Utilizouse em todos os experimentos delineamento inteiramente casualizado, no experimento I foram 5 tratamentos dietéticos, 10 repetições e 20 aves por gaiola e nos demais experimentos foram 8 repetições com 20 aves por gaiola. Avaliou-se o desempenho das aves nas fases de crescimento e de postura. No experimento I foi formulada uma ração basal, deficiente em metionina + cistina, a base de milho e farelo de soja, contendo 5,67 g metionina + cistina digestível/kg, suplementada com 5 níveis de DL- metionina (99%), correspondente às relações entre metionina + cistina e lisina de 0,54; 0,60; 0,66; 0,72 e 0,78. Observou-se aumento linear para peso e ganho de peso aos 40 dias, consumo de ração, peso de carcaça, deposição de gordura e de proteína corporal, consumo de metionina + cistina e para viabilidade das aves. Efeito quadrático foi observado para conversão alimentar e uniformidade aos 40 dias e a porcentagem de penas não variou com as relações. Na fase de postura, ocorreu efeito linear para consumo de ração e ganho de peso das aves aos 110 dias de idade. Para conversão alimentar por dúzia de ovos o LRP foi o que melhor se ajustou. Para o experimento II foi formulada uma ração basal, deficiente em treonina, a base de milho e farelo de soja, contendo 6,6 g de treonina digestível/kg, suplementada com 5 níveis de L- treonina (98%), correspondente às relações entre treonina e lisina de 0,63; 0,60; 0,66; 0,72 e 0,78. As relações treonina digestível e lisina digestível não influenciaram os parâmetros na fase de crescimento e postura, com exceção do consumo de treonina que aumentou de forma linear. No experimento III foi formulada uma ração basal, deficiente em triptofano, com 1,48 g de triptofano digestível/ kg, suplementada com 5 níveis de Ltriptofano (98%), correspondente às relações entre triptofano e lisina de 0,14; 0,16; 0,18; 0,20 e 0,22. Para peso e o ganho de peso das aves até os 40 dias e o consumo de ração na fase de postura o LRP foi o que melhor se ajustou. Para consumo de ração, conversão alimentar e viabilidade das aves na fase de crescimento, houve efeito quadrático. Na fase de postura foi observado efeito quadrático para produção de ovos por ave alojada com 1 dia, peso de ovos, ganho em peso aos 110 dias e conversão alimentar por massa de ovos. O consumo de triptofano e a produção de

ovos por ave alojada na fase de postura variaram de forma linear. No experimento IV foi formulada uma ração basal, deficiente em lisina digestível, a base de milho e farelo de soja, contendo 200,6 g de proteína bruta/kg, 12,14 MJ/kg, e 8,8 g lisina digestível/ kg, suplementada com L-lisina HCl (78,4%), correspondendo aos níveis de lisina digestível de 8,8 g/kg (sem suplementação de L-lisina), 9,8 g/kg, 10,8 g/ kg, 11,8 g/kg e 12,8 g/kg. Para peso e ganho de peso das aves aos 40 dias de idade, peso de carcaça, conversão alimentar por dúzia de ovos e a produção de ovos por ave alojada o LRP foi que melhor se ajustou. Na fase de crescimento ocorreu efeito linear para porcentagem de pena, deposição de gordura na carcaça, deposição de proteína bruta na carcaça, consumo de ração e consumo de lisina. Na fase de postura o efeito linear foi para a produção de ovos por ave ao dia, massa de ovos, ganho de peso das aves até os 100 dias de idade e conversão alimentar por massa de ovos. Conclui-se que as relações entre metionina + cistina e lisina digestíveis de 0,73, entre treonina e lisina digestíveis de 0,63, entre triptofano e lisina digestíveis de 0,18 e o nível de lisina digestível de 11,85 g / kg de ração proporcionam melhores crescimento e desempenho satisfatório de codornas japonesas na fase de postura.

Título em português

Suplementação lipídica para vacas em lactação: perfil de ácidos graxos e teor de ácido linoléico conjugado na gordura do leite Título em inglês

Lipid supplement for lactating cows: profile of fatty acids and conjugated linoleic acid content in milk fat Pesquisador:

Henrique Valentim Nunes Machado

Email:

henricomachado@hotmail.com

Orientador:

José Carlos Pereira

Data da defesa:

30/03/2012

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Proteína microbiana, Eficiência alimentar, Consumo alimentar, Microbial protein, Feed efficiency, Feed consumption

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Resumo:

A pesquisa foi conduzida com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes fontes lipídicas em dietas de vacas em lactação, sobre os seguintes parâmetros: consumos de matéria seca e nutrientes; coeficientes de digestibilidade aparente; produção e composição do leite; teor de CLA na gordura do leite; perfil geral de ácidos graxos na gordura do leite; níveis sanguíneos de uréia, triglicerídeos, HDL, LDL, VLDL, colesterol total e glicose; balanço de compostos nitrogenados; síntese de proteína microbiana; concentração de ácidos graxos voláteis e nitrogênio amoniacal do líquido ruminal. Foram utilizadas 5 vacas primíparas da raça holandesa, PO (puro de origem) e PC (puro por cruza), distribuídas em um quadrado latino 5 x 5. Os tratamentos foram caracterizados pelas seguintes dietas experimentais: controle (sem adição de lipídio); dieta com grão de soja cru moído; dieta com caroço de algodão; dieta com óleo de soja; dieta com sais de cálcio de ácidos graxos (Megalac® E). A maioria dos valores para consumo e digestibilidade, de matéria seca e frações do alimento não apresentaram diferenças entre as dietas, o consumo de fibra em detergente neutro indigestível (FDNI) foi superior para a dieta com caroço de algodão, assim como, a digestibilidade da proteína se mostrou superior no tratamento com óleo de soja. Nos parâmetros produtivos, houve maior produção em kg/dia de leite, lactose do leite e extrato seco desengordurado do leite, quando o sabão de cálcio foi usado como suplemento. No âmbito de perfil de ácidos graxos contidos na gordura do leite, os tratamentos com sabão de cálcio e grão de soja cru moído, deram origem às maiores concentrações de ácidos graxos poliinsaturados e C18:2. A suplementação com sais de cálcio de ácidos graxos foi responsável pela maior produção diária de ácido linoléico conjugado (CLA), apresentando valores praticamente o dobro dos demais tratamentos. A concentração de CLA na gordura do leite, apesar de não ter apresentado significância estatística, também foi superior para este suplemento. Em relação ao metabolismo de compostos nitrogenados, a excreção de nitrogênio via urina foi superior em vacas que receberam dietas com suplemento de óleo de soja. Os suplementos lipídicos, com exceção do sabão de cálcio, incrementaram a síntese de proteína microbiana. Já para concentração de amônia no líquido ruminal obteve-se valor superior 74

para o tratamento controle e valor inferior para o tratamento com grão de soja cru e moído, enquanto os parâmetros sanguíneos mantiveram-se inalterados. O suplemento lipídico, sabão de cálcio (Megalac® E), apresentou influência positiva sobre o perfil de ácidos graxos contidos na gordura do leite, principalmente no que diz respeito à quantidade de CLA. Por outro lado, aspectos de produção e composição do leite não foram afetados negativamente por esse suplemento.

Título em português

Relações triptofano e treonina digestíveis com lisina digestível em dietas para leitões pós-desmame criados em ambientes com e sem desafio sanitário Título em inglês

Digestibles tryptophan and threonine ratios in diets for piglets postweaning housed in enviroments with or without sanitary challenge Pesquisador:

Gregório Murilo de Oliveira Júnior

Email:

gregzootec@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

09/05/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Leitões, Aminoácidos, Triptofano, Treonina, Lisina, Piglets, Aminoacids, Tryptophan, Threonine, Lysine, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Três experimentos foram realizados para avaliar diferentes relações triptofano:lisina digestíveis (Trip:Lis) para leitões na fase inicial de crescimento com ou sem desafio sanitário e diferentes relações treonina:lisina digestíveis (Treo:Lis) para leitões criados em condições de desafio sanitário. Foi utilizado delineamento em blocos casualizados com oito repetições de quatro animais cada (parcela experimental) no experimento um e sete repetições de três animais nos experimentos dois e três. O peso inicial utilizado como critério para constituição dos blocos. As relações Trip:Lis estudas no experimento um foram 0,15; 0,17; 0,19; 0,21 e 0,23 e no experimento dois de

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Suplemento Especial - Agenda Científica

0,155; 0,175; 0,200; 0,225 e 0,250. No experimento três, as relações Treo:Lis foram 0,56; 0,63; 0,70; 0,77 e 0,84. Os parâmetros avaliados foram submetidos às analises de variância utilizando-se o programa de análises estatísticas SAEG. As relações entre os aminoácidos foram avaliadas utilizando-se os modelos lineares ou quadráticos conforme o melhor ajuste dos parâmetros. No experimento um, as relações Trip:Lis aumentaram linearmente (P≤0,01) os pesos finais, em jejum e o ganho de peso e reduziu a conversão alimentar. No experimento dois, os pesos, o ganho de peso, o consumo de ração dos leitões e as taxas de deposições protéicas na Fase II foram aumentados (P=0,05), e a conversão alimentar dos leitões foi reduzida (P=0,05). No experimento três, as relações Treo:Lis aumentaram (P≤0,10) o consumo de treonina, as taxas de deposições protéicas, a relação proteína/gordura e os pesos absolutos e relativos dos fígados e rins, bem como reduziu a deposição de gordura e o conteúdo de haptoglobina no soro. Conclui-se que a relação triptofano com lisina digestíveis para leitões na fase inicial de crescimento é de 0,22, enquanto que para leitões alojados em condições de desafio sanitário é de 0,20. A relação de treonina e lisina digestíveis que proporcionou melhor resultado para leitões na fase inicial de crescimento criados em condições de desafio sanitário foi de 0,65.

Título em português

Secreção de prostaglandinas antes, durante e após a luteólise em bovinos Título em inglês

Role of prostaglandins secretion before, during, and after luteolysis in cattle Pesquisador:

Guilherme Pugliesi

Email:

pugliesi_vet@hotmail.com

Orientador:

Giovanni Ribeiro de Carvalho

Data da defesa:

16/05/2012

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Assuntos:

Ciclo estral, Progesterona, Progesterone, Estrous cycle, REPRODUCAO ANIMAL

Resumo:

O presente estudo foi elaborado com o objetivo de avaliar o papel da secreção de prostaglandina F2α (PGF2α) antes, durante e após o período luteolítico na regressão funcional e estrutural do corpo lúteo (CL) em novilhas; elucidar os efeitos do estradiol-17β (E2) em diferentes níveis fisiológicos na secreção de PGF2α e indução da luteólise; e estudar os efeitos da inibição das prostagladinas no período pós-luteolítico sobre o crescimento folicular e ovulação. Foram realizados quatro estudos sequenciais, sendo o primeiro estudo (Estudo 1) composto por dois experimentos e os demais estudos (Estudos 2, 3 e 4) compostos por um experimento cada. No Estudo 1 objetivou-se avaliar os efeitos da inibição da síntese de PGF2α durante os períodos de pré-luteólise e luteólise, baseando-se na mensuração da concentração plasmática do metabólito da PGF2α (PGFM). Para isto, no Experimento 1, flunexine meglumine (FM) foi administrado em diferentes doses (0, 0,5, 1,0 ou 1,5 g) em novilhas (n = 4/grupo) no 16º dia pós-ovulação para se determinar a dose mínima eficaz para inibir a síntese de PGF2α no período esperado da luteólise espontânea. A dose de 1,5 g, que correspondeu em média 2,5 mg/kg de peso vivo, foi mais eficaz em reduzir as concentrações de PGFM comparada as demais doses. Assim, no Experimento 2, FM (2,5 mg/ kg) foi administrado a cada 8 horas por 24 horas (primeiro tratamento = Hora 0 no 15º dia pós-ovulação). Amostras de sangue foram colhidas em intervalos de 8 horas do 15º ao 18º dia pós-ovulação em um grupo veículo (controle) e um grupo tratado com FM (n = 16/ grupo). Adicionalmente, amostras de sangue foram colhidas de hora em hora da Hora −2 a 28 em 10 novilhas de cada grupo. As novilhas foram subdivididas naquelas que estavam em pré-luteólise e luteólise na Hora 0 baseado nas concentrações plasmáticas de progesterona (P4) realizadas de 8 em 8 horas. As concentrações de PGFM foram reduzidas (P < 0,05) pelo tratamento com FM em cada subgrupo. Para o subgrupo pré-luteolítico, o primeiro decréscimo (P < 0,05) nas concentrações de P4 ocorreu, respectivamente, nas Horas 24 e 40 nos grupos veículo e FM. As concentrações de P4, 32 e 40 horas após o início da luteólise no subgrupo luteolítico foram maiores (P < 0,05) no grupo FM. As concentrações de PGFM no pico do pulso de PGFM no grupo FM foram maiores

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Suplemento Especial - Agenda Científica

(P < 0,05) no subgrupo luteolítico do que no subgrupo pré-luteolítico. No segundo estudo (Estudo 2), objetivou-se estudar o efeito da concentração de E2 na proeminência dos pulsos de PGFM e sua relação com as concentrações de P4, hormônio luteinizante (LH), e fluxo sanguíneo luteal em novilhas em pré-luteólise. Para isto, uma única dose de 0 (veículo), 0,01, 0,05, ou 0,1 mg de E2 foi administrado (n=6/grupo) 14 dias pós-ovulação. Amostras de sangue foram colhidas e o fluxo sanguíneo luteal estimado de hora em hora por 10 horas logo após o tratamento. A dose de 0,05 mg resultou em um aumento intermediário e a dose de 0,1-mg promoveu um aumento mais pronunciado no pulso de PGFM, comparado com as doses de 0,0 e 0,01 mg. Todos os pulsos de PGFM foram agrupados e subdivididos em três diferentes categorias de proeminência (< 50, 50−150, e > 150 pg/mL no pico do pulso). Na categoria de 50–150, a concentração de P4 aumentou (P < 0,05) no pico do pulso de PGFM. Na categoria >150, a concentração de P4 reduziu (P < 0,05) no pico dos pulsos de PGFM, a de LH aumentou (P < 0,05) após uma hora do pico, e o fluxo sanguíneo luteal aparentemente reduziu (P < 0,05) 2 h após o pico de PGFM. Os resultados suportaram as seguintes hipóteses: 1) um aumento nas concentrações de E2 eleva a proeminência do pulso de PGFM, e 2) a maior proeminência do pulso de PGFM é associado com maior depressão de P4 no pico do pulso de PGFM. Adicionalmente, a dimensão do efeito da PGF2α no aumento das concentrações de LH e nas mudanças do fluxo sanguíneo luteal dentro das horas de um pulso de PGFM foi positivamente relacionada com a proeminência do pulso de PGFM. No estudo subsequente (Estudo 3), objetivou-se elucidar os efeitos da indução sequencial de pulsos de PGFM pelo tratamento com E2 sobre a proeminência dos pulsos de PGFM e na indução da luteólise. Três tratamentos com veículo (n = 12) ou E2 (n = 12) nas doses de 0,05 mg ou 0,1 mg foram administrados em intervalos de 12 horas, iniciando-se no 15º dia pós-ovulação. Amostras de sangue foram colhidas a cada 12 horas entre o 13º e o 24º dia pós-ovulação, e de hora em hora por um período de 12 horas após o primeiro e o terceiro tratamentos. No dia 15 pós-ovulação, todas as novilhas estavam em fase de pré-luteólise e no dia 16 estavam em préluteólise no grupo administrado veículo (n =11) e em pré-luteólise (n = 4) ou luteóli76

se (n = 8) no grupo tratado com E2. A concentração de PGFM no pico dos pulsos de PGFM induzidos durante o período de pré-luteólise no 15º dia pós-ovulação foi maior (P < 0,04) do que dos pulsos de PGFM pré-luteolíticos no 16º dia pós-ovulação. O intervalo da ovulação até o início da luteólise foi reduzido (P < 0,05) nas novilhas tratadas com E2 quando comparado as demais novilhas não tratadas (veículo). O pulso de PGFM induzido pelo E2 foi menos proeminente (P < 0,008) nas novilhas que apresentaram resurgência transitória das concentrações de P4 do que nas novilhas que apresentaram um decréscimo progressivo da P4. A hipótese que a exposição repetida ao E2 estimula o aumento da proeminência dos pulsos de PGFM não foi suportada. Ao contrário, a exposição repetida reduziu a proeminência dos pulsos de PGFM em contraste ao estímullo promovido após o primeiro tratamento. Estes resultados indicaram pela primeira vez que a redução na proeminência dos pulsos de PGF2α durante a luteólise pode resultar em resurgimento transitório na concentração de P4. No Estudo 4, objetivou-se avaliar os efeitos da inibição da síntese de prostaglandinas durante a pós-luteólise na regressão do CL, secreção de prolactina (PRL), e crescimento folicular e ovulação em novilhas. O início da pós-luteólise (P4 < 1 ng/mL) foi identificado e definido como 8 horas após a detecção pela ultrassonografia de 25% de redução na área (cm2) do CL, e foi assim designado Hora 0. Foi administrado via intramuscular FM (2,5 mg/kg; n = 10) para inibir a secreção de PGF2α ou veículo (n = 9) nas Horas 0, 4, 8, 16, 24, 32, e 40. Foi realizado amostragem sanguínea e mensuração do CL e do folículo dominante a cada 8 horas iniciando no 14º dia pós-ovulação. Amostras de sangue foram também colhidas de hora em hora por 24 horas iniciando na Hora 0 para detecção dos pulsos de PRL e PGFM. As concentrações nos pulsos de PGFM e PRL foram inferiores no grupo FM comparado ao grupo veículo. A concentração de PRL foi maior no pico do pulso de PGFM do que nas demais horas do pulso. Tanto a área do CL quanto a concentração de P4 não diferiram entre os grupos durante as Horas 0 a 48 (pós-luteólise). A ovulação ocorreu em nove de nove novilhas no grupo veículo e em três de 10 novilhas do grupo FM. Os folículos anovulatórios no grupo FM cresceram até 36,2 ± 2,9 mm, e a parede folicular se apresentou espessada em decorrência de aparente

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luteinização. A hipótese que a PGF2α estava envolvida na redução continua da secreção de P4 e na regressão estrutural do CL durante a pós-luteólise não foi suportada. As hipóteses que os pulsos de PGFM e PRL estavam temporariamente relacionados e que o tratamento com FM sistêmico induziu a formação de folículos anovulatórios foram suportadas.

Título em português

Coproduto do crambe na alimentação de bovinos Título em inglês

Crambe byproduct on bovine feeding Pesquisador:

Bruno Pietsch Cunha Mendonça

Email:

brunopcm@yahoo.com.br

Orientador:

Rogério de Paula Lana

Data da defesa:

12/06/2012

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Assuntos:

Byproduct, Ração, Bovinos em crescimento, Digestibilidade, Consumo, Co-produto, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Consumption, Digestibility, Growth bovine, Ration Resumo:

Foram conduzidos três experimentos para avaliar o efeito de níveis crescentes de farelo e torta de crambe na dieta de bovinos de corte em confinamento. No primeiro experimento foram utilizados oito bezerros nelores desmamados, fistulados no rúmen, com peso corporal médio inicial de 177±5,1 kg, mantidos em baias individuais e com acesso irrestrito a água e a mistura mineral, para avaliação do consumo e da digestibilidade dos nutrientes. Os animais foram distribuídos em dois quadrados latinos 4 × 4, sendo testada a torta de crambe no quadrado latino 1 e o farelo de crambe no quadrado latino 2, incluídos nas proporções de 0, 5, 10 e 15% na base da matéria seca, em dietas contendo 73% de feno de tifton 85 e 27% de concentrado à base de fubá de milho, farelo de soja e torta ou farelo de crambe. O experimento foi constituído de quatro períodos experimentais, com 18 dias cada, sendo os cinco primeiros dias destinados à adaptação dos animais ao tratamento e do 6o ao 10o

dia para coleta de amostras. O consumo de matéria seca, de matéria orgânica, de proteína bruta, de fibra detergente neutro e de carboidratos não fibrosos não diferiu entre os diferentes níveis de inclusão de torta ou farelo de crambe, mas houve redução da digestibilidade, com aumento do farelo de crambe na maioria das vezes. No segundo experimento, foram utilizados cinco novilhos nelores com peso inicial médio de 335±12 kg mantidos em baias individuais com comedouro e com acesso irrestrito a água, para determinação do consumo e da digestibilidade, e 40 novilhos com peso corporal médio de 345±14 kg para avaliação do desempenho. Neste estudo, a dieta inicial foi composta com 55% de concentrado até o 7o dia, 65% até o 14o dia, 75% até o 21o dia e 82% após o 21o dia. O concentrado fornecido nas dietas de adaptação continha em sua composição 10% de torta de crambe, de forma a adaptar os animais a este ingrediente. A dieta definitiva foi constituída 82% de concentrado e 18,2% de silagem de sorgo na base da matéria seca e os níveis de inclusão da torta de crambe foram 0 (controle), 5, 10, 15 e 20%. Os ingredientes do concentrado foram sorgo moído, casca de soja, caroço de algodão, resíduo da colheita de soja, torta de crambe e núcleo mineral proteico. Houve efeito linear decrescente de nível de inclusão de torta de crambe sobre o peso corporal e crescente sobre o consumo de extrato etéreo e houve efeito cúbico sobre o consumo de fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína (CFDNcp), onde o maior valor foi observado da dieta-controle e o menor na dieta contendo 20% de torta de crambe. Os consumos de MS, PB, ureia, PB de ureia e CNFcp, bem como as digestibilidades e ganho de peso não foram afetados pelos tratamentos. No terceiro experimento, foram utilizados os mesmos animais do experimento 1, sendo que do 11o ao 18o dia dos períodos experimentais realizou-se procedimento para avaliação da cinética de trânsito gastrintestinal de partículas fibrosas, que se baseou no fornecimento de indicador externo, em procedimento de dose única. Para cada animal foram fornecidos 100 g de fibra mordente, via fístula ruminal, às 8 horas, do 11o dia, sendo as amostras fecais obtidas diretamente do reto dos animais, em 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 30, 36, 42, 48, 60, 72, 84, 96 e 120 horas após o fornecimento do indicador, para análises da matéria seca e do cromo. Os perfis de concentração dos indi-

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cadores foram analisados cineticamente utilizando o modelo descrito na literatura, como GNG1, considerando a ordem de dependência do tempo. As dietas contendo torta de crambe apresentaram menor tempo de retenção no rúmen-retículo e, por consequência, menor tempo total de retenção no TGI em relação às mesmas dietas com farelo de crambe. As dietas contendo 10% de torta ou farelo de crambe apresentaram menor tempo de retenção no rúmen-retículo e no TGI em relação aos demais níveis de inclusão (0, 5 e 15%). Concluiu-se que o farelo e a torta de crambe podem ser utilizados em até 15% de inclusão na matéria seca de dietas de bovinos em crescimento sem efeito negativo sobre o consumo e a digestibilidade de nutrientes, embora tenha havido tendência à redução de consumo no experimento com até 20% de inclusão de torta de crambe nas dietas de bovinos em confinamento, mas que foi compensada pela maior digestibilidade dos nutrientes e da boa eficiência alimentar quando comparada ao tratamento-controle.

Título em português

Níveis de lisina digestível e relações treonina:lisina digestíveis em rações para suínos mantidos em diferentes ambientes térmicos Título em inglês

Digestible lysine levels and treonine:lysine relations in diets for pigs kept in different thermal environments Pesquisador:

Anderson Lazarini Lima

Email:

allzootec@yahoo.com.br

Orientador:

Rita Flávia Miranda de Oliveira Donzele

Data da defesa:

31/07/2012

Arquivo:

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Assuntos:

PRODUCAO ANIMAL, Suínos, Desempenho, Estresse por calor, Termoneutralidade, Exigência, Nutrição, Pigs, Performance, Heat stress, thermoneutrality, Requirement, Nutrition Resumo:

Este estudo foi conduzido para avaliar níveis de lisina digestível e relações treonina:lisina digestíveis para suínos em fase de crescimento, dos 15 aos 30 kg, 78

mantidos em diferentes ambientes térmicos (22, 31 e 35 oC). Foram utilizados 420 animais, sendo 70 em cada experimento. Nos seis experimentos realizados, os animais foram distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco níveis de lisina digestível (0,945; 1,045; 1,145; 1,245 e 1,345%) ou cinco relações treonina:lisina digestível (0,53; 0,58; 0,63; 0,68; 0,73%) com sete repetições e dois animais por unidade experimental. As rações experimentais e a água foram fornecidas à vontade. Foram registradas as temperaturas e umidade relativa no interior dos galpões nos seis experimentos, que caracterizaram ambiente de conforto (22 oC) e calor (31 e 35 oC) de acordo com a proposta inicial de cada avaliação. O nível de lisina influenciou de forma linear crescente o ganho de peso diário dos animais em todos os ambientes térmicos estudados. Entretanto, nos animais mantidos a 35 e 31 oC o ganho de peso diário foi 27,26 e 7,09% menor, respectivamente, quando comparado com aqueles criados a 22 oC. O consumo diário de ração, independentemente da temperatura em que os animais foram mantidos, não foi influenciado pelos níveis de lisina digestível das rações; os valores obtidos com os animais mantidos a 35 e a 31 oC foram, em média, 19,07 e 5,46%, respectivamente, menores que os observados nos mantidos a 22oC. O consumo diário de lisina dos animais mantidos a 22, 31 e 35 oC aumentou linearmente de acordo com os níveis de lisina da ração. O consumo diário de lisina dos animais mantidos no ambiente de 22 oC foi, em média, 18,51% maior que o daqueles mantidos a 35 oC e 4,44% dos a 31 oC. Também, a conversão alimentar piorou de forma linear nos três experimentos realizados para avaliar níveis de lisina digestível. Apresentando os animais criados a 35 oC conversão alimentar 12,16% e os a 31 oC 8,99% pior que aqueles mantidos na termoneutralidade. Em todos os experimentos (níveis de lisina digestível), os níveis de lisina influenciaram a eficiência de utilização de lisina (EULG) para ganho de peso, que reduziu de forma linear, com piora de 10,80% no ambiente com temperatura mais elevada (35 oC). A deposição de gordura foi influenciada pelo nível de lisina da ração, de forma diferente de acordo com o ambiente avaliado. A 22 oC a deposição de gordura diminuiu linearmente, enquanto que a 31 oC diminuiu de forma quadrática até o nível estimado de 1,077%, e a 35 oC

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aumentou, também, de forma quadrática até o nível estimado de 1,173%. Os animais mantidos a 31 oC tiveram a maior deposição de gordura, 23,64% maior comparada a menor, observada nessa pesquisa. O nível de lisina digestível da ração influenciou a deposição de proteína (DP) na carcaça dos animais mantidos no ambiente com temperatura de 22 oC, que aumentou de forma quadrática até o nível estimado de 1,329%. Entretanto, nos ambientes com temperatura de 31 e 35 oC, a DP aumentou linearmente com os níveis de lisina da ração. A DP foi 26,50 e 24,08% maiores, respectivamente, a 22 e 31 oC do que a dos animais criados a 35 oC. Os animais mantidos a 35oC apresentaram, em média, aumento de 148% e os a 31 oC 44% na frequência respiratória em comparação aos mantidos no ambiente a 22oC. O estresse por calor também promoveu redução no peso da carcaça e vísceras dos animais mantidos a 31 e 35 oC. Em ambiente de 22 oC, o nível de 1,329% de lisina digestível na ração, que corresponde a um consumo diário de 15,8 g, proporciona maior deposição de proteína na carcaça de suínos em crescimento, e em ambientes de 31 e 35 ºC, o nível de 1,345% de lisina digestível na ração, que corresponde a consumo diário de 8,9 e 7,0 g, respectivamente, atende ao ganho de peso diário e a deposição de proteína na carcaça de suínos em crescimento. Levando-se em consideração os experimentos realizados para avaliar as relações treonina:lisina digestíveis verificou-se que a mesma influenciou de forma quadrática a conversão alimentar dos animais mantidos no ambiente de 23 oC melhorando até a relação estimada de 66,0%. Nenhuma outra variável de desempenho ou as deposições de gordura e proteína foram influenciadas pela relação treonina:lisina digestíveis das rações. No ambiente de 31 oC o consumo de ração dos animais aumentou de forma linear de acordo com a relação treonina:lisina digestíveis, e da mesma forma que a 21 oC foi a única variável influenciada pelos tratamentos. As relações treonina:lisina digestíveis não tiveram efeito sobre o desempenho ou deposições de gordura e proteína dos animais mantidos em ambiente de 35 oC. Avaliando-se o efeito do ambiente térmico nas variáveis de desempenho, deposições de gordura e proteína, verificou-se que em sua maioria os animais mantidos na termoneutralidade apresentaram melhores resultados para essas variáveis comparados aos

desafiados por calor. Da mesma forma, verificou-se que os suínos mantidos em alta temperatura tiveram maiores temperaturas retal e frequências respiratória e consequente redução no peso das vísceras. Em suínos dos 15 aos 30 kg mantidos em ambiente a 22 oC, a relação estimada de 66,0% de treonina:lisina digestíveis na ração proporciona melhor conversão alimentar, enquanto que, em ambiente com temperatura de 31 e 35 oC, a relação 53,0% de treonina:lisina digestíveis na ração promove os melhores resultados de desempenho e deposições de proteína e gordura na carcaça.

Título em português

Estudo sobre variações em métodos de análise de compostos fibrosos em alimentos Título em inglês

Study on variations in methods for analysis of fibrous compounds in feeds Pesquisador:

Daiany Iris Gomes

Email:

daianyzoo@yahoo.com.br

Orientador:

Edenio Detmann

Data da defesa:

13/07/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Nitrogen compounds, Supplementation, Degradação ruminal, Fibra, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Compostos nitrogenados, Suplementação, Fiber, Rumen Resumo:

A presente tese foi elaborada com base quatro artigos científicos. No primeiro artigo objetivou-se avaliar os teores de fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) e de fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) em alimentos volumosos e concentrados e em fezes bovinas utilizando-se sacos filtrantes sob dois diferentes ambientes físicos de extração: pressurizado e não pressurizado. Vinte amostras de cada material foram utilizadas. Os conteúdos obtidos em diferentes ambientes foram comparados por meio de regressão linear. Para todos os materiais avaliados, foram observadas diferenças entre ambientes de extração,

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sendo as maiores estimativas de FDN e FDA obtidas em ambiente não pressurizado. O uso de ambientes não pressurizados mostra-se incompatível com a avaliação dos teores de compostos fibrosos em alimentos e fezes bovinas utilizando-se sacos filtrantes. Portanto, a utilização de ambiente pressurizado é recomendada para evitar acumulo de gás nos sacos, os quais podem comprometer a ação detergente. No segundo artigo objetivou-se avaliar o conteúdo de compostos fibrosos em gramíneas e leguminosas de acordo com a utilização de sulfito de sódio na solução de detergente neutro ou utilizando procedimento para a correção da proteína contaminante. Amostras de dez gramíneas e dez leguminosas foram utilizadas. Os teores de FDN foram reduzidos com a utilização de sulfito de sódio, com maiores reduções em leguminosas. O sulfito de sódio reduziu os teores de FDA em ambos os grupos de forrageiras. Os teores de proteína insolúvel em detergente neutro, proteína insolúvel em detergente ácido e lignina em leguminosas foram reduzidos com uso de sulfito de sódio, mas nenhum efeito foi observado em gramíneas no que diz respeito para estas variáveis. A diminuição do conteúdo de fibra em leguminosas poderia ser explicada pela solubilização de lignina e redução dos compostos nitrogenados insolúveis. No entanto, a redução da fibra em gramíneas não pode ser unicamente explicada pela diminuição da proteína contaminante e/ou solubilização da lignina, ocorrendo, provavelmente, perda de outros compostos fibrosos. A utilização de sulfito de sódio compromete a acurácia das estimativas dos teores dos compostos fibrosos em forragens tropicais. A precisão das estimativas não foi relevantemente ampliada ao se utilizar sulfito de sódio. A correção dos compostos fibrosos insolúveis para a proteína é sugerida, em comparação ao uso de sulfito de sódio, pois não acarreta modificações na solução de detergente neutro ou promove a solubilização indesejável de compostos fibrosos. No terceiro artigo foram realizados dois experimentos com o objetivo de avaliar o uso de enzimas industriais na avaliação da FDN em materiais rico em amido. No primeiro experimento verificou-se a exatidão das estimativas dos teores de FDN obtidas com a utilização de diferentes enzimas industriais (Termamyl 2X, Liquozyme Supra 2.2X e Amylase AG 300L) em diferentes volumes (50, 100, 250 ou 500 μL/amostra). Foram produzidas 80

amostras contendo 0, 100, 300, 500 e 1000 g de amido/kg de matéria seca, utilizando celulose purificada como padrão analítico para aferição dos teores de FDN. Foram avaliados quatro repetições para cada combinação de tipo e volume de enzima e concentração de amido, totalizando 240 avaliações. No segundo experimento foram utilizadas amostras de milho e sorgo como matrizes amiláceas. Foram avaliados os três tipos e os quatro volumes de enzimas utilizados no primeiro experimento sobre cada matriz. Adicionalmente, foram avaliadas alíquotas sem a utilização de enzimas. Foram avaliados quatro repetições para cada combinação, totalizando 104 avaliações. Para amostras simuladas com concentração de amido menor ou igual a 300 g/kg não foram verificados vícios significativos sobre a recuperação da FDN, não havendo diferenças entre enzimas. Houve redução mais acentuada do teor de FDN por volume de enzima na amostra de milho em comparação ao sorgo. Para a avaliação dos teores de FDN recomenda-se o uso das enzimas α-amilases Termamyl 2X e Liquozyme 2.2X com atividades de 240 e 300 KNU/g, respectivamente, em volumes de 250 μL para amostras de massa variando de 0,7 a 1,0 g. No quarto artigo objetivou-se avaliar a variabilidade entre animais sobre o tempo crítico necessário para estimação da fração indegradável da fibra em procedimento de incubação in situ em bovinos. Para obtenção do perfil de degradação da fibra insolúvel foram utilizados cinco bovinos fistulados no rúmen com peso corporal médio de 350 kg. Os animais foram alimentados com dieta padrão com relação volumoso:concentrado de 80:20, com base na matéria seca. Os animais foram adaptados à dieta e às condições experimentais por 12 dias previamente à incubação. Foram avaliadas amostras de cana-de-açúcar in natura, feno de capim-braquiária, silagem de milho e capim-elefante in natura. As amostras processadas foram acondicionadas em sacos F57 (Ankom®). Os sacos foram incubados no rúmen dos animais utilizando-se os seguintes tempos: 0, 6, 12,18, 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168, 192, 216, 240 e 312 horas. Em cada tempo foi incubado um saco de cada amostra em cada animal, totalizando 350 avaliações. Não foram verificadas variações significativas entre animais quanto à taxa fracional de degradação da FDN e da FDA para a silagem de milho, feno de capim-braquiária e para a cana-de-açúcar. Contudo,

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variabilidade significativa foi verificada sobre a amostra de capim-elefante in natura. Os resultados deste estudo parecem sugerir que a variabilidade entre animais quanto à taxa de degradação de componentes fibrosos é significativa. Contudo, devido ao tamanho limitado da amostra utilizada (n=5), sugere-se a condução de novos estudos para confirmação desta hipótese e, em caso afirmativo, para a definição de estratégias experimentais para obtenção da concentração de componentes indegradáveis em alimentos de forma exata e precisa.

Título em português

Uso de salinomicina, virginiamicina, levedura viva e uréia de liberação lenta para vacas leiteiras Título em inglês

Use of salinomycin, virginiamycin, live yeast and slow release urea for dairy cows Pesquisador:

Isis Scatolin de Oliveira

Email:

isisscatolin@hotmail.com

Orientador:

Augusto César de Queiroz

Data da defesa:

31/07/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Suplementação, Proteína, Carboidrato, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Protein, Carbohydrate, Supplementation Resumo:

Realizou-se dois experimentos com adição de aditivos para vacas leiteiras. No experimento 1, o objetivo foi avaliar a inclusão de salinomicina e virginiamicina e de sua combinação em dietas para vacas leiteiras em lactação mantidas em pastagens de Panicum maximum, cv. Tanzânia e suplementadas com silagem de milho e concentrado sobre as respostas produtivas e fisiológicas. Utilizaram-se 12 vacas leiteiras em lactação (Holandês-Zebu) multíparas, com potencial de produção de leite de 15 kg/dia, com aproximadamente 90 dias de lactação distribuídas em três quadrados latino (QL) 4x4, de acordo com a produção leiteira. Sendo um QL com vacas canuladas no rúmen para avaliação dos parâmetros ruminais. Constituiu-se de

quatro períodos experimentais, com duração de 21 dias cada. O consumo foi estimado pela equação para calcular o consumo de matéria seca pelo NRC. Os animais foram mantidos em pastagens de Panicum maximum, cv.Tanzânia e suplementados no cocho com 50% da estimação do consumo de matéria seca, com silagem de milho e concentrado, sendo para animais com até 10 kg de leite animal.dia-1 forneceu-se 2,0 kg de concentrado animal.dia-1 e, 1,0 kg de concentrado para cada 2,5 kg de leite animal.dia-1 acima de 10 kg de leite. Os tratamentos foram os seguintes: (RC) ração controle- sem adição de aditivos; (RS) ração salinomicina; (RV) ração virginiamicina e (RSV) ração salinomicina e virginiamicina de forma combinada. A adição de salinomicina e virginiamicina fornecidos de forma isolada reduziram (P<0,05) o consumo de matéria seca total e de nutrientes (PB, FDNcp, CNF e NDT) quando comparado a dieta controle ou com a combinação de ambos aditivos. A redução no consumo de pasto com adição de salinomicina e virginiamicina de forma isolada foi a responsável pela redução no consumo total, pois o consumo no cocho não foi alterado. A digestilidade de matéria seca e proteína bruta não foram influenciadas pelos aditivos. A adição de salinomicina e/ou virginiamicina não influenciaram (P>0,05) a produção e nem a composição do leite. Uma melhor eficiência alimentar das dietas com adição de salinomicina e virginiamicina de forma isolada foi observada. O balanço energético e de nitrogênio foram positivos, confirmando a variação de peso positiva dos animais, principalmente nas dietas com salinomicina e virginiamicina. O nitrogênio ureico no leite, sangue e o nitrogênio amoniacal ruminal não foram alterados (P>0,05) pela adição de salinomicina e virginiamicina. O comportamento ingestivo das vacas leiteiras não foi alterado entre experimentais, mesmo ocorrendo redução do consumo com adição de salinomicina e virginiamicina de forma isolada. A adição de salinomicina e virginiamicina, de forma isolada melhorou a eficiência alimentar das dieta, reduzindo o consumo de matéria seca, sem alteração na produção de leite e mantendo o balanço energético e de nitrogênio positivo. No segundo experimento, objetivou-se avaliar a inclusão ou não de Saccharomyces cerevisiae em dietas a base de silagem de cana-de-açúcar e com substituição parcial ou total do farelo de soja pela uréia de liberação lenta sobre as

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respostas produtivas, fisiológicas e ruminais de vacas leiteiras lactantes de alto e médio potencial produtivo e vacas leiteiras não lactantes. Constituído por cinco períodos experimentais, com duração de 17 dias cada. Utilizaram-se 15 vacas leiteiras Holandês/Gir, distribuídas em três quadrados latino 5 X 5, de acordo com a categoria animal. A silagem de cana-de-açúcar foi o volumoso utilizado nas dietas na proporção de 50% com base na matéria seca. Os tratamentos aplicados aos animais foram: controle: a base de farelo de soja; sem levedura- 50%ULL: substituição de 50% do farelo de soja pela uréia de lenta liberação; sem levedura- 100%ULL: substituição de 100% do farelo de soja pela uréia de lenta liberação; com levedura50%ULL: substituição de 50% do farelo de soja pela uréia de lenta liberação; com levedura- 100%ULL: substituição de 100% do farelo de soja pela uréia de lenta liberação. O consumo de matéria seca e de nutrientes foi maior (P<0,05) nas vacas lactantes que receberam a dieta controle em comparação as demais e nas que receberam a dieta com substituição parcial em relação as que receberam substituição total do farelo de soja pela ULL. Em vacas não lactantes, o consumo não foi alterado pelas dietas experimentais. Os coeficientes de digestibilidade de matéria seca foram menor em vacas lactantes que receberam a dieta controle em relação as demais, e nas 50% ULL em relação as 100%ULL. Já em vacas não lactantes as dietas com 50% ULL apresentaram maior digestibilidade. Vacas recebendo a dieta controle apresentaram maior produção de leite que as demais. Uma maior produção de leite em dietas com substituição parcial foi observada em relação as que receberam dietas com 100% de substituição. A gordura não foi alterada pela substituição do farelo de soja e nem pela levedura. Vacas que receberam a dieta com 50%ULL apresentaram maior % de proteína do leite (Ptn) do que as que receberam 100%ULL. A dieta controle apresentou uma tendência de um balanço energético (BE) maior do que as demais em vacas lactantes, e foi a única que apresentou BE positivo. Em vacas não lactantes, dietas com 100%ULL apresentaram o pior BE, porém todas as dietas apresentaram BE, variação de peso corporal e variação de escore corporal positivos, sendo que a VPC foi maior nas vacas que receberam a dieta controle. Já em vacas lactantes, a VPC foi negativa em todas as dietas, e VEEC foi 82

positiva somente na dieta controle, mostrando que as vacas perderam peso. Em vacas lactantes, o nitrogênio ureico (NU) no leite e urina não foram alterados. Vacas de alto potencial produtivo em dietas controle apresentaram menor NU no sangue, em vacas de médio potencial, não houve diferenças entre as dietas experimentais. em vacas não lactantes o NUU e o NUS foram semelhantes entre as dietas experimentais. Em vacas lactantes, dietas com silagem de cana-de-açucar com alto níveis de NNP não atenderam os requisitos nutricionais, pois reduziram o consumo, levando a um balanço energético e de nitrogênio negativo, proporcionando perda de peso e redução na produção de leite, sendo que a substituição total do farelo de soja, reduziu ainda mais o consumo e a produção. Em vacas não lactantes, silagem de cana-de -açucar com alto níveis de NNP proporcionaram bom consumo, e ganho de peso, no entanto a substituição total do farelo de soja por ULL reduziu o balanço energético, sendo que a dieta controle apresentou maior eficência alimentar e ganho de peso.

Título em português

Computação de alto desempenho na seleção genômica Título em inglês

High performance computing in genomic selection Pesquisador:

Marcos Rodrigues Lagrotta

Email:

margrotta@yahoo.com.br

Orientador:

Ricardo Frederico Euclydes

Data da defesa:

27/07/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Confiabilidade, Seleção genômica, Gado de leite, Genomic selection, Trustworthiness, Dairy, GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS Resumo:

A computação paralela vem crescendo nos últimos anos em virtude do menor custo dos computadores e do aumento exponencial dos bancos de dados. O processamento em paralelo envolve a execução de múltiplas tarefas simultaneamente em diferentes proces-

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sadores. No contexto da seleção genômica, o grande número de marcadores genéticos utilizado nas análises, bem como a grande demanda computacional dos modelos bayesianos fundamentados nos métodos de Monte Carlo Via Cadeias de Markov, faz com que certas análises despendem semanas ou meses de processamento. Assim, a computação paralela representa uma solução natural a este problema. O método usado para análise foi o BayesCπ, o qual possui apenas passos do Amostrador de Gibbs. O algoritmo foi inicialmente escrito na forma sequencial usando o FORTRAN. Duas estratégias de paralelização foram então estudadas. A primeira envolveu a análise de múltiplas cadeias em paralelo, sendo recomendada na situação em que o burn-in não seja longo. A segunda estratégia referiu-se à paralelização da própria cadeia, sendo indicada para situações em que o burn-in é muito longo. Utilizou-se a biblioteca MPI e o pacote OpenMPI associado ao compilador gfortran para tal propósito. As computações foram realizadas em um computador pessoal, com seis núcleos de processamento de 3,3 GHz e 16 GB de memória RAM e em um cluster com 120 processadores de 2,77 GHz. Foram utilizados dados simulados para duas características produtivas de bovinos de leite, referentes a 10.000 marcadores e 4.100 indivíduos. No computador pessoal, o algoritmo sequencial foi processado em 77,29 horas e ao usar múltiplas cadeias em paralelo o processamento foi quase cinco vezes mais rápido com seis núcleos de processamento. A relação de desempenho entre o algoritmo paralelo e o sequencial foi maior no cluster, pois a sua arquitetura de memória escalona melhor com o número de processadores em uso do que a arquitetura de memória compartilhada do computador pessoal. A segunda estratégia de paralelização apresentou um ganho de desempenho de apenas 19% com dois processadores. Contudo, usando mais processadores não houve melhora de desempenho. Esta estratégia só se aplica em sistemas com arquitetura de memória compartilhada, devido ao elevado overhead (sobrecarga) gerado pela intensa troca de informações e sincronização das tarefas. Conclui-se que a computação paralela é uma técnica de fundamental importância para a seleção genômica, e isto será mais expressivo nos próximos anos devido ao rápido crescimento dos bancos de dados. Estratégias mais eficientes de paralelização

da própria cadeia devem ser desenvolvidas, visto que nas situações em que o burn-in é muito longo o processamento de múltiplas cadeias em paralelo não é recomendado. O ideal seria que estas novas abordagens apresentassem bom desempenho em sistemas com arquitetura de memória distribuída (clusters).

Título em português

Fontes de fibra em dietas para cabras leiteiras Título em inglês

Sources of fiber in diets for dairy goats Pesquisador:

Rogério da Silva Matos

Email:

matoszoo@yahoo.com.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

12/07/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Fracionamento, Carboidrato, Proteína, Cabras, Fractionation, Carbohydrate, Protein, Goats, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Avaliou-se o valor nutritivo de dietas com diferentes fontes de fibra de origem forrageira, com fibra fisicamente efetividade equivalentes, para cabras leiteiras. Foram utilizadas noventa e seis cabras leiteiras, com dias em lactação superior a 55 dias, massa corporal de 51 ± 7,7 kg e produção de leite média de 2,2 kg.dia-1, distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3x2, para avaliar os efeitos de três fontes de fibra: feno de tifton (Cynodon spp), silagem de milho (Zea mays), feno de alfafa (Medicago sativa) e duas ordens de parto (primíparas e multíparas com ordem de parto de 2 ou 3). Cada fonte de fibra foi submetida a quatro baias, sendo duas baias de primíparas e duas baias de multíparas, totalizando 12 baias experimentais. O consumo superior de MS para a silagem de milho elevou também o consumo dos nutrientes: proteina bruta, extrato etéreo, carboidrato total, carboidrato não fibroso, e fibra em detergente neutro (FDN), exceto o consumo de lignina em detergente ácido, para a qual a dieta silagem de milho apresentou valor intermediário, diferindo entre o feno

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de alfafa, que foi superior, e o feno de tifton, que foi inferior. A digestibilidade da MS e nutrientes sofreu efeito das dietas, de modo que o feno de alfafa apresentou todos seus valores inferiores e o feno de tifton e silagem de milho com valores superiores, exceto a digestibilidade da FDN para silagem de milho que não diferiu da FDN do feno de alfafa. O tempo médio de retenção não diferiu, mas houve a evidência para um decréscimo no tempo médio de retenção do volumoso da dieta feno de alfafa. A silagem de milho apresentou maior tempo de ruminação e o feno de tifton, o menor tempo de ruminação, enquanto o maior tempo alimentando foi para o feno de alfafa e de tifton. Houve efeito estatístico para ordem de parto nos tempos de ruminação, alimentando, atividade mastigatória e ócio (TO) em que as primíparas estiveram superiores às multíparas exceto para TO. O tempo de alimentação por kg de FDN foi maior para o feno de alfafa e menor para a silagem de milho. Já na ruminação, os animais passaram maior tempo ruminando tanto o kg de MS quanto o kg de FDN da silagem de milho, enquanto a dieta de feno de tifton manifestou menor tempo de ruminação por kg de FDN. Com o efeito da ordem de parto, as primíparas foram mais eficientes do que as multíparas tanto na alimentação quanto na ruminação. Conclui-se que a qualidade da fibra da dieta, em dietas isofibrosas apresentando efetividade física equivalente, influencia nas respostas fisiológicas e no comportamento ingestivo das cabras em lactação.

Título em português

Relações de treonina e triptofano com a lisina digestível em rações para alevinos de tilápia do Nilo Título em inglês

Digestible threonine and tryptophan to lysine ratios in diets for Nile tilapia Pesquisador:

Sylvia Sanae Takishita

Email:

naetaki@yahoo.com.br

Orientador:

Eduardo Arruda Teixeira Lanna

Data da defesa:

21/07/2012

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Assuntos:

Tilápia (Peixe) - Nutrição - Necessidades, Aminoáci84

dos na nutrição animal, Tilápia (Peixe) - Registros de desempenho, Tilápia (Peixe) - Carcaças, Peixe - Criação, Aquicultura, Tilapia (Fish) - Nutrition - Requirements, Amino acids in animal nutrition, Tilapia (Fish) - Records of performance, Tilapia (Fish) - Carcasses, Fish - Creation, Aquaculture, EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS Resumo:

Foram realizados dois experimentos com o objetivo de determinar as relações ideais dos aminoácidos treonina (Experimento I) e triptofano (Experimento II):lisina digestível em rações para alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), linhagem tailandesa. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Nutrição de Peixes, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa. Em cada experimento os peixes foram mantidos em aquários de 130 litros dispostos em sistema de recirculação de água, com temperatura controlada e aeração individual, e foram alimentados ad libitum em seis refeições diárias em período experimental de 30 dias. No experimento I objetivou-se avaliar a relação ideal de treonina:lisina digestível, em rações contendo o nível subótimo de 1,53% de lisina digestível. Foram utilizados 420 alevinos com peso inicial de 0,95 ± 0,01 g, em delineamento inteiramente casualizado. Os tratamentos consistiram de cinco rações de diferentes relações treonina:lisina digestível (70%, 77%, 84%, 91% e 98%), mantidas com igual teor de energia. No experimento II objetivou-se avaliar a relação ideal de triptofano:lisina digestível, em rações contendo o nível subótimo de 1,53% de lisina digestível. Foram utilizados 360 alevinos com peso inicial de 1,16 ± 0,19 g, em delineamento em blocos casualizados. Os tratamentos consistiram de cinco rações de diferentes relações triptofano:lisina digestível (19,5%, 21%, 22,5%, 24% e 25,5%), mantidas com igual teor de energia. Em ambos os experimentos foram avaliados os parâmetros de desempenho e eficiência alimentar, a composição corporal, as taxas de deposição diária de proteína e gordura corporais, e eficiência de retenção de nitrogênio. No experimento I houve efeito quadrático das relações treonina:lisina digestível sobre o consumo de ração, o ganho de peso, a conversão alimentar, a taxa de crescimento específico e a eficiência de retenção de nitrogênio. Para a conver-

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são alimentar foi obtido 1,358% como nível ótimo, que correspondeu à relação ideal treonina:lisina digestível de 88%. No experimento II não foi observado efeito das relações de triptofano:lisina digestível sobre os parâmetros de desempenho e eficiência alimentar, a composição corporal, as taxas de deposição diária de proteína e gordura corporais, e eficiência de retenção de nitrogênio. As relações ideais de treonina:lisina digestível e de triptofano:lisina digestível recomendadas em rações para alevinos de tilápia do Nilo são de 88% e de 19,5%, respectivamente.

Título em português

Estratégias para utilização da cana-de-açúcar na alimentação de novilhas leiteiras: relações entre ureia, proteína verdadeira e amido Título em inglês

Strategies for the use of cane sugar in the diet of dairy heifers: relationship between urea, true protein and starch Pesquisador:

Claudilene Lima de Abreu

Email:

claudilene.abreu@ibest.com.br

Orientador:

José Carlos Pereira

Data da defesa:

24/08/2012

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Assuntos:

Dairy heifers, Nutrient digestibility, Animal feeding, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Novilhas leiteiras, Digestibilidade dos nutrientes, Alimentação animal Resumo:

Objetivou-se avaliar o consumo, digestibilidade dos nutrientes, metabolismo de nitrogênio, degradabilidade efetiva e repleção ruminal em novilhas leiteiras alimentadas com cana-de-açúcar e relações entre ureia, proteína verdadeira e amido. Sendo que os animais (onze novilhas com peso vivo inicial de 250±31 kg) foram distribuídos em dois quadrados latinos, 6 x 6 e 5 x 5, para os Experimentos 1 e 2, respectivamente. Os períodos foram compostos por 23 dias, sendo 10 dias para adaptação e 13 dias de coletas. Foi utilizada cana-de-açúcar como fonte volumosa para os

dois Experimentos, com adição de ureia + sulfato de amônio (9:1) para correção do teor protéico, sendo diluídos e misturados a cana antes da alimentação dos animais. No Experimento 1 foram utilizados dois níveis de ureia, 10 e 14 g ureia/kg MN de cana, sendo que para cada um dos níveis foi disponibilizado aos animais 1,5 kg/dia de concentrados a base de milho triturado, farelo de soja e suplemento mineral, com diferentes teores de proteína bruta: 180, 200 e 220 g/ kg de matéria seca. No Experimento 2, foram utilizadas relações de amido:fibra no concentrado: 80:20, 70:30, 60:40, 50:50 e 40:60 (a ureia+sulfato de amônio adicionado ao volumoso foi de 10 g ureia/kg MN de cana). Foi oferecido 1,5 kg de concentrado constituído de milho triturado, farelo de soja, farelo de trigo e suplemento mineral. A avaliação do consumo foi realizada do 10 ao 15° dia de cada período com pesagens diárias da quantidade de dieta fornecida e das sobras em cada tratamento. A digestibilidade aparente total foi determinada utilizando o método indireto com o indicador óxido crômico, fornecido do 1º ao 14º dia de cada período experimental. As amostras de fezes foram coletadas entre o 10º e 15º dia de cada período com intervalos de 26 horas. A estimativa dos parâmetros da cinética de passagem de partículas pelo trato gastrintestinal dos animais foi determinada a partir do ajuste do modelo bicompartimental (gama para um compartimento e exponencial para outro), aos dados de excreção fecal do indicador Lantânio, fixado a parede celular da cana-de-açúcar. Do 17° ao 23° dia de cada período foram coletadas amostras de fezes nos tempos 0, 8, 16, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 84, 96, 120 e 144 horas após incubação do da fibra marcada. Para estimativa dos parâmetros de degradabilidade ruminal da fibra da cana-de-açúcar e suas distintas partes (topo, casca e colmo) foi adotada a técnica in situ, utilizando três animais fistulados no rúmen. As amostras foram incubadas nos tempos 0, 3, 6, 9, 12, 24, 36, 48, 72, 96, 120 e 144 horas, sendo três repetições para cada alimento e cada tempo. O aumento dos níveis de nitrogênio não protéico na forma de ureia em dietas com cana-de-açúcar como volumoso (10 para 14 g de ureia/kg MN cana) para novilhas leiteiras não afeta o aproveitamento de nutrientes pelos animais, apresentando consumo, digestibilidade da matéria seca semelhantes e menores valores de degradabilidade efetiva da fibra e repleção

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ruminal. A inclusão de amido em níveis crescentes e a redução da fibra em dietas com cana-de-açúcar mais ureia para novilhas leiteiras não apresenta mudanças na degradabilidade efetiva da FDN da cana e na repleção ruminal. O colmo apresenta maior degradabilidade efetiva da FDN em relação a casca e ponta da cana-de-açúcar.

Título em português

Suplementação de bovinos de corte em pastejo com diferentes relações proteína: carboidrato da fase de amamentação ao abate Título em inglês

Supplementation of grazing beef cattle with different relations protein: carbohydrate from suckling phase until slaughter Pesquisador:

Ériton Egidio Lisboa Valente

Email:

eritonvalente@yahoo.com.br

Orientador:

Mário Fonseca Paulino

Data da defesa:

16/08/2012

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Suplementação, Bovinos de corte, Proteína, Carboidrato, Supplementation, Beef cattle, Protein, Carbohydrate Resumo:

Foram elaborados 5 artigos cientícos envolvendo a suplementação de bovinos de corte em pastejo com differentes relações proteína: carboidrato. O artigo 1 objetivou-se avaliar o efeito da suplementação de bezerros sobre ganho de peso, consumo, digestibilidade, produção de leite de sua mães e comportamento ingestivo do par vacabezerro. Foram usados 55 vacas com peso médio inicial de 449 ± 8 kg e suas respectivas crias com peso inicial médio de 138 + 3 kg. O período experimental foi de 112 dias. Os tratamentos foram: Controle = apenas mistura mineral; APAC = suplemento com alta proteína e alto carboidrato; APBC = suplemento com alta proteína e baixo carboidrato; BPAC = suplemento com baixa proteína e alto carboidrato; BPBC = suplemento com baixa proteína e baixo carboidrato. Cerca de 25 e 12,5% da exigên86

cia de proteína foram supridos nos suplementos com alta e baixa proteína, respectivamente, e cerca de 15 e 7,5% do requerimento de NDT foi suprido nos suplementos com alto e baixo carboidrato, respectivamente. A quantidade de suplemento múltiplo foi ajustada a cada 28 dias. O comportamento de pastejo, desempenho, produção e composição do leite, consumo e digestibilidade das vacas não foram influenciados (P>0,05) pela suplementação dos bezerros. Os animais suplementados tiveram melhor desempenho (P<0,05) (medida pelo peso corporal final, ganho médio diário (GMD), escore de condição corporal final), consumo e tempo ocioso, e menor tempo de pastejo (P<0,05), mas a suplementação não afetou (P>0,05) o tempo e a freqüência de amamentação. Pode-se concluir que a suplementação afeta o comportamento e o consumo de alimentos pelos bezerros. Entretanto, não afeta o tempo e freqüência de amamentação. No artigo 2 foram avaliados os efeitos da suplementação com diferentes relações de carboidrato e proteína sobre o desempenho de tourinhos dos 4 até 18. Foram usados os mesmos animais descritos no artigo 1. Os animais foram submetidos a um período experimental de 430 dias. Os tratamentos foram os mesmos descritos no artigo 1. Entretanto, após o desmame cerca de 50 e 25% da exigência de proteína foram supridos nos suplementos com alta e baixa proteína, respectivamente, e cerca de 30 e 15% do requerimento de NDT foi suprido nos suplementos com alto e baixo carboidrato, respectivamente. Os animais não suplementados apresentaram menor (P<0,05) GMD do que os animais suplementados. Os planos nutricionais com baixa oferta de carboidratos (APBC e BPBC) apresentaram maior eficiência de uso do suplemento. Pode-se concluir que a suplementação eleva o desempenho de tourinhos jovens. No entanto, os planos nutricionais que fornecem baixa quantidade de carboidratos apresentam maior eficiência de uso do suplemento. O artigo 3 avaliou o consumo e a digestibilidade de tourinhos jovens em pastejo suplementados com diferentes relações de carboidrato e proteína dos 4 aos 18 meses. A metodologia foi similar ao artigo 2. Em todos os grupos o consumo de MS foi maior (P<0,05) na transição seca-águas e águas. Os animais não suplementados tiveram menores (P<0,05) consumos de MS e de NDT em todas as fases, com excessão na época das águas. Apesar de não ter ha-

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vido diferenças (P>0,05) entre os animais suplementados quanto ao consumo de MS, os suplementos com alto carboidrato (APAC e BPAC) tiveram menor consumo de pasto (P<0,05) nas fases de amamentação e águas. Entretanto, o grupo APAC apresentou o maior (P<0,05) consumo e degestibilidade da FDN. Pode-se concluir que o consumo de MS são maiores na época de crescimento das plantas. Entretanto, o efeito do tipo de suplementação sobre os parâmetros nutricionais de animais em pasto tropical sofrem interação da época do ano. Suplementos com alto nível de proteína elevam o consumo e utilização da dieta, sendo o efeito mais intenso quando associado com alto nível de carboidrato. O artigo 4 comparou o tempo de pastejo por observação visual e por método eletrônico e avaliou os efeitos do plano nutricional sobre o comportamento de pastejo e locomoção horizontal e vertical tourinhos em pastagem tropical. Foram usados 39 tourinhos Nelore com peso médio de 345 ± 9,3 kg. Os tratamentos foram os mesmos descritos no artigo 2, com adição de um grupo de animais com oferta de forragem restrita. Os animais foram equipados com colares GPS com sensores de actividades. Não foram encontradas diferenças (P>0,05) no tempo de pastejo obtidos por observação visual ou método sensor de atividade. O grupo Restrito teve maior tempo de pastejo (P<0,05) (9,58 horas/dia), mas não foram encontradas diferenças (P>0,05) no tempo de pastejo entre o Controle (8,35 horas/dia) e animais suplementados (8,03 horas/dia). O grupo Restrito apresentou menor (P<0,05) distância locomoção horizontal (2168 m/dia) em comparação com outros grupos (2580,6 m/ dia). Pode-se concluir que a observação visual e método eletrônico apresentam resultados semelhantes. Além disso, a suplementação moderada não altera o comportamento de pastejo. O artigo 5 estimou as exigências nutricionais para mantença de energia e para ganho de peso de energia e proteína de bovinos de corte em pastagens tropicais. Foram usados 44 bezerros de corte com peso inicial médio de 138.3 ± 3.4 kg e idade inicial entre 90 e 150 dias. Os tratamentos foram os mesmos descritos no artigo 2. A exigência de energia líquida para ganho (ELg) foi obtida pela regressão linear do logaritmo da energia retida em função do logaritmo do ganho de peso de corpo vazio. As exigências de energia líquida para mantença (ELm) foram estimadas a partir da relação exponen-

cial da produção de calor (PC, kcal/PCVZ0,75/dia) e o consumo de energia metabolizável. As exigências de proteína líquida para ganho (PLg) foram obtidas pela regressão linear múltipla da proteína retida no peso de corpo vazio (GPCVZ, g/dia) e da energia retida (ER, kg/dia). A eficiência de uso da energia metabolizável (EM) para mantença (km) foi 0.55, e para ganho (kg) foi 0.26. O requerimento de EM para mantença foi 124 kcal/kg PCVZ0.75, 11% maior que a exigência de bovinos de corte confinados no Brasil. A exigência de PLg reduziu com aumento do peso corporal. As exigências de energia líquida e proteína líquida para ganho podem ser obtidas pelas equações: ER (Mcal/ kg) = 0,044× PCVZ0,75 × GPCVZ1,1302, PR (g/dia) = –31.45 + 229.69 × GPCVZ – 8.75 × ER, respectivamente.

Título em português

Crescimento de bovinos de corte no sistema pasto/suplemento submetidos a diferentes planos nutricionais Título em inglês

Beef cattle growth in the grazing/supplement system receiving different nutritional plans Pesquisador:

Nelcino Francisco de Paula

Email:

nelcinodepaula@hotmail.com

Orientador:

Mário Fonseca Paulino

Data da defesa:

10/08/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Bovinos, Exigências nutricionais, Pasto, Suplementos, Cattle, Nutritional requirements, Grazing, Supplement, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Quatro experimentos foram realizados com o objetivo de avaliar o crescimento de bovinos de corte da fase de amamentação até o abate recebendo diferentes planos de suplementação e avaliar a variação de peso corporal e características nutricionais de vacas de corte não-gestante. No experimento 1, avaliou-se o consumo e digestibilidade dos nutrientes, síntese de proteína microbiana e características produtivas

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de bovinos de corte com predominância de sangue Nelore (>50%) com idade e peso médio inicial de 120 dias e 132,5±5,4 kg, respectivamente. Estes animais (44) foram avaliados desde a fase de amamentação até os 18 meses de idade, em pastagens de Urochloa decumbens, durante as fases de transição águasseca, seca, transição seca-águas e águas. Foram avaliados quatro planos de suplementação: mistura mineral, baixo, médio e alto nível de fornecimento de suplemento. De maneira geral, verificou-se aumento no consumo de nutrientes nas diferentes épocas do ano com a suplementação, mas decréscimo no consumo de forragem à medida que se aumentou a quantidade de suplemento fornecida. Os coeficientes de digestibilidade também foram influenciados pelo plano de suplementação. À medida que se aumentaram os níveis de fornecimento de suplemento, houve aumento na excreção de nitrogênio. Quanto as características produtivas, observou-se que maiores níveis de suplementação promoveram maior peso corporal final (PCF) dos animais com peso ao abate de 359, 365,9, 397,5 e 443 kg, para os planos de suplementação controle, baixo, médio e alto, respectivamente. Quanto ao ganho médio diário (GMD), verificou-se em todas as fases de produção que o plano alto consumo de suplemento proporcionou maiores valores, sendo: 0,807 0,633, 0,560 e 0,776 kg na fase de transição águas-seca, seca, transição seca-águas e águas, respectivamente. O uso da suplementação proporcionou maiores pesos, rendimentos de carcaça e cortes comerciais quando comparados aos animais que receberam apenas mistura mineral, com os maiores valores para o plano alto consumo de suplemento. No experimento 2, avaliou-se as exigências de energia para mantença e ganho de peso e proteína líquida para ganho de peso de bovinos de corte em pastejo. Utilizaram-se os mesmos animais e planos de suplementação relatados anteriormente. Quatro animais foram abatidos como referência, sendo os animais remanescentes abatidos de forma escalonada nas diferentes fases de produção. A relação média entre peso de corpo vazio (PCVZ) e peso corporal jejum (PCJ) dos animais experimentais foi de 0,910 e entre o ganho de peso de corpo vazio (GPCVZ) e o GMD foi de 0,907. As exigências de energia líquida de mantença (Elm) e energia metabolizável para mantença (EMm) são 68,5 kcal/PCVZ0,75 e 124 kcal/ 88

PCVZ0,75, respectivamente. A eficiência de utilização da energia metabolizável para mantença e ganho de peso é de 0,5524 e 0,24, respectivamente. As exigências de energia líquida para ganho (ELg) podem ser obtidas pela equação: ER = 0,035× PCVZ0,75 × GPCVZ0,5653 e a PLg com a equação: PR = 18,6722 + 78,6388 x GPCVZ + 31,9809 x ER. O experimento 3 foi realizado com o objetivo de desenvolver equações para predição da gordura da carcaça e do corpo usando medidas biométricas corporais e medidas obtidas posmortem. Foram utilizados os mesmos animais, planos de suplementação e protocolo de abate relatado nos experimentos anteriores. Antes do abate os animais foram pesados e medidas biométricas foram tomadas incluindo distância de íleos (HBW), de ísquios (PBW), largura de abdômen (AW), comprimento do corpo (BL), altura de garupa (RH), altura de cernelha (HW), comprimento de garupa (PGL), profundidade de costela (RD), perímetro torácico (GC), profundidade de garupa (RuD), comprimento diagonal do corpo (BDL) e largura de tórax (TW). Outras medidas foram: área total corporal (TBS), volume corporal (BV), gordura subcutânea (SF), gordura interna (InF), gordura intermuscular (ImF), gordura física e química da carcaça e do corpo e gordura da seção HH. As medidas biométricas melhoram as estimativas da TBS. Os dados indicam também que as medidas biométricas em associação com peso corporal foram precisas em conter a variabilidade da gordura subcutânea, gordura interna, gordura física e química da carcaça e do corpo. Adicionalmente, o desenvolvimento de equações usando a gordura da seção HH em associação com o peso corporal foi melhor para predizer a gordura corporal que a gordura da seção HH sozinha. O experimento 4 foi realizado para avaliar o fornecimento de diferentes níveis de suplementos de baixo consumo sobre mudanças no peso e escore de condição corporal (ECC), consumo e digestibilidade dos nutrientes da dieta de vacas com predominância de sangue zebu, não gestante, com peso corporal inicial de 394,7±13,14 kg em pastagem de Urochloa decumbens durante o período seco. Quatro tratamentos foram avaliados: Controle, T250, T500 e T750, sendo 250, 500 e 750 g de suplemento/animal/dia respectivamente. Verificaram-se média de 409,8 kg, 0,181 kg e 4,85 pontos, respectivamente para PCF, GMD e ECC final. Quanto ao consumo de

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nutrientes da dieta, observou-se que o consumo de PB, carboidrato não-fibroso e extrato etéreo (EE) em kg/dia aumentaram à medida que aumentou-se os níveis de suplementação. O consumo de MS médio foi 20,31 g/kg de PC. Notou-se efeito quadrático da suplementação sobre os coeficientes de digestibilidade da MS, matéria orgânica, fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína e nutrientes digestíveis totais. Efeito linear para os coeficientes de digestibilidade da PB e EE. O fornecimento de diferentes níveis de suplemento não influenciou a eficiência de síntese de proteína microbiana.

Título em português

Utilização de esgotos sanitários tratados em lagoas de estabilização para o cultivo de alevinos de três espécies de carpas e curimbatá-pioa Título em inglês

Use of domestic sewage treated in stabilization ponds for cultivation of three species of carp and curimbatápioa fingerlings Pesquisador:

Patrícia de Souza Lima Cunha

Email:

paty_ca13@hotmail.com

Orientador:

Eduardo Arruda Teixeira Lanna

Data da defesa:

08/08/2012

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Plancton, Alimento natural, Natural food, Plankton Resumo:

Objetivando-se avaliar a utilização de esgotos sanitários tratados em lagoas de estabilizaçaão no cultivo de alevinos de três espécies de carpas e curimbatápioa com diferentes densidades de estocagem, foram conduzidos quatro experimentos, na Estação de Tratamento de Esgoto do bairro da Violeira, Viçosa-MG. Os alevinos foram distribuídos em 24 caixas de fibra de vidro com volume útil de 800 L cada, em um delineamento em três blocos ao acaso, com quatro tratamentos (densidades de estocagem: 10, 20, 30 e 40 alevinos/m³) e com duas repetições. Os parâmetros de qualidade da água avaliados nos tanques de cria-

ção dos peixes e nos reservatórios (afluente) foram: temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica, fósforo solúvel e total, nitrogênio amoniacal e orgânico, nitrato, sólidos suspensos totais, clorofila a e demanda química e bioquímica de oxigênio. Foram identificados e quantificados os principais organismos planctônicos da água dos reservatórios, dos tanques de criação de peixes e no conteúdo fecal dos alevinos. Foi avaliado o ganho de peso, de biomassa, crescimento e a taxa de sobrevivência. Ao final do experimento os alevinos foram triturados sem separar as vísceras e as escamas do músculo para análise de Coliformes Termotolerantes/g. O primeiro experimento foi realizado nos meses de fevereiro e março de 2010, duração de 40 dias, com alevinos de carpa capim (Ctenopharyngodon idella) com peso inicial de 0,32 ± 0,08 g e comprimento total inicial de 3,10 ± 0,27 cm. O segundo experimento foi realizado nos meses de outubro e novembro de 2010, duração de 40 dias, com alevinos de carpa comum (Cyprinus carpio) com peso inicial de 0,80 ± 0,26 g, comprimento padrão inicial de 3,24 ± 0,25 cm e comprimento total inicial de 4,07 ± 0,34 cm. O terceiro experimento foi realizado nos meses de fevereiro e março de 2011, duração de 35 dias, com alevinos de carpa cabeça grande (Hypophthalmichthys nobilis) com peso inicial de 0,84 ± 0,30 g, comprimento padrão inicial de 3,66 ± 0,32 cm e comprimento total inicial de 4,46 ± 0,29 cm. E o quarto experimento foi realizado nos meses de abril e maio de 2011, duração de 35 dias, com alevinos de curimbatá-pioa (Prochilodus costatus) com peso inicial de 0,88 ± 0,41 g, comprimento padrão inicial de 3,50 ± 0,49 cm e comprimento total inicial de 4,52 ± 0,58 cm. O sistema de piscicultura, contíguo às lagoas de polimento, proporcionou remoção adicional dos nutrientes presentes no efluente para ambos os experimentos. Com o cultivo dos peixes a comunidade planctônica aumentou a densidade fitoplanctônica e reduziu a densidade zooplanctônica, exceto para o experimento com alevinos de carpa cabeça grande que reduziu as densidades tanto do fitoplâncton quanto zooplâncton. A elevação da densidade de estocagem reduziu o ganho de peso, ganho de biomassa e crescimento dos alevinos, exceto para os experimentos com alevinos de carpa capim e curimbatá-pioa, os quais apresentaram maior ganho de biomassa para os animais do tratamento com 20

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alevinos/m³. Tanto a carpa comum como o curimbatápioa que possuem hábito alimentar onívoro e iliófago respectivamente, espécies que procuram alimento no fundo dos tanques (sedimento) apresentaram níveis elevados de coliformes termotolerantes/g. As lagoas de estabilização, dado seu potencial de remoção de amônia (tóxica aos peixes em concentrações relativamente baixas), de remoção de organismos patogênicos e de produção de plâncton (fonte de alimento para os peixes) são indicadas para atividade de piscicultura.

Título em português

Avaliação nutricional, desempenho e qualidade da carne de bovinos de corte alimentados com dietas contendo glicerina bruta Título em inglês

Nutritional evaluation, performance and meat quality of beef cattle fed with crude glycerin diets Pesquisador:

João Paulo Ismério dos Santos Monnerat

Email:

jp_monnerat@hotmail.com

Orientador:

Pedro Veiga Rodrigues Paulino

Data da defesa:

28/09/2012

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Biodiesel, Marmoreio, Cruzamento industrial, Biodiesel, Marbling, Industrial crossing Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de três experimentos. O primeiro foi conduzido para caracterizar quimicamente os compostos presentes na glicerina bruta proveniente da indústria do biodiesel e determinar o seu valor energético em dietas para bovinos de corte. Para o ensaio de determinação do valor energético da glicerina foram utilizados oito bovinos, machos não castrados, mestiços e com peso inicial médio de 334 ± 121,13 kg. O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latino 2×2 com agrupamento de quatro quadrados simultâneos. Dentro de cada quadrado foram implementados duas proporções de glicerina e volumoso (5:95 e 15:85) e 90

dois períodos experimentais. A glicerina apresentou 105.4g.kg-1 de umidade, 90.09 g.kg-1 de matéria mineral, 805,5 g.kg-1 de glicerol e 160 mg.kg-1 de metanol. Para os valores energéticos foram encontrados 934,46 g.kg-1 e 4,01 e 3,64 Mcal.kg-1 para NDT, Energia digestível e metabolizável, respectivamente. No segundo experimento, utilizaram-se cinco bovinos mestiços (Nelore x Red Angus), não-castrados, com peso inicial médio de 346 ± 21,42 kg, fistulados no rúmen e no abomaso e distribuídos em um quadrado latino 5 x 5, com objetivo de avaliar o efeito de inclusão da glicerina bruta em substituição ao milho em dietas de bovinos de corte terminados em confinamento, sobre o consumo, digestibilidade aparente total e parcial da matéria seca e dos nutrientes, cinética de passagem e digestão ruminal, pH, concentrações de amônia e ácidos graxos voláteis (AGV), estimativa da produção microbiana e excreção de compostos nitrogenados na urina. A alimentação basal foi composta por 50% de silagem de milho e o restante do concentrado à base de milho e farelo de soja. Os tratamentos consistiam de cinco níveis de substituição do milho do concentrado por uma mistura de glicerina e glúten de milho, em que a glicerina compunha 0, 5, 10, 15 e 20% da matéria seca da dieta. Foram utilizados cinco períodos experimentais com 15 dias cada, sendo sete para adaptação e oito para coletas. Com exceção do consumo de EE, não houve efeito (P> 0,05) da glicerina sobre o consumo de MS e dos nutrientes. A inclusão de glicerina aumentou (P < 0,05) a digestibilidade da MS, MO, FDNcp, EE e CNF, resultando em aumento no NDT, ED e EM das dietas. A taxa de passagem da digesta ruminal não foi afetada (P > 0,05) pelos níveis de glicerina, mas a taxa de digestão da MS, MO e FDNcp aumentaram (P < 0,05). O pH e as concentrações dos AGV também não foram afetados (P > 0,05), no entanto, a concentração de amônia reduziu linearmente (P < 0,05) e a proporção de propionato aumentou (P< 0,05). Não foram observadas diferenças para síntese e eficiência microbiana e excreção de compostos nitrogenados na urina. Conclui-se que a glicerina bruta pode substituir o milho até 20% da MS em dietas de bovinos de corte. No terceiro experimento, foram elaborados dois estudos. No primeiro estudo, objetivou-se avaliar o efeito da substituição do milho pela glicerina bruta sobre o consumo e a digestibilidade aparente total da

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matéria seca (MS) e dos constituintes das dietas, o desempenho produtivo, as características de carcaça, o rendimento de cortes comerciais e a composição das carcaças de bovinos de corte sob regime de confinamento. Para isso, foram utilizados 34 bovinos, machos não castrados, mestiços (Nelore x Red Angus) com peso inicial médio de 343,9 ± 16.56. Quatros destes animais foram abatidos como referência no inicio do experimento e os demais (n = 30) foram aleatoriamente distribuídos em cinco tratamentos (0, 5, 10, 15 e 20% de glicerina bruta na matéria seca da dieta). No final do experimento todos os animais foram abatidos. A insulina plasmática aumentou linearmente (P < 0,05) com a inclusão de glicerina, porém a glicose sanguínea não foi alterada. O consumo de MS e a digestibilidade aparente total dos nutrientes e MS também não foram afetadas pelos tratamentos. Similarmente, a substituição do milho pela glicerina não provocou nenhum efeito sobre o ganho médio diário de peso, de peso em jejum e de peso de carcaça, a eficiência de deposição de carcaça e a composição química e física do ganho e do ganho de carcaça. Da mesma forma, o rendimento de carcaça, AOL e EGS também não foram afetados. Assim, pode-se concluir que a substituição do milho pela glicerina bruta até 20% da MS não afeta o consumo e digestibilidade dos nutrientes, o desempenho produtivo, as características de carcaça e o rendimento dos cortes comerciais. No segundo estudo desse experimento, avaliou-se o efeito desta inclusão da glicerina bruta em substituição ao milho em dietas de bovinos de corte terminados em confinamento, sobre as características de carcaça e a qualidade da carne. Foram utilizadas as carcaças dos animais do estudo anterior que após o resfriamento foram pesadas e realizou-se a mensuração do pH. Em seguida foram coletadas amostras do músculo Longissimus, entre a 9a e 11a costelas para realização das análises de qualidade de carne. Não houve efeito do nível de inclusão de glicerina (P>0,05) sobre consumo de energia metabolizável e relação entre insulina e glicose. Da mesma forma, a proporção de fibras no músculo não foi afetada (P > 0,05). No entanto o diâmetro das fibras do tipo I e IIA aumentou (P < 0,05) com a inclusão de glicerina bruta. O peso final quente e frio e pH inicial e final da carcaça Também não foram afetados pelos tratamentos sendo os valores médios encontrados do

para essas características iguais a 308,09 kg; 301,26, kg; 7,10 e 5,72, respectivamente. A força de cisalhamento, índice de fragmentação miofibrilar e teores de colágeno total e solúvel não foram influenciados (P > 0,05) pela inclusão de glicerina bruta. Em relação às perdas da carne também não foram detectadas diferenças (P>0,05) entre os tratamentos. Os valores de luminosidade (L*), intensidade de vermelho (a*) e intensidade de amarelo (b*) da carne não diferiram (P>0,05). A inclusão de glicerina bruta até 20% da matéria seca pode ser usada em dietas de terminação de bovinos de corte, pois não promove nenhum efeito deletério a nenhuma das principais variáveis qualitativas da carne.

Título em português

Caracterização de alimentos para ruminantes segundo o Cornell net carbohydrate and protein system – CNCPS com adaptações Título em inglês

Characterization of ruminant feed according to the Cornell net carbohydrate and protein system - CNCPS with adaptations Pesquisador:

Evanete Moura de Carvalho

Email:

evanete.carvalho@ufv.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

26/10/2012

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Assuntos:

Model, Degradation, Animal feed, Modelo, Produção de gás, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Fracionamento, Degradação, Alimentação animal, Fractionation, Gas production Resumo:

Objetivou-se com o presente estudo, determinar as frações proteicas e de carboidratos, bem como medir os parâmetros cinéticos de degradação ruminal destas frações em 15 subprodutos com potencial de utilização na alimentação de ruminantes, sendo eles: farelo e torta de algodão (Gossypium spp. L.); bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum,L.), farelo e torta de dendê (Elaeis guineensis), torta de licuri

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(Syagrus coronata), farelo detoxificado de mamona (Ricinus comunis L.), fubá de milho (Zea mays), torta detoxificada de pinhão manso (Jatropha curcas L), farelo de soja (Glycine max), farelo de trigo (Triticum spp.), capim Tifton-85 (Cynodon sp.) nas idades de 21, 31 e 43 dias de corte e polpa cítrica. Para realização do fracionamento dos compostos nitrogenados (frações A, B1, B2 e C), foram mensurados os teores de proteína bruta (PB), nitrogênio não-protéico (NNP), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e insolúvel em detergente ácido (NIDA), bem como os compostos nitrogenados insolúveis em tampão, de acordo com o Cornell Net Carboydrate and Protein System (CNCPS). Para determinação das frações A e B1 dos carboidratos foram analisados os teores de açúcares e amido, enquanto para obtenção das frações B2, C e taxa de degradação da fração B2 foi utilizada a técnica gravimétrica de degradação in vitro da fibra por meio de interpretação cinética dos perfis de degradação. Os perfis de degradação das frações proteicas foram obtidos in vitro ao incubar os alimentos com proteases oriundas do Streptomyces griseus. As taxas de degradação das frações A e B1 dos carboidratos foram obtidas por meio da combinação entre as técnicas in vitro gravimétricas e de produção de gases. Os perfis de degradação foram interpretados cineticamente por meio de modelos matemáticos. As adversidades nutricionais entre os componentes principais dos alimentos foram classificadas por meio de análise de agrupamento por otimização utilizando a distância Euclideana média com variáveis padronizadas pelo método de Tocher. As frações proteicas dos alimentos apresentaram grandes variações. A fração A foi a de menor representação dentre os alimentos, com exceção da polpa cítrica e do bagaço de cana, que apresentaram fração A com maior representatividade. A fração B1 teve maior representação para o capim-tifton 85 nas idades de 21 e 31 dias, farelo de algodão, farelo de soja, torta detoxificada de pinhão manso, farelo de trigo, torta de algodão e farelo detoxificado de mamona, com (g.kg-1) 80,39; 57,84; 452,54; 444,29; 113,42; 109,27; 234,98; e 230,53 respectivamente, com as seguintes taxas de degradação médias: (h-1) 0,6127; 1,7046; 0,2330; 0,1689; 0,8191; 0,1206; 1,3414 e 1,4330, respectivamente. Dentre os carboidratos a fração A’ apresentou grande variação entre os alimentos. Os carboidratos não fibrosos 92

(A’+B1’) apresentaram maiores representações para o farelo de algodão, farelo de soja, polpa cítrica e fubá de milho com 58,21%, 69,17%, 66,52%, e 89,81%, respectivamente, com taxas de degradação variadas. A maior representação dentre os demais alimentos estudados foi para a fração B2’, que aliada à fração C’, contribuem com a redução da disponibilidade de energia para os microrganismos que fermentam CF e CNF.

Título em português

Modelos multicaracterísticos na avaliação genética de tamanho de leitegada em suínos Título em inglês

Multiple trait models in genetic evaluation of litter traits in pigs Pesquisador:

Henrique Torres Ventura

Email:

ventura_zootecnista@hotmail.com

Orientador:

Paulo Sávio Lopes

Data da defesa:

17/10/2012

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Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, Leitegada, Suínos, Modelo multicaracterístico, Avaliação genética, Litter traits, Pigs, Multitrait, Genetic evaluation Resumo:

O objetivo desse estudo foi avaliar geneticamente características de leitegada em suínos da raça Landrace, com a utilização de modelos bicaracterísticos linear e Poisson via metodologia Bayesiana, modelos tricaracterísticos linear e Poisson via metodologia Bayesiana, e modelos ulticaracterístico e de repetibilidade via máxima verossimilhança restrita (REML). Foram avaliadas as seguintes características: número de leitões nascidos no primeiro parto (NLN1), número de leitões nascidos no segundo parto (NLN2), número de leitões nascidos no terceiro parto (NLN3), número de leitões desmamados no primeiro parto (NLD1), número de leitões desmamados no segundo parto (NLD2) e número de leitões desmamados no terceiro parto (NLD3). Com os modelos bicaracterístico linear

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e bicaracterístico Poisson foram realizadas análises bicaracterísticas dentro de partos para número de leitões nascidos e número de leitões desmamados. Com os modelos tricaracterístico linear e tricaracterístico Poisson foram realizadas análises tri-características entre partos com três parições para o número de leitões nascidos e três parições para o número de leitões desmamados. Com os modelos multicaracterístico e de repetibilidade também foram realizadas análises entre partos para as mesmas características. Para as análises bi-características dentro de partos observouse que as correlações genéticas entre o número de leitões nascidos e o número de leitões desmamados foram positivas e altas no primeiro, segundo e terceiro parto, o que indica que a seleção para aumento número de leitões nascidos resultará em ganho genético no número de leitões desmamados, que é uma característica de maior importância econômica. Com base no DIC (critério de informação da “deviance”) o modelo linear é o mais indicado para se obter as distribuições a posteriori das herdabilidades e correlações genéticas para número de leitões nascidos e número de leitões desmamados nas três primeiras ordens de parto. Conclui-se que as características número de leitões nascidos e número de leitões desmamados são de baixa herdabilidade e estão positivamente correlacionadas entre si nas três ordens de parto avaliadas, e que o modelo bicaracterístico linear misto é o mais indicado para avaliar os animais desta população. Para as análises tri-características entre partos foi observado que as herdabilidades no primeiro, segundo e terceiro partos foram pouco diferentes tanto para o número de leitões nascidos, quanto para o número de leitões desmamados. O modelo linear foi o que melhor se ajustou aos dados nas análises tri-características entre partos, para todas as características avaliadas, considerando o DIC (critério de informação da “deviance) como critério de comparação dos modelos. Foi concluído que as características avaliadas neste estudo são de baixa herdabilidade e devem ser analisadas com a utilização de um modelo tricaracterístico linear misto. Para as análises entre partos com os modelos multicaracterístico e de repetibilidade, via REML, observou-se uma tendência de aumento da variância genética aditiva e da herdabilidade ao longo das ordens de parto. Verificou-se que a estimativa de variância genética aditiva para número de leitões

nascidos e para número de leitões desmamados no primeiro parto foi a mais discrepante em relação aos valores dessas estimativas para as demais ordens de parto, o que indica que, provavelmente, a expressão dessas características no primeiro parto é controlada por genes ou combinações gênicas diferentes daquelas que regulam a expressão do número de leitões nascidos, e do número de leitões desmamados no segundo e no terceiro parto. Foi possível concluir que o modelo multicaracterístico é o mais indicado para avaliação genética das características número de leitões nascidos número de leitões desmamados nas três primeiras ordens de parto.

Título em português

Desempenho de bovinos em pastos de capim-braquiária suplementados nos períodos de água e seca Título em inglês

Cattle performance on supplemented signal grass pastures during the rainy and dry seasons Pesquisador:

Anselmo de Deus Santos

Email:

anselmo.santos@ufv.br

Orientador:

Dilermando Miranda da Fonseca

Data da defesa:

29/11/2012

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Assuntos:

Brachiaria decumbes, Pastagem, Manejo, Diferimento, Desempenho animal, Brachiaria decumbes, Grassland, Management, Deferral, Animal performance, AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS Resumo:

Objetivou-se avaliar o efeito da suplementação concentrada (0, 1, 2 e 3 kg/animal dia) dos períodos chuvoso e seco (pastos diferidos) sobre as características estruturais, a composição morfológica, o valor nutritivo da forragem produzida e o desempenho de bovinos em pastos de Brachiaria decumbens cv. Basilisk (capimbraquiária) manejados em lotação contínua. No experimento 1 (águas), janeiro a abril de 2011, os pastos foram manejados em lotação

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

contínua e taxa de lotação variável, com o intuito de manter a altura em 20 cm. As doses de suplemento foram avaliadas em delineamento experimental de blocos completos casualizados com duas repetições. No experimento 2 (seca), julho a outubro de 2011, os pastos foram diferidos em abril e utilizados a partir de julho. Nessa ocasião, os pastos voltaram a ser pastejados por bovinos em lotação contínua e taxa de lotação fixa inicial de 2,2 UA/ha. Durante a utilização dos pastos, as doses de suplemento do pasto foram avaliadas em delineamento experimental de blocos completos casualizados com duas repetições. No experimento 1, o suplemento concentrado não influenciou as massas e os acúmulos de forragem e dos componentes morfológicos. As densidades populacionais de perfilhos vegetativos, mortos, vivos, aéreos e desfolhados, os teores de proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica e fibra em detergente neutro também não foram afetadas pelo nível de suplementação concentrada. No experimento 2, as alturas do pasto e da planta estendida diminuíram linearmente com aumento do período de pastejo. As massas de forragem total e de colmo vivo diminuíram linearmente com o período de pastejo. A massa da lâmina foliar viva foi influenciada, de maneira quadrática, pelas doses de suplemento e pelo período de pastejo. Os teores de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica não foram influenciados pelo período de pastejo, apresentando, em média, 8,1 e 52,7%, respectivamente. O ganho de peso médio diário, a taxa de lotação e a produção por área aumentaram linearmente com a elevação na dose de suplemento. Mesmo sem a utilização de suplemento, os bovinos apresentaram ganho de peso médio diário de 0,441 kg/animal dia, taxa de lotação média de 2,76 UA/ ha e produção média por área de 2,74 kg/ha dia. A elevação na dose de suplemento em pastos de capim-braquiária, manejada a 20 cm durante o período das águas e em pastos diferidos, durante o período da seca, resulta em maior desempenho animal em pastos de capimbraquiária.

Título em português

Níveis e planos nutricionais de lisina digestível para leitoas em fase de crescimento e terminação 94

Título em inglês

Levels of digestible lysine and nutritional plans for growing-finishing gilts Pesquisador:

Gabriel Cipriano Rocha

Email:

gcr90@yahoo.com.br

Orientador:

Juarez Lopes Donzele

Data da defesa:

28/11/2012

Arquivo:

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Assuntos:

Lisina, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Carcaça, Desempenho, Crescimento e Terminação, Lysine, Carcass, Performance, Growing-finishing Resumo:

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar níveis e planos nutricionais de lisina digestível (Ld) para leitoas em fase de crescimento e terminação. Oitenta leitoas com 63 dias de idade e peso inicial de 24,2 ± 1,52 kg foram distribuídas em um experimento de blocos ao acaso, com cinco planos nutricionais de Ld (9-8-7; 10-9-8; 11-10-9; 12-11-10; 13-12-11 g/kg, respectivamente, nas fases dos 63 aos 103, dos 104 aos 133 e dos 134 aos 153 dias de idade) e com oito repetições. As leitoas foram alojadas em pares e alimentadas à vontade durante todo o período experimental (90 dias). A dieta basal para cada fase (63 a 103, 104 a 133 e 134-153 dias) foi formulada a base de milho e farelo de soja, sem adição de aminoácidos industriais. As outras quatro dietas adicionais (cada fase) foram suplementadas com L-Lisina HCl 78% e quando necessário, com DL-Metionina 99%, L-Treonina 98%, LTriptofano 98% e L-Valina 96,5% em substituição ao amido. Durante o período experimental, aos 63, 103 e 133 dias, as leitoas foram pesadas e submetidas à análise de ultrassom para avaliação da profundidade e da área de olho de lombo bem como da espessura de toucinho. Ao final do período experimental (153 dias) os animais foram pesados e após o abate, as carcaças foram avaliadas individualmente com auxílio de pistola tipificadora para avaliação da porcentagem e da quantidade de carne na carcaça, profundidade de lombo e espessura de toucinho. Os resultados do estudo foram apresentados em dois capítulos, dos 63 aos 103 dias e dos 63 aos 153 dias. Dos 63 aos 103 dias os níveis de Ld proporcionaram aumento li-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

near (P<0,05) do ganho de peso diário, apesar dessa variação não houve aumento no valor absoluto do ganho de peso a partir do nível de 12 g/kg de Ld. A conversão alimentar melhorou (P<0,01) de forma quadrática até o nível estimado de 11,9 g/kg de Ld. A área de olho de lombo das leitoas aumentou (P<0,05) de forma linear, no entanto, o modelo “Linear Response Plateau” foi o que melhor se ajustou aos dados estimando em 12,5 g/kg o nível a partir do qual ocorreu platô. Não foi verificada influência (P>0,05) dos níveis de Ld no consumo de ração diário e na espessura de toucinho. Dos 63 aos 133 dias, não houve efeito (P>0,05) dos planos nutricionais no consumo de ração diário, no ganho de peso diário, na conversão alimentar, na área de olho de lombo e na espessura de toucinho, contudo foi constatada maior (P<0,10) profundidade de lombo nas leitoas que receberam os planos com maiores níveis de Ld (12-11; 13-12 g/kg) em comparação ao plano com o menor nível (8-7 g/ kg). No período total (63 aos 153 dias) não foi verificado influência (P>0,05) dos planos nutricionais no consumo de ração diário, nas variáveis de desempenho e características de carcaça. Conclui-se que o plano nutricional de lisina digestível de 9-8-7 g/kg fornecido, respectivamente, dos 63 aos 103, 104 aos 133 e 134 aos 153 dias, atende as exigências de lisina digestível de leitoas em fase de crescimento e terminação.

Título em português

Rebrotação na primavera de pastos de capim-braquiária diferidos Título em inglês

Regrowth of deferred brachiaria grass pasture in the spring Pesquisador:

Genilda de Souza Lima

Email:

genilda.souza@ufv.br

Orientador:

Dilermando Miranda da Fonseca

Data da defesa:

28/11/2012

Arquivo:

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Assuntos:

AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS, Grassland, Brachiaria decumbens, Desempenho animal, Diferimento, Manejo, Pasta-

gem, Brachiaria decumbens, Management, Deferral, Animal performance Resumo:

O trabalho foi conduzido para avaliar na primavera (outubro de 2011 a janeiro de 2012) o efeito da suplementação concentrada utilizada no inverno sobre as características morfogênicas e estruturais, dinâmica do perfilhamento, acúmulo de forragem, composição morfológica e bromatológica de pasto de capim-braquiária (Brachiaria decumbens cv. Basilisk) diferidos. Adotou-se o esquema de parcelas subdivididas no tempo, em que as parcelas corresponderam às doses dos suplementos concentrados (0, 1, 2 e 3 kg/animal dia) utilizados no inverno, sendo as subparcelas as seguintes as épocas: início da primavera (20 de outubro a 30 de novembro de 2011) e final (1º de dezembro de 2011 a 6 de janeiro de 2012). O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados com duas repetições. O período de diferimento foi de aproximadamente 90 dias. Durante a utilização dos pastos no inverno os piquetes foram manejados em lotação contínua com taxa de lotação fixa inicial de 3 UA/ha. No início do período experimental, 20 de outubro, os pastos passaram a ser manejados com taxa de lotação variável para manter a altura média em 25 cm. A taxa de alongamento foliar, o comprimento final da lâmina foliar, o comprimento médio de colmos e a taxas de crescimento foliar na primavera foram influenciados de maneira quadrática pelas doses de suplemento concentrado utilizado no inverno, com pontos de mínimo entre 1 e 2 kg/animal dia de suplemento. Mesmo padrão de resposta foi observado para o número de folhas mortas; entretanto, entre essas doses de suplemento obtiveram-se pontos de máximo. Com relação às densidades populacionais de perfilhos, verificou-se que apenas os aéreos foram influenciados pela suplementação utilizada no inverno, também de forma quadrática com ponto de mínimo entre 1 e 2 kg/animal dia. A porcentagem de colmo vivo nas amostras em pastejo simulado, a proteína bruta e a digestibilidade in vitro da matéria orgânica aumentaram linearmente com a dose de suplemento concentrado. Maiores taxas de alongamento foliar, comprimento final da lâmina foliar, taxa de crescimento foliar e total foram registrados no início da primavera em relação ao final da primavera.

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

Nesta época de avaliação também foram registradas maiores taxas de mortalidade de perfilhos, com maiores números de perfilhos reprodutivos, desfolhados e com tamanhos de 20 a 30 cm, relativamente ao início desta estação. No final da primavera houve menor digestibilidade in vitro da matéria orgânica e maiores valores de fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, lignina, celulose e sílica. A suplementação concentrada utilizada no inverno em pastos de capim-braquiária diferidos e manejados durante a primavera em lotação contínua com altura de 25 cm não afeta as características estruturais do pasto e a dinâmica de perfilhamento, porém influencia positivamente os teores de proteína e digestibilidade in vitro da matéria orgânica nas amostras de forragem do pastejo simulado. A suplementação concentrada com 1 e 2 kg/animal dia, durante o diferimento de pastos de capim-braquiária, é responsável por menores taxas de alongamento foliar, comprimento final da folha, comprimento médio do colmo e perfilhos aéreos, bem como maior número de folhas mortas por perfilho, na primavera. No final da primavera ocorre menor crescimento e longevidade de perfilhos, assim como características estruturais do pasto e bromatológicas da forragem de pior qualidade em relação ao início da primavera.

Título em português

Níveis e planos nutricionais de lisina digestível para suínos machos do crescimento à terminação Título em inglês

Levels and nutritional plans of digestible lysine for growingfinishing male pigs Pesquisador:

Leandro Alebrante

Email:

lacamargors@hotmail.com

Orientador:

Juarez Lopes Donzele

Data da defesa:

29/11/2012

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Lisina, Suínos, Crescimento, Terminação, Carcaça, Desempenho, Lysine, Pigs, Growing-finishing, Carcase, Performance 96

Resumo:

Foi realizado um experimento com o objetivo de determinar a exigência de lisina digestível de suínos machos não castrados em crescimento (54 a 100 dias ou 20 a 60 kg) e de avaliar planos nutricionais de lisina digestível para suínos machos imunocastrados do crescimento à terminação (54 a 155 dias ou 20 a 120 kg). Oitenta suínos machos não castrados, com peso inicial de 19,5 ± 2,6 kg e 54 dias de vida foram distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso composto de cinco tratamentos, oito repetições e dois animais por unidade experimental (baia). As dietas experimentais e a água foram fornecidas à vontade aos animais durante todo o experimento que teve duração de 101 dias (54 a 155 dias). No 100° e 128° dia de vida dos suínos (dias 46 e 74 do experimento, respectivamente), todos os animais foram injetados com 2,0 mL de uma vacina comercial para a castração imunológica de suínos machos não castrados. Aos 100, 128 e 155 dias de vida dos suínos (dias 46, 74 e 101 do experimento, respectivamente), os animais foram pesados e a quantidade de ração fornecida em cada baia (descontadas as sobras e os desperdícios) foi calculada para a determinação do consumo de ração e de lisina digestível, do ganho de peso e da conversão alimentar dos animais em cada período experimental (54 a 100; 54 a 128 e 54 a 155 dias). Aos 100 e 155 dias de vida dos suínos (dias 46 e 101 do experimento, respectivamente), a área e a profundidade de lombo (Longissimus dorsi) bem como a espessura de toucinho foram medidas por meio de ultrassom. O peso de carcaça quente, a quantidade e o rendimento de carne foram medidos no abate (156 dias). Na fase de crescimento (54 a 100 dias), os tratamentos corresponderam aos níveis de lisina digestível de 9, 10, 11, 12 e 13 g/kg, tendo influenciado, de forma linear, a conversão alimentar (P<0,01) e a área de olho de lombo (P<0,05) dos animais. O nível de lisina digestível estimado para mínima conversão alimentar e máxima área de olho de lombo foi de 13 g/kg. Do crescimento à terminação (54 a 155 dias), os tratamentos corresponderam aos planos nutricionais de lisina digestível de 9-8-7, 10-9-8, 11-10-9, 12-11-10 e 13-12-11 g/kg, e foram fornecidos aos suínos, respectivamente, dos 54 aos 100, 100 aos 128 e 128 aos 155 dias. Os planos nutricionais de lisina digestível não influenciaram (P>0,05) o desempenho e os parâ-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

metros de carcaça de suínos machos imunocastrados do crescimento à terminação. Conclui-se que, suínos machos não castrados em crescimento (54 a 100 dias ou 20 a 60 kg) exigem no mínimo 13 g/kg de lisina digestível para melhores respostas de conversão alimentar e área de olho de lombo; e que, o plano nutricional composto pela sequência de dietas contendo níveis de lisina digestível de 9, 8 e 7 g/kg, fornecido, respectivamente, dos 54 aos 100, 100 aos 128 e 128 aos 155 dias, atende as exigências de suínos machos imunocastrados do crescimento à terminação (54 a 155 dias ou 20 a 120 kg).

Título em português

Estratégias de suplementação para fêmeas bovinas de corte em diferentes fases do ciclo produtivo Título em inglês

Supplementation strategies for beef heifers in different stages of the production cycle Pesquisador:

Lívia Vieira de Barros

Email:

barrosufv@yahoo.com.br

Orientador:

Mário Fonseca Paulino

Data da defesa:

19/11/2012

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Fêmeas, Bovinos, Suplementação, Beef, Heifers, Supplementation Resumo:

Este trabalho foi elaborado a partir de três experimentos com fêmeas bovinas de corte submetidas a diferentes estratégias de suplementação a pasto. No primeiro experimento, objetivou-se avaliar o desempenho produtivo e nutricional de bezerras lactentes recebendo mistura mineral ou suplementos múltiplos e a produção de leite, o consumo e a digestibilidade do pasto consumido por vacas de corte, em pastagens de Uruchloa decumbens. Utilizaram-se 48 bezerras de corte, mestiças com predominância de sangue zebu, lactentes, com idade média de 5 meses e peso médio inicial de 125,4 + 1,34 kg, e suas

respectivas mães com peso inicial médio de 435,2 + 10,3 kg. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado. Os suplementos continham aproximadamente 25% de proteína bruta (PB) e substituição progressiva do farelo de soja (FS) pelo farelo de algodão 38% (FA) e uréia nos níveis de 0; 33; 67 e 100% para os tratamentos FA0, FA33, FA67 e FA100, respectivamente. Os animais do tratamento controle (MM) receberam exclusivamente mistura mineral ad libitum; nos demais tratamentos os suplementos múltiplos foram fornecidos na quantidade de 0,5 kg/ animal/dia. O ganho médio diário (g) foi 687,8; 733,2; 820,0; 760,6 e 764,5, respectivamente para os tratamentos MM, FA0, FA33, FA67 e FA100. As bezerras suplementadas com suplementos múltiplos apresentaram maior ganho em peso. Não se verificou efeito dos níveis de FA (P>0,10) sobre o ganho médio diário. Os consumos em kg/dia de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), carboidratos não fibrosos (CNF), MS digerida e nutrientes digestíveis totais foram superiores (P<0,10) para os animais suplementados com suplementos múltiplos em relação aos animais que receberam apenas mistura mineral. Entre os níveis de substituição do FS por FA observou–se efeito linear decrescente com o aumento do nível de FA sobre o consumo de MS digerida e fibra em detergente neutro digerida. Os coeficientes de digestibilidade aparente totais da MS, MO, PB e CNF foram superiores (P<0,10) para os animais que receberam suplementos múltiplos. Entre os níveis de substituição do FS pelo FA observou–se efeito linear decrescente sobre a digestibilidade da fibra em detergente neutro. A suplementação das bezerras não influenciou o desempenho das vacas, a produção de leite e o consumo de componentes da dieta pelas vacas (P>0,10). Conclui-se que a utilização de suplementos múltiplos no período prédesmama, propicia maior ganho de peso das bezerras. No segundo experimento, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação com suplemento múltiplo ou mistura mineral durante o período da seca (fase 1) e/ou transição seca-águas (fase 2) sobre as variáveis nutricionais e o desempenho produtivo de novilhas de corte, mestiças com predominância de sangue zebu em pastagem de Uruchloa decumbens. Utilizaram-se 40 novilhas com idade e peso médio iniciais, de 8 meses e 200 ± 3,74 kg, respectivamente. O delineamento foi inteiramen-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

te casualizado com quatro tratamentos e 10 repetições. Na fase 1, dois grupos de animais receberam suplemento múltiplo e os outros dois grupos receberam apenas mistura mineral ad libitum. Na fase 2 do experimento, dos dois grupos que receberam suplemento múltiplo, um continuou a receber o suplemento múltiplo e o outro passou a receber apenas mistura mineral ad libitum. Já com relação aos dois grupos que receberam apenas mistura mineral na fase 1, um continuou a receber mistura mineral e o outro passou a receber suplemento múltiplo. Na fase 1, os animais suplementados com suplementos múltiplos tiveram maior ganho médio diário (GMD), a suplementação múltipla aumentou os consumos em kg/dia de MS, MO, PB, CNF, matéria seca digerida (MSD) e nutrientes digestíveis totais (NDT) e melhorou a digestibilidade de todos os constituintes da dieta (P<0,10), com exceção da fibra em detergente neutro (FDNcp) e do extrato etéreo (EE) (P>0,10). A suplementação na transição seca-águas (fase 2) aumentou o consumo em kg/dia de MS, matéria seca de forragem (MSF), MO, matéria orgânica de forragem (MOF), PB, EE, MSD, fibra em detergente neutro digerida (FDND) e fibra em detergente neutro indigestível. Houve efeito de interação sobre a suplementação na seca (fase 1) e na transição seca-águas (fase 2) sobre o GMD, consumo de CNF, sobre os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, PB, FDNcp e sobre o teor de NDT. Recomenda–se o uso de suplementos múltiplos para novilhas de corte sob pastejo em fase de recria durante o período da seca e durante o período de transição seca-águas. A suplementação múltipla durante a seca melhora o desempenho dos animais suplementados durante a transição seca-águas. No terceiro experimento, objetivou-se avaliar o efeito de suplementos múltiplos com diferentes níveis de proteína bruta sobre, os parâmetros nutricionais, a eficiência de síntese microbiana e o desempenho produtivo de novilhas de corte, em pastagem de “Uruchloa decumbens” durante o período das águas. Utilizaram-se 39 novilhas, mestiças com predominância de sangue zebu com 14 meses idade e 229,3 ± 0,7 kg de peso corporal. O delineamento foi inteiramente casualizado. Os tratamentos constituíram-se de níveis crescentes de proteína bruta nos suplementos múltiplos e um tratamento controle (MM) no qual os animais receberam apenas mistura mineral. Os suplementos conti98

nham 17; 30; 43 e 56% de proteína bruta (PB), para os tratamentos PB17; PB30; PB43 e PB56, respectivamente. O ganho médio diário (GMD) (g) foi 447,7; 554,6; 638,4; 587,9; 590,4, respectivamente para os tratamentos MM, PB17; PB30; PB43 e PB56. Verificou-se efeito quadrático dos níveis de proteína bruta (P<0,10) sobre o GMD. O GMD foi maior para os animais suplementados (P<0,10). Observou–se maior consumo de MS, MO, PB, EE, CNF, NDT e matéria seca digerida (P<0,10) para os animais suplementados com suplementos múltiplos. Entre os níveis de proteína bruta nos suplementos observou-se redução no consumo de MS de forragem com a elevação do nível de PB no suplemento. A suplementação aumentou o coeficiente de digestibilidade aparente da MS, PB, EE e CNF. Houve efeito quadrático do nível de PB nos suplementos sobre a digestibilidade da MS, EE, MO, FDNcp, CNF e para o teor de NDT. Não houve diferença em relação a eficiência de síntese de proteína microbiana (EFIM) entre animais suplementados e não suplementados. Houve efeito linear positivo do nível de PB no suplemento sobre a EFIM. O fornecimento de suplementos múltiplos para novilhas, manejadas em pasto de média a alta qualidade durante o período das águas, melhora o desempenho produtivo dos animais. O nível de PB nos suplementos múltiplos que otimiza o ganho médio diário é 37%. O fornecimento de suplementos com altos níveis de PB durante o período das águas diminui o consumo de forragem.

Título em português

Influência do ambiente térmico da zona da mata de Minas Gerais sobre respostas produtivas e fisiológicas de cabras leiteiras confinadas Título em inglês

Influence of thermal environment of Zona da Mata Mineira on productive and Physiological responses of confined dairy goats Pesquisador:

Pedro Queiroz Junior

Email:

pedro.q.junior@ufv.br

Orientador:

Cristina Mattos Veloso

Data da defesa:

19/12/2012

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Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

ZOOTECNIA, Cabras leiteiras, Ambiente térmico, Produção de leite, Confinadas, Respostas produtivas e fisiológicas, Dairy goats, Thermal environment, Milk production, Confined, Productive and physiological responses Resumo:

Avaliou-se a influência do ambiente térmico da Zona da Mata de Minas Gerais sobre as respostas produtivas e fisiológicas de cabras leiteiras, mantidas em regime de confinamento, durante a estação de outono. Utilizaram-se 194 cabras leiteiras, sendo 108 de primeira ordem de parto, com peso médio de 52,6±8,9 kg, e 86 pluríparas, com peso médio de 57,3±10,3 kg, distribuídas em 15 baias (± 12 matrizes/baia). Permitiram-se modificações quantitativas nos critérios classificação/baia, ou seja, a cada reagrupamento, houve a formação de um lote. Os lotes se configuram variáveis aleatórias de um sistema de produção dinâmico. A análise das variáveis associadas a medidas tomadas nas distintas categorias foi efetuada com base na combinação de teorias ligadas aos modelos de estrutura multivariada e modelos mistos. Temperatura retal, frequência respiratória e temperatura superficial foram combinadas para obtenção da variável canônica (Z*) que preservasse a maior variação possível entre elas. O consumo alimentar, a produção de leite e o peso vivo dos animais foram analisados considerando-se a baia como unidade experimental. No consumo de proteína bruta, extrato etéreo, fibra em detergente neutro e cinzas, não houve diferença significativa entre as categorias. No entanto, para o consumo de matéria seca e de lignina, as diferenças foram significativas (p<0,001). Para ambas as categorias, a produção de leite média, em kg.animal-1. dia-1 decresceu ao longo da estação de outono, mas não houve diferença significativa entre elas. A média de produção diária de leite foi de, aproximadamente, 1,72 kg.animal-1.dia-1, para ambas as categorias. O índice de temperatura de globo e umidade (ITGU), do ambiente interno foi diferente do ITGU do ambiente externo, com amplitude considerável no início da estação de outono. Nos dois grupos estudados, as cabras mostraram-se sensíveis à elevação do ITGU vespertino em relação ao ITGU matutino. As respostas das cabras pluríparas foram de maior magnitude,

com Z* superior a 200. A análise de Z*, calculada para ordem de parto e horas do dia, via modelos mistos, mostrou diferenças significativas (<0,001). Em todos animais, as temperaturas retais, nos turnos matutino e vespertino, mantiveram-se entre 38,0 °C e 40,0 °C. As cabras primíparas apresentaram valor mínimo de 27,5 °C e máximo de 35,1 °C para temperatura superficial, nos turnos matutino e vespertino, respectivamente. As cabras pluríparas apresentaram valor mínimo de 27,0 °C e máximo de 36,1 °C, nos turnos matutino e vespertino, respectivamente. A frequência respiratória foi maior nas cabras pluríparas em relação às primíparas, com maior amplitude para as pluríparas no turno vespertino que no turno matutino. Primíparas e pluríparas mostraram-se adaptadas ao clima da Zona da Mata mineira, tendo como resposta valores de temperatura retal dentro dos limites fisiológicos normais, sendo capazes de manter a endotermia, mesmo com as diferenças entre temperaturas nas horas do dia e ao longo da estação de outono.

Título em português

Torta de licuri na alimentação de ovinos Título em inglês

Cake licuri the feeding of sheep Pesquisador:

Abdon Santos Nogueira

Email:

abdon.nogueira@ufv.br

Orientador:

Odilon Gomes Pereira

Data da defesa:

26/02/2013

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Assuntos:

Qualidade de carne, Digestibilidade, Consumo, AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS, Consumption, Digestibility, Meat quality Resumo:

Foram realizados dois experimentos objetivando avaliar o potencial de utilização da torta de licuri na alimentação de ovinos, em substituição ao farelo de soja, nos níveis de 0, 330, 660 e 1.000 g/kg, na base da matéria seca. No experimento 1, foram avaliados os efeitos da adição da torta de licuri em dietas para ovinos que receberam apenas feno de capim Trans-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

vala, nos níveis de 5 e 20%, sobre os consumos e as digestibilidades totais dos nutrientes, balanço de nitrogênio, comportamento ingestivo, além da cinética de fermentação ruminal. Foram utilizados dez ovinos da raça Santa Inês com peso médio de 28,0 ± 5,0 kg, alojados em gaiolas de metabolismo equipadas com comedouros e bebedouros individuais. O ensaio foi dividido em dois períodos experimentais, com duração de 15 dias cada, após dez dias de adaptação. A torta de licuri foi avaliada nos níveis de 5 e 20% na matéria seca em substituição ao feno de capim Transvala, com quatro repetições para cada nível, a partir de um delineamento em reversão simples com fator adicional, que foi a dieta com apenas feno de capim Transvala. Dois animais foram alimentados apenas com esse feno durante os dois períodos, e todos receberam 2% do peso vivo na matéria seca. Verificou-se efeito (P<0,05) quando se comparou o consumo de EE para os animais que consumiram apenas feno de capim Transvala em relação àqueles que consumiram feno + torta de licuri; os animais que consumiram torta apresentaram maior consumo de EE. Foi verificado maior (P<0,05) consumo de FDN, expresso em g/kg PC, naqueles animais que receberam apenas feno. Verificou-se efeito (P<0,05) quando se comparou a digestibilidade da MO para os animais que consumiram apenas feno, em relação aos que consumiram feno + torta de licuri; a dieta contendo 50 g/kg de torta apresentou maior digestibilidade desse nutriente. Observou-se efeito (P<0,05) para PB entre os animais que receberam dietas com 50 e 200 g/kg de níveis de torta de licuri; no entanto, os animais com 50 g/kg mostraram melhor aproveitamento de PB. Quanto ao EE, verificou-se efeito (P<0,05) quando se compararam os animais que receberam 50 e 200 g/kg de níveis de torta de licuri na dieta, porém aqueles alimentados com 200 g/kg apresentaram maior digestibilidade do EE. Para CT, houve influência (P<0,05) nos animais que em sua dieta experimental receberam apenas feno. Os valores de nitrogênio (N) ingerido, N fecal, N urinário, N retido e % de N digestível em ovinos que receberam dietas contendo níveis de torta de licuri não sofreram influência (P>0,05) em função das dietas experimentais. As atividades de alimentação, ruminação, ócio, eficiência de alimentação e eficiência de ruminação não foram influenciadas (P>0,05) 100

pelos níveis de torta de licuri na dieta. Os parâmetros de degradação de carboidratos não fibrosos e fibrosos (KDCNF, KDCF), o tempo de latência (L), o volume final de carboidratos fibrosos e o volume final total (VFCF e VFT) diferiram (P<0,05) entre os alimentos. O comportamento da cinética de fermentação dos carboidratos fibrosos (CF) e não fibrosos (CNF) foi avaliado pela produção cumulativa de gases em mL/g de carboidratos totais (CT), em função do tempo de incubação para a torta de licuri e o farelo de soja. A torta de licuri apresentou menor produção de gás. No experimento 2, foram avaliados o consumo e a digestibilidade aparente dos nutrientes, o desempenho animal, as características da carcaça e a cinética de fermentação dos carboidratos. Foram utilizados 20 cordeiros mestiços da raça Santa Inês, não castrados, com peso vivo médio inicial de 17,0 ± 1,3 kg, mantidos em baias de 0,96 m2, com piso ripado suspenso. A relação forragem:concentrado foi de 40:60, usando-se como fonte de forragem o feno de capim Transvala. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro dietas experimentais e cinco animais por dieta. O experimento durou 78 dias, após 15 dias de um período de adaptação. A adição da torta de licuri alterou (P<0,05) apenas os consumos de PB (g/dia) e FDN (g/kg PC). Com exceção das digestibilidades aparentes da PB e do EE, as digestibilidades dos demais nutrientes foram influenciadas (P<0,05) pelos níveis de torta de licuri. O ganho médio diário decresceu linearmente com a adição de níveis crescentes de torta de licuri na dieta dos cordeiros. A conversão alimentar não foi afetada (P>0,05) pelos níveis de substituição do farelo de soja pela torta de licuri, tendo apresentado valor médio de 7,8. Os pesos de carcaças quentes e frias e os respectivos rendimentos decresceram linearmente (P<0,05) com a adição de níveis crescentes de torta de licuri, ao passo que o percentual de perda por resfriamento não foi alterado pelas dietas. Os parâmetros KdCF, KdCNF, VFCF e VFT da cinética de degradação in vitro dos carboidratos fibrosos (CF) e não fibrosos (CNF) dos concentrados decresceram linearmente (P<0,05) com a adição de torta de licuri. Essa torta possui potencial para substituir o farelo de soja em dietas de ovinos, estando seu uso condicionado a uma avaliação bioeconômica.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Proteína bruta em dietas para suínos machos castrados e fêmeas da raça Piau, nas fases inicial, de crescimento e de terminação Título em inglês

Crude protein in diets for Piau barrows and gilts in the starting, growing and finishing phases Pesquisador:

Antonio Alcyone Oliveira de Sousa Junior

Email:

-

Orientador:

Paulo Sávio Lopes

Data da defesa:

22/02/2013

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, Avaliação de alimentos, Nutrição animal, Resíduo de cervejaria, Silagem, Food evaluation, Animal nutrition, Brewery waste, Silage Resumo:

Com o objetivo de estudar níveis de proteína bruta para suínos machos castrados e fêmeas da raça Piau, de forma independente, nas fases inicial, de crescimento e de terminação, foram realizados para cada fase dois experimentos: um com machos castrados e outro com fêmeas, meios-irmãos. Em cada um dos experimentos foram utilizados 24 suínos. Os pesos médios iniciais e as idades foram respectivamente de 15,0±2,6 kg e 75±7,8 dias, de 35,0±4,4 kg e 127±13,2 dias e de 65,0±7,1 kg e 172±17,8 dias, para as fases inicial, de crescimento e de terminação. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com quatro níveis de proteína bruta, representando os tratamentos, seis repetições e um animal por unidade experimental. Os quatro níveis de proteína bruta usados na fase inicial foram: 10,2%, 12,6%, 15,0% e 17,40%; na fase de crescimento: 9,6%, 12,0%, 14,4% e 16,8%; e na fase de terminação: 9,0%, 10,6%, 12,2% e 13,8%. Ao final da fase de terminação, os animais foram abatidos com 95±2 kg e avaliados o fígado, a gordura visceral, o peso da carcaça quente, das vísceras, o peso da carcaça fria, dos músculos+ossos, da gordura subcutânea (toucinho), dos principais cortes da carcaça, a gordura perirrenal e rins. Também foram

estimados os rendimentos de carcaça quente, das vísceras e da carcaça e medidos a área de olho de lombo, o comprimento da carcaça, o comprimento do pernil e a espessura de toucinho. Na fase inicial, no lote de machos castrados, o nível de proteína bruta influenciou apenas a conversão alimentar, que reduziu de forma quadrática até o ponto mínimo de 13,3% de proteína bruta. Para as fêmeas, não se observou efeito do nível de proteína bruta sobre as variáveis estudadas. Na fase de crescimento, nos machos castrados, não se verificou influência do nível de proteína bruta da ração sobre as variáveis. Nas fêmeas, o consumo diário de ração diminuiu de forma quadrática até o nível de 12,9% de proteína bruta na ração. Essa diminuição do consumo reduziu a ingestão de energia e aminoácidos, e isso teve efeito direto sobre o ganho de peso diário dos animais, que reduziu de forma quadrática até o nível de 13,3%, indicando o menor nível de proteína para essa categoria. Na fase de terminação, os níveis de proteína bruta da ração não influenciaram as variáveis de desempenho, para os machos castrados. Quanto às fêmeas, na fase de terminação, foram observadas diferenças estatísticas nas variáveis ganho de peso diário, que aumentou de forma quadrática até o nível de 10,4% de proteína bruta, e espessura de toucinho, que também aumentou de forma quadrática até o nível de 11,4% de proteína bruta na ração; no entanto, o ganho em espessura de toucinho, o consumo de ração diário e a conversão alimentar não alteraram com a variação dos níveis de proteína bruta. Para as variáveis de abate, observou-se nos machos castrados que a gordura visceral sofreu efeito linear, reduzindo até o nível de 12,1% de proteína bruta da ração. As demais características não foram afetadas com a variação dos níveis de proteína bruta da ração. Não se verificou, nas fêmeas, que a variação do nível de proteína bruta da ração influenciou as respostas dos parâmetros estudados. Em se tratando das características de carcaça, nos machos castrados, a variação dos níveis de proteína bruta da ração não proporcionou variação das respostas dos parâmetros estudados. Nas fêmeas, foram detectadas diferenças estatísticas apenas nos cortes copa e pernil. A copa variou de forma quadrática, aumentando até o nível de 11,4% de proteína bruta, enquanto no pernil foi constatada variação linear, reduzindo o

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Suplemento Especial - Agenda Científica

peso com o aumento do nível de proteína bruta da ração. As demais variáveis, estudadas na carcaça, não foram influenciadas pela variação dos níveis de proteína bruta na ração. Os níveis de proteína bruta em dietas para suínos machos castrados da raça Piau, na fase inicial, são de 13,3% e, para fêmeas, 10,2%; na fase de crescimento, o nível de proteína bruta em dietas é de 9,6% para machos castrados e fêmeas; e, na fase de terminação, o nível de proteína bruta em dietas é de 9,0% para machos castrados e fêmeas.

Título em português

Análise de associação global do genoma para características produtiva e reprodutiva em suínos Título em inglês

Genome wide association studies for production and reproduction traits in swine Pesquisador:

Carla Daniela Suguimoto Leite

Email:

carlaleite_@yahoo.com.br

Orientador:

Ricardo Frederico Euclydes

Data da defesa:

21/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, SNP, Avaliação genética, Simulação de dados, Seleção genômica, Genomic selection, Simulation data, Genetic evaluation, SNP Resumo:

A análise de associação global do genoma (GWAS) visa identificar regiões cromossômicas associadas a características fenotípicas de interesse econômico, com base nas diferenças entre as frequências alélicas dos polimorfismos de base única (SNPs). O objetivo nesse estudo foi identificar SNPs no genoma suíno que influenciam características produtiva e reprodutiva, utilizando informações provenientes de animais de um programa de melhoramento de suínos. Neste trabalho foram utilizados dados genotípicos e fenotípicos de animais da raça Landrace (LA) e Large White (LW). Primeiramente foi realizado o controle de qualidade de amostras e dos SNPs. Após 102

esta etapa, as análises GWAS para as características idade ajustada aos 100 kg de peso corporal (ID100) e a idade ao primeiro parto (IPP) foram realizadas com dados da raça LA. No controle de qualidade foram removidas amostras com problemas de discordância de sexo, paternidade, animais duplicados, eficiência de genotipagem (call rate) < 90%, desvios da heterozigosidade de ±3 desvios-padrão, além de verificar a estratificação e subestrutura da população. Para o controle de qualidade dos SNPs, foram removidos aqueles que apresentaram eficiência de genotipagem < 0,98, frequência do menor alelo (MAF) <0,03, equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) com Χ2 <10-6 e SNPs coincidentes. Estas análises foram realizadas por meio de rotinas elaboradas no programa R e no programa Plink. Após a remoção das amostras e dos SNPs que não passaram pelo controle de qualidade, restaram 604 amostras e 42.360 SNPs da raça LA e 345 amostras e 40.166 SNPs da raça LW. Para as análises de GWAS, por meio de marcadores únicos, foram utilizados dados fenotípicos previamente corrigidos para os efeitos de grupo contemporâneo para cada uma das características. O modelo incluiu os efeitos fixos da média e dos SNPs e os aleatórios infinitesimal e do resíduo. A matriz de parentesco continha informações das 3 últimas gerações dos animais genotipados. As análises de GWAS foram realizadas no programa QXPak. Foram considerados três limiares de significância: um conservador (valor de p = 5x10-7), um moderado (valor de p = 5x10-5) e outro baseado no critério de Bonferroni (valor de p = 1,18x10-6). Pela análise GWAS para a característica ID100 foram encontrados 22 SNPs significativos no cromossomo 1 e um SNP no cromossomo 4, considerando o limiar moderado. Para IPP foram encontrados dois SNPs significativos, sem posição definida no genoma. Para cada característica foi estimado o efeito aditivo do SNP mais significativo, estes foi de grande magnitude, de 2,22 dias para ID100 e de 4,69 dias para IPP, indicando grande potencial na inclusão destas informações na seleção. A análise de controle de qualidade foi efetiva na remoção de amostras e de SNPs com problemas de genotipagem. Futuras análises incluindo maior número de animais genotipados e a avaliação de metodologias adicionais permitirá detectar SNPs de menor efeito para as características estudadas.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Resíduo desidratado da agroindústria de cervejaria na produção de silagem de capim-marandu Título em inglês

Residue from agribusiness brewery to produce silage for animal feed Pesquisador:

Daniele de Jesus Ferreira

Email:

dany_dosanjos@yahoo.com.br

Orientador:

Rogério de Paula Lana

Data da defesa:

22/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Alimentação animal, Degradação, Fracionamento, Animal Feed, Degradation, Fractionation, ZOOTECNIA Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido mediante a condução de quatro experimentos, os quais geraram informações que serão apresentadas na forma de quatro capítulos. O resíduo úmido de cervejaria utilizado nos experimentos foi desidratado naturalmente por um período de 36 horas. O delineamento experimental para os quatro experimentos foi o inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e cinco repetições, sendo os tratamentos representados pelos níveis de inclusão de 0, 10, 20, 30 e 40% da matéria natural de resíduo de cervejaria desidratado à ensilagem de capim-marandu. No primeiro capítulo, avaliou-se o perfil fermentativo, perdas, recuperação de nutrientes e a composição bromatológica em silagens de capim -marandu aditivado com resíduo de cervejaria desidratado naturalmente. Foram utilizados silos experimentais, com capacidade de 10 litros, dotados de válvula de bunsen, para escape dos gases. No fundo do silo, foram colocados 2 kg de areia para captura dos efluentes, separados da forragem por um tecido de algodão. A compactação do material foi realizada manualmente, colocando-se, aproximadamente, 5 kg de forragem fresca picada por silo. A abertura dos silos ocorreu aos 45 dias após a ensilagem. Os valores de pH e poder tampão das silagens decresceram de forma quadrática (P<0,05) em função dos níveis de resíduo de cervejaria desidratado. Efeito positivo foi

observado, também, no comportamento linear decrescente da equação de regressão para o valor de Namoniacal. Foi observado comportamento quadrático positivo (P<0,05) do teor de ácido lático com os níveis de resíduo de cervejaria desidratado incluídos na ensilagem do capim, estimando-se valores de 2,236, 3,136 e 3,276%, para os níveis 0%, 30% e 40% de inclusão, respectivamente, e menores valores para ácidos acético, butírico e propiônico que reduziram de forma quadrática. As perdas por gases e por efluentes reduziram de forma linear (P<0,05), conforme o nível de resíduo de cervejaria desidratado foi acrescido. A incorporação de resíduo de cervejaria desidratado à ensilagem resultou em maior teor de proteína bruta (P<0,05) e maior recuperação de matéria seca e de proteína bruta, além das menores perdas por gases e efluentes (P<0,05). Para os parâmetros químicos, como matéria orgânica, material mineral e carboidratos solúveis, não houve efeito dos níveis de resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu (P>0,05). O teor de extrato etéreo apresentou comportamento quadrático, de modo que o valor máximo foi estimado em 5,46% de extrato etéreo para o nível de 29,07% de resíduo de cervejaria desidratado. O teor de NDT aumentou linearmente (P<0,05) com a inclusão do resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu. Houve efeito linear decrescente dos níveis de resíduo de cervejaria para os teores de fibra em detergente neutro e para a hemicelulose na silagem de capim-marandu (P<0,05). Não houve efeito dos níveis de resíduo de cervejaria para o teor de fibra em detergente ácido na silagem de capim-marandu (P>0,05). A digestibilidade in vitro da matéria seca das silagens de capim-marandu elevouse com a adição do resíduo de cervejaria desidratado (P<0,05). Conclui-se que a inclusão de 20% de resíduo de cervejaria desidratado já assegura uma boa fermentação de silagens de capimmarandu, proporcionando redução das perdas por gases e efluentes, aumento da recuperação de matéria seca e melhorias na composição química. No segundo capítulo, avaliou-se o fracionamento de carboidratos e proteína, e parâmetros cinéticos da degradação ruminal da silagem de capim-marandu aditivada com resíduo de cervejaria desidratado. Para os teores de carboidratos fibrosos, não foi observada significância estatística (P>0,05), sendo registrado valor médio de 70%. A

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Suplemento Especial - Agenda Científica

adição de níveis crescentes de resíduo de cervejaria ao capim-marandu promoveu acréscimo linear dos teores de carboidratos não fibrosos, representados pela fração A+B1, com valores estimados pela equação de 10,96, 17,72, 18,47, 22,23 e 25,98%, respectivamente, em função dos níveis de 0 a 40% de inclusão. O teor da fração B2 diminuiu com a adição de resíduo de cervejaria, por meio de comportamento linear decrescente (P<0,05), com redução de 0,06 unidade percentual a cada 1% de inclusão de resíduo. A análise estatística da fração C de carboidratos das silagens também apresentou comportamento linear decrescente (P<0,05), à medida que se incluía resíduo de cervejaria na ensilagem de capim, sendo estimado em 0,31 unidade percentual a cada 1% de resíduo adicionado ao capim-marandu. Foi observada diferença por meio de equação linear decrescente (P<0,05) para os compostos nitrogenados insolúveis em detergente neutro (NIDN), sendo estimado em 0,25 unidade percentual a cada 1% de resíduo de cervejaria desidratado adicionado na ensilagem de capim-marandu. Os teores de nitrogênio elevaram-se linearmente quando se adicionou o resíduo de cervejaria na ensilagem do capimxi marandu (P<0,05). A fração A, obtida para as silagens de capim-marandu, apresentaram comportamento linear crescente (P<0,05) em função da inclusão do resíduo de cervejaria desidratado. A inclusão de resíduo de cervejaria desidratado na ensilagem de capim-marandu provocou comportamento linear decrescente (P<0,05) na fração B1+B2, com redução média de 0,37 unidade percentual a cada 1% de aumento do nível do subproduto. A fração B3 apresentou comportamento linear crescente (P<0,05), com aumento médio de 0,35 unidade percentual a cada 1% de aumento do nível do subproduto de cervejaria. O estudo de regressão mostrou comportamento linear decrescente (P<0,05) para a fração C em função dos níveis de resíduo de cervejaria. A inclusão do nível de 20% de resíduo de cervejaria desidratado à silagem de capim -marandu proporciona melhoria das proporções das frações proteicas e de carboidratos, assim como sobre os parâmetros cinéticos da degradação ruminal da matéria seca, proteína bruta e fibra em detergente neutro. No terceiro capítulo, avaliou-se a ingestão e digestibilidade aparente em ovinos alimentados com silagens de capim-marandu aditivadas com resíduo 104

de cervejaria desidratado naturalmente. Para ensilagem do capim-marandu aditivado com níveis de cevada desidratada, utilizaram-se sacos plásticos de 100 kg de capacidade de peso, com o total de cinco sacos plásticos, perfazendo 500 kg de forragem verde por tratamento, que ficou ensilada por 45 dias. O capim-marandu utilizado foi oriundo do mesma piquete do primeiro experimento e teve o mesmo trato cultural. O período de avaliação teve duração de 21 dias, sendo 15 para adaptação às dietas e seis para as coletas. A inclusão do resíduo de cervejaria desidratado promoveu aumento linear (P<0,05) do consumo de água, que aumentou em 0,02 ponto percentual a cada unidade de resíduo adicionada. Os níveis de adição de resíduo de cervejaria desidratado na ensilagem do capim-marandu influenciaram positivamente (P<0,05) os consumos de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e fibra em detergente neutro, e não influenciaram os valores de consumo de fibra em detergente ácido e a matéria orgânica. Conclui-se que ensilagens contendo níveis de 20% a 30% de resíduo de cervejaria desidratado, promoveram respostas positivas aos consumos de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e fibra em detergente neutro. No quarto capítulo, avaliou-se o comportamento ingestivo de ovinos alimentados com silagens de capim-marandu aditivado com resíduo de cervejaria desidratado naturalmente. As condições experimentais foram semelhantes ao relatado no terceiro capítulo, com a diferença que os animais foram observados a cada 10 minutos, nos três últimos dias do período experimental durante 24 horas. Para o tempo em ruminação, não houve diferença estatística (P>0,05), ou seja, os animais mantiveram um equilíbrio entre os períodos noturno e diurno. O tempo de ingestão foi afetado pela adição de resíduo de cervejaria desidratado na ensilagem de capimmarandu de forma linear (P<0,05). Houve diferença (P<0,05) para o tempo de ingestão diurna em relação à ingestão noturna dos animais alimentados com silagens de capim- marandu. Houve diferença estatística para o tempo de ingestão diária (P<0,05), com efeito quadrático. A utilização do subproduto da agroindústria de cervejaria promoveu efeito quadrático (P<0,05) sobre o consumo de matéria seca, com valor de ponto de máxima estimado em 23,25% na adição do aditivo. Observouse comportamento linear crescente (P<0,05) da

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Suplemento Especial - Agenda Científica

equação de regressão para o consumo de fibra em detergente neutro (FDN), em 24 horas de avaliação. Entretanto, o número de bolos ruminados por dia (no/ dia) apresentou comportamento linear decrescente (P<0,05), de modo que o valor máximo foi de 653,08 bolos para a silagem controle e, para o nível mais alto de resíduo de cervejaria desidratado, foi de 595,8 bolos ruminados/dia. Para o número de mastigações merícicas por bolo ruminado e número de mastigações por dia, observou-se comportamento quadrático (P<0,05), com ponto de máxima de 74,19 bolos mastigados no nível de inclusão de 21,20% e valor máximo de 23.405,99 mastigações diárias para o nível de 20,44% de resíduo de cervejaria desidratado, respectivamente. A eficiência de ingestão e eficiência de ruminação da matéria seca (g MS /hora) foram significativas (P<0,05), por meio de comportamento quadrático, e a eficiência de ingestão e ruminação de FDN apresentaram comportamento linear crescente. O período de ingestão (no de refeições/dia) foi significativo (P<0,05), apresentando efeito quadrático, com valor máximo estimado de 31,69/dia, com o nível de inclusão de 20,03% de resíduo de cervejaria desidratado. A atividade de ruminação, expressa em g de MS e FDN/bolo foi influenciada (P<0,05) pela adição de resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu de forma quadrática, com valor máximo estimado de 1,57 g de MS/bolo ruminado na inclusão de 24,72% do aditivo na ensilagem de capim. Comportamento similar foi observado para a quantidade de material ruminado (g de FDN/bolo). A atividade de ruminação e mastigação, expressa em min/kg de MS e FDN, também foi influenciada (P<0,05) pela adição de resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu de forma quadrática, com ponto de mínimo na inclusão de 21,69% de resíduo de cervejaria. Conclui-se que níveis intermediários de 20 a 25% do resíduo de cervejaria desidratado afeta alguns parâmetros do comportamento ingestivo.

Título em português

Farelo de vagem de algaroba na alimentação de cordeiros em confinamento Título em inglês

Mesquite pod meal fed to feedlot lambs

Pesquisador:

Francisco Harley de Oliveira Mendonça

Email:

francisco.harley@ufv.br

Orientador:

Pedro Veiga Rodrigues Paulino

Data da defesa:

27/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Alimentos alternativos, Carne ovina, Maciez, Alternative foods, Sheep meal, Tenderness Resumo:

Esta tese foi desenvolvida com a finalidade de avaliar o efeito de níveis de inclusão de farelo de vagem de algaroba (FVA), em substituição ao fubá de milho na dieta de cordeiros terminados em confinamento, sobre o desempenho produtivo, as características de carcaça e a qualidade da carne dos animais. Foram utilizados 30 cordeiros machos, inteiros, ½ Dorper x ½ Santa Inês, com peso médio inicial de 18,08 ± 1,87 kg e idade média inicial entre 4 e 6 meses, distribuídos em DIC, em quatro tratamentos experimentais com seis repetições, que consistiram de níveis de inclusão do FVA em substituição ao milho, sendo 0, 33, 66 e 100% na MS. Após 15 dias de adaptação, seis animais foram abatidos para se obter o rendimento de carcaça inicial. Os 24 animais restantes foram alojados em baias individuais, onde receberam dietas completas, contendo 20% de feno e 80% de concentrado. Após o período experimental de 56 dias, os animais foram abatidos em frigorífico industrial. Houve efeito quadrático (P<0,05) sobre os consumos de todos os nutrientes avaliados. Verificou-se efeito linear crescente (P<0,05) sobre os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, PB, FDNcp e CNF. O peso corporal final dos animais, o ganho de peso, o ganho médio diário, a conversão alimentar em relação ao ganho de carcaça diário, a área de olho de lombo e a espessura de gordura foram afetados (P<0,05) pelos níveis de substituição, apresentando efeito quadrático. Foi verificado efeito linear decrescente (P<0,05) para peso de pescoço, pernas, paletas, lombos e de coxão mole, coxão duro, patinho, alcatra, lombo paulista, músculo, ossos e relação carne:osso dos animais; entretanto, em valores relativos de porcentagem, não foi constatado efeito da substituição. Não houve efeito (P>0,05) para os valores de pHi, pHf, Ti e Tf, bem

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Suplemento Especial - Agenda Científica

como para os componentes da composição química da carne dos cordeiros e parâmetros físicos de qualidade. Houve efeito quadrático (P<0,05) dos níveis de substituição para os ácidos C18:0, C23:0, C17:1, C18:1n9c, C20:1, C18:2n6t, C18:2n6c, C18:3n6, C18:3n3 e C20:5n3 e total de poli-insaturados. Houve efeito linear positivo (P<0,05) para C17:0, C22:0 e C16:1 e negativo para C18:1n9t. A substituição no nível de 33% apresentou-se compatível com a dieta controle, indicando que, nesse nível, torna-se viável a substituição do fubá de milho por farelo de vagem de algaroba. A inclusão de FVA na dieta de cordeiros em confinamento não altera os parâmetros de qualidade da carne e mantém o perfil de ácidos graxos similar ao encontrado na literatura para carne ovina

Título em português

Criopreservação de sêmen ovino com diferentes concentrações espermáticas associado ou não com ácido ascórbico Título em inglês

Cryopreservation of ram semen with different sperm concentrations with or without ascorbic acid Pesquisador:

Jaciara Campos da Silva

Email:

jaciara.campos@ufv.br

Orientador:

Giovanni Ribeiro de Carvalho

Data da defesa:

27/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Vitamina C, Ovinos, Ciopreservação, Vitamin C, Ram, Cyopreservation, PRODUCAO ANIMAL Resumo:

Com o objetivo de maximizar a criopreservação de sêmen ovino mantendo sua capacidade fertilizante, três carneiros da raça Dorper, em idade reprodutiva e com excelentes características espermáticas, foram submetidos a coletas seminais periódicas e tiveram seu sêmen criopreservado, avaliando a concentracâo espermática e efeito de antioxidante. O diluidor utilizado foi o Tris-gema associado ou não a 0,5 mg/mL de ácido ascórbico como antioxidante. Após cada coleta, o sêmen foi distribuído em seis grupos experimentais: G1 106

(grupo controle) - 80 x 106 espermatozoides sem antioxidante; G2 - 40 x 106 sem antioxidante; G3 - 20 x 106 sem antioxidante; G4 - 80 x 106 espermatozoides com antioxidante; G5 - 40 x 106 com antioxidante; e G6 - 20 x 106 com antioxidante. Após as diluições, o sêmen foi resfriado a 5 oC e submetido a um tempo de equilíbrio de duas horas, sendo envasado em palhetas de 0,25 mL previamente identificadas e lacradas. As palhetas foram congeladas em vapor de nitrogênio líquido durante 15 minutos e depois submersas no nitrogênio, sendo em seguida armazenadas em botijão criogênico. O sêmen foi descongelado a 37 oC por 30 segundos e submetido aos testes in vitro: motilidade, vigor, morfologia espermática, integridade de membrana através da coloração eosina/nigrosina, teste hiposmótico e teste de termorresistência (TTR) a 37 oC, por três horas. Cento e oitenta ovelhas mestiças tiveram estros induzidos e sincronizados com esponjas intravaginais impregnadas com 60 mg de acetato de medroxiprogesterona por sete dias e com aplicação de 300 UI de eCG e 0,125 mg de cloprostenol 24 horas antes da retirada das esponjas. No oitavo dia de tratamento, as ovelhas receberam 300 UI de hCG. As inseminações ocorreram 55 horas após a retirada da progesterona, intra-uterinamente via laparoscopia. O diagnóstico de gestacão, por ultrassonografia, foi realizado 40 dias após as inseminações. Na motilidade progressiva pósdescongelamento foi encontrada diferença (P<0,05) entre os grupos 4, com 67,8 ± 3,9, e o grupo 6, com 62,9 ± 3,6. As motilidades, na primeira hora do teste de termorresistência, diferenciaram (P<0,05) entre os grupos 1 e 4, apresentando médias e desvio-padrão de 61,7 ± 6,2 e 66,5 ± 3,7, respectivamente, e entre os grupos 4 e 6, com valores na ordem de 66,5 ± 3,7 e 61,0 ± 2,9, respectivamente. O vigor do sêmen no pós- descongelamento e no TTR não sofreu alteração (P>0,05) entre os grupos, assim como os testes de integridade de membrana. A redução da concentração espermática de 80 para 40 e 20 milhões de espermatozoides por dose inseminante não alterou (P>0,05) a fertilidade in vivo. Não foram observadas alterações significativas nos grupos suplementados com vitamina C (p>0,05). Conclui-se que a inclusão de 0,5 mg/mL de ácido ascórbico ao meio diluente não melhorou as características seminais nem a fertilidade do sêmen criopreservado, e a dose de 20 milhões de espermatozoides totais foi efetiva para uso em IATF por laparoscopia em ovelhas.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Silagem da ponta de cana-de-açúcar aditivada com resíduo de cervejaria desidratado na alimentação de ovinos Título em inglês

Sugarcane tops silage supplemented by dried brewers grains in the diet of lamb Pesquisador:

João Oliveira de Andrade

Email:

joao.o.andrade@ufv.br

Orientador:

Odilon Gomes Pereira

Data da defesa:

26/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Consumo, Digestibilidade, Perfil fermentativo, Qualidade de carnes, Consumption, Digestibility, Fermentation profile, Quality meats, AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS Resumo:

O presente trabalho envolveu dois experimentos. No experimento 1, avaliaram-se os efeitos da adição de níveis de resíduo de cervejaria desidratado (RCD) sobre a composição químico-bromatológica, o perfil fermentativo, as perdas e a recuperação da matéria seca e a estabilidade aeróbia da silagem da ponta de cana-de-açúcar. Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado com cinco níveis de RCD (0, 5, 10, 15 e 20% na matéria natural), com cinco repetições. O material foi ensilado em baldes plásticos com capacidade de 20 litros. A adição de níveis crescentes de RCD à ensilagem da ponta de cana-de-açúcar aumentou linearmente os teores de matéria seca, proteína bruta, carboidratos não fibrosos e ácido acético e reduziu os teores de fibra em detergente neutro e ácido corrigidos para cinzas e proteínas e de lignina. Observou-se efeito quadrático de níveis de RCD sobre as concentrações de N-NH3/NT e dos ácidos lático e butírico das silagens. Foi estimada máxima taxa de recuperação da matéria seca, de 98,52%, para o nível de 11,50% de RCD nas silagens. O tempo para a quebra da estabilidade aeróbia das silagens decresceu linearmente com o incremento dos níveis de RCD. No experimento 2, foram avaliados os consumos e as digestibilidades dos nutrientes e o desempenho

de cordeiros, não castrados, da raça Santa Inês, alimentados com dietas contendo silagens da ponta de cana-de-açúcar aditivada com RCD. Foram adotados os mesmos níveis de RCD do experimento 1 para as silagens. O material foi ensilado em silos de superfície. Foram utilizados 30 animais, com peso médio corporal inicial de 23,8 + 2,3 kg, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado. As dietas experimentais – isoproteicas, com 15% de PB – foram compostas de 60% de silagem e 40% de concentrado, com base na matéria seca. O alimento foi fornecido duas vezes ao dia, em quantidade suficiente para permitir sobras de 10%. Foi observado efeito quadrático de RCD (P<0,05) sobre o consumo de todos os nutrientes, expresso em gramas/dia. As digestibilidades aparentes da matéria seca e matéria orgânica aumentaram linearmente com os níveis de RCD na silagem, ao passo que as digestibilidades da PB e do EE foram alteradas de forma quadrática. O ganho de peso diário, o rendimento de carcaças quente e fria e a deposição de gordura subcutânea aumentaram linearmente com a adição de níveis crescentes de resíduo de cervejaria desidratado. A inclusão de 11,8% de RCD promoveu máxima recuperação de matéria seca das silagens e maior consumo de MS, PB e NDT das dietas.

Título em português

Influência do tamanho amostral e do tipo de amostragem na estimação dos efeitos de marcadores SNPs e predição de valores genéticos genômicos Título em inglês

Influence of sample size and the type of sampling to estimate the effects of SNP markers and prediction of genomic breeding values Pesquisador:

Mariele Freitas Sousa

Email:

mariele.sousa@ufv.br

Orientador:

Robledo de Almeida Torres

Data da defesa:

22/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, Avaliação genética, Parâmetros ge-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

néticos, Simulação, Seleção genômica, Genetic avaliation, Genetic parameters, Simulation, Genomic selection

Título em português

Efeitos do óleo de nim (Azadirachta indica A. Juss) sobre a reprodução e perfil metabólico de machos ovinos

Resumo:

Este trabalho teve como objetivo estudar o efeito do tamanho amostral e do tipo de amostragem na estimação dos efeitos dos SNPs e predição de valores genéticos genômicos para características de baixa, média e alta herdabilidade, utilizando a metodologia de estágio único. Foram utilizados genótipos simulados de 60.000 loci de SNPs, com as freqüências gênicas com distribuição semelhante às encontradas em animais de populações reais. Foram comparadas diferentes tipos de amostragem (amostragens aleatórias e amostragens em 3 gerações); tamanho de amostra genotipada (500, 1000 ou 2000 animais genotipados) e características com diferentes herdabilidades (0,10, 0,30 e 0,70). Os Valores Genéticos Preditos (VGP) foram obtidos pela metodologia de estágio único, utilizando-se o programa BLUPF90, com as opções padrão. Os efeitos estimados dos SNPs foram obtidos pela metodologia de estágio único, utilizando-se o PostGSf90, o qual é um módulo do BLUPF90, que converte os VGGs em efeitos dos SNPs.Foi utilizada a correlação de Pearson para representar a acurácia das estimativas dos efeitos dos SNPs e predições dos valores genéticos genômicos. Houve um aumento nas correlações com o aumento do tamanho da população genotipada e da herdabilidade. Quando são avaliados somente os SNPs de grande efeito, pode-se observar correlações altas entre os SNPs estimados e os SNPs simulados. Além disso, observou-se que há um aumento nas correlações com o aumento do tamanho amostral e da herdabilidade. Nas correlações entre os VGGs simulados e preditos houve diferença somente nos diferentes níveis de herdabilidade, observando-se maiores valores de correlação para a característica de alta herdabilidade. Mesmo em uma situação simulada, com um nível máximo de desequilíbrio de ligação entre marcadores e QTL, e utilizando a metodologia de estágio único, foi possível observar efeito do número de animais genotipados e do tipo de amostragem, principalmente nas estimativas dos efeitos dos SNPs e em características de baixa herdabilidade. 108

Título em inglês

Effects of Neem oil (Azadirachta indica A. Juss) on reproductive and metabolic profile of male sheep Pesquisador:

Osvaldo Santos de Brito

Email:

osvaldo.s.brito@ufv.br

Orientador:

Giovanni Ribeiro de Carvalho

Data da defesa:

27/02/2013

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Assuntos:

Óleo de nim, Função reprodutiva, Ovinos, Neem oil, Reproductive function, Sheep, REPRODUCAO ANIMAL Resumo:

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administração via oral do óleo de nim sobre a função reprodutiva e o perfil metabólico de carneiros mestiços da raça Santa Inês. Trinta animais foram distribuídos em quatro grupos (G): GI - controle, administração de 20 mL de água por animal por via oral; e GII, GIII e GIV – administração de 1, 2 e 3 mL de óleo de nim/kg de peso vivo (PV) por via oral, respectivamente, durante sete dias. Realizouse a biometria testicular e coletou-se sêmen duas vezes por semana durante 93 dias para avaliação dos aspectos físicos e morfológicos. Amostras de sangue foram coletadas nos dias D1, D4, D8, D30, D60 e D90, para determinação da concentração plasmática de testosterona e do perfil metabólico plasmático dos animais. Ao final do período experimental, os animais foram abatidos; os testículos, coletados e pesados; e foram obtidas amostras para avaliações histológicas. Houve comportamento linear decrescente (P0,05) para ganho de peso. Observou-se comportamento linear decrescente (P0,05) para volume seminal, turbilhão e vigor espermático, motilidade progressiva e concentração espermática. Para defeitos maiores verificou-se comportamento linear crescente (P<0,05), e defeitos menores, comportamento linear decrescente (P<0,05). Não houve diferença (P>0,05) para defeitos totais. Perímetro escrotal e consistência testicular apresentaram comportamento

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Suplemento Especial - Agenda Científica

linear decrescente (P<0,05). Quanto aos dados da morfometria testicular, observou-se diferença (P<0,05) para volume das células de Leydig, volume do conjuntivo e volume do espaço intertubular, porém não houve diferença (P>0,05) para peso do testículo, índice gonadossomático, porção volumétrica da lâmina basal, lúmen, epitélio germinativo, vasos sanguíneos e linfáticos, tecido conjuntivo, túbulo seminífero, espaço intertubular, volume dos vasos sanguíneos e linfáticos, volume do túbulo seminífero, comprimento total dos túbulos seminíferos, comprimento total dos túbulos seminíferos por grama de testículo, índice leydigossomático e índice tubolossomático. No perfil metabólico, observou-se comportamento quadrático decrescente (P<0,05) para LDL e quadrático crescente (P<0,05) para concentração plasmática de VLDL e triglicerídios. Não houve diferença (P>0,05) para concentração plasmática de colesterol total, HDL, ureia e testosterona. A administração oral de óleo de nim nas concentrações de até 3 mL/kg de peso vivo durante sete dias causou prejuízos à função reprodutiva de carneiros mestiços da raça Santa Inês, mostrou-se dose – dependente e provocou intoxicação dos animais na maior concentração.

Título em português

Farelo de soja tratado com taninos em dietas com alto teor de concentrado para bovinos de corte Título em inglês

Soibean mail treated with tannins in diets with hight grain Pesquisador:

Rafael Mezzomo

Email:

mezzomo@zootecnista.com.br

Orientador:

Pedro Veiga Rodrigues Paulino

Data da defesa:

18/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

PRODUCAO ANIMAL, Bioenergética, Crescimento animal, Qualidade de carne, Bioenergetics, Animal growth, Meat quality Resumo:

Foram realizados quatro experimentos, onde inicialmente objetivou-se avaliar os efeitos de diferentes

tipos de tanino sobre a quantidade e qualidade da PNDR de diferentes alimentos proteicos. Posteriormente avaliar a inclusão do alimento que apresentasse melhor resposta no experimento 1 sobre os parâmetros metabólicos (Capítulo 2) desempenho produtivo (Capítulo 3) e características quantitativas da carne (Capítulo 4) de animais bovinos Nelore super-precoces alimentados com dietas com alto teor de concentrado. No 1o experimento foram avaliados o farelo de amendoim (FA), farelo de soja integral (FSi) e farelo de soja normal (FS). Foram analisados 54 tratamentos a partir da combinação de três alimentos proteicos (FA, FSi, FS), três misturas de tanino (tipo A, B e C), quatro níveis da mistura de tanino ao alimento (0%, 1%, 2,5% e 5% de inclusão) e umedecimento ou não da amostra. As amostras foram analisadas seguindo a técnica de três estágios. A divergência do valor nutricional protéico, baseada em variáveis discriminatórias entre os grupos, foi estimada por meio de análise de agrupamento. Foram formados oito agrupamentos, sendo o grupo I o de melhor qualidade e o grupo 8 de pior qualidade. Os tratamentos FS-U A 2,5% e FS-U A 5% (que representam o farelo de soja tratado com tanino condensado tipo A nos níveis de 2,5 e 5% e que passaram pelo processo de solubilização) foram os que apresentaram melhores características de quantidade e qualidade da PNDR. No experimento 2, 3 e 4; as dietas apresentavam relação volumoso/concentrado de 16/84, sendo o farelo de soja substituído pelo farelo de soja tratado nos níveis 0, 33, 66 e 100% na matéria seca, tendo ainda um tratamento FST+U (Farelo de soja tratado mais ureia) onde o farelo de soja foi integralmente substituído por farelo de soja tratado para atender às exigências de PNDR e por uréia para satisfazer os requisitos de PDR. Para o experimento 2 foram utilizados 5 animais delineados em QL 5x5 e para o experimento 3 e 4 foram utilizados 42 bovinos Nelore, machos não-castrados, com peso corporal inicial de 244,5 ± 4,99 kg e idade média inicial de nove meses. No experimento 2, o consumo de extrato etéreo e de FDNcp foram os únicos parâmetros relativos à ingestão de alimentos afetados (P<0,05) pela substituição do farelo de soja convencional (FS) pelo farelo de soja tratado com tanino (FST). Para digestibilidade ruminal e intestinal houve efeito linear (P<0,05) apenas para a proteína bruta (PB), apresentando comportamento

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

decrescente para a digestibilidade ruminal e crescente para a digestibilidade intestinal desse nutriente. A ingestão de proteína não degradada no rúmen e proteína metabolizável apresentou efeito linear crescente (P<0,05) ao substituir-se o FS pelo FST. A ingestão de proteína degradada no rúmen e proteína microbiana no abomaso apresentaram resultados lineares decrescentes (P<0,05), uma vez que substituição do FS pelo FST levou à diminuição desses parâmetros. No experimento 3 houve queda linear no consumo de MS (P<0,05) ao substituir-se o FS convencional pelo FST. Por outro lado, não foi observada redução no ganho de peso e de carcaça (P>0,05). A eficiência de deposição de carcaça teve efeito quadrático com menor nível em aproximadamente 60% de substituição do FS pelo FST. Houve modificação na composição do ganho de carcaça quando adicionou-se FST (P<0,05) com aumento da deposição de tecido muscular e diminuição da deposição de gordura. A AOL aumentou linearmente (P>0,05) com a substituição do FS pelo FST, enquanto a EGS diminuiu linearmente (P<0,05). No experimento 4 não foi observado nenhum efeito estatístico (P>0,05) para o perfil de ácidos graxos na digesta abomasal. No músculo observou-se apenas diferença (P<0,05) para o ácido esteárico (C18:0), e ácidos graxos monoinsaturados. Para os ácidos graxos depositados na gordura subcutânea foi verificado aumento linear na deposição de ácidos graxos poliinsaturados (P<0,05) à medida que substituiu-se o FS convencional pelo FS tratado com tanino. Não houve interação (P>0,05) entre os tratamentos e o tempo de armazenamento de bifes de Longissimus dorsi (LD) para os parâmetros relativos à coloração. Quanto ao tempo de armazenamento, todas as variáveis apresentaram efeito significativo (P<0,05), no entanto, não houve diferença entre níveis de inclusão de tanino e o contraste do tratamento FST+U (P>0,05). Houve interação entre o tempo de armazenamento e os tratamentos experimentais (T. x dia) para a oxidação de lipídeos (P<0,05). Apresentando diferenças entre o tempo de armazenamento apenas para os tratamentos 0, 66% de substituição do FS pelo FST e para o tratamento FST+U (P<0,05). Não foram encontradas diferenças (P> 0,05) para força de cisalhamento, índice de fragmentação miofibrilar, perdas por descongelamento, cozimento e totais na carne. A utilização de farelo de soja tratado com tanino em substituição 110

ao farelo de soja convencional melhora a conversão de PB para PM, provocando modificações na composição do ganho dos animais, aumentando a taxa de ganho de tecido magro na carcaça. No entanto, ao mesmo tempo provoca redução no consumo de matéria seca dos animais, promovendo melhor conversão alimentar. Aumenta ambém o teor de ácidos graxos poli-insaturados da gordura subcutânea.

Título em português

Equivalência em fósforo disponível da fitase usando diferentes metodologias com frangos de corte e suínos Título em inglês

Equivalence in available phosphorus from phytase using different methods with broilers and swine Pesquisador:

Sandra Carolina Salguero Cruz

Email:

sankarolina@yahoo.es

Orientador:

Horácio Santiago Rostagno

Data da defesa:

20/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS, Suínos, Frangos de corte, Aspergillus oryzae, Fósforo, Aspergillus oryzae, Phosphorus, Broilers, Swine Resumo:

Foram conduzidos dois experimentos para determinar o fósforo equivalente de uma fitase de origem bacteriana expressa em Aspergillus oryzae em dietas á base de milho e de farelo de soja, com diferentes níveis de fósforo disponível (Pdisp) sobre o desempenho, as características ósseas, a digestibilidade aparente e o balanço de fósforo em frangos de corte e suínos em crescimento avaliados com diferentes metodologias. No primeiro experimento foram utilizados 560 frangos de corte machos de 7 dias de idade alojados em gaiolas de metabolismo, distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, sendo sete tratamentos, oito repetições e 10 aves por unidade experimental. Foi utilizada uma ração basal a qual atendia as recomendações para pintos de corte na fase inicial (8 a 21 dias) exceto

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

para Pdisp e cálcio total (CaT) (0,17% e 0,9% respectivamente), utilizando-se o fosfato bicálcico (FB), como fonte de fósforo inorgânico. Para compor os tratamentos 2, 3 e 4 foram adicionados 0,06; 0,12 e 0,18% de Pdisp do FB e para compor os tratamentos 5, 6 e 7 foram adicionadas 500, 1000 e 2000 FYT de uma fitase microbiana expressa em Aspergillus oryzae (Ronozyme Hiphos). A cada ração experimental foi adicionado 1% de Cinza ácido insolúvel (CAI) (Celite). O período experimental foi de 14 dias onde foram avaliados os parâmetros de ganho de peso, de consumo de ração e de conversão alimentar. No período do 16o ate 20o dia experimental foi realizada coleta total de excreta e no 21o dia todas as aves foram abatidas para a retirada da tíbia e do conteúdo ileal. Os dados experimentais foram submetidos a análise de variância, as médias dos parâmetros avaliados foram utilizados para a obtenção de uma curva padrão e de equações lineares e quadráticas para o cálculo da equivalência do Pdisp. O ganho de peso, a conversão alimentar e a digestibilidade ileal aparente tiveram efeito linear e quadrático (P<0,01) com o aumento nos níveis de Pdisp do FB e de fitase. No entanto não foi observado efeito significativo no consumo de ração. As características ósseas peso da tíbia (g), cinza (g e %) e fósforo (P) (g e mg) apresentaram aumento linear (P<0,01) com os níveis crescentes Pdisp e de fitase. No entanto, observouse efeito quadrático no P (mg e %) com o aumento nos níveis de fitase. O balanço de P apresentou aumento linear com os níveis crescentes de Pdisp e de fitase a exceção do consumo de ração. Os valores de equivalência do fósforo pelo método da curva padrão são: 0,107; 0,131 e 0,155% de Pdisp, pelo método de equações lineares são: 0,0625; 0,1155 e 0,1686% de Pdisp e pelo método de equações quadráticas são: 0,0996; 0,1191 e 0,1386% de Pdisp. Os valores médios de equivalência do fósforo utilizando os diferentes métodos são: 0,090; 0,122 e 0,154% de P disponível para 500, 1000 e 2000 FYT respectivamente para a fitase Ronozyme HiPhos. No segundo experimento foram utilizados 144 suínos machos castrados de peso médio aproximado de 18 ± 0,84 kg distribuídos em um delineamento experimental em blocos, sendo 6 tratamentos com 8 repetições e 3 animais por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma ração basal (T1) a base em

milho e farelo de soja, baixa em Pdisp (0,157%), os tratamentos T2 e T3 foram compostos pela adição de 0,1 e 0,2% de Pdisp do fosfato bicálcico, para os tratamentos T4, T5 e T6 foram adicionadas 500, 1000 e 2000 FYT de fitase bacteriana expressa em Aspergillus oryzae (Ronozyme HiPhos), a cada tratamento foi adicionado 1% de cinza ácido insolúvel (CAI) utilizada como indicador fecal. O período experimental foi de 21 dias e foram avaliados o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar. No período de 16 ao 20 dia foi realizada coleta parcial de fezes para avaliação da digestibilidade aparente do P, no dia 21 foi abatido um animal por gaiola para obtenção do metatarso e assim avaliar a deposição de cinza (g e %) e de fósforo (mg e %) nos ossos. Os dados experimentais foram submetidos a análise de variância, as médias dos parâmetros avaliados foram utilizados para a obtenção de uma curva padrão, e de equações lineares para o cálculo da equivalência do P disp. O ganho de peso e a conversão alimentar apresentaram aumento linear (P<0,01) com os níveis crescentes de Pdisp do FB e de fitase. No entanto não foi observado efeito significativo no consumo de ração. As características ósseas peso do metatarso (g), cinza (g e %) e P (g e mg) apresentaram aumento linear (P<0,01) com os níveis crescentes de P disp. Foi observado efeito quadrático (P<0,01) com o aumento nos níveis de fitase a exceção da deposição de P, % no metatarso. Foi verificado efeito linear (P<0,01) e quadrático (P<0,01) na digestibilidade aparente do P ao fornecimento de Pdisp e de fitase. Os valores de equivalência do fósforo obtido pelo método da curva padrão foram: 0,066; 0,123 e 0,181% de P disponível para 500, 1000 e 2000 FYT respectivamente, para o método das equações lineares: 0,060; 0,123 e 0,188% de P disponível para 500, 1000 e 2000 FYT respectivamente para a fitase. Os valores médios de equivalência do fósforo pelo método da curva padrão e de equações lineares são: 0,064; 0,126 e 0,187% de Pdisp para 500, 1000 e 2000 FYT respectivamente para a fitase Ronozyme HiPhos.

Título em português

Energia metabolizável e aminoácidos digestíveis de alimentos para suínos

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em inglês

Metabolizable energy and digestible amino acid of feedstuffs to swine Pesquisador:

Thony Assis Carvalho

Email:

thonycarvalho@yahoo.com.br

Orientador:

Horácio Santiago Rostagno

Data da defesa:

20/02/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Energia metabolizável, Aminoácidos, Suínos, Metabolizable energy, Amino acids, Swine, AVALIACAO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS Resumo:

Foram realizados dois ensaios metabólicos e um ensaio de digestibilidade ileal com os objetivos de determinar a digestibilidade dos nutrientes, os valores de energia digestível (ED), metabolizável aparente (EMA) e metabolizável corrigida (EMAn), os coeficientes de digestibilidade ileal aparente e verdadeira da proteína e de aminoácidos, de alimentos utilizados em dietas de suínos. No primeiro ensaio metabólico, foram avaliados sete alimentos energéticos: milho, sorgo, milheto, farinha de trigo, macarrão, biscoito e resíduo de pão, e no segundo ensaio, cinco alimentos protéicos: leite em pó padronizado, plasma sanguíneo suíno, concentrado protéico de soja, soja semi-integral extrusada e farinha mista suína, utilizando-se do método de coleta total de fezes (CTF) e da utilização do indicador, cinza insolúvel em ácido (CIA), concomitantemente. Observou-se variação na composição química entre os alimentos estudados devido à diversidade de origem entre eles. Não se observou interação entre tratamentos x metodologia. As metodologias proporcionaram a obtenção de valores semelhantes de ED, EMA e EMAn. Dentre os alimentos energéticos os maiores coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS), matéria orgânica (CDMO) e proteína bruta (CDPB)foram obtidos para o macarrão. Afarinha de trigo apresentou os maiores coeficientes de digestibilidade da fibra em detergente neutro (CDFDN) e fibra em detergente ácido (CDFDA). O milheto apresentou os menores CDMS, CDMO, CDFDN e CDFDA. O maior coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo foi verificado para o pão, de 90,43%. 112

Dentre os alimentos protéicos, observou-se CDMS e CDMO inferiores para a farinha mista suína e maior coeficiente de digestibilidade da proteína bruta para o plasma sanguíneo suíno, de 97,26%. No ensaiode digestibilidade ileal foram avaliados seis alimentos energéticos: biscoito, farinha de trigo, macarrão, milho, resíduo de pão e quirera de arroz, e seis alimentos protéicos: caseína, concentrado protéico de soja A, concentrado protéico de soja B, farinha mista suína, leite em pó padronizado e plasma sanguíneo suíno, utilizando-se da técnica da cânula em T simples e estimativa de perda endógena basal com fornecimento de dieta isenta de proteína (DIP). Os coeficientes de digestibilidade ileal aparente (CDapPB) e verdadeira (CDvPB) da proteína brutavariaram, respectivamente de 69,05 a 83,60% e de 86,01 a 94,90%; dentre os alimentos energéticos.Entre os alimentos protéicos os CDapPB e CDvPB variaram, respectivamente, de 62,04 a 86,29%e de 70,64 a 96,12%. Os coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos essenciais (CDvAAE) e não essenciais (CDvAANE) médios para o milho, foram respectivamente de 88,35 e 87,49%.Os CDvAAE e CDvAANE médios determinados para o plasma sanguíneo suíno, foram respectivamente, de 94,93 e 91,31%. A composição química, os valores de energia, os coeficientes de digestibilidade da proteína bruta, extrato etéreo, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido e os conteúdos de aminoácidos digestíveis dos alimentos avaliados podem ser utilizados como referência para formulação de dietas de suínos com base em EMAn e nutrientes digestíveis.

Título em português

Lipídios em dietas à base de palma forrageira para cordeiros em crescimento Título em inglês

Lipids in diets based on cactus pear (opuntia ficus-indica mill) in growing lambs Pesquisador:

Ellio Celestino de Oliveira Chagas

Email:

ellio.celestino@ufv.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

22/03/2013

Arquivo:

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Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

ZOOTECNIA, Cordeiro - Alimentação e rações, Algodão - Semente, Ácidos graxos, Lamb - Food and feed, Cotton - seed, fatty acids Resumo:

Avaliou-se o efeito da inclusão de níveis crescentes de lipídios em dietas a base de palma forrageira para cordeiros em crescimento, por meio da determinação do consumo e digestibilidade de entidades nutricionais, desempenho, avaliação e perfil lipídica das carcaças. Foram utilizados 40 cordeiros castrados e mestiços da raça Dorper, com peso corporal inicial de 19,5±1,0 kg, confinados em baias individuais durante 70 dias em um delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos representados por níveis de lipídios na dieta (2,0; 3,9; 5,8; 7,7 e 9,6%), e oito repetições sendo o animal a unidade experimental. As dietas foram elaboradas com uma proporção constante de Palma forrageira (Opuntia fícus-indica Mill), e milho triturado, na proporção de 40 e 18% na MS, respectivamente, já feno de tifton e o farelo de soja foram substituídos gradativamente pelo caroço de algodão integral. A mistura de concentrados foi preparada com base em milho, farelo de soja e de minerais. Após o vigésimo quinto dia do período experimental, foi realizado o período de coleta de dados referente à digestibilidade, perfazendo cinco dias de coleta (26o ao 30o dia do período experimental) Após o período experimental de 56 dias os animais foram abatidos. Os consumos de MS, PB, FDN, FDA, CHOT e CNF não foram significativos em todas as variáveis estudadas, porém o consumo de EE aumentou linearmente (P<0,01), refletindo com os conteúdos mais altos desse nutriente na dieta. O consumo de EE, em g/dia, variou de 27,43 a 113,7 g/dia, e a equação de regressão obtida mostra aumento de 22,74 g para cada 1% de aumento de lipídios. Os consumos de água, expressos em kg.d-1 e kg.CMS- , sofreram influencia dos níveis de lipídios da dieta apresentando um efeito quadrático. Já a digestibilidade aparente dos nutrientes não foi afetado pela elevação dos níveis de lipídios da dieta. Os pesos corporais iniciais e finais, ganhos de peso total e diário e conversão alimentar não sofreram alteração, o mesmo ocorreu com as variáveis do desempenho ao abate e rendimento dos cortes de

carcaça não havendo influencia dos tratamentos da dieta. A adição de lipídios às dietas não alterou significativamente (P>0,05) os ácidos graxos de C10:0 a C17:0, com exceção do C16:1 que apresentou uma redução de 0,13% para cada 1% de adição do lipídio (P<0,001). Quanto aos ácidos graxos monoinsaturados, todos os níveis de lipídios na dieta reduziram a concentração do ácido palmitoléico (C16:1) e a concentração do ácido oléico (C18:1n9c), analisado junto com o seu isômero trans (C18:1n9t – linoelaídico). O aumento das concentrações dos ácidos linoléico com a elevação dos níveis de lipídios da dieta era esperado, pois este ácido graxo é produzido para ser ruminalmente inerte. No entanto, o aumento nas proporções deste ácido e do total de insaturados ocorreu quando fornecido 9,30% de lipídio à dieta, este comportamento leva a crer que quando os lipídios na dieta se mantem até o nível de 7,40% a biohidrogenação foi mais eficiente. O uso de níveis elevados de lipídios associados a dietas com alta concentração de carboidratos não fibrosos não compromete o desempenho de cordeiros em crescimento. Indicando que é possível elevar os níveis de lipídios acima do recomendado e melhorando o padrão de crescimento e utilização dos nutrientes, reduzindo a utilização de suplementos que onera os custos de alimentação do rebanho.

Título em português

Proteomic profiles of Longissimus dorsi pig muscle Título em inglês

Perfis proteômicos do músculo Longissimus dorsi de suínos Pesquisador:

Erika Toriyama

Email:

etoriyama@yahoo.com

Orientador:

Simone Eliza Facioni Guimarães

Data da defesa:

27/03/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Longissimus dorsi, GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS, pigs, Longissimus dorsi, Proteomic profiles, Perfis proteômicos, suínos

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Resumo:

The proteomics of porcine skeletal muscle using RNAholder(R) solution was performed to compare the efficiency in tissue preservation in relation to the standard Liquid Nitrogen method. Samples from Longissimus dorsi muscle from three animals of the same genetic group (Landrace x Large White) at five month of age and average weight 81.9 kg were utilized. The analyses were performed based in the 2-dimensional electrophoresis (2-DE) and mass spectrometry. Twelve abundant protein spots which were not significantly different between the methods were select to evaluate the efficiency of identifying proteins. All the protein spots could be equally identified. The results demonstrated that RNAholder(R) solution presented higher number of proteins probably due to better separation. Besides, this solution allows the proteins identification and can be successfully used to preserve protein profiles in porcine muscle in proteomic studies. In other study, proteins from the Longissimus dorsi muscle from the Commercial line and local Brazilian breed Piau were separated by 2- dimensional electrophoresis (2-DE) technology and mass spectrometry. At the protein level, 35 protein spots were significantly different between the two genetic groups. Six spots were overexpressed in Piau breed; two overexpressed in Commercial line; three protein spots were present only in Piau breed and 24 spots were present only in Commercial line. The protein abundance indicated differences between divergent genetic groups in structural proteins, defense, and stress-related proteins. The results suggested that the local breed Piau have oxidative metabolism instead the glycolytic one observed in Commercial line (Landrace x Large White). The use of RNAholder(R) allowed the protein identification, but new investigations in proteomics profiles could provide more information in these breeds.

Título em português

Glicerina bruta na dieta de bovinos Nelore e F1 Red Angus x Nelore: desempenho, caracteristicas de carcaça e avaliação qualitativa de nove músculos, maturados ou não Título em inglês

Crude Glycerin in the diet of Nellore and F1 Red Angus x Nellore: performance, carcass traits and evaluation of postmortem aging effects on nine muscles 114

Pesquisador:

Ivanna Moraes de Oliveira

Email:

imoraesdeoliveira@yahoo.com.br

Orientador:

Pedro Veiga Rodrigues Paulino

Data da defesa:

18/03/2013

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Assuntos:

Nelore, Bovinos, Glicerina, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Glycerin, Cattle, Nellore Resumo:

O presente trabalho foi dividido em três artigos, avaliando-se a influência de grupo genético (Nelore ou Red Angus x Nelore) e glicerina bruta (5% ou 15% de substituição do milho na base da matéria seca). No primeiro avaliou-se consumo, desempenho e características de carcaça (escrito no padrão da Livestock Science); no segundo, características qualitativas do músculo Longissimus dorsi, e no terceiro avaliou-se as características qualitativas de nove músculos, maturados, por sete dias a 4°C, ou não (Ambos escritos no padrão da Meat Science). Animais cruzados apresentaram maior consumo (P=0.0339) e mesma digestibilidade (P=0.1829) em relação aos animais NE. O consumo (P=0.1344) e digestibilidade (P=0.7239) da fibra em detergente neutro não foram afetados pelo grupo genético. Exceto pela digestibilidade do EE (P=0.0300), maior em animais alimentados com 15%GB, o consumo (P=0.0769) e digestibilidade (P=0.2973) não foram afetados pela dieta. Animais NA tiveram maior ganho médio diário (GMD; P=0.0012) e peso corporal final (PCF; P=0.0012). O GMD (P=0.0294) foi maior em animais alimentados com %5GB e houve tendência de maior PCF (P=0.0654) nestes animais. O peso de carcaça fria, comprimento de carcaça e área de olho de lombo foi maior em animais NA (P=0.0249), enquanto espessura de gordura subcutânea e rendimento de carcaça fria não foram afetados pelo grupo genético (P=0.5292). O rendimento de carcaça fria foi maior em animais alimentados com 15%GB (P=0.0450). O rendimento de cortes não diferiu entre dietas (P=0.2426) e entre grupos genéticos (P=0.0754). A concentração de glicose sanguínea foi maior em animais NE (P=0.0097) e não foi influenciada pela dieta (P=0.9573). Não foram influenciados pelo grupo genético (P=0.0908) e teor de glicerina bruta (P=0.0733): insulina sérica, pH final, tem-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

peratura final, frequência de fibras musculares e área de fibras tipo IIB, medidas objetivas de cor, força de cisalhamento, índice de fragmentação miofibrilar, perdas de exsudados, bem como teor de extrato etéreo, cinzas e água. A área das fibras tipo I não diferiu entre grupos genéticos (P=0.0521) e foi maior no músculo de animais alimentados com 15%GB (P=0.0244). A área das fibras tipo IIA foi maior no L. dorsi de animais NA (P=0.0002) e de animais alimentados com 15%GB (P=0.0068). A solubilidade de colágeno foi maior na carne de animais NA (P<0.0001), não havendo efeito de dieta para esta variável (P=0.1146). Houve interação entre grupo genético e dieta na quantidade de colágeno total (P=0.0002) da carne. O teor de proteína foi maior na carne de animais alimentados com 15%GB (P=0.0468) e não foi influenciado pelo grupo genético (P=0.2197). A maturação não afetou o índice de fragmentação miofibrilar da picanha e maminha, reduziu a perda por cocção no contra filé e a perda total no contra filé, alcatra, lagarto e patinho. A picanha, filé mignon e maminha apresentaram maior teor de gordura intramuscular em relação aos demais músculos. De forma geral, independente do grupo genético, maiores teores de colágeno total foram observados no músculo patinho e menores no filé mignon; enquanto maior solubilidade do colágeno foi observada na alcatra, contra filé e filé mignon e menor no coxão duro, lagarto, patinho. O filé mignon apresentou maior frequência de fibras tipo I e o patinho maior frequência de fibra tipo IIA, enquanto o filé mignon e picanha apresentaram menor frequência de fibras IIB. Conclui-se que animais cruzados apresentam melhor desempenho que animais puros, e a utilização da glicerina bruta em substituição ao milho na base da matéria seca total em 15% reduz o ganho de peso. A inclusão de glicerina bruta na dieta não afeta a qualidade da carne, bem como é possível produzir carne com características qualitativas desejáveis a partir de animais F1 Red Angus x Nelore e Nelore. A eficiência da maturação é músculo-dependente, reduzindo a força de cisalhamento da picanha, maminha, lagarto e coxão mole, não alterando do filé mignon, contra filé e alcatra, e, enquanto, por sete dias, não melhora suficientemente a força de cisalhamento do coxão duro e patinho. Os teores de colágeno total e sua solubilidade parecem ser o principal determinante de diferenças na textura entre diferentes músculos. A

glicerina bruta parece promover hipertrofia diferencial das fibras musculares no contra filé.

Título em português

Influência do tipo de parto na curva de crescimento, desempenho e características de carcaça em ovinos Santa Inês Título em inglês

Influence of birth type on growth curve, performance and carcass traits of Santa Inês sheep Pesquisador:

José Correia Neto

Email:

jose.c.neto@ufv.br

Orientador:

Simone Eliza Facioni Guimarães

Data da defesa:

14/03/2013

Arquivo:

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Assuntos:

GENETICA ANIMAL, Nutrição de ruminantes, Produção de ovinos, Ruminant nutrition, Sheep production Resumo:

O presente estudo envolveu dois experimentos. No primeiro, foi avaliado o efeito do sexo e do tipo de parto na curva de crescimento de ovinos Santa Inês, bem como foram comparados modelos não lineares, de curva de crescimento. Foram utilizados cordeiros com idade entre zero e 330 dias, nascidos nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2010, criados em pasto e com sal mineral à disposição. Para verificar a influência dos efeitos de sexo e tipo de parto sobre o peso dos animais, foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema de parcelas subdivididas, com fatorial na parcela. Constatada a significância dos efeitos de interação entre tempo, sexo e tipo de parto, procedeu-se ao desdobramento dessas interações. Utilizou-se o método da sobreposição de intervalos de confiança para comparar as estimativas dos parâmetros A e K. No ano de 2005, dos 30 aos 90 dias de idade, machos e fêmeas apresentaram crescimento semelhante. Os cordeiros de parto simples e duplo, dos 30 aos 330 dias, apresentaram diferenças. Em 2006, houve interação entre sexo, parto e tempo. Nos cordeiros de parto simples e duplo, o peso ao nascer foi diferente. Em 2007, verificou-se o mes-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

mo comportamento dos anos 2005 e 2006 quanto ao crescimento entre machos e fêmeas. No ano de 2008, houve interação entre sexo, parto e tempo. Machos e fêmeas foram semelhantes do peso ao nascer aos 30 dias de idade. Em 2010, não houve interação entre sexo, parto e tempo. As fêmeas mostraram crescimento semelhante ao dos machos no peso ao nascer e aos 30 dias de idade. Cordeiros de parto simples tiveram crescimento superior em todas as idades. O modelo Bertalanffy mostrou-se o melhor para avaliar a curva de crescimento. No ano de 2006 verificouse a maior diferença entre as curvas de crescimento. Conclui-se que o ano não interferiu no ganho de peso entre machos e fêmeas. A partir dos 30 dias de idade, cordeiros de parto simples vii ganharam mais peso do que os de parto duplo. Machos, em geral, atingem peso à maturidade mais elevado que o de fêmeas e apresentam a mesma velocidade de crescimento. No segundo experimento, foi avaliada a influência do comedouro seletivo sobre o ganho de peso no prédesmame, bem como o consumo, o ganho de peso e as características de carcaça no pós-desmame, em cordeiros oriundos de parto simples e duplo. Foram utilizadas 28 ovelhas e 42 cordeiros, confinados com suas mães, durante a amamentação, com acesso ou não a comedouro seletivo. Após o desmame, foram confinados 28 cordeiros de parto simples e duplo, durante 56 dias, em gaiolas individualizadas, recebendo dieta constituída de silagem de milho e concentrado. Após o confinamento, os cordeiros foram pesados e abatidos e tiveram as carcaças resfriadas por 24 horas a 4 oC. Foram avaliados: ganho de peso durante a amamentação; ganho de peso; consumo e conversão alimentar durante o confinamento; peso de abate; peso e rendimento de carcaça quente e fria; rendimento verdadeiro e comercial da carcaça; índice de quebra ao resfriamento; comprimento interno e profundidade da carcaça; índice de compacidade da carcaça; os cortes pescoço, paleta, costilhar e perna; e as frações de osso, músculo e gordura da perna. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 2. A alimentação em comedouro seletivo não influenciou o consumo de matéria seca nem a conversão alimentar. O tipo de parto influenciou significativamente o consumo de matéria seca. No índice de quebra ao resfriamento, não houve diferenças entre os tratamentos. O peso 116

dos cortes costilhar e paleta e o comprimento da carcaça foram influenciados pelo tipo de parto. No prédesmame, cordeiros que não receberam alimentação em comedouro seletivo não apresentaram menor desempenho, e a alimentação em comedouro seletivo não interferiu nas características de carcaça dos cordeiros. No pós-desmame, cordeiros de parto simples consumiram mais matéria seca, e cordeiros de parto duplo apresentaram o mesmo desempenho que os de parto simples.

Título em português

Plasma sangüíneo com ou sem antibiótico em dietas para leitões desmamados aos 28 dias de idade Título em inglês

Blood plasma with or without antibiotic in diets for piglets weaned at 28 days old Pesquisador:

Valéria Vânia Rodrigues

Email:

valeriazoo@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

22/03/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Plasma sanguíneo, Dietas para leitões, Blood plasma, Diets for piglets, EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS Resumo:

Dois experimentos foram conduzidos para avaliar diferentes sequências de níveis de plasma sangüíneo nas dietas de leitões desmamados aos 28 dias de idade. No primeiro experimento, foi utilizado delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos e oito repetições de três animais. No segundo experimento, utilizou-se delineamento em blocos ao acaso com seis tratamentos e oito repetições de três animais cada. O peso inicial foi utilizado como critério para constituição dos blocos. Na primeira semana após o desmame, os tratamentos consistiram em três níveis de plasma sangüíneo bovino (0,0; 2,5 e 5,0%). Na segunda semana, foram usados os mesmos níveis de plasma, porém, combinados de forma a constituir as sequências 0,0 -

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

0,0%; 2,5 - 0,0%; 2,5 - 2,5%, 5,0 - 0,0%; 5,0 - 2,5% e 5,0 – 5,0%. Os dois experimentos tiveram as mesmas sequências de níveis de plasma, sendo que no primeiro experimento, as dietas foram isentas de antibiótico. No experimento um, os leitões que receberam 2,5% de plasma na dieta, apresentaram maior peso final. O maior nível de plasma (5,0%), aumentou o ganho de peso e o consumo de ração dos animais. Houve aumento na contagem linfocitária e de hematócrito dos leitões que receberam plasma na dieta. Os animais que receberam dietas com plasma sangüíneo apresentaram maior número de Bifidobacterium e Lactobacillus no cólon proximal. No experimento dois, o peso final, o ganho de peso e o consumo de ração foram maiores, nos animais que receberam o maior nível de plasma na dieta. A população bacteriana foi diminuída a medida que se aumentou o nível do alimento. Conclui-se que a sequência de plasma sangüíneo a ser usada em dietas sem antibiótico para leitões, nos períodos de 28 a 35 e 36 a 42 dias de idade, é de 2,5% na primeira semana, com retirada a partir dos 35 dias de idade e de 5,0% na primeira semana, com retirada a partir dos 35 dias, quando se usa antibiótico. Conclui-se, ainda que, existe sinergismo do plasma sangüíneo com o antibiótico.

Título em português

Comportamento de matrizes suínas em gestação submetidas a diferentes tipos de alojamento e condições de sazonalidade Título em inglês

Behavior of pregnant sows under different types of housing and conditions of seasonality Pesquisador:

Wilams Gomes dos Santos

Email:

wilams.santos@ufv.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

15/03/2013

Arquivo:

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Assuntos:

EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS, Metabolismo, Minerais, Crescimento, Metabolism, Minerals, Growth

Resumo:

Foram realizados dois experimentos com objetivo estudar o comportamento de matrizes suínas em gestação submetidas a diferentes tipos de alojamento no verão e no inverno. Nos dois experimentos, as matrizes foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualisado com quatro tratamentos e doze repetições. Os tratamentos foram: gaiolas de gestação; baias coletivas de gestação com comedouros; baias coletivas de gestação sem comedouros e baias coletivas de gestação com piquetes e sem comedouros. Foi avaliado comportamento, frequência respiratória, temperatura retal, cortisol sérico, metabólitos fecais de cortisol e desempenho das matrizes. No experimento do verão, as variáveis ambientais ficaram acima da zona de conforto para matrizes em gestação. As matrizes alojadas em baias coletivas de gestação com piquetes apresentaram menor porcentual de tempo despendido com estereotipias que as matrizes dos outros tratamentos. Não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto à frequência respiratória e a temperatura retal. Houve diferença significativa entre os tratamentos para a média de cortisol sérico do período de gestação, com os menores níveis em matrizes alojadas em baias coletivas. Houve diferença significativa entre os tratamentos para a média de metabólitos fecais de cortisol do período de gestação, com os menores níveis encontrados em matrizes alojadas em baias coletivas de gestação sem comedouros e em matrizes alojadas em baias coletivas de gestação com piquetes e sem comedouros. Não houve diferença significativa entre os tratamentos para desempenho das matrizes. No experimento do inverno, as variáveis ambientais apresentaram-se dentro da zona de conforto térmico para a fase de gestação. As matrizes alojadas em baias coletivas de gestação com piquetes tiveram menor porcentual de tempo despendido com estereotipias que as matrizes dos demais tratamentos. Não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto à freqüência respiratória. Houve diferença significativa entre os tratamentos para a temperatura retal no período da tarde, mesmo estando dentro da faixa considerada normal para as matrizes em gestação. Houve diferença significativa entre os tratamentos para a média de cortisol sérico do período de gestação, com os menores níveis encontrados nas matrizes alojadas em baias

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

coletivas de gestação. Não houve diferença significativa entre os tratamentos para a média de metabólitos fecais de cortisol do período de gestação. Não houve diferença significativa entre os tratamentos para desempenho das matrizes. Conclui-se que no verão e no inverno as baias coletivas de gestação proporcionaram melhores condições de bem-estar para as matrizes, quando comparadas às gaiolas de gestação. Das baias coletivas de gestação, aquelas com piquetes apresentaram maior vantagem, uma vez que reduziram as estereotipias. O desempenho produtivo das matrizes no verão e no inverno não foi influenciado pelo tipo de alojamento.

Título em português

Farelo de mamona destoxificado na dieta de cordeiros Título em inglês

Detoxified castor bean meal in the diet of lambs Pesquisador:

Hellenn Cardoso Oliveira

Email:

hellennzootec@hotmail.com

Orientador:

Rasmo Garcia

Data da defesa:

19/06/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Desempenho animal, Digestibilidade, Fermentação, Subproduto, Valor nutritivo, Animal performance, Digestibility, Fermentation, Byproduct, Nutritional Value, AVALIACAO, PRODUCAO E CONSERVACAO DE FORRAGENS Resumo:

Este trabalho foi elaborado a partir da condução de um experimento, o qual gerou informações que serão apresentadas na forma de três capítulos. Avaliou-se a substituição do farelo de soja pelo farelo de mamona destoxificado, em quatro níveis, 0; 33; 67 e 100% (com base na matéria seca) no concentrado de cordeiros Santa Inês. No primeiro capítulo, descreveu-se o desempenho de 24 cordeiros da raça Santa Inês, com peso corporal médio de 18,5 kg e média de quatro meses de idade, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro 118

tratamentos, sendo estes os níveis de substituição (0; 33; 67 e 100%) do farelo de soja pelo farelo de mamona destoxificado e seis repetições. O consumo de matéria seca (MS) (g/dia, % Peso Corporal (PC) e g/PC0,75), carboidratos totais (CT), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), nutrientes digestíveis totais (NDT), energia metabolizável (EM) e energia digestível (ED) não foi influenciado pelos níveis de farelo de mamona, não sendo ajustado nenhum modelo aos dados. O consumo de fibra em detergente neutro (FDN) (g/dia, %PC e g/PC0,75) apresentou resposta linear crescente. Já para o de carboidratos não fibrosos (CNF) (g/dia) e extrato etéreo (EE), observou-se resposta linear decrescente. Não foi observado efeito dos níveis de substituição do farelo de soja pelo farelo de mamona sobre o coeficiente de digestibilidade da MS, MO, PB, FDN, CT e CNF, exceto para o EE, que apresentou comportamento linear crescente. O peso corporal final, ganho médio diário e ganho de peso total apresentaram efeito linear decrescente com a inclusão dos níveis de farelo de mamona na dieta. Já para a conversão alimentar, verificou-se comportamento linear crescente. No segundo capítulo, relatou-se o comportamento ingestivo de ovinos da raça Santa Inês recebendo dietas com diferentes níveis de farelo de mamona destoxificado no concentrado. Foram utilizados 24 ovinos, com peso corporal médio de 18,5 kg e quatro meses de idade. Os animais foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram constituídos de quatro níveis de farelo de mamona (0; 33; 67 e 100%) em substituição ao farelo de soja. O consumo de MS não foi afetado pela inclusão de farelo de mamona no concentrado. Já para o FDN, observou-se aumento. A atividade de alimentação não foi afetada com a inclusão de farelo de mamona. O tempo de ruminação aumentou, enquanto o de ócio reduziu com a inclusão de farelo de mamona. O tempo de alimentação, expresso em minutos por kg de MS e FDN, não foi influenciado pela inclusão de farelo de mamona na dieta, apresentando valores médios de 373,3 e 880,0 minutos por kg de MS e FDN, respectivamente. A ruminação, expressa em minutos por kg de FDN, não foi alterada. O número de mastigações e tempo gasto por cada bolo ruminado não foram alterados pela inclusão de farelo de mamona na dieta. Os períodos de alimentação,

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ruminação e ócio não diferiram com a inclusão dos níveis de farelo de mamona. A eficiência de alimentação, expressa em g de MS e FDN por hora, não foi influenciada pela inclusão de farelo de mamona na dieta. A eficiência de ruminação, expressa em g MS por hora, foi reduzida, enquanto a eficiência de ruminação, expressa em g FDN por hora não foi afetada. A adição de farelo de mamona não altera o tempo de alimentação e eficiência de alimentação de ovinos confinados. Porém, reduz a eficiência de ruminação e aumenta a ingestão de FDN em cada refeição e a ruminação da FDN. No terceiro capítulo, descreveu-se a composição química em ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de cordeiros Santa Inês alimentados com dietas com diferentes níveis (0; 33; 67 e 100%) de farelo de mamona no concentrado. Foram utilizados 24 ovinos, com peso corporal médio 18,5 kg e média de quatro meses de idade, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições. Não houve efeito da inclusão de farelo de mamona sobre as percentagens de umidade, cinza, proteína bruta e lipídeos totais do músculo Longissimus dos cordeiros. A inclusão de farelo de mamona no concentrado influenciou, de forma quadrática negativa, os ácidos graxos pentadecanóico (C15:00) e α- linolênico (C18:03n3), apresentando ponto de mínima de 5,08 e 0,15% no nível de 53,47 e 54,16%, respectivamente. Já para o ácido oléico (C18:01n9), observouse comportamento quadrático positivo, apresentando ponto de máxima de 51,05% no nível de 35,41% de farelo de mamona. Para os ácidos graxos docosanóico (C22:0) e γ- linolênico (C18:03n6), verificou-se comportamento linear decrescente. Os demais ácidos graxos não foram alterados pela adição de farelo de mamona. Os teores totais de ácidos graxos monoinsaturados foram influenciados, de forma quadrática positiva, pelos níveis de inclusão de farelo de mamona no concentrado, apresentando valor máximo de 51,63% para o nível de 40,43% de farelo de mamona.

Título em português

Adipogênese e fibrogênese em músculo e efeitos da gestação e nível de alimentação sobre carcaça, qualidade de carne e desenvolvimento de feto bovino

Título em inglês

Adipogenesis and fibrogenesis in muscle and effects of pregnancy and feeding level on carcass meat quality and development of cattle fetus Pesquisador:

Marcio de Souza Duarte

Email:

marcio.duarte@ufv.br

Orientador:

Pedro Veiga Rodrigues Paulino

Data da defesa:

07/06/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Cattle fetus, Cattle cutting, Adipogenesis, Fibrogenesis, Feto bovino, Bovino de corte, Adipogênese, Fibrogênese, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de três experimentos.O Objetivo do primeiro estudo foi de avaliar a deposição de tecido adiposo intramuscular e colágeno em músculo esquelético de animais da raça Wagyu em comparação com animais da raça Angus. Os animais foram manejados sob mesmas condições durante toda fase de desenvolvimento e foram abatidos com peso corporal médio de 585 ± 12.1 kg. Amostras do músculo Sternomandibularis foram coletadas de animais Wagyu (n = 3) e animais Angus (n = 3) para avaliações moleculares e histológicas quanto à adipogênese e fibrogênese. Com exceção do marcador CCAATT enhancer biding protein β (CEBPβ; P = 0.2864), a expressão dos marcadores para adipogênese CCAAT enhancer biding protein α (CEBPα; P = 0.008), peroxisome proliferator-activated receptor γ (PPARγ; P = 0.028) e zip finger protein 423 (Zfp423; P = 0.047) em músclo de animais Wagyu foi maior que em músculo de animais Angus, o que foi consistente com a maior deposição de gordura intramuscular em Wagyu (P = 0.0007). Além disso, maior número de adipócitos e pré-adipócitos intramusculares foram detectados em animais Wagyu. De forma semelhante, maior fibrogênese foi observada em músculo Wagyu tendo-se maior expressão do fibroblast growth factor II (FGF2; P = 0.0028), fibroblast growth factor receptor 1 (FGF 1; P = 0.030), transforming growth factor β (TGFβ; P = 0.028), Collagen I (COL 1; P = 0.012) e collagen III (P = 0.025). Da mesma forma, o músculo de animais Wagyu apresentou maior teor

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

de colágeno total (P = 0.002) e menor solubilidade do mesmo (P = 0.004). Além disso, o diâmetro de fibra muscular em animais Wagyu foi maior (P < 0.0001) em relação a animais Angus, sugerindo que o total de fibras musculares em animais Wagyu fosse menor em comparação a animais da raça Angus. Estes resultados demonstram que além da maior deposição de gordura, há também maior deposição de colágeno intramuscular em animais da raça Wagyu em comparação a animais da raça Angus. O segundo experimento foi realizado com objetivo de avaliar os efeitos da nutrição materna sobre o desenvolvimento do trato gastrintestinal de fetos bovinos em diferentes estágios da gestação. Dois grupos de vacas gestantes foram aleatoriamente distribuídos em dois tratamentos alimentares em que um grupo foi alimentado ad libitum e outro com alimentação restrita em que as vacas foram alimentas a 1,2 x o nível de mantença. As vacas foram abatidas em quatro tempos de gestação (136, 189, 239, 270 dias) sendo que para cada período de gestação avaliada obteve-se o mesmo número de vacas dos grupos alimentares. Não houve efeito da nutrição materna sobre o peso corporal (P = 0.17) e comprimento corporal (P = 0.13) dos fetos. A restrição alimentar materna durante a gestação não afetou o peso do trato gastrintestinal dos fetos (P = 0.51). Entretanto, o peso do intestino delgado dos fetos por unidade de peso corporal foi 11.24% maior (P = 0.04) em fetos oriundos de matrizes submetidas a restrição alimentar. Além disso, o comprimento do intestino delgado bem como o tamanho de suas vilosidades foi 12.93% e 16.44% respectivamente maior (P < 0.001) em fetos oriundos de vacas sobrestrição alimentar em comparação aos fetos oriundos de vacas alimentadas ad libitum. Os dados sugerem que a restrição alimentar materna durante a gestação não afeta o desenvolvimento da maioria dos compartimentos que compõe o trato gastrintestinal fetal, com exceção do intestino delgado o qual por sua vez aumenta a sua superfície de contato como resposta à restrição alimentar materna. No terceiro experimento foram avaliadas características de carcaça e da carne de 16 vacas gestantes e 5 vacas não gestantes alimentadas a 1,2 x nível de mantença e 16 vacas gestantes e 6 vacas não gestantes alimentadas ad libitum. A gestação não afetou o peso corporal final (PF; P = 0.0923), o rendimento de carcaça fria (RCF; P = 0.0513), a área de olho de 120

lombo (AOL; P = 0.8260), espessura de gordura subcutânea (EGS; P = 0.1873) e força de cisalhamento (FC; P = 0.9707). Vacas em restrição alimentar apresentaram menor PF (P = 0.0028), AOL (P = 0.0048) e EGS (P = 0.0001). Entretanto, não foram observadas diferenças quanto a RCF (P = 0.7243) e FC (P = 0.0759) entre os animais submetidos a diferentes níveis de alimentação. Os dados sugerem que as características de carcaça de vacas Nelore não são afetadas pela gestação. Além disso, embora vacas em restrição alimentar tenham apresentado redução da deposição de gordura subcutânea e tecido muscular na carcaça, não foram observados alterações no aspecto qualitativo da carne destes animais.

Título em português

Comportamento de leitões desmamados em diferentes idades, desafiados em piscina Título em inglês

Behavior of piglets weaned at different ages, challenged in pool Pesquisador:

Joseane Moutinho Viana

Email:

joseane.moutinho@ufv.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

10/07/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Bem estar, MANEJO DE ANIMAIS, Comportamento, Cognição, Idade de desmame, Desafio em piscina, Wellness, Behavior, Cognition, Weaning age, Challenge in pool Resumo:

Objetivando-se verificar se a idade ao desmame de 21, 28 ou 35 dias afeta comportamentos de leitões e se o agrupamento de leitões socializados facilita o processo de memorização com leitões em piscina, foram realizados dois experimentos. No experimento I, foram utilizados 90 leitões híbridos comerciais, machos castrados e fêmeas, em delineamento inteiramente casualizado em esquema de parcela sub-dividida, sendo o fator de parcela (idade ao desmame aos 21, 28 ou 35 dias) denominado de tratamento com

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30 repetições, envolvendo quatro níveis (semanas de avaliação) e o fator sub-parcela os dias de avaliação (1o, 2o, 8°, 9°, 15°, 16°, 22o e 23o dias após o desmame), sendo o animal considerado uma unidade experimental. Os animais da combinação 21-1 foram mais eficientes em explorar o ambiente com ações de “nadar em círculo” e “arranhar a borda”, e apresentaram scores superiores aos leitões dos demais tratamentos, ficaram menos tempo na ação “parado” e “vocalização”. Os animais da combinação 21-9 encontraram a rampa de acesso à plataforma mais rápida tiveram maior preferência por um dos lados da rampa e repetiram um maior número de vezes a ação de “defecar ou urinar” após ter subido a mesma. No experimento II foram utilizados 90 leitões híbridos comerciais, machos castrados e fêmeas, em delineamento inteiramente casualizado, com 15 repetições (dois animais por unidade experimental), em esquema de parcela sub-dividida, sendo o fator de parcela denominado de tratamento (desmame aos 21, 28 ou 35 dias), envolvendo quatro níveis (semanas de avaliação) e o fator sub-parcela os dias de xiiavaliação (1o, 2o, 8°, 9°, 15°, 16°, 22o e 23o dias após o desmame). Os animais da combinação 21-1 foram mais eficientes em explorar o ambiente com ações de “nadar em círculo”, “nadar a esmo” e “arranhar a borda”, apresentando scores superiores aos dos demais tratamentos, ficaram menos tempo na ação “vocalização” e, quando obtiveram sucesso e subiram a plataforma, foram os mais rápidos. Os animais da combinação 21-8 e 21-9 tiveram maior preferência por um dos lados da rampa de acesso à plataforma e repetiram um maior número de vezes a ação de “defecar ou urinar” após ter subido a mesma, apesar de não ter sido observada diferença estatística para a última variável. Conclui-se que leitões desmamados aos 21 dias, quando acompanhados ou não por outro leitão, foram mais eficientes em explorar a piscina e memorizar a trajetória de acesso à plataforma que leitões desmamados aos 28 ou 35 dias, sendo mais decisiva ao aprendizado, a experiência vivida pelo animal, do que a idade ao desmame propriamente dita.

Título em português

Relação isoleucina: lisina e níveis de lisina na ração de codornas japonesas em postura

Título em inglês

Relationship Isoleucine: lysine and lysine levels in diets for laying Japanese quails Pesquisador:

Renata de Souza Reis

Email:

renatareis51@yahoo.com.br

Orientador:

Sérgio Luiz de Toledo Barreto

Data da defesa:

15/07/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Aminoácido digestível, Coturnix coturnix japonica, Qualidade de ovo, Digestible amino acid, Coturnix coturnix japonica, Quality Egg, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Com o objetivo de avaliar a relação isoleucina: lisina e níveis de lisina digestível na ração de codornas japonesas em postura foram realizados três experimentos: 1- relações de isoleucina com lisina digestível na ração; 2- níveis de lisina digestível obtidos a partir da manipulação dos teores de proteína bruta da ração; 3- níveis de lisina em rações formuladas com base no conceito de proteína ideal. Para o experimento 1 foram utilizadas 336 codornas com 120 dias de idade, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado constituído por seis tratamentos, sete repetições e oito aves por unidade experimental. As rações experimentais foram suplementadas com seis níveis de L-isoleucina de maneira a obter as relações isoleucina: lisina de 0,65; 0,70; 0,75; 0,80; 0,85 e 0,90. Nos experimentos 2 e 3 foram utilizadas 336 codornas, cada, com idade inicial de 35 semanas, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, constituído por seis tratamentos (níveis de lisina digestível na ração: 0,95; 1,00; 1,05; 1,10; 1,15 e 1,20) , sete repetições de oito aves. As rações do experimento 2 foram formuladas alterando a proporção de milho e de farelo de soja, variando assim os níveis de proteína bruta de forma a obter os seis níveis de lisina desejados, enquanto, que as rações do experimento 3 foram formuladas mantendo-se fixas as quantidades de milho e farelo de soja e adicionado L-Lisina HCl para obter os níveis de lisina digestível. Em todos os experimentos os parâmetros estudados foram: consumo de ração, produção de

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ovos, produção de ovos comercializáveis, peso do ovo, massa de ovos, conversão alimentar por massa e por dúzia de ovos, viabilidade das aves, componentes dos ovos: gema, albúmen e casca e gravidade específica. No experimento 1 verificou-se efeito não significativo das relações de isoleucina: lisina digestível na ração para todos os parâmetros analisados. No experimento 2 os níveis de lisina digestível não influenciaram o consumo de ração, o peso dos ovos, a porcentagem de ovos comercializáveis, viabilidade das aves e a qualidade dos ovos, contudo proporcionaram aumento linear da produção de ovos e da massa de ovos e redução das conversões alimentares por massa e por dúzia de ovos. Os níveis de lisina obtidos a partir da manipulação do teor de proteína bruta da ração não alteraram nenhum parâmetro de qualidade dos ovos. No experimento 3 não foi observado efeito significativo dos níveis de lisina digestível na ração para todos os parâmetros de desempenho e qualidade de ovos analisados. A relação isoleucina: lisina de 0,65; correspondente ao consumo diário de 158,92 mg de isoleucina e 244,5 mg de lisina proporciona resultados satisfatórios de desempenho e de qualidade dos ovos de codornas japonesas. Rações de codornas devem ser formuladas de forma a conter 23,5% de PB e 1,20% de lisina, o que corresponde ao consumo diário de 5,87g e 299,15mg desses nutrientes, respectivamente. Todavia, rações de codornas japonesas, baseadas no conceito de proteína ideal, podem ser formuladas com nível de lisina de 0,95% correspondente ao consumo diário de 224,20 mg deste aminoácido.

Título em português

Relações valina: lisina em rações para poedeiras leves de 24 a 58 semanas de idade Título em inglês

Valine: lysine rations in diets for white leghorn hens from 24 to 58 weeks of age Pesquisador:

Rodrigo Lopes de Almeida

Email:

rodrigo.l.almeida@ufv.br

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

30/07/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Galinhas poedeiras, Aminoácidos digestíveis, Desempenho, Laying hens, Ileal digestible amino acids, Performance, ZOOTECNIA Resumo:

Foram realizados dois experimentos com o objetivo de determinar as relações ideais dos aminoácidos valina:lisina digestíveis em rações para poedeiras leves de 24 a 40 (Experimento I) e de 42 a 58 (Experimento II) semanas de idade. Em cada experimento foram utilizadas 288 poedeiras Hy-Line W-36, distribuídas em delineamento inteiramente ao acaso, com seis tratamentos, oito repetições e seis aves por unidade experimental. Ao completarem 24 e 42 semanas de idade as aves foram submetidas aos tratamentos experimentais que consistiram de rações isonutritivas, exceto para os níveis de valina digestível. Os níveis de valina digestível nas dietas experimentais foram 0,615; 0,653; 0,691; 0,729; 0,767 e 0,805% e 0,639; 0,678; 0,717; 0,757; 0,796 e 0,835%, para os experimentos I e II respectivamente, proporcionando relações valina:lisina digestível de 81; 86; 91; 96; 101 e 106%. Foram utilizados níveis subótimos de lisina digestível nas rações de 0,759 e 0,788% para poedeiras leves de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade, respectivamente. Em ambos os experimentos os seguintes parâmetros foram avaliados: consumo alimentar (ração, valina digestível e lisina digestível), porcentagem de postura, peso médio dos ovos, massa de ovos, conversão alimentar (dúzia e massa de ovos), eficiência de utilização de lisina digestível, componentes dos ovos, ganho de peso, ovos não comercializáveis e balanço de nitrogênio. No experimento I houve efeito linear dos níveis de valina digestível sobre o ganho de peso das aves. Foi observado efeito quadrático sobre o consumo de ração, o consumo de valina, o consumo de lisina, a produção de ovos, a massa de ovos e a conversão alimentar por massa de ovos. Para os parâmetros massa de ovos e conversão alimentar por massa de ovos o modelo LRP foi o que melhor se ajustou aos dados, sendo obtida menor soma de quadrado dos desvios. Recomenda-se a relação valina:lisina digestível de 93,06% para poedeiras leves de 24 a 40 semanas de idade. No experimento II foi observado efeito linear sobre o consumo de valina digestível. Houve efeito quadrático

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sobre a porcentagem de postura e sobre a massa de ovos. O modelo LRP apresentou ajuste para o ganho de peso. Recomenda-se a relação valina:lisina digestível de 92,47% para poedeiras leves de 42 a 58 semanas de idade. As relações viideais de valina:lisina digestível recomendadas nas dietas para poedeiras leves de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade são de 93,06% e 92,47%, respectivamente.

Título em português

Silagem de estilosantes Campo Grande: perfil fermentativo e desempenho produtivo de bovinos de corte Título em inglês

Stylosanthes Campo Grande silage: fermentation profile and performance of beef cattle Pesquisador:

Wender Ferreira de Souza

Email:

wenderzootecnia@hotmail.com

Orientador:

Odilon Gomes Pereira

Data da defesa:

30/07/2013

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Assuntos:

Silagem, Leguminosa, Rúmen - Fermentação, Ruminante - Alimentação e rações, Silage, Vegetables, Rumen - Fermentation, Ruminants - Feeding and feeds, PASTAGEM E FORRAGICULTURA Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido mediante a condução de três experimentos, os quais geraram informações que serão apresentadas na forma de dois capítulos. No primeiro capítulo, avaliou-se a composição química, o perfil fermentativo e a população microbiana de silagens de estilosantes Campo Grande (SSt), com e sem inoculante microbiano e polpa cítrica peletizada (0, 3, 6, 9 e 12% na matéria natural), em diferentes períodos de fermentação. O estilosantes foi colhido aos 120 dias após a semeadura, em estágio de florescimento. O inoculante microbiano usado foi o Sil All C4 (Alltech do Brasil). O material foi ensilado em sacos plásticos de 25 cm x 35 cm e selados a vácuo com máquina seladora. Foram considerados como efeitos fixos o nível de polpa cítrica

(PC), a presença ou não de inoculante (I), o tempo de fermentação (T) e a interação entre os mesmos. Foi utilizado o esquema de medidas repetidas no tempo, sendo os dias de abertura (1; 3; 7; 14; 28 e 56) repetidos dentro de cada unidade experimental. O teor de matéria seca aumentou linearmente com a adição de PC. Observou-se efeito da interação PC x I sobre o teor de proteína bruta, registrando-se maiores valores nas silagens inoculadas. Observou-se efeito das interações PC x I e PC x T sobre o conteúdo de N-NH3das silagens. O pH e os teores dos ácidos lático, acético, propiônico e butírico foram afetados pela interação PC x I x T. Foi registrada máxima população de BAL de 9,59 ufc/g, no primeiro dia de fermentação na silagem não inoculada, cuja população decresceu linearmente ao longo do período de fermentação (P < 0,05). Observou-se máxima população de enterobactérias no primeiro dia após a ensilagem, não sendo detectada sua presença a partir do décimo quarto dia. No último dia de fermentação, foi observado efeito de PC (P<0,05) sobre os teores de FDN e FDA das silagens, enquanto que o teor de lignina foi influenciado tanto pela PC, como pelo inoculante. A adição de PC peletizada na proporção de 12% da matéria verde de forragem, associada ao uso de inoculante microbiano garante adequado processo fermentativo em silagens de estilosantes. No segundo capítulo, avaliaram-se a digestibilidade aparente total e parcial dos nutrientes, o pH e a concentração de amônia ruminal (experimento 1), bem como, o desempenho produtivo de bovinos de corte (experimento 2), alimentados com dietas contendo diferentes proporções de silagem de estilosantes Campo Grande (SSt):silagem de milho (SM): 0:100, 25:75, 50:50, 75:25 e 100:0%, com relação forragem:concentrado de 50:50, na base da MS. No experimento 1, foram utilizados dez novilhos mestiços Holandês x Zebu (HxZ), com peso inicial de 272 ± 86 kg, não castrados, cirurgicamente fistulados no rúmen e no abomaso, distribuídos em dois quadrados latinos 5 x 5. Foi utilizado o óxido crômico para estimar o fluxo da digesta e a excreção fecal. A digestibilidade aparente total dos nutrientes não foi afetada pelas dietas. No entanto, observou-se efeito quadrático de nível de silagem de estilosantes sobre a digestibilidade aparente ruminal da MS e linear sobre as digestibilidades ruminais de PB, EE e CNF. O balanço de nitrogênio (BN) e o nitrogênio uréico no

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plasma (NUP) não foram afetadas pelas dietas. O pH ruminal não foi afetado pelo aumento na proporção SSt na dieta (P>0,05), porém este foi influenciado (P<0,05) pelo tempo de coleta, cujos os dados ajustaram-se ao modelo cúbico. Verificou-se efeito da interação (P<0,05) entre tratamento e tempo de coleta sobre a concentração de amônia ruminal. No experimento 2, foram utilizados 40 animais Nelore, inteiros, com peso inicial de 386 ± 30 kg de peso corporal, distribuídos num delineamento inteiramente casualizados, com cinco tratamentos e oito repetições. O experimento teve duração de 99 dias, sendo 15 dias para adaptação. Os consumos de todos os nutrientes não foram influenciados pelo aumento do nível de SSt nas dietas, exceto o consumo de EE, que decresceu linearmente (P < 0,05). Não houve efeito de inclusão de SSt sobre o desempenho dos animais, registrando valores médios para ganho médio diário e rendimento de carcaça de 1,25 kg/dia e 55,60 %, respectivamente. A silagem de estilosantes Campo Grande pode ser utilizada como fonte única de forragem em dietas para bovinos de corte em fase de terminação, em substituição à silagem de milho, constituindo 50 % da matéria seca da dieta.

Título em português

Estratégias adicionais em protocolos de inseminação artificial em tempo fixo em fêmeas bovinas Título em inglês

Additional strategies in protocols of timed artificial insemination in cows Pesquisador:

Fabrício Albani Oliveira

Email:

fabricio.albani@ufv.br

Orientador:

Ciro Alexandre Alves Torres

Data da defesa:

08/08/2013

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Assuntos:

IATF, rbST, GnRH, Vacas mestiças, TAI, rbST, GnRH, Crossbred cows, PRODUCAO ANIMAL

quanto à dinâmica folicular e à taxa de prenhez. Foram realizados quatro trabalhos. No trabalho 1 foi avaliado o efeito da administração de somatotropina bovina recombinante (rbST) no momento da aplicação do protocolo de IATF. No trabalho 2 foi avaliado o efeito da administração injetável de suplemento de aminoácidos e polipeptídeos, desde o dia do parto até o momento da aplicação do protocolo de IATF. No trabalho 3 foi avaliada a influência da administração de flunixin meglumine (FM) no momento do reconhecimento materno da gestação sobre a taxa de prenhez de novilhas e vacas, submetidas previamente a protocolos de IATF. No trabalho 4 foi avaliada a eficiência de três diferentes indutores da ovulação: benzoato de estradiol (BE), cipionato de estradiol (CE) e hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH), em protocolos de IATF. Em nenhum trabalho foi verificado influência marcante entre os tratamentos sobre os padrões avaliados de dinâmica folicular e sobre a taxa de ovulação. No trabalho 1 não houve interação dos efeitos principais, com taxa de prenhez. A taxa de prenhez nas vacas recebendo rbST foi menor para as que se apresentavam em anestro, comparando com as vacas cíclicas (P<0,05). No trabalho 2 a taxa de prenhez sofreu influencia da administração prévia de suplemento de aminoácidos e polipeptídeos (P<0,05). A taxa de prenhez foi maior para as vacas cíclicas em relação às em anestro (P<0,05). No trabalho 3 a administração do (FM) no momento do reconhecimento materno da gestação não alterou a taxa de prenhez das vacas e novilhas. No trabalho 4 a administração dos diferentes indutores da ovulação, BE, CE, e GnRH, em protocolo de IATF em vacas mestiças não alterou a taxa de prenhez.

Título em português

Estudos sobre as propriedades do crescimento corporal e sobre a dinâmica da fibra no trato gastrointestinal de caprinos leiteiros: uma abordagem quantitativa Título em inglês

Resumo:

Objetivou-se avaliar estratégias adicionais em protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), 124

Studies on growth of body proper and on the dynamics of fiber in the gastrointestinal tract of dairy goats: a quantitative approach

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

José Gilson Louzada Regadas Filho

Email:

jose.regadas@ufv.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

02/08/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Growth of body proper, Dynamics of fiber, Gastrointestinal tract, Dairy goats, Propriedades do crescimento corporal, Dinâmica da fibra, Trato gastrointestinal, Caprinos leiteiros, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Esta tese foi desenvolvida a partir de quatro estudos. O primeiro estudo teve por objetivo avaliar o uso da abordagem de modelos não lineares mistos na comparação de curvas de crescimento de dois genótipos de caprinos leiteiros (Alpina e Sannen). Os modelos não lineares avaliados foram Brody, Von Bertalanffy, Richards, Logístico e Gompertz. Efeitos aleatórios (u1, u2 e u3) foram vinculados aos parâmetros que representam o peso assintótico (β1), constante de integração (β2) e taxa de crescimento (β3), respectivamente. Quatro combinações de efeitos aleatórios foram avaliadas, além da abordagem tradicional considerando todos os parâmetros da função fixos. Uma correlação dos erros foi identificada a partir da analise de resíduos e uma modelagem da estrutura do erro foi necessária. A função de Richards (u1 e u3) com uma estrutura de erro do tipo SP(MATERN) apresentou melhor ajuste. Existe diferença no padrão de crescimento para os dois genótipos avaliados. A metodologia de modelos não lineares mistos é uma eficiente ferramenta para lidar com características intrínsecas de curvas de crescimento como correlação de erros e heterogeneidade de variância. O segundo estudo foi realizado com o objetivo de estudar a estratificação da fibra no rúmen e desenvolver uma abordagem matemática para estimação do tempo médio de retenção (TMR) de concentrados e forragens no rúmen de caprinos que considerasse tal estratificação. Para isto, um banco de dados que continha informações a respeito do consumo e da massa ruminal de NDF e lignina, bem como informações a respeito da cinética de passagem de forragem e concentrados através de indicadores foi montado. Utilizaram-se os pressupos-

tos do Teste de Lucas para identificar compartimentos heterogêneos para a fibra e lignina no rúmen. Foi utilizada regressão stepwise para identificar variáveis preditoras significativas, posteriormente, uma metanálise foi realizada de forma a retirar o efeito de experimento na regressão. Foi realizada também uma avaliação da relação entre taxa de passagem de volumoso e concentrado através de simulação de Monte Carlo. A abordagem de um único compartimento ruminal para lignina não se aplica, uma vez que foi detectada uma significativa (intercepto ≠ 0) porção metabólica para tal entidade. A regressão ixstepwise para estimativa do TMR para forragens considerando os dois compartimentos ruminais rendeu um coeficiente de determinação aproximado (R2) e uma raiz do quadrado médio do erro (RQME) de 0.53 e 9.78 h, respectivamente e para concentrado de 0.49 e 5.86 h, respectivamente. A taxa de passagem de forragens e concentrado em caprinos é relacionada. A estratificação da fibra ruminal deve ser assumida quando cabras são alimentadas com altos conteúdos de fibra. O terceiro estudo teve por objetivo avaliar a inserção das equações anteriormente desenvolvidas em um modelo nutricional mecanicista para caprinos (Small Ruminant Nutrition System – SRNS) e comparar com a atual abordagem de um único compartimento de fibra ruminal. Além disso, uma abordagem alternativa para estimação do consumo de matéria seca (CMS) foi avaliada. Um banco de dados (n = 327) que continha informações necessárias para as predições foi levantado. As variáveis avaliadas predição do consumo de energia metabolizável (CEM) e produção de leite (PL). A abordagem alternativa para estimação do consumo de matéria seca é baseada em métodos de otimização. O CMS estimado desta forma foi comparado com CMS do observado no banco de dados. O modelo adotando o compartimento heterogêneo de fibra ruminal teve o mesmo poder de predição da abordagem considerando um único compartimento, entretanto, ambos os cenários apresentaram um viés médio ao estimar a produção de leite. O CMS estimado pelo o método alternativo apresentou boas estimativas e pode ser utilizado em formulação de rações para ruminantes. É necessário o desenvolvimento de um submodelo que considere a mobilização de reservas corporais a ser introduzido no SRNS de forma a tornar as predições de PL mais verossímil. O quarto

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Suplemento Especial - Agenda Científica

estudo teve por objetivo comparar dois sistemas que são usados para determinar a cinética de fermentação de alimentos para ruminantes através da técnica de produção de gases in vitro. Os sistemas avaliados foram o ANKOMRF Gas Production Systems® (aIVGP) que utiliza um sistema se fio; e o outro foi sistema foi o descrito por Pell e Schofield (1993) (tIVGP). As variáveis utilizadas para comparar os sistemas foram a concentração de hidrogênio e metano no gás acumulado, o pH da solução após a fermentação, o total de gás produzido e a taxa de produção de gás. Não foi encontrado significativa concentração de hidrogênio no tIVGP, portanto não foi comparado entre os sistemas. Os sistemas apresentam similares resultados para produção total de gás, concentração de metano e pH da solução, entretanto, as taxas de produção de gás foram diferentes. Os resultados sugerem que os sistemas apresentam similar padrão de fermentação. A diferença na taxa de produção de gás pode se dar devido a diferentes composições iniciais na fase gasosa dos sistemas.

Título em português

Adição do complexo ciclodextrina-colesterol na criopreservação do sêmen caprino Título em inglês

Addition of ciclodextrina-cholesterol compound on cryopreservation of goat semen Pesquisador:

Madriano Christilis da Rocha Santos

Email:

madrianosantos@gmail.com

Orientador:

Ciro Alexandre Alves Torres

Data da defesa:

21/08/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Colesterol, Caprino, Sêmen, Ciclodextrina, Cholesterol, Goats, Semen, Cyclodextrin, ZOOTECNIA Resumo:

Os objetivos do presente estudo foram: Capítulo 1 – analisar, por meio da motilidade e do vigor espermáticos, a eficácia da adição de seis diferentes concentrações do complexo ciclodextrina-colesterol (CCC) em afetar a capacidade e a intensidade de movimentação 126

das células espermáticas após o processo de congelamento do sêmen caprino, e avaliar a integridade e a funcionalidade da membrana plasmática do sêmen caprino descongelado. Capítulo 2 – avaliar a integridade e a funcionalidade da membrana plasmática de espermatozoide após a adição do complexo ciclodextrina-colesterol (CCC) diluído em extensores à base de Tris-Glicerol ou à base de Tris-Etilenoglicol- gema de ovo ao sêmen caprino, e avaliar a forma de inclusão desse complexo (junto com o diluente ou pré-incubado por 15 minutos). No experimento descrito no Capítulo 1, cinco ejaculados foram coletados e fracionados de cinco reprodutores caprinos, saudáveis e com fertilidade comprovada. Uma fração foi utilizada como tratamento controle negativo (Tcontrole), onde não foi incluído o CCC. Adicionou-se nas demais alíquotas o diluente de congelamento (à base de Trisglicerol) junto com o CCC nas concentrações de 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; e 3,0 mg, que foram consideradas como os tratamentos: T0,5; T1,0; T1,5; T2,0; T2,5; e T3,0, respectivamente, com uma concentração espermática de [ ] = 200 * 106/mL. Após o congelamento foram feitas as avaliações de motilidade e vigor espermáticos, o teste hiposmótico e o teste supravital. No experimento descrito no Capítulo 2, foram coletados três ejaculados de cada um dos quatro bodes, totalizando 12 ejaculados. Cada ejaculado foi avaliado, e aqueles considerados aptos para o congelamento, segundo os parâmetros mínimos de motilidade e vigor espermáticos exigidos pelo CBRA (1998), foram fracionados em seis alíquotas de 350 * 106 espermatozoides (quantidade suficiente para sete doses de 50 * 106 de espermatozoides/palheta de 0,25 mL). Cada alíquota recebeu 1,0 mg de CCC, nos seguintes tratamentos: TGlicerol – controle negativo para o diluente à base de Tris-glicerol sem CCC; TGlicerol + CCC – para o diluente à base de Tris-glicerol + CCC; TGlicerol + CCC/pré-incubado – CCC diluído em solução isosmótica ao sêmen (soro fisiológico) com 15 minutos de incubação antes da adição do diluente à base de Tris-glicerol; TEtilenoglicol – controle negativo para o diluente à base de Tris-Etilenoglicol-gema de ovo; TEtilenoglicol + CCC – para o diluente à base de Tris-Etilenoglicol-gema de ovo + CCC, TEtilenoglicol+ incubado – CCC/pré- para o CCC diluído em solução isoosmótica ao sêmen (soro fisiológico) com 15 minutos de incubação antes da adição do diluente

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à base de Tris- Etilenoglicol-gema de ovo. Capítulo 1 – O valor de α foi de 5% para todos os parâmetros avaliados. Constatou-se que todos os tratamentos apresentaram diferenças (P<0,05) para o parâmetro motilidade espermática e que os tratamentos T1,0 e T0,5 evidenciaram ser os maiores valores (33,45% ± 1,07 e 32,59% ± 0,98, respectivamente) em relação a 28,62% ± 1,05 do Tcontrole e estando acima do valor mínimo de 30%, preconizado pelo CBRA (1998) para sêmen descongelado. A motilidade espermática dos tratamentos T1,5; T2,5; T2,0; e T3,0 foram: 27,41% ± 0,96; 26,55% ± 0,94; 25,89% ± 0,99; e 25,17% ± 1,06, respectivamente. O vigor espermático não variou (P>0,05) entre tratamentos, sendo: T controle (2,1 ± 0,07), T0,5 (2,24 ± 0,07), T1,0 (2,4 ± 0,08), T1,5 (2,28 ± 0,07), T2,0 (2,13 ± 0,07), T2,5 (2,19 ± 0,07) e T3,0 (2,26 ± 0,09). O percentual de células com membrana funcional pelo teste supravital em T0,5 (41,5 ± 0,85) foi superior (P<0,05) ao do Tcontrole (37,7 ± 0,94), não tendo havido variações (P>0,05) nos percentuais médios entre os tratamentos: T2,0; T2,5; T1,0; e T3,0 (38,06 ± 0,91; 38,06 ± 1,0; 36,33 ± 0,81; 35,54 ± 0,81; e 34,77 ± 1,13, respectivamente), em relação ao do Tcontrole. O percentual de membrana funcional do tratamento T1,5 (30,65 ± 0,98) foi inferior (P<0,05) ao dos demais tratamentos. Não foram observadas diferenças (P>0,05) na integridade de membrana plasmática por meio do teste hiposmótico para Tcontrole (28,55 ± 1,01), T2,5 (24,47 ± 0,76), T0,5 (24,21 ± 0,82), T1,0 (23,74 ± 0,85), T1,5 (21,92 ± 1,18), T2,0 (21,24 ± 0,87) e T3,0 (19,68 ± 0,88), pelo teste de Kruskal-Wallis. Capítulo 2 – O valor de α foi de 5% para todos os parâmetros avaliados. As médias da motilidade espermática diferiram (P<0,05) entre todos os tratamentos TGlicerol + CCC/pré-incubado (37,08 ± 2,17), TGlicerol + CCC (35,00 ± 1,51), TGlicerol (29,55 ± 2,81), TEtilenoglicol+CCC/pré-incubado (29,17 ± 4,52), TEtilenoglicol + CCC (25,83 ± 3,98) e TEtilenoglicol (23,64 ± 4,10). O vigor espermático do sêmen descongelado não foi afetado pelos tratamentos aplicados (P>0,05), apresentando as seguintes médias TEtilenoglicol + CCC/pré-incubado (2,96 ± 0,31), TEtilenoglicol + CCC (2,91 ± 0,12), TGlicerol + CCC/pré-incubado (2,75 ± 0,2), TEtilenoglicol (2,59 ± 0,35), TGlicerol + CCC (2,29 ± 0,18), TGlicerol (2,22 ± 0,18). Não foram observadas diferenças (P>0,05) nos percentuais médios para integridade de membra-

na pelo teste hiposmótico dos tratamentos TGlicerol + CCC/pré-incubado (52,0 ± 4), TEtilenoglicol+ CCC/ pré-incubado (49,65 ± 5,9), TGlicerol + CCC (45,05 ± 4,83), TGlicerol (44,8 ± 2,31), TEtilenoglicol (44,39 ± 4,66) e TEtilenoglicol + CCC (39,6 ± 4,96). Diferenças não foram observadas (P>0,05) entre as médias dos tratamentos TEtilenoglicol + CCC/pré- incubado (29,0 ± 3,82), TEtilenoglicol + CCC (26,96 ± 4,73), TGlicerol + CCC/pré-incubado (24,5 ± 4,2), TGlicerol + CCC (23,54 ± 4,49), TGlicerol (20,79 ± 3,35), TEtilenoglicol (19,45 ± 4,08), para funcionalidade da membrana plasmática, pelo teste supravital. Foram observadas diferenças (P<0,05) na produção de ATP na bainha mitocondrial nos tratamentos TEtilenoglicol + CCC (62,92 ± 8,34), TEtilenoglicol+ CCC/pré-incubado (62,72 ± 8,79), TEtilenoglicol (59,19 ± 9,57), TGlicerol (11,64 ± 5,43) e TGlicerol + CCC + CCC/pré-incubado (11,92 ± 6,89), TGlicerol (7,76 ± 3,31). Foram constatadas diferenças (P<0,05) na integridade de membrana acrossomal nos tratamentos TEtilenoglicol (78,19 ± 5,82), TEtilenoglicol+ CCC/pré-incubado (74,43 ± 6,31), TEtilenoglicol + CCC (70,68 ± 5,77), TGlicerol (47,06 ± 4,31), TGlicerol + CCC (46,88 ± 6,58) e TGlicerol + CCC/pré-incubado (44,6 ± 8,57). Não foram encontradas diferenças (P>0,05) na integridade de membrana plasmática por meio das sondas fluorescentes (IP Dietilcarboxifluorosceína) nos tratamentos TGlicerol (63,98 ± 8,4), TGlicerol (63,08 ± 9,05), TGlicerol + CCC/pré-incubado + + CCC (52,24 ± 9,47), T5 (52,09 ± 10,88), TEtilenoglicol+ CCC/pré-incubado (44,37 ± 8,96) e TEtilenoglicol (37,19 ± 10,81). Capítulo 1 – Conclui-se que a adição de 0,5 mg do CCC ao sêmen com a concentração espermática de 200 * 106 /mL diminui as perdas de integridade e funcionalidade da membrana plasmática. No entanto, a adição de 1,0 mg de CCC ao sêmen com a concentração espermática de 200 * 106 /mL propicia melhor resultado na motilidade espermática após o descongelamento do sêmen. Capítulo 2 – Diante dos resultados observados, conclui-se que a adição de 1,0 mg do complexo ciclodextrina-colesterol no sêmen com a concentração espermática de 200 * 106 /mL não altera a integridade e/ou a funcionalidade da membrana plasmática do espermatozoide caprino. O diluidor à base de Trisgema de ovo- etileno glicol não altera a funcionalidade da membrana plasmática ou o vigor espermático,embora influencie positivamente a integridade da mem-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

brana acrossomal afete negativamente a motilidade espermática do sêmen descongelado, comparado ao diluente à base de Tris-Glicerol. A pré-incubação do sêmen com o complexo ciclodextrina-colesterol não altera as características de vigor espermático, nem a integridade e a funcionalidade da membrana plasmática dos espermatozoides, mas afeta positivamente a motilidade espermática do sêmen descongelado.

Título em português

Avaliação e desenvolvimento de modelos matemáticos para explicar o crescimento de bovinos de corte, e sua relação com os requirementos nutricionais de animais F1 Nelore x Angus inteiros e castrados Título em inglês

Evaluation and development of mathematical models to explain beef cattle growth, and its relationship with nutritional requirements of F1 Nellore x Angus bulls and steers Pesquisador:

Mozart Alves Fonseca

Email:

mozartfonseca@ufv.br

Orientador:

Sebastião de Campos Valadares Filho

Data da defesa:

01/08/2013

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Exigências, Requirements, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Bovinos, Cattle Resumo:

O presente estudo foi realizado em cinco etapas interligadas da seguinte forma: primeiramente um experimento de abate comparativo foi realizado com 48 F1 Nelore x Angus machos inteiros (MNC) e castrados (MC), para avaliar as exigências líquidas de proteína e energia para o crescimento e manutenção desses animais. Os animais utilizados tinham 12.5 ± 0.51 meses de idade, e média massa corporal em jejum (MCJ) 233 ± 23.5 e 238 ± 24.6 kg de MNC e MC, respectivamente. Animals foram alimentados com proporção de 60:40 silagem de milho: concentrado. Oito animais foram abatidos no início do experimento e os restantes foram distribuídos aleatoriamente em delineamen128

to inteiramente casualisado perfazendo um esquema fatorial 2 (classe sexual) x 3 (pesos de abate). Os animais restantes foram abatidos quando a média da massa corporal (MC) do grupo chegou a 380 (6MNC e 5MC), 440 (6MNC e 5MC), e 500 kg (5MNC e 5MC). O trato gastrointestinal foi esvaziado e limpo sendo órgãos, carcaças, cabeças de, couros, caudas, membros, sanguíneos, e tecidos posteriormente pesados para medir peso de corpo vazio (PCVZ). Estas peças foram moídas separadamente e sub-amostrados para análises químicas. Para cada animal dentro de um período, consumo de matéria seca foi medido diariamente e as amostras de fezes foram coletadas para determinar a digestibilidade da dieta. Não houve diferenças (P> 0,05) no requerimento de energia líquida exigidos para de manutenção (ELm) entre os as classes sexuais testadas. Os dados combinados indicaram uma ELm de 70 kcal/kg0.75 de PCVZ/d, com uma eficiência parcial de utilização da energia metabolizável para líquida de 0,72. Os requerimentos de energia metabolizável para mantença observados foram de 96,96 Mcal/kg0.75/d. A eficiência parcial de utilização do ME para NE para o crescimento foi de 0,41 para os touros e novilhos. As exigências de proteína metabolizável para mantença foram 2,14 g/BW0,75/d. As exigências líquidas de proteína (PLg) apresentaram coeficientes 'a' e 'b' para a equação alométrica, PLg (g/kgPCVZ/d) = a. PCVZb, variando de -0,722 a -0,6118 para 'a' e de 1,0047 a 0,9586 para 'b', para os MNC e MC, respectivamente. Em terceiro lugar, as equações desenvolvidas nos estudos de Hankins e Howe (1946), Marcondes et ai. (2010), Marcondes et al. (2012), e Valadares Filho et ai. (2006), foram avaliadas na tentativa de predizer a composição física e química do corpo de animais F1 Angus x Nelore e novilhos, assim como a de PCVZ e dos componentes não-carcaça, através do uso da secção de da 9 a 11a costelas (HH) e componentes não carcaça. Após o abate, o corte da HH foi dissecada nas frações músculo, gordura e osso. O restante da carcaça foi igualmente dissecado. As outras variáveis avaliadas como preditores parciais incluíram o peso do corpo vazio, o rendimento de carcaça, a percentagem de gordura visceral, o órgão e vísceras percentual e da composição dos componentes nãocarcaça. Os valores estimados com as equações de predição foram comparados com os valores observados e entre os modelos.

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Suplemento Especial - Agenda Científica

No que diz respeito o composição da carcaça fisicamente separáveis apenas o modelo elaborado pela Marcondes et al. (2012) estimaram acurada e precisamente a quantidade de músculo e tecido adiposo presente na carcaça. Os modelos desenvolvidos por Valadares Filho et al. (2006) e Marcondes et al. (2010) estimaram com acurácia e precisão a quantidade de componentes químicos da carcaça, juntamente com o modelo elaborado por Hankins e Howe (1946), que só pôde explicar a quantidade ou teor de proteína bruta na carcaça. Os modelos de usados para predizer a composição química da carcaça falharam em estimar a quantidade correta dos componentes químicos no peso de corpo vazio, exceto para Valadares Filho et al. (2006), que podem ser usadas para a estimativa do teor de proteína bruta em relação ao peso do corpo vazio. O modelo recomendado por Marcondes et al. (2010) não foi capaz de explicar a maioria da variação observada na composição química dos componentes não carcaça, podendo ser recomendado apenas para estimativa dos conteúdos de cinza a água no sangue e couro, e conteúdo de proteína bruta e cinzas presentes no órgãos e vísceras. O quarto passo foi realizado na tentativa de avaliar os modelos desenvolvidos para estimar a composição física e química da carcaça e do corpo vazio de bovinos por meio de mensurações biométricas (BM) coletadas ao longo do corpo do animal e secção HH. Foram utilizados de 40 dos 48 animais F1 Nelore x Angus MNC e MC. Antes do abate, os animais foram conduzidos através do tronco de contenção onde as BM foram tomadas, incluindo a largura de íleo (HBW), a largura de ísquio (PBW), arqueamento de costela (AW), comprimento corporal (BL), altura da garupa (RH), altura na cernelha (HW), comprimento de garupa (PGL), profundidade de costela (RD), perímetro toráxico (GC), profundidade de garupa (RuD), comprimento da diagonal do corpo (BDL), e largura do tórax (TW). Além disso, foram incluídos post mortem medições de: Superfície de total do corpo (TBS), volume corpo (BV), gordura subcutânea (SF), gordura interna (InF), intermuscular (FMI), gordura física da carcaça (CF), gordura física no corpo vazio do animal (EBF), gordura química na carcaça (CFch), gordura química no corpo vazio (EBFch), espessura de gordura na altura da 12 ª costela (FT), e gordura na secção entre a 9 - 11 ª costelas (HHF). Os valores obtidos pelas estimativas dos mo-

delos foram comparados com os valores observados e entre modelos. Dentre todas as equações avaliadas para predizer a composição corporal e seus caminhos para o fazer, apenas equações [7] e [8], usadas para estimar o volume corporal, e equações [27] e [32], para estimativas da gordura fisicamente separável no corpo vazio pode ser recomendado para ser usado para estimar os seus conteúdo usando F1 Nellore x Angus MNC e MC. A quinta etapa foi uma tentativa de responder às perguntas geradas na avaliação de modelos da quarta etapa, e para isso foi realizado um estudo na tentativa de avaliar os teores físicos e químicos de gordura presentes na carcaça e no corpo e vazio por meio BM e medidas pós-morte tomadas em 40 touros (B) e novilhos (S) F1 Nelore x Angus. Os mesmos 40 animais foram usadas para desenvolver as equações preditivas. As equações foram desenvolvidas através de um processo passo a passo para selecionar as variáveis que devem entrar no modelo. O r2 e a raiz do quadrado médio do erro (RMSE) foram usadas para acessar a precisão e acurácia dos modelos. Para TBS r2 variou de 0,852 a 0,946 com RMSE variando de 0,06 a 0,100 kg, para BV r2 variou 0,942 a 0,998 e RMSE de 0,004 a 0,022 kg, para SF r2 variou 0,767 a 0,997 e RMSE 2,70 a 3,24 kg, para InF r2 variou de 0,816 a 0,900 e RMSE de 3,04 a 4,12 kg; para CF r2 variou de 0,830 a 0,988 e RMSE de 3,44 a 8,39 kg; para EBF r2 variou de 0,861 a 0,998 e RMSE 2,98 a 10,98 Kg; para CFch r2 variou de 0,825 a 0,985 e RMSE de 5,96 a 8,46 kg, e para EBFch r2 variou de 0,862 a 0,992 e RMSE de 5,54 a 12,19 kg. Nossos resultados indicaram que BM poderiam ser usadas para aumentar o ajuste dos modelos ou ainda como alternativa para predizer os diferentes depósitos de gordura de animais confinados F1 Nellore x Angus inteiros e castrados.

Título em português

Requerimentos nutricionais e aspectos quantitativos do crescimento, desenvolvimento e digestão de vacas Nelore gestantes e não gestantes Título em inglês

Nutrient requirements and quantitative aspects of growth, development and digestion of pregnant and non -pregnant Nellore cows

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Mateus Pies Gionbelli

Email:

mateus@zootecnista.com.br

Orientador:

Sebastião de Campos Valadares Filho

Data da defesa:

05/09/2013

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Requirements, Energy, Protein, Minerals, Cows, Exigências, Energia, Proteína, Minerais, Vacas, EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS Resumo:

Vários desafios ocorrem no status fisiológico normal da vaca para suportar a formação de um novo indivíduo da espécie. Dados sobre exigências nutricionais e aspectos quantitativos do crescimento, desenvolvimento e digestão de vacas Bos indicus são limitados. Objetivando preencher pelo menos uma parte da lacuna existente, foi conduzido um experimento de abate comparativo com vacas gestantes e não gestantes. Os resultados são aqui apresentados em quatro capítulos. No primeiro capítulo, quarenta e nove vacas Nelore (32 gestantes e 17 não gestantes) com peso médio inicial de 451 ± 10 kg foram usadas num experimento para avaliar o crescimento e desenvolvimento de tecidos maternos e fetais durante a gestação em vacas zebuínas. As vacas foram divididas em dois grupos de acordo com o nível alimentar, que foi ALTO (ad libitum) ou BAIXO (alimentação restrita a 1,2 vezes a mantença, segundo o NRC). As 32 vacas gestantes foram separadas em 4 grupos com 8 vacas em cada e abatidas aos 136, 189, 239 e 269 dias de gestação para coletas de tecidos e análises. Vacas do alto nível alimentar tiveram maior ganho de peso (P<0,01), peso final (P<0,01) e escore de condição corporal (P<0,01). No início da gestação, as vacas dos dois grupos alimentares tiveram similar acréscimo de gordura no peso de corpo vazio isento de componentes relativos à gestação (PCVZnp). Entretanto, com o aumento da gestação, as taxas diárias de ganho de gordura foram maiores nas vacas de alto nível alimentar do que nas do nível baixo. O ganho de peso obtido por vacas do nível alimentar baixo foi praticamente apenas gordura, enquanto que vacas do alto nível alimentar acumularam também outros tipos de tecidos. Vacas do baixo nível alimentar tiveram menor proporção de órgãos e víscera (139 vs 159 g/kg de 130

PCVZnp, P<0.01). A interação entre o nível alimentar e o tempo de gestação (P=0,03) mostrou que o útero grávido foi maior nas vacas do nível alimentar alto no final da gestação, embora não fossem observadas diferenças significativas na composição química e conteúdo de energia do útero grávido em função do nível alimentar (P>0,10). Vacas do nível alimentar alto aumentaram o peso do úbere após 239 dias de gestação (P<0,10) enquanto que vacas do nível alimentar baixo não apresentaram aumento significativo. Vacas do menor nível alimentar tiveram proporcionalmente menores pesos de fígado, gordura visceral e mesentério (P<0,01) e maior coração (P<0,10) do que vacas do nível alimentar alto. Os pesos proporcionais do rúmen-retículo e dos estômagos foram afetados (P<0,05) pela gestação e foram menores aos 269 dias de gestação do que no início da gestação. Vacas do nível alimentar alto tiveram fetos mais pesados aos 269 dias de gestação do que vacas do nível alimentar baixo. Os fetos das vacas do maior nível alimentar tiveram maiores carcaças (P=0,03), mas não diferiram dos fetos das vacas do menor nível alimentar no peso de órgãos e vísceras (P=0,27). O peso da placenta foi maior em vacas do maior nível alimentar (P<0,01) e a relação entre peso da placenta e do feto foi diferente entre os níveis alimentares (P<0,01). Os pesos do útero grávido e fetos, como também seus conteúdos de energia e nitrogênio, foram menores neste estudo do que em estudos prévios realizados com gado Bos taurus. No segundo capítulo, dados das mesmas vacas utilizadas no primeiro capítulo foram utilizados para desenvolver um grupo de equações e relações para ajuste de peso corporal em vacas gestantes e não gestantes, ampliando as opções para a pesquisa na área de gado de corte. A cada 28 dias as vacas foram pesadas pela manhã (7h, imediatamente antes da alimentação) para obter o peso vivo (PV), e repesadas ao mesmo horário no dia seguinte após 16 horas de jejum de sólidos para obter-se o peso vivo em jejum (PVJ). As vacas gestantes foram separadas em 4 grupos de 8 vacas cada e abatidas aos 136, 189, 239 e 269 dias de gestação para obter o peso de corpo vazio (PCVZ) e o peso dos componentes relacionados à gestação. Para estabelecer-se as relações entre PC, PCJ e PCVZ de vacas gestantes e não gestantes em função do tempo de gestação, um grupo de equações gerais foi avaliado, baseado

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em suposições teóricas que foram apresentadas com suas explanações. Sugeriu-se o conceito de componente gestação (PREG), que representa o útero grávido menos o peso do útero numa condição não gestante mais o acréscimo de úbere que ocorreu devido à gestação. A partir disso, o PREG foi subtraído dos valores de PVJ e PCVZ das vacas gestantes para estimar-se os PVJ e PCVZ não gestantes (PVJnp e PCVZnp) e para calcular-se o ganho de peso relativo apenas aos tecidos maternos (rGPVJ e rGPCVZ). A equação gerada para predizer PVJ a partir do PV foi 0,8084 × BW1,0303. A equação gerada para predizer o peso do útero grávido em função dos dias de gestação (DG) foi 0.2106 × e((0.03119 – 0.00004117 × DG) × DG) . Não foi observado acréscimo no peso do úbere até 238 dias de gestação e após isso o acréscimo foi exponencialmente correlacionado com DG. A aplicação das equações e relações geradas pode ser útil como uma ferramenta prática para separar a porção do ganho diário e peso vivo é referente à tecidos maternos e a porção relativa à gestação. O objetivo do estudo apresentado no terceiro capítulo foi avaliar os efeitos da gestação e do nível alimentar sobre o consumo, a digestibilidade e a eficiência de produção microbiana em vacas Nelore. Quarenta e quatro vacas Nelore adultas, multíparas (32 gestantes e 12 não gestantes) com peso médio inicial de 451 ± 10 kg foram alimentadas a um nível alto (ad libitum) ou baixo (alimentação restrita a 1,2 vezes a mantença, de acordo com o NRC) da mesma dieta. A dieta consistiu de silagem de milho (85%), milho grão moído, farelo de soja, uréia e mistura mineral. O consumo foi controlado diariamente e o consumo diário de matéria seca (CMS) foi avaliado semanalmente. A digestibilidade aparente in vivo foi estimada usando-se FDNi como marcador interno da digesta. A produção de N microbiano foi avaliada pela técnica dos derivados de purina na urina. O consumo voluntário reduziu com o aumento da gestação e pode ser descrito como CMS (kg/d) = (16 – 0,0093 × dias de gestação) / 1000 × PCVZ ou CMS (kg/d) = (16,4 – 0,0093 × dias de gestação) / 1000 × PCVZnp. O CMS médio das vacas do baixo nível alimentar correspondeu a 102, 98 e 67% da quantidade de consumo necessário para atender as exigências de energia sugeridos pelo NRC para uma vaca aos 0, 135 e 270 dias de gestação, respectivamente. Vacas do baixo nível alimentar tiveram ga-

nho médio diário de 0,26 kg, indicando que as exigências de energia estimadas pelo NRC são superestimadas para vacas zebuínas. A interação entre o nível alimentar e o tempo de gestação foi significativa (P<0,05) par as digestibilidades da matéria seca, matéria orgânica, nitrogênio, extrato etéreo, fibra em detergente neutro e energia bruta, e também para os valores de NDT. Em todos os casos, houve redução da digestibilidade em função do aumento da gestação nas vacas alimentadas ad libitum, enquanto que nas vacas que sofreram restrição alimentar as digestibilidades de matéria orgânica, nitrogênio, extrato etéreo e fibra em detergente neutro aumentaram em função do tempo de gestação. A redução da digestibilidade da fibra em detergente neutro em função do tempo de gestação ocorreu mais rapidamente do que da digestibilidade da matéria seca. Os dados desse estudo sugerem que a redução na digestibilidade ocorrida em função do tempo de gestação nas vacas alimentadas ad libitum tenha sido causada pelo aumento da taxa de passagem, como fator compensatório para a redução do volume ruminal. Não foram observados efeitos da gestação sobre a produção de N microbiano em vacas Nelore. No quarto capítulo 49 vacas Nelore adultas (32 gestantes e 17 não gestantes) com peso médio inicial de 451 ± 10 kg foram usadas num experimento de abate comparativo objetivando descrever equações e relações para predizer as exigências líquidas e metabolizáveis de energia e proteína para vacas zebuínas adultas, gestantes e não gestantes. O consumo de alimento foi mensurado individualmente, sendo as vacas alimentadas com alto (ad libitum) ou baixo nível alimentar (1,2 vezes a mantença, segundo o NRC). As 32 vacas gestantes foram separadas em 4 grupos com 8 vacas cada (4 de cada nível alimentar) e abatidas aos 136 ± 1, 189 ± 1, 239 ± 1 e 269 ± 1 dias de gestação. As vacas não gestantes foram abatidas em diferentes tempos de experimento (85 a 216 dias de controle experimental) objetivando mantê-las em experimento por tempo semelhante às vacas gestantes. A energia e N digestível, bem como as perdas de energia na forma de metano e urina foram diretamente mensuradas para estabelecer as relações entre energia bruta, energia digestível e energia metabolizável. Os conteúdos de energia e N foram diretamente analisados no corpo vazio e no componente gestação das vacas. Um con-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

junto de equações e relações baseadas no método fatorial foi utilizado para estimar as exigências nutricionais de energia e proteína. Os requerimentos líquidos de energia e proteína para gestação (ELp e PLp) estimados nesse estudo foram em média 3⁄4 dos do NRC. Quando estimados por um modelo logístico, os requerimentos para gestação aumentaram até aproximadamente 250 dias de gestação, e então reduziram. Entretanto, quando estimados por modelos alométricos simples, os requerimentos para gestação atingiram o máximo somente próximo ao parto. Não foram observadas diferenças na dinâmica de energia e proteína (P=0,388 e 0,137, respectivamente) no corpo vazio da vaca livre do componente gestação, sugerindo que a gestação não afeta as exigências nutricionais para acumulo de reservas corporais em vacas adultas. As eficiências parciais de uso da energia metabolizável para mantença, ganho de peso e gestação (km, kg e kc) foram, respectivamente, 70, 53 e 12%. As eficiências parciais de uso da proteína metabolizável para mantença, ganho de peso e gestação (zm, zg e zc) foram respectivamente 22, 22 e 5%, indicando que em vacas adultas grande parte da proteína metabolizável não é recuperada na forma de tecidos. A eficiência de transformação da energia digestível em energia metabolizável foi 0,80.

Título em português

Desempenho nutricional de bovinos em pastejo suplementados durante os períodos de transição seca-águas e de águas Título em inglês

Nutritional performance of cattle under grazing and supplemented during dry-to-rainy and rainy seasons Pesquisador:

Janderson Florencio Figueiras

Email:

janderson.figueiras@ufv.br

Orientador:

Edenio Detmann

Data da defesa:

25/10/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Suplementação, Pastos tropicais, Consumo, Supplementation, Tropical pastures, Consumption, ZOOTECNIA 132

Resumo:

A presente Tese foi baseada em dois experimentos com bovinos de corte manejados em pasto de capim -braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.). No primeiro experimento objetivou-se avaliar os efeitos do fornecimento de quantidades crescentes de suplemento proteico durante o período de transição seca-águas sobre o consumo, a digestibilidade, as dinâmicas de trânsito e degradação ruminal dos compostos fibrosos e sobre aspectos do metabolismo de compostos nitrogenados. Foram utilizados cinco novilhos Nelore com peso corporal (PC) médio inicial de 273 kg, fistulados no rúmen e mantidos individualmente em piquetes de 0,34 ha. O experimento foi estruturado em delineamento em quadrado latino 5 5, com cinco tratamentos e cinco períodos experimentais. Os cinco tratamentos avaliados foram definidos de maneira a suplementar os animais em 0; 1,25; 2,5; 5,0 e 10,0 g de suplemento (em termos de matéria natural) por kg de PC. O suplemento foi composto por farelo de soja, milho, uréia e sulfato de amônio de forma a apresentar 340 g de proteína bruta (PB)/kg de matéria natural. Verificou-se que os consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), PB e MO digerida foram incrementados linearmente (P<0,10) com o aumento no fornecimento de suplemento. Contudo, nenhum efeito foi verificado (P>0,10) sobre o consumo de pasto e de fibra em detergente neutro (FDN). Os coeficientes de digestibilidade total e ruminal da MO e PB foram incrementados linearmente (P<0,10) à medida que se ampliou a quantidade de suplemento fornecida. Entretanto, nenhum efeito foi verificado (P>0,10) sobre os coeficientes de digestibilidade total e ruminal da FDN. A concentração de nitrogênio amoniacal ruminal (NAR) foi incrementada linearmente (P<0,10) com o aumento no fornecimento de suplemento. O aumento na quantidade de suplemento ampliou linearmente (P<0,01) o balanço de compostos nitrogenados no organismo do animal e no ambiente ruminal. A produção de compostos nitrogenados microbianos no rúmen (NMIC) foi incrementada linearmente (P<0,01) pelo aumento no fornecimento de suplemento. Nenhum efeito foi observado sobre as dinâmicas de trânsito e degradação da fibra no rúmen (P>0,10). A partir dos resultados do primeiro experimento concluiu-se que a suplementação proteica para bovinos viimanejados em pastagens durante o período de

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transição seca-águas não afeta o consumo voluntário de pasto. Observa-se, contudo, ampliação no balanço de compostos nitrogenados e na eficiência de uso do nitrogênio como reflexo de melhorias do status de nitrogênio no organismo animal. No segundo experimento objetivou-se avaliar os efeitos do fornecimento de suplementos com diferentes concentrações de proteína durante o período das águas sobre o consumo, a digestibilidade, as dinâmicas de trânsito e degradação ruminal dos compostos fibrosos e sobre aspectos do metabolismo de compostos nitrogenados. Foram utilizados cinco novilhos F1 Holandês Zebu com PC médio inicial de 296 kg, fistulados no rúmen e abomaso, mantidos individualmente em piquetes de 0,34 ha. O experimento foi estruturado em delineamento em quadrado latino 5 5, com cinco tratamentos e cinco períodos experimentais. Os cinco tratamentos avaliados foram: controle (somente mistura mineral) e suplementos formulados para conterem 0, 330, 670 e 1000 g de PB/kg de matéria natural fornecidos diariamente na proporção de 1 g de suplemento/kg PC. O suplemento contendo 0 g PB/kg de matéria natural foi composto exclusivamente por amido de milho. O suplemento contendo 1000 g PB/kg de matéria natural foi composto por farelo de soja, ureia e sulfato de amônio. Os suplementos contendo teores proteicos de 330 e 670 g/kg foram compostos pela substituição de 1/3 e 2/3 do amido pelo concentrado proteico. Verificou-se que os consumos de MS, MS de pasto, MO, PB, FDNcp e MO e FDN digeridas foram incrementados (P<0,10) com o fornecimento dos suplementos. Adicionalmente, verificou-se efeito linear positivo (P<0,10) da concentração de PB nos suplementos sobre os consumos de MS, MS de pasto, MO, PB e MO digerida. A suplementação não alterou (P>0,10) os coeficientes de digestibilidade total e ruminal da MO e da PB em relação ao controle, mas elevou (P<0,05) o coeficiente de digestibilidade total da FDN. O aumento na concentração de PB nos suplementos refletiu em efeito linear positivo (P<0,10) sobre os coeficientes de digestibilidade total e ruminal da MO e PB e afetou de forma quadrática (P<0,10) a digestibilidade total da FDN e a concentração de MO digerida na dieta. A concentração do NAR foi incrementada com o fornecimento de suplemento (P<0,01) em relação ao controle, e de forma semelhante foi incrementada linearmente (P<0,01) com aumento na concentração

de proteína no suplemento. Nenhum efeito foi observado sobre as dinâmicas de trânsito e degradação da fibra no rúmen (P>0,10). O balanço de compostos nitrogenados no organismo animal não foi, em média, alterado (P>0,10) pelo fornecimento de suplementos. Contudo, houve incremento linear (P<0,10) no balanço de compostos nitrogenados com a elevação na concentração de PB nos suplementos. viiiO fornecimento de suplementos incrementou (P<0,01) a NMIC, a qual também se alterou de forma linear e positiva (P<0,02) em função da concentração de PB nos suplementos. A partir dos resultados do segundo experimento concluiu-se que a suplementação proteica em bovinos manejados em pastagens durante o período das águas pode estimular o consumo voluntário de pasto e incorrer em maior eficiência de uso do nitrogênio em relação à suplementação energética, possível reflexo de adequações metabólicas e de melhorias do status de nitrogênio no organismo animal.

Título em português

Comportamento sexual, fertilidade e taxa de recuperação embrionária em jumentas da raça Pêga ao longo do ano Título em inglês

Sexual behavior, fertility and embryo recovery rate in Pêga breed jennies during two periods along the year Pesquisador:

Pedro Gama Ker

Email:

pgkvet@yahoo.com.br

Orientador:

Giovanni Ribeiro de Carvalho

Data da defesa:

11/10/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Embriões, Sêmen, Jumenta pega, embryos, semen, donkey picks, ZOOTECNIA Resumo:

Objetivou-se nesse estudo avaliar o efeito da variação do fotoperíodo sobre as características reprodutivas de jumentas da raça Pêga ao longo do ano; verificar a taxa de recuperação e viabilidade embrionária de lavados feitos nos dias 7, 8 e 9 pós-ovulação. No Experimento 1 foram avaliados 279 ciclos de 44 jumen-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

tas durante 3 anos consecutivos, sendo os grupos experimentais divididos de acordo com os períodos do ano: P1: outubro a março (período de fotoperíodo mais longo); P2: abril a setembro (período de fotoperíodo mais curto). Foram avaliadas as características de comportamento sexual, características ovarianas, uterinas e fertilidade. As jumentas foram rufiadas e avaliadas por palpação retal e ultrassonografia a cada dois dias. Aquelas que apresentavam comportamento de estro ou a presença de folículo maior que 25 mm de diâmetro em um dos ovários, foram controladas diariamente até a ovulação. Após a detecção de um folículo maior ou igual a 35 mm de diâmetro as jumentas foram artificialmente inseminadas ou cobertas a cada 48 horas até a ovulação. Os diagnósticos de gestação foram realizados aos 13, 25 e aos 35 dias após a ovulação por ultra-sonografia utilizando transdutor linear trans-retal de 5 MHz. Os valores médios das características diâmetro folicular no início do estro, diâmetro folicular pré- ovulação, duração do estro, intervalo início do estro à ovulação, intervalo da ovulação ao fim do estro, taxa de crescimento folicular, foram de 29,80±0,18 mm, 44,61±0,24 mm, 7,44±0,05 dias, 5,99±0,06 dias, 1,45±0,03 dias, 2,50±0,04 mm/dia, respectivamente. A porcentagem de duplas e triplas ovulações, frequência de ovulações entre os ovários direito e esquerdo e porcentagem de ovulações com alterações do folículo pré-ovulatório foram de 16,49% (46/279), 1,43% (4/279), 52,65% (146/279), 47,35% (133/279) e 77,85% (217/279), respectivamente. A taxa de prenhez geral foi de 60%. Não foram observadas entre os períodos, diferenças (P>0,05) nas características avaliadas. A variação do fotoperíodo não afetou as características foliculares, comportamento sexual e fertilidade de jumentas da raça Pêga nas condições experimentais avaliadas. No Experimento 2 avaliou-se a taxa de recuperação, as características morfométricas e estádio de desenvolvimento embrionário de embriões coletados nos dias D7, D8 e D9. Foram realizados 90 lavados uterinos de 7 jumentas da raça Pêga com idade variando de 6 a 14 anos. Foram recuperados 63 embriões de 90 lavados (70%) referentes a 107 ovulações (58,9%). O diâmetro médio dos embriões foi de 747.38 ± 76.45 μm. Dentre os embriões colhidos, as mórulas corresponderam a 1,59% (1/63), os blastocistos iniciais a 6,35% (4/63), os blastocistos a 23,81% (15/63) e os blastocistos ex134

pandidos 68,25% (43/63), dos embriões totais. Quanto à qualidade, 90,5% (57/63) dos embriões foram classificados como excelentes ou bons (Graus I e II) e 9,5% (6/63) como regulares ou ruins (Graus III e IV). Não foi observada diferença da taxa de recuperação embrionária entre os períodos do ano. Os dados de qualidade dos embriões obtidos no presente estudo são considerados satisfatórios para um programa de TE.

Título em português

Resíduo da produção de palmito da Palmeira Real Australiana na alimentação de vacas leiteiras Título em inglês

Residue from the production of the palm heart of Australian Royal Palm in feed dairy cows Pesquisador:

Geraldo Fábio Viana Bayão

Email:

geraldofabiob@yahoo.com.br

Orientador:

Augusto César de Queiroz

Data da defesa:

11/11/2013

Arquivo:

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Assuntos:

ZOOTECNIA, Archonthophoenix alexandrae, Resíduo, Sustentabilidade, Archonthophoenix alexandrae, Waste, Sustainability Resumo:

Realizaram-se dois experimentos. No primeiro, objetivou-se avaliar o consumo, digestibilidade, produção e composição do leite de vacas leiteiras consumindo resíduo da produção de palmito de Palmeira Real Australiana. Foram utilizadas 16 vacas da raça Holandesa, confinadas por um período de 60 dias. Os tratamentos foram 0%, 7,5%, 15% e 22,5% de inclusão de resíduo de palmito da Palmeira Real, com base na matéria seca (MS), na dieta volumosa composta por cana-de-açúcar. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema de medidas repetidas no tempo, utilizandose a produção de leite como critério para a formação dos blocos. Os dados foram comparados por regressão e testados os efeitos lineares e quadráticos dos níveis da bainha no volumoso. Apenas o ganho

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médio diário foi analisado como bloco inteiramente casualizado, uma vez que se tinham as pesagens no início e fim do experimento. Não observou-se diferença significativa para o consumo de proteína bruta, matéria orgânica e fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína. Observou-se efeito linear decrescente dos níveis do resíduo no volumoso sobre o consumo de MS, carboidratos não fibrosos e extrato etéreo. Verificou-se com a adição do resíduo na ração, diminuição do consumo de energia metabolizável e nutrientes digestíveis totais. Não houve efeito da inclusão do resíduo de palmito na dieta das vacas sobre a produção de leite e produção de leite corrigida para 4% de gordura. Não houve efeito da inclusão do resíduo de palmito sobre os teores de gordura, proteína, lactose e extrato seco total do leite. A substituição pelo resíduo da produção de palmito da Palmeira Real Australiana em até 22,5% em dietas baseadas em cana-de-açúcar para vacas de média e baixa produção, não altera a produção e composição do leite. No segundo experimento, objetivou-se avaliar a composição química e os parâmetros fermentativos do resíduo da produção de palmito da Palmeira Real com aditivos. Foram avaliadas as silagens de resíduo da produção de palmito da Palmeira Real (controle), a silagem de resíduo aditivada com 0,5% de ureia, silagem de resíduo aditivada com 0,5% de óxido de cálcio (CaO) e silagem de resíduo aditivada com 0,5% ureia e 0,5% óxido de cálcio. O resíduo foi acondicionado em silos experimentais (Baldes) dotados de válvula tipo Bunsen, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2 (inclusão ou não de cal x inclusão ou não de ureia) com 4 repetições. Foi feita a correção da matéria seca (MS) para perdas por compostos voláteis. O teor de (MS) foi maior para a silagem aditivada com ureia (19,2%). O teor de proteína bruta (PB) foi maior para as silagens as silagens que receberam ureia e cal (11,5%) e para as silagens que receberam ureia (10,6 ̈%), enquanto que para o teor de fibra em detergente neutro (FDNcp) e fibra em detergente ácido (FDA), a silagem controle foi a única que diferiu das demais, com teores de 69,93 e 51,40%. As perdas por efluentes foram maiores para a silagem controle e silagem com CaO (56,1% e 58,4%) e as perdas por gases na base da MS, foram maiores para a silagem aditivada com CaO e aditivada com ureia.

A silagem controle apresentou o menor pH (3,75). As silagens aditivas com CaO e CaO e ureia apresentaram os menores teores do ácido lático (3,2% e 3,3%) e maiores teores de ácido propiônico (0,29% e 0,30%). Não foi constatado diferenças significativas para o ácido butírico entre os tratamentos. O uso de óxido de cálcio em silagens com resíduo da produção de palmito da Palmeira Real não justifica-se diante os resultados observados.

Título em português

Níveis de fósforo disponível em rações para frangos de corte suplementadas ou não com fitase Título em inglês

Niveles de fósforo disponíble en raciones para pollos de engorde suplementadas o no con fitasa Pesquisador:

John Armando Parra Martin

Email:

john.martin@ufv.br

Orientador:

Luiz Fernando Teixeira Albino

Data da defesa:

13/11/2013

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Assuntos:

Enzima, Desempenho, Minerais, Cinza, Enzima, Rendimiento, Minerales, Gris, ZOOTECNIA Resumo:

Foram realizados 2 experimentos na Universidade Federal de Viçosa para validar os níveis de fósforo disponível preconizados nas Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (ROSTAGNO et al., 2011) suplementado a partir de fosfato bicálcico (experimento 1) e de fosfato bicálcico e fitase (500FTU∙kg. -1 de ração) (experimento 2) para frangos de corte machos de desempenho médio no período dos oito aos 21, 33 e 45 dias de idade mantendo-se a relação cálcio:fósforo disponível em 2,13:1. Para cada um dos experimentos foram utilizadas 480 aves da linhagem Cobb®, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com três níveis, oito repeti- ções e 20 aves por unidade experimental. A dieta foi isoenergética e isoprotéica baseada em milho e farelo de soja. Houve três planos alimentícios: inicial (8-21 dias), crescimento (21-33 dias) e finalização (33-45 dias) mantendo ní-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

veis abaixo da exigência (90%); valores da exi- gência (ROSTAGNO et al., 2011) (assumidos como 100%); e acima da exigência (110%). Os percentuais respectivos de Pd por fase foram: inicial: 0,352, 0,391 (100%) e 0,430; cres- cimento:0,308, 0,342 (100%) e 0,376; e finalização 0,268, 0,298 (100%) e 0,328. Cada grupo de animais manteve-se no mesmo nível de proporção (90-100-110%) ao longo dos experi- mentos. Os parâmetros avaliados foram peso final, ganho de peso, consumo de ração, conver- são alimentar, e quantificadas as cinzas, o fósforo e o cálcio nas tíbias (aos 22 e 33 dias) ou fêmures (aos 45 dias). Experimento 1: não houve diferenças nos valores de desempenho aos 21 dias nem aos 33 dias. Aos 45 dias houve piora na conversão alimentar conforme os níveis aumentaram (P<0,05). Em relação aos parâmetros ósseos, aos 21 dias foram observadas dife- renças significativas (P<0,05) somente para o fósforo (% e g). Aos 33 dias não foram obser- vadas diferenças (P>0,05) para nenhum dos parâmetros ósseos. Aos 45 dias houve diferenças significativas (P<0,05) para peso do fêmur, de cinzas (% e g) e quantidade de Ca e de P. Re- comenda-se diminuir os níveis de Pd em 10% até os 33 dias de idade. Experimento 2: em re- lação ao desempenho dos oito aos 21 dias de idade apenas houve diferenças significativas (P<0,05) para a variável consumo sendo menor no nível acima da exigência; os resultados do nível da exigência e o nível acima desta, foram semelhantes (P>0,05). Nem aos 33 dias nem aos 45 dias de idade houve diferenças (P>0,05). Em relação aos parâmetros ósseos: aos 21 viidias os níveis de fósforo disponível abaixo da exigência, reportaram os menores (P<0,05) quando comparados com níveis da exigência para as variáveis: cinzas (%), cálcio (% e g) e fósforo (% e g). Aos 33 dias não houve diferenças significativas (P>0,05). Aos 45 dias de idade os níveis de Pd abaixo da exigência reportaram os menores valores (P<0,05) para peso do fêmur, cinzas (% e g) e fósforo (g). Para cálcio não houve diferenças (P>0,05) sendo que conforme aumentavam os níveis de Pd o percentual de cálcio numericamente diminuía. Re- comenda-se avaliar níveis de Pd menos restritos quanto 10% para o período entre os oito e os 21 dias. Dos oito aos 33 dias de idade o nível de Pd abaixo da exigência (-10%) apresentou resultados similares tanto para desempenho quanto para variáveis ósseas. 136

Título em português

Desempenho zootécnico e qualidade de ovos de codornas japonesas alimentadas com rações contendo diferentes fontes de ômega 3 Título em inglês

Zootechnical performance and egg quality of Japanese quails fed diets containing different sources of omega 3 Pesquisador:

Michele de Oliveira Mendonça

Email:

michele.mendonca@ufv.br

Orientador:

Sérgio Luiz de Toledo Barreto

Data da defesa:

13/11/2013

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Assuntos:

Enriquecimento de ovos, Oleo de linhaça, Oleo de peixe, Oleo de canola, Enrichment of eggs, Linseed oil, Fish oil, Canola oil, ZOOTECNIA Resumo:

Foram conduzidos seis experimentos simultâneos com o objetivo de avaliar o desempenho zootécnico, a qualidade dos ovos e o tempo de incorporação de ácidos graxos na gema de ovos de codornas japonesas alimentadas com rações com diferentes níveis de óleo de linhaça em substituição ao óleo de soja (0, 25, 50, 75 e 100%, perfazendo os níveis de 0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0% de óleo de linhaça – Experimento 1) ou com rações suplementadas com 2% de óleo como fonte de ômega 3 (soja, linhaça, peixe e canola) (Experimento 2). Adotou-se delineamento inteiramente casualizado composto de cinco (Exp. 1) ou quatro (Exp. 2) tratamentos com oito repetições e oito aves por parcela. A utilização da substituição do óleo de soja pelo óleo de linhaça ou dos óleos rico em ômega 3 não alterou significativamente nenhum dos parâmetros de desempenho nem a qualidade interna e externa dos ovos, com exceção da intensidade da coloração amarela da gema, que aumentou linearmente com a inclusão de óleo de linhaça na ração (Exp. 1), e, no Exp. 2, se mostrou mais intensa com a utilização dos óleos de linhaça, de peixe e de canola. Em ambos os experimentos, constatou-se que o tempo médio para estabilização da maioria dos ácidos graxos na gema é de 21 dias de alimentação das

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Suplemento Especial - Agenda Científica

codornas com rações contendo as fontes de ômega 3. Além disso, maior incorporação nos ovos de n-3 total e dos ácidos linolênico, eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) e menores teores de ácidos linoléico, araquidônico e n-6 total e razão n-6/n-3 mais próxima da indicação para consumo humano (3 a 5:1) foi promovida pela alimentação das codornas com ração adicionada de óleo de linhaça. Mais dois ensaios foram realizados com o objetivo de avaliar os efeitos do tempo e da condição de estocagem sobre a qualidade de ovos de codornas alimentadas com rações suplementadas ou não com óleo de linhaça (Exp. 3) ou com fontes de ômega 3 (Exp. 4). Em ambos foi adotado delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5/4 x 2, sendo cinco níveis de óleo de linhaça/quatro tipos de óleo rico em ômega 3 e dois tempos de armazenamento (frescos [tempo zero] e estocados por 21 dias) ou duas condições de estocagem por 21 dias (com e sem refrigeração). Foram avaliados nos ovos: perda de peso, peso específico, pH do albúmen e pH da gema. O tempo e a xii condição de estocagem, principalmente na ausência de refrigeração, promovem piora da qualidade de ovos de codornas, independente do nível de óleo de linhaça ou do óleo como fonte de ômega 3 adicionada à ração. A utilização de até 2% de óleo de linhaça ou qualquer um dos óleos rico em ômega 3 na ração das codornas não causa alterações indesejáveis na maior parte dos parâmetros de qualidade dos ovos armazenados por 21 dias. O perfil de ácidos graxos e o grau de oxidação lipídica nas gemas de ovos submetidos ao processamento térmico ou diferentes condições de armazenamento por 35 dias produzidos por codornas alimentadas com rações com níveis crescentes de óleo de linhaça (Exp. 5) ou com óleos rico em ômega 3 (Exp. 6) foram analisados utilizando delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5/4 x 2 (cinco níveis de óleo de linhaça/quatro tipos de óleos rico em ômega 3) e duas categorias de processamento (submetidos ou não à cocção úmida) ou duas temperaturas de armazenamento (com e sem refrigeração). O processamento térmico, apesar de ter aumentado o grau de oxidação, incrementou o teor de poli-insaturados, especialmente o linolênico e reduziu o conteúdo de saturados. A estocagem por 35 dias sob refrigeração promoveu preservação da maioria dos ácidos graxos, principalmente os po-

li-insaturados da família ômega 3 e maior estabilidade oxidativa. O consumo diário de uma porção (cinco unidades) de ovos cozidos de codornas alimentadas com ração suplementada com 2% de óleo de linhaça é indicado para atendimento da recomendação de ingestão mínima de ômega 3 para adultos (250 mg/dia de EPA + DHA).

Título em português

Suplementação de vitamina E e selênio orgânico em dietas com ractopamina para suínos em terminação Título em inglês

Supplementation of vitamin E and organic selenium in diets with ractopamine to finishing pigs Pesquisador:

Priscila Furtado Campos

Email:

pricampos2@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

12/11/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Antioxidante, Terminação, Beta-adrenérgico, Carcaça, Qualidade de carne, Antioxidant, Termination, Beta-adrenergic, housing, Meat quality, ZOOTECNIA Resumo:

Dois experimentos foram conduzidos para avaliar a adição de selênio orgânico ou vitamina E em dietas suplementadas com ractopamina para suínos em terminação. No primeiro experimento, foram utilizados 80 animais distribuídos em delineamento de blocos ao acaso com cinco tratamentos, oito repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma dieta basal contendo ractopamina e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com quatro níveis de vitamina E (25, 50, 75 e 100 UI/kg) durante 28 dias antes do abate. Os níveis de vitamina E nas dietas não influenciaram o peso final, consumo de ração diário e ganho de peso diário. Observou-se efeito linear decrescente dos níveis de vitamina E sobre a conversão alimentar. A suplementação de vitamina E nas dietas não influenciou as características de

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Suplemento Especial - Agenda Científica

carcaça dos animais. Os tratamentos não influenciaram as características qualitativas da carne com exceção da oxidação lipídica que decresceu linearmente. No experimento dois foram utilizados 96 animais distribuídos em delineamento de blocos ao acaso com seis tratamentos, oito repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma dieta basal contendo ractopamina e outras quatro rações obtidas pela suplementação da ração basal com quatro níveis de selênio orgânico (0.12, 0.24, 0.36 e 0.48 mg/kg) e um tratamento adicional sem adição de selênio e ractopamina durante 28 dias antes do abate. A adição de ractopamina aumentou o peso final, ganho de peso diário, e diminuiu o consumo de ração diário e a conversão alimentar dos animais. A suplementação de ractopamina proporcionou diminuição na espessura de toucinho e aumento na área de olho de lombo. A ractopamina influenciou as características qualitativas da carne promovendo aumento na força de cisalhamento e diminuição no índice de fragmentação miofibrilar. Os níveis de selênio orgânico nas dietas não influenciaram o desempenho e as características de carcaça dos animais. Os tratamentos não influenciaram as características qualitativas da carne com exceção da oxidação lipídica que decresceu linearmente. O nível de vitamina E em dietas com ractopamina durante 28 dias para suínos em terminação a partir dos 85,0 kg é de 100 UI/kg. A utilização de 20 ppm de ractopamina resulta efeitos positivos no desempenho e características de carcaça, e determina ações negativas nos parâmetros de maciez da carne. O nível de selênio orgânico para suínos em terminação a partir de 85, 0 kg em dietas com 20 ppm de ractopamina é de 0,48 ppm.

Título em português

Aplicação de método de diagnóstico e gestão na comercialização da alface na feira livre em São João Evangelista, MG Título em inglês

Application of the method of diagnosis and management in marketing of lettuce at the Farmers Market of São João Evangelista (MG) 138

Pesquisador:

Eliane Sant'Anna de Mello

Email:

eliane.mello@ifmg.edu.br

Orientador:

Claudio Horst Bruckner

Data da defesa:

11/12/2013

Arquivo:

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Assuntos:

Agricultura familiar e olericola, Gestão de qualidade, Lactuca sativa L, FITOTECNIA, Lactuca sativa L, Quality management, Family farming and vegetable crop Resumo:

Este trabalho teve por finalidade analisar a aplicabilidade do Método de Entendimento Global de Associações - MEGA na comercialização da alface, na feira livre, em São João Evangelista, MG, com o intuito de identificar os problemas relativos às perdas e outros fatores que impedem o ciclo da produção com qualidade. O trabalho apresentou os resultados de uma pesquisa de campo, realizada junto a todos os agricultores familiares feirantes produtores de alface, no período de 2011 a 2013, utilizando como principal instrumento de aferição de qualidade - o MEGA. Para tanto, foi necessária a adoção de conceitos e práticas básicas da gestão geral e da gestão da qualidade na produção de produtos hortícolas. A pesquisa de campo foi feita com agricultores familiares (produtores de alface da feira livre local), por meio de visitas às suas propriedades, entrevistas com os feirantes, utilizando-se de um questionário semiestruturado, da observação participante, do registro fotográfico, do monitoramento do plantio e de testes para avaliação da conservação pós-colheita com base nas Normas de Classificação da Alface do Programa Paulista para a Melhoria dos Padrões Comerciais e Embalagens de Hortaliças. Na análise geral dos quadrantes, observou-se que os agricultores (A1a A8) apresentaram falhas nas forças essenciais da gestão da qualidade que envolve produtividade, capacidade, inovação e a qualidade propriamente dita. Concluiu-se que foi possível classificar a alface segundo as normas dos Ceasas do país e utilizar o MEGA na análise da qualidade da produção da alface dos agricultores familiares da feira livre de São João Evangelista, MG.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Avaliação nutricional de fontes de proteína com duas relações triptofano: lisina para suínos Título em inglês

Evaluation of protein sources and two digestible tryptophan:lysine ratios for swine Pesquisador:

Cinthia Maria Carlos Pereira

Email:

cinthia.pereira@ufv.br

Orientador:

Melissa Izabel Hannas

Data da defesa:

09/01/2014

Arquivo:

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Assuntos:

Suíno - Alimentação e ração, Aminoácidos, Proteínas, Digestibilidade, Agroindústria, Pig - Food and feed, Amino acids, Proteins, Digestibility, Agrobusiness, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Foram realizados dois ensaios experimentais, para determinar o coeficiente de digestibilidade ileal da proteína e aminoácidos dos alimentos e avaliar a redução do farelo de soja por coprodutos de origem animal com duas relações de triptofano digestível para suínos. O experimento de digestibilidade dos alimentos para suínos foi conduzido para determinar os coeficientes de digestibilidade ileal estandardizado (CDIePB e CDIeAA) da proteína e dos aminoácidos do milho (M), farelo de soja (FS), farinha de carne & ossos (FCO) e farinha de pena (FP). Foram utilizados 15 suínos machos castrados, com cânula T no íleo terminal, distribuídos em blocos casualizados com cinco tratamentos, dois períodos e três repetições por período. Os tratamentos consistiram de uma dieta isenta de proteína (DIP) para determinação da perda endógena, DIP + M, DIP + FS, DIP + FCO e DIP + FP. Cada período teve duração de sete dias, sendo cinco dias de adaptação dos animais à dieta e dois dias de coleta ileal. Os CDIePB foram 85,75; 82,45; 74,67 e 73,65%, respectivamente. Os CDIeAA foram para o M de 87,53% (lisina), 83,67% (treonina), 92,06% (metionina), 80,48% (triptofano) e 86,00% (valina). Os CDIeAA para o FS foram 90,06% (lisina), 80,65% (treonina), 91,38% (metionina), 84,02% (triptofano) e 84,27% (valina). Os CDIeAA para o FCO foram 79,55% (lisi-

na), 75,80% (treonina), 81,94% (metionina), 70,80% (triptofano) e 78,18% (valina). Os CDIeAA para o FP foram 69,52% (lisina), 74,13% (treonina), 77,12% (metionina), 66,19% (triptofano) e 79,77% (valina). Os coeficientes de digestibilidade ileal estandardizado do M, FS, FCO e FP analisados podem ser utilizados como referência na formulação de dietas para suínos. No experimento de desempenho foi avaliada a redução do FS por coprodutos de origem animal (FCO e FP) em suínos alimentados com duas relações de triptofano digestível: lisina digestível - Trp: Lys (18 e 21%) nas fases de 15 a 25 (inicial), 30 a 65 (crescimento) e 70 a 95 kg (terminação) de peso vivo. Foram utilizados 96 suínos machos castrados distribuídos em delineamento em bloco casualizado num arranjo fatorial 2 x 2 (duas fontes de proteínas - FCO e FP x duas relações Trp: Lys - 18 e 21%) com 12 repetições e dois animais para cada repetição. Nas três fases experimentais, não houve interação (P > 0,05) entre as relações Trp: Lys com as duas fontes de proteína. As relações Trp: Lys e as fontes de proteína avaliadas não influenciaram (P > 0,05) no desempenho dos suínos de 15 a 25 kg de peso vivo. Na fase de 30 a 65 kg de peso vivo, a dieta vegetal aumentou (P < 0,03) o CRD. Nesta fase também foi observado que a relação 21% de Trp: Lys melhorou o PF, o GPD e a EA. Na fase de 70 a 95 kg de peso vivo, as fontes de proteína não influenciaram (P > 0,05) no desempenho. Por sua vez, a Trp: Lys de 21% melhorou (P < 0,01) o PF, CRD e GPD. Os resultados deste experimento indicam que rações contendo níveis práticos de FCO e FP nas rações de suínos na fase de inicial, crescimento e terminação, podem substituir os alimentos vegetais. Por sua vez, a relação de Trp: Lys de 21% proporcionou os melhores resultados de desempenho nas fases de crescimento e terminação.

Título em português

Efeito dos meios básicos de cultivo, IGF-1 e GH, no desenvolvimento in vitro de folículos pré-antrais bovinos inclusos em tecido ovariano Título em inglês

Effects of basic culture medium, IGF-1 and GH in development in vitro of bovine preantral follicles enclosed in ovarian tissue

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Carolina Rodriguez Jimenez

Email:

zoocaro@hotmail.com

Orientador:

Ciro Alexandre Alves Torres

Data da defesa:

26/02/2014

Arquivo:

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Assuntos:

FISIOPATOLOGIA DA REPRODUCAO ANIMAL, Biotecnologia, Bovinos, Folículo pré-antral, Foliculogênese, Ovário in situ, Biotechnology, Cattle, Pre-antral follicle, Folliculogenesis, Ovary situ Resumo:

Os objetivos deste estudo foram (1) determinar o melhor meio-base para o cultivo de folículos pré-antrais bovinos inclusos no tecido cortical ovariano (in situ), utilizando o meio essencial mínimo (α-MEM), meio de cultivo de tecido 199 (TCM-199) e meio McCoy’s (McCoy’s); (2) avaliar diferentes concentrações do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) e do hormônio do crescimento (GH) no desenvolvimento dos folículos pré-antrais bovinos cultivados in situ; e (3) avaliar um meio sequencial contendo GH e, ou, IGF-1 sobre o cultivo in situ de longa duração de folículos pré-antrais bovinos. Ovários de vacas sem padrão racial definido foram coletados em abatedouros locais e transportados ao laboratório em TCM-199 suplementado com HEPES, bicarbonato de sódio, ácido pirúvico, penicilina e estreptomicina. No laboratório o córtex ovariano foi fragmentado e destinado a cultivos de curta duração (sete dias) nas fases I, II e de longa duração (14 dias) na fase III. O cultivo foi realizado em incubadora a 37 oC e 5% de CO2 em placa de 24 poços com troca total de meio a cada dois dias. Fragmentos ovarianos não cultivados (controle) e cultivados foram processados para avaliação histológica (morfológica e morfométrica), sendo avaliados o percentual de folículos morfologicamente normais, primordiais e em desenvolvimento (primários e secundários) além do diâmetro folicular e oocitário. Além disto, a viabilidade foi avaliada pela coloração de azul de tripan, sendo os folículos classificados como corados e não corados, mortos e vivos, respectivamente. As variáveis morfológicas e morfométricas foram submetidas à ANOVA, seguidas de comparações entre médias pelo teste de Tukey e Dunnett e as variáveis de viabilidade foram submetidas ao teste de Qui-quadrado (χ2). Os 140

resultados da Fase I mostraram que o α-MEM suplementado (α-MEM+) preservou a morfologia folicular e se destacou na análise morfométrica e de viabilidade. Consolidando os resultados obtidos na fase I, na fase II utilizou-se o α-MEM+ com diferentes concentrações de IGF-1 recombinante humano (0, 30, 70, 100 ng/mL) ou GH recombinante humano (0, 10, 25, 50 ng/mL), compondo os experimentos 1 e 2, respectivamente. Os resultados mostraram que os tratamentos IGF-1(30 ng/mL) e GH (50 ng/mL) foram as concentrações mais eficientes para manter a funcionalidade morfológica e morfométrica, assim como, a viabilidade de folículos pré-antrais bovinos cultivados in situ. Na fase III, os fragmentos ovarianos foram cultivados em α-MEM+ na ausência ou presença de GH (50 ng/mL) e, ou, IGF-1 (30 ng/mL), adicionados da seguinte forma: (α-MEM+) durante 14 dias; (GH→IGF-1) GH do dia 1o ao 7o e IGF-1 do dia 8o ao 14o; (IGF-1→GH) IGF-1 do dia 1o ao 7o, e GH do dia 8o ao 14o; e (GH+IGF-1) durante 14 dias. O tratamento (GH→IGF-1) manteve o percentual de folículos morfologicamente normais durante todo o período de cultivo, e o percentual de folículos em desenvolvimento aumentou quando comparado com o controle a fresco após sete dias de cultivo, enquanto o diâmetro folicular aumentou em ambos, dia 7 e 14 de cultivo. Portanto, conclui-se que folículos pré-antrais bovinos cultivados in situ em meio sequencial, tratados com GH→IGF-1, melhoram o desenvolvimento e o diâmetro folicular até a primeira metade do cultivo e mantêm estes parâmetros com normalidade e viabilidade até o fim do cultivo in vitro.

Título em português

Níveis de lisina digestível em rações para galinhas poedeiras leves no período de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade Título em inglês

Levels of digestible lysine in diets for laying hens from 24 to 40 and 42 to 58 weeks of age Pesquisador:

Silvana Marques Pastore

Email:

silvanazoo@hotmail.com

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

14/02/2014

Arquivo:

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Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

Título em inglês

Galinhas, Aminoacidos, Desempenho, Qualidade de ovo, Chickens, Amino acids, Performance, Egg quality, ZOOTECNIA Resumo:

Foram realizados dois experimentos no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa com o objetivo de determinar a exigência de lisina digestível para galinhas poedeiras leves nos períodos de 24 a 40 (experimento 1) e de 42 a 58 semanas de idade (experimento 2). Em cada experimento, foram utilizadas 288 galinhas poedeiras da marca comercial Hy Line W-36 distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com seis níveis de lisina digestível (6,0; 6,6; 7,2; 7,8; 8,4 e 9,0 g/kg), oito repetições e seis aves por unidade experimental (UE). As variáveis avaliadas em cada experimento foram: consumos de ração (g/ave/dia) e de lisina digestível (mg/ave/dia), produção de ovos (%), peso médio dos ovos (g), massa dos ovos (g/ave/dia), conversões alimentares por massa (g/kg) e por dúzia de ovos (dz/kg), pesos de casca (g), gema (g) e albúmen (g) e ganho de peso das aves (g). No experimento 1 houve efeito linear crescente dos níveis de lisina digestível da ração sobre os consumos de ração e de lisina digestível. O modelo Linear Response Plateau foi o que melhor se ajustou aos dados das demais variáveis avaliadas, com exceção dos pesos de casca e de albúmen, que não foram influenciados pelos níveis de lisina da ração. No experimento 2 houve efeito linear crescente dos níveis de lisina digestível na ração sobre o consumo de lisina digestível. Não houve efeito dos níveis de lisina da ração sobre a conversão alimentar por dúzia de ovos nem sobre o peso da casca dos ovos. Para as demais variáveis analisadas, o modelo Linear Response Plateau foi o que melhor se ajustou aos dados. A exigência de lisina digestível de galinhas poedeiras leves no período de 24 a 40 semanas de idade é de 8,48 g/kg e, no período de 42 a 58 semanas de idade, de 7,68 g/kg de ração, valores que correspondem a consumos diários de lisina digestível de 813 mg/ave e 730 mg/ave, respectivamente.

Título em português

Mobilização de reservas corporais e eficiências energéticas de cabras no início da lactação

Mobilization of body reserves and energy efficiency for goats in early lactation Pesquisador:

Tadeu Silva de Oliveira

Email:

tadeusilva@zootecnista.com.br

Orientador:

Marcelo Teixeira Rodrigues

Data da defesa:

24/02/2014

Arquivo:

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Assuntos:

EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS, Caprino, Lactação, Caprino - Composição corporal, Metabolismo energético, Goats, Lactation, Caprine - Body composition, Energy metabolism Resumo:

Objetivou-se com este estudo determinar a magnitude da mobilização das reservas corporais, a eficiência de utilização da energia corporal mobilizada para a produção de leite e as exigências energéticas de cabras para mantença e lactação durante o início da lactação. Utilizou-se 51 cabras multíparas da raça Alpina, alocadas em baias metabólicas individuais providas de cochos para fornecimento de ração e água. As cabras foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, com oito tratamentos e seis repetições, sendo os tratamentos constituídos pelas semanas de lactação. Todos os animais receberam uma única dieta experimental à base de silagem de milho e concentrado. Um grupo de três cabras (grupo referência) foram abatidas logo após o parto para estimação da massa de gordura interna e para determinação da energia corporal inicial dos animais que permaneceram no experimento, os demais abates foram realizados com o decorrer da lactação (7o dia ao 56o dias de lactação). Foram realizados abates sequenciais de seis cabras por semanas de lactação, todas as partes do corpo foram pesadas, amostradas para mensuração da massa de gordura interna e determinação da energia corporal dos animais mediante a análise química da matéria seca, proteína bruta, gordura bruta, cinzas e energia dos tecidos corporais. O consumo de matéria seca foi determinado individualmente e diariamente. As cabras eram levadas para a sala de ordenha duas vezes ao dia (6h30 e às 15h30), a produção de leite dos animais foram men-

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

suradas por meio de pesagens diárias e individuais do leite e as amostras de leite foram coletadas semanalmente de cada animal e levadas ao laboratório para para avaliação dos constituintes do leite (gordura, proteína, lactose). Foi realizado um ensaio de digestibilidade no 23o dia experimental utilizando-se seis cabras lactantes para determinação da digestibilidade e do valor energético da dieta. Para determinar a variação de energia corporal foi feita uma regressão múltipla, baseada na massa corporal e nas semanas de lactação, com isso, estimou-se o peso de corpo vazio uma semana antes do abate do animal (PCV SEM-1), assim subtraindo o (PCV SEM-1) com peso de corpo vazio observado no momento em que cada animal foi abatido. Houve uma aumento de forma curvilínea do consumo de matéria seca (P <0,001) e da produção de leite (P <0,006). A gordura e a proteína do leite reduziram ( P <0,006) com o avanço da lactação. A massa corporal reduziu (P <0,008) de forma muito intensa durante as primeiras quatro semanas de lactação. As massas de gorduras omental (P <0,005) e visceral (P <0,003) reduziram linearmente durante as oito semanas de lactação. O peso da carcaça (P <0,002) e dos componentes não-carcaça (P <0,001) também foram afetados de forma negativa com o avanço da lactação. Na massa de gordura da carcaça houve uma redução (P <0,003) de 5,6 para 2,1 kg, entre o parto até a oitava semana, já a massa de gordura dos componentes não-carcaça reduziram (P <0,002) de 8,49 para 2,8 kg. Houve mobilização da proteína da carcaça (P <0,001) de 4,36 para 2,89 kg, também foi observado redução da proteína dos componentes da não-carcaça (P <0,0001) de 3,69 para 2,35 kg, durante oito semanas de lactação. Para determinar as eficiências de utilização da energia da gordura mobilizada e a proveniente da dieta, utilizouse as seguintes equações: CEM, Mcal = β0 + β1 × EL + β2 × Emob (eq. 1); em que, o CEM é o consumo de energia metabolizável, EL é a energia do leite e o Emob é a energia mobilizada do corpo. CEM, Mcal = β0 + β1 × PC0,75 + β2 × EL + β3 × Emob (eq. 2), em que, o PC0,75 é o peso corporal metabólico. A eficiência de utilização da gordura mobilizada (Kmob) foi encontrada através da razão entre o β1/ β2 da equação 1. A exigência de energia metabolizável para a mantença e para a lactação, são representadas pelos β1, β2 da equação 2, já a eficiência de utilização para 142

a lactação (KL) é a recíproca do 1/ β2. A eficiência de utilização para a mantença (km) foi determinado através da equação km = 0,35 × qm + 0,503, em que, qm é a mobilizabilidade dos alimentos para mantença. A eficiência de utilização da gordura mobilizada foi de 0,74, para lactação de 0,93 e para a mantença de 0,74. A exigência de energia metabolizável para mantença foi de 0,190 Mcal/ PC0,75, onde esta foi dividida em metabolismo basal que foi de 0,0946 Mcal/ PC0.75, e energia de suporte para a lactação que foi de 0,0954 Mcal/ PC0.75. Outro estudo foi realizado avaliando as predições do Small Ruminant Nutrition System (SRNS) sobre digestibilidade dos nutrientes da dieta e nas exigências energéticas de cabras no início da lactação. A avaliação do programa foi feito com base nos valores observados neste estudo e os valores estimados pelo SRNS. Na avaliação dos coeficientes da digestibilidade, NDT, CEM, CEL foram utilizados seis animais. Para avaliação do CMS, CEM, EMm, EML, balanço de EM, variação do ECC, variação da massa corporal, utilizou-se as 51 cabras em início de lactação. Foram utilizados como inputs para o programa as seguintes variavéis: massa corporal, idade, consumo de matéria seca, ingestão de nutrientes diários, produção de leite, teor de gordura e proteína no leite, escore de condição corporal (ECC). Para a avaliação do consumo de matéria seca, utilizou-se a equação do AFRC (1998): CMS, kg/d = 0,42 × PL3,5% + 0,024 × PC0,75 + 0,4 × ΔPC + 0,7 × Proporção de forragem na dieta, em que, ΔPC é variação do peso corporal, devido a equação existente no programa ser desenvolvida para ovelhas. Para avaliação dos modelos foram utilizadas varias técnicas estatíticas, como: coeficiente de determinação, intervalos de confiança dos parâmetros, coeficiente de correlação de concordância, quadrado médio do erro de predição, entre outros. O SRNS tem boa acurácia na predição dos coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, matéria orgânica, NDT, CEM e CEL. Entretanto, não faz uma boa predição para os coeficientes de digestibilidade aparente da proteína bruta, gordura e do coeficiente de digestibilidade fibra. Para os coeficientes de digestibilidade aparente da proteína bruta, gordura o SRNS subestimou os valores, por causa dos componentes endogenos. Já para o coeficiente de digestibilidade fibra ocorre o contrário, o SRNS superestimou os valores, por causa da

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

diferente entre as taxas de degradação da fibra de gramíneas de clima temperado com as de clima tropical. A equação do AFRC (1998) não estimou bem o consumo de cabras em início de lactação. Os valores de CEM, balanço de EM e EMm, foram subestimados pelo SRNS. Entretanto, o SRNS estimou com acurácia os valores EML, variação do ECC e variação da massa corporal. As cabras durante as oito semanas pós- parto mobilizaram não apenas gordura, mas também proteína corporal. As cabras mobilizaram em média de 6,48 MJ/d de energia. A eficiência de utilização da energia mobilizada é de 74% e a eficiência de utilização da energia dietética é de 93%. O SRNS tem baixa acurácia para predição da qualidade da dieta e boa acurácia para predição das reservas corporais de cabras em início de lactação.

Título em português

Níveis de cálcio e relações cálcio: fósforo em rações para galinhas poedeiras leves Título em inglês

Levels of calcium and calcium: phosphorus ratio in light-weight laying hens diets Pesquisador:

Eliane Aparecida da Silva

Email:

eliane.silva@ufv.br

Orientador:

Paulo Cezar Gomes

Data da defesa:

10/03/2014

Arquivo:

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Assuntos:

Galinhas poedeiras - Alimentação e rações, Nutrição - Controle, Cálcio, Fósforo, Laying hens - Food and feed, Nutrition - Control, Calcium, Match, EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS Resumo:

Com o objetivo de determinar a exigência nutricional de cálcio e a melhor relação cálcio: fósforo disponível (Ca: Pd) para galinhas poedeiras leves nos períodos de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade, foram realizados dois experimentos no setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa. Em ambos os experimentos foram utilizadas 576 galinhas poedeiras Hy-Line W36, dis-

tribuídas em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 3, sendo 4 níveis de cálcio (3,4; 3,8; 4,2 e 4,6%) e 3 relações Ca: Pd (9:1; 13:1 e 17:1), totalizando doze tratamentos com oito repetições e seis aves por unidade experimental. O primeiro experimento foi realizado no período de 24 a 40 semanas de idade e o segundo experimento no período de 42 a 58 semanas de idade. Foram avaliados os parâmetros de desempenho produtivo (produção de ovos, ganho de peso, conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos), de qualidade do ovo (porcentagem e peso de gema, porcentagem e peso de albúmen, porcentagem, peso e espessura de casca, gravidade específica dos ovos) de composição da casca (teores de matéria mineral, de cálcio e de fósforo na casca), de características ósseas (peso da tíbia, teores de matéria mineral, de cálcio e de fósforo na tíbia), de balanço de cálcio e de fósforo (consumo de cálcio e de fósforo, teores de matéria mineral, de cálcio e de fósforo na excreta e retenção de cálcio e de fósforo pelas aves). No primeiro experimento, houve efeito dos níveis de cálcio (P<0,05) sobre a conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos, o aumento do nível de cálcio proporcionou melhora na conversão alimentar. Não se observou efeito (P>0,05) dos níveis de cálcio e das relações Ca: Pd sobre o consumo de ração e a produção de ovos. O aumento do nível de cálcio na ração proporcionou redução (P<0,05) no conteúdo da gema, em gramas e em porcentagem; e aumento (P<0,01) no peso e percentual da casca e na gravidade específica dos ovos. Houve efeito (P<0,01) da interação entre os níveis de cálcio e as relações Ca: Pd para os conteúdos de matéria mineral em porcentagem e em gramas; de fósforo em porcentagem e em miligramas, e também (P<0,05) para o teor de cálcio, em gramas; na casca. Observou-se que o aumento do nível de cálcio na ração promoveu aumento linear (P<0,01) na porcentagem de matéria mineral da tíbia. Houve efeito da interação (P<0,01) entre os níveis de cálcio e as relações Ca: Pd para o percentual de fósforo na tíbia. O aumento do nível de cálcio dietético proporcionou (P<0,01) aumento linear no consumo do mesmo, porém as relações Ca: Pd não influenciaram (P>0,05) esse parâmetro. Exceto para o consumo de cálcio, houve efeito (P<0,01) da interação entre os níveis de cálcio e as relações Ca: Pd para todos os parâmetros relacionados ao balanço

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

de cálcio e de fósforo. A exigência de cálcio estimada para poedeiras leves de 24 a 40 semanas de idade é de 4,27%, correspondendo a um consumo médio de 4,0 g de cálcio/ave/dia. A melhor relação cálcio/fósforo disponível é de 17:1, que corresponde a um consumo médio de 235 mg de fósforo disponível/ave/dia. No segundo experimento, observou-se efeito significativo dos níveis de cálcio sobre o consumo de ração e sobre a conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos, o aumento no nível de cálcio na ração propiciou melhora na conversão alimentar. As relações Ca: Pd não influenciaram (P>0,05) os parâmetros relacionados ao desempenho produtivo. Houve efeito quadrático dos níveis de cálcio sobre o peso, a porcentagem e a espessura da casca e, também sobre gravidade específica dos ovos. As relações Ca: Pd não influenciaram (P>0,05) os parâmetros relacionados à qualidade do ovo. O aumento do nível de cálcio na ração proporcionou aumento linear (P<0,01) no conteúdo de cálcio da casca, em gramas. Não se observou efeito (P>0,05) das relações Ca: Pd sobre os parâmetros relacionados à composição da casca do ovo. Houve efeito (P<0,01) da interação entre os níveis de cálcio e as relações Ca: Pd para os conteúdos de matéria mineral e de fósforo em gramas e em percentual e também para o percentual de cálcio na casca do ovo. As relações Ca: Pd não influenciaram (P>0,05) os parâmetros relacionados às características ósseas das poedeiras. Os níveis de cálcio exerceram influência significativa sobre os teores de cálcio e de fósforo da tíbia, em gramas. Verificou- se efeito significativo da interação entre os níveis de cálcio e as relações Ca: P sobre os conteúdos de matéria mineral na tíbia, em gramas e em porcentagem; de cálcio e de fósforo na tíbia, em porcentagem. Observou-se efeito (P<0,01) dos níveis de cálcio sobre o consumo de cálcio, cálcio excretado e retido em porcentagem e em gramas/ ave/dia, e sobre o fósforo excretado em gramas/ave/ dia. Dentre todas as características relacionadas ao balanço de cálcio e fósforo as relações Ca: Pd influenciaram (P<0,01) apenas o fósforo excretado em gramas/ave/dia, onde a menor excreção de fósforo foi obtida com a relação Ca: Pd 17:1. Houve efeito significativo da interação níveis de cálcio e relações Ca: Pd sobre o percentual de matéria mineral na excreta; consumo de fósforo; fósforo excretado em percentual e, fósforo retido em percentual e em gramas/ave/dia. 144

A exigência de cálcio estimada para poedeiras leves de 42 a 58 semanas de idade é de 4,43%, correspondendo a um consumo médio de 4,27 g de cálcio/ ave/dia. A melhor relação cálcio/fósforo disponível é de 17:1, que corresponde a um consumo médio de 251 mg de fósforo disponível/ave/dia.

Título em português

Avaliação de sistemas de produção de leite quanto à utilização de nitrogênio e fósforo Título em inglês

Evaluation of milk production on the use of nitrogen and phosphorus systems Pesquisador:

Franscine Kelli Quinhones Bonatti

Email:

fkbonatti@hotmail.com

Orientador:

José Carlos Pereira

Data da defesa:

07/03/2014

Arquivo:

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Assuntos:

Leite - Produção, Bovino de leite, Nutrição Animal, Modelos matemáticos, Excreção de nitrogênio, Excreção de fósforo, Milk - Production, Bovine milk, Animal Nutrition, Mathematical models, Nitrogen excretion, Phosphorus excretion, MANEJO DE ANIMAIS Resumo:

Objetivou-se avaliar modelos matemáticos, para a excreção de nitrogênio e fósforo por vacas leiteiras utilizando dados coletados em sistemas de produção de leite no Estado de Minas Gerais. Foram coletados dados em seis sistemas de produção de leite inseridos nas mesorregiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes, e realizadas seis visitas técnicas com intervalo de 30 dias, compreendendo ao período de julho a dezembro de 2009. Os dados coletados foram número de vacas em lactação, produção de leite, quantidade e composição da dieta. Em cada lote de produção foi mensurado o peso vivo dos animais e coletado amostras de fezes, urina, leite e alimentos. Nessas amostras foram analisados os teores de nitrogênio e fósforo, e a partir desses valores quantificados o consumo de nitrogênio (CN) e fósforo (CP), as excreções de nitrogênio e fósforo nas fezes (ENF; EPF) no leite (ENL;

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

EPL) e na urina (ENU; EPU). Os modelos adotados nas comparações foram selecionados após a análise exploratória dos dados, através de gráficos de dispersão e testes de correlação, e avaliação do comportamento entre as variáveis respostas e variáveis preditoras, levando em consideração o realismo biológico do modelo. A variável explicativa adotada para a modelagem da excreção de nitrogênio foi o consumo de nitrogênio (CN), e para a modelagem da excreção de fósforo foi o consumo de fósforo (CP). Os modelos foram avaliados segundo o critério de Informação de Akaike corrigido (AICc) e suas medidas derivadas como a verossimilhança da probabilidade evidência da verossimilhança, e a relação entre a probabilidade relativa ou . Para os ajustes dos modelos foram utilizados os pacotes stats, minpack.lm e AICcmodavg que estão disponíveis no software R (R Development Core Team, 2013). Para a excreção nitrogênio no leite (ENL) foi selecionado o modelo assintótico Morgan-Mercer-Flodin, para a excreção de nitrogênio nas fezes (ENF) o modelo Exponencial-Associação2p e para a excreção de nitrogênio na urina (ENU) o modelo linear com intercepto. Para a excreção fósforo no leite (EPL) foi selecionado o modelo assintótico de Weibull, para a excreção de fósforo nas fezes (EPF) o modelo Exponencial2p e para a excreção de fósforo na urina (ENU) o modelo assintótico Logístico3p. A partir desses modelos foi desenvolvido um programa para quantificar a excreção e eficiência de utilização do nitrogênio e fósforo em sistemas de produção de leite, através do balanço de massa de nutrientes. O programa foi desenvolvido em planilhas eletrônicas (Microsoft Excel), e é constituído pelas entradas (inputs) e saídas (outputs) de dados. Os inputs foram classificados como os dados que o usuário necessita fornecer ao programa, para que os outputs, que são os dados gerados pelo programa, possam ser calculados. Os inputs necessários foram: área do sistema de produção, número médio de animais por categoria animal, consumos médios de matéria seca, nitrogênio e fósforo, quantidades de alimentos utilizados na alimentação animal, quantidades de nitrogênio e fósforo utilizados na fertilização de culturas e pastagens, produção média de leite dos animais, porcentagem de proteína e fósforo no leite, número de animais comprados e vendidos. Os outputs gerados foram: excreção total de dejetos, excreção de nitrogênio e fósforo nas fezes e urina de vacas em lactação, excreção de nitrogênio nos

dejetos de vacas secas e novilhas, balanço de nutrientes, eficiência de utilização do nitrogênio e fósforo de vacas em lactação e do sistema de produção. Após a construção do programa, foram realizados dois ensaios para a avaliação do balanço de nutrientes e eficiência de utilização do nitrogênio e fósforo. O conjunto de dados utilizados foi proveniente de dois sistemas de produção de leite. As maiores entradas de nitrogênio (N) foram na forma de alimentos, e de fósforo (P) na forma de fertilizantes. As maiores saídas de nutrientes foram na forma de perdas, representando 83,8 e 72,7% de perdas de N, e 28,4% e 37,5% de perdas de P. O balanço de nutrientes em kg/área foi de 67,8% e 73,5% para o N e 40,8% e 31,9% para o P. A eficiência de utilização do N dos sistemas foi de 32,3 % e 36,1%, e a eficiência de utilização do fósforo foi de 13,3% e 20,1%. Com os dados coletados nos sistemas de produção de leite foi possível avaliar e selecionar modelos matemáticos para predição da excreção de nitrogênio por vacas leiteiras. Os dados utilizados para excreção de nitrogênio na urina, não indicaram relação entre o consumo de nitrogênio e sua excreção na urina, o que pressupõe a necessidade de nova coleta de dados para estabelecer uma melhor relação entre entre essas suas variáveis. Os modelos matemáticos selecionados para excreção de nitrogênio no leite e nas fezes, e a excreção de fósforo no leite, nas fezes e na urina, podem ser utilizados para o estudo da eficiência de utilização e excreção de nitrogênio e fósforo em sistemas de produção de leite no Brasil. O programa desenvolvido foi capaz de quantificar a excreção, a eficiência de utilização e o balanço de N e P em sistemas de produção de leite.

Título em português

Avaliação sazonal de parâmetros fisiológicos de reprodutores caprinos da raça Alpina Título em inglês

Seasonal evaluation of physiological parameters of Alpine goats breeding Pesquisador:

Julio César Oliveira Dias

Email:

diasjuliovet@yahoo.com.br

Orientador:

Cristina Mattos Veloso

Data da defesa:

20/03/2014

Arquivo:

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Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

Caprinos - Reprodução, Bioclimatologia, Sêmen, Bode, Goats - Reproduction, Bioclimatology, Semen, Billy-goat, REPRODUCAO ANIMAL Resumo:

Esse trabalho avaliou durante doze meses a capacidade adaptativa e as variações dos parâmetros fisiológicos e reprodutivos de quatro machos caprinos da raça Alpina, criados em condições de clima tropical de altitude. A temperatura ambiente, a umidade relativa do ar e a temperatura do globo negro, para o cálculo do ITGU, foram coletadas em cinco momentos do dia, três vezes por semana, durante as quatro estações climáticas anuais. A temperatura ambiente máxima e mínima, e a luminosidade foram registradas diariamente, enquanto as avaliações seminais, hormonais, sanguíneas, comportamentais, as frequências respiratória e cardíaca, e as temperaturas retal e superficial foram realizadas quinzenalmente. Houve diferença entre os valores médios da temperatura superficial, da frequência respiratória, dos hormônios e de alguns parâmetros hematológicos (proteína total e monócitos) entre as estações climáticas (P<0,05). No entanto, não foram observadas situações de estresse térmico, com base nos parâmetros fisiológicos que ficaram dentro da normalidade e do esperado para espécie caprina. Houve diferença (P<0,05) entre os valores médios mensais do perímetro escrotal, volume testicular, volume e concentração do sêmen fresco, vigor espermático do sêmen descongelado, níveis séricos de testosterona, FSH e LH e alguns comportamentos sexuais de cortejo e cópula. As variações anuais dos parâmetros testicular e seminal podem ter sido determinadas pelas estações reprodutiva e não-reprodutiva, principalmente, pela frequência de utilização dos machos reprodutores. Os parâmetros seminais durante todo o período experimental ficaram próximos ou superiores aos valores recomendados pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA), não sendo observadas diferenças durante o ano na motilidade progressiva e funcionalidade da membrana (teste hiposmótico) para o sêmen descongelado (P>0,05), permitindo inferir que o ambiente não levou a alterações nas membranas plasmáticas espermáticas e diminuição da qualidade seminal. No 146

gel de poliacrilamida de 10% foram identificadas 22 bandas proteicas com pesos moleculares de 25 a 181 kDa, enquanto no gel de 14%, foram identificados 16 bandas proteicas com pesos moleculares de 5,7-165 kDa. Somente as frações proteicas de 5,7 e 34,3-34,5 kDa apresentaram um perfil variável com a sazonalidade reprodutiva da espécie caprina, com aumento da produção durante o período da estação reprodutiva. Nas análises dos parâmetros bioquímicos, foi observado que as concentrações do cálcio, fósforo e colesterol também apresentaram variação sazonal durante o período experimental. No entanto, as análises da motilidade progressiva do semen fresco e descongelado, assim como do teste hiposmótico no semen descongelado não apresentaram variação durante o período experimental (P>0,05). Assim, conclui-se que os machos caprinos da raça Alpina, criados de forma intensiva, mantêm a homeotermia e grande adaptabilidade às condições do clima tropical de altitude. Além disso, as variações que ocorreram na quantidade e qualidade seminal, no perfil hormonal e em alguns comportamentos sexuais, não devem ser consideradas como um impedimento para utilização dos machos caprinos da raça Alpina em regiões de clima tropical de altitude durante todo o ano. Essas variações estão relacionadas à frequência de cobertura das fêmeas e, ou, influência do fotoperíodo, e não levam a alterações no sêmen que possam comprometer a capacidade de fertilização desses animais.

Título em português

Silagem de leguminosas à base de amendoim forrageiro e soja: características fermentativas e desempenho de bovinos de corte mestiços Título em inglês

Forage peanutand soybeanbased legume silages: fermentation profile and performance of crossbred beef cattle Pesquisador:

Lilian Oliveira Rosa

Email:

lilianorosa@yahoo.com.br

Orientador:

Odilon Gomes Pereira

Data da defesa:

21/03/2014

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Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Assuntos:

ZOOTECNIA, Bovino - Alimentação e rações, Nutrição animal, Soja - Silagem, Bovino de corte, Cattle - Feeding and feeds, Animal nutrition, Soy - Silage, Beef cattle Resumo:

Foram conduzidos quatro experimentos objetivandose avaliar a composição química, o perfil fermentativo e a recuperação de matéria seca em silagens mistas de capim- marandu e de amendoim forrageiro tratadas com inoculante bacteriano (Capítulo 1); a composição química e o perfil fermentativo de silagens de amendoim forrageiro tratadas com inoculante bacteriano e melaço em pó (Capítulo 2); o consumo, a digestibilidade aparente total dos nutrientes e os parâmetros ruminais em bovinos canulados no rúmen com dietas contendo silagens de soja, milho ou sorgo, bem como o desempenho produtivo de bovinos de corte (Capítulo 3). No capítulo 1, observou-se efeito da interação nível de amendoim forrageiro (AF) ×inoculante (I) (P<0,05) sobre as variáveis MS, MO, PB, EE, NIDA, CT, lignina, pH e ácido butírico; de AF (P<0,05) sobre as variáveis FDN, FDA, celulose, hemicelulose, CNF, amônia, ácidos lático e acético e de I (P<0,05) sobre o teor de amônia das silagens. As populações de BAL variaram de 6,75 a 6,18 log UFC/g e de 6,85 a 6,41 log UFC/g, para as silagens sem e com inoculante, respectivamente. O pH das silagens aumentou linearmente (P<0,05) com os níveis de AF, enquanto que a concentração de amônia reduziu linearmente (P<0,05). Observou-se efeito da interação AF × I (P<0,05) sobre a produção de efluente e a recuperação de matéria seca e de AF (P<0,05) sobre a produção de gases. No capítulo 2, observou-se efeito da interação nível de melaço (M)× I (P<0,05) sobre as variáveis MO, EE e FDA das silagens. As silagens inoculadas com 2% e 4% de melaço apresentaram maiores populações médias de bactérias do ácido lático, iguais a 5,64 e 5,51 log UFC/g, respectivamente. Observou-se efeito da interação M × I (P<0,05) sobre o pH e a amônia das silagens. Foram detectados menores valores médios de pH e de amônia para as silagens de amendoim forrageiro inoculadas com 4 e 2% de melaço, respectivamente. Não foi observado efeito da interação M × I (P>0,05) para os ácidos orgânicos.No capítulo 3, observaram-se menores

valores (P<0,05) para os consumos de MS, MO, PB, CT, FDN, FDNcp, CNF e NDT para os animais suplementados com dietas contendo silagem de soja exclusiva como fonte de volumoso. Observaram-se maiores valores médios (P<0,05) da digestibilidade aparente da MS, MO, PB, CT e CNF, iguais a 79,40%; 80,64%; 67,18%; 63,60% e 73,25% para a dieta100% silagem de milho e 78,20%; 79,18%; 80,64%; 79,17% e 88,86% para a dieta 50% silagem de soja: 50% silagem de milho. Observou-se efeito (P<0,05) dos tempos de coleta sobre os valores médios de pH ruminais das dietas, cujos dados ajustaram-se ao modelo quadrático: Ŷ= 6,0452 + 0,2648 T - 0,09955 T 2 , com R 2 = 83,42%. Foram detectados menores consumos (P<0,05) de MS, MO, PB, FDN, FDNcp, CT, CNF e NDT para os animais suplementados com dietas contendo silagem de soja exclusiva como fonte de volumoso. Foram observados maiores valores médios (P<0,05) das digestibilidades aparentes da MS, MO, PB, EE e NDT para as dietas contendo silagem de soja exclusiva, silagem de sorgo exclusiva e 50% silagem de soja: 50% silagem de milho, que não diferiram estatisticamente entre si. Em relação ao desempenho produtivo, foram observados maiores ganhos médios diáriose de carcaça (P<0,05) para as dietas silagem de milho, silagem de sorgo.

Título em português

Estratégias nutricionais para obtenção de bovinos precoces à desmama e ao abate advindos de um sistema de produção de leite em duplo propósito Título em inglês

Nutritional strategies for production early cattle at weaning and slaughter from a dual purpose system of milk production Pesquisador:

Gustavo Chamon de Castro Menezes

Email:

gc.felix@hotmail.com

Orientador:

Sebastião de Campos Valadares Filho

Data da defesa:

22/07/2014

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Assuntos:

NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Bovinos - Alimentação e rações, Bezerro - Alimentação e rações,

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Suplemento Especial - Agenda Científica

Nutrição animal, Carne bovina - Produção, Bovine Feeding and animal feed, Calves - Feeding and animal feed, Animal nutrition, Bovine meat - Production Resumo:

Essa pesquisa foi elaborada a partir de um experimento descrito na forma de dois capítulos. No capítulo 1 objetivou-se avaliar o efeito de diferentes estratégias nutricionais em sistema de duplo propósito intensificando o desempenho de bezerros e estabelecendo padrões de alimentação de bezerros mestiços leiteiros. Foram utilizadas 60 vacas F1 Holandês x Zebu e seus bezerros 3/4 Zebu x 1/4 Holandês, distribuídos em 5 tratamentos de diferentes estratégias nutricionais. As estratégias adotadas no sistema de produção de leite em duplo propósito consistiram no fornecimento restrito diário de 1 kg de concentrado por bezerro. Foi utilizada uma estratégia chamada de curto período em ordenha (180 dias) e normal (270 dias de ordenha). Todas as desmamas foram realizadas de forma abrupta quando os bezerros atingiram 270 dias de idade. Os bezerros F2 foram distribuídos em 12 animais por tratamento (5 fêmeas e 7 machos). As vacas foram ordenhadas duas vezes ao dia, sendo registrada sua produção a cada 15 dias. As vacas dos tratamentos 1, 2 e 3 foram ordenhadas por 270 dias, sendo o tratamento 1 considerado controle (sem concentrado para os bezerros). Os bezerros dos tratamentos 2 e 3 receberam 1kg diário de concentrado dos 90 aos 270 dias de idade e dos 180 aos 270 dias de idade, respectivamente. As vacas dos tratamentos 4 e 5 foram ordenhadas por 180 dias e soltas ao pasto com os bezerros, que no tratamento 4 receberam concentrado dos 90 a 180 dias de idade, enquanto no tratamento 5, o concentrado foi ofertado aos bezerros dos 90 aos 270 dias de idade. Os bezerros foram alimentados pela mamada diretamente em suas mães antes e após a ordenha. Os concentrados fornecidos para vacas e bezerros foram compostos por milho e farelo de soja, com 20% de proteína bruta, diferindo a composição mineral para cada categoria animal. Um ml de ocitocina foi utilizada mensalmente para estimar a ingestão de leite do bezerro antes e após a ordenha (leite estímulo e leite residual), sendo coletadas amostras para análise dos componentes. Para estimar o consumo individual de forragem, a fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) foi usada como indicador 148

interno. Para estimar a produção fecal dos bezerros, o indicador externo dióxido de titânio foi fornecido na quantidade de 10 gramas diárias, em dose única sempre as 7h da manhã, durante sete dias, sendo as amostras de fezes obtidas por palpação retal durante três dias, em três diferentes horários diariamente. O delineamento do experimento foi o inteiramente casualizado. Os dados de ingestão de leite (estímulo ou residual), a produção de leite (composição), a ingestão de nutrientes, peso corporal e ganho de peso diário foram calculados para cada bezerro por tratamento em cada período. Todas as análises estatísticas foram realizadas com o uso do PROC MIXED do programa SAS (versão 9.3) utilizando-se 0,05 como nível crítico de probabilidade para o erro tipo I. A ingestão diária de leite, antes da ordenha, pelos bezerros foi de aproximadamente 3 litros. A ingestão diária de leite após a ordenha das vacas foi de 2 litros dia por bezerro, constituído por alta composição de gordura. O leite residual após a ordenha apresenta alta contagem de células somáticas. O fornecimento de concentrado dos 90 dias de idade à desmama melhorou (P<0,05) a ingestão de fibra em detergente neutro (FDNcp) para bezerros do tratamento 2. Os bezerros do tratamento 5 apresentaram ingestão de leite e proteína superior (P<0,05) e melhor taxa de crescimento. Conclui-se que os padrões de alimentação de bezerros no sistema de duplo propósito são caracterizados pelo consumo de leite em maior quantidade de proteína antes da ordenha e alta de gordura após a ordenha. O melhor desempenho de bezerros está associado ao fornecimento restrito de concentrado em maior período (90 aos 270 dias de idade) e maior disponibilidade de leite após os 180 dias de idade. No capítulo 2 objetivou-se avaliar a eficiência produtiva e biológica de novilhos e novilhas de origem leiteira para produção de carne em sistema de confinamento. Foram utilizados 24 machos castrados e 24 fêmeas de genética 3⁄4 Zebu × 1⁄4 Holandês, com 10 ± 2meses de idade, tendo os machos peso corporal médio inicial de 299 ± 21,9 kg e as fêmeas 266 ± 41,6 kg. Os animais foram distribuídos em quatro períodos de confinamento: 30, 60, 90 ou 120 dias com quatro repetições para cada sexo e abatidos ao final de cada período. A mesma dieta foi fornecida para todos os animais, sendo constituída de 45% de uma mistura de silagem de milho e cana de açucar e 55% de concentrado na base da matéria seca. A

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

análise produtiva e biológica foi realizada por abate comparativo e dissecação da meia carcaça esquerda em cada período de confinamento para determinação da composição corporal. Os consumos diários de MS, MO, PB e MOD em kg não apresentaram efeito (P>0,05) da interação entre sexo e períodos em confinamento. As novilhas apresentaram maior consumo (P<0,05) de MS , MO e FDNcp em gramas por peso corporal e houve redução linear no consumo (P<0,05) com o aumento nos dias em confinamento. Novilhos castrados apresentaram maior (P<0,05) peso de corpo vazio final, ganho de carcaça, peso de carcaça fria e proporção de carne na carcaça, no entanto as novilhas apresentaram maior EGS (P<0,05) e consequentemente maior (P<0,05) proporção de gordura na carcaça em diferentes períodos de confinamento. O efeito cubico do período de confinamento sobre PCVZF, PCF e RC demonstrou que 120 dias de confinamento resulta em maiores (P<0,05) valores para as duas primeiras variáveis. O RC foi menor (P<0,05) aos 30 dias de confinamento para as duas classes sexuais. O efeito quadrático (P<0,05) observado para GC, EGS e proporção de gordura na carcaça demonstra que ocorreu efeito crescente com o aumento do tempo em confinamento. A proporção de carne e ossos na carcaça apresentou efeito quadrático com decréscimo nas proporções em aumento do tempo em confinamento. Novilhos castrados e novilhas não apresentaram diferença (P>0,05) nas perdas durante o resfriamento e no comprimento das carcaças. O ganho de peso diário apresentou efeito (P<0,05) de interação do sexo com os períodos em confinamento. Novilhos castrados apresentaram maior (P<0,05) ganho de peso diário do que novilhas aos 30 e 90 dias em confinamento. Na fase inicial de 30 dias, os novilhos castrados apresentaram desempenho superior (P<0,05) em relação aos demais períodos. Conclui-se que novilhos castrados são mais eficientes em desempenho produtivo que novilhas em confinamento. Para acabamento da carcaça em cobertura de gordura, novilhas necessitam de 90 dias em confinamento. As exigências de energia líquida para mantença de novilhos castrados e novilhas são de 67 kcal/PCVZ0.75/dia e as exigências líquidas para ganho de energia (Elg) e proteína (PLg) podem ser estimadas pelas equações: ELg(Mcal/dia) = 0,067 x PCVZ0,75 x GPCVZ1,095e PLg = 162 x GPCVZ - 5,62 x ER.

Título em português

Identidade de modelos não lineares e regressão aleatória para o estudo da curva de crescimento de codornas de corte em diferentes gerações sob seleção Título em inglês

Identity nonlinear regression models and random for the study of quails growth curve of different generations under selection Pesquisador:

Jeferson Corrêa Ribeiro

Email:

jefcribeiro@yahoo.com.br

Orientador:

Robledo de Almeida Torres

Data da defesa:

11/07/2014

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Assuntos:

ZOOTECNIA, Codornas, Coturnix coturnix, Codornas - Aspectos genéticos, Codornas - Peso corporal, Polinômios de Legendre, quail, Coturnix coturnix, Quails - Genetic aspects, Quails - Body weight, Legendre polynomials Resumo:

O objetivo deste estudo foi comparar a modificação da curva de crescimento utilizando modelos de regressão não linear, com o uso do teste de identidade de modelos e através de modelos de regressão aleatória, com o uso de polinômios de Legendre em um conjunto de dados de 15 gerações de codornas de corte, em seleção para o maior peso aos 28 dias.O conjunto de dados foi separado em três grupos de gerações, inicial (G1), intermediário (G2) e final (G3), cada um com cinco gerações, sendo que a população fundadora continha 227 animais da linhagem UFV1 e 185 animais da linhagem UFV2, resultando em uma matriz de parentesco com 18.766 e 18.456 animais, de ambos os sexos, das linhagens UFV1 e UFV2, respectivamente.Para o estudo através de modelos de regressão não linear foram utilizados cinco registros de peso corporal, onde os animais, além do peso ao nascimento, foram pesados individualmente com 7, 14, 21 e 28dias de idade. Inicialmente, buscou-se identificar qual o melhor modelo não linear que descrevesse a curva de crescimento usando os modelos de von Bertalanffy, Bro-

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dy, Gompertz, Logístico, Richards e regressão linear segmentada (spline) com um nó aos 14 dias.Para o estudo da curva de crescimento através de modelos de regressão aleatória, os pesos individuais foram analisados com o uso do modelo animal, onde as idades foram descritas em termos de polinômios ortogonais de Legendre, com geração e sexo como efeito fixo.Dentre os modelos analisados, o modelo de Gompertz foi o mais adequado para descrever a curva de crescimento de codornas de corte para ambos os sexos nos três grupos de gerações. A partir do melhor modelo identificado, foi possível fazer a análise de identidade de modelos para verificar se houve mudanças na curva de crescimento dos animais. O resultado dos testes de razão de verossimilhança para a identidade de modelos indicou que o peso adulto e a taxa de maturidade foram significativamente diferentes entre os três grupos de gerações, para ambos os sexos, não sendo possível o uso de um único modelo que descreva o crescimento nos três grupos de gerações.Nos modelos de regressão aleatória, as estimativas de variância fenotípica tiveram desempenho semelhante para os três grupos, nas duas linhagens. No entanto, a variância genética aditiva diminuiu ao longo das gerações, enquanto houve aumento da variância de ambiente permanente e residual, à medida que a seleção atuou. A herdabilidade (h2) diminuiu ao longo das gerações, sendo alta nos pesos ao nascimento, reduzindo nas idades intermediárias e aumentando à medida que o animal se aproximou da fase adulta. Assim, conclui-se que houve mudança na curva de crescimento dos animais ao longo das gerações, com aumento do peso assintótico e redução da taxa de maturidade dos animais, demonstrando que o processo de seleção foi eficiente.Recomenda-se a seleção dos animais aos 28 dias de vida, pois é a idade com maior valor da estimativa de h2. Como há diferenças entre os grupos de gerações, recomenda-se também utilizar apenas os dados das últimas gerações para características relacionadas ao peso dos animais ao invés de utilizar toda a informação contida no conjunto de dados, principalmente, quando há grande número de animais nas gerações iniciais, tanto para modelos de regressão não linear, quanto para regressão aleatória, reduzindo assim, erros de estimação. 150

Título em português

Métodos de avaliação da eficiência da multiplicação genética por produção de embriões bovinos Título em inglês

Methods for evaluating the efficiency of the genetic multiplication by bovine embryo production Pesquisador:

Jurandy Mauro Penitente Filho

Email:

penitentefilho@yahoo.com.br

Orientador:

Ciro Alexandre Alves Torres

Data da defesa:

24/07/2014

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Assuntos:

REPRODUCAO ANIMAL, Bovino - Reprodução, Fertilização in vitro, Redes neurais artificiais, Cattle Breeding, IVF, Artificial neural networks Resumo:

O objetivo deste trabalho foi avaliar estratégias de incremento da eficiência da produção in vitro de embriões bovinos (PIVE). Dois artigos foram desenvolvidos, o primeiro objetivou avaliar se o volume ovariano, a presença e o diâmetro do corpo lúteo (CL) têm efeito sobre o número e a qualidade de oócitos bovinos recuperados. O segundo artigo teve como objetivo comparar diferentes métodos estatísticos para predizer a probabilidade de gestação em um programa comercial de PIVE. Artigo 1: Foram obtidos em abatedouro 110 ovários. Os complexos cumulus -oócitos foram aspirados e avaliados em microscópio estereoscópico. Os oócitos foram contados e classificados de acordo com sua qualidade (grau I, II, III e IV). O volume do ovário foi correlacionado com o número de oócitos de boa qualidade (r = 0.33; P < 0.05). Os ovários com CL mostraram maior número de oócitos de boa qualidade do que ovários sem CL (P < 0.05). Além disso, a presença do CL e o seu diâmetro influenciaram positivamente a probabilidade de recuperação de oócitos de boa qualidade (P < 0.05). Em conclusão, o volume ovariano não é um bom parâmetro para predizer características ovarianas importantes; além disso, a análise do CL, a sua presença e seu diâmetro, pode ser uma boa ferramenta para melhorar a eficiência em programas de PIVE. Artigo 2: Redes neurais artificiais (RNA) e árvores de decisão

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica

têm provado ser bem sucedidas em diferentes áreas de estudo, tais como medicina, genética e produção animal. No entanto, a utilização destas metodologias na área de reprodução bovina ainda é muito escassa. No presente estudo, um conjunto de dados reais foi usado, composto por 9.697 transferências de embriões produzidos in vitro, 6.788 observações foram utilizadas no modelo de treinamento e 2.909 foram utilizadas para validação. O conjunto de dados foi analisado por meio de regressão logística, rede neural feed-forward, multilayer percepetron com uma e com duas camadas ocultas, e uma árvore de decisão baseada no algoritmo ID3. Todas as cinco análises foram comparadas pela curva ROC, capacidade preditiva, teste de Kolmogorov-Smirnov e correlação ponto bisserial. Em conclusão, todas as análises foram muito semelhantes. No entanto, a análise pela rede neural feed-forward classificou corretamente mais de 70% das gestações positivas. Apesar de ter classificado incorretamente quase 60% das não gestações, este resultado se torna interessante porque não detectar uma gestação positiva é mais prejudicial a um programa comercial que não detectar uma gestação negativa. Ainda assim, são necessários estudos com conjuntos de dados maiores, incluindo não somente variáveis categóricas, mas também variáveis quantitativas para garantir resultados mais precisos.

Título em português

Características reprodutivas de garanhões da raça Mangalarga Marchador em diferentes faixas etárias Título em inglês

Relationship between reproductive characteristics and age of Mangalarga Marchador breed stallion Pesquisador:

Renan Reis de Oliveira

Email:

rreoli@hotmail.com

Orientador:

Giovanni Ribeiro de Carvalho

Data da defesa:

14/07/2014

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Assuntos:

Cavalo - Reprodução, Mangalarga (cavalo), Andrologia, Sêmen - Criopreservação, Mangalarga (horse),

Horse - Reproduction, Andrology, Semen - Cryopreservation, ZOOTECNIA Resumo:

A Associação de Criadores da raça Mangalarga Machador é a maior da America Latina, no entanto, pouco se sabe a respeitos dos aspectos reprodutivos de características seus garanhões. reprodutivas de Objetivou-se garanhões da avaliar raça algumas Mangalarga Marchador, dentre elas: comportamento pré cópula, biometria testicular e das glândulas acessórias, parâmetros seminais, resistência ao refrigeramento e congelamento; assim como verificar efeito de diferentes faixas etárias nestas características. Experimento 1: 110 garanhões tiveram características comportamentais (tempo de reação, tempo de latência, tempo de monta, duração total da colheita e número de reflexos de flehmen) analisadas durante procedimento de duas colheitas de sêmen (C1 e C2) intervaladas de uma hora. Os animais foram agrupados nas seguintes faixas etárias: G1: 2-3 anos, G2: 4-6 anos, G3: 7-14 anos e G4: mais de 15 anos. O tempo médio de C1 foi de 162 s. e de C2 de 171,9 s. Não foi observado diferenças nas características comportamentais para as diferentes faixas etárias. Experimento 2: 101 garanhões tiveram aferidas medidas relativas: à biometria testicular (comprimento, largura e altura dos testículos direito e esquerdo, e largura testicular total), às glândulas acessórias (bulbo uretral, próstata e vesicular) e ampolas do ducto deferente. As médias do largura escrotal total de G1 (88,7 mm) foram inferiores a G2 (94,5 mm) e as de G2 inferiores a de G3 (104,1 mm) e G4 (108,6 mm) (P<0,05) que foram iguais (P>0,05). Foi observado efeito de idade para as mensurações de algumas glândulas acessórias, como, bulbo uretrais, largura do lobo prostático e altura de ampola do ducto deferente (P<0,05) dentre as faixas etárias analisadas. Observou-se incidência de hidrocele testicular e torção testicular em 10 e 12%, respectivamente, dos animais avaliados. Experimento 3: 107 garanhões foram submetidos a duas colheitas de sêmen com intervalo de uma hora para avaliação dos seguintes parâmetros: volume de gel, volume sem gel, motilidade total, motilidade progressiva, vigor, concentração, número total de espermatozoides, defeitos morfológicos e número total de espermatozoides móveis e normais (TSMN). O TSMN no ejaculado apresentou efeito das diferentes faixas etárias para C1,

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Suplemento Especial - Agenda Científica

G1 (2,8 bilhões), G2 (3,6 bilhões) apresentaram valores inferiores a G3 (5,4 bilhões) (P<0,05). Não houve diferença entre G4 (2,7 bilhões) e os demais grupos (P>0,05). Experimento 4: 94 garanhões tiveram o sêmen colheitado e processado pra refrigeramento (R12 – 15 oC/12 horas e R24 – 5 oC/24 horas) e congelamento (duas colheitas com intervalo de uma hora: C1 e C2). O sêmen refrigerado foi avaliado quanto aos parâmetros físicos (análise subjetiva: MT- motilidade total, MP - motilidade progressiva e vigor) e integridade da membrana plasmática (IMP). O sêmen congelado foi submetido à avaliação computadorizada do movimento espermático. Não foi observado efeito das diferentes faixas etárias para os parâmetros avaliados (P>0,05). Em R12 (n=71) e R24 (n=77) obteve-se MT, MP, vigor e IMP valores médios de: 64,4%, 56,1%, respectivamente. 3,2, Ainda, 70,4%, 89% 59,3%, 52,5%, 2,8 (R12) e 87% (R24) e 67,2%, dos animais apresentaram acima de 35% de MP após respectivos períodos de refrigeramento. C1 (n=89) e C2 (n=78) apresentaram valores médios de MT, MP e VAP para C1 e C2, respectivamente de: 60,9, 43,8, 77,6, 61,4, 44,5 e 79,1. Dos 94 animais avaliados 73% apresentaram motilidade progressiva superior a 35%. Os parâmetros reprodutivos de garanhões da raça Mangalarga Marchador encontram-se dentro dos parâmetros descritos para espécie, sendo observados alguns efeitos de idade para estes parâmetros. A resistência ao refrigeramento e congelamento se mostraram satisfatórias podendo tais ferramentas serem aplicadas na rotina de profissionais que trabalham com esta raça.

Título em português

Modelos de equações estruturais generalizados mistos aplicados à avaliação genética de codornas de corte Título em inglês

Generalized mixed structural equation models applied to meat-type quails genetic evaluation Pesquisador:

Rodrigo de Oliveira Pacheco

Email:

rodrigopacheco@gmail.com

Orientador:

Robledo de Almeida Torres

Data da defesa:

25/07/2014

Arquivo:

PDF - texto completo

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Assuntos:

Codornas, Genética animal, Modelos lineares (Estatística), Modelo recursivo, Estrutura causal, Acurácia de predição, Quail, Animal genetics, Linear models (Statistics), Recursive model, Causal structure, Accuracy of Prediction, GENETICA E MELHORAMENTO DOS ANIMAIS DOMESTICOS Resumo:

Os modelos de equações estruturais (MEE) são capazes de explicar a relação de causa e efeito entre as características. Os objetivos do presente estudo foram propor uma extensão destes modelos de equações estruturais sob o contexto dos modelos lineares generalizados mistos, a fim de consideram características com distribuição Poisson, e também avaliar o MEE generalizado sob o ponto de vista preditivo por meio da estimação da acurácia de predição. Foram avaliadas cinco características: Peso ao nascimento (PN), o peso aos 35 dias de idade (P35), a idade ao primeiro ovo (IPO), o peso médio dos ovos dos 42 aos 182 dias de idade (PMO) e o número de ovos produzidos dos 42 aos 182 dias de idade (NO). Foi determinada uma estrutura hipotética representando o relacionamento causal entre as características e os efeitos genéticos diretos sobre cada característica. Neste caso, foram desconsideradas as correlações genéticas entre estes efeitos genéticos. As equações do modelo estrutural recursivo foram estimadas seguindo formulação dos Modelos Lineares Generalizados Mistos, especificado. Os efeitos genéticos por si só não são suficientes para a determinação dos fenótipos, dessa forma esses efeitos devem ser associados com toda a informação que a estrutura causal pode oferecer em relação às características. Os valores da acurácia de predição foram considerados altos (0,87 – 0,99) para as características com exceção do número de ovos (0,355). De acordo com os valores de AIC e BIC, o modelo que considera o número de ovos (NO) com distribuição Poisson pode ser considerado o mais indicado do que o modelo que considera NO com distribuição normal. O modelo de equações estruturais lineares generalizados mistos é eficiente na descrição fenotípica e a avaliação do NO com distribuição Poisson foi melhor do que aquela que considera esta característica como sendo normalmente distribuída.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Avaliação nutricional de enzimas exógenas em dietas para frangos de corte Título em inglês

Nutritional evaluation of exogenous enzymes in diets for broilers chicks Pesquisador:

Rodrigo Knop Guazzi Messias

Email:

knopzooufv@yahoo.com.br

Orientador:

Luiz Fernando Teixeira Albino

Data da defesa:

15/07/2014

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Broilers - Food and feed, Enzimas, Digestão, Nutrição animal, Frangos de corte - Nutrição, Frangos de corte - Alimentação e rações, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL, Broilers - Nutrition, Animal nutrition, Digestion, Enzymes Resumo:

Foram realizados trêz experimentos para avaliar os efeitos da utilização de enzimas sobre a digestibilidade de aminoácidos e desempenho de frangos de corte. O primeiro experimento foi um ensaio de desempenho utilizando 2000 animais de 14 a 28 dias de idade dividido em três grupos cuja as dietas tiveram reduções conforme as recomendações das enzimas (Fitase , Protease, Fitase + Protease), cada grupo possuía três tratamentos Controle Negativo (CN), Cotrole Negativo + Enzima (CNE) Controle Positivo (CP), foi ainda adicionado um tratamento utilizando os níveis das Tabelas Brasileiras 2011 (Rostagno et. al 2011), totalizando 10 tratamentos com 10 repetições e 20 animais por unidade experimental montados em blocos casualizados e avaliados por meio de contrastes ortogonais. Os tratamentos que receberam Fitase apresentaram maior (P<0,05) ganho de peso e conversão alimentar comparado aos que não receberam a enzima. Não houve diferença (P>0,05) para ganho de peso nos tratamentos que receberam a protease. A associação das enzimas promoveu melhora de todos os parametros de desempenho comparados quando comparados ao controle negativo. No segundo experimento foram realizados 3 ensaios com o objetivo de avaliar a perda endógena de aminoácidos,

a digestibilidade verdadeira de aminoácidos em um farelo de soja e de uma dieta completa. Cada ensaio utilizou 168 animais divididos em quatro tratamentos: Tratamento controle (sem adição de enzimas), Adição de protease, adição de carboidrase, Associação entre as duas enzimas. cada tratamento possuía 6 repetições e 7 aves por unidade experimental distribuídas em um delineamento inteiramente ao acaso. as enzimas influenciaram a perda endógena de aminoácido pelas aves, alem de aumentar a digestibilidade ileal dos aminoácidos do farelo de soja e da dieta basal. Houve também, efeito mais pronunciado da protease em relação à carboidrase, além disso, a associação das enzimas proporcionou efeito semelhante à protease usada isoladamente. Não foi observado efeito aditivo das enzimas. O terceiro experimento foi realizado com o objetivo de determinar a digestibilidade ileal de aminoácidos de dietas com diferentes níveis de proteína bruta suplementadas com enzimas Foram utilizados 504 pintos de corte durante o período experimental de 14 a 24 dias de idade. Os animais foram distribuídos em gaiolas metabólicas em esquema fatorial 4 x 2 (enzimas e níveis de proteína bruta) resultando em 8 tratamentos com 6 repetições e 7 aves por unidade experimental. As enzimas usadas foram: uma protease, uma carboidrase e a associação de ambas, para determinação da digestibilidade verdadeira, foram utilizados os valores de excreçao do experimento 2. Os níveis de proteína bruta utilizados foram 21,0% e 14,7%. A suplementação das dietas com enzimas isoladas ou em associação proporcionou aumento (P<0,05) na digestibilidade da maioria dos aminoácidos. A dieta com menor teor de proteina bruta apresentou maior digestibilidade verdadeira dos aminoácidos. Houve interação significativa (P<0,05) para alguns aminoácidos.

Título em português

Plasma sanguíneo e/ou antibiótico no desempenho e/ou microestrutura intestinal de leitões desmamados em diferentes idades Título em inglês

Blood plasma with or without antibiotic on performance and/or intestinal microstructure of weaned piglets at different ages

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Carlota Coelho Barroca

Email:

carlotabarroca@yahoo.com.br

Orientador:

Aloízio Soares Ferreira

Data da defesa:

07/11/2014

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Suíno, Nutrição animal, Suíno - Nutrição animal - Desempenho, Suíno - Peso, Plasma sanguíneo, Pigs, Animal nutrition, Pig - Animal Nutrition - Performance, Pig - Weight, Plasma blood, NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL Resumo:

Objetivando-se avaliar os efeitos do plasma sanguíneo e antibiótico sobre o desempenho e/ou microestrutura intestinal de leitões desmamados em diferentes idades, foram realizados quatro experimentos. No experimento um, foram utilizados 96 leitões, desmamados aos 35 dias de idade, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro tratamentos e oito repetições com três animais por unidade experimental. Os tratamentos usados foram: testemunha; dieta com plasma sanguíneo; dieta com plasma sanguíneo e inclusão de antibiótico e dieta com inclusão de antibiótico. Não foram constatadas diferenças estatísticas sobre os parâmetros de desempenho dos leitões quando comparados ao tratamento testemunha nos períodos de 35 a 41, 42 a 56 e 35 a 56 dias de idade e sobre a altura de vilosidade e cripta no duodeno e jejuno dos leitões quando comparados ao tratamento testemunha aos 42 dias de idade. No experimento dois, foram utilizados 96 leitões, desmamados aos 35 dias de idade, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro tratamentos e oito repetições com três animais por unidade experimental. Os tratamentos usados foram: testemunha; dieta com plasma sanguíneo; dieta com plasma sanguíneo e inclusão de antibiótico e dieta sem inclusão de antibiótico. Não foram constatadas diferenças estatísticas sobre os parâmetros de desempenho dos leitões quando comparados ao tratamento testemunha nos períodos de 35 a 41, 42 a 56 e 35 a 56 dias de idade e sobre a altura de vilosidade e cripta no duodeno e jejuno dos leitões quando comparados ao tratamento testemunha aos 42 dias de idade. No experimento três, foram utilizados 72 leitões, des154

mamados aos 21 dias de idade, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso com três tratamentos e vinte e quatro repetições com um animal por unidade experimental. Os tratamentos usados foram: testemunha; dieta com inclusão de antibiótico e dieta com plasma sanguíneo. Dos 36 aos 49 dias de idade, os leitões receberam dieta de igual composição com inclusão de antibiótico. As dietas foram fornecidas aos animais de forma controlada de modo a se assegurar consumos iguais por repetição. Foram constatadas diferenças significativas nos ganhos de peso dos leitões entre o tratamento com plasma sanguíneo e o tratamento testemunha, no período de 21 a 35 dias de idade e no período de 21 a 49 dias de idade. Os leitões do tratamento com plasma sanguíneo apresentaram conversão alimentar 22,1% menor que os leitões do tratamento testemunha no período de 21 a 35 dias de idade e 13,0% menor no período de 21 a 49 dias de idade. No experimento quatro, foram utilizados 72 leitões, desmamados aos 28 dias de idade, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso com três tratamentos e vinte e quatro repetições com um animal por unidade experimental. Os tratamentos usados foram: testemunha; dieta com inclusão de antibiótico e dieta com plasma sanguíneo. Dos 36 aos 49 dias de idade, os leitões receberam dieta de igual composição com inclusão de antibiótico. As dietas foram fornecidas aos animais de forma controlada de modo a se assegurar consumos iguais por repetição. Foram constatadas diferenças significativas nos ganhos de peso dos leitões entre o tratamento com plasma sanguíneo e o tratamento testemunha, no período de 28 a 35 dias de idade e no período de 28 a 49 dias de idade. Os leitões do tratamento com plasma sanguíneo apresentaram conversão alimentar 23,9% menor que os leitões do tratamento testemunha no período de 28 a 35 dias de idade e 5,6% menor no período de 28 a 49 dias de idade. Conclui-se que o plasma sanguíneo usado na primeira ou nas duas primeiras semanas após o desmame melhora o ganho de peso de leitões desmamados aos 21, 28 e 35 dias de idade, demonstrando que o plasma sanguíneo tem outros efeitos que não apenas aumento de consumo de ração. Os efeitos benéficos do plasma sanguíneo usado na primeira semana após o desmame se mantém no período subsequente quando dietas com ou sem antibiótico são usadas neste período.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título em português

Castração de machos bovinos em diferentes idades utilizando ácido lático e papaína Título em inglês

aos dez, quanto aos 20 meses. A castração química foi efetiva em diminuir procedimentos pós- castração, promover a rápida redução dos níveis de testosterona, a azoospermia e ganhos de peso semelhante aos animais não castrados.

Castration of male cattle at different ages using lactic acid and papain Pesquisador:

Diogo Vivacqua de Lima

Email:

diogovivacua@hotmail.com

Orientador:

Cristina Mattos Veloso

Data da defesa:

23/07/2015

Arquivo:

PDF - texto completo

Assuntos:

Bovino - Cirurgia, Castração, Ácido lático, Papaína, Cattle - Surgery, Castration, Lactic acid, Papain, REPRODUCAO ANIMAL Resumo:

Avaliou-se, o efeito de duas técnicas de castração sobre o ganho de peso de bovinos da raça Nelore. Setenta bezerros da raça Nelore, com idade de cinco meses, foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, constituindo sete grupos, com dez animais em cada grupo, como se segue: Primeiro: grupo controle, com animais aos cinco meses de idade; Segundo: grupo castrado cirurgicamente aos cinco meses; Terceiro: grupo castrado quimicamente aos cinco meses; Quarto: grupo castrado cirurgicamente aos dez meses; Quinto: grupo castrado quimicamente aos dez meses; Sexto: grupo castrado cirurgicamente aos vinte meses; Sétimo: castrado cirurgicamente aos vinte meses. As pesagens ocorreram a intervalos de 28 dias, para obtenção do ganho de peso médio. Foram medidos o perímetro escrotal dos animais. E foram realizados exames de sêmen aos 20, 24 e 34 meses. Os animais foram abatidos com peso médio de 507 kg. Os dados obtidos foram submetidos à análise descritiva e análise de regressão, utilizando-se o SAEG (2007). Houve diferença de peso aos 35 meses entre os animais não castrados (grupo controle) e os animais dos grupos cirúrgico 10 e cirúrgico 20 meses de idade, porém, não houve diferença entre o grupo controle e os grupos químicos aos 5,10 e 20 meses. Entre as duas técnicas de castração, a química ganhou mais peso do que a castração cirúrgica, tanto Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa - 2010-2015

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Revista Eletrônica

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