NRE v.13 n.2 - mar/abr 2016

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Editora Responsável: Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Editor Científico: Júlio Maria Ribeiro Pupa Editora Técnica: Juliana Maria Freitas Teixeira Brito Conselho Científico: Altivo José de Castro Cláudio José Borela Espeschit Evandro de Castro Melo Fernando Queiróz de Almeida José Luiz Domingues

Júlio Maria Ribeiro Pupa George Henrique Kling de Moraes Marcelo Diniz dos Santos Marcos Antonio Delmondes Bomfim Maria Izabel Vieira de Almeida Patricia Pinheiro de Campos Fonseca Rodrigues Rony Antonio Ferreira Rosana Coelho de Alvarenga e Melo Projeto gráfico e diagramação: Carlos Joaquim Einloft É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo da NRE da em qualquer meio de comunicação, seja eletrônico ou impresso, sem a sua devida citação.


Caro leitor,

N

ovamente mudamos a cor dominante da nossa capa no sentido de ajudar a diferenciá -la da edição anterior. Nesta segunda Edição de 2016 apresentamos a seção Memória, com um trabalho de Alfredo Navarro, com o título “História da Nutrição Animal”, publicado originalmente no CBNA de 1988. Além desse conteúdo, contamos com 8 artigos inéditos e ainda, o segundo volume de nossa série de suplementos especiais, uma vez mais intitulado “Agenda Científica”. Nesse volume apresentaremos os resumos das teses de doutoramento do Programa de PósGraduação em Zootecnia da Universidade Federal de Lavras no período de 2010 a 2015. O propósito continua o mesmo, contribuir para a divulgação e visibilidade da agenda da pesquisa científica a partir de centros de referência nacionais.

Não se esqueça que a revista, além desse formato em flipbook, continuará em sua plataforma tradicional, sendo passível de acesso e downloads dos artigos um a um via site pelo link www.nutritime.com.br. E, finalmente, mas não menos importante, destacamos que a Nutritime Revista Eletrônica sempre foi e pretende continuar sendo um periódico de submissão, publicação e acesso gratuitos, como uma iniciativa legítima de apoio à divulgação e circulação do conteúdo técnico científico. Ao final deste volume você encontrará as regras de submissão de manuscritos. Esperamos que este volume possa atender às expectativas dos nossos leitores, para os quais estamos sempre atentos às críticas e sugestões. Boa leitura. Comitê editorial

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Sumário MEMÓRIA HISTÓRIA DA NUTRIÇÃO ANIMAL.................................................................................................................... 07 Alfredo Navarro de Andrade ARTIGOS 365 - Metabolic aspects related to the use of crude glycerin and ractopamine in pig feeds......................4585 Luciana de Paula Naves, Cesar Augusto Pospissil Garbossa, Vinicius de Souza Cantarelli, Raimundo Vicente de Sousa 366 - Análise microbiológica do leite de vacas com mastite subclínica no município de Bom Jesus-PI......4594 Yânez André Gomes Santana, Pablo Cristovão de Alencar Fernandes, Melina da Conceição Macêdo da Silva Santana, Leane Brunelle dos Santos Alves, Siluana Benvindo Ferreira 367 - Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos....................................................................... 4601 Danniel Ferreira Vilela, Caniggia Lacerda Andrade, Karoliny dos Santos Castro, Marília Ferreira Pires 368 - Uso da ractopamina na qualidade da carne e carcaça e no desempenho de suínos.........................4609 Jansller Luiz Genova, Nicole Yasmim Scholze Floss, Davi Elias de Sá e Castro, Israel Costa Pires Filho, Poliana Caroline da Silva Chambo 369 - Papel das fibras em dietas para leitões.............................................................................................. 4615 Jansller Luiz Genova, Davi Elias de Sá e Castro, Andriel Thiago Cardoso, Israel Costa Pires Filho, Poliana Caroline da Silva Chambo 370 - Silagem de grãos úmidos de milho na alimentação de bovinos: revisão...........................................4621 Otaviano Souza Pires Neto, Lúcio Carlos Gonçalves, Diogo Gonzaga Jayme, Felipe Pedrosa Melgaço, Gabriela Maldini Penna de Mascarenhas Amaral, João Pedro da Costa Alves Oliveira, Isabella Hoske Gruppioni Côrtes, Dalvana dos Santos, Pedro Dias Sales Ferreira 371 - Utilização de subprodutos da manga como alimentos alternativos na dieta dos animais: revisão de literatura................................................................................................................................................. 4627 Lúcia de Fátima Araújo, Emerson Moreira Aguiar, Igor César Bezerra da Silva, Gabriel Antonio Marcelino Xavier, Maximila Claudino Bezerra 372 - Frequência de suplementação: adaptação microbiana, parâmetros nutricionais e desempenho de bovinos..................................................................................................................................................... 4637 João Rafael Assis, Rodrigo de Nazaré Santos Torres, Pâmela Moraes Franco, Lucas Maciel Gomes Olini, Vitor Hugor Tadano da Conceição Padilha



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Memória

HISTÓRIA DA NUTRIÇÃO ANIMAL Alfredo Navarro de Andrade

Trabalho originalmente publicado no II Simpósio do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal e I Seminário sobre Tecnologia da Produção de Rações, realizado em 13,14 E 15 de abril de 1988 no Centro de Convenções da Unicamp ,Campinas, São Paulo, Brasil

A

criação dos animais é praticamente tão velha como a nossa civilização, uma vez que os animais comumente explorados foram domesticados antes do início da história escrita. O homem paleolítico caçava animais para alimento e vestimenta; seu sucessor, o homem neolítico, domou e os confinou. Foi nesta era neolítica ou da pedra polida que o homem praticou agricultura pela primeira vez, incluindo a criação de animais domésticos. A domesticação de animais, sem dúvida, começou como uma forma de garantir um suprimento de alimento para os tempos nos quais a caça era escassa. A domesticação de animais foi fundamental para o desenvolvimento da civilização. Segundo Shoosmith, no livro “Vida do Mundo Animal” (1937): a domesticação dos animais resultou num aumento da população e no fortalecimento de hábitos tribais e diretamente provocou uma divisão de trabalho, sem a qual a vida civilizada é impossível. É opinião geral que o homem jamais passaria do estágio de barbarismo, se não fosse pela servitude dos animais.

Com a domesticação, os animais sofrem profundas modificações no seu tamanho, cor e conformação. O seu temperamento se torna mais dócil e certas funções fisiológicas (como produção de leite) aumentam notavelmente. As raças e tipos são cada vez mais numerosas e a cada uma se fixam características novas, economicamente úteis. Entre todos os animais, o único verdadeiramente doméstico é o cachorro, pois os demais vivem sempre numa forma mais ou menos avançada de cativeiro e quando em liberdade, fogem do homem. Os escritos mais antigos da humanidade partem de três culturas arcaicas, àqueles da Mesopotâmia são considerados os mais antigos, indo até cerca de 6.000 anos A.C. O cachorro aparece domesticado no Egito 10.000 A.C. Na Mesopotâmia (atual Iraque) aparecem animais domésticos esculpidos em monumentos de pedra a cerca de 5.000 anos A.C., na mesma região, a leste de Ur, foi encontrada uma árvore genealógica de equinos, também datada de 5.000 A.C. Um afresco encontrado nas ruínas do templo de Ur, na Mesopotâmia e datado de 3.100 A.C., mostra a prática da ordenha e o manuseio do leite. 7


História da nutrição animal - por Alfredo Navarro de Andrade

No código de HAMURABI (Babilônia, 1955-1913 A.C.) se encontram diversas recomendações sobre o uso dos pastos, sobre o comércio e hábitos dos animais domésticos. Também no código dos HITITAS (povo que habitava a Palestina antes dos Hebreus) são encontrados artigos sobre bois, cavalos, ovelhas e outros sobre a medicina dos homens e dos animais. A bíblia também se refere em numerosas ocasiões à criação de gado, começando por Abel, seu primeiro pastor e seguindo pelos patriarcas e reis que possuíam numerosos rebanhos. Os judeus, durante a época de suas migrações (1650 A.C.) chegaram a possuir 14.000 ovelhas, 6.000 camelos, 1.000 bois de trabalho; são legendários também os cavalos se Salomão. Os Hebreus não utilizaram híbridos (burros), pois eram proibidos pelos versículos XIX e XI do Hervítico. Tampouco criaram porcos, pois eram considerados imundos e nem se alimentaram de sangue dos animais mortos, pois este continha a alma dos animais. Foram rigorosíssimos com os furtos e roubos de gado que eram punidos com pena capital e com o pastoreio abusivo (Exodus, XXII). Os gregos foram equinocultores apaixonados. Já em 680 A.C., em Olímpia, eram organizados corridas de cavalos. Poderíamos nos estender quase que infinitamente, sobre a criação dos animais, no entanto, este não é o nosso principal interesse. Relatamos alguns eventos, pois entendemos que a nutrição nasceu paralelamente à domesticação. Os animais em cativeiro precisavam ser alimentados pelo homem e isto os forçou a considerar esta atividade como ciência. Evidentemente, os conhecimentos sobre o assunto eram poucos. No entanto, desde 1900 A.C., os egípcios reconheciam que a dieta alimentar poderia ser um fator no desenvolvimento da cegueira noturna e sintomas correlatos do olho. Para isso fígado cru era prescrito como tratamento. (hoje sabemos ser este alimento rico em vitamina A). Também, Heródoto, em 525 A.C., relatou que examinado crânios de Persas e Gregos, parecia que a estrutura óssea dos gregos era consideravelmente mais forte e sugeria isto ser devido a 8

uma maior exposição ao sol. (Hoje se sabe o efeito de ultravioleta no metabolismo de vitamina D). Retornando aos dias dos gregos antes do nascimento de Cristo, a mente inquisitiva do homem estava questionando sobre o mundo em que ele vivia. A “Ciência” daqueles dias acreditava que existiam quatro elementos: terra, ar, fogo e água; quatro qualidades: seco, frio, quente e molhado; e quatro líquidos constituintes do corpo: sangue, pleura, bile amarela e bile preta. Hipócrates, o pai da medicina, considerou o valor da dieta, mas ele acreditava num nutriente universal. Uma ideia que prevaleceu até a parte inicial do século 19. Diversos romanos acrescentaram importantes informações que serviriam para posteriores descobertas. Entre eles: • Cato, o censor (234-139 A.C.) foi talvez o primeiro professor de dietética, pois ele recomendava repolho, como um estimulante para a saúde, para as populações que tinham como alimento de subsistência grãos cozidos. • Plínio, o velho (23 a 79 D.C.) que faleceu na destruição de Pompéia, escreveu “HISTÓRIA NATURALIS”, espécie de enciclopédia sobre hábitos e enfermidades dos animais. • Por último, Público Vegecio (450-510 D.C.), cuja obra Artis Veterinariae Sive Digestorum Mulomedicina, em 6 volumes, é única no gênero e teve grande influência na idade média. Mais importante, no entanto, foi o trabalho de Galeno, um médico grego, radicado em Roma por volta de 164 D.C., que escreveu inúmeros livros sobre anatomia dieta e saúde. Sua palavra foi aceita sem questionamento através de séculos, que viram a queda do Império Romano, a idade negra e a primeira luz da renascença, até que Andreas Vesalius (1514-1564), um estudante flamengo de Anatomia, contestou algumas das teorias de Galeno e ousou investigar por conta própria, ao invés de seguir cegamente os dogmas do mestre. A renascença acorda o mundo para a investigação.

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Um pensador original na Itália tentou estudar nutrição. Ele fez as perguntas certas, mas não conseguiu as respostas porque não tinha nem conhecimentos de química, nem as ferramentas adequadas. Santorio Sanctorius (1561-1636), professor da Escola de Medicina de Pádua, dia após dia, sentava numa grande balança e pesava a si mesmo, os alimentos que comia e as fezes e urina que eliminava, mas não conseguia encontrar a diferença no peso após ter comido. Ele é chamado o pai dos estudos em metabolismo, mas foram necessários cerca de 300 anos para que os investigadores pudessem explicar o problema que ele propôs. No século 17, “a idade de ouro da ciência”, o método experimental passa a ser constante. O britânico William Harvey revolucionou o conceito de corpo humano, demonstrando que o sangue circulava do coração para todo o corpo. O holandês Anton Van Leeuwenhock desenvolveu o microscópio e estudou os corpúsculos da corrente sanguínea. Em 1662, fundou-se a Academia Real de Ciência, na Inglaterra, onde cientistas discutiam seus experimentos e curiosidades que tinham descoberto sobre a natureza. O século 18 trouxe-nos a evolução da química moderna. Joseph Black, um professor de Glasgow, descobriu o dióxido de carbono; Henry Cavendish descobriu o hidrogênio; Daniel Rutherford; físico escocês descobriu o nitrogênio e o inglês Joseph Priestlu é creditado com a descoberta do oxigênio. Na mesma época, Antonie Lavoisier, da França, que é conhecido como pai da Nutrição, pelas suas contribuições no campo da calorimetria animal, muito antes do princípio da conservação da energia ter sido formulada, juntamente com La Place (1780) relatou que a maior parte de calor animal era originária da combustão de substâncias no corpo animal. Ele resolveu o problema de Sanctorius, demonstrando a respiração. Em 1788, Crawford construiu um calorímetro no qual o animal podia ser medido. O interesse pela fisiologia crescia. René Réamur (1683-1757), um médico e naturalista francês, fornecia às aves diversos alimentos e depois de curtos períodos de tempo os retirava do

intestino das aves e estudava as mudanças que ocorriam durante a digestão. Lazzaro Spallanzani (1729-1799) na Itália conduziu experimentos com ele mesmo. Ele engolia saquinhos de pano com carne e pão e após algum tempo puxava-os de volta por cordões. Pelas mudanças que ele observou no alimento parcialmente digerido, ele percebeu que mudanças químicas estavam ocorrendo. Outro fato marcante no século 18 foi a descoberta pelo Dr. Lind em 1747,que suco de limão prevenia o aparecimento de escorbuto nos marinheiros. No entanto, como não se conhecia a vitamina C, apenas 50 anos depois a Marinha Britânica tornou obrigatório o uso de suco de limão nas viagens de seus navios e somente 150 anos após, a vitamina C foi descoberta como fator antiescorbuto. O século 19 foi o período da investigação química, das mensurações da respiração e do uso de energia por animais. Hipócrates tinha ensinado que havia apenas um único princípio nutritivo nos alimentos e somente em 1834 esta ideia caiu por terra. William Prout, um médico londrino, publicou um livro: Chemistry, Metereology and The Functions of Digestion, no qual ele pôs adiante a ideia que os alimentos continham três princípios histamínicos, aos quais ele chamou: sacarina, óleos e material albuminoso. Uma nova era realmente começou ema 1816, quando François Magendie, o grande fisiologista francês, descobriu que cães morriam quando alimentados somente com açúcar, óleo ou manteiga, mas sobreviviam quando era fornecida uma dieta, com um alimento que tinha nitrogênio. Logo após, Jean Boussingault, um químico francês, procedia aos primeiros experimentos com balanço de nitrogênio com uma vaca e um cavalo. O termo “proteína” foi introduzido em 1838, pelo químico holandês Gerrit Jan Mulder, que fez uma série de experiências com alimentos que continhamn nitrogênio. A química das substâncias albuminosas como era originalmente conhecidas as proteínas, começaram a ser compreendidas quando algumas das “unidades” destas substâncias complexas foram isoladas.

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O primeiro aminoácido a ser descoberto foi cistina, em 1810 pelo médico e químico Willian Wollaston, quando trabalhava com pedras renais. No final do século 19, 12 dos 22 aminoácidos já tinham sido descobertos. Com o descobrimento em 1883, por Johann Kjedahl, um químico dinamarquês, de um processo rápido e relativamente fácil da determinação de nitrogênio em matéria orgânica, os estudos sobre nutrição proteica desenvolveram rapidamente. Os estudos com proteínas dominaram a atenção dos pesquisadores no início deste século (20). Vagarosamente eles aprenderam que proteína não era somente “proteína” – havia diferentes tipos de proteínas nos alimentos. Thomas Burr Osborne, um químico na Universidade de Yale, foi o primeiro nos estudos sobre diferentes proteínas. Ele demonstrou que nem todas as proteínas eram igualmente eficientes na promoção de crescimento ou manutenção dos tecidos. Karl Thomas, da Alemanha, introduziu em 1909, o termo “Valor Biológico” de uma proteína e uma fórmula para sua determinação. Basicamente ele demonstrou que o valor biológico de uma proteína era representado pelo percentual de nitrogênio da proteína que o organismo retinha. Ele fez vários experimentos com animais e seres humanos. O valor biológico de uma proteína parecia estar relacionado com sua composição em aminoácidos. Dr. Frederick G. Hopkins da Universidade de Cambridge foi um dos pioneiros nestes estudos. Ele e Sidney Cole, em 1901, descobriram um novo aminoácido, o triptofano. Em 1909, Dr. Mendel foi trabalhar com Dr. Osborne e Yale. Realmente foi a combinação mais fértil em relação a estudos de nutrição. Eles estudaram praticamente cada fase da nutrição, especialmente proteína e aminoácidos e conduziram experimentos com ratos que os levaram à descoberta das vitaminas A e B. eles mediram o valor biológico de proteínas isoladas e mostraram que os aminoácidos eram os fatores limitantes. Em experimentos históricos, em 1915, demonstraram que gliadina, a proteína 10

do trigo, poderia manter a vida, mas não produziria crescimento em ratos, a menos que fosse suplementada com lisina e que zeina precisava ser suplementada com triptofano e lisina para manutenção e crescimento. O conceito de qualidade e não somente quantidade de proteína estava elaborada. Mais aminoácidos foram descobertos. Dezenove eram conhecidos como existentes nas proteínas dos alimentos. O próximo passo era saber se eles eram essenciais na alimentação. Alguns eram muito difíceis de serem conseguidos na forma pura e em quantidades suficientes para testes. William C. Rose, um dos alunos do Dr. Mendel, em 1930, trabalhando na Universidade de Illinois foi capaz de combinar os 19 aminoácidos com a única fonte de proteína para ratos. Os animais não cresceram. Alguma coisa ainda estava faltando, pois a adição de caseína ou gelatina permitia bom crescimento. Desta forma, concluiu que algum outro aminoácido estava faltando. Uma procura pelo novo aminoácido começou. O novo composto era praticamente junto de outro aminoácido, isoleucina e, portanto era difícil isolar e identificar, mas quatro anos de trabalho paciente finalmente forneceram a resposta. O novo aminoácido essencial para o crescimento de ratos foi identificado em 1934 e chamado de “treonina” por causa de sua relação com o açúcar – treose. Continuando suas pesquisas, Dr. Rose, em 1938, demonstrou que ratos podiam sintetizar arginina, mas não em quantidade suficiente para permitir crescimento máximo. Sua próxima tarefa foi quantificar as exigências destes aminoácidos. Com o estabelecimento das exigências nutricionais de aminoácidos dos diversos tipos de animais de exploração zootécnica, a ciência da nutrição deu grandes passos, no sentido de se atingir sua potencialidade genética. No entanto, não somente as pesquisas com proteínas foram fundamentais no alicerçamento da nutrição animal, paralelamente foram desenvolvidas outras áreas de conhecimento:

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• VITAMINAS: As vitaminas, hoje em dia, são conhecidas por todos, mas o termo só apareceu em 1912, quando um químico polonês, Casimir Funk, estava tentando isolar uma substância no farelo de arroz que curava beribéri. Seu isolado de laboratório, que era efetivo no curativo desta doença em aves, era uma amina e como era vital para a vida, ele a chamou de “VITAMINA”. Pesquisadores, tanto na América como na Europa, foram isolando fatores de crescimento (as vitaminas) a começar com B1 em 1912 e culminando em 1948, com a descoberta de B12, que havia sido descrita há 100 anos através do Dr. Thomas Addison. • GORDURAS E ÓLEOS: Estes nutrientes têm sido usados como alimentos, desde os tempos pré-his-

tos minerais ou cinzas eram benéficos para os animais, muitos séculos se passaram antes que houvesse um perfeito entendimento da função e importância destes elementos. Era Sabido que os animais não produziam bem se não tivessem acesso a sal comum (NaCl). Ulissi Aldrovandi (1522-1605), fundador da Cadeira de História Natural da Universidade de Bolonha, relatou que os pintos alimentados com as cascas dos ovos do qual haviam eclodido, cresciam mais saudáveis que os que não recebiam este alimento. No entanto, ele desconhecia as razões.

Em tempo, vale acrescentar que Aldrovandi foi o professor que talvez tenha escrito a obra mais completa sobre aves até o século 19. Suas obras eram de tamanha importância no século 18, que 34 de seus

tóricos, mas somente a partir de 1814 quando Michel Eugene Chevreul da França descobriu que as gorduras eram feitas de glicerol e ácidos graxos é que passaram a ser estudadas. Cerca de um século atrás, calorosas discussões eram feitas sobre a possibilidade ou não do organismo animal converter hidratos de carbono em gordura. Dietas livres de gordura foram fornecidas a gansos, porcos e patos e quando suas carcaças foram analisadas, descobriu-se a presença de gordura. Com a descoberta da substituição da gordura por hidrato de carbono, a gordura passou a ser considerada como não essencial à vida e era usada apenas como palatabilizante e pelo melhor aspecto e sabor que fornecia às carnes. Apenas em 1915 veio a descoberta que algumas gorduras eram fontes de algumas das recentes vitaminas descobertas (por exemplo: vitamina A na manteiga). Novo interesse nas gorduras apareceu em 1929, quando cientistas observaram que ratos alimentados com uma dieta livre de gorduras, mas adequada em tosos os outros nutrientes conhecidos, não os mantinha sadios. Os animais tinham perdido o pelo, apresentavam dermatite e necrose da cauda. Esta condição podia ser corrigida pelo uso de ácidos graxos e este trabalho conduziu à descoberta de ácido linoleico e, Consequentemente à essencialidade de alguns ácidos graxos.

manuscritos foram, em 1796, levados para a França pelos comissários do exército Napoleônico.

• ELEMENTOS INORGÂNICOS: Embora desde a antiguidade se conhecesse que alguns produ-

Os nutrientes dos alimentos são convertidos na estrutura dos corpos animais. Por muito tempo foi acre-

No começo deste século, Henry C. Sherman começou estudos com cálcio, fósforo, enxofre e ferro, inicialmente na Universidade Wesleyan sob a orientação do Dr: Atwater e mais tarde na Universidade de Columbia. Estes elementos foram reconhecidos como essenciais à alimentação e muitos experimentos foram realizados para o estabelecimento das exigências. Por volta de 1930, com o aparecimento de novos processos e equipamentos, tornou-se possível aos cientistas medirem quantidades ínfimas de certas substâncias inorgânicas, e a importância dos microelementos foi reconhecida. Até 1935 já tinham sido identificados como essenciais: magnésio, manganês, iodo, zinco, cobalto e cobre. Mais recentemente outros elementos como molibdênio, flúor, cromo, vanádio e selênio foram adicionados à lista dos elementos inorgânicos essenciais à vida. No entanto, a história da Nutrição é muito mais do que as descobertas de um novo composto necessário à vida. À medida que as descobertas foram se sucedendo, os problemas de nutrição foram se tornando mais complexos. As novas descobertas foram revelando que existia grande afinidade entre certos nutrientes. Numerosos fatores afetam a biodisponibilidade destes nutrientes como existem nos alimentas.

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ditado serem os tecidas corpóreos estáveis. Como poderia alguém fazer esta afirmação? Era possível analisar e saber exatamente o que foi ingerido e o que foi excretado, mas o que acontecia dentro do animal era quase que totalmente desconhecido. Isto permaneceu até o princípio da década de 30, quando Harold C. Urey, um jovem de Indiana, trabalhando na Universidade de Columbia, descobriu o nitrogênio e oxigênio pesado. Trabalho este que lhe valeu o Prêmio Nobel da Química em 1934. Sua descoberta foi posta a serviço da ciência pelo bioquímico Rudolf Schoenheimer, que incorporou hidrogênio pesado em ácidos graxos e os deu para ratos. Pelas pesquisas localizando onde este elemento estava depositado, foi capaz de mostrar que as gorduras no organismo estão em estado dinâmico, sendo troca-

Sozinho ou em equipes, em laboratórios privados ou oficiais, em estações experimentais ou universidades, em indústrias particulares ou estatais, homens e mulheres neste e em muitos outros países têm pensado soluções para os complexos problemas da produção animal e seu rendimento econômico pela influência da nutrição. Grande progresso já foi feito, muito ainda está para se realizado e este é o grande desafio de nós nutricionistas. NOTA: O autor desde já se desculpa por possíveis omissões de nomes e trabalhos. Nossa intenção foi apresentar um breve relato da história da nutrição e pela complexidade da matéria a condensação foi imperiosa.

das constantemente. Desta forma um novo conceito na Nutrição foi introduzido. O uso de Rádio--isótopos de outros elementos como cálcio, fósforo, ferro, etc. permitiram o estudo das diferentes etapas do metabolismo. Das mentes dos homens vieram as ideias e dos laboratórios vieram as provas (e algumas vezes a negativa) das ideias nas quais os nossos conhecimentos sobre nutrição são baseados. Pesquisas e laboratórios são de custo elevado. Desta forma, a estória do progresso da nutrição não estaria completa sem uma referência a algumas organizações que contribuíram com recursos financeiros para suporte de pesquisas em nutrição e permitiram o intercâmbio cultural através de reuniões e publicações técnicas. Exemplos destas organizações devem incluir: Academia Real de Ciências da Inglaterra, o National Research Councial (NRC) dos EEUU, diversas Academias de Ciência da Europa, destacando-se dentre elas a da Suécia, que distribui os prêmios Nobel. No Brasil podemos mencionar: o Ministério da Agricultura, hoje atuando através da Embrapa, o Conselho Nacional de Pesquisas e as diversas Universidades e Secretarias Estaduais de Agricultura. Faz-se de justiça, mencionar o Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) que veio preencher lacuna importante, desempenhando atualmente papel dos mais importantes no desenvolvimento da nutrição animal, que é e divulgação e o Intercâmbio de informações técnicas. 12

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ARTIGOS

Viçosa, MG Março, 2016



Metabolic aspects related to the use of crude glycerin and ractopamine in pig feeds Beta-adrenergic agonist, biodiesel, enzyme, glycerol and metabolism.

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Luciana de Paula Naves1* Cesar Augusto Pospissil Garbossa2 Vinicius de Souza Cantarelli2 Raimundo Vicente de Sousa1 Vol. 13, Nº 02, mar/abr de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

ABSTRACT The use of crude glycerin as an energy source in animal feed has been considered for several years; however, there are few scientific studies about glycerol metabolism in pigs. Similarly, although ractopamine is recognized as an animal metabolism modifier additive, it is still controversial whether its main mechanism of action in pigs is through inhibition of lipogenesis and/ or lipolysis stimulation. The understanding of the metabolism contributes for that nutritionists formulate diets more balanced and adequate nutritionally. For any living organism, including pigs, an important parameter that allows us to understand metabolic changes is by evaluation of changes in the expression and activity of key enzymes in certain metabolic pathways. Therefore the objective of this literature review is to discuss about the main metabolic aspects related to the use of crude glycerin and ractopamine in the pigs feeding. From this review it can be seen that both the inclusion of glycerin and the addition of ractopamine in the diet of pigs promote metabolic adjustments by changing the gene expression and activity of enzymes related to the metabolism of carbohydrates, lipids and proteins. However, further research is needed to better understand the integrated metabolism of pigs fed diets containing glycerin and/or ractopamine. Keywords: beta-adrenergic agonist, biodiesel, enzyme, glycerol and metabolism.

Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil. *E-mail: luciana.naves@hotmail.com. 2 Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil. 1

ASPECTOS METABÓLICOS RELACIONADOS AO USO DE GLICERINA BRUTA E RACTOPAMINA EM RAÇÕES DE SUÍNOS RESUMO A utilização de glicerina bruta como ingrediente energético na ração animal tem sido considerada há alguns anos, porém, ainda há poucos estudos científicos sobre o metabolismo do glicerol em suínos. De maneira semelhante ainda é controverso se o seu mecanismo da ractopamina em suínos é por meio da inibição da lipogênese e/ ou de estímulo da lipólise. Para qualquer organismo vivo, incluindo os suínos, um importante parâmetro que permite compreender mudanças metabólicas é avaliando-se alterações na expressão e atividade de enzimas-chaves de determinadas rotas metabólicas. Portanto, objetiva-se com esta revisão bibliográfica discorrer sobre os principais aspectos metabólicos relacionados ao uso de glicerina bruta e ractopamina na alimentação de suínos. A partir da presente revisão verifica-se que tanto a inclusão de glicerina quanto a adição de ractopamina na dieta de suínos promovem adaptações metabólicas alterando a expressão gênica e a atividade de enzimas relacionadas ao metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. Todavia, novas pesquisas são necessárias para compreendermos melhor o metabolismo integrado de suínos alimentados com dietas contendo glicerina e/ou ractopamina. Palavras-chave: agonista beta-adrenérgico, biodiesel, enzima, glicerol e metabolismo. 4585


Artigo 365 - Metabolic aspects related to the use of crude glycerin and ractopamine in pig feeds

INTRODUCTION Crude glycerin is a by-product derived from the production of biodiesel and as the production of this biofuel has been growing in recent years, the supply of crude glycerin in the market has also increased (ANP, 2015). Due to high glycerol content in the crude glycerin (typically between 80 to 95%) and the high energetic value of this compound (approximately 4,320 kcal of gross energy/kg), glycerin has been considered as an energetic alternative ingredient for animal nutrition, such as pigs (MOUROT et al., 1994; BERENCHTEIN et al., 2010; GOMIDE et al., 2012; CARVALHO et al., 2013). Ractopamine has been added to the feed of pigs with the main objective of reducing the fat content in carcass, which makes the pork more competitive in the market because the consumers have prioritized the purchase of healthy foods and with better quality (FERREIRA et al., 2013; ARAÚJO et al., 2014). Moreover, ractopamine can also promote greater protein deposition in the muscle; however it is not fully understood if their predominant effect is the reduction of the rate of protein degradation or is the stimulation of the protein synthesis rate associated with hypertrophy of muscle fibers (DUNSHEA et al., 2005; MOORE et al., 2009). According to FERREIRA et al. (2013), the understanding of metabolic events resulting from ractopamine supplementation in the diet can contribute to the formulation of diets with better balance of nutrients promoting greater zootechnical results in pigs, and thus, this is an interesting area for further scientific studies. Therefore, considering the potential of the glycerin as an energetic ingredient in feed for pigs and the scientific reports about the improvements from the supplementation of pig diets with ractopamine, the aim of this review is to discuss the main metabolic aspects related to use of these products in the swine feeds. LITERATURE REVIEW Biodiesel production and use of glycerin in swine feeds Biofuels, such as biodiesel, are important alternatives of replacement to the petroleum-based fuels that are expensive fossil fuels derived from non-renewable natural resources. Moreover the biofuels cause less en4586

vironmental impact (BOSO et al., 2013). Crude glycerin is a by-product from biodiesel production, obtained from transesterification reactions between fatty acids of a fat source and an alcohol in the presence of a catalyst which is typically a basic substance such as, the sodium hydroxide or potassium (THOMPSON & HE, 2006). The raw materials for the biodiesel production can be vegetable oils (cotton, peanuts, babassu, canola, palm, sunflower, castor beans, soy, among other), animal fats (beef tallow, fish oils, swine lard) or even residual oil and fat derived from domestic, commercial or industrial processing (ANP, 2015). The type of raw materials and biodiesel production process influence the composition and quality of crude glycerin (HANSEN et al., 2009). Besides that, the crude glycerin can undergo to some degree of processing or purification, which can also affect its final quality and chemical composition, however, the partial or total purification of glycerin is a costly process (MENTEN et al., 2010). Thus, a lot of researchers focused on the use of crude glycerin in animal nutrition, since this co-product is usually cheaper than the purified glycerin. Around 10% of the total volume of produced biodiesel corresponds to crude glycerin. Just in Brazil, the biodiesel production in 2014 was approximately 3.64 billion of liters, generating 364 million of liters of crude glycerin. The biodiesel production has been growing every year resulting in crude glycerin in a surplus amount to the capacity of utilization by chemical industry (ANP, 2015). Moreover, there is still no established laws to regulate the proper disposal of excess glycerin, which can cause environmental problems if all the glycerin produced is not utilized (MENTEN et al., 2010). Therefore, one of the great challenges of today is the development of technologies that enable new ways to use glycerin, avoiding its disposal in the environment and providing new methods to profit with this co-product. In pig raising, feed represents about 70% of the production cost, being the energy one of the most expensive components of the formulations (BERTECHINI, 2012), thus justifying the interest of nutritionists in assessing alternative energetic sources that can efficiently replace conventional ingredients without

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harming animal performance (GOMIDE et al., 2012). Thus, the glycerin has been studied as a possible energetic ingredient in feed for pigs (MOUROT et al., 1994; BERENCHTEIN et al., 2010; GOMIDE et al., 2012; CARVALHO et al., 2013). In the USA and Europe, glycerin is utilized by food industry as a food additive and has “GRAS” (Generally Regraded as Safe) status (MENTEN et al., 2010). In Brazil, the glycerin use in food products was permitted by Resolution No. 386 of August 5th, 1999 (LOPES et al., 2012). However, to avoid cases of poisoning in animals and try to standardize the composition of the produced glycerin, the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (MAPA, Brazil) determined that the glycerin added as an ingredient in the animal diet must contain a amount maximum of 150 mg of methanol/kg and 13% of moisture and the other hand, a amount minimum of 80% of glycerol and low concentrations of sodium or other electrolyte (LOPES et al., 2012). The energy content of the glycerin from the biodiesel is variable, being dependent of their contents of glycerol and fatty acids and also of the species and age of the animals studied, among other factors (CERRATE et al., 2006). However, in general, the glycerin is a good energy source in the feed of pigs in the finishing phase, being related in the literature the values of metabolizable energy (ME) of 3,267 Kcal of ME/kg of crude glycerin derived from rape oil (KOVÁCS et al., 2011) and 3,475 Kcal of ME/kg of crude glycerin derived from soybean oil (MELO, 2012). The inclusion of up to 9% of glycerin derived from beef tallow in pig diets in growing and finishing phases was considered safe by BERENCHTEIN et al. (2010), based on the parameters of performance (daily feed intake, daily weight gain and feed conversion), carcass traits (hot carcass yield, carcass length, backfat thickness, loin eye area, and relation fat/meat) and pork quality (pH, color, and water loss by dripping of the Longissimus dorsi muscle). Similarly, CARVALHO et al. (2013) did not find loss in performance, backfat thickness and loin depth when pigs in the growing and finishing phases were fed diets containing up to 12% of crude glycerin derived from soybean oil or mixed glycerin derived from ani-

mal fat and soybean oil. In addition, was related that the glycerin use can be economically viable with reduction of the cost with animal feed in approximately 11%. GOMIDE et al. (2012) also evaluated the effect of partial substitution of corn by crude glycerin in diets for barrows in finishing phase. They concluded that the use of up to 16% glycerin did not affect performance and carcass characteristics (carcass length, weight of warm and chilled carcass, estimated carcass yield, estimated weight loss in cooling, loin eye area, backfat thickness at P2 point, muscle depth, and estimated yield of meat in cold housing), and increase the water holding capacity and tenderness of the meat, which are desirable characteristics by the consumer and by the food industry. The lower loss of water in pork due to supplementation of the feed with glycerol has been reported since the 90's (MOUROT et al., 1994). This improvement may probably be related to the hypothesis that part of ingested glycerol may be stored in muscle tissue and, considering that glycerol can exert high osmotic pressure in the cell, the glycerol may have induced a greater water holding capacity in the pork. However, both MOUROT et al. (1994) as GOMIDE et al. (2012) did not quantified the glycerol content in the muscle tissue of pigs which would prove or disprove the hypothesis established to justify the data observed. On the other hand, when growing and finishing pigs were fed diets containing 30% of crude glycerin of vegetable origin, the animals showed lower weight gain and poor feed conversion, without any effect on feed intake (KIJORA et al., 1995). MENDOZA et al. (2010) also reported negative effect due to the addition of 30% of purified glycerin in the feed of pigs, because the complete oxidation of the urine of these animals yielded 540% more gross energy than determined in the urine of the pigs fed a diet without glycerin (control diet) representing a large energy loss. Therefore, these results suggest that there is a metabolic limitation when high levels of glycerin are added in the pig diets. Absorption and metabolism of glycerol HANSEN et al. (2009) evaluated increasing levels of inclusion of mixed crude glycerin from vegetable oil and tallow in feed for pigs in growing and finishing

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phases and verified that plasma concentrations of glucose and free fatty acids were not influenced by the glycerin levels. However, the increase of 0 to 16% of glycerin in the feed resulted in gradual increase of the plasma glycerol. Similar results for plasma glycerol content were observed in two experiments with broilers fed with diets containing of 0 to 7% of glycerin, during periods of 22 to 35 and 33 to 42 days of age (BERNARDINO et al., 2014b). These results confirm the report of that glycerol present in the glycerin can be absorbed by the digestive tract of monogastric animals and is transported by the blood to the liver (TAO et al., 1983) and also indicate that the amount of glycerol absorbed by the animal is dependent of their inclusion level in the diet. Although it is known that the glycerol present in the glycerin can be absorbed by the pigs, it is important that the inclusion level of crude glycerin in the feed is not high enough to saturate the metabolic capacity of the organism. Because if it happens, the glycerol excess absorbed is excreted via urine resulting in lower energetic use of the glycerin, which may even harm the animal performance (BARTLET & SCHNEIDER, 2002).

of male piglets (Large White x Pietrain) weaned and fed during the period of 30 to 72 days of age with diets not containing or containing glycerin at inclusion level of 7.5 or 15% (PAPADOMICHELAKIS et al., 2012). The amount of mRNA on the GK increased linearly with increasing inclusion of glycerin in the feed. This signifies that there was a positive regulation at the transcriptional level of the GK gene indicating that the piglets increased their ability to metabolize glycerol to glycerol 3-phosphate. However, although this result of gene expression represents an adaptation metabolic, an important parameter to measure the efficiency of an enzyme is determining its catalytic activity. Until now, was not found any scientific study reporting the effect of dietary crude glycerin on the activity of hepatic GK in finishing barrows. However, BERNARDINO et al. (2014b) conducted two experiments with broilers fed diets containing from 0 to 7% of glycerin, during the rearing periods of 22-35 and 33-42 days of age. For both experiments they found that the increase of the dietary glycerin concentration increased the GK activity showing a self-regulation of the body to allow a better use of the dietetic glycerol.

In this regard, MELO (2012) evaluated the effect of increasing levels of crude glycerin (0, 5, 10, 15, and 20%) on performance, carcass and pork quality, and economic viability of the use of this co-product for barrows in the finishing phase. The evaluated parameters were harmed when the feed contained 15% or 20% of glycerin, probably because there was the saturation of the activity of enzymes that participate in the glycerol metabolism, being that a great amount of this compound was not metabolized and was excreted in the urine.

In the sequence of the metabolic pathway, glycerol3-phosphate can be converted to dihydroxyacetone phosphate by enzyme glycerol-3-phosphate dehydrogenase (EC 1.1.1.8 and EC 1.1.5.3 for the fractions cytosolic and mitochondrial). Then, the dihydroxyacetone phosphate can be converted to glyceraldehyde 3-phosphate by triosephosphate isomerase and depending on the energy status of the animal, this intermediate can be used for glucose synthesis (gluconeogenesis), lipids synthesis (lipogenesis) or to be completely oxidized for the energy production via glycolysis and Krebs cycle (CHAMPE et al., 2009).

The enzyme glycerol kinase (GK, EC 2.7.1.30; ATP: glycerol 3-phosphotransferase) converts glycerol to glycerol-3-phosphate and this is a key enzyme in the metabolism of glycerin. In the absence of phosphorylation, the glycerol is excreted by the animal resulting in double nutritional loss, because besides the lower generation of energy that could be produced, the animal must expend energy to promote the glycerol excretion (CHAMPE et al., 2009). The expression of GK enzyme gene was determined by RT-PCR in the liver

Therefore, the glycerol metabolism is of great interest, since this compound participates of the intermediate energetic metabolism. HAGOPIAN et al. (2008) reported that the activity of liver enzymes GK and glycerol-3-phosphate dehydrogenase increased when the diet of rats was formulated with caloric restriction, demonstrating that there was a metabolic adaptation for that the glycerol derived from the breakdown of triglycerides could be used in a greater ratio as an energy source.

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There is still the hypothesis that besides serving as energy source, the glycerol can also have positive effect over the retaining of amino acids or nitrogen. The explanation for this hypothesis is based in the possibility of that glycerol could inhibit the activity of enzymes, such as phosphoenolpyruvate carboxykinase and glutamate dehydrogenase, resulting in economy of gluconeogenic amino acids favoring, consequently, the body protein deposition (STEELE et al., 1971; CERRATE et al., 2006). The glutamate dehydrogenase (EC 1.4.1.2) converts of reversible manner the glutamate to α-ketoglutarate, representing an important link between metabolism of carbon and nitrogen (NELSON & COX, 2011). Recently, BERNARDINO et al. (2014a) reported that the increase of mixed glycerin inclusion in the broiler diet from 1.75 to 7% inhibited by 47% the activity of the gluconeogenic enzyme

the increase in diameter of muscle fibers, improving performance and pig carcass characteristics (AGOSTINI et al., 2011; LI et al., 2015).

glutamate dehydrogenase and increased in 13% the amount of crude protein in the broiler breast. However, the real effect of dietary glycerin on the protein metabolism in pigs remains controversial of manner that more researches in this area are needed.

malic enzyme (EC 1.1.1.40) generates NADPH which is as agent reducing in the fatty acid biosynthesis in hepatocytes and adipocytes (NELSON & COX, 2011). MILLS et al. (1990) reported lower activity of the malic enzyme in pigs fed diet containing 20 mg of ractopamine/kg, when compared with the enzyme activity determined in pigs fed diet without inclusion of ractopamine.

Ractopamine as animal metabolism modifier Ractopamine is a synthetic beta-adrenergic agonist with an analogous structure to the catecholamines which are hormones amino-derivate from the catechol. The ractopamine is a additive considered an animal metabolism modifier because it can change the protein and lipid metabolism (SCHINCKEL et al., 2003). According to FERREIRA et al. (2013), the ractopamine dose commonly used in pig diets ranges between 0 and 20 mg/kg of feed. The sarcoplasmic proteome comprises soluble proteins and enzymes, constitutes approximately one-third of the total proteins in skeletal muscles, and governs the biochemical processes influencing muscle metabolism. In a recent study, COSTA-LIMA et al. (2015) evaluated the sarcoplasmic proteome profile of the muscle Longissimus thoracis of pigs fed diets with or without ractopamine and they observed evidence of change of the muscle energy metabolism, because in the pork of pigs fed diet containing ractopamine there was greater relative abundance of L-lactate dehydrogenase and fructose-bisphosphate aldolase, that are enzymes involved in glycolytic metabolism. In addition, there are reports that ractopamine can stimulate

Several experiments confirmed that the ractopamine supplemented in the swine diet can reduce the fat content of the carcass (CARR et al., 2009; FERREIRA et al., 2011; ANDRETTA et al., 2012), which is desirable due to the greater acceptance of this product by the consumer. In general, the results indicate that the action of ractopamine on reducing the deposition of lipids in the carcass of pigs is mainly explained by lipogenesis inhibition and no by lipolysis stimulation (FERREIRA et al., 2013). The lipogenesis is regulated by a variety of factors including dietary nutrients, hormones, nuclear transcription factors, and lipogenic enzymes. For example, the catalytic activity of the

The fatty acids biosynthesis occurs in the cell cytoplasm and is initiated by the transfer of acetyl-CoA from the mitochondria to the cytosol, a process which occurs when there is high supply of ATP in the mitochondria, with consequent increase of the concentration of acetyl-CoA in the interior this organelle. Subsequently, there is the formation of malonyl-CoA by carboxylation of the acetyl-CoA catalyzed by acetyl-CoA-carboxylase (EC 6.4.1.2), which is a limiting step of the lipogenic pathway. Malonyl-CoA units are then used for the fatty acids synthesis through a sequence of reactions that are repeated several times, catalyzed by an enzyme system called the fatty acid synthase (EC 2.3.1.85). After the action of fatty acid synthase occurs the formation of palmitic fatty acid [CH3(CH2)14COOH], which can be further lengthened and/or added of unsaturation according with the requirements and enzymatic capacity of the organism (CHAMPE et al., 2009; NELSON & COX, 2011). The determination of the acetyl-CoA carboxylase activity in hepatocytes and adipocytes can probably con-

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tribute to a more detailed understanding of the lipid metabolism of pigs fed diets containing ractopamine. However, to this moment, these information were not find in the literature probably because the most of the specific kinetic assays known uses radioactive substrates (KROEGER et al., 2011), which are expensive and require specialized laboratories. Finally, studies on gene expression are also important tools for the understanding of energy metabolism. In this regard, REITER et al. (2007) reported reduction in the mRNA concentration of the fatty acid synthase and GLUT-4 transporter in the adipocytes of pigs fed diet containing 20 mg of ractopamine/kg, when compared to that determined in pigs fed diet without ractopamine. As the GLUT-4 is responsible for glucose transport into adipocytes, the reducing of the gene expression of this transporter means that there was lower uptake of glucose by the cell contributing to reduce fat deposition in the adipose tissue. CONCLUSION The glycerol contained in the crude glycerin added in monogastric diets can be absorbed by the digestive tract, however, there is a metabolic limitation in their use (especially at the level of enzyme saturation) when the swine diets contains high inclusion levels of glycerin (usually above 15% for barrows in finishing phase). Lipogenesis inhibition (and not the lipolysis stimulation) seems to be the major metabolic effect to justify the lower fat content in the carcass of swine fed diets supplemented with ractopamine. However, new studies evaluating the activity of lipogenic enzymes need to be conducted for a better understanding of energy metabolism of pigs fed diets containing glycerin and/or ractopamine. ACKNOWLEDGEMENTS To the Graduate Program in Veterinary Medicine of the Federal University of Lavras, by granting Postdoctoral scholarship (PNPD) to the first author. REFERENCES AGOSTINI, P.S. et al. Effects of ractopamine on performance and physiology of pigs. Archivos de Zootecnia, v.60, n.231, p.659-670, Sep., 2011. Available from: <http://scielo.isciii.es/pdf/azoo/ v60n231/art54.pdf>. Accessed: May. 02, 2015. 4590

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4593


Análise microbiológica do leite de vacas com mastite subclínica no município de Bom Jesus-PI Mastite subclínica, Coliformes totais e fecais, microrganismo.

Yânez André Gomes Santana* Pablo Cristovão de Alencar Fernandes2 Melina da Conceição Macêdo da Silva Santana3 Leane Brunelle dos Santos Alves4 Siluana Benvindo Ferreira3

Revista Eletrônica

1

Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal na Universidade Federal do Piauí – UFPI. *E-mail: yanezags@gmail.com. 2 Graduado no curso de Engenharia Agronômica na Universidade Federal do Piauí – UFPI. 3 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal na Universidade federal do Piauí – UFPI. 4 Técnica de laboratório em Biologia da Universidade Federal do Piauí – UFPI.

Vol. 13, Nº 02, mar/abr de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

1

RESUMO Objetivou-se com este artigo avaliar a qualidade microbiológica do leite de vacas com mastite subclínica através do teste de Contagem de Coliformes Totais e Fecais. Também realizar um levantamento clínico epidemiológico por propriedade estudada para identificar os fatores associados à ocorrência da infecção da glândula mamária, ao manejo, ao controle e à profilaxia para mastite. As amostras foram coletadas de propriedade do município de Bom Jesus – PI durante os meses de agosto e setembro 2013 e levada para o Laboratório de Microbiologia de Alimentos da UFPI/ CPCE para análises. Os resultados para Contagem Padrão de Placa estão dentro da normativa para leite cru refrigerado, das 16 amostras 100% estava abaixo de 6,0 x 105UFC/ml. Para Coliformes totais e E.C todas as amostras deram acima do que rege a IN 62 para leite pasteurizado. Com base no questionário aplicado, constatou-se que em todas as propriedades havia falhas nos procedimentos de higiene e limpeza bem como a falta de conhecimento sobre o controle à prevenção da mastite. Keywords: Mastite subclínica, Coliformes totais e fecais, microrganismo.

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A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

MICROBIOLOGICAL ANALYSIS OF THE MILK OF COWS WITH SUBCLINICAL MASTITIS IN THE MUNICIPALITY OF BOM JESUS-PI ABSTRACT The objective of this article to evaluate the microbiological quality of cows with subclinical mastitis by Count Total Coliform test and fecal as well as conduct a clinical epidemiological survey by property studied to identify factors associated with the occurrence of mammary gland infection, the management, control and prophylaxis of mastitis. Samples were collected owned by the municipality of Bom Jesus - PI during the months of August and September 2013 and taken to the Food Microbiology Laboratory of UFPI / CPCE for analysis. The results for Plate Count Standard are within the rules for refrigerated raw milk, 16 samples of 100% was below 6.0 x 105UFC / ml. For total coliforms and EC all samples gave up governing the IN 62 to pasteurized milk. Based on the questionnaire, it was found that in all the properties had failures in hygiene and cleaning procedures and the lack of knowledge about the prevention of mastitis control. Keyword: Subclinical mastitis, total and fecal coliforms, microorganism.


Artigo 366 - Análise microbiológica do leite de vacas com mastite subclínica no município de Bom Jesus-PI

INTRODUÇÃO O leite é definido como, sem outra especificação, o produto oriundo de ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (GONZALEZ et al., 2004). Líquido de cor branca ou ligeiramente amarelado, opaco, de odor suave e gosto adocicado. Produto íntegro obtido de uma ou mais ordenhas higiênicas de uma ou mais fêmeas leiteiras em bom estado de saúde, não cansadas, bem nutridas, recolhido de forma ideal e sem colostro (CARDOSO & ARAÚJO, 2004). Este produto é utilizado como alimento básico na dieta humana em todas as faixas etárias principalmente por ser um dos produtos mais completos do ponto de vista nutricional. Possui alta digestibilidade, indiscutível valor biológico e excelente fonte de proteína e cálcio, contendo teores elevados de tiamina, niacina

los e presença de grande número de leucócitos (SILVA et al., 2007). Existem ainda as formas subclínicas que são diagnosticadas principalmente através do exame de contagem de células somáticas (CCS) no leite. Na região do nordeste brasileiro, desde janeiro de 2013, a CCS aceitável, de acordo com a IN 62/2011, é de 6,0 x 105 CS/mL de leite, (MAPA, 2012). A causa mais comum e importante da mastite é aquela de natureza infecciosa, causada por bactérias e/ou fungos. A contaminação microbiana do leite interfere na sua qualidade e reflete as condições sanitárias de produção e a saúde do rebanho (GUERREIRO et al., 2005).

e magnésio (DIAS, 2007).

epidemiológicos por propriedade estudada para identificar os fatores associados à ocorrência da infecção da glândula mamária, manejo, controle e profilaxia para mastite.

É considerado como um meio de cultura natural e bastante favorável à reprodução ativa das bactérias (RIBEIRO JÚNIOR et al., 2011). A presença de coliformes nos alimentos é de grande importância para a indicação de contaminação durante o processo de fabricação ou mesmo pós-processamento. Os microrganismos indicadores são grupos ou espécies que, quando presentes em um alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial de um alimento, além de poder indicar condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento (SOUZA et al., 2009). A Contagem Bacteriana Total (CBT) é um parâmetro relacionado diretamente com a higiene de utensílios utilizados durante a ordenha bem como a estocagem adequada do leite, após sua retirada, a 4ºC. Portanto, a CBT é um parâmetro que pode ser modificado com rapidez e facilidade, devido ao fato de estar ligado a falhas na limpeza e desinfecção incorretas (CERQUEIRA, 2010). Dentre as patologias relacionadas às glândulas mamárias que contribuem para a contaminação do leite, a mastite é a inflamação da glândula mamária que se caracteriza por apresentar alterações patológicas no tecido glandular e uma série de modificações físico-químicas no leite. As mais comumente observadas são: alteração de coloração, aparecimento de coágu-

Objetivou-se com esse trabalho avaliar a qualidade microbiológica do leite de vacas com mastite subclínica através do teste de Contagem de Coliformes Totais e Fecais. E também realizar um levantamento clínico

MATERIAL E MÉTODOS Levantamento de dados Foram analisados 81 animais procedentes de sete propriedades de exploração leiteira do Município de Bom Jesus - PI no período de agosto a setembro de 2013. Nos rebanhos estudados o sistema de criação era semi-intensivo, sendo os animais alimentados à base de concentrado e volumoso, recebendo água procedente de poços e açudes, com produção média diária de 5 L de leite por animal. Os animais eram ordenhados uma ou duas vezes ao dia, pelo sistema de ordenha manual. As raças predominantes nos rebanhos leiteiros estudados eram holandesa, Gir, Girolando, porém em algumas propriedades observou-se a utilização de animais mestiços de outras raças. As amostras de leite foram retiradas dos quartos mamários após o descarte dos dois primeiros jatos de leite, seguindo-se o teste da caneca telada, e o California Mastitis Test (CMT) (SCHALM & NOORLANDER, 1957), em que os animais positivos para mastite subclínica resultaram em um total de 16 animais. Coletou-se aproximadamente 5 mL de leite, em frascos com tampa rosqueável, estéreis e previamente identificados com o nome ou número do animal e do quarto mamário. Na ocasião da visita às propriedades

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foram aplicados questionários de Inquérito Clínico epidemiológicos com o objetivo de coletar dados para a análise de possíveis fatores de risco associados à mastite bovina, sendo enviadas sob refrigeração ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos da Universidade Federal Piauí, para serem devidamente analisadas. METODOLOGIA No laboratório, as amostras de leite cru foram homogeneizadas e diluídas, utilizando-se solução salina peptonada 0,1%. A partir das diluições foram realizadas às seguintes análises microbiológicas: contagem padrão em placas (CPP), determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais (35°C) e termotolerantes (45ºC). Contagem Padrão em Placas (CPP) Para contagem padrão em placas foi transferido alíquotas das amostras a partir das diluições decimais de 10-1 a 10-3, para placas de Petri vazias e esterilizadas, em duplicata, sobre as quais se verteu Agar Padrão para Contagem, e incubaram-se a 35°C por 24 horas. Selecionaram-se as placas contendo entre 25 a 250 colônias, multiplicando-se o valor encontrado pelo fator de diluição correspondente, e expressando o resultado em Unidade Formadora de Colônia (UFC) /ml. Quantificação de coliformes totais (CT) pela técnica de tubos múltiplos – Número mais provável (NMP) Seguiu-se a metodologia da APHA, usando-se a técnica dos tubos múltiplos, com 3 tubos por diluição, para determinação do NMP de coliformes totais por mL (CT/mL) de amostra, utilizando-se o meio Caldo Lactosado Verde Brilhante e Bile 2% (VBB) com incubação a 35°C durante 24 – 48 horas.

práticas de fabricação, com maior ênfase na higiene do local de ordenha, repouso dos animais, processo de ordenha manual ou mecânica, como também sobre o conhecimento da mastite no rebanho bovino de Bom Jesus – PI. Os questionários foram preenchidos durante as visitas nas propriedades. RESULTADOS E DISCUSSÃO Algumas informações básicas sobre a mastite e o manejo do gado leite das fazendas de Bom Jesus – PI estão contidas em um Inquérito Clínico Epidemiológico mostrado no Quadro 1 e 2. Com base no inquérito Clínico Epidemiológico a respeito do manejo sanitário da mastite, apenas duas fazendas (B e C) tinha conhecimento a respeito dessa doença. Sabiam como a mastite é transmitida no rebanho e já fizeram uso do teste de CMT, porém, nenhuma das fazendas tinha feito prevenção da doença ou algum manejo correto para o controle da mesma. Durante o estudo foram observados que das sete fazendas estudadas, cinco delas apresentaram mastite subclínica ao teste CMT em pelo menos um animal. Foi verificado o desconhecimento por parte dos produtores acerca da utilização de linhas de ordenha. Em relação ao convívio dos animais, não havia a separação de animais com ou sem mastite.

Foram considerados positivos os tubos com produção de gás e a partir deles, transferiram-se, com alça de semeadura, alíquotas dos inócuos para três séries de tubos contendo o meio de cultura caldo Escherichia coli (EC), com incubação em banho-maria a 44,5°C por 24 horas, considerando-se positivos os tubos com produção de gás.

Comprovou-se que a não adoção de linha de ordenha é um fator de risco no aumento das CCS (SOUZA et al., 2009).No que tange as práticas adotadas no manejo das vacas, constatou-se a ausência de secagem das vacas no final da lactação, prática esta que pode contribuir para o aparecimento de mastite no rebanho, devido à presença de leite residual servir como meio de cultivo para microrganismo. O tratamento à secagem de todos os animais influencia, de modo favorável, na frequência e no controle de mastite do rebanho (OLIVER et al., 1993). Sabe - se que o tratamento à secagem de somente parte do rebanho favorece o aparecimento de novas infecções intramamárias durante o período seco e no momento do parto (BERRY & HILLERTON, 2002).

Questionários tipo clínico epidemiológico O questionário foi elaborado com questões de simples escolha, focadas em temas relacionados às boas

O primeiro passo do programa de controle de mastite é verificar o "status" da doença do rebanho antes de qualquer alteração do manejo e que um dos pontos

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QUADRO 1. Manejo sanitário da Mastite FAZENDAS

MANEJO SANITARIO DA MASTITE

“A” NÃO

“B” SIM

NÃO

“C” SIM

NÃO

“D” SIM

NÃO

“E”

SIM

NÃO

“F” SIM

NÃO

“G” SIM

NÃO

Tem conhecimento da doença?

X

X

X

X

X

X

X

Sabe como a mastite é transmitida dentro do rebanho?

X

X

X

X

X

X

X

Sabe o que é linha de ordenha e a importância?

X

X

X

X

X

Usa CMT ou caneca do Fundo escuto?

X

X

X

X

X

X

TOTAL

4

3

4

X

X

X 0

1

3

1

0

4

0

4

0

SIM

4

0

QUADRO 2. Produção do Leite FAZENDAS

Faz limpeza da sala de ordenha? NÃO

1

SIM, que frequência

X X,semanalmente

2

Faz a higiene dos tetos antes da ordenha? Não

SIM, qual produto?

Como é feito a secagem dos tetos após a lavagem? Papel toalha

Pano

Usa algum produto após a ordenha

Nada

NÃO

X

X

X

X

X

X

3

X

X

X

X

4

X

X

X

X

5

X

X

X

X

6

X

X

X

X

7

X

X

X

X

TOTAL

6

7

7

1

7

0

mais importantes no controle da mastite é a conscientização dos produtores das perdas econômicas e educação sanitária dos tratadores e ordenadores (RUPP et al., 2012). Os seguintes pontos que devem ser considerados em um bom programa de prevenção e controle da mastite são: mão de obra especializada, monitoramento dos índices de mastite, higiene ambiental, tratamento de mastite clínica, tratamento de vaca seca, eliminações de vacas com infestações crônicas, manejo e controle

0

0

SIM

0

de ordenha, higienização e manutenção do equipamento de ordenha e vacinação (MULLER, 2002). Com base no questionário aplicado, constatou-se que em todas as propriedades havia falhas nos procedimentos de higiene e limpeza. Em todas as fazendas a ordenha era feita em curral com chão batido de forma manual, não havia sala de ordenha. Todas as vacas eram ordenhadas com o bezerro ao pé, as vacas passavam a noite em um curral separado dos bezerros muitas vezes deitadas, depois da ordenha

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eram soltas a pasto juntos com os bezerros. O ordenhador não utilizava nenhum material de limpeza, não realizava a higiene dos tetos das vacas antes e depois das ordenhas. Um ponto crucial na profilaxia é a higiene do ordenhador. Suas mãos são o grande agente transmissor de bactérias para o úbere, o leite e todo o material utilizado (DIAS, 2007). A ordenha é o momento mais importante da atividade leiteira por constituir-se na medida mais importante de controle da mastite e possibilitar a melhoria da qualidade do leite (RUPP et al., 2012). A rotina diária de atividades e o correto manejo de ordenha são as principais medidas preventivas de controle de mastite. A execução de uma sequência lógica de tarefas durante a ordenha proporciona vários outros benefícios. A IN 62 determina que as tetas do animal a ser ordenhado devam sofrer prévia lavagem com água corrente, seguindo-se secagem com toalhas descartáveis de papel não reciclado e início imediato da ordenha Após a ordenha, desinfetar imediatamente as tetas com produtos apropriados. Os animais devem ser mantidos em pé pelo tempo necessário para que o esfíncter da teta volte a se fechar. A dependência de ordenha deve ser mantida limpa antes, durante e após a permanência dos animais. Ao término de seu uso deve ser realizada completa sanitização do piso e paredes para total remoção de resíduos. Todo o pessoal que trabalha nas dependências voltadas à produção deve apresentar hábitos higiêni-

TABELA 1. Contagem Padrão em Placas em Leite Cru refrigerado FAZENDAS

As contagens padrão em placas de bactérias no leite cru variaram de 1,3 X 103 a 1,4 x 105 UFC/ml (Tabela 1). Das 16 amostras de leite cru, 16 (100%) apresentaram-se dentro do padrão para contagem de bactérias exigido pela legislação para leite cru refrigerado. Tais achados não eram esperados, pois além de não sofrer qualquer tipo de tratamento térmico, este produto era mantido à temperatura ambiente, desde a sua obtenção até a chegada ao domicílio do consumidor. Esse resultado é diferente do apresentado por SILVA (2006), que encontrou uma grande variação entre os valores mínimo, mediano e máximo de mesófilos, respectivamente de 1,9 x 104 UFC/mL; 3,2 x 106 UFC/ mL; e 1,6 x 108 UFC/mL, em amostras de leite cru refrigerado. Contagens superiores a 5X106 UFC.mL-1 são suficientes para promover alterações organolépticas sensíveis no leite e que a partir de 106 UFC.mL-1 já permitem modificações no sabor, odor e consistência de leite e derivados. Neste estudo, os valores encontrados atingiram contagens máximas de 1,9x104 e 1,4x105 (SANTANA et al., 2011). Não existe legislação determinando as quantidades de coliformes totais e termotolerantes para leite cru. Por isso os resultados foram comparados ao limite máximo exigido para leite pasteurizado. Imediatamente após a pasteurização, o leite pasteurizado deve apresentar enumeração de coliformes a 30/35º C (trinta/trinta e cinco graus Celsius) menor do que 0,3 NMP/ml (zero vírgula três Número Mais Provável/ mililitro) da amostra.

AMOSTRA (UFC/ML) 1º

1

3,2x103

4,8X103

2

8,5X103

2,1X104

6,9X104

3

1,5X103

1,3X103

1,7X104

4

7,6X102

1,4X104

1,9x104

1,4x105

5

1,5x103

1,3x104

1,2x104

1,7x104

O Padrão de Acordo com a Instrução Normativa nº. 62, de 29 de Dezembro de 2011 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento são de 6,0 x 105 UFC/ml. 4598

cos. O ordenhador deve, no seu manuseio, conservar as mãos sempre limpas.

Todas as propriedades evidenciaram a presença de coliformes totais (TABELA 2), o trabalho comprovou que as amostras continha resultado muito acima do que prever a legislação. Altas contagens CT em 45 amostras de leite cru foram encontrados na região de Campina Grande-PB (CATÃO & CEBALLOS, 2001). Foram encontrados 100% das amostras fora dos padrões microbiológicos para coliformes em um tra-

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TABELA 2. Coliformes totais e termotolerantes em Leite Cru em Bom Jesus-PI AMOSTRAS (NMP/ML)

FAZENDA

Coliformes totais “A”

“B”

>1100

23

2

240

>1100

3

<3,0

43

4

23

>1100

23

5

>1100

240

240

1

“C”

Termotolerantes “A”

“B”

>1100

7,4

23

<3,0

<3,0

<3,0

>1100

<3,0

<3,0

23

23

>1100

23

>1100

23

<3,0

balho realizado na cidade de Queimadas – PB. A presença desses microrganismos nas amostras analisadas ressalta a ausência de cuidados com relação à higienização aplicada nas propriedades (SILVA et al., 2010). Comparando com a legislação para leite pasteurizado todas as amostras estão fora do padrão para E.C, sua presença tem significado importante, por ser um indicador de contaminação fecal e eventual presença de outros enteropatógenos, além disso, existem linhagens patogênicas para homens e animais. Foram analisadas 24 amostras de leite cru coletadas em um laticínio em Goiás e encontraram a presença de E. coli em 19 (79,2%). Na maioria das amostras analisadas foi evidenciada a presença de coliformes totais e coliformes termotolerantes, porém esses últimos em menor número (CAMPOS et al., 2006). Esses resultados foram comparados com os parâmetros microbiológicos exigidos para o leite pasteurizado (BRASIL, 2011), pois devido à proibição de comercialização de leite não pasteurizado, não existem parâmetros microbiológicos para leite vendido a balde e em fazendas. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, concluiu-se que: O leite cru vendido a balde informalmente no município de Bom Jesus-PI podem oferecer riscos à saúde da população. O leite comercializado cru na cidade de Bom Jesus não atende aos requisitos microbiológicos determinados pela legislação vigente no Brasil. Falta conhecimento por parte dos produtores a respeito do manejo e das práticas de higiene e limpeza sobre a qualidade microbiológica do

“D”

23

“C”

“D”

<3,0

leite. É necessária a implantação de políticas públicas no município, com a sensibilização dos profissionais envolvidos na cadeia produtiva, para que haja melhoria das condições de higiene na obtenção, transporte e acondicionamento do leite, adequando-o a Legislação Federal em vigência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERRY, E. A.; HILLERTON, J.E. The effect of selective dry cow treatment o new intramammary infections. Journal Dairy Science, v.85, 112-121, 2002. BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Instrução Normativa nº. 62 de 29 de dezembro de 2011. Regulamentos Técnicos de Produção Identidade, Qualidade, coleta e transporte de leite. Disponível em: < http://www. agricultura.gov.br/legislacao> acessado em 20 de agosto de 2015. CAMPOS, M. R, H. et al. Caracterização fenotípica pelo antibiograma de cepas de Escherichia coli isoladas de manipuladores, de leite cru e de queijo “Minas Frescal” em um laticínio de Goiás, Brasil. Ciência Rural, v. 36, n. 4, p. 1221-1227, 2006. CARDOSO, L.; ARAÚJO, W.M.C. Parâmetros de qualidade em queijos comercializados no Distrito Federal, no período de 1997-2001. São Paulo: Revista Higiene Alimentar. v. 18, n.123, p. 49-53, 2004. CATÃO, R. M. R.; CEBALLOS, B. S. O. Listeria spp., coliformes totais e fecais e E.Coli no leite cru e pasteurizado de uma indústria de laticínios, no Estado da Paraíba (Brasil). Ciência e Tecnologia de alimentos, Campinas, v. 21, n. 3, p. 281-287,. 2001. CERQUEIRA, M. M. O. P. Instrução Normativa nº 51: mudanças nos padrões e necessidade de revisão

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Artigo 366 - Análise microbiológica do leite de vacas com mastite subclínica no município de Bom Jesus-PI

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Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos Bovinos, cálcio, fósforo, exigências, nutrição.

Revista Eletrônica

Danniel Ferreira Vilela1 Caniggia Lacerda Andrade1 Karoliny dos Santos Castro1 Marília Ferreira Pires2* Graduando em Zootecnia. Universidade Federal de Goiás - EVZ, GoiâniaGO. 2 Mestranda em Zootecnia. Universidade Federal de Goiás - EVZ, GoiâniaGO. *E-mail: mariliapires.1@hotmail.com. 1

Vol. 13, Nº 02, mar/abr de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A grande maioria do rebanho de gado de corte nacional é criado de forma extensiva necessitando ser suplementado. As exigências minerais são definidas segundo as atividades fisiológicas, mantença, ganho de peso, produção de leite, reprodução e perdas endógenas, fecais e urinárias. A estimativa das necessidades dos macroelementos minerais para bovinos variam muito entre os diferentes comitês tendo como principais fatores de variação as diferenças nos valores adotados para os requerimentos de mantença e o coeficiente de absorção dos minerais. Para vacas em lactação de produção entre 15 a 50 kg de leite apenas a suplementação mineral e pastagem não conseguem suprir as necessidades de cálcio e fósforo destes animais, devendo ser fornecido concentrado e volumoso de boa qualidade, já vacas de baixa produção (7 a 12 kg de leite por dia) e bovinos de corte a pasto é possível suplementar suas exigências de cálcio e fósforo com suplemento mineral e sistema de pastejo. Keywords: bovinos, cálcio, fósforo, exigências, nutrição.

REQUIREMENTS CALCIUM AND PHOSPHORUS IN CATTLE NUTRITION ABSTRACT The vast majority of the national beef cattle herd is created extensively need to be dietary supplemented. The mineral requirements are defined according to the physiological activities, maintenance, weight gain, milk production, reproduction and fecal and urinary losses. The estimated requirements of the macro minerals for cattle vary greatly between the different committees whose main variation factors the differences in the values adopted for the maintenance requirements and the absorption coefficient of minerals. For lactating cows producing between 15 to 50 kg of milk only mineral supplementation and pasture can not meet the needs of calcium and phosphorus of these animals, must be supplied concentrate and good quality roughage because of low production cows (7-12 kg of milk per day) and food to beef cattle can supplement your calcium and phosphorus requirements with mineral supplement and grazing system. Keyword: cattle, calcium, phosphorus, requirements nutrition.

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Artigo 367 - Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos

INTRODUÇÃO O reconhecimento da importância da nutrição animal se estende desde o século XVIII. O ramo da nutrição animal apresenta em termos práticos um vasto campo de ação, desde fazendas que aplicam altas tecnologias até condições em que nem há cochos nas pastagens (HADDAD E ALVES, 2006).

conchas marinhas, casca de ovos, chifres e ossos (SHILS, 2009, p.211).

A grande maioria do rebanho de gado de corte nacional é criado de forma extensiva necessitando ser suplementado. Dentre as grandes carências destes animais se destacam a suplementação mineral e proteica (ASBRAM, 2003).

Cálcio é o mineral mais abundante no corpo, 2% do peso vivo da quantidade total de cálcio encontrada no corpo do animal, 98% deste está nos ossos e dentes, e os outros 2% estão distribuídos nos fluidos extracelulares e tecidos moles. O cálcio além de parte fundamental dos ossos, também é parte indispensável nos impulsos nervosos, na regularização dos batimentos cardíacos, nas contrações musculares, na coagulação sanguínea e na ativação e estabilização de enzimas (LUCCI, 1997, p.93).

Em algumas condições a complementação de dietas de bovinos por meio de minerais nem sempre é necessária. Há situações que a dieta fornecida é suficiente,

Após o cálcio, o fósforo é o mineral mais abundante no corpo, fazendo parte do DNA E RNA, sendo então necessário para todos os tipos de crescimento (WHIT-

e em outras condições como em pastagens tropicais, raramente se encontra cenários onde a mineralização é indispensável (BALSALOBRE e RAMALHO, 2010).

NEY E ROLFES, 2008). O fósforo é um elemento criticamente relevante em cada célula corporal e está presente na forma de hidroxiapatita nos ossos. As membranas plasmáticas necessitam do fósforo como componente dos fosfolipídios, sendo o papel principal na produção e armazenamento de energia no corpo, nas formas de trifosfato de adenosina, creatina fosfato e outros compostos fosforilados. É componente chave em praticamente todas as enzimas, mensageiros celulares e combustíveis de carboidratos, é indispensável na ativação de hormônios, vital na regulação ácido base, servindo como um dos tampões mais significativos na superfície óssea e também na regulação renal do balanço de prótons (SHILS, 2009, p.230).

Em regime de pasto o método mais indicado e o mais utilizado para suplementar minerais é a administração dos elementos deficientes com o sal comum, deixando em cochos à vontade, com a função de estimular ou limitar a quantidade de elementos que serão ingeridos pelo animal. Baruselli (2005), após observar a produção de bovinos e consumo de fosfato bicálcico, estima que somente 38% do rebanho brasileiro recebem suplementação mineral devidamente balanceada. Para propor uma suplementação animal é necessário conhecer a concentração dos minerais contidos na dieta do animal, por exemplo, nas pastagens, quanto estão sob um sistema de produção (BALSALOBRE e RAMALHO, 2010). As exigências minerais são definidas segundo as atividades fisiológicas, mantença, ganho de peso, produção de leite, reprodução e perdas endógenas, fecais e urinárias (BALSALOBRE e RAMALHO, 2010). Depois do ferro, alumínio silício e oxigênio, o cálcio é o quinto elemento mais abundante da biosfera, podendo ser encontrado tanto na forma sólida, como na forma líquida. Na natureza é parte constituinte de matérias como calcário, mármore, coral, pérolas, 4602

Da mesma forma, o potássio é o cátion mais concentrado nas células e o fosfato corresponde ao ânion mais abundante. Cerca de 5 a 10% do fósforo estão ligados à proteína, 80% encontra-se contidos nos ossos e 9% está nos músculos esqueléticos (SHILS, 2009, p.229). Segundo Schroeder (2004), o conhecimento da interação entre minerais inclui a relação entre o cálcio e o fósforo. Esses minerais são estudados juntos devido à grande participação no organismo animal, principalmente em componentes estruturais, além de que as fontes comumente usadas de fósforo contêm cálcio em sua composição (BALSALOBRE e RAMALHO, 2010).

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Artigo 367 - Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos

Segundo Coelho da Silva (1995), cálcio, fósforo e vitamina D apresentam sinergia pois 80% do fósforo está associado ao cálcio em forma de hidroxiapatita, onde a vitamina D torna-se indispensável pois está totalmente relacionada à absorção de cálcio e fósforo no intestino. 1. EXIGÊNCIAS É indispensável o conhecimento das exigências nutricionais em bovinos nos diversos sistemas de produção, tanto exigência de mantença quanto de ganho, tornado importante o conhecimento para formulação de suplementos minerais, com o objetivo de obter melhores índices reprodutivos e produtivos na pecuária, cada dia mais tecnificada.

“No Brasil, de acordo com Silva et al. (2002), são escassos os trabalhos de pesquisa sobre perdas endógenas de minerais em ruminantes, e os poucos trabalhos desenvolvidos têm encontrado valores muito variáveis, e diferentes daqueles preconizados por diferentes sistemas de determinação de exigências de bovinos de corte” (VALADARES FILHO et al., 2010). O cálcio e o fósforo são os principais macrominerais presentes no organismo animal, e sua exigência líquida, quase exclusivamente, começou a ser determinada no Brasil a partir da década de 80 (CABRAL et al., 2008).

As exigências totais de cada macroelemento mineral

A relação entre cálcio e fósforo fornecida ao animal é bastante importante, pois o teor de cálcio presente na dieta pode alterar o metabolismo do fósforo. O cálcio

correspondem à soma das exigências para mantença e produção sendo o método fatorial o mais utilizado para fins de predição dos requisitos dos minerais para bovinos (ARC, 1980).

e o fósforo interagem no trato intestinal, nos fluidos celulares e no sistema ósseo-sanguíneo, de tal modo que seus metabolismos apresentam comportamentos biológicos semelhantes (GONZÁLEZ, 2000).

Maiores deposições de gordura estão associadas a menores deposições de minerais, o conteúdo de minerais no tecido adiposo é inferior ao conteúdo nos demais tecidos. Portanto, os mesmos fatores que afetam a deposição de gordura no ganho também afetarão o depósito de minerais. Para que estes minerais sejam assimilados pelo organismo animal, é necessário o fornecimento de nível adequado de ambos os minerais na dieta, pois o excesso ou a deficiência de um interfere na utilização do outro (VALADARES FILHO, 2010).

Segundo Portilho (2003), a ingestão de MS não é relacionável com a ingestão de fósforo, onde observaram consumos constantes de MS quando forneceram dietas com diferentes níveis de fósforo. Quando há severas deficiências de fósforo na dieta o consumo de MS será alterado, como resultado da redução na atividade microbiana no rúmen, responsável pela degradação do alimento (TERNOUTH, 1996).

A estimativa das necessidades dos macroelementos minerais para bovinos variam muito entre os diferentes comitês (ARC 1980; AFRC 1991; NRC 2000; CSIRO 2007) tendo como principais fatores de variação as diferenças nos valores adotados para os requerimentos de mantença e o coeficiente de absorção dos minerais. Para o cálculo dos requerimentos de minerais para mantença, normalmente os valores de perdas endógenas de fezes e urina são estimados pelas regressões das produções fecais ou urinárias em função da ingestão de determinado mineral (VALADARES FILHO et al., 2010).

O principal meio de excreção de fósforo em ruminantes é nas fezes, existindo relação linear entre o fósforo consumido e o fósforo total excretado (BRAVO et al., 2003). O excesso deste mineral nas fezes, pode contaminar os meios aquáticos, uma vez que é um dos nutrientes mais poluentes do ambiente, isso principalmente em criações intensivas (TAMMINGA, 2003). E isso pode ser controlado através da formulação adequada da dieta (CAST, 2002). 1.1. Exigências para mantença As exigências de minerais para mantença são baseadas no gasto para manter os tecidos do animal que não está crescendo, desempenhando trabalho, reproduzindo ou gerando qualquer produto (UNDERWOOD, 1981). O animal não é eficiente ao conservar os minerais no corpo, resultando em perdas

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Artigo 367 - Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos

através dos rins, da mucosa intestinal, das glândulas digestivas e da pele, complementando assim as exigências de mantença (VALADARES FILHO et al., 2010). A manutenção do corpo do animal envolve o metabolismo, circulação, respiração entre outros processos, somando as perdas externas e movimentos do animal, sendo essas exigências calculadas para suprir as necessidade básicas do corpo (FONTES, 1995). 1.1.1. Cálcio O cálcio é o mineral mais abundante no corpo do animal, representando 1 a 3% do peso total do animal (UNDERWOOD, 1981). O ruminante tem pequena capacidade de excretar cálcio absorvido em excesso, a excreção urinária é pequena e as perdas endógenas fecais são contantes, mostrando que a regulação sérica de cálcio é feita a nível intestinal (FIELD, 1983). O cálcio fecal é contituído pelo cálcio endógeno mais o cálcio dietético que não foi absorvido (VALADARES FILHO et al., 2010). Braithwaite (1982), concluiu após avaliar várias pesquisas que o cálcio endógeno está em maior quantidade nos animais em crescimento do que em animais adultos, com base no peso corporal. Hansard et al., (1954; 1957) determinaram a verdadeira disponibilidade de cálcio, os requerimentos de mantença e a utilização por bovinos utilizando radioisótopos de cálcio, experimentando em animais que variavam a idade de 10 dias a 190 meses a partir destes trabalho o NRC (1984) passou a recomendar uma exigência líquida diária de cálcio para mantença de 15,4 mg/kg de peso vivo, e manteve essa recomendação nas edições subsequêntes, NRC (1996) e NRC (2000) por considerar que não havia tido trabalhos para recomendar mundanças neste valor. Para vacas em lactação há um aumento na exigência de mantença para 31 mg/kg de peso vivo (MARTZ et al., 1990). Este incremento em vacas em lactação é devido ao aumento da ingestão de matéria seca que causa impacto sobre a secreção intestinal de cálcio durante a digestão (NRC, 2001). Já o ARC (1980) conclui que as perdas endógenas diárias é de 16mg/kg de peso corporal, onde 0,8mg/ kg refere-se as perdas urinárias. 4604

Quando há desbalanceamento na relação de cálcio e fósforo adequada, com deficiência de um dos dois elementos, poderá haver alterações na exigência de mantença de um dos dois elementos, que será provocada pela variação na excreção fecal de cálcio. Segundo Tillman et al. (1996), quando há uma proporção maior de cálcio em relação ao fósforo haverá uma maior excreção de cálcio pela urina, quando não houver fósforo circulante suficientemente disponível para a deposição óssea, o cálcio que estaria disponível, porém excedente, que seria depositado juntamente com o fósforo, será excretado. No Brasil alguns autores fizeram vários trabalhos para estimar a exigência de mantença, Ezequiel (1987) após experimentos chegou a valores como 33,2 43,5 e 26,1 mg/kg de peso corporal para animais da raça Nelore, Holandês, e ½ HZ. Gionbelli (2010) por meio de regressão do cálcio retindo em função do cálcio consumido chegou a uma exigência diária de 26,5 mg/kg de peso corporal vazio e com um coeficiênte de retenção de 0,55 próximo ao sugerido pelo NRC (2000) que é de 0,50. Devido aos resultado inconsitentes, é recomendado utilizar o valor de 15,4mg/kg de peso corporal por dia obtido pelo trabalho de Hansard et al. (1954,1957), e recomendado pelo NRC (2000) (VALADARES FILHO et al., 2010). 1.1.2. Fósforo Assim como nos outros minerais, as exigências de mantença de fósforo são cálculadas com a soma das excreções metabólicas fecais e urinárias desse elemento. O NRC (2000) considera que a exigência diária de fósforo é de 16 mg/kg de peso corporal. Da mesma forma que foi citado para o cálcio, uma inadequada relação de cálcio e fósforo pode alterar as exigências de mantença deste elemento, caso haja deficiência de um deles na dieta. Hansard et al. (1954) observaram que quando há uma ingestão baixa de cálcio, há uma maior excreção metabólica de fósforo, devido à uma insuficiência de cálcio para a calcificação óssea, causando um excesso de fósforo no organismo, causando a excreção deste. Segundo ARC (1980) a exigência diária de fósforo para mantença é de 12 mg/kg de peso corporal.

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Valadares Filho et al. (2010) sugere que a exigência de fósforo para mantença deve ser de 17,6 mg/kg do peso corporal por dia, valor obtido por Ezequiel (1987) em condições brasileiras a partir de animais Nelore em crescimento.

tes e na (Tabela 4) as exigências líquidas para bezerros nelore lactantes. Segundo o NRC (2000) a exigência de cálcio e fósforo é calculada em função do ganho diário de proteína, sendo para cálcio 7,1 g por 100 g de acréscimo de proteína e de fósforo de 3,9 g por 100 g de ganho protéico.

A excreção de fósforo pela urina em condições normais é baixa, enquanto que na saliva há reciclagem de fósforo, a reabsorção salivar acontece pelo intestino delgado, onde também há perdas por descamação (ARC, 1980). Resultado que o fósforo metabólico fecal é composto pelas perdas metabólica do intestino delgado e pelo fósforo que não foi reabsorvido na saliva (VALADARES FILHO et al., 2010).

2. ABSORÇÃO Para que haja a conversão das exigências líquidas dos minerais para exigências dietéticas utiliza-se um coeficiente de absorção para cada mineral (Tabela 5). Este coeficiente também é conhecido como disponibilidade verdadeira ou biodisponibilidade do mineral (VALADARES FILHO et al., 2010).

1.2. Exigências para ganho Valadares Filho et al. (2010), adaptou o modelo do ARC (1980) para obter resultados mais reais nas condições brasileiras, com isto ele chegou as seguintes exigências para cálcio, (Tabela 1), e fósforo, (Tabela 2) para Nelore puro e cruzado, na (Tabela 3) observamos as exigências líquidas para vacas nelore lactan-

Há uma grande variação desses coeficientes encontrados na literatura, muitas dessas variações são oriundas de fatores ainda não conhecidos, e outras por fatores conhecidos, como o fato que o excesso de cálcio e fósforo na dieta provoca uma menor absor-

TABELA 1. Exigências líquidas de cálcio para ganho de peso de animais Nelore puros e cruzados em diferentes pesos corporais e taxas de ganho de peso (g/dia) Ganho de peso (kg/dia)

Peso corporal (kg) 200

250

300

350

400

450

Nelore (confinamento) 0,50

6,04

5,52

5,13

4,83

4,57

4,36

0,75

9,06

8,28

7,70

7,24

6,86

6,55

1,00

12,07

11,04

10,27

9,65

9,15

8,73

1,25

15,09

13,80

12,83

12,07

11,44

10,91

1,50

18,11

16,56

15,40

14,48

13,72

13,09

Cruzados (confinamento) 0,50

6,37

5,83

5,42

5,09

4,83

4,61

0,75

9,56

8,74

8,13

7,64

7,24

6,91

1,00

12,75

11,66

10,84

10,19

9,66

9,21

1,25

15,93

14,57

13,55

12,74

12,07

11,52

1,50

19,12

17,49

16,26

15,28

14,49

13,82

Nelore (pastejo) 0,50

6,25

5,72

5,31

5,00

4,74

4,52

0,75

8,37

8,57

7,97

7,49

7,10

6,78

1,00

12,50

11,43

10,63

9,99

9,47

9,04

1,25

15,62

14,29

13,28

12,49

11,84

11,30

1,50

18,75

17,15

15,94

14,99

14,21

13,56

Fonte: VALADARES FILHO et al. (2010) Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.2, p.4601-4608, mar/abr, 2016. ISSN: 1983-9006

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Artigo 367 - Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos

TABELA 2. Exigências líquidas de fósforo para ganho de peso de animais Nelores puros e cruzados em diferentes pesos corporais e taxas de ganho de peso (g/dia) Ganho de peso (kg/dia)

Peso corporal (kg) 200

250

300

350

400

450

Nelore (confinamento) 0,50

3,11

2,92

2,77

2,65

2,55

2,46

0,75

4,67

4,38

4,15

3,97

3,82

3,69

1,00

4,23

5,84

5,54

5,3

5,09

4,94

1,25

7,79

7,3

6,92

6,62

6,37

6,15

1,50

9,34

8,76

83,1

7,94

7,64

7,39

Cruzados (confinamento) 0,50

3,27

3,06

2,9

2,78

2,67

2,58

0,75

4,9

4,59

4,36

4,17

4,01

3,87

1,00

6,53

6,13

5,81

5,56

5,34

5,17

1,25

8,17

7,66

7,26

6,94

6,68

6,46

1,50

9,8

9,19

8,71

8,33

8,02

7,75

Nelore (pastejo) 0,50

3,21

3,01

2,86

2,73

2,63

2,54

0,75

4,82

4,52

4,28

4,1

3,94

3,81

1,00

6,42

6,02

5,71

5,46

5,25

5,08

1,25

8,03

7,53

7,14

6,83

6,57

6,35

1,50

9,63

9,03

8,57

8,19

7,88

7,62

Fonte: VALADARES FILHO et al. (2010) TABELA 3. Exigências líquidas diárias de cálcio e fósforo para ganho de um quilograma de peso corporal de vacas Nelore lactantes (g/dia) Peso corporal (kg) 300

350

400

450

11,99

11,68

3,65

3,46

Cálcio 12,79

12,36 Fósforo

4,15

3,88

Fonte: Adaptado de VALADARES FILHO et al. (2010) TABELA 4. Exigências líquidas diárias de cálcio e fósforo para ganho de peso corporal de bezerros Nelore Lactantes (g/dia) Ganho de peso (kg/dia)

Peso corporal (kg) 100

125

150

175

200

Cálcio 0,50

8,22

7,82

7,51

7,26

7,04

0,75

12,33

11,73

11,26

1,89

10,57

1,00

16,44

15,64

15,02

14,51

14,09

Fósforo 0,50

3,48

3,45

3,43

3,41

3,39

0,75

5,22

5,18

5,14

5,11

5,09

1,00

6,96

6,9

6,86

6,82

6,78

Fonte: adaptado de VALADARES FILHO et al. (2010) 4606

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Artigo 367 - Exigências de cálcio e fósforo na nutrição de bovinos

TABELA 5. Valores de coeficiente de absorção de cálcio e fósforo observados na literatura Coeficiente de absorção

Fonte

Cálcio

Fósforo

NRC (1980)

0,68

0,60

AFRC( 1991)

-

0,58 a 0,70

NRC (1989) - Gado de leite

0,38

0,58

NRC (1996) - Gado de corte

0,50

0,68

NRC (2001) - Gado de leite (forragem)

0,30

0,80

NRC (2001) - Gado de leite (concentrado)

0,60

-

Fonte: adaptado VALADARES FILHO et al. (2010)

ção, sanbendo que a absorção dos mineirais é regulada a nível intestinal. CONSIDERAÇÕES FINAIS Cálcio e fósforo são os minerais mais encontrados no corpo do animal. Sendo estes macrominerais essenciais são indispensáveis à vida, devido à sua importância na constituição do animal e no metabolismo. Para formular um suplemento mineral deve-se basear nas exigências animal, baseando nas exigências calculadas pelo NRC (1997, 2001), ou podemos utilizar outras fontes como ARC (1980), Valadares Filho et al. (2010), onde podemos encontrar resultados pesquisados em condições brasileiras, porém, devemos atentar a qual fonte utilizar, pois há muitos resultados na literatura que não há fundamentos que comprovam veracidade dos valores. Ao usarmos suplementos minerais podemos suprir de 10 a 60% das exigências de cálcio e fósforo. Para vacas em lactação de produção entre 15 a 50 kg de leite apenas a suplementação mineral e pastagem não conseguem suprir as necessidades de cálcio e fósforo destes animais, devendo ser fornecido concentrado e volumoso de boa qualidade, já vacas de baixa produção (7 a 12 kg de leite por dia) e bovinos de corte a pasto é possível suplementar suas exigências de cálcio e fósforo com suplemento mineral e sistema de pastejo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARC – Agricultural Research Council. The Nutrient Requirements of Ruminant Livestock. London, Agricultural Research Council, The Gresham Press, p. 351, 1980.

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Uso da ractopamina na qualidade da carne e carcaça e no desempenho de suínos Aditivo, metabolismo animal, tecido muscular. Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 02, mar/abr de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A ractopamina participa nas dietas de suínos em fase final de terminação, como um aditivo repartidor de nutrientes, promovendo o desenvolvimento do tecido muscular com concomitante redução do tecido adiposo. A Ractopamina (RAC) é um agonista β-adrenérgico que inativa algumas enzimas responsáveis pelo processo de biossíntese de ácidos graxos. Alguns estudos relatam que o agonista não exerce impacto significativo sobre os parâmetros de desempenho e que, após o 30º dia de consumo do aditivo seus efeitos são reduzidos. Nesta revisão, objetiva-se discutir informações sobre a utilização da ractopamina na produção de suínos, sua atuação no metabolismo animal e apresentar resultados experimentais obtidos na nutrição de suínos com o seu emprego na dieta. Conclui-se que, de acordo com os trabalhos analisados, esse aditivo tem mostrado exercer influência em algumas características qualitativas e quantitativas da carne, biossíntese do tecido muscular, com redução do perfil de tecido adiposo na carne suína. Porém, não tem sido observadas discrepâncias nos parâmetros de desempenho para suínos. Palavras-chave: aditivo, metabolismo animal, tecido muscular.

Jansller Luiz Genova1 Nicole Yasmim Scholze Floss² Davi Elias de Sá e Castro¹ Israel Costa Pires Filho¹ Poliana Caroline da Silva Chambo³ Mestrandos em Zootecnia, PPZ/UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon – PR, bolsistas CAPES. *E-mail: jansllerg@gmail.com 2 Graduanda em Nutrição, UFSM, Campus de Palmeira das Missões - RS. 3 Graduanda em Zootecnia, UNIOESTE, Campus de Marechal Cândido Rondon - PR. 1

USE OF RACTOPAMINE IN MEAT QUALITY AND CARCASS AND IN THE PERFORMANCE OF PIGS ABSTRACT The ractopamine part in swine diets in the final finishing stage, as an additive splitter of nutrients, promoting the development of muscle tissue with concomitant reduction of adipose tissue. The Ractopamine (RAC) is a β-adrenergic agonist that inactivates some enzymes responsible for fatty acid biosynthesis process. Some studies report that the agonist has no significant impact on the performance parameters and that, after the 30th day of additive consumption effects are reduced. In this review, the objective is to discuss about the use of ractopamine in swine production, its performance in animal metabolism and present experimental results obtained in swine nutrition with their employment in the diet. It is concluded that, according to the studies reviewed, the additive has been shown to exert influence in some qualitative and quantitative characteristics of meat, muscle tissue biosynthesis, with reduction of adipose tissue profile in swine meat. However, it has not been observed discrepancies in performance parameters for swine. Keyword: additive, animal metabolism, muscle tissue.

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Artigo 368 - Uso da ractopamina na qualidade da carne e carcaça e no desempenho de suínos

INTRODUÇÃO O complexo suinícola tem buscado constantemente soluções tecnológicas capazes de promover a melhora dos índices zootécnicos e das características quantitativas e qualitativas da carne e da carcaça suína, de forma a atender as exigências de mercado e a manutenção de sua sustentabilidade econômica (MOREIRA et al., 2009).

detrimento ao de gordura na carcaça de suínos (BRIDI et al., 2006), de acordo com a Figura 1.

Neste sentido, são muitos os recursos dirigidos para a melhora da eficiência do sistema produtivo, destacando-se, entre outros, o manejo de restrição alimentar, associado ao subsequente período de alimentação ad libitum, visando a obtenção do ganho de peso compensatório dos animais.

Embora os estudos afirmem que a RAC não faz mal à saúde humana, o aditivo tem seu uso proibido em 126 países, com destaque à União Européia, China, Japão e Rússia, que declararam tolerância zero aos 26 países cujas legislações permitem a suplementação das dietas com a RAC, a exemplo do Brasil e Estados Unidos (FERREIRA et al., 2011).

O cloridrato de ractopamina foi outorgado como aditivo para uso nas indústrias suinícolas pelo Food and Drug Administration (FDA) desde 1999 e é reconhecido como um promotor de crescimento animal em suínos (BARK et al., 1992) e bovinos (EISEMANN et al., 1988).

Outro recurso empregado na melhora da conversão alimentar associada à redução da deposição de gordura na carcaça, ou seja, no aumento percentual da quantidade de carne magra, é o uso da ractopamina. A ractopamina participa nas dietas de suínos em fase final de terminação no Brasil como um aditivo repartidor de nutrientes, agindo na redução da lipogênese, na promoção do desenvolvimento muscular, com resultados importantes na minimização da deposição de tecido adiposo, melhorando a conversão alimentar, o desempenho e as características de carcaça (ALMEIDA et al., 2010; AGOSTINI et al., 2011).

A RAC é a única representante da classe dos β-adrenérgicos que pode ser utilizada nas dietas de suínos,

O objetivo desta revisão de literatura é discutir informações sobre a utilização da ractopamina na produção de suínos, sua atuação no metabolismo animal e apresentar resultados experimentais obtidos na nutrição de suínos com o seu emprego em dietas. DESENVOLVIMENTO DO TEMA A Ractopamina (RAC) é um agonista β-adrenérgico com estrutura análoga aos hormônios denominados catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), sendo empregado na produção animal como aditivos melhoradores da performance (MOODY et al., 2000). Eles agem como modificadores do metabolismo animal, alterando o catabolismo de nutrientes, desviando e promovendo o crescimento de tecido magro e reduzindo o teor de gordura na carcaça de suínos em terminação (PALERMO NETO, 2002). A sua atuação é de remodelar o metabolismo animal, favorecendo o crescimento e a deposição de proteína muscular em 4610

FIGURA 1. Desenvolvimento muscular e de tecido adiposo de animais em terminação: animal 125 recebendo dieta com RAC e animal S/N sem (Fonte: Autor).

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autorizada no Brasil, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Por meio do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), responsável pela monitoria dos resíduos de substâncias presentes nos produtos de origem animal, estabeleceu-se a verificação da presença de resíduos de ractopamina desde 2007 (MAPA, 2013). Destacase que o Limite Máximo de Resíduos (LMR) para esse aditivo está descrito na Tabela 1 (AMIM, 2013) Os limites estabelecidos por essa comissão baseiamse na detecção de resíduos nos tecidos a partir de 12 horas após a administração do aditivo, já que os animais são abatidos entre 12 a 24 horas após o período de jejum e/ou ingestão de ração (CORASSA, 2007). Estudos demonstram que a absorção da RAC ocorre no intestino delgado, sendo posteriormente metabolizada no fígado (PALERMO NETO, 2002). A principal via de eliminação desse composto é através dos rins (85 a 95%), sendo excretado nas primeiras 24 horas. O tempo de meia vida de eliminação da substância é de seis a sete horas, não existindo prazo para a retirada do produto antes do abate (SMITH, 1998). Resultados mais antigos relatam que a ractopamina não exerce nenhum impacto significativo sobre a qualidade da carne suína, sobre as variáveis de cor, na marmorização, firmeza e nos valores de pH final (STITES et al., 1994; UTTARO et al., 1993). Pesquisas posteriores indicam efeito sobre a variável cor, devido às mudanças na composição das fibras musculares (CHANG et al., 2003), além da diminuição na quantidade de ácidos graxos saturados e aumento da poliinsaturação de lipídeos da carne suína (CARR et al., 2005). Em um experimento realizado por Bridi et al. (2006), com 24 suínos machos castrados e 12 fêmeas, dos

TABELA 1. Limite máximo de resíduos (LMR) para a ractopamina em tecidos de suínos. Tecido

LMR (ppm)

Músculo

10

Gordura

10

Fígado

40

Rim

90

Fonte: Amim (2013).

genótipos halotano homozigoto dominante (HalNN) e heterozigoto (HalNn), com dietas contendo 10 ppm de ractopamina e sem, verificaram que o do aditivo na ração não afetou os valores de pH inicial e final da carne, a temperatura da carcaça 45 minutos após o abate, o grau de marmoreio, a maciez, assim como, os parâmetros de perda de água e a coloração da carne entre os tratamentos. Contudo, trabalhos mais recentes, Moraes et al. (2010), Sanches et al. (2010), Silva et al. (2011) e Oliveira et al. (2013) observaram que a inclusão de ractopamina na dieta não influenciou o consumo diário de ração, o ganho de peso diário e o peso final dos animais. Após o 30º dia de consumo da ''droga'', os benefícios da RAC parecem diminuir, o que foi observado também em um estudo de meta análise realizado por Andretta et al. (2011). Carr et al. (2005), ao avaliarem a inclusão de 10 ppm de ractopamina, observaram que os suínos suplementados durante 14 e 28 dias apresentaram melhora na eficiência alimentar em relação ao grupo controle. Para Fernández-Dueñas et al. (2008), a resposta máxima da ractopamina ocorre entre 21 e 28 dias de consumo. Corassa et al. (2010) suplementaram 5 e 10 ppm de ractopamina na dieta de suínos em terminação e verificaram que, o peso corporal dos animais e o consumo diário de ração não foram influenciados pelos tratamentos. Watanabe et al. (2012) analisaram as qualidades física, química e sensorial, além do perfil de ácidos graxos da carne de 468 fêmeas suínas alimentadas com dietas contendo (0, 5, 10 ou 15 mg de ractopamina/kg de ração), não observaram efeito da ractopamina sobre o pH, a capacidade de retenção de água, a força de cisalhamento, cor e a oxidação lipídica da carne. Rossi et al. (2010), trabalhando com 108 suínos (54 machos e 54 fêmeas) na fase de terminação, com adição de ractopamina e extratos cítricos nas dietas, verificaram que a utilização da ractopamina na alimentação de suínos aumentou as concentrações de proteína e umidade no músculo Longissimus dorsi, e diminuiu a quantidade de gordura. Também verifica-

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Artigo 368 - Uso da ractopamina na qualidade da carne e carcaça e no desempenho de suínos

ram alteração no perfil de alguns ácidos graxos insaturados do músculo Longissimus dorsi, com aumento na quantidade de ácido linoléico e diminuição no araquidônico. Estes resultados estão em concordância com aqueles observados por Garbossa (2010) que, ao avaliar a inclusão de diferentes níveis de ractopamina (0, 5, 10, 15 e 20 ppm) em dietas para suínos em terminação verificou menor quantidade de proteína bruta no músculo Longissimus dorsi e maior quantidade de extrato etéreo em animais recebendo suplementação com 20 ppm de RAC. Armstrong et al. (2004), quando suplementaram 20 ppm de ractopamina durante cinco semanas, constataram aumento linear para o peso de carcaça quente. Athayde et al. (2012), ao avaliarem a suplementação de ractopamina (0, 5 e 10 ppm) em dietas para suínos machos castrados ou fêmeas em terminação não observaram diferenças para o pH inicial e final, perda de água por exsudação e valores de L* e b*. Porém verificaram menor perda de água na cocção para o nível de 10 ppm de ractopamina e maior força de cisalhamento. De acordo com os autores a ractopamina é responsável pelo aumento do diâmetro da fibra muscular, pela redução da atividade da enzima proteolítica calpaína e esta redução da maciez é consequência da diminuição da degradação de proteínas e da quebra de miofibrilas nos músculos de suínos alimentados com ração contendo este aditivo. Agostini et al. (2011) ao realizarem análise sensorial da carne de 36 suínos (18 machos castrados e 18 fêmeas) em fase de terminação não observaram diferença entre os níveis de ractopamina (0, 10 e 20 ppm), porém a maior pontuação em valores absolutos foi para a carne de animais que não receberam a suplementação de ractopamina. No entanto, verificaram menor valor de a* e maior diâmetro da fibra em animais suplementados com 20 ppm de RAC. A taxa de marmoreio apresentou efeito linear negativo. Nos estudos realizados por Amin (2013), para analisar os efeitos da suplementação de 20 ppm de RAC na qualidade da carne suína, no tempo de 28 a 35 dias, onde avaliou-se as seguintes variáveis: o pH, a capacidade de retenção de água, coloração, força de 4612

cisalhamento e a oxidação da carne, constatou que a suplementação de 20 ppm de RAC, durante sete dias, reduz a luminosidade (L*) e aumenta a força de cisalhamento. Os demais parâmetros qualitativos da carne suína não foram influenciados pela ractopamina. Dessa forma torna-se desafiante pesquisar melhor os efeitos da RAC em suíno por entender que esses resultados podem significar melhores preços na indústria e valorização de carcaças mais magras, atendendo também as demandas do consumidor moderno. CONCLUSÕES A maioria das pesquisas utilizando a ractopamina em dietas para suínos demonstram que esse aditivo exerce influência em alguns parâmetros relacionados à qualidade da carne, fato esse, que é de grande exigência pelo mercado consumidor. Observam-se algumas controversas sobre sua influência nos parâmetros de desempenho zootécnico. Dessa forma torna-se necessário a realização de mais estudos que associam a inclusão da ractopamina em dietas para suínos, avaliações posteriores desse produto cárneo de acordo com a demanda de mercado, pesquisa dos efeitos comportamentais desse aditivo para com os suínos e determinação de seu potencial residual. LITERATURA CITADA AGOSTINI, P.S. et al. Efeito da ractopamina na performance e na fisiologia do suíno. Archivos de Zootecnia, v.60, n.231, p.659- 670, 2011. ALMEIDA, V.V. et al. Ractopamina, cromo-metionina e suas combinações como aditivos modificadores do metabolismo de suínos em crescimento e terminação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.9, p.1969-1977, 2010. AMIM, A. Ractopamina na qualidade da carne de suínos. 2013. 73 f. Tese (Doutorado) - Curso de Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2013. ANDRETTA, I. et al. Relação da ractopamina com componentes nutricionais e desempenho em suínos: Um estudo meta-analítico. Ciência Rural, v. 41, n. 1, p. 186-191 2011 . ARMSTRONG, T. A. et al. The effect of dietary ractopamine concentration and duration of feeding ongrowth performance, carcass characteristics, and

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Artigo 368 - Uso da ractopamina na qualidade da carne e carcaça e no desempenho de suínos

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Papel das fibras em dietas para leitões Carboidratos, nutrição, alterações metabólicas.

Revista Eletrônica

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Jansller Luiz Genova1 Davi Elias de Sá e Castro¹ Andriel Thiago Cardoso² Israel Costa Pires Filho¹ Poliana Caroline da Silva Chambo³ Mestrandos em Zootecnia, PPZ/UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon – PR, bolsistas CAPES. *E-mail: jansllerg@gmail.com ² Graduandos em Zootecnia, UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon – PR. 1

A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A fibra dietética é uma mistura complexa de carboidratos associados a outros compostos. As fibras solúveis e insolúveis possuem efeitos bem diferentes; a primeira pode aumentar a viscosidade do quimo e diminuir o contato enzima-substrato, já a fibra insolúvel, por sua vez, modifica a motilidade gastrointestinal e o tempo de trânsito da digesta. A inclusão de fibras nas dietas para leitões permitem modular as populações microbianas do trato digestório, influenciar o sistema imunológico, modificar a motilidade gastrointestinal e o tempo de trânsito da digesta, além de favorecer o desenvolvimento de estruturas intestinais ligadas a capacidade absortiva e digestiva dos órgãos. Os produtos finais da fermentação das fibras são ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), água e gases, e outros metabólitos, aproveitados em processos vitais. Objetiva-se nesta revisão, discutir informações sobre a utilização de fibras na nutrição de leitões, bem como, sua finalidade metabólica, atuação e alterações no sistema digestivo. Em conclusão, a utilização de fibras para leitões exerce influência positiva na anatomia, função e no desenvolvimento do trato gastrointestinal, de acordo com a característica da fibra. Porém, sabe-se pouco sobre o potencial de atuação das fibras dietéticas no sistema imunitário e sua consequente melhora na saúde intestinal. Palavras-chave: carboidratos, nutrição, alterações metabólicas.

ROLE OF FIBER IN DIETS FOR PIGLETS ABSTRACT The dietary fiber is a complex mixture of carbohydrates in associated with other compounds. Soluble and insoluble fibers have well different effects; the prime can increase the viscosity of the chyme and reducing the contact enzyme-substrate, because insoluble fiber, in turn, modifies gastrointestinal motility and transit time of digesta. The inclusion of fiber in diets for piglets allow modular microbial populations of the digestive tract, influence the immune system, modify gastrointestinal motility and the digesta transit time, besides favoring the development of intestinal structures linked to absorptive and digestive capacity of the organs . The end products of the fermentation the fibers are short chain fatty acids (AGCC), water and gas, and other metabolites harnessed in vital processes. The objective is to this review, discuss information on the use of fiber in the nutrition of piglets, as well as your metabolic purpose, acting and changes in the digestive system. In conclusion, the utilization of fibers for piglets has a positive influence on the anatomy, function and development of the gastrointestinal tract, in according with characteristic of the fiber. However, little is known about the potential role of dietary fiber in the immune system and its consequent improvement in intestinal health. Keyword: carbohydrates, nutrition, metabolic disorders. 4615


Artigo 369 - Papel das fibras em dietas para leitões

INTRODUÇÃO A baixa capacidade temporária dos leitões em acidificar o conteúdo gástrico e a insuficiente secreção e atividade de enzimas gástricas e pancreáticas (MOLLY, 2001), aliadas ao excesso de alimentos não digeridos e proteína endógena, presentes nos intestinos, propiciam ambiente favorável à proliferação de bactérias patogênicas (LALLÈS et al., 2007; HEO et al., 2009). Esta condição estimula a fermentação proteica no intestino grosso, e a consequente produção de ácidos graxos de cadeia ramificada (AGCR), fenóis, amônia e aminas biogênicas, que estão relacionados com as diarreias pós-desmame (PLUSKE et al., 2002; HTOO et al., 2007).

como carboidratos fermentáveis, lipídeos e proteínas (BEDFORD, 2000). No entanto, o grau de fermentação depende, principalmente, da fonte de fibra dietética (VAREL & YEN, 1997).

Cereais alternativos e ingredientes fibrosos são fisiologicamente ativos e podem melhorar a saúde e o

As fibras solúveis e insolúveis possuem efeitos bem diferentes; a primeira pode aumentar a viscosidade do quimo, levando à queda da taxa de difusão de partículas na digesta, diminuindo o contato enzimas-substrato (CAMPBELL & BEDFORD, 1992) e, aumentando o tempo de retenção da digesta no trato gastrointestinal. O acréscimo de fibra dietética solúvel em dietas pode aumentar a concentração de ácidos graxos de cadeia curta (AWATI et al., 2006), e reduzir as contagens de Escherichia coli e enterobactérias (SCHIAVON et al., 2004). A fibra insolúvel, por sua vez, modifica a motilidade gastrointestinal e o tempo de trânsito da di-

desempenho produtivo de leitões ao desmame, indo além do fornecimento de nutrientes biodisponíveis. Seus principais benefícios incluem modular as populações microbianas do trato digestório e influenciar o sistema imunológico (PETTIGREW, 2008). O aumento no fornecimento de fibra dietética na dieta permite que o excesso de nitrogênio não absorvido, possa ser utilizado para multiplicação da massa microbiana, ao invés de ser fermentado e utilizado como fonte de energia (HOUDIJK, 1998).

gesta, podendo aumentar a produção de secreções gástricas, biliares, pancreáticas, de muco e água (VAREL & YEN, 1997; CARNEIRO et al., 2008), e levar ao aumento no tamanho dos órgãos gastrintestinais (JØRGENSEN, Zhao & EGGUM, 1996), representado pela Figura 1. Há evidências de que o aumento na fibra dietética insolúvel pode reforçar a microbiota comensal no intestino grosso (WILLIAMS et al., 2001), e reduzir a incidência de diarreia, de acordo com a Figura 2 (PASCOAL et al., 2012).

O objetivo desta revisão de literatura é discutir informações sobre a utilização de fibras na nutrição de leitões, bem como, sua finalidade metabólica, atuação e alterações no sistema digestivo, apresentando resultados experimentais obtidos com a inclusão de fibras em dietas. DESENVOLVIMENTO DO TEMA A fibra dietética é uma mistura complexa de carboidratos associados a outros componentes. É, predominantemente, encontrada na parede celular das plantas e consiste de polissacarídeos não amiláceos (PNA´s), como β-glucanas, arabinoxilanas e celulose, e lignina, podendo estar associada, ainda, com proteínas, ácidos graxos e ceras (BACH KNUDSEN, 2001). Os PNA’s podem ser classificados como solúveis e insolúveis, mas por não serem digeridos, mantêm dentro das células vegetais compostos ricos em energia, 4616

FIGURA 1. Trato gastrointestinal de um suíno em fase inicial recebendo dieta contendo níveis crescentes de fibra insolúvel (Fonte: Autor).

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Os polissacarídeos não amiláceos, como fonte de fibra dietética vem demonstrando redução significante de coliformes e diminuição da diarreia principalmente quando a inclusão é de PNA’s insolúveis (MATEOS et al., 2006). O aumento dos lactobacilos, e subsequente diminuição dos coliformes no intestino delgado, pode ser explicado pela resistência de colonização (VAN DER WAAIJ, 1989), onde os lactobacilos competem por espaço de adesão e nutrientes disponíveis no trato gastrointestinal. PNA´s aumentam a capacidade de retenção de água, e proporciona um substrato, que é lentamente fermentado pela microflora na porção distal do intestino (FREIRE et al., 2000).

FIGURA 2. Escore fecal de suínos em fase inicial recebendo dieta contendo níveis crescentes de fibra insolúvel (Fonte: Autor). Os produtos finais da fermentação da fibra são ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), água e gases (CO2, H2 e CH4), além de outros metabólitos como lactato, etanol e succinato, formados por diferentes tipos de bactérias. Apenas os AGCC contribuem para o abastecimento energético do animal, especialmente para a produção de gordura. O butirato, como principal fonte de energia para as células epiteliais, melhora a saúde dos intestinos; o propionato é um eficiente substrato para a gliconeogênese e o acetato estimula a lipogênese (BINDELLE et al., 2008). O ácido butírico pode ser usado pelo epitélio intestinal como uma fonte de energia, e pode favorecer o desenvolvimento de enzimas digestivas intestinais (FREIRE et al., 2000), com o aumento da produção de ácido butírico no ceco, ocorre uma diminuição do acumulo de amônia neste órgão, presumindo que as fibras são fermentadas neste local e não proteínas, (BIKKER et al., 2006) levando a uma melhora na altura das vilosidades. O uso de rações com alto teor de fibra, mostram um aumento do peso dos órgãos viscerais (COEY & ROBINSON, 1954; HANSEN et al., 1992) sugerindo um maior tamanho e capacidade de consumo. Aumento de ácidos graxos de cadeia curta no ceco foram relatados (MATEOS et al., 2006), assim como uma mudança benéfica na colonização bacteriana e um aumento de ácido butírico no intestino grosso e diminuição da contagem de enterobactérias na digesta (MOLIST et al., 2009).

Apesar de apresentar alguns fatores antinutricionais, observa-se que a fibra dietética possui propriedades benéficas para leitões recém-desmamados. Os AGCC, que em meio ácido, são capazes de inibir o crescimento de alguns patógenos intestinais como Escherichia coli, Salmonella spp. e Clostridium spp, e favorecer a proliferação de Lactobacillus e bifidobactérias, espécies benéficas aos animais; aumentam a produção de mucina (GASKINS, 2003), e são quase completamente absorvidos pelo trato gastrointestinal. A absorção de AGCC estimula a de sódio e a reabsorção de água no cólon. Por conseguinte, a fibra alimentar na dieta mantém a fermentação no intestino grosso, a reidratação dos animais e reduz o potencial de ocorrência de diarreia (MOSENTHIN et al., 2001). A fibra dietética interage tanto com a microbiota quanto com a mucosa, influenciando diretamente a anatomia, a função e o desenvolvimento do trato gastrointestinal. O conhecimento da composição e da quantidade de AGCC produzidos no intestino, a partir da fermentação da fibra, é essencial para o entendimento das alterações digestivas e microbiológicas (MONTAGNE et al., 2003). Apesar de nutrientes específicos serem conhecidos por sua importância no desenvolvimento e na função do sistema imunológico, sabe-se pouco sobre o potencial de atuação das fibras dietéticas no sistema imune e sua consequente melhora na saúde intestinal dos animais. Em decorrência disso, algumas hipóteses têm sido propostas e discutidas; uma delas é de que a fibra ao ser fermentada no intestino grosso torna-se substrato seletivo para um número limitado de

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bactérias colonizadoras benéficas, que irão alterar a microbiota do intestino (SCHLEY & FIELD, 2002). Hanczakowska et al. (2008) observaram que a inclusão de 2,0% de celulose purificada na dieta de leitões melhorou a morfologia intestinal, reduziu o número de bactérias anaeróbicas e a incidência de diarreia. Já Hedemann et al. (2006), ao avaliarem pectina e casca de cevada, verificaram que os animais que consumiram as dietas contendo fibra solúvel, apresentaram menores ganho de peso e consumo de ração, reduções nos parâmetros morfológicos e na produção de mucina. Em contrapartida, a inclusão de fibra solúvel (inulina) resultou em menor incidência de diarreia e maior concentração de Lactobacillus, porém sem diferenças na viscosidade da digesta dos animais, quando comparada à dieta contendo fibra insolúvel (celulose) (WELLOCK et al., 2008). No entanto, Owusu-Asiedu et al. (2006) observaram aumento na viscosidade da digesta ileal de suínos alimentados com dietas contendo fontes purificadas de fibra solúvel (goma guar) e insolúvel (celulose) e atribuíram os resultados à capacidade de retenção de água, concluindo que a celulose purificada possui características físico-químicas, que normalmente são atribuídas, exclusivamente, aos PNA´s solúveis. Bikker et al. (2006), ao avaliarem menor teor de proteína bruta (PB) e inclusão de polpa de beterraba, farelo de trigo, amido de batata e mandioca, na dieta de leitões,verificaram aumento na população de Lactobacillus no intestino delgado, na produção de AGCC e ácido lático e redução na concentração de amônia no cólon, nos animais alimentados com dietas contendo 15,3% de PB e 19,5% de PNA´s, em relação à dieta composta por 21,6% de PB e 11,2% de PNA´s. Os resultados observados são devido à incorporação do N proteico à biomassa bacteriana e a fermentação dos PNA´s no intestino grosso. Redução na excreção de ureia na urina e aumentos na excreção de N nas fezes e na concentração de AGCC, foram observados por Shriver et al. (2003), ao avaliarem adições de 10% de polpa de beterraba ou de casca de soja às dietas, com redução do teor proteico. Da mesma forma, O’Connell, Callan & O’Doherty (2006) estudaram a redução proteica e a adição de cereais (trigo e cevada) em dietas, e constataram au4618

mento na produção de AGCC e na população de bactérias benéficas nos conteúdos do ceco e do cólon, dos animais alimentados com dieta com menor teor de PB e cevada, que possui alto teor de PNA´s solúveis. Os autores atribuíram estes resultados, a maior quantidade de substrato para fermentação bacteriana presente no cereal, o que resultou em menores absorção de amônia e excreção de ureia na urina e maior excreção de N bacteriano nas fezes. A restrita literatura referente à utilização de fibras em dietas para leitões, torna difícil estabelecer resultados esperados quanto às características funcionais, que são pouco conhecidas e disseminadas. Portanto, a diferenciação das fontes de fibra quanto à funcionalidade, permitirá conhecer suas características antes de serem fornecidas e atribuí-las corretamente aos resultados obtidos, possibilitando, também, compará-las. CONCLUSÕES A maioria das pesquisas utilizando fibras em dietas para leitões demonstram exercer influência positiva na anatomia, função e no desenvolvimento do trato gastrointestinal. Observam-se algumas controversas sobre sua influência nos parâmetros de defesa do sistema imune e sobre a caracterização dessa fibra de acordo com sua funcionalidade. Dessa forma tornase necessário a realização de mais estudos com a inclusão de diferentes fibras, pois são várias as fontes desse composto e resultados discrepantes. LITERATURA CITADA AWATI, A. et al. Dietary carbohydrates with different rates of fermentation affect fermentation and-product profiles in different sites of gastro-intestinal tract of weaning piglet. Animal Science,v.82, p.837-843, 2006. BACH KNUDSEN, K. E. The nutritional significance of “dietary fibre” analyses. Animal Feed Science and Technology, v. 90, p. 3-20, 2001. BEDFORD, M. R. Exogenous enzymes in monogastric nutrition - their current value and future benefits. Animal Feed Science and Technology, v. 86, p. 1-13, 2000. BIKKER, P. et al. The effect of dietary protein and fermentable carbohydrates levels on growth performance and intestinal characteristics in newly

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Silagem de grãos úmidos de milho na alimentação de bovinos: revisão Degradabilidade, desempenho animal, nutrição, processamento grãos.

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Vol. 13, Nº 02, mar/abr de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Tem-se buscado constantemente melhores resultados no desempenho animal, e a nutrição é um dos pontos fundamentais nessa melhoria. O processamento dos grãos é uma alternativa para aumentar a digestibilidade da matéria seca e assim melhorar a conversão alimentar. Objetivou-se com esta revisão abordar aspectos práticos da confecção e utilização da silagem de grãos úmidos de milho na alimentação de bovinos. A produção de silagem de grãos úmidos de milho na propriedade tem vantagens econômicas ao grão seco do milho, principalmente nos processos de finalização de colheita e armazenagem da matéria prima. Ao avaliar a degradabilidade ruminal da matéria seca, percebe-se que a medida que melhora o processamento do grão de milho, aumenta a degradabilidade efetiva da matéria seca, porém ao avaliar o desempenho de bezerros, novilhos e vacas de leite suplementadas com mesmas quantidades de silagem de grão úmidos de milho e milho grão moído na base da matéria seca, não há diferenças significativas. A silagem de grãos úmidos de milho pode substituir o grão de milho seco moído na dieta dos bovinos. Palavras-chave: Degradabilidade, desempenho animal, nutrição, processamento grãos.

Otaviano Souza Pires Neto1*, Lúcio Carlos Gonçalves2, Diogo Gonzaga Jayme3, Felipe Pedrosa Melgaço4, Gabriela Maldini Penna de Mascarenhas Amaral5, João Pedro da Costa Alves Oliveira6, Isabella Hoske Gruppioni Côrtes4, Dalvana dos Santos6, Pedro Dias Sales Ferreira1 Doutorando em Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG. *E-mail: opiresneto@gmail.com 2 Professor Associado IV, Escola de Veterinária da UFMG 3 Professor Adjunto, Escola de Veterinária da UFMG 4 Graduando (a) em Medicina Veterinária, Escola de Veterinária da UFMG 5 Doutoranda em Animal Science - Animal Nutrition, Michigan State University 6 Mestrando (a) em Zootecnia, Escola de Veterinária da UFMG 1

MOISTURE SILAGE CORN GRAIN IN CATTLE FEEDING: REVIEW ABSTRACT There have constantly been sought better results in animal performance, and nutrition is one of the key points in this improvement. The grain processing is an alternative to increase the digestibility of dry matter and thus improve feed conversion. The aim of this review is to approach the practical preparation and use of silage moisture corn in cattle feed. The production of silage moisture corn has economic advantage over dry corn grain, especially in the process of completion of harvesting and storage of the raw material. To evaluate ruminal degradability of dry matter, one realizes that the measure that improves processing of corn grain increases the effective degradability of dry matter. However, when assessing the performance of calves, heifers and dairy cows supplemented with the same amounts of damp silage and ground corn grain on dry matter basis, no significant differences appeared. Silage moisture corn can replace the dry ground corn grain in the diet of cattle. Keyword: Animal performance, degradability, grain processing, nutrition.

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INTRODUÇÃO A utilização de grãos de alta umidade na nutrição animal apresenta algumas vantagens agronômicas e econômicas, como significativa redução das perdas no campo, liberação antecipada da área, redução dos custos com o processo de secagem e limpeza dos grãos secos e redução nas perdas durante a estocagem dos grãos secos (CRUZ et al., 2008).

A ensilagem consiste na colheita dos grãos, logo após a maturação fisiológica, ocasião em que apresenta teor de umidade ao redor de 28%, numa amplitude de 25 a 35% (COSTA et al., 1999). A maturação fisiológica caracteriza-se pelo momento em que cessa a translocação de nutrientes da planta para os grãos, determinado no milho pela ocorrência da camada preta na base dos mesmos.

A denominação alta umidade justifica-se pelo teor de umidade do grão no momento da colheita, tendo sido recomendado de 25 a 35% de umidade para uma rápida e favorável fermentação do produto no silo.

Logo após a colheita os grãos devem ser moídos e devidamente compactados. Uma boa compactação deve proporcionar cerca de 1000 kg de silagem/m3. Normalmente silos tipo trincheira, revestidos, proporcionam melhores condições de compactação e perdas insignificantes (JOBIM et al., 2003).

O principal componente energético do grão de milho é o amido que, nos ruminantes, pode ser fermentado no rúmen ou no intestino grosso ou digerido enzimati-

Para grandes áreas é importante que o plantio seja

camente no intestino delgado. A digestão microbiana do amido no rúmen ocasiona a produção de ácidos graxos voláteis, que são a principal fonte de energia para os ruminantes.

sincronizado com as atividades relacionadas à ensilagem. Quando isto não acontece pode-se terminar a ensilagem com os grãos muito secos afetando a qualidade (JOBIM et al., 2003).

O processamento dos grãos de cereais altera o local de digestão do amido e os tratamentos que provocam alterações químicas do amido aumentam a utilização destes grãos em comparação aos processos mecânicos, em decorrência do aumento da digestibilidade do amido no rúmen.

Antes da ensilagem é necessário dimensionar adequadamente os silos em relação à demanda diária, pois durante a utilização da silagem de grãos úmidos deve-se tomar todos os cuidados no descarregamento do silo, uma vez que a deterioração superficial da silagem de grãos é rápida. Segundo Costa et al. (2004) a fatia a ser retirada diariamente deve ser de 15 cm, para garantir que a camada em deterioração seja removida. Avaliação econômica da silagem de grãos úmidos de milho No caso da conservação dos grãos de cereais para a alimentação animal, a silagem de grãos úmidos de milho é até 11% mais econômica em relação aos grãos secos por eliminar as etapas de limpeza e secagem do pré-processamento de grãos (COSTA et al., 1998). Essas informações estão de acordo com Molin et al. (1999) que verificaram custo de secagem de grãos de milho de 11,64 e 17,5% do custo de produção, quando realizado na fazenda e praticado por terceiros, respectivamente.

A melhoria na digestibilidade do amido em grãos com alta umidade é ocasionada por menor interferência das matrizes proteicas do endosperma na hidrólise dessa fração. Ao utilizar a silagem de grãos de milho úmido, espera-se aumento na digestibilidade do amido que promoveria elevação no desempenho animal e/ou na eficiência alimentar. Objetivou-se com esta revisão abordar aspectos práticos da confecção e utilização da silagem de grãos úmidos de milho na alimentação de bovinos. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Confecção da silagem de grãos úmidos de milho A tecnologia de ensilagem de grãos deve seguir o mesmo princípio (fermentação anaeróbia) daquela utilizada para conservação de qualquer forrageira. Deve-se tomar todos os cuidados em relação ao carregamento, compactação, vedação e posterior descarregamento do silo. 4622

Jasper et al. (2009) avaliaram os custos envolvidos na produção de silagem de grãos úmidos de milho, tendo como referência o processamento seco deste

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cereal, ambos cultivados em sistema de plantio direto. Para a avaliação foram determinados os custos envolvidos nas operações de máquinas agrícolas, insumos e na etapa de pós-colheita. A avaliação econômica da produção de silagem de grãos úmidos de milho (SGUM) e de grãos secos (GS) revelou que os custos referentes do plantio até adubação, juntamente com os insumos, são idênticos para ambos os processos. A diferença dos custos começa a ocorrer na colheita, passando pelo transporte e finalizando nas etapas de pós-colheita. A colheita da SGUM é responsável por 14,72% do custo total, ao passo que a do GS corresponde a 11,72%. O transporte da SGUM corresponde a 1,2% do custo total, sendo que do GS são de 0,89%. A maior diferença encontra-se nas etapas finais de pós-colheita em que na SGUM são gastos 8,4% dos recursos e no GS são gastos 18,41%. Os resultados observados permitiram concluir que o custo por hectare para produção de silagem de grãos úmidos foi de 8,8% menor do que os custos para produção de milho seco. Valor nutricional Estudos com silagem de grãos úmidos de milho têm evidenciado que há aumento na digestibilidade da matéria seca, principalmente na digestão do amido, principal componente do grão. Conforme Berndt et al. (2002), esse tipo de silagem é vantajosa em termos nutricionais pois aumenta a eficiência de conversão alimentar. Jobim et al. (2008) avaliaram a composição química e a degradabilidade ruminal da matéria seca de silagens de grãos de milho puro (SGUM) e adicionadas de grãos de soja cru (20%) (SMS) ou grãos de girassol (20%) (SMG) ou ureia (1%) (SMU).Todos os tratamentos tiveram efeito sobre a degradabilidade efetiva (8%.h-1) da matéria seca com valores de 83,36; 63,86; 56,77 e 80,73%, respectivamente. Foi também observado efeito sobre composição química das silagens, especialmente nos teores de proteína bruta com valores de 101, 177, 109 e 202g/Kg, extrato etéreo com valores de 52, 103, 119 e 49g/Kg e amido com valores de 642, 512, 568 e 593g/Kg para os tratamentos SGUM, SMS, SMG e SMU respectivamente. A adição de 20% de grãos de soja, de girassol ou ureia (1%), na silagem de grãos úmidos de milho, balanceia melhor sua composição químico-bromato-

lógica, porém reduz a degradabilidade efetiva da matéria seca. Passini et al. (2002) avaliaram a degradabilidade efetiva (8%.h-1) in situ da matéria seca (MS)do milho em três formas de processamento (Milho Moído - MGM, Milho Quebrado - MGQ e Silagem Grão Úmido de Milho- SGUM). Utilizaram-se seis bovinos mestiços (Holandês x Zebu) adultos e fistulados no rúmen, em dieta isoprotéica com silagem de grão úmido de milho. Os valores médios obtidos foram de 36,77, 57,50 e 77,34% para os tratamentos MGQ, MGM e SGUM, respectivamente. Os autores afirmaram que a fermentação microbiana ruminal e a eficiência da utilização do amido no rúmen estão diretamente relacionadas ao tipo de grão (Farináceo ou duro) e sua forma de processamento. Desempenho animal Almeida Jr.et al. (2008) avaliaram o desempenho de bezerros alimentados até o desaleitamento com silagem de grãos úmidos de milho ou grãos secos de milho para posterior produção de vitelos de carne rosa. Os bezerros receberam a mesma quantidade de leite até o desaleitamento (Quando atingiram 60 kg de peso vivo e/ou ingestão de 1 kg de concentrado/dia), os concentrados eram isoprotéicos e isoenergéticos. A diferença entre os concentrados era o alimento energético (Silagem grão úmido de milho - SGUM ou milho grão moído – MGM). Não encontraram diferenças no peso final, na altura de cernelha, no ganho de peso vivo diário (GMD) e na conversão alimentar com valores médios de 64,14Kg, 84,97 cm, 0,390kg, 2,47Kg MS : Kg GMD, respectivamente. Como as silagens de grãos úmidos de milho geralmente apresentam menores custos em comparação a grãos secos moídos (ALMEIDA JR. et al., 2004), é viável utilizar silagem de grãos úmidos de milho como constituinte energético no concentrado de bezerros em aleitamento. Silva et al. (2007) mensuraram o desempenho de novilhos da raça Nelore confinados na fase de terminação alimentados com silagem de grão úmido de milho (SGUM) como principal constituinte do concentrado energético em comparação ao milho grão moído (MGM). Utilizaram 48 animais com peso médio inicial de 431kg, que permaneceram confinados por 70 dias em dietas balanceadas conforme as exigên-

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cias nutricionais. O peso vivo final e o ganho em peso vivo médio diário não foram influenciados pelo processamento do grão de milho com valores médios de 527Kg e 1,389Kg, respectivamente. A ingestão de matéria seca (MS) foi maior nos animais alimentados com a dieta MGM em relação aos alimentados com SGUM. Consequentemente, os animais alimentados com a dieta SGUM apresentaram melhor eficiência alimentar (Ganho peso vivo médio diário/MS ingerido) em comparação aos alimentados com MGM com valores de 0,175 e 0,137Kg, respectivamente. Henrique et al. (2007) mantiveram 28 tourinhos da raça Santa Gertrudes em terminação com dez meses de idade e média de 245Kg de peso vivo inicial, em confinamento por 142 dias. Avaliaram os efeitos do fornecimento de silagem de grãos de milho úmido (SGMU) e milho em grão moído (MGM), associados à silagem de milho (SM) ou ao bagaço in natura de cana-de-açúcar (BC), sobre o desempenho dos animais. O ganho médio em peso vivo diário (GMD) nos animais alimentados com o bagaço foi em torno de 1,3Kg, enquanto, com a silagem, foi de 1,5Kg. O consumo de matéria seca (MS) não foi influenciado pelo tipo de volumoso ou pelo processamento do milho. O uso da silagem de grãos de milho úmido melhorou a eficiência alimentar em 9,7%. Os GMD foram de 1,54; 1,46; 1,35 e 1,26Kg/dia e a eficiência alimentar (Kg ganho/Kg MS ingerida) foi de 0,19; 0,18; 0,17 e 0,16Kg para as dietas de SM+SGUM, SM+MGM, BC+SGUM e BC+MGM, respectivamente. García et al. (2010) trabalharam com 12 vacas da raça Holandês em pastagem de Pennisetum purpureum durante o verão, suplementadas com concentrados com diferentes fontes de carboidratos, milho grão moído (MGM), polpa de citros mais milho grão moído (PCMGM), polpa de citros (PC) e silagem de grão úmido de milho (SGMU), não encontraram diferença na produção de leite entre as dietas com MGM, SGMU, PC e PCMGM (22,4, 22,5, 21,6 e 21,0 Kg/dia, respectivamente). As vacas que consumiram SGUM apresentaram maior consumo de forragem (9,7Kg de MS/dia), seguidas das vacas que consumiram PCMGM (8,8Kg de MS/dia), PC (8,5Kg de MS/dia) e MGM (7,2Kg de MS/dia). As vacas que receberam MGM e SGUM apresentaram maior porcentagem de proteína e sólidos totais no leite, enquanto vacas que 4624

receberam PC apresentaram maior porcentagem de gordura. Segundo os autores a ausência de resposta positiva ao processamento do milho pode ser razão do potencial de produção do sistema em pasto e do estresse calórico sofrido pelos animais. Em critérios de pagamento do leite em que a composição não tem valor econômico definido, qualquer uma das fontes de carboidratos testados no presente estudo pode ser utilizada. Broderick et al. (2002) não observaram diferenças na produção e na composição do leite, nem na eficiência alimentar quando a silagem de grãos úmidos de milho (SGMU) substituiu o milho grão moído (MGM) em dietas para vacas confinadas. As produções médias de leite foram de 34,5 e 33,6Kg/dia para as vacas alimentadas com SGMU e MGM, respectivamente. A digestão pós-ruminal do amido no tratamento com MGM compensou a alta digestibilidade ruminal apresentada pelas vacas que consumiram SGUM. Soriano et al. (2000) avaliaram o desempenho de 36 vacas da raça Holandês com média de 107 dias em lactação (DEL), em pastagem de Dactylis glomerata e Trifolium repens suplementadas com silagem de grãos úmidos de milho (SGMU) ou milho grão moído (MGM). Não foram observadas diferenças nas produções de leite que foram de 30,80 e 30,10 kg/dia para as vacas suplementadas com SGMU e MGM, respectivamente e nem na composição do leite 3,13 e 3,23% de gordura, 2,96 e 2,96% de proteína e 8,41 e 8,32% de sólidos totais no leite das vacas suplementadas com SGMU e MGM, respectivamente. De acordo com estes resultados pode-se optar pela forma de grãos mais barata reduzindo-se custo de produção do litro de leite. Parâmetros ruminais A silagem de grãos úmidos de milho possibilita maior degradabilidade ruminal do amido, e consequentemente, mais energia disponível para o desenvolvimento da população microbiana, resultando em maior produção de AGV. No entanto deve-se atentar, principalmente, para o pH ruminal, pois valores persistentemente abaixo do limiar aceitável, pode provocar distúrbios como ruminite, laminite, abscesso hepático, endocardite, septicemia dentre outros, além de diminuir a degradação da fibra.

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Passini et al. (2003) avaliaram os parâmetros de fermentação ruminal (AGV no rúmen, porcentagem molar dos ácidos acético, propiônico e butírico, relação acético/propiônico, pH ruminal, concentração de N-NH3 no rúmen) de dietas contendo silagem de grão úmido de sorgo (SGUS) em substituição à silagem de grão úmido de milho (SGUM). Utilizaram 12 fêmeas bovinas, com peso médio de 584Kg. As dietas continham grão úmido de milho ou de sorgo ensilados, soja extrusada, ureia, feno de aveia (Avena sativa sp.), suplemento mineral e monensina. Não foram verificadas diferenças em todos os parâmetros mensurados nos tratamentos. Os valores encontrados para AGV foram de 88,82 e 87,32mM, ácido acético de 62,51 e 57,20%mM, ácido propiônico de 32,57 e 37,50%mM, ácido butírico de 4,92 e 5,30 %mM, relação acetato/propionato de 2,02 e 1,66, pH ruminal de 6,23 e 6,23 e N-NH3 de 7,78 e 6,26mg/dL para os tratamentos com SGUM e SGUS, respectivamente.

Soriano et al. (2000) mensuraram os parâmetros ruminais (pH ruminal, AGV no rúmen e concentração de N-NH3 no rúmen) de 4 vacas fistuladas no rúmen, sendo 2 da raça Holandês e 2 da raça Jersey, em estágio intermediário da lactação, em pastagem de Dactylis glomerata e Trifolium repens suplementadas com 6Kg de MS de silagem de grãos úmidos de milho (SGUM) ou 6Kg de MS de milho grão moído (MGM). Coletaram 10 alíquotas de suco de rúmen, sendo a primeira 15 minutos antes da suplementação e as outras nos intervalos de 0,5, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, e 8 horas após a suplementação. Não encontraram diferenças no pH, com valores mínimos de 5,8 e 5,9 para os tratamentos SGUM e MGM, respectivamente, detectados entre os períodos de 5 a 8 horas após a suplementação. Também não encontraram diferenças nos AGV entre os tratamentos com nível máximo de 135mM detectado entre os períodos de 4 a 7 horas após ingestão. A média de N-NH3 também não diferiu entre os tratamentos, no entanto a concentração foi quase 16% menor nas vacas suplementadas com SGUM (26,2mg/dL) em comparação coma MGM (31,0mg/dL). A SGUM pode ter proporcionado maior eficiência de fermentação ruminal e maior incorporação de nitrogênio pelos microrganismos ruminais. CONSIDERAÇÕES FINAIS A silagem de grãos úmidos de milho é boa opção de conservação de grãos na propriedade, visto que os

custos de produção/estocagem são inferiores aos do grão seco de milho, além de proporcionar menores perdas de material durante a armazenagem. Pode substituir o grão de milho seco moído na dieta dos bovinos. Proporciona resultados semelhantes, sendo que muitas vezes melhora a eficiência alimentar, em decorrência a maior degradabilidade ruminal e melhor aproveitamento do nitrogênio presente no rúmen. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA JR., G.A.; COSTA, C.; CARVALHO, S. M. R. et al. Desempenho de bezerros holandeses alimentados até o desaleitamento com silagem de grãos úmidos ou grãos secos de milho ou sorgo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.1, p.140147, 2008. ALMEIDA JR., G.A.; COSTA, C.; MONTEIRO, A.L.G. et al. Desempenho, características de carcaça e resultado econômico de cordeiros criados em creep feeding com silagem de grãos úmidos de milho. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.4, p.1048-1059, 2004. BERNDT, A.; HENRIQUE, W.; LANNA, D.P.D. et al. Milho úmido, bagaço de cana e silagem de milho em dietas de alto teor de concentrado. 2. Composição corporal e taxa de deposição de tecidos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, p.2105-2112, 2002. BRODERICK, G.A.; MERTENS, D.R.; SIMONS R. Efficacy of carbohydrate sources of milk production by cows fed diets based on alfalfa silage. Journal Dairy Science, v.85, p.1767-1776, 2002. COSTA, C.; ARRIGONI, M.D. B.; SILVEIRA, A.C. Custos - Silagem de grãos úmidos de milho. Boletim do Leite, Piracicaba: CEPEA, FEALQ,1998, p.2, ano 5, p.2, 1998. (Boletim Técnico, 51). COSTA, C.; ARRIGONI, M.D.B.; SILVEIRA, A.C. et al. Silagem de grãos úmidos. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS, 7, 1999, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ. 1999, p.69-88. COSTA, C.; MEIRELLES, P.R.L.; REIS, W. Silagem de Grãos Úmidos de Cereais na Alimentação Animal. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS, 2, 2004, Maringá. Anais... Maringá: UEM, 2004, v.1, p.133-160. CRUZ, S. C. S.; PEREIRA, F. R. S.; BICUDO, S. J. et al. Nutrição do milho e da Brachiaria decumbens

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Utilização de subprodutos da manga como alimentos alternativos na dieta dos animais: revisão de literatura Resíduos agroindustriais, ruminantes, monogástricos.

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Lúcia de Fátima Araújo1* Emerson Moreira Aguiar1 Igor César Bezerra da Silva2 Gabriel Antonio Marcelino Xavier2 Maximila Claudino Bezerra2 Professores da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UFRN-EAJ). Campus de Macaíba - Macaíba, RN. *E-mail: luciazootec@ yahoo.com.br. 2 Discentes do curso de Bacharelado em Zootecnia da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UFRN – EAJ). Campus de MacaíbaMacaíba, RN. 1

A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO Objetivou-se com esta revisão apresentar a importância e a possibilidade de uso de diversos coprodutos originários da indústria de suco da manga, como alimentos alternativos, na composição de dietas para os animais. Foram descritos relatos da literatura internacional e nacional quanto a utilização adequada e eficiente dos ingredientes advindos do processamento de polpa de mangas de diversas variedades. Novas pesquisas são necessárias para viabilizar a sugestão de inclusão de ingredientes alternativos contendo coprodutos da manga em dietas dos animais ruminantes e não ruminantes, aumentando as possibilidades de uso, bem como ao nível de inclusão sugerido para substituir em parte ou totalmente os concentrados convencionais. Palavras-chave: resíduos agroindustriais, ruminantes, monogástricos.

MANGO BY-PRODUCTS FOR USE AS ALTERNATIVE FOOD IN DIET OF ANIMALS: LITERATURE REVIEW ABSTRACT The objective of this review to present the importance and the possibility of use of various co-products originating in mango juice industry, as alternative food, the composition of diets for animals. Reports have been described in international and national literature as the proper and efficient use of ingredients arising from the processing of pulp of mangoes of different varieties. Further research are needed to enable the suggestion of inclusion of alternative ingredients containing byproducts of the sleeve in diets of ruminants and non-ruminant animals, increasing the possibilities of use as well as the level of inclusion suggested to replace partially or totally the conventional concentrates. Keyword: agro-industrial waste, ruminant, monogastric.

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Artigo 371 - Utilização de subprodutos da manga como alimentos alternativos na dieta dos animais: revisão de literatura

INTRODUÇÃO A manga é uma das mais importantes frutas tropicais, sendo muito apreciada por seu sabor, aroma e coloração característica e atraente, sendo o Nordeste do Brasil sua principal região produtora, apresentando grande diversidade de tipos e variedades, em contraste com as condições precárias de comercialização da fruta, com base no sistema de distribuição em feiras livres tradicionais (YANRU et al., 1995). A mangueira pertence à família Anacardiaceae, na qual se inclui os gêneros Mangifera, Anacardium, Pistachio e Spondias. No gênero Mangifera, há relatos de 69 espécies, sendo a Mangifera indica L. a de maior importância, apesar de outras espécies produzirem frutos comestíveis, como a M. altissima, M. caesia, M. lagenifera, M. macrocarpa, M. odorata e M. sylvatica (ROZANE et al., 2004). Originária da Ásia e atualmente produzida nas regiões tropicais e subtropicais, sendo os principais países produtores Índia e Paquistão, seguidos por México, Brasil e China (PIZZOL et al., 1998). No Brasil, os principais estados produtores de manga são Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Bahia e Alagoas, com uma área cultivada de aproximadamente 66.838 hectares (ha). A área cultivada e a produtividade da cultura da mangueira cresceram principalmente nas regiões sudeste e nordeste, sobretudo em áreas irrigadas, onde as condições edafoclimáticas favorecem a fruticultura no período de agosto a novembro, período em que ocorre a escassez de alimento animal (KIST et al., 1996). No Brasil existem mais de 79 mil hectares cultivados com mangas: 38,4% situam-se na Bahia, 17,5% em São Paulo, 12,6% em Pernambuco, 9,3% em Minas Gerais, 6,2% no Ceará, 3,4% no Rio Grande do Norte e 12,8% nos outros estados (IBGE, 2000). A região do semiárido brasileiro é reconhecidamente uma grande produtora e exportadora de frutas tropicais, com destaque para a manga, que de acordo com Roizen & Puma (2001) é nutricionalmente rica em antioxidante, possuindo expressivos níveis de betacaroteno e de vitaminas A e C. Entretanto, estima-se que na produção e comercialização das frutas há um grande volume de perdas das mais variadas causas. Esses frutos mesmo impróprios ao consumo 4628

humano possuem potencial nutricional e podem ser utilizados para compor as rações das diversas espécies de animais, contribuindo para alavancar este importante setor agropecuário. No Rio Grande do Norte, a manga teve relativa participação na produção de frutas, como cultura sazonal, com variedades nativas de baixo valor agregado. Essa situação mudou a partir de meados da década de 1990, com a introdução de sistemas de cultura irrigados e com variedades híbridas americanas, principalmente a Tommy Atkins, destinadas principalmente ao mercado externo, e para atender os mercados consumidores do sul e do sudeste do Brasil. É neste contexto que ocorre a grande expansão das áreas cultivadas com manga no Vale do Açu (FAVERO et al., 2008). PRODUÇÃO DE SUBPRODUTOS DO PROCESSAMENTO DE MANGA A produção animal vem sendo desenvolvida em sistema de produção que podem ser melhorados, principalmente em um dos principais fatores que influencia sua sustentabilidade, a alimentação. Neste contexto, os resíduos agroindustriais de alimentos, que ao processarem grande quantidade de frutas tropicais, geram uma grande quantidade de subprodutos. Bagaços, farelos, cascas, caroços os quais tem potencial de serem usados para alimentação animal deixando de ser uma fonte de lixo orgânico, que quando descartados de forma incorreta geram graves problemas ambientais. A utilização racional desses resíduos pode contribuir para redução dos custos com a alimentação o qual perfaz 70% dos custos da atividade (GIORGANI et al.,2014). O Brasil é mundialmente um dos maiores produtores de frutas as quais são destinadas basicamente ao consumo in natura, porém estas se deterioram rapidamente. Isto gera grandes volumes de resíduos agrícolas que são desperdiçados podendo causar contaminação do ambiente devido ao armazenamento inadequado. Assim têm-se buscado o conhecimento de qualidade e viabilidade de uso desses resíduos para uso na alimentação animal (PEREIRA et al., 2009). Dentre os resíduos agroindustriais destacam-se os subprodutos da manga ou refugos da mesma quando

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suas características físico-químicas não atendam a necessidade do mercado. Quando elas não atingem essas características acabam sendo desperdiçadas, a partir disto passa a se pensar no aproveitamento total desse tipo de fruta gerando um rendimento extra ao produtor de manga, como sendo utilizada na produção de rações animais. Após o processamento agroindustrial, Larrauri et al., (1996) afirmam que 35 a 60% do peso total da fruta é descartado na forma de resíduos, que inclui cascas e caroços. Ainda os mesmos autores avaliaram a proporção de cascas e caroços da fruta e observaram que varia de 20 a 30% e de 10 a 30%, respectivamente. Com a utilização de resíduos agroindústrias da manga comum (Mangifera indica L.) e a obtenção de açúcares fermentáveis no departamento de Valle del Cauca são processados cerca de 351,5 toneladas / semana manga comum pelo agronegócio de polpas e sucos, criando um problema grave de poluição ambiental com resíduos obtidos. Apenas polpa de manga gerar perto 50-55% dos resíduos, ou seja, cerca de 193.32 toneladas / semana representada em resíduos de casca, sementes, celulose e de fibras (CESARIM,2012). Sabendo desta possibilidade passa-se a pensar em como esses resíduos podem ser aproveitados não só pela indústria de combustíveis, mas também pela indústria de ração animal. Dentre as frutíferas cultivadas no Submédio do Vale do São Francisco, destaca-se a manga (Mangifera indica) com 375.800 toneladas produzidas em 2009 (IBGE, 2011). Nos últimos anos, com o aumento da área plantada e em consequência de uma maior oferta dessa fruta no mercado, frequentemente nos períodos de safra, o preço da manga atinge valores muito baixos e os produtores, muitas vezes, optam pela não comercialização desta fruta para evitar custos com colheita e transporte. Além disso, nem todos os frutos produzidos, mesmo quando os preços são viáveis, apresentam a qualidade necessária para a comercialização (SANTOS et al., 2013). Com a expansão da agroindústria, a manga tem demonstrado grande potencial econômico, podendo ser utilizada na formulação de polpa, néctares, sucos, geleias e compotas. Em contrapartida, a industrialização gera uma quantidade muito grande de resíduos que

equivale a aproximadamente 35 a 60% do peso bruto da matéria prima (VIEIRA,2007) Com a fabricação do suco de manga gera-se o equivalente a 28 ou 60% de subprodutos (casca e caroço) sendo praticamente inviável seu uso na alimentação animal na forma in natura, devido à resistência do endocarpo (AZEVEDO et al., 2008). UTILIZAÇÃO DE COPRODUTOS DA MANGA NA FORMA IN NATURA DESINTEGRADA Segundo Santos et al., (2013), os frutos só devem ser oferecidos aos animais depois da desintegração do seu caroço, permitindo o aproveitamento dessa parte da manga pelos pequenos ruminantes e evitando obstruções de esôfago e faringe no caso de bovinos. Recomendam-se ainda os mesmos autores que os frutos sejam apenas desintegrados, sendo mantida a umidade dos frutos, desde que sejam desintegrados. A desintegração pode ser realizada com aplicação de tratamento físico, usando-se, por exemplo, a desintegração com o uso de picadeira, seguido de desidratação ao sol por 48 horas e moagem em partículas de 5 mm para a produção do farelo. Seu uso pode permitir um maior consumo de carboidratos não fibrosos em relação ao uso de outros resíduos e apresentar boa digestibilidade para a fibra em detergente neutro (FDN) estimada em 67,95% (AZEVEDO et al.,2011). Teles (2006), concluiu que a silagem de capim-elefante com adição de subprodutos do processamento da manga não deve ser utilizada como única fonte de alimento para ruminantes. Constatou-se a redução do consumo de fibra em detergente neutro (FDN), Fibra em detergente ácido (FDA) e as digestibilidade da matéria seca (MS) proteína bruta (PB), FDN e FDA, além do BN. Os coprodutos da manga podem substituir o milho em até 100% em dietas para ovinos confinados, sem interferir no consumo e no ganho de peso (PEREIRA et.al., 2013), contudo sua inclusão a silagem de capim elefante (16%) não influência o consumo de matéria seca, proteína bruta, carboidratos, entre outros, mas reduz o consumo FDN, a digestibilidade da MS, PB, da fibra como também interfere no balanço de nitrogênio para ovinos, não devendo, portanto, esse

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alimento ser usado de forma única para esses animais (RÊGO et al., 2010).

período o material deve ser revolvido a cada 2 horas, até a sua secagem total. Ressalta-se que, para cada 1 kg de fruto desintegrado, serão obtidos, aproximadamente, 200g de farelo (ARAGÃO et al., 2012).

Segundo Souza et al. (2011a), ao alimentarem tambaquis com diferentes teores de manga in natura (com casas) em substituição o milho na ração (0, 33, 66 e 100%). Concluíram que tambaquis alimentados com ração contendo 100% de manga in natura apresentaram menor ganho de peso. Esses autores recomendam 33% de manga in natura na ração por não prejudicar o desempenho dos animais.

Santos et al., (2013) realizaram pesquisa com ovinos Sta. Inês utilizando níveis de inclusão de farelo de manga em substituição ao milho (0%, 33%, 66% e 100%) com base na matéria seca. Obtiveram como resultado que o farelo de manga pode substituir o milho em dietas para ovinos sem comprometer o consumo e o ganho de peso, indicando a possibilidade de uso na dieta desses animais como alimento alternativo conforme Tabela 1.

USO DO FARELO DE MANGA Para a obtenção do farelo de manga pode-se utilizar os frutos nos seus mais diversos estádios de maturação (verdes, maduros, etc.) e classificação de mercado (refugo da indústria, manguitos, etc.). Os frutos

Segundo Seabra et al. (2009) não observaram diferença significativa na conversão alimentar quando

deverão ser processados em duas etapas. Será obtido, primeiramente, um material mais grosseiro e posteriormente o farelo propriamente dito. Inicialmente, os frutos devem ser desintegrados em desintegrador/ picador próprio para o preparo de ração animal sem peneira, utilizando-se apenas o fundo liso do equipamento, gerando um material grosseiro que deve ser desintegrado ao sol por 48 horas, em local adequado com a atividade (cimento, lona, etc.). Durante esse

ofertaram níveis de (0, 33, 66 e 100%) de farinha de manga sem cascas substituindo o milho na dieta de tambaqui, onde obtiveram valores de 1,36; 1,34; 1,33 e 1,16. A inclusão de alimento alternativo em substituição ao milho na dieta de tilápia do Nilo apresentou sinais de limitação quanto ao uso de farinha de manga com cascas na ração. As ferramentas de avaliação meta-

TABELA 1. Média e coeficiente de variação do consumo de nutrientes por ovinos, em função da substituição do milho pelo farelo de manga. Item

Farelo de manga

CV, %

Média

0%

33%

66%

100%

Consumo, g/dia MS

1394,37

1221,06

1300,63

1271,97

20,85

1297,01

PB

170,51

155,15

169,28

170,10

21,10

166,26

FDN

582,94

516,80

544,81

543,58

20,91

547,03

FDA

360,75

331,47

365,73

378,38

21,48

359,08

MO

1322,15

1156,96

1234,18

1208,09

20,88

1230,35

EE

42,63

42,24

50,84

55,07

21,70

47,69

CNF

526,07

457,05

498,66

481,69

21,37

490,87

CT

1109,01

973,85

1046,37

1025,27

21,12

1038,6

Consumo, % PV MS

4,10

3,76

3,85

3,76

13,87

3,87

FDN

1,71

1,59

1,61

1,61

13,57

1,63

Consumo, g/kg 0,75 MS

98,92

89,57

92,82

90,42

14,87

92,93

FDN

41,36

37,88

38,86

38,64

14,69

39,19

Fonte: Santos et al., 2013 4630

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bólica e enzimática utilizadas mostraram mecanismos estratégicos de ajustes bioquímicos para regulação e manutenção dos processos metabólicos da tilápia, em adaptação à farinha de manga na dieta. A inclusão de 100% da farinha de manga diminui a proteína na carcaça. A deposição de lipídios da carcaça é reduzida com 66 e 100% de farinha de manga. Concluíram que até o nível de 33% de farinha de manga com cascas em substituição ao milho pode ser adicionado à ração sem comprometer o desempenho, o metabolismo e as características químicas da carcaça da tilápia do Nilo (SOUZA, 2012).

ções semelhantes, indicando que o farelo de manga é nutricionalmente considerado um concentrado energético e pode ser um alimento regional alternativo ao grão de milho moído. De acordo com Aragão et al. (2012) geralmente, com relação às frutas e seus subprodutos, o principal é o fator de umidade, o que pode limitar o consumo animal pelo enchimento do rúmen. No caso da manga, o teor da umidade só será um problema em sistemas de produção onde essa fruta for oferecida in natura, uma vez que, na elaboração do farelo, os frutos possam por um processo da desidratação.

Cavalcante et al., (2006),avaliaram o consumo de matéria seca (CMS) em ovinos recebendo dietas contendo cinco níveis (0, 20, 40, 60 e 80%) de coproduto da manga desidratada. Observaram que o CMS (g/

Segundo Furtado et al. (2011) a literatura internacional indica (resíduos) da indústria de frutas e verduras, com potencial nutricional e menores custos para

dia) variou (P< 0,01) de forma quadrática á inclusão, estimando que o consumo máximo ocorresse quando a adição de 36,11%. Relataram ainda que a redução no CMS ocorreu a partir da utilização de 40% do coproduto da manga na dieta e atribuíram este efeito depressivo a presença dos taninos.

dietas de equinos. Suas características são alto teor de água (85%), altos níveis de açúcar e pectinas, baixo valor mineral-vitamínico, pobres em proteínas e ricas em fibra bruta (FB) 30%, destacando-se ainda o alto potencial de fermentações indesejáveis. No Brasil, encontram-se diversas pesquisas promissoras de uso destes coprodutos na alimentação de ruminantes, mas não para equinos. Por outro lado, Frape (1998) indica que os resíduos de frutas in natura podem ser usados em quantidade de no máximo 20% de MS total da dieta. Cabe ressaltar que, para o processo de silagem do resíduo in natura podem ser adicionados outros resíduos como milho desintegrado com palha e sabugo, palha de feijão e casca de café em níveis de adição entre 20 e 30% a fim de

COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA De acordo com Santos et al. (2012), uma das forma de avaliar a composição químico-bromatológica de alimentos alternativos é compará-los com alimentos já estabelecidos. Na Tabela 2 encontra-se a composição químico-bromatológica de coprodutos da manga (casca, polpa e caroço) juntamente com o farelo de manga e grão de milho moído. Apresentam composi-

TABELA 2. Composição químico-bromatológica do farelo de manga e milho grão moído utilizados no Pólo de fruticultura irrigada Juazeiro/Petrolina. Elementos

Alimentos Manga-caroço

Manga-polpa

Farelo de manga

Grão de milho

MS

28,9

25,2

21,0

88,6

MM

1,2

2,1

1,7

2,6

PB

3,9

3,9

3,4

8,9

FDN

67,5

39,1

22,9

19,5

FDA

52,7

37,4

19,3

6,6

CT

92,1

90,7

92,3

85,5

EE

2,6

3,1

2,5

2,9

CNF

24,5

51,6

69,3

65,9

1.Matéria seca; 2.- matéria mineral; 3- proteína bruta; 4- fibra em detergente neutro; 5- fibra em detergente ácido; 6- carboidratos totais; 7- extrato etéreo; 8- carboidratos não fibrosos. Fonte: Adaptado de Aragão et al., (2012). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.2, p.4627-4636, mar/abr, 2016. ISSN: 1983-9006

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agirem como absorventes de umidade e melhoria do processo fermentativo, uma vez que contribuem para alterar o poder tamponante (2,46; 3,35; e 12,15 eg.mg NaOH 100g MS-1, respectivamente) em relação aos resíduos de manga (29,74 eg.mg NaOH 100g MS-1) (COUTO FILHO et al., 2007).

apresenta 90,78% de MS, 6,84% de PB, 33,68% de FDN, 23,13 de FDA e 5,81% de EE, com base na MS. Já o subproduto da manga após desidratado ao sol apresenta 90,78% de MS e 6,84% de PB, 33,68%$ de FDN, 23,13% de FDA e 5,81% de EE, com base na MS, (SÁ et al., 2004).

Santos et al., (2012) afirmam em relação aos componentes da manga (casca, polpa e caroço), pode se observar que o caroço é o elemento que apresenta maior teor de FDN (67%); dessa forma a qualidade nutricional da manga ou coproduto de manga utilizado, estará relacionada a maior ou menor proporção de caroço neste alimento. De acordo com o IBGE (2000), a produção média anual de manga é de 105.214 de frutos no Ceará. Após a extração da polpa de manga 69.4% são resíduos.

Souza (2012) estudando a utilização de farinha de manga na alimentação de alevinos de tilápia do Nilo como fonte de carboidrato na ração obteve as seguintes conclusões: Que a inclusão de 100% desta farinha diminui a proteína na carcaça; A deposição de lipídios da carcaça é reduzida com 66 e 100% de farinha de manga; Até o nível de 33% de farinha de manga com cascas em substituição ao milho pode ser adicionado á ração sem comprometer o desempenho, o metabolismo e as características químicas da carcaça da tilápia do Nilo.

A polpa da manga contém 81,7% de água, pouco menos que a do pêssego (87,7%) ou da ameixa (85,2%). De seus 15,2 g de carboidratos, de cada 100g de porção comestível, a maior parte são açúcares (glicose, frutose e sacarose). Nas mangas não maduras existe certa quantidade de amido, que vai se convertendo em açúcar à medida que a fruta amadurece. A proporção de proteínas (0,51%) e de gorduras (0,27%) é muito baixa. Após a extração da polpa de manga 69,4% são resíduos, estes após desidratados ao sol

Teles (2006), estudando as características fermentativas e valor nutritivo de silagens de capim-elefante contendo subprodutos da manga obteve a composição química bromatológica segundo a Tabela 3. Ainda o mesmo autor concluiu-se que o subproduto do processamento da manga pode ser ensilado com o capim elefante, devido aumentar os teores de MO, PB, EE e CNF e reduzir os teores de FDN e FDA das

TABELA 3. Equação de regressão, coeficiente de determinação (R2) e coeficiente de variação (VC), para matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteina bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelular (HCEL), extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CHOT), carboidratos não fibrosos (CNF), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDA, % do N total) em função de níveis crescentes de subprodutos da manga da manga (SPM) na silagem de capim-elefante. Variáveis

0

4

8

12

16

Equação de regressão

R2

CV (%)

MS

18,97

22,12

22,73

23,60

27,98

Y= 19,18 + 0,49x**

0,71

7,80

MO

86,89

87,60

88,99

89,72

89,99

Y= 86,97 + 0,21x**

0,83

0,62

PB

5,16

5,61

5,73

6,13

6,21

Y= 5,24 + 0,06x**

0,82

3,08

FDN

74,25

73,17

70,87

67,21

65,77

Y= 74,84 – 0,57x**

0,86

1,87

FDA

48,89

48,36

47,13

45,08

43,12

Y= 49,48 – 0,37x**

0,88

1,66

HCEL

25,36

24,80

23,74

22,13

22,65

Y = 25,36 – 0,20x**

0,52

4,64

EE

2,80

3,42

4,05

4,78

5,78

(EE2) (Y) = 0,12-0,006x**

0,92

14,12

CHOT

78,93

78,56

79,21

78,81

77,85

Y= 78,67 ± 0,64

-

0,81

CNF

4,67

5,39

8,34

11,60

12,08

Y= 4,21 + 0,52x**

0,82

16,69

NID (% N total)

35,43

41,04

43,25

39,15

43,96

Y= 37,53 + 0,38x**

0,31

7,65

NIDA(% N total)

21,80

22,38

22,69

21,84

21,46

Y = 22,03 ± 1,19

-

5,38

** 1% de probabilidade. Fonte: TELES (2006). 4632

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silagens. Porém, até o nível de 8,6% de SPM apresentou elevado teor de nitrogênio amoniacal, indicativo de silagem de baixa qualidade. Com relação aos componentes da manga (casca e polpa da manga), pode-se observar a sua qualidade nutricional através da Tabela 4 (SOUZA, 2012). CONSUMO, DIGESTIBILIDADE E DESEMPENHO ANIMAL Em geral, os subprodutos, apresentam limitações de ordem nutricional, pois são caracterizados por conterem altos teores de componentes da fração fibrosa, baixos conteúdo de compostos nitrogenados e, consequentemente, baixo consumo voluntário (ESMINGUER et al., 1990). Segundo Van Soest (1994), os subprodutos da agroindústria com excessivas quantidades de taninos, lignina e cutina nas cascas e sementes e talos, apresentam baixo valor nutricional e tendem a serem subvalorizados, assim as análises devem ser mais complexas. Os taninos, por exemplo, causam deficiências de nitrogênio em bactérias não adaptadas, inibindo a digestão celulolítica, o que pode resultar na depressão no consumo de alimentos. É importante considerar a caracterização e o estudo dos efeitos dos níveis de inclusão dos subprodutos sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes em dietas para ruminantes, principalmente no que concerne aos requerimentos em fibra dietética, já que o valor destes alimentos tem sido bastante revisado e pesquisado como fonte de FDN para animais de pro-

dução ou crescimento, os quais necessitam receber mais energia e menos fibra (LIMA, 2003). Em trabalho realizado por Santos et al. (2011) avaliaram o consumo e o desempenho produtivo de ovinos Santa Inês em confinamento, submetidos a níveis crescentes de farelo do fruto da manga (0%, 33%, 66% e 100%), em substituição ao milho moído, e observaram que não houve efeito da inclusão do farelo de manga (P>0,05) sobre o consumo de nutrientes e o ganho peso animal (Tabela 5). Esse produto pode substituir o milho em até 100% em dietas para ovinos confinados, sem interferir no consumo e no ganho de peso (PEREIRA et al., 2013). Contudo sua inclusão a silagem de capim elefante (16%) não influência o consumo de matéria seca, proteina bruta, carboidratos totais, entre outros, mas reduz o consumo de fibra em detergente neutro, a digestibilidade da matéria seca, da proteína bruta, da fibra como também interfere no balanço de nitrogênio para ovinos, não devendo, portanto esse alimento ser usado de forma única para esses animais (RÊGO et al., 2010). Costa et al. (2009) analisando o coeficiente de digestibilidade dos resíduos de manga obtiveram os seguintes valores: para matéria seca, 63,79 %; proteina bruta: 78,59%; energia bruta: 36,68% e energia digestível: 1497 Kcal/kg. Lima (2010) avaliando os níveis de inclusão dos farelos de resíduos de manga em rações para tilápia sobre o desempenho, concluiu que a inclusão de 10% do farelo do resíduo de abacaxi e 15% do farelo de manga não comprometem o desempenho dos animais.

TABELA 4. Composição centesimal da casca e da polpa de manga (g/100g) Componentes

Casca da manga

Polpa da manga

Umidade

78,70 ± 0,45

82,11 ± 0,21

Resíduo Mineral

0,99 ± 0,05

0,34 ± 0,06

Lipídios

0,18 ± 0,01

0,61 ± 0,03

Proteinas

1,24 ± 0,11

0,44 ± 0,08

Açúcares Redutores

0,55 ± 0,02

4,13 ± 0,12

Açúcares não Redutores

1,69 ± 0,04

8,94 ± 0,17

Amido

0,19 ± 0,13

0,15 ± 0,16

Fibra Alimentar Total

11,02 ± 0,07

3,28 ± 0,28

12,89

16,5

Carboidratos Totais Fonte: SOUZA (2012)

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Artigo 371 - Utilização de subprodutos da manga como alimentos alternativos na dieta dos animais: revisão de literatura

TABELA 5. Média e coeficiente de variação (CV), proteina bruta (CPB), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em detergente ácido (CEDA), ganho de peso total (GPT) e ganho de peso diário (GPD) por ovinos, em função dos níveis de inclusão de farelo de manga no concentrado. Parâmetro

Níveis de inclusão de farelo de manga

Média

CV(%)

1218

1233

18.37

157

152

148

18.57

518

590

562

556

18.52

329

387

380

359

18.84

204

160

168

174

176

23.45

15.32

12.02

12.63

13.07

13.26

23.45

0%

33%

66%

100%

CMS (g/dia)

1263

1156

1297

CPB (g/dia)

147

139

CFDN (g/dia)

557

CFDA (g/dia)

343

GPD (g) GPT Fonte: Santos (2011)

Os valores de ganho de peso diário variaram de 160 g/dia a 204 g/dia para uso de 33% e 0% de farelo de manga, respectivamente, em substituição ao grão de milho moído, onde o valor da dieta variou de R$ 0,50 a R$ 0,30 para 0% e 100% de farelo de manga, respectivamente (SANTOS et. al., 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS De maneira geral podemos concluir que a nível nacional e internacional existem pesquisas indicando o uso eficiente de coprodutos da manga como alimentos alternativos em dietas para ruminantes e não ruminantes. De qualquer forma, a literatura cita que estes ingredientes poderão substituir em parte ou totalmente o milho em grão nas dietas considerando-se suas caracteríscas individuais quanto ao valor nutricional e demais recomendações de manejo geral, bem como as exigências nutricionais de cada categoria animal. É imprescindível o acompanhamento técnico para elaboração de dietas que empregam estes subprodutos, para que sejam utilizados em quantidades nutricionalmente adequadas e economicamente viáveis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AINA, J.O. Physico-Chemicals changes in African mango (Irvingia gabonensis) during normal storage ripening. Food Chem. v. 36, n.3, p. 205-12, 1990. ARAGÃO, A. S.L.; PEREIRA, L.G.R.; CHIZZOTTI, M.L.; VOLTOLINI, T.V.; AZEVEDO, J.A.G.; BARBOSA, L.D.; SANTOS, R.D.; ARAÚJO, G.G.L.; BRANDÃO, L.G.N. Farelo de manga na dieta de cordeiros em confinamento. Arquivo Brasileiro 4634

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Artigo 371 - Utilização de subprodutos da manga como alimentos alternativos na dieta dos animais: revisão de literatura

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Frequência de suplementação: adaptação microbiana, parâmetros nutricionais e desempenho de bovinos Ruminantes, consumo, fluxo de proteína microbiana.

Revista Eletrônica

Vol. 13, Nº 02, mar/abr de 2016 ISSN: 1983-9006 www.nutritime.com.br

João Rafael Assis1 Rodrigo de Nazaré Santos Torres1* Pâmela Moraes Franco¹ Lucas Maciel Gomes Olini¹ Vitor Hugor Tadano da Conceição Padilha2 Mestrando(a) em Zootecnia, Instituto de Ciências Agrarias e Ambientais, Universidade Federal do Mato Grosso, Sinop – Brasil. *E-mail: santostorres_13@hotmail.com. 2 Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Sinop. 1

A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimestral da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de literatura, artigos técnicos e científicos e também resultados de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br. Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira responsabilidade dos seus autores.

RESUMO A produção animal encontrasse em constante mudanças de suas premissas de produção, contudo a redução do ciclo produtivo e aumento da competitividade de seus produtos, torna –se necessários, ajustes nutricionais que possibilitem atendimento destas questões. Na bovinocultura de corte conjunto a estas problemáticas e somado a necessidade de redução de custos associados com menor ciclos produtivos. Neste contexto a criação de ruminantes a pasto possui destaque, contudo em um ambiente heterogêneo e dinâmico ao qual consiste em o ecossistema pastoril a suplementação vem adicionar alterações da dinâmica animal: planta de forma, a adequação desta pratica com o enfoque econômico, possibilite sua adequação e obtenção de um sistema produtivo competitivo. A avaliação do uso de suplementação e a frequências de fornecimento, possibilitar respostas necessárias ao seu adequado uso na busca de potencializar o metabolismo microbiano, resultando em melhores respostas produtivas pelo animal hospedeiro. Palavras-chave: Ruminantes, consumo, fluxo de proteína microbiana.

ABSTRACT Livestock production found constantly changes its production premises, yet reducing the production cycle and increase the competitiveness of their products, it becomes necessary, nutritional adjustments that enable care of these issues. In beef cattle set to these problems and added the need to reduce costs associated with lower production cycles. In this context the ruminant grazing has highlighted, however in a heterogeneous and dynamic environment which consists of the ecosystem pasture supplementation is additional animals dynamics of change: how to plan, the adequacy of this practice with the economic approach, enable their suitability and obtaining a competitive production system. The evaluation of the use of supplementation and the frequency of delivery, enable answers necessary for their proper use in the search for enhancing the microbial metabolism, resulting in better productive responses by the host animal. Keyword: Ruminants, consumption, microbial protein flow.

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Artigo 372 - Frequência de suplementação: adaptação microbiana, parâmetros nutricionais e desempenho de bovinos

INTRODUÇÃO A suplementação deve ser usada como meio de maximizar a utilização da forragem disponível, tendo em mente que o suplemento não deve fornecer nutrientes além das exigências dos animais (PARSONS & ALLINSON, 1991; PATERSON et al., 1994). Através do fornecimento de todos, ou de alguns nutrientes específicos, que resultarão no aumento do consumo de matéria seca (MS) e na eficiência de sua digestão, de forma a atingir os objetivos esperados com a suplementação (SIEBERT & HUNTER, 1982; HODGSON, 1990; HUNTER, 1991). De maneira geral, a suplementação da dieta de animais em pastejo é realizada com os seguintes objetivos: i) corrigir a deficiência de nutrientes da forragem; ii) aumentar a capacidade de suporte das pastagens; iii) potencializar o ganho de peso; iv) diminuir a idade ao abate; v) auxiliar no manejo das pastagens; vi) fornecer aditivos ou promotores de crescimento (REIS et al., 2005). O custo do trabalho associada com suplementos de mão de obra na alimentação de bovinos de corte pode contribuir significativamente para o custo da produção. A redução da frequência da suplementação seria uma estratégia para reduzir o custo de operação, o que pode ter um potencial para aumentar os lucros. As respostas à suplementação menos frequentes têm sido variáveis (KARTCHNER e ADAMS, 1982; KUNKLE et al., 2000). Porém tem-se notado que, a utilização de suplementação proteica, aumente o CMS e potencialize a utilização da forragem. Entretanto é verificado que também exista um mecanismo que proteja do impacto da suplementação infrequente e, assim, minimizando as diferenças de desempenho de suplementados sobre diferentes frequências de suplementação (MELTON e RIGGS, 1964; BEATY et al, 1994; HUSTON et al., 1999). Um dos mecanismos que suportam esse embasamento seria a, reciclagem e retenção de nitrogênio (N), que se tornam mais eficiente. E também a mudança microbiana ruminal parece desempenhar um papel crucial sobre a melhoria do metabolismo de compostos nitrogenados. 4638

Nesta premissa, podem estar ligados as bactérias que fermentam peptídeos e aminoácidos livres no conteúdo ruminal e convertidos em amônia (YANG e RUSSELL, 1993). Dentre isso as concentrações de amônia ruminal e sua extensão de concentração, influenciam o desempenho de bactérias ruminais principalmente as fibroliticas. Consequentemente potencializando a digestão da fibra, tornando-a mais eficiente o processo produtivo. Objetivou-se com essa revisão, avalizar os principais parâmetros que modulem a melhoria na eficiência alimentar em bovinos suplementados sobre diferentes frequências alimentares. 2. MICROBIOLOGIA RUMINAL O ambiente ruminal consiste de um ecossistema microbiano complexo, onde são compostos por bactérias, protozoários, fungos. Dentre esses microrganismos, alguns em caso a parte, estão interligados com a eficiência do metabolismo energético e nitrogenado e que por ventura dependeram do nível e tipo de substrato no conteúdo ruminal. O grupo de bactérias hiperprodutoras de amônia tem uma grande importância sobre o metabolismo proteico ruminal, pois elas controlam fortemente a taxa e a extensão da produção de NH3 ruminal. As espécies bacterianas enquadradas são as Peptostreptococcus anaerobius, Clostridium sticklandii e Clostridium aminophilum (Isoladas por J. B. Russel, 1980) e os protozoários ciliados ruminais. A importância do estado redox em fermentação de aminoácidos por bactérias anaeróbias foi demonstrada pela primeira vez por Stickland em 1930. E outros posteriores trabalhos mostraram que aminoácidos reduzidos só poderiam ser fermentados se aminoácidos oxidados estivessem presentes no meio de incubação. Os aminoácidos reduzidos (alanina, leucina, isoleucina, e valina) servem como doadores de elétrons, enquanto os oxidados os (glicina, prolina, arginina e triptofano) servem como receptores de elétrons em reações intimamente acoplados. É sugerido que as reações do tipo Stickland pode ser importante para a fermentação de aminoácidos no

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Artigo 372 - Frequência de suplementação: adaptação microbiana, parâmetros nutricionais e desempenho de bovinos

rúmen e como também para a produção de metano (CH4), como mostra a Figura 1. 3. PARÂMETROS NUTRICIONAIS 3.1. Consumo e digestibilidade Avaliando estratégias de suplementação para bovinos de corte na estação da seca, testou estratégias de suplementação autocontrole de consumo e oferta de suplementos em diferentes frequências: 3x, 5x, 6 x e 7x/ semana. Não encontraram efeito dos suplementos sobre os consumos expressos em kg/dia ou em %PV (MORAES et al., 2010). A possível explicação para este fato, segundo Beaty et al. (1994), seria que animais sob suplementação diariamente ou três vezes por semana não apresentam diferenças no tempo dispendido em atividade de pastejo. Em contraste, Bohnert et al. (2002b) observaram redução no consumo de MS total e de pasto à medida que a frequência de fornecimento do suplemento reduziu, principalmente, quando houve maior intervalo entre a suplementação. A estratégia de suplementação teve efeito significativo somente sobre a digestibilidade aparente total da MS e foi maior nos animais que consumiram o suplemento tipo autocontrole (Tabela 1), o qual apresentou em sua formulação maior nível de ureia. Assim, os requerimentos de NH3 dos microrganismos ruminais podem ter sido atendidos de forma mais rápida, em

razão da alta degrabilidade da ureia, que ao chegar no rúmen, é rapidamente hidrolisada a NH3. As frequências de suplementação estudadas não afetaram a digestibilidade aparente total dos componentes. Resultados variados sobre os efeitos da frequência de suplementação sobre a digestibilidade total da MS têm sido observados por Farmer et al. (2001) observaram redução linear na digestibilidade quando forneceram os suplementos em menor frequência aos animais. De forma contrária, Beaty et al. (1994) verificaram maior coeficiente de digestibilidade nos animais sob suplementação três vezes por semana em comparação com a distribuição diária. De forma similar às observações deste estudo, Bohnert et al. (2002a) não verificaram efeito da frequência de suplementação sobre a digestibilidade da MS. O aumento na digestibilidade observado por Beaty et al. (1994) pode ser associado ao menor consumo de forragem e ao maior tempo de retenção do alimento no trato gastrintestinal. Por outro lado, a sustentação da digestibilidade total da MS comprova a capacidade dos ruminantes em tamponar os efeitos do suprimento de nutrientes em menor frequência (FARMER et al., 2004). O fornecimento de suplemento autocontrole propiciou maior digestibilidade aparente ruminal de proteína bruta (PB) do que as frequências estudadas. Porém esses animais apresentaram maiores perdas de proteína na forma de excreção de ureia, o que pode ser indicativo de excesso de consumo de proteína degradável no rúmen (PDR). 3.2. pH ruminal De acordo com Ørskov & Tyler (1990), a disponibilidade de substratos para a fermentação, juntamente com o pH ruminal, são os principais fatores determinantes da sobrevivência dos microrganismos no ecossistema ruminal, e a queda do pH é associado com efeitos negativos. Os valores de pH de Moraes et al. (2006), na Figura 2 se assemelham os de Farmer et al. (2004).

FIGURA 1. Representação esquemática da relação entre fermentação leucina e produção de metano. (a) transaminação e descarboxilação; (b) a desaminação e a hidrogenação; (c) hydrogenase atividade; e (d) methanogenesis (RUSSELL & WALLACE, 1997).

3.3. Balanço de nitrogênio Estudando a frequência de suplantação proteica em novilhos alimentados 7x/semana e 2/semana, encon-

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Artigo 372 - Frequência de suplementação: adaptação microbiana, parâmetros nutricionais e desempenho de bovinos

TABELA 1. Digestibilidade aparente total, ruminal e intestinal dos nutrientes em bovinos em pastejo sob suplementação em diversas frequências (MORAES et al., 2010). Frequência Item

AC

3 vezes

5 vezes

Contraste 6 vezes

7 vezes

CV (%)

Total

ACF

Linear

Quadrático

Matéria Seca

62,28

60,94

58,70

57,70

59,12

3,5

0,062

0,103

0,105

Matéria Orgânica

60,78

62,34

58,88

56,51

55,83

5,8

0,187

0,274

0,275

Proteína Bruta

72,43

70,21

68,23

64,73

66,23

5,8

0,205

0,243

0,275

Carboidratos totais

64,97

66,97

65,22

62,84

65,10

2,4

0,654

0,121

0,104

Fibra em detergente neutro

68,66

70,12

68,47

66,36

68,20

3,4

0,956

0,127

0,139

Carboidratos não fibrosos

85,00

84,35

83,08

82,29

82,23

4,8

0,329

0,385

0,738

Ruminal Matéria Seca²

68,33

69,09

69,11

68,48

69,05

13,7

0,901

0,967

0,947

Matéria Orgânica ²

72,21

73,16

72,86

72,66

71,72

1,1

0,264

0,241

0,536

Proteína Bruta ³

38,41

34,20

33,15

29,75

30,13

8,7

0,080

0,588

0,798

Carboidratos totais ²

86,24

87,70

86,95

87,02

87,14

1,8

0,593

0,784

0,758

Fibra em detergente neutro²

85,66

85,50

85,35

84,84

85,28

5,4

0,691

0,708

0,646

Carboidratos não fibrosos²

75,73

76,98

76,65

77,60

75,66

9,6

0,796

0,672

0,630

Intestinal Matéria Seca²

31,67

30,91

30,89

31,52

30,95

30,03

0,901

0,860

0,778

Matéria Orgânica ²

3,79

3,84

4,14

4,34

4,28

14,6

0,264

0,833

0,913

Proteína Bruta ³

52,32

51,50

51,33

52,44

52,06

14,1

0,150

0,401

0,649

Carboidratos totais ²

13,76

12,30

13,05

12,98

12,86

31,3

0,796

0,124

0,464

Fibra em detergente neutro²

14,34

14,50

14,65

15,16

14,75

36,0

0,691

0,708

0,646

Carboidratos não fibrosos²

24,74

23,02

23,33

22,40

24,34

10,4

0,593

0,865

0,849

¹ACF= Auto controle versus frequência L e Q= efeito de ordem linear e quadrático da frequência de suplementação, ²% do total digerido; ³% da qualidade que chegou no local

FIGURA 2. Estimativa do pH do líquido ruminal obtida no dia da oferta do suplemento e no dia sem oferta do suplemento (MORAES et al., 2010). 4640

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traram diferenças no tempo de colonização de bactérias desaminadoras de aminoácidos e peptídeos (Figura 3), acompanhando a atividade específica de produção de amônia (FARMER et al., 2004). Visto que específica atividade foi inferior no grupo 2 d / semana durante as primeiras horas após a suplementação, pode indicar que o grupo com baixa atividade desaminase foi mais prevalente no grupo 2 d / semana imediatamente após a suplementação (Figura 3).

A acumulação significativa de peptídeos e aminoácidos (AA), livres são substrato para as bactérias produtoras de amônia, sendo que o pico, foi observado 2 horas após a suplementação para os bovinos suplementados 2 d / sem. Isto também sugere que um menor número de produtores de amônia estivera presente imediatamente após a suplementação para este grupo.

As bactérias produtoras de amônia também são fermentadoras de hidratos de carbono, apontado que as atividades de fermentação foram fortemente orientadas para a fermentação de carboidratos nas primeiras horas após a suplementação do grupo 2 d / semana,

No entanto, o desvio de atividade fermentativa na população de baixa desaminase, para fermentação de carboidratos imediatamente após a suplementação também pode ter contribuído para o atraso no pico de concentração. A população de bactérias hiperprodutoras de amônia começou a aumentar nestes novilhos em resposta à presença de substrato preferido a partir das 12 – 24 horas após a suplementação.

devido ao grande fluxo de carboidratos por tempo. Dado que a atividade específica da produção de amônia foi baixa no grupo 2 d / semana nas primeiras 12 h após a suplementação e que a produção de amônia durante este período foi realizada por bactérias de baixa atividade produtora de amônia.

Nesse mesmo trabalho, ouve diferença para amônia ruminal, aminoácidos livres, e as concentrações de peptídeos (Figura 4). A amônia ruminal atingiu pico máximo de 2 horas após a suplementação e voltou a reduzir após 6 h depois da suplementação de novilhos complementadas 7 d / semana, enquanto bovinos su-

FIGURA 3. Influência da frequência de suplementação em bactérias fermentadoras de peptídeos e aminoácidos, e específica atividade de produção de amônia pelas bactérias ruminam para novilhos alimentados com feno de baixa qualidade. Frequência Interações × horas (concentrações bacterianas, P = 0,02); atividade específica de produção de amoníaco (P <0,01, EPM = 0,82). * Representa diferença (P ≤ 0,05) entre frequências de suplementação em cada período de tempo (FARMER et al., 2004). Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.2, p.4637-4651, mar/abr, 2016. ISSN: 1983-9006

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plementados 2 d / semana atingiu pico máximo de 6 horas após a suplementação. A concentração de AA livre atingiu um pico de 2 h após a suplementação para novilhos suplementados 2 d / semana e foi maior durante os primeiros 6 h após a suplementação comparação com bovinos suplementados 7 d / sem. A concentração de peptídeo também atingiu um pico de 2 h após a suplementação para novilhos suplementados 2 d / sem. Neste caso, eles tinham uma maior concentração em relação à bovinos suplementados 7 d / semana antes de voltar ao reduzir por 12 h após a suplementação. Moraes (2006), utilizando estratégias de frequência de suplementação 3x, 5x, 6x e 7x para bovinos de corte, encontrou valores mais baixos de amônia ruminal para animais suplementados com menor frequência (Figura 5).

Dados que permite inferir que a suplementação descontinua permite níveis adequados de amônia ruminal para o crescimento e atividade microbiana. Comportamento semelhante é encontrado por Beaty et al. (1994) Bohner et al. (2002c). O tratamento autocontrole (AC) teve maior concentração devido a maior hidrolise da ureia. No experimento de Canesin (2009) trabalhando com suplementação fornecido diariamente (SD), de segunda a sexta-feira (SS) e em dias alternados (AS) (a cada dois dias), na ordem de 1%; 1,4% e 2,0% do peso corporal, respectivamente, não houve efeito significativo da frequência de suplementação sobre concentração de N-NH3 ruminal. Porém em contraste com Moraes et al. (2006) encontrou efeito significativo nos dias que os animais não foram suplementados,

FIGURA 4. Influência da frequência de suplementação em amônia ruminal, AA livre, e peptídeos para bovinos de corte, recebendo alimento de baixa qualidade, feno pradaria. Frequência × hora interações (amônia [P <0,01], SEM = 0,67; AA livre [P <0,01], SEM = 0,16; peptídeos [P = 0,01], EPM = 0,24). * Representa diferença (P ≤ 0,05) entre a suplementação frequências em cada período de tempo. 4642

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FIGURA 5. Estimativa da concentração de amônia ruminal obtida no dia da suplementação e no dia sem suplementação (MORAES, 2006).

pois os SD tiveram maior pico de N-NH3 ruminal, e os tratamentos SS e AS não se diferiram. No entanto o trabalho de Moraes et al. (2006) e Casein (2009) nos dias que os animais não foram suplementados, obtiveram as concentrações de amônia ruminal superior a 10mg/dL, garantindo a maximização da digestão ruminal da matéria seca e superiores a 20mg/dL, nos dias que foram suplementados fazendo que ocorra a maximização da ingestão de MS (LENG, 1990). O fato pelo qual a concentração de amônia permaneceu superior a 10mg/dL quando não receberam suplemento pode ser explicado pela reciclagem do N, permitindo que este N seja reutilizado pelos microrganismos ruminais (SANTOS, 2006). 3.4. Fluxo de Proteína microbiana A otimização da fermentação ruminal, juntamente com a maximização da eficiência de síntese de proteína microbiana, tem sido o foco de várias pesquisas. De acordo com o NRC (1996), 50 a 100% da proteína metabolizável exigida pelo bovino de corte pode ser atendida pela proteína de origem microbiana. Segundo Kozloski (2002), o suprimento de proteína para o duodeno consiste da proteína microbiana sintetizada no rúmen, proteína dietética não-degradada. Segundo Clark et al. (1992), 59% da proteína que chega ao intestino delgado é de origem microbiana. Desta forma, a determinação da proteína microbiana tem sido área de interesse para o estudo da nutrição de ruminantes e a estimativa da contribuição da pro-

teína microbiana no fluxo de proteína no intestino já está incorporada aos sistemas de avaliação de proteína em diversos países. A produção diária de proteína microbiana pode ser obtida como o produto da eficiência microbiana, que usualmente é definida por g de N microbiano sintetizado por kg de MO fermentada no rúmen, e o total de MO (kg) fermentada no rúmen por dia (HOOVER & STOKES, 1991). No estudo de Casein (2009) A frequência de suplementação influenciou somente o N total das bactérias isoladas no rúmen nas demais variáveis estudadas não foi observado efeito significativo. O N total das bactérias isoladas no rúmen foi superior nos animais das frequências SS e DA, provavelmente devido a maior quantidade de suplemento que os animais ingeriram no dia que foram suplementados, proporcionando variações entre as populações das diversas espécies de microrganismos presentes no rúmen. Segundo Santos (2006), a célula microbiana contém em sua composição principalmente proteínas, mas também carboidratos, lipídeos, minerais e vitaminas, e esta pode variar de forma significativa o seu teor de nutrientes. Diversos fatores afetam a composição das células microbianas, entre eles, o tipo de microrganismos, a fase de crescimento e a disponibilidade de nutrientes. Os valores médios de composição das bactérias ruminais obtidos de MS e MO, com 83,0 e 74,6% (Tabela 2), respectivamente, foram próximos aos observados

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por Rennó (2003), de 80,7 e 74,6%; por Dias et al. (2008), de 80,4 e 72,8%, e Cabral (2008), de 85,0 e 72,9%, respectivamente. Os valores de MO foram ainda inferiores aos relatados por Valadares filho (1995), de 89,2%, em revisão de literatura nacional. Menores valores de MO podem decorrer do alto teor de cinzas nas bactérias, devido à contaminação com solução salina durante o seu processo de isolamento. Entre tanto os valores médios de MO, N-total, RNA, N-RNA encontram-se de acordo com os dados de literatura compilados por Clark et al. (1992), que descrevem variações na composição microbiana de 60,8 a 92,2% de MO, 4,83 a 10,58% de N-total, 2,4 a 13,2% de RNA e 0,5 a 1,89% de N-RNA. Do mesmo modo, Silva et al. (2007) encontraram valores de 70,0% de MO; 5,4% de N-total, 6,8% RNA e 0,64% N-RNA em novilhos mestiços alimentados com feno de capim-tifton 85. O fluxo duodenal de MS, MO, N-total e N-mic não foram afetados pelas frequências de suplementação e,

valores próximos de MO, N-total e N-mic foram verificados por Martins et al. (2006) de 2,4 kg/dia para MO e para N-total e Nmic de 82,6 e 52,5 g/dia, respectivamente, em bovinos que receberam como volumoso feno de capim-tifton. No entanto, os mesmos autores observaram valores superiores e animais alimentados com silagem de milho, com fluxo duodenal 2,7 kg/dia de MO e 95,3 e 78,2 g/dia N-total e N-mic, respectivamente. Contudo, Silva et al. (2007) avaliaram teores protéicos em dietas compostas de feno de tifton 85 para bovinos, e encontraram valores de 41,0 e 30,5 g/dia para fluxo de N-total e N-mic, respectivamente. Por sua vez, o valor médio de MO aparentemente digerida no rúmen (MOADR) observado no presente trabalho foi de 4,7 kg/dia, os quais foram superiores aos observados por Cabral et al. (2008), Silva et al. (2007), Martins et al. (2006) e Ítavo et al. (2002) com valores médios de 1,9; 2,1; 1,5 e 1,4 kg/dia, respectivamente, em bovinos alimentados com feno de

TABELA 2. Composição química e estimativa de ácido ribonucleico (RNA) das bactérias isoladas do rúmen; ingestão de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e nitrogênio (N); matéria orgânica aparentemente digerida no rúmen (MOADR); fluxos de MS, MO, N total e N microbiano (N-mic) e eficiência microbiana, em função das frequências de suplementação. Frequência de Suplementação

Média

P

81,9

83,0

0,1015

73,7

76,1

74,6

0,6447

5,4b

7,5a

6,4ab

6,4

0,0471

12,0

10,5

10,2

10,4

0,7841

0,5

0,5

0,4

0,4

0,8173

MS ingerida³

6,7

7,7

5,9

6,8

0,3313

MO ingerida³

6,5

7,6

5,7

6,6

0,2755

N ingerido

81,9

94,5

70,6

82,3

0,1827

4,6

5,5

4,0

4,7

0,2874

MS³

2,6

2,9

2,3

2,6

0,5667

MO³

1,9

2,1

1,7

1,9

0,6765

N-TOTAL4

77,3

89,2

77,3

81,3

0,7552

N-MIC

27,1

50,5

54,2

43,9

0,5580

6,5

14,5

13,4

11,5

0,4474

SD

SS

DA

MS (%)

87,2

79,9

MO

74,0

N-TOTAL¹ RNA¹ N-RNA¹

Bactérias Ruminal

Parâmetros

4

MOADR Fluxo Duodenal

4

Eficiência Microbiana g N-mic/Kg MOADR

Média seguidas por diferentes letras minúsculas nas linhas diferem entre si estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. SD= Suplementação diária; SS= Suplementação ofertada de segunda a sexta – feira e suspensa aos sábados e domingos; DA=Suplementação e dias alternados. ¹% MS; ²%N no RNA=14,8; ³Kg/dia; 4g/dia; P= Significância. 4644

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capim-tifton. Estes resultados podem ser explicados pelas diferenças na composição química dos volumosos, as quais afetam a taxa de digestão.

retido. Da mesma forma, novilhos suplementados 2 d / sem teve menor retenção de N por menor proporção do consumo de N, e menor retenção de N como proporção do N absorvido.

Os valores médios de eficiência de síntese de proteína microbiana obtidos por Casein (2009) foram relativamente baixos (11,5 g Nmic/ kg MOADR), o qual pode ser atribuído ao inadequado suprimento de proteína e energia provenientes da dieta, visto que a forragem disponível para consumo é de baixa qualidade. Valores próximos foram verificados por Silva et al. (2007), de 13,9 g N-mic/kg MOADR em dietas compostas de feno de tifton 85 para bovinos, entretanto, valores superiores ao deste estudo tem sido relatado na literatura (CABRAL et al., 2008; DIAS et al., 2008; VÉRAS et al., 2008; MARTINS et al., 2006; MORAES et al., 2006; DETMANN et al., 2005b), como mostra a

Resultou em uma menor retenção de nitrogênio. Isto coincide com os resultados com os de Bohnert et al. (2002), que alimentou ovelhas com forragem de baixa qualidade e fornecido suplemento diariamente, de três em três dias, ou um em cada seis dias. Em contraste, Coleman & Wyatt (1982) observaram nenhuma diferença em N retenção quando novilhos foram suplementados diariamente, em dias alternados, e cada quarto dia. Dado que a quantidade de N absorvida foi semelhante para bovinos suplementados em diferentes frequências, o aumento da excreção de nitrogênio na urina do grupo D 2 / sem (e, portanto, menor re-

Tabela 3.

tenção N) verifica uma incapacidade de capitalizar o suprimento de nitrogênio errático com a mesma eficiência, quando o fornecimento do N é mais frequente. É possível que o limite da produção de ureia foi ultrapassado durante breves períodos de excesso de N, que resultou num aumento da excreção de ureia urinaria (VAN SOEST, 1994). No entanto, o fato de que o 2 d / semana foi capaz de manter o equilíbrio positivo de nitrogênio em face da oferta irregular N, destacando a capacidade destes animais para conservar nitrogênio. Certamente, a capacidade de reciclar N pode ter sido crucial a este respeito (LAPIERRE & LOBLEY, 2001).

No trabalho de Moraes (2006) a eficiência microbiana em g de PBmic/kg de NDT consumido, foi 118,90 g PBmic/kg de NDT, próximo ao valor de 120 g PBmi/ kg de NDT recomendado por Valadares Filho et al. (2006). Segundo Farmer et al. (2006), bovinos suplementados 2 d / semana apresentaram menor N ingestão e excreção de N fecal (devido ao menor consumo de forragem). Não houve diferença significativa em nitrogênio absorvido devido à frequência de suplementação. Nesse trabalho os bovinos suplementados 2 d / semana apresentaram maior excreção urinária de N, deve-se por consequência de menores gramas de N

Em contraste Moraes et al (2006) observaram que o nitrogênio total ingerido e excretado na urina e nas fe-

TABELA 3. Eficiência microbiana. Frequência Item Nitrogênio Microbiano (g/dia)

Contraste¹

AC

3 vezes

5 vezes

6 vezes

7 vezes

56,63

56,09

56,14

55,99

55,98

CV (%)

ACF

Linear

Quadrático

25,5

0,937

0,989

0,993

Eficiência Microbiana Matéria Orgânica (gNmic/ Kg MODR)

20,64

21,02

21,37

21,09

20,74

25,9

0,990

0,997

0,974

Carboidratos Totais (g Nmic/ Kg CTDR)

24,08

24,73

29,97

24,73

24,40

26,8

0,978

0,998

0,992

NDT (gPBmic/Kg NDT)

117,58

119,37

120,82

119,24

117,52

25,5

0,986

0,989

0,994

¹ACF= Auto controle versus frequência L e Q= efeito de ordem linear e quadrático da frequência de suplementação Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.2, p.4637-4651, mar/abr, 2016. ISSN: 1983-9006

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zes, nitrogênio ureico sérico e balanço de compostos nitrogenados não foram afetados pelas frequências de suplementação (Tabela 5). Como o consumo de matéria seca total não foi alterado o nitrogênio ingerido também não diferiu entre as frequências de suplementação. Com relação à excreção de nitrogênio nas fezes, Currier et al. (2004) também não encontraram efeito da frequência de suplementação. Segundo Bohnert et al. (2002b), a frequência de suplementação tem pequeno efeito sobre a excreção de nitrogênio nas fezes.

Os resultados são ainda contraditórios, mas tudo indica que menores frequências de suplementação possibilita a melhoria da reciclagem de ureia para ser utilizada pela microbiota, se que haja redução no balanço nitrogenado.

A ausência de efeitos sobre a excreção de nitrogênio nas fezes pode estar relacionada às frequências de suplementação, que propiciam digestibilidade total similar à do nitrogênio. Desta forma, a menor frequência de suplementação aumenta a síntese endógena de ureia para ser reciclada e retornar ao ambiente

No trabalho de Famer et al. (2006) encontram uma melhora no perfil de ácidos graxos voláteis, tendo uma redução da proporção acetato: propionato, com aumento da produção de propionato e redução de acetato (Figura 6). Esta associação consistente com relatos de que a infusão de amido ruminal elevaria

ruminal para ser usada pelos microrganismos, particularmente em dias sem suplementação (ATKINSON et al., 2010).

significativamente a percentagem molar de propionato e diminuiu da proporção de acetato no rúmen (OLSON et al, 1999; KLEVESAHL et al., 2003).

3.5. Ácidos Graxos Voláteis Os AGV’s é a principal fonte de energia dos ruminantes, e seu perfil é caracterizado pela eficiência que os microrganismos os sintetizam.

FIGURA 6. Influência da frequência de suplementação em as proporções molares de acetato, propionato e o acetato: propionato de novilhos alimentados com baixa qualidade. 4646

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A melhora na proporção acetato: propionato pode ser um fator que contribua para a manutenção do aceitável desempenho de bovinos de corte, mesmo quando o consumo é um pouco deprimido com a suplementação de menos frequente. Um mecanismo pelo qual isto pode ocorrer, é pelo direcionamento de equivalentes redutores para síntese de propionato, mantendo, assim, condições favoráveis para a manutenção de fermentação ruminal (BALDWIN e ALLISON, 1983) e potencialmente, desviando-os a partir de incorporação em metano. Além disso, a fermentações com o aumento do propionato relativo ao acetato, tem demonstrado ser mais eficiente para fins produtivos em comparação com fermentações caracterizada por menor proporção de propionato relativo ao acetato (BLAXTER, 1989). Em contraste Casein (2009) observou nenhuma diferença.

cadeia ramificada no rúmen (KOSTER et al., 1996; OLSON et al., 1999). No trabalho de Farmer et al. (2006), houve diferença na proporção de ácidos graxos ramificados nos animais suplementados 7x e 2x / semana (Figura 7). Sendo que as produções desses ácidos foram menores nas primeiras 12 h no grupo suplementado 2X / semana. Colaborando com Russell et al. (1988); Chen e Russell (1989) que relataram que esses ácidos graxos também são produtos finais da fermentação de pelo menos duas bactérias hiperprodutoras de amônia incluídos os AGV. É provável que ouça alterações nas populações desses organismos, o que pode ter afetado os padrões de séries temporais de ácidos graxos de cadeia ramificada.

Sabe-se que aminoácidos de cadeia ramificada, servem como fatores de crescimento para as bactérias fibroliticas (BALDWIN e ALLISON, 1983). Também está claro que a fermentação de aminoácidos de cadeia ramificada sob a forma proteína verdadeira

Russel e Hino (1985) tentando desvendar mecanismos que mobilizariam a taxa de desaminação ruminal, encontraram valores mais elevados de ácidos graxos ramificados no tratamento controle (sem aditivo).

Degradável no rúmen, está associado com o aumento significativo nas proporções de ácidos graxos de

Essa maior produção de AGV ramificados do grupo controle pode ser explicado pela boa disponibilida-

FIGURA 7. Influência da frequência de suplementação em as proporções molares de isobutirato e isovalerato para novilhos alimentados com feno de baixa qualidade. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.2, p.4637-4651, mar/abr, 2016. ISSN: 1983-9006

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de de substratos fermentáveis (15 g de Tripticase / litro), favorecendo bactérias hiperprodutoras de amônia. Sendo assim os outros tratamentos tiveram um efeito seletor nas rotas dos microrganismos, devido um aumento de NADH/NAD celular em microrganismos ruminais ou seleção de populações. Dados que demonstram que a fermentação de aminoácidos de cadeia ramificada depende da concentração de aminoácidos de cadeia ramificada na proteína verdadeira degradável no rúmen como também da disponibilidade NADH/NAD celular dos microrganismos.

de suplementos sobre o ganho de peso de bovinos em pastejo durante o período seco e não observaram diferenças entre as frequências de suplementação estudadas. No estudo de Moraes et al. (2010), a suplementação 3 vezes/semana parece ter resultado em ganho compensatório mais pronunciado que o obtido com a suplementação diária. Embora a quantidade semanal de suplemento fornecido para ambos os grupos (3 e 7 vezes/semana), esta variação esteve relacionada às maiores quantidades de suplemento oferecido aos grupos sob suplementação 3 vezes/semana.

4. DESEMPENHO No que diz respeito ao ganho de peso corporal de bovinos de corte, Paula et al. (2010) observaram que o ganho médio diário dos animais sob suplementação 3 vezes/semana foi superior ao obtido com suplemen-

Os dados não estão claros sobre o aumento do desempenho, porém a manutenção do desempenho é visto na literatura.

tação diária (Tabela 4), possivelmente em virtude da capacidade de animais ruminantes em reciclar nitrogênio e manter a digestão da fibra no rúmen entre os intervalos de suplementação de forma similar aos animais recebendo suplemento diariamente. Ambos os grupos consumiam semanalmente a mesma quantidade de suplemento, portanto, acredita-se que a ausência de interações entre fontes proteicas e frequência de suplementação também seja reflexo deste mecanismo de reciclagem endógena.

5. ESTUDOS SOBRE FERMENTAÇÃO DE AMINOÁCIDOS Russel e Hino em 1985, examinaram os efeitos de NADH / NAD sobre a desaminação de aminoácidos individuais por extratos de células de microrganismos ruminais. Foram incubados microrganismos ruminais com um digerido de caseína (Tripticase, 15 g / litro), maior do que 50 Mmol de NH3 por litro foi produzido durante o período de incubação de 20 h (Tabela 7). O tratamento com monóxido de carbono ou o ionóforos de monensina inibiu a produção de CH4, com pouco aumento de H2. A inibição da Produção de CH4 foi associada com uma diminuição na desaminação de aminoácidos, mas as reduções não foram proporcionais. O monóxido de carbono quase eliminou a produção de CH4, e a produção de NH3 foi reduzida cerca de 25%. Já a monensina, reduziu a produção de CH4 em 31% e 37% a de NH3 ruminal.

Além disso, de acordo com Krehbiel et al. (1998) e Bohnert et al. (2002a), ruminantes consumindo forragem de baixa qualidade com suplementação em frequência irregular apresentam mudanças na permeabilidade do trato gastrointestinal e/ou mudanças na regulação renal da excreção de ureia, refletindo melhor utilização do nitrogênio nos intervalos de suplementação. Canesin et al. (2007) e Moraes et al. (2004), no entanto, avaliaram os efeitos do fornecimento infrequente

TABELA 4. Ganho de peso de bovinos em pastejo recebendo suplementação proteica no período seco do ano Fonte Proteína Variável

Frequência

Farelo de soja

Farelo de algodão (Alta energia)

7 vezes / semana

3 vezes/ semana

CV (%)

Consumo de Suplemento (g/dia)

894,8

894, 10

894,45

894,45

-

Peso Vivo Final (Kg)

261,00

254,18

255,62

259,71

-

Ganho médio diário (Kg)

0,630

0,540

0,500b

0,670a

19,92

¹As comparações ocorreram dentro das fontes proteicas e depois dentro das frequências. 4648

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O acetato, butirato, isovalerato e acrescido de 2-metilbutirato eram os produtos primários de fermentação de aminoácidos na incubação controle A monensina provocou redução de acetato e um aumento significativo no propionato. O monóxido de carbono, em contraste, não teve efeito sobre as proporções de acetato e propionato. Com o monóxido de carbono, isovalerato acrescido de 2-metilbutirato e isobutirato diminuíram mais de 64%. O tratamento com monensina também era associado com uma diminuição nos ácidos graxos de cadeia ramificada, mas os efeitos foram menos dramáticos. Na incubação controle, a transferência de H2 e interespécies metanogênese eram o principal meio de eliminação dos equivalentes de redução, a razão de NADH a NAD intracelular era de aproximadamente 0,4. Quando a produção de CH4 foi inibida por monóxido de carbono ou monensina houve um aumento significativo no intracelular NADH / NAD. Este aumento levou a examinar os efeitos de NADH / NAD na desaminação de aminoácidos específicos no rúmen. O efeito do pH e NADH na desaminação, por extratos celulares de microrganismos demonstrou pouca atividade em pH 6,0, e houve um acentuado aumento da atividade a medida que o pH foi aumentado (Figura 8). A atividade da desaminase de aminoácidos oxida-

dos foi menor do que a de aminoácidos neutros ou reduzidas, e a atividade diminuiu à medida que o pH foi aumentado a 9 ou 10. Os extratos de protozoário foram cerca de três vezes mais ativos do que os extratos bacterianos, mas o efeito do pH foi semelhante (Figura 8). Em todos os casos, pH 8,0 permitiu a ótima atividade, e todas as incubações subsequentes foram realizados a pH 8,0. Quando aminoácidos reduzidos foram incubados com célula na presença de (azul de metilo), a atividade da desaminase foi de duas a cinco vezes maiores do que a velocidade observada com adição de NADH. Os aminoácidos neutros e oxidados mostraram pouca ou nenhuma resposta à adição de azul de metilo ou NADH. E ainda sim a atividade do extrato de protozoária foi pelo menos, três vezes maior do que o observado com o extrato bacteriano. Sobre a transaminação de aminoácidos, o glutamato foi desaminado a uma taxa muito mais rápida do que outros aminoácidos, e esta alta atividade é sugerida pelas reações envolvendo a transaminação pela glutamato desidrogenase (GDH), o que pode estar envolvido no sistema de produção de amônia. 6. CONCLUSÃO A frequência de suplementação tem se mostrado uma ótima tática para a suplementação infrequente de bo-

Figura 8. Efeito do pH sobre a desaminação de aminoácidos por extratos de células de bactérias ruminais (a) e protozoários (b). Os extratos celulares de bactérias e protozoários foram incubados anaerobicamente na presença de reduzidas (A, A), neutra (-, 0), ou oxidada (-, ó), aminoácidos (ver Tabela 1 legenda), NAD 1,0 mM, e 0,05 mM MB.sa Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.13, n.2, p.4637-4651, mar/abr, 2016. ISSN: 1983-9006

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vinos de corte, principalmente de sistemas a pasto. Vem como forma de redução de custos associados a combustíveis e mão de obra. E mantendo o mesmo rendimento que animais suplementados diariamente. Os estudos voltados para a fermentação de aminoácidos, são inconclusivos, há uma demanda de pesquisas a essa área, o qual influenciaria na taxa de degradação das proteínas dietéticas no rúmen e na contribuição com a metagênese.

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Advertência Os conteúdos deste suplemento não se referem a publicações sob responsabilidade técnico-científica da Nutritime Revista Eletrônica. Eles se referem aos resumos das teses para a obtenção do título de Doctor Scientiae apresentadas ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, como forma de contribuir para a divulgação e visibilidade da agenda da pesquisa científica a partir de centros de referência nacionais. Estes materiais foram prospectados no Repositório Institucional da UFLA (RIUFLA - http://repositorio.ufla.br), disponíveis, portanto, de forma pública para o acesso, dowload e leitura. A organização dos materiais se deu em conformidade com o que se encontra disponivel no RIUFLA, como no seguinte modelo abaixo:

Título

Arquivo:

Eficiência de produção, características de carcaça e qualidade da carne de animais zebuínos confinados Título alternativo

Production efficiency, carcass characteristic and meat quality of zebu cattle finished in feedlot Pesquisador:

Ribeiro, Julimar do Sacramento

Orientador:

Gonçalves, Tarcísio de Moraes

Data da defesa:

9-Fev-2010

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4202

Assuntos:

Bovino de corte - Confinamento (Animais); Consumo alimentar; Homeopatia; Consumo alimentar residual; Beef cattle; Homeopathic products; Residual feed intake Resumo:

Objetivou-se avaliar o consumo alimentar residual (CAR) e sua relação com desempenho, característica de carcaça e qualidade de carne de animais zebuínos confinados; estudar a reatividade animal (RA) e (...)

Destacamos que além das informações disponívels, o arquivo com o texto original em pdf no RIUFLA se encontra disponível no link a ele referente. Esperamos dessa forma, que esses materiais encontrem eco junto aos nossos leitores e amigos, e que sirvam de norte e referência para a produção de novos manuscritos e que, assim, possam ser mais um auxílio para a produção científica brasileira. Boa leitura! Corpo Editorial Nutritime Revista Eletrônica

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Sumário Efeitos do plasma sangüíneo sobre o desempenho bacteriano e estrutura intestinal de leitões recém desmamados em diferentes idades.................................................................................................................................... 2 Eficiência de produção, características de carcaça e qualidade da carne de animais zebuínos confinados......... 9 Redução dos níveis de proteína bruta, cálcio e fósforo em rações com fitase e aminoácidos para frangos de corte.................................................................................................................................................................. 10 Ácidos fenólicos em silagens de quatro cultivares de milho (Zea mays L.).......................................................... 11 Determinantes de lucratividade em fazendas leiteiras de Minas Gerais............................................................... 12 Desempenho reprodutivo e resfriamento de embriões de espécies de peixes nativas mantidas em cativeiro.... 13 Energia metabolizável e digestibilidade de nutrientes do milho e sorgo com uso de enzimas, determinados com galos e frangos de corte.................................................................................................................................... 14 Desempenho e características fisiológicas em frangos de corte alimentados com diferentes fontes e níveis de selênio............................................................................................................................................................... 14 Cruzamento dialélico interespecífico entre pacu Piaractus mesopotamicus e tambaqui Colossoma macropomum.................................................................................................................................................................. 15 Características de carcaça e perfil de ácidos graxos da carne de tourinhos Red Norte e Nelore terminados em confinamento..................................................................................................................................................... 16 Persistência e qualidade do consórcio de leguminosas com coastcross.............................................................. 17 Diversidade genética de populações e criopreservação de sêmen de pirapitinga-do-sul Brycon opalinus.......... 18 Arquitetura genética de características de crescimento e reprodução em bovinos da raça Nelore..................... 18 Fósforo e uréia em pastagem consorciada de capim-Marandu e amendoim forrageiro....................................... 19 Uso de ionóforos na alimentação de cordeiros Santa Inês para a produção de carne......................................... 20 Características produtivas e anátomo-qualitativas de três forrageiras em resposta a fósforo e idade................. 21 Efeito da granulometria do milho sobre a cinética da digestão do amido e níveis de lisina para suínos em crescimento................................................................................................................................................................ 21 Análise estrutural dos ovócitos, fertilização e embriogênese, e os efeitos da criopreservação do sêmen sobre a motilidade, embriogênese e crescimento larval em piabanha, Brycon insignis (Characiformes)..................... 22 Incorporação no leite e balanço de selênio em vacas suplementadas com levedura selenizada........................ 23 Fotoperíodos no comportamento locomotor e desenvolvimento de alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus).................................................................................................................................................................... 24 Efeito materno e paterno em curimbatá Prochilodus lineatus (VALENCIENNES, 1836)...................................... 25 Características de carcaça e qualidade de carne de tourinhos Red Norte suplementados com óleos de fritura e soja.................................................................................................................................................................... 25 Uso de rações modificadas para suínos em terminação mantidos em ambiente de conforto ou de calor........... 26 Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015

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Efeito do uso de aditivos no desempenho e caracterização molecular da microbiota intestinal de leitões.......... 27 Planos nutricionais para frangos de corte com rações suplementadas com fitase e elaboradas utilizando o conceito de proteína ideal....................................................................................................................................... 28 Motilidade, velocidade e fertilidade do sêmen de surubim-do-paraíba Steindachneridion parahybae (Siluriformes) criopreservado em diferentes diluidores........................................................................................................... 29 Desempenho, características de carcaça e qualidade da carne de tourinhos Red Norte alimentados com oleaginosas e vitamina E............................................................................................................................................ 30 Avaliação de equações de predição dos valores energéticos do milho e do farelo de soja na formulação de rações para frangos de corte........................................................................................................................................ 30 Substituição de milho moído por milho reidratado e ensilado ou melaço de soja em vacas leiteiras................... 31 Avaliação genética das características morfométricas de tilápias do Nilo variedade GIFT sob seleção para ganho em peso............................................................................................................................................................. 32 Níveis e formas de vitamina D em rações para frangos de corte......................................................................... 33 Avaliação nutricional de rações peletizadas contendo “farelo de batata diversa” e uréia..................................... 34 Fontes e níveis de glicerina na alimentação de frangos de corte em diferentes fases de criação....................... 34 Metodologias para quantificar fitato e uso de fitases em rações para frangos de corte....................................... 35 Ractopamina para pacus (Piaractus mesopotamicus) em fase de terminação.................................................... 36 IGF-I no fluido folicular utilizado na maturação e fecundação in vitro em suínos................................................. 37 Associação de enzimas em rações para frangos de corte.................................................................................... 38 Qualidade espermática de garanhões Mangalarga Marchador: influência da idade, peso e suplementação com ácidos graxos poliinsaturados ômega 3............................................................................................................ 38 Pastagens consorciadas, estoques de carbono e nitrogênio, produtividade e persistência de leguminosas....... 39 Osmolalidade na motilidade espermática de Prochilodus lineatus e Brycon orbignyanus, e GnRHa e anti-dopamina na indução da espermiação e desova de Prochilodus lineatus................................................................... 40 Efeito de crioprotetores, diluidores e osmolalidade na qualidade espermática de Prochilodus lineatus e Brycon orbignyanus....................................................................................................................................................... 40 Suplementação de vacas leiteiras com análogo de metionina e proteína de soja................................................ 41 Expressão de genes envolvidos no metabolismo lipídico no músculo de bovinos de corte alimentados com fontes de lipídeos......................................................................................................................................................... 42 Digestibilidade de nutrientes e desempenho de codornas japonesas suplementadas com ácidos orgânicos após pico de postura.................................................................................................................................................. 43 Soluções crioprotetoras para embriões de curimba - Prochilodus lineatus e zebrafish - Danio rerio................... 43 Produção e nutrição de Muçuãs (Kinosternon scorpioides) em cativeiro: estudos preliminares para o desenvolvimento de um sistema zootécnico...................................................................................................................... 44 Metabolismo energético em híbrido de Pseudoplatystoma reticulatum X Leiarius marmoratus........................... 45 4

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Níveis e formas de suplementação da vitamina D para frangas de reposição..................................................... 46 Avaliação de um antioxidante comercial (EconomasE ®) em dietas para gatos adultos..................................... 46 Composição corporal e metodologias para a determinação de exigências nutricionais em cordeiros................. 47 Retrocruzamento entre as variedades de Oreochromis niloticus Red Stirling e Chitralada.................................. 48 Arginina e ractopamina na nutrição de porcas gestantes: efeitos sobre o desenvolvimento fetal e pós-natal das progênies........................................................................................................................................................... 48 Ajuste de curvas de lactação de vacas da raça holandesa de rebanhos do estado de Minas Gerais................. 49 Crude glycerin as an energy feed for dairy cows.................................................................................................. 50 Substituição de milho por glicerina bruta na dieta de bovinos.............................................................................. 51 Ácido benzoico para leitões na fase inicial: avaliação in vivo e ex vivo................................................................ 52 Produção, qualidade e estimativas de parâmetros genéticos em Brachiaria ruziziensis Germain et Everard..... 53 Caracterização genética do gene do hormônio do crescimento em variedades de tilápia utilizando marcadores microssatélites................................................................................................................................................... 53 Leveduras vivas em dietas de alta forragem para novilhas.................................................................................. 54 Determinação indireta e validação do valor energético de alimentos de origem animal para frangos de corte... 55 Imputação de parentesco genético e predição das capacidades combinatórias em Serrasalmideos.................. 55 Métodos de debicagem e níveis de fibra bruta para frangas leves de reposição................................................. 56 Ritmo diário de genes relacionados com o eixo somatotrópico e resposta gênica causada pela aplicação única de GH em Tilápia............................................................................................................................................... 57 Expressão de genes intestinais de suínos elo modelo ex vivo: efeito de óleos essenciais e linhagens genéticas sensíveis à soja................................................................................................................................................. 58 Respostas morfofisiológicas de fêmeas de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) criadas em diferentes fontes luminosas.......................................................................................................................................... 58 Partição e destino metabólico do 14C-glicerol dietético em tecidos-alvo de juvenis de tilápia............................. 59 Manipulation of fatty acids in muscle lamb............................................................................................................ 60 Expressão de genes relacionados ao turnover proteico no músculo esquelético de tourinhos Angus e Nelore.. 61 Desempenho e aproveitamento pós-ruminal do amido em tourinhos Nelore e Angus alimentados com dietas com grãos de milho inteiro e sem volumoso............................................................................................................. 62

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Título

Eficiência de produção, características de carcaça e qualidade da carne de animais zebuínos confinados Título alternativo

Production efficiency, carcass characteristic and meat quality of zebu cattle finished in feedlot Pesquisador:

Ribeiro, Julimar do Sacramento

Orientador:

Gonçalves, Tarcísio de Moraes

Data da defesa:

9-Fev-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4202

Assuntos:

Bovino de corte - Confinamento (Animais); Consumo alimentar; Homeopatia; Consumo alimentar residual; Beef cattle; Homeopathic products; Residual feed intake Resumo:

Objetivou-se avaliar o consumo alimentar residual (CAR) e sua relação com desempenho, característica de carcaça e qualidade de carne de animais zebuínos confinados; estudar a reatividade animal (RA) e correlacioná-la com desempenho e qualidade de carne de zebuínos e avaliar ganho médio diário (GMD), consumo de matéria (CMS), características de carcaça e RA em animais recebendo produtos homeopáticos. Utilizaram-se 20 novilhos Nelore e 20 Tabapuã alimentados em baias coletivas. A duração do experimento foi de 112 dias. As pesagens foram realizadas ao final de cada período de 14 dias, após jejum alimentar e hídrico de 16 horas. Os animais receberam ração ad libitum, com relação volumoso:concentrado de 40:60. O CAR foi mensurado nos últimos 70 dias experimentais. O CMS foi estimado por meio dos indicadores LIPE® e matéria seca indigestível. A RA foi mensu6

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rada pelo método da reatividade animal em ambiente de contenção móvel (RM) e pelo método visual (RV). Nos 60 dias finais, foram fornecidos produtos homeopáticos (Fator Estresse® e Fator Pró Final®, ambos da Arenales Flora e Fauna®) para 10 animais Nelore e 10 Tabapuã. Por ultrassonografia mensuraram-se a área de olho de lombo (AOL) e a espessura de gordura subcutânea (EG) e na garupa (P8). Avaliaramse as características de carcaça (peso, rendimento, perda de peso por resfriamento e equivalente desossa). As características de qualidade de carne avaliadas foram: cor, força de cisalhamento e pH 24 horas post mortem. Animais CAR negativo (CARn) tiveram menor peso final (P<0,01), entretanto, o GMD não foi diferente entre CAR positivo (CARp) e CARn, mostrando que o CARn não afeta o desempenho animal. Animais CARn apresentaram menor CMS em kg/dia (P<0,01) e menor CMS por quilo de peso metabólico, o que explica a melhor eficiência desses animais. As características AOL, EGS e P8 e os parâmetros de qualidade de carne não variaram entre os grupos de CAR. Não se observou correlação entre RA e CMS. As correlações entre GMD, pH24, FC e Cor com a reatividade foram de -0,31, 0,40; 0,47 e -0,34, para RM e de -0,33, 0,74; 0,71 e -0,51, para RV, respectivamente. Valores indesejáveis de pH24, FC e Cor foram encontrados quando a RM foi maior que 780, 590 e 540, respectivamente. O uso de produtos homeopáticos propiciou aumento no GMD, melhor eficiência alimentar (EA) e conversão alimentar (CA) e influenciou positivamente (P<0,05) o peso final e o peso de carcaça. O resultado do tratamento homeopático variou de acordo com o período de fornecimento, tendo, nos 28 dias finais, animais tratados apresentado maior GMD e melhor EA (P<0,05). Não foi observada diferença na RA com o uso da homeopatia. Confinar animais com menores valores de CAR possibilita maior


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eficiência de produção sem promover alterações no desempenho, características de carcaça e qualidade de carne. Animais com valor de reatividade acima de 590 tendem a apresentar menor ganho médio diário e qualidade de carne inferior. Esta característica poderá ser utilizada para a seleção de animais com melhor desempenho e qualidade de carne. Produtos homeopáticos melhoram a eficiência de produção, devendo ser utilizados nos 28 dias finais do confinamento.

Título

Redução dos níveis de proteína bruta, cálcio e fósforo em rações com fitase e aminoácidos para frangos de corte Título alternativo

Reduction of the crude protein, calcium and phosphorus levels in diets with phytase and amino acids for broiler chickens Pesquisador:

Gomide, Elisangela Minati

Orientador:

Rodrigues, Paulo Borges

Data da defesa:

10-Fev-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4326

Assuntos:

Proteínas - Metabolismo; Fitase; Nutriente; Níveis de protína bruta; Características de carcaça; Crude protein levels; Carcass chacteristics; Nutrients balance Resumo:

Foram conduzidos 5 experimentos de desempenho e 5 de metabolismo foram para avaliar o efeito de rações com níveis reduzidos de proteína bruta (PB), cálcio (Ca) e fósforo disponível (Pdisp), suplementadas com fitase e aminoácidos sobre o desempenho, balanço e retenção de nutrientes de frangos de corte, em diferentes fases. Em todos os experimentos, o delineamento experimental foi o inteiramente casualizado. No primeiro experimento (1 a 7 dias de idade) utilizaram-se 3 tratamentos com 6 repetições de 30 e 5 aves, por unidade experimental, no ensaio de desempenho e metabolismo, respectivamente. Os tratamentos foram: T1- ração com 22% PB sem fitase (controle), formuladas com os níveis nutricionais recomendados nas tabelas brasileiras; T2- ração com

22% PB com fitase; T3- ração com 20% PB com fitase. No segundo experimento (8 a 21 dias de idade), utilizaram-se cinco tratamentos com 6 repetições de 30 e 5 aves por unidade experimental no ensaio de desempenho e metabolismo, respectivamente. Os tratamentos foram constituídos de 5 diferentes rações, sendo: T1- ração com 21% PB sem fitase (controle); T2- ração com 21% PB com fitase; T3- ração com 20% PB com fitase; T4- ração com 19% PB com fitase e T5- ração com 18% PB com fitase. No terceiro experimento (8 a 35 dias de idade) utilizaram-se 5 tratamentos com 6 repetições de 25 e 3 aves, por unidade experimental, no ensaio de desempenho e metabolismo, respectivamente. Os tratamentos foram: T1- ração com 20% PB sem fitase (controle); T2ração com 20% PB com fitase; T3- ração com 19% PB com fitase; T4- ração com 18% PB com fitase e T5- ração com 17% PB com fitase. No quarto experimento (22 a 35 dias de idade) utilizaram-se 5 tratamentos com 6 repetições de 25 e 3 aves, por unidade experimental, no ensaio de desempenho e metabolismo, respectivamente. Os tratamentos foram: T1ração com 19% PB sem fitase (controle); T2- ração com 19% PB com fitase; T3- ração com 18% PB com fitase; T4- ração com 17% PB com fitase e T5- ração com 16% PB com fitase. No quinto experimento (36 a 42 dias de idade) utilizaram-se 5 tratamentos com 6 repetições de 25 e 3 aves, por unidade experimental, no ensaio de desempenho e metabolismo, respectivamente. Os tratamentos foram: T1- ração com 18% PB sem fitase (controle), T2- ração com 18% PB com fitase; T3- ração com 17% PB com fitase; T4- ração com 16% PB com fitase e T5- ração com 15% PB com fitase. Em todos os experimentos, as rações com fitase (80g de fitase/tonelada de ração - Ronozyme NP-(M)) foram formuladas com níveis reduzidos de Pdisp em 0,15 e de Ca em 0,30 ponto porcentual, em relação à ração controle. Em todas as fases estudadas, não houve efeito (P>0,05) da redução do nível de PB, Ca e Pdisp das rações sobre o consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar dos frangos. Na fase de 1 a 7 dias de idade, não houve diferença P(>0,05) entre os tratamentos para os valores de energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn). No entanto, a ração com redução de PB em 2 pontos percentuais apresentou maior coeficiente de metabolizabilidade

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Suplemento Especial - Agenda Científica

da matéria seca (CMMS). Houve redução de N, P e Ca nas excretas, quando as aves receberam ração com níveis reduzidos desses nutrientes. Na fase de 8 a 21 dias de idade, as rações com níveis reduzidos de PB apresentaram maiores valores de EMAn e CMMS. A excreção de N, Ca e P foi menor quando as aves receberam ração com níveis reduzidos desses nutrientes. Na fase e 8 a 35 dias de idade, não houve diferença P(>0,05) entre os tratamentos para os valores de EMAn e CMMS. Houve redução de N, P e Ca nas excretas, quando as aves receberam ração com níveis reduzidos desses nutrientes. Não houve diferença no rendimento de carcaça, peito e coxa + sobrecoxa. No entanto, houve aumento na porcentagem de gordura abdominal quando as aves consumiram a ração com o menor nível protéico. Na fase de 22 a 35 dias de idade, as rações com níveis reduzidos de PB apresentaram maiores valores de EMAn e CMMS. A excreção de N, Ca e P foi menor quando as aves receberam rações com níveis reduzidos desses nutrientes. Não houve diferença no rendimento de carcaça, peito e coxa + sobrecoxa. No entanto, houve aumento na porcentagem de gordura abdominal quando as aves consumiram a ração com o menor nível protéico. Na fase de 36 a 42 dias de idade, não houve diferença P(>0,05) entre os tratamentos para os valores de EMAn. No entanto, rações com redução de PB em 2 e 3 pontos porcentuais apresentaram maior CMMS. Houve redução de N, P e Ca nas excretas, quando as aves receberam ração com níveis reduzidos desses nutrientes. Não houve diferença no rendimento de carcaça e cortes nobres, observando-se aumento na porcentagem de gordura abdominal quando as aves consumiram as rações com menores níveis protéicos. A porcentagem de cinzas na tíbia das aves, em todas fases avaliadas, não diferiu entre os tratamentos. Conclui-se que a redução de Pdisp em 0,15 e de Ca em 0,30 ponto porcentual, em todas a fases de criação dos frangos, e a redução de 2 pontos percentuais no teor de PB, na fase de 1 a 7 dias de idade e de 3 pontos percentuais nas demais fases estudadas, com a suplementação adequada de aminoácidos sintéticos e fitase, propicia diminuição na excreção de N, Ca e P, sem prejudicar o desempenho, características de carcaça e porcentagem de cinzas na tíbia dos frangos de corte. Contudo, as rações com baixos teores de proteína resultam em aumento na gordura abdominal. 8

Título

Ácidos fenólicos em silagens de quatro cultivares de milho (Zea mays L.) Título alternativo

Acids phenolic in silages of four corn cultivars (Zea mays L.) Pesquisador:

Oliveira, Pedro Silva de

Orientador:

Evangelista, Antônio Ricardo

Data da defesa:

23-Fev-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3986

Assuntos:

Milho - Silagem; Milho - Valor nutritivo; Milho - Composição química; Digestibilidade. Resumo:

No Brasil, as cultivares de milho para silagem são adaptadas à alta produtividade de grãos existindo variações quanto às frações entre e dentro das mesmas. Na fração planta menos grãos, foi observado que a digestibilidade chegou a 74%, demonstrando a importância desta. O grau de lignificação da parede celular constitui fator limitante na digestibilidade e os ácidos hidroxifenólicos estão envolvidos na associação da lignina com as hemiceluloses da parede celular. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da concentração de ácidos fenólicos sobre o valor nutritivo e qualidade das silagens de quatro cultivares de milho. Foram determinadas a concentração de ácidos fenólicos, a composição química e a digestibilidade in vitro. Os resultados foram analisados adotando-se o delineamento inteiramente casualisado com 4 repetições. Os teores de MS ficaram abaixo do considerado ideal, apesar do corte para ensilagem aos 100 dias após a germinação o valor médio de pH 3,5 foi indicativo de boa fermentação e conservação do material, mas, podendo ter refletido nos valores de N-NH3 que variou entre 16,5 a 22,75 g/100g (P<0,05). O estudo do tamanho de partículas indicou correta picagem das plantas, tendo as cv´s. BM2202 e BRS3003 melhor se enquadrado nas recomendações do método (P<0,05). A cv. BRS3003 apresentou o maior teor de amido (P<0,05) e menor de FDN e lignina, correspondendo aos maiores valores de DIVMS. Houve diferenças (P<0,05) nos conteúdos de ácidos fenólicos,

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tendo a BRS3003 apresentado as menores concentrações, comprovando os valores de lignina e DIVMS observados. Os níveis dos ácidos fenólicos ratificaram os teores de lignina encontrados e ajudaram a explicar as diferenças observadas na DIVMS. As suas concentrações podem ser mais um parâmetro para a escolha de cultivares para silagem.

Título

Determinantes de lucratividade em fazendas leiteiras de Minas Gerais Título alternativo

Determinants of profitability on Minas Gerais dairy farms Pesquisador:

Resende, João César de

Orientador:

Pereira, Marcos Neves

Data da defesa:

24-Fev-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4258

Assuntos:

Pecuária - Leite; Rentabilidade; Produção - Custos; Projeto Educampo; Dairy livestock breeding; Educampo Project Resumo:

Definir metas de eficiência em rebanhos leiteiros com base em índices de desempenho é de implantação e uso mais simples que o monitoramento direto de indicadores de lucratividade. Este estudo foi realizado com o objetivo de identificar quais índices de desempenho seriam os principais determinantes da lucratividade em 159 fazendas de leite monitoradas pelo Projeto Educampo, na região Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba de Minas Gerais, de agosto de 2007 a julho de 2008. No primeiro artigo foram descritos indicadores de desempenho zootécnico e econômico das fazendas. No segundo artigo tentou-se elucidar que índices foram os principais determinantes da diferença de lucratividade entre rebanhos. A lucratividade foi medida por meio de três indicadores: renda líquida anual (RL), renda líquida anual dividida pelo valor dos bens (TRB) e renda líquida dividida pela renda bruta (ML). Os dados foram obtidos, mensalmente, por 18 consultores. A idade dos proprietários foi 5111 anos (médiadesvio padrão) e o número de trabalhado-

res contratados foi 2,62. A produção diária de leite das fazendas foi 770697 L, 10975 hectares foram utilizados pela atividade leiteira e a produção anual de leite por hectare foi 3.3332.720 L. Tamanho de rebanho foi 8154 vacas em lactação. Do total de vacas adultas 268% não eram lactantes. O número de vacas em lactação por hectare foi 0,700,44. A produção anual de leite por vaca adulta foi 3.3831.269 L. A produção de leite por hectare foi mais correlacionada à taxa de lotação animal que à produção por vaca. Animais jovens representaram 518% dos rebanhos. A produção anual de leite por unidade de mão-de-obra contratada foi de 103.34244.616 L. Todas as fazendas utilizavam alimentos concentrados. O custo de concentrados representou cerca de 30% e o de mão-de-obra, 10% do custo de produção. O preço do leite foi o item com menor variabilidade entre fazendas. O fluxo de renda para as fazendas foi 859% oriundo da venda de leite. O valor da terra foi 5616% do valor dos bens. A correlação entre o custo de produção calculado considerando os juros sobre o valor dos bens e o custo calculado sem o valor dos juros foi de 0,98. Em cada estimativa de custos, 25% e 15% das fazendas apresentaram resíduo negativo, respectivamente, mas a RL foi, em média, positiva. Os valores dos indicadores de lucratividade, quando se consideraram ou não os juros sobre o valor dos bens, foram: RL R$ 55.350,00 e R$ 32.841,00, TRB 7,7% e 4,7%, e ML 17,7% e 8,7%, respectivamente. Mesmo com um desempenho superior às médias brasileira e mineira, as fazendas estudadas apresentaram valores modestos para indicadores de desempenho, sugerindo que existe oportunidade para ganho em eficiências zootécnica e, provavelmente, econômica. A comparação estatística entre as 40 fazendas com lucratividade negativa e as 119 positivas mostrou que as fazendas com RL positiva produziram mais leite por mão-de-obra e por vaca, tinham maior proporção do rebanho como vacas em lactação e, proporcionalmente ao custo de produção, tiveram uma maior despesa com concentrados e menor despesa com mão-de-obra contratada. A relação entre o custo com mão-de-obra contratada e o custo com concentrados foi mais baixa no grupo de fazendas com RL positiva. Tamanho de fazenda, idade do proprietário, taxa de lotação animal e produção por área não diferiram entre as fazendas com RL positiva ou negativa

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(P>0,14). A Análise de Componentes Principais apontou que os indicadores mais importantes para explicar a variação na lucratividade entre as fazendas foram: relação entre o custo de mão-de-obra e o custo de concentrados, custo de mão-de-obra contratada por unidade de leite, produção de leite por unidade de mão-de-obra contratada, produção de leite por vaca e proporção de vacas lactantes no rebanho. Maior lucratividade foi associada ao uso mais eficiente da mão-de-obra, aparentemente o resultado de maiores investimento em concentrados e produção por vaca. Rebanhos com maior proporção de animais em lactação também foram mais eficientes. A produtividade da terra, medida em animais ou renda por área, não foi primordialmente determinante da lucratividade nesta amostra de fazendas. Houve correlação linear positiva entre a TRB e a produção anual de leite por vaca, apesar de o coeficiente de determinação da regressão ter sido de apenas 0,15. A obtenção de ganho em produção por vaca pode ser uma meta plausível para direcionar o alcance de ganho em lucratividade.

Título

Desempenho reprodutivo e resfriamento de embriões de espécies de peixes nativas mantidas em cativeiro Título alternativo

Reproductive performace and cooling of embryos of native fish species kept in captivity Pesquisador:

Pereira, Gilmara Junqueira Machado

Orientador:

Murgas, Luis David Solis

Data da defesa:

25-Fev-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4256

Assuntos:

Peixe - Reprodução; Peixe - Embrião; Piracanjuba; Curimba; Crioprotetor; Cryoprotectant Resumo:

Realizou-se este trabalho com objetivo de avaliar o desempenho reprodutivo de curimba, pacu e piracanjuba mantidos na piscicultura da Estação Ambiental de Itutinga da Cemig (EAI -Cemig) e avaliar também a influência da utilização de diferentes concentrações 10

de dimetilsulfóxido (DMSO) e metanol em embriões de curimba, após serem submetidos ao resfriamento por duas, quatro, seis e oito horas a 4ºC. A indução hormonal foi realizada pelo método de hipofisação, utilizando extrato bruto de hipófise de carpa (EBHC) e foram analisados os seguintes parâmetros: eficiência reprodutiva, tempo de desova, peso da desova, fertilidade inicial, taxa de fertilização, fertilidade final, fetilidade inicial relativa e fertilidade final relativa. Para curimba, a eficiência reprodutiva foi, em média, de76 a 96%, e a desova ocorreu entre 7 a 8 horas após a última aplicação hormonal, alcançando taxa de fertilização de 66,9%, resultando, em média, 180.000 larvas de curimba. A desova de pacu ocorreu entre 9 a 12 horas após a última aplicação hormonal, resultando em uma produção de ovócitos superior a 500.000, e a taxa de fertilização foi de 78%. A pirancanjuba apresentou eficiência reprodutiva de 50,5 a 87,5%, e o peso da desova das fêmeas foi, em média, de 206,6g de ovócitos, com a taxa de fertilização de até 76,9%, sendo produzidas 45.000 larvas. O resfriamento tem sido utilizado como uma estratégia de conservação de embriões de peixe por um tempo limitado. Foram testados dois criprotetores intraceluar: o DMSO e o metanol em concentração de 5; 7,5; 10 e 12,5%. A temperatura de resfriamento foi de 4ºC por duas, quatro, seis e oito horas. Foram analisados a taxa de eclosão dos embriões, as larvas viáveis, aquelas que eclodiram e os ovos gorados, ou seja, os que não completaram o seu desenvolvimento após o resfriamento. O aumento na concentração do crioprotetor e o tempo de resfriamento promoveram a redução da taxa de eclosão dos embriões e na porcentagem de larvas viáveis de curimba. As soluções contendo apenas água e sacarose obtiveram taxas de eclosão menores que 25%. O tempo de resfriamento promoveu uma redução na taxa de eclosão dos embriões, independentemente da concentração da solução criprotetoras. Nas soluções em que foi utilizado o metanol como crioprotetor intrecelular, a porcentagem de larvas viáveis foi superior àquelas em que o criprotetor intracelular foi o DMSO. As porcentagens de ovos gorados observados, durante o resfriamento de embriões de curimba, demonstram um aumento significativo em relação ao incremento das concentrações dos criprotetores e os tempos de resfriamento. As espécies de estudo apresentaram

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elevado desempenho reprodutivo, o que significa que essas espécies são capazes de se reproduzirem em condições de cativeiro. É necessária a utilização de soluções criproteras durante o resfriamento de embriões de curimba, permitindo um aumento significativo das taxas de eclosão dos embriões e das larvas viáveis de curimba.

Título

Energia metabolizável e digestibilidade de nutrientes do milho e sorgo com uso de enzimas, determinados com galos e frangos de corte Título alternativo

Metabolizable energy and nutrient digestibility of maize and sorghum with the use of enzymes, using roosters and broiler Pesquisador:

Carvalho, Júlio César Carrera de

Orientador:

Bertechini, Antônio Gilbert

Data da defesa:

26-Fev-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4199

Assuntos:

Ave - Criação; Ave - Alimentação e rações; Energia metabolizável; Complexo enzimático; Enzyme complex; Poultry nutrition Resumo:

Foram realizados quatro experimentos para avaliar o uso de um complexo enzimático sobre as variáveis de digestibilidade dos nutrientes e valor energético do milho e sorgo para aves de diversas idades. Nos experimentos 1 e 2 foram utilizados 32 galos Leghorn cecectomizados e estudados os níveis de inclusão crescente (0, 100, 200, 300, 400, 500 ppm) do complexo enzimático AG - (Ronozyme A - α - amilase 250 kNU, β - glucanase 350 FBG por grama de produto) para o milho e sorgo. Os experimentos 3 e 4 foram divididos em três fases: pré-inicial (1-7), inicial (14-21) e final (35-42), em ensaios metabólicos. Avaliaram-se 4 dietas com diferentes proporções de milho e sorgo em substituição (0%, 20%, 30% e 40%) a uma dieta basal, associados a quatro níveis de suplementação do complexo enzimático (AG), 0, 200, 300 e 400 ppm. Para o experimento 1, a utilização do complexo en-

zimático foi eficiente em melhorar o aproveitamento dos nutrientes do milho, promovendo um incremento na energia metabolizável para os galos. Para o experimento 2, no intuito principal de utilizar carboidrase para melhorar a energia metabolizável do sorgo, concluiu-se que o nível de 228,87 ppm de AG é a dose mais eficiente. No experimento 3, os melhores incrementos de EMAn do milho foram observados na fase final de criação e estão diretamente associados à inclusão de CE contendo amilase e glucanase, visto que o frango de corte, nesta fase, apresenta alto consumo de ração e a relação substrato-enzima favorece a suplementação de enzimas. De maneira geral, observase efeito linear do CDAMS para nível de substituição do milho e inclusão das enzimas. Para o CDAPB, foi observado efeito linear para a inclusão das enzimas e efeito linear decrescente para o nível de substituição do milho. O nível de substituição interfere na EMAn do milho. A avaliação de enzimas ou complexos enzimáticos pela técnica de substituição do ingrediente teste apresentou diferenças, dependendo do nível de substituição de milho e da idade das aves; o uso de amilase e glucanase foi efetivo em melhorar a EMAn do milho e, na fase final de criação, os diferenciais são maiores. Para o experimento 4, o uso do nível de substituição de 20% interfere menos nos valores de digestibilidade do sorgo. A utilização do complexo enzimático contendo alfa-amilase e beta-glucanase tem o efeito em melhorar o aproveitamento do sorgo, resultando em incremento de energia. Portanto, conclui-se que o uso do complexo enzimático foi efetivo em melhorar o aproveitamento do milho e do sorgo e o uso de diversas idades na avaliação de um complexo enzimático ajuda a elaborar uma matriz nutricional para a enzima compatível a cada fase da vida das aves.

Título

Desempenho e características fisiológicas em frangos de corte alimentados com diferentes fontes e níveis de selênio Título alternativo

Performance and physiological characteristics in broiler chickens fed with different sources and levels of selenium

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Gomes, Fábio Augusto

Orientador:

Bertechini, Antônio Gilberto

Data da defesa:

5-Mar-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4297

Assuntos:

Frango de corte - Alimentação e rações; Minerais na nutrição animal; Ave - Criação; Nutrição mineral; Mineral orgânico; Poultry science; Mineral nutrition; Organic mineral

na retenção aparente de selênio. As fontes orgânicas participam mais ativamente nas atividades de tecidos de forma geral e a fonte inorgânica, por ter potencialidades de toxidez, é neutralizada no tecido hepático somente. Os resultados evidenciaram que a maior suplementação de selênio possibilitou mantença na eficiência da Glutationa Peroxidase hepática somente para a fonte inorgânica. A eficiência desta enzima no plasma foi aumentada linearmente quando se elevou os níveis dietéticos sendo que, para a fonte inorgânica, não houve mudança nesta eficiência.

Resumo:

Dois experimentos foram conduzidos na Universidade Federal de Lavras - UFLA, Minas Gerais, com o objetivo de avaliar em frangos de corte suplementados com diferentes fontes e níveis de selênio: (1) Consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar e viabilidade, bem como características físico-químicas da carne do peito: pH, perda de peso por cozimento, força de cisalhamento e cor; e (2) Retenção aparente, a deposição hepática, tecidual e plasmática, bem como a eficiência da enzima Glutationa Peroxidase hepática e plasmática. No primeiro experimento foram utilizados 1470 pintos de um dia machos Cobb-500, distribuídos em esquema fatorial 2 x 3 + 1 (suplementação de selênio em dois níveis - 0,150 e 0,300 ppm, três fontes comerciais de selênio, sendo uma inorgânica e duas orgânicas (Fonte A - 2000 ppm e Fonte B - 1000 ppm) + tratamento controle sem suplementação). No segundo experimento foram utilizados 300 pintos machos Cobb - 500 com 14 dias, submetidos a um esquema fatorial 3 x 3 + 1 (três níveis de selênio - 0,150; 0,300; 0,450 ppm, três fontes comerciais - uma inorgânica e duas orgânicas (A - 2000 ppm e B - 1000 ppm) + um tratamento controle sem suplementação). Ambos experimentos foram em delineamento inteiramente casualizado e as dieta a base de milho e farelo de soja. Quanto às fontes estudadas, ficou evidenciada a superioridade das fontes orgânicas para o desempenho das aves em relação à fonte inorgânica, sendo que a não suplementação resultou em piora geral no desempenho das aves. Os níveis de selênio e as fontes testadas não influenciaram nas medidas de qualidade de avaliadas. O trabalho evidenciou também que as retenções de selênio foram relativamente altas para as fontes utilizadas, sendo que o uso da fonte orgânica A em níveis crescentes apresentou menor queda 12

Título

Cruzamento dialélico interespecífico entre pacu Piaractus mesopotamicus e tambaqui Colossoma macropomum Título alternativo

Interspecies diallelic cross between Pacu Piaractus mesopotamicus and Tambaqui Colossoma macropomum Pesquisador:

Serafini, Moacyr Antônio

Orientador:

Freitas, Rilke Tadeu Fonseca de

Data da defesa:

26-Mar-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4086

Assuntos:

Peixe de água doce; Heterose; Morfometria; Alometria; Heterosis; Morphometry; Allometry Resumo:

Objetivou-se com este estudo, avaliar os crescimentos ponderal, morfométrico e alométrico de quatro grupos genéticos: Pacu (PC), Tambaqui (TQ), Tambacu (fêmea do Tambaqui x macho do Pacu = TC) e Paqui (fêmea do Pacu x macho do Tambaqui = PQ). Tais grupos foram gerados a partir do cruzamento dialélico completo entre Pacu e Tambaqui, produzidos através de indução hormonal. Os ovos foram incubados separadamente e, após cinco dias da eclosão, as pós -larvas foram transferidas para viveiros de terra. No início do experimento foram selecionados 400 juvenis de cada grupo genético, estocados em um viveiro preparado dividido em quatro partes e separados por tela de polipropileno permanecendo nestas áreas por 196

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dias. Durante este período, os peixes foram alimentados com ração comercial extrusada de níveis de garantia e manejo específicos de acordo com fabricante. A cada 28 dias, foram feitas amostragens, onde 20 peixes de cada grupo genético foram coletados e submetidos a avaliações. Houve heterose positiva para Peso corporal, %VIS, %PELE e negativa para %CAR e %FILÉ. Os puros e os híbridos não diferiram em rendimentos %CAB,%COST e %RES. Os híbridos diferiram em %VIS, %CAR, %FILÉ e %PELE, indicando que há influência da espécie utilizada, como fêmea ou como macho, no acasalamento que o originou. Neste experimento destacou-se o híbrido TC obtendo peso 28,7 % maior do que a média dos puros (heterose específica) e 16% maior do que a média do TQ. A heterose foi significativa para as medidas CC, AC e LC, e para as razões CC/CP, AC/CP, CC/LC, LC/CP e LC/ AC. Os híbridos não diferiram quanto às medidas e razões morfométricas, indicando não haver influencia do sexo. A função não-linear aplicada para pesos corporais e medidas morfométricas/ idade foi à logística. Os peixes do grupo TC foram mais pesados ao final do cultivo e menos precoces. Os híbridos, em geral, apresentaram entre si valores diferentes para os parâmetros A e K nos componentes avaliados, indicando que os crescimentos em peso de vísceras, cabeça, tronco e cauda dependem das espécies utilizadas como fêmea ou macho no acasalamento. O grupo TQ foi mais precoce para todas as medidas morfométricas, exceto para o comprimento de cabeça. O TC apresentou crescimento mais precoce em comprimento de cabeça e mais tardio em largura do corpo sendo dimensionalmente superior ao PQ em todas as medidas morfométricas avaliadas. Os coeficientes alométricos variaram em função do grupo genético em todos os componentes avaliados. Para peso de cabeça, observou-se diferença nos valores dos coeficientes alométricos entre os híbridos, indicando que o crescimento de cada componente corporal depende do cruzamento que o originou. O híbrido TC apresentou crescimento heterogônico e o PQ isogônico para peso de filé.

Título

Características de carcaça e perfil de ácidos graxos da carne de tourinhos Red Norte e Nelore terminados em confinamento

Título alternativo

Characteristics of carcass and profile of fatty acids in the meat of Red Norte and Nellore young bulls in feedlot Pesquisador:

Lopes, Leandro Sâmia

Orientador:

Ladeira, Márcio Machado

Data da defesa:

5-Abr-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4191

Assuntos:

Bovino de corte; Carne - Qualidade; Ácidos graxos; Carcass; Fatty acid profile Resumo:

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar as características de carcaça e qualidade de carne de tourinhos Red Norte e Nelore terminados em confinamento. O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Utilizaram-se 44 tourinhos de dois grupos genéticos, sendo 22 Red Norte com peso corporal inicial de 367±30 kg e 22 Nelore com peso corporal inicial de 361±31 kg. Os animais foram confinados em baias coletivas separados de acordo com o grupo genético. A duração do experimento foi de 112 dias, com 28 dias de adaptação e 84 dias experimentais. Os animais receberam ração ad libitum, com relação concentrado:volumoso de 50:50 formulada de acordo com o NRC (2000). Os animais foram abatidos com 519 e 482 kg para Red Norte e Nelore respectivamente. O abate dos animais foi realizado em frigorífico comercial, com jejum de 24 horas, através de concussão cerebral e secção da veia jugular seguida da remoção do couro e evisceração. Em relação as características quantitativas foi observado maior rendimento de carcaça para a raça Nelore, entretanto não houve diferença para peso de carcaça quente e fria entre os grupos genéticos. Os animais Red Norte apresentaram maior área de olho de lombo e maiores pesos e rendimentos de traseiro especial e ponta de agulha e menor peso e rendimento de dianteiro. Não foi verificada diferença entre os grupos genéticos para espessura de gordura subcutânea. O grupo genético Red Norte apresentou maior peso dos cortes picanha e contrafilé enquanto o grupo genético Nelore apresentou maior peso dos

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cortes paleta e coxão duro. Não houve diferença para a análise química da carne entre os grupos genéticos. Os animais Red Norte apresentaram maiores teores dos ácidos graxos pentadecanóico, palmítico, palmitoleico, linoleico e CLA, enquanto os animais Nelores apresentaram maior teor de ácido oleico. O músculo Longissimus thoracis apresentou maiores concentrações para os ácidos láurico, heptadecenóico, esteárico, linoleico, α-linolênico e araquidônico, por outro lado, a gordura subcutânea apresentou maiores concentrações para os ácidos mirístico, miristoleico, pentadecanóico, palmítico, palmitoleico, oleico e CLA. Houve interação entre os grupos genéticos e os locais de deposição para os ácidos palmítico, palmitoleico e oleico. Os animais Red Norte apresentaram maior concentração de ácidos graxos saturados enquanto os animais Nelores apresentaram maiores concentrações de ácidos graxos insaturados e monoinsaturados. Já o músculo Longissimus dorsi apresentou maiores concentrações de ácidos graxos poli-insaturados e ácidos graxos da série ômega 3 e 6. No entanto, a gordura subcutânea apresentou maior valor de gordura saturada. Houve interação apenas para ácido graxo saturado entre od grupos genéticos. Os animais Nelores apresentaram maior atividade da elongase em relação aos animais Red Norte e tendência de superioridade na atividade da ∆9 dessaturase 18. O músculo Longissimus thoracis apresentou maior valor para atividade da enzima ∆9 dessaturase 16 e elongase, enquanto a gordura subcutânea apresentou maior valor para aterogenicidade. Houve interação apenas para elongase entre os grupos genéticos estudados. Mesmo havendo diferença no peso de abate entre os grupos genéticos, não houve diferença no peso de carcaça quente, que é a principal forma de remuneração paga aos produtores, devido ao maior rendimento de carcaça da raça Nelore. A composição química da carne não foi influenciada pelos grupos genéticos estudados. Há diferença no perfil de ácidos graxos no músculo e na gordura subcutânea de bovinos, sendo que a primeira apresenta um perfil de ácidos graxos mais favorável à saúde humana. Há influência do grupo genético sobre o perfil de ácidos graxos, pois a carne de Nelore apresentou maiores concentrações de ácidos graxos insaturados e monoinsaturados, quando comparada a carne de Red Norte. 14

Título

Persistência e qualidade do consórcio de leguminosas com coastcross Título alternativo

Persistance and quality of the mixture of legumes with coastcross Pesquisador:

Athayde, Antônio Augusto Rocha

Orientador:

Evangelista, Antônio Ricardo

Data da defesa:

13-Jul-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3989

Assuntos:

Arachis pintoi; Cynodon dactylon; Stylosanthes; Arachis pintoi; Cynodon dactylon; Stylosanthes Resumo:

A baixa persistência de leguminosas consorciadas com gramíneas é considerada um elemento restritivo a continuidade e adesão ao uso desta tecnologia. O objetivo do presente trabalho foi avaliar efeitos de adubação, na persistência de leguminosas em consórcio. Usou-se Stylosanthes cvs. Mineirão e Campo Grande e, Arachis cvs, Amarillo e Belmonte consorciados com Cynodon coastcross. Os cortes foram realizados com o coastcross na altura de 0,30m. Em relação à produtividade de matéria seca verificou-se interação nos consórcios, que apresentaram maior produtividade entre os cortes 3 e 6 com uma menor capacidade de estabelecimento das leguminosas Arachis, e com maior prevalência do Stylosanthes cv. Mineirão quando adubado. Em relação a PB nas leguminosas houve redução entre os cortes 2 e 3. Entre as leguminosas o Stylosanthes cv. Mineirão apresentou menor DIVMS, entretanto os percentuais de DIVMS não foram associados aos teores de FDA e FDN que variaram muito em função de condições climáticas. Os teores de cálcio para o coastcross diferiram em função de cortes, com redução dos teores ao longo dos cortes, provavelmente devido a aumentos de produtividade e efeito de diluição, e nas leguminosas, estas diferenças ocorreram entre cortes e consórcios (P<0,05), sendo o Arachis cv. Amarillo superior às demais leguminosas. Os teores de fósforo verificados para o coastcross diferiram em função de cortes e adubação sendo maiores em inicio e nas parcelas adubadas, o Arachis cv. Amarillo mostrou-

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se superior as demais nos teores de P ao longo dos cortes. Em relação ao Stylosanthes cv. Mineirão e Arachis cv. Belmonte verificou-se aumentos percentuais com a redução no capim coastcross. Para as leguminosas os percentuais do Arachis ´Amarillo´ apresentaram redução ao longo dos cortes, apresentando menor persistência do que as demais leguminosas testadas. Em relação às plantas não desejáveis os níveis foram maiores nos cultivos exclusivos do capim coastcross. Os cortes influenciaram a composição química, a DIVMS e os teores de FDA, reduzindo os teores de PB interferindo na qualidade, e para composição botânica as leguminosas aumentaram os percentuais e o coastcross reduziu em consórcio.

Título

Diversidade genética de populações e criopreservação de sêmen de pirapitinga-do-sul Brycon opalinus Título alternativo

Genetic diversity of population and sperm cryopreservation of pirapitinga-do-sul Brycon opalinus Pesquisador:

Orfão, Laura Helena

Orientador:

Viveiros, Ana Tereza de Mendonça

Data da defesa:

6-Ago-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4193

Assuntos:

Peixe - Genética; Criopreservação; Banco genético; Variabilidade genética; DNA mitocondrial; Mitochondrial DNA Resumo:

A espécie de peixe pirapitinga-do-sul Brycon opalinus é endêmica dos rios Paraíba do Sul e Doce. Em consequência de fatores que interferem no seu comportamento, como destruição das matas ciliares, assoreamento, poluição e barramento dos rios, o número de indivíduos dessa espécie tem declinado. Em conjunto, as técnicas que aperfeiçoam a reprodução artificial, como a preservação de sêmen e as técnicas moleculares são medidas que devem ser consideradas quando se pretende conservar uma espécie de peixe. Neste estudo (artigo 1), foram cole-

tados amostras de nadadeira de peixes oriundo de quatro tributários do rio Paraíba do Sul: rio Itagaçaba, rio Preto, ribeirão Santíssimo e rio Paraibuna. O sequenciamento da região do D-loop do DNA mitocondrial dessas amostras foi utilizado para descrever a variabilidade genética intra e inter populacional de amostras de pirapitinga-do-sul provenientes desses tributários. O valor de Fst (0,2179) foi significativo e mostrou a existência de diferenciação genética entre as populações de pirapitinga-do-sul dos quatro tributários. Assim, um programa de repovoamento dessa espécie deve levar em consideração essa estrutura genética, além da manutenção dos tributários onde essa espécie ainda se encontra presente. Para a preservação do sêmen, (artigo 2) foi avaliado o efeito da composição de diluidores, osmolalidade e crioprotetores na motilidade espermática antes do congelamento. Quando a osmolalidade do diluidor foi baixa (245 ou 285 mOsm/kg), a motilidade foi induzida precocemente. Em altas osmolalidades (325 ou 365 mOsm/ kg), a indução da motilidade foi totalmente suprimida. Os resultados mostraram que uma solução de NaCl ou de glicose com a osmolaridade de 325 ou 365 mOsm/kg, combinados aos crioprotetores dimetil sulfóxido ou metilglicol é capaz de manter qualidade do sêmen antes do congelamento e, após ativação, e produz motilidade espermática acima de 77% com duração suficiente para fertilizar ovócitos. A partir desses resultados, métodos para a criopreservação do sêmen de pirapitinga-do-sul foram testados (artigo 3). Os resultados mostraram que o sêmen criopreservado em meio contendo glicose 365 mOsm/kg e metilglicol, após um tempo de equilíbrio de 30 min, em palhetas de 0,5 ou 4,0 mL e descongelado em banho maria a 60 °C produziu 73-81% de motilidade espermática com 47 segundos de duração, 68-70% de espermatozóides vivos e 33-43% de eclosão. O método de criopreservação desenvolvido neste estudo foi eficiente. A formação de um banco de sêmen com fins de repovoamento é possível e para isso deve-se considerar a caracterização genética das populações de pirapitinga-do-sul.

Título

Arquitetura genética de características de crescimento e reprodução em bovinos da raça Nelore

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

Genetic architecture of characteristics of growth and reproduction Nelore cattle Pesquisador:

Timpani, Vivian Dagnesi

Orientador:

Gonçalves, Tarcísio de Moraes

Data da defesa:

16-Ago-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3897

Assuntos:

Bovino de corte; Genética animal - Análise; Teorema de Bayes; Genes de efeito principal; Modelo poligênico finito; Major genes; Bayesian inference

modelo combinado para a característica GP345, foram de 0,04 para a fração poligênica e 0,0,07 para a oligogênica. A herdabilidade de 0,12 foi observada para PD quando ajustado o modelo MPI. Para IPP e MUSC18, as herdabilidades, quando ajustado o modelo MPF, foram de 0,14 e 0,68, respectivamente. Conclui-se que a análise genética da característica GP345 deve ser realizada ajustando-se, simultaneamente, efeitos oligogênicos e poligênicos (MPF+MPI); a característica PD deve ser analisada sob modelo poligênico infinitesimal (MPI) e existem genes de efeito principal segregando na população estudada para as características IPP, MUSC18, PE18 e GP345.

Resumo:

Para estudar a arquitetura genética de características de crescimento e reprodução em bovinos da raça Nelore foram ajustados modelos genéticos alternativos para as características idade ao primeiro parto, ganho de peso em 345 dias, perímetro escrotal ao sobreano, peso ao desmame e musculosidade ao sobreano. Os dados são provenientes dos registros de animais da Agropecuária CFM Ltda. Adotou-se, para cada característica, um modelo específico com base nos efeitos que compunham as fontes de variação destas características Os modelos ajustados ao dados foram: poligênico infinitesimal (MPI), poligênico finito (MPF) e combinado (MPF + MPI). Utilizou-se a metodologia bayesiana por meio do uso da Cadeia de Markov, algoritmos de Monte Carlo (MCMC), via Amostrador de Gibbs e Reversible Jump Sampler (Metropolis-Hastings), usando o pacote computacional FlexQTLTM. Observaram-se, para as características GP345 e PE18, no modelo combinado, boa convergência da cadeia e menores erros residuais, possibilitando análise genética confiável das características GP345 e PE18. Para as características MUSC18 e IPP, o modelo MPF foi o que apresentou o melhor ajuste. O mesmo não ocorreu para PD, tendo o modelo MPI sido o único a apresentar convergência da cadeia, indicando, neste caso, que a característica deve ser analisada de forma poligênica. Por meio das estimativas a posteriori, das probabilidades a posteriori e do fator de Bayes, detectou-se a presença de um gene de efeito principal (GEP) controlando a expressão da característica IPP, GP345 e PE18 e 15 GEPs para MUSC18. As herdabilidades, quando ajustado o 16

Título

Fósforo e uréia em pastagem consorciada de capim-Marandu e amendoim forrageiro Título alternativo

Phosphorus and urea on mixed pasture of Marandu grass and forage peanut Pesquisador:

Fortes, Caio Augustus

Orientador:

Pinto, José Cardoso

Data da defesa:

29-Out-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4005

Assuntos:

Adubação fosfatada; Arachis pintoi; Brachiaria brizantha; Inibidor de urease; Proteína bruta; Crude protein; Phosphorus fertilization; Urease inhibitor Resumo:

Objetivou-se avaliar o efeito de doses crescentes de fósforo (P) no estabelecimento de uma pastagem consorciada de capim-Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) e amendoim forrageiro (Arachis pintoi acesso BRA 040550) e a combinação de P e uréia comum ou com o inibidor de urease N-(n-Butil) Tiofosfórico Triamida (NBPT) nas características produtivas, disponibilidade de matéria seca (MS), composição bromatológica e digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) das forrageiras, sob pastejo. As doses de 25, 50, 100 e 200 kg/ha de P2O5 foram aplicadas na fase de implantação da pastagem, que foi instalada em uma área de 8000 m2, dividida em 24 parcelas experimentais de 333,3

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m2 cada. O trabalho foi desenvolvido em duas fases; na primeira, de estabelecimento, o delineamento experimental foi blocos casualizados com três repetições e com os tratamentos ocorrendo duas vezes dentro de cada bloco. Na segunda fase, de uso e manutenção, o delineamento foi blocos ao acaso, com três repetições, em esquema de parcelas subdivididas. As parcelas constaram das doses de P2O5 e as subparcelas, da utilização de uréia comum ou acrescida de NBPT. A pastagem foi submetida ao pastejo. Foram efetuadas três avaliações, sendo duas na época das águas e uma na época seca. Na fase de estabelecimento, concluiu-se que a elevação das doses de P2O5 até 200 kg/ha foi efetiva para o estabelecimento do capim -Marandu, com efeitos positivos no seu crescimento, perfilhamento e, consequentemente, na cobertura do solo; aos 75 dias após a semeadura não foi observado o estabelecimento satisfatório do amendoim forrageiro, que respondeu pouco às doses de P2O5. Na fase de utilização, a adubação fosfatada foi efetiva para o aumento da disponibilidade de MS e melhoria da condição estrutural do capim-Marandu até a dose máxima de P2O5 utilizada. As doses de P2O5 incrementaram a disponibilidade de amendoim forrageiro e reduziram o percentual de plantas invasoras. Porém, houve baixa participação de ambos em todas as parcelas experimentais. Salvo os efeitos positivos sobre a densidade populacional de perfilhos do capim-Marandu, não houve vantagem em se substituir uréia comum por uréia + NBPT. A elevação das doses de P2O5 influenciou a composição bromatológica do capim-Marandu, incrementando o teor de P e reduzindo os teores de PB, Zn e FDN e a DIVMS. O amendoim forrageiro foi pouco influenciado pela adubação fosfatada, tendo ocorrido apenas incremento de P e redução de PB na MS. Não houve diferença clara de resposta em relação à composição bromatológica das forrageiras quando se substituiu uréia comum por uréia + NBPT.

Título

Uso de ionóforos na alimentação de cordeiros Santa Inês para a produção de carne Título alternativo

Use of ionophores in feed of Santa Inês lambs for meat production

Pesquisador:

França, Patrícia Maria de

Orientador:

Pérez, Juan Ramón Olalquiaga

Data da defesa:

16-Nov-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4079

Assuntos:

Ovino - Alimentação e rações; Ácidos graxos; Carne Qualidade; Meat quality Resumo:

O experimento foi conduzido no Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), MG, objetivando avaliar o efeito de dois ionóforos (monensina e lasalocida) acrescidos na dieta de cordeiros criados em sistema de confinamento e abatidos aos 45 Kg de peso vivo, sobre o desempenho, digestibilidade e características da carcaça e carne. Foram utilizados 18 cordeiros num delineamento inteiramente casualizado, sendo os animais distribuídos em 3 tratamentos com 6 repetições por tratamento. Sendo: 1) Dieta controle; 2) Dieta acrescida com monensina; 3) Dieta acrescida com lasalocida. A dose de ionóforo foi baseada em relação ao conteúdo ruminal, por meio da equação: y = -0,0014x2 + 0,2034x - 0,8376, obtida por meio de uma compilação de dados de conteúdo ruminal (Kg) por peso vivo (Kg) de vários experimentos realizados no Setor de Ovinocultura da Universidade Federal de Lavras, sendo assim, determinada a dose de referência de 14,85 mg para cada kg de conteúdo ruminal. Os dados foram analisados pelo procedimento GLM do programa Statistical Analysis System (SAS) e as médias comparadas pelo teste t. A utilização dos ionóforos monensina e lasalocida aumentou o ganho de peso médio diário dos cordeiros, porém, não afetou o consumo. No ensaio de digestibilidade, o consumo e a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido não sofreram influências dos aditivos. As características de pH inicial e final, cor, maciez e perda de peso por cozimento não sofreram alterações com o uso de ionóforos.A composição tecidual e química, também, não sofreu alteração com a utilização da monensina ou lasalocida. A concentração do ácido graxo C18:2 C9T11 (CLA) no músculo Longíssimus lumborum aumentou com o uso da monensina e lasalocida, sendo uma ferramenta promissora para melhorar ainda mais o valor nutricional da carne,

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sendo também, uma estratégia importante de divulgação deste produto. Conclui-se, que o uso de ionóforos na dieta de cordeiros em confinamento, quando bem utilizados, pode tornar-se favorável.

Título

Características produtivas e anátomo-qualitativas de três forrageiras em resposta a fósforo e idade Título alternativo

Productive and anatomical-qualitative characteristics of three forage species in response to phosphorus and cutting age Pesquisador:

Guimarães, Andréa Krystina Vinente

Orientador:

Pinto, José Cardoso

Data da defesa:

9-Dez-2010

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3949

Assuntos:

Digestibilidade; Esclerênquima; Brachiaria brizanta; Pueraria phaseoloides; Calopogonium mucunoides; Leguminosa; Digestibility; Sclerenchyma; Brachiaria brizanta; Pueraria phaseoloides; Calopogonium mucunoides Resumo:

Objetivando avaliar o efeito de doses de P e idades de corte na anatomia e valor nutritivo de folhas e caules de Brachiaria brizantha Stapf cv. Marandu, Pueraria phaseoloides e Calopogonium mucunoides, conduziu-se um experimento inteiramente casualizado com quatro repetições. A gramínea foi submetida a um esquema fatorial 3 x 5, sendo três idades de corte (28, 56 e 84 dias) e cinco doses de P (20, 200, 400, 600 e 800 mg/dm3) e as leguminosas a um esquema fatorial 2 x 5, sendo duas idades de corte (60 e 90 dias) e cinco doses de P (100, 200, 400, 600 e 800 mg/dm3 de P). Foram confeccionadas e fotomicrografadas lâminas de folhas e caules e os tecidos foram mensurados com o uso do software ImageTool. Determinou-se a produção de matéria seca (MS) e os teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), lignina, a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e as concentrações P, K, Ca, Mg, Cu, Mn e Zn. As do18

ses de P e as idades de corte proporcionaram incrementos na produção de MS, teores de P e redução na DIVMS e PB em todas as espécies. Na B. brizantha houve aumento nas áreas do esclerênquima (ESC) e metaxilema (MET) e redução da espessura do mesofilo (MES) nas folhas, e nos caules, na distância entre feixes, e entre epiderme e ESC, e na espessura de ESC. As correlações foram positivas entre o MET e FDA; MES, células buliformes e bainha parenquimática dos feixes com a DIVMS e PB; e negativas entre floema, MET e ESC e PB. Nos caules houve correlação negativa do diâmetro do caule, ESC e área do feixe vascular com PB, e de distância entre feixes com DIVMS; e correlação positiva entre diâmetro do caule, distância entre feixes e ESC com FDA. Em C. mucunoides houve aumento na espessura da epiderme abaxial, do ESC e do MES da folha, e no caule houve aumento na espessura do ESC, epiderme e distância epiderme e ESC; redução nos teores de K e Cu e correlação positiva entre FDN, FDA com espessura da epiderme abaxial e da FDA com a distância entre epiderme e ESC. A P. phaseoloides apresentou correlação positiva entre FDN e esclerênquima e entre epiderme abaxial da nervura central da folha e a DIVMS. Nos caules houve aumento na espessura da epiderme e na distância entre epiderme e ESC. Ocorreram correlações positivas entre diâmetro do caule e distância entre epiderme e ESC com a FDN e a FDA.

Título

Efeito da granulometria do milho sobre a cinética da digestão do amido e níveis de lisina para suínos em crescimento Título alternativo

Effect of corn particle size on kinetics of starch digestion and lysine levels for growing pigs Pesquisador:

Amaral, Nikolas de Oliveira

Orientador:

Fialho, Elias Tadeu

Data da defesa:

17-Fev-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4080

Assuntos:

Nutrição; Balanço de nitrogênio; Aminoácidos; Amido de milho; Nutrition; Nitrogen balance; Amino acids

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Resumo:

Dois experimentos foram conduzidos para avaliar a influência de diferentes granulometrias do milho sobre a cinética de digestão do amido, o aproveitamento de nutrientes, exigência de lisina e desempenho de suínos em crescimento. Experimento I - Foram utilizados 42 suínos machos castrados e fêmeas (peso inicial de 30,5 ± 1,78 kg) para avaliação do desempenho, 21 suínos (peso inicial de 56,0 ± 2,59 kg), oriundos do desempenho, para avaliação da cinética de digestão do amido e 24 suínos machos castrados (peso inicial de 41,3 ± 4,72 kg) para determinação da digestibilidade total e balanço de nitrogênio. Foram testadas rações com milho em três diferentes granulometrias (550, 700 e 850 µm). Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados com três tratamentos e sete repetições para desempenho e oito para digestibilidade total e balanço de nitrogênio. Para a cinética de digestão do amido adotou-se um delineamento inteiramente ao acaso com dados desbalanceados devido à existência de parcelas perdidas. Experimento II - Foram utilizados 120 suínos machos castrados e fêmeas (peso inicial de 34,2 ± 3,8 kg) para avaliação do desempenho e 60 suínos machos castrados (peso inicial de 40,3 ± 5,9 kg) para determinação da digestibilidade total e balanço de nitrogênio. Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 4, sendo milho com três DGMs (550, 700 e 850 µm) e quatro níveis de lisina (0,85; 0,95; 1,05 e 1,15%), totalizando 12 tratamentos e cinco repetições. A unidade experimental foi de dois animais para o desempenho e um animal para digestibilidade e balanço de nitrogênio. Experimento I - Os animais que receberam rações contendo milho com DGM 550 apresentaram (P<0,05) melhor conversão alimentar (CA). Observou-se, que nas três granulometrias testadas, 90% do amido foi digerido até o íleo, não havendo diferença (P>0,05) neste segmento. No entanto, as diferenças (P<0,05) observadas entre as dietas experimentais nos quatro primeiros segmentos estudados indicam que a digestão do amido foi gradual e variável entre os graus de moagem testados. Verificou-se maior (P < 0,05) energia digestível (ED), digestibilidade da matéria seca (MSD) e nitrogênio absorvido (NABS) para as rações contendo os milhos com DGM de 550 µm e 700 µm. Experimento II - Houve interação (P<0,05) entre os fatores estudados para consumo de ração

médio diário (CRMD) e CA. Para os níveis de lisina digestível de 0,85 e 0,95% verificou-se menor CRMD dos animais que receberam milho com granulometria de digestão lenta do amido (GDL). Com 1,05 %, entretanto, esta situação se inverteu. Além disso, observou-se efeito quadrático no CRMD de animais que receberam GDL na dieta à medida que se elevou o nível de lisina. Para CA, animais que receberam dietas contendo GDL e formuladas com 0,85% de lisina digestível apresentaram CA 14% menor que aqueles alimentados com dietas contendo a granulometria de digestão rápida (GDR) e intermediária (GDI). Além disso, foi observado efeito quadrático à medida que se aumentou o nível de lisina na GDR e efeito linear para a GDL. Assim, conclui-se que o milho com menor DGM (550 µm) utilizado em rações para suínos em crescimento melhora a conversão alimentar dos animais. Milhos com DGMs de 550, 700 e 850 µm proporcionam digestão rápida, intermediária e lenta do amido, respectivamente. A variação da cinética de digestão do amido, proporcionada por diferentes graus de moagem do milho, influencia a exigência de lisina de suínos em crescimento (30 a 60 kg). A granulometria de digestão lenta do amido (850 µm) melhora a eficiência de utilização da lisina pelos suínos.

Título

Análise estrutural dos ovócitos, fertilização e embriogênese, e os efeitos da criopreservação do sêmen sobre a motilidade, embriogênese e crescimento larval em piabanha, Brycon insignis (Characiformes) Título alternativo

Structural analysis of oocytes, fertilization and embryogenesis and the effects of cryopreservation on sperm motility,embryogenesis and larval growth in tiete tetra Brycon insignis (Characiformes) Pesquisador:

Isaú, Ziara Aparecida

Orientador:

Viveiros, Ana Tereza de Mendonça

Data da defesa:

18-Fev-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3899

Assuntos:

Embriologia, Criopreservação, Peixe - Fecundidade, Bloqueio a polispermia, Blocking polysmerp

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Suplemento Especial - Agenda Científica Resumo:

A piabanha Brycon insignis é uma espécie nativa e endêmica da bacia do rio Paraíba do Sul. Ao longo dos anos esta bacia vem sofrendo com represamentos, desmatamento da mata ciliar e poluição fazendo com que muitas espécies, incluindo a B. insignis estejam ameaçadas de extinção. A criopreservação de sêmen pode ser uma ferramenta útil na fertilização artificial e programas de recuperação de estoques ameaçados. Contudo, os efeitos do uso de sêmen criopreservado sobre o desenvolvimento embrionário, sobrevivência e desenvolvimento da progênie ainda não estão claros. Neste estudo, procurou-se aprofundar o conhecimento sobre os eventos pós-fertilização e embriogênese nesta espécie, através de análise ao microscópio eletrônico e estereomicroscópio (artigo 1), bem como avaliar o efeito da criopreservação do sêmen na qualidade espermática, embriogênese e desenvolvimento da progênie até 112 dias (artigo 2). O sêmen foi criopreservado em meio contendo metil glicol e BTS® (Minitube do Brasil), em palhetas de 0,5 mL, no congelador de vapor de nitrogênio dry-shipper e descongelado em banho maria a 60°C. Sete estágios de desenvolvimento embrionário foram observados: zigoto, clivagem, blástula, gástrula, segmentação, larval e eclosão. O sêmen criopreservado apresentou menores taxas de motilidade e de vigor espermático (53%, escore 3) em relação ao sêmen fresco (100% e escore 5). Apesar da diminuição na qualidade espermática, não houve diferença quanto ao desenvolvimento embrionário entre as progênies originadas do sêmen criopreservado em relação ao fresco (24% dos embriões estavam em estagio de gastrulação 10 h após a fertilização), nem quanto à taxa de eclosão (24%). O percentual de larvas normais (88-97%) foi semelhante entre as progênies. As larvas se desenvolveram de forma semelhante nas duas progênies, passando de 1,3 cm e 0,03 g aos 7 dias após a eclosão, para 13,8 cm e 45,9 g aos 112 dias após a eclosão. Os resultados obtidos são relevantes por aprofundar o conhecimento sobre os eventos da fertilização e embriogênese e por demonstrar que o desenvolvimento embrionário, larval e crescimento da progênie até 112 dias desta espécie não sofreu interferência do uso do sêmen criopreservado. Assim sêmen de piabanha criopreservado de acordo com o método descrito pode ser utilizado na rotina 20

das pisciculturas para facilitar a reprodução artificial, formar um banco de germoplasma e preservar a variabilidade genética dessa espécie.

Título

Incorporação no leite e balanço de selênio em vacas suplementadas com levedura selenizada Título alternativo

Incorporation into milk and selenium balance in cows supplemented with selenized yeast Pesquisador:

Melo, Leandra Queiroz de

Orientador:

Pereira, Marcos Neves

Data da defesa:

23-Fev-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4192

Assuntos:

Leite - Células somáticas; Selênio; Leveduras; Contagem de células somáticas do leite; Glutationa peroxidase; Milk somatic cell count; Glutathione peroxidase Resumo:

O Selênio (Se) em selenoproteínas tem função metabólica importante em vacas leiteiras e leite com alto teor de Se pode ter efeito positivo sobre a saúde humana. Dois experimentos avaliaram os efeitos da fonte de Se sobre o desempenho animal, o balanço de Se e a incorporação de Se no leite. No Experimento 1, levedura selenizada (4,64 mg d-1 de Se oriundo de Selemax®) foi comparada a selenito de sódio (4,88 mg d-1 de Se), em suplementação por 106 dias iniciada após 60 dias do consumo de dieta isenta de Se suplementar. No Experimento 2, vacas suplementadas com selenito de sódio receberam Selemax® (3,85 mg d-1 de Se) ou levedura isenta de Se por 56 dias. Os 28 animais do Experimento 1 e os 42 do Experimento 2 foram blocados em pares e a resposta ao longo do tempo foi analisada como medidas repetidas pelo Mixed do SAS. No Experimento 1, o teor de Se no leite foi 33,3 μg L-1 no Selemax e 8,3 μg L-1 no Selenito (P<0,01), e o teor de Se no plasma 91,4 e 77,3 μg L-1 (P=0,14), respectivamente. A atividade da glutationa peroxidase foi maior para Selenito no dia 43 e para Selemax no dia 106 (P=0,05 para a interação entre dia e tratamento). No Experimento 2, o teor de Se no

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leite foi 72,0 μg L-1 no Selemax e 46,5 no controle (P<0,01), e a contagem de células somáticas do leite foi 358 e 598 x1000 células mL-1 (P=0,10), respectivamente. Não foi detectado efeito da fonte de Se sobre as secreções de leite e sólidos e o balanço de Se. A levedura selenizada aumentou a incorporação de Se no leite, uma opção para a produção de leite enriquecido com Se orgânico.

Título

Fotoperíodos no comportamento locomotor e desenvolvimento de alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) Título alternativo

--Pesquisador:

Veras, Galileu Crovatto

Orientador:

Murgas, Luis David Solis

Data da defesa:

28-Fev-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4262

Assuntos:

Peixe de água doce; Locomoção animal; Peixe - Crescimento; Alevino; Desenvolvimento gonadal; Gonads Resumo:

O fotoperíodo age como um relógio artificial ao regular os ritmos endógenos em peixes sobre o crescimento, atividade locomotora, taxas metabólicas, pigmentação corpórea e reprodução. Com o primeiro experimento objetivou-se avaliar o ritmo diário de atividade locomotora de alevinos de tilápia do Nilo submetidos a três fotoperíodos diferentes: zero hora de luz (0L); doze horas de luz (12L) e vinte e quatro horas de luz (24L). Para avaliar a atividade locomotora dos peixes foram utilizadas fotocélulas que registravam a atividade dos animais em computador a cada intervalo de 10min. Noventa e seis alevinos com peso inicial de 3,21 ± 0,05 g foram distribuídos em 12 aquários de 20 L em sistema de recirculação com temperatura controlada em 27 oC e densidade de oito peixes por aquário. A alimentação foi realizada sempre às 9 e 17 horas. Quando submetidos ao fotoperíodo de 12L os alevinos apresentaram maior atividade locomotora durante o período de luz (80,12%) em relação ao pe-

ríodo de escuro (P<0,05). Além disso, os peixes submetidos a 24L também apresentaram maior atividade locomotora do que aqueles submetidos ao fotoperíodo de 0L (P<0,05). A alimentação em horários fixos também influenciou sobre a atividade locomotora dos animais submetidos aos três fotoperíodos (P<0,05). Em todos os fotoperíodos, os animais apresentaram maior atividade locomotora nos horários da alimentação do que em relação à média de atividade ao longo das 24 horas (P<0,05). Esta maior atividade durante o período de luz caracteriza a fase de desenvolvimento da espécie como sendo predominantemente diurna, seja pelo efeito do ciclo circadiano ou pelo fornecimento de ração em horários fixo. Com o segundo experimento objetivou-se avaliar o desempenho, a atividade locomotora, o desenvolvimento gonadal e o estresse de alevinos de tilápia do Nilo submetidos a diferentes fotoperíodos. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos (0L; 6L; 12L; 18L; 24L) e quatro repetições, sendo o aquário a unidade experimental. Cento e sessenta alevinos com 3,21 ± 0,05 g e 4,35 ± 0,07 cm foram distribuídos em 20 aquários de 20 L em sistema de recirculação com temperatura controlada em 27 oC e densidade de oito peixes por aquário. A alimentação foi realizada duas vezes ao dia com ração comercial extrusada contendo 40% de proteína bruta, por um período de 75 dias. Os alevinos submetidos ao fotoperíodo de 12L, assim como os peixes sob os fotoperíodos 18L e 24L apresentaram os maiores registros de atividade locomotora (P<0,05). Os peixes do fotoperíodo 18L e 24L apresentaram os maiores índices de desempenho do que os submetidos aos demais fotoperíodos, enquanto os animais submetidos aos fotoperíodos mais curtos apresentaram maior desenvolvimento gonadal (P<0,05). A manipulação do fotoperíodo provavelmente não alterou a homeostase dos alevinos de tilápia do Nilo, uma vez que não houve diferença sobre a sobrevivência, a glicose sanguínea, o hematócrito e o cortisol dos animais submetidos aos diferentes fotoperíodos (P>0,05). Portanto, além do fotoperíodo modular a atividade locomotora dos animais, sob fotoperíodos longos (18L e 24L) os animais priorizam sua energia para o crescimento somático, enquanto sob fotoperíodos curtos (0L e 6L) estes animais redirecionam a energia para o desenvolvimento gonadal.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Efeito materno e paterno em curimbatá Prochilodus lineatus (VALENCIENNES, 1836) Título alternativo

--Pesquisador:

Allaman, Ivan Bezerra

Orientador:

Freitas, Rilke Tadeu Fonseca de

Data da defesa:

14-Abr-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4764

Assuntos:

Peixe; Crescimento; Taxa de crescimento; Modelos não -lineares Resumo:

O objetivo da realização deste trabalho foi avaliar o efeito materno e paterno sobre a taxa de fertilizaçăo e de eclosăo e sobre o desempenho de larvas, póslarvas e alevinos, com 33 e 63 dias de idade, de curimbatá Prochilodus lineatus. O experimento foi conduzido na Estaçăo de Hidrobiologia e Piscicultura de Furnas, município de Săo José da Barra, MG. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em um esquema fatorial cruzado. Utilizou-se a análise de variâncias para avaliar os componentes de variâncias materno e paterno. Para a taxa de fertilizaçăo, foram encontradas as seguintes contribuiçőes relativas em relaçăo à variaçăo total: mãe = 46,05%, pai = 13,64% e erro = 40,31%. Já para a taxa de eclosão, estas contribuiçőes foram de: mãe = 2,89%, pai = 8,9% e erro = 88,2%. Para as variáveis de larvas, encontraram-se as seguintes contribuiçőes relativas em relação a variaçăo total: diâmetro do saco vitelínico - mãe = 50,88% e pai = 50,70%; comprimento total – mãe = 50,87% e pai = 50,76%. Em pós-larvas, estas contribuições foram: peso – mãe = 50,42% e pai = 49,80%; comprimento total – mãe = 50,87% e pai = 50,83%; comprimento padrão – mãe = 50,88% e pai = 50,83%. Para alevinos com 33 dias de idade, peso – mãe = 22,49% e pai = 26,27%; comprimento total – mãe = 45,52% e pai = 46,16%; comprimento padrão – mãe = 45,42% e pai = 46,15%. Em alevinos com 63 dias de idade, estas contribuiçőes foram de: peso - mãe = 46,54% e pai = 46,99%; comprimento total – mãe = 45,70% e pai = 46,32%; comprimento 22

padrão – mãe = 45,68% e pai = 46,33%. Concluiuse que a mãe tem maior influência porcentual para a taxa de fertilizaçăo e que o pai teve contribuição porcentual um pouco maior para variação total da característica taxa de eclosão. Para alevinos a partir dos 33 dias de idade, os pais passam a contribuir semelhantemente para a variação total das características em estudo, devido, provavelmente, à ausência do efeito materno. Entretanto, para que haja a inclusăo destes efeitos para estas características, em programas de melhoramento genético, para aumentar o sucesso reprodutivo do plantel, é necessário um maior número de estudos para reforçar os resultados encontrados nesta pesquisa.

Título

Características de carcaça e qualidade de carne de tourinhos Red Norte suplementados com óleos de fritura e soja Título alternativo

--Pesquisador:

Rodrigues Filho, Moacir

Orientador:

Andrade, Ivo Francisco

Data da defesa:

19-Mai-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/903

Assuntos:

Carne bovina - Qualidade, Carcaça, Beef - Quality, Carcass Resumo:

Avaliou-se fontes lipídicas na alimentação de tourinhos Red Norte sobre características de carcaça e qualidade da carne durante a maturação. Utilizaramse 27 tourinhos com peso inicial de 317 ± 33 kg alimentados com dietas experimentais à base de silagem de milho, sendo: 1) sem suplementação lipídica com 3,5% de extrato etéreo (SSL); 2) suplementados com óleo de fritura (SOF) e 3) óleo de soja (SOS), com 7,0 % de extrato etéreo na matéria seca. Os animais foram confinados durante 112 dias, sendo, 28 de adaptação e 84 experimentais, num delineamento inteiramente casualizado. Os animais receberam ração “ad libitum” e foram abatidos com 477, 4 ± 37 kg, em

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Suplemento Especial - Agenda Científica

frigorífico industrial. As carcaças foram resfriadas a 1oC por 48h. A suplementação lipídica não influenciou o peso corporal final, peso de carcaça quente, peso de carcaça fria, área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, perdas por resfriamento, pesos e rendimentos dos cortes dianteiro, traseiro especial, ponta de agulha, composição centesimal, colesterol da carne e gordura subcutânea. O rendimento de carcaça quente foi menor (P<0,05) nos animais SOS. O pH final foi maior (P<0,01) nas carcaças dos animais SOF, assim como a temperatura final (P<0,05), em relação às carcaças dos animais SSL. Houve interação significativa (P<0,01) entre tratamento e dias para força de cisalhamento, intensidade da cor amarela e ângulo de tonalidade e (P<0,05) para índice de saturação. Entretanto, não foi verificado o mesmo efeito para capacidade de retenção de água, perda por cocção, pH, luminosidade e cor vermelha. No dia 0, a força de cisalhamento foi maior (P<0,01) na carne dos animais SSL e menor (P<0,01) nos animais SOF, aos 7 e 14 dias foram semelhantes (P>0,01). Não houve diferença (P>0,01) na carne dos animais suplementados para cor amarela no tempo 0, no entanto, houve diferença (P<0,01) entre estes para ângulo de tonalidade. Para ambas as variáveis, aos 7 e 14 dias a carne de todos os animais diferiram entre si (P<0,01) com as médias dos tratamentos SSL e SOF sempre mantidas acima e abaixo do tratamento SOS, respectivamente. A cor amarela aumentou (P<0,01) durante a maturação na carne dos animais SSL e de 0 para 7 dias nos animais SOS, não sendo influenciada (P<0,01) nos animais SOF. No tempo 0 os índices de saturação para os animais suplementados foram semelhantes entre si (P>0,05) e menor (P<0,05) em relação aos animais SSL. Aos 7 e 14 dias os índices de saturação diferiram entre si (P<0,05) para todos os tratamentos. Para a capacidade de retenção de água, perda por cocção, pH e luminosidade houve efeito de tratamento em todos os tempos de maturação. Para capacidade de retenção de água e pH, a carne dos animais SOF apresentaram maiores médias (P<0,01) e a carne dos animais SSL as menores (P<0,01). As médias das perdas por cocção e luminosidade da carne dos animais SSL foram maiores (P<0.01) e para os animais SOF menores (P<0,01). A suplementação lipídica manteve o padrão das características quantitativas da carcaça. SOF afetou negativamente o pH final da carne.

Título

Uso de rações modificadas para suínos em terminação mantidos em ambiente de conforto ou de calor Título alternativo

Use of modified diets for finishing pigs mainteined on comfortor heat environment Pesquisador:

Rodrigues, Nair Elizabeth Barreto

Orientador:

Fialho, Elias Tadeu

Data da defesa:

20-Mai-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4084

Assuntos:

Suíno - Alimentação e rações; Carcaça; Temperatura Efeito fisiológico; Physiological parameters Resumo:

Objetivou-se avaliar o efeito de dietas formuladas com redução do teor de proteína bruta (PB), suplementadas com aminoácidos sintéticos, e inclusão de óleo de soja (OS) em dietas isocalóricas, no ambiente de estresse calórico (31ºC) e conforto térmico (19ºC), sobre o desempenho, características de carcaça, parâmetros fisiológicos de suínos em terminação. Foram utilizados 120 suínos machos castrados de linhagem comercial, com peso inicial médio de 68,0± 1,9 kg, em um período experimental de 30 dias. Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados (peso inicial), em esquema fatorial 2x3x2 (dois níveis de PB 16,2% e 13,7%; três níveis de OS 1,5%, 3,0% e 4,5% e duas temperaturas ambientais 19ºC e 31ºC), totalizando doze tratamentos e cinco repetições, com a parcela experimental representada por dois animais. Os animais foram pesados no início e ao final do experimento e o consumo avaliado, para determinar o desempenho. Ao final do período experimental, após jejum de 12 horas, metade dos animais (um de cada unidade experimental) foi abatida e a carcaça esquerda resfriada para avaliação. Os animais mantidos no ambiente termoneutro apresentaram maior consumo (P<0,05) em relação àqueles mantidos a 31ºC. A redução de proteína da dieta melhorou o consumo para os dois ambientes. No ambiente termoneutro os animais do tratamento com 13,7% PB e 1,5% OS tiveram (P=0,06) melhor ganho de peso diário (GPD), correspondendo

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Suplemento Especial - Agenda Científica

ao melhor consumo de ração (CR). Para a conversão alimentar (CA) houve efeito linear dos níveis de óleo (P<0,05). Observou-se que os animais mantidos no ambiente de estresse térmico apresentaram (P<0,05) melhor CA quando alimentados com 16,2 PB e 1,5% OS comparados àqueles do termoneutro. Não houve influência da temperatura e nem da dieta (P>0,05) sobre rendimento de carcaça, área de olho de lombo, rendimento de carne na carcaça e relação carne/gordura, com exceção da espessura do toucinho e perda por resfriamento. Animais alimentados com dietas contendo, menor nível de proteína e maior nível de óleo tiveram maior espessura de toucinho (P<0,05). As carcaças dos animais mantidos em ambiente termoneutro tiveram maiores perdas por resfriamento (P<0,05). Não houve efeito dos níveis de óleo nem da proteína (P>0,05) sobre a temperatura retal, temperatura da nuca, paleta e pernil e frequência respiratória. Apenas os animais submetidos ao estresse calórico (31ºC), apresentaram maiores valores destes parâmetros em relação aos animais do conforto (19ºC). O peso relativo do pulmão, não foi influenciado pela dieta e nem pela temperatura (P>0,05), porém este último influenciou (P<0,05) o peso do coração e dos rins. Os níveis crescentes de óleo reduziram (P<0,05) o peso relativo do fígado apenas no ambiente termoneutro. Conclui-se que o aumento do nível de óleo em rações isoenergéticas para suínos em terminação, mantidos em ambientes de termoneutralidade (19ºC) e estresse por calor (31ºC) melhora o desempenho dos animais. A redução de proteína em 2,5 pontos percentuais nas rações de suínos machos castrados dos 70 aos 100 kg, alojados no ambiente de conforto e calor, não influencia negativamente o desempenho, parâmetros fisiológicos e as características quantitativas da carcaça, desde que as dietas sejam devidamente suplementadas com aminoácidos essenciais.

Título

Efeito do uso de aditivos no desempenho e caracterização molecular da microbiota intestinal de leitões Título alternativo

Effect of the use of addictives in the growth performance and molecular characterization intestinal microbiota of pigs 24

Pesquisador:

Santos, Asdrúbal Viana dos

Orientador:

Lima, José Augusto de Freitas

Data da defesa:

6-Jun-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4004

Assuntos:

Prebióticos; Probióticos; Antibióticos; Parâmetros sanguíneos; suínos; Prebiotics; Probiotics; Antibiotics; Blood parameters; Pigs Resumo:

Como forma de verificar a eficácia dos prebióticos, probióticos e antibióticos foram utilizados para avaliar a composição da microbiota intestinal de leitões na fase de creche, o desempenho, parâmetros imunológicos e diarreia. Foram utilizados 80 leitões com idade de 22 dias, sendo 40 machos e 40 fêmeas, com peso inicial de 7,1 ± 0,075 kg. O delineamento utilizado foi blocos ao acaso, com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo: 1- Controle; 2- Prebiótico (mananoligossacarídeo); Probiótico (Bacillus subtilis 30g/tonelada) e antibiótico (Bacitracina de zinco 125g/tonelada). Foi abatido um animal por parcela aos 29, 36 e 54 dias de idade. As variáveis avaliadas foram ganho de peso diário (GPD), consumo de ração diário (CRD), conversão alimentar (CA), consistência fecal, leucócitos totais (linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos); Utilizando a técnica de ELISA e método indireto dosou-se imunoglobulinas A (IgA), G (IgG) e M(IgM); para a caracterização da microbiota intestinal utilizou-se a Reação de Cadeia da Polimerase (PCR) e a Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE) no sequênciamento dos micro -organismos nas regiões ileal e cecal. Aos 34 dias de idade os animais não apresentaram diferenças para ganho de peso (P>0,05), porém, maior consumo de ração (P<0,05), na dieta contendo prebiótico na ração; a conversão alimentar foi melhor (P<0,05) para a dieta controle. No período de 54 dias de idade dos animais, não houve efeito para ganho de peso diário (P>0,05), consumo de ração diário (P>0,05) e conversão alimentar (P>0,05); Não houve efeito para consistência fecal (P>0,05). O prebiótco e o probiótico influenciaram no aumento de leucócitos aos 54 dias de vida dos animais, eosinófilos foram maiores (P<0,05) para prebióticos aos 36 dias de idade; Não houve alteração nas imunoglobulinas IgA, IgG e IgM (P>0,05);

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Suplemento Especial - Agenda Científica

Os micro-organismos existentes, para duas regiões intestinais avaliadas; no íleo foram: a) Pseudomonas aeruginosa, b) Prevotella sp., c) Selenomonas noxia, d) Mycobacterium vanbaalenii, e) Uncultured bacterium, f) Ostreococcus lucimarinus, g) Escherichia coli, h) Agrobacterium tumefaciens, i) Uncultured bacterium, j) Bacteroidetes bacterium, k) Methanobrevibacter ruminantium, l) Geobacter bemidjiensis, no ceco foram identificadas: a) Burkholderia xenovorans, b) Pseudomonas fluorescens, c) Lactobacillus rhamnosus, d) Streptococcus suis, e) Stenotrophomonas maltophilia, f) Eubacterium minutum, g) Enterobacter hormaechei, h) Clostridium sp. e i) Uncultured bacterium. As bactérias identificadas apresentaram-se distintas de acordo com a região intestinal pesquisada. Nas condições experimentais, os aditivos não influenciaram o desempenho. Prebióticos e probióticos aumentam o número de leucócitos e eosinófilos, porém, não influenciam a produção de imunoglobulinas. Os aditivos não influenciarm na floram intestinal.

Título

Planos nutricionais para frangos de corte com rações suplementadas com fitase e elaboradas utilizando o conceito de proteína ideal Título alternativo

Feed plans with rations suplemend with phytase and formulated in the ideal protein concept to broilers chickens Pesquisador:

Oliveira, Jeferson Eder Ferreira de

Orientador:

Rodrigues, Paulo Borges

Data da defesa:

21-out-11

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/584

Assuntos:

Nutrição; Fitase; Proteína ideal; Frango de corte; Aminoácidos; Nutrição avícola; Avicultura de corte; Desempenho; Metabolismo; Planos nutricionais; Phytase; Ideal protein; Broilers; Amino acids; Nutrition; Nutrition programs Resumo:

Conduziram-se quatro experimentos (dois de desempenho e dois de metabolismo) para avaliar os efeitos de planos nutricionais elaborados com o conceito de

proteína ideal utilizando rações com níveis reduzidos de proteína bruta (PB), redução de 0,30 de cálcio (Ca) e 0,15 fósforo disponível (Pdisp.), pontos percentuais, respectivamente, das tabelas brasileiras de exigências nutricionais e suplementadas com (750 FTU/kg de ração) para avaliar o desempenho frangos de 8 a 42 dias de idade divididos nas fases de (8 a 21, 22 a 35 e 36 a 42 dias). Nos experimentos de desempenho utilizaram-se 875 frangos machos e os tratamentos foram sete planos nutricionais (PN) e cinco repetições e 25 aves/box. Nos experimentos de metabolismo utilizaram-se 300, 240 e 180 frangos machos (cinco de 8 a 21; quatro de 22 a 35 e três de 36 a 42 dias) /gaiola, respectivamente, adotando os mesmos tratamentos e fases descritas acima, para avaliar o balanço de nutrientes. Nos experimentos de desempenho II e metabolismo II reduziram-se 3,5% no nível de lisina recomendada para cada fase. No desempenho I os PN1 e PN2 melhoraram CA (P<0,05), mas o PN2 reduziu o CR. Os PNs com redução de PB pioraram o CR e CA (P<0,05). O GP, rendimento de carcaça, coxa + sobrecoxa e gordura abdominal (GA) não foram afetados (P>0,05). O rendimento de peito aumentou nos PN3 a PN6 (P<0,05). No desempenho II o PN2 o reduziu CR em até 7% e os PN1 e PN2 melhoraram a CA (P<0,05), mas os PNs com redução na PB pioraram o CR e a CA. O PN2 reduziu CR e CA, mas o rendimento coxa + sobrecoxa e a GA aumentaram (P<0,05). A GA nos PN3 a PN7 (P<0,05%) foi até 33% maior. No metabolismo I o consumo de Ca e P reduziram 31,80% e 24,6%, respectivamente, (P<0,05) entre o PN2 e PN1 e N em média, 4,5% nos PN3 a PN7, excretaram até 64,5% de Ca, 38% de P e 4% de N, e retiveram cerca de 37% mais Ca (P<0,05) que o PN1. No metabolismo II os PN3, PN4 e PN6 consumiram menos Ca (P<0,05). Os PN3 a PN7 excretaram cerca de 38% menos Ca que o PN1, retiveram mais 17% e excretaram 14% de P (P<0,05). Os PN6 e PN7 reduziram o CR, excreção e retenção de N (P<0,05). A energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio (EMAn) foi maior nas R1 e R2 e o coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS) foi menor (P<0,05) na R2 de 8 a 21 dias idade. A EMAn não foi afetada (P>0,05), mas o CDMS piorou (P<0,05) nas R3 e R4 aos 22 a 35 dias de idade. O CDMS não foi afetado (P>0,05) no experimento II, mas foi menor nas R3 e R4 (P<0,05) de 36 a 42 dias.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Motilidade, velocidade e fertilidade do sêmen de surubim-do-paraíba Steindachneridion parahybae (Siluriformes) criopreservado em diferentes diluidores Título alternativo

--Pesquisador:

Araújo, Rafael Venâncio de

Orientador:

Viveiros, Ana Tereza de Mendonça

Data da defesa:

31-Out-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/822

Assuntos:

Computer-assisted sperm analyzer (CASA); Catfish; Diluidor; Congelamento; Qualidade seminal; Extender; Freezing; Semen quality; Bagre Resumo:

O surubim-do-paraíba Steindachneridion parahybae (Siluriformes) é uma espécie nativa e endêmica da bacia do rio Paraíba do Sul. Ao longo dos anos, esta bacia tem sofrido grande impacto ambiental, decorrente do desmatamento da mata ciliar, da introdução de espécies de peixes exóticas, do represamento e da poluição dos rios, contribuindo para o desaparecimento de muitas espécies, incluindo o S. parahybae. A criopreservação de sêmen pode ser uma ferramenta útil na fertilização artificial e em programas de recuperação de estoques ameaçados. Os siluriformes brasileiros estão distribuídos em 11 famílias, em um total de 1.056 espécies, entretanto, estudos relacionados à criopreservação do sêmen dessa ordem têm recebido atenção reduzida. O presente estudo foi realizado com os objetivos de avaliar diferentes meios de congelamento para o sêmen de S. parahybae; avaliar o efeito da lactose na qualidade do sêmen pós-descongelamento; comparar a motilidade espermática após o descongelamento avaliada pelo método subjetivo ao microscópio de luz, bem como pelo método computadorizado de avaliação espermática (CASA); determinar as velocidades espermáticas após o descongelamento pelo método computadorizado CASA e estabelecer correlação entre as velocidades espermáticas e a taxa de fertilização para a espécie. O sêmen foi diluído em 5 26

meios: 0,9% NaCl, Ginsburg Fish Ringer modificado, 5% glicose, 10% glicose e BTS™ (Minitub™; Alemanha), combinados ou não com 10% de lactose. O DMSO foi utilizado como crioprotetor (10%). Em uma etapa anterior à criopreservação, um teste de toxicidade dos meios diluidores foi realizado. Após um equilíbrio de 15 minutos a 15 ºC entre sêmen e meio diluidor, a motilidade e o vigor espermático (escore 0-5) foram subjetivamente avaliados a 0 e a 30 segundos após a ativação. O sêmen diluído foi envasado em palhetas de 0,5 ml, congelado em botijão de vapor de nitrogênio e descongelado, a 25 °C, por 20 segundos ou 35 ºC, por 15 segundos. A motilidade foi estimada subjetivamente e objetivamente utilizando CASA. Três meios diluidores avaliados no primeiro estudo (5% glicose, 10% glicose e BTS™) foram selecionados e combinados a duas concentrações de lactose (0 e 10). Após o congelamento do sêmen, metade das amostras foi avaliada quanto à motilidade e à velocidade dos espermatozoides, e a outra metade utilizada para fertilização. Os resultados do teste de toxicidade demonstraram que a motilidade espermática avaliada imediatamente após a ativação foi similar à motilidade avaliada 30 segundos depois. O sêmen diluído em NaCl, 5% glicose e 10% glicose (66-73%) e em 5% glicose-lactose e BTS™-lactose (53-63%) apresentou maior motilidade espermática. Maiores valores de vigor espermática foram observados para o sêmen diluído em 10% glicose (3,4), 5% glicose-lactose, 10% glicose-lactose e BTS™-lactose (2,7-3,2). Para o sêmen criopreservado, não houve diferença entre a motilidade espermática avaliada subjetivamente ou no CASA. Não houve diferença na motilidade quando o sêmen foi congelado em um dos cinco meios sem adição de lactose (57-64%) e foi maior quando congelado em 5%-glicose e BTS™, com lactose (53-54%). Entre os meios que receberam lactose em sua composição, a motilidade foi maior para o sêmen criopreservado em 5% glicose e BTS™ (53-54%) e não houve diferença entre os meios que não receberam lactose (57-64%). Não houve diferença entre as duas temperaturas de descongelamento testadas (25 °C e 35 °C). A presença de lactose teve efeito positivo, quando combinada com 5% glicose, efeito negativo, quando combinada com 10% glicose e indiferente quando combinada com o BTS™, para a velocida-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

de e a taxa de fertilização. Uma correlação positiva entre a velocidade dos espermatozoides e a taxa de fertilização foi observada. Em geral, os melhores resultados foram obtidos quando o sêmen foi congelado em 5% glicose-lactose: 64% espermatozoides móveis, 69 µm s-1 de VCL, 48 µm s-1 de VSL, 58 µm s-1 de VAP e 45 % de taxa de fertilização. O meio de congelamento 5%-glicose-lactose-DMSO proporciona altos rendimentos na qualidade do sêmen criopreservado e, assim, pode ser empregado como uma ferramenta para a conservação de material genético dessa espécie

Título

Desempenho, características de carcaça e qualidade da carne de tourinhos Red Norte alimentados com oleaginosas e vitamina E Título alternativo

Performance, carcass traits and meat quality of Red Norte bullocks fed oilseeds and vitamin E Pesquisador:

Machado Neto, Otávio Rodrigues

Orientador:

Ladeira, Márcio Machado

Data da defesa:

25-Nov-2011

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4085

Assuntos:

Ácido linoléico; Bovino - Confinamento (Animais); Lipídios; Carne bovina - Qualidade; Raças compostas; Linoleic acid; Lipids Resumo:

Objetivou-se com o presente experimento, avaliar o ganho médio diário (GMD), características de carcaça, rentabilidade do confinamento, perfil de ácidos graxos e a qualidade da carne de bovinos alimentados com oleaginosas e vitamina E. Utilizaram-se 40 tourinhos da raça Red Norte, com peso corporal inicial médio de 339±15 kg. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso em arranjo fatorial 2x2. O experimento teve duração de 84 dias e as dietas apresentavam soja grão (GS) ou caroço de algodão (CA) como fonte de lipídeos associadas ou não à suplementação diária de 2.500 UI de vitamina E por animal. A relação concentrado:volumoso foi de 60:40.

As dietas foram isonitrogenadas (13% PB) e com o mesmo teor de extrato etéreo (6,5%). Além das características quantitativas da carcaça foram avaliadas a composição centesimal, perfil de ácidos graxos, índice de oxidação lipídica (TBARS) maciez e coloração. Os dados foram analisados por meio do software estatístico SAS 9.1. Não houve interação entre fonte lipídica e suplementação vitamínica para as variáveis estudadas. A inclusão de CA reduziu o rendimento de carcaça (RC) e a espessura de gordura subcutânea (EGS). A utilização de GS implicou em redução da margem bruta. A carne de animais alimentados com GS apresentou pior coloração. A gordura subcutânea dos animais alimentados com a dieta com CA apresentou maior concentração de C16:0 e C18:0 (P<0,01). Observou-se maior atividade das enzimas Δ9 dessaturase no músculo e gordura subcutânea de animais alimentados com GS (P<0,01). A inclusão de CA reduziu a concentração de ácidos graxos insaturados (AGI) e CLA na gordura subcutânea (P<0,05). Entretanto, observou-se concentrações superiores de C18:1 trans-11 (P<0,05). No músculo, verificou-se tendência de aumento da concentração de C16:0 e C18:0. Animais alimentados com CA apresentaram menor concentração de C18:2 e CLA no músculo (P<0,05). Aos 42 dias de maturação, a carne de bovinos alimentados com GS apresentou maior índice de TBARS (P<0,05). Conclui-se que a inclusão de CA resulta em aumento da concentração de ácidos graxos saturados da carne. No entanto, a suplementação com GS, apesar de melhorar o perfil lipídico, reduz a estabilidade lipídica e prejudica a coloração da carne maturada. A inclusão de CA não prejudica o desempenho de bovinos confinados, mas reduz a EGS e o RC, apesar de promover melhoria na rentabilidade. Ademais, a carne de bovinos alimentados com CA apresenta coloração mais atrativa, maior estabilidade lipídica e menor concentração de AGI.

Título

Avaliação de equações de predição dos valores energéticos do milho e do farelo de soja na formulação de rações para frangos de corte Título alternativo

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Alvarenga, Renata Ribeiro

Orientador:

Rodrigues, Paulo Borges

Data da defesa:

23-Fev-2012

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/1168

Assuntos:

Ave - Criação; Frango de corte - Alimentação e rações; Energia metabolizável; Aviculture; Broilers (Poultry) Feeding and feeds; Metabolizable energy Resumo:

Objetivou-se, com este trabalho, avaliar o uso de equações de predição para estimar valores de energia metabolizável aparente corrigida para nitrogênio (EMAn) do milho e do farelo de soja utilizados para frangos de corte. Três experimentos foram conduzidos: dois de metabolismo, sendo um para determinar os valores de EMAn do milho e farelo de soja (ensaio in vivo) e outro para determinar os valores energéticos das rações experimentais formuladas com valores de EMAn do milho e do farelo de soja obtidos pelas equações, tabelas de composição ou ensaio in vivo; e um de desempenho. No primeiro ensaio, 90 pintos Cobb com 18 dias de idade foram distribuídos aleatoriamente em seis repetições de cinco aves por parcela experimental. No segundo, 240 aves de oito dias de idade foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x8 (dois sexos e oito rações experimentais) com parcela subdividida no tempo (fases de avaliação) com cinco aves por parcela experimental na fase de 8 a 21 dias, quatro na fase de 22 a 35 dias e três na fase de 36 a 42 dias. Para o desempenho, 1200 aves de um dia (machos e fêmeas) foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado no mesmo esquema fatorial 2x8 com três repetições de cada sexo com 25 aves. Os tratamentos consistiram no uso de equações para predizer os valores de EMAn dos alimentos utilizados, que foram comparados ao uso das Tabelas Brasileiras ou valores obtidos no ensaio in vivo. As médias obtidas com o ensaio de desempenho, características de carcaça e de metabolizabilidade dos nutrientes foram comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. O ajuste entre os valores de EMAn das rações determinados pelo uso das equações e os valores de EMAn determinados pelo ensaio metabólico ou EMAn exigidos pelas aves em cada 28

fase do desenvolvimento foi avaliado pelo intervalo de confiança a 95%. Observou-se que o uso de valores de EMAn obtidos in vivo foi o mais aplicável, e que o uso de algumas equações foi melhor em relação ao uso das Tabelas. As equações que melhor se adequaram foram EMAn = 4021,8 – 227,55MM (para o milho) e EMAn = – 822,33 + 69,54PB – 45,26FDA + 90,81EE (para o farelo de soja); EMAn = 36,21PB + 85,44EE + 37,26ENN (para o milho) e EMAn = 37,5PB + 46,39EE + 14,9ENN (para o farelo de soja) ou EMAn = 4164,187 + 51,006EE - 197,663MM – 35,689FB – 20,593FDN (para alimentos energéticos e proteicos). Conclui-se que o uso de equações de predição para estimar os valores energéticos do milho e do farelo de soja utilizados para frangos de corte é mais viável em relação ao uso de Tabelas de composição química e energética, porém, o uso de valores de EMAn determinados in vivo ainda é o mais eficaz.

Título

Substituição de milho moído por milho reidratado e ensilado ou melaço de soja em vacas leiteiras Título alternativo

--Pesquisador:

Bitencourt, Luciene Lignani

Orientador:

Pereira, Marcos Neves

Data da defesa:

23-Fev-2012

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/575

Assuntos:

Digestibilidade; Disgestibility; Bovino de leite; Dairy cattle Resumo:

Estratégias de manipulação do perfil de carboidratos dietéticos foram estudadas in vivo. No primeiro trabalho avaliou-se o efeito da reidratação e ensilagem do milho maduro sobre o desempenho e a digestibilidade de nutrientes em vacas leiteiras. Os tratamentos foram: milho com textura dura do endosperma finamente moído e reidratado a 43,7% de umidade na silagem (MHE), milho moído (MM) ou milho extrusado (MEx). Quinze vacas Holandês receberam os tratamentos em cinco quadrados latinos 3x3, conduzidos simulta-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

neamente, com períodos de 21 dias e mensurações realizadas na terceira semana. O MEx deprimiu as secreções diárias de energia e gordura no leite e o consumo (P<0,05) e tendeu a aumentar o teor de proteína no leite (P=0,09). Houve tendência de aumento na digestibilidade da matéria orgânica (P=0,10) e de queda no teor de N-ureico no leite com MHE (P<0,06). Tanto MEx quanto MHE resultaram em pequeno aumento na relação entre a produção de leite e o consumo de matéria seca (P<0,15). O tempo diário de ruminação mais ingestão foi reduzido com MHE e MEx (P<0,06). O MEx e MHE reduziram o consumo por refeição (P<0,02). No segundo trabalho avaliou-se a substituição de milho reidratado e ensilado ou casca de soja por melaço de soja em dois experimentos. No primeiro experimento, 24 vacas Holandês, blocadas por ordem de parto e produção de leite, foram alocadas a um de três tratamentos por 28 dias, após um período de padronização de sete dias. Os dados obtidos no final da padronização foram utilizados como covariável no modelo estatístico. A resposta aos tratamentos foi mensurada na quarta semana. Os tratamentos foram: Dieta controle com 21,5% de milho reidratado e ensilado, 4,5 % de melaço de soja na MS em substituição ao milho reidratado e ensilado (M4,5) ou 9% de melaço de soja (M9). A produção diária de proteína do leite foi 0, 903 kg no controle, 0,871 kg para M4,5 e 0,772 kg para M9 (P=0,01 para o contraste linear de teor de melaço) e a produção de leite foi 30,2, 27,7 e 26,9 kg, respectivamente (P=0,04 para contraste linear). O pH ruminal foi 6,2 no controle, 6,2 no M4,5 e 6,7 no M9 (P=0,05 para contraste linear). No segundo experimento foram utilizadas 24 vacas em delineamento idêntico ao do primeiro experimento. Os tratamentos foram: Controle com 11,7% de milho reidratado e ensilado e 11,6% de casca de soja ou 3,3% de melaço de soja em substituição à casca de soja. As produções diárias de leite foram 27,6 kg no controle e 27,8 kg no melaço (P=0,91). Houve tendência de aumento na excreção urinária de alantoína com a adição de melaço de soja na dieta (P<0,08). Baseado na resposta em desempenho animal, a fermentabilidade do amido no grão reidratado e ensilado parece ser intermediária à dos milhos finamente moído e extrusado. A substituição parcial de casca de soja por melaço de soja foi uma estratégia mais promissora que a substituição de amido de milho por melaço de soja

Título

Avaliação genética das características morfométricas de tilápias do Nilo variedade GIFT sob seleção para ganho em peso Título alternativo

--Pesquisador:

Reis Neto, Rafael Vilhena

Orientador:

Freitas, Rilke Tadeu Fonseca de

Data da defesa:

11-abr-12

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/586

Assuntos:

Inferência bayesiana; Correlação genética; Ganho genético; Herdabilidade; Machos e fêmeas; Bayesian inference; Genetic correlation; Genetic gain; Heritability; Male and female Resumo:

O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar geneticamente as características morfométricas e verificar as diferenças genéticas entre machos e fêmeas de tilápias da variedade GIFT sob o processo de seleção para ganho em peso. O conjunto de dados utilizado nas análises continha informações de 6650 animais, sendo preditos os valores genéticos de 8590 animais na matriz de parentesco, constituindo assim cinco gerações de seleção. Foram utilizadas as seguintes medidas morfométricas: Comprimento Padrão (CP); Altura Corporal (ALC); e Largura Corporal (LC), além da Área e o Volume do corpo. Foram realizadas análises bicaracter envolvendo as características morfométricas duas a duas, e considerando como duas características diferentes a mesma medida morfométrica avaliada em cada sexo, para estimar os componentes de (co)variância. Foram estimados as herdabilidades e os efeitos de ambiente comum de larvicultura e alevinagem para cada característica considerando e não considerando a separação por sexo, além das correlações genéticas e fenotípicas entre as características e as correlações genéticas entre machos e fêmeas para a mesma característica morfométrica. Para isso foram utilizados procedimentos bayesianos, por meio das cadeias de Gibbs, considerando a distribuição gama invertida com a priori dos componentes de va-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

riância. A convergência das cadeias foi testada por meio do método Heidelberger e Welch. Foram estimados, para os parâmetros genéticos, os intervalos de credibilidade de máxima densidade de probabilidade (HPD) utilizando-os também para calcular a probabilidade dos parâmetros genéticos assumirem os mesmos valores para machos e fêmeas. As tendências genéticas foram estimadas pela regressão segmentada dos valores genéticos dos peixes pelas gerações de seleção consideradas neste estudo. As estimativas das herdabilidades foram de moderada a alta magnitude para todas as características. As correlações genéticas entre as características foram todas acima de 0.8, e os ganhos genéticos foram satisfatórios a partir da 3ª geração de seleção. Deste modo, pode-se afirmar que as características morfométricas avaliadas apresentam um bom potencial de seleção, podendo ser incluídas no programa de melhoramento de tilápias GIFT conduzido no Brasil. O efeito de ambiente comum de larvicultura foi maior para as fêmeas em todas as características, enquanto o efeito de alevinagem foi semelhante para ambos os sexos. As herdabilidades apresentadas pelos machos foram, em geral, maiores que as apresentadas pelas fêmeas, e as correlações genéticas entre machos e fêmeas foram sempre inferiores a 0.5. Assim os machos respondem de maneira diferente das fêmeas, em termos de conformação corporal, o procedimento de seleção para ganho em peso.

Título

Níveis e formas de vitamina D em rações para frangos de corte Título alternativo

--Pesquisador:

Mesquita, Fabrício Rivelli

Orientador:

Bertechini, Antonio Gilberto

Data da defesa:

27-abr-12

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/583

Assuntos:

Colecalciferol; Frango de corte; Hidroxicolecalciferol; Nutrição avícola; Fósforo; Cálcio; Metabólitos; Características ósseas 30

Resumo:

Objetivou-se com o presente trabalho, avaliar os efeitos de diferentes formas e níveis de vitamina D (D3 e 25-OHD3) em rações de frangos de corte sobre o desempenho, características ósseas e fisiológicas dessas aves. Foram utilizados 1.920 pintos de um dia, machos, Cobb-500, provenientes de incubatório comercial, criados em sistema cama. O delineamento foi inteiramente casualizado com 6 tratamentos e 8 repetições com 40 aves/repetição. Os níveis de suplementação de vitamina D foram na fase inicial de 70 e 87,5 µg/kg; na fase de crescimento de 56 e 70 µg/kg e na fase final de 35 e 47,35 µg/kg de ração, oriunda de duas formas (D3 / 25-OHD3), onde os tratamentos constituíram da suplementação de dois níveis de cada fonte isolada e suas associações (60% D3+ 40% 25OHD3) de acordo com as fases em estudo. Aos 14 e 35 dias foram utilizadas 480 aves para o ensaio metabólico sendo avaliada a retenção e excreção de cálcio e fósforo, nos períodos de 19 a 21 e 40 a 42 dias. As rações foram à base de milho e farelo de soja, havendo suplementação de fitase (500 FTU/kg). O desempenho, características ósseas, níveis plasmáticos, densidade radiográfica óssea, rendimento de carcaça e retenção de cálcio e fósforo foram avaliadas. Observou-se na fase inicial de criação uma maior excreção de fósforo (p<0,05) pelas aves que receberam ração suplementada com vitamina D3, e a associação das duas formas proporcionou maior retenção de cálcio e fósforo (p<0,05) comparado com as aves que receberam ração suplementada apenas com D3, e maior retenção de fósforo (p<0,05) em relação às aves que receberam ração suplementada com 25-OHD3. A fonte 25-OHD3 suplementada em 87,5 µg/kg gerou maiores (p<0,05) teores plasmáticos de cálcio (Ca) em relação à mesma fonte suplementada em 70 µg/kg, aos 21 dias. Na fase final de criação, as aves que receberam ração suplementada com vitamina D3 apresentaram os menores (p<0,05) valores de consumo e retenção de cálcio e fósforo. A associação das formas resultou nos menores valores de excreção de cálcio e fósforo (p<0,05). Melhor conversão alimentar (p<0,05) e maior teor de cinzas ósseas foram obtidos pelas aves que consumiram a fonte de 25-OHD3 e associações. Em todas as fases estudadas a suplementação combinada de D3+25-OHD3 aumentou (p<0,05) a densidade tibial dos frangos de corte em relação a vita-

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mina D3. Conclui-se que a adição de 25-OHD3 em rações contendo vitaminda D3 melhora a conversão alimentar, aumenta os teores plasmáticos de Cálcio, aumenta a densidade óssea das aves e gera maiores coeficientes de retenção de Cálcio e Fósforo, menor excreção de fósforo, independentemente da fase de criação dessas aves.

Título

Avaliação nutricional de rações peletizadas contendo “farelo de batata diversa” e uréia Título alternativo

--Pesquisador:

Corrêa, Isabel Martinele

Orientador:

Paiva, Paulo César de Aguiar

Data da defesa:

6-Jun-2012

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/577

Assuntos:

Ruminantes; Ruminants; Ruminante - Alimentação e rações; Ruminants - Feeding and feeds; Alimentos - Aditivos; Food additives

near com a adição de ureia (P = 0,02) e a da proteína quadrático (P = 0,01), sendo os valores obtidos, respectivamente: 49,5 e 53; 64,2 e 77,6; 59,5 e 75,35; 66,2 e 79,18; para os níveis de 0, 4, 8 ou 12% de ureia. O balanço de N foi positivo em todos os tratamentos, sendo o N absorvido positivamente correlacionado à digestibilidade da MS (r2=0,74; P=0,0009) e da PB (r2=0,85; P=0,0001), enquanto que o N fecal apresentou correlação negativa com a digestibilidade da MS (r2=0,78; P=0,0004) e da PB (r2=0,92; P=0,0001). A DIVMS diferiu entre os tratamentos (P <0,05), apresentando valores de 92,06; 96,29; 96,42 e 95,87%, respectivamente, para os níveis de 0, 4, 8 e 12% de ureia. A concentração de N ureico no plasma foi de 15,2; 35,1; 34,1 e 46,3 mg/dL nos tratamentos com 0, 4, 8 e 12% de ureia, diferindo entre tratamentos e tempo de amostragem (P <0,05). A taxa de degradação da fração “b” e a degradabilidade efetiva considerando taxas de passagem no rúmen de 2, 5 e 8%/h foi influenciada pelo nível de ureia no pellet (P<0,05). Os demais parâmetros avaliados não foram afetados pelos tratamentos avaliados (P>0,05). Como suplemento alimentar único para o feno de Tifton na dieta de ovinos, recomenda-se o uso de farelo de batata peletizado com 4% de ureia

Resumo:

Objetivou-se com este trabalho desenvolver um produto à base de “farelo de batata diversa” peletizado com ureia e avaliar seus efeitos sobre a digestibilidade in vivo da MS e PB, consumo, comportamento animal, balanço de nitrogênio, parâmetros ruminais e sanguíneos, digestibilidade in vitro e degradabilidade da MS. Quatro ovinos fistulados no rúmen foram distribuídos em quadrado latino 4x4, com períodos de 21 dias, sendo 14 dias de adaptação e sete para determinação da ingestão de matéria seca e amostragem. Os animais receberam feno de Tifton 85 e quatro tratamentos à base de farelo de batata misturado a outros ingredientes, acrescidos de 0, 4, 8 e 12% de ureia. A avaliação comportamental foi feita em intervalos de 10 minutos, por 24 horas a cada período, totalizando 96 horas de observação/animal/tratamento. As variáveis estudadas foram analisadas por diferentes procedimentos do pacote estatístico SAS versão 9.0, considerando o nível de 5% de significância. A digestibilidade da MS apresentou comportamento li-

Título

Fontes e níveis de glicerina na alimentação de frangos de corte em diferentes fases de criação Título alternativo

--Pesquisador:

Bernardino, Verônica Maria Pereira

Orientador:

Rodrigues, Paulo Borges

Data da defesa:

7-Jul-2012

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/578

Assuntos:

Frango de corte; Broilers (Chickens); Carne - Qualidade Meat - Quality; Glicerol; Glycerol Resumo:

Foram realizados experimentos de desempenho e metabolismo com frangos de corte em três fases de criação, objetivando avaliar nutricionalmente gliceri-

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nas provenientes da produção de biodiesel. Foram avaliadas três glicerinas,sendo uma bruta de soja (GBOS), bruta mista (GBM) e uma semi-purificada (GOSSP), em quatro níveis de inclusão (17,5; 35,0; 52,5 e 70,0 g/kg) e um tratamento adicional sem inclusão de glicerina. No período de 08 a 21 dias de idade, verificou-se que a inclusão das glicerinas estudadas não prejudica o desempenho das aves, podendo ainda promover melhora no desempenho. No período de 22 a 35 dias, verificou-se que a inclusão de 35,5 g/kg da GBS e 70,0 g/kg da GOSSP proporcionam os melhores resultados de desempenho em relação ao controle. No período de 33 a 42 dias de idade, verificou-se que a inclusão de 68,37 g/kg da GBOS e GOSSP proporciona os melhores resultados de desempenho, e a inclusão das três glicerinas resultou em menor perda de água por descongelamento no peito dos frangos em relação ao controle. Para perda de água do peito por cocção houve redução linear com a inclusão das glicerinas, e entre as fontes, GBOS promoveu perda maior que a GOSSP, porém não houve diferença em relação ao controle. Houve aumento linear da textura com o aumento da inclusão da GBOS e GBM, e redução linear para a GOSSP e, somente a inclusão de 70 g/kg da GBM resultou em textura superior ao controle. Níveis crescentes de inclusão das glicerinas resultaram em melhora na aceitação da carne para as fontes estudadas, porém, não diferiu do controle. E no ensaio de metabolismo, observou-se que a metabolizabilidade das dietas contendo glicerina é similar ao controle. Nos períodos de 22 a 35 e 33 a 42 dias de idade, os níveis crescentes da GBM reduziu linearmente a atividade da glutamato desidrogenase hepática (GD) enquanto que para a GBOS e a GOSSP a atividade desta enzima aumentou linearmente com o aumento do teor de glicerina da dieta, porém, não diferiram do controle. No período de 33 a 42 dias, a GBM inibiu a atividade da GD. Na fase de 22 a 35 dias, a maior deposição de proteína no peito dos frangos foi determinada quando a ração continha a GOSSP, e em relação ao controle, a inclusão 52,5 e 70,0 g/kg da GOSSP promoveram deposição de proteína superior. No período de 33 a 42 dias, a deposição de proteína não diferiu do controle. No período de 22 a 35 e 33 a 42 dias de idade, a GBOS proporcionou maior concentração de glicerol plasmático e, independente da fonte de glicerina, o aumen32

to do nível de inclusão deste ingrediente aumentou linearmente (P<0,05) a concentração plasmática de glicerol, e todas as dietas experimentais resultaram em teor de glicerol plasmático superior ao observado no controle. De acordo com a atividade da glicerol quinase nas fases de 22 a 35 e 33 a 42 dias de idade, os frangos podem fosforilar o glicerol, aproveitando-o metabolicamente até a inclusão de 70 g/kg. Pode-se incluir no período de 08 a 21 dia e 33 a 42 diass 70,0 g/kg das GBOS e GOSSP e no período de 22 a 35 dias 52,5g/kg da GBOS e 70,0g/kg da GOSSP

Título

Metodologias para quantificar fitato e uso de fitases em rações para frangos de corte Título alternativo

--Pesquisador:

Naves, Luciana de Paula

Orientador:

Rodrigues, Paulo Borges

Data da defesa:

28-set-12

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/587

Assuntos:

Ácido fítico; Enzima; Fósforo; Metabolismo; Nutrição avícola; Phytic acid; Enzyme; Phosphorus; Metabolism; Poultry nutrition Resumo:

Este trabalho está dividido em duas partes, sendo a primeira referente à introdução e o referencial teórico que contempla tópicos sobre os assuntos discutidos na segunda parte, que por sua vez, está subdividida em quatro artigos científicos. No artigo 1, um experimento foi realizado com frangos de corte, no período de 15 a 28 dias de idade, para comparar duas metodologias analíticas empregadas para quantificar fósforo fítico (Pfit) nas rações e nas excretas das aves e para determinar a eficiência catalítica da fitase suplementada na ração utilizando os resultados da metodologia que se mostrou mais apropriada. Concluiu-se que a proporção de extração de 1:20 (massa de amostra em g:volume de solvente extrator em mL) e a metodologia colorimétrica foi a que proporcionou os melhores resultados e que a suplementação de 1.950 unida-

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des de atividade da fitase (FTU)/kg de ração permite reduzir o P inorgânico na formulação em quantidade equivalente a 87,85% do teor de Pfit presente na ração, correspondendo à redução de 2,86 g de P/kg de ração formulada. No artigo 2, um experimento foi conduzido para determinar o nível de fitase que deve ser suplementado na ração de frangos de corte machos e fêmeas, no período de 15 a 28 dias de idade, quando esta for formulada com apenas 0,213% de P disponível (Pdisp). Concluiu-se que, independente do sexo, ao utilizar 2.250 FTU/kg de ração é possível reduzir o teor de P da ração sem prejudicar o desempenho, teor de cinzas na tíbia e a retenção do cálcio (Ca), além de reduzir a excreção do P total em 56,75% e melhorar seu aproveitamento em 38,58%. No artigo 3, um experimento foi conduzido com frangos de 22 a 33 dias de idade, para avaliar a eficiência de seis distintas fitases microbianas suplementadas em rações formuladas com três diferentes relação Ca:Pdisp. Concluiu-se que é possível reduzir o teor de Pdisp da ração para 1,0 g/kg, ao suplementá-la com 1.500 FTU da fitase A, C, D ou E/kg, devendo-se fixar o nível de Ca em 7,5 g/kg para manter o desempenho e adequada mineralização óssea das aves, além de melhorar o aproveitamento do Ca e Pfit, otimizar a retenção do P total e diminuir a excreção de nitrogênio e P. No artigo 4, um experimento foi conduzido com frangos de corte de 35 a 42 dias de idade, para avaliar a eficiência de seis fitases microbianas suplementadas em rações formuladas com três diferentes relação Ca:Pdisp. Concluiu-se que é possível reduzir o teor de Pdisp da ração para 1,0 g/kg, ao suplementá-la com 1.500 FTU das enzimas A, B, C, D ou E/kg, devendo-se fixar o nível de Ca em 6,5 g/kg para manter o desempenho e otimizar a mineralização ósseas das aves, além de melhorar o coeficiente de retenção do Ca, Pfit, P total e nitrogênio e diminuir a excreção de P.

Título

Ractopamina para pacus (Piaractus mesopotamicus) em fase de terminação Título alternativo

--Pesquisador:

Drumond, Mariana Martins

Orientador:

Rosa, Priscila Vieira e

Data da defesa:

26-Out-2012

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/760

Assuntos:

Beta adrenérgico; Glicose-6-fostato-desidrogenase; Enzima málica; Metabolismo; Crescimento muscular; Deposição lipídica; Piaractus mesopotamicus; Beta-adrenergic; Glucose-6-phosphate-dehyrogenase; Malic enzyme; Metabolism; Muscle growth; Fat deposition Resumo:

A utilização de partidores de nutrientes tem sido frequentemente relatada na produção animal. Sua utilização em peixes ainda é relativamente pequena e seus efeitos sobre o metabolismo desses animais ainda são pouco conhecidos. O pacu é um peixe de grande interesse comercial, porém tem tendência a acumular gordura em sua cavidade celomática o que reduz seu valor de mercado. Para avaliar os efeitos da ractopamina sobre o metabolismo de pacus em terminação um experimento foi conduzido, em delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos (ração com 32% PB e inclusão de 0, 11.25, 22,5, 33,75 e 45,00 ppm de ractopamina) e oito repetições por tratamento, no laboratório de metabolismo de peixes da Estação de Piscicultura da Universidade Federal da Lavras. O período experimental foi de 60 dias durante os quais os animais foram alimentados com as dietas experimentais, duas vezes ao dia, ad libitum. Ao final do experimento foram avaliados parâmetros de desempenho (consumo de ração e taxa de rendimento dos filés), sanguíneos (triglicerídeos e proteínas totais circulantes), enzimológicos (G6PD e EM). Fragmentos de filés foram submetidos à análise de composição centesimal e análises de crescimento muscular através da mensuração do diâmetro das fibras e do percentual de deposição de tecido adiposo entre as fibras musculares. Os resultados obtidos para os parâmetros de desempenho, sanguíneos e da composição centesimal dos filés foram submetidos à análise de variância e posterior teste de Student-Newman-Keuls (SNK) a 5% de probabilidade. As análises de crescimento muscular e percentual de deposição de tecido adiposo entre as fibras foram submetidas ao teste não paramétrico de KruskalWallis e posterior teste de comparações múltiplas de

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Suplemento Especial - Agenda Científica

Nemenyi, a 5% de probabilidade. A inclusão de 11,25 ppm de ractopamina nas dietas de pacus levou a uma redução (P<0,05) no extrato etéreo dos filés corroborada pelo resultado significativo (P<0,05) na mensuração do percentual de distribuição do tecido adiposo entre as fibras musculares. Entretanto, não houve qualquer alteração nos parâmetros de desempenho, sanguíneos ou enzimológicos dos animais. Os resultados encontrados sugerem que inclusões superiores a 11,25 ppm de ractopamina levam a um desequilíbrio metabólico, ocasionando elevação nas concentrações (P<0,05) de triglicerídeos e proteínas totais circulantes e redução das atividades específicas das enzimas G6PD e EM sem que estas alterações fossem refletidas sobre os parâmetros de desempenho e na análise de composição centesimal dos filés. A suplementação de 11,25 ppm de ractopamina nas dietas, por 60 dias, traz resultados satisfatórios do ponto de vista comercial uma vez que reduz o extrato etéreo dos filés e a quantidade de tecido adiposo entre das fibras musculares dos pacus em terminação.

Título

IGF-I no fluido folicular utilizado na maturação e fecundação in vitro em suínos Título alternativo

--Pesquisador:

Oberlender, Guilherme

Orientador:

Murgas, Luis David Solis

Data da defesa:

09-nov-12

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/633

Assuntos:

Fertilização in vitro (FIV); Folículo; Maturação in vitro (MIV); Embrião; Growth factor; Embryos Resumo:

Objetivando-se avaliar as concentrações fisiológicas de IGF-I presente no fluido folicular (FF) de folículos ovarianos de diferentes diâmetros e a influência da adição desse hormônio na maturação in vitro (MIV) e fertilização in vitro (FIV) em suínos, dois experimentos foram conduzidos. No experimento 1, ovários (n = 1.000) de 500 fêmeas pré-púberes foram obtidos em 34

matadouro. Os folículos localizados na superfície de cada ovário foram classificados em pequenos (FPs, 2 a 5 mm de diâmetro) e grandes (FGs, 6 a 10 mm de diâmetro) e o FF obtido a partir da aspiração dos mesmos. A partir do pool de FF obtido, determinouse a concentração de IGF-I livre. A concentração de IGF-I (170,92 ± 88,29 ng/mL) foi superior (P<0,05) nos FGs em comparação com os FPs (67,39 ± 49,90 ng/mL), sendo isso relacionado à maior atividade dos FGs e à diferenciação que os mesmos sofrem para a ovulação. A partir desses resultados, no experimento 2 foi realizada a MIV de ovócitos suínos com a suplementação de FF oriundo dos FPs (FFPs) e FGs (FFGs) e a adição de IGF-I com níveis correspondentes a 0, 50, 100, 150 e 200% das concentrações fisiológicas médias entre os FPs e FGs. Ovócitos foram obtidos de ovários de fêmeas pré-púberes e maturados em meio NCSU-37 suplementado com 10% de FF (FFPs e FFGs) e IGF-I (0, 60, 120, 180 e 240 ng/mL). Após a MIV, os ovócitos foram fertilizados e cultivados por um período de 18 horas, sendo fixados em solução Hoechst para avaliação da MIV e FIV. A taxa de maturação, penetração, monospermia, eficiência da FIV, formação de pronúcleos, número de espermatozoides por ovócito penetrado e aderidos à zona pelúcida foram avaliados. Observou-se que a adição de IGF-I ao meio de MIV com o uso de FFPs teve efeito positivo (P<0,01) na MIV e na FIV, igualando-se ao uso de FFGs sem a adição de IGF-I. Obteve-se efeito quadrático (P<0,01) do IGF-I com o uso de FFPs sobre a maturação, penetração, monospermia e eficiência da FIV. Entretanto, o IGF-I não apresentou efeito (P>0,05) na MIV e FIV com o uso de FFGs. Houve diferença (P=0,01) na formação de pró-núcleos apenas entre os FFPs e FFGs. O número de espermatozoides penetrados por ovócito e aderidos à zona pelúcida foi semelhante (P>0,05) com o uso dos dois tipos de FF e IGF-I. A partir das equações obtidas para o uso de IGF-I com FFPs, observou-se que a adição de IGF-I entre 129 e 179 ng/ mL ao meio de MIV promove resultados semelhantes aos obtidos com o uso de FFGs. Conclui-se que a adição de IGF-I ao meio de MIV com o uso de FFPs aumenta a maturação e melhora os resultados de FIV. Esses achados evidenciam que o IGF-I desempenha importante função na MIV e FIV de ovócitos suínos quando utilizado FFPs.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Associação de enzimas em rações para frangos de corte Título alternativo

--Pesquisador:

Meneghetti, Camila

Orientador:

Bertechini, Antonio Gilberto

Data da defesa:

18-Jan-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/761

Assuntos:

Fitase; Amilase; Protease; Phytase; Amylase; Frango de corte; Broilers (Chickens) Resumo:

Foram realizados dois experimentos com frangos de corte até 42 dias de idade, objetivando avaliar os efeitos de carboidrases, proteases e fitase, suplementadas nas rações. No primeiro utilizou-se 9 tratamentos com 8 repetições, sendo: I) ração controle positivo (CP); II) ração controle negativo 1 (CN1), com redução de 100 kcal/kg de EMA, 3% de aminoácidos (aas) limitantes, 2% de proteína bruta (PB) e 0,12 pontos porcentuais (p.p) de fósforo disponível (Pd) e cálcio (Ca); III) ração controle negativo 2 (CN2), com redução de 150 kcal/ kg de EMA, 3% de aas limitantes, 2% de PB e 0,12 p.p de Pd e Ca; IV) CN1 + fitase + carboidrase 1 (α – amilase e β – glucanase); V) CN1 + fitase + carboidrase 2 (xilanase e β – glucanase); VI) CN1 + fitase + carboidrase 3 (α-galactosidase, galactomananase, xilanase e ß-glucanase); VII) CN2 + fitase + carboidrase 1; VIII) CN2 + fitase + carboidrase 2; IX) CN2 + fitase + carboidrase 3. Na fase de 1 a 21 dias, apenas a carboidrase 1foi efetiva em aumentar o ganho de peso (GP) das aves e melhorar a conversão alimentar (CA). Não houve diferença na digestibilidade da matéria seca (MS), da proteína bruta (PB) e do extrato etéreo (EE), mas todas as carboidrases suplementadas na ração CN1 recuperaram 100 kcal de EMA/kg de ração. Nas fases subsequentes (de 1 a 35 e 1 a 42 dias), as carboidrases 1 e 3 proporcionaram maiores GP, mas sem melhorias na CA. O aproveitamento dos nutrientes e da energia foi menor em relação ao CP para todas as aves alimentadas com as rações CN. Os tratamentos avaliados, com diferentes enzimas não influenciaram

as características de carcaça, cortes e a biometria dos órgãos. Na fase inicial recomenda-se a utilização das enzimas α - amilase, β – glucanase e fitase em rações com redução dos nutrientes e da energia. No segundo experimento foram utilizados 7 tratamentos e 8 repetições. Os tratamentos foram: I) CP; II) CN1, redução de 100 kcal de EMA, 7,0% de aas e PB e 0,12 pontos percentuais de Pd e Ca; III) CN2, redução de 100 kcal de EMA, 10% de aas e PB e 0,12 pontos percentuais de Pd e Ca; IV) CN1 + fitase + carboidrases (α – amilase e β – glucanase) + protease 1; V) CN1 + fitase + carboidrases + protease 2; VI) CN2 + fitase + carboidrases + protease 1; VII) CN2 + fitase + carboidrases + protease 2. Na fase inicial a protease 1 na ração CN1 proporcionou melhoria na CA, sem diferir do CP. Na fase de 1 a 35 dias as proteases melhoraram a CA, assim como na fase total (1 a 42 dias), salvo a protease 1 na ração CN2. A suplementação enzimática aumentou a digestibilidade da PB na fase final e teor de cinzas na tíbia. Não houve diferença nas características de carcaça. A suplementação de fitase, α - amilase, β- glucanase e protease pode ser utilizada em rações para frangos de corte, com redução de 100 kcal de EMA, 10% na PB e aas limitantes e 0,12 p.p de Ca e Pd.

Título

Qualidade espermática de garanhões Mangalarga Marchador: influência da idade, peso e suplementação com ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 Título alternativo

--Pesquisador:

Rodrigues, Paula Gomes

Orientador:

Souza, José Camisão de

Data da defesa:

14-Mar-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10662

Assuntos:

Ácido linolênico; Criopreservação; Motilidade espermática; Puberdade; Linolenic acids; Cryopreservation; Puberty; Semen motility Resumo:

O objetivo foi avaliar a influência da suplementação dietética com ômega-3, peso, escore de condição corporal

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Suplemento Especial - Agenda Científica

(ECC) e idade de garanhões Mangalarga Marchador na qualidade do sêmen fresco, resfriado e congelado. Foram utilizados 20 garanhões (3,5 a 15 anos; 389,7 ± 39,7 kg) distribuídos aleatoriamente nos tratamentos: suplementação com 150 mL de óleo enriquecido com ômega-3 (n=10 animais) e sem suplementação (n= 10 animais). O sêmen foi coletado a cada quinze dias durante 60 dias, totalizando cinco coletas por garanhão (n= 100 amostras). As características seminais avaliadas foram: motilidade, vigor, viabilidade, morfologia, teste de resistência osmótica (TRO), e peroxidação lipídica da membrana plasmática. Foram feitas avaliações no sêmen fresco, 2, 6, 12 e 24h após resfriamento e 24 h após congelamento. O peso foi estimado por meio de fita e o ECC foi avaliado com base em uma escala de 1-9. Os efeitos fixos do tratamento, peso, idade, ECC e das amostras foram submetidos ao Procedimento Misto do SAS® e as médias foram comparadas por contrastes ortogonais. O vigor espermático foi maior em animais com mais de quatro anos de idade e o índice de defeitos morfológicos foi menor em animais pesando mais de 400 kg. No sêmen fresco, a motilidade foi maior em garanhões suplementados. No sêmen congelado, a motilidade, motilidade progressiva, vigor e TRO foram superiores nos animais suplementados. Em conclusão, a utilização de animais com mais de quatro anos de idade e peso acima de 400 kg e, aliado a isto, a adição de ômega-3 na dieta aumenta a motilidade e vigor espermáticos no sêmen fresco e congelado, maximizando sua qualidade.

Título

Pastagens consorciadas, estoques de carbono e nitrogênio, produtividade e persistência de leguminosas Título alternativo

--Pesquisador:

Babilônia, José Libêncio

Orientador:

Evangelista, Antônio Ricardo

Data da defesa:

1-Abr-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/1232

Assuntos:

Agroflorestal; Arachis pintoi; Brachiaria humidicola; Pueraria phaseoloides; Stylozanthes; Agro-forest 36

Resumo:

Este trabalho foi realizado no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus de São Vicente, a partir do dia 15 dezembro de 2008 até o dia 19 de junho de 2012, em pastagens de Brachiaria humidicola em monocultivo, estabelecidas ha mais de 30 anos, com sinais de degradação, sobre a qual foram introduzidas três leguminosas forrageiras e uma espécie arbórea (Moringa oleifera) em consórcio, caracterizando os seguintes tratamentos: T1= Stylozanthes-cultivar Campo Grande+Brachiaria humidicola+Moringa oleifera; T2=Arachis pintoi–cultivar Belmonte+Brachiaria humidicola+Moringa oleifera; T3=Pueraria phaseoloides+Brachiaria humidicola+Moringa oleifera e T4=Brachiaria humidicola em monocultivo+Moringa oleifera, que foram delineados em DBC com cinco repetições por tratamentos e com duas ou três repetições no tempo em função da variável estudada. Objetivou-se avaliar o desempenho da Moringa oleifera no SAFs; os teores de nitrogênio e carbono e seus respectivos estoques na liteira e no solo; a produtividade animal e a persistência das leguminosas no consórcio com a Brachiaria humidicola. Para a avaliação do desempenho da Moringa oleifera, mediu-se o diâmetro do caule, a altura e taxa de sobrevivência da espécie em três diferentes períodos. Considerou - se como liteira todo resíduo vegetal desprendido da planta que se encontrava sobre o solo. Os estoques de carbono e nitrogênio do solo foram obtidos em função de seus teores e da densidade nas diferentes camadas de solo avaliadas. Para avaliação da produtividade animal, utilizaram-se ovinos na fase de recria/engorda sob manejo intermitente das pastagens diferidas, durante dois ciclos de pastejo com taxa de lotação variável (LTV). Para avaliação da persistência das leguminosas, considerou a participação de cada espécie no relvado em três diferentes períodos, e quatro ciclos de pastejo foram realizados em todos os tratamentos, nos dois primeiros ciclos utilizaram-se bovinos de corte com elevada carga animal independentemente da forragem disponível, caracterizando pastejo intenso, enquanto que nos dois últimos ciclos foram utilizados ovinos, a uma pressão de pastejo média de 10,3 kg de MS/100 kg de PV. Os dados obtidos foram submetidos ao PROC MIXED do SAS para análises estatísticas e diferenças entre médias de tratamentos foram analisadas pelo teste Tukey a

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Suplemento Especial - Agenda Científica

5% de probabilidade. A Moringa oleifera apresentou baixo desempenho e baixo percentual de sobrevivência nas condições deste experimento. O consórcio constituído pela Pueraria phaseoloides + Brachiaria humidicola apresentou liteira mais recalcitrante com maiores estoques de carbono e nitrogênio na liteira. O consórcio do Stylozanthes + Brachiaria humidicola apresentou liteira de melhor qualidade e proporcionou os maiores estoques de carbono e nitrogênio no solo, porém, esta leguminosa apresentou baixa persistência. O consórcio constituído pelo Arachis pintoi e a Brachiaria humidicola apresentou maior persistência e maior produtividade animal.

Título

Osmolalidade na motilidade espermática de Prochilodus lineatus e Brycon orbignyanus, e GnRHa e anti-dopamina na indução da espermiação e desova de Prochilodus lineatus Título alternativo

--Pesquisador:

Gonçalves, Antônio Carlos Silveira

Orientador:

Viveiros, Ana Tereza de Mendonça

Data da defesa:

11-Jun-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/1034

Assuntos:

Characiformes; Fertilização; Fertilization; Gametas Qualidade; Gametes - Quality; Ovaprim Resumo:

O curimbatá Prochilodus lineatus e a piracanjuba Brycon orbignyanus são peixes Characiformes, nativos da América do Sul, com grande potencial para a aquicultura. No estudo inicial (artigo 1) foram avaliadas soluções de NaCl, glicose e BTS® (Minitub®), preparadas em 10 diferentes osmolalidades (45 a 450 mOsm/kg) sobre a iniciação ou supressão da motilidade espermática em P. lineatus e B. orbignyanus. Quando presente, a taxa de motilidade foi determinada a 0, 30 e 120 segundos, enquanto o vigor espermático foi determinado a 0 e 30 segundos pós-ativação. A osmolalidade, mas não a composição da solução, afetou a motilidade e o vigor espermático.

Soluções até 270 mOsm/kg para P. lineatus e até 180 mOsm/kg para B. orbignyanus induziram motilidade em pelo menos 60% dos espermatozoides, com vigor mínimo de 3,0, e foram classificadas como agentes ativadores. Em relação à duração da motilidade, soluções entre 135 e 225 mOsm/kg para P. lineatus e a 135 mOsm/kg para B. orbignyanus induziram maior motilidade do sêmen. Por outro lado, soluções variando de 360 a 450 mOsm/kg em P. lineatus e 270 a 450 mOsm/kg em B. orbignyanus suprimiram a motilidade em pelo menos 95% dos espermatozoides e foram classificadas como meios imobilizadores. A osmolalidade do meio (solução) é o fator chave na iniciação ou supressão da motilidade espermática em P. lineatus e B. orbignyanus. Para a reprodução artificial (artigo 2), a eficiência do Ovaprim® como indutor de desova e espermiação foi comparada ao extrato de hipófise (EH) em P. lineatus. Fêmeas receberam 0,5 + 5,0 mg EH/kg; 0,05 + 0,45 mL Ovaprim®/kg; ou 0,125 + 0,375 mL Ovaprim®/kg. Machos receberam 0,4 + 4,0 mg EH/kg; ou 0,4 mg EH/kg + 0,25 mL Ovaprim®/kg. Não houve diferença entre os tratamentos Ovaprim® e EH, para fêmeas (qualidade dos ovócitos e de desova) e machos (qualidade espermática). Os valores médios para fêmeas foram: 242 g de peso de desova, 15% de índice de desova, 1.209 ovócitos/g de ova, 284.539 ovócitos/fêmea, 183 ovócitos/g de peso corporal, 1,18 mm de diâmetro do ovócito, 49% de taxa de fertilização, 43% de taxa de eclosão e 89% de larvas normais. Os valores médios para machos foram: volume de 3,0 mL, 14,9 x 109 espermatozoides/mL, osmolalidade de 283 mOsm/kg, pH de 7,4, 71% de espermatozoides móveis, velocidade curvilinear de 217 µm/segundo, velocidade linear de 102 µm/segundo e velocidade média de percurso de 189 µm/segundo. Ovaprim® pode ser utilizado como indutor da reprodução em P. lineatus, sem perda da qualidade dos gametas.

Título

Efeito de crioprotetores, diluidores e osmolalidade na qualidade espermática de Prochilodus lineatus e Brycon orbignyanus Título alternativo

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Suplemento Especial - Agenda Científica Pesquisador:

Nascimento, Ariane Flávia do

Orientador:

Viveiros, Ana Tereza de Mendonça

Data da defesa:

8-Ago-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/1214

Assuntos:

Sêmen; Teleósteo; Neotropical; Characiforme; CASA; Teleost Resumo:

A piracanjuba Brycon orbignyanus e o curimbatá Prochilodus lineatus são peixes Characiformes, nativos da América do Sul, com grande potencial para a aquicultura. No estudo inicial (artigo 1) foram avaliados os efeitos da osmolalidade, diluidores, crioprotetorores (CPAs) e tempo de equilíbrio sobre a motilidade do sêmen fresco de B. orbignyanus e P.lineatus. Vinte e quatro meios numa combinação de seis diluidores (BTS® e glicose a 270, 315 e 360 mOsm/kg), com os CPAs DMSO (Me2SO), metanol, metilglicol (MG) e um controle sem CPA foram preparados.Imediatamente após diluição, as amostras foram observadas em um microscópio de luz para confirmar se a todas as combinações de diluidorCPA iriam suprimir o inicio da motilidade espermática. A motilidade foi então ativada e avaliada imediatamente após diluição (amostras não-equilibradas) e após um tempo de equilíbrio de 30 min a 4 °C. Em ambas as espécies, a motilidade foi iniciada em todas as amostras diluídas em BTS-270-controle, Glu270-MG, Glu-270-MG, Glu-270-controle, e em todas as combinações contendo Me2SO. Em piracanjuba, a taxa de motilidade (77-92%) e vigor (3,3-4,7) das amostras não equilibradas não foram significativamente afetados por qualquer parâmetro. Depois de 30 minutos, no entanto, o vigor foi reduzido na maioria das amostras. Em curimbatá, a taxa de motilidade foi significativamente maior nas amostras não -equilibradas (83%) em comparação com amostras equilibradas por 30 min (75%). O vigor das amostras não-equilibradas não foi afetado por nenhum parâmetro (3,3-4,2). No sêmen congelado (artigo 2) foram avaliados os efeitos de CPAsna motilidade espermática, velocidades e integridade de membrana. Foram utilizados seis meio de congelamento compreendendo a combinação de três CPAs (Me2SO, metanol e MG) e dois diluidores (BTS® e glucose). 38

A taxa de motilidade, e as velocidades curvilinear (VCL), média na trajetória (VAP) e linear (VSL) foram avaliadas por meio de um sistema computadorizado de análise do sêmen (CASA). A integridade de membrana foi determinada utilizando os corantes fluorescentes SYBR® 14 e iodeto de propídio. Em B. orbignyanus, foi observada alta qualidade pós-descongelamento apenas em amostras congeladas em BTS-metilglicol; as amostras possuíam VSL de 90 μm/s, VAP de 113 μm/s e 57% de espermatozoides intactos. Em P. lineatus, foi observada alta qualidade pós-descongelamento em amostras congeladas em BTS-metilglicol, glicose-metilglicol e glicose-metanol. O sêmen congelado em Me2SO teve a menor qualidade. Com base nestes resultados, conclui-se que o metilglicol é o CPA mais adequado para B. orbignyanus e P.lineatuse fornece boa proteção da membrana durante o processo de criopreservação.

Título

Suplementação de vacas leiteiras com análogo de metionina e proteína de soja Título alternativo

--Pesquisador:

Morais Júnior, Nilson Nunes

Orientador:

Pereira, Marcos Neves

Data da defesa:

30-Ago-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/1784

Assuntos:

Aminoácido; Ácido 2-hidróxi-4-metiltio-butírico (HMB); Nitrogênio uréico no plasma; Proteína do leite; Síntese microbiana ruminal; Amino acids; 2-hydroxy 4-(methylthio)-butanoic acid (HMB); Plasma urea nitrogen; Milk protein; Rumen microbial synthesis Resumo:

Quatro experimentos avaliaram o desempenho de vacas leiteiras em dietas utilizando soja como principal fonte proteica. Os experimentos 1 e 2, em reversão simples, testaram substituição de soja crua por tostada Alfa Nutrisoja (Cooperalfa, Chapecó, SC) em dois níveis de inclusão. No experimento 1, foram utilizadas vinte e duas vacas e testada a subs-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

tituição em 3,7% na matéria seca dietética. A soja tostada aumentou a produção de leite de 30,8 para 31,9 kg/dia, as secreções de sólidos totais e lactose. No experimento 2, com dezesseis animais foi testada a substituição em 11%. A dieta com soja tostada aumentou a produção de leite (+1,1 kg/dia) e lactose (+0,06 kg/dia), com redução na concentração de glicose plasmática (-3,4 mg/dL). Os experimentos 3 e 4 avaliara a suplementação de HMBi (MetaSmart, Adisseo Inc., Antony , França), um análogo de metionina. No experimento 3, foram usadas vinte vacas, em delineamento quadrado latino, em arranjo fatorial 2x2, soja crua ou tostada e suplementadas ou não com HMBi. A substituição de soja crua por tostada aumentou a produção de leite de 34,6 para 37,8 kg/dia, e reduziu o nitrogênio ureico no leite e no plasma (NUP) A suplementação de HMBi não afetou o desempenho, mas reduziu NUP e a produção microbiana ruminal relativa. O Experimento 4, usando 234 vacas e realizado em condições controladas avaliou a suplementação de HMBi (MetaSmart, 35g/ vaca/dia) em dieta com 17% de proteína bruta (PB). A suplementação com HMBi aumentou o rendimento e teor de proteína do leite, e a concentração de dez AA no plasma. A substituição de soja crua por soja tostada nos níveis testados aumentou de produção de leite sem afetar consumo e composição do leite. O análogo de metionina resultou em ganhos quando suplementado em dieta com excesso de PB.

Título

Expressão de genes envolvidos no metabolismo lipídico no músculo de bovinos de corte alimentados com fontes de lipídeos Título alternativo

--Pesquisador:

Oliveira, Dalton Mendes de

Orientador:

Ladeira, Marcio Machado

Data da defesa:

3-Out-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4092

Assuntos:

Bos taurus; Nutrigenômica; mRNA; Oleaginosa; Tecido muscular; Nutrigenomics; Muscle tissue; Oilseed

Resumo:

Objetivou-se neste estudo analisar a expressão de genes envolvidos no metabolismo lipídico no músculo longissimus dorsi (LD) de bovinos, em duas condições experimentais, primeiro: alimentados com grão de soja (GS) ou gordura protegida (GP), suplementados ou não com monensina (M) e, segundo: alimentados com dietas contendo grão de soja (GS) ou caroço de algodão (CA), suplementados ou não com vitamina E (E). Foram utilizados 28 tourinhos Red Norte, com idade média de 20 meses em cada experimento, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, em um arranjo fatorial 2 x 2. As dietas apresentaram em média 6,5% de extrato etéreo e a silagem de milho utilizada como volumoso. A suplementação diária de monensina foi de 230 mg/cabeça/ dia, enquanto que a de vitamina E foi de 2.500 UI/cabeça/dia. 24h post mortem foram coletadas amostras do músculo LD. Foram avaliados os genes: receptor ativador por peroxissomas α (PPAR-α), fator de transcrição de proteínas ligantes aos esteroides (SREBP-1c), estearoil CoA dessaturase (SCD1), acetil CoA carboxilase (ACC), lipoproteína lipase (LPL), proteína de ligação ao ácido graxo (FABP4) e glutationa peroxidase (GPX1). A expressão gênica foi analisada, utilizando a técnica de RT-qPCR. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para analisar a normalidade dos dados. Posteriormente, os dados foram analisados no PROC GLM e no PROC CORR do SAS 9.2. No primeiro experimento, o gene PPAR-α foi mais expresso no músculo LD dos animais alimentados com GSM, sendo o ácido esteárico o principal responsável. O gene SCD1 foi mais expresso no tratamento onde os animais foram alimentados com GS e suplementados com M. As expressões da LPL e FABP4 foram maiores (P<0,05) no músculo LD dos animais alimentados com as dietas contendo GS e, além disto, ambos apresentaram correlação positiva com o ácido esteárico. O ácido araquidônico e o α-linolênico foram os principais ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) que apresentaram correlações com os genes avaliados. No segundo experimento houve interação (P<0,05) entre a oleaginosa e a vitamina E para os genes PPAR -α e SREBP-1c, no entanto, fontes de AGPI apresentaram respostas inversas sobre a expressão destes genes. O gene SCD1 foi mais expresso no tratamento com CA sem vitamina E, comportamento inverso

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Suplemento Especial - Agenda Científica

ao apresentado pelo gene GPX1. Os genes FABP4 e LPL foram mais expressos (P<0,05) nas dietas com inclusão de grão de soja. Foi possível observar que os ácidos graxos linoleico e oleico apresentaram correlações antagônicas para três genes: PPAR-α, ACC e FABP4. A expressão gênica de genes envolvidos no metabolismo lipídico foi afetada pela fonte lipídica e pela suplementação.

Título

Digestibilidade de nutrientes e desempenho de codornas japonesas suplementadas com ácidos orgânicos após pico de postura Título alternativo

de metabolizabilidade da matéria seca e coeficiente de metabolizabilidade da proteína bruta (p<0,05). O formiato de cálcio e butirato de sódio proporcionaram maior comprimento das vilosidades do duodeno e jejuno, respectivamente (p<0,05). A ração com butirato de sódio proporcionou menor profundidade de criptas no duodeno e íleo, e também maior relação vilo:cripta no jejuno, enquanto a ração com lactato de cálcio proporcionou a menor relação vilo:cripta no íleo. A menor contagem total de bactérias encontradas no inglúvio e jejuno foi com a utilização do ácido fumárico e, no ceco, com o lactato de cálcio. Os ácidos orgânicos demonstraram potencial para uso como promotores de desempenho para codornas japonesas, proporcionando maior peso dos ovos e melhorando a digestibilidade dos nutrientes e morfometria intestinal.

--Pesquisador:

Santos, Luziane Moreira dos

Orientador:

Murgas, Luis David Solis

Data da defesa:

4-Out-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/1763

Título

Soluções crioprotetoras para embriões de curimba - Prochilodus lineatus e zebrafish - Danio rerio Título alternativo

Assuntos:

Avicultura; Coturnicultura; Metabolismo; Morfometria intestinal; Qualidade de ovo; Poultry; Quails production; Metabolism; Intestinal morphology; Egg quality Resumo:

Observando-se a possível utilização dos ácidos orgânicos como promotores do desempenho de codornas, avaliaram-se o desempenho, qualidade dos ovos, digestibilidade de nutrientes e morfologia intestinal de codornas japonesas após pico de postura, as quais receberam rações suplementadas com ácidos orgânicos. Foram utilizadas 360 aves com 41 semanas de idade, distribuídas em um delineamento em blocos casualizados com parcelas subdivididas (4 períodos de 21 dias) e oito repetições com 9 aves cada uma. Os tratamentos constaram de uma ração-controle (RC), RC com ácido fumárico, RC com butirato de sódio, RC com formiato de cálcio e RC com lactato de cálcio. O formiato de cálcio proporcionou maior porcentagem de albúmen e o butirato de sódio, maior peso dos ovos (p<0,05) em todos os períodos avaliados. A ração contendo formiato de cálcio apresentou maiores energia metabolizável aparente, coeficiente 40

--Pesquisador:

Paula, Daniella Aparecida de Jesus

Orientador:

Murgas, Luis David Solis

Data da defesa:

4-Out-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3075

Assuntos:

Peixe - Embrião - Conservação; Peixe - Crioprotetor; Peixe - Reprodução; Peixe - Morfologia; Nanotubo de carbono; Fish; Cryoprotectant; Conservation; Carbon nanotube; Reproduction Resumo:

O resfriamento/congelamento de embriões de peixes permite diversas aplicações práticas e de conservação da biodiversidade, entretanto, novas substâncias devem ser testadas a fim de melhorar os resultados desse processo e obter o sucesso na criopreservação. Diante disso, foram desenvolvidos estudos com diferentes substâncias e os resultados divididos em artigos científicos. Objetivou-se, no primeiro artigo submeter embriões de Prochilodus lineatus às incubadoras experimentais com soluções de ál-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

cool polivinílico, hidroxietilcelulose (HEC), gelatina e soro fetal bovino combinadas ao dimetilsulfóxido (DMSO) ou etilenoglicol e determinar a combinação de crioprotetores menos tóxica e sua influência na morfometria dos embriões, além de comparar a eficiência de incubadoras experimentais com as incubadoras tipo funil, pela temperatura, oxigênio e taxa de fertilização das mesmas. A maior porcentagem de embriões viáveis observada foi em 3% de DMSO e 1% de HEC, e os embriões foram influenciados quanto a sua morfometria pelos crioprotetores. Observou-se que as incubadoras experimentais podem ser utilizadas como modelos experimentais pois, a taxa de fertilização não foi influenciada. Objetivouse, no segundo artigo, submeter embriões de Danio rerio às soluções contendo HEC ou sacarose (SAC) combinadas ao DMSO e determinar a combinação de crioprotetores menos tóxica e sua influência no resfriamento (0°C) e na morfometria dos embriões. A porcentagem média de eclosão, de larvas anormais e as análises morfométricas foram influenciadas pelos tempos de exposição no resfriamento e no teste de toxicidade. Foram observados edema do pericárdio e do saco vitelínico e má formação axial em todos os tratamentos. A HEC e a SAC combinadas ao DMSO podem ser utilizadas durante 2h de resfriamento a 0°C, mantendo a porcentagem de eclosão média de 60%. Objetivou-se, no terceiro artigo, submeter embriões de P. lineatus à soluções com DMSO, SAC e nanotubos de carbono (NTCs) e avaliar sua influência na viabilidade das larvas, na morfometria dos embriões e na criopreservação dos mesmos. NTCs associados ao DMSO e a SAC não foram tóxicos aos embriões de curimba, porém influenciaram as análises morfométricas e não foram suficientes em protegê-los durante o congelamento e descongelamento, pois, às 3h pós-descongelamento nenhum embrião sobreviveu. NTCs adentraram os embriões e mantiveram alta porcentagem de embriões íntegros.

Título

Produção e nutrição de Muçuãs (Kinosternon scorpioides) em cativeiro: estudos preliminares para o desenvolvimento de um sistema zootécnico

Título alternativo

--Pesquisador:

Araújo, Jamile da Costa

Orientador:

Rosa, Priscila Vieira e

Data da defesa:

29-Nov-2013

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/2562

Assuntos:

Animal silvestre; Mucuãs; Conservação; Réptil; Sustentabilidade; Reptiles; Turtle farming; Sustainability; Conservation; Wild life; Quelonicultura Resumo:

O muçuã (Kinosternon scorpioides) é um quelônio bastante apreciado na região amazônica e autorizado para a criação comercial em cativeiro. Contudo, há poucos estudos que abordem a produção deste animal. Portanto, por meio destes estudos objetivou-se obter informações que auxiliem no desenvolvimento de um sistema zootécnico para esta espécie (kinostercultura). Desta forma, este trabalho está dividido em duas partes, sendo a primeira referente à introdução e referencial teórico, e a segunda constituída por seis artigos científicos. O primeiro artigo objetivou-se reunir e debater informações sobre o atual conhecimento da nutrição de quelônios, direcionados à produção animal. Pôdese concluir que a grande diversidade de espécies de quelônios, e as diferenças entre elas, exigem abordagens comparativas entre espécies, o que gera maior esforço para o estabelecimento de exigências e protocolos nutricionais para cada espécie desse grupo de animais. O segundo artigo objetivou reunir informações que auxiliem a fundamentar o fornecimento adequado de vitaminas e minerais para quelônios em cativeiro. E se observou que deve-se levar em consideração as fontes de suplementação e a associação destes compostos na dieta, além de sua interferência na assimilação destes nutrientes. O artigo 3 objetivou o desempenho dos muçuãs criados em cativeiro nas fases de cria (50-100g) e recria (100-200g). E pôde-se observar que o consumo de ração foi igual nas duas fases, entretanto houve diferenças no crescimento e ganho de peso. No artigo 4 avaliou-se o desempenho produtivo de juvenis de muçuãs alimentados rações de diferen-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

tes níveis proteicos. No qual observou-se melhor desempenho dos animais alimentados com ração contendo 32% de proteína bruta (PB). No 5º artigo, objetivou-se determinar a digestibilidade aparente de rações contendo diferentes níveis proteicos, para muçuãs juvenis em cativeiro. Observou-se que a dieta com 42% de PB foi a que proporcionou maior digestibilidade dos componentes estudados. E que o aumento da porcentagem de PB na ração, em geral acarretou em aumento do CDA da PB. Enfim no artigo 6, se avaliou o comportamento e aceitação alimentar dos diferentes resíduos de frutas (coco, laranja, abacaxi, acerola e manga), por muçuãs em cativeiro. As fases de comportamento alimentar observadas nos animais foram: forrageio, aproximação, reconhecimento olfativo, apreensão, dilaceração e ingestão. Notou-se comportamentos de neustofagia e de limpeza, assim como aceitação de todos os resíduos oferecidos, sendo a menor para o bagaço de coco.

Título

Metabolismo energético em híbrido de Pseudoplatystoma reticulatum X Leiarius marmoratus Título alternativo

Energetic metabolism in Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius marmoratus hybrid Pesquisador:

Prieto Guevara, Martha Janeth

Orientador:

Rosa, Priscila Vieira e

Data da defesa:

13-Fev-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3457

Assuntos:

Peixe; Histologia hepática; Glicogênio; Glicose; Ácido graxo; Triglicerídeo; Perfil lipoproteico; Fatty acid; Hepatic histology; Glycogen; Glucose; Triglycerides; Lipoprotein profile; Lipid profile; Fish Resumo:

O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência dos níveis de amido e diferentes fontes de óleos nas dietas sobre o metabolismo energético em híbrido de Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius marmoratus. O experimento foi realizado 42

no laboratório de metabolismo de peixes da Universidade Federal de Lavras. Foram utilizados 520 juvenis do híbrido, com peso médio de 82,87g, mantidos em caixas de 100L, em sistema de recirculação, a uma temperatura média de 27,8±0,3ºC. Delineamento experimental inteiramente ao acaso com oito tratamentos em esquema fatorial 2x4 (dois níveis de amido de milho 5 e 25% e quatro fontes de óleo linhaça, oliva, milho e peixe). Cada tratamento foi fornecido a 5 caixas, totalizando 40 parcelas. Realizou-se uma coleta nos 60 dias de experimento e foram determinadas as concentrações de proteína, glicose e de triglicerídeos no soro, músculo e fígado; o perfil de lipoproteínas séricas e perfil de ácidos graxos no fígado e músculo, a magnitude de vacuolização e porcentagem de deposição de lipídeos e glicogênio, e o índice hepatossomático (IHS). As concentrações de proteína e triglicerídeos no fígado apresentaram efeito independente dos níveis de amido e fontes de óleo (P<0,05). As concentrações de proteína no músculo, glicose e triglicerídeos no soro apresentaram efeito da interação significativa (P<0,05) entre os níveis de amido e as fontes de óleo na dieta (P<0,05). A glicose muscular foi afetada pelas fontes de óleo na dieta (P<0,05). O IHS foi maior com 25% de amido (P<0,05). A interação entre os diferentes níveis de amido e fontes de óleo na dieta interferiram na deposição de lipídeos e glicogênio, assim como na estrutura do parênquima hepático (p<0,05). A concentração de triglicerídeos, HDL, LDL e VLDL no soro foi influenciada pela interação entre os níveis de amido e as fontes de óleo na dieta (P<0,05). A interação entre níveis de amido e fontes de óleo teve efeito sobre o total de SFA, MUFA, PUFA, HUFA, e na relação n3/ n6 no fígado e músculo (P<0,05). A composição de ácidos graxos no fígado e no músculo foi significativamente afetada pelas dietas (P<0,05). Conclui-se que níveis de amido, fontes de óleo e sua interação, bem como a relação n3/n6 afetam a glicose sérica, o metabolismo energético do híbrido, o perfil das lipoproteínas séricas e a proporção entre n3/ n6 da dieta alteram a histologia hepática. O perfil de ácidos graxos e a relação n3/n6 da dieta não se refletiram na sua totalidade no perfil do fígado e músculo do hibrido, sendo que o DHA foi preservado no músculo.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Níveis e formas de suplementação da vitamina D para frangas de reposição Título alternativo

--Pesquisador:

Remolina Rivera, Diego Fernando

Orientador:

Bertechini, Antonio Gilberto

Data da defesa:

24-Fev-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/3658

Assuntos:

Poedeira comercial; Desempenho produtivo; Qualidade óssea; Ovos - Qualidade; Commercial laying pullets; Productive performance; Bone quality; Egg quality Resumo:

A pesquisa foi realizada com o objetivo de avaliar os efeitos de fontes de vitamina D, isoladas e/ou associadas nas dietas de frangas leves de reposição, sobre o desempenho e características ósseas dessas aves. As fontes estudadas foram colecalciferol (D3), isolado ou associado com 25-hydroxycolecalciferol (25-OHD3) e/ou 1α-hydroxycolecalciferol (1α-OHD3). Foram utilizadas 1920 pintinhas de um dia Dekalb White, durante 18 semanas, utilizando um delineamento inteiramente casualisado, em esquema fatorial, composto por quatro níveis de fornecimento de vitamina D (500 UI/kg, 1000 UI/kg, 1500 UI/kg e 2000 UI/kg) e quatro associações com fontes diferenciadas (100% D3; 50% D3 e 50% 25-OHD3; 50% D3 e 50% 1α-OHD3; 33,33% D3, 33,33% 25-OHD3 e 33,33% de 1α-OHD3). Para determinar o desempenho produtivo e a qualidade óssea, foram realizadas avaliações no ultimo dia da 6a, 12a e 18a semana. Após a fase experimental, 12 aves de cada repetição foram alojadas em galpão de produção, para avaliar os efeitos residuais dos tratamentos utilizados na fase inicial, de cria e recria; sobre o desempenho, a qualidade de ovo e a qualidade óssea das galinhas poedeiras da 24a a 40a semanas de idade. Não houve interação (p>0,05) entre as fontes e os níveis de vitamina D avaliados no experimento. Na fase de 0 a 6 semanas de idade, observou-se melhor (p<0,05) uniformidade, quando se formulou com D3 isolado ou associado ao 25-OHD3 e maior porcentagem de cinzas (CZ) e cálcio (Ca) na

tíbia, ao fornecer D3 associada ao 1α-OHD3, embora houvesse incremento na porcentagem de fósforo (P) nas tíbias das aves alimentadas com rações formuladas com D3 associado ao 25-OHD3 e 1α-OHD3. Não houve efeitos (p>0,05) das fontes ou dos níveis analisados na fase de 0 a 12 semanas de idade. Na fase de 0 a 18 semanas, houve efeito linear (p<0,05) do nível da suplementação de vitamina D sobre a conversão alimentar e a porcentagem de cálcio e fósforo nas tíbias de frangas. Os tratamentos utilizados no período experimental não produziram efeitos (p>0,05) sobre o desempenho produtivo, a qualidade do ovo e a qualidade óssea na fase produtiva (24a – 40a semanas) do ciclo de poedeiras. Tendo em conta as condições experimentais, associar fontes de vitamina D pode ser uma alternativa para melhorar a qualidade óssea na fase inicial (0 a 6 semanas de idade) de frangas leves de reposição. O aumento da suplementação de vitamina D melhora a conversão alimentar e a qualidade óssea das aves de 0 a 18 semanas de idade. Utilizar programas com diferentes fontes e níveis de vitamina D de 0 a 18 semanas de idade não tem efeito sobre o desempenho produtivo, a qualidade de ovo e a qualidade óssea de poedeiras comerciais de 24 a 40 semanas de idade.

Título

Avaliação de um antioxidante comercial (EconomasE ®) em dietas para gatos adultos Título alternativo

Evaluation of a commercial antioxidant (EconomasE®) in diets for adult cats Pesquisador:

Ogoshi, Rosana Claudio Silva

Orientador:

Saad, Flávia Maria de Oliveira Borges

Data da defesa:

12-Mar-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4654

Assuntos:

Equilíbrio ácido-básico; Estresse; Felino; Radical livre; Acid-base balance; Stress; Feline; Free radical Resumo:

Situações estressantes são inevitáveis para gatos e têm como resultado o aumento na produção de radi-

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Suplemento Especial - Agenda Científica

cais livres os quais são associados às doenças. Dessa maneira, objetivou-se avaliar os níveis crescentes de suplementação de um pool de antioxidantes não enzimáticos (AOX) em dieta de gatos e seus efeitos sobre o estresse fisiológico, avaliação dos status oxidativo, bioquímica sérica, parâmetros do equilíbrio ácido-básico, fragilidade osmótica eritrocitária, parâmetros urinários e hemograma completo. Foram utilizados 24 gatos adultos, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro níveis (0, 250, 500, 750 mg de AOX/kg de alimento na matéria seca) e seis repetições durante 80 dias. Coletou-se sangue dos gatos em jejum no dia 0 e a cada 20 dias (tempos - T). No 61º dia, os gatos foram submetidos a um estresse induzido por meio da presença de cães próximo ao recinto experimental (agente estressor; AE) que permaneceram até o final das avaliações. Observou-se que os efeitos estresse induzido foram controlados pela suplementação de AOX com manutenção dos níveis plasmáticos de cortisol e dialdeído malônico e consequente manutenção da atividade da enzima superóxido dismutase e redução da atividade da enzima catalase. Houve, ainda, o aumento do HDL-c conforme a aumento dos níveis de suplementação do AOX. Nos parâmetros do balanço ácido básico, houve aumento na pressão parcial de dióxido de carbono e do bicarbonato plasmáticos, conforme a aumento dos níveis de suplementação do AOX. Houve, ainda, aumento da concentração da hemoglobina nos gatos suplementado com os maiores níveis estudados. Não houve diferenças nas demais variáveis estudadas. Conclui-se que o AOX causa importante controle do estresse, sendo recomendado o nível de 750 mg/kg de matéria seca de dieta para gatos adultos.

Título

Composição corporal e metodologias para a determinação de exigências nutricionais em cordeiros Título alternativo

--Pesquisador:

Ribeiro, Fabrício Leonardo Alves

Orientador:

Pérez, Juan Ramon Olalquiaga

Data da defesa:

28-Abr-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4638

44

Assuntos:

Ovinos; Nutrição; Crescimento; Sheep; Nutrition; Growth Resumo:

As exigências nutricionais e a composição corporal são determinadas comunmente por meio do abate comparativo. O objetivo deste trabalho foi comparar a metodologia clássica de abate comparativo com a de consumo de oxigênio associado aos batimentos cardíacos para a predição das exigências de mantença de cordeiros. No experimento foram utilizados 27 cordeiros Santa Inês (± 30kg de PV), arranjados em delineamento experimental inteiramente casualizado, distribuídos em 4 grupos: grupo referência, abatido no inicio do experimento, grupo de alimentação ad libitum, grupo de restrição alimentar de 30% e grupo de restrição alimentar de 50%. Os animais entravam em quartetos no experimento e a oferta de alimentos para os animais restritos era feita com base no consumo do animal ad libitum de cada quarteto. Com exceção do grupo referência os demais animais foram abatidos assim que o cordeiro ad libitum de cada quarteto atingiu 47kg. Avaliou-se: composição corporal, exigências nutricionais de ganho e mantença, eficiência de utilização da EM para ganho e mantença, batimentos cardíacos, consumo diário de O2. As exigências líquidas de proteína para o ganho diminuíram com o avanço no peso vivo e as de energia aumentaram. A eficiência de utilização da energia para o ganho foi de 32,78%. Para as exigências de mantença os valores estimados foram: 65,01 kcal/PV0,75/dia (ELm) e 105,8 kcal/PV0,75/dia (EMm). A eficiência de utilização da energia metabolizável para mantença foi de 61,41% (km). Foram observadas diferenças entre o total de batimentos cardíacos em função da restrição alimentar, entretanto, não foram observadas diferenças entre o consumo de O2 e o valor de O2 consumido por batimento (O2P). A exigência de mantença calculada por esse método foi sensivelmente superior àquela estimada pelo abate comparativo e discorda dos dados revisados na literatura, esse comportamento pode ser atribuído ao estresse dos animais no momento da coleta dos dados de batimentos cardíacos e consumo de oxigênio.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Retrocruzamento entre as variedades de Oreochromis niloticus Red Stirling e Chitralada Título alternativo

Backcrossing among strains of Nile Tilapia Red Stirling and Chitralada Pesquisador:

Lago, Aline de Assis

Orientador:

Freitas, Rilke Tadeu Fonseca de

Data da defesa:

1-Ago-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4458

Assuntos:

Introgressão gênica; Crescimento; Heterose; Tilápia vermelha; Análise de trilha; Gene introgression; Growth; Heterosis; Red tilapia; Path analysis Resumo:

No intuito de propor estratégias para produzir um híbrido intraespecífico de Oreochromis Niloticus com desempenho superior e coloração vermelha, foram realizados retrocruzamentos, com genitores da variedade Red Stirlirg e Chitralada, contendo 50%, 75% e 87,5% da proporção gênica da variedade Chitralada. A incidência de manchas melânicas na variedade Red Stirling e em seus cruzamentos proporciona desvalorização do produto final. Por sua importância comercial, a proporção de manchas foi caracterizada e seus efeitos diretos e indiretos sobre o peso corporal e medidas morfométricas foram avaliados. Os experimentos foram conduzidos na Indústria Brasileira de Peixe Ltda. em Itupeva – SP. Inicialmente, foi realizado um cruzamento entre as variedades Red Stirling e Chitralada para a obtenção da geração F1. Posteriormente, foi obtida a primeira geração de retrocruzamento (RC1). Em sequência, a segunda geração de retrocruzamento recorrente (RC2). Em esquema dialélico, sete grupos genéticos foram formados. Biometrias periódicas foram realizadas, nas quais, foram aferidas as seguintes medidas morfométricas: Comprimento Padrão (CP); Altura (A); Largura (L), Comprimento de cabeça (CC) e altura de cabeça (AC). Foram calculados os valores de heterose, heterose materna, heterose paterna, capacidade geral de combinação, capacidade específica de combinação e efeito materno, para peso e comprimento. Nos estudos de crescimento, para a fase de

alevinagem, o modelo logístico foi ajustado, porém não houve diferenças significativas entre os parâmetros A, B e K do modelo. O crescimento foi diferente entre machos e fêmeas na segunda fase, em que o modelo ajustado foi o exponencial. Para os machos, o cruzamento com melhor desempenho foi observado no RC2. Para fêmeas, o melhor desempenho foi observado no RC1 (C×CR). Para as avaliações de manchas, foi registrada uma fotografia para cada lado do peixe. As imagens foram tratadas e a quantificação de manchas foi realizada com a utilização do software ENVI EX. Os dados foram submetidos às análises de resíduos, de variância e teste de Scott-Knott. Para se verificar os efeitos diretos e indiretos da proporção de manchas e medidas morfométricas sobre o peso, realizou-se a análise de trilha. As variáveis avaliadas apresentaram multicolinearidade, dessa forma os coeficientes foram estimados por regressão em crista. A proporção de manchas difere entre o parental Red Stirling, os grupos F1 e retrocruzamentos e não segue um padrão específico, apresentando variação entre e dentro de cada grupo. Diante dos coeficientes de trilha e de correlação, pode-se afirmar que essa característica não apresenta efeitos diretos e indiretos sobre o peso e medidas morfométricas.

Título

Arginina e ractopamina na nutrição de porcas gestantes: efeitos sobre o desenvolvimento fetal e pós-natal das progênies Título alternativo

--Pesquisador:

Garbossa, Cesar Augusto Pospissil

Orientador:

Cantarelli, Vinícius de Souza

Data da defesa:

11-Ago-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4507

Assuntos:

Porca; β-adrenérgico; Fibra muscular; Gestação; Progênie; Sow; β-adrenergic; Muscle fiber; Gestation; Progeny Resumo:

Cem porcas foram divididas em quatro tratamentos, dieta controle, dieta controle mais 1,0% de inclusão

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Suplemento Especial - Agenda Científica

de L-arginina (Arg), dieta controle acrescida de 20 ppm de ractopamina-HCL (Rac) e a dieta controle com a inclusão de ambos (Arg + Rac). As porcas foram blocadas de acordo com a sua ordem de parte e linhagem genética. As progênies das fêmeas foram avaliadas desde o nascimento até o abate. O tratamento Arg + Rac teve um maior número de leitões natimortos (P <0,014). O peso ao nascer dos leitões de porcas alimentadas com Rac foi 11% maior (P <0,031) quando comparado aos leitões do tratamento controle. A distribuição no peso ao nascer foi melhorada pelo tratamento com Rac e Rac + Arg, uma maior percentagem de leitões foi observada com peso de nascimento superior a 1,6 kg (P <0,079). O CV do peso na desmama da progênie de matrizes alimentadas com Rac durante a gestação teve tendência (P <0,080) a ser menor. O diâmetro da fibra muscular do músculo semitendíneo dos leitões das fêmeas que receberam Arg, Rac e Arg+Rac aumentou (P <0,0001), quando comparado com o controle e, como consequência, o número de fibras por mm² diminuiu (P <0,0001). Na fase de creche o peso final da progênie de porcas que receberam Arg e Rac foram maiores (P <0,010) quando comparados com os animais do grupo controle. No início da fase de terminação 1 o peso dos animais do tratamento das porcas que receberam Arg foi maior do que os animais do tratamento Arg + Rac. O peso de carcaça quente foi maior (P <0,0001) para a progênie das fêmeas que receberam Arg e Rac em relação ao controle. A compacidade de carcaça foi maior (P <0,0211) para a progênie das fêmeas que receberam Arg comparada com a progênie de fêmeas que receberam Arg + Rac. O índice de bonificação (IB) apresentou tendência (P = 0,061) a ser maior para os animais do grupo Rac em comparação com os outros grupos. Não foram observados efeitos significativos para o lucro líquido, os suínos de fêmeas que receberam Arg foram 0,9% mais rentáveis do que o controle. Considerando-se o IB os animais do tratamento Rac obtiveram um lucro líquido 2,3% maior, o que representa US$1,93 dólares a mais por animal, quando comparado com os animais do grupo controle. Demonstrou-se com o estudo que a utilização de arginina e ractopamina para porcas gestantes são tecnologias aplicáveis na produção de suínos, melhorando a qualidade da progênie. A associação de ambas não diferiram do grupo controle, porém 46

mais testes devem ser feitos para avaliar e levar a uma melhor compreensão do uso dessas tecnologias nos sistemas de produção de suínos modernos.

Título

Ajuste de curvas de lactação de vacas da raça holandesa de rebanhos do estado de Minas Gerais Título alternativo

--Pesquisador:

Azevedo Júnior, Jairo

Orientador:

Gonçalves, Tarcisio de Moraes

Data da defesa:

13-Ago-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4845

Assuntos:

Bovino de leite; Comparação de modelos; Herdabilidade; Modelo de regressão aleatória; Dairy cattle; Models comparison; Heritability; Random regression mode Resumo:

Os Modelos de Regressão Aleatória diferem entre si por meio da função utilizada para descrever a forma da curva de lactação dos animais. Objetivou-se neste estudo comparar Modelos de Regressão Aleatória, ajustados sob diferentes funções, para descrever a lactação de animais de rebanhos da raça Holandesa no estado de Minas Gerais. Foram analisados 28.118 dados de produção no dia do controle leiteiro de 4.230 animais em primeira lactação, distribuídos em cinco rebanhos. As funções de Wilmink, Ali & Schaeffer e Polinômios de Legendre (ordens 4, 5 e 6) foram ajustadas sob Modelos de Regressão Aleatória, para modelar a trajetória média de produção (fixa) e os efeitos genético e de ambiente permanente (aleatórios) ao longo da lactação. A variância residual foi assumida como constante ao longo da lactação. As análises foram realizadas com o uso do programa AIREMLF90. Com exceção do modelo com a função polinomial de ordem 5, todos os modelos convergiram. A função de Wilmink apresentou menores valores para os critérios baseados no máximo da função de verossimilhança (-2log(L), AIC e BIC). O modelo com a função polinomial de Legendre de ordem 6 apresentou menor variância residual, fato associado ao maior número

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de parâmetros dessa função. As estimativas de herdabilidade ao longo da lactação foram baixas e semelhantes entre as funções; variaram de 0,07 a 0,18 e valores maiores foram observados a partir do 215º dia da lactação. Observou-se que, a partir dos 155 dias de lactação, as correlações genéticas e de ambiente permanente entre os controles subsequentes, são de elevada magnitude. A função de Wilmink é a mais adequada para o estudo da produção de leite de animais de rebanhos da raça Holandesa em primeira lactação no estado de Minas Gerais. A partir dos 155 dias de lactação, a seleção de animais pode ser praticada. Produções posteriores aos 155 dias de lactação podem ser obtidas por meio de projeção da lactação. Efeitos ambientais permanentes têm maior influência sobre a produção de leite, principalmente, no final da lactação. As causas desses efeitos devem ser consideradas uma vez que os efeitos são importantes e podem ser cumulativos ao longo da lactação.

Título

Crude glycerin as an energy feed for dairy cows Título alternativo

--Pesquisador:

Zacaroni, Ozana de Fátima

Orientador:

Pereira, Marcos Neves

Data da defesa:

15-Ago-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4844

Assuntos:

Glicerol; Glicerina bruta; Metanol; Cana-de-açucar; Palatabilizantes; Glycerol; Crude glycerin; Methanol; Sugarcane; Sensorial feed additives Resumo:

Com o crescimento mundial na produção de biodiesel existe maior disponibilidade do co-produto glicerina bruta. Glicerol é o principal componente da glicerina bruta, tendo valor energético próximo ao do milho, podendo ser usado na alimentação animal. A inclusão de glicerina bruta em dietas contendo silagem de cana-de-açúcar pode ser uma forma para compensar a perda de energia que ocorre na ensilagem desta forrageira. No entanto, o maior contaminante da glicerina é

o metanol, que pode causar danos a saúde animal. O objetivo deste estudo foi avaliar a inclusão de glicerina bruta com alto teor de metanol em dietas de vacas leiteiras. No primeiro experiemento testou-se a substituição parcial de silagem de milho por uma mistura isofibrosa de silagem de cana e glicerina bruta (7,2% de metanol). Simultaneamente foi avaliada a incorporação de flavorizantes às forragens, em arranjo fatorial 2x2 de tratamentos. Foi avaliado o desempenho, a digestibilidade, a seletividade e o equilíbrio ácido-básico venoso. A adição de flavorizantes à dieta com silagem de milho reduziu a produção de leite (32,2 vs 31.1 kg/d), mas induziu aumento da produção das vacas consumindo silagem de cana e glicerina bruta (30.3 vs 31.7 kg/d). Silagem de cana e glicerina aumentaram o teor de gordura e proteina no leite. Flavorizantes reduziram a concentração de glicose no sangue quando adicionados a dietas contendo silagem de milho, mas aumentaram quando foram adicionados a dietas contendo silagem de cana. Houve rejeição de particulas longas e o consumo preferencial por particulas pequenas quando palatabilizantes foram adicionados a silagem de milho, no entanto ocorreu uma reduçãona rejeição de partículas longas quando adicionados a silagem de cana. Não houve efeito dos tratamentos sobre a digestibilidade aparente de nutrientes no trato digestivo total. O tipo de forragem não determinou o equilíbrio ácido-básico venoso, no entanto, antes da alimentação matinal, flavorizantes reduziram a pressão parcial de gás carbônico e a saturação de hemáceas e aumentaram a pressão parcial de oxigênio e a saturação de oxigênio. No segundo experimento foi avaliado a sustituição parcial milho finamente moído por 0, 5 e 10% de glicerina bruta. Foi avaliado o desempenho, a digestibilidade e o equilíbrio ácidobásico. A inclusão de glicerina reduziu linearmente a produção de leite (22,2; 21,2; 20,0 kg/d) e a secreção de lactose, sem afetar o consumo de matéria seca, reduzindo a eficiência alimentar. O teor de gordura (4,11; 4,33; 4,37%) e de proteína (3,47; 3,64; 3,73%) aumentou linearmente com a suplementação de glicerina. Os tratamentos com 5 e 10% de glicerina induziram a redução da pressão parcial de gás carbônico e aumento na saturação da hemoglobina com oxigênio, 6 horas após a alimentação matinal. A inclusão de glicerina bruta contendo 7.2 % de metanol não causou efeito negativo na saúde de vacas leiteiras.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Substituição de milho por glicerina bruta na dieta de bovinos Título alternativo

--Pesquisador:

Lima, Ronaldo Francisco de

Orientador:

Pereira, Marcos Neves

Data da defesa:

17-Set-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/9533

Assuntos:

Biodiesel; Bovinos; Glicerol; Glicose; Metanol; Biodiesel; Bovine; Glucose; Glycerol; Methanol Resumo:

Glycerol in glycerin from biodiesel can substitute corn starch as an energy source for ruminants. We evaluated methanol rich, crude glycerin (7.3% methanol and 70.2% DM, as fed basis) as bovine feed. In Experiment 1, 36 Holstein-Zebu crossbred heifers (177 ± 56 kg) were fed 0% (T0), 5.6% (T6), or 11.9% (T12) of crude glycerin in diet DM, and 15.2%, 7.8% or 0% of finely ground corn, respectively. Diets composition were (% of DM): 69.6 ± 1.3 of sugarcane silage, 14.2 ± 0.3 of soybean meal, 1.0of urea, 12.6 ± 0.4 of CP, and 49.0 ± 0.7 of NDF. Heifers were blocked by body weight and received a treatment for 91 d, after a 14-dstandardization period. Data were obtained over time and the value of the same variable at the end of the standardization period was used as covariate in the statistical model. Linear (T0 vs. T12) and quadratic (T6 vs. T0 + T12) contrasts compared treatments. Increasing dietary glycerin content induced a linear decrease in DM intake (DMI) in the first two days of the experimental period (P<0.05), and a quadratic trend for decline in DMI (P=0.13) and digestible OM intake (P=0.10) throughout the experiment. Glycerin quadratically reduced body weight adjusted for the weight at the end of the standardization period (P=0.03), girth circumference (P=0.09), and body condition score (P=0.02), but had no detectable effect on weight gain (P>0.38): 306 g/d on T0, 343 g/d on T6, and 254 g/d on T12. There were trends for quadratic variation (0.10<P<0.15)in total tract apparent digestibility of DM, OM, and NDF, 48

highest on T6 and lowest on T0. Ruminal pH increased (P<0.01) and the content of protozoa in the fluid was reduced (P=0.07) by glycerin, both linearly. There was no effect of treatment on the ratio between the content of allantoin and creatinine in urine (P>0.49). The lowest content of plasma urea-N was observed on T6 and the highest was on T0 (P=0.05 for quadratic contrast). Glycerin linearly reduced the content of blood plasma glucose (P=0.02) and increased the contents of methanol (P=0.02) and formate (P<0.01). There was a trend fora linear decrease in the plasma content of the enzyme aspartate aminotransferase with increased content of glycerin in the diet (P=0.13), with no effect on gamma glutamyltransferase (P>0.26). Rumination and chewing time per day were highest on T6 and lowest on T0 (P<0.05 for quadratic contrast), but chewing activity per unit of DMI did not differ among treatments (P>0.35). There were linear variations in parameters describing the acid-base balance in venous blood, suggesting that glycerin induced metabolic acidosis. Experiment 2 evaluated ruminal and blood parameters of non-lactating cows after the morning infusion through rumen cannula (0.5% of body weight) of finely ground corn (C), rehydrated and ensiled ground corn (MR), pure glycerol (G), or glycerol with 7.2% methanol (GM). Corn gluten meal was added to treatments G and GM to achieve similar N content to M and MR. Four crossbred Holstein-Zebu cows (576 ± 35 kg) received a sequence of the treatments in a 4 x 4 Latin Square with 5-d periods. Samples of jugular blood and rumen fluid were obtained simultaneously at 2-h intervals for 24 h after infusions. Contrasts evaluated treatments: C1 = M + MR vs. GM + G, C2 = G vs. GM, and C3 = M vs. MR. The DMI was 17.6 kg/d on M, 17.0 kg/d on MR, 15.2 kg/d on G, and 15.2 kg/d on GM (P=0.03 for C1). Ruminal in situ degradation of DM from alfalfa, corn silage, sugarcane silage, and Tifton at6, 12, and 24 h of incubation was inhibited by glycerol (P<0.01 for C1). Mean (P=0.12 for C1) and maximum (P=0.04 for C1) ruminal pH on corn were lower than on glycerol. Glycerol increased the contents of ruminal ammonia6 and 8 h post-infusions and plasma urea-N 8, 12, 14, 16, and 20 h, but glycerol reduced ruminal ammonia 2 h post-infusion (P<0.01 for C1). Plasma glucose content was increased by glycerol, due to the increased concentrations 2, 4,

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Suplemento Especial - Agenda Científica

and 6 h after infusions (P<0.01 for C1). There were no treatment effects on blood parameters describing the acid-base balance in venous blood (P>0.25). The replacement of crude glycerin for corn in the diet of heifers reduced plasma glucose content, while the infusion of glycerol in the rumen of cows increased plasma glucose. Clinical symptoms of methanol toxicity were not observed when heifers were fed crude glycerin for 91 days (224 mg of methanol/kg of bodyweight) or cows received glycerol infusions in the rumen (207 mg of methanol/kg of bodyweight). The partial replacement of corn by crude glycerin was a viable alternative, but complete replacement depressed intake and heifer performance.

Título

Ácido benzoico para leitões na fase inicial: avaliação in vivo e ex vivo Título alternativo

Benzoic acid for piglets in incial fase: in vivo and ex vivo evaluation Pesquisador:

Silveira, Hebert

Orientador:

Cantarelli, Vinícius de Souza

Data da defesa:

22-Set-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4508

Assuntos:

Suíno; Ácido orgânico; Expressão gênica; Desempenho; Morfologia; Ácido graxo; Diarreia; Swine; Organic acid; Gene expression; Performance; Morphology; Fatty acids; Diarrhea Resumo:

Dois experimentos foram realizados para avaliar os efeitos da utilização do ácido benzoico para leitões. No primeiro experimento objetivou-se determinar a expressão para os genes do transportador de glicose do tipo 2 (GLUT2), transportador de glicose dependente de Na+ do tipo1 (SGLT1), Fator nuclear kappa B (p65/RelA) e fator de crescimento semelhante à Insulina 1 (IGF-1) em um modelo ex-vivo durante a exposição do jejuno de leitões à L-glutamina, cultura de levedura, ácido benzoico e óleo essencial de orégano, utilizando a técnica de PCR em tempo

real. A exposição do jejuno a L-glutamina, células de levedura e óleo essencial de orégano aumentaram a expressão do GLUT2 (P<0,001). A utilização de células de levedura e óleo essencial de orégano aumentaram a expressão de SGLT1 e o ácido benzoico reduziu a expressão de SGLT1 (P=0,0008). A exposição do jejuno à L-glutamina e células de levedura tiveram efeito no aumento da expressão da p65/ RelA (P<0,001). A exposição do jejuno à células de levedura teve um efeito no aumento da expressão de IGF-1 (P<0,001). Dessa forma, o ácido benzoico não influenciou na expressão gênica no jejuno de leitões para GLUT2, IGF-1 e p65/RelA. Entretanto favoreceu a redução na expressão do SGLT1. No segundo experimento foram utilizados 224 leitões machos castrados (6,37±0,34Kg) desmamados aos 21 dias, em delineamento experimental em blocos casualizados, com esquema fatorial 4×2, sendo quatro níveis de ácido benzoico (0,00; 0,25; 0,50 e 0,75%), para os leitões inoculados ou não inoculados com E. coli, com sete repetições e quatro animais por baia. As variáveis avaliadas foram desempenho de leitões em fase de creche até a terminação, incidência de diarreia, pH dos segmentos intestinais, características morfológicas do intestino, produção de ácidos graxos voláteis no ceco e contagem de lactobacilli spp. e bifidobacterium no ceco. O ácido bezoico influenciou de forma cúbica o pH na porção terminal do íleo (P<0,05). Houve aumento linear (P<0,05) sobre a altura de vilosidade do íleo e redução linear na profundidade de cripta do íleo e cólon de leitões. No ceco foi observado aumento númerico para a produção de ácido butírico (P=0,0708). Houve redução linear (P<0,05) para a incidência de diarreia em resposta a suplementação do ácido benzoico. Entretanto, não foi observado efeito (P>0,05) sobre a contagem de Lactobacilli spp. e Bifidobacterium no ceco. Com isso, a utilização do ácido benzoico demonstrou efeito linear significativo sobre o peso vivo dos animais, ganho de peso médio diário, consumo de ração médio diário e conversão alimentar aos 63 dias de vida (P<0,05) e para o peso vivo e ganho de peso aos 147 dias (p<0,05). A dose de 0,75% apresenta melhor efeito sobre o, redução do índice de diarreia, melhoria das características morfológicas do intestino e consequentemente o desempenho de leitões na fase de creche até a terminação.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Produção, qualidade e estimativas de parâmetros genéticos em Brachiaria ruziziensis Germain et Everard Título alternativo

Productivity, quality and estimative of genetic parameters in Brachiaria ruziziensis Germain et Everard Pesquisador:

Souza, Flávio Faria de

Orientador:

Evangelista, Antônio Ricardo

Data da defesa:

2-Out-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/4295

Assuntos:

Plantas forrageiras - Melhoramento genético; Correlações genéticas; Altura de corte; Fodder plant; Genetic breeding; Genetic correlations; Cutting height Resumo:

A bovinocultura no Brasil é uma atividade em franca expansão. Entretanto, poderia ser ainda melhor se as nossas pastagens fossem melhores. Para a melhoria do manejo, a utilização de novas cultivares de forrageiras é indispensável, sobretudo para aumentar a produtividade de carne por área de pasto, como também para maior estabilidade do sistema. Dentre as espécies cultivadas no Brasil a Brachiaria ruziziensis é a única espécie sexual e diplóide possibilitando a realização de cruzamentos e geração de variabilidade para seleção de materiais superiores. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento produtivo e a qualidade da forragem em duas alturas de corte de uma população de progênies de meios-irmãos de B. ruziziensis e estimar os parâmetros genéticos e fenotípicos de uma população de clones de B. ruziziensis visando à obtenção de cultivar melhorada. Realizado no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras e no Campo Experimental de Coronel Pacheco (CECP) (Embrapa - Gado de Leite). Utilizou-se 12 progênies para a avaliação de produção e qualidade de forragem e 81 clones de B. ruziziensis para a estimativa de parâmetros genéticos. Como testemunhas foram utilizadas a cv. Marandu (B. brizantha), cv. Basilisk (B. decumbens), cv. Comum (B. ruziziensis) uma população melhorada de Brachiaria ruziziensis (CNPGL BR01). Foram mensuradas as 50

características produtividade de matéria verde (PMV), produtividade de matéria seca (PMS), relação folhacaule (RFC), produtividade de matéria seca de folha (PMSfolha), altura de planta (ALT), teor de celulose (CEL), digestibilidade de matéria seca (DMS), teor de fibra em detergente ácido (FDA) e neutro (FDN), teor de lignina (LIG) e teor de proteína bruta (PB) e determinada as estimativas de parâmetro genéticos relativas às características de qualidade. Foi observada grande variabilidade genética e fenotípica em todas as características avaliadas permitindo a identificação de materiais promissores. As estimativas dos parâmetros genéticos foram relativamente altas, levando a conclusão de que é possível a obtenção de cultivares melhoradas de Brachiaria ruziziensis.

Título

Caracterização genética do gene do hormônio do crescimento em variedades de tilápia utilizando marcadores microssatélites Título alternativo

Genetic characterisation of Growth Hormone gene in tilapia strains using microsatellite markers Pesquisador:

Dias, Marco Aurélio Dessimoni

Orientador:

Hilsdorf, Alexandre Wagner Silva

Data da defesa:

17-Nov-2014

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/5078

Assuntos:

Análise de associação; GH1; Tilápia; Seleção assistida por marcador; STR; Association analysis; Marker assisted selection Resumo:

Para avaliar a diversidade genética e polimorfismo do Gene do Hormônio do Crescimento (GH-1) sobre o desempenho em tilápia (Oreochromis niloticus) foram realizados dois experimentos. No primeiro, indivíduos das variedades GIFT (n=25) e UFLA (n=20) do plantel da Universidade Federal de Lavras e das variedades Chitralada (CHIT, n=26) e Red-Stirling (REDS, n=25) do plantel comercial da Indústria Brasileira de Peixe Ltda. em Itupeva – SP foram amostrados aleatoriamente para prospectar a diversidade genética entre

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Suplemento Especial - Agenda Científica

e dentre as variedades por marcadores microssatélites (Short Tandem Reapts-STR). A sequência do GH1 depositada no GeneBank foi submetida à triagem e prospecção de fraguimentos de leitura abertos (ORF’s) pelo programa Tandem Reapets Finder. Para caracterização das variedades foram utilizados dez loci STR genômicos e dois loci STR funcionais. Os parâmetros populacionais: número de alelos, riqueza alélica, frequências alélicas e genotípicas, heterozigosidade observada e espera, índices de fixação de índice Wright e de Jost (DEST) foram estimados na análise de divergência. Dois loci STR nas posições -693/-679 (região do promotor, motivo (ATTCT)8) e +140/+168 (região do íntron 1, motivo (CTGT)7) foram encontrados no gene GH1. As variedades UFLA e GIFT são menos divergentes geneticamente (DEST = 0,10) e possuem estruturação similar em relação às variedades CHIT e REDS (DEST = 0,32 e 0,33; 0,45 e 0,47, respectivamente), sendo estas últimas as mais distantes (DEST =0,59). A variedade REDS foi o grupamento com menores índices de variabilidade (heterozigosidade observada de 0,56 e riqueza alélica média de 6,96). A variedade UFLA mostrou ser um recurso genético distinto das outras variedades e que, por sua origem e história, deve ser preservado para seu uso em programas de melhoramento. No segundo experimento, um cruzamento absorvente entre as variedades CHIT e REDS foi realizado até a obtenção da terceira geração e após atingirem maturidade sexual os animais foram acasalados concomitantemente (proporção 1 macho : 2 fêmeas, n=90) para obtenção de grupos de contemporâneos (parentais, ½ CHIT: REDS e recíprocos, ¾ F1: CHIT e recíprocos, e 7/8 F2:CHIT) os quais foram avaliados quanto ao desempenho em tanques-rede. As características estudadas na análise de associação com os STR no gene GH1 foram: peso e medidas morfométrica (Comprimento Padrão; Altura e Largura do corpo). A função lmer ( ) do pacote lme4 do programa R foi utilizada para estimação dos efeitos aleatórios. Como fontes de variação consideraram-se os efeitos fixos: idade, tanque-rede e sexo do animal; e aleatórios: grupamento genético, STR-Promotor e STR-Íntron. Os loci STR-promotor e STR-Íntron foram importantes fontes de variação para as variáveis avaliadas independente do sexo e grupamento genético. Os resultados sugerem que os loci STR-Promotor e STR-Intron no

gene GH1 podem ser considerados como QTL’s para a taxa de crescimento em tilápia e, por conseguinte, serem incorporados em programas de melhoramento.

Título

Leveduras vivas em dietas de alta forragem para novilhas Título alternativo

--Pesquisador:

Guimarães, Amanda Vasconcelos

Orientador:

Silva Filho, José Cleto da

Data da defesa:

24-Fev-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10283

Assuntos:

Saccharomyces cerevisiae; Fibras; Fibers; Yeast; Heifers Resumo:

Forragens de baixa qualidade resultam em menores taxas fermentativas e afetam negativamente a produtividade de ruminantes. Esta condição justifica a utilização de estratégias de alimentação capazes de melhorar o aproveitamento desse tipo de forragem pelo animal. Leveduras vivas podem melhorar a eficiência de aplicação dos recursos utilizados na alimentação animal. O efeito da levedura sobre o desempenho e digestibilidade de novilhas leiteiras, alimentadas com forragem tropical ou temperada, de baixa qualidade e alta inclusão dietética, foi avaliado. As novilhas foram alimentadas individualmente em tie stall. Trinta e seis novilhas mestiças (144 ± 70 Kg de peso inicial) receberam uma dieta de padronização por 12 dias, e em seguida, o tratamento por 126 dias, com ajuste de covariável em delineamento em blocos casualizados. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 2 x 2, sendo dois tipos de feno (Tifton ou Aveia), com levedura (Saccharomyces cerevisiae) ou controle. Uma mistura de soja, núcleo mineral e 10g de levedura (2x 1010 UFC de células vivas) foi ofertada diariamente e previamente antes do fornecimento do feno, para garantir o total consumo. A proporção da dieta (% MS) foi de 91,5% de volumoso e 7,4% de farelo de soja. A suplementação com levedura aumentou o

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Suplemento Especial - Agenda Científica

consumo de matéria seca na dieta com feno de Tifton (5,0 vs. 4,6 kg, P= 0,05). O tratamento feno de aveia proporcionou maior ganho que o tratamento com feno de tifton (0,44 vs 0,29 kg) e maior eficiência (0,10 vs 0,07, P<0,01). Levedura induziu ganho de altura no tratamento com feno de tifton (117 vs 121, P<0,02). A digestibilidade da MS, MO e FDN não respondeu à suplementação com levedura. Os tratamentos com feno de aveia apresentaram maior digestibilidade da MS, MO e da FDN (P<0,01). A suplementação com levedura tendeu a reduzir o tempo da primeira refeição (P=0,11). A taxa de ingestão (kg/min) foi maior no tratamento com feno de tifton (91 vs 80). Levedura estimulou a síntese de proteína microbiana no feno de tifton (1,23 vs 1,00, P<0,01). O pH e a amônia ruminal foram maiores nos tratamentos com feno de tifton (média de 6,1 e 6,5, respectivamente). Levedura mudou o padrão ingestivo quando foi utilizado o feno de aveia, houve um maior consumo no período da tarde (P<0,01) e menor pela manhã (P<0,05). Os tratamentos com tifton induziram maior rejeição de partículas finas (P=0,01). Em dietas de alta forragem e baixa qualidade a suplementação com levedura não melhorou a digestibilidade da fibra em detergente neutro. Entretanto, levedura teve efeito negativo sobre o consumo, ganho de peso e eficiência alimentar de novilhas consumindo feno de aveia, e efeito positivo sobre o consumo de matéria seca e a síntese de proteína microbiana de novilhas consumindo feno de tifton.

Título

Determinação indireta e validação do valor energético de alimentos de origem animal para frangos de corte Título alternativo

--Pesquisador:

Garcia Junior, Antonio Amandio Pinto

Orientador:

Rodrigues, Paulo Borges

Data da defesa:

25-Fev-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/9797

tabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio; Apparent metabolizable energy corrected for nitrogen retention; Farinha de carne e osso; Meat and bone meal; Meta-análise; Meta-analysis; Ave; Birds Resumo:

O objetivo da presente pesquisa foi desenvolver equações de predição, utilizando-se o princípio da meta-análise, que possa estimar, com acurácia, os valores de energia metabolizável apararente corrigida para o balanço de nitrogênio (EMAn) para frangos de corte e valida-las comparando-as com valores de EMAn determinados por meio de ensaios biológicos. Uma ampla revisão bibliográfica foi realizada de trabalhos desenvolvidos no Brasil e no exterior nos quais, tivessem sido determinados a composição química e os valores de EMAn de alimentos de origem animal para frangos de corte. Esses dados foram catalogados e codificados em uma métrica comun, permitindo, assim a análise estatística. Foi adotado o método “Stepwise”, utilizando-se o critério de Akaíke para a determinação dos modelos matemáticos. As equações que foram indicadas como adequadas para a predição dos valores energéticos foram: EMAn = 5263,335 – 18,35 (PB) + 175,281 (Ca) – 724,344 (P) e EMAn = 4459,27 + 1,06 (EB) – 91,25(MM) – 78,98(PB) + 40,12(Ca), para FOA e FCO nacionais, respectivamente, EMAn = 4298,91 – 83050 (Ca) – 185,07 (P) e EMAn = 2204,77248 + 0,3469 (EB) – 217,3786 (P) para os dados internacionais e EMAn = - 2380,51 + 99,35 (PB) + 64,08 (Ca) - 255,28 (P), para FCO nacionais ou internacionais. A composição química de cinco farinhas de carne e ossos e os valores de EMAn foram determinados utilizando-se frangos de corte na fase pré-inicial, com o objetivo de validar as equações de predição propostas. Não houve similaridade entre os dados preditos e os determinados no ensaio metabólico. A validadação das equações com dados determinados com frangos de corte na fase pré-inicial não foram suficientes, sugerindo assim, que a validação deva ser feita com valores determinados em todas as fases de criação.

Título Assuntos:

Equação de predição; Prediction equation; Energia me52

Imputação de parentesco genético e predição das capacidades combinatórias em Serrasalmideos

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015


Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

--Pesquisador:

Costa, Adriano Carvalho

Orientador:

Freitas, Rilke Tadeu Fonseca de

Data da defesa:

27-Fev-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10506

Assuntos:

Colossoma macropomum; Modelo de mistura; Peixes redondos; Piaractus brachypomum; Piaractus mesopotamicus; Mixture model; Round fish

27 híbridos avançados. Não houve correlação significativa (P>0,05) entre a matriz de incidência fornecida pelo produtor e a imputada, já entre as matrizes de capacidades gerais de combinações (CGC) imputadas foi apresentada alta correlação (r > 0,70) para as diferentes características, mostrando concordância na imputação. O tambaqui apresentou maiores CGC e capacidade específica de combinação (CEC) para a maioria das variáveis analisadas, sendo dessa forma, o grupo genético mais importante. A CGC mostrou-se mais importante que a CEC para todas as variáveis analisadas.

Resumo:

Este trabalho foi realizado com o objetivo de imputar o parentesco genético em Serrasalmideos com parentesco desconhecido e predizer as capacidades combinatórias geral e específica. Foram adquiridos 96 alevinos de duas pisciculturas comerciais, sendo 12 provenientes de cada um dos seguintes grupos genéticos: pacu, pirapitinga, tambaqui, tambacu, tambatinga, patinga, paqui e piraqui. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em 16 caixas d’água (500 litros) em um sistema de recirculação de água (28°C), onde foram cultivados até 495 dias de idade, sendo pesados, submetidos à análise morfométrica e processados. Para confirmar a identidade dos animais, foram utilizados dois marcadores nucleares e um mitocondrial. As predições das capacidades combinatórias das variáveis analisadas foram obtidas considerando as informações da composição genética dos animais dada pela análise molecular, sendo utilizados modelos mistos com mistura de distribuições normais, para imputar o parentesco dos animais considerados híbridos avançados pela análise molecular. As capacidades de combinações foram obtidas utilizando-se a metodologia proposta por Griffing (1956a) considerando o modelo misto, sendo os efeitos ambientais estimados através dos EBLUE e os efeitos genéticos considerados como aleatórios, obtendo os EBLUP dos efeitos gerais e específicos de combinações. Para verificar a concordância entre as matrizes de incidências imputadas e estas com a matriz fornecida pelos produtores foi realizada a correlação de Pearson utilizando o teste de Mantel. Observou-se através da análise molecular que o produtor acertou apenas 48% da identidade dos animais, sendo encontrados

Título

Métodos de debicagem e níveis de fibra bruta para frangas leves de reposição Título alternativo

--Pesquisador:

Castro, Solange de Faria

Orientador:

Bertechini, Antonio Gilberto

Data da defesa:

17-Abr-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10475

Assuntos:

Debicagem; Beak trimming; Radiação infravermelha; Infrared radiation; Debicagem convencional por lâmina quente; Conventional hot-blade trimming Resumo:

Dois experimentos foram realizados para avaliar os efeitos do método de debicagem por radiação infravermelha ou por lâmina quente e da inclusão de diferentes níveis de fibra na ração sobre o desempenho e o desenvolvimento do sistema digestivo de frangas. No primeiro estudo foram utilizadas 1200 frangas Hy-Line W 36, com um dia de idade, sendo 600 debicadas por radiação infravermelha no incubatório e não submetidas a outro método de debicagem e 600 pintainhas que foram submetidas ao método de debicagem por lâmina quente aos 10 e 75 dias de idade. As aves foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com dois métodos de debicagem e quatro níveis de inclusão de fibra na ração (3,0, 3,5, 4,0 e 4,5%), constituindo oito tratamentos

Teses do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - 2010-2015

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Suplemento Especial - Agenda Científica

com seis repetições de 25 aves na fase de cria (1 a 6 semanas). Foi utilizado um esquema em parcela subdividida no tempo, sendo o fatorial 2x4 (métodos de debicagem e níveis de fibra bruta) na parcela e idade na subparcela. Na sexta semana, as frangas foram transferidas para gaiolas de recria, seguindo os mesmos tratamentos e desenho experimental da fase anterior, porém com 16 aves em cada repetição, totalizando 768 frangas, constituindo a fase de recria (7 a 16 semanas). Na 16ª semana, as frangas foram transferidas para gaiolas de postura, seguindo o mesmo desenho experimental da fase anterior, porém com 12 aves em cada repetição, sendo utilizadas 576 poedeiras, constituindo a fase de postura (20 a 32 semanas), que foi avaliada para verificar os efeitos residuais dos tratamentos utilizados durante as fases de cria e recria. No segundo estudo foram utilizadas as aves retiradas do primeiro experimento, 432 frangas na fase de cria e 192 na fase de recria, seguindo o mesmo delineamento utilizado no primeiro experimento. Um total de quatro aves por tratamento foram eutanasiadas, semanalmente e quinzenalmente, respectivamente, nas fases de cria e recria, para avaliação do desenvolvimento dos intestinos e órgãos (pâncreas, fígado e moela) e gordura abdominal. Ao final de cada fase foi realizado um ensaio de metabolismo, para determinação dos coeficientes de digestibilidade dos nutrientes (matéria seca e proteina bruta) e da energia bruta, além da digestibilidade das frações da fibra. No primeiro experimento verificou-se que o método de debicagem utilizado interferiu no desempenho das aves nas fases de cria e recria, mas sem efeito residual na fase de produção de ovos. Portanto, o método de debicagem por radiação infravermelha é um eficiente substituto à debicagem por lâmina quente. Os níveis de fibra bruta utilizados não foram suficientes para proporcionar alterações no desempenho das aves, sendo possível o uso de até 4,5% de fibra bruta na ração das frangas nas fases de cria e recria. No segundo experimento verificou-se que os níveis de fibra influenciaram no desenvolvimento dos segmentos intestinais cujo efeito é mais pronunciado na fase de recria do que na fase de cria, devido a disgestibilidade os nutrientes ter maior interferência da fibra nessa fase. O método de debicagem influenciou o desenvolvimento dos órgãos das aves na fase de recria. 54

Título

Ritmo diário de genes relacionados com o eixo somatotrópico e resposta gênica causada pela aplicação única de GH em Tilápia Título alternativo

--Pesquisador:

Costa, Leandro Santos

Orientador:

Rosa, Priscila Vieira e

Data da defesa: Arquivo:

Assuntos:

Fator de crescimento semelhante à insulina; Insulin-like growth fator; Fisiologia; Physiology; Peixe; Fishes; Polipeptídeo hipofisário ativador de adenilato ciclase; Pituitary adenylate cyclase-activating polypeptide; Receptor do hormônio do crescimento; Growth hormone receptor Resumo:

Com o objetivo de avaliar a presença de ritmos biológicos e os efeitos da administração de hormônio do crescimento (GH) sobre o eixo somatotrópico de tilápias (Oreochromis niloticus), alimentadas em ML (alimentação no meio do dia) ou MD (alimentação no meio da noite), foram executados dois experimentos no Laboratório de cronobiologia da Universidad de Murcia, Espanha, utilizando-se 96 animais (48 em cada experimento), com peso médio de 88,97 ± 36,8 g. Em ambos os experimentos foram avaliadas as expressões de mRNA de gh na hipófise; pacap-1a e pacap-1b no hipotálamo; o ghr-1, ghr-2, igf-1, igf2a e igf -2r no fígado e ghr-1, ghr-2, igf-1ra e igf-2r no músculo, por qPCR e o GH plasmático foi analisado pelo método de ELISA. No primeiro experimento, os animais foram divididos em oito grupos (seis animais por grupo), sendo quatro alimentados em ML e quatro em MD. Os tecidos da hipófise, hipotálamo, fígado, músculo e o sangue foram coletados a cada seis horas (ZT3, ZT9, ZT15 e ZT21) e em cada ponto foram utilizados todos os animais de um grupo comendo em ML e MD. Os dados de expressão gênica e GH plasmático foram analisados pelo teste de COSINOR (p<0,05) para detectar a presença de ritmos diários. Somente os ghr1 e ghr-2 em animais comendo em ML apresentaram ritmos no fígado, registrando a mesma acrofase (2 h

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59 min). No músculo, somente o ghr-1 apresentou ritmo, com acrofase às 4 h 10 min e às 9 h 01min, para animais comendo em ML e MD, respectivamente. No segundo experimento, os animais foram divididos em oito grupos (seis animais por grupo), sendo quatro com alimentação em ML e quatro em MD. Dos grupos alimentados em ML, um recebeu injeção de GH e o outro de solução salina (controle), às ZT3, enquanto os outros dois grupos receberam às ZT15. O mesmo procedimento foi feito com os peixes que recebiam alimentação em MD. Os dados foram submetidos à ANAVA, com teste post-hoc de Tukey (p<0,05) para avaliar a diferença entre os grupos, e ao teste F para detectar diferenças entre os animais injetados e seu controle. A administração de GH não provocou nenhum efeito sobre a expressão dos genes avaliados no hipotálamo e hipófise. A expressão gênica de igf-2a no fígado e o igf-2r no músculo, em animais alimentados em ML, foi estimulada, de forma simultânea, pela administração de GH às ZT15. O ghr2 foi estimulado, no fígado e no músculo, pela administração de GH às ZT15, porém, sua resposta no músculo foi mais intensa em animais alimentados em ML, do que em MD. Os dois experimentos apresentados mostram que os juvenis de tilápia apresentam ritmos de expressão de alguns dos genes do eixo somatotrópico e que a hora de administração do hormônio de crescimento afeta a resposta fisiológica do animal.

Título

Expressão de genes intestinais de suínos elo modelo ex vivo: efeito de óleos essenciais e linhagens genéticas sensíveis à soja Título alternativo

--Pesquisador:

Amaral, Letícia Gomes de Morais

Orientador:

Cantarelli, Vinícius de Souza

Data da defesa:

13-Mai-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/9685

Assuntos:

Resumo:

A fim de compreender melhor os óleos essenciais e suas associações, foram realizados três estudos. O objetivo do primeiro trabalho foi determinar a expressão gênica intestinal pelo modelo ex vivo após a exposição do jejuno suíno a óleos essenciais e verificar o impacto desses óleos no desempenho produtivo de suínos na fase de creche. Para o ensaio ex vivo, doze leitões foram submetidos à eutanásia, e segmentos do jejuno foram incubados durante 60 minutos em Dulbeco’s Modified Eagles Mediumcom diferentes óleos essenciais. Os tecidos foram lavados com PBS e armazenados a -80ºC com TRIzol para a determinação subsequente da expressão gênica de GAPDH, IAP, SGLT1, GLP-2R, ocludina, IGF1, MUC2 e RelA/p65. A expressão de IAP foi aumentada por CRINA® 700 (P < 0,05) em comparação com o carvacrol e cinamaldeído. Carvacrol apresentou tendência (P < 0,10) em ter maior expressão de IGF1 do que cinamaldeído. A expressão de GLP-2R tendeu a ser reduzida (P <0,10) em comparação ao cinamaldeído. No desempenho não houve diferença (P> 0,05) entre os tratamentos para nenhuma das variáveis avaliadas. O segundo estudo foi realizado para avaliar a morfologia intestinal ea expressão gênica de jejuno de leitões desmamados que recebem uma fonte comercial de óleos essenciais. Animais alimentados com CRINA® na dieta apresentaram menor (P <0,05) altura de vilosidade no jejuno e expressão IGF1. No entanto, estes mesmos animais demonstraram uma expressão mais elevada (P <0,05) de SGLT1. Esses achados levam à conclusão que a composição do CRINA® tem substâncias que podem funcionar de forma antagônica sobre a saúde intestinal de suínos. O objetivo do terceiro estudo foi determinar a expressão gênica pelo modelo ex vivo de jejuno suíno a partir de duas linhagens genéticas de suínos (alta e baixa sensibilidade à proteína de soja e amendoim. Os animais da linha de alta sensibilidadeapresentaram menor expressão de GLP-2R, ocludina e RelA / p65 (P <0,05). Em conclusão, o jejuno de leitões pode expressar de forma diferente GLP2, ocludina e RelA/p65, de acordo com a sensibilidade genética para as proteínas de soja.

Título

Aditivo nutricional; Desmame; Expressão genética; Saúde intestinal; Suíno; Gene expression; Intestinal health; Nutritional additive; Swine; Weaning

Respostas morfofisiológicas de fêmeas de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) criadas em diferentes fontes luminosas

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título alternativo

--Pesquisador:

Bobadilla Mendez, Manuel Fernando

Orientador:

Zangeronimo, Marcio Gilberto

Data da defesa:

25-Mai-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10462

Assuntos:

Ondas (Física); Waves; Iluminação; Lighting; Morfofisiologia; Morphophysiology; Reprodução; Reproduction Resumo:

Objetivou-se avaliar o efeito de diferentes fontes luminosas sobre as características morfofisiológicas reprodutivas, desenvolvimento dos órgãos, qualidade óssea, composição química corporal e função hepática de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) fêmeas. Um total de 270 aves foi alojado em seis salas, com isolamento luminoso, durante 12 semanas. Cada sala foi equipada com um tipo de lâmpada diferente e continha sete gaiolas com cinco aves cada. As lâmpadas testadas foram: incandescente de 25 watts (400– 1.100 nm); fluorescente branca compacta (380-770nm) e lâmpadas de diodos emissores de luz (LED) nas cores branca (400-760 nm), azul (435-500 nm), vermelha (630-700nm) e verde (500565nm). A intensidade luminosa foi de 15 lux e o fotoperíodo de 23L:1E durante a primeira semana;7L:17E da segunda à quinta semana e 10L:14E até o final do experimento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com seis tratamentos e sete repetições de uma ave cada. As condições anatômicas e fisiológicas do trato reprodutivo foram avaliadas na 4ª, 8ª e 12˚ semanas de idade e as condições morfofisiológicas dos demais sistemas no início (oito semanas) e durante o pico de produção (12 semanas). A LED branca antecipou a maturidade sexual em uma semana e resultou em maior peso vivo, peso de estroma e peso do oviduto e ovário, maior concentração plasmática de estradiol e de lipídeos na oitava semana de idade. Ainda nessa idade, os melhores resultados para peso e comprimento do intestino e peso do fígado foram obtidos com a LED branca, embora esse tipo de lâmpada tenha proporcionado menor peso do peito. Não houve influência das fontes luminosas sobre a resistência óssea. Com 12 semanas, não hou56

ve diferenças no trato reprodutivo das aves, exceto as características das pregas do magno e do istmo, que foram melhores com as LED vermelhas. Maior resistência óssea foi obtida com a LED branca nessa fase e maior diâmetro do olho foi observado com as lâmpadas incandescente ou LED vermelha. Não houve efeito das luzes sobre a composição química da carcaça e sobre os níveis circulantes de AST e ALT, no entanto, as lâmpadas fluorescentes aumentaram os níveis de γ-GT. Conclui-se que todas as fontes luminosas testadas são eficientes em estimular a atividade reprodutiva em codornas japonesas, no entanto, a fotoestimulação com a LED branca tem a capacidade de ativar mais eficientemente o ciclo reprodutivo, antecipando o aparecimento da maturidade sexual e favorecendo o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos logo após a puberdade. Além disso, a fotoestimulação com esse tipo de lâmpada tem maior eficiência em estimular o desenvolvimento dos órgãos, em especial o intestino, até a 8ª semana de vida, proporcionando melhor qualidade óssea durante o pico de postura.

Título

Partição e destino metabólico do 14C-glicerol dietético em tecidos-alvo de juvenis de tilápia Título alternativo

--Pesquisador:

Costa, Diego Vicente da

Orientador:

Rosa, Priscila Vieira e

Data da defesa:

22-Jun-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/9787

Assuntos:

Nutrição; Nutrition; Peixe; Fishes; Radioisótopos; Radioisotopes Resumo:

A aquicultura nos últimos anos, em contraste à estagnação da produção de pescado de origem extrativista, vem se desenvolvendo cada vez mais e pode ser beneficiada com o corrente excesso de glicerol oriundo da produção do biodiesel no mercado. O glicerol, por sua vez, pode ser utilizado como uma fonte dietética

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de energia na nutrição dos peixes, em alternativa às fontes convencionalmente utilizadas. Assim, este estudo aborda no Capítulo 1 alguns aspectos relacionados à disponibilidade de glicerol no mercado, a utilização e o metabolismo do glicerol dietético em peixes, bem como as bases teóricas das técnicas experimentais utilizadas no Capítulo 2. Este último capítulo teve como objetivo avaliar qual o destino metabólico do glicerol da dieta e como os juvenis de tilápia (Oreochromis mossambicus) utilizam este novo ingrediente. As dietas experimentais foram formuladas para conter 0% (G0), 5% (G5) e 15% (G15) de glicerol purificado e foram fornecidas por 40 dias até a saciedade aparente, três vezes ao dia. Para os ensaios de metabolismo, seis peixes de cada tratamento foram aleatoriamente escolhidos e foram fornecidos, por alimentação forçada, cinco peletes unitariamente marcados com alíquotas de radioatividade conhecidas de 14C-glicerol ([14C (U), 9.25MBq, Perkin Elmer, EUA). Foram avaliadas a digestibilidade do glicerol, catabolismo, retenção e partição do nutriente no músculo e no fígado dos peixes. Não houve diferenças entre os tratamentos para a absorção e evacuação do 14C-glicerol. Os peixes do tratamento G5 apresentaram o maior percentual de retenção de 14C-glicerol e o menor percentual de catabolismo, além de maior contagem de radioatividade no extrato não-lipídico e não-proteico. Não houve diferença significativa entre os tratamentos para as quantidades totais de 14C-lípideos e 14C-proteína. O tratamento G0 apresentou o maior nível de 14C-lipídeos no músculo, no entanto não foram encontradas diferenças no fígado dos peixes. O tratamento G15 apresentou o menor nível de 14C-proteína no músculo, não havendo diferenças nas quantidades de 14C-proteína hepática. O extrato não-lipídico e não-proteico apresentou a maior contagem de radioatividade no fígado dos peixes do tratamento G5, porém não foram encontradas diferenças entre os tratamentos no músculo peixes. Os juvenis de tilápia são capazes de metabolizar o glicerol dietético em lipídeos, proteína e carboidratos, no fígado e no músculo. O glicerol dietético pode ser uma fonte de energia eficaz para juvenis de tilápia, nos níveis de inclusão estudados.

Título

Manipulation of fatty acids in muscle lamb

Título alternativo

--Pesquisador:

Alvarenga, Tharcilla Isabella R. Costa

Orientador:

Pérez, Juan Ramón Olalquiaga

Data da defesa:

23-Jun-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/9810

Assuntos:

Docosahexaenoic acid; Eicosapentaenoic acid; Gene expression; Protectec fat; Algae; Alga; Ácido docosahexaenóico; Ácido eicosapentaenóico; Expressão gênica; Gordura protegida Resumo:

Ácidos graxos de sabões de cálcio (CSFA) podem aumentar a densidade energética dos alimentos e tem sido utilizado para melhorar o nível de ácidos graxos saudáveis na carne, no entanto, há uma escassez de conhecimento sobre o impacto na qualidade da carne, tais como características de cor, força de cisalhamento e colágeno. O objetivo do primeiro estudo foi determinar os efeitos do CSFA sobre características de qualidade da carne de cordeiros quando incluídos em uma dieta de confinamento. Sessenta e três cordeiros cruzados foram confinados individualmente aos 24 ± 2,5 kg e abatidos aos 44 ± 1,1 kg. Vinte e nove cordeiros foram alimentados com a dieta controle e 34 cordeiros foram alimentados com uma dieta contendo 5,4% de CSFA. Em 24h postmortem o músculo longissimus lumborum (LL) foi coletado do lado direito da carcaça. O músculo foi cortado em fatias de 2,54 cm e embalados a vácuo. Amostras foram armazenadas a -20°C (sem maturação) e outras armazenadas a 2ºC por 10 dias de maturação e então congeladas. Perda por cocção foi reduzida (P < 0,05) em cordeiros alimentados com CSFA alimentados, mas não houve efeito sobre quaisquer outros parâmetros (P > 0,05). A força de cisalhamento foi significativamente reduzida (P < 0,05) durante a maturação, e isto foi acompanhado por um aumento nos valores de índice de fragmentação miofibrilar. CSFA reduziu EPA e DHA no músculo longissimus. Alga é um candidato potencial para melhorar os níveis de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LC-PUFA) na carne de ruminantes. No segundo trabalho foram estudados os efeitos da suplementação de cordeiros com

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alga sobre a expressão de genes que direcionam o acúmulo de LC-PUFA. As mães dos corderios foram alimentadas com dietas à base de silagem (SLG) ou aveia/algodão (OAT) por seis semanas antes e, três semanas após a concepção. Os níveis de mRNA de FADS1, FADS2, CPT1, SCD, ACC e FAD2 foram medidos no fígado, músculo e gordura subcutânea de cordeiros alimentados com uma dieta controle a base de aveia e grãos de lupin e alfafa picada (CTRL) ou a dieta CTRL com adição de alga (DHAgold ™) a 1,92% DM (ALG). A expressão de FADS1 no fígado não foi afetada (P > 0,05) pela interação entre nutrição da ovelha e suplementação com alga, no entanto, foi maior (P < 0,05) quando cordeiros receberam a dieta ALG em comparação com a CTRL, e quando suas mães foram alimentadas SLG em comparação com a dieta OAT. A expressão dos genes FADS1, FADS2, SCD e ACC no músculo dos cordeiros foi significamente afetada pela nutrição da ovelha, apresentando níveis mais elevados para o tratamento SLG + ALG (P < 0,05) em comparação com os demais tratamentos.

Título

Expressão de genes relacionados ao turnover proteico no músculo esquelético de tourinhos Angus e Nelore Título alternativo

Expression of genes related to the regulation of muscle protein turnover in Angus and Nellore bulls Pesquisador:

Busato, Karina Costa

Orientador:

Chizzotti, Mario Luiz

Data da defesa:

24-Jun-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10507

Assuntos:

Bos indicus; Bos Taurus; IGF-1; Miostatina; mRNA; Myostatin Resumo:

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a expressão de genes envolvidos na regulação do turnover proteico no músculo Longissimus dorsi (LD) de tourinhos Angus (A) e Nelore (N), e estabelecer a correlação da expressão gênica com 58

características de desempenho. Treze genes e fatores de transcrição pertencentes às vias do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1) e da miostatina (MSTN) foram estudados. Foram utilizados 13 animais de cada raça, com peso vivo médio inicial de 381,2 ±11,8 kg, em delineamento fatorial 2 x 2 (duas raças e dois níveis de alimentação) inteiramente casualizado. A dieta consistia em silagem de milho e concentrado à base de milho e soja, numa relação volumoso:concentrado de 30:70. Os tratamentos foram alimentação ad libitum (AL, com nove animais de cada raça) ou restrição (R, 55% do consumo total dos animais AL, medido como % do peso vivo metabólico, com quatro animais de cada raça ). O período experimental foi de 82 dias, precedido de um período de adaptação de 28 dias. As características de desempenho avaliadas foram: peso vivo final (PVF), ganho médio diário total, inicial e final (GMDt, GMDi e GMDf, medidos, respectivamente do in ício ao fim, do início à metade e da metade até o final do experimento); peso da carcaça quente (PCQ); peso do LD, e área de olho de lombo (AOL). Após o abate, foram coletadas amostras do músculo LD entre a 12ª e 13ª costelas, para análise da expressão gênica, pela técnica de transcrição reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase quantitativa. Não houve diferença (P > 0,05) na expressão de nenhum dos genes estudados entre AAL e NAL, enquanto a restrição alimentar aumentou a expressão dos genes receptor do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF1R, P < 0,001), muscle ring finger 1 (MuRF1, P = 0,05) e mothers against decapentaplegic homolog 3 (Smad3, P = 0,04) e diminuiu a expressão do gene da proteína ligadora 5 do fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP5, P < 0,01). A AOL foi negativamente correlacionada com a glicogênio sintase quinase 3β (GSK3β, P = 0,01) com a miostatina (MSTN, P = 0,02) e com MuRF1 (P = 0,05). O PCQ teve correlação negativa com a GSK3β (P = 0,01), com a MSTN (P = 0,01) e tendeu a ser negativamente correlacionado com IGFBP5 (P = 0,07), enquanto o peso do LD tendeu a ser negativamente correlacionado com a GSK3β (P = 0,08). Os genes MuRF1, Smad3 e IGFBP5 parecem ter importância no crescimento muscular, sendo necessário novos estudos para investigar seu uso como estratégia para aumentar a massa muscular em bovinos.

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Suplemento Especial - Agenda Científica Título

Desempenho e aproveitamento pós-ruminal do amido em tourinhos Nelore e Angus alimentados com dietas com grãos de milho inteiro e sem volumoso Título alternativo

Performance and postruminal starch digestion of Nellore and Angus young bulls fed with whole shelled corn without forage Pesquisador:

Carvalho, José Rodolfo Reis de

Orientador:

Ladeira, Márcio Machado

Data da defesa:

10-Out-2015

Arquivo:

http://repositorio.ufla.br/handle/1/10658

Assuntos:

Amido; Bos Taurus; Bos Indicus; Confinamento; Desempenho; Starch; Feedlot; Performance Resumo:

O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho e o aproveitamento pós-ruminal do amido em tourinhos Nelore e Angus recebendo dieta com grãos de milho inteiro sem volumoso ou uma dieta contendo silagem de milho mais concentrado. Trinta e seis tourinhos (18 Nelore e 18 Angus) com idade inicial media de 20 meses e peso vivo inicial de 381 ± 11.8 kg foram utilizados neste estudo. O estudo foi realizado em um delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2 x 2 (duas raças e duas dietas). A dieta com silagem de milho continha 30% de volumoso e 70% de concentrado à base de milho e farelo de soja. A dieta com grãos de milho inteiro continha 85% de grãos de milho inteiro e 15% de suplemento à base de farelo de soja e mineral. O abate comparativo de oito animais foi realizado ao início do experimento para a determinação do ganho em carcaça. Os animais foram pesados ao início e ao final do período experimental para obtenção do ganho médio diário (GMD). O ensaio de digestibilidade ocorreu durante o 48º e 50º dia do período experimental, usando coleta total de fezes. O pH ruminal foi mensurado usando um bólus intraruminal ao final do experimento. Após o abate, o peso de carcaça quente (PCQ) foi determinado e mensurações de área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS) foram realiza-

das. Amostras foram retiradas do pâncreas para analisar a atividade da α-amilase pancreática; duodeno e jejuno para atividade da maltase e do fígado para analisar expressão do gene PCK1. Não foi observado interação entre dieta e raça para as características de desempenho e pH ruminal (P > 0,05). Maior consumo de matéria seca (CMS) (P < 0,01), GMD (P < 0,01) e eficiência alimentar (P < 0,01) foram observados nos animais da raça Angus comparado aos animais Nelore. O fornecimento da dieta com grãos de milho inteiro sem volumoso resultou em menor pH ruminal médio (P = 0,04) e tendeu a reduzir o GMD dos animais (P = 0.08), bem como o CMS (P < 0,01), o que resultou em animais com maior eficiência alimentar (P = 0,01). A dieta com grãos de milho inteiro teve maior digestibilidade para a MS, FDN e amido (P < 0,01). Animais Angus tiveram maior digestibilidade do amido (P = 0,03). No entanto, a atividade da α-amilase foi maior nos animais Nelore (P < 0,01) e não tendo efeito da dieta (P = 0,52). No duodeno, a atividade da maltase foi maior nos animais alimentados com silagem de milho mais concentrado (P = 0,02). A utilização de dietas com grãos de milho inteiro é indicada para a terminação de bovinos de corte em confinamento, uma vez que promove maior eficiência alimentar. Animais Nelore têm baixa capacidade para digerir amido. No entanto, eles não apresentaram menor atividade da α-amilase e maltase comparados aos Angus. A digestibilidade da MS e do amido foi maior quando os animais receberam a dieta com grãos de milho inteiro sem volumoso.

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mento da submissão, será também necessário o envio do termo de confirmação de autoria e cessão de direitos autorais. Dessa forma, o(s) autor(es) deverá(ão) baixar o documento acima relacionado, ler atentamente, assinar e enviar à NRE junto ao manuscrito submetido. A publicação desse manuscrito submetido estará condicionada à observância das regras de submissão aqui elencadas e ao envio do termo de confirmação de autoria e cessão de direitos autorais. O termo de confirmação de autoria e cessão de direitos autorais foi redigido sob a égide da lei nº 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais no Brasil. Observe que neste mesmo documento há a declaração de ausência de conflito de interesses que também será confirmada pela assinatura de todos os demais autores do manuscrito submetido, se houver. POLÍTICA DE PRIVACIDADE Os dados informados pelos autores no processo de submissão de seu manuscrito serão mantidos em sigilo e utilizados apenas para fins exclusivos e de interesse da própria NRE, não sendo repassados de maneira alguma a terceiros. A NRE se reserva o direito de manter o trabalho disponível em seu site enquanto durarem suas atividades, re-


publicá-lo em qualquer outro meio impresso ou virtual, todavia sempre comunicando aos autores cada uma de suas modificações e, ou, implementações. Se eventualmente modificações estruturais impliquem na mudança dos endereços eletrônicos dos trabalhos, a NRE se compromete a comunicar aos autores para que não haja perda da referência. É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo da NRE da em qualquer meio de comunicação, seja eletrônico ou impresso, sem a sua devida citação. REGRAS PARA SUBMISSÃO A NRE recebe manuscritos em português, espanhol ou inglês, mas seu idioma oficial é o português. Entretanto, os artigos serão publicados na língua em que foram escritos. Inicialmente, o autor deve cadastrar-se no site da Nutritime e então enviar seu material em formato texto. Para garantir a lisura do processo de revisão, o texto deverá ser enviado aos pareceristas sem nenhum tipo de indicação que denuncie a sua autoria. Dessa forma solicitamos aos autores a submissão de duas cópias do material: uma delas completa, e a outra sem a relação de autores ou filiação (além desses documentos, é preciso enviar o termo de confirmação de autoria e cessão de direitos autorais, como acima mencionado). Caso o texto submetido seja resultado de pesquisa financiada, os dados relacionados ao seu período de realização e o financiador deverão ser citados no corpo do texto ou na filiação. As normas para submissão de artigos originais ou revisões de literatura na NRE são as seguintes:  Título: deverá ter até 125 caracteres contando com os espaços;  Autores: serão aceitos até o máximo de 5 autores por manuscrito. Seus nomes deverão ser completos e sem abreviaturas;  Submissão: serão aceitos até o máximo de 3 manuscritos para cada primeiro autor por ano;  Filiação: para o primeiro autor, a filiação deverá conter a sua titulação máxima, incluindo aí o grau que esteja eventualmente cursando (mestrando, doutorando, pós-doutorando), o nome completo da instituição e sua sigla, assim como o seu email de contato; idem para os outros autores, excetuando-se os emails de contato;

 Resumo: O resumo deverá conter obrigatoriamente até 1.250 caracteres, incluindo espaços, e deverá ser acompanhado de até 5 palavras-chave;  Abstract: Idem acima, e deverá constar também o título do artigo vertido para o inglês;  Corpo do texto: O corpo do texto deverá conter entre 25.000 e 45.000 caracteres, incluindo espaços.  Citações: serão aceitas no esquema “autor,ano:página” (BECK, 2012:53) para citação direta ou literal, entre aspas (observe a necessidade de se destacar em novo parágrafo com recuo, se possuir mais de 3 linhas); e no esquema “autor,ano”, para citação indireta, onde não se utiliza o texto em sua literalidade, mas se apresenta a ideia geral ou resumo da ideia com as próprias palavras (BECK, 2012). Citação de trabalhos com dois autores deverão ser apresentadas com os sobrenomes separados pelo símbolo “&” (BECK & LASH, 2013). Citações com mais de 2 autores deverão se utilizar do recurso “et al” (BECK et al., 2015);  Elementos gráficos: Até 6 (entre figuras, mapas, imagens, desenhos, fotografias, gravuras, tabelas e gráficos), acompanhadas das respectivas legendas e fontes. Atenção: referencie o elemento se utilizando de numeração (por exemplo, Tabela 1, Figura 3, Gráfico 1) – jamais utilize referências de localização como “a figura a seguir”, ou o “gráfico anterior” ou “a tabela da página anterior”, uma vez que na diagramação do material para a publicação, os elementos gráficos podem não ficar localizados nos mesmos locais do documento original. Todos os elementos gráficos deverão ser enviados anexos ao documento principal. Figuras com pelo menos 300dpi nos formatos “jpg”, “bmp”, “tif” ou “png”. A NRE poderá contatar o autor para solicitar substituição ou adequação de quaisquer materiais que forem incompatíveis com o seu projeto gráfico;  Uso de siglas: na sua primeira aparição no texto deverá estar por extenso, seguida de sua sigla entre parênteses. A partir daí usar apenas a sigla;  Notas de rodapé: deverão ser sucintas, prezando pela objetividade e conveniência em se elucidar determinada informação do corpo do texto ou indicar referências correlatas;  Referências bibliográficas: todas as referências bibliográficas apresentadas no corpo do texto deverão figurar, obrigatoriamente, de forma completa e em ordem alfabética, ao final do documento, observando as normas da ABNT NBR6023.  Revisão ortográfica e gramatical: o autor deverá se responsabilizar pela revisão do material a ser sub-


metido, adequando-o às normas da escrita da língua portuguesa, especialmente no que diz respeito à ortografia e gramática, assim como ao Acordo da Língua Portuguesa (em vigor desde 2009).  Formato do arquivo (extensão): a NRE aceitará arquivos nas versões “doc”, “docx” ou “rtf”. IMPORTANTE: 1. Os manuscritos que não observarem as regras acima listadas não serão aceitos pela NRE; 2. Visando divulgar a IN 30 de 05/08/2009 do MAPA, todos os dados de composição de rações, premix e outros que forem apresentados nos artigos deverão ser expressos em mg/Kg ou g/Kg e não mais em porcentagem. 3. Ainda a respeito dos aspectos éticos e legais, a NRE sugere a leitura dos seguintes textos:  Aspectos Éticos, Legais e Morais Relacionados à Autoria na Produção Científica;  Autoria, direitos autorais e produção científica: aspectos éticos e legais. Ressaltamos que todos os materiais recebidos são submetidos à avaliação técnica por amostragem de texto para verificação da sua autoria.



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