EDITORIAL o território educativo e social é complexo, exigente e diferenciador. Por isso entendemos que é preciso descomplicar. Descomplicar egos, medos, falsos poderes, sobretudo de todos aqueles que, pontualmente e de curta passagem, ocupam lugares de liderança. Ter tempo e espaço para nos cingirmos, apenas e só, ao que realmente interessa. Foi assim que há 10 anos entendemos que este devia ser o caminho, e assim o trilhámos. Valorizando o respeito, a disciplina e o rigor, e sempre que possível, quando o seja, com profunda amizade. A Olhar Poente passou de uma para cinco f reguesias. De duas respostas sociais para oito. Mais os serviços de apoio social, incluindo os da área médica. De quatro para duzentas e setenta crianças utentes. De três pessoas para quarenta. Mas o desenho continua o mesmo, f iel aos seus princípios. Não admitimos, nem permitiremos, que na olhar Poente, se desenhe respostas e serviços sociais numa lógica industrial, invariável, repetitiva, como se de uma propriedade absorvente se tratasse. as crianças merecem mais e melhor. o ambiente que criamos às crianças é tendencionalmente menos competitivo e mais colaborativo, mais ligado às relações e emoções. E isso não é avaliado, mas sim vivido e partilhado. Juntamos a diversidade num só lugar. Primamos pela diferença e não pela def iciência. Crianças com necessidades específ icas, precisam de prof issionais com sensibilidade, sentido de responsabilidade, humildade, longe da perfeição, mas próximas da excelência. Pessoas altruístas, que saibam ouvir e deixar o outro respirar. Que se envolvam com transparência e seriedade. E nos momentos dif íceis e de crise, como a que atravessamos, mais necessário se torna que os objetivos das pessoas estejam alinhados com a missão institucional. E estão! É preciso derrubar barreiras que ainda hoje existem, sobretudo as invisíveis. Temos o dever de nos apaixonar pelo que fazemos e ser flexíveis nos projetos educativos, pedagógicos e currículos que estruturamos, dando oportunidade, sempre com soluções individualizadas, de resposta ao talento de cada criança. Ter uma geração futura mais humanista começa hoje, no trabalho em rede e em estreita colaboração com as famílias, parceiros sociais e restante comunidade. Temos de estar em constante desaf io de incluir e integrar. E de sonhar.
Ter uma geração futura mais humanista começa hoje Sérgio Nascimento
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