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Destination
Living between Arts and Nature
Ponta do Sol wins the heart of those who want a life of simple pleasures A Ponta do Sol conquista o coração daqueles que querem uma vida de prazeres simples
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TEXT CLÁUDIA CAIRES SOUSA • PHOTOS MIGUEL NÓBREGA
Ponta do Sol has become the reference point in Madeira for those seeking a tranquil lifestyle geared towards nature and the arts. The municipality has gained more and more fans, especially over the last two years, with the attraction of digital nomads and other foreigners who decide to live in the municipality, but also Madeirans.
Ricardo Vieira, 56 years old, is one of these cases. He left Madeira at 18 to study Hotel Management in Switzerland, where he made a career as director of a hotel. At the age of 40, with a thirst for new knowledge, he left for South Africa to study Design. He returned to Switzerland, but before the pandemic crisis set in, he packed up his life and went to Lisbon, later returning to his origins. He was born in Funchal, but always had friends from the island.
At the time of his lockdown in 2020, he spent a season at Estalagem da Ponta do Sol and fell madly in love with the municipality. "There are no words to describe what you feel here. It's a paradise," he describes with a smile on his face.
His day-to-day is spent working from home in consultancy for his company Design4Investment and he says that through his profession he is letting his clients know about the magic of Ponta do Sol. "Americans are feeling very captivated by this paradise", he stresses, pointing out that the municipality is currently a mixture of Madeiran emigrants who have returned from Venezuela and South Africa, as well as digital nomads.
This mix is making Ponta do Sol a cosmopolitan, fresh and young place, with avant-garde and different cultural events, such as yoga or aerobics classes on the beach. "These are small things that make all the difference", he highlights, underlining that his Swiss friends when they come to visit him are "fascinated" by all the sociocultural dynamics present in Ponta do Sol.
APonta do Sol tornou-se o ponto de referência na Madeira para quem procura um estilo de vida tranquilo e orientado para a natureza e para as artes. O município tem ganho cada vez mais adeptos, especialmente ao longo dos últimos dois anos, com a captação de nómadas digitais e outros estrangeiros que decidem residir no concelho, mas também de madeirenses.
Ricardo Vieira, 56 anos, é um desses casos. Saiu da Madeira aos 18 para estudar Gestão Hoteleira na Suíça, onde fez carreira como diretor de um hotel. Aos 40 anos, com sede por novos conhecimentos, partiu para a África do Sul para estudar Design. Ainda regressou à Suíça, mas antes da crise pandémica se instalar arrumou a vida na mala e foi para Lisboa e mais tarde regressou às origens. É natural do Funchal, mas sempre teve amizades ponta-solenses.
Na altura do confinamento, em 2020, passou uma temporada da Estalagem da Ponta do Sol e apaixonou-se perdidamente pelo município. “Não há palavras para descrever o que se sente aqui. É um paraíso”, descreve com um sorriso no rosto.
O seu dia-a-dia é passado a trabalhar em casa, na área da consultadoria na sua empresa Design4Investment e afirma que com a sua profissão está a dar a conhecer aos seus clientes a magia da Ponta do Sol. “Os americanosestão a sentir-se muito cativados por este paraíso”, sublinha, salientando que o município é atualmente uma mescla de emigrantes madeirenses que regressaram da Venezuela e África do Sul bem como de nómadas digitais.
Esta mistura está a tornar a Ponta do Sol um local cosmopolita, arejado e jovem, com eventos culturais vanguardistas e diferentes, como por exemplo aulas de yoga ou de aeróbica na praia. “São pequenas coisas que fazem toda a diferença”, realça, sublinhando que os seus amigos suíços quando o vêm visitar ficam “fascinados” com toda a dinâmica sociocultural presente na Ponta do Sol.
Anna Downey, for her part, left the cold of the United Kingdom to surrender to the warmth of Ponta do Sol. CEO and entrepreneur in a marketing company, Buzzbar, she was born in New Zealand, but has spent the last 15 years living in London. At the time of lockdown, she and a friend searched the map for a place that was safe, warm and surrounded by nature, and quickly came across the island. "We saw the town of Ponta do Sol and it seemed like an oasis, a real paradise," she says, stressing that at the time of her lockdown she could stay for four consecutive months without leaving the municipality. "There is no need to leave. The world is all here," she adds, stressing that she spends the day at home working, but that at the end of the day she gets together with her family from Ponta Sol. "In the summer we spend the evenings on the beach. In the winter we have our dinner dates and social gatherings. All in all, Anna Downey explains that the human factor, the architecture, and the
Por seu turno, Anna Downey deixou o frio do Reino Unido para se entregar ao calor ponta-solense. CEO e empreendedora numa empresa de Marketing, a Buzzbar, nasceu na Nova Zelândia, mas esteve nos últimos 15 anos a viver em Londres. Na altura do confinamento, procurou, juntamente com uma amiga, no mapa um local que fosse seguro, quente e rodeado por natureza, e rapidamente se deparou com a ilha.
“Vimos a Vila da Ponta do Sol e pareceu-nos um oásis, um autêntico paraíso”, afirma, sublinhando que na altura do confinamento chegou a ficar quatro meses consecutivos sem sair do município. “Não é preciso sair. O mundo está todo aqui”, adianta, realçando que passa o dia em casa a trabalhar, mas que ao final do dia reúne-se com a sua família ponta-solense. “No verão passamos os finais de tarde na praia. No inverno temos os nossos encontros para jantar e conviver”.
Em suma, Anna Downey explica que o factor humano, a arquitetura e a mistura cultural que se sente atualmente na Ponta do Sol são os ingredientes que mais aprecia. “Na Madeira há uma sensação de segurança, mas ao mesmo tempo é fácil sentir-se inspirada aqui. Além de que os madeirenses são únicos e hospitaleiros. São pessoas apaixonadas, mas ao mesmo tempo emanam tranquilidade, e isso é tão raro por esse mundo fora”, revela com um brilho no olhar.
Célia Pessegueiro, presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol afirma que “além do clima” e uma “paisagem autêntica”, o município tem cativado mais residentes devido à “melhoria dos serviços, ao planeamento de obra pública” e também pela “vida cultural dinâmica e vanguardista”.
É difícil saber ao certo quantos estrangeiros e não nativos vivem na Ponta do Sol, até porque se trata de um número flutuante. Mas a noção é que são cada vez mais.
“Temos a perceção de que cada vez mais gente jovem escolhe viver e trabalhar a partir da Ponta do Sol. São pessoas dinâmicas que trazem ideias e negócios inovadores, com uma visão de sustentabilidade que nos agrada. Estas iniciativas moldam a forma que a comunidade vê o mundo e alteram o paradigma económico local. É uma mudança lenta, mas que vai trilhando o seu caminho. Além disso, mais pessoas a residir cá dinamizam o comércio local e gera mais emprego”, realça a autarca.
Ao longo dos últimos anos, o concelho tem apostado em atividades junto ao mar e conta com um programa de voluntariado no município, por exemplo, o Centro de Recolha Oficial para animais abandonados, já que "quem escolhe a
PHOTO: ROBERTO RAMOS
cultural mix that is currently felt in Ponta do Sol are the ingredients she most appreciates. "In Madeira there is a sense of security, but at the same time it is easy to feel inspired here. Besides that, Madeirans are unique and hospitable. They are passionate people, but at the same time they emanate tranquility, and this is so rare in the world," she reveals with a twinkle in her eye.
Célia Pessegueiro, Mayor of Ponta do Sol says that "besides the climate" and an "authentic landscape", the municipality has been attracting more residents due to the "improvement of services, the planning of public works" and also because of the "dynamic and avant-garde cultural life".
It is difficult to know exactly how many foreigners and non-natives live in Ponta do Sol, as figures fluctuate. But the notion is that there are more and more of them. "We have the perception that more and more young people are choosing to live and work from Ponta do Sol. They are dynamic people who bring innovative ideas and businesses, with a vision of sustainability that we like. These initiatives shape the way the community sees the world and change the local economic paradigm. It is a slow change, but one that is making its way. Besides, more people living here makes the local commerce more dynamic and generates more employment", emphasised the mayor.
Over the last few years, the municipality has invested in activities by the sea and has a volunteer programme in the municipality, for example, the Official Collection Centre for abandoned animals, since "those who choose Ponta do Sol to live in are willing to intervene socially". "There is a lot on offer, and the origin is in the initiative of the community as a whole. We don't have concrete data on nomads, and on new Madeiran residents, we only have what we collect from contacts when they deal with matters at the Town Hall", Célia Pessegueiro points out, adding that the majority choose Ponta do Sol to live in because it is "a calm place with quality of life, and only 30 minutes from Funchal".
PHOTO: ROBERTO RAMOS
Ponta do Sol para viver tem vontade de intervir socialmente”.
“A oferta é muita e tem origens na iniciativa da comunidade como um todo. Não temos dados concretos sobre os nómadas, e sobre os novos residentes madeirenses temos apenas o que vamos recolhendo dos contactos quando tratam de assuntos na Câmara”, assinala Célia Pessegueiro, enaltecendo que a maioria escolhe a Ponta do Sol para viver por ser “um local calmo e com qualidade de vida, que se encontra apenas a 30 minutos do Funchal”.
visitpontadosol.pt
Photography under the spotlight
The illustrated postcards of Madeiran publisher Bazar do Povo are now the object of a book, edited by the Regional Directorate of the Madeira Archive and Library. The work collects around 60 images from the period between 1883 and 1951. The postcards are an opportunity to see Madeira of other times and also serve to understand the historical importance of the illustrated postcards, since the last quarter of the 19th century. The Regional Directorate of the Madeira Archives and Library also published another book of black and white photography. It is the work Imagens e Memória do Concelho de Machico (Images and Memory of the Municipality of Machico), which gathers a collection from the period between 1870 and 1970. Both books can be acquired at the Regional Archive and Public Library of Madeira.
Os bilhetes-postais ilustrados do editor madeirense Bazar do Povo são agora objetivo de um livro, editado pela Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira. A obra reúne cerca de 60 imagens do período entre 1883 e 1951. Os postais são uma oportunidade para ver a Madeira de outros tempos e servem também para perceber a importância histórica dos postais ilustrados, desde o último quartel do século XIX. A Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira editou ainda outro livro de fotografia a preto e branco. Trata-se da obra Imagens e Memória do Concelho de Machico, que reúne um espólio do período entre 1870 e 1970. Os dois livros podem ser adquiridos no Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira.