SETEMBRO 2013 | EDIÇÃO Nº 64
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA VILA DO CONDE DESDE 1510 AO SERVIÇO DA COMUNIDADE!
NOVO REGIME JURÍDICO DAS CONVENÇÕES DE SAÚDE ANALISADOS POR JORGE NUNES OLIVEIRA, PRESIDENTE DA APAC.
EXCELÊNCIA NA SAÚDE
Quando o sonho comanda a vida…
ARLINDO MAIA É O ROSTO QUE APRESENTA A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA DO CONDE DESDE 1984, ALTURA EM QUE ESTA INSTITUIÇÃO RECOMEÇOU A GANHAR FORMA E A CRIAR AS BASES PARA AQUILO QUE HOJE EXISTE. HOJE, A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA DO CONDE É UM SONHO TORNADO REALIDADE.
resposta às necessidades da comunidade. No entanto, em 1984, assumiu a provedoria da Santa Casa de Vila do Conde um homem cheio de sonhos e com uma visão social pouco comum que, vendo e auscultando as dificuldades sentidas por uma grande franja da população, começou a planear o futuro de uma instituição que se queria na vanguarda e capaz de dar apoio aos que mais necessitavam. Quase 30 anos depois, a Misericórdia de Vila do Conde é hoje detentora de um património digno de registo, capaz de fazer gerar um movimento de muitas pessoas em prol de uma causa muito nobre, a Solidariedade.
Arlindo Maia
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esde a sua fundação, em 1510, a Misericórdia de Vila do Conde baseou a sua atuação no apoio aos mais desfavorecidos, prestando cuidados de saúde através do seu hospital e dando alimentação aos que tinham fome e medicamentos a quem estava doente. Esta missão manteve-se inalterada, cumprindo as
Obras de Misericórdia, até 1975, altura em que o Estado assumiu as funções de prestadores de cuidados de saúde, chamando a si a gestão dos hospitais das misericórdias, incluindo a de Vila do Conde. Assim que o Hospital foi entregue ao Estado, a Misericórdia de Vila do Conde ficou despojada de património e, consequentemente sem capacidade para dar
Um sonho que comanda uma vida Arlindo Maia tomou posse em 1984 e assim que entrou, tomou contacto com uma triste realidade, o despojamento de património e atividade da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, deixada sem qualquer atividade social durante cerca de oito anos. Com base no sonho, Arlindo Maia e os restantes membros da Mesa Administrativa, da altura, planearam o futuro da Instituição e deram início a um projeto ambicioso e capaz de sustentar um alargado apoio social à população. O primeiro passo foi atualizar os estatutos da Misericórdia de Vila do Conde, atividade que durou cerca de dois meses. Apoiados pelo Arcebispo e pelo fundador da União das Misericórdias, a Mesa Administrativa da Misericórdia criou uns estatutos que, quase 30 anos passados, continuam em vigor.
O passo seguinte passou pela aquisição de terrenos no centro da cidade, onde hoje estão instalados a maior parte dos Equipamentos Sociais e toda a Unidade de Saúde da Misericórdia. Mas a verdade é que este projeto foi pensado de forma estruturada: “Entendíamos que a missão da Misericórdia era dar resposta às necessidades reais da comunidade onde estava inserida e, portanto, quisemos saber quais eram essas necessidades e só depois começar a construir este projeto”. Assim, ao abrigo de um protocolo com o IEFP, foram contratados quatro jovens para fazer um levantamento das necessidades da população nesta área social: “Anunciámos a medida e identificamos devidamente os jovens que, durante algum tempo, trabalharam junto das pessoas, auscultaram os seus problemas e referiram a sua opinião. No final desse período, fizemos uma análise dos resultados e percebemos quais eram as necessidades sentidas naquela altura pela população, começando desde logo a sanar essas lacunas”. Desse levantamento, foi identificada a necessidade de criar uma unidade de apoio às pessoas mais idosas, já que esta era a verdadeira preocupação da comunidade, mostrando o respeito e consideração por aqueles que nos antecederam e trabalharam para o futuro de Vila do Conde. Dessa forma, “logo percebemos que seria necessário avançar com o lar de terceira idade. Assim se deu início à concretização do projeto da Misericórdia de Vila do Conde: um Lar de Terceira Idade, Centro de Dia e Apoio Domiciliário”. Setembro 2013
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aquela realidade que conhecem, mas sim esta, a de crianças com famílias equilibradas e estruturadas. Desta forma, estamos a dar-lhes uma visão positiva da vida, mostrando-lhes que existe um mundo de oportunidades e que devem seguir os exemplos das famílias que aqui colocam os seus filhos, de livre vontade, para os lançar no mundo do conhecimento”, afirma o nosso entrevistado. O apoio fulcral da comunidade O apoio da comunidade às iniciativas da Misericórdia foi sempre a base de toda a ação desenvolvida pela Instituição desde 1510. O Provedor considera que sem o envolvimento da comunidade não seria possível construir este património social. “A população e seus beneméritos, de Vila do Conde e não só, foram o motor desta Instituição. Sem o apoio deles era impensável ter este trabalho feito. Quer seja através das doações, do trabalho voluntário ou da preferência ao escolher os nossos serviços, a população tem sido o impulsionador desta obra e a própria Instituição fomenta esta interligação, trazendo, sempre que possível, a comunidade para o seio da Misericórdia”.
O segundo passo, e portanto segunda grande necessidade da comunidade de Vila do Conde, foi a construção de um Centro de Apoio à Infância, garantindo a educação e proteção dos mais jovens. Tendo em conta o levantamento de necessidades sociais feito em 1984, a deficiência apareceu como terceira preocupação e com uma percentagem bastante residual. “Estamos a falar de uma altura em que a deficiência era ainda encarada com alguma vergonha. Apesar de ter uma percentagem residual no levantamento de necessidades, a verdade é que se sentiu a necessidade de criar um serviço de apoio a estas pessoas”. Outros sonhos foram surgindo e foram sendo concretizados sempre com o objetivo de dar uma resposta de proximidade à comunidade que acompanha a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde desde o seu início.
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A Misericórdia, passo a passo no serviço social Arlindo Maia apresentou-nos a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde com o orgulho de um pai que apresenta um filho. Visitamos todas as instalações da Santa Casa e rapidamente nos apercebemos que a dinâmica que aqui se vive é difícil de se imitar. Aqui respira-se apoio social, solidariedade, crença nos outros e muita alegria. Nesta visita, Arlindo Maia foi explicando que tudo começou pelo Lar de Idosos para pessoas autónomas, com capacidade para 104 utentes. “Esta estrutura, quando foi criada, foi logo pensada para a possibilidade de ser ampliado no futuro, dando resposta a uma realidade que já prevíamos na altura, de maior necessidade – a Dependência”. Desta forma, os serviços de cozinha e lavandaria, foram instalados num local que possibilitava a ampliação sem prejudicar o seu funcionamento. Assim em 1998 foi inaugurado
um lar anexo para Grandes Dependentes. O Lar para grandes dependentes, com capacidade para 65 idosos, dá apoio a pessoas que recorrem ao Lar quando já não têm qualquer capacidade de se manter nas suas próprias casas. Na verdade, “o que vemos é que, hoje, as pessoas vão-se mantendo nas suas casas o máximo de tempo possível, muito apoiadas pelo Centro de Dia e pelo Apoio Domiciliário, uma ajuda importante e de grande qualidade. No entanto, quando dão entrada no Lar, estão já demasiado dependentes e, em muitos casos, em situações avançadas de demência”. Em 1994 se inaugurou o Centro de Apoio a Pessoas com Deficiencia com resposta para 97 pessoas em Lar e 120 em Atividades Ocupacionais. Em 1999, iniciou as suas funções de apoio à Infância, em Creche, Jardim e ATL, o Centro Social em Macieira. Ainda tivemos oportunidade de conhecer a Casa da Criança, um local que presta apoio a 200 crianças, 40 das quais em regime de Acolhimento e 23 em regime de Lar de Jovens, ambas oriundas do Tribunal de Menores e da Comissão de Proteção de Crianças. Também nestas respostas sociais, o trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde é reconhecido pela sua eficácia e dedicação, abordando as problemáticas dos 63 internos de uma forma muito diferente do habitual: “Todos sabemos que os jovens acolhidos pela nossa instituição através do Tribunal de Menores e da Comissão de Proteção de Crianças em risco são oriundos de famílias desestruturadas e, internamente, entendemos que ao invés de fazermos uma abordagem de descriminação negativa, isolando-os das outras crianças e trabalhando com elas individualmente, optamos por uma abordagem positiva. Ou seja, trouxemos esses jovens para perto das crianças que não se encontram institucionalizadas, mostrando-lhes que o normal não é
A Misericórdia e a Saúde Há 503 anos atrás, a Misericórdia de Vila do Conde era uma instituição hospitalar, mas em 1975 ficou sem este serviço de apoio à população. No entanto, Arlindo Maia sempre considerou a saúde como o bem mais precioso de uma pessoa e, como tal, sempre sonhou conseguir disponibilizar serviços de saúde à população. E “quando um homem sonha, a obra nasce” e foi precisamente isso que aconteceu na Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde que aproveitou um desafio e criou uma estrutura de saúde que, hoje, contempla todos os serviços possíveis e imagináveis. “Decidimos criar uma unidade de rastreio do cancro da mama e da cavidade oral, devido à prevalência da patologia nesta área. Conscientes da importância deste recurso, disponibilizamos instalações e recursos humanos administrativos. Depois de adquirido o equipamento, como não foi possível instalar a Unidade de Rastreio, decidimos avançar com os exames de diagnóstico de mamografia, em solicitação de um médico de família, mediante acordo de cooperação com o Ministério da Saúde”. Tudo começou assim, com um simples serviço. Depois, “fomos implementando novos serviços porque a população e os próprios médicos começaram a sentir essa necessidade”. Desde 2004, a oferta de serviços de saúde foi amplamente alargada, passando a oferecer, além dos serviços de exames auxiliares de diagnóstico, toda uma panóplia de serviços que vão desde um simples aplicação de um injetável, a uma consulta de clínica geral até uma intervenção cirúrgica. A promessa do Hospital Foi recentemente noticiada a possibilidade de algumas misericórdias poderem retomar a gestão dos seus hospitais que, outrora, foram da sua propriedade. No entanto, o Governo apenas prevê esta possibilidade caso estas entidades garantam uma poupança de gestão de cerca de 25 por cento. Vila do Conde foi uma das Misericórdias reconhecidas com a possibilidade de receber a gestão do Hospital
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e, Arlindo Maia, considera muito relevante esta possibilidade já que a Misericórdia, neste momento, “possui uma lacuna grande ao nível das cirurgias já que as intervenções cirúrgicas para os utentes do SNS são apenas as dos sistemas SIGIC ou do CTH, situação que não abrange toda a população incluída no ACES de Vila do Conde. A população sairia beneficiada com a realização de um protocolo com o SNS para dar resposta a toda a gente e não só aqueles que são abrangidos pelos vários sub-sistemas de saúde, pois que com estes já a Misericórdia tem protocolos”. E será que conseguiria garantir a poupança de 25 por cento? Arlindo Maia responde: “Garantimos uma poupança de 25 por cento ou mais e um serviço de qualidade. É bom que o Governo considere esta possibilidade já que, desde há muito anos nos mostramos disponíveis para reaver a gestão do hospital da Misericórdia, podendo levar a um aumento significativo em termos de respostas na prestação de serviços de proximidade e sem os utentes perderem qualquer dos benefícios que possuem atualmente”.
Touguinha, com 97 utentes internos, 115 em atividades ocupacionais e 22 em Apoio Domiciliário; Crianças e Juventude - Casa da Criança apoia 63 crianças e jovens em risco, em regime de internato, e Creche, Jardim de Infância e ATL, no total de 288 crianças; - Centro Social de Macieira, com 167 crianças nas valências de Creche, Jardim-de-infância e ATL; Cantina Social - Serve 225 refeições diárias, almoços e jantares, a pessoas desfavorecidas, das quais 100 estão abrangidas pelo Programa de Emergência Alimentar da Segurança Social; - Colabora ainda com diversos parceiros no apoio a carenciados, nomeadamente através da atribuição de cabazes de alimentos; Outros Serviços Sociais Na parte Social a Misericórdia de Vila do Conde desenvolve ainda, com a colaboração do Instituto de Segurança Social, atividades no âmbito do Rendimento Social de Inserção (RSI) e do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF)
O futuro Neste momento, a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde está a terminar uma unidade de Cuidados Continuados Integrados para 57 utentes e também uma nova Cantina Social com balneários. Sendo que no momento está concluído um Equipamento Social destinado a Pessoas com Deficiência na freguesia de Fajozes com capacidade para 25 pessoas em Lar e 30 em Atividades Ocupacionais.
Serviços de Saúde - Atendimento Permanente que serve a população 24 horas por dia, todos os dias, em Medicina Geral e Enfermagem; - Clínica de Medicina Física de Reabilitação, onde se prestam diariamente tratamentos de reabilitação; - Laboratório de Análises Clínicas; - Unidade de Saúde: Bloco Cirúrgico com 2 salas, Internamento com 19 quartos (38 camas); - Exames Complementares de Diagnóstico e Consultas de Especialidade; - Unidade de Cuidados Continuados Integrados, com 40 utentes;
Uma missão contínua “Hoje, e apesar do património que possuímos e do reconhecimento enquanto instituição, primamos pelo mesmo tipo de abordagem. Damos a mão a quem mais precisa e apoiamos aqueles que recorrem à Misericórdia como primeiro ou último recurso. Hoje, em Vila do Conde, a Misericórdia assume a alimentação daqueles que não têm recursos para fazer face às despesas mais básicas e, com isto, garantimos a alimentação e os cuidados mínimos de higiene a muitas pessoas que viram na crise a sua desgraça honrando, desta forma, os compromissos feitos há 500 anos atrás, de dar a mão aos mais desfavorecidos. Pretendemos que em Vila do Conde ninguém passe fome”. Turismo Recentemente a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde deu o primeiro passo na área do Turismo, reabilitando a Estalagem do Brazão, hoje Hotel Brazão, com o objetivo de rentabilizar esta unidade turística, canalizando os recursos para o apoio social que desenvolvemos. Apesar de, no momento, não visar o “turismo social”, a verdade é que um dos objetivos da Misericórdia é criar um centro de turismo de saúde que possa atrair turistas principalmente estrangeiros, em qualquer época do ano, que veem em Vila do Conde um ótimo local para passar as suas férias, em segurança com apoio permanente e ao domicílio de serviços de saúde”. Património Cultural/Religioso O património da Misericórdia compreende todos os seus bens materiais e imateriais, móveis e imóveis, mas também inclui o conjunto de ações desenvolvidas em prol da comunidade que concretizam os seus valores de solidariedade e cristãos que constituem o seu património espiritual.
- Medicina Dentária; Outros Para além dos serviços referidos, a Misericórdia de Vila do Conde criou uma Empresa de Inserção Agrícola, instalada em propriedades desta Instituição, com vista a produção de, principalmente, horticultura e fruticultura. Também, confeciona doçaria conventual de acordo com um receituário criado pelas freiras de Santa Clara que habitaram o convento de Vila do Conde. Esta iniciativa tem a vantagem de divulgar a doçaria tradicional de Vila do Conde. O símbolo físico dos valores cristãos que a Misericórdia de Vila do Conde desenvolve é a Igreja da Misericórdia, edifício do séc. XVI, o qual foi submetido a uma profunda obra intervenção de conservação e restauro, com o apoio do Programa Operacional do Norte (ON.2), em 2010, aquando das comemorações dos 500 anos desta Santa Casa. Para além deste património, a Misericórdia dispõem de um antigo e muito importante espólio, o qual brevemente terá um espaço próprio para exposição e estudo.
Serviços disponíveis na SCM de Vila do Conde • Serviços Sociais 3ª Idade - Lar, com 104 Idosos internos, 75 em Apoio Domiciliário e 41 em Centro de Dia; - Lar de Grandes Dependentes, com 65 camas; - Residencial Rainha D. Leonor, com 63 utentes em apartamentos, tipo “T-1”;
Com o objetivo de divulgar junto da comunidade a atividade da Instituição, a Misericórdia de Vila do Conde, para além de outros meios de comunicação, edita também uma revista semestral, “Revista Santa Casa”, desde o ano 1994, disponível para consulta online em http://www.scmvc.pt/ noticias-publicacoes/revista-santa-casa/.
Deficiência - Centro de Pessoas com Deficiência em
A Misericórdia de Vila do Conde aposta em Serviços de Qualidade e Proximidade! Setembro 2013
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Novo Regime de Convenções de Saúde O Conselho de Ministros aprovou, no passado mês de Agosto, o novo regime jurídico das convenções que tenham por objeto a realização de serviços de saúde aos utentes do Serviço Nacional de Saúde no âmbito da rede nacional de convencionados. Paulo Macedo, Ministro da Saúde, assegura que o novo regime de convenções de saúde apenas terá efeitos em 2014 mas será determinante para reduzir os custos para o Serviço Nacional de Saúde. Este novo regime jurídico das convenções de saúde prevê a possibilidade de abertura de concursos públicos, assumindo estes como um dos grandes objetivos do diploma, e quem o diz é Paulo Macedo: “A perspectiva é terminar com algumas rendas excessivas que existiam pelo imobilismo nesta área dos convencionados do Serviço Nacional de Saúde” O Ministro da Saúde, Paulo Macedo, relembra que o último diploma referente à rede de convenções do Serviço Nacional de Saúde datava de 1998 e “muitas das convenções mantêm-se inalteradas há mais de 30 anos, vedando a entrada de novos operadores no mercado da prestação serviços de saúde”. Durante a conferência de impressa que decorreu no final da reunião do Conselho de Ministros de 14 de agosto, Paulo Macedo revela que as convenções em vigor, atualmente, “têm um custo para o Estado a rondar os 600 milhões de euros e vão ser mantidas até ao fim. Apenas em 2014 teremos o Paulo Macedo, Ministro da Saúde
novo regime jurídico em funcionamento e a partir daí, teremos medidas nas convenções”. Confrontado com a questão central, de que forma irá Serviço Nacional de Saúde reduzir custos, Paulo Macedo garantiu que a redução da fatura em saúde virá da abertura de novos concursos públicos, “a partir do último trimestre de 2014”, e da revisão anual de preços, “a decorrer durante o próximo ano”. Novos concursos públicos em 2014 Paulo Macedo assegurou, durante a conferência de imprensa, que “daqui a um ano estamos a lançar concursos e novos procedimentos. Para 2014, a redução de custos no SN virá através da revisão de preços anuais e do lançamento de novos concursos públicos”. Para Paulo Macedo, este novo regime de convenções permitirá que os meios complementares de diagnóstico funcionem em regime de complementaridade e liberdade de escolha dos cidadãos: “Além de o Estado conseguir celebrar contratos de adesão, pode também abrir concursos públicos”. Com isto, “queremos ter mais acesso, liberdade de escolha e um maior número de prestadores de serviços, terminando também com algumas rendas excessivas que existiam por falta de mobilidade nesta área”, defende o governante. As novas convenções terão um prazo de cinco anos, mas terá uma salvaguarda para o sector social em zonas com menos de 30 mil eleitores e com orçamentos até 200 mil euros, garantindo o acesso a pequenos operadores.
Na voz do Conselho de Ministros De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o novo modelo jurídico de convenções de saúde é mais flexível do ponto de vista dos procedimentos, possibilitando-se que as convenções tenham um âmbito regional ou nacional e que sejam celebradas mediante contrato de adesão ou após procedimento concursal específico, sendo ainda permitida a celebração, a título excecional, de convenções que abranjam um conjunto integrado e ou alargado de serviços. O diploma aprovado visa, assim, adequar o regime do sector convencionado à atual realidade de prestação de cuidados de saúde e assegurar o respeito pelos princípios da equidade, complementaridade e da liberdade de escolha dos utentes, bem como da transparência e da concorrência.
ANALÍSES CLÍNICAS: QUALIDADE E INOVAÇÃO
Por um serviço de saúde justo e para todos “O NOVO REGIME JURÍDICO DAS CONVENÇÕES QUE SE PRETENDE IMPLEMENTAR, COLOCA DESDE LOGO EM CAUSA O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LIVRE ESCOLHA PELO UTENTE DO SEU PRESTADOR DE CUIDADOS DE SAÚDE”, AS PALAVRAS SÃO DE JOÃO OLIVEIRA, DIRETOR DA COOPLAB. SAIBA MAIS SOBRE A INSTITUIÇÃO E A IMPLICAÇÃO DO NOVO REGIME JURÍDICO DAS CONVENÇÕES, EM ENTREVISTA AO PAÍS POSITIVO. no seu objeto social e atingindo em 2000 o número de 200 Laboratórios cooperantes com participação no seu capital social, número que se manteve até ao início do ano 2008 que coincide com o princípio da crise financeira nos países ocidentais. A partir do ano 2008 intensificou-se a concentração de Laboratórios, por aquisições de grupos económicos externos, iniciaram-se os cortes orçamentais no sector da saúde, o que originou maiores dificuldades aos Laboratórios independentes ainda com capital social nacional. Esta concentração originou igualmente uma diminuição do número de associados da cooperativa com a consequente estagnação do seu volume de negócios. Quais são os maiores avanços da instituição? A Cooplab teve ao longo da sua existência o mérito de colocar na mesma estrutura associativa duas classes profissionais, os médicos patologistas e os farmacêuticos analistas que no passado sempre funcionaram de um modo antagónico, diminuindo assim o poder de intervenção juntos das autoridades da saúde.
João Oliveira, Diretor da Cooplab
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omo nasceu a Cooplab e qual o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido? A cooperativa foi constituída em Março de 1994, por 21 Laboratórios de Análises Clínicas e de Patologia Clínica, tendo sido inovadora por na época agrupar na mesma estrutura associativa duas classes profissionais distintas, a dos Farmacêuticos Analistas e a dos Médicos Patologistas que coabitam nesta área dos exames complementares de diagnóstico “in-vitro”. As razões da constituição
desta plataforma cooperativa tiveram origem na necessidade de obter sinergias de grupo na aquisição de bens e serviços necessários ao funcionamento dos Laboratórios em condições de preço muito mais favoráveis se os mesmos fossem adquiridos individualmente. Desde o início da sua actividade no ano de 1995, a cooperativa tem vindo a crescer de uma forma sustentada, quer no número de associados, como no seu volume de negócios, cumprindo integralmente os objetivos a que se propôs
Como analisa o tema quente do momento, o novo regime jurídico das convenções em saúde? O novo regime jurídico das convenções que se pretende implementar, coloca desde logo em causa o princípio constitucional da livre escolha pelo utente do seu prestador de cuidados de saúde. Pela concentração dos prestadores de saúde em dois ou três grandes grupos económicos, irá numa primeira fase causar algum impacto político na diminuição do orçamento do Ministério da Saúde, através da implementação de preços agressivos, impraticáveis pelos restantes convencionados, que irão originar certamente o encerramento das unidades de menor dimensão, que hoje em dia já ocorrem, e consequente aumento do desemprego no sector, com custos para o Estado, que seguramente irão anular as economias de escala obtidas. Por outro lado, esta diminuição forçada dos Laboratórios convencionados, acarreta o perigo de no futuro o Estado ficar refém dos dois ou três grupos económicos sobreviventes, que poderão concertar preços do serviço prestado e assim forçar o mesmo Estado a aceitar preços mais elevados, anulando assim todas as economias de escala obtidas.
De realçar igualmente que esta concentração de convencionados irá seguramente diminuir a qualidade dos serviços até agora prestados e deixará de existir a prestação de cuidados primários de saúde de proximidade, obrigando os utentes a deslocações aos grandes centros de atendimento, com custos acrescidos desnecessários. De que forma pensa que o mercado irá reagir? Face à difícil conjectura económica de evolução difícil de prever, resta aos convencionados ainda independentes criarem parcerias entre si, associarem-se, de modo a ganharem massa crítica suficientemente forte que permita a sua sobrevivência e condições financeiras para poderem concorrer com os grandes grupos económicos já constituídos. Se será esta forma a reação do mercado é uma incógnita… Como se pode acrescentar valor aos laboratórios clínicos? Com uma tabela de preços imposta pelo Estado que não é actualizada há vários anos, com uma forte concorrência num mercado que cada vez possui menos utentes, é pouco provável, que a manterem-se estas condições, os laboratórios clínicos consigam acrescentar valor e sobreviverem. Quais são os projetos projetos futuros da Cooplab? Face ao anteriormente exposto, a cooperativa não tem nem pode equacionar ou planear projetos para o futuro. Resta-lhe continuar o seu trabalho associativo de apoio aos cooperantes e efetuar um rigoroso controlo orçamental de modo a também ela poder sobreviver a este ciclo económico adverso. Existe alguma mensagem que pretende deixar aos leitores, sobre este tema? Sinceramente, e não sendo um pessimista, não me surge qualquer mensagem que possa aqui deixar. Finalmente, aquilo que posso expressar é, segundo um antigo ditado, “a esperança é a última a morrer”, pelo que expresso o desejo de que sejamos todos pró ativos na procura de soluções e alternativas para transformar uma sociedade envelhecida e materialista numa sociedade mais humana e socialmente aprazível para as gerações futuras. Setembro 2013
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ANALÍSES CLÍNICAS: QUALIDADE E INOVAÇÃO
Laboratórios sob ameaça de instabilidade O
s laboratórios de análises clínicas são um elemento essencial para uma saúde de excelência. No entanto, ao longo dos últimos anos muitas foram as atribulações sofridas por estes laboratórios de proximidade. Agora, uma nova ameaça se instala. Pretenderá o Ministério da Saúde destruir a rede de Laboratórios Convencionados? Ao longo dos anos, fomos criando uma ligação bastante próxima com os laboratórios de análises clínicas, considerando-os elementos fulcrais para a prevenção e tratamento das nossas patologias. Hoje, não deve existir um único português que não deposite total confiança nos laboratórios de análises clínicas e que não recorra a estes sempre que necessita de algum tipo de informação ou se sente ameaçado por alguma maleita. Conscientes desta importância, os Laboratórios de Análises Clínicas, com convenções com o Serviço Nacional de Saúde, foram-se equipando com tecnologia de ponta e munindo-se de recursos-humanos altamente especializados, trazendo diferenciação para o sector da saúde e trazendo qualidade e excelência. Prova disso é o número elevado de laboratórios certificados por entidades externas, revelando índices de qualidade acima da média, quer ao nível dos processos, quer ao nível da organização/gestão. É premente dizer que, hoje, os laboratórios de análises clínicas – seja na província ou nas cidades – estão ao nível do que melhor existe na Europa.
Jorge Nunes Oliveira, Presidente da APAC
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Novo Regime Jurídico das Convenções de Saúde Recentemente foi noticiada a aprovação de um novo regime jurídico das convenções de saúde. Sabendo que isso poderá implicar o fim de muitos laboratórios de análises clínicas de proximidade, revertendo obrigatoriamente numa perda de qualidade nos cuidados de saúde, o País Positivo foi ao encontro de Jorge Nunes Oliveira, presidente da APAC - Associação Portuguesa de Analistas Clínicos, tentando saber qual a implicação desta medida, ainda desconhecida na sua essência, e de que forma encara o futuro do sector. De acordo com os estudos efetuados, cerca de 70 por cento das decisões clínicas são tomadas com base em resultados laboratoriais. Apesar de não substituírem os médicos, os analistas clínicos desempenham um papel preponderante para o rastreio e para criar uma base de ação que leve ao diagnóstico e tratamento. Jorge Nunes Oliveira vai mais além: “Hoje em dia com as análises de biologia molecular e genética intervêm também no que se chama medicina preditiva e desempenham
um papel central nos serviços de saúde. Apesar desta importância e intervenção os custos com as análises clínicas representavam, há quatro anos, menos de 2,5 por cento das despesas em saúde. Atualmente deverão rondar cerca de dois por cento”. Este é, portanto, um exemplo de excelência no que diz respeito à gestão rigorosa e controlada da despesa pública, trazendo vantagens para o Estado e para os contribuintes. Com os laboratórios de análises clínicas, o Estado sabe precisamente quanto gasta e onde gasta, sem surpresas e sem os derrapes característicos das empresas com gestão estatal. A verdade é que, “a qualidade e os custos são analisados à lupa quando se fala em Laboratórios de Análises Clínicas, mas o mesmo não acontece, infelizmente, quando os mesmos serviços são prestados pelos laboratórios públicos”, avança o nosso interlocutor. Ainda assim, e tendo em conta o estado do país, faz sentido olhar para o sector da saúde para perceber onde se pode cortar, se é que ainda existem gorduras para eliminar. No entanto, “não faz sentido que quando se fale em cortes na saúde, as análises clínicas surjam em primeiro plano, insinuando que aqui se encontra o desequilíbrio das contas do SNS. Os laboratórios encontram-se numa situação aflitiva. Nos últimos dois anos sofreram um corte de 30 por cento. Qual é o propósito de poupar algum dinheiro numa área que absorve menos de dois por cento das despesas de saúde? Trata-se de uma poupança ilusória e que irá sair muito mais dispendiosa. No curto, médio e longo prazo, a fatura na saúde (nos hospitais) por falta de rastreio, diagnóstico e seguimento das doenças no momento certo, irá forçosamente aumentar”. O Decreto-Lei das Convenções promulgado em
Parcerias entre Laboratórios de Análises Clínicas e SNS As parcerias entre laboratórios de análises clínicas e o Serviço Nacional de Saúde surgiram, sobretudo, com a criação do próprio SNS em 1979 e foi a forma mais inteligente que os governos encontraram para prestar o apoio imprescindível aos médicos e aos doentes e têm contribuído para os ganhos em saúde registados em Portugal nas últimas décadas com custos conhecidos e controlados.
ANALÍSES CLÍNICAS: QUALIDADE E INOVAÇÃO
1998 está desatualizado, como avança Paulo Macedo? Jorge Nunes Oliveira responde, em discurso direto: “A proposta de revisão do Decreto-lei 97/98 das convenções representa uma grande ameaça à sobrevivência dos laboratórios que colaboram com o SNS há mais de 30 anos. Em termos muito práticos e resumidamente o que muda radicalmente e o que se pretende alcançar através do projeto de Decreto-lei é que os preços sejam determinados pela competição entre concorrentes, isto é, através de concursos públicos. É uma medida que ignora o conceito de preço mínimo como garantia da qualidade de serviço. Este procedimento é totalmente desnecessário. Atualmente o estado já controla o preço a pagar aos convencionados pelos exames efetuados pois estabelece na “Tabela MCDT Convencionados” os preços a pagar no âmbito das convenções. Os Laboratórios de Análises Clínicas são prestadores de serviços de Saúde com elevada complexidade e não podem estar sujeitos a uma concorrência selvática de preços entre prestadores. Questionamos
o porquê da chantagem que, inevitavelmente, o Concurso acarretará com o propósito de poupar algum dinheiro numa área que absorve menos de dois por cento das despesas de saúde. Trata-se de uma poupança ilusória e que irá sair muito mais dispendiosa. Para além disso os operadores privados que forem excluídos em cada concurso não terão condições para continuar a sua atividade à espera de uma segunda oportunidade, conduzindo fatalmente ao desemprego de um elevadíssimo número de pessoas, muitos delas Técnicos qualificados com licenciaturas universitárias. A curto/médio prazo o sector ficará na mão de dois ou três grandes operadores com consequências desastrosas para o SNS e para as próprias Finanças Públicas. A cobertura, a acessibilidade, equidade e a qualidade dos serviços de saúde prestados aos utentes estarão condenadas”. Segundo o nosso entrevistado, este novo modelo não tem em conta que um laboratório não se cria ou elimina de acordo com os concursos públicos já que envolve toda uma estrutura física e
humana que não prevê retorno de investimento a curto ou médio prazo. Então, mas este modelo trará, pelo menos, algum benefício para o Estado? “Não. Na minha opinião, o sistema acabará por ficar refém de três ou quatro operadores com malefícios ainda maiores dos que atualmente existemno sector da hemodiálise”. A finalizar a entrevista cedida ao País Positivo, Jorge Nunes Oliveira deixa uma mensagem a Paulo Macedo, Ministro da Saúde: “Há bem pouco tempo o Senhor Ministro da Saúde deixou claro que os laboratórios clínicos têm sido parceiros nas horas boas e também nas horas menos boas. É isso que, responsavelmente, temos sido. Não percebemos porque depois disso, e sem que tenha havido da nossa parte qualquer atitude ou tomada de posição contrária à realidade que o país infelizmente atravessa, pretenda agora atribuir aos laboratórios um Rating Triplo A: Asfixia – Aflição – Abandono, substituindo-os por um número restrito de três ou quatro entidades financeiras”.
Garantias de Qualidade “Os Laboratórios de Analises Clínicas portugueses convencionados com o SNS estão, muito bem equipados sob o ponto de vista técnico, de pessoal qualificado, de instalações, participam em programas de avaliação externa da qualidade organizados por diversas organizações internacionais e têm genericamente implementados sistemas de gestão da qualidade, auditados anualmente por entidades externas independentes reconhecidas pelo IPAC, de que destacamos o Sistema de Dupla Certificação pelas Normas ISO 9001:2008 + Normas do Laboratório Clínico, promovidos pela Ordem dos Farmacêuticos e a APAC (Associação Portuguesa de Analistas Clínicos), sistema que se aplica a toda a atividade laboratorial e muito próximo da Norma de Acreditação 15189 (segundo estudo comparativo realizado pelo IPAC). Os Laboratórios portugueses de proximidade estão em pé de igualdade e mesmo num nível superior ao dos existentes na maioria dos países europeus”.
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ANALÍSES CLÍNICAS: QUALIDADE E INOVAÇÃO
“Novo regime jurídico das convenções é preocupante” O NOVO DECRETO - LEI SOBRE O REGIME JURÍDICO DAS CONVENÇÕES TEM DEIXADO ALGUNS ESPECIALISTAS EM ANÁLISES CLÍNICAS INQUIETADOS COM O FUTURO DO SETOR. JORGE LEITÃO DOS SANTOS, UMA PERSONALIDADE CONSIDERÁVEL NESTA ÁREA, NÃO ACREDITA NA VIABILIDADE DESTE NOVO REGIME.
Gisela Santos, Diretora Adjunta, e Jorge Leitão Santos, Diretor
O Laboratório de Análises Clínicas Dr. Jorge Leitão Santos, Lda. tem cerca de 36 anos de funcionamento e sede na Praça Cova do Bicho em Alverca. Natural da Madeira e licenciado em Farmácia pela Universidade do Porto, Jorge Leitão Santos abriu o seu primeiro posto na Póvoa de Santa Iria, em 1977. Nessa localidade ganhou a confiança de algumas empresas como a Solvay Portugal, a OGMA e a Mague. Em 1980 mudou-se para Alverca e durante estes anos aumentou exponencialmente a sua empresa tendo cerca de 20 Postos de Colheitas/ Recolha de produtos biológicos espalhados pelos distritos de Lisboa, Santarém e Leiria. Um dos valores mais importantes do laboratório
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do Dr. Jorge Leitão Santos é a garantia total da qualidade de todos os seus serviços e valências. A empresa tem mais de 40 colaboradores, especializados em diferentes áreas como: hematologia, química clinica, endocrinologia, imunologia, bacteriologia, serologia entre outras. Por essa mesma razão, em 2009 foi feita uma renovação à sede do laboratório de modo a obter uma maior união e funcionalidade do espaço, modernizar os equipamentos e fornecer bem-estar aos trabalhadores. A apoiar incondicionalmente Jorge Leitão Santos, encontra-se a filha Gisela Santos, Diretora Adjunta, também Especialista em Análises Clínicas, que além de se dedicar ao processo de
Certificação e Gestão da Qualidade do Laboratório, trabalha na bancada nas várias valências. Para além de proprietário de um laboratório, Jorge Leitão Santos é membro do Conselho de Administração da REDLAB e sócio fundador da COOPLAB – Cooperativa de Laboratórios de Análises Clínicas. No que diz respeito ao novo regime de convenções, o Dr. Jorge Leitão Santos refere que “daquilo que li do decreto parece-me que o resultado pode ter graves consequências pois concentrará inevitavelmente as diferentes convenções num número muito restrito de entidades atirando praticamente todas as outras para a falência“.
Como proprietário de um laboratório, e parceiro em várias vertentes da atividade das Análises Clínicas, mostra-se muito sensível com esta questão concluindo que “esta é uma situação muito grave e mal avaliada quanto às consequências, pois resultará inevitavelmente na exclusão da grande maioria dos pequenos laboratórios e dos laboratórios de proximidade lançando no desemprego milhares de trabalhadores, uma grande parte deles especializados em diversas valências e graus de especialização. Afirmando ainda que “está disponível e que quer dar o seu contributo, junto e em conjunto com todos os parceiros de classe, bem como as entidades e organismos ligados ao sector.”
ANALÍSES CLÍNICAS: QUALIDADE E INOVAÇÃO
Empresa nacional líder de mercado em software para a área da saúde A MAXDATA É UMA EMPRESA COM 35 ANOS DE EXPERIÊNCIA QUE CONCEBE DIFERENTES SOLUÇÕES INFORMÁTICAS (SOFTWARE CLINIDATA®) PARA A ÁREA DA SAÚDE COM UMA ÊNFASE ESPECIAL NA ÁREA DAS ANÁLISES CLÍNICAS. INOVAÇÃO E QUALIDADE SÃO ALGUMAS DAS PALAVRAS-CHAVE QUE CARACTERIZAM ESTA EMPRESA.
"ATUALMENTE MAIS DE 80 POR CENTO DOS HOSPITAIS PÚBLICOS UTILIZAM SOLUÇÕES INFORMÁTICAS DA EMPRESA"
Paulo Sousa, Diretor-Geral da Maxdata Setembro 2013
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ANALÍSES CLÍNICAS: QUALIDADE E INOVAÇÃO
Foi em 1978 que a primeira solução informática da Maxdata começou a ser desenvolvida. Surgiu com a finalidade de responder aos desafios da época, na área das análises clínicas. Com a rápida evolução da empresa, facilmente conseguiram conquistar a maioria dos laboratórios privados atingindo uma boa quota de mercado. Após o ano 2000, o negócio foi diversificado e começaram a ser desenvolvidas aplicações em outras áreas como é o caso da prescrição electrónica, anatomia patológica, banco de sangue e transfusões, alargando a oferta da Maxdata sobretudo a nível hospitalar. Atualmente mais de 80 por cento dos hospitais públicos utilizam soluções informáticas da empresa. A Maxdata é uma empresa cem por cento portuguesa que tem como principal preocupação o cliente e cresceu “ao apostar sempre na qualidade das nossas pessoas e da organização”, afirma o diretor-geral Paulo Sousa. Um dos pontos fortes da organização é a assistência prestada aos clientes que se depara regularmente com desafios relacionados com alterações que acontecem na realidade de cada cliente. Como refere Paulo Sousa, “a empresa tem de facultar não só o melhor software, mas depois conseguir também responder aos desafios”. Um dos maiores projetos da empresa passa pela sua internacionalização. Este empreendimento está dividido em três sub projetos: Certificação, desenvolvimento de uma nova geração do software Clinidata® e marketing internacional.
A MAXDATA É UMA EMPRESA DE RIGOR E EXCELÊNCIA QUE ESTÁ EM FRANCO CRESCIMENTO. AS SUAS SOLUÇÕES DE SOFTWARE SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES NO SETOR DA SAÚDE E PERMITEM POUPANÇAS ANUAIS DE MILHÕES DE EUROS NOS HOSPITAIS PÚBLICOS E NO SETOR PRIVADO
A Maxdata é a única empresa portuguesa na área da saúde com a certificação internacional ISO 20000. Esta certificação assegura que o sistema de gestão de serviços da empresa está ao nível dos altos padrões internacionais. A nova geração do software Clinidata® ainda está em curso e a sua primeira versão deverá ser lançada no segundo semestre de 2014. A sua filosofia está “muito orientada
aos paradigmas modernos da web e existe uma aposta clara na usabilidade”. Paulo Sousa acredita que este software irá ser uma revolução, pois todas as aplicações da empresa vão ser unificadas em torno de um mesmo paradigma inovador “e isso vai implicar mais-valias para os laboratórios e para os hospitais”. Neste momento a empresa encontra-se presente em Angola e no Brasil. O plano de marketing internacional já foi iniciado e passa por campanhas direcionadas a um conjunto de países restrito que mais tarde irá ser alargado após a conclusão do novo software. O diretor-geral da empresa espera que a Maxdata “tenha muito sucesso e se torne numa referência internacional, tal como já é hoje em dia uma referência nacional”. A Maxdata tem como objetivo manter sempre a sua sede em Portugal, apesar do crescimento através da internacionalização. Os clientes portugueses serão sempre os mais estimados e os que irão utilizar em primeiro lugar as inovações do software antes destas serem lançadas no estrangeiro. “O mercado nacional vai ser sempre o nosso mercado preferencial”, salienta Paulo Sousa. Inovação é um das estratégias essenciais da empresa, pois é através da mesma que se consegue fidelizar clientes. Um dos exemplos é a solução desenvolvida para a especialidade de microbiologia e que elimina a necessidade de papel: a “microbiologia sem papel”. Através deste conceito é possível acelerar bastante
a atividade laboratorial e reduzir o risco de contaminações. A Maxdata apresentou recentemente esta inovação no Congresso Europeu de Microbiologia (ECCMID 2013), tendo despertado o interesse de unidades de saúde de outros países europeus. Sendo uma empresa que concebe software na área da saúde, a Maxdata também está atenta às mudanças que podem vir a ocorrer neste setor. No que diz respeito ao tema do novo regime das convenções de saúde, o diretor-geral da empresa refere que as convenções “são uma ameaça externa real que, a concretizar-se, vai mudar muito o negócio das análises clínicas e vai afetar sobretudo, parece-nos, os laboratórios privados de pequena e média dimensão”. Contudo Paulo Sousa acredita que o sucesso de qualquer empresa depende “do grau de adaptação ao meio envolvente” e os laboratórios “têm de desenvolver uma estratégia para contornar esta situação”. A Maxdata é uma empresa de rigor e excelência que está em franco crescimento. As suas soluções de software são extremamente importantes no sector da saúde e permitem poupanças anuais de milhões de euros nos hospitais públicos e no setor privado, com funcionalidades que permitem, por exemplo, reduzir a realização de análises clínicas duplicadas, validar automaticamente resultados de análises clínicas e bloquear automaticamente equipamentos auto-analisadores que não estejam a produzir resultados com qualidade.
SAÚDE E BEM - ESTAR
INWA Nature na peninsula ibérica LANÇAMENTO EM PORTUGAL PREVISTO PARA OUTUBRO DO CORRENTE ANO
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INWA NATURE é uma importante empresa sediada em Marrocos vai introduzir os seus produtos de cosmética ao longo dos próximos meses. A proximidade geográfica com Marrocos permite o estabelecimento de relações comerciais que se esperam fluorescentes tendo em conta a superior qualidade dos produtos fabricados pela INWA NATURE correspondendo ao grau de exigência do consumidor português e espanhol. Uma linha de produtos de cosmética será apresentada brevemente pela INWA NATURE estando desde já prontos para serem comercializados alguns produtos entre os quais o Óleo de Argan e o Óleo de Figo de Barbarie. Estes produtos são fabricados cumprindo todas as normas exigidas para os produtos biológicos sem qualquer aditivo químico e sem utilização de pesticidas na sua produção encontrando-se devidamente certificados. É preocupação da INWA NATURE apresentar no mercado produtos de elevada qualidade suscetíveis de ombrear com o melhor que existe no mundo neste domínio. Os produtos O Óleo de Argan é produzido em território situado no sul de Marrocos que foi declarado pela UNESCO reserva natural da Biosfera. De facto aí se encontra a Argânia – Ouro de Marrocos – planta que produz as amêndoas que após prensagem a frio produz o precioso Óleo de Argan. Este Óleo utilizado pelas populações autóctones como complemento alimentar e para tratar doenças da pele foi nos finais do século XX objeto de investigação científica chegando-se à conclusão que a sua utilização na indústria de cosmética se tornou enriquecedora do produto final. O Argan extra virgem aplicado de forma adequada na pele permite obter extraordinários resultados quer no que respeita à sua hidratação, nutrição, elasticidade, luminosidade e outros tratamentos que as Clínicas Dermatológicas entretanto desenvolveram. O Óleo de Barbarie é um produto ainda mais raro extraído de forma natural do cactus do deserto e que está sendo introduzido na Indústria da Cosmética com resultados extremamente positivos aplicado na sua forma natural diretamente na pele de modo adequado oferece resultados que são autênticos milagres o
que tem proporcionado uma procura crescente deste produto por parte dos mercados mais exigentes. Perspectivas A INWA NATURE espera obter no mercado Ibérico resultados que correspondam às exigências que a si própria impôs em termos de qualidade dos produtos que apresenta.
ESTES PRODUTOS SÃO FABRICADOS CUMPRINDO TODAS AS NORMAS EXIGIDAS PARA OS PRODUTOS BIOLÓGICOS SEM QUALQUER ADITIVO QUÍMICO E SEM UTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS NA SUA PRODUÇÃO ENCONTRANDO - SE DEVIDAMENTE CERTIFICADOS
É PREOCUPAÇÃO DA INWA NATURE APRESENTAR NO MERCADO PRODUTOS DE ELEVADA QUALIDADE SUSCETÍVEIS DE OMBREAR COM O MELHOR QUE EXISTE NO MUNDO NESTE DOMÍNIO
PRETENDE - SE SELECIONAR DISTRIBUIDORES DISTRITAIS EM PORTUGAL DESTES PRODUTOS PODENDO DO SER ENTIDADES INDIVIDUAIS OU COLETIVAS. PARA INFORMAÇÕES CONTATAR 00 351 938 860 667
ECONOMIA SOCIAL
INATEL: Experiências que contam C “A CULTURA É UMA ÁREA IMPORTANTÍSSIMA NA INATEL. TEMOS UM EQUIPAMENTO DE REFERÊNCIA, O TEATRO DA TRINDADE, RECENTEMENTE OBJECTO DE UMA OBRA DE REQUALIFICAÇÃO. REABRIU EM JUNHO AO SEU PÚBLICO COM UMA PROGRAMAÇÃO VARIADA E AJUSTADA À PREFERÊNCIA DA NOSSA BASE ASSOCIATIVA”
Fernando Ribeiro Mendes, Presidente da Fundação Inatel
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onstituída em 1935 como Fundação Nacional para Alegria no Trabalho (FNAT), a INATEL, hoje tutelada pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, afirma-se como uma fundação prestadora de serviços sociais nas áreas do turismo social e sénior, do termalismo social e sénior, da organização dos tempos livres, da cultura e do desporto populares, com profundas preocupações de humanismo e de qualidade, estando presente em todo o Continente e Regiões Autónomas através de uma rede de 22 agências. A obra da INATEL cobre uma massa associativa que ronda os 200 mil associados individuais e os 3000 associados colectivos, oferecendo uma rede de hotelaria social com 4200 camas, distribuídas entre 16 unidades hoteleiras, três parques de campismo, duas casas de turismo rural, dois balneários termais e uma estrutura permanente de turismo social e sénior e de organização das férias dos beneficiários e suas famílias. Além destas infraestruturas, a INATEL congrega ainda o Teatro da Trindade, dois parques desportivos, o Estádio 1º de Maio, em Lisboa, e o Parque de Ramalde, no Porto, e estruturas de apoio à cultura popular e ao desporto amador que promovem a assistência técnica e financeira do movimento associativo, cultural, desportivo, etnográfico, folclórico ou recreativo, de base empresarial ou local, no Continente e nas Regiões Autónomas. A Fundação INATEL tem como fins principais a promoção das melhores condições para a ocupação dos tempos livres e do lazer dos trabalhadores, no ativo e reformados, desenvolvendo e valorizando o turismo social, a criação e fruição cultural, a actividade física e desportiva, a inclusão e a solidariedade social. No âmbito da cultura, através de uma rede de agências espalhada por todo o país, a INATEL oferece uma vasta actividade aos seus associados, de que constitui exemplo a formação cultural ministrada a dirigentes associativos, executantes artísticos e à população em geral através das Escolas do Lazer. A cultura é uma das áreas de missão da Fundação INATEL, com objetivos bem definidos quer pela sua tradição de intervenção cultural quer pelos seus estatutos. No cumprimento da sua missão, a Fundação INATEL valoriza como área prioritária a cultura nas actividades amadoras e tradicionais. Para além do Teatro da
ECONOMIA SOCIAL
Trindade com uma programação diversificada, de elevada qualidade e popular, as actividades da INATEL no âmbito da cultura distinguem-se pela singularidade do seu projeto de apoio às actividades culturais amadoras e tradicionais no âmbito da música, etnografia e teatro, abrangendo todo o país, através das associações e coletividades locais suas associadas (CCD). Paralelamente às actividades estruturantes intimamente relacionadas com as práticas culturais de base, como os Planos Nacionais de Apoio e a Formação, a Fundação INATEL tem pautado a sua ação pela abertura e promoção de projetos culturais orientados para o lazer tendo em vista a ocupação dos tempos livres e entretenimento dos seus beneficiários. A INATEL realiza ainda diferentes concursos de criatividade artística e produz e apoia espectáculos quer de raiz rural ou urbana um pouco por todo o país. No âmbito do desporto, apoiando-se numa ampla rede de instalações e em colaborações estratégicas com diversas entidades, a INATEL oferece um leque variado de actividades de lazer, integradas em quatro programas específicos, que abrangem diversas modalidades a nível nacional, nomeadamente actividades regulares, individuais e coletivas com calendário competitivo, actividades regulares e de manutenção física orientadas por profissionais qualificados em classes semanais, actividades pontuais abertas à generalidade da população, organizadas em estreita colaboração com as associações locais (Desporto para Todos) e actividades organizadas em contextos naturais, associadas aos conceitos de natureza e aventura. À luz dos dias de hoje, o desporto da Fundação INATEL mantém e reforça o conceito do qual a antiga Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho foi pioneira: o acesso de todos ao Desporto. A INATEL Turismo coloca à disposição de todos a qualidade de serviço até agora apenas usufruída pelos seus associados. Unidades hoteleiras de grande qualidade, programas de viagens completos e acessíveis com uma oferta alargada de destinos turísticos nacionais e internacionais, são privilégios de que todos podem já usufruir. Uma vasta oferta turística, excelente qualidade no serviço prestado e preços muito competitivos, fazem da
Fundação INATEL uma referência no mercado turístico em Portugal. Em entrevista ao País Positivo, Fernando Ribeiro Mendes, prestes a cumprir o primeiro ano na presidência da INATEL, abre-nos as portas de uma das mais ecléticas instituições do país, recordando uma história que se confunde, no período da sua existência, com a do próprio país. Uma resposta adaptada ao longo dos tempos “Neste primeiro ano de exercício, encontrámos um cenário que apresenta muitos aspectos positivos mas igualmente alguns aspectos menos positivos que nos geram alguma preocupação. Enquanto factores positivos, temos a grandiosa história da INATEL, que sempre se soube ajustar à evolução do país e às necessidades de uma grande parte da população portuguesa, que encontrou na FNAT, mais tarde no Instituto INATEL e actualmente na Fundação, uma possibilidade de aceder a um conjunto de bens que contribuem para a realização pessoal e da cidadania. Refiro-me aos bens ligados ao lazer e à ocupação dos tempos livres, e isto não apenas a possibilidade de fazer férias nas unidades hoteleiras da Fundação que constituem uma importantíssima rede que permite uma estadia de lazer em condições excelentes e a preços módicos”. Ao mesmo tempo, há uma capacidade inovadora importante, que hoje é patente no lançamento da marca INATEL na área de restauração e de viagens em modalidade de franchising “social”, dirigido aos desempregados e jovens à procura de primeiro emprego, ou no sucesso das nossa “caixas de experiências” turísticas para desfrutar a oferta hoteleira e os roteiros turísticos da Fundação. Desporto para todos “Também no que concerne ao acesso ao desporto amador, a INATEL tem desempenhado um papel historicamente muito importante. São milhares os portugueses que, ao longo de várias décadas, acederam à prática desportiva através da INATEL. Hoje, as competições desportivas da INATEL em modalidades como o futebol, o andebol, o futsal, o basquetebol ou o voleibol constituem oportunidades de encontro, de convívio e desporto amador
saudável para muitas equipas que existem espalhadas pelo país. Também as modalidades não colectivas têm na nossa importante rede de equipamentos desportivos um ponto de apoio. Paralelamente, apoiamos muitas provas. É interessante constatar que a INATEL foi pioneira em muitas modalidades de desportos radicais. Há uma história muito interessante, em que a INATEL, não estando na competição propriamente dita, proporcionou a muita gente o contacto com modalidades menos conhecidas. É essa tradição que continuamos a honrar e a renovar”. Cultura “A cultura é uma área importantíssima na INATEL. Temos um equipamento de referência, o Teatro da Trindade, recentemente objecto de uma obra de requalificação. Reabriu em Junho ao seu público com uma programação variada e ajustada à preferência da nossa base associativa. Em 2014, a programação do Trindade será realizada como sala de acolhimento e as produções serão seleccionadas através de um convite público aos criadores que será lançado em breve, com base em critérios de qualidade artística, a garantia da diversidade performativa e da sustentabilidade financeira. Mais importante, a INATEL tem esta característica inconfundível: sendo uma fundação de iniciativa do Estado, é uma instituição em que os beneficiários se inscrevem como associados, quer individuais - cerca de 200 mil -, quer colectivos – são cerca de 3 mil as associações de natureza variada que se filiam na Fundação como Centros de Cultura e Desporto. Sobretudo através da cooperação com esses CCD, a INATEL tem uma acção muito relevante no apoio à cultura popular e ao desporto amador. Na área dos equipamentos de lazer, concluímos em 2013 obras de requalificação importantes no Teatro da Trindade e na unidade hoteleira de Albufeira”. Um operador de cariz social “A INATEL enfrenta, como todo o país, as dificuldades da situação de aperto financeira que conhecemos desde 2011… A conjuntura é complicada mas não cruzamos os braços. Somos uma fundação que, embora dependa em
grande parte de si própria, porque tem uma actividade turística importante e diversificada, dependemos igualmente de financiamentos do Estado, nomeadamente do orçamento da Segurança Social, para podermos levar por diante a missão social. Não somos um operador turístico e hoteleiro como os outros mas sim um operador de turismo social, que intervém no apoio à cultura popular e ao desporto amador, algo que reivindicamos com muita força. Enquanto operadores de turismo social, propomos um elemento diferenciador na nossa oferta que atenda à situação socioeconómica dos agregados familiares. É para mantermos essa diferenciação positiva que precisamos naturalmente de subsídio público, que faz todo o sentido para introduzir um corrector de justiça social”.
A OBRA DA INATEL COBRE UMA MASSA ASSOCIATIVA QUE RONDA OS 200 MIL ASSOCIADOS INDIVIDUAIS E OS 3000 ASSOCIADOS COLECTIVOS, OFERECENDO UMA REDE DE HOTELARIA SOCIAL COM 4200 CAMAS, DISTRIBUÍDAS ENTRE 16 UNIDADES HOTELEIRAS, TRÊS PARQUES DE CAMPISMO, DUAS CASAS DE TURISMO RURAL, DOIS BALNEÁRIOS TERMAIS E UMA ESTRUTURA PERMANENTE DE TURISMO SOCIAL E SÉNIOR E DE ORGANIZAÇÃO DAS FÉRIAS DOS BENEFICIÁRIOS E SUAS FAMÍLIAS”
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“O mar é de facto a oportunidade de desenvolvimento que necessitamos” AS PALAVRAS SÃO DE LUÍS FIGUEIREDO, ADMINISTRADOR DA ETE – EMPRESA DE TRÁFEGO E ESTIVA, SA, O MAIOR GRUPO EMPRESARIAL DO SECTOR MARÍTIMO E PORTUÁRIO DO PAÍS. SAIBA QUAL A SUA VISÃO DO MAR E QUAL O POSICIONAMENTO DO GRUPO ETE, EM ENTREVISTA AO PAÍS POSITIVO
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Luís Figueiredo, Administrador da ETE
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ntes de mais, gostaria de saber qual a sua visão pessoal sobre o mar e a economia do mar, mais propriamente. Estará, efetivamente, o nosso país a aproveitar os recursos que possuímos? Historicamente, sempre que os portugueses olharam para o mar numa perspetiva económica, Portugal cresceu e desenvolveu-se. Durante séculos os portugueses expandiram-se pelo mundo, partindo de tecnologia e ciência desenvolvida no país, conseguindo chegar a todo o mundo e contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento da humanidade. Durante os últimos anos, Portugal voltou as costas ao mar, destruindo quase toda a actividade económica ligada ao mar, deixando escapar quase todo o saber-fazer acumulado durante décadas. Assistiu-se à destruição da marinha mercante nacional, que detinha quase uma centena de navios sob bandeira nacional no início dos anos oitenta e chegamos ao início deste milénio com pouco mais de uma dezena. As pescas, onde éramos um dos países europeus com mais tradição na captura e comércio de pescado, passámos para um país praticamente sem expressão. Todo este abandono arrastou uma série de actividades económicas ligadas ao mar para sérias dificuldades, caso dos estaleiros navais, reparadores e fornecedores de equipamentos, entre outros. Parece-me que Portugal finalmente percebeu que o mar é de facto a oportunidade de desenvolvimento que necessitamos para recuperar a nossa autonomia económica. Só com o apoio sério e continuado às actividades capazes de gerar resultados a curto prazo, isto é, o apoio às actividades económicas ainda existentes, é que poderemos estabelecer uma plataforma de partida para o desenvolvimento sustentado de um verdadeiro cluster do mar.
Por outro lado, de que forma analisaria o sector marítimo/portuário em Portugal e de que forma perspectiva o seu futuro? A nossa marinha mercante está a passar por um processo de reestruturação para se adaptar a uma nova realidade económica. Sobreviveu com algumas dificuldades aos processos de descolonização, nacionalizações, entradas no
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mercado único, privatizações, enfim, uma série de obstáculos que originaram uma redução significativa do número de navios sob bandeira nacional. Acredito que com os apoios necessários derivados da consciencialização da importância do mar para o nosso país, poderemos prever um futuro para o nosso sector marítimo. O sector portuário evoluiu significativamente a partir dos anos 90, devido à reestruturação do trabalho portuário e, principalmente com o início dos processos de concessões dos terminais, onde passou para a iniciativa privada a responsabilidade da gestão e da produtividade das operações portuárias. Esta política de concessões dos terminais portuários foi um sucesso e apontada como exemplar. Para que o sector portuário continue a evoluir positivamente, será necessário garantir a continuidade de uma política coerente de concessões portuárias de longo prazo e não alterá-la por interesses pontuais. Em traços gerais, como apresentaria a ETE e de que forma a caracterizaria? A ETE é sem dúvida o maior grupo empresarial do sector marítimo e portuário do país, de capitais totalmente portugueses, actuando exclusivamente nas áreas que lhe estão directamente ligadas, como a logística, agências de navegação, construção e reparação naval, entre outras. A ETE é uma empresa assente em 5 áreas de negócio. De que forma atua cada uma delas e qual a interligação entre elas? As áreas de negócio do grupo ETE estão organizadas pelos seguintes sectores: Transporte Marítimo, Operações Portuárias, Logística,
Engenharia e Outros. Todas as empresas deverão actuar nos seus mercados próprios, com os seus clientes e os seus fornecedores, podendo ou não relacionarem-se entre si. As empresas do Grupo ETE relacionam-se de acordo com as regras do mercado, aproveitando as sinergias próprias de pertencerem ao mesmo grupo empresarial. Naturalmente existe uma coordenação entre as áreas de negócio, por forma a melhorar a qualidade de serviços a prestar aos seus clientes. Com uma história que remonta ao ano de 1936, a empresa baseou a sua vida e o seu
crescimento em quatro pilares essenciais. Hoje, todos eles estão consolidados? Perfeitamente consolidados. De que forma se cria a diferenciação na ETE e como consegue, ao longo destes anos, manter a competitividade e a qualidade que tão bem caracteriza a ETE? A diferenciação na ETE é feita pelo posicionamento de longo prazo, construindo soluções sustentáveis com os parceiros e os clientes. Todos os investimentos são feitos a pensar na continuidade de prestação de serviços,
criando relações estáveis com todos os intervenientes. Devido a esta estabilidade criada, conseguimos motivar e manter os melhores quadros nas nossas empresas. A ETE está presente em Portugal, mas os seus braços chegam já a outros países. Qual a política de internacionalização do grupo? A política de internacionalização do grupo ETE, à semelhança do que acontece em Portugal, é a de nos concentrarmos nas nossas áreas “core” e desenvolvermos negócios nas áreas em que temos o domínio do Know How. Setembro 2013
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O (epi)Centro da Oceanografia O CENTRO DE OCEANOGRAFIA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA FOI CRIADO NO ÂMBITO DO PROGRAMA CIÊNCIA DE FOMENTO DE INFRAESTRUTURAS DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EM DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS, QUE ABRIU CONCURSO EM 1991-1992.
Henrique Cabral, Diretor do Centro de Oceanografia
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edifício que constitui a sede do Centro ficou concluído em 1995, passando a acolher os docentes e investigadores de vários Departamentos da FCUL ligados à Biologia Marinha e à Oceanografia Física. Em 2007, o Centro de Oceanografia passou a integrar também os docentes e investigadores da FCUL que estão instalados no Laboratório Marítimo da Guia e que pertenciam a um pólo do Instituto do Mar e os docentes da Universidade de Évora pertencentes ao Laboratório de Ciências do Mar, sediado em Sines. O Centro de Oceanografia é uma unidade multidisciplinar do sistema nacional de I&D, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e cuja instituição de acolhimento principal é a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sendo a Universidade de
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Évora a instituição parceira do Centro. Investigação científica, docência e uma valência de interacção com a sociedade são os focos de acção do CO, que elege cinco áreas principais de investigação: Dinâmica do Oceano Aberto e Processos Costeiros; Ecologia e Fisiologia Aquática; Avaliação e Monitorização da Qualidade Ambiental; Pescas e Aquacultura; Biodiversidade, Conservação e Mudanças Globais. A atividade do Centro de Oceanografia divide-se em três grupos de investigação: Dinâmica dos oceanos e processos biológicos, Biologia Aquática e Recursos aquáticos e política. Para melhor conhecermos uma das mais conceituadas fontes de produção de conhecimento científico relacionado com o mar, visitámos o Centro, guiados por Henrique Cabral.
Que potencialidades encontra atualmente no mar português, nomeadamente na área da investigação? O mar português tem, desde logo, fronteiras um pouco difusas. Muitas vezes falamos numa perspetiva mais focada nos ecossistemas marinhos, noutras mais administrativas relacionadas com as zonas económicas exclusivas. Nessa perspetiva, como é do conhecimento comum, temos inclusivamente uma proposta para o alargamento desse mar… Integrando as ilhas e o continente, podemos dizer que na perspetiva de ecossistemas marinhos e de espécies marinhas, o nosso património é particularmente interessante. Refiro-me à biodiversidade, no contexto do planeta mas também no contexto regional, uma vez que ficamos numa zona que é um pouco uma fronteira entre províncias
biogeográficas diferentes. Quer isto dizer que ocorrem no nosso mar espécies que são características de zonas mais a sul e outras de zonas mais a norte e a nossa é a zona em que se encontram simultaneamente, o que resulta num incremento da nossa biodiversidade mas também levanta problemas interessantes, como estudar estes habitats. Por outro lado, temos um conjunto de usos do oceano historicamente muito desenvolvidos no nosso país. Temos uma ligação muito forte ao mar, desde a construção naval à gastronomia, passando pelo desporto e pelo turismo, entre outras vertentes, o que nos abre uma série de oportunidades, quer para o desenvolvimento de atividades económicas, quer para a investigação. E esta última tem um papel central enquanto suporte a tudo o que se relacione com desenvolvimento económico, que deve ser apoiado em conhecimento e em informação científica. Diria pois que há ainda muito a fazer e que o que temos feito é ainda uma pequena gota de água… Como se encontra estruturado o Centro de Oceanografia ao nível de grupos e linhas de investigação? O Centro tem grupos de investigação que abordam diferentes problemáticas do oceano e linhas temáticas um pouco longas em termos temporais que abordam questões integradas. Uma perspetiva do Centro de Oceanografia consiste no desenvolvimento de investigação interdisciplinar. Temos pessoas com formação muito distinta, desde físicos a biólogos ou engenheiros e essa perspetiva integradora de valências científicas é particularmente importante quando se estuda o oceano. No seio desses grupos de investigação, temos um que aborda as questões do oceano e os processos biológicos relacionados com a sua dinâmica. A título de exemplo, temos investigadores que estudam o afloramento costeiro, um dos aspetos que marca profundamente a sazonalidade na nossa costa, que consiste no surgimento à superfície de águas profundas e ricas em nutrientes, que depois desencadeiam uma produção biológica muito grande, com implicações nalguns recursos pesqueiros. Este tem também uma experiência muito grande no estudo da influência das correntes mediterrânicas que chegam ao Atlântico e que têm um comportamento muito particular, bem como na deteção remota de particularidades do Oceano, por intermédio de satélites, que permite inferir sobre muitos aspetos da dinâmica do Oceano. Um outro de investigadores dedica-se à biologia de organismos aquáticos, desde o gene até ao ecossistema. Trabalham aspetos da genética ou da química marinha mais aplicada até aos ecossistemas marinhos. Podemos encontrar aqui problemáticas tão distintas como o efeito de poluentes nalguns organismos ou até na saúde humana, ecologia dos peixes migradores, até às áreas marinhas protegidas ou às particularidades biológicas que determinados organismos têm que os tornam ameaçados ou importantes para a conservação. Neste tópico, existem temas pelos quais somos reconhecidos internacionalmente, nomeadamente no estudo das zonas costeiras, em particular nos estuários. Finalmente, temos um outro grupo de investigação que se dedica às temáticas mais políticas, ou seja, às diretrizes comunitárias e estratégicas para o ambiente marinho e a conservação do ambiente marinho. A avaliação dos impactos do Homem no ambiente marinho é igualmente um
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tema central desse grupo. As linhas temáticas são um pouco mais longas. Podem incidir sobre os processos climáticos e a sua relação com o oceano, as espécies exóticas, entre outras. São linhas que apresentam normalmente uma grande relevância internacional, para as quais concorre habitualmente o contributo de vários investigadores de diferentes grupos. Que aplicabilidade prática poderá resultar desse tipo de trabalhos? Para dar um exemplo dessa aplicação, podemos recorrer àquele fatídico acidente em Entre-os-Rios: foi através de algumas pessoas que trabalham em modelação oceanográfica que se tornou possível prever onde poderiam ser encontrados os corpos das vítimas. Temos aqui uma componente forte de oceanografia física que constitui um aspeto diferenciador do Centro de Oceanografia relativamente a outras unidades relacionadas com o mar. Temos trabalhos de identificação de medidas que podem mitigar os impactos de atividades humanas, que se traduzem muitas vezes propostas concretas que podem resultar no desenvolvimento de programas de monitorização, de medidas correctivas ou estratégias de conservação de um determinado ambiente ou espécie. Haveria muitos outros exemplos, tais como recomendações para a exploração de alguns recursos pesqueiros, conhecimento dos processos que influenciam problemas sérios de saúde pública, como os blooms de algas tóxicas na nossa costa, formas de melhoramento da produção aquícola, ou prever como os ecossistemas marinhos irão ser alterados em virtude das alterações globais. A que mecanismos recorre o Centro de Oceanografia para financiar as suas atividades? Uma particularidade, comum a qualquer centro de investigação, tem a ver com o financiamento, geralmente obtido em ciclos muito curtos. Não temos uma perspetiva de financiamento a longo prazo, o que faz com que estes projetos de que falamos tenham um tempo de vida muito curto, geralmente de três anos. Temos três grandes tipos de financiamento: proveniente de projetos europeus, de grande dimensão e com orçamentos muito avultados; os financiamentos nacionais, financiados pela Fundação
para a Ciência e Tecnologia; e uma componente que tem a ver com os contratos com as empresas ou com a administração, ou seja, câmaras municipais. Aí, o Centro tem desempenhado um papel muito importante, na tentativa de aproximar a investigação científica às necessidades reais da sociedade, das empresas e do poder local. Temos desenvolvido muitos projetos em colaboração com as autarquias, desde monitorizações de estações de tratamento de águas residuais a monitorizações dos efeitos das alterações climáticas ao nível regional, questões sociais, como saber se uma pesca particular é ou não problemática em termos ambientais… Com as empresas, temos desenvolvido projetos em vertentes como a aquacultura, a energia das ondas, estudos sobre impactos ambientais de pontes, pontões, portos e outras infra-estruturas marinhas. No fundo, são projetos desenvolvidos à medida das necessidades dessas entidades. Portugal tem alguns clusters relacionados com o mar identificados como oportunidades. Em quais se posiciona a atividade de investigação do Centro de Oceanografia? Grande parte daqueles clusters do mar que estão identificados faz sentido. Claro que temos competências acumuladas mais desenvolvidas nuns casos do que noutros. No domínio dos transportes marítimos, por exemplo, temos componentes que se ligam com a biologia, como os transportes como veículo de introdução de espécies exóticas ou os impactos dos portos nos sedimentos e organismos marinhos de zonas portuárias. Um campo que terá certamente um desenvolvimento muito grande em termos de investigação científica é a componente turística, nomeadamente em torno de atividades como a pesca turismo e outras menos comuns. Também temos tido participações importantes no domínio das energias, nomeadamente no aproveitamento das ondas, também se começa a falar no aproveitamento eólico em zonas offshore. Também a aquacultura, apesar da nossa produção ser ainda residual, será certamente uma atividade a explorar e com muito potencial. Setembro 2013
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Investimento e visão de sucesso A TERTIR FOI CONSTITUÍDA EM 1981 COM O OBJETIVO DE DINAMIZAR OS SERVIÇOS LOGÍSTICOS EM PORTUGAL. NUMA ÉPOCA DE GRANDE ABERTURA AOS MERCADOS EXTERNOS PELOS PORTUGUESES, SURGIRAM GRANDES OPORTUNIDADES PARA O PROGRESSO DA ATIVIDADE LOGÍSTICA.
várias áreas de negócio para mercados onde as competências adquiridas possam ser vantagens competitivas. Em entrevista, Eduardo Pimentel apresenta-nos a sua visão sobre o mar português e a atividade portuária nos terminais lusos.
Eduardo Pimentel, CEO da Tertir
Em 2007, com a aquisição da Tertir pelo Grupo Mota-Engil, deu-se início à implementação duma nova estratégia e visão de negócio para este grupo de empresas, cujo objetivo visa o crescimento através da angariação de novas operações concessionadas, em Portugal e no estrangeiro, mas também na diversificação da oferta de serviços ao cliente. Com os referidos objetivos em vista, intensificaram-se investimentos nos negócios existentes, nomeadamente um ambicioso programa de investimentos decorrente da prorrogação do prazo da concessão da Liscont, não descurando o processo de internacionalização da Transitex e a expansão da Takargo como empresa privada dinamizadora do sector ferroviário, entre outras medidas e ações. Todo este envolvimento com o objetivo de reforçar a liderança da Tertir no sector portuário e logístico, criando assim as condições para um crescimento sustentado da Tertir. Por outro lado, verificaram-se significativos progressos em termos de eficiência através das melhorias operacionais e financeiras implementadas nas empresas do Grupo Tertir, e também da criação de sinergias com outras áreas do Grupo Mota-Engil. A Tertir pretende consolidar uma posição de Liderança no sector portuário e logístico em
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Portugal, desenvolvendo soluções logísticas integradas e promovendo a presença em mercados internacionais com forte potencial de crescimento, contribuindo desta forma para a competitividade de economia portuguesa e promovendo a criação de bem-estar social. A estratégia da Tertir assenta em três pilares fundamentais: o crescimento através da angariação de novas operações concessionadas, também mediante o estabelecimento de parcerias; a oferta de soluções intermodais integradas; e a optimização dos níveis de eficiência e consolidação da organização aproveitando as sinergias com o grupo Mota-Engil. No Grupo é bem presente a crença num crescimento orgânico, enfatizando o aumento de produtividade, através de políticas de recursos humanos e de investimento, visando a contínua melhoria da performance das empresas participadas. A aposta numa abordagem integradora surge, naturalmente, com o desenvolvimento duma rede de terminais intermodais e de operação ferroviária própria, visando servir o cliente com soluções logísticas integradas, promovendo a transversalidade e integração de activos e serviços comuns nas áreas portuárias e promovendo uma expansão internacional das
Falta ação no mar português “Indiscutivelmente, temos um enorme potencial no mar. O nosso problema é crónico e estende-se às demais áreas do país. Passamos o tempo a realizar estudos e projetos e, depois, muito pouco se faz… Não sei se é por excessiva burocracia na montagem dos projetos… Há, seguramente, uma série de questões que motivam dificuldades na concretização dos projetos que vamos fazendo. Sendo óbvio que devemos continuar a apostar no mar, entendo que temos que passar à agilização da montagem dos projetos. Já todos percebemos o que o mar nos pode trazer nos seus vários domínios, seja na operação portuária, seja nas pescas, seja no aproveitamento de uma série de recursos naturais, no turismo… Existem estudos mais do que suficientes sobre isto mas continuamos a falhar na concretização”. A atividade portuária “O crescimento da atividade portuária atesta a competitividade dos nossos portos. O facto de a economia se ter virado mais para a exportação também ajudou a que se verificasse esse crescimento, potenciando igualmente a procura, por parte das empresas, de transportes alternativos. Nessa procura, encontraram o transporte marítimo, o que também contribuiu para um crescimento portuário, atualmente em contra-ciclo com a restante atividade económica”. A atividade portuária da Tertir “Temos acompanhado este crescimento e estamos atentos ao que se vai passando. Temos projetos para continuar a melhorar e desenvolver os terminais onde estamos presentes. Na atividade internacional, estamos a desenvolver dois projetos, um no Peru e outro na Galiza e continuamos a estudar outras oportunidades. Em Portugal, estamos presentes em Leixões, mais concretamente no terminal de contentores de Leixões e em conjunto com
NO QUE RESPEITA A ACESSIBILIDADES MARÍTIMAS, RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS, SETÚBAL É UM DOS MELHORES TERMINAIS ONDE OPERAMOS EM PORTUGAL”
a administração portuária, estamos a estudar várias possibilidades para suportar o crescimento da atividade. Estamos em Aveiro, com a concessão do terminal sul e com o terminal de granéis agroalimentar, uma das mais modernas infraestruturas na Península Ibérica que, com a melhoria das condições de acesso marítimo, adquirirá certamente a importância para o qual foi projetado. Temos ainda o terminal de contentores da Liscont e o da Sotagus, em Lisboa, dois terminais que continuam a crescer, pese embora o tiro nos pés resultante das sucessivas greves. Em Setúbal, embora com algumas dificuldades, a atividade continua a desenvolver-se. No que respeita a acessibilidades marítimas, rodoviárias e ferroviárias, Setúbal é um dos melhores terminais onde operamos em Portugal e espero que o trabalho de integração dos estuários do Tejo e do Sado venha a resultar em algo melhor do que aquilo que temos hoje. Em Setúbal, temos infraestruturas excelentes para a atividade portuária mas tem havido pouca articulação entre este porto e o de Lisboa”.
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EDP na vanguarda da energia eólica SISTEMA PIONEIRO CONCEBIDO EM PORTUGAL ALIA VENTO, MAR E ENERGIA
João Maciel, Responsável da EDP Inovação
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EDP assinou um acordo de projeto e um contrato em regime chave na mão com vários parceiros, para a implantação do primeiro WindFloat à escala real, equipado com um aerogerador de 2 megawatts, ao largo da costa portuguesa. O WindFloat é uma estrutura flutuante, patenteada, com design simples e económico, para suporte de aerogeradores offshore. Esta é uma estrutura inovadora, pois permite atenuar os movimentos induzidos pelas ondas e pelo vento. Assim, é possível implantar aerogeradores offshore onde os recursos eólicos são superiores, em locais antes inacessíveis, onde a água excede os 50 metros de profundidade. O projeto prevê a implantação, pela Principle Power, de um protótipo WindFloat, equipado com um aerogerador offshore Vestas V80 de 2,0 MW, ao largo da costa portuguesa. O sistema está a ser testado na Aguçadoura, num
O WINDFLOAT É UMA ESTRUTURA FLUTUANTE, PATENTEADA, COM DESIGN SIMPLES E ECONÓMICO, PARA SUPORTE DE AEROGERADORES OFFSHORE
parque EDP, ligado à rede, por um período não inferior a 12 meses, com o objetivo de validar o desempenho da integração entre o WindFloat e o aerogerador. Estão ainda a ser realizados estudos de comissionamento/descomissionamento e de operação e manutenção. O projeto utiliza capacidades industriais existentes em Portugal e mão de obra portuguesa qualificada para a maior parte das atividades de fabricação e instalação. Posicionar a EDP para superar os desafios da energia eólica offshore no mundo é um dos objetivos do grupo português num projeto precursor na região mediterrânica. Os seus resultados poderão facilitar a implementação de boas práticas na região e noutras zonas do mundo. A EDP é uma das principais empresas europeias do sector energético, que desenvolve atividades no domínio da produção, distribuição e comercialização de eletricidade em Portugal, Espanha e no Brasil. O Grupo também atua no sector do gás natural em Portugal e Espanha. Através da EDP Renováveis, a EDP é o terceiro maior produtor mundial de energia eólica, com forte presença na Europa, Estados Unidos e Brasil. Como explica João Maciel, responsável da EDP Inovação, “a plataforma atual, instalada na Aguçadoura com uma turbina de 2 mega watts, corresponde à fase de demonstração da tecnologia. Estamos a continuar a fase de monitorização e de testes, no âmbito do sétimo programa quadro, que visam tornar a plataforma mais robusta e pensar em aspetos como a futura industrialização e bancabilidade, temos estaleiros, institutos de investigação portugueses… Em suma, um conjunto muito alargado de pessoas e entidades que nos auxiliarão a definir as melhores práticas para as fases pré-comerciais e comerciais seguintes. A fase pré-comercial, que estamos actualmente a preparar, foi alvo de uma candidatura em 2011 a um fundo europeu. O Estado português patrocinou a nossa candidatura, vencemos a candidatura a nível europeu e foram-nos atribuídos 30 milhões de euros para a fase pré-comercial de um projeto cujo investimento ronda os 100 milhões. A configuração desse projeto pré-comercial é de 25 a 30 mega watts de potência, o que corresponde a quatro ou cinco wind floats com turbinas bastante maiores. Até ao momento, temos vindo a negociar com o Estado português
a tarifa de injeção de energia na rede que nos será atribuída para o desenvolvimento desse projeto. Temos feito o trabalho de desenvolvimento preliminar, que passa pela escolha de locais, pela avaliação do recurso eólico, seleção de um parceiro de turbinas para a próxima fase e pela engenharia preliminar do conceito da plataforma”. Resultados da fase de demonstração comprovam eficiência “Na fase de demonstração, conseguimos provar a sobrevivência”, sintetiza João Maciel. “A plataforma em si não resulta em algo novo, uma vez que já existem há muitos anos plataformas de petróleo e de gás. No caso da energia, uma vez que o rendimento gerado é bastante inferior ao da extração petrolífera, há que ter muito mais cuidado e contenção para obter um custo de mega watt por dia inferior. Paralelamente, também conseguimos demonstrar a performance da turbina. Conseguimos verificar que a turbina, sendo flutuante, funciona exatamente do mesmo modo que se estivesse numa fundação fixa. Aliás, encontrámos mesmo um acréscimo de indisponibilidade inferior a 0,5 por cento comparada com uma fundação fixa em terra”, atesta. Mais-valias “A principal mais-valia resulta do facto de podermos passar a explorar o recurso eólico onde antes não conseguíamos. Fazer exploração do recurso eólico no meio do Atlântico a 200 metros de profundidade é muito difícil e custoso com uma fundação fixa, ao contrário do que sucede com uma flutuante. Depois, permite-nos igualmente optarmos por zonas de maior vento, estabilidade, com diminuição de impactos relacionados com o ruído ou o impacto visual. Outra grande vantagem tem a ver com a forma como a plataforma é produzida, num ambiente controlado, num estaleiro, uma doca seca, em terra. Quando concluída, já com a turbina instalada, coloca-se água na doca e reboca-se a estrutura até à posição final. Ao contrário dos outros sistemas, em que a fundação e a turbina são feitas em locais diferentes, sendo necessário um barco enorme para realizar todo o processo de perfuração e de elevação, com um custo a rondar os 500 mil euros por dia. Já nós, utilizamos barcos que custam dez vezes menos para fazer o reboque…”, conclui. Setembro 2013
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Portugal a crescer… para o mar
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Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) foi criada em 2005 por Resolução de Conselho de Ministros. À EMEPC foi atribuída como missão a preparação de uma proposta de extensão da plataforma continental de Portugal, para além das 200 milhas, para apresentação à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), bem como o acompanhamento do processo de avaliação de propostas junto desta Comissão. Foi, igualmente, definido um conjunto de objetivos, criados no sentido de otimizar o investimento a efetuar e o conhecimento adquirido.
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Em entrevista ao País Positivo, Miguel Sequeira, responsável da EMEPC, afirma que “nos últimos tempos têm sido consolidados passos definitivos para que o mar esteja presente na mente dos portugueses como um caminho de futuro”. Enquanto ex oficial da marinha, Miguel Sequeira conhece a realidade do mar como poucos, o que lhe confere a necessária proximidade para afirmar que “muitas vezes, as pessoas entendem que se fala muito e se faz pouco mas creio que se tem feito muita coisa, tendo em conta que, no mar, as coisas são mais difíceis e demoram mais tempo. Nós portugueses, estamos habituados a
ver o mar a partir da terra e sabemos que existe muito potencial mas não é propriamente fácil de explorar”. Também no plano estratégico, o responsável pela EMEPC considera significativos os passos dados nos últimos anos: “No que respeita a pensar o mar, tem-se feito ao longo dos últimos anos um trabalho excecional. Temos vindo a criar condições para podermos explorar o mar. Do ponto de vista do mecanismo de governação, temos atualmente uma Secretaria de Estado do Mar, temos uma Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar, que potencia um olhar transversal para este recurso, que pode ser visto na perspetiva do transporte, da pesca, dos recursos minerais, do lazer, do desporto… De facto, é importante integrar estas diferentes visões, até porque há que olhar para o mar numa perspetiva bem plasmada na nova estratégia, que consiste em conhecer, saber o que lá existe, o seu potencial, fazer prospeção e explorar esse potencial obedecendo a uma lógica de sustentabilidade, preservando”. Com uma visão muito otimista relativamente ao futuro da relação entre o país e o mar, Miguel Sequeira considera que “o caminho percorrido, com o relatório da Comissão Estratégica dos Oceanos, a versão de 2006 da Estratégia Nacional para o Mar e esta última, em fase final de aprovação, corresponde a uma consolidação e à perceção de que o Estado deve ter um papel facilitador mas que a utilização do mar está nas mãos dos empreendedores, da indústria e da sociedade civil”.
Objetivos · Conhecer as características geológicas e hidrográficas do fundo submarino ao largo de Portugal Continental e das regiões autónomas dos Açores e Madeira, para fundamentar a pretensão portuguesa em alargar os limites da Plataforma Continental para além das 200M · Definir os limites da Plataforma Continental de Portugal, para submeter à consideração da Comissão de Limites da Plataforma Continental · Criar um dicionário de dados oceanográficos e preparar a estrutura da base de dados de apoio ao Projecto de Extensão da Plataforma Continental (PEPC) de forma a poder servir, no futuro, um sistema de monitorização e gestão integrada do oceano · Promover o desenvolvimento de projectos de investigação e desenvolvimento orientados para a exploração da informação e dos dados obtidos no desenvolvimento do PEPC · Reforçar o corpo científico nacional com a realização de programas de doutoramento relacionados com o PEPC, nomeadamente em sistemas de informação geográfica (SIG), geologia, geofísica e direito internacional público · Promover a publicação de um atlas de dados e informação do PEPC · Fomentar a participação de jovens estudantes e investigadores no PEPC · Dar apoio na preparação de propostas de extensão de plataforma continental dos Estados com os quais o Governo Português venha a estabelecer acordos de cooperação neste domínio · Coordenar o projecto M@rBis (Marine Biodiversity Information System) e, neste âmbito, cooperar com a comunidade científica
Localização: Situado numa das principais avenidas de Lisboa, a Avenida de Roma, importante zona residencial e de “shopping”. De fácil acesso a transportes públicos, estação de metro, autocarros e comboio e a apenas alguns minutos de táxi, quer do centro de Lisboa, quer do Aeroporto Internacional. Alojamento: O Hotel Roma, remodelado em 2004, dispõe de 263 quartos (2 camas individuais ou cama de Casal) com casa de banho completa com secador de cabelo, ar condicionado, telefone, TV cabo, cofre (extra) e acesso à Internet. Facilidades: Este hotel dispõe de restaurante e bar, sala de reuniões, Dispõe ainda de garagem (extra) e serviço de recepção 24h.
Hotel Boavista: conforto, gastronomia, aventura e saúde
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ituado junto às termas de Melgaço e rodeado pela inconfundível verde paisagem das quintas de Alvarinho, o Hotel Boavista é a opção ideal para quem procura simultaneamente saúde, tranquilidade, lazer e boa gastronomia. Melgaço é uma região pitoresca e tradicional, inserida no Parque Nacional Peneda Gerês, junto ao Rio Minho. Em pleno Alto Minho, esta moderna unidade hoteleira conjuga uma oferta transversal aos amantes do turismo de natureza, aventura, radical, gastronómica e de saúde. Os quartos do Hotel Boavista proporcionam uma vista sobre a paisagem rural e têm muita luz natural. Cada um dos quartos é climatizado e inclui uma televisão com canais por satélite e acesso Wi-Fi gratuito. A sala de jogos do Boavista inclui ténis de mesa e bilhar. No encantador jardim do hotel encontrará instalações de mini-golfe e um parque infantil. Os hóspedes também podem desfrutar de bebidas no bar ou provar as mais requintadas especialidades minhotas no restaurante do Hotel Boavista. Dispõe de um buffet de pequeno-almoço diário e de um serviço de quartos. O hotel providencia estacionamento privado gratuito no local. Com acessibilidades magníficas, uma deslocação a Espanha fica a menos de cinco minutos, sendo rápida uma deslocação do Porto, Viana ou
Braga. Eventos como a passagem de ano, o dia dos namorados, o carnaval, a festa da lampreia, o S. Martinho ou a matança do porco, realizada no mês de Dezembro, adquirem contornos pitorescos no Hotel Boavista, onde poderá conviver com a hospitalidade típica da vila raiana portuguesa Melgaço, localizada no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Minho-Lima, com cerca de 1 500 habitantes distribuídos pelo município mais setentrional do país. O ponto mais elevado do concelho situa-se no Giestoso, com 1 335 metros de altitude, na freguesia de Castro Laboreiro. Em Melgaço existe toda uma tradição de contos e fábulas com criaturas fantásticas como arganões e outros seres com poderes mágicos. Esta cultura popular foi sendo transmitida oralmente ao longo de gerações, estando
atualmente em declínio. A zona da montanha, nomeadamente Castro Laboreiro, tem também carácter único humano e cultural, no caso de origem celta. Hábitos e costumes próprios, que vale a pena vivenciar; destacam-se a cultura local de transumância, única no país (brandas e inverneiras), o linguajar e os hábitos de vestir locais. Existe nesta zona uma raça autóctone de cão, "cruzado" com lobo, óptimo guarda e guia de gado bovino. São também notáveis as inúmeras pontes romanas, a celta (no lugar de Portos), e o belíssimo Castelo de Castro Laboreiro. Sita na fronteira entre Portugal e Espanha, a localidade de Melgaço sempre beneficiou das relações culturais com as regiões vizinhas, nomeadamente a Galiza. Por si, esta dinâmica estreita originou uma indústria redobrada nas excentricidades próprias dos meios rurais, transformando Melgaço no epicentro português dos mitos brejeiros e numa verdadeira babilónia de vernacular castiço. Contactos Hotel Boavista Peso – Paderne | 4960 – 235 Melgaço Tel. 251416464 www.hotelboavistamelgaco.com geral@hotelboavistamelgaco.com Setembro 2013
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Governo investe em Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado “GOVERNO QUER QUE AGENTES ECONÓMICOS ALCANCEM UM CONSENSO NA IDENTIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURAS DE ELEVADO VALOR ACRESCENTADO.”
Sérgio Silva Monteiro
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Governo envolveu os agentes mais relevantes do sector logístico e industrial para procurar uma visão comum na definição da estratégia de investimentos em infraestruturas para o horizonte temporal 2014-2020. Através de um despacho elaborado pela Secretaria de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, foi criado um Grupo de Trabalho com o objetivo de apresentar recomendações sobre o investimento em Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado, aquelas que reduzam os custos de contexto da economia nacional e estimulem a empregabilidade e a competitividade da atividade económica
e do tecido empresarial português Em despacho datado de Agosto, o Gabinete do Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações considera que o Governo Português prossegue o aprofundamento das reformas estruturais com objetivo de criar as condições necessárias para que o país possa vir a retomar uma trajetória de crescimento económico sólido e sustentável, assente no aumento da produtividade e da competitividade das empresas e crescimento das exportações nacionais e na redução de constrangimentos à mobilidade de pessoas e bens. O documento refere que o esforço de consolidação orçamental e de correção dos desequilíbrios financeiros do Estado Português, no cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito do Memorando de Entendimento relativo ao programa de auxílio financeiro externo deve ser acompanhado por uma adequada, criteriosa e consensual definição das prioridades do investimento em infraestruturas que potenciem as capacidades do tecido empresarial português e que contribuam para um processo de ajustamento sustentado e competitivo. O despacho proferido frisa que, o «Plano Estratégico dos Transportes — Mobilidade Sustentável»,
aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de Novembro, atendia à emergência da situação financeira das empresas públicas de infraestruturas e lançava as bases para o modelo de desenvolvimento económico da mobilidade sustentável, sendo que, no horizonte temporal 2014-2020, pretende-se que a utilização dos fundos comunitários privilegie o investimento gerador de valor que reduza os custos de contexto da nossa economia e, por essa via, estimule a empregabilidade e a competitividade da atividade económica e do tecido empresarial português. O aumento da competitividade das infraestruturas através do transporte marítimo e fluvial, rodoviário, ferroviário e aéreo, a realização de alianças logísticas com operações globais, procurando agilizar processos e reduzir custos, são objetivos do «Programa do XIX Governo Constitucional", do "Plano Estratégico dos Transportes - Mobilidade Sustentável». Neste contexto, a Secretaria de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações determinou a criação de um grupo de trabalho com objetivo de apresentar ao Governo as recomendações relativamente ao investimento em Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado. O grupo de trabalho,
transversal e representativo de diversos sectores e fileiras, é constituído por representantes de entidades como a Confederação Empresarial de Portugal, a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a Associação Portuguesa de Logística a Associação Portuguesa de Operadores Logísticos, a Associação dos Portos de Portugal, o Conselho Português de Carregadores, a CP — Comboios de Portugal, EPE, a Takargo, SA, a Rede Ferroviária Nacional, a Estradas de Portugal, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, a Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas, entre outros agentes relevantes do sector. O grupo de trabalho deverá apresentar as suas conclusões e recomendações até ao final do mês de outubro. O despacho é assinado pelo Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Paulo Lopes da Silva Monteiro. Fonte: Secretaria de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Na senda da mobilidade sustentável
ENTREVISTA A JOÃO CARVALHO, PRESIDENTE DO IMT – INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES, I.P..
e privadas, bem como a de agentes económicos de uma geometria muito variável nos seus objetivos, nas suas estratégias e nas suas metodologias concretas de ação. Esta estratégia de «Política em Rede» manifesta-se igualmente na participação em iniciativas comunitárias como o «Livre Verde – Por uma Nova Cultura de Mobilidade Urbana». O mesmo se passa no acompanhamento de projetos de investigação científica em áreas afins com interesse para o sector dos transportes com importantes componentes de inovação tecnológica.
João Carvalho, Presidente do IMT
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pós a reestruturação, qual o enquadramento do novo IMT? Com a recente aprovação da lei-quadro das entidades reguladoras independentes – Lei n.º 67/2013, o IMT vai ser reestruturado passando as suas funções a estar centradas na regulamentação, nas suas múltiplas valências associadas aos diferentes modos de transporte e vai ser criada uma nova Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, focada na regulação e na promoção e Defesa da Concorrência. O novo IMT, resultante da reestruturação a operar por força daquela Lei, ficará assim com todas as funções relacionadas com a regulamentação, o planeamento, a promoção, a inovação, o desenvolvimento tecnológico e a monitorização do sector e, neste âmbito, vai continuar a prosseguir as políticas de mobilidade e transportes em que este Conselho se tem empenhado, desde o momento em que assumiu funções, no quadro do DL 236/2012, de 31 de outubro, designadamente as atribuições nele consagradas, visando sempre otimizar a qualidade e eficiência dos serviços prestados à sociedade e aos operadores económicos do sector da mobilidade e dos transportes, nos modos rodoviário, ferroviário, fluvial e marítimo. Por todas estas atribuições, perpassa uma matriz de sustentabilidade enquanto traço comum a todas as políticas de transporte e mobilidade. Mobilidade Sustentável – Uma opinião e definição própria e global sobre a importância da mobilidade sustentável quer ao nível do desenvolvimento económico
FICHA TÉCNICA
do país, quer ao nível da qualidade de vida do cidadão. O Plano estratégico de Transportes (PET) publicado em Novembro de 2011, identifica como um dos vetores estratégicos de ação para o país “Assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas e bens de forma eficiente e adequada às necessidades, promovendo a coesão social”. Trata-se, na verdade, de um objetivo em perfeita consonância com o conceito de “mobilidade sustentável” que pressupõe que às pessoas e bens sejam proporcionadas deslocações com um custo económico razoável e simultaneamente minimizando os efeitos negativos sobre o ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos, tendo por base o princípio de satisfação das necessidades atuais sem que fiquem comprometidas as necessidades das gerações futuras, conceito este que foi plasmado no Tratado de Amesterdão (1999) e, deste modo, passou a ser o paradigma basilar de todas as políticas públicas nos diversos Estados Membro. Contudo, os atuais padrões de mobilidade e os seus impactos no ambiente e na economia apontam para a necessidade urgente de mitigar efeitos negativos e de adotar decisivamente processos de desenvolvimento mais sustentáveis. O IMT tem vindo a densificar uma estratégia de promoção de uma mobilidade mais sustentável designada em síntese “Pacote da Mobilidade” que inclui medidas muito diversas, como por exemplo, as Diretrizes Nacionais para a Mobilidade e os Planos de Mobilidade e Transportes (PMT). Estes planos são fundamentais para a organização das acessibilidades e gestão da mobilidade estando a ser desenvolvidos por diversos
municípios e conjuntos de municípios, com resultados muito positivos. Recorde-se que a União Europeia pretende tornar estes Planos obrigatórios (ou condicionar o acesso ao financiamento) para as cidades com mais de cem mil habitantes. Qual o papel desempenhado pelo IMT na mobilidade sustentável? Em grande medida esta questão já está respondida nas suas linhas gerais e será ainda mais detalhada nos pontos subsequentes. Aqui, e num contexto de contemporaneidade, é oportuno sublinhar o seguinte: A aposta numa mobilidade mais sustentável ainda mais em tempos difíceis como o país atravessa hoje em dia é fundamental por permitir uma maior eficiência do sistema de transportes e pelos ganhos ambientais e energéticos que daí advém, mas também pela melhoria da saúde e vantagens económicas que vão desde a menor fatura de cada família em transportes à menor fatura do Estado, por exemplo, em saúde, à diminuição do congestionamento, da dependência energética. Qual a interligação do IMT com os vários agentes promotores da mobilidade sustentável? Esta interligação é a mais densificada que seja possível em cada geografia concorrencial justamente porque as políticas centradas numa mobilidade sustentável carecem de, inevitavelmente, ser concebidas, desenhadas e implementadas em rede com os mais diversos stake-holders. Por isso, o IMT tem tido um posicionamento de grande proximidade face a outras instituições públicas
Existem alguns programas de apoio ou incentivos à investigação, execução e implementação de soluções para a mobilidade sustentável? O IMT tem vindo a acompanhar uma grande variedade de sistemas de incentivos que se inscrevem neste domínio, sendo de destacar as estratégias de empresas públicas e privadas que têm participado em inúmeros programas de investigação e desenvolvimento, acrescentando saber e competências à qualificação e eficiência dos serviços de mobilidade e transportes e da gestão das infraestruturas. Não querendo ser exaustivo, destaco alguns elementos: - O QREN (2007-2013) tem apoiado em diversos linhas e em territórios com características específicas, numerosos projetos e iniciativas para a resolução dos problemas da mobilidade e dos transportes. - Pela primeira vez, o Fundo de Eficiência Energética irá abrir ainda este ano Avisos para apoio a candidaturas para o sector dos transportes quer para «Enchimento de Pneus por Nitrogénio» - promovendo a redução de consumos e da sinistralidade por promoção da pressão certa do pneu – e a «Promoção da Mobilidade Urbana Sustentável», destinado a apoiar «Planos de Mobilidade e Transportes (PMT)» e/ou «Planos de Mobilidade de Empresas e Polos Geradores e Atractores de Deslocações (PMEP)». - Prevê-se também que o Fundo Português de Carbono e o Fundo de Apoio à Inovação possam financiar projetos e iniciativas que reduzam as externalidades negativas dos transportes e promovam a qualificação e eficiência da mobilidade.
A destacar “O IMT «herdou» uma tradição de outros institutos públicos que se empenharam na promoção da mobilidade sustentável e que ele próprio assumiu o desígnio de prosseguir nesta senda de ir mais além de uma forma equilibrada, mas também sustentada”.
Propriedade As - Agência, Lda | Morada Apartado 000045 - ECE Vila Nova de Gaia - 4431-901 V.N.Gaia | Depósito Legal 215441/04 | Editora Ana Mota Publicidade Moura Lopes | Email geral@as-agencia.pt | PVP 2€ Setembro 2013
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Autoridade Metropolitana dos Transportes de Lisboa AMTL VISA INCREMENTAR A INTERMODALIDADE NA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA. ENTREVISTA A GERMANO MARTINS, PRESIDENTE DA AUTORIDADE METROPOLITANA DOS TRANSPORTES DE LISBOA. transportes. Tentamos que o transporte público se torne preferencial para cada vez mais utilizadores e para um conjunto cada vez mais numeroso de necessidades de deslocação. Mas há ainda muito trabalho a fazer a este nível e que cabe à AMTL dinamizar, designadamente em matéria de articulação de redes, oferta de serviços, simplificação tarifária, financiamento do sistema de transportes, entre outros. Quais são as principais premissas da atividade da AMTL? Uma das nossas principais prioridades prende-se com a expansão do sistema intermodal, alargando-o gradualmente a toda a Área Metropolitana de Lisboa. Pretendemos também caracterizar com detalhe e no curto prazo os padrões e necessidades
Germano Martins, Presidente da AMTL
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o seu entender, qual o panorama português no que diz respeito à mobilidade sustentável e ao setor dos transportes? O conceito de mobilidade sustentável deve ser visto dos pontos de vista económico e financeiro e incluir uma perspetiva social, isto é, ter em conta a forma como as pessoas acedem ao sistema de transportes e com que custos. Claro que quando falamos em mobilidade sustentável estão, também, sempre presentes os aspetos relacionados com a eficiência energética e ambiental. Visar uma Mobilidade Sustentável deve ser
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entendido como um processo contínuo de melhoria da eficiência dos sistemas, das políticas de ordenamento e das políticas de transporte. Questão relevante, por exemplo, é a política tarifária em transporte público, que deve assentar em regras claras para os operadores e utilizadores, conhecidas com a antecedência suficiente para não se configurarem como imprevisíveis. Na Área Metropolitana de Lisboa estão a dar-se passos importantes nestas matérias, designadamente ao terem sido recentemente clarificadas por portaria as bases do sistema tarifário e fixadas regras claras para a compensação financeira dos operadores de
de deslocação da população da AML, de forma a conseguir permitir melhor articulação entre as políticas de ordenamento e as políticas de transporte e fundamentar propostas de reformulação de redes de transporte mais eficazes e mais eficientes.
A AMTL tem atribuições em matéria de planeamento, organização, operação, financiamento, fiscalização, divulgação e desenvolvimento do transporte público de passageiros. O trabalho desenvolvido pela AMTL tem como finalidade tornar o sistema de transportes da AML sustentável dos pontos de vista social, ambiental, económico e financeiro até ao ano 2020, dando resposta eficaz a todas as necessidades de mobilidade da população.
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Mobilidade Sustentável na Área Metropolitana do Porto ENTREVISTA A JOAQUIM CAVALHEIRO, PRESIDENTE DA AUTORIDADE METROPOLITANA DOS TRANSPORTES DO PORTO
vista institucional. Têm havido várias ações ao longo do tempo, mas não tem havido uma perspetiva global e sustentável para o setor. Vários governos tentaram resolver os problemas mas não o conseguiram na sua vigência. Um exemplo concreto: atualmente ainda vigora o Regulamento dos Transportes Automóveis que data de 1948, que está totalmente desenquadrado da atual realidade sócio-económica. Por outro lado, há uma dipersão de leis para o setor, algumas delas contraditórias. Penso que a recente Lei-Quadro dos Reguladores e outras que certamente se lhe seguirão, é um primeiro passo para resolver definitivamente o problema. Há uma clara necessidade de coordenar o poder central com o autárquico no que diz respeito aos transportes e à mobilidade. Mesmo ao nível do poder local era importante que houvesse um vereador da Mobilidade que concentrasse todos os assuntos e aspetos deste tema.
Joaquim Cavalheiro, Presidente da AMTP
O
World Business Council for Sustainable Development define a mobilidade sustentável como sendo “a capacidade de dar resposta à necessidade da sociedade em deslocar-se livremente, aceder, comunicar, transaccionar e estabelecer relações sem sacrificar os valores humanos, ecologicos, hoje e no futuro”. Assente nesta definição, Joaquim Cavalheiro, presidente da Autoridade Metropolitana dos Transportes do Porto, salienta três vertentes da mobilidade sustentável: “a mobilidade sustentável compreende a vertente humana, a ambiental e a económica, tendo como
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finalidade a sustentabilidade do planeta terra e a vivência do Homem no âmbito das suas deslocações seja tanto em contexto de trabalho, como em lazer”. Em entrevista, o presidente da AMTP destaca a importância da mobilidade sustentável para o desenvolvimento económico, a qualidade de vida e o seu impacto ambiental. No seu entender, qual é a realidade da mobilidade sustentável em Portugal? Estamos longe de uma mobilidade sustentável efetiva. O setor dos transportes não tem sido devidamente encarado sob o ponto de
Quais têm sido as linhas de ação da AMTP? A AMTP foi criada em 2010. A primeira prioridade ao nível do trabalho realizado pela AMTP relacionou-se com as concessões que estavam sob a gestão do IMTT. Hoje em dia já temos conhecimento real da oferta, tanto em termos de operadores como de carreiras existente ao nível da Área Metropolitana do Porto. Temos também fomentado a intermodalidade, procurando que os operadores de transportes façam a sua adesão ao Andante, um título essencial para a facilidade de mobilidade dentro da Área Metropolitana do Porto. A AMTP levou a cabo uma iniciativa de propôr à tutela que as funções de coordenação desempenhadas pelo TIP (Transportes Intermodais do Porto) fossem delegadas na AMTP, tal como o previsto com a criação da Autoridade, o que não chegou a acontecer e o que tem claros reflexos no desenvolvimento da sua atividade. Dentro da AMTP esperamos que num futuro próximo esta situação se
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clarifique e que haja uma evolução em termos legislativos, com a implementação efetiva do novo regulador para o setor, a Autoridade de Mobilidade e Transportes. Por outro lado, o trabalho da AMTP está condicionado ao processo de formação da instituição, nomeadamente ao nível dos recursos humanos. Neste momento temos 17 funcionários, quando inicialmente (2010) estava previsto que nesta altura já fizessem parte da organização 30 colaboradores. Isto condiciona naturalmente o desenvolvimento da atividade e os projetos da AMTP, o que, acrescido de grandes restrições financeiras, não nos tem permitido fazer os estudos de mobilidade que consideramos serem necessários fazer para uma resposta mais eficaz e assertiva. Trata-se do Inquérito Geral da Mobilidade, do Plano Operacional de Transportes e do Plano de Deslocações Urbanas – três instrumentos essenciais para melhor identificar a oferta disponível e as necessidades da população em termos de transporte para definir uma política de transportes para a Área Metropolitana do Porto adequada ao território e populações. Qual a realidade da Área Metropolitana do Porto ao nível dos Transportes? Por exemplo, o título de transporte Andante é tido como uma referência nacional de intermodalidade. O Andante nasceu com o Metro do Porto e foi o primeiro título intermodal em Portugal. É utilizado pelos três operadores públicos (Metro, CP e STCP), estando também integradas no Andante 40 linhas de operadores privados. Temos vindo a fazer uma aposta contínua de sensibilização junto dos operadores privados para integrarem a rede Andante pelas mais-valias que lhes estão associadas. Mas há ainda algum trabalho a fazer e é prioritária a resolução de algumas questões, como a diferença de tarifas na ida e no regresso dentro do mesmo percurso bem como estender a sua aplicabilidade a toda a Àrea Metropolitana do Porto. É necessário rever o zonamento e o tarifário. Na questão tarifária, a AMTP irá fazer um estudo aplicando a filosofia de zonamento da AML à AMP, no sentido de comparar os preços de deslocação praticados em Lisboa e no Porto.
A visão de Joaquim Cavalheiro sobre:
A AUTOR I DA DE METRO PO LITA NA DO S TRA NSPO RTES DO PORTO E NG LO B A 40 O P ERA DO RES Q UE SE TRA DUZ EM E M CE RCA D E 560 CA RREIRA S.
- os modos suaves: “Recentemente sairam alterações ao Código da Estrada relativamente às condições e circunstâncias da utilização da bicicleta e regras para ciclistas com vista à sua integração no sistema de transportes. Trata-se sem dúvida de um passo na direção certa, mas receio que não haja um entendimento claro por parte de todos os utilizadores da via pública das novas regras e que se possa confundir a atividade desportiva e recreativa com a integração da bicicleta e dos modos suaves no sistema de transportes, isto é, na utilização da bicicleta na deslocação de casa até ao Transporte Público ou emprego, por exemplo. Temo que a falta de percepção entre estas duas vertentes tenha um reflexo ao nível da sinistralidade, fruto da falta de cumprimento de regras de circulação por parte dos ciclistas e dos condutores de transportes motorizados. Acresce que há troços de vias cicláveis em cidades em zonas inconcebíveis. Sería útil uma campanha de sensibilização para a população”. - mobilidade ferroviária: “É um importante meio de transporte na AMP que dispõe dos serviços da CP e do Metro do Porto, embora ainda não totalmente potenciados e desenvolvidos. Sendo um dos meios de transporte que a União Europeia priveligia no combate às emissões de CO2, considero que a política de transportes na AMP e no país deverá ser revista, definida e implementada à luz dessa orientação. A criação de Interfaces rodo-ferroviários é essencial”. - mobilidade fluvial: “Ao contrário de Lisboa, onde ainda há muita população ribeirinha e tradição neste tipo de transporte, a mobilidade no Rio Douro poderá vir a ser integrada no sistema de transportes da AMP, na sequência de um estudo global de mobilidade, embora, admito eu ,seja uma componente residual do sistema de transportes”.
Enquadrado na Semana Europeia da Mobilidade, assinalada entre 16 e 22 de setembro, a AMTP promoveu um concurso de fotografia, subordinado ao tema “O Transporte Público no meu Concelho”. A iniciativa teve como objetivo contribuir para a divulgação do transporte público de passageiros na Área Metropolitana do Porto como elemento crucial para o desenvolvimento económico e melhoria das condições de vida da população, assim como apelar ao envolvimento e à consciencialização de toda a população para esta temática. A atribuição de prémios aos cinco vencedores do concurso foi feita em títulos de transporte Andante.
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Sistema VIVA, 15 anos de construção da bilhética integrada de mobilidade
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odos nós temos tomado conhecimento da existência de um Sistema VIVA, que coordena a bilhética intermodal dos transportes, porque no nosso dia-a-dia vamos utilizando os transportes e seus sistemas de pagamento tarifário, venda e controlo, baseados nos cartões VIVA sem contacto e associados a serviços electrónicos comuns a múltiplos operadores. Os produtos e serviços VIVA já abrangem todos os Operadores de Transporte da Região de Lisboa e operadores de outras regiões como Coimbra e o Litoral Oeste e Vale do Tejo. O Sistema VIVA é isso mesmo. Um ambiente operativo e tecnológico que garante que uma família de cartões sem contacto devidamente gerida e partilhada – os cartões VIVA e demais suportes VIVA - “falam” e operam com múltiplas redes de equipamentos de venda e controlo, pertencentes a inúmeros players da mobilidade, tudo num ecosistema interoperável, seguro, aberto e flexível. Por sua vez, mediatizados por uma plataforma tecnológica central, o Sistema de Informação Intermodal de Transportes e Mobilidade (SIITM) da OTLIS, que interconecta sistemas, gerindo milhões de transações e a respectiva informação pertinente. O Sistema VIVA, é especificado e desenvolvido desde 1996 pela OTLIS, Operadores de Transportes da Região de Lisboa, A.C.E., que é o consórcio que agrega sete operadores públicos e privados dos transportes. Não seria possível ter construído sistemáticamente, ao longo de mais de uma década, este sistema comum de interoperabilidade bilhética, ainda mais de forma tecnologicamente aberta, sem a estreita cooperação dos Operadores de Transporte e de Mobilidade, que foram investindo e se claramente interessados nesse objetivo comúm, desde logo predispostos a seguir alguns requisitos de base e a aceitar uma única família de cartões intermodais, credibilizada perante os clientes finais dos sistemas. Neste momento, são aderentes ao Sistema VIVA 22 operadores de mobilidade. Estão activos no mercado da mobilidade, diáriamente, cerca de um milhão e 600 mil cartões personalizados VIVA (de microprocessador) e são utilizados anualmente cerca de quatro milhões de cartões/bilhetes de memória VIVA Viagem. Em concreto, para os aderentes empresariais, estar no Sistema VIVA implica integrar um Modelo de Dados (MD/VIVA) comum e abrangente e ainda a utilização de certas ferramentas de interoperabilidade embebidas. E claro, a aceitação dos cartões intermodais da gama VIVA. Por sua vez, os aderentes estão conectados com o STIIM, o sistema central de alto nível que reúne a informação sobre cartões, vendas e validações, permitindo entre outros serviços o apuramento das receitas intermodais e o acesso a canais de venda electrónica externos às redes de transportes, oferecendo diversidade à compra e pagamento por parte dos seus clientes. Nada disto seria possível sem um sentido estratégico e capacidade de concretização, bem como
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sem a confiança nas propriedades interoperáveis do sistema, na sua eficiência e estabilidade e no seu potencial inovador, traduzido em novos produtos e serviços em incubação. Desde 2008 que os cartões VIVA, de microprocessador, são recarregáveis no ATM e recentemente podem ser carregados via internet através do Portal VIVA. Os cartões personalizados VIVA, o mais consagrado Lisboa VIVA e também o recente VIVA Tejo, permitem carregar em simultâneo, não só mais do que uma modalidade de passe , como também as unidades de mobilidade designadas por Zapping. O sistema detém ainda um cartão direcionado aos clientes ocasionais do transporte público – o cartão VIVA Viagem, que para além de títulos ocasionais (bilhetes, pré-comprados e zapping) permite o acesso aos bairros históricos de Lisboa. O cartão Lisboa VIVA, pode ser utilizado para aceder a outros serviços de mobilidade, como o estacionamento combinado e o serviço mob carsharing, no qual clientes particulares utilizam o cartão para poder alugar e aceder a uma viatura. Mas a família de cartões VIVA não fica por aqui. Mais recentemente, um novo tipo de cartão entrou no Sistema, desta vez, um cartão exclusivo para o pagamento de estacionamento – o cartão VIVA Parking, lançado com EMEL, usável nos parques e parquímetros munidos de tecnologia sem contacto certificada VIVA, um sistema em plena expansão em 2013/2014. Diga-se que o VIVA Parking, desde o seu lançamento, no final de 2012, é carregável com unidades de mobilidade tipo Zapping nos terminais ATM, tal como os cartões Lisboa VIVA e VIVA Tejo e a muito breve prazo no Portal VIVA. Pode no futuro vir a ser extendido a quaisquer operadores de gestão de estacionamento urbano do País. A OTLIS e a EMEL, paralelamente à implantação do cartão VIVA Parking, pretendem convergir para que possa vir a generalizar-se o pagamento de estacionamento também com suportes Lisboa VIVA, pelo consumo de unidades de mobilidade Zapping nestes cartões. Mas a mais recente inovação inserida no Sistema VIVA é o novo portal dos transportes - o PortalVIVA. pt, que dá acesso a toda a informação necessária sobre transportes, estacionamento e serviços de mobilidade de uma dada região e acima de tudo permite o carregamento de títulos de transporte nos cartões Lisboa VIVA, VIVA Tejo e VIVA Parking. A breve prazo, será lançada mais um serviço associado ao Sistema de mobilidade inteligente VIVA. Trata-se do cartão bancário CGD/VIVA que irá permitir ao cidadão munido daquele cartão, o uso dos transportes públicos sem ter que carregar ou comprar títulos previamente. O cartão será colocado junto ao validador e o seu utilizador pode passar. O valor do título será depois descontado diretamente na sua conta bancária. O Sistema VIVA constrói-se e expande-se para permitir o funcionamento tarifário intermodal,
Cartões da gama VIVA Para uso frequente e ocasional Lisboa VIVA VIVA Tejo Coimbra ConVIDA Para uso ocasional VIVA Viagem|7Colinas Estacionamento Lisboa VIVA VIVA Parking Carsharing Lisboa VIVA para particulares Mobcarsharing familias Mobcarsharing empresas
traduzindo-se numa mobilidade sem barreiras, com melhoria da qualidade e eficiência na utilização dos transportes e desmaterialização dos serviços de venda, pagamento, cobrança e controlo. Executa este objetivo, necessáriamente através da participação e apoio aos novos projetos e da criação de parcerias estratégicas com vários
interlocutores do mercado da mobilidade e dos sistemas tecnológicos, nomeadamente os que apostam em cidades tecnologicamente mais avançadas e adaptadas às necessidades dos seus cidadãos, praticando a inovação e melhoria permanente e o desenvolver e promover a mobilidade sustentável.
POLÍMEROS É NO MINHO
Polímeros é no Minho
CONHEÇA O TRABALHO EFETUADO NA UNIVERSIDADE DO MINHO NA ÁREA DOS POLÍMEROS, PELA MÃO DE ANTÓNIO JOSÉ PONTES, DIRETOR ADJUNTO DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE POLÍMEROS, ANA VERA MACHADO, DIRETORA DO INSTITUTO DE POLÍMEROS E COMPÓSITOS E RUI MAGALHÃES, DIRETOR GERAL DO POLO DE INOVAÇÃO EM ENGENHARIA DE POLÍMEROS.
António Pontes, do IPC
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EP – Departamento de Engenharia de Polímeros O DEP foi criado em 1977 por forma a apoiar a indústria nacional de plásticos, oferecendo uma licenciatura específica e criando um corpo de engenheiros especialistas em Polímeros. Hoje, 36 anos depois, o DEP conta com 22 docentes doutorados, especialistas nas mais varias vertentes da Ciência e Engenharia de Polímeros, cinco técnicos e quatro técnicos administrativos, baseando a sua atuação no Ensino, Investigação e Desenvolvimento, integrando estas três áreas intrínsecas do conhecimento. No que diz respeito ao ensino, o DEP oferece uma Licenciatura em Design do Produto, três Mestrados Integrados – Engenharia de Polímeros, Engenharia de Materiais e Engenharia Biomédica-, três Mestrados de 2.º ciclo – Propriedades e Tecnologia de Polímeros, Reologia Aplicada à Engenharia e Micro e Nanotecnologias -, sete Cursos de Formação Especializada - Propriedades de Polímeros, Polímeros para Aplicações Avançadas, Extrusão de Plásticos (duas possibilidades), Injeção de Plásticos, Compósitos de Matriz Polimérica e Projeto e Moldes para Plásticos -, e três programas de Doutoramento - Ciência e Engenharia de Polímeros e Compósitos, Engenharia de Tecidos, Medicina Regenerativa e Células Estaminais e Engenharia Biomédica. A Investigação Científica desenrola-se principalmente em dois Centros de Investigação, o Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC) e o Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Biomiméticos (3B’s), ambos integrados em Laboratórios Associados da Fundação para a Ciência e Tecnologia, mantendo estreita colaboração com vários Centros de Investigação nacionais e internacionais. Para levar a cabo os projetos de investigação
Ana Vera Machado, do DEP
em que se encontram envolvidos, os docentes contam com a colaboração de bolseiros de investigação e de doutoramento, e de investigadores doutorados. A ligação ao tecido industrial é realizada através de uma estrutura de interface designada por Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP), e também de forma direta, ou em projetos de ensino (2º e 3º ciclos) de natureza tecnológica. O DEP tem como missão oferecer projetos de ensino especializado de extrema qualidade e reconhecimento nacional e internacional, possuindo uma estreita relação com o tecido empresarial e a sociedade. IPC - Instituto de Polímeros e Compósitos O IPC tem como missão contribuir para o avanço em áreas da ciência e tecnologia afins aos polímeros e compósitos, criando mais-valias significativas nos sectores industriais dos plásticos e moldes em Portugal e sensibilizando a sociedade para o papel e importância dos materiais poliméricos no nosso quotidiano. No final de 2012, o IPC albergava 26 Doutorados e 63 estudantes e investigadores. Nesse mesmo ano os membros do instituto publicaram 67 artigos em revistas de circulação internacional, editaram 1 livro e produziram 8 capítulos em livros publicados por editoras internacionais. Durante 2012 foram ainda concluídos 5 doutoramentos e 25 dissertações de mestrado. A importância do IPC nos panoramas nacional e internacional reflete-se também nas 91 comunicações apresentadas em conferências internacionais e pela concessão de 4 patentes. Estes resultados são uma consequência direta do trabalho que tem sido feito desde há mais de uma década pelos membros do IPC, o que permitiu garantir ao Minho o reconhecimento internacional da investigação
Rui M. Magalhães, Diretor Geral do PIEP
em Polímeros e Compósitos. Em 2006, o IPC associou-se ao CENIMAT (Universidade Nova de Lisboa) e à Física (Universidade de Aveiro), para formar o I3N-Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação, ao qual foi concedido o estatuto de Laboratório Associado. Estes desenvolvimentos, permitiram alargar ainda mais as áreas de atuação do IPC, cujas atividades passaram também a incidir em áreas ligadas aos nanomateriais e às nanotecnologias. PIEP - Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros O PIEP é uma entidade privada sem fins lucrativos, de matriz tecnológica e científica, criada em 2001 por iniciativa de um conjunto alargado de empresas do sector, em estreita colaboração com a Universidade do Minho (em particular o Departamento de Engenharia de Polímeros) e o IAPMEI. Actuando com grande proximidade ao sector industrial,
o PIEP pretende dar resposta, em tempo oportuno, às necessidades de I&DT das empresas do sector, desenvolvendo novos materiais e apoiando a criação de produtos inovadores, tecnologias de fabrico e ferramentas produtivas, ensaios e diagnóstico de falha, potenciando a criação e a transferência de know-how resultante da actividade estruturada de I&DT. Não menos relevante, o PIEP assume um contributo significativo na vertente da formação, apoiando o desenvolvimento de recursos humanos com competências práticas nos processos de inovação industrial no domínio da engenharia de polímeros. O modelo de gestão do PIEP comtempla uma significativa participação da indústria, algo inédito à data da sua criação e que se mantém até aos dias de hoje: a administração do Pólo é partilhada por membros da comunidade industrial e pela universidade, procurando o alinhamento estratégico das necessidades da indústria e da comunidade académica. Ocupando uma área total de três mil metros quadrados e um investimento superior a 6.5 milhões de Euros, as instalações situadas no Campus de Azurém da Universidade do Minho, em Guimarães, o PIEP reúne condições únicas para o exercício da actividade de I&DT em parceria com a indústria nacional e estrangeira. Esta capacidade tem sido materializada em inúmeros projectos de I&DT com empresas nacionais e estrangeiros, orientados aos mais diversos e exigentes sectores de aplicação. No contexto internacional, o PIEP tem desenvolvido a sua actividade direccionada às grandes petroquímicas de polímeros, bem como multinacionais da área farmacêutica. Contudo, o desenvolvimento da actividade de I&D com o tecido industrial nacional continua a ser a sua actividade dominante. Talvez a Pluma tenha sido um dos projectos de maior visibilidade, mas muitos outros se têm desenvolvido com actores nacionais para os sectores como a aeronáutica, a ferrovia, o automóvel, o calçado, a embalagem, a saúde, bem como o ambiente e a energia. Os desafios de inovação que hoje são colocados ao sector exigem abordagens multidisciplinares. Para além dos recursos próprios com formação superior em vários domínios (química, biologia, polímeros, materiais, electrónica e aeronáutica), o PIEP promove uma articulação com vários departamentos da Universidade. É contudo com o Departamento de Engenharia de Polímeros que o PIEP mantém a sua principal ligação, encontrando aí a sua fonte de excelência para o conhecimento científico necessário ao desenvolvimento da sua actividade no domínio dos polímeros e compósitos, em estreita colaboração com a indústria.
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SECTOR POSTAL
Sindicatos contra a privatização dos Correios SNTCT E SINDETELCO PREVEEM CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA O SERVIÇO, TRABALHADORES E ESTADO
José Arsénio, Sindetelco
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Vítor Narciso, SNTCT
SECTOR POSTAL
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través da luta e da acção reivindicativa, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Telecomunicações - SNTCT - elege como objectivo a melhoria e salvaguarda dos direitos, regalias e situação dos trabalhadores dos correios e das telecomunicações. O SNTCT é a associação de todos os que trabalham em empresas ou sociedades, instituições ou organismos do Estado que tenham por objectivo a exploração de actividades ou serviços relacionados com comunicações e telecomunicações, ou complementares ou afins destes, qualquer que seja a forma societária ou empresarial das mesmas e pertencendo ou não à Administração Pública central ou local, qualquer que seja o tipo de vínculo contratual destes trabalhadores. São inúmeros os benefícios para os sócios do SNTCT: Desde a assistência sindical e jurídica gratuita, na resolução dos conflitos resultantes de relações ou acidentes laborais, para o que dispõem de seis advogados (Lisboa, Porto e Coimbra) para além de toda estrutura do Sindicato (dirigentes e delegados sindicais), a um advogado para aconselhamento nos assuntos particulares dos sócios, o Sindicato promove actividades de tempos livres, através de convenções com outros sindicatos e organizações. A formação sindical é outra das vantagens para os sócios, que podem ainda beneficiar de formação profissional (através da CGTP-IN). Formação universitária, através de protocolos com Universidades e Institutos Superiores, seguros na Companhia de Seguros Euresap Descontos até 20% e possibilidade de bónus até 50 por cento dos prémios para os sócios do SNTCT, acordo com a Top Tours - Desconto de quatro por cento em todas as viagens e estadia no território nacional ou estrangeiro e com o Grupo Hoteleiro Fernando Barata - Desconto de 25 por cento sobre o preço de balcão em qualquer dos hotéis do grupo (todo o ano), bem como descontos em várias lojas e cadeias de lojas são outros motivos de atracção na filiação no SNTCT. SNTCT alerta para exemplos holandês e alemão O Sindicato elege como principal objectivo a defesa dos interesses gerais dos trabalhadores e em particular a harmonização, apresentação e defesa das suas reivindicações, quer individuais, quer colectivas, a divulgação dos princípios e das actividades sindicais, entre muitos outros desígnios relacionados com a sindicalização. Como atesta Vítor Narciso, “este é um sindicato vertical, que representa todos os grupos profissionais que existem nos CTT, na DHL, na Chronopost, na PT Comunicações… Reunimos trabalhadores da área de correios e de telecomunicações, quer empresas de capital público, quer empresas privadas. Trata-se do sindicato mais representativo do sector, com cerca de 8700 associados, 6100 dos quais dos Correios”. Uma das lutas em que o SNTCT se encontra actualmente envolvido diz respeito à
das Comunicações e dos Media, entende-se o movimento sindical como um motor da promoção da justiça social em todas as partes
O SNTCT É UM SINDICATO VERTICAL, QUE REPRESENTA TODOS OS GRUPOS PROFISSIONAIS QUE EXISTEM NOS CTT, NA DHL, NA CHRONOPOST, NA PT COMUNICAÇÕES… REUNIMOS TRABALHADORES DA ÁREA DE CORREIOS E DE TELECOMUNICAÇÕES, QUER EMPRESAS DE CAPITAL PÚBLICO, QUER EMPRESAS PRIVADAS
do mundo, que contribuiu no passado e, certamente, contribuirá no futuro para a melhoria das condições de vida e de trabalho de todos os trabalhadores e suas famílias. Os sindicatos perfilam-se entre as instituições verdadeiramente importantes das sociedades democráticas e desempenham um papel decisivo na construção do futuro, pelo direito ao emprego. Filiado na UGT, UNI, FETESE, UGC e Agostinho Roseta, o Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media apresenta-se como um organismo vertical cujo âmbito de actividade económica é o sector das Comunicações e Media. “Representamos trabalhadores dos sectores das Telecomunicações, Nova Economia, Postal e Logística, Gráficos e Media”, refere em entrevista José Arsénio, Secretário-Geral do Sindetelco. Da realização da Assembleia Constituinte, em Abril de 1981 e do primeiro congresso, em Junho de 1981, já muita história foi construída pelo Sindetelco, cujo último congresso, o décimo, se realizou nos dias 18 e 19 de Maio de 2013, no Hotel Golf Mar no Vimeiro. Entre outros, representa trabalhadores de empresas como os CTT - Correios de Portugal. , CTT Expresso, PT Comunicações. , ZON, TMN, Vodafone, Optimus, RDP, RTP, SIC, Siemens e muitas outras empresas de relevo a nível nacional.
anunciada privatização dos CTT: “Logo à partida, tomámos uma posição contra a privatização, uma vez que entendemos que a mesma não se justifica. Numa empresa que presta um serviço público, um serviço social para todos os efeitos, impedindo maiores assimetrias regionais e promove a coesão nacional, não se justifica. Mais a mais, sendo uma empresa lucrativa”, sustenta Vítor Narciso. Quanto a consequências que poderão advir da privatização, Vítor Narciso alerta para o facto de o potencial comprador pretender obter mais lucro ainda do que aquele que a empresa gera actualmente. Para o efeito, o sindicalista prevê duas opções com contornos negativos: “Ou diminui a oferta do serviço de correios ou reduz recursos humanos”. “E há um caminho percorrido ao longo do último ano e meio que fornece indicações nesse sentido”, reitera. “Temos exemplos, como o holandês, em que os correios foram comprados pela multinacional TNT, e o que se seguiu foi praticamente a extinção de estações de correios… Os postos situam-se em centros comerciais, a distribuição é feita uma vez por semana e o Estado holandês está agora a exigir o cumprimento de determinadas normas… Na Alemanha, a DHL associou-se ao Deutshe Bank, compraram os correios e a distribuição privilegiada é a expresso, a mais rentável, e ir a uma estação de correios equivale a ir a uma agência do Deutshe Bank…”
Com sede nacional em Lisboa e delegação no Porto, “o Sindetelco nasceu, há 33 anos, como nos conta José Arsénio, com a criação da UGT. “Inicialmente,
representava
trabalhadores
das telecomunicações e, passado um ano,
“LOGO À PARTIDA, TOMÁMOS UMA POSIÇÃO CONTRA A PRIVATIZAÇÃO, UMA VEZ QUE ENTENDEMOS QUE A MESMA NÃO SE JUSTIFICA. NUMA EMPRESA QUE PRESTA UM SERVIÇO PÚBLICO, UM SERVIÇO SOCIAL PARA TODOS OS EFEITOS, IMPEDINDO MAIORES ASSIMETRIAS REGIONAIS E PROMOVE A COESÃO NACIONAL, NÃO SE JUSTIFICA. MAIS A MAIS, SENDO UMA EMPRESA LUCRATIVA”
estendeu-se ao sector postal, nomeadamente aos correios. Mais tarde, por uma questão de solidariedade, alargámos a nossa representação aos media. Hoje, somos igualmente o sindicato mais representativo no domínio dos call centers, o que implica igualmente trabalho temporário”. Actualmente, são cerca de 3200 os associados, “o que faz do nosso sindicato o segundo mais representativo na casa mãe, Correios de Portugal”, assevera José Arsénio. “Nos CTT Expresso, bem como nas restantes empresas do Grupo, somos claramente o sindicato mais representativo. Sou daquelas pessoas que defendem a unidade na acção e é verdade que é mais fácil fazer sindicalismo nos Correios, onde existem negociações e um acordo de empresa do que nas restantes empresas do Grupo, onde não existe nada do género. E existem sindicatos que não querem ter esse trabalho… Acreditamos que as pessoas devem ter alguém que as defenda, embora se tra-
O SINDELTECO REPRESENTA TRABALHADORES DOS SECTORES DAS TELECOMUNICAÇÕES, NOVA ECONOMIA, POSTAL E LOGÍSTICA, GRÁFICOS E MEDIA
te de um sindicalismo muito mais difícil de exercer. Estamos a falar de pessoas que auferem o ordenado mínimo, em que não existem sistemas de avaliação nem informação prestada aos trabalhadores… São formas de luta diferentes… Também somos filiados na UGT,
Sindetelco: “as pessoas devem ter quem as defenda” No Sindicato Democrático dos Trabalhadores
que privilegia a negociação ideal, e por alguma coisa isso acontece…”, garante. Setembro 2013
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REGIÃO OESTE
Por que Oeste combina com Leader… A LEADER OESTE É UMA ASSOCIAÇÃO PRIVADA SEM FINS LUCRATIVOS, CRIADA EM 1994 E SEDEADA NA VILA DO CADAVAL, DISTRITO DE LISBOA, REGIÃO NUTS III OESTE. TRATA-SE DE UMA ORGANIZAÇÃO CUJO OBJECTO SOCIAL CONSISTE EM LEVAR A CABO ACÇÕES DE DINAMIZAÇÃO NO SENTIDO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL DAS FREGUESIAS MAIS RURAIS DA REGIÃO OESTE. NESTE SENTIDO, O TRABALHO DESENVOLVIDO POR ESTA ORGANIZAÇÃO TEM ESTADO CENTRADO NA IMPLEMENTAÇÃO DE PROJECTOS SOCIAIS, CULTURAIS E ECONÓMICOS QUE PRIVILEGIAM OS ACTORES DO MEIO LOCAL RURAL DO OESTE.
diferente de outras organizações regionais, que podendo ser de direito publico, não possuem a mesma combinação de características. A abordagem técnica que esta associação demonstra quotidianamente facilita o acesso das populações dos meios rurais, mais do que as dos meios urbanos, quer pela via da proximidade quer pela via da personalização do atendimento privado suportado por uma lógica pública de proximidade, que faz com que seja procurada pela população e diversos tipos de organizações regionais e locais para esclarecimentos técnicos e administrativos que são desempenhados pelos serviços da administração pública descentrada. José Ferreira Coutinho, Coordenador do Grupo de Acção Local da Leader Oeste
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s seus actuais 82 associados são pessoas colectivas com sede ou influência de acção na região Oeste. Indo ao encontro do seu objecto e tendo como base de operacionalidade os processos de desenvolvimento local onde a parceria é uma parte incontornável, esta organização procura, desde da sua génese, ser representativa dos diversos sectores socioeconómicos do Oeste. Este aspecto de rede regional representativa das dinâmicas locais e regionais é uma característica da Leader Oeste. Ao nível intra-regional esta característica é tanto mais relevante quanto é verdade que existem outras associações regionais mais antigas e situadas em meios urbanos, portanto mais massificadas em termos de aderência, que não têm esta característica de representatividade pluri sectorial. Regionalmente, a Leader Oeste distingue-se por ser gestora do programa Leader e, em função deste facto, ser uma organização procurada pelos mais diversos agentes regionais pelo facto de apoiar financeiramente e a fundo perdido projectos que lhe sejam apresentados, elegíveis ao abrigo destas iniciativas da União Europeia. A associação tem um papel de serviço público que desempenha dentro de uma lógica funcional do associativismo de direito privado, constituindo-se assim como uma organização
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Leader: uma oportunidade bem captada no Oeste Como explica José Ferreira Coutinho, Coordenador do Grupo de Acção Local da Leader Oeste, a instituição “surgiu preconizada para captar a primeira iniciativa comunitária Leader, que previa a ligação entre acções de economia e desenvolvimento rural, correspondendo à primeira tentativa da Comissão Europeia (CE) de fazer uma reforma da PAC”. Não sendo o Leader um fundo estrutural, a responsabilidade da sua gestão não passa pela máquina do Estado mas pela CE, que lançou aos estados-membros o desafio de organizarem parcerias regionais para realizarem a sua gestão pública através de meios privados, desígnio considerado “brutalmente pioneiro” por José Coutinho, “tendo em conta o contexto de 1994”. O coordenador recorda que, “na altura, não conseguimos ficar com o Leader, ao contrário de outras 22 regiões portuguesas mas, em 1996, com o arranque do Leader II e, uma vez que a Associação Leader Oeste já se encontrava constituída, celebrámos o contrato programa com o Estado, através da Direcção Geral de Agricultura para implementarmos o Leader na região Oeste”. Enquanto instrumento de política, o Leader é considerado por José Coutinho um interessantíssimo instrumento. “Diria mesmo que nunca foi tão oportuno como actualmente. Em plena crise, é uma resposta integrada a problemas sociais e económicos de uma região, respondendo em todas as frentes, desde a agricultura
às dimensões culturais, sociais, económicas, patrimoniais, de emprego, de qualificação e formação, entre outras, tendo em conta o contexto regional”. Acrescenta o gestor que este programa da União Europeia “tem medidas capazes de responder a cada uma destas dimensões, não respondendo à intensificação da produção agrícola mas à diversificação da actividade em meio rural. É um complemento ao rendimento do agricultor ou da população rural. O Leader transforma as organizações, obrigando-as a serem algo mais do que uma associação porque as dota de um espírito novo, reformista e de eficiência, até porque, desde a sua origem, gasta 15 por cento do que o Estado precisa para fazer muito menos”, acrescenta. O factor territorialidade “É um serviço descentralizado, muitas vezes coincidente com as NUT III, como aqui acontece. É gerido pela população numa abordagem bottom up. São as populações locais, organizadas, que propõem uma visão do território, concebendo um plano, propondo medidas e gerindo o dinheiro. Daí que a Leader Oeste seja uma organização multi-sectorial. Tem um peso muito significativo da agricultura porque somos uma região agrícola. É um espelho da região”, revela José Coutinho, um gestor plenamente convicto das sinergias resultantes de um casamento entre a região Oeste e o Leader. “Dou-lhe dois exemplos antagónicos para perceber o quão amplo isto pode ser: no passado, fazíamos muito apoio ao nível das juntas de freguesia para a criação de roteiros ambientais e patrimoniais de circuito curto. Uma parte considerável do que foi feito no Oeste foi apoiado por nós. Por outro lado, apoiámos a criação das primeiras empresas de animação turística do país. O alvará n.º1 esta no Oeste… Fizemos depois coisas tão diferentes como apoiar a criação do programa das renováveis na Hora, em protocolos com a Administração Central. No sector agrícola, apoiámos normalmente em áreas como a qualificação, inovação e desenvolvimento – estações meteorológicas, venda directa de pequena agricultura, promoção de produtos que tenham dificuldade em
chegar ao mercado, presença em certames de uma forma transversal…” Um histórico de eficiência A dependência da Leader Oeste em relação ao poder político é reduzida. Aliás, o programa não faria qualquer sentido senão numa lógica de empreendedorismo e de democracia participativa. José Coutinho reforça o cariz identitário da instituição que gere o programa na região, afirmando a sua raiz: “Somos uma instituição do direito privado, sem fins lucrativos, que gere contratos programas com o Estado. A nossa responsabilidade consiste em implementar bem as políticas públicas que constam do contrato programa”. E nada melhor do que a renovação de um voto de confiança para atestar a eficiência ao nível da gestão de fundos… comunitários: “O histórico das avaliações que vamos realizando dizem-nos que as coisas correm bem, até porque vamos no terceiro quadro comunitário de apoio e continuamos cá. Mas também nos diz que, do ponto de vista procedimental e burocrático, as dificuldades estão a aumentar, o que significa que o custo, muito baixo no passado, está a aumentar. No fundo, estão a impor-nos que façamos da mesma forma que faz o Estado”, lamenta. “Temos mais de 400 projectos apoiados desde 1996. Estamos a falar de micro investimentos, num máximo de 300 mil euros, o que totaliza um investimento de cerca de 40 milhões em toda a região, o que equivale por exemplo ao que foi investido no Alqueva. . . Tem havido uma grande procura”, sustenta aquele que não hesita em rotular a região Oeste do país como a Califórnia portuguesa.
“S O M O S U M A I N S T I T U I ÇÃO D O D I R E I TO P R I VA D O, S E M F I N S L U C RAT I VO S, Q U E G E R E CO N T RATO S P RO G RA M A S CO M O E S TA D O”
REGIÃO OESTE
Onde ficar no Oeste: uma onda de conforto PAÍS POSITIVO CONVIDA-O A UM PÉRIPLO PELA OFERTA HOTELEIRA ENVOLTA NOS ENCANTOS DA REGIÃO OESTE. SOLUÇÕES PARA TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS, PREFERÊNCIAS OU MOTIVOS DA DESLOCAÇÃO, OFERECIDAS NUM CONTEXTO DE RECREAÇÃO, CONFORTO E GLAMOUR, BEM CARACTERÍSTICOS DE UMA ZONA COSTEIRA ACTUALMENTE EM PLENA EXPANSÃO NO QUE TOCA AO TURISMO E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS. COM O MAR À DISTÂNCIA DE UMA VARANDA, A SERRA A CONVIDAR À AVENTURA E A GASTRONOMIA A DESENCAMINHAR O MAIS EXIGENTE PALADAR, AQUI FICAM ALGUMAS SUGESTÕES A NÃO PERDER… de Lisboa em plena Região Oeste. Local ideal para uma estadia de lazer, ou simplesmente desfrutar do campo ou praia com a sua família. São compostos por T1 e T2, equipados com ar condicionado, telefone, TV, cofre e kitchenette com frigobar, placa eléctrica e microondas. São ainda disponibilizadas todas as infra-estruturas adjacentes – Campo de golfe do Botado, health-club, jardins, canil e espaço verde para actividades lúdicas. Dona Rita Park Situado no Complexo Turístico do Botado, na Praia da Consolação - Peniche, em plena região Oeste e a 80 km de Lisboa, o Aparthotel “DONA RITA PARK” possui a localização e o ambiente ideal para uma estadia de lazer ou de negócios. As suas 77 Villas T1 equipadas com kitchnette, TV, casa de banho privativa, telefone directo e varanda, de onde se pode usufruir de um agradável ambiente de relvados e piscinas.
A
tlântico Golfe Hotel Abra a Janela do seu quarto e respire... Envolvido entre o resplandecente verde exterior e debruçado sobre o extraordinário azul do Oceano Atlântico e com os pés no extenso areal da praia da consolação o Atlântico Golfe Hotel oferece um cenário invulgar. Descontraído, confortável e atento a cada detalhe, o hotel assume-se como um refúgio zen! Este hotel dispõe de piscina interna, piscina externa, Sauna, jacuzzi, banho turco e ginásio. Pode também requisitar uma relaxante massagem shiatsu Os espaçosos quartos do Atlântico Golfe Hotel apresentam varandas privadas com vista panorâmica de cortar a respiração O Hotel tem um restaurante que serve cozinha tradicional portuguesa confeccionada habilmente pelo Chef Carlos Martins, com recurso aos ingredientes mais frescos associado a um toque de inovação. O hotel dispõe de um buffet de pequeno-almoço fabuloso e um bar que serve bebidas refrescantes e refeições ligeiras, junto a uma enorme e translúcida piscina exterior.
são essenciais para uma boa pontuação. Todos estes desafios fazem com que os golfistas queiram sempre regressar a este campo para aperfeiçoar a pontuação nos buracos mais difíceis. O hotel tem ainda uma sala de jogos equipada com uma mesa de bilhar e um parque infantil onde a segurança impera. As atividades de lazer nas proximidades incluem surf, kite-surf, golfe, ciclismo, mergulho e caminhada. O Atlântico Golfe Hotel está localizado a 2 km do centro de Peniche e está a uma viagem de 20 minutos de automóvel da histórica e encantada Vila de Óbidos. O espaço, o conforto, a flexibilidade e a vista sobre o mar tornam o Atlântico Golfe Hotel num local que dificilmente irá esquecer.
Os hóspedes do Atlântico podem relaxar numa espreguiçadeira à beira da piscina, jogar uma partida de ténis, ou jogar uma partida no campo de Golf, de 9 buracos que é o sítio ideal para os amantes de golfe iniciarem a modalidade. Este campo foi cravado nas dunas na praia da Consolação, com uma grande variedade de buracos, cada um com o seu caracter individual. Uma combinação de pancadas longas e precisas
team-building. Está ainda equipado com Piscina Interior e Exterior; Jacuzzi, Health Club, Ténis, Campo de Golfe, Parque Infantil, Sala de Jogos, Canil e Centro de Mergulho Haliotis situado no Hotel Praia Norte.
A solução para grupos, congressos ou exposições O Atlântico Golfe Hotel dispõe de salas de reuniões e congressos com capacidade entre 20 a 500 pessoas, sala de estar com bar de apoio a Coofee-Breaks e espaço relvado envolvente para actividades Outdoor e
Villas do Lago Os Apartamentos Turísticos Villas do Lago estão situados na Praia da Consolação a 80 quilómetros
Hotel Praia Norte Caracterizado por um ambiente descontraído, este hotel reúne as condições ideais para fugir à rotina do dia-a-dia com uma escapadinha de fim-de-semana ou para passar uns excelentes dias de férias. Aqui poderá descansar, aventurar-se na próxima onda, visitar lugares históricos como a Fortaleza de Peniche, ou inspirar-se pelo cenário mágico da Vila de Óbidos. O hotel possui fácil acesso às principais infra-estruturas da cidade, garantindo uma tranquilidade ainda maior aos seus hóspedes. Com 89 quartos twin e 3 suites-júnior, todos com varanda com vista piscina, dispondo de ar condicionado, telefone directo, televisão satélite e casa de banho privativa. Supertubos Beach Hostel Supertubos Beach Hostel nasceu de um sonho seguido de um encontro de ideias, “acasos” e necessidades passadas à prática. Está situado em frente à praia da Consolação e Supertubos, uma praia com uma extensão de areia enorme e o ambiente perfeito para a prática de surf, bodyboard, kitesurf e mergulho. É também um excelente local para bons passeios de bicicleta e boas caminhadas. Óptimo para relaxar e recarregar baterias. Supertubos é o nosso jardim, a nossa motivação é o vosso bem-estar. Supertubos Beach Hostel foi criado e decorado inspirado na Natureza do local, na tranquilidade, vida e aventura que nos inspira. As imagens utilizadas nos quartos e salas são locais, tiradas pelo fotógrafo Ricardo Santos Luís na praia de Supertubos, o fabuloso jardim do hostel. É composto por duas casas, com oito quartos (seis deles com vista para o mar), quatro quartos duplos, um quarto de casal e três quartos partilhados (com beliches), para quem viaja sozinho e precisa de um lugar confortável mas mais acessível para dormir. Dispõe também de duas salas, seis Wc, duas cozinhas
equipadas, duas churrasqueiras exteriores com algum espaço para refeições exteriores e ainda uma sala de convívio para jogar, conversar, descontrair, ouvir música ou ver um bom filme. Toda a casa tem acesso Wi-Fi gratuito eTV Cabo. Mesmo em frente ao Hostel temos a praia Supertubos, óptimo spot com boas ondas, é a praia mais famosa de Peniche e um dos melhores locais em Portugal para surfar, mas não é a única, pois Peniche é uma península cercada por excelentes praias. A Praia da Consolação é dotada de excelentes condições terapêuticas - numa aberta enseada, o iodo acumulado aliado a outras condições naturais, e pela exposição ao Sol, proporciona o bem-estar de numerosas pessoas que nela procuram, com satisfação, a cura dos seus males de origem reumática e óssea. Esse facto é único no continente europeu e leva à Consolação, anualmente, muitos milhares de pessoas. Do lado Norte, a paisagem é completamente diferente. A partir do forte avista-se um largo e muito extenso areal que se prolonga por vários quilómetros em direcção a Peniche. Banhada pelo mar de ondulação forte, esta praia é muito apreciada pelos praticantes de surf sendo conhecida como praia de Supertubos. Numa área de 500mts em redor do hostel existe um diverso tipo de comércio local: restaurantes, bares, pastelarias, padarias, mini-mercados, escola de surf, piscinas, campo de golfe, campo de ténis, etc... A cidade de Peniche está implantada numa península com cerca de dez quilómetros. O extremo ocidental da península é o Cabo Carvoeiro. A costa, que tem aspectos surpreendentes e deslumbrantes, é formada por imponentes rochedos, extensas e belas praias. A oeste da península de Peniche, no meio do Atlântico, ergue-se o arquipélago da Berlenga, local excelente para praticar mergulho. Peniche tem na pesca, agricultura e turismo as suas principais actividades económicas. Nos últimos anos o turismo do Surf tem vindo a crescer de forma bastante significativa, pelas condições particulares que Peniche oferece, rodeada de bons picos que funcionam com diferentes direcções de ondulação para o Surf.
Atividades ao ar livre - Visita à Reserva Natural das Berlengas; - Mergulho – Centro Mergulho Haliotis; - Surf: O Hotel Praia Norte, tem uma parceria com uma escolas de surf, que permite realizar cursos de surf ou aluguer de material de surf; A escolas de Surf são credenciada pela Federação Portuguesa de Surf e pela ISA (International Surfing Association). As ondas esperam por ti, vem aprender a surfar de um modo seguro e divertido!
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TURISMO E LAZER
Hotel Londres: Um hotel de qualidade no Estoril a um passo da Praia, de Cascais e Sintra ENTREVISTA A RUI VENTURA, DIRETOR-GERAL DO HOTEL LONDRES - ESTORIL
Rui Ventura
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uais são as principais características diferenciadoras do Hotel Londres? O Hotel Londres – Estoril distingue-se dos demais por ser um Hotel muito bem localizado, desde logo perto da praia do tamariz (450 metros), perto do Casino do Estoril e discoteca Jezbel ou Tamariz (500 metros), da autoestrada A5, perto das principais estações de transportes (450 metros) e, isto nos seus arredores, pois pode também encontrar a 2km Cascais, a cidade de Sintra a 11km e o centro de Lisboa a 24Km. Apostamos nos pormenores que gostamos que sejam diferenciadores, nomeadamente nas velas colocadas no Varanda Bar, na organização da piscina, nas nossas iguarias típicas que fazem gosto aos nossos clientes como por exemplo festa do bacalhau, carne de porco à alentejana, nos nossos vinhos de várias regiões, entre outros. Quais são as principais valências e serviços que o hotel tem ao dispor dos seus hóspedes? O Hotel Londres tem diversos serviços que vão desde o hi-fi grátis nas zonas públicas, Restaurante com um buffet variado tradicionalmente Português, piscina, Bar com uma ampla Varanda e preços muito atrativos, num ambiente que diria
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muito descontraído mas profissional e com um serviço muito focado, de pessoas para pessoas. Esta unidade hoteleira reúne condições tanto para estadias em férias como em trabalho… Dependendo da época do ano, temos mais clientes cuja motivação é essencialmente o lazer, no entanto, conseguimos conciliar as motivações de clientes que queiram ter um dia ou mais de trabalhos, que também gostam de conviver com clientes de outros países, criando de facto uma combinação muito simpática de interesses diferentes. Localizado numa zona privilegiada, perto da orla marítima, um fator de atratividade por si só, o Hotel Londres beneficia ainda da oferta turística e de atividades de lazer existentes na zona envolvente. Quais os atrativos que se destacam e que estão ao dispor de quem fique hospedado no hotel? Poderá encontrar na região uma série de atividades ligadas ao desporto náutico, automóvel, cultura, gastronomia e laser. O Surf, Kite surf e Windsurf, vela, BTT, equitação, automobilismo e motociclismo (autódromo do Estoril), Tenis, Golfe são alguns exemplos de desportos que se praticam na região do Estoril.
A Marina de Cascais e de Oeiras tem uma vida muito própria, não só devido á quantidade de barcos de recreio que ali se servem como porto de abrigo mas também pelo variado número de Restaurantes. De salientar que a gastronomia da região é muito forte, principalmente em peixe e marisco, não esquecendo o polvo, que tem um papel muito importante da economia da região por se poder aqui capturar e exportar para o resto do pais. A componente histórica da região é muito forte, salientamos Sintra como património Mundial da UNESCO, cabo da Roca que, como sabemos é o ponto mais ocidental de toda a Europa. Em Sintra pode-se praticar uma série de desportos ligados à natureza. Cascais, com os seus museus e vila piscatória lindíssima bem como as excelentes praias, nomeadamente a do Tamariz logo a 7 minutos a pé do Hotel Londres. Lisboa fica a 20 minutos de distância. Como se caracteriza o serviço prestado e a sua equipa de profissionais? (o que é que os hóspedes podem esperar do serviço?) O nosso serviço é um serviço muito simples, num ambiente descontraído, mas muito profissional, onde tentamos
sempre que possível criar um elo de ligação com o nosso hóspede. Muitos dos comentários que recebemos vão nesse sentido e também trabalhamos com essa determinação. Nos comentários que pedimos que nos deixem, para sabermos quais as melhorias que as pessoas gostariam de ver concretizadas para uma próxima estada, temos uma rubrica que expressa bem essa nossa vontade de ligação aos clientes que se traduz na pergunta se recomendaria algum colaborador pelo seu serviço. O que contribuiu para a distinção do Hotel Londres como PME Excelência? O estatuto de PME excelência nos
últimos 3 anos é fruto de um trabalho de toda a equipa em gerir todos os recursos de forma racional reduzindo os custos e claramente diversificando mercados internacionais na venda do Hotel. Os rácios obtidos só são possíveis tendo o empenho de todos e cada um envolvidos com seu papel desde o topo às bases. Um convite a quem queira ficar hospedado no Hotel Londres… O nosso convite vai para quem não esteve à menos de 5 anos ou mesmo quem nunca visitou a Costa do Estoril. O destino é lindíssimo e muito romântico, é Portugal! O Hotel Londres aguarda a sua visita!
INTERNACIONALIZAÇÃO
VistosLobo: Um visto para a internacionalização A importância da especialização “A não adaptação de um recurso humano, quando é deslocado para países como Angola ou Moçambique, pelo simples facto de não possuir um visto adequado, que pode implicar não poder levar a sua família, não ter autorizações ou deparar-se com outros obstáculos, implica perda de produtividade e de rentabilidade e, muito provavelmente, um retorno ao
Grupo RLobo João Basílio, Gestor Financeiro, Daniela Batista, Diretora Financeira, Rui Lobo, Diretor da Delegação do Porto, Ana Guimarães, Diretora da Delegação de Lisboa, e Ricardo Lobo, Administrador.
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operar no segmento de trâmite de vistos consulares em Portugal, a VistosLobo, fundada em 2009, tem alicerçado o seu crescimento na dedicação e profissionalismo de uma equipa especializada. Liderada por Ricardo Lobo, um profissional com mais de 15 anos de experiência neste core business, a VistosLobo apoia os seus clientes na simplificação e desmistificação dos trâmites de vistos consulares nas embaixadas em Portugal e em Paris. Ricardo Lobo, Administrador, e João Basílio, Gestor Financeiro, apresentam-nos um projecto líder de mercado a nível nacional, prestes a apostar na internacionalização. A VistosLobo “A VistosLobo é a mais antiga marca registada do Grupo RLobo, fundado há cinco anos. Trata-se da marca que tem catapultado o Grupo para os excelentes resultados que temos obtido”. Internacionalização “Embora, actualmente, a nossa prioridade resida na consolidação da nossa posição no mercado português, elegemos como objetivo a curto prazo a internacionalização, elegendo mercados como Moçambique e Angola. Somos líderes de mercado destacados e, uma vez que a partir de Outubro, teremos um escritório no Porto, ficaremos muito próximos dessa desejada consolidação. Sabemos que encontraremos obstáculos rumo à internacionalização mas também temos a noção de que a questão dos vistos está cada vez mais facilitada. Queremos aproveitar essa oportunidade e emergir para outros mercados”. Serviços “Temos um serviço muito completo, que engloba tudo o que tem a ver com o tratamento
de um visto, desde a recolha da documentação na empresa do passageiro, ao conferimento do processo, toda a gestão processual e lançamento em base de dados, acompanhamento local, nomeadamente no Consulado de Angola. Existem vários tipos de viagens e o aconselhamento revela-se fundamental. É preciso saber que tipo de visto se adequa a cada pessoa, tema, negócio ou profissão. No fundo, trata-se de um serviço de consultadoria ao viajante. Nisso, somos excelentes. Um dos segredos desta marca VistosLobo reside no facto de investirmos em recursos humanos. Temos uma estrutura pesadíssima em termos de staff porque queremos prestar um serviço de excelência”. O investimento no Porto “O investimento no escritório no Porto faz todo o sentido, apesar de estarmos num país pequeno e com embaixadas em Lisboa e no Porto. A nossa intenção é apoiarmos os clientes do norte do país. Este escritório faz sentido, quer face à existência de um tecido empresarial significativo, quer pela lógica de acompanhamento de proximidade que promovemos junto dos nossos clientes”. Do particular às empresas: soluções à medida “Existem dois segmentos fundamentais no que respeita aos vistos: os particulares – a este nível, os nossos serviços também são requisitados pelas grandes agências de viagens portuguesas – e o empresarial. A este nível, facultamos apoio aos nossos clientes ao nível da internacionalização e nos processos de deslocação de recursos humanos e de meios para o estrangeiro, com todas as burocracias inerentes aos mesmos”.
O Grupo RLobo oferece diversas áreas de negócio que, em conjunto, se complementam. Apoiados por uma equipa experiente e bastante profissional, o grupo RLobo atua nas mais diversas áreas de intervenção. Conheça melhor as marcas da diferença: VistosLobo: Empresa especializada na obtenção de vistos em cerca de cem consulados e embaixadas em todo o mundo através de vários protocolos, com especial incidência em consulados como Angola, China, Índia e Moçambique.
país de origem. Em cadeia, estes episódios podem contribuir para que a internacionalização de uma empresa seja comprometida. Daí que, por desconhecimento, não seja concedida a devida importância a esta área de actividade. Fala-se muitas vezes em inadaptação, na obrigatoriedade de as pessoas terem que regressar a Portugal de três em três meses… São esses e outros obstáculos que nós resolvemos”.
LoboExpress: Empresa especializada em entregas urgentes na zona de Lisboa e arredores que apresenta nuances diferenciáveis do restante conceito de serviço de estafetagem, estando mais vocacionados para o serviço de courier. Seguros Lobo: Através do convénio com a conceituada corretora PAS, o grupo RLOBO assegura um serviço de excelência na mediação de todo o tipo de seguros, conseguindo alcançar condições mais vantajosas relativamente ao mercado em geral.
E - COMMERCE
“Compramos cada vez mais sem sair de casa” … E QUEM O DIZ É JOÃO OLIVEIRA, DA WEB IDEIAS, UMA EMPRESA FUNDADA EM 2011 QUE É ESPECIALISTA NO DESENVOLVIMENTO DE PLATAFORMAS DE COMÉRCIO ELETRÓNICO (E-COMMERCE) BEM COMO NA CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS ÚTEIS E RELEVANTES PARA OS VISITANTES (PLATAFORMAS DE CLASSIFICADOS). mês. Estes são o nosso público-alvo. É com estes que queremos trabalhar. É com casos como estes que nos fazem acreditar que podemos transformar o pouco em muito, o pequeno hobby de fim de semana em grande negócio online.
João Oliveira
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criar.lojasonline.pt é, de facto, uma ferramenta ímpar, mas poderão ser poucos os que a conhecem. Poderá descrever este produto e mostrar a mais-valia de um portal deste género? Poderão ser poucos os que nos conhecem mas são já muitas as lojas online que connosco trabalham. Não ambicionamos ser conhecidos. Trabalhamos sim para que os nossos clientes sejam conhecidos e reconhecidos como empresas de sucesso. Atingimos esta semana a marca das 60 lojas online em apenas nove meses de existência. Um número que está bem acima das nossas melhores expetativas. Objetivamente, a solução que comercializamos é um sistema integrado de comércio electrónico com virtualidades e benefícios da maior relevância. Cumpre assim objetivos primordiais que permitem realizar, rentabilizar e sustentar a administração e gestão on-line de uma loja de comércio electrónico em qualquer lugar, sem necessidade da doutrina inerente à programação. A aplicação calcula automaticamente margens de lucro, taxas de IVA e portes de envio, podendo estes ser configuráveis pelo utilizador. São geradas automaticamente estatísticas da visualização dos produtos, pelos utilizadores
do site, dando conhecimento ao cliente, em tempo real, da sua receptividade junto dos consumidores. Foi ainda efetuado a integração total com o sistema de estatísticas do Google Analytics. Outro recurso que disponibilizamos com a nossa solução é um painel de gestão centralizado, que lhe dá todas as ferramentas de gestão da sua loja online. A partir daqui você pode adicionar produtos ao seu inventário e organizá-los por categorias. Oferecemos vários tipos de pagamentos como o visa, mastercard (paypal), contra-reembolso e o mais recente pagamento no multibanco (através de entidade e referências). Pode criar cupões de desconto para oferecer ao seu melhor cliente ou promover um produto específico. Oferecemos ainda a construção de uma loja online dentro do próprio facebook. E muitas outras funcionalidades. Aliás posso dizer que, em média, implementamos uma nova funcionalidade por semana. A mais recente foi o envio de um email automático ao cliente que fez uma compra nas nossas lojas dez dias após o ter feito, a solicitar um comentário sobre a sua experiência de compra (tempo de entrega, qualidade do produto, entre outros). Este comentário é mostrado a todos os visitantes na própria página do produto. Com esta nova funcionalidade
conseguimos avaliar a satisfação dos clientes dos nossos clientes e melhorar continuamente. A crise não torna o negócio das lojas online um tema pouco simpático? Pelo contrário. Com o começar da crise global em 2008, assistimos a um incremento da construção de lojas online. Quando o ritmo económico começa a desacelerar as empresas ficam mais recetivas para apostas estratégicas e aqueles que inovam em tempo de crise ganham quota de mercado e tornam-se consequentemente mais forte. Além disso Portugal é um país de natureza empreendedora, principalmente em tempos de crise. Temos clientes que perderam os seus empregos e criaram a sua própria loja online e que agora faturam vários milhares de euros por mês. Uma das nossas lojas online que tem tido mais sucesso é sobre o tema “cake design”. A proprietária desta loja ficou desempregada. Tinha como hobby/paixão de fim de semana o “cake design”. Resolveu criar a sua própria loja online com produtos/decorações para os bolos. Hoje vive só do rendimento que a loja online lhe dá e factura vários milhares de euros por
Que conselho daria para alguém que queira começar a vender os seus produtos através de uma loja online? Existem dois caminhos distintos para aqueles que estão interessados na execução de um negócio online. Um caminho é a compra de uma solução complexa sem qualquer acompanhamento posterior. A loja é feita à medida, com software proprietário e muitas vezes com custos astronómicos. Nestes casos a loja é lhe entregue e depois é o próprio cliente que tem que ser autodidata. Da parte de quem vendeu a loja não existe qualquer interesse em que a loja seja um sucesso de vendas e naturalmente deixa de haver acompanhamento e interesse. O outro caminho passa por uma solução de e-commerce acompanhada que permita ao cliente pensar apenas nas produtos e nas vendas. Sem ter que se preocupar com design, optimização para os motores de pesquisa, programação, tipos de pagamentos, portes de envio, estatísticas. Esse é o nosso departamento. E este é também o caminho que aconselhamos. Por outro lado o sucesso de um negócio online passa também muita das vezes por se escolher bem aquilo que vamos comercializar. Primeiro é de extrema importância fazermos aquilo que gostamos. A paixão pelo que fazemos no dia-a-dia é o melhor combustível para atingir o sucesso. Depois é importante que seja um mercado de nicho ainda por explorar. Por exemplo, não faz sentido criar uma loja de computadores quando o mercado online deste tipo de lojas já está muito saturado e é muito competitivo. É importante ter um produto diferenciador. Para concluir, resta-me apenas expressar a minha honesta convicção de que a opção de construir uma loja online com a Web Ideias, simplifica, rentabiliza e fiabiliza os negócios online e fará por conseguinte e naturalmente o sucesso da empresa/pessoa que o acolher. Ao promover a sua implementação irá garantidamente lucrar com o carácter inovador e dinamizador do nosso produto, recolhendo os dividendos que dele advirão, conquistando, com justiça e naturalidade, um espaço privilegiado, no mercado que certamente aspira conquistar, conservar e/ou ampliar.
E - COMMERCE
IDODI facilita o seu negócio ENTREVISTA A MARC VIDAL, FUNDADOR E CEO DA IDODI, E PEDRO BROU, DIRETOR EXECUTIVO DA IDODI PORTUGAL.
ativas, criativa e eficaz de todo o grupo, justificando a nossa aposta desde a primeira hora.
Marc Vidal - Fundador e CEO da IDODI
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ntes de mais, importa apresentar a IDODI… Pedro Brou (PB): IDODI | Only Different Ideas, é a software factory cloud de Marc Vidal, considerado um dos empreendedores mais inovadores e destacados da Europa. Marc Vidal (MV): Consegui envolver nesta aventura um dream team nos quatro cantos do mundo, transformando um sonho em realidade: o de superar as barreiras que a tecnologia ainda conservava e que tornavam impossível que, a baixo custo e de forma simples e eficaz, qualquer pessoa pudesse ter à sua disposição a possibilidade de utilizar as soluções mais avançadas de e-Commerce, marketing online e gestão de eventos. O desafio de um sonhador é o desafio da sua equipe, composta por mais de cem colaboradores em mais de uma dúzia de países em três continentes. Os principais produtos de base tecnológica com que nos apresentamos são Openshopen, uma plataforma de e-Commerce para a criação de lojas online, Emailfy, uma solução para a gestão e o envio de newsletters e Evnto, uma entrada gratuita para os eventos online. A simplicidade e a rapidez são as principais características destes três produtos, tornando-se, assim, ferramentas disponíveis para todos os tipos de utilizador, independentemente do grau de experiência tecnológica que apresentem. Qual é a vossa missão e como se diferenciam no mercado? PB: Facilitar o dia-a-dia dos utilizadores é o eixo principal de todos os produtos desenvolvidos pela IDODI. A tecnologia avança rapidamente e com todo o conhecimento da nossa equipa tentamos aplicar a simplicidade aos processos necessários para qualquer negócio ou projeto. Na maior parte das vezes, a principal barreira à entrada em ambientes novos e desconhecidos, como o comércio online ou um qualquer processo tecnológico, somos nós próprios. A simplicidade e os processos intuitivos que caracterizam os nossos produtos permitem que qualquer
Pedro Brou - Diretor Executivo da IDODI Portugal
pessoa possa ter sua loja online com apenas alguns cliques, fazer chegar a sua mensagem ao público-alvo de forma rápida e eficaz e/ou convocá-lo em poucos minutos para um qualquer evento. O baixo custo das nossas soluções possibilita que o utilizador desenvolva uma estratégia de comunicação e de negócio totalmente adaptada às suas necessidades, completamente controlável, em qualquer lado e a qualquer hora, através dos painéis de gestão de cada um dos produtos. Marc Vidal é reconhecido como um especialista mundial em comércio eletrónico. O que o levou a fundar a IDODI? Quais são os seus objetivos? MV: Depois de uma longa experiência na direção de grandes empresas e no desenvolvimento de diversos projetos, a IDODI surgiu do desejo de empreender um novo projeto desde o seu início, formando pessoalmente as equipas, rodeando-me de pessoas que sabem mais do que eu e demonstrando que a inteligência coletiva é um dos grandes valores proporcionados por um projeto pessoal. Partilhar o sonho com o resto da equipa permite-me trabalhar com entusiasmo e fazer crescer o projeto até se tornar realidade. Porque decidiu estabelecer-se em Portugal? MV: Portugal é um país estratégico devido ao seu forte mercado interno e pela sua capacidade de exportação para outros mercados da América Latina, nomeadamente, o Brasil. É um país inteligente, que, com o desenvolvimento do comércio eletrónico, demostra ser capaz de enfrentar o desafio histórico que fomos chamados a viver. Poder contar com uma equipa especializada e disposta a acrescentar o seu desempenho ao projeto facilitou a escolha do país como um dos principais pontos estratégicos para a comercialização dos nossos produtos. Para a IDODI, Portugal representa um cenário de aprendizagem constante e de estímulo. A equipa que temos em Lisboa, liderada por Pedro Brou, é uma das mais
Num mundo caracterizado pela globalização e numa conjuntura económica adversa, como podem as empresas portuguesas tirar partido do e-Commerce? PB: O comércio eletrónico permite às empresas atingir o mercado global com um custo bastante baixo, eliminando as fronteiras e alcançando um público-alvo localizado em qualquer lugar do mundo. Existe uma imensa variedade de produtos que pode ser vendida online, desde produtos de artesanato a produtos alimentares, de vestuário, editorias ou qualquer outro produto que se queira mostrar ao mundo na grande montra da Internet. Dar a conhecer os produtos de uma empresa a um público-alvo de milhões está ao alcance de apenas uns cliques. Já há muitos empresários que começam a dar-se conta da importância de incluir o e-Commerce na sua estratégia comercial. Quais são os fatores de sucesso de uma Loja Online? MV: Um dos principais fatores, aplicável a todos os níveis, é a consistência e a facilitação de processos para o utilizador final. O comércio eletrónico encontra-se nesta fase de crescimento graças ao conforto oferecido ao utilizador, que, sem ter que se mover do sofá de casa, pode enviar newsletters a milhares de clientes ou gerir e promover a loja online que abriu. Não incluir o e-Commerce nas estratégias comerciais pode ser o motivo de desperdício de muitos potenciais clientes ou mesmo da perda de atuais clientes, que já tendo aderido ao mundo digital, em vez de nós, encontram resposta nos nossos concorrentes. O apetite pelos consumidores ao mundo digital é cada vez maior. Não os deixemos escapar. A IDODI disponibiliza três produtos-chave na área do e-Commerce e do Marketing Digital. Openshopen é a solução para aqueles que se querem lançar no mundo do comércio eletrónico. Como o caracterizariam? PB: A simplicidade, a rapidez e os processos intuitivos são as principais vantagens de Openshopen. Depois de escolhido o nome da loja, indicado um endereço de e-mail, definida uma password e carregado o primeiro produto, podemos começar imediatamente a vender. Apesar da sua simplicidade de processos, é uma ferramenta plena de funcionalidades e opções, em linha com as mais poderosas do mercado, que permitem adaptar a loja para o nível desejado por qualquer utilizador ou empresa. Das inúmeras funcionalidades que oferece, destaco os meios de pagamento cómodos e seguros, o design compatível com smartphone e tablet, a integração com as redes sociais e a ampla variedade de modelos e de idiomas.
Qual o papel dos dispositivos móveis no e-Commerce? MV: Os dispositivos móveis, como os Smartphones e os Tablet, permitem que a venda online se faça em qualquer lugar e a qualquer momento. Os produtos estão expostos no mercado 7 dias por semana e 24 horas por dia, aumentando as hipóteses de sucesso. Ao nível do consumidor, a grande vantagem dos dispositivos móveis prende-se com a facilidade do mesmo em pesquisar, comparar e comprar qualquer produto em qualquer lado e a qualquer hora. Na era das Redes Socias, como se posiciona o mailing como ferramenta de promoção? Nesta área, a IDODI propõe o Emailfy. Como o descreveria e a quem se destina este produto? PB: O e-mail marketing é atualmente a principal via para chegarmos ao nosso público-alvo de uma forma segmentada e objetiva, possibilitando escolher o grupo de clientes com quem queremos comunicar. O e-mail é uma ferramenta poderosa e eficaz para o envio de mensagens comerciais, controlar a nossa estratégia e modificá-la de acordo com os objetivos e os resultados que vão sendo conseguidos. MV: Acrescentar valor e fidelizar clientes é o grande objetivo de Emailfy, onde, de forma simples, podemos configurar as nossas newsletters e adaptá-las à nossa estratégia de comunicação, monitorizando os resultados em tempo real. É uma ferramenta que se destina a todo o tipo de utilizadores, adaptando-se às necessidades de cada um, independentemente do seu grau de conhecimento tecnológico. De que forma perspetivam o futuro da IDODI? MV: O nosso principal objetivo é o de continuar a aproximar a tecnologia, e as suas aplicações para o comércio, às pessoas, em todas as suas vertentes. Consideramos que a tecnologia humaniza, melhora a sociedade e torna-a mais equilibrada em termos sociológicos. Acreditamos que temos de estimular a transformação positiva do ambiente em que nos movemos e fazemo-lo a partir dos nossos produtos tecnológicos, cada vez mais fáceis de usar e mais potentes em termos de capacidades. Que mensagem gostariam de deixar aos nossos leitores? PB: Gostaria de deixar uma mensagem de ânimo e de motivação a todos os leitores que se queiram introduzir no mundo do comércio eletrónico. Que o receio que um processo destes possa provocar, não se torne na principal barreira à mudança e os leve a desperdiçar boas oportunidades de negócio. Que aproveitem este tempo de mudança em que vivemos para definirem novas metas, melhorarem os processos diários e fazer da pro-atividade um elemento essencial no seu dia-a-dia. Setembro 2013
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PODER LOCAL
A capital portuguesa da juventude
Joaquim Ribeiro, Presidente da JF Refontoura
Atento, o edil local, ainda que em final de exercício por imposição legal, há muito definiu políticas autárquicas que potenciam a fixação das faixas etárias mais jovens. A constituição de um pelouro da juventude é um exemplo ímpar ao nível do poder local, mais ainda quando falamos de uma junta de freguesia. Como atesta Joaquim Ribeiro, “o facto de a freguesia da Refontoura ser uma das mais jovens da Europa tem a ver com a própria evolução da comunidade local. A juventude de uma freguesia não se faz por decreto nem por ações políticas mas o aproveitamento desta naturalidade, ao nível da ação política local, não deixa de ser importante. Existem fatores de atratividade e de entretenimento da juventude, nomeadamente na sua dinamização em actividades próprias, que podem ser potenciados. Bem como a dotação das infraestruturas necessárias para que possam usufruir e ter ocupação de vida. Nessa perspetiva, procuramos dotar a freguesia de algumas infraestruturas que potenciem que essa juventude se sinta bem e guarde registos históricos pela positiva na frequência das mesmas”. Numa conjuntura de crise como a que atravessamos, cabe a quem gere o erário público fomentar sinergias a partir dos investimentos realizados. Apesar de guardar a mágoa de ainda não ter visto concretizado o sonho da projecção da Zona Desportivo de
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Refontoura, apesar dos esforços envidados, Joaquim Ribeiro admite que a concretização poderá estar próxima, uma vez que a própria junta tem uma ideia bem definida quanto à sua concretização e o executivo da Câmara Municipal de Felgueiras já dela têm conhecimento para avançar a breve prazo. A par, na mesma lógica de modernização e de optimização, que levam este autarca a não aceitar um redutor campo de futebol para os seus jovens, o mesmo orgulha-se por “termos um jardim-de-infância e uma EB-1 devidamente apetrechadas e equipadas, nomeadamente ao nível tecnológico. A própria sede da junta de freguesia assume-se como um espaço
flexível e multifuncional, ajustado à realização dos mais diversos eventos”. A par, o edil tem projetado programas e ações que visam o incremento da qualidade de vida de uma população que se pode regozijar de viver em ambiente rural a pouco mais de dez minutos de distância de centros urbanos. “É muito importante que uma junta de freguesia assuma um papel de promoção de um conjunto de actividades em que os jovens possam estar envolvidos. A Junta de Freguesia da Refontoura criou um pelouro da juventude, um organismo que pretende conferir aos jovens a possibilidade de definição e criação de um plano de actividades com o apoio logístico e financeiro da junta de freguesia. Trata-se de um ponto de partida para que os nossos jovens possam desenvolver as suas actividades com alguma segurança. Paralelamente, outras instituições, ligadas ao desporto e a outros domínios, beneficiam do apoio da junta de freguesia, quer em termos logísticos quer em termos financeiros através da atribuição de subsídios ordinários anuais, para que possam promover as suas iniciativas. No que concerne à cultura, temos cerca de mil livros em carteira para criarmos uma biblioteca local na sede da junta, o que desde já agradecemos ao nosso ilustre conterrâneo actualmente a residir em Lisboa – Dr. Alexandre Manuel da Fonseca Leite, que em tempo oportuno irá ser homenageado onde o seu nome será dado à futura biblioteca. Nesta matéria também é importante que este espaço da Sede da Junta de Freguesias sirva para projetar actividades como o cinema, o teatro e outros tipos de iniciativas, incentivamos periodicamente a comunidade local a promover eventos, aproveitando um recurso que disponibilizamos”. Joaquim Ribeiro encontra-se em final de mandato por imposição legal. Após ter merecido a confiança dos seus eleitores durante quatro mandatos consecutivos, o autarca da Refontoura orgulha-se por conhecer de cor o nome dos cerca de dois mil habitantes da freguesia cujos destinos políticos lidera. Um atestado de confiança mas também de (re) conhecimento.
Caracterização da freguesia da Refontoura População: 2081 Habitantes (Censos 2011) Área: 3.44 Km2 Densidade: 5.74(hab/há) Coordenadas: 41.33 / -8.18 Eleitores: 1819 (20/09/2013) Orago: S. Cipriano Festas e Romarias: Festa de São Roque Património cultural edificado: Anta da “Cividade”, Capela de S. Roque, Cruzeiro em S. Roque do século XVI, Igreja Matriz, Casa da Torre, Via Romana do Ameal no lugar do Souto, Fontanários e Moinho em funcionamento; Locais de lazer: Alameda da Igreja Matriz; Jardim de Rãs ladeado pelo Rio Sousa, Logradouro do Moinho no lugar do mesmo nome; Logradouro da Anta no lugar de Cividade; Contos e Lendas: Os habitantes chamam-se os Sardões, nome que parece ter sido devido do facto de haver um sardão esculpido na escadaria da casa da Torre. Espaços Lúdicos: Escola Básica do 1º Ciclo de Cimo de Vila e o Jardim de Infância; Gastronomia: Cozido à portuguesa, cabrito assado com batatas assadas e arroz de forno, bacalhau recheado, vinho verde e broa de milho; Artesanato: Bordados Regionais, Fogo de Artificio, Tapeçaria, Fabricação de Linho, Cantaria, Trabalhos em Madeira; Ocupações industriais: 20 a 25% da população trabalha na agricultura, o resto trabalha nas fábricas de calçado e no comércio de Felgueiras. Na freguesia, além de uma fábrica de calçado também há algumas firmas de construção civil e algumas carpintarias; Agricultura: Fundamentalmente cultiva-se vinha, milho e batatas; Colectividades: Associação Cultural e Recreativa da Refontoura, Rancho Folclórico da Refontoura, Os Sardões - Associação para o Desenvolvimento da Refontoura, Associação da Juventude Mariana Vicentina, Grupo de Teatro Macpiremo
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
NIPC.508 531 535 NIPC.508 531 535
HEALTH CARE & WELLNESS HEALTH Services CARE and & WELLNESS Products
Sociedade Comercial de Produtos, Serviços de Saúde e Bem-Estar, Lda. Sociedade Comercial de Produtos, Serviços de Saúde e Bem-Estar, Lda.
FOOD & NUTRITION FOOD & NUTRITION
Rua da Alegria, n.º 466 | 4000-035 Porto – PORTUGAL | lifehouse.geral@gmail.com | Tel. 00 351 225 360 996 Rua da Alegria, n.º 466 | 4000-035 Porto – PORTUGAL | lifehouse.geral@gmail.com | Tel. 00 351 225 360 996
Services and Products
DA «TIENDA VIRTUAL» AO “ESPAÇO GOURMET DE PRODUTOS ÁVILA AUTÊNTICA”, COM O OBJECTIVO FUNDAMENTAL DA PROMOÇÃO CONJUNTA DE DESTINOS TURÍSTICOS E AINDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS GASTRONÓMICOS TRADICIONAIS E DE ARTESANATO …
O
Projecto TIMEPYME, desenvolvido no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP) teve entre outras virtualidades, o ensejo de aprofundar os laços de parceria entre micro-empresas dos dois Países e alargar a cooperação a múltiplas entidades domiciliadas em diversos espaços geográficos e simultaneamente protagonistas da defesa, promoção e comercialização dos produtos tradicionais, do seu património endógeno potenciando o desenvolvimento sustentável das regiões e dos seus povos. É pois imbuídos deste espírito de partilha e cooperação, que a “adirba” e a “Diputación Provincial de Ávila” ensaiaram desenhar e implementar no terreno um exemplo vivo de uma micro-empresa nascida de uma «Tienda Virtual» previamente estruturada e colocada em funcionamento e cujo objectivo fundamental é, num e noutro caso, a promoção conjunta de destinos turísticos e ainda a comercialização de produtos gastronómicos tradicionais e de artesanato dos dois Países. Foi nosso propósito também, contribuir para a preservação dos sabores e dos afectos, divulgar os usos e costumes e também comunicar rotas deslumbrantes e património indescritível. Consequentemente nasce agora na Cidade do Porto e com o patrocínio de uma associada da adirba – LWHFN, Lda. – um “Espaço Gourmet de Produtos Ávila Autêntica” que
esperamos se possa vir a afirmar nos próximos tempos, como um local de culto e visita corrente, para todos aqueles, que se revisitam no património gastronómico dos perfumes da natureza e dos sabores do campo. Trata-se assim de um pequeno estabelecimento comercial, onde poderão ser visualizados e porventura adquiridos produtos tradicionais de qualidade certificada exclusivamente embalados e oriundos da Região de Ávila, especialmente produtos naturais e artesanais com elevado valor nutricional, de que destacamos, o fumeiro, os queijos, as cervejas, o mel, o azeite, as compotas, a sidra, o vinagre, os feijões e grãos. Complementarmente, este mesmo espaço de cultura gastronómica disponibiliza ainda a quem o visita, informação qualificada e recomendada, sobre destinos turísticos, espaços de laser e também oferta hoteleira e de turismo rural da Região de Ávila e da Região do Barroso. Pretendeu-se com mais esta singular iniciativa, aproximar os povos, trazer a cultura e o património gastronómico do interior até junto daqueles que se domiciliaram no espaço urbano e subsequentemente divulgar os sabores naturais e comercializar os produtos tradicionais patrocinando a sustentabilidade da economia local e das actividades artesanais do mundo rural. Se é pois um apaixonado pela boa gastronomia e sente uma especial atracção por produtos de denominação e origem protegida, bem como,
de sabores diferenciados e afectos nostálgicos então convidámos a que nos visite e nos distinga com a sua presença neste novo “Espaço Gourmet”, especialmente criado a pensar em si e onde poderá descobrir saudades e reviver tradições. Nós tudo faremos, para que se surpreenda com a diversidade e qualidade da oferta, bem como, da razoabilidade dos preços disponibilizados, para que se converta numa visita assídua e ainda num consumidor aficionado.
SE É POIS UM APAIXONADO PELA BOA GASTRONOMIA E SENTE UMA ESPECIAL ATRACÇÃO POR PRODUTOS DE DENOMINAÇÃO E ORIGEM PROTEGIDA, BEM COMO, DE SABORES DIFERENCIADOS E AFECTOS NOSTÁLGICOS ENTÃO CONVIDÁMOS A QUE NOS VISITE E NOS DISTINGA COM A SUA PRESENÇA NESTE NOVO “ESPAÇO GOURMET”
BIC - BUSINESS INNOVATION CENTRE
Sede Social: Centro de Acolhimento - Ninho de Empresas | Parque Industrial de Boticas Lote 34 a 39 | Apartado 025 5460-304 Boticas | Portugal Delegação do Porto: da Telheira, n.º 188de Empresas | Parque 4250-482 Porto | de Portugal Sede Social: Centro de Rua Acolhimento - Ninho Industrial Boticas Lote 34 a 39 | Apartado 025 5460-304 Boticas | Portugal
NIPC.508 031 818
NIPC.508 031 818 Setembro 2013
Delegação do Porto: Rua da Telheira, n.º 188
4250-482 Porto | Portugal
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