ECONOMIA DA CULTURA
“A cultura é um importante motor das economias locais” A Direção regionAl De CulturA Do norte tem por missão, nA respetivA CirCunsCrição territoriAl e em ArtiCulAção Com os orgAnismos CentrAis Do seCretário De estADo DA CulturA, A CriAção De ConDições De ACesso Aos bens CulturAis, o ACompAnhAmento DAs AtiviDADes e A fisCAlizAção DAs estruturAs De proDução ArtístiCA finAnCiADAs pelo seCretário De estADo DA CulturA, o ACompAnhAmento DAs Ações relAtivAs à sAlvAguArDA, vAlorizAção e DivulgAção Do pAtrimónio ArquiteCtóniCo e ArqueológiCo e, AinDA, o Apoio A museus. juntarmos todos os outros elementos distintivos da nossa herança cultural, poderemos airmar que estamos perante um vasto território cujo potencial turístico assenta, não só, mas também,
ponto de vista da conservação e valorização dos edifícios, mas também a promoção de trabalhos de investigação e inventariação do património existente, bem como a sua dinamização através
ANTÓNIO PONTE Director Geral da Cultura do Norte
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erdeira da gestão de um legado patrimonial e imaterial inigualável, a atual direção tem sabido estabelecer parcerias e aproveitar sinergias resultantes da articulação com o poder local e a sociedade civil, estratégia que resultou, nomeadamente, na requaliicação, reconversão e valorização de um importante espólio patrimonial, mas igualmente num acréscimo signiicativo do número de visitantes ao longo do último semestre. A oferta é vasta e, mesmo num período conturbado do ponto de vista inanceiro, a economia da cultura tem vindo a airmar-se a Norte, como atesta, em entrevista, o Diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte. QUAIS SÃO ATUALMENTE AS PRINCIPAIS MARCAS DISTINTIVAS DA OFERTA A CARGO DA DIREÇÃO REGIONAL DE CULTURA DO NORTE?
A região Norte do País tem um património riquíssimo que resulta da sua diversidade geográica, mas também da própria História e vivências locais. Se ao património ediicado
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no dinamismo cultural. A Direção Regional de Cultura do Norte é responsável pela gestão de vários museus, mosteiros e igrejas, castelos e estações arqueológicas. Essa gestão implica não só a sua salvaguarda e manutenção do
da realização de iniciativas e eventos que potenciem a sua fruição pelo público, que é, no fundo, o nosso objetivo último. A herança patrimonial deve ser protegida e salvaguardada, mas esse trabalho só faz sentido se daí resultar
uma mais-valia para as regiões onde se inserem e se as populações (locais ou não) delas puderem usufruir. Por isso, a Direção Regional de Cultura do Norte tem a sua atividade dividida em quatro grandes áreas de atuação: intervenção e salvaguarda do património; investigação; dinamização cultural e turística; promoção da cultura em geral através dos diferentes canais que tem ao seu dispor e de uma relação articulada e de proximidade quer com as autarquias locais, quer com todos os outros agentes culturais que desenvolvem a sua atividade na região. Todo este trabalho é feito num território geográico com características únicas e onde, por exemplo, existem quatro locais classiicados como Património Mundial pela UNESCO: o Centro Histórico do Porto, o Centro Histórico de Guimarães, o Alto Douro Vinhateiro e o Sítio de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa. Esta diferença de paisagem cria movimentos culturais muito signiicativos e cativa também públicos muito heterogéneos. ATÉ QUE PONTO É QUE ESSA OFERTA CULTURAL, PATRIMONIAL E IMATERIAL, SE TEM AFIRMADO COMO UMA ÂNCORA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL, MESMO NO DOMÍNIO ECONÓMICO?
Penso que hoje é inegável a relação entre cultura e economia, sobretudo ao nível local. Aliás, é consensual que existe relação direta entre a promoção cultural, nas suas mais variadas
ECONOMIA DA CULTURA MUSEU DE LAMEGO vertentes e expressões, e o desenvolvimento da economia. É também, por isso, que cada vez mais se procura investir na dinamização de atividades e eventos que cativem públicos, por exemplo para os museus. Iniciativas que potenciem a fruição desses espaços, muito para além da tradicional visita às exposições permanentes. Claro que é importante cativar e formar públicos para essas narrativas, mas para idelizar públicos é preciso muito mais do que isso, dada a “concorrência” e multiplicidade de oferta. Julgo que os agentes locais, como as autarquias, já perceberam há muito a importância do movimento cultural para o crescimento e airmação dos seus territórios. Aliás, são muitos e variados os exemplos de cidades que têm vindo a airmar-se sobretudo através da dinamização de eventos de índole cultural. Essa airmação é notória, não só a nível de mediatismo, mas sobretudo nas ressonâncias que provoca a nível da economia local. Porque os frequentadores de um determinado evento cultural, os visitantes de um museu ou de uma região, acabam sempre por frequentar também os hotéis ou os restaurantes locais. Além de que interagem com a população residente. Por isso, temos aqui ganhos a dois níveis: a importante partilha de conhecimentos e experiências culturais e outro mais imediato que se traduz na economia local. Num mundo globalizado como aquele em que vivemos, é impossível não considerar esta mais-valia. SERÁ, PORTANTO, LEGÍTIMO FALAR-SE HOJE NUMA ECONOMIA DA CULTURA APLICADA AO NORTE DE PORTUGAL?
Creio que é completamente legítimo. A cultura é um importante motor das economias locais. Devemos perder deinitivamente o preconceito de associarmos a economia à cultura e viceversa, até porque esta é uma questão que, a nível europeu, por exemplo, está completamente esbatida. Essa relação direta entre cultura e economia existe e é, hoje, reconhecida não só pelos promotores culturais, mas sobretudo
pelos agentes políticos. O nosso trabalho na Direcção Regional de Cultura do Norte centra-se, como já foi referido, na criação de públicos, no desenvolvimento de estudos de investigação, na divulgação e promoção das artes. Essencialmente, o que se pretende é a salvaguarda e promoção da cultura, enquanto legado que importa preservar e passar às gerações futuras. Mas isso só se consegue no âmbito de um trabalho articulado com as estruturas culturais, tendo noção do importante papel dessas estruturas enquanto agentes de promoção e valorização do território. E, ao assumirem essa função, serão obrigatoriamente agentes de promoção da economia local. É com base nesta premissa que temos vindo a investir de modo signiicativo. A Direção Regional de Cultura do Norte tem em curso um vasto conjunto de intervenções de salvaguarda do património e promoção e divulgação de atividades culturais, totalizando um investimento global superior a 18 Milhões de Euros. Complementando o investimento nacional, através do Orçamento de Estado, e resultado das candidaturas apresentadas pela Direção Regional de Cultura do Norte a fundos comunitários, entre 2007 e 2014, sobretudo ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, serão concretizados 21 projetos ao longo do período considerado. A Rota das Catedrais do Norte de Portugal é um dos projetos de maior expressão atualmente em curso, com um investimento global de cerca de 4,5 Milhões de Euros, a executar até 2015. O NÚMERO DE VISITANTES É HOJE O DESEJÁVEL OU APENAS O POSSÍVEL?
O aumento do número de visitantes é uma realidade e isso traduz o resultado do trabalho que temos vindo a realizar. Ao longo do primeiro semestre deste ano, o número de visitas a todos os museus e demais estruturas da região Norte aumentou, nalguns casos na ordem dos 20 por cento. São dados signiicativos para o primeiro semestre, tendo em conta que este não é o período mais áureo da fruição turística.
Os museus são, inegavelmente, um dos locais mais importantes de um país. São estes que mantêm vivas as memórias das peripécias da história que com o tempo tendem a desvanecer. Nesta edição, o País Positivo esteve à conversa com Luís Sebastian, diretor do Museu de Lamego. Este é um museu particular pela época instável em que surgiu. Luís Sebastian explica que “o Museu de Lamego surgiu na primeira república, num contexto complexo ao nível político e social, marcado pela nacionalização dos bens da Igreja. O museu é instalado exatamente num dos espaços religiosos mais marcantes da cidade: o Paço Episcopal. O próprio espólio com que o museu abre portas gradualmente a partir em 1917 é essencialmente o espólio que fazia já parte do Paço Episcopal, a que se juntam outras peças de destaque retiradas da Sé de Lamego e do Convento da Chagas, já anteriormente extinto em 1834 no rescaldo das Guerras Liberais. A partir daí a coleção cresce e evolui através de doações e adquire características muito ecléticas. Daí a nossa diversidade”. Este não é um museu religioso. Tem, apenas, uma ligação à Igreja que parte da sua origem. O nosso entrevistado explica que “as peças chave são as cinco pinturas de Vasco Fernandes e o conjunto de tapeçarias lamengas. Temos seis expostas em permanência, um conjunto de quatro referentes à tragédia de Édipo, a Música e o Templo de Latona, sendo que esta última está de momento emprestada para uma exposição em Turim, Itália. Um dos quadros de Vasco Fernandes saiu igualmente ontem para Lisboa, para uma exposição no Museu de São Roque. Estas são as peças de maior destaque. Obviamente que temos muito mais, temos um espólio muito interessante”. Este não é só um local de exposições. É um espaço que congrega várias atividades. O diretor do museu orgulha-se de airmar que “temos eventos todos os ins-de-semana. A nossa esplanada funciona de maio a setembro. A par disto temos exposições temporárias, quase em contínuo. Concertos, ciclos de fotograia, que este ano é dedicado ao fotojornalismo em parceria com o Jornal Publico. Agosto vai ser o mês do cinema, com exibições ao ar livre, em parceria com o Teatro Ribeiro Conceição de Lamego, FNAC e o programa televisivo Janela Indiscreta do Mário Augusto”. Agora, não tem uma, mas sim várias razões para visitar o Museu de Lamego e aproveitar as mais diversas atividades disponíveis.
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MAR 2020
PORTO DE LISBOA, um parceiro à altura O País POsitivO esteve à cOnversa cOm marina Ferreira, Presidente dO cOnselhO de administraçãO dO POrtO de lisbOa, POr FOrma a cOnhecermOs as características que Fazem deste POrtO um ótimO ParceirO de negóciOs.
uma relação entre o porto e áreas limítrofes absolutamente impar, que é um ponto muito positivo. O porto é ponto de partida para o mar. Neste momento, esta comprovada a importância dos portos para o desenvolvimento regional e nacional e portanto o desaio de fazer uma gestão económica dos terminais portuários e a sua integração na polis, que no caso de Lisboa são onze municípios, é um desaio extremamente motivador e tanto mais quando estamos numa posição de grande destaque ao nível mundial na forma como esta relação porto/cidade tem sido gerida”. A importância do porto como gerador de postos de trabalho é inegável. Marina Ferreira airma que “entre postos diretos, indiretos e induzidos o porto representa seis porcento do emprego da área metropolitana de Lisboa”. TERMINAL DE CRUZEIROS
MARINA FEREIRA Presidente do CA do Porto de Lisboa
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arina Ferreira não quis deixar de salientar a importância da economia do mar nos dias de hoje e a nossa localização privilegiada. “Do ponto de vista da economia real, parece-me que é absolutamente estratégico para Portugal reforçar as suas ligações Atlânticas. O mundo virou-se ou ganhou um pendor muito para o Oriente e isso descentrou o Atlântico da estratégia mundial. Para nós é muito importante voltar a fazer parte do grupo de países atlânticos que apostam nesta ligação interatlântica. É a nossa ligação tradicional, mesmo com a Ásia,
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com a Índia, com a China. Eu penso que para nós o Atlântico deve ser um fator de união tal como o rio Tejo une as duas margens de Lisboa”. Ser presidente do Conselho de Administração do porto de Lisboa representa para a nossa interlocutora um grande desaio e uma grande responsabilidade, muito por culpa das características ímpares do porto. “É um porto com características muito especiais, quer a nível nacional quer a nível mundial, porque se desenvolve em duas margens, no centro da região económica mais importante do país, com múltiplas atividades, desde logo transporte de passageiros com 30 milhões por anos, que é extremamente invulgar, temos no negócio da carga um mercado absolutamente consolidado e com possibilidade de crescimento, temos
Lisboa é cada vez mais um ponto de paragem obrigatório para cruzeiros. “No que toca ao terminal de cruzeiros somos já uma cidade exemplo para outras cidades, nomeadamente do norte da Europa e do Mediterrânico. Estamos convencidos que com a adjudicação do novo terminal vamos dar mais um passo decisivo na consolidação do mercado dos cruzeiros e na consolidação da relação entre o porto e a cidade. Todo este projeto foi desenvolvido em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa. Um projeto que irá contribuir para a valorização da relação entre o porto e a cidade”, explica a nossa entrevistada. GRANEL
No que toca ao granel, Marina Ferreira airma orgulhosa que “somos um grande porto ao nível dos graneis sólidos alimentares. Temos aqui instalados a quarta maior empresa, a Sovena. Temos a Silopor, a primeira ou segunda empresa de grãos ibéricos. Tem sustentadamente assegurado o crescimento na casa dos dois dígitos. Não temos graneis líquidos signiicativos e isso afeta-nos no volume de cargas. O petróleo tem sempre volumes muito signiicativos. Mas temos muitas outras áreas que os outros portos não têm. Somos um porto com características
muito próprias”. RESPONSABILIDADE SOCIAL
Este é uma área importantíssima para o Porto de Lisboa. Para a presidente do conselho de administração “é impensável que haja uma organização sem política de responsabilidade social. Nós temos um trabalho muito próximo com todos os graus de ensono. Acolhemos em permanência estágios de licenciados, mestres e doutores e facilitamos todo esse tipo de atividade. Temos também atividades de apoio a vários tipos de náutica, nomeadamente de recreio e muito virada para deicientes, porque consideramos uma área estratégica, à qual o país deveria estar mais atento. Temos as mais diversas parcerias com entidades que nos procuram, focando sempre naquilo que é a nossa relação com o Atlântico”. O porto está em constante mutação. Exemplo disso são os vários projetos que estão em cima da mesa. Marina Ferrei explana que “estamos a candidatarmo-nos a um projeto comunitário com um consórcio que inclui o porto de Hamburgo e outros portos no sentido de melhorar a navegabilidade luvial do Tejo, porque temos indústrias importantes a montante, como a Cimpor, para aumentar a competitividade da navegabilidade no rio Tejo. Infelizmente, quando comparado a nível europeu tem um peso muito baixo. Estamos a lançar estudos aprofundados, em cooperação com o ordenamento do território, com as autarquias, no sentido de analisar a possibilidade de lançar um concurso para um novo terminal de contentores. Temos em apreciação a possibilidade de lançar uma grande marina atlântica em Algés. Para além disso, Lisboa tem-se vindo a posicionar com um ponto de atração para as grandes competições de vela e de recreio e portanto estamos a entrar nesse nicho de mercado que são os grandes veleiros transoceânicos por forma a podermos vir a lançar esta grande marina transatlântica. Antes de se despedir a nossa entrevistada não quis deixar de dizer aos nossos leitores que “o porto de Lisboa está aqui como um parceiro de negócios e teremos todo o gosto aceitar as vossas propostas e receber a vossa visita”.
MAR 2020
Navegue, com rumo! vítOr lOPes dias, Presidente da esri POrtugal, em entrevista aO País POsitivO, abOrda temas Fulcrais Para O desenvOlvimentO dO País, FOcandO O mar e a ecOnOmia dO mar cOmO FatOres diFerenciadOres de POrtugal.
VÍTOR LOPES DIAS Presidente da Esri Portugal
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A SUA OPINIÃO, QUAL A IMPORTÂNCIA DO MAR E DA ECONOMIA DO MAR?
Para mim, o mar português não é apenas o mar de Portugal. O conceito devia ser utilizado de forma mais abrangente, ou seja, deveríamos encarar o mar como verdadeiro desígnio nacional e de onde poderá advir uma riqueza distinta. Todas as indústrias são importantes para o país, mas a verdade é que temos no mar riquezas imensas, grande parte delas ainda desconhecidas. Mesmo em tempos de crise, não vejo qualquer diiculdade em investir no mar, ou pelo menos em serem descongeladas verbas para um investimento neste recurso. Se tivessemos capacidade de investimento, de dotar a Marinha de mais e melhores meios, rapidamente transformávamos Portugal num centro de robótica e conhecimento do mar de excelência. Se isso nos traria alguns problemas em termos europeus? Quase de certeza, mas ai teríamos expressão suiciente para agirmos, seriamos uma nação forte. SERIA NECESSÁRIO CONSIDERAR QUE TERRITÓRIO PORTUGUÊS TAMBÉM É MAR...
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Com certeza. Mais de 90 por cento do nosso território é mar e, portanto, deveriamos aproveitar este recurso e investir nele. Temos pela frente uma era tecnológica completamente
nova e temos obrigação de aproveitar a robótica, o automatismo, os sensores, a cordenação entre robots, entre outros, para descobrir e potencializar as riquezas que existem neste nosso imenso território. A EXTENSÃO DA PLATAFORMA CONTINENTAL SERÁ UMA MAIS-VALIA?
A Esri Portugal tem a competência e a capacidade de se focalizar em nichos e a verdade é que o mar é um dos nossos grandes focos. Nesse sentido, posicionamo-nos sempre, intencionalmente, como um centro de competência do mar no que diz respeito aos sistemas de informação geográica. Assim, trabalhamos com a Marinha de Guerra, através do Instituto Hidrográico, e temos desenvolvido alguns projetos juntamente com o Centro de Investigação da Academia Naval. Também para a extensão da Plataforma Continental, a Esri posicionou-se nos lugares cimeiros, ao fornecer a tecnologia de Sistema de Informação Geográica para que se izesse um levantamento exaustivo do nosso mar. O trabalho levado a cabo pela estrutura de missão para a Extensão da Plataforma Continental foi excelente já que conseguiu converter a informação existente numa defesa assertiva da extensão da plataforma continental. No entanto, é preciso ter noção de que não estamos a reclamar a nós o mar. Por exemplo, em termos de pescas,
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MAR 2020
O PORTO DE SINES
Os SIG têm a particularidade de fornecer modelos e previsões, mediante o espaço virtual com dimensão de tempo e isso transforma este sistema numa ferramenta de gestão incrível. Um exemplo? O Porto de Sines. “Quando alguém, no Porto de Sines, toma uma decisão, seja de que natureza for, fá-lo com recurso a um SIG. Hoje, um SIG é um instrumento de gestão que integra várias outras ferramentas e isso permite tomar decisões de, por exemplo, prevenção ou mesmo de ação”. O Porto de Sines é, portanto, um exemplo claro da solução que a Esri Portugal pretende comercializar e a verdade é que, no mundo, existem poucas soluções idênticas, fazendo da Esri um player de relevo na área dos SIG a nível internacional. Portugal abdicou de muito em função da União Europeia e agora estamos a reclamar aquilo que é nosso por direito, tendo já isso sido motivo de tomadas de posição menos corretas, numa lógica de agregação de territórios por forma a ganhar dimensão. Parece-me perigoso que a União Europeia volte a olhar para Portugal e para a sua plataforma marítima como uma oportunidade. DE QUE FORMA É QUE OS SIG (SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA) SÃO APLICÁVEIS AO FUNDO DO MAR?
Os SIG têm características intrínsecas, organizando a informação da mesma forma que nós, humanos, o fazemos, em função do espaço e do tempo e isso faz com que forneça, por inerência, um ambiente de integração de informação de forma natural. Apesar de ter o nome técnico de base de dados, um SIG é, no fundo, um espaço virtual com a dimensão tempo e espaço. FALE-NOS UM POUCO SOBRE A ESRI PORTUGAL.
A Esri Portugal é uma pequena empresa que vende tecnologia aplicada de grande valor acrescentado. Em Portugal, a Esri tem cerca de 70 colaboradores e não podemos negar que a crise nos tenha afetado um pouco. Ainda assim, estamos num ponto de viragem. Os momentos menos bons izeram-nos olhar para o mercado internacional, ainda que o mercado nacional se posicione na linha da frente. Apesar de não querermos monopólios, somos hoje líderes incontestáveis na área do software e temos, indiscutivelmente, a melhor tecnologia do mercado. JÁ QUE FALOU EM INTERNACIONALIZAÇÃO, COMO SE POSICIONA A ESRI A ESTE NÍVEL?
Somos os únicos distribuidores Esri para Portugal, Cabo Verde, Guiné Bissau e S. Tomé e Príncipe e a aposta nestes mercados foi estratégica, encarando o Golfo da Guiné como uma oportunidade. A Esri Portugal começou a
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apoiar, com células de informação geográica, as operações conjuntas da CPLP, quando não havia sequer essa capacidade no estado português. Existem já dois centros virtuais e a tecnologia está apenas à espera de investimento para que seja dado o primeiro passo naquilo que é a obtenção de informação de todo o território marítimo comum.
MAR
O Mar, no seu esplendor Quando o sol vai caindo sobre as águas Num nervoso delíquio d’oiro intenso, Donde vem essa voz cheia de mágoas Com que falas à terra, ó mar imenso?... Tu falas de festins, e cavalgadas De cavaleiros errantes ao luar? Falas de caravelas encantadas Que dormem em teu seio a soluçar? Tens cantos d’epopeias? Tens anseios D’amarguras? Tu tens também receios, Ó mar cheio de esperança e majestade?! Donde vem essa voz, ó mar amigo?... ... Talvez a voz do Portugal antigo, Chamando por Camões numa saudade!
O mar, como podemos ver neste poema de Florbela Espanca, é parte intrínseca do nosso Portugal. Nenhum de nós, gente cosmopolita, urbana e evoluída, consegue imaginar a sua vida sem o azul, e muitas vezes turbulento, mar. Quem de nós consegue imaginar um dia triste que não melhore sem um olhar paraas ondas agitadas de um mar bravio? Hoje, o mar e a praia fazem parte donosso dia-a-dia e ninguém consegue imaginar uma rotina sem que o mar esteja presente. O mar serve para nos banhar em dias quentes, para nos confortar em dias cinzentos, para nos lembrar de um sonho que perseguimos ou de uma vida que deixamos abandonada no passado. O mar é sinónimo de saudade, de alegria e de tristeza. Muitos são aqueles que fazem do mar o seu escritório. Que largam os fatos e as gravatas, os carros e as ilas de trânsito, os telemóveis e os computadores, e se atiram corajosamente para as ondas que trazem e levam memórias, vivências… Esses bravos que fazem do mar a sua casa e da sua casa o seu repouso, vêem no mar muito mais do que nós. Para estes, o mar é forma de vida, é ganha-pão e, todos os dias, se lançam nele, desbravando ondas e tempestades, para nos trazerem algo que tomamos por certo: o peixe. No mar há tesouros ocultos, “brancos pavores / Onde as plantas são animais/ E os animais são lores”, já diz Sophia de Mello Breyner. No mar os encantos são mil, o desconhecido povoa o imaginário, “Mas por mais bela que seja cada coisa / Tem um monstro em si suspenso”, relembra a autora nacional. Mas há ainda quem nunca tenha, em pleno século XXI, posto os pés
na areia húmida e olhos no mar azul. Consegue imaginar a vida sem mar? Pois, eu também não. Mas neste pequeno país à beira-mar plantado, há uma imensidão de gente que não conhece o aroma a maresia e que, quiçá, morrerá sem provar a felicidade de ter um mar só para si. A esta altura deverá estar a pensar que ninguém tem um mar só para si, mas a verdade é que cada pessoa que olha o mar, vê uma imagem completamente diferente de outra que o esteja a fazer ao mesmo tempo. A nossa vida, as nossas memórias, a nossa capacidade de sonhar, de imaginar e de ouvir, faz com que todos tenham uma sensação diferente ao olhar a imensidão de um oceano. Experimente! Sente-se na areia, ao inal do dia, com outra pessoa. Fiquem em silêncio e desfrutem de uma visão sobre o mar. Permaneçam assim algum tempo, mas não incomodem a vivência um do outro. Deixem-se levar pelos cinco sentidos e impregnem o sabor do mar. No inal, olhem um para o outro e partilhem a experiência, partilhem sentimentos e sensações. Com certeza que a pessoa ao seu lado não viveu o mesmo, que o mar lhe transmitiu uma sensação diferente, uma segurança (ou insegurança) que você não teve. Experimente e deslumbrese com este elemento tão nosso, tão português, mas tantas vezes subestimado e mal tratado. Acima de tudo, respeite os nossos oceanos e dê-lhes o merecido valor. Lembre-se que há milhares de pessoas no mundo que não têm oportunidade de ver e sentir o mar e dê-lhe o verdadeiro valor! E para terminar, como não poderia deixar de ser, mais um poema sobre o nosso mar, da autoria de Fernando Pessoa, um dos nossos autores mais portugueses:
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos i lhos em vão rezaram! Quantas noivas i caram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu
ARQUITETURA
Arquitetura: uma das mais antigas artes portuguesas “Os pOrtugueses sãO apaixOnadOs pela arquitetura”. estas sãO palavras de JOsé pintO duarte, presidente da Faculdade de arquitetura da universidade de lisbOa, de Onde Já saíram arquitetOs de renOme internaciOnal.
JOSÉ PINTO DUARTE Presidente da FA-ULisboa
ideias diferentes de encarar a arquitetura, diferentes técnicas, diferentes abordagens estéticas, teóricas e ilosóicas”. EXPORTAÇÃO DE EDUCAÇÃO
A
Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa é um bocado esquizofrénica”, é assim que o nosso entrevistado caracteriza a faculdade. Numa primeira leitura pode parecer estranho. No entanto, há uma justiicação para esta airmação. Esta faculdade era o departamento de arquitetura da Faculdade de Belas-Artes que se autonomizou. Depois disso ingressou na Universidade Técnica de Lisboa. Todas estas mudanças provocaram mutações na forma de pensar e ensinar. O presidente explica que “Vitrúvio, arquiteto romano do século I, falava em três princípios basilares da arquitetura: beleza, funcionalidade e estabilidade. Cada curso de arquitetura tem tendência a dar mais importância a um destes vetores. Na escola de Belas-Artes dávase muito valor ao belo, à estética. A Universidade Técnica de Lisboa (UTL), em que prevaleciam as engenharias, tinha uma maior preocupação com a a funcionalidade e a estabilidade. Esta faculdade acaba por ser um produto de tudo isto. Nela conlui uma abordagem mais ecléctica que liga aqueles três pilares fundamentais da arquitectura. Aqui encontramos muitas correntes de pensamento. O que é comum é a diversidade, é a aceitação de
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A arquitetura portuguesa destaca-se pela positiva, quando comparada com a de outros países. A nossa tradição arquitectónica e a qualidade de ensino de arquitetura é um fator chave na atração de alunos estrangeiros. José Pinto Duarte airma que “esta faculdade é a que tem mais alunos estrangeiros, quer aqueles de intercâmbio como aqueles matriculados efetivamente. Há uma tendência de crescimento do número de alunos estrangeiros. A educação também pode ser exportada. O país nesta altura pode não precisar de tantos arquitetos, engenheiros, mas tem um know-how que é facilmente exportado. Os portugueses podem trabalhar em qualquer parte do mundo. Temos alunos espalhados praticamente por todos os países do globo. Temos que começar a ter uma visão do mundo muito mais alargada”.
ciências exatas, com uma forte base matemática, com rigor e uma maneira de encarar o mundo com a possibilidade de o modelar matematicamente. O arquiteto já tem uma visão diferente, mais global, de síntese, uma visão integradora. É possível também fazer essa abordagem matemática, mais restrita, por parte da arquitetura, mas na maior parte das vezes este há uma abordagem mais sensível, mais atenta a outro tipo de valores. É preciso sempre articular pontos de vista diferentes que, no fundo, se complementam. Um bom edifício é o resultado de uma boa equipa de especialistas”. POTENCIAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO
Este período penoso que o país atravessa tem-se reletido negativamente na educação. O presidente airma que é a altura de “mudar mentalidades e ligar a investigação que se faz nas universidades à indústria. Começa-se a assistir no tecido empresarial ao aparecimento de líderes com uma visão diferente. É preciso que se faça essa renovação de pensamento e de ação nas empresas para que a investigação universitária consiga produzir efeitos na indústria, dando assim contributo ao desenvolvimento económico nacional”. FUTURO DA ARQUITETURA
ARQUITETOS VERSUS ENGENHEIROS
Muitas vezes é referida a “guerra” entre arquitetos e engenheiros. O nosso interlocutor não vê as coisas desta forma, mas sim como um diálogo estimulante. “Qualquer arquiteto que se dedique à prática proissional sabe que os edifícios são o resultado de um trabalho de equipa de muitos especialistas. O arquiteto é um deles e por vezes é o coordenador. O arquiteto tem que trabalhar com os engenheiros de mão dada. O engenheiro tem uma formação de
O frenesim tecnológico que se vive está a marcar a arquitetura. A questão que paira no ar tem a ver com as modiicações que a arquitetura irá sofrer futuramente. José Pinto Duarte acredita que “vai haver uma maior incorporação tecnológica no projeto e na construção de edifícios, o que já se começa a notar. Já há áreas de investigação que estão debruçadas sobre a capacidade dos edifícios responderem em tempo real, às capacidades de uso, características ambientais, edifícios que se
autogerem ao nível do consumo energético, que reagem a estímulos de utilização, alterando a de cor ou a sua coniguração em função de determinados objectivos pré-programados. Isto não signiica que se abdique dos valores essenciais da arquitetura, que são de facto a beleza, a funcionalidade e a estabilidade. Eu acho que isto será para a eternidade. A tecnologia é o fator que mais vai distinguir, embora não como um im em si. Haverá, no meu entender, uma maior preocupação com os problemas que afetam o mundo. Uma preocupação com a sustentabilidade, com a pegada ecológica do ediicado, com a concepção de edifícios com novas condições de uso. Não sendo a tecnologia o fulcro das atenções é necessário que os arquitetos saibam tirar partido da tecnologia da sua época. Hoje, é a tecnologia da informação. Há sistemas que são capazes de nos dar feedback imediato do desempenho do edifício. Temos sistemas que nos permitem otimizar o edifício consoante as suas funções. Posto isto, é muito importante que os arquitetos que se formam tenham uma visão de questionamento, de inquirição sobre o mundo, sabendo incorporar o que a ciência e a técnica colocam ao seu dispor. Em última análise Arquitectura deve ser feita para tornar melhor a vida das pessoas. Vai haver uma revolução grande na forma como os edifícios se produzem. No entanto é preciso não esquecer que muitas vezes os princípios e as técnicas ancestrais, já testadas pelo tempo e pelo uso durante séculos, podem ser a solução. Em boa verdade, é importante hoje que nos preocupemos em preservar esses valores, através da conservação e da reabilitação do nosso ediicado histórico. Com diz o ditado, quem não conhece o passado, não entende o futuro. E eu acrescentaria que também não conhece o presente!”.
ARQUITETURA
O ensino da arquitetura na Universidade Lusíada do Porto a impOrtância da Faculdade de arquitetura e artes da universidade lusíada dO pOrtO (Faaulp) para O ensinO da arquitetura em pOrtugal, bem cOmO para a regiãO em que se insere é um FactO incOntOrnável. na sequência desta cOnstataçãO, O país pOsitivO esteve à cOnversa cOm peixOtO alves, diretOr da Faaulp, para perceber quais Os segredOs para tal relevO.
PEIXOTO ALVES Diretor da FAAULP
que pode gerar. Isto porque com as novas tecnologias
da faculdade. Situações em que os docentes são
Menos e Mais, Rvdm, Correia e Ragazzi, membros
da informação e comunicação, há tanta informação
inatingíveis não fazem sentido. É preciso cada vez mais
do Colégio Reitoral como Siza Vieira, Souto de
disponível que muitas vezes o aluno não consegue
estarmos acessíveis, disponíveis para os nossos alunos”.
Moura, Montanhola, Manuel Tainha, Nadir Afonso
organizar e acaba por misturar conceitos e construir
e licenciados, mestres e doutores como os até bem
acaba por se confrontar com aparentes novas realidades,
A RELAÇÃO COM A COMUNIDADE E A AVALIAÇÃO EXTERNA No cumprimento de um dos seus valores, o
arquitetura é uma marca de valor diferenciado
novas tendências e novas correntes de pensamento que
comprometimento para com a comunidade em que se
actual Predidente do CDRN da Ordem dos Arquitetos,
e de indiscutível reconhecimento no nosso país e no
posteriormente coloca em contexto de sala de aula
insere, porque a faculdade forma os estudantes e estes
bem como dois ex-presidentes da mesma instituição;
mundo. Este valor tem a sua origem nas universidades.
o que reclama uma enorme lexibilidade pedagógico
depois parte destes icam ao serviço da comunidade,
docentes nas universidades do Dubai, Singapura,
“É na universidade que se preparam os atributos
e cientíica do docente. Estamos verdadeiramente
a Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade
México, Argentina, Moçambique, Brasil e Angola. A
técnico-conceptuais que determinam a atitude e a acção
perante o paradigma de ensino centrado no estudante
Lusíada estabelece parcerias e protocolos com várias
isto acrescem proissionais em exercício nos mais
daqueles que escolheram a arquitetura como proissão e
e não no professor, passando da aula magistral a
instituições. Destas parcerias já resultaram variadíssimos
conhecidos gabinetes da Holanda, França, Canadá, EUA,
forma de contribuir para o bem-estar das comunidades
aula “inter-experimental”. Daqui resulta que muitas
projetos de reabilitação e reorganização de espaços que
Brasil, Moçambique, Malásia, Abu Dabi, Venezuela,
que passm a usufruir das soluções disponibilizados”,
vezes o docente vê-se confrontado com situações em
hoje estão ao serviço de todos, bem como trabalhos de
China, Angola e naturalmente Portugal, dando corpo
diz-nos Peixoto Alves. E aí que se começa a desenhar o
que lhe é colocada uma questão para a qual pode
Design de interesse para o setor económico e social.
a ideia de que formamos pessoas comprometidas com
percurso proissional de um arquiteto.
não estar imediatamente preparado para dar uma
Apesar de ser ensino de iniciativa privada, o papel da
o conhecimento cientíico e os mais elevados valores
Da conversa com o Diretor da FAAULP resulta o
resposta pedagogicamente eicaz”. Peixoto Alves dá o
Universidade Lusíada representa um serviço público.
humanos, sociais e proissionais, ou seja cidadãos para
entendimento de que estamos perante uma faculdade
seguinte exemplo: “No meu tempo ia para as aulas e
Os bons resultados obtidos nas diversas avaliações,
o Mundo.
que “assenta o ensino da Arquitetura e do Design,
o conhecimento transmitido apenas era acessível por
nomeadamente a avaliação europeia, prendem-se
No Design destacamos os prémios ganhos nos últimos 5
em valores como a Liberdade intelectual, um projeto
via do verbo do mestre e o acesso as fontes estava
com a excelência do ensino, com as competências
anos e a orientação para o desenvolvimento de trabalhos
sistêmico de ensino; do ponto de vista pedagógico,
limitado ao disponibilizado pelo mesmo. Agora não
e qualiicações cientíicas, mas também o lado
de interesse para a indústria nacional, tendo em conta
cientíico, criativo, social e de inserção do graduado no
é assim! É frequente termos estudantes com tablets e
humanitário de cada colaborador da instituição, como
que o Design conigura um factor diferenciador e que
mundo; e o comprometimento para com a comunidade
smartphones que seguem a aula conferindo online as
se pode veriicar nos relatórios emitidos pelas entidades
aporta valor aos produtos, construindo uma mais-valia
em que se insere. Acresce a tudo isto um modelo
questões e as obras em referência. Assim, têm acesso
avaliadoras.
competitiva.
de ensino centrado verdadeiramente no estudante,
a tudo sobre aquele autor, obra e comentários. Ora,
isto porque esta área reclama um ensino de caráter
os professores não são especialistas em tudo, pelo que
A ORIENTAÇÃO PARA O FUTURO E POSICIONAMENTO NO ESPAÇO LUSÓFONO
laboratorial e experimental que se apoia numa relação
podem necessitar de ir fazer uma relexão sobre as
“Orientados pela máxima de que o Sol quando nasce,
dos sistemas construtivos sustentáveis e tradicionais
professor-aluno de grande proximidade”.
questões e esclarecer tudo numa aula à posteriori.”.
nasce para todos, a Faculdade de Arquitectura e Artes
angolanos, bem como o urbanismo de base tradicional
Nesta situação o docente necessita de esclarecer,
pretende levar aos vários cantos da Lusofonia essa
africana como o musseque enquanto resultante
organizar e reenquadrar conceitos e contextos para
máxima, cumprindo um sonho que se traduz no direito
patrimônial territorial e arquitetônica da expressão
Hoje ser estudante de arquitetura e design não é como
afastar a entropia e para que seja mais fácil o seu
ao acesso a formação enquanto fator determinante
cultural de determinado extracto social e período
outrora. Os estudantes chegam sem a obrigatoriedade
entendimento.
de geração de capital humano. Este capital humano
da história do Pais. Assim, os nossos Mestrados e
uma relevante base formativa anterior na área, mas
É na relação professor-aluno que está, porventura, a
poderá colocar o espaço lusófono na linha da frente do
Doutoramentos permitem abordagens nesse âmbito
com a paixão pela área, pelo que nos dois primeiros
maior diferença do ensino na Universidade Lusíada, já
equilíbrio inter-regional no mundo. Temos esse sonho e
temático, procurando ainda uma interacção directa
anos e necessário um trabalho cuidadoso de “imersão”
que se entende ser este o factor chave da construção de
temos essa obrigação!
com as realidades territoriais por via de parcerias que
construtora das bases para que posteriormente se possa
sólidos entendimentos dos conceitos, dos contextos e da
Assim,
formação
procuramos criar e consolidar. Estaremos na linha do
consolidar. E um trabalho enorme que os docentes
consequente aplicação dos mesmos. Os professores têm
Pôs-Graduada que se orientam para a criação de
contributo para a formação do Capital Humano dos
dos primeiros anos têm que fazer. Por outro lado o
no seu horário um período para atendimento aos alunos,
competências cientíicas com a Marca Arquitetura e
Países da Lusofonia e em particular dos docentes das
nosso interlocutor explica que “se há décadas os
ou seja e um espaço para o esclarecimento pos-aula.
Design Porto, internacionalmente reconhecida, pois
nossas congéneres.
estudantes quase só tinham acesso à informação dada
“Há uma interação constante entre professores e alunos.
contamos com uma comunidade académica por onde
pelo professor, hoje há uma autêntica overdose de
Experiências vividas decorrentes desta proximidade têm
passaram e estão, proissionais de inegável qualidade
O Sol tem que brilhar para todo o espaço Lusófono com
informação que em vez de facilitar acaba muitas vezes
sido fundamentais para a formação dos nossos alunos.
e reconhecimento como o atual curador do MOMA,
o nosso contributo. E esse o nosso comprometimento
por complicar o ensino, tendo em conta a entropia
Muitas vezes respondemos a questões nos corredores
arquiteto Pedro Gadanho, os arquitectos dos ateliês
mais recente”!
A
uma base de conhecimento epidérmico. O estudante
OS ESTUDANTES E A MISSÃO DO DOCENTE
dispomos
de
programas
de
O
pouco tempo diretores dos cursos de Arquitetura nas universidades Metododista e Lusíada de Angola; a
Quanto a orientação para o espaço africano, estamos a iniciar uma vocação para a investigação nos domínios
/Julho
TELEMEDICINA
Telemedicina, um complemento à medicina convencional entrevista a andré batista, rui manaças e JOãO mansO.
ANDRÉ BATISTA Sócio Fundador e Médico Neuroradiologista ANDRÉ BATISTA, TELEMEDICINA?
EM
QUE
CONSISTE
A
O termo “telemedicina” está associado à prestação de atos médicos à distância suportados por redes de telecomunicações. Dentro da telemedicina temos ainda o termo “teleconsulta”. A teleconsulta é um serviço habitualmente em tempo real, em que um médico remoto comunica com um doente (acompanhado presencialmente por um médico ou outro proissional de saúde), suportado por um sistema de comunicação. A teleconsulta tem tido um desenvolvimento recente, utilizando sistemas de videoconferência, e são um contributo importante, principalmente no apoio à decisão médica a outro proissional de saúde. O conceito não é novo. Na verdade, posso dizer que já utilizava a telemedicina há muitos anos só que de uma forma rudimentar. O enorme desenvolvimento tecnológico entretanto ocorrido permite que o conceito seja interpretado de maneira diferente, com uma eicácia muito maior. Temos ainda o conceito de “telesaúde”, que está mais relacionada com a promoção da saúde pública e a formação de proissionais de saúde utilizando as novas tecnologias de transmissão de dados, nomeadamente a internet. PENSA QUE A TELEMEDICINA PODERÁ SUBSTITUIR A FORMA COMO UM DOENTE SE RELACIONA COM O SEU MÉDICO?
Penso que a telemedicina deverá ser entendida como uma ferramenta complementar ao ato médico, nos casos em que é necessária uma opinião médica especializada, que não existe no local em que o doente e o seu médico assistente se encontram, obrigando-os a uma deslocação ou em locais remotos que por vários motivos não tem apoio médico. Atualmente já é possível fazer a auscultação cardíaca de um doente à distância em tempo real ou observá-lo com uma câmara de vídeo de alta deinição, permitindo visualizar lesões cutâneas com elevadíssimo grau de deinição. Na verdade, a telemedicina não deverá ser entendida apenas como consulta clássica à distância, pois ao perder-se o fator
/Julho
imprescindível da relação médico-doente em que o exame objetivo do doente não é feito da maneira habitual, poderá levar-nos a menosprezar esta forma de trabalho. APESAR DESTAS LIMITAÇÕES, A TELEMEDICINA TEM FUTURO?
Sim. A telemedicina permite preencher lacunas de especialidades médicas locais, permitindo a sua disponibilidade permanente. Promove o contacto de médicos isicamente distantes para a discussão de casos clínicos e melhora a formação contínua de proissionais de saúde. Se devidamente enquadrada permite a diminuição de despesas de saúde. A telemedicina tem tido grande desenvolvimento por exemplo em países com áreas territoriais com deiciente cobertura sanitária ou em casos de conlito bélico ou catástrofes, na área da saúde militar. As soluções de telemedicina/ telediagnóstico são muito variadas e a tecnologia tem sido aplicada em muitas especialidades médicas. Sobretudo na imagiologia médica (por exemplo radiologia e cardiologia), na anatomopatologia, na oftalmologia, na dermatologia e na neurologia (sobretudo no telestroke). Estas soluções são aquelas que estão numa fase de evolução mais avançada e possibilitam o diagnóstico à distância através da internet. No entanto, outras áreas como a psiquiatria, a cirurgia robótica ou as unidades de cuidados intensivos, são também uma realidade na telemedicina de alguns países. Penso que para já, a realidade atual da telemedicina está centrada sobretudo no telediagnóstico, no qual um médico remoto recebe informação do doente (imagens médicas, resultados de análises de patologia clínica, eletrocardiograma ou outros sinais biológicos) e faz a análise, elabora o relatório de diagnóstico e disponibiliza-o para consulta. A globalização vai exigir que zonas mais remotas do planeta tenham também acesso aos meios médicos mais diferenciados. Estes poderão ser disponibilizados à distância com os melhores especialistas, relatando exames e dando conselhos clínicos,
como se estivessem em presença física. Nos países ditos desenvolvidos, a pressão para baixar custos com a saúde e o envelhecimento da população, vai obrigar à criação de um processo único centrado no doente e à monitorização no domicílio de sinais vitais. A telemedicina poderá ainda ser um fator importante de exportação de serviços médicos altamente diferenciados. MAS A TELEMEDICINA TAMBÉM TEM OPOSITORES...
É verdade, sobretudo por esta ser muitas vezes mal enquadrada ou por os projetos serem mal desenhados, muitas vezes numa lógica subsídio-dependente, que não se coaduna com a realidade. Apesar de eu ser um entusiasta das novas tecnologias e do potencial da telemedicina, penso que deverá ser dada preferência à medicina presencial. A telemedicina não deverá ser utilizada pelos gestores de saúde como uma forma de redução cega de despesa. Se várias condições de enquadramento de qualquer projeto nesta área não forem devidamente acauteladas, a telemedicina poderá ser causa de problemas em vez de ser uma solução. Desde logo na área tecnológica, o problema da proteção de privacidade e conidencialidade dos dados do doente e autenticação dos intervenientes. Depois há o risco de erro devido à reduzida informação que nos é fornecida sobre o doente e o risco da desumanização da relação médico-doente.
para o hospital. Existem porém problemas que passam pela falta de legislação adequada nesta área médica. Entendo qualidade não apenas no ato médico, mas também em todo o worklow, reduzindo os riscos de má-prática. Estamos a falar de processos de certiicação. Voltando ao ITM, a equipa médica é composta por cerca de 40 médicos especialistas, cuja principal atividade proissional é exercida em várias instituições hospitalares de referência. A atividade do ITM está apenas focalizada na prestação de serviços na área da telemedicina. Temos uma preocupação com a formação continuada dos nossos proissionais e o estabelecimento de um relacionamento interativo com os médicos das especialidades clínicas dos hospitais com os quais colaboramos. Por outro lado temos mecanismos de avaliação interna da qualidade de prestação do serviço, nomeadamente na qualidade médica da resposta. Tal como já foi referido, se a telemedicina pode ser uma ferramenta muito útil, mal aplicada poderá ser um fator altamente prejudicial para na qualidade de prestação de serviços de saúde. Se as administrações hospitalares olharem para esta
RUI MANAÇAS, COMO DIRETOR CLÍNICO DO INSTITUTO DE TELEMEDICINA, PODE FORNECERNOS ALGUMA INFORMAÇÃO SOBRE O ITM E OS PROBLEMAS QUE HABITUALMENTE ENFRENTA?
O Instituto de Telemedicina (ITM) surgiu em 2004 como resposta à falta de recursos humanos especializados em algumas áreas geográicas do país, sobretudo na área da imagiologia médica. O encaminhamento dos exames urgentes para a telerradiologia permite que os médicos radiologistas e neurorradiologistas desempenhem as suas funções no hospital em atividades mais diferenciadas que requerem a sua presença física, com consequente racionalização de custos
RUI MANAÇAS Diretor Clínico e Médico Neuroradiologista
TELEMEDICINA/ SOLUÇÕES DE GESTÃO
presenciais ou se efetuarem concursos para a prestação de serviços de telemedicina em que o preço é apenas o único fator de seriação, em que se está a comprar serviços médicos, como quem compra um produto qualquer de limpeza, então estarão certamente a prestar um mau serviço às populações que devem servir e a dar um signiicado errado à telemedicina. JOÃO MANSO, A TECNOLOGIA É FUNDAMENTAL NESTA ÁREA. QUAL É A SUA VISÃO NA RELAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA MEDICINA E A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA?
JOÃO MANSO Diretor do Dep. de Sistemas de Informação área como forma de substituir ou não renovar contratos de prestação de cuidados de saúde
Sim é verdade. Existiu uma grande evolução médica. Como alguém disse, a medicina que costumava ser simples, pouco eicaz e relativamente segura, agora é complexa, eicaz e potencialmente perigosa. Quem contribuiu muito para este dilema foi a capacidade tecnológica e a redução da distância e, por inerência, a redução do tempo e a permissividade do acesso a dados massivos de informação. Por outro lado, a internet e o telemóvel abriram possibilidades novas. Toda esta tecnologia acarreta também
desaios complexos, como a conidencialidade, privacidade e a segurança da informação, e muitas vezes, as entidades que utilizam estes serviços não estão sensibilizadas. COMO SE PODE ENTENDER QUE HOJE A TELEMEDICINA AINDA NÃO ESTEJA MASSIFICADA EM PORTUGAL E NA EUROPA?
Em Portugal, um pouco por toda a Europa, ainda existem limitações tecnológicas, como a disponibilidade de comunicações de banda “larga”, mas a cada dia, estas limitações são menores. Atualmente os maiores desaios são a nível organizacional, jurídicos, sociais e por natureza também económicos, por causa da escala e da diiculdade de se mapear a poupança ao investimento, o controlo de qualidade dos serviços, na sustentação de níveis de serviço adequados, quer a nível operacional (disponibilidade e sobrevivência), quer a nível de segurança (controlo de acesso à informação e gestão de informação privada). Do ponto de vista tecnológico, houve grandes evoluções desde o nosso começo em 2004, as imagens
digitais adquiridas por uma TAC num hospital no interior do país tinham que ser comprimidas e algumas vezes no limiar do aceitável para o diagnóstico, para que fosse viável que uma TAC de urgência fosse relatada dentro da mesma hora (no máximo em duas horas). Foi esse o passo que demos em 2004 e que até hoje se mostrou como fator diferenciador. O desaio tecnológico é reduzir o tempo e aumentar a qualidade. Hoje já é possível em casos emergentes, como seja um traumatismo craniano ou na via verde do AVC, receber as imagens e elaborar um relatório no mesmo tempo que seria feito presencialmente no hospital. Nos projetos europeus em que temos estado envolvidos, os problemas são as barreiras linguísticas. Atualmente conseguimos ter equipas, francesas, portuguesas, romenas, russas, inglesas e holandesas a cooperar em telemedicina, online, como no caso da resposta em catástrofes (Síria), desde que todos falem luentemente inglês com o jargão de medicina. Não é fácil, funciona, mas com muito esforço.
MORADA: RUA 4 DE OUTUBRO 8, 1º
FAX: 210 130 009
2680-014 CAMARATE
EMAIL: INFO@I-TELEMEDICINA.PT
TELF.: 210 130 000
SITE: WWW.I-TELEMEDICINA.PT/
CodeOne: Amplamente reconhecida no mercado, continua comprometida em garantir aos clientes as melhores soluções globais de gestão
A
CARLOS FIGUEIREDO Diretor da CodeOne
CodeOne, empresa sedeada no Porto desde 2003, apoia a atividade dos seus clientes através do fornecimento de equipamentos de recolha, tratamento de dados e Voice Picking, produz software empresarial à medida das necessidades desta área de mercado, assim como presta os necessários serviços de assistência técnica e formação. É atualmente um dos principais e mais reconhecidos players no mercado de desenvolvimento de soluções para recolha e identiicação automática de dados em Portugal, contando com diversas empresas operantes nos setores da Indústria e Distribuição Alimentar e Não Alimentar, Logística e Transportes na sua carteira de clientes. A empresa registou, em 2013, um crescimento de 28% no volume global de vendas, valor do qual se destaca um crescimento de 21% no setor dos serviços. Este resultado, bastante positivo para o cenário económico-empresarial do ano transato, ica, em grande parte, a dever-se uma
aposta contínua da empresa na melhoria da qualidade dos serviços prestados, bem como na diminuição do tempo de resposta. De salientar o investimento constante, por parte de toda a equipa da CodeOne, na idelização da carteira de clientes, a qual atingiu um nível de 90%, em 2013. De acordo com Carlos Figueiredo, Diretor Geral da empresa, o “Processo de idelização de clientes só é conseguido através da consciencialização permanente de toda a equipa para a importância dos valores que norteiam a atividade da empresa, mas também através do investimento numa cultura permanente de orientação para o cliente, qualiicação técnica, lexibilidade e capacidade de serviço”. A CodeOne, ao longo de toda a sua cadeia de valor, dá especial ênfase à sua experiência, capacidade e lexibilidade, para se ajustar à evolução do mercado, às necessidades dos seus clientes e às especiicações técnicas e funcionais de cada projeto. Reconhecendo a necessidade de as empresas integrarem nas suas atividades diárias uma
solução global integrada de mobilidade, de modo a permitir a disponibilização e troca de informação em todos os pontos de atividade da empresa em tempo real, com elevada qualidade e iabilidade, a CodeOne tem vindo a disponibilizar aos seus clientes o a solução Gral Suite. Esta solução consiste num software de controlo e de gestão global para empresas, o qual consegue abranger, gerir e suportar todos os atuais módulos de gestão no ponto de atividade e desta forma permite, em tempo real, fornecer e receber a informação útil de cada um desses pontos. O sistema Gral Suite controla a rastreabilidade total das pessoas e produtos em todas as fases do negócio, desde a aquisição e armazenamento, até à fase do pós-venda. Permanentemente orientada para o cliente e para a satisfação das suas necessidades, a CodeOne adapta-se num mercado em constante evolução, reforçando a produtividade e competitividade dos seus clientes, disponibilizando-lhes um abrangente leque de soluções.
/Julho
QUALIDADE DE VIDA SÉNIOR
“O apoio domiciliário é um serviço de prevenção” Quem o diz é Paulo Neto, diretor da Home iNstead em Portugal.
PAULO NETO Diretor da Home Instead Portugal
C
OMO SURGIU ESTE FRANCHISING DA HOME INSTEAD?
O projeto surgiu por coincidência. Uma situação em que uma pessoa conhecida teve um problema familiar e andamos a ver diversas hipóteses em termos de serviço e, efetivamente, aquilo que o mercado dispunha há dez anos atrás, era muito reduzido e de qualidade não muito adequada. Na altura já tinha intenção de arrancar com um projeto próprio e as coisas acabaram por se conjugar. Detetamos essa necessidade, fomos ver a melhor forma de resolver e achamos que o franchising, visto que esta não é a minha área, era a melhor solução e avancei por selecionar a empresa mais conceituada do ramo. TÊM UMA VASTA GAMA DE SERVIÇOS. INICIOU A ATIVIDADE COM ESTE LEQUE OU FOI ACRESCENTANDO CONFORME AS NECESSIDADES DO MERCADO?
Houve logo, até por experiência da própria Home Instead, um conjunto vasto de serviços. Temos vindo a complementar isso com soluções até locais, como venda de produtos de incontinência, a tele-assistência. Há soluções que o mercado tem vindo a pedir e face a essas solicitações vamos enriquecendo a oferta. O mercado é que dita as regras e nós temos que responder e arranjar soluções. FEZ REFERÊNCIA À TELE-ASSISTÊNCIA. EM QUE CONSISTE ESTE SERVIÇO?
A tele-assistência tem várias vertentes. A mais tradicional é a presença de um equipamento em casa de um cliente com o sistema de alarme, de alta voz. A pessoa se estiver em alição carrega no botão e o sinal é reencaminhado para um call center e em seguida são acionados os meios necessários. Há outras opções, por
/Julho
exemplo, que em vez de ter esse equipamento ixo em casa das pessoas, é um telemóvel que tem a mesma capacidade de alarme, mas que também recebe sms’s a informar de medicação, consultas médicas. Há aqui uma interatividade diferente e conseguimos prestar serviços um bocadinho acima daquilo que é a tele-assistência tradicional. Além disso temos ainda outros equipamentos que já fazem monotorização de sinais vitais, como a tensão arterial, colesterol, glicose e tudo isto é registado num dispositivo móvel e passado para um portal de internet onde os dados recolhidos podem ser consultados pela família, que assim icam a par do estado da pessoa. Caso os valores recolhidos sejam anormais é lançado de imediato um alerta. PARA PODER OFERECER ESTES SERVIÇOS É PRECISO TER PROFISSIONAIS HABILITADOS. COMO É QUE É REALIZADO O RECRUTAMENTO?
Temos dois tipos de proissionais, por assim dizer: aqueles que fazem o controlo e supervisão dos serviços prestados e aí procuramos pessoas que venham das áreas de gerontologia ou técnicas de assistência social, que estejam preparadas para coordenar as equipas e fazer todo o tipo de controlo. Depois temos as técnicas propriamente ditas, as agentes de geriatria, que vão a casa dos clientes prestar os serviços e para isto selecionamos pessoas com ou sem experiência. Isto porque há muita gente que tem experiência em cuidar de familiares apesar de não ter nenhum curso, nem nenhuma formação mais estruturada. O fazemos é dar formação, complementar aquilo que porventura já sabem, ensinar-lhes técnicas, formas de ultrapassar todo o tipo de problemas e prepará-las para serem as nossas caregivers. Sempre com supervisão, com todos os materiais de apoio. Ou seja, estamos sempre na retaguarda para as apoiar. A POPULAÇÃO ESTÁ A ENVELHECER E A SITUAÇÃO
FINANCEIRA DAS FAMÍLIAS NÃO É FÁCIL. VISTO QUE ESTÃO ESPALHADOS POR TODO O PAÍS, COM QUE REALIDADES É QUE TÊM LIDADO?
Antes demais, sendo o nosso serviço totalmente privado, coloca-se logo uma diiculdade em termos de custos que as famílias não podem suportar. Temos pessoas que estão 24h/7 dias por semana. Portanto, sentimos que neste momento há alguma diiculdade das famílias em acompanhar ou em proporcionar as melhores soluções aos familiares porque não há capacidade económica para isso. Há muitas pessoas que icam desempregadas e preferem icar elas a tomar conta dos familiares, dispensando assim um acompanhamento especializado. Isto tem prós e contras, como tudo. Em determinadas alturas essas pessoas não estão preparadas, não têm conhecimentos para cuidar dos familiares, entram em stress e tudo isto se relete na família. Há aqui um conjunto de fatores em que obviamente um acompanhamento proissional seria muito mais adequado. Por vezes as pessoas olham para o apoio domiciliário como um serviço de muitas horas e podemos fazer serviços de duas ou três tardes por semana para que a pessoa que está regularmente a cuidar possa descansar. Pode, inclusive, ser uma situação pontual. Mesmo assim temos vindo a crescer, a ser solicitados por novos clientes. Temos a sensação que poderia estar muito melhor com outra envolvente inanceira do país. Agora é um facto que a longevidade é cada vez maior e isso levanta a todos uma série de desaios, aos quais temos procurado responder, seja pelas próprias famílias ou por instituições com quem temos acordos. QUE FEEDBACK QUE TÊM TIDO DAS FAMÍLIAS E DOS UTENTES?
Tem sido positivo. Obviamente que as pessoas quando nos procuram sabem que precisam deste tipo de serviços e icam extremamente gratas. Evidentemente que há famílias mais exigentes que
outras, que têm que ser geridas com diplomacia. Há situações em que acompanhamos a pessoa até ao seu falecimento e que no inal quase que icamos com uma relação não digo de amizade, mas muito próxima, porque são estabelecidos laços. No geral, o feedback é muito positivo. OPERAM SÓ NA ÁREA DE LISBOA OU TÊM MAIS FRANCHISADOS ESPALHADOS PELO PAÍS?
A nossa rede está espalhada, não digo a nível nacional porque o interior está um pouco menos guarnecido, mas desde Bragança a Lagos, passando pelas ilhas, temos vários escritórios capazes de dar este apoio. Apesar de termos todo o know-how que vem de fora e aquele que aqui vamos adquirindo, é fundamental que cada franchisado seja proactivo, pois este conhecimento tem de se adequar à realidade de cada família, à cultura de cada localidade onde estão inseridos. HÁ ALGUM TEMPO FORAM GALARDOADOS COM UM PRÉMIO INOVAÇÃO…
Sim, quando arrancamos recebemos esse prémio. Foi um dos primeiros prémios de franchising, porque na realidade éramos inovadores. Foi extremamente gratificante porque era o reconhecimento de que estávamos a lançar qualquer coisa de diferente e a ser pioneiros nesta área. QUE MENSAGEM GOSTARIA DE DEIXAR AOS NOSSOS LEITORES?
Por vezes sentimos que o apoio domiciliário, todos estes cuidados, ainda são vistos como último recurso, quando já não se tem resposta. Noutros países o apoio domiciliário é visto como uma prevenção, para não deixar que a condição física e mental das pessoas se deteriore ao ponto de quando somos solicitados já não haver muito a fazer. O apoio domiciliário é um serviço de prevenção, que deve ser acionado mais cedo para que a nossa valia junto dos clientes seja maior.
ESPECIAL MADEIRA 2014
MADEIRA, uma terra próspera o
recoNHecimeNto das PoteNcialidades da madeira Não é algo Novo. aliás, tal facto remoNta à sua descoberta. foi em 1419 Que a madeira foi descoberta Pelos Navegadores Portugueses tristão vaz teixeira, bartolomeu Perestrelo e João goNçalves zarco. teNdo sido Notadas as caPacidades das ilHas, bem como a imPortâNcia estratégica destas, iNiciou-se, Por volta de 1425, a coloNização das mesmas.
Atlântico e a Festa de Ano Novo são alguns dos exemplos atividades que aliciam gente de todo o mundo. Todos eles caracterizados pelo maravilhoso espetáculo pirotécnico a que já estamos habituados. Estas são características únicas e imperdíveis, encontradas na Região Autónoma da Madeira.
ALBERTO JOÃO JARDIM Presidente do Governo Regional da Madeira
N
o início do seu povoamento foram introduzidas algumas culturas agrícolas como a cana-de-açúcar, que rapidamente conferiu ao Funchal uma franca prosperidade económica. Este facto levou a que na segunda metade do século XV, a cidade do Funchal se tenha tornado num porto de escala obrigatório para as rotas comerciais europeias. Nos séculos XVII e XVIII apareceu uma nova cultura que relançou novamente a economia da Madeira: o vinho. Elucidados um pouco sobre a história da Madeira é de salientar o facto de que esta e as suas gentes se têm sabido reinventar ao longo dos tempos e aproveitar ao máximo todo o know-how que possuem e aquele que vão adquirindo. A agricultura e as pescas são dois recursos fortes. A banana, a anona, a manga, cana-de-açúcar e o maracujá e outras espécies tropicais, a batata, o feijão, o trigo e milho e árvores de fruta da região mediterrânea (igueira, nespereira), são alguns exemplos do que é cultivado. A pecuária
complementa a atividade agrícola. O tipo de gado predominante é o ovino e caprino. No que toca à pesca, as principais espécies capturadas são o atum e o peixe-espada preto. Na indústria destacam-se as produções como as orientadas para o consumo local (massas alimentícias, lacticínios, produção e embalagem de açúcar, cimentos, entre outras) e as de carácter artesanal: bordados da Madeira, tapeçaria e artigos de vime. Com a evolução dos tempos, os madeirenses descobriram uma nova fonte geradora de riqueza: o turismo. O seu clima e as suas paisagens são fatores determinantes para o sucesso desta atividade económica. A sua exuberante vegetação, cuja loresta autóctone foi reconhecida pela UNESCO, em 1999, como Património Mundial Natural da Humanidade, é um atrativo só por si. Para além disto, são organizados diversos eventos que atraem milhares de pessoas, que faz com que a Madeira seja reconhecida internacionalmente como uma região essencialmente turística. O Carnaval, a Festa da Flor, o Festival do
MADEIRA APOSTA NOS BENEFÍCIOS FISCAIS
Foi comunicado, a 18 de Junho, a possibilidade de o Governo Regional estudar a introdução de um diploma para atribuir benefícios iscais para dinamizar e estimular o investimento na Madeira
e a criação de postos de trabalho. O diploma estabelece que as empresas com lucros de mais de 1,5 milhões de euros e menos de 7,5 milhões icam sujeitas a uma taxa adicional de três por cento e dai até aos 35 milhões de euros a taxa ixa-se nos cinco por cento. No entanto, para empresas cujos lucros superem os 35 milhões, a taxa adicional será de sete por cento. Estas medidas visam a proteção e o incentivo do investimento na Madeira, tornando o arquipélago num local cada vez mais atrativo para a ixação de empreas competitivas e sustentáveis.
/Julho
ESPECIAL MADEIRA 2014
O futuro, hoje! eNtrevista a alberto Pereira, diretor do madeirasHoPPiNg.
C
OMO DESCREVERIA O MADEIRASHOPPING E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA O FUNCHAL, EM PARTICULAR, E PARA A MADEIRA, NO GERAL?
O MadeiraShopping é o maior centro comercial do Arquipélago da Madeira com mais de cem lojas, 19 restaurantes, sete salas de cinema e mais de mil lugares de estacionamento gratuitos. Desde o início que o MadeiraShopping tem a preocupação de proporcionar uma experiência de visita aos seus clientes onde é privilegiado o conforto e a segurança. Numa única visita e num só local os madeirenses encontram tudo o que precisam para o seu dia-a-dia. Tudo isto disponível num horário alargado, ajustado às necessidades dos tempos modernos. Pretendemos que o MadeiraShopping continue a ser uma referência ao nível regional para compras ou momentos de lazer, constituindo uma alternativa de valor no panorama económico regional. ALÉM DAS COMUNS SALAS DE CINEMA, RESTAURANTES E LOJAS DAS MAIS VARIADAS ESPÉCIES, O MADEIRASHOPPING É TAMBÉM UM ÍCONE AO NÍVEL DA SEGURANÇA E DOS SERVIÇOS DIFERENCIADORES. PODERIA FALAR-NOS UM POUCO MAIS SOBRE AS APOSTAS NESTAS ÁREAS?
Para o MadeiraShopping a segurança do espaço e de todos que nos visitam é uma prioridade. Assim, todas as equipas do Centro possuem formação de combate a incêndios e de primeiros socorros. Há dois anos instalamos o Programa de Desibrilhação Automática Externa (DAE), que permite responder de forma imediata a um caso de paragem cardíaca inesperada. Além disso, realizamos regularmente ações de sensibilização ao nível de segurança, como, por exemplo, os simulacros em que são testados diferentes cenários no sentido de validar procedimentos do Plano de Emergência. Podemos ainda destacar que o MadeiraShopping dispõe de nove lugares de estacionamentos para pessoas com mobilidade reduzida, três sanitários adaptados, um elevador panorâmico com prioridade
/Julho
para pessoas com mobilidade reduzida e uma variedade de serviços que proporcionam aos seus visitantes maior conforto e segurança. COM UMA AMPLA OFERTA AO NÍVEL COMERCIAL E DE LAZER, O MADEIRASHOPPING É TAMBÉM UM IMPORTANTE EMPREGADOR NO ARQUIPÉLAGO. DESTA FORMA, SENTE QUE EXISTE UMA MAIOR LIGAÇÃO ENTRE A TERRA E O CENTRO COMERCIAL?
Na qualidade de maior centro comercial da região, o MadeiraShopping tem um importante papel económico e social com cerca de um milhar de pessoas envolvidas no seu funcionamento, desde lojistas, fornecedores e prestadores de serviços. Além disso, e fruto de uma política de proximidade com a comunidade local, fomentamos a colaboração e o apoio a diferentes entidades e iniciativas de âmbito local, o que permitiu estreitar laços e criar uma relação próxima entre o centro e a comunidade envolvente. A AGENDA CULTURAL DO MADEIRASHOPPING É VASTA. ESTA É UMA FORMA DE ATRAIR CADA VEZ MAIS PESSOAS AO CENTRO?
A ação do MadeiraShopping nesta região não se restringe à oferta comercial e de serviços, procurando complementar com uma boa oferta de entretenimento e lazer. De referir ainda, o envolvimento em iniciativas desenvolvidas com e para a comunidade local. Desde cultura, informação, segurança, o MadeiraShopping tem tido uma participação extremamente ativa no desenvolvimento e promoção de diferentes iniciativas, seja como parceiro, ou como promotor. Acreditamos que esta estratégia de proporcionar uma experiência de visita mais enriquecedora é uma mais-valia para quem nos visita e para atrair novos visitantes ao Centro.
NA SUA VISÃO PESSOAL, COMO CARACTERIZARIA HOJE O ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA E COMO VÊ A SUA EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA PARA O PAÍS?
O Arquipélago da Madeira, como todo o país, atravessa uma época de redeinição de estratégias e reajustes a diferentes níveis, motivados pela atual conjuntura económica nacional e
internacional. Com uma aposta nacional cada vez maior no setor do turismo e serviços, acredito que seja nestas áreas que também a Madeira se deverá focar, desenvolvendo um produto próprio e que seja um complemento à oferta existente em todo o território nacional. GLOBALMENTE, QUAIS SÃO AS GRANDES POTENCIALIDADES DA MADEIRA E DE QUE FORMA ESTÃO A SER APROVEITADAS EM PROL DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E DA SUSTENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS JÁ EFETUADOS, COMO É O CASO DO MADEIRASHOPPING?
O Arquipélago da Madeira tem uma posição geoestratégica fundamental no panorama atual. Próxima da Europa, numa localização que permite conciliar o clima ameno com uma paz social, que é cada vez mais procurada por empresas e pessoas de diferentes países. Estes fatores constituem uma mais-valia que tem sido aproveitada pela Região como destino turístico mas que acredito possa também ser um trunfo a desenvolver em termos de atratividade de novas organizações que queiram apostar em se sediar na região, quem sabe com incentivos que possam ser desenvolvidos. Por outro lado, a Região já está dotada de todas as infraestruturas
de base necessárias para que possam existir cada vez mais organizações a se instalar na região. EM TERMOS FUTUROS, QUAIS OS INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS PREVISTOS PARA O MADEIRASHOPPING?
Procurar trazer para o Centro e para a Madeira a melhor oferta comercial e de lazer e promover iniciativas relevantes para os nossos visitantes e lojistas. A renovação de lojas é um ponto crucial para manter um centro comercial atual e atrativo, pelo que estamos constantemente à procura de novas insígnias e conceitos inovadores que complementem a oferta global de lojas já existente. O desaio diário é adaptarmo-nos às necessidades dos clientes e às tendências do mercado. Foi nesse sentido, que o ano passado o MadeiraShopping passou a integrar a plataforma de promoções multi-canal desenvolvida pela Sonae Sierra – PromoFans. Aqui os lojistas podem colocar promoções e os clientes aceder gratuitamente e usufruir das mesmas, bastando para tal registarem-se em www.promofans.pt. Desta forma estamos a ir ao encontro dos consumidores cada vez mais exigentes e mais atentos às melhores oportunidades de compra, com total conveniência.
ESPECIAL MADEIRA 2014
SBSI: O mais forte que os mais fracos têm à
País Positivo rui riso, PresideNte do siNdicato dos baNcários ilHas (sbsi) exPlica o PaPel, a imPortâNcia e alguNs dos desafios da atividade siNdical Para os dias de HoJe, a adaPtação à sociedade em coNstaNte mudaNça e as coNQuistas em temPos de crise. a comPoNeNte de formação, os Progressos e a assistêNcia médico social.
do
RUI RISO Presidente do SBSI
H
á uma necessidade permanente do sindicato se adaptar ao desenvolvimento das sociedades em que se inserem, começa por explicar Rui Riso: “Nos últimos anos tentouse fazer passar a ideia de que o movimento sindical é quase desnecessário nas sociedades democratas, mas não nos podemos esquecer que é nas sociedades com uma economia forte, em que o sindicalismo também é por regra mais forte, olhemos para países como a Alemanha e a Suécia”. Quando o sindicalismo é forte, os salários são mais altos e, com o enfraquecimento do sindicalismo em Portugal, houve um decréscimo relativo do salário mínimo. No entanto, alguns sindicatos continuam com força e por isso a média salarial dos trabalhadores bancários é mais ou menos o dobro do salário mínimo nacional, e por isso, Rui Riso acredita que tal se traduz no empenho e dedicação do trabalho dos bancários. “Há uma grande dinamização da banca em Portugal, que é uma das mais modernas e produtivas da Europa”. A crise inanceira que o país atravessa levou a uma diminuição da atividade no setor bancário, no entanto o presidente conirma que
sindicalismo continua em força. “OS SINDICATOS SERÃO SEMPRE O MAIS FORTE QUE OS MAIS FRACOS TÊM”
Rui Riso airma que a legislação portuguesa por vezes não revela o trabalho sindical, essa nuvem traduz-se em regras que se aplicam de forma automática aos trabalhadores não sindicalizados, mas estes, por vezes, desconhecem que podem usufruir de tais benesses graças às conquistas por parte do sindicato. E esse desconhecimento acarreta mais fragilidades no setor, principalmente com os trabalhadores mais jovens, que parecem não perceber na realidade o papel do sindicato. Como principais desaios o presidente espera que este período de diiculdade e ataque ao sindicalismo acabe e que sejam capazes de fazer com que os trabalhadores mais jovens, compreendam a importância do papel dos sindicatos. Um trabalho que visa regular o trabalho de mercado no setor. Que assenta em valores de autonomia e independência do estado, que existe para defesa e proteção dos trabalhadores. Esta é uma mensagem difícil de passar à população mais jovem, airma. COMPONENTE DE FORMAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA MÉDICO SOCIAL
Em determinada altura da História os bancários
coNversa com o
sul
e
não tinham qualquer assistência médica suportada pelo estado e foi nesse contexto que se entendeu que fosse possível criar um sistema de saúde. A criação de tal sistema permitiu que os apoios na saúde fossem iguais para todos os bancários. É importante perceber que a altura em que o sistema de saúde para os trabalhadores bancários foi criado, era uma época em que banca era praticamente toda nacionalizada. Ainda hoje este sistema sobrevive porque nele se reconheceram virtudes que outros sistemas do género não tinham. Mesmo com todos os percalços que com ele acarreta, é um sistema privado, o que signiica que não tem qualquer encargo para o estado. Desde da região da Covilhã até às Ilhas, os protocolos de saúde abrangem não só o trabalhador bancário, como toda a família está igualmente incluída. Na componente de formação: os sindicatos têm vindo a realizar atividades paralelas à atividade sindical, que permitem aos sócios ter certas vantagens, como por exemplo preços especiais em determinados bens e serviços, como viagens, a possibilidade de estar no parque de campismo e no centro de férias e formação, uma vez que a formação é importante porque dá aos bancários a oportunidade de se munirem das melhores ferramentas para enfrentar os desaios laborais que surgem no dia-a-dia.
entanto, “em termos de tempo, muitas vezes estamos mais perto da Madeira do que de outros pontos do país”, relete o presidente. “A Madeira é muito centralizada no Funchal, são agências mais pequenas e são menos trabalhadores. A única diferença é ser uma ilha, e isso traduz-se num menor luxo. Orgulho-me de representar as ilhas e dessa forma colaborar para o desenvolvimento regional de saúde, um exemplo disso mesmo é na área da saúde, em que os encargos são quase na totalidade suportados pelo sistema por nós criado e em que o grau de prontidão é quase imediato”. Em relação à formação, o presidente airma que se promovem mais ações de formação porque o número reduzido de pessoas por turma assim o permite e facilita. “Há mais formações pela facilidade através do pequeno número de pessoas.” Rui Riso explica que nesta área a Ilha da Madeira é altamente empenhada e por uma questão de facilidade devido a um número reduzido de elementos, a organização de formações é mais dinâmica. “Não queremos que os nossos ailiados se sintam desvalorizados por não estarem perto de Lisboa. Queremos que todos tenham as mesmas oportunidades e é para isso que trabalhamos.”
A ILHA DA MADEIRA
O sindicato dos trabalhadores bancários promove a vinda das pessoas da ilha para o continente por questões de saúde. O hospital situado em Lisboa não serve só para o continente, realça Rui Riso. Quanto à dinâmica e interação com a população dos arquipélagos não é diferente da do continente, simplesmente existem caraterísticas próprias como a densidade populacional e agências mais pequenas. No
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QUALIDADE DE VIDA
Cultura, natureza e gastronomia no coração do Alto Tâmega Não PreteNde realizar obras de graNde moNta Num coNcelHo Que Já Possui as iNfraestruturas e eQuiPameNtos Necessários Para oferecer Qualidade de vida aos seus muNíciPes elege como obJectivos Primordiais a Promoção do “seu” coNcelHo, oferecer aiNda mais Qualidade de vida a Quem reside em boticas e fixar PoPulação. um dos métodos utilizados Por ferNaNdo Queiroga, o PresideNte da câmara muNiciPal de boticas, Passará Pela uNião de esforços com os demais autarcas da região do alto tâmega, Numa estratégia Que Promova a sua atratividade iNtegrada. FERNANDO QUEIROGA Presidente da CM de Boticas ESTEVE RECENTEMENTE PRESENTE NA APRESENTAÇÃO DE UM CONCURSO NACIONAL QUE VISA DISTINGUIR O MUNICÍPIO DO ANO 2014 AO NÍVEL DAS BOAS PRÁTICAS E DA QUALIDADE OFERECIDA... QUE ARGUMENTOS APRESENTA ATUALMENTE BOTICAS NUMA CANDIDATURA A ESTE PRÉMIO?
O município de Boticas já foi contemplado, em tempos, com alguns prémios que distinguem boas práticas. Uma das nossas preocupações consiste em estarmos próximos do munícipe e em irmos de encontro às necessidades por este evidenciadas. Nesse sentido, promovemos um atendimento ao munícipe pioneiro no país. Temos um serviço itinerante que assegura todos os serviços prestados no edifício da autarquia, assegurado por duas funcionárias que, através de duas carrinhas se deslocam a todas as aldeias. Deste modo, também a população mais idosa e com mobilidade reduzida pode resolver qualquer assunto que compita à autarquia. Acoplamos a isto outros serviços, que vão desde marcações de consultas no centro de saúde ao aviar receitas médicas, às questões relacionadas com os CTT, com a Telecom, a EDP ou com a Segurança Social. Paralelamente, através de outras práticas, temos o cuidado de evitar o isolamento ou o absentismo das pessoas nas suas aldeias. Creio que este será um projecto levado em linha de conta pela Universidade do Minho que, em boa hora, lançou este prémio, que nos faz dar o melhor de nós em prol da população que servimos. CALCULO QUE ESTE PROJETO, ENTRE OUTROS DESENVOLVIDOS PELA AUTARQUIA, VISEM O OBJETIVO DELINEADO POR QUALQUER EDIL, O INCREMENTO DA QUALIDADE DE VIDA DOS SEUS MUNÍCIPES... COMO AVALIA ESSE PARÂMETRO EM BOTICAS?
O concelho de Boticas vende qualidade de vida! Temos 98 por cento de abastecimento de água a toda a população, 89 por cento de saneamento básico, todas as vias de comunicação estão devidamente pavimentadas, temos tido o cuidado de preservar o património das nossas aldeias
evitando a tentação das aberrações urbanísticas e, como não poderia deixar de ser, temos uma extraordinária qualidade ambiental. Existem no concelho águas fabulosas e, a título de exemplo, estas águas que a Câmara Municipal de Boticas explora para uso doméstico, foram avaliadas com um cumprimento no que concerne aos parâmetros de qualidade de 99,8 por cento. Nos nossos rios surgiram mexilhões de água doce, algo só possível em águas de excelente qualidade. Em simultâneo, ao longo dos últimos anos, foi construída uma série de equipamentos que assegura as mesmas possibilidades de usufruto e de diversiicação de atividades que existem em maiores centros. Falo, em concreto, do Parque Arqueológico do Vale do Terva, em torno do qual organizaremos um simpósio do inal de Julho, do Centro de Artes Nadir Afonso, um equipamento de referência da região Norte onde se encontra em permanência uma exposição do mestre Nadir Afonso; recentemente, inaugurámos o Parque de Natureza e Biodiversidade onde,
aliada à preservação da natureza e de espécies cinegéticas da região, temos quintas pedagógicas, truticultura para venda e para repovoamento dos nossos rios... Enquanto tivermos uma pessoa que seja a viver em qualquer aldeia do município, a mesma será tão bem cuidada como se ali existissem cem ou 200. O MUNICÍPIO DE BOTICAS É PROCURADO EM TERMOS TURÍSTICOS?
Tem sido muito procurado. Estamos atualmente a apostar na divulgação do concelho, num projeto de continuidade que vem desde o executivo liderado pelo meu antecessor, que dotou todo o concelho de infraestruturas e equipamentos que o tornassem mais atrativo. Neste momento, estamos numa fase de promoção e de atratividade de pessoas. Apesar de dotados de excelentes respostas ao nível do turismo rural, tínhamos uma carência no concelho ao nível da capacidade hoteleira, entretanto colmatada através do investimento privado da Fundação Nadir Afonso, que construíu o Boticas Hotel Art
and SPA. Este equipamento vai de encontro à procura que temos vindo a constatar. As pessoas procuram-nos pela excelente gastronomia que temos e encontram aqui equipamentos e actividades que as satisfazem. Temos passeios pelos trilhos dos moínhos, visitas ao Centro Europeu de Documentação e Interpretação da Cultura Castreja e ao Castro de Lesenho, onde surgiu o Guerreiro Galaico, o símbolo nacional da arqueologia, que foi encontrado em Boticas; temos o Museu Rural, já reformulado com tecnologia e equipamentos modernos; temos o Parque de Natureza e Biodiversidade... As pessoas que nos visitem terão certamente ocupação de qualidade durante quatro ou cinco dias.
CULTURA, NATUREZA E GASTRONOMIA
“Cultura, natureza e gastronomia são os três pilares fundamentais do concelho de Boticas”, refere Fernando Queiroga, um autarca que defende que se fale “numa região, como se está a construir, ao longo destes seis meses de existência da CIM Alto Tâmega” Esta comunidade intermunicipal, que agrega seis novos autarcas, está a ainda dar os primeiros passos mas os seus membros constituintes já chegaram à conclusão que ”enquanto cada um falar apenas para dentro do seu município, os nossos objectivos, que em grande parte são comuns, serão muito mais difíceis de alcançar”, aiança Fernando Queiroga.
UM OÁSIS NO MUNICÍPIO DE BOTICAS:
Parque Arqueológico do Vale do Terva Localizado nas freguesias de Ardãos e Bobadela e de Sapiãos, o Parque Arqueológico do Vale do Terva (PAVT) abrande um território com cerca de 60 km2 no lado norte do concelho de Boticas. É um parque arqueológico com
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QUALIDADE DE VIDA
carácter geográico contínuo, com um conjunto de valores patrimoniais histórico-arqueológicos, etnográicos e ambientais que se constituem como elementos patrimoniais relevantes e representativos das diversas paisagens que se coniguraram na longa ocupação humana do território. O projeto de criação do PAVT resultou de uma iniciativa do Município de Boticas, em parceria com a Universidade do Minho. Estas duas entidades convergiram no interesse mútuo de promover a criação deste Parque Arqueológico, de modo a assegurar o estudo, proteção, valorização e difusão alargada do seu valioso património pretendendo-se que o mesmo se constitua como um agente de desenvolvimento sustentável do território e da região, quer em termos de conhecimento, quer em termos económicos e de promoção turística nacional e internacional. O povoamento humano atual do PAVT concentrase em cinco aldeias de origem medieval (sécs. XII-XIII): Ardãos, Bobadela, Nogueira, Sapelos e Sapiãos, implantadas nas bordaduras do vale, associando-se a manchas agrícolas que se desenvolvem exclusivamente em torno dos aglomerados. Os rigores de um clima duro moldaram o modo de vida das suas populações, que izeram das atividades agro-pastoris o seu modo de vida e a sua forma de subsistência, alicerçados em fortes laços comunitários. Ao longo dos séculos e no decorrer da sua labuta diária pela sobrevivência, criou-se uma relação muito próxima entre a atividade humana e a natureza, na tentativa de manter em equilíbrio os frágeis ecossistemas. Assim, a vida das pessoas gravita em volta dos recursos que lhe são preciosos para a sua sobrevivência: a água, a terra e os animais. As populações atuais, apesar das diiculdades associadas à regressão populacional, ainda
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mantêm uma economia de base agro-pastoril, preservando algumas práticas do comunitarismo agrário, em que sobressai a entreajuda, expressão de fortes laços de solidariedade forjados na concretização de tarefas de interesse comum, como o arranjo de caminhos, do regadio e da manutenção dos moinhos e dos fornos do povo. Os saberes-fazer, refinados por práticas seculares e transmitidos de geração em geração, materializam-se em inúmeras peças e instrumentos de uso quotidiano, que as populações conservam carinhosamente e desejam ver expostas na Casa das Memórias. Mas não foi sempre assim. Na área do PAVT constata-se que a uma ocupação esparsa e residual na Idade do Bronze se sucede uma ocupação intensa na Idade do ferro (2.ª metade do 1.º milénio a.C.), conhecendo-se nove povoados fortiicados ou “castros”, implantados nos relevos montanhosos que circundam o vale. A densidade de ocupação parece relacionar-se com a exploração intencional dos recursos minerais e metalíferos existentes (jazidas de ouro e estanho). Esta estratégia de ocupação, orientada para a exploração dos recursos minerais, evidencia-se plenamente com a ocupação romana (sécs. I a.C./IV d.C.), reconhecendo-se neste período a exploração intensiva dos jazigos desta área, visível nas frentes de exploração do Brejo, Sapelos, Limarinho, Poço das freitas e Batocas, em articulação direta com povoados mineiros e uma rede viária bem estruturada. Na paisagem do vale superior do Rio Terva parece ganhar signiicado o distinto aproveitamento que as comunidades izeram, ao longo de várias épocas, dos recursos naturais do vale, evidenciando-se duas orientações básicas: até ao im do domínio romano parece ter dominado a exploração dos recursos minerais; a partir da Idade Média a exploração dos recursos agro pastoris parece ter constituído a orientação
estruturante do povoamento. O vale superior do Rio terva apresenta, assim, um interessante quadro evolutivo de ocupação, conigurandose, como indicam os abundantes testemunhos arqueológicos identiicados, com um verdadeiro palimpsesto através do qual se poderá vislumbrar as diversas paisagens que abrigou. O Centro de Interpretação localizado em Bobadela é a porta de entrada para o PAVT - aí se recebem os visitantes, a quem é facultada toda a informação pertinente, habilitando-os a visitar/percorrer o território com autonomia. Os conteúdos expositivos permitem conhecer, de forma didática, apelativa e sensorial, os múltiplos valores patrimoniais do território, fazendo a ponte para a fruição da paisagem e do património in loco, através de propostas de roteiros de visitação temáticos. O objetivo maior é sempre o da promoção do território, apoiado na exploração das suas potencialidades ao nível do turismo histórico, etnográico e natural. Instalado na antiga casa paroquial, que foi recuperada e adaptada para o efeito, o Centro de Interpretação é um lugar de conhecimento, proporcionando uma exposição permanente que apresenta as características e história do território. Na Sala do Território apresenta-se uma caraterização interpretada dos valores patrimoniais naturais e culturais do PAVT. Através de conteúdos expositivos estáticos e multimédia, que incluem maquetas, projeções vídeo, espólio arqueológico, espécies vegetais, monitores táteis, gavetas didáticas, fotograias e silhuetas, o visitante ica a conhecer a geologia, a cobertura vegetal, a fauna, a lora, os monumentos arqueológicos, a história da ocupação do território, as suas aldeias e as tradições das suas populações. Na Sala da Mina recria-se o cenário de uma
antiga mina romana, proporcionando uma experiência sensorial que simula a circulação numa galeria subterrânea, semelhante às existentes no complexo mineiro antigo do vale do Terva. Ao longo do percurso, através de vídeos e monitores táteis, é também proporcionada informação sobre a história da mineração no mundo e na zona do PAVT. A implementação do PAVT resulta da candidatura “Complexo Mineiro Antigo do Vale Superior do Rio Terva – 2.ª Fase”, apresentada ao EEC PROVERE AQUANATUR – PA/1/2012 EIXO PRIORITÁRIO II – VALORIZAÇÃO ECONÓMICA DE RECURSOS ESPECÍFICOS ON.2 O NOVO NORTE, cujo contrato de inanciamento foi celebrado a 17 de junho de 2013, com investimento elegível de 1.087.089,00€ e inanciamento FEDER de 869.671,20€.
CIGARRO ELETRÓNICO
Cigarro Electrónico: a alternativa ao cigarro tradicional 30
milhões de utilizadOres Já se terãO rendidO, só nO cOntinente eurOpeu...
prOpOsta é simples: inalar vapOr, cOm Ou sem nicOtina substâncias químicas, entre as quais
a , mas nãO as mais de quatrO mil
40 cancerígenas, alcatrãO e mOnóxidO de carbOnO
sãO argumentOs mais dO que tentadOres para quem pretende deixar Os cigarrOs cOnvenciOnais.
O
cigarro electrónico começa a airmarse hoje também no panorama nacional, conquistando cada vez mais a preferência de muitos fumadores, que encontram nesta alternativa uma via muito menos nociva, que além de permitir diminuir substancialmente os riscos inerentes ao consumo de tabaco, se aigura aprazível e satisfatória (o leque de escolha inclui uma inusitada variedade de sabores, aromas e teores de nicotina), garantindo igualmente poupanças anuais na ordem de várias centenas de euros., O cigarro electrónico tem o condão de não romper com o ritual por detrás do ato de fumar, substituindo a prática pela vaporização. Quem vaporiza, sabe que consome um líquido que contém propileno glicol, uma base farmacêutica, glicerina vegetal, um composto utilizado laboratorialmente em alimentos para conferir sabor, e, se assim optar, nicotina, que poderá reduzir gradualmente. Da parte dos agentes comerciais que o País Positivo contactou, a produção de legislação em Portugal é aguardada com expetativa mas igualmente desejada. Dois dos maiores operadores nacionais, a Cigavapor e a Vapor d’Água, reclamam a adopção de normativas que certiiquem produtos, regulem o packaging, restrinjam a publicidade a públicos menores e criem uma certiicação baseada em formação e aquisição de competências para os proissionais que vendem este tipo de produtos. E que sejam coerentes e conscientes no âmbito das restrições ao uso, à semelhança do que foi implementado em Espanha, que o proíbe apenas em hospitais, escolas e edifícios públicos, permitindo-o, por exemplo, em cafés ou restaurantes. Neste périplo, o País Positivo começou por recolher testemunhos de utilizadores do cigarro electrónico que iam entrando na loja do Porto da
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Cigavapor. António Silva, como eu, é jornalista, reside no Porto, era fumador, acumulando ainda esse fardo chamado bronquite asmática. É utilizador do cigarro electrónico há três meses, depois de ter fumado durante 22 anos e confessase completamente rendido às evidências testadas
squash há mais de 10 anos mas, nos últimos tempos, sentia que o rendimento não era o mesmo e o cansaço após os treinos era uma constante. Experimentei vários sabores e acabei por me idelizar. O vapor substitui facilmente o vício do fumo, o ritual mantém-se, os odores
no seu próprio organismo, depois de ultrapassado um período marcado pelo cepticismo. Do Porto para Lisboa, aquando da visita à Vapor d’Água, interpelámos um cliente que procurava sabores alternativos: “Aqui, vou adequando o prazer de vapear com que substituí um vício muito danoso que durava há 30 anos à descoberta de novos sabores...”. Fernando Silvério é isioterapeuta e acumula uma experiência traduzida em 52 anos de vida. A descrença em relação à cessação tabágica já o tinha invadido após duas tentativas: “Há três anos, o meu médico confrontou-me com a necessidade de deixar de fumar. Pratico
dentro de casa e no carro desapareceram e tenho a vantagem de escolher diferentes sabores ao longo do dia”. Partindo de argumentos apresentados por especialistas e investigadores afectos à área da saúde, que se têm debruçado sobre a viabilidade do cigarro electrónico enquanto alternativa ao cigarro convencional, também é possível aferir uma recente produção de evidência cientíica. Phillippe Presles é um médico francês (tabacologista), e liderou um apelo liderado por 100 médicos que, junto da União Europeia – tal como o izeram recentemente mais 52 médicos
junto da Organização Muncial da Saúde apoiam a alternativa cigarro electrónico: “Graças ao cigarro electrónico, conseguimos eliminar três grandes venenos do tabaco, o alcatrão, o monóxido de carbono e as partículas inas, substâncias que estão ligadas ao surgimento de cancros, ataques cardíacos e à doença pulmonar obstrutiva crónica”, refere.
CIGARRO ELETRÓNICO
Um estudo recente demonstra que os cigarros electrónicos não produzem efeitos negativos na função cardíaca. A conclusão é veiculada pelo coordenador da investigação, Konstantinos Farsalinos, médico no Centro de Cirurgia Cardíaca Onassis, em Atenas, que embora admitindo que “os cigarros electrónicos não são um hábito saudável”, frisa que “são uma alternativa mais segura” do que os cigarros tradicionais, acrescentando que “se considerarmos os riscos extremos associados ao consumo de cigarros, os dados actualmente disponíveis sugerem que os cigarros electrónicos são muito menos nocivos” No passado mês de Maio, 53 especialistas em tabaco, cancro e dependências e proissionais da saúde de países ocidentais airmaram, em carta enviada à Organização Mundial de Saúde, que “as pessoas fumam pela nicotina, mas morrem pelo fumo”. Na missiva, enviada à directorageral da OMS, Margaret Chan, os especialistas pediam que se “liberte o potencial dos cigarros electrónicos e produtos de tabaco sem combustão” e que “se encoraje o uso do cigarro electrónico mais do que procurar reprimi-lo”. De acordo com os autores desta iniciativa, entre os quais iguram o ex-ministro da Saúde italiano, oncologista de proissão, Umberto Veronesi, e o ex-diretor francês do Fundo Mundial Contra a Sida, Michel Kazatchkine, “o potencial do cigarro electrónico para reduzir o fardo das doenças causadas pelo tabagismo é muito grande e este poderia estar entre as inovações mais importantes do século XXI em matéria de saúde”. Já por cá, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, embora reconheça que “a nicotina presente nos cigarros electrónicos, só por si, não provoca danos ao nível do aparelho respiratório, mantém os níveis de dependência dos indivíduos, diicultando a cessação tabágica”, airmando a necessidade da realização de novos estudos que comprovem o contributo do cigarro electrónico... No entanto, a SPP acrescenta que “as doenças respiratórias, cuja causa está directamente relacionada com os hábitos tabágicos, surge devido às cerca de quatro mil substâncias existentes no tabaco (monóxido de carbono, amónia, alcatrão…)”, que, sabemos, não estão presentes no cigarro electrónico... VÍTOR MONTEIRO Proprietário da Cigavapor EM QUE MEDIDA SERÁ LEGÍTIMO AFIRMARMOS QUE, HOJE, É MENOS ARRISCADO E MAIS?
Desde logo, convém salientar que não é correcto utilizar-se a expressão fumar associada ao cigarro electrónico mas antes vaporizar... Ao ato de fumar, está associada a queima do papel e do tabaco. No caso do cigarro electrónico, vaporiza-se o líquido. É efetivamente muito menos arriscado porque não tem monóxido de carbono, não tem alcatrão, não tem benzeno... Peguem numa folha de papel, acendam uma
TESTES AOS COMPONENTES QUE INTEGRAM OS LÍQUIDOS... QUE COMENTÁRIO LHE SUSCITA ESTA “CRUZADA”?
ponta e inalem do outro lado... ARREPIA SÓ DE PENSAR...
Mas é isso que as pessoas fazem quando fumam cigarros, que têm papel à volta... Os nossos produtos têm propileno glicol, uma base farmacêutica, e glicerina vegetal, muito utilizada em aditivos de comida para dar sabor, e nicotina, um composto orgânico. ASSOCIADO A ESSES FATORES DE RISCO E À AUSÊNCIA, EM CONTRAPONTO COM O CIGARRO CONVENCIONAL, DE MAIS DE QUATRO MIL SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, 40 DAS QUAIS CANCERÍGENAS, EXISTE O FACTOR ECONÓMICO... O CIGARRO ELECTRÓNICO PERMITE AO UTILIZADOR UMA POUPANÇA MUITO SIGNIFICATIVA...
Uma embalagem de líquido, na Cigavapor, custa 2,50€ e, mesmo que noutras empresas possa custar 5 ou 6€, essa embalagem equivale a oito a dez maços de tabaco... Um fumador que consuma um maço de tabaco por dia gasta sensivelmente 120€ por mês e, com a nossa empresa, passa a gastar 12,50€.
A todas as vertentes. Sabemos que estas são indústrias que ainda estão em crescimento, há quem pense que a Cigavapor é internacional mas, na verdade, é uma marca nacional em crescendo a partir do Norte do país mas, quando falo em qualidade, falo de três anos de testes aos nossos produtos. Posso dizer que houve produtos que nos chegaram a casa que não chegámos a vender a ninguém. Chegámos a pagar valores ridiculamente elevados por materiais que, após testarmos, colocámos no lixo... Nunca comprámos por fotograias em catálogos. Só depois de testarmos os produtos e de lhes atestarmos qualidade avançamos para a compra. Ao nível assistencial, como estamos a crescer, estamos a implementar cada vez mais a proissionalização da assistência técnica que oferecemos ao cliente. COMO SURGIU A CIGAVAPOR?
É uma questão interessante... Eu utilizo o cigarro electrónico há quatro anos. Durante os primeiros quatro meses fui um mero utilizador e, a partir daí, comecei a estudar o mercado. Comecei a comprar para amigos, depois para amigos de amigos e isto começou a alastrar-se. A nossa principal preocupação inicial foi a qualidade e não tanto o comércio. Também por isso não focamos a comunicação no facto de termos o melhor preço do mercado. Pretendemos oferecer a melhor qualidade e, dentro desses parâmetros que deinem a melhor qualidade, queremos oferecer o melhor preço.
A Cigavapor nasceu em Abril de 2011, momento a partir do qual comecei a perspectivar o negócio de forma mais comercial, sempre focado na qualidade. Quando abrimos a primeira loja, em Valongo, sabíamos que o nível de facturação que tínhamos atingido, já nos permitia avançar sem qualquer risco. E izemo-lo com o intuito de conferir uma maior credibilidade a uma marca e a um negócio que já existia através de um site. Começámos a crescer, abrimos no Amial, no Porto, franchisámos de forma muito controlada e estamos actualmente com 40 lojas, onde empregamos cerca de 70 pessoas. O nosso maior factor de sustentação foi o peso alcançado que nos permitiu garantir em Portugal a exclusividade das marcas Kangertech, no que concerne aos atomizadores, e da Dekang, a maior marca mundial de líquidos. Estamos a crescer de forma sustentada e a maior prova disso mesmo é que chegámos às 40 lojas e não fechámos nenhuma.
ESSA PROCURA DA MELHOR QUALIDADE APLICASE À COMPONENTE ASSISTENCIAL OU AO PRODUTO EM SI?
AINDA CONTINUA A VERIFICAR-SE ALGUMA OPOSIÇÃO POR PARTE DE ALGUNS PROFISSIONAIS DA SAÚDE, QUE INSISTEM NA INEXISTÊNCIA DE
POR QUE DEVERÁ UM FUMADOR OPTAR PELA CIGAVAPOR QUANDO DECIDE TROCAR O CIGARRO CONVENCIONAL PELO CIGARRO ELECTRÓNICO?
Antes de mais, quando falamos sobre algo temos que saber estabelecer critérios de comparação. Eu não posso comparar o cigarro electrónico com águas com gás. Tenho que comparar cigarro electrónico com tabaco. E quando se coloca o tema do conteúdo dos líquidos, essa é para mim uma falsa questão... ninguém questiona a composição da lixívia, que não é feita para se beber, tal como o líquido que é para vaporizar. Já existem testes realizados para seis anos que revelam enorme sucesso no que concerne ao abandono do cigarro convencional nas pessoas que vaporizam. E, mesmo ao nível da saúde, sabemos que corremos muito menos riscos do que ao consumir o cigarro convencional pelos motivos mais do que enumerados. É óbvio que não vou airmar que o cigarro electrónico faz bem mas o ar que respiramos também não é inócuo. E temos, isso sim, que admitir o malefício do cigarro electrónico é incomparável ao do cigarro convencional. As pessoas sabem que uma coisa é pôrmos fumo no corpo e outra é pormos vapor. Não conheço nenhum tratamento pneumológico que recorra a fumo... Com vapor acho que são todos... NOVA LEGISLAÇÃO: AQUI NÃO HÁ VAPORIZADOR PASSIVO
“É importante que haja lojas especíicas, com pessoal formado e devidamente credenciado, para a venda destes produtos, tal como sucede com outros ramos como o farmacêutico ou o das seguradoras... Quando alguém decide abandonar o consumo de tabaco e, em alternativa, iniciar-se no cigarro electrónico, deve poder contar com alguém que perceba qual é o tabaco que está a fumar e propor a solução mais adequada ao nível do líquido, do sabor e da gramagem de nicotina, sob pena de não resultar. Não é por acaso que dispensamos o tempo que for necessário para todos os esclarecimentos aquando do atendimento ao cliente... Não me parece viável que a pessoa do café ou da tabacaria tenha esta disponibilidade, esta variada gama de produtos para as pessoas testarem... Estamos a falar em deixar de fumar... é preciso ter cuidado relativamente a esta transformação que vai acontecer na vida de uma pessoa! Isto não é só comércio e é precisamente por olharmos para tudo isto como algo que extravasa largamente o comércio que crescemos desta forma. Ao nível da regulamentação, não acredito que venha a ser proibido vaporizar onde é actualmente proibido fumar. A lei espanhola, por exemplo, só proibe vaporizar em edifícios públicos, como escolas, hospitais e demais unidades do estado. E já existem estudos que comprovam que o vapor não prejudica a qualidade do ar, algo que elimina desde logo a possibilidade de existência do vaporizador passivo”.
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CIGARRO ELETRÓNICO
da saúde. Aliás, temos clientes de praticamente todos os sectores de actividade. ...OS MESMOS QUE, MUITAS VEZES, ADVOGAM PUBLICAMENTE QUE O CIGARRO ELECTRÓNICO É NOCIVO E DEVIA SER PROIBIDO...
TIAGO MACHADO Proprietário da Vapor d’Água e da Vapo-Cigar
EM QUE MEDIDA SERÁ MENOS PERIGOSO CONSUMIR O CIGARRO ELECTRÓNICO VAPOR D’ÁGUA OU VAPO-CIGAR DO QUE O CIGARRO TRADICIONAL?
O nosso cigarro electrónico posiciona-se como uma alternativa ao cigarro tradicional. Alternativa essa muito menos nociva porque estamos a retirar o consumo de chumbo, de alcatrão, de monóxido de carbono, cianeto, amoníaco e de muitas outras substâncias cancerígenas.. Portanto, é muito menos perigoso vapear do que fumar. E PARECE-LHE EXISTIR ESSE ENTENDIMENTO POR PARTE DO GOVERNO PORTUGUÊS, NOMEADAMENTE PELOS DECISORES POLÍTICOS DA ÁREA DA SAÚDE?
Enquanto empresário da Vapor d’Água e da Vapo-Cigar, defendo com todas as minhas forças a premente necessidade de uma legislação. Creio que os diferentes quadrantes políticos e grupos parlamentares têm vindo a demonstrar alguma preocupação... Mas é urgente que o Governo crie uma legislação própria, que derivará necessariamente da directiva europeia. Temos o exemplo espanhol, cuja idiossincrasia popular é tão parecida que talvez faça todo o sentido seguir ou adaptar o que ali foi feito. Parece-me pois, que já foi criada uma consciência em torno da necessidade de produzir legislação, só me restam dúvidas relativamente ao timming previsto para o fazer. Quanto mais tempo se perder neste vazio legislativo, mais espaço se concederá à entrada de empresas não certiicadas, à circulação no mercado de produtos não certiicados, sem controlo ou loteamento da produção, sem um track record para esse mesmo lote... É urgente legislar para proteger a sociedade civil e a saúde
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pública. Enquanto empresário responsável por duas marcas, em que medida já implementa essas práticas que, defende, venham a constituir uma obrigação legal por parte dos agentes comerciais? Estamos atentos e temos, em todas as embalagens, a referência à indicação exclusiva para maiores de 18 anos e as contra indicações para alérgicos, grávidas e doentes cardíacos. Temos todas as embalagens escritas em português, não fazemos qualquer tipo de comunicação ou publicidade a que possam ter acesso menores de 18 anos, assim como não vendemos produtos a estes públicos, a nossa embalagem obedece a normas de segurança que impedem a abertura por parte de crianças, temos a indicação do contacto telefónico do CIAV-INEM para o caso de se veriicar qualquer tipo de intoxicação, alterámos recentemente todos as alusões gráicas a frutos ou designações dos mesmos em inglês para não corrermos o risco de induzir as crianças em erro... Em suma, já estamos à frente da própria legislação. Já temos nas nossas marcas o que preconizamos para a legislação portuguesa, precisamente para defendermos a saúde pública, ainal de contas a nossa principal preocupação. Antes de ser empresário, sou pai... É SABIDO QUE ESTE NEGÓCIO TEM SIDO MUITO LUCRATIVO AO LONGO DOS ÚLTIMOS TEMPOS... TAMBÉM ESTÁ POR MISSÃO NO MESMO?
Sem dúvida! Eu também estou por missão neste negócio! Fui fumador durante 22 anos... A primeira razão apresentada aos nossos clientes para fazerem a transição do tabaco para o vapeio através do cigarro electrónico é a saúde. Portanto, por detrás do negócio, existe muito espírito de missão. TEM CLIENTES MÉDICOS?
Sim, temos clientes médicos e outros proissionais
Não sei se são os mesmos mas também vestem bata branca... Sobretudo, médicos conscientes do que é o cigarro tradicional e da diferença para o cigarro electrónico. Nas nossas marcas, nunca preconizámos nem preconizaremos o início tabágico do cigarro electrónico. Não defendemos que o cigarro electrónico faça bem ao que quer que seja. Não defendemos que sirva para deixar de fumar. Não tem uma vertente medicinal ou cariz curativo. É simplesmente uma alternativa ao cigarro tradicional e, como tal, reduz o risco. Repare que todos os nossos líquidos têm certiicado. Falamos de certiicações como a ISO 9001, ISO 14001, de líquidos produzidos na Europa e submetidos a todos os controlos de qualidade que sabemos que advêm ao abrigo de uma Comunidade Europeia, a um product test, onde são descriminadas e analisadas todas as substâncias presentes. Ninguém pode negar que se retiram as substâncias do cigarro tradicional, tão referenciadas como nocivas, para o uso no cigarro electrónico... Por outro lado, existem cada vez mais estudos, nomeadamente um realizado em Inglaterra durante cinco anos, com recurso a uma amostra composta por 6 mil pessoas entre fumadores e vapeadores, em que icou demonstrado que o cigarro electrónico é muito menos nocivo do que o cigarro tradicional. Portanto, é naturalmente e cientiicamente comprovável que estamos perante algo muito menos nocivo. POR QUE DEVEM OS VAPEADORES ESCOLHER VAPOR D’ÁGUA OU VAPO-CIGAR EM DETRIMENTO DE OUTRA MARCA?
Existem vários factores que contribuem para que adiramos a uma marca... Desde logo, a qualidade e essa é a vantagem fundamental que apresentamos na Vapor d’Água. Representamos o líder mundial em termos de líquidos, a Hangsen, representada em 80 países diferentes; outro factor de diferenciação prende-se com o facto de o nosso cigarro ter um líquido europeu, submetido a todos os processos de certiicação europeus; depois, a nossa imagem, claramente diferenciadora daquilo que existe no sector; temos ainda a gama mais ampla do mercado
em termos de sabores e a maior variedade em níveis de nicotina. E, igualmente importante, fruto da nossa forte aposta na formação contínua quer para o canal das tabacarias, quer para o canal dos franchisados, posicionamo-nos como conselheiros dos nossos clientes. Conseguimos explicar ao cliente o que vai acontecer na transição do consumo do cigarro tradicional para o cigarro electrónico, o porquê de um líquido e não de outro. Não adianta conhecermos a qualidade, os certiicados e o posicionamento dos nossos líquidos ou devices se não transferirmos para os nossos franchisados e tabacarias todo esse modelo de formação. COMO ENCARA A CONCORRÊNCIA, CADA VEZ MAIS PRESENTE, NESTE SETOR?
Muito saudável! Temos estreitas relações com os principais players do mercado em Portugal, participamos na Associação Portuguesa de Empresas de Cigarros Electrónicos e consideramos fundamental a existência de outras marcas. O setor tem espaço para todos e a concorrência com qualidade, que existe, é muito importante. Abrimos a primeira loja Vapor d’Água no dia 22 de Dezembro. Neste momento, temos quase 40 lojas abertas em Portugal, sete das quais próprias, sendo as restantes franchisadas. Com a Vapo-Cigar, estamos presentes em cerca de 600 tabacarias. O crescimento tem sido exponencial. Bem como o do sector enquanto um todo, até porque estamos a falar de cerca de 150 lojas espalhadas pelo país... ...O QUE REPRESENTA, EM CONTRACICLO COM O PAÍS, MUITOS POSTOS DE TRABALHO CRIADOS EM POUCO MAIS DE UM ANO...
Se estamos a falar de 150 lojas e de 40 empresas a operar em Portugal, estaremos perante cerca de cinco mil pessoas a trabalhar actualmente no setor... Para um país que enfrenta sérios problemas de empregabilidade, parece-me tratarse de um setor que merece ser olhado de outra forma, com respeito e alguma deferência. Somos um setor de bem, pagamos os nossos impostos e temos interesse em ajudar os portugueses em encontrar uma alternativa ao cigarro tradicional. A Vapor d’Água apresenta-se como uma marca que pretende airmar-se no longo prazo e vamos ter muitas surpresas nos próximos meses, entre as quais duas gamas de líquidos que fazem jus à nossa assinatura.
SAÚDE E BEM-ESTAR
Benefícios do consumo de peixe vs carne artigO de miguel gOdinhO, nutriciOnista dO hOlmes place avenida 5 de OutubrO em menor quantidade. O peixe é ainda uma excelente fonte vitamínica e, ao contrário da carne, não acarreta consigo gorduras nocivas para a nossa saúde. É, desta forma, uma boa fonte alimentar de potássio, magnésio, cálcio, ferro, fósforo, iodo, lúor, selénio, além de vitamina A, D e E.
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ue o peixe deve integrar um plano alimentar saudável e ser consumido com bastante regularidade já todos ouvimos dizer. Na nossa alimentação, podemos, e devemos, consumir pescado em número superior de refeições do que consumimos carne. As razões destas recomendações prendem-se com as óptimas qualidades nutricionais que o peixe oferece, enquanto parcela proteica dos nossos pratos. O pescado tem um valor nutricional tão elevado como a carne de vaca ou de porco, por exemplo, no que toca às proteínas. O que diferencia os tipos de carne, vermelha ou branca, é, sem dúvida, a quantidade de gordura nelas presente. No caso do peixe podemos pensar da mesma forma: nem todos os peixes são iguais pois têm diferentes constituições no que respeita à gordura. Nas carnes devemos restringir o consumo das mais gordurosas, pois apenas acrescentam calorias indesejáveis à nossa alimentação, mas o mesmo não se passa com os peixes. Os peixes gordos são fonte de ómega 3 que ajuda a controlar a pressão arterial, reduz o risco de doenças cardíacas e de aterosclerose (endurecimento das artérias), sendo também benéica para o equilíbrio dos níveis de
Face a todas estas qualidades, porque é que vivemos rodeados de mar, com peixe da mais alta qualidade, mas continuamos a ser grandes consumidores de carne? colesterol e triglicerídeos. Os peixes de águas salgadas e frias são os que mais contêm ómega 3 - atum, bacalhau, sardinha e salmão, estão entre eles. Os de águas doces, também apresentam os mesmos benefícios, mas
Nas consultas de nutrição são confessadas muitas destas razões e destacam-se a falta de imaginação culinária para confeccionar o peixe, o cheiro da confecção, o não gostar deste
produto, entre outros. Existe ainda um outro argumento bastante referido que é, simultaneamente, um problema com o qual nós, nutricionistas, somos muitas vezes confrontados e que é expresso pelo ditado antigo “peixe não puxa carroça”. De facto, uma refeição de carne tende a ter um maior período de saciedade comparativamente a uma refeição de peixe. Tal deve-se ao facto do peixe ter menos quantidade de colagénio, o que provoca um esvaziamento gástrico mais rápido e consequente sensação de fome que surge mais cedo do que seria esperado. Para colmatar esta “falha”, aconselhamos que seja seguido um dos grandes princípios da alimentação mediterrânica - inicie todas as suas refeições principais (almoço e jantar) com um prato de sopa.
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AGENDA/EVENTOS
ARMINDO JACINTO Presidente da CM de Idanha
DE QUE MODO A ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO DE IDANHA-A-NOVA (ESGIN) PODE CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO DO CONCELHO DE IDANHA-A-NOVA E DO PAÍS?
(…) Os jovens têm aqui uma oportunidade excelente para estudar, não só pela qualidade da formação, mas também pelo excelente ambiente estudantil, de segurança e qualidade de vida (…) A Escola Superior de Gestão recebe alunos desta região, do País e Estrangeiro. Esta é uma excelente “estratégia” para trazer gente jovem para Idanha, inovadora, empreendedora e com capacidade crítica, para desenvolver este concelho e outros territórios do nosso País. A ESGIN representa também uma oportunidade para que os jovens deste concelho se qualiiquem. Aqui em Idanha-a-Nova, com a ESGIN os jovens têm a oportunidade de se formarem, de se qualiicarem e com isso investirem no seu futuro e do nosso País. Todos os que terminam o curso na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, reúnem condições para serem os nossos próximos empresários, empreendedores e futuros líderes deste País e deste concelho. (…) Apoios concretos são concedidos nas
propinas, no alojamento, nos transportes(…) A ESGIN representa um potencial muito importante, para os jovens, para as suas famílias e na qual nós vamos continuar a investir. Este investimento pretende-se fazer, essencialmente com o apoio à qualiicação dos cursos lecionados, de modo a integrar bons proissionais no mercado de trabalho, quer como empreendedores, quer como funcionários por conta de outrem. Damos também apoio aos alunos e famílias dos alunos, que estudam em Idanha. Os jovens têm aqui uma oportunidade excelente para estudar, não só pela qualidade da formação, mas também pelo excelente ambiente estudantil, de segurança e qualidade de vida, pelas excelentes condições económicas, no alojamento, nas propinas, na possibilidade de trabalhos temporários, estágios curriculares e proissionais, nos transportes e na oportunidade de integrarem iniciativas em Idanha-a-Nova, inovadoras, nas Incubadoras de Indústrias Criativas, de Base Rural, de Serviços, de um território de excelência integrado no Geopark Naturtejo, classiicado pela UNESCO (1 dos 100 Geoparks do Mundo), no concelho mais Ecológico do País, segundo o jornal o SOL, onde acontecem iniciativas únicas, como o Festival BOOM, o festival mais Internacional e mais Ecológico do Mundo, o Festival Salva a Terra da Quercus, o Festival Fora do Lugar, entre muitos outros eventos
culturais, arrojados e inovadores, desenvolvidos e produzidos por gente jovem e criativa. Aqui em Idanha-a-Nova, os alunos encontram também iniciativas empresariais inovadoras, como uma das áreas de maior produção biológica do País, excelentes unidades hoteleiras, ou na produção de queijos, ganhadores de prestigiados prémios nacionais e internacionais, iniciativas inovadoras da economia verde, de gestão de energia, bioconstrução e gestão de resíduos e na economia criativa. Idanha-a-Nova, tem ainda um património único, natural e históricocultural, o maior número de Castelos Templários, Misericórdias e áreas naturais classiicadas, reunidas num só concelho no nosso País. A aposta na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, é também uma aposta no desenvolvimento de cursos e formações, que sejam mais-valias para este território e para o País, em áreas inovadoras e pioneiras, da gestão turística, em especial no Turismo de Natureza e Turismo Rural, em grande crescimento na Europa e no Mundo e outras áreas que proporcionem apoio aos nossos empresários, à nossa economia e à comunidade em geral. Estas apostas visam fazer desta Escola, uma Escola de referência no nosso País e no Estrangeiro. O QUE É QUE OS ALUNOS DA ESGIN E AS SUAS FAMÍLIAS PODEM ESPERAR DA CÂMARA MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA?
As famílias e os alunos podem esperar da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova um investimento para tornar a sua vida aqui agradável e mais económica. Com o apoio contínuo à Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, estaremos também a proporcionar cursos de sucesso, a garantir parcerias, a nível nacional e internacional com empresas na área da hotelaria, da restauração, agências de viagem, de animação, de serviços, marketing e de outras áreas. Hoje
temos parceiros privados e institucionais a nível nacional e internacional, que representam uma mais valia para a Escola. Temos, portanto, uma forte relação a nível nacional e internacional que, nomeadamente, o Geopark Naturtejo nos permitiu conhecer e desenvolver, revelando oportunidades únicas aos alunos e restante comunidade escolar, no sentido de aperfeiçoar as suas “performances” proissionais, com estágios e experiências, enriquecedoras, ao longo da vida estudantil. Apoios concretos são concedidos nas propinas, no alojamento, nos transportes e ainda através de outro tipo de apoio que damos ao longo do tempo em que aqui estão os alunos, facultando-se estágios, oportunidades de trabalho temporário, a possibilidade de integrar, na Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, ou em outras Câmaras Municipais e com outros nossos parceiros institucionais e empresas. Tem havido um esforço signiicativo por parte da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova para dotar a ESGIN com excelentes infraestruturas, desde as instalações, que funcionam num Palacete, de notável património e qualidade, ao Hotel Escola de Monsanto, Parque de Campismo na Barragem Marechal Carmona, Restaurante da Senhora da Graça, que têm um papel importante para os alunos, por serem locais onde podem fazer as suas práticas em permanência e trabalho temporário, nas área da gestão, restauração, hotelaria, marketing, serviços, etc. . Um caso único no País. O objetivo último será que os alunos da ESGIN sejam criadores de projetos empresariais inovadores e empreendedores, geradores de riqueza e emprego, e que as empresas e as diferentes instituições do País e do Estrangeiro, venham a esta Escola, procurar os seus bons formandos, que estão a concluir aqui os seus cursos, tornando-se também estes uma referência.
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5º CONGRESSO IBÉRICO DE ESTACIONAMENTO E MOBILIDADE
5º Congresso Ibérico de Estacionamento e Mobilidade a anePe é a assOciaçãO que cOngrega as emPresas de estaciOnamentO, em tOdas as áreas de actividade – estaciOnamentO de suPerFície, Pa rques de estaciOnamentO, instaladOres e FOrnecedOres de equiPa mentO Pa ra suPerFície e Pa ra Pa rques, sejam de caPitais PrivadOs Ou PúblicOs/municiPais.
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ANEPE foi constituída em 1996 por três empresas do setor, e vem crescendo lentamente, tendo alterado estatutos para permitir a adesão de empresas instaladoras e de empresas publicas/ municipais, totalizando neste momento 19 associados, representando 130 mil lugares de estacionamento regulado ou em parque. A atividade de estacionamento em Portugal começou a desenvolver-se mais rapidamente nos anos 90, com o aparecimento de concursos públicos municipais para a concessão de
parques de estacionamento, na sequência do despertar das autarquias para os problemas do planeamento urbanístico e da mobilidade, nos quais se integra a necessidade de estacionar carros de uma forma organizada. A ANEPE tem como atividade principal a representação e defesa dos legitimos interesses dos Associados, o favorecimento do desenvolvimento e evolução competitiva das empresas do setor, a prestação de apoio, consultoria e formação, promoção e dignificação das atividades dos associados, a participação ativa na
implementação, manutenção e desenvolvimento de políticas de mobilidade, representação do setor junto da European Parking Association, a co-organização binual, em conjunto com com a ASESGA (Associação congénere espanhola), do Seminário Ibérico “Estacionamento e Mobilidade Urbana”, que, para além de ser um Fórum de discussão de temas de estacionamento, tem uma área de exposição de equipamentos, sendo uma oportunidade de se estabelecerem contactos proissionais. 5º CONGRESSO IBÉRICO DE ESTACIONAMENTO E MOBILIDADE.
A ANEP e a ASESGA irão levar a cabo, nos próximos dias 18 e 19 Setembro na Fundação Champalimaud, Lisboa, o 5º Congresso Ibérico
de Estacionamento e Mobilidade. Inserido no conjunto de atividade das Semana da Mobilidade, este Congresso é o fórum privilegiado de apresentação e debate dos temas relacionados com este sector, quer ao nível do Estacionamento quer ao nível da Mobilidade. Terá um âmbito não só Ibérico como Lusófono e Hispânico envolvendo assim, países de África, da América, contando também com a presença de Macau. Como sempre a presença dos especialistas, das principais empresas e dos decisores políticos será um fator determinante na discussão da evolução tecnológica do setor e das novas formas de vivermos a Cidade. No espaço de exposição poderão ser apreciadas as empresas de referência e as últimas inovações tecnológicas do setor.
“O português é a 4.ª língua mais falada do mundo” entrevista a salimO abdula, Presidente da ce-cPlP.
SALIMO ABDULA Presidente da CE-CPLP
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UANDO SURGE A CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DA COMUNIDADE DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA (CE-CPLP) E QUAL O SEU PRINCIPAL OBJETIVO?
A Confederação Empresarial da CPLP surge em 4 de Junho de 2004 pela mão da CPLP, que desde sempre demonstrou que seria do interesse de todos os nossos países e, principalmente, dos nossos cidadãos, em criar uma plataforma que ligasse os empresários da nossa Comunidade.
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Depois de muitas conversações, reuniões e discussões, surgiu então a ideia de criar o Conselho Empresarial da CPLP, que, mais tarde, foi transformado em Confederação Empresarial da CPLP e que tem objetivos vários. Nós queremos criar uma rota de investimentos dentro dos nossos países e facilitar e, principalmente, fortalecer as relações empresariais das nossas classes económicas. Esses são dos objetivos mais importantes para dar passos na melhoria das condições de vida dos nossos cidadãos. Se conseguirmos estimular os negócios entre os empresários dos diferentes países, vamos automaticamente estar a fortalecer a coesão e o laço que há muito nos ligam: a língua portuguesa.
DENTRO DA CPLP, SÃO INÚMERAS AS ÁREAS DE NEGÓCIO QUE SE PODEM DESENVOLVER. NO ENTANTO, A CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL IDENTIFICA QUATROÁREAS CHAVE. QUAIS SÃO E DE QUE FORMA PRETENDEM DESENVOLVER ESTA MATÉRIA?
Há, como diz, inúmeras áreas de negócio a
desenvolver nos nossos países e é difícil escolher as que são mais importantes. Mas quando nos referimos a áreas-chave, estamos a falar daquelas que acreditamos ter mais potencial de crescimento e de investimento entre os nossos empresários. A agricultura e a pesca, por exemplo, é uma dessas áreas, que, tendo em conta a posição geográica dos nossos países – todos estão junto a grandes oceanos – facilita o nosso objetivo. É importante que investamos no mar pura e simplesmente porque é uma das nossas maiores riquezas e porque de lá se extraem produtos que podem ser comercializados para todo o mundo. O comércio e os serviços são duas das outras áreas que podem ser potenciadas através do investimento e que permitem que se abram novas vagas de emprego, o que vai melhorar as condições de vida dos nossos cidadãos. Já do lado da indústria, a última área-chave de que falta falar, basta olhar para a realidade: temos países bastante industrializados em todas as áreas como o calçado, o vidro, a metalurgia, a automóvel…é tudo uma questão de dar a conhecer aos nossos
empresários as oportunidades que há dentro da nossa comunidade e mostrar que o retorno pode ser mais favorável do que imaginam. NO SEU ENTENDER, A LÍNGUA PORTUGUESA TEM POTENCIAL ECONÓMICO? DE QUE FORMA SE PODE CAPITALIZAR ESSE POTENCIAL, TORNANDO VIÁVEIS OS NEGÓCIOS NO SEIO DA COMUNIDADE?
A língua portuguesa já é a sexta língua mais falada em todo o mundo e a que mais se fala no hemisfério sul e já conseguimos atingir quatro por cento do PIB a nível mundial. Acho que estes dados provam que o potencial económico da nossa língua está bem visível, mas é preciso continuar a trabalhar para que consigamos crescer e atingir os dez por cento do PIB a nível mundial dentro de dez ou quinze anos. Para isso, basta que os governos se juntem e se mostrem disponíveis a criar uma verdadeira comunidade económica ao facilitar, por exemplo, aquilo que é uma das bandeiras que a CE-CPLP vem defendendo há já algum tempo: a livre circulação de pessoas, bens e capitais no nosso espaço.
MAR 2020/ VISÃO E ESTRATÉGIA
De olhos postos no futuro O POtencial ecOnómicO da língua POrtuguesa é O mOte Para entrarmOs à cOnversa cOm vítOr ramalhO, secretáriO-geral da uccla, que, em jeitO nOs relembra que O POrtuguês é um cidadãO dO mundO e, cOmO tal, tem um PaPel extremamente imPOrtante naquilO que sãO as relações entre Os POvOs.
Verde, foram também impelidos a emigrar.... E DE QUE FORMA ISSO CONTRIBUI PARA UM AUMENTO DA IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA?
VÍTOR RAMALHO Secretário-Geral da UCCLA
V
ítor Ramalho, Secretário-Geral da UCCLA - uma associação intermunicipal criada há 29 anos, fazendo dela parte 40 cidades de todos os países de língua oicial portuguesa e de algumas empresas desses mesmos continentes -, fala, em discurso direto para o País Positivo, mostrando a sua visão sobre o mundo atual e as grandes potencialidades da língua portuguesa que, a serem bem aproveitadas, terão um impacto signiicativo no futuro do nosso país. QUAL É O POTENCIAL ECONÓMICO DA LÍNGUA PORTUGUESA?
Vivemos num mundo global, sem fronteiras. No entanto, se olharmos para o mapa mundo compreendemos que os países de língua portuguesa são, verdadeiramente, a fronteira deste mundo. São eles que fazem de porta de entrada dos continentes. Senão vejamos, Portugal é a porta de entrada na Europa, o Brasil é porta de entrada do continente sul americano, Angola a de toda a região da África Austral, a Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe de todo o golfo da Guiné, sem esquecer Timor e Macau que são um ponto fulcral para o continente asiático, relembrando que as ilhas – Açores, Madeira e Cabo Verde – são complementares ao nível da nossa realidade continental. Se tivermos em mente o mundo global, estas questões não são menores, bem pelo contrário, são questões que possibilitam e fomentam as relações comerciais entre os povos. Esta realidade geográica é complementada com o facto de, hoje, a língua portuguesa ser falada por 250 milhões de pessoas e ser a 6.ª língua mais falada no ocidente. Para além disso, os nossos povos têm uma conceção universalista e tolerante que resultou das diásporas de todos eles. Portugal foi um país de emigrantes à procura de novos mundos, mas houve povos da língua portuguesa que, experimentando guerras prolongadas, criaram também diásporas fortes espalhadas pelo mundo, como é o caso de Angola e Moçambique, ou outros povos que pelas agruras económicas graves, como Cabo
Para além da componente linguística territorial dos nossos países, temos também uma componente enorme das diásporas de todos os nossos povos. Isto signiica que somos, verdadeiramente, cidadãos do mundo. Isto, junto à circunstância de termos uma conceção universalista e tolerante, neste mundo global sem fronteiras, dá-nos uma valoração económica não negligenciável. Aliás, os países emergentes, os chamados BRIC, posicionam-nos na linha da frente. Desde logo temos o Brasil, mas os demais - a Rússia, a India e a China – são países que, neste mundo global, ao experimentarem o incremento muito acelarado das relações comerciais têm necessidade da utilização do português. Vejamos, a China, pela sua presença em África, e mais concretamente em países lusófonos, tem incrementado bastante a utilização da língua portuguesa. Portanto, a dinâmica do desenvolvimento económico mundial tem feito acelerar a importância da língua portuguesa como um veículo impulsionador das relações económicas entre os povos e países. E TEMOS SABIDO CRIAR ESTRUTURAS CAPAZES DE APOIAR ESTE CRESCIMENTO?
Sim, a dinâmica do desenvolvimento económico mundial tem feito acelarar a importância da língua portuguesa como veículo impulsionador das relações económicas entre povos e países e Portugal e, em particular, a CPLP, tem a esse nível procurado responder às solicitações, através da criação do Instituto da Língua Portuguesa que começou em S. Luís do Maranhão com os ex-presidentes do Brasil e de Portugal, José Sarney e Mário Soares, respetivamente. O instituto tem feito o seu percurso na defesa da língua portuguesa, mas cada um dos povos e países tem também instrumentos de dinamização dela própria, inclusivamente nós aqui com o Instituto Camões por exemplo e os demais países de lingua portuguesa também. Portanto, o que lhe posso dizer é que esta é uma língua viva, que está em crescimento e, inclusive, já cerca de 25 por cento da população utiliza o português como língua materna, o que demonstra bem a importância que a nossa língua tem no mundo. A LÍNGUA É, PORTANTO, UM FACTOR DE DINAMIZAÇÃO DAS ECONOMIAS E DAS RELAÇÕES DE TROCA A NÍVEL INTERNACIONAL?
Completamente. Aliás, não foi por acaso que,
há poucos anos, a Comunidade Internacional se viu forçada – no bom sentido – a conceder o Nobel da Literatura a um escritor de língua portuguesa. Aliás, seria um escândalo se isso não acontecesse. Temos tantos vultos da literatura que nos demonstra bem que a nossa língua não é apenas enriquecedora de relações económicas, mas também uma língua cuja plasticidade que corresponde a dinâmicas culturais muito marcantes, de que foi exemplo a atribuição do prémio nobel da literatura a Saramago. Mas também, e é útil que reconheçamos isso, pela tolerância que temos, houve outro prémio nobel, neste caso da paz, atribuído a dois homens de língua portuguesa, D. Ximenes Belo e Ramos Horta, e isto não surgiu também por acaso. Nós conseguimos, pela característica da nossa forma de estarmos no mundo, nós povos lusófonos, de inverter a lógica dos poderosos em Timor e conseguir, contra a sua vontade, fazer que um país dispensável à escala mundial, acabasse por preencher o espaço da comunicação social pelo grito de revolta que se deu no cemitério de Santa Cruz. Isso não é indissociável de maneira nenhuma da língua porque esta é fonte de cultura, de uma maneira particular de sermos e de sentirmos, nesta vasta comunidade de povos que se exprimem pela mesma língua. Daí lhe ter dito que somos verdadeiros cidadãos do mundo e que os nossos países são a fronteira deste nosso mundo global. ESTE ANO SERÁ DE HOMENAGEM AOS ESTUDANTES DA CASA DO IMPÉRIO... O QUE PODEMOS ESPERAR DESTE EVENTO?
Numa sociedade cada vez mais hedionista, egoísta e defensora do prazer imediato, a importância da cultura é colocada de parte. No entanto, esta homenagem aos Estudantes da Casa do Império mostra bem a importância que damos à cultura. Este é um evento único no mundo porque foi aqui, em Portugal, que nos anos 60 os jovens universitários das colónias procuraram educação e formação. No entanto, quando se desenvolvem os ventos da descolonização, é estranhamente no país de acolhimento, e um país com regime opressor, que eles sentem necessidade e capacidade de levantar a bandeira da autodeterminação dos povos, da língua e da liberdade. E conseguiram alcançar objetivos verdadeiramente impressionantes, quer ao nível da cultura, quer ao nível da política, através da língua portuguesa, procurando a descoberta da identidade dos territórios de onde eram originários. Por efeito disso, na Casa dos
Estudantes do Império, singularmente criada e extinta pelo regime anterior, surgirem homens que de outra forma não surgiriam noutro contexto. Surgirem homens como Pepetela, Alda do Espírito Santo, Alda Lara, António Jacinto, Craveirinha, Rui Mingas, Óscar Monteiro, podíamos estar aqui a desiar personalidades de relevo que são personalidades incontornáveis dos países de língua oicial portuguesa, quer em termos culturais como políticos. Foi de facto na Casa dos Estudantes do Império que nasceram personalidades solidárias, como Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Joaquim Chissano, Pedro Pires, Manuel Pinto da Costa, entre muitos outros. Isto só é possível, e não encontra paralelo em nenhum país colonizador, no nosso país, pela solidariedade própria que aqui se vive. E a argamassa de todos eles é a língua portuguesa porque quiseram sempre conhecer a identidade dos países de onde eram originários. De alguma forma, quando se desenvovolveram os processos de libertação dos territórios colonizados por Portugal, esses jovens que foram dirigir os movimentos em causa, acabaram por fundar uma organização que se chama Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, o embrião da CPLP, e em que diziam que o povo português eram um povo solidário com os povos colonizados. E, EM BOA VERDADE, A CULTURA TEM MUITO POTENCIAL ECONÓMICO.
Precisamente. As indústrias afetas à cultura representam 17 por cento do PIB nacional, portanto é um peso enorme. Mas se considerarmos o que é o peso económico das indústrias culturais de todos os nossos povos e países, evidenciando as potencialidades que eles encerram, inclusivamente em termos de divulgação da própria literatura, estamos a falar de um universo de mais de 250 milhões de pessoas que se exprimem em português. Há aqui um trabalho enorme a fazer. Infelizmente, nos dias de hoje, tudo é marcado por uma visão economicista restritiva e redutora que não olha para aquilo que é o futuro, olha para o imediato. A própria língua portuguesa tem aqui um potencial verdadeiramente notável e único, com vantagens a todo o tipo, nomeadamente económicas. Mas é preciso trabalhar essas potencialidades. O que sinto é que existe uma ausência clara de estratégia daquilo que é o futuro. Se reparar, estamos a falar de coisas que os nossos primeiros reis ergueram há mais de 500 anos porque eles tiveram uma visão de futuro.
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5º CONGRESSO IBÉRICO DE ESTACIONAMENTO E MOBILIDADE
Multifrota Parking apresenta novidades no mercado português A multifrotA pArking ApresentA noviDADes no merCADo português: o novo moDelo zeAg e o novo sistemA fAAC (pArqube), já exibiDAs este Ano nA intertrAffiC em AmsterDão pelA hub pArking teChnology, A novA Divisão DA fAAC inDustries. “A Multifrota Parking emancipou-se como resultado do amadurecimento e do conhecimento adquirido ao longo dos anos. Temos hoje parcerias locais com sucesso em Angola e Moçambique que nos asseguram as instalações dos sistemas e o serviço de manutenção. Orgulhamos-nos de ter hoje a funcionar sistemas com caixas de pagamento automático( preparado para dar troco em notas, pois não há moedas)no aeroportode Luanda , Torres do Carmo e o silo Spauto”. SOBRE A ATIVIDADE DA EMPRESA ADIANTA
MARIA PINHEIRO SOLAS Administradora Executiva do Grupo
O
Grupo Multifrota é um grupo português, com créditos irmados no mercado detendo “market shares” bastante elevadas nos setores onde centra a sua atividade. A Multifrota Parking gere a área do estacionamento e a Multifrota S.A. a área de gestão de frotas. O modelo de gestão do grupo , airma Maria Solas, é baseado num conjunto de “princípios e valores” onde a qualidade do serviço é a única razão de nos sentirmos merecedores da mais valia e do lucro resultante da atividade a que nos dedicamos. As competências e capacidades da empresa são enormes, como fez questão de salientar Maria Solas, “acreditamos que os recursos humanos são os únicos que criam verdadeiramente valor e por essa razão investimos fortemente na Formação; mas a Qualidade é para nós uma obsessão. Compramos e vendemos qualidade. O preço será sempre para nós um detalhe nunca um argumento de compra ou de venda”. Mais do que produtos ou equipamentos, queremos oferecer soluções. Queremos estabelecer com os nossos clientes, relações
comerciais baseadas em parcerias fortes que garantam projetos sustentados. Por essa razão temos orgulho nas marcas e empresas que representamos em Portugal, como é o caso da Zeag (sistemas de parque de estacionamento) Metric(parcómetros) e Vicon (sistemas de gravação de imagens e de vídeo vigilância-CCTV). Maria Pinheiro Solas é a administradora executiva do Grupo e pretende manter os valores culturais e o espirito criativo das anteriores administrações, “inovando e conseguindo uma boa adaptação às características do mundo atual, que é nos dias de hoje um mundo global e muito mais competitivo”, como nos diz. É ainda jovem mas tem tarimba de quem passou 13 anos de intenso trabalho nos mais diversos sectores da empresa, desde o arquivo, área administrativa e inanceira e comercial. É atualmente administradora executiva, depois de ter passado quatro anos como diretora geral. A crise económica e inanceira sentida desde 2008 levou à necessidade de internacionalização do grupo: Angola em 2010 e Moçambique 2011, foram os países de primeira escolha e um enorme desaio para a empresa. Tem neste momento 2 colaboradores que estão expatriados. FALA DA NOVA EMPRESA COM PAIXÃO, COM SE DE UM FILHO SEU SE TRATASSE:
“São três as soluções comercializadas na área de estacionamento: CCTV(Vicon), Parquímetros(Metric) e parques com barreiras {( HUB Parking com as marcas Zeag e FAAC (Parqube)}. No setor do CCTV o nosso cartão de visita para além belíssima da imagem de mercado e elevada qualidade da marca Vicom, são os cerca de 50 parques com barreiras centralizados, que permite ao operador visualizar durante a noite os clientes e abrir os portões à distancia. A poupança de custos é enorme. Nos parquímetros temos cerca de mil unidades instaladas em todo o país e somos hoje a segunda marca em termos de share, com cerca de 400 unidades instaladas em Lisboa. A área dos “sistemas de barreiras” é a nossa “menina dos olhos” e eventualmente o setor mais “robusto” e com melhores referencias no mercado. Iniciamos a atividade há cerca de 13 anos e temos hoje instalados mais de 100 parques de estacionamento, onde podemos citar alguns dos clientes de maior referencia mediática, como é o caso do Aeroporto, Colombo( eventualmente o 2º maior parque de estacionamento do mundo), Vasco da Gama, Amoreiras, Olivais, C.Pequeno , Shopping Cidade do Porto, e os operadores Empark, Sonae , Saba, os 15 parques da Bragaparques, etc, que atestam bem a qualidade do Serviço Multifrota e a coniança que o mercado deposita em nós”. NOVIDADES A CAMINHO
“A novidade é precisamente o facto de a Zeag ter sido adquirida pelo grupo italiano FAAC( barreiras, portões e controle de acessos)e ter este grupo operado uma verdadeira revolução no setor Parking da empresa. A nova Divisão de Parking da FAAC passou a chamar-se HUB Parking Tecnology e é responsável pela fabricação e distribuição para além da marca Zeag, de
uma nova marca com característica um pouco diferentes em termos de exigência , mas que utilizará o mesmo software de gestão( o Janus, plataforma que irá “cobrir” o antigo ZMS). Iremos assim passar a dispor de 2 soluções com o mesmo software de gestão e preços diferentes consoante as necessidades do cliente. Uma para shoppings, aeroportos e grandes parques( Zeag) e outra para parques de menor dimensão, como universidades, hospitais, pequenos supermercados, entre outros. A EQUIPA
“A Multifrota Parking tem cerca de 20 colaboradores que como nos diz “dão o litro”. Não largam o cliente em diiculdades, seja im de semana ou feriado. O parque não pode parar….mesmo que alguma falha possa ocorrer no sistema! A Multifrota Parking tem hoje uma equipa muito forte e determinada, que luta pelo sucesso e se orgulha do que faz!”. QUALIDADE E TRANSPARÊNCIA
“A imagem e reputação das empresas no exterior é determinada pelo comportamento individual dos seus colaboradores. Daí a importância que damos ao peril dos nossos colaboradores, que será sempre baseado na nobreza do seu carácter e na transparência da sua conduta. Só poderemos garantir um bom serviço, enquanto servir os nossos clientes for considerado um privilégio”. 5.º CONGRESSO IBÉRICO DE PARQUES ESTACIONAMENTO E MOBILIDADE
DE
“As expetativas da Multifrota são grandes pois irá aproveitar o evento para dar a conhecer aos operadores ibéricos presentes, os novos sistemas de parque, com nova imagem de marca já apresentados na feira de Amsterdão. Iremos ter um stand Premium onde iremos apresentar as duas linhas de equipamento com distribuição na europa: Zeag para parques de grande dimensão e gestão mais soisticada e o FAAC (Parqube), para parques de pequena dimensão. Iremos também apresentar o nosso parquímetro Metric bem como o sistema de cctv Vicon (videovigilância de parques). Julgamos desta forma conseguir dar um contributo para o despertar de um sector que tem andado um pouco adormecido nos últimos anos, como relexo da crise global que tanto afetou o nosso país”.
/Julho
Ciclum/XXXIV/Jun14
3300462