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Índice Pag. 4 – Descubra Portugal, um tesouro por descobrir, na BTL 2014 Pag. 38 – J. Pereira da Cruz: A Propriedade Industrial em destaque Pag. 40 – A CPLP celebra o seu 18.º aniversário e traça novas metas para o futuro Pag. 43 – AF Araújo, o seu parceiro de Global Banking Advisory Pag. 44 – A investigação científica, em Portugal, está ao nível do que melhor se faz no mundo Pag. 48 – Uma alimentação equilibrada é o passo número um para conseguir uma vida saudável Pag. 52 – Conheça o Seminário de Vilar e o que este tem para lhe oferecer Pag. 54 – A caça e a pesca ganham um novo destaque no País Positivo

Ficha Técnica Propriedade: As - Agência, Lda Morada: Apartado 000045 EC Vila Nova de Gaia 4431-901 Vila Nova de Gaia Depósito legal: 215441/04 Editora: Ana Mota Publicidade: Moura Lopes Email: geral@as-agencia.pt PVP: 2€

MORADA: PRAÇA D. FRANCISCO GOMES Nº2, 8000-168 FARO, PORTUGAL


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Algarve: a eleição de cinco milhões

de turistas por ano

O PAÍS POSITIVO CONVIDA-O A ENTRAR NUM MUNDO DE SONHO: UM PÉRIPLO PELA ENVOLVENTE REGIÃO DO ALGARVE, O SEGREDO MAIS FAMOSO DA EUROPA. ENCONTRE AQUI AS MELHORES EXPERIÊNCIAS QUE O ALGARVE TEM PARA LHE OFERECER. primaveris, vestem-se de um branco róseo, devido às

graníticas (neste último caso em Monchique, onde

amendoeiras em flor que salpicam o horizonte.

existe um maciço de sienito nefelínico). Os principais

O retrato de um Algarve que espera por si, todo o ano.

conjuntos montanhosos são a Serra de Espinhaço de

UM DESTINO PARA TODOS OS GOSTOS

S

Cão, a Serra de Monchique (onde se localiza a Foia que tem a maior altitude do Algarve: 900 metros) e a serra

O Algarve, região que apresenta como capital a cidade

do Caldeirão ou Mú.

de Faro, compõe-se por 16 concelhos: Alcoutim,

A posição geográfica do Algarve confere-lhe umas

Aljezur, Albufeira, Castro Marim, Faro, Loulé, Lagos,

particularidades bioclimáticas especiais. Apesar de

Lagoa, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de

situado junto ao Oceano Atlântico, dispõe de um clima

Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de

temperado de características mediterrânicas, com mais

Santo António.

de três mil horas de sol por ano e uma fraca precipitação

Com 4.996 quilómetros quadrados de área e uma

média anual.

população residente de cerca de 450.993 habitantes,

O setor de atividade mais importante é o terciário

distribuídos por 16 concelhos, o Algarve localiza-se no

(comércio e serviços), resultado da principal atividade

extremo ocidental da Europa, a Sul de Portugal. Tem

económica – o turismo. Este subsetor de atividade

uma densidade populacional média de cerca de 90.3

assume tal importância no Algarve que representa,

habitantes por quilómetro quadrado, uma costa com

direta e indiretamente, cerca de 60 por cento do total

cerca de 150 quilómetros e é banhado pelo Oceano

de emprego e 66 por cento do PIB regional. De salientar

Atlântico.

que o Algarve recebe anualmente cerca de 5 milhões

Cada área concelhia é um importante reduto turístico,

de turistas.

Depois dos encantos da paisagem, os aromas e sabores

potenciado através da beleza natural da paisagem

ão inspiradoras sugestões agrupadas por interesses

da cozinha tradicional algarvia. Cardápio confeccionado

algarvia – dividida entre a costa, a serra e o barrocal –,

para lhe proporcionarem momentos inesquecíveis

com peixe e marisco, caso da caldeirada de peixe ou

dos inúmeros equipamentos que suportam uma oferta

No Algarve, as suas férias ganham uma dimensão

durante a sua estadia. Descubra os encantos de um dos

da cataplana de amêijoas, ou com toda a tradição da

heterogénea e das excelentes acessibilidades aéreas

histórica. Um pouco por toda a região é ainda possível

melhores destinos mundiais de sol e praia, um excelente

comida serrana, como os cozidos de grão e de couve.

e terrestres, que permitem uma ligação constante do

desvendar encantos e segredos da história de Portugal,

território para a prática do desporto e aventura e uma

O elenco das ofertas passa também pelas afamadas

Algarve a outros pontos do mundo.

que o tempo não apaga. As férias passadas no Algarve

referência já obrigatória para os amantes do golfe. Mas

delícias regionais, representadas pelo figo, amêndoa,

Região que encerra em cada município a historicidade

servem também de pretexto para uma viagem no tempo,

há mais: através de uma vasta e qualificada oferta, o

alfarroba e pela aguardente de medronho, destilada nas

de um inegável património cultural, o Algarve surge

ao encontro de numerosos testemunhos de povos e

Algarve proporciona hoje um equilíbrio harmonioso

zonas da serra em velhos alambiques cobreados.

como o principal destino nacional, detendo também o

culturas que ao longo da história se cruzaram com a

que favorece a realização dos melhores negócios num

Atravessar o Algarve, erguido entre locais de elevado

lugar cimeiro na contribuição para os proveitos totais da

região.

contexto que alia o lazer, natureza e paisagens ímpares,

interesse

atividade turística portuguesa.

Da presença romana à longa herança muçulmana,

enriquecidas por uma oferta cultural e patrimonial

ecossistemas, é caminhar por séculos de tradição, ainda

A região subdivide-se em três faixas principais, todas

da reconquista cristã à epopeia dos Descobrimentos

onde as tradições se aliam à modernidade. O que lhe

hoje intacta. O artesanato que os artífices algarvios

elas de grande beleza paisagística:

portugueses, não faltam motivos para redescobrir

apresentamos nesta edição é uma oferta para todos os

habilmente manufacturam, recorrendo a técnicas

- O litoral concentra a maior parte da atividade

sinais de um passado histórico marcante. As marcas

gostos, traduzida em 16 municípios. Conheça e desfrute

ancestrais, manifesta-se na olaria, cestaria, nas peças de

económica regional. A costa algarvia é, em termos

da presença humana no Algarve recuam a tempos

o Algarve!

cobre, latão e nos trabalhos de linho e de juta.

paisagísticos, muito diversificada, variando entre costas

imemoriais. Exemplos disso são os milenares vestígios

A dois passos da tranquilidade do interior, as animadas

abruptas, areais extensos, lagunas recortadas, sapais

neolíticos e as mais recentes, mas não menos

noites algarvias. Bares, discotecas, marinas e casinos

e outras formações dunares. As rochas predominantes

interessantes, estações arqueológicas romanas, abertas

Para onde quer que as atenções se virem, as cores da

asseguram a diversão dos mais foliões.

são essencialmente do tipo sedimentar (como é o caso

a visitas. A visita ao passado da região e à sua valiosa

serra e do mar estão sempre presentes, numa aguarela

O património construído é outro ponto de paragem

dos arenitos e dos conglomerados). Morfologicamente,

história faz-se também percorrendo os diversos museus

em que ressaltam pontos dourados, verdes e azuis. A

obrigatória. A arquitectura das casas caiadas, com

o litoral tem uma baixa altitude e é, na sua maioria,

arqueológicos, que encerram um vasto património

região é extensa e simpática, com clima mediterrânico,

platibandas coloridas e chaminés de beleza inigualável,

constituído por relevos aplanados, dispostos por

ainda por descobrir.

marcada pelos odores da maresia e das flores silvestres.

os campanários das igrejas e os museus, que revelam

campinas e várzeas;

Herdeira de antigas civilizações, a região algarvia foi

Um passeio a pé pelo emaranhado de ruas, vielas

excertos dos antepassados do povo algarvio, contribuem

e escadinhas do interior algarvio é a melhor forma

PAISAGEM, AROMAS, SABORES E SABERES

ecológico,

ricos

em

biodiversidade

e

FÉRIAS COM HISTÓRIA

- O barrocal é uma zona de transição entre o litoral

igualmente ponto de passagem de outros povos, numa

para a singularidade deste destino.

e a serra, sendo constituído por rochas calcárias e

ligação quase sempre facilitada pelo imenso mar que

de conhecer esta zona da região. Perca-se ainda na

Recomenda-se também a prática de desporto ao ar

xistosas. Também conhecida por beira-serra, esta zona

banha as suas costas.

vastidão da orla litoral, tendo como fundo as mais

livre, seja nos campos de golfe verdejantes, nas infra-

é, tradicionalmente, a principal fornecedora de produtos

Os mais de cinco séculos de influência árabe marcaram

belas praias da Europa, onde se avistam os recortes dos

estruturas que a região oferece para a actividade física,

agrícolas do Algarve;

para sempre os destinos da região, a começar pelo

rochedos e as facécias das sombras que eles deixam

na costa ou nos montes algarvios, que depois dos

- A serra, que ocupa 50 por cento do território, é

próprio nome: Al-Gharb, O Ocidente. Esta presença,

no areal.

rigores do Inverno, e ainda antes dos primeiros sinais

formada, essencialmente, por rochas xistosas e algumas

que se prolongou do séc. VIII ao séc. XIII, ainda hoje

04

/ Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR se encontra bem patente nos nomes das povoações,

cataplanas, muito peixe e marisco. E o gosto da terra.

tradicionais, da excelente gastronomia. A paisagem

Neolítico à época fenícia, romana ou árabe. Castelos,

na agricultura, na arquitectura dos monumentos, nos

Batata-doce, feijão, grão. Por entre pinhais e matagais,

muda a sua cor à medida que prosseguimos o passeio.

muralhas, torreões circulares e torres quadrangulares. E

rendilhados dos terraços e chaminés ou no branco da

subimos por encostas de casinhas brancas, entramos

O verde das florestas de eucalipto, sobreiro e pinheiro

o prazer da descoberta da arquitectura rural à entrada

cal que teima em cobrir o casario de muitas localidades

em pequenas igrejas e museus locais. Encantam-nos as

dá lugar aos campos cultivados de trigo e cevada. Por

de cada povoação... os fornos comunitários, arramadas

algarvias. Silves assume então a centralidade da região,

gentes e os seus testemunhos.

entre os montes ouvem-se ribeiras correndo. Aqui e

e palheiros.

fruto de uma estratégica localização geográfica.

Troços recomendados: Budens - Vila do Bispo; Vila do

ali contactamos com as gentes nos labores diários: um

Troços recomendados: Castro Marim - Foz de Odeleite;

Em meados do séc. XIII, as terras algarvias são as

Bispo – Sagres; Sagres – Cabo de São Vicente; Cabo

tirador de cortiça, um pastor, um moleiro, uma mulher

Foz de Odeleite - Afonso Vicente.

últimas de Portugal a serem conquistadas ao domínio

de São Vicente – Carrapateira; Carrapateira – Aljezur;

a trabalhar no tear, nas hortas.

muçulmano. Após longos avanços e recuos, a

Aljezur – Odeceixe.

Percorremos as ruas estreitas em pedra, admiramos as

reconquista cristã tem a preciosa colaboração dos Cavaleiros da Ordem de Santiago, liderados por D.

DO BARROCAL À SERRA

chaminés, os fornos, os telhados inclinados, os muros

VIVA O ALGARVE EM TODA A PLENITUDE SOL E PRAIA

caiados, os pátios e os poiais. Entramos nos museus e

Algumas das mais bonitas e acolhedoras praias do

Paio Peres Correia, para no reinado de D. Afonso III

Um percurso por entre rosmaninhos, tomilhos,

vivemos as histórias de antigamente. Redescobrimos as

mundo estão no Algarve. E por isso, todos os anos,

pôr cobro à presença árabe no Algarve e unir a região

estevas, alfarrobeiras e sobreiros, convivendo com a

artes e técnicas que ainda perduram no artesanato local.

milhares de turistas as procuram. Trata-se de um

ao reino de Portugal. Para além de Silves, Tavira e Faro,

hospitalidade das gentes, à volta do pão de alfarroba ou

Um passeio a pé conduz-nos à tranquilidade e o ar puro

património natural que tem vindo a ser aproveitado de

atual capital algarvia, são definitivamente tomada aos

rolão, do medronho e do chouriço. Admiramos as artes

transporta o aroma da esteva, do rosmaninho e do mato.

forma sustentada, dando origem a espaços de qualidade

mouros. Fundava-se assim o Reino de Portugal e dos

e ofícios locais, testemunhos de um saber antigo. Cestos

Para satisfazermos todos os nossos sentidos, só falta

aptos a responder a diferentes necessidades. Praias para

Algarves.

e tapetes de palmeira-anã, cintos e malas em couro,

provar o queijo, o vinho, a aguardente, os enchidos, o

todos os gostos, na sua maioria reconhecidas com a

Mais tarde, no início do séc. XV, o início da expansão

peças em cobre, ferro, latão ou barro, com trapos, linho

pão e as filhós.

chancela europeia da “Bandeira Azul”. Ao longo de

marítima portuguesa dá novo vigor às terras e gentes

ou algodão. Vamos à descoberta de castelos e muralhas,

Troços recomendados: São Brás de Alportel – Cachopo;

cerca de 200km, a costa algarvia divide-se em enseadas,

algarvias. Lagos e Sagres ficam para sempre ligadas

desde os celtas aos árabes, fontes de águas cristalinas

Cachopo - Stª. Catarina Fte. Bispo; Stª. Catarina Fte.

falésias, grutas, praias rochosas e amplos areais. Praias

ao Infante D. Henrique e aos Descobrimentos. Ainda

que antes moveram moinhos e azenhas, igrejas de

Bispo – Tavira.

de diferentes formas e tamanhos, banhadas por águas

hoje, na Ponta de Sagres, um gigantesco dedo de pedra

inspiração árabe ou da renascença e período barroco.

aponta para o oceano Atlântico numa clara alusão à

Subimos a miradouros no cimo de grandes rochas

coragem dos navegadores algarvios, como Gil Eanes,

e mergulhamos nas águas de barragens e ribeiras.

Este percurso leva-nos pelo interior do Algarve, do

Entre Odeceixe e Vila Real de Santo António, toda a

que se faziam ao mar à procura de novos mundos para

Admiramos as belas paisagens e observamos a fauna

Algarve mais nordeste.

faixa litoral desfruta de um microclima de características

dar ao mundo.

e a flora locais. Paramos a olhar na beleza singela do

Dá-nos a descobrir uma natureza genuína e pura,

mediterrânicas em que as temperaturas variam entre os

Marcas desta história tão longínqua, mas ainda tão

salgueiro e do freixo.

expressa na paisagem, nos costumes e nas suas gentes.

15º, no Inverno, e os 30º no Verão.

presente na alma algarvia, encontram-se espalhadas por

Troços recomendados: Loulé – Salir; Salir – São

Sob o signo da água descobrimos engenhos, entramos

As praias do Algarve constituem, assim, a escolha ideal

toda a região.

Bartolomeu de Messines; São Bartolomeu de Messines

num mundo de grandes e pequenas barragens e muitas

para umas férias revigorantes.

Visitar Aljezur, Lagos, Silves, Faro, Tavira, Castro Marim

– Paderne.

e grandiosas ribeiras. E em cada recanto deliciosas

e Alcoutim é descobrir em cada museu, igreja, fortes e castelos a grandeza da história portuguesa, as suas

PELA SERRA DE MONCHIQUE

PELO NORDESTE INTERIOR

formas de estar, na quietude e no silêncio em que a

límpidas, tépidas e tranquilas. Irresistível também, é o clima ameno que aqui se vive ao longo de todo o ano.

GOLFE

azinheira acompanha o recente pinheiro e o resto são

Um dos melhores destinos de Golfe da Europa, o

Neste percurso pela Serra de Monchique, a “Sintra

matos. Os modos de ser do mundo rural podem ser

Algarve é hoje considerado um produto de elite para

do Algarve”, os cenários são de água e vegetação

recordados em diversos Núcleos Museológicos, mas

os praticantes da modalidade. Os traçados dos campos,

luxuriante. Fontes e ribeiras descobrem-se a cada

é ao vivo que percorremos as ruas de terra batida,

grande parte concebidos por arquitectos internacionais,

recanto, num jogo de sombra e luz por entre pinheiros,

provamos o pão e os enchidos, descansamos num poial

juntamente com a paisagem fantástica em que estão

O sol e o mar são, sem dúvida, uma boa razão para

medronheiros e castanheiros. Redescobrimos as termas

e trocamos dois dedos de conversa. E se apreciamos os

inseridos, satisfazem os requisitos dos adeptos mais

visitar o Algarve. Mas aqui há muito mais que um

e descansamos junto a árvores seculares. Sabe bem um

testemunhos dum rico património arqueo-metalúrgico e

exigentes, demarcando a região como um destino

Algarve Litoral de praias e areias douradas. Com estes

piquenique em família, abrigados num verde florido,

natural, este é o roteiro certo.

privilegiado para a prática da modalidade. O clima

roteiros encontramos seis boas razões para partir à

escutando os sons da água que se misturam com o canto

Troços recomendados: Odeleite – Vaqueiros; Vaqueiros

ameno, com mais de trezentos dias de sol por ano,

descoberta do Algarve Rural. São 6 percursos que

das aves. Deliciamo-nos com os sabores da serra e da

– Martinlongo; Martinlongo – Giões; Giões - Fonte

permite que a época de golfe se estenda por vários

correm o outro Algarve, de lés-a-lés.

terra: enchidos, mel e medronho.

Zambujo;

meses, trazendo aos campos do Algarve jogadores de

gentes e tradições.

ROTEIROS E PERCURSOS

PERCURSOS DA COSTA VICENTINA A MONCHIQUE

Vamos por picos e montes que nos conduzem a vales acolhedores e de uma exuberante beleza florística:

PELO VALE DO GUADIANA

todo o mundo. A excelência da oferta algarvia é ainda enriquecida por espécies arbóreas, vegetação, greens,

Percorremos as Rotas do Infante D. Henrique entre

Camélias e Acácias ou a Rosa Albardeira. Com os

Sob o signo do grande rio do Sul vamos de Castro Marim

tees e o silêncio do espaço, só rompido pelo som das

arribas, falésias, dunas, areais sem fim e um imenso

seus 902 metros, impõe-se a Fóia, um impressionante

até Afonso Vicente. Lado a lado com o Rio Guadiana,

tacadas. Irresistível!

mar. É “o fim do mundo” no coração do Parque Natural

miradouro natural com vista para o Algarve e Alentejo

deambulamos por entre salinas, sapais, montes e vales,

do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Talvez se

num horizonte de mar e serra.

barragens, ribeiras e ancoradouros. Numa paisagem

observe alguma águia, ou lince, lontra ou outros mais.

Troços recomendados: Caldas de Monchique – Alferce;

em que o rio assoma a cada curva, a flora e a fauna

Não é preciso esperar pelo Verão para vir ao Algarve

Menires enigmáticos, fortes a lembrarem corsários e

Alferce – Monchique; Monchique – Fóia; Fóia –

reafirmam que se está bem por ali. São as praias fluviais,

praticar actividades desportivas e de Natureza! Em toda

piratas, castelos de reis e princesas. Miradouros com o

Marmelete.

as artes da pesca, os ensopados de enguias, a apetitosa

a região há excelentes condições para que, ao longo do

lampreia. O rio está por perto e sempre amigo. São

ano, se possa interagir com o meio ambiente, através da

sinais de labuta simples, a cestaria em cana, as rendas de

prática desportiva, na atmosfera saudável e inebriante

Atlântico ao longe num horizonte sem fim. E o vento por companhia. Descemos a praias rebeldes, enseadas

PELA SERRA DO CALDEIRÃO

DESPORTO E AVENTURA

tranquilas, porto de pesca tradicionais, ribeiras e mais

Ao entrarmos na Serra do Caldeirão, entramos também

bilros, as miniaturas em madeira. Seguimos ao encontro

do Algarve. Seja à beira-mar, no Barrocal ou na serra

ribeiras. Em todos os lugares o sabor a mar. Perceves,

no “outro” Algarve, o das gentes genuínas, das artes

de vestígios milenares de ocupação humana, desde o

pitoresca, o Algarve reúne condições geográficas

/Fevereiro

05


UM PAÍ S POR DESCOB RIR que possibilitam a prática de um leque enorme de

e rocha aparentada ao granito – para serem desfrutadas

No Algarve, é fácil encontrar o alojamento adequado

actividades aquáticas, terrestres e aéreas, umas mais

na calmaria da serra, entre amigos ou em família.

para as férias desejadas. Além de uma oferta variada de

lúdicas outras mais aventureiras, outras ainda mais radicais. Além das condições geográficas e climáticas

BOA VIDA

excelentes estabelecimentos hoteleiros, apartamentos, moradias e parques de campismo, existem pousadas do

generosamente proporcionadas pela natureza, o Algarve

Simultaneamente cosmopolita e rústico, o Algarve

Estado espalhadas por toda a região.

tem vindo a ser equipado com as mais diversas e

pode ser vivido de modos mais serenos ou agitados,

As unidades hoteleiras têm a seguinte classificação:

modernas infra-estruturas para actividades ao ar livre.

consoante os gostos e disposições. Os apreciadores de

Hotéis: Com prestação diversificada de serviços e

Assim, toda a região é hoje um ponto incontornável no

ambientes mais alegres, encontram na vida nocturna

possível fornecimento de refeições, estão classificados

roteiro desportivo português.

algarvia as últimas tendências musicais e hot spots

de 1 a 5 estrelas, variando estas consoante a qualidade

que são autênticos lugares de culto. Por todo o lado,

das instalações e serviços, bem como, a localização dos

esplanadas, discotecas, marinas, casinos, bares ou

estabelecimentos.

NEGÓCIOS E LAZER Longe do rebuliço dos meses de Verão, há um Algarve

restaurantes exibem ambientes arrojados capazes de

Hotéis Apartamento: Fruindo de todos os serviços

sossegado, propício à concentração, à realização de

satisfazer os mais variados gostos. Durante o dia a

de um Hotel, estes são a garantia de uma maior

encontros de negócios e de incentivos. Num ambiente

oferta também se multiplica. Dos parques temáticos aos

independência para quem os procura, estando

aconchegante, com instalações munidas do conforto

shoppings, passando pelos diversos eventos culturais,

classificados de 2 a 5 estrelas.

necessário às exigentes reuniões entre profissionais,

a qualidade é garantida e certamente vai proporcionar

Pousadas: Situadas em locais privilegiados ou em

o Algarve é já uma referência neste segmento. Ao

momentos inesquecíveis. Para aqueles que procuram

antigos mosteiros, castelos e palácios, as pousadas

beneficiar de boas ligações aéreas e terrestres a outros

formas de lazer mais tranquilas, a escolha pode alternar

organizam-se por: Histórica, Design Histórico, Natureza

pontos do mundo, assim como de uma vasta oferta

entre a sofisticação dos centros de Talassoterapia e

e Charme. Neste tipo de alojamento aconselha-se a

hoteleira de quatro e cinco estrelas, este destino tem

SPA’s, a salutar estância termal ou a paz das quintas

marcação prévia (ENATUR – Pousadas de Portugal:www.

vindo a assumir-se como a capital do turismo de

de relaxamento. Durante o ano inteiro, as praias, as

pousadas.pt).

negócios no Sul de Portugal.

reservas naturais, as aldeias tipícas, os campos de golf,

Aldeamentos Turísticos: Meios complementares

A região dispõe ainda de muitas alternativas para bem

os castelos e as fortalezas apresentam-se em todo o seu

de alojamento classificados de 3 a 5 estrelas, os

passar o tempo nos intervalos das reuniões. Com uma

esplendor. De dia ou de noite, pode fazer quase de

aldeamentos estão localizados em espaços que

série de actividades programadas, animação nocturna e

tudo ou, se preferir, não fazer absolutamente nada. A

englobam vários serviços e equipamentos de apoio.

eventos culturais, fecha-se um círculo que sabiamente

história, a cultura, a gastronomia popular oferecem-se

Apartamentos Turísticos: Quem pretenda autonomia

combina negócio e lazer.

sem esforço a quem as quiser conhecer. Os algarvios

completa pode optar por estas unidades de classificação

contam com muitos séculos de convivências com outras

variável entre as 3 e as 5 estrelas.

CULTURA E TRADIÇÃO

culturas e estão habituados desde sempre a acolher

Conjuntos Turísticos / Resorts: Os Resorts são uma

Muito mais do que praias magníficas e um clima

quem os visita. Talvez seja por isso que, do Algarve,

boa escolha para quem gosta de ter vários serviços

abençoado, o Algarve tem para oferecer um riquíssimo

se levam sempre boas recordações e muitas saudades.

e equipamentos de lazer disponíveis num mesmo

património etnográfico que vale bem a pena partilhar com os prazeres do Sol e do Mar. Ou então dedicar-lhe

CLIMA

espaço e acesso a diferentes opções de alojamento, seja um hotel de 4 ou 5 estrelas ou outro tipo de

um tempo próprio.

O Algarve desfruta, ao longo de todo o ano, das melhores

Porque no Algarve há hábitos seculares, tradições ainda

condições climatéricas da Europa. Caracterizada

Turismo

vivas e património construído, que podem ser usufruídas

por escassos períodos de precipitação, geralmente

acolhimento de natureza familiar, pode optar por

ao longo de todo o ano. Desde modos tão particulares

concentrados entre Novembro e Março, e por uma alta

ficar em solares, casas apalaçadas ou residências de

de celebrar ocasiões festivas (como a Páscoa, o Natal

insolação, a região algarvia apresenta ótimas condições

reconhecido valor arquitectónico, histórico ou artístico,

ou a Primavera) até testemunhos edificados de épocas

meteorológicas para o desenvolvimento da atividade

seja num ambiente rural ou urbano.

antigas e recentes, passando, naturalmente, pelas

turística.

Turismo no Espaço Rural: Caracterizado por um

irresistíveis iguarias que fazem a Gastronomia da região,

Durante o Verão as temperaturas são muito elevadas,

acolhimento em casas rústicas, com características

os algarvios deixaram, ao longo dos séculos, um legado

facto que propicia o turismo de “Sol e Mar” e que eleva

próprias do meio rural em que se inserem, o Turismo no

tão precioso que se impõe conhecer intimamente.

o Algarve como um autêntico paraíso para banhistas.

Espaço Rural permite um contacto mais directo com as

Esta é uma região debruada a areia branca e fina, que

populações, os seus usos e costumes e com a própria

se estende por quilómetros de costa, e munida de um

Natureza. Estas unidades de alojamento podem estar

A diversidade da Natureza é, definitivamente, uma das

mar calmo, com temperaturas tépidas que rondam os

classificadas como:

maiores riquezas do Algarve. Facilmente o visitante

22 graus centígrados no período estival.

Casas de Campo : estão situadas em aldeias e espaços

pode movimentar-se nas diferentes nuances de um

Devido ao seu relevo e à sua posição geográfica, o

rurais e mantêm a traça, materiais de construção e

mesmo mundo. Do litoral à serra algarvia, há toda uma

Algarve recebe variadíssimas influências climáticas:

outras características da arquitectura local;

diversidade possível de explorar de formas, também

do continente europeu ao norte de África, do Oceano

Agro-turismo - são unidades integradas numa exploração

elas, diferentes. Na orla costeira, um sistema ecológico

Atlântico ao Mediterrâneo. As temperaturas máximas

rural, onde os turistas podem participar nos trabalhos

de espantosa biodiversidade – desde aves autóctones,

oscilam, ao longo do ano, entre os 15 e os 31 graus

agrícolas, se assim o desejarem;

com ninhos entufados, aos moluscos e crustáceos

centígrados, não se registando mínimas negativas no

Hotéis Rurais : classificados de 3 a 5 estrelas, estão

que representam a principal fonte de rendimento dos

Inverno, estação em que os dias solarengos induzem à

inseridos em zonas rurais, respeitando o traçado e as

marisqueiros do sul – convida a uma observação mais

visita de turistas oriundos dos países do norte da Europa.

características arquitectónicas da região onde se situam.

NATUREZA E PAISAGEM

atenta durante agradáveis passeios pedestres. Longe das extensas praias e das arribas abruptas, o verde

TEMPERATURAS MÉDIAS

empreendimento turístico.

de

Habitação: Quem prefere um

Campismo: Os parques de campismo dividem-se em dois grupos, cuja classificação varia entre 1 e 4 estrelas:

garrido mistura-se com as tonalidades castanhas da terra

Ar no Verão: 24.ºC a 29ºC

os públicos, quando permitem o acesso aos visitantes

na vasta extensão do Barrocal, que abre as portas de

Ar no Inverno: 15.ºC a 18ºC

em geral, depois de o pagamento ter sido efectuado; e

outro Algarve aos visitantes, coberto de laranjais e de

Mar no Verão: 21ºC a 24ºC

os privativos, sempre que o acesso esteja reservado a

pomares de figo, alfarroba e amêndoa.

Mar no Inverno: 15ºC a 19ªC

associados ou beneficiários da entidade exploradora.

E também aqui há trilhos por desbravar. Léguas de paisagens de características geológicas especiais – xisto

06

ALOJAMENTO

Estes últimos deverão apresentar a letra «P». Para pernoitar, o campista deverá identificar-se ou


UM PAÍ S POR DESCOB RIR através do respectivo passaporte, ou do bilhete de

macia, o azul-turquesa das águas cálidas. As vastas

OLHÃO

do mar. O verde dos pinhais. Pinceladas de cor que

identidade, ou da carta de campista passada por

extensões de serrania cobertas pelo colorido das flores

As ilhas e os vastos areais onde os corpos se bronzeiam.

seduzem os olhos e exprimem as belezas de Vila Real

um organismo nacional, caso seja exigida, ou ainda

silvestres.

A Ria Formosa de águas tranquilas, paraíso dos

de Santo António e do seu concelho, completadas

do «carnet camping» da Federação Internacional de

A paisagem serena das margens do Guadiana, onde

apreciadores da natureza. Ao fundo, o pontilhado

pela vida cosmopolita de um grande centro turístico. A

Campismo e Caravanismo (F.I.C.C).

vicejam pomares a hortas. Facetas de um concelho que

branco do casario. Atractivos de Olhão e do seu

tranquilidade de praias onde se reencontra a solidão. A

se estende do mar até ao interior, tendo um rio como

concelho, espaço de férias feitas de sol, de vida e de

fauna e a flora de um parque e de uma reserva natural.

fronteira.

múltiplos encantos.

FARO

PORTIMÃO

ENTIDADE REGIONAL DE TURISMO DO ALGARVE

reconhecida pelo Instituto de Conservação da Natureza

As praias e a Ria Formosa, onde esvoaçam flamingos,

Primeiro o mar azul, de ondas macias. Depois o ouro

A Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERT

e Biodiversidade. Neste caso, devem disponibilizar

fazem a fronteira com o mar. Nos campos planos, a

em pó de areais enquadrados por falésias e rochedos.

Algarve) é uma pessoa coletiva de direito público de

equipamentos e serviços que possibilitem o usufruto e a

mancha do casario de Faro, o verde das hortas cultivadas

A atmosfera cosmopolita dos centros turísticos. Este é o

base territorial correspondente à área dos 16 municípios

interpretação da natureza.

nos terrenos férteis, as armações das noras que extraíam

Algarve das férias, do sol e da praia.

do Algarve, dotada de autonomia administrativa,

a água fresca e salutar, herança dos mouros. Colinas

Portimão e o seu concelho têm mais para oferecer.

financeira e património próprio. Tem por missão a

suaves em anfiteatro, onde nascem árvores de fruto,

História vivida em monumentos. A beleza eterna da

valorização turística do Algarve, através da qualificação

enquadram em fundo a paisagem. Aldeias, onde a vida

Natureza na Ria de Alvor. O encanto dos campos

do território, da promoção e da dinamização do destino,

Cenários idílicos para desfrutar. Primeiro, o mar e

tem o ritmo tranquilo de séculos, mostram tesouros

cultivados, das colinas cobertas de pinheiros e flores

em cooperação com os setores público e privado, para

as praias famosas, as muitas tonalidades das rochas

de arte, desvendam testemunhos da magnificência de

silvestres trepando serra acima, dando, assim, uma nova

benefício da economia e da qualidade de vida da região

e falésias. Aqui, a vida tem o ritmo das metrópoles

nobres romanos. São estes os encantos de Faro e do seu

dimensão aos dias vividos no Algarve.

e do País.

turísticas, em que os corpos que se bronzeiam durante

concelho, ponto de partida para viagens de descoberta

o dia se agitam, quando o sol se põe, nos restaurantes,

que entusiasmam.

SÃO BRÁS DE ALPORTEL

ASSOCIAÇÃO TURISMO DO ALGARVE

As formas redondas de serranias cobertas de estevas,

A Associação Turismo do Algarve é uma pessoa coletiva

sobreiros, medronheiros. As paisagens suaves como

de direito privado assumindo a forma de associação,

Turismo

de

Natureza:

Sempre

que

um

empreendimento turístico estiver situado numa área de natureza protegida ou classificada com valor natural é integrado na prática de Turismo de Natureza,

CONCELHOS DO ALGARVE ALBUFEIRA

bares e discotecas que iluminam a noite. Alguns quilómetros para o interior e tudo muda. Amendoeiras,

LAGOA

figueiras, pinheiros e laranjeiras salpicam de verde

O azul-turquesa do mar emoldurado por falésias ocres

aguarelas de casas brancas, espreitando por entre hortas

sem fins lucrativos, cuja natureza consiste nos seguintes

a paisagem. O rendilhado das chaminés destaca-se

e praias de areia macia. Cachos de uvas amadurecendo

e pomares verdejantes. O reflexo da água numa ribeira

objectivos:

do vermelho ocre dos telhados. Aldeias bucólicas

ao sol quente do Verão. As formas, as cores, os desenhos

sonolenta. O quadro de sombras e luz de uma velha

- A promoção e divulgação turística do Algarve e dos

convidam a conhecer um quotidiano feito de natureza e

de uma cerâmica com origens seculares. Atrativos de

parede caiada. Pequenos grandes encantos de São Brás

seus produtos regionais, em todas as suas vertentes,

tranquilidade. Para que as férias tenham uma dimensão

Lagoa e do seu concelho completados pelo colorido

de Alportel e do seu concelho. Convites ao prazer do

através do estudo, preparação e desenvolvimento de

total.

do porto de pesca de Ferragudo, a romântica capela de

repouso e da tranquilidade.

acções específicas nos mercados externos;

ALCOUTIM O azul do rio emoldurado pelo verde fresco da vegetação ribeirinha, dos férteis pomares e das hortas.

Nossa Senhora da Rocha alcandorada sobre o mar e as fantasiosas rochas do Algar Seco. LAGOS

SILVES

e estratégias de promoção turística do Algarve no

vida intensa de uma praia internacional. O pitoresco

estrangeiro.

As esculturas gigantes feitas pelas ondas e pelo

das casas rodeadas de amendoeiras e alfarrobeiras. As

rolados, ao qual estevas, azinheiras e algumas oliveiras

mar cristal. As grutas iridescentes. As muitas praias

amplas extensões de serra convidando a agradáveis

dão leves pinceladas de cor. As casas de paredes de xisto,

aconchegadas por rochedos ocres ou estendendo-se por

passeios, ao contacto com a natureza. Atrativos do

ou com a brancura da cal, de povoados perdidos entre

um macio areal. As casas polvilhando de branco o verde

concelho de Silves, para férias feitas do prazer de viver.

serranias. Contrastes de Alcoutim e do seu concelho

suave da paisagem. Descubra um dos mais atraentes

dos quais não faltam, em pleno Inverno, o rosa pálido

recantos do Algarve.

onde se encontra a natureza e a tranquilidade para

LOULÉ

TAVIRA As praias: longos areais onde se encontra a solidão. Os pomares de frutos sumarentos, aos quais não falta o oiro

apreciar o amontoado de flores silvestres ou as aves que

A vida cosmopolita de grandes centros turísticos. A

das laranjas. Depois, as colinas cobertas de figueiras

gorjeiam nos ramos das árvores.

longa fita de areia macia e dourada emoldurada entre o

e de amendoeiras, as casas com a alvura da cal, as

azul do mar e os ocres fortes das arribas. O esplendor

chaminés rendilhadas. E, no final, os vastos espaços de

dos azulejos numa capela que é um tesouro de arte.

serra onde voam águias, cantam pássaros, desabrocham

Extenso rectângulo limitado pelo mar e pela serra, o

Os cambiantes de verde dos pomares e da vegetação

flores. Esboço rápido dos encantos de Tavira e do seu

concelho de Aljezur reflecte, nas suas paisagens, esta

silvestre nas serranias. As muitas formas das chaminés

concelho. Um convite a viagens de descoberta.

dupla influência. Se a orla marítima é marcada pelas

brancas, feitas de filigrana e arte. 0s grandes espaços

altas falésias onde se aninham areais e dunas, o interior

onde se recupera a solidão. O silêncio da Natureza.

é uma sucessão de horizontes cobertos de vegetação.

Partes de um percurso de luz e cor, de vida e alegria no

A atmosfera mítica de Sagres e do Cabo de São

Entre ambos fica uma vasta faixa de vales e charnecas

concelho de Loulé.

Vicente, durante milénios dedicada aos deuses. A

ALJEZUR

férteis, onde se mantém a tradição do cultivo de frescas hortas, da batata-doce e do amendoim.

MONCHIQUE

VILA DO BISPO

beleza preservada de litoral de um horizonte dramático de falésias e de mar. Os testemunhos dos ritos pré-

Percorrer o concelho de Aljezur é, assim, a oportunidade

Verdes, muitos verdes. A frescura de serras que

históricos em tantos menires. A evocação da epopeia

de recuperar a tranquilidade, de reencontrar o silêncio

surpreende quem vem das quentes praias. Paisagens

dos Descobrimentos e da figura enigmática do Infante

cortado pelo canto das aves e a melodia das ondas

que convidam à contemplação, ao exercício salutar

D. Henrique, o Navegador.

embatendo nas rochas. De apreciar paisagens com

de percorrer caminhos, desvendar horizontes que

Atrativos de Vila do Bispo e do seu concelho, vasto

o mar como horizonte, campos verdejantes, colinas

abrangem o mar. Ribeiros cristalinos que saltitam entre

triângulo em que o mar está sempre presente e em que

rescendendo aos perfumes da natureza e coloridas

fraguedos. A presença do homem denunciada pelas

a natureza se associa à história para lhe dar um caráter

flores silvestres.

pinceladas de branco do casario, as escadarias dos

único, que vale a pena conhecer.

CASTRO MARIM A silhueta elegante dos flamingos. O ouro da areia

/ Fevereiro

socalcos onde crescem pomares e hortas. Convites aliciantes para percorrer longamente o concelho de Monchique.

regionais, com vista à definição de políticas, objectivos

O verde dos laranjais nos vales férteis. O mar azul. A

O ocre escuro dos montes redondos como seixos

de milhares de amendoeiras em flor, os espaços amplos

- A concertação entre entidades públicas e privadas

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO O ouro pálido de extensos areais. O azul-turquesa

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Tavira: o berço da dieta mediterrânica

convida a emoções fortes

LOCAL DE CRUZAMENTO DE DIVERSAS CULTURAS E POVOS - FENÍCIOS, TURDETANOS, ÁRABES E JUDEUS - A RECONQUISTA CRISTÃ FEZ ERGUER TAVIRA COMO UM CONCELHO COM CRESCENTE INFLUÊNCIA EM TERMOS NACIONAIS. HOJE, AS RUAS DE TAVIRA EXIBEM A SUA HERANÇA MULTICULTURAL, ACOLHENDO ANUALMENTE MILHARES DE TURISTAS DE TODO O MUNDO. JORGE BOTELHO, PRESIDENTE DO MUNICÍPIO ALGARVIO, REFORÇA A INEVITABILIDADE DA APOSTA NO TURISMO E DESTACA O PAPEL DE LIDERANÇA ASSUMIDO POR TAVIRA NO RECONHECIMENTO DA DIETA MEDITERRÂNICA COMO PATRIMÓNIO IMATERIAL DA UNESCO. desde 2010 - foi liderada a partir da Câmara Municipal de Tavira. O edil do município algarvio, Jorge Botelho, foi uma das primeiras vozes a saudar esta “vitória para a comunidade de Tavira, para o Algarve e para todo o país”. Hoje, em declarações ao País Positivo, recorda como tudo começou. “Foi há cerca de dois anos e meio, quando o ministro da Agricultura da altura nos convidou para representar a dieta mediterrânica. “Foi um enorme desafio, porque foi aqui que se congregou toda a documentação proveniente dos sete países”, lembra. Um projeto de forte envolvimento que se saldou numa enorme conquista para os países da bacia do Mediterrâneo. A dieta mediterrânica integra sabedorias milenares, sistemas e técnicas de produção de

alimentos, sociabilidades e convivialidades, em particular o uso quotidiano de uma dieta de elevado valor nutricional, baseada em produtos frescos, da época e produzidos localmente, comprovadamente preventiva de doenças cardiovasculares e cancerígenas. Tavira é exemplo de todas estas características. Terra de peixe farto, das serras de Tavira surgem pratos imperdíveis como o cabrito no forno, a açorda de galinha, a caça, os enchidos ou os queijos frescos. Da amêndoa, da chila, da alfarroba e do figo vertem irresistíveis sobremesas que deliciam os palatos mais exigentes. Mais do que uma experiência gastronómica, a dieta mediterrânica assume-se com um estilo de vida profundamente enraizado na cultura portuguesa, que importa preservar e transmitir às gerações futuras.

O APELO DAS SENSAÇÕES

Das ruas impecavelmente preservadas do centro histórico da vila até à serra de Santa Maria, Jorge Botelho defende que “esta é uma terra de estilos de vida saudáveis”. A cidade mantém a autenticidade das suas raízes, “onde os turistas e os habitantes usufruem de um espaço acolhedor, com praças amplas e convidativas, e espaços públicos únicos”, sublinha. O apelo viril da serra, a herança árabe e o mar e sol algarvios dão corpo a uma cidade que deixa marcas. Não espere mais e deixe-se conquistar! O castelo e as muralhas de Tavira constituem património de interesse nacional e são o cartão de visita privilegiado da cidade e da região. O Arraial Ferreira Neto, localizado junto à foz do rio Gilão, faz prova da importância das atividades

JORGE BOTELHO

PRESIDENTE da CM Tavira

T

avira vive da efervescência cultural. O legado aqui deixado pelos vários povos que passaram pelo sul de Portugal faz prova da genuinidade desta cidade iluminada pelo sol algarvio. Envolta pelo azul intenso do Atlântico e pela imponência das serranias, Tavira é um destino turístico de forte atração. Natureza, cultura, património e gastronomia unem-se para fazer de Tavira um local de eleição para portugueses e estrangeiros. O recente reconhecimento da dieta mediterrânica como Património Imaterial da Humanidade teve em Tavira um orgulhoso chefe de fila. DIETA MEDITERRÂNICA: DE TAVIRA PARA O MUNDO

A candidatura conjunta de Portugal, Croácia e Chipre, que contou com o apoio de Espanha, Marrocos, Itália e Grécia – países que já tinham os seus nomes e a sua dieta mediterrânica inscritos nos bens patrimoniais da UNESCO

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/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

económicas da Ria Formosa e da região e exibese como um dos legados arquitetónicos mais relevantes do período do Estado Novo. Edificada em IV-III a.C., a Anta da Masmorra coloca ainda Tavira na rota do megalítico. O património religioso é outro dos atrativos da cidade. A Igreja de Santa Maria do Castelo, monumento do século XII, resguarda as inscrições lapidares dos túmulos de D. Paio Peres Correia e dos Sete Cavaleiros da Ordem de Santiago que, segundo a lenda, terão padecido na conquista de Tavira aos mouros em 1242. A Igreja da Misericórdia e o Convento da Nossa Senhora da Piedade são outros dos exemplos do vasto património arquitetónico que caracteriza Tavira. NATUREZA E MAR: UMA ALIANÇA IRRESISTÍVEL

A variedade de ecossistemas existente no concelho de Tavira compreende uma grande diversidade de espécies animais e vegetais que constituem uma riqueza ecológica muito significativa e um potencial ambiental de elevado valor. O turismo da natureza, aliado à beleza da envolvente costeira, faz de Tavira um destino de referência. Com uma linha de costa que totaliza 18 quilómetros de extensão, as praias de areia fina e branca são o manto ideal para os corpos sedentos de sol e mar temperado pelo Mediterrâneo. As ilhas de Tavira e Cabanas

/ Fevereiro

são, igualmente, locais de visita obrigatória e imponentes maravilhas naturais. Em toda a zona litoral do concelho podem avistar-se várias áreas naturais de salinas, sapais e dunas repletas de biodiversidade, inseridas em pleno parque Natural da Ria Formosa. Um património natural para viver intensamente no verão, mas que desperta também emoções fortes durante todo o ano. O FUTURO EXIGE INVESTIMENTOS PRIORITÁRIOS

Jorge Botelho permanece incansável na vontade de erguer o nome de Tavira no contexto da região algarvia. De olhos postos no futuro, o presidente da câmara aponta baterias rumo à requalificação da frente ribeirinha. “Há alguns investimentos prioritários no setor do mar: fazer um aproveitamento da nossa ria, das nossas águas, tentar ter um sítio para atracar barcos. Neste aspeto estamos completamente abertos ao setor privado para conversar sobre projetos futuros”, declara. A brancura do casario que delineia o centro histórico, o esplendor natural envolto pelo mar e pela Ria Formosa e o sol intenso pintam uma cidade de paixões intensas. As marcas do tempo, o encontro de culturas que emerge a cada passo, o sorriso aberto e a empatia natural das gentes algarvias tornamna praticamente irrecusável. Tavira nasce do cruzamento de povos e está, por isso, de braços abertos para quem a visita

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Madeira:

Ilhas por Descobrir

O

PARAÍSO EXISTE.

O

EQUILÍBRIO ENTRE O CORPO E A MENTE, ENTRE O

HOMEM E A NATUREZA ESTÁ APENAS A UMA CONTINENTAL E A ESCASSAS HORAS DO CENTRO E DO NORTE DA EUROPA.

madeirenses ganham vida ao dobrar de cada esquina: nos museus históricos e contemporâneos, no típico Mercado dos Lavradores ou na indústria do Vinho e do Bordado. O passado e o presente andam de mãos dadas. UM SPA EM PLENO OCEANO ATLÂNTICO

D

escubra a diversidade da Madeira, o extenso

areal dourado da Ilha do Porto Santo e a riqueza da fauna e da flora das Reservas Naturais das Ilhas Desertas e das Ilhas Selvagens.

Na Madeira, as montanhas de recorte irregular e com uma vegetação luxuriante rasgam os céus, enquanto as baías, as praias e as escarpas encontram o mar cristalino de um azul profundo. Os contrastes harmoniosos aliam a Natureza ao pulsar cosmopolita da capital madeirense onde impera o requinte e a animação. O cartaz turístico e cultural de renome internacional inclui eventos como o Carnaval, a Festa da Flor, o Festival do Atlântico, a Festa do Vinho da Madeira, o Festival de Colombo, o Festival da Natureza, as festividades do Natal e o ponto alto do ano que culmina com o grande espetáculo do fogo-de-artifício na noite de 31 de Dezembro, reconhecido em 2006 pelo Guinness World of Records como o maior espetáculo do mundo. No desporto, destacam-se o Rally Vinho Madeira, o Classic Car Rally e o Open de Golfe da Madeira. A cultura, os costumes e as tradições dos

12

No arquipélago da Madeira tudo convida a relaxar. Uma natureza inigualável repleta de ares puros e balsâmicos e um oceano de águas cálidas e cristalinas apelam aos sentidos. Tire partido dos extratos de algas e plantas, do fresco aroma das flores, do ar cem por cento puro aliado ao clima temperado e renove as suas energias. Descubra a fertilidade do terreno e a abundante fauna marítima, em refeições tão saudáveis quanto saborosas e desfrute do contacto próximo com a Natureza, longe da rotina e da vida agitada das grandes cidades. Alimente o corpo, o espírito e a mente neste “ SPA Natural” que é o arquipélago da Madeira, onde o homem restabelece o contacto com as raízes ancestrais da Natureza. Visite a ilha do Porto Santo e descubra um paraíso dourado. São nove quilómetros de areia fina e macia, cujas propriedades terapêuticas são um verdadeiro bálsamo para o corpo e para a mente. É neste ambiente de perfeita harmonia entre a Natureza e o Homem que faz sentido o provérbio “mente limpa, corpo são” porque aqui sentimos uma maior paz e calma interior PORTO SANTO: O PARAÍSO NA TERRA

Agora é tempo de conhecer um dos maiores contrastes existentes no arquipélago. Apanhe o avião ou embarque no barco de cruzeiro, percorra apenas 40 quilómetros e venha conhecer a Ilha do Porto Santo, descrito pelos viajantes como sendo o “Paraíso na Terra”. Passeie pelo extenso areal dourado, mergulhe nas águas cálidas e usufrua da tranquilidade de uma ilha quase virgem. Não se esqueça do mergulho, do golfe, do hipismo, das veredas, do jeep-safari, do ténis, dos passeios de charrete e da visita obrigatória à casa onde o navegador Cristóvão Colombo viveu. Mas o grande segredo da “Ilha Dourada” esteve encerrado durante séculos e só agora as descobertas científicas revelam aquilo que

HORA E MEIA DE DISTÂNCIA DE

há muito a sabedoria popular já sabia: as propriedades terapêuticas das areias, que tiveram origem no desmantelamento de um recife de coral localizado numa das plataformas da ilha. São areias finas com características únicas, que possuem elementos químicos extremamente benéficos para a saúde, à semelhança daquilo que acontece com a água do mar e a água das fontes. Toda esta riqueza já está a ser utilizada em prol do bem-estar de locais e visitantes através do Centro de Talassoterapia. HOTELARIA: CHARME E TRADIÇÃO

O requinte, o bom gosto, a qualidade e o atendimento personalizado são a imagem de marca da hotelaria madeirense. A oferta é variada e o visitante pode optar pelas mais modernas ofertas hoteleiras de cidade, pelas centenárias “Quintas da Madeira” ou pelo Turismo Rural. Na cidade do Funchal encontram-se os mais modernos e contemporâneos hotéis da Região, a maioria com certificados de qualidade. Os quartos são luxuosos, a vista sobre o mar e a serra é deslumbrante, os restaurantes temáticos levam-nos ao mundo dos sabores, e as piscinas, os solários e os SPA’s fazem-nos relaxar. Alguns hotéis apresentam uma decoração minimalista e confortável mas todos aliam o requinte ao bem-estar. Para os mais românticos a opção poderá passar pelas “Quintas da Madeira”, onde durante séculos várias famílias da nobreza europeia encontraram um refúgio em forma de paraíso na Terra. São pequenos palácios da arquitetura clássica madeirense rodeados de árvores centenárias, de pequenos riachos que serpenteiam os jardins, inseridos num ambiente senhorial por onde passearam personalidades como Winston Churchill, o Imperador AustroHúngaro, Carlos de Habsburgo, a princesa Sissi, entre outros. As Quintas da Madeira, localizadas em zonas privilegiadas, encerram segredos, fragmentos de vidas de outros tempos. Um sonho que está agora ao alcance de todos. Nestas casas senhoriais, o luxo, o requinte e a tradição aliam-se às novas comodidades, como são os casos dos SPA’s, piscinas interiores e exteriores, restaurantes panorâmicos com vista para o mar e para a serra. Se preferir um ambiente mais descontraído e

PORTUGAL

próximo da Natureza, o Turismo Rural é o que procura. São pequenas unidades hoteleiras intimistas de onde pode partir à aventura e à descoberta de novas paisagens e sensações através de veredas, levadas e outros percursos pedestres. No fim do dia poderá descontrair brindando com Vinho Madeira porque a Natureza continua à sua volta. ATIVIDADES

No mar, no céu e em terra O clima ameno que caracteriza a Madeira e o Porto Santo permite a prática de todo o tipo de atividades desportivas e de lazer ao ar livre em qualquer época do ano. As escolhas vão desde as modalidades náuticas, passando pelos desportos tradicionais até os mais radicais. Para os amantes do mar, cuja temperatura varia entre os 17ºC e os 25ºC, estão reunidas todas as condições para a prática de snorkeling, de mergulho, de vela, de windsurf, de surf e de pesca desportiva durante todo o ano. Imperdível é embarcar num tranquilo passeio ao longo da costa a bordo de uma nau, de um catamarã ou de um veleiro, de onde poderão ser observados os golfinhos, as baleias e as focas que cruzam os mares madeirenses. Aqueles que procuram sensações mais fortes podem encontrá-las no céu, na terra e na água. Sobrevoe a ilha de parapente ou asa delta, descubra o interior da Madeira praticando canyoning (descida de ribeiras), escale os picos mais altos, percorra os vales e as motanhas em veículo 4x4, usufrua da sensação de liberdade que o kitesurfing proporciona ou sinta a adrenalina de um jet-ski. Os que preferem atividades mais tranquilas poderão praticar golfe num dos campos de golfe da Madeira e do Porto Santo, que oferecem condições ímpares fruto das excelentes condições climatéricas e da qualidade dos campos. O trekking e os passeios a pé constituem outras excelentes alternativas, e talvez as mais procuradas, para conhecer mais de perto as características naturais do arquipélago. CULTURA E LAZER

A Madeira também é sinónimo de cultura e de lazer. Prepare-se para uma viagem fascinante pela História do arquipélago em espaços

/ Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR, como o “Madeira Story Center” e as “Grutas de São Vicente – Pavilhão de Vulcanologia”. Avance depois para expressões artísticas mais cosmopolitas, que podem ser apreciadas na “Casa das Mudas”,edíficio premiado internacionalmente e um ícone da arquitetura contemporânea. Quando a curiosidade sobre aquilo que nos rodeia aumenta nada como visitar o Centro de Ciência Viva do Porto Moniz, o Aquário da Madeira, e o Parque Temático de Santana. A oferta cultural engloba, ainda, uma mão cheia de museus dos quais se destacam o Museu de Arte Sacra, o Museu da Quinta das Cruzes, a Casa Museu Frederico de Freitas e, ainda o espaço cultural Universo de Memórias de João Carlos Abreu. O valor do património é reconhecido internacionalmente como monumentos como a Sé Catedral, Igreja do Colégio, Capela do Corpo Santo, entre outro património espalhado pela Ilha. GASTRONOMIA

A simplicidade da confeção gastronómica do Arquipélago da Madeira retrata a alma de um povo simples e generoso. Ainda assim, existe uma vasta escolha de produtos naturais que permitem a confeção duma variedade de delícias gastronómicas, que vão desde a cozinha regional até à internacional. Tendo a Madeira um contacto próximo com o mar, encontram-se na maioria dos restaurantes ótimos pratos de marisco e de peixe fresco. Lapas, polvo, camarão, bife de atum e os filetes de espada, são apenas alguns exemplos das iguarias regionais. Não perca a oportunidade de saborear a “espetada” de carne de vaca, em espeto de pau de louro, e o bolo-do-caco, pão caseiro amassado com batata-doce; ou de provar a rica doçaria madeirense e experimente o típico Bolo-de-Mel, confecionado à base de ingredientes ricos, nomeadamente, especiarias e mel de cana-de-açúcar. Descubra a fertilidade do terreno e a abundante fauna marítima, em refeições tão saudáveis quanto saborosas. VINHO MADEIRA

O solo e o clima únicos da Ilha da Madeira, tal como o processo de produção e o tipo de uva cultivada contribuíram para a distinção inigualável do Vinho Madeira ao longo dos tempos. Escolhido para celebrar a Independência dos EUA a 4 de Julho de 1776, elogiado por Shakespeare

/ Janeiro

em algumas das suas peças, admirado por reis, príncipes, generais e exploradores, o Vinho Madeira, é sem sombra de dúvidas uma preciosidade. Apreciado em todo o mundo e com um passado histórico que testemunha mais de cinco séculos, este ‘néctar dos Deuses’ é um dos ex-líbris da Ilha da Madeira. Contemple o verdadeiro espírito construtivo dos madeirenses, patente ao longo dos séculos, nas vinhas cultivadas à mão, em pequenos recintos de terra, conhecidos por ‘poios’, suportados por paredes de terra (terraços) nas encostas das montanhas, muitas vezes de difícil acesso. São mais de 30 as castas do vinho Madeira, no entanto, as mais nobres são a Sercial, Boal, Verdelho e Malvasia. Dos vinhos secos destaca-se a casta Sercial. Ideal como aperitivo, este vinho de cor clara é leve e muito perfumado. O Verdelho encabeça os vinhos meio secos. Delicado, bastante perfumado e de cor dourada é o mais indicado para acompanhar refeições. Meio-doce, suave, nobre, aveludado e de cor dourada escura é a casta Boal, sendo a mais recomendada para o assado e a sobremesa. Entre refeições ou à sobremesa são poucos os que resistem à casta Malvasia, que representa o vinho doce, encorpado, de perfume intenso e cor vermelha. Os apreciadores desta ‘arte’ deverão visitar a Madeira em Setembro para assistir e participar nas vindimas e na Festa do Vinho Madeira, que constitui uma homenagem a este produto ancestral e reconhecido além-fronteiras. O QUE COMPRAR

Nos seus passeios, encontrará muitas oportunidades de comprar prendas originais. A capital, Funchal, oferece um ambiente acolhedor e cosmopolita. Para conhecê-la, nada melhor do que passear pelas suas ruas pitorescas repletas de flores, apreciar as suas antigas praças de calçada portuguesa e descobrir tesouros arquitetónicos que datam da época dos Descobrimentos. Aqui existe um leque muito diversificado de lojas e espaços comerciais onde encontrará aquela lembrança tão especial, para relembrar a sua viagem Ao percorrer as ruas da baixa funchalense não deixe de conhecer um pouco melhor a riqueza do artesanato madeirense, visitando uma das fábricas de bordado Madeira e fique a conhecer mais de perto estas delicadas obras de arte. Visite a mais antiga cave de vinho Madeira e

descubra a história por detrás deste néctar dos deuses. Explore a oferta diversificada de produtos regionais no Mercado dos Lavradores, desde a panóplia de espécies e aromas perfumados das suas flores que a todos deslumbram, para além, dos frutos exóticos, das típicas botas de vilão e dos até os artigos elaborados em vime. Laurissilva: Património Natural Mundial: A cidade do Funchal escala as montanhas e faz fronteira com o Parque Natural, que ocupa dois terços da ilha, e onde se encontra um dos principais ícones de beleza genuína da Ilha: “Laurissilva”, a floresta indígena da Madeira que remonta ao Período Terciário, e que foi classificada pela UNESCO como Património Natural Mundial em 1999. Esta herança natural ganhou notariedade graças ao vasto leque de plantas exóticas visto que a Madeira constitui um dos lugares do Mundo com o maior índice de fito-diversidade, o que significa que a Ilha possui uma elevada diversidade de plantas por metro quadrado, algumas indígenas, outras importadas ao longo dos tempos. AVENTURA: EM PASSEIO PELA NATUREZA

Envolva-se nesta floresta única e venha descobrir a Natureza no seu estado mais puro. Calce uns sapatos confortáveis e aventure-se nas famosas “Levadas” da Madeira que serpenteiam as florestas luxuriantes e que o podem levar até aos 1.862m de altitude! As “Levadas”, cursos de água que começaram a ser construídos no século XVI, são atualmente uma dos maiores atrações turísticas da Região. Rasgam as montanhas levando a água do Norte para o Sul, para irrigar os terrenos agrícolas inacessíveis. A beleza destes percursos é indescritível. Por isso, nada como deixar envolver-se e caminhar por um dos vários trajetos existentes. Os mais conhecidos são os que o levam do Rabaçal em direção às 25 Fontes, o das Queimadas até ao Caldeirão Verde, o Pico do Areeiro ao Pico Ruivo e o Ribeiro Frio à Portela. Existe ainda um passeio direcionado a pessoas com mobilidade reduzida com baixo grau de dificuldade mas igualmente deslumbrante, que é o percurso entre o Pico das Pedras e as Queimadas. ILHAS DESERTAS E SELVAGENS: O FASCÍNIO DA NATUREZA EM EQUILÍBRIO

O Arquipélago inclui ainda pequenas ilhas desabitadas visitáveis apenas por barco: as Ilhas Desertas (a cerca de 8 horas) e as Ilhas

Selvagens (a aproximadamente 12 horas). As primeiras constituem uma Reserva Biogenética desde 1992, estatuto concedido pelo Conselho da Europa devido à presença de mamíferos marinhos únicos. O último, reduto da foca monge (Monachus monachus), a foca mais rara do mundo, fica situado a cerca de 22 milhas a Sudeste do Funchal. Nesta reserva foram impostas algumas restrições para a preservação da vida selvagem, como a proibição da prática de pesca submarina e da navegação na parte Sul. Para fundear ou visitar as Ilhas Desertas é necessária uma autorização prévia do Parque Natural da Madeira. As ilhas Selvagens, consideradas como um “santuário ornitológico” pelo elevado número de espécies de aves marinhas que ali nidificam, estão localizadas a 180 milhas da Madeira e são constituídas por dois grupos de pequenas ilhas, a Selvagem Grande e a Selvagem Pequena; Detêm o estatuto de Reserva Natural desde 1971, o que faz deste sub arquipélago uma das mais antigas reservas portuguesas. MAR: UMA PORTA ABERTA PARA O MUNDO

A Gare Marítima Internacional do Porto do Funchal foi inaugurada em Junho de 2010, conferindo à Região Autónoma da Madeira, uma infraestrutura de qualidade para o Turismo de Cruzeiros. Esta obra constitui uma mais-valia face a um segmento de mercado cada vez mais competitivo e exigente. Este edifício arquitetónico, localizado no molhe do Cais da Pontinha, tem contribuído para dotar a Madeira, e o elevado número de passageiros de navios de cruzeiro que visitam a Região, de melhores condições e acessibilidades de conforto e segurança, possibilitando uma maior rapidez e eficácia nas operações de desembarque e otimizando o cumprimento das medidas de segurança internacionais. MARINAS: UMA VELEJADORES

PORTA

DE

ENTRADA

PARA

O litoral madeirense e porto-santense é convidativo para os velejadores, que encontram no arquipélago marinas e portos de abrigo de excelente qualidade. Na costa sul madeirense, onde o mar é mais calmo, fica situada a Marina do Funchal, a mais antiga da Região; a moderna e acolhedora Marina da Calheta e a Marina da Quinta do Lorde, localizada no extremo Este da Madeira. No Porto Santo, os amantes do mar também são bem recebidos graças às boas condições oferecidas pela marina local.

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR PRAIAS: O DESPERTAR DOS SENTIDOS

O arquipélago abraça o mar e não há nada como ir a banhos, sentir o sol e mergulhar em águas límpidas. Escolha entre as dezenas de praias de constituição rochosa, formadas por calhaus rolados de basaltos ou pelos modernos complexos balneares espalhados pela Madeira. Se optar pelas praias poderá escolher entre a Praia Formosa, a Praia da Calheta, a Praia dos Reis Magos, a Praia do Jardim do Mar, a Praia da Madalena do Mar ou a Praia do Porto Santo, situada na Ilha vizinha. Os complexos balneares Poças do Governador, Clube Naval, Doca do Cavacas, Barreirinha ou Piscinas Naturais do Porto Moniz aliam a frescura do mar às piscinas, solários, restaurantes, bares, balneários e facilidades de estacionamento. MERGULHO: O VIBRANTE MUNDO SUBAQUÁTICO

Na Madeira, a Natureza não vibra só à tona da água mas também dentro dela. A origem vulcânica deste arquipélago que criou interessantes formações rochosas, a abundante e variada fauna e flora marinha, aliados à excelente temperatura e limpidez das águas, faz deste destino um paraíso para o mergulho. No mundo do silêncio encontram-se a Reserva Natural Marinha do Garajau e a Reserva Natural Marinha da Rocha do Navio. Criada em 1986, a Reserva Parcial do Garajau, localizada na costa Sul da ilha, constitui o local ideal para o snorkeling e para o mergulho de

Ligações Aéreas e Marítimas Ligações Aéreas Existem dois aeroportos no arquipélago: o Aeroporto Internacional da Madeira e o Aeroporto do Porto Santo. Para além das ligações aéreas oriundas de Portugal continental (Lisboa, Porto e Faro) e dos Açores (Ponta Delgada), existem ligações aéreas diretas a partir das principais capitais europeias. Um voo para a Madeira dura cerca de 1h30 a partir dos aeroportos portugueses, e um pouco mais de 2 horas desde os principais aeroportos do centro da Europa. Os voos entre a Madeira e o Porto Santo são feitos em 15 minutos. Para mais informações consultar o site oficial do Aeroporto da Madeira – www.anam.pt Ligações Marítimas Frequentemente visitados por navios de cruzeiro, os portos do Funchal e do Porto Santo servem de ponto de chegada às ilhas e de ponto de partida a outros destinos. As ligações diárias entre a ilha da Madeira e a do Porto Santo realizam-se em cerca de 2H15, a partir do Porto do Funchal, pelo ferry-boat “Lobo Marinho” da Porto Santo Line, que permite também o transporte de viaturas.

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garrafa. Aqui, para além de um sem número de espécies costeiras, podem ser observados peixes como o Mero (Epinephelus marginatus), a Moreia (Muraena helena) e interessantes colónias de Enguias de Jardim (Taenioconger longissimus). Tal como no Garajau, também na Rocha do Navio o mergulho é livre mas a prática de caça e pesca são proibidas. Esta reserva, situada no concelho de Santana, é conhecida por ser o habitat da Foca Monge (Monachus monachus), também conhecida por Lobo-marinho. FESTA DE CARNAVAL DA MADEIRA

As Festas de Carnaval da Madeira incluem um conjunto variado de iniciativas de animação, que se expressam no Grande Cortejo Alegórico que ocorre no Sábado de Carnaval. Nele participam vários grupos, com milhares de figurantes, que inundam as principais ruas do Funchal de música e alegria contagiantes. O Cortejo Trapalhão realiza-se na terça-feira de Carnaval e assume-se com um desfile tipicamente madeirense, aberto à participação individual ou em grupo de todos os interessados, incluindo turistas, onde o humor e a sátira social são os temas privilegiados. As Festas de Carnaval da Madeira incluem ainda a Festa de Carnaval das Crianças, que se realiza na parte da manhã da sexta-feira, com a participação de crianças das escolas do Funchal. Na parte da tarde do mesmo dia realiza-se o “Carnaval Solidário”, uma iniciativa da Associação de Desenvolvimento Comunitário do Funchal, com desfile pela Avenida Arriaga e espetáculo no Jardim Municipal. Nestes dias a baixa da cidade é inundada por bandas filarmónicas e carnavalescas que executam temas específicos da época, grupos de teatro de animação que interagem com o público e outros espetáculos musicais carnavalescos. FESTA DA FLOR

Celebrando a Primavera e o exuberante florescer típico da época, a cidade do Funchal é palco de um sumptuoso espetáculo. No Sábado, pela manhã, milhares de crianças participam no Cortejo Infantil, cada uma com uma flor para colocar num mural denominado “Muro da Esperança”, no centro da cidade do Funchal. A construção do muro termina com uma largada de pombos e um espetáculo infantil. No Domingo e ocorre o deslumbrante Grande Cortejo da Flor, no qual centenas de figurantes e carros alegóricos alusivos à flor, atravessam a cidade ao som de músicas, exibindo conjugações de uma multiplicidade de espécies florais típicas da ilha, deixando no ar suaves perfumes. A placa central da Avenida Arriaga recebe o Mercado das Flores que empresta à baixa citadina um pulsar frenético dos amantes da flor local. Esculturas de flores protagonizadas por jovens que interagem e convidam os visitantes a participar e a registar em imagens únicas

desta, fazem jus à tão conhecida hospitalidade que caracteriza o povo da Madeira. Para além da Exposição da Flor, no Largo da Restauração, a arte da construção dos tapetes florais é também motivo de grande atração por parte dos que nos visitam. MADEIRA ISLAND OPEN GOLF

O Madeira Island Open Golf constitui uma prova do calendário europeu, que anualmente, durante uma semana, reúne na Região mais de uma centena de jogadores de renome nacional e internacional. Os praticantes de golfe não podem deixar de visitar as ilhas da Madeira e do Porto Santo durante esta semana, aproveitando para observar a perícia dos famosos joagadores, bem como conhecer as excelentes condições que as duas ilhas oferecem para a prática desta modalidade de cujos seus três campos de golfe marcam a diferença pela envolvência única com a paisagem. FESTIVAL DO ATLÂNTICO

O Festival do Atlântico marca, desde 2002, o inicio da época de Verão na Madeira, integrando um conjunto diversificado de iniciativas distribuídas ao longo do mês de Junho, sendo de realçar os espetáculos piromusicais, o Festival de Música da Madeira e a Semana Regional das Artes. O Concurso Internacional de Fogo-de-artifício da Madeira decorre em quatro sábados consecutivos do mês de Junho, pelas 22H30 no molhe exterior da Pontinha onde os concorentes apresentam espetáculos maravilhosos e emocionantes com duração aproximada de 20 minutos cada, que conjugam o fogo-de-artifício e a música, numa experiência única. A baixa citadina do Funchal enche-se de animação diversa, com atuações de bandas filarmónicas e espetáculos musicais de Início de Verão à entrada do Cais da Cidade, todos os Sábados, antes e após os espetáculos piromusicais. RALI VINHO MADEIRA

O Rali Vinho Madeira constitui uma das mais importantes provas do Campeonato Europeu de automobilismo e a maior manifestação automobilística da Região, contando com a participação de nomes consagrados do automobilismo mundialque com as suas bólides, causam emoções fortes entre os espetadores. Durante dois dias os concorrentes percorrem vários pontos da ilha, seguidos de perto por milhares de pessoas que enchem as serras da Madeira à procura do melhor lugar para observar a velocidade e perícia dos automobilistas. Uma oportunidade única para os amantes da modalidade e todos os que visitam a Região por esta altura. FESTA DO VINHO DA MADEIRA


UM PAÍ S POR DESCOB RIR A Festa do Vinho da Madeira realiza-se anualmente, na primeira semana de Setembro e constitui uma homenagem aos velhos hábitos da população madeirense, desde o início do povoamento da ilha, em torno da produção deste precioso néctar. Na baixa citadina do Funchal com principal incidência nas Placas Centrais da Avenida Arriaga realizam-se exposições e quadros vivos alusivos ao Vinho Madeira, bem como atuações de grupos folclóricos. De salientar a realização da Semana Europeia de Folclore no auditório do Jardim Municipal, que possibilita o intercâmbio entre Grupos Folclóricos oriundos de vários pontos da Europa. Por sua vez, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos decorre a vindima ao vivo, onde os visitantes são convidados a participar na apanha da uva e elaboração do vinho num ambiente de grande festa, característico de um arraial típico madeirense, proporcionando momentos de grande entusiasmo a todos os que assistem. FESTIVAL COLOMBO

O Festival Colombo surgiu, pela primeira vez, no ano 2000 com o objetivo de dinamizar e fomentar uma oferta turístico-cultural de qualidade na ilha do Porto Santo. Baseado na figura histórica de Cristóvão Colombo, intimamente relacionada com a Madeira enquanto comerciante de açúcar durante a época áurea do produto na ilha, bem como pelo seu casamento com Filipa de Moniz, filha de Isabel Moniz e de Bartolomeu Perestrelo, primeiro Capitão Donatário do Porto Santo, este evento não é mais do que um tributo àquele que se viria a tornar num ilustre navegador do século XV. Nos últimos anos optou-se por um formato de festival que tem por base a recriação histórica do quotidiano quinhentista, concretamente da época marcada pela passagem de Colombo por aquela ilha. O programa do certame inclui uma feira e ceia quinhentistas, o desembarque de Cristóvão Colombo, uma guarnição militar, um espaço infantil com jogos ancentrais, artes circenses, cenas teatrais, atuações de bandeirantes e animação diversa e constante, que inclui música variada e danças europeias e orientais. É reivindicada a participação e inclusão da população local e de visitantes na figuração do festival, sendo, disponibilizados trajes da época devidamente enquadrados no espírito do evento. Simultaneamente decorrem ações variadas, que incluem gastronomia, artesanato e outras atividades, gerando-se uma animação permanente e um alvoroço constante por entre as várias figuras características da época. MADEIRA NATURE FESTIVAL

Sinta a paisagem à sua volta! Renda-se aos encantos de uma ilha que emana energia e inspira emoção e aventura! Durante uma semana, a Madeira promove o

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Festival da Natureza e celebra junto dos seus visitantes o que nela há de melhor. Tanto em terra como no ar ou no mar, as escolhas serão mais que muitas e todos poderão experienciar atividades num leque de oferta variado e destinado a todas as faixas etárias. A estas atividades juntamse muitas outras, numa festa que associa o desporto, a animação, a etnografia e a cultura madeirense. Destaque, ainda, para a realização de um concurso de fotografia. Com mais este evento de animação, o destino Madeira promove o turismo ativo de uma forma sustentável. A interação e a descoberta da oferta da Madeira a este nível, com base num programa apelativo e dinâmico, faz desta semana uma experiência única num festival supreendente. FESTAS DE NATAL E DO FIM DO ANO

É com o começo das iluminações decorativas nas ruas da baixa citadina do Funchal, que se dá o início ao programa das Festas de Natal e de Fim de Ano. Estas comemorações consistem num programa rico e extenso, de manifestações de carácter cultural, religioso, etnográfico e artístico que abrange todo o mês de Dezembro e termina com a celebração do dia de Reis (6 Janeiro). O Funchal torna-se num verdadeiro presépio de proporções reais, as ruas ficam enfeitadas com flores e luzes multicolores, de todos os tamanhos, que compõem desenhos alusivos à época. Nas ruas e praças sente-se o som da música que a todos contagia, com os concertos, as atuações musicais das bandas filarmónicas e dos grupos folclóricos, além das exposições natalícias, autênticos quadros vivos das tradições madeirenses. Na Madeira vive-se com especial fulgor os preparativos para “A Festa”, cognome que os madeirenses adotaram para evidenciar o Natal como a sua festa por excelência. Os festejos iniciam -se no princípio do mês de Dezembro com a montagem da lapinha “presépio” e com a confeção de diversas iguarias e doces, nomeadamente o afamado bolo de mel, as broas, os licores caseiros e a preparação da carne de “vinha -de -alhos”, que resulta num dos pratos mais afamados da culinária madeirense. Outra das vivas tradições desta quadra, é a celebração das 9 Missas do Parto, que acontecem de madrugada para anunciar o Nascimento do Menino Jesus. Estas missas são acompanhadas de cânticos entoados por populares, habitualmente, no adro das Igrejas, onde se fazem decorações natalícias e se oferecem “comes-e-bebes” tradicionais da época aos presentes. No dia 23 de Dezembro realiza-se a tradicional festa da Noite do Mercado, onde os madeirenses aproveitam para fazer as últimas compras de Natal e onde se podem provar os diversos petiscos e bebidas tradicionais da época. Depois das comemorações de Natal a animação continua, em clima de antecipação das Festas do Fim de Ano com o famoso espetáculo de fogo-

de-artifício, reconhecido oficialmente pelo livro de recordes do Guiness, em 2006, como o maior espetáculo de fogo-de-artifício do mundo. Este magnífico cenário, de beleza rara, é simplesmente único, com milhares de lâmpadas multicolores que enfeitam o anfiteatro do Funchal, transformando-o num palco grandioso. Com as badaladas da meia-noite, do dia 31 de Dezembro, os céus iluminam-se de cor, luz e esperança num novo ano que se inicia.

Informações úteis: Pagina Web - www.visitmadeira.pt Facebook Turismo da Madeira - www.facebook.com/turismodamadeira Twitter Turismo da Madeira - https://twitter.com/madeira_islands Youtube Turismo da Madeira - http://www.youtube.com/user/APMadeira Flickr Turismo da Madeira - http://www.flickr.com/photos/apmadeirapt/collections Issuu Turismo da Madeira - http://issuu.com/apmadeirapt Virtual Visit Madeira - http://virtual.visitmadeira.pt/ APM - Associação de Promoção da Madeira - http://www.ap-madeira.pt

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“O Parque Nacional da Peneda Gerês é o nosso petróleo” VASSALO ABREU É UM HOMEM SEM PAPAS NA LÍNGUA, À MODA DO MINHO, E TEMEROSO DEFENSOR DOS INTERESSES DA SUA TERRA. AGORA QUE INICIA O SEU TERCEIRO E ÚLTIMO MANDATO NOS COMANDOS DO MUNICÍPIO DE PONTE DA BARCA APOSTA TUDO NA PROMOÇÃO TURÍSTICA DO CONCELHO SITUADO NO CORAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERÊS.

Festas e romarias - Ponte da Barca Domingos Gastronómicos – entre abril e novembro Festa das Tradições – realiza-se em maio Feira do Livro de Ponte da Barca – realiza-se em maio Festival Folk Celta Ponte da Barca - 25 e 26 de julho Romaria de S. Bartolomeu - 19 a 14 de agosto Festa das Vindimas – realiza-se em outubro

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PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERÊS FOI RECENTEMENTE ELEITO, PELO MOTOR DE BUSCA TRIVAGO, COMO O NONO DESTINO MAIS VALIOSO DO MUNDO E O QUARTO EM TERMOS EUROPEUS. ESTA É UMA ENORME MAISVALIA PARA PONTE DA BARCA…

É uma enorme vantagem estar, precisamente, no coração do único parque transfronteiriço que é reserva da natureza – Gerês - Xurés. Ponte da Barca alberga a Porta do Lindoso, por onde já passaram em dois anos mais de 50 mil visitantes e que usufrui de uma biodiversidade invejável e muito apreciada pelos amantes da natureza. Na mata do Cabril, por exemplo, há azevinhos únicos no mundo que precisam de sete pessoas para os abraçar. Eu costumo dizer que o Parque Nacional da Peneda Gerês é o nosso petróleo. E O QUE ESTÁ A SER FEITO PARA RENTABILIZAR ESTE “PETRÓLEO”?

Importa salientar que o Parque Nacional da Peneda Gerês é o quarto destino mais valioso da Europa, com turismo da natureza, atividades radicais e birdwatching. O que os cinco municípios que compõem o parque querem agora é torná-lo num destino ainda melhor. Nesse sentido, os presidentes de câmara envolvidos, em parceria com o Turismo do Porto e Norte, querem promover o Parque Nacional da Peneda Gerês tendo por base, por exemplo, o modelo que foi adotado para a região do Douro. O nosso grande objetivo é deter uma ação mais ativa na gestão do parque e estou confiante que vamos

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conseguir. Vamos p r, em definitivo, o Parque no mapa! CAPTAR MAIS TURISTAS PARA TODOS OS MUNICÍPIOS É UMA PRIORIDADE DESTE PROJETO?

O epicentro é, obviamente, o Parque Nacional da Peneda Gerês, mas a ideia é complementar esta experiência com a diversidade e riqueza cultural, patrimonial e gastronómica de cada um dos municípios envolvidos. E Ponte da Barca usufrui, neste plano, de inegáveis atrativos. Em primeiro lugar, esta paisagem fabulosa, depois um importante acervo patrimonial, com uma das principais igrejas românicas do país localizada em Bravães, o mosteiro de Crasto

e o mosteiro românico de Vila Nova de Muía. Somos Caminho de Santiago, legado histórico e referência gastronómica. O TURISMO REVELA-SE, EM DEFINITIVO, A APOSTA ESTRUTURANTE DESTE TERCEIRO MANDATO.

Sim, neste mandato assumi o turismo como prioridade máxima. A provar que esta aposta é acertada está o licenciamento de mais de 34 casas de turismo rural e de habitação nos últimos dois anos, a inauguração de um hotel de 4 estrelas no próximo mês e de um hotel de charme bem no centro da vila. Atualmente há um défice de camas que importa solucionar. A aposta séria na promoção turística comprova-se

pelo facto de possuirmos, por exemplo, a única loja de turismo interativa de todo o distrito de Viana do Castelo. A beleza natural de Ponte da Barca tem conduzido a interessantes casos de “amor à primeira vista”. O escritor Valter Hugo Mãe hospedou-se numa casa de turismo rural enquanto escrevia o seu mais recente romance, O Filho de Mil Homens, por exemplo. PONTE DA BARCA ASSUME-SE, IGUALMENTE, COMO UM CENTRO DE CULTURA CELTA EM PORTUGAL E É AINDA REFERENCIADA POR SER A TERRA NATAL DO NAVEGADOR FERNÃO DE MAGALHÃES. ESTES FATORES CULTURAIS SÃO IMPORTANTES FOCOS DE ATRAÇÃO TURÍSTICA…

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Inegavelmente. Por isso mesmo estamos a concretizar uma aposta muito forte no Instituto de Estudos da Cultura Celta. Ponte da Barca albergou o último congresso transfronteiriço dedicado à cultura celta, onde se fizeram representar 22 universidades de todo o mundo. O professor da Universidade Complutense de Madrid, Ramon Sainero, não hesita ao afirmar que os celtas exerceram uma forte influência nesta região. á o caso de Fernão de Magalhães encontra-se em permanente avaliação, mas o professor Amândio Barros afirma perentoriamente que nasceu em Ponte da Barca. O que é já inegável é que a sua família é originária de Ponte da Barca. Vamos iniciar brevemente escavações arqueológicas na torre e no solar dos Magalhães, precisamente localizadas na freguesia de Magalhães, para comprovar as suas reais origens. O DINAMISMO DE PONTE DA BARCA PARECE NÃO TER FIM….

Estamos cheios de projetos, sim, mas não nos podemos calar perante o “atentado” causado pela não aplicação da Lei das Finanças Locais, que nos prejudica em mais de um milhão de euros por ano desde 1994. Isto porque na barragem do Alto-Lindoso se produz seis por cento da toda a energia hídrica do país e nós somos considerados um município “rico”. Para ter uma ideia, nós recebemos menos 600 mil euros do que Paredes de Coura e temos mais 50 quilómetros quadrados de território, mais área protegida, o dobro dos alunos e o dobro dos transportes escolares. CONTUDO, RECENTEMENTE FOI ELEITO PRESIDENTE DA SECÇÃO DE MUNICÍPIOS COM BARRAGEM DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS PORTUGUESES. É O INÍCIO DA MUDANÇA?

uanto às barragens há ainda outra desigualdade. A riqueza é produzida aqui, mas o rendimento recai sobre Lisboa, uma vez que a maioria dos trabalhadores da EDP está instalada na capital. Esta situação constitui uma injustiça gritante. Neste ponto há ainda a questão das rendas pagas aos municípios, porque nestas terras não pode ficar só o nevoeiro. Se os terrenos em redor das barragens não fossem ocupados pelas albufeiras, os municípios estariam a receber coletas do IMI e isto tem que ser acautelado. Não podemos ser duplamente prejudicados. A DEFESA DESTA TERRA É UM DOS TRAÇOS DA SUA GOVERNAÇÃO. ESTE “ORGULHO MINHOTO” É TAMBÉM UMA CARACTERÍSTICA DESTA DIFERENCIAÇÃO TURÍSTICA?

O turismo serve como plataforma de divulgação do nosso património natural e arquitetónico, mas sobretudo da nossa cultura. Por isso, estamos, também, a desenvolver uma aposta forte na promoção dos nossos escritores. Republicamos recentemente as obras de Diogo Bernardes, um importante barquense contemporâneo de Camões. E, no início deste verão, irá abrir portas a Biblioteca Municipal de Ponte da Barca, que contará com a maior coleção de livros dedicados a Napoleão Bonaparte, um acervo oferecido pelo juiz conselheiro Sebastião Vasconcelos. ueremos honrar as nossas figuras municipais, ao mesmo tempo que promovemos o nosso património cultural, natural e gastronómico. Ponte da Barca é tudo isto

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Turismo do Centro:

A exaltação da diversidade

A MAIOR REGIÃO DE TURISMO DO PAÍS ESTÁ EM MARCHA. O TURISMO DO CENTRO DE PORTUGAL UNE OITO REGIÕES POR UMA MESMA CAUSA: PROMOVER O PATRIMÓNIO CULTURAL E A EXUBERÂNCIA NATURAL QUE COABITAM NO CENTRO DO PAÍS. CASTELO BRANCO E NATURTEJO, COIMBRA E AVEIRO, VISEU E O DÃO, LEIRIA E FÁTIMA, O OESTE, A SERRA DA ESTRELA E A ROTA DOS TEMPLÁRIOS LADO A LADO A UMA SÓ VOZ. PEDRO MACHADO, PRESIDENTE DO TURISMO DO CENTRO DE PORTUGAL, EM DISCURSO DIRETO, REVELA AO PAÍS POSITIVO TODOS OS PORMENORES DESTE PROJETO TEMERÁRIO. de alto rendimento, assim como a crescente relevância do surf na Nazaré ou os supertubos de Peniche. Com tanta oferta, há que perceber os diferentes graus de maturidade dos nossos produtos, consolidando uma estratégia para que todos possam contribuir para o desenvolvimento do centro. Por último, urge estabilizar uma cultura de marca para o turismo do centro e fomentar o trabalho de conjunto dos stakeholders – operadores turísticos, autarcas ou organizações regionais e empresariais. Estes são os nossos três desafios: coesão do território, maturidade e fixar uma cultura de marca comum. NESTA EQUAÇÃO, QUAIS AS REGIÕES MAIS MADURAS NESTE CAMPO E QUAIS AQUELAS QUE EXIGEM UM TRABALHO DE PROMOÇÃO MAIS INTENSO?

Há, obviamente, marcas como Coimbra ou Aveiro que possuem um grau de maturidade que, por exemplo, Castelo Branco ainda não exibe. Temos que articular estes diferentes graus

de maturidade e de prestação de serviço. Há municípios na região centro que não possuem qualquer oferta hoteleira. Por isso, um dos nossos grandes objetivos é criar condições para que um território tão vasto e tão assimétrico, tão fortemente identificado com um litoral fortemente povoado e com um interior desertificado, possa contribuir para o desenvolvimento regional. E, como tal, torna-se prioritária a qualificação das unidades de alojamento com pacotes associados que tornem possível a permanência nas áreas do interior. É por isso que contamos com a neve na Serra da Estrela, com o sol e praia no litoral e com as unidades de excelência um pouco por todo o território para tornar o centro uma região mais atrativa. INVESTIR NAS UNIDADES HOTELEIRAS POSICIONASE, ENTÃO, COMO UMA PRIORIDADE PARA OS PRÓXIMOS ANOS?

Em primeiro lugar, contamos com o novo quadro comunitário de apoio 2014-2020 para

a requalificação e qualificação do nosso parque hoteleiro. Mais do que a criação de novas unidades hoteleiras, estamos a apostar na requalificação e na diferenciação de serviços. Tudo isto sem que a alavancagem da oferta hoteleira seja feita através do esmagamento do preço. HOJE A REGIÃO CENTRO JÁ CONTA COM PROJETOS DIFERENCIADORES QUE PODEM SERVIR COMO EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS…

Numa região com 40 mil camas, há alguns projetos que alavancam a própria região e potenciam a sua competitividade e atratividade. O H2Otel em Unhais da Serra, o hotel de design Casa das Penhas Douradas, o projeto Areias do Seixo em Torres Vedras, o Rio do Prado em bidos e o Cooking and Nature, em Alvados, são unidades únicas, que diferenciam a nossa oferta hoteleira e que se baseiam em projetos muito identificados com o território, com as raízes, com a cultura local e que, no fundo, se traduzem

PEDRO MACHADO Presidente do Turismo do Centro de Portugal O TURISMO DO CENTRO DE PORTUGAL ALBERGA A MAIOR REGIÃO TURÍSTICA DO PAÍS, UM VERDADEIRO “CALDO DE CULTURAS” QUE IMPORTA POTENCIAR. ESTAMOS A FALAR DE UM DESAFIO ACRESCIDO, COMO SE LIDA COM TODA ESTA DIVERSIDADE DE UMA FORMA INTEGRADA?

É a maior região de turismo do país que se vê agora totalmente integrada e é por isso que estamos a ultimar o plano de marketing para a região, onde são três os pontos fulcrais de ação. Primeiro, compreender a região centro na sua multiplicidade, nas suas complementaridades e também nas suas assimetrias, na busca de um elemento estabilizador que conduza à união de toda esta área. Há que perceber como se podem interligar os produtos turísticos mais estruturados com aqueles menos estruturados. Integramos o turismo religioso, com foco em Fátima, mas também uma oferta crescente em termos de turismo médico, que vem acrescentar valor ao segmento do turismo de bem-estar, que já se encontra amplamente disseminado pela região centro. Outra área em expansão é o turismo de desporto, com o aproveitamento dos seis centros

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR em conceitos inovadores que potenciam a autenticidade da região centro. O TURISMO DO CENTRO É UM TURISMO DE NICHOS? QUAIS OS VOSSOS PÚBLICOS PRIORITÁRIOS?

Se me perguntar qual o sítio mais visitado do centro, é, sem dúvida, Fátima, muito associado ao turismo religioso. Se bem que faltam ainda muitas condições para fazer com que este turismo se traduza em mais do que uma noite de dormida média, num total de 1 200 000 dormidas anuais. Fátima recebe mais de quatro milhões turistas por ano e importa criar uma estratégia para que sirva de plataforma para outras regiões, levando os turistas a visitar o convento do Carmelo em Coimbra ou as nossas aldeias de herança sefardita, por exemplo. Há ainda que potenciar o Caminho de Santigo que atravessa toda a região centro. Depois temos outros segmentos, como a ampla rede castelos, a rede das aldeias históricas e das aldeias do xisto. O golf, o sol e praia, as termas e a saúde constituem outros importantes segmentos de mercado. O enoturismo é, igualmente, uma área com imenso potencial, sobretudo na área do Dão, Bairrada e na região do Tejo. E, não podemos esquecer, claro está, a ampla rede de património mundial que nos distingue, como Coimbra, Tomar, Alcobaça e Batalha, para além do património natural que é o geoparque Naturtejo ou as Berlengas. Nós somos este imenso mosaico de realidades, um verdadeiro “caldo de culturas”.

A REGIÃO CENTRO APRESENTA CONDIÇÕES INVEJÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES DE TURISMO SUSTENTÁVEL. QUAIS AS VOSSAS EXPETATIVAS?

Somos uma das regiões com maior capacitação para nos impormos como uma região cuja qualidade do turismo pode ser ambientalmente promovida. á temos muitas unidades que venceram galardões de boas práticas ambientais e uma ampla Rede Natura 2000 que importa explorar. Nós somos uma região onde os dois produtos mais maduros são, precisamente, o turismo cultural e patrimonial e o turismo de natureza.

como ultrapassar a barreira dos quatro milhões de dormidas que tivemos em 2013. ueremos assumir-nos como o primeiro destino para o turismo interno e impor a região centro como

a mais acessível para os portugueses e aquela que lhes oferece uma qualidade de serviço comprovada. E, claro, aumentar o fluxo de turistas estrangeiros.

ESTE SELO DE SUSTENTABILIDADE É MUITO PROCURADO?

Existe uma apetência por este tipo de turismo, que se baseia numa preocupação geracional de um novo grupo etário de turismo que procura destinos associados a boas práticas ambientais, e o centro está umbilicalmente ligado a esta vertente. AGORA QUE SE DESENHA UMA NOVA IDENTIDADE PARA O TURISMO DESTA REGIÃO, QUAIS AS PERSPETIVAS PARA O FUTURO?

Naturalmente, urge aumentar a permanência média dos nossos turistas. Passar de uma noite para as 2,5 ou três noites. É um dos objetivos cimeiros destes próximos cinco anos, assim

O CASO DA NOTORIEDADE CRESCENTE DA NAZARÉ ABRE, IGUALMENTE, PORTAS A UM NOVO NICHO TURÍSTICO.

Claro que sim, é uma enorme oportunidade. O turismo de desporto é outra das nossas apostas. Hoje, a Rip Curl Pro, que se realiza nos supertubos em Peniche, é a maior prova de surf do país e uma das mais relevantes do circuito mundial e que capta cada vez mais público. Mas precisamos de mais eventos e temos condições para tal. Os centros de alto rendimento nas áreas do remo, canoagem, triatlo, ginástica e esgrima devem ser potenciados para recebermos seleções de todo o mundo aqui. Na área da promoção dos eventos, realizamos o levantamento dos principais eventos e festas de cada uma das regiões do centro para divulgar na plataforma do Turismo de Portugal. CONTUDO, A REALIDADE DEMONSTRA QUE APENAS NOVE POR CENTO DO FLUXO TURÍSTICO EM PORTUGAL TEM O CENTRO COMO DESTINO. COMO SE PODEM INCREMENTAR ESTES VALORES?

Algarve, Madeira e Lisboa detêm 85 por cento do fluxo turístico em Portugal. O turismo do centro de Portugal é uma realidade muito nova. Entre 2008 e 2013 agregamos dez zonas de turismo e ainda há toda uma marca a construir, assim como uma identidade comum. É isso que estamos a fazer.

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Porta de entrada para a(s) Estrela(s) “O GOVERNO ESTÁ ENCANTADO COM O HORIZONTE MARÍTIMO E ESQUECE AS BELEZAS DAS SERRANIAS”. É EM TONS PAISAGÍSTICOS QUE VÍTOR PEREIRA IRONIZA COM AS OPÇÕES POLÍTICAS DO ATUAL GOVERNO, QUE TEM VETADO O INTERIOR DO PAÍS AO ISOLAMENTO, IGNORANDO TODAS AS POTENCIALIDADES QUE O MESMO ENCERRA. RECENTEMENTE ELEITO AUTARCA DO MUNICÍPIO DA COVILHÃ, O EDIL ELEGE TRÊS PRIORIDADES: O SANEAMENTO FINANCEIRO DE UMA CÂMARA QUE HERDOU COM MUITAS SURPRESAS NEGATIVAS, A CRIAÇÃO DE EMPREGO E A DIMINUIÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS. EM ENTREVISTA AO PAÍS POSITIVO, VÍTOR PEREIRA APRESENTA-NOS UM CONCELHO QUE CONGREGA ENORMES POTENCIALIDADES, DESDE A VERTENTE NATURAL ENQUANTO PORTA DE ENTRADA NA SERRA DA ESTRELA, AO DOMÍNIO DO CONHECIMENTO, DOTADO DA UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR E DE UM PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, À INDÚSTRIA TÊXTIL E AGRO-ALIMENTAR.

VÍTOR PEREIRA

Presidente da CM Covilhã

Q

UE MUNICÍPIO TERÁ PARA “VENDER” A PORTUGUESES E ESTRANGEIROS QUE PRETENDAM INVESTIR OU VIR PARA A COVILHÃ?

Vítor Pereira - A Covilhã tem, efetivamente, um grande potencial turístico, que não é de agora Esteve sediado no município a mais antiga região de turismo do país que, malogradamente, foi

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extinta. A certa altura, foi transformada num Pólo de Turismo da Serra da Estrela que, ainda assim, beneficiava de autonomia administrativa e financeira e, entretanto, este Governo decidiu, em má hora, diluí-la na Região de Turismo do Centro. Com todo o apreço por quem a lidera, não nos revemos neste modelo de organização do turismo da nossa região. A marca Serra da Estrela, específica e forte, não se compadece com um posto do tipo welcome center, merecendo antes uma estrutura autónoma do ponto de vista administrativo e financeiro para que possa defender, projectar e “vender” a marca, aprofundando o potencial turístico da região. E pugnarei para que seja feita justiça relativamente

à região da Serra da Estrela. Não falo apenas da Covilhã porque não tenho uma visão egoísta. Falo numa perspectiva regional, comum aos municípios que integram a CIM Beiras e Serra da Estrela. Neste momento, assistimos à litoralização do turismo. Meter no mesmo saco os Templários, Fátima, Figueira da Foz e a Serra da Estrela não faz qualquer sentido. A Covilhã tem turismo de paisagem com belezas desfrutáveis durante todo o ano, com percursos pedonais, praia fluvial e boas instalações hoteleiras e há que potenciar isso de forma justa e devida. QUE POTENCIALIDADES ENCERRA O MUNICÍPIO DA COVILHÃ?

Vítor Pereira - Desde logo, a Covilhã é a principal porta de entrada para a Serra da Estrela. Foi recentemente tornado público que a Covilhã foi a terceira cidade do país mais visitada na última quadra natalícia. Temos a maior oferta hoteleira da região, o maior contributo em termos de PIB turístico, o potencial do turismo de neve, do turismo de natureza e do turismo de saúde, uma vertente que pretendemos intensificar. Ao nível da gestão autárquica, temos vindo a apostar também no turismo histórico e religioso. A Covilhã tem a maior judiaria da Beira Interior, um património que pretendemos recuperar e revitalizar. Outra aposta do nosso executivo prende-se com a pretensão da afirmação enquanto centro tecnológico e de conhecimento. Temos a Universidade da Beira Interior, investimentos de alta tecnologia como o Data Center e outros, muitas startup s e spin-offs em fase de lançamento e outras já afirmadas no mercado, uma faculdade de medicina que nos poderá orientar no âmbito do turismo de saúde. A Câmara está a querer estreitar cada vez mais as suas relações com a Universidade, ao contrário do que, infelizmente, sucedeu no passado. Não poderia deixar de referenciar o potencial gastronómico, não só do município da Covilhã mas de toda a região, com a particularidade de a oferta ser cada vez mais constituída por produtos locais, naturais e biológicos. Há uma grande aposta no artesanato. Os produtos regionais estão cada vez mais na ordem do dia, a indústria agro-alimentar da Cova da Beira está com um potencial enorme Não obstante terem encerrado muitas fábricas têxteis, a Covilhã continua a produzir tecidos de altíssima qualidade e temos, inclusive, a maior fábrica da Europa, com uma produção de 50 quilómetros de tecido por dia. O têxtil continua a ser a maior fonte de riqueza da Covilhã, temos aqui um museu dedicado aos lanifícios que merece uma visita e o setor contará igualmente com o nosso apoio. PERCEBENDO, PELAS SUAS PALAVRAS, QUE

/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

A COVILHÃ TEM PRESENTE E FUTURO, QUE CARÊNCIAS IDENTIFICA NO MUNICÍPIO E QUE PRIORIDADES DEFINIU PARA O ATUAL MANDATO?

Vítor Pereira - O grande desafio do nosso mandato consiste na atracção e fixação de empresas, na criação de emprego e na geração de riqueza. Pretendemos inverter o lamentável ciclo de perda e envelhecimento da população. Há poucos dias, estive na tomada de posse da Associação Académica da UBI e um dos desafios que lancei aos jovens presentes foi que ficassem na Covilhã. Claro que é necessário criar-lhes as condições para o efeito, daí que referisse há pouco as spin offs e as start ups que nascem na órbita da Universidade e da Câmara, que tem um Parque de Ciência e Tecnologia, o Parkurbis, uma incubadora de empresas. Será muito importante que, no futuro, a Covilhã seja conhecida como uma cidade do conhecimento. Na ótica da revitalização do centro histórico, pretendemos potenciar a criação de emprego. Uma das ideias que pretendemos implementar é, auxiliando a criação dessas empresas, disponibilizarmos casas, que vamos recuperando, aos jovens empreendedores com uma renda simbólica que cubra os custos de manutenção da habitação. Assim, dar-lhes-emos margem para que possam investir nas suas ideias e, simultaneamente, traremos vida para o centro histórico. Procuraremos ainda trazer novamente serviços para o centro da cidade, onde instalaremos um espaço dedicado ao envelhecimento ativo e ao convívio entre os mais idosos. Também estamos a preparar a revitalização do Montalto, um símbolo da cidade que foi espaço de tertúlias, que será acompanhado por um posto de turismo, outra forma de trazer mais gente para o centro da cidade. Obviamente, em tempos de crise, a inclusão social é o grande desígnio de qualquer autarca dos nossos dias. E quando conseguirmos atingir esse desiderato, teremos uma das principais prioridades cumpridas. Nesse contexto, existe uma rede social que está a funcionar. A Covilhã tem um rico e vasto movimento associativo, com mais de duas centenas de associações, que também nos auxiliam. Nesse sentido, procuramos repartir os nossos escassos reccursos pelas instituições que pugnam pelo bem-estar da nossa população. Auxiliar os menos favorecidos, criar emprego e sanear financeiramente o município serão as três principais prioridades. Também pretendemos continuar a implementar um novo modelo de governação, participado. Exemplos como o orçamento participativo e outros dossiers de especial importância serão objecto de discussão e contribuição dos nossos munícipes e, nesse âmbito, criaremos mesmo a figura do provedor do munícipe.

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

“Fundão: marca territorial de prestígio” “Para explorar todas as potencialidades, temos uma estratégia de desenvolvimento da região que consiste na atracção de mais investimento, na criação de condições para a implementação de empresas, no reforço da coesão social, na melhoria da mobilidade, na aposta na reabilitação urbana e no desenvolvimento do turismo”, refere. “O Fundão é um concelho cada vez mais moderno e atractivo, onde o desenvolvimento anda de mãos dadas com a história e o património. Visite, interaja e explore, porque o Fundão tem muito para lhe oferecer”, sugere em entrevista ao País Positivo. COMO SE MEDE A QUALIDADE DE VIDA NO MUNICÍPIO DO FUNDÃO?

PAULO FERNANDES Presidente da CM do Fundão

C

omo visão estratégica, aposta no reforço da cooperação com os agentes económicos, sociais e territoriais da região enquanto elemento diferenciador. Resultado: o Fundão é, cada vez mais, uma marca territorial de prestígio. Paulo Fernandes integra uma nova geração de autarcas que, antes do mais, se revelam como agentes facilitadores das sinergias e maisvalias socioeconómicas para a população que representam. “Da imponência das serras da Estrela e da Gardunha à serenidade das planuras da Cova da Beira; da riqueza popular das casas de granito e xisto ao passado senhorial dos solares e palacetes; da autenticidade do artesanato, verdadeiro legado de povos antigos, ao primor da gastronomia e doçaria regional; do espectáculo natural das cerejeiras em flor à animação das festas celebradas anualmente; da fantasia ancestral das lendas e contares populares ao fervor religioso das romarias e rituais católicos; de uma aura nostálgica e tradicional à expressão viva da modernidade, o concelho do Fundão é um mundo infinito de trilhos e mistérios, que encerram em si a verdade de um pedaço daquilo que é Portugal”. O Presidente da Câmara Municipal do Fundão vê na região um território de futuro e apenas reclama espaço de manobra e um igual campo de oportunidades, quando se fala na atracção de grandes investimentos.

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Paulo Fernandes – Mede-se em termos do estilo de vida que as pessoas podem ter aqui. Estamos encaixados dentro de uma área protegida, a Serra da Gardunha, num local

que há para oferecer. Do ponto de vista dos produtos da terra, o concelho do Fundão é dos mais reconhecidos a nível nacional pela sua vertente agro-alimentar. Temos alguns produtos de extraordinária excelência. Toda a gente terá ouvido falar da Cereja do Fundão, do ueijo Amarelo, dos queijos mistos premiados internacionalmente e da gastronomia do Fundão como um dos elementos fundamentais da nossa oferta. Depois, para além do quadro urbano, com os serviços essenciais e os equipamentos associados à vivência citadina, um pólo FundãoCovilhã que se assume como o maior de toda a região do interior, temos ainda uma área rural muito vasta e vivida. Temos cerca de 60 por cento da população nas aldeias e nas vilas, com valores patrimoniais ainda muito protegidos. Não é por acaso que o Fundão é, a par de Arganil, o único município envolvido nas três redes

permitem que as oportunidades existam. Não é por acaso que estamos muito abaixo das taxas de desemprego nacionais NÃO SE SENTE NO FUNDÃO O PESO DA INTERIORIDADE?

Paulo Fernandes – A interioridade não se sente município a município mas antes num quadro regional. As questões das regiões do interior do país são vastas e têm a ver, sobretudo, com igualdade de oportunidades no que toca à atracção de investimentos. A maior parte do investimento estrangeiro fica na faixa litoral do país, no meu entender mal, até porque o interior consegue hoje diminuir brutalmente custos de deslocalização de um conjunto vasto de tipologias de investimentos. Para além de outro tipo de vantagens, nomeadamente as menores densidades de construção e de utilização do solo urbano, conseguimos ainda apresentar soluções ambientalmente mais favoráveis, economicamente mais interessantes e mais operacionalizáveis no factor tempo. Por isso, mesmo na vertente do desenvolvimento sustentável, creio que o interior está a posicionar-se bem. Só queremos igualdade de oportunidades, nomeadamente entrando no radar dos grandes investimentos. REFERE-SE A QUE TIPO DE INVESTIMENTOS EM CONCRETO?

dos mais diferenciados geograficamente do país, a Cova da Beira, entre a Gardunha e a Serra da Estrela, com a melhor qualidade de ar do país, devidamente certificada, o que faz com que, do ponto de vista ambiental, estejamos ao nível do melhor

patrimoniais mais importantes da região: as aldeias históricas, as aldeias do xisto e a rede das áreas protegidas. Diria que conseguimos, na dicotomia rural-urbana, uma qualidade de vida e um equilíbrio muito importante. Depois, temos sectores dinâmicos na área da economia e empresarial que também

Paulo Fernandes – Repare: na indústria, não percebo por que algumas oportunidades do sector da transformação e muitas outras ligadas a sectores mais tecnológicos nos são vedadas. Pura e simplesmente, parece que não entramos na corrida. E só queremos ir a jogo Neste momento temos capacidade instalada para sermos competitivos quanto à atracção de investimento e investidores. Muitas vezes não é o equipamento em si mas o capital intensivo que está por trás que pode ajudar muito a desenvolver, por exemplo, os sectores mais tradicionais que aqui temos. Temos potencialidades. No sector agro-industrial, o concelho do Fundão supera os 100 milhões de euros de facturação anual. E, além de termos a transformação, temos a fileira produtiva. Grande parte do solo da Cova da Beira é de grande qualidade e beneficia actualmente da água mais barata de toda a Europa Ocidental, através do Regadio. Somos hoje capazes de completar o ciclo da

/Fevereiro


fileira produtiva desde a produção primária à transformação. E com algum capital intensivo, com o kno ho aqui instalado, queremos ainda melhorar. E NÃO SE PERDEM MAIS VALIAS NA DISTRIBUIÇÃO, FACE À AUSÊNCIA DE ESTRUTURAS?

Paulo Fernandes – Essa é uma das questões que coincide com as prioridades que desenvolvemos. A engenharia organizacional é uma das nossas grandes apostas. Falo da lógica de mediação, de cooperação e de construção de consórcio, inserida no novo paradigma que os municípios devem ter, à volta dos factores estrategicamente mais importantes na criação de valor social e económico. A título de exemplo, criámos um Clube de Produtores, juntámos o portefólio dos nossos produtos agro-alimentares e fizemos um plano de internacionalização. Formámos uma equipa de serviços partilhados para participarmos nas grandes feiras do agro-alimentar, todas elas temáticas e orientadas para a componente da comercialização pura e dura, para ganharmos mais quotas em mercados importantes, como

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o do Médio Oriente, América do Sul e países europeus de maior padrão de consumo. E temos estado a desenvolver esse trabalho colectivamente apostando em conceitos como a identidade corporativa, capacitação, e serviços comuns; uma equipa técnica e de front office bem formatada e formada para vender o nosso portefólio, com eficiência ao nível da partilha de custos, utilização de fundos comunitários e recurso a meios que tornem mais barata a chegada dos nossos produtos ao mercado. Por sabermos que a união é essencial para a obtenção de economias de escala, trabalhamos um portefólio misto transversal ao melhor que este território tem para oferecer: desde os frescos, com a cereja e o pêssego, ao agro-industrial, com as carnes, os queijos, a água mineral, as compotas, o azeite e os vinhos. ueremos evidenciar os produtos regionais pela sua história e tradição: o saber-fazer, transmitido ao longo de várias gerações, leva à elaboração de produtos genuínos e de elevada qualidade numa gama de paladares únicos.

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Manteigas:

A Serra da Estrela vivida a 100 por cento

O

CORAÇÃO DA

SERRA

DA

ESTRELA

TEM UM NOME:

MANTEIGAS. A VERTIGEM

DO PONTO MAIS ALTO DE

PORTUGAL

CONTINENTAL VIVE-SE AQUI, ONDE O TEMPO SE FAZ

SEM PRESSAS, PARA VIVER INTENSAMENTE A SERRA, PARA SE DEIXAR APAIXONAR PELA NATUREZA EM BRUTO E PARA CONHECER PARTE DA HISTÓRIA DE

PORTUGAL. O

RELEVO ACIDENTADO ACOLHE AUTÊNTICAS MARAVILHAS DA BIODIVERSIDADE QUE SE DEIXAM OCULTAR PELO MANTO DE NEVE INVERNAL E QUE RESSURGEM COM A CHEGADA DA PRIMAVERA.

O CONVITE PARA CONHECER MANTEIGAS É MESMO IRRECUSÁVEL. SAIA DE CASA E SIGA SERRA ACIMA. MANTEIGAS ESPERA POR SI. 2014: ANO DE CELEBRAÇÃO

JOSÉ CARDOSO Vice-Presidente da CM Manteigas

Em 1188, Manteigas recebeu o primeiro foral de D. Sancho I. Em 1514, D. Manuel I revalida-lhe o foral, comprovando, em definitivo, a autonomia da vila. Em 2014 comemoram-se 500 anos do foral concedido por D. Manuel I e Manteigas prepara-se para um ano de festa, com concertos, espetáculos teatrais e exposições alusivas à conquista histórica. Orgulhosa da sua história, Manteigas destaca-se ainda pela sua localização, impondo-se como o coração fervilhante do Parque Natural da Serra da Estrela. A água é o elemento estruturante deste concelho. A qualidade da água para beber, a qualidade única das águas termais da estância termal Caldas de Manteigas, apreciada pelas suas propriedades

terapêuticas, são focos de atração turística. Recheada de rios e albufeiras, Manteigas tem ainda na pesca à truta uma das atividades que mais visitantes convoca. A SERRA FAZ-SE PARA DESCOBRIR A PÉ

Consciente do potencial da envolvente natural que o rodeia, osé Cardoso afirma que a rede de trilhos pedestres “é um dos projetos mais estruturantes do concelho”. Com um total de 200 quilómetros a percorrer no interior do Parque Natural da Serra da Estrela, este projeto destacase como uma referência nacional e internacional. “Em primeiro lugar porque desenvolvemos uma aplicação para tablets e smartphones única para auxiliar as pessoas durante o percurso e com

Calendário de festas e romarias Comemoração dos 500 anos do Foral – durante todo ano de 2014 Expo Estrela – 1 a 4 de março Nossa Senhora da Anunciação (Vale de Amoreira) – segundo domingo de Agosto Senhor do Calvário – penúltimo domingo de agosto Nossa Senhora da Graça – 8 de setembro Santa Eufémia (Sameiro) – domingo após o dia 16 de setembro

O

vice-presidente da Câmara Municipal de Manteigas e responsável pelo pelouro da promoção turística, osé Cardoso, é o primeiro a assumir que este é um destino de eleição. “Inserido em pleno Parque Natural da Serra da Estrela e na Rede Natura 2000, Manteigas é um ginásio ao ar-livre, um convite para explorar a natureza e a cultura locais”. Adornada pela exuberância natural da cadeia montanhosa da Serra da Estrela, Manteigas reúne um património natural de forte atração. As Penhas Douradas, com o vale do êzere a seus pés, deixam-se dominar pelos imponentes blocos graníticos. O Vale Glaciar do êzere, um dos finalistas das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, mostra bem o que foi a glaciação há milhares de anos. Com 13 quilómetros de extensão e em forma de “U”, este é um dos maiores vales glaciares do sul da Europa, que permite observar, com extremo detalhe, a modulação realizada durante o período glaciar. No inverno, a neve pinta todo o vale, oferecendo uma vista e experiência únicas e, mal termina a época da neve, a natureza adormecida do vale desperta numa combustão intensa a que se juntam os inúmeros rebanhos e pastores que constituem uma das imagens mais icónicas do vale. O êzere, esse, corre escorreito, em ritmo audaz e destemido, alimentando todo o vale.

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Hélio Filipe Félix Cristovão

/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR registos inquisitórios e queremos comprovar a presença histórica de cristãos-novos através da rede de judiarias”, declara osé Cardoso. O património e cultura judaicos podem garantir um importante nicho turístico que Manteigas espera desenvolver brevemente. A exuberância natural, a cultura beirã e as delícias gastronómicas fazem de Manteigas um destino para todo o ano para toda a gente. Famílias, grupos de amigos ou aventureiros a solo encontram em Manteigas o epicentro mais genuíno da Serra da Estrela. “Um turismo para todos, mas adaptado às necessidades de cada um, durante todo o ano é a nossa grande ambição rumo ao futuro”, remata osé Cardoso. Marco Alexandre Abrantes do Nascimento

identificação dos principais pontos a visitar”. Todos os percursos podem ser feitos a pé e a grande maioria deles também em BTT. Estas paisagens são, aliás, um convite irrecusável para as duas rodas e, por isso mesmo, Manteigas é um destino de privilégio para a prática do BTT. “Não é por acaso que a principal maratona de BTT se realiza em Manteigas todas as primaveras”, assinala o responsável pela pasta do turismo. Para além do pedestrianismo e do BTT, Manteigas reúne ótimas condições para a prática do parapente. “Este ano iremos também receber, em colaboração com o Turismo do Centro, uma prova de sk road. No fundo, uma espécie de etapa da volta a Portugal para amadores, mas que exige um elevado grau de resistência”, adianta osé Cardoso. O turismo de natureza é o grande atrativo da Serra da Estrela e responsável pela chegada de milhares de entusiastas dos encantos da vida ao ar-livre todos os anos, mas Manteigas não se fica por aqui. O património arquitetónico, essencialmente de cariz religioso, é um dos atrativos para quem chega. A Igreja Matriz de Santa Maria, construída entre 1336 e 1338, é um dos grandes monumentos religiosos da vila, assim como a Igreja da Misericórdia de Manteigas. á o Centro de Interpretação do Vale Glaciar é de visita obrigatória. Este equipamento reúne um amplo conjunto de aplicações interativas que dão a conhecer a biodiversidade desta região única, os percursos pedestres aconselhados e toda a riqueza natural que conquista os turistas mais incautos. Neste centro poderá ainda perceber o que foi a época glaciar e de que forma isso se reproduz na morfologia da região. “A não perder o voo virtual sobre o vale glaciar, que leva os visitantes a viver uma experiência única”, destaca osé Cardoso. Em terras beirãs, a gastronomia é, por si só, uma fator de atração. E Manteigas não é exceção. Os enchidos, o inimitável queijo da serra, a truta e o javali são as grandes especialidades. “Mas também a feijoca, que é muito específica desta região e tem um sabor e textura únicos em todo o mundo. Por isso mesmo, temos um programa de incentivo à cultura da feijoca em curso”, refere o vice-presidente.

Vogel Rita -

uo Vadis

APOSTA NA DIFERENCIAÇÃO E NO TURISMO DE QUALIDADE

Rumo ao futuro, osé Cardoso estabelece as metas com precisão. “Não queremos um turismo massificado, mas sim de qualidade”, assenta. Para aumentar o tempo de permanência dos visitantes na região, novas unidades hoteleiras e projetos de turismo diferenciadores precisam-se. E porque as oportunidades crescem ao ritmo da História, o município de Manteigas encontrase atualmente a fazer uma enorme aposta na recolha do seu património sefardita. “Temos vindo a realizar uma recolha centrada nos

/ Fevereiro

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Idanha-a-Nova:

Um concelho no coração do Mundo Rural

A MEIO CAMINHO ENTRE LISBOA E MADRID, O CONCELHO DE IDANHA-A-NOVA NÃO PODIA ESTAR MELHOR LOCALIZADO. É HERDEIRO DE UM VASTO PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL, ORGULHOSAMENTE PRESERVADO E VALORIZADO, E ASSUME HOJE UM PAPEL PERCURSOR EM POLÍTICAS DE DIGNIFICAÇÃO DO MUNDO RURAL, TERRITÓRIO QUE PROMOVE COMO ESPAÇO DE OPORTUNIDADE, DE INOVAÇÃO E DE NOTORIEDADE.

ARMINDO JACINTO, Presidente da CM Idanha-a-Nova

N

ão é por acaso que Idanha-a-Nova é sede da Federação Portuguesa de Turismo Rural. Lar de um vasto património arqueológico, ecológico, histórico e cultural, o concelho é hoje um espaço de inovação e economia, que parte da tradição exemplarmente representada pelo emblemático adufe para atingir a vanguarda. A promoção do território como destino turístico é ancorada na valorização dos recursos naturais e patrimoniais da região, patente num amplo leque de produtos turísticos que conquistam mais de 200 mil visitantes por ano. É uma estratégia que tem dado frutos na implementação de dezenas de projetos inovadores no concelho, nos mais diversos setores de atividade. Idanha-a-Nova é hoje terra de agricultura, pecuária e de mais de mil camas de turismo altamente qualificado, mas também de arte, cultura e educação. A grande riqueza histórica do território é um dos trunfos de Idanha-a-Nova. É naquelas terras que,

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por exemplo, se concentram o maior número de castelos, comendas e lugares templários num só concelho, equipamentos que são hoje dinamizadores da atividade turística e cultural. É também ali que se situam duas aldeias históricas que motivam anualmente milhares de visitas, desde turistas a investigadores ou artistas. Monsanto, considerada a aldeia a mais portuguesa de Portugal, e Idanha-a-Velha, onde outrora foi edificada a gloriosa Egitânia e ainda hoje se encontram vestígios que remontam a períodos como a Pré-História, Celtas, Classicismo Romano, Suevo, Visigótico, rabe, Idade Média Portuguesa e construções do período Manuelino. Mas há muitos outros pontos de interesse em Idanha-a-Nova. Trata-se, afinal de contas, de um concelho distinguido como o mais ecológico do país, graças às preocupações ambientais e condições ímpares para a prática de turismo de natureza, turismo cinegético, turismo termal e touring cultural e paisagístico. Catedral do BTT e Capital da Caça Maior – 88 zonas de caça e cerca de 120 hectares de área cinegética ordenada – são alguns dos epítetos atribuídos ao território, que tem no célebre complexo termal e hoteleiro das Termas de Monfortinho um dos ex-libris. Idanha-a-Nova é ainda parte integrante do Geopark Naturtejo, o primeiro geoparque português, disponível para ser descoberto em rotas e programas turísticos. Classificado em 2006 sob os auspícios da UNESCO, este território preserva 600 milhões de anos de história distribuídos por vários sítios de interesse geológico com relevância científica, estética e cultural.

judaicas –, que têm o seu expoente máximo nas grandiosas romarias de Nossa Senhora do Almortão, padroeira do concelho. Entre os milhares de visitantes que o concelho recebe por ano, parte deles acaba mesmo por se deixar conquistar pelo charme das terras raianas. A Incubadora de Empresas de Base Rural, que já alberga 45 projetos dinamizadores de cerca de mil postos de trabalhos, e a Incubadora de Indústrias Criativas, que acolhe cerca de uma dezena de empresas e iniciativas, são exemplos maiores de uma visão estratégica conceptualizada na campanha “Não emigres, migra para Idanha-a-Nova”. SABORES QUE CONQUISTAM

Idanha-a-Nova conquista também pela barriga. As suas gentes preservam um receituário de sabores e aromas muito próprio. Perdiz de Escabeche, cabrito assado no forno ou miga de peixe são algumas das iguarias típicas do concelho, aprimoradas e preservadas ao longos

dos tempos, prontas a serem saboreadas em todas a sua genuinidade. Os produtos tradicionais sempre se revelaram, aliás, embaixadores ideais do concelho, um pouco por todo o país e pelo mundo. A iniciativa Terras da Idanha, marca registada pela autarquia local, promove os melhores queijos, vinhos, azeites, enchidos, bolos, empadas e produtos de caça, disponíveis em mais de 200 lojas no país. É uma estratégia que tem dado excelentes frutos na criação de circuitos de comercialização e captação de fluxos turísticos. Talvez o espírito precursor do município encontre o seu melhor símbolo no projeto Casa Sustentável – Modelo Idanha. Lançada o ano passado, esta inovadora solução de habitação tem fascinado muitas famílias com perspetivas de uma vida mais económica, sustentável e próxima do mundo rural. A casa é construída com base em materiais tradicionais e caracteriza-se pela eficiência, durabilidade, beleza, flexibilidade e conforto.

ESPAÇO DE OPORTUNIDADE

O calendário de festivais temáticos é um bom ponto de partida para descobrir os produtos turísticos de Idanha-a-Nova. São mostras do que de melhor se faz e produz no município, que contribuem para dinamizar a economia local e reforçar a promoção integrada do território. Aqui desempenham um papel-chave os produtos agroalimentares e artesanais de excelência, mas também as tradições religiosas – cristã e

/Fevereiro



UM PAÍ S POR DESCOB RIR

“Figueira de Castelo Rodrigo tem muitas potencialidades por explorar” SAIBA MAIS, NA ENTREVISTA CEDIDA POR PAULO LANGROUVA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO.

caminho. Em suma, caracterizaria o concelho como

existindo

uma vasta área territorial, embora bastante despovoada,

de vinha, amendoal e olival, o

fruto da emigração que ultimamente se tem orientado

que possibilitará a produção dos

designadamente para a França e Suíça, à qual se tem

melhores vinhos e azeite do País,

aliado uma forte migração para o litoral, onde as pessoas

que no momento atual apresentam

têm mais oferta de emprego e de oportunidades. No

grandes dificuldade de escoamento.

concelho predominam os setores primários e terciário,

É premente e necessário promover

concretamente a agricultura, os serviços e o turismo,

melhor os nossos produtos e apoiar

com excelentes oportunidades por explorar, mas onde a

na potenciação da sua exportação.

iniciativa empresarial é escassa, justificando-se, assim, a

Também no domínio empresarial,

considerável taxa de desemprego existente no concelho.

concretamente na vertente da

grandes

extensões

dinamização das micro e pequenas O executivo tomou posse há apenas quatro meses. Já te

o s ficiente

aa

e ce e os

ontos o tes e

empresas, enfrentamos uma tarefa hercúlea, no sentido de se criar incentivo nos jovens

da Faia Brava no domínio da preservação ambiental,

desempregados, principalmente nos mais qualificados,

que conseguiu extravasar as fronteiras do concelho,

Considero que quatro meses são claramente insuficientes

apostando no empreendedorismo jovem e conduzindo

afirmando-se como a primeira reserva ecológica

A

para um novo executivo se aperceber, com clareza e

à sua fixação no concelho.

privada, com repercussão a nível internacional. Isto

PAULO LONGROUVA, Presidente da CM de Figueira de Castelo Rodrigo

acos a a ta

ia

profundidade, os pontos fortes e fracos da autarquia.

revela bem que, quando há vontade, determinação e

ntes de mais, como vê, hoje, o concelho de

No decurso destes quatro meses o executivo tem

É Figueira de Castelo Rodrigo uma janela de

empenho é possível alcançar êxito, apesar das múltiplas

Figueira de Castelo Rodrigo? Como caracterizaria o

tentado inteirar-se dos problemas existentes na Câmara

oportunidades?

barreiras adversas com que todos nos deparamos.

concelho?

Municipal e tem-se preocupado na resolução dos

Considero efetivamente que Figueira de Castelo Rodrigo

O aproveitamento turístico do rio Douro constitui

O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo evoluiu

múltiplos problemas dificuldades transversais a diversas

tem muitas potencialidades por explorar, apesar de

uma oportunidade, nos domínios da hotelaria, da

significativamente

infraestruturas,

áreas setores que herdámos. Porém, estou convicto de

ser um concelho localizado no interior do País, já

restauração, do entretenimento, das lembranças

encontrando-se dotado com piscinas municipais, uma

que, apesar de algumas debilidades, já detetadas, a

que padece de muitas vicissitudes que condicionam

recordações, da cultura e lazer, mas que tarda em atrair

delas incluindo ginásio, de um pavilhão dos desportos,

autarquia também dispõe de pontos fortes que a seu

o desenvolvimento da nossa região. Não obstante isto,

investimento nacional e estrangeiro.

de uma “Casa da Cultura” que dispõe de uma magnífica

tempo serão objeto de conveniente estudo e análise.

julgo que tanto no domínio agrícola, como no, domínio

em

termos

de

biblioteca e espaço internet, cortes de ténis, campos de futebol, que proporcionam momentos de lazer, bem-

ais os

o etos asi a es este e ec tivo

ais são

estar e prazer às crianças, jovens e idosos do concelho.

as grandes apostas da autarquia?

Em termos de serviços públicos, esta Vila dispõe de

Um dos projetos que consideramos de extrema

Tribunal, serviços da Segurança Social, Repartição de

necessidade e se torna imperioso realizar é o projeto da

Finanças, Centro de Saúde com Serviço de Atendimento

construção do Centro de Saúde de Figueira de Castelo

Permanente,

uartel da GNR e Escolas Primária,

Rodrigo, justificado pela degradação do atual edifício,

Preparatória e Secundária, ou seja, mantém os serviços

que não oferece condições mínimas de tratamento e

públicos indispensáveis ao normal funcionamento de

acolhimento, tanto aos utentes como aos profissionais

um concelho no interior. No domínio empresarial,

que ali exercem funções. Outro projeto importante é

constata-se que a crise que afeta o país, concretamente

a construção do novo Centro Escolar que agregará o

as empresas e famílias, está também a afetar e a

ensino pré-escolar público e o 1º ciclo de ensino no

condicionar o desenvolvimento empresarial local,

concelho. A construção da variante que liga a rotunda

tendo-se, inclusivamente, verificado o encerramento

dos Bombeiros à Capelinha de Nossa Senhora da

de algumas empresas. Naturalmente, esta situação

Conceição, também se reveste da maior importância,

repercute-se no emprego, nos rendimentos das famílias

tendo em conta as dificuldades em termos de circulação

e na iniciativa empresarial, com as repercussões nefastas

rodoviária e sem a qual poderão advir graves situações

que tudo isto acarreta. Verificou-se um incremento no

de constrangimento em situações de emergência. A

turismo, com aproveitamento das excelentes condições

requalificação urbana também merecerá uma atenção

paisagística de que dispomos e da navegabilidade do

especial, considerando a existência de zonas na Vila

rio Douro em Barca de Alva, que oferece excecionais

que carecem de saneamento básico, bem como, a

oportunidades aos empresários que exploram o negócio

existência de edifícios degradados, carecendo de

dos barcos de recreio. O turismo rural também se

urgente intervenção de fundo, a fim de se evitarem

encontra em franca expansão, dispondo o concelho

hipotéticos desmoronamentos. Outra grande aposta

de diversos espaços de turismo rural e turismo de

do atual executivo residirá no setor primário, uma vez

habitação e que paulatinamente, vão trilhando o seu

que o nosso concelho é predominantemente agrícola,

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turístico temos ainda nichos de mercado que podem e

Como se consegue atrair investimento para Figueira de

devem ser convenientemente explorados. Aliás, temos

Castelo Rodrigo?

um exemplo gratificante e exemplar que é o projeto

Não é fácil para um autarca do interior conseguir atrair

/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

investimentos, tendo em conta as múltiplas barreiras que

sénior, no turismo arquitetónico, no turismo cultural, no

para que tal seja possível, é necessário criarem-se as

específicos da sua região. No entanto, parece-me

se vêm evidenciando, como, por exemplo, a distância

turismo religioso e no turismo júnior.

condições mínimas necessárias para que esta vontade

evidente que a ausência de uma visão estratégica para

em relação aos grandes centros comerciais industriais,

Eixo 3 – Economia Empresarial – O combate ao

se concretize.

o País e, consequentemente, para as regiões, constitui

as portagens, os dispendiosos encargos energéticos

desemprego constitui um dos grandes desafios para

acrescidos dos elevados custos de transporte, o défice de

o atual executivo, tendo em conta a elevada taxa de

mão-de-obra qualificada, a precariedade nos cuidados

desemprego existente no concelho. Estimular, potenciar,

de saúde, entre outros, que, seguramente, condicionam

um óbice na condução dos destinos de uma autarquia.

SER AUTARCA, NO INTERIOR

As assimetrias regionais condicionam o campo de ação o

dos autarcas, tanto mais que os fundos disponibilizados

incentivar a iniciativa privada é a melhor maneira de

interior? Ou, pelo contrário, é preciso muita coragem?

pelos governos são maioritariamente transferidos para

a motivação dos investidores. Todavia, temos algumas

se criar emprego que, por sua vez, contribuirá para a

Tendo em conta a atual conjuntura económica

o litoral em detrimento do interior, e, portanto, com

vantagens face ao litoral: a nossa proximidade com

dinamização da economia local. Apoiar e incentivar

desfavorável, com as restrições impostas pela “Troika”

recursos reduzidos a ação do autarca fica limitada e

Espanha, cujas vantagens não estão a ser devidamente

o empreendedorismo jovem será certamente um dos

e que se repercutem nos diversos agentes económicos,

condicionada, obrigando-o a gerir com o máximo rigor

aproveitadas e exploradas; a melhoria da qualidade

grandes desafios deste executivo.

condicionando a sua ação, constitui um enorme

e transparência os investimentos do Município.

de vida proporcionada pela interioridade, facto que

ci ass

i a

esi

ncia

e

a a ta

ia

desafio e responsabilidade acrescida para qualquer ec o

começa a motivar algumas famílias a regressar às suas

e a g ns se viços

icos

o e

eti a

autarca. Naturalmente que, com o défice de apoio e

co o se

t a assa

estes o st c os

origens; a criação de condições que proporcionam

alguma atratividade a Figueira de Castelo Rodrigo.

investimento público preconizado pelos sucessivos

A colaboração e o envolvimento de todos os funcionários

tranquilidade, segurança e tempo para dedicação aos

Numa altura em que é necessário investir no interior,

governos, não é tarefa fácil assumir o leme de uma

são essenciais para a condução dos destinos do

autarquia e tentar, com escassos recursos, realizar

Município e proporcionar o bem-estar dos munícipes.

filhos a casais que desejem fixar-se no concelho. O

e

e o

a se o e co

ate estas esig a a es

reduzido custo salarial também poderá constituir um

O fecho de serviços públicos retira atratividade a Figueira

obra, promover investimento e incrementar a criação

Contudo, só com determinação, firmeza, motivação e

fator chave a incentivar investimentos em Figueira de

de Castelo Rodrigo ou outro concelho, onde se verifique

de emprego. Assim, considero que é preciso muita

força de vontade de todos, e a melhor compreensão dos

Castelo Rodrigo. Creio que é crucial direcionarmo-

o encerramento dos mesmos. Uma das formas de se

coragem e grande força de vontade para avançar em

Figueirenses, é possível ultrapassar os obstáculos que

nos para o mercado espanhol que continua a ser o

combaterem as desigualdades é através da conjugação

frente com determinação e firmeza, apesar das múltiplas

eventualmente ocorram. No que respeita à escassez de

nosso parceiro comercial privilegiado, estabelecendo-

de esforços no âmbito da Comunidade Intermunicipal

barreiras com que nos defrontamos diariamente.

recursos financeiros é exigido um exercício de cálculo

se parcerias e protocolos comerciais, competitivos e

das Beiras e Serra da Estrela, no sentido de se delinear

produtivos, atraindo deste modo investimentos para o

uma estratégia conjunta, coesa e transversal, a toda a

concelho.

região da CIM, pois só com “massa crítica” se consegue

autarquia do interior?

munícipes, tendo em vista a máxima satisfação com o

verdadeiramente marcar posição firme e decisiva para

Certamente que cada autarca enfrenta problemas muito

menor dispêndio possível.

ais são os ei os est at gicos

a a a at ação

e

combinatório para que se consiga optar com coerência ais são as g an es

ific

a es

e i ea

a

e de acordo com as necessidades prementes dos

o aproveitamento das potencialidades locais existentes.

investimento? O

executivo

traçou

essencialmente

três

eixos

estratégicos que consideramos determinantes para

ais são no

n o os g an es

e aste o o igo e e

e o

o etos a a ig ei a a e s etiva o

t o

conseguir imprimir uma nova dinâmica de crescimento

do concelho?

e desenvolvimento no concelho de Figueira de Castelo

Tal como já foi referido este executivo tem vários projetos

Rodrigo, que passo a elencar:

em curso, sendo certo que a construção do Centro de

Eixo 1 - Ação social – Visa fundamentalmente

Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo é um projeto de

apoiar e acompanhar os idosos, os carenciados, os

extrema necessidade para o concelho. Os projetos de

desfavorecidos, os deficientes e os doentes crónicos nas

regeneração urbana evidenciam uma preocupação com

múltiplas vertentes – saúde, habitação e outros apoios

o ordenamento e coesão do território e como tal merecem

sociais - combatendo-se incisivamente a exclusão

um foco permanente. A aposta no empreendedorismo é

social, o isolamento, a degradação da qualidade de

crucial para se conseguir a dinamização empresarial

vida e o abandono familiar, entre outras.

e, consequentemente, possibilitar a criação de postos

Eixo 2 – Turismo – A aposta no turismo deve constituir

de trabalho. Aliás, neste âmbito será construído um

uma prioridade, aproveitando-se as excelentes condições

Pavilhão Incubadora de Oficinas e Indústria com a

geoclimáticas, morfológicas e a navegabilidade do

finalidade de se incentivar a criação de pequenas

Douro por um lado; e por outro lado, a gastronomia, a

empresas industriais; e o aproveitamento do Ninho de

hospitalidade, a par da riqueza histórica, arqueológica

Empresas do Conhecimento é crucial para incentivar

e cultural que devem ser cabalmente exploradas. Assim,

jovens a apostarem na criação de micro-empresas,

existe um elevado potencial de oportunidade no turismo

combatendo-se, deste modo, o desemprego jovem. Mas

/ Fevereiro

29


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Oportunidades que se constroem ANTÓNIO PITA

É QUEM, ATUALMENTE, PRESIDE OS DESTINOS DA

CÂMARA MUNICIPAL

DE

CASTELO

DE

VIDE

E TRAÇA, COM ALGUMA FACILIDADE, AS LINHAS QUE DEVEM

SER SEGUIDAS PELA AUTARQUIA POR FORMA A FAZER FACE AOS DESAFIOS QUE SE APROXIMAM.

ANTÓNIO PITA, Presidente da CM Castelo de Vide

C

om apenas alguns meses de mandato, António

Pita tem como objetivo número um preparar o futuro de Castelo de Vide e das suas gentes. “Castelo de Vide está num período de transição, quer ao nível político, quer ao nível dos apoios do novo quadro comunitário e, assim, estamos a espreitar as oportunidades para levar a cabo alguns projetos complementares aos estruturantes já existentes mas fundamentais para o concelho”. O tempo não é para grandes voos, longe vão os dias das obras faraónicas e, assim, é de todo importante

tem como prioridade o turismo, embora, cada vez

alarmantes, mas temos que nos preocupar em manter

mais, seja determinante impulsionar outras dinâmicas

os postos de trabalho que existem. De salientar que o

empresariais complementares.

nosso tecido empresarial é bastante vulnerável já que as

Assim, hoje, a prioridade é a mesma, mas apresentam-se

atividades económicas ligadas, direta ou indiretamente,

novos desafios. “Cerca de 0

dos nossos visitantes são

ao turismo são bastante flexíveis e oscilantes e, portanto,

portugueses, mas com o agravamento das dificuldades

o mais importante neste momento é apoiar os nossos

financeiras houve perda do poder de compra e nós temos

empresários que, no seu conjunto, constituem uma

que ser capazes de dar a volta a esta situação. É verdade

base de empregabilidade determinante, juntamente

que a taxa de desemprego no concelho não é das mais

com as dinâmicas na área da economia social bastante

As políticas nacionais Um modelo de desenvolvimento regional pura e si es ente não e iste v ias ca as e o inte io a ece a a ta e a est at gia e econi e a s stenta i i a e e te it io e não o stante esta ca a ve ais s eito a eg as e oc ação gestão e inte venção ia a s ia fica ais e o eci o e es ovoa o ia o aís i aga e ca o essas ausências de estratégias de desenvolvimento a a o nte io e co o as conse ncias as e o as ot as o sta o e ete ina ão o ence a ento os e viços icos os o os as o aç es o nte io e no caso conc eto o ist ito e o ta eg e não ossíve compreender que, durante décadas, elas tenham si o c a a as a cont i i financei a ente e nas es as o o ç es a a as g an es o as o aís co o oi o caso as a toest a as est ios e te o asa a sica o e itas o t as in aest t as e e i a entos e i es e e os e os ais estas o aç es n nca se ão eneficia as e ago a este a con onta as co o i inente ence a ento e esco as t i nais finanças in as e ovi ias co eios etc etc ão se seg a ente o esta via e se conseg e e a aio coesão te ito ia e a coesão socia e o e neste a o ca e s a ta ias ocais asseg a a stia e es e ança os esi ientes e na ve a e ain a vão ga antin o a s stenta i i a e este te it io tão c eio e ec sos as a a o a ente tão a t ata o

que para além de se relevar o potencial humano existente, se potenciem as grandes obras já feitas e que se criem projetos a partir dos recursos endógenos

expressiva no concelho”.

essenciais para a sustentabilidade do território. Para

Apesar do contexto socioeconómico que o país tem

tal, para aproveitar o novo quadro comunitário,

vivido nos últimos anos, a verdade é que há empresários

“temos já elencados um conjunto de projetos que irão

que continuam a apostar em Castelo de Vide e são várias

complementar e reforçar a estratégia definida há alguns

as iniciativas e projetos turísticos a serem iniciados,

anos atrás e que, independentemente das alterações dos

facto que constitui um sinal claro de confiança no

protagonistas do executivo, importa manter a coerência

concelho, na estratégia definida e no próprio território.

das intervenções.”

No que concerne ao apoio aos empresários do setor do

A ESTRATÉGIA COM HISTÓRIA

turismo, a autarquia encontrou uma resposta que parece agradar a gregos e a troianos: Uma agenda cultural

Não é de hoje a estratégia existente para o concelho

de relevo. “Grande parte dos nossos empresários tem

de Castelo de Vide. O fio condutor do desenvolvimento

atividades relacionadas com o turismo e, assim, é

deste concelho remonta já há algumas décadas e

importantíssimo termos uma agenda cultural que amplie

30

/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

e qualifique a oferta turística do território”.

últimos anos onde Castelo de Vide se tem conseguido

Assim, quem vem a Castelo de Vide tem a oportunidade

posicionar ao mais alto nível da projeção mediática;

de ter, ao longo do ano, um conjunto de eventos, alguns

desde palco da telenovela “Louco Amor” TVI), a artigos

de dimensão estruturante, nomeadamente aqueles de

de referência do

maior renome, onde tradição e inovação se unem.

na revista de bordo da TAP UP) ou no próprio vídeo

É o caso do Festival Andanças que assentou arraiais

desta companhia aérea, entre muitos outros, a marca

em Castelo de Vide em 2013 depois de 1

anos em

Castelo de Vide vai conseguindo consolidar-se, ano após

S. Pedro do Sul. “Temos agora esta oportunidade do

ano, facto que é igualmente determinante para a boa

Andanças se fixar aqui.

promoção do território”.

ueremos cumprir este objetivo

pela dimensão estruturante e pelas dinâmicas sociais e culturais que envolve. É uma iniciativa que queremos

ashington Post, Ne

ork Times,

O PROJETO QUE DIFERENCIA

acarinhar e desejamos que se perpetue aqui por muitos

Castelo de Vide é um concelho conhecido e reconhecido

anos. Mas além do Andanças temos muitas outras

igualmente pelo seu passado relacionado com os

atividades transversais a distintas áreas”.

judeus, possuindo uma judiaria única. Aqui, capta-se a

ALBUFEIRA DE PÓVOA E MEADAS: UM TESOURO A DESBRAVAR

motivação do judeu fazendo-o entender que aqui está também parte da sua identidade e que, aqui, se valoriza essa história.

uem vem a Castelo de Vide não necessita

A Albufeira de Póvoa e Meadas é o palco principal do

fazer um grande exercício mental para verificar a

Festival Andanças, mas é, também, pela riqueza da sua

identidade judaica desta terra. Aqui, fruto de algumas

biodiversidade, pela qualidade, da paisagem e pela

vicissitudes, manteve-se uma judiaria que praticamente

história que ali se vive um lugar incomum. Foi a primeira

mantem todo o seu urbanismo original, pensado a partir

barragem hidroelétrica do país, construída em 192 ,

do século IV até ao século VII.

criando-se um espaço específico com uma microfauna

“A Sinagoga de Castelo de Vide é um espaço

de valores notáveis do ponto de vista ambiental. Ou

recentemente requalificado no sentido de ser um

seja, “é um espaço que pretendemos potenciar na

repositório de memória e de memórias, mas sempre

medida em que oferece um manancial enorme ao nível

realçando a inusitada identidade cultural gerada com a

do lazer e das atividades recreativas. É neste sentido que

presença dos judeus e o quanto estes foram importantes

um dos projetos desenhados para o próximo quadro

para a vitalidade social e económica da comunidade

comunitário prevê a criação de ações que valorizem e

local”.

qualifiquem os valores naturais e ambientais, mas que

Importante é valorizar uma identidade sem estigmas

simultaneamente permitam implementar equipamentos

ou preconceitos, uma história que se sedimentou

e serviços

lúdicos e recreativos onde se afirme e

numa convivência harmoniosa entre católicos, judeus

consolide aquele espaço enquanto fator estratégico na

e cristãos novos. Uma ligação que deixou marcas ao

atração de pessoas ao nosso território”.

nível da gastronomia, da história, do urbanismo e das

Mas o executivo não procura apenas turistas, mas

próprias festividades. “O maior reflexo desta ligação é

também visitantes. Por isso, aposta na barragem de

a Semana Santa, o grande cartaz turístico de Castelo de

Póvoa e Meadas para atrair gente dos concelhos

Vide, que demonstra bem a tolerância pela diferença

vizinhos, usufruindo de todas as atividades que

que soubemos prestar e demonstrar ao longo dos

poderão existir neste espelho de água. Por outro

séculos”.

lado, “queremos atrair turistas de outras partes do mundo, pelo que queremos dotar este local de mais

Castelo de Vide é um concelho com quatro mil

percursos temáticos, bird atching, canoagem e outros

habitantes, mas isso não afasta as dinâmicas específicas

desportos náuticos, colónias de férias, vólei de praia,

da terra. Assim, é fundamental trazer pessoas para o

desportos aventura, etc., para além da estadia em auto

concelho, capazes de replicar aqui aquilo que melhor

caravanismo, a qual no presente já é possível graças

se faz noutros lugares. E para ganhar massa crítica e

à recente construção de um excelente parque para o

ativos torna-se imprescindível estabelecer parcerias e

efeito. Assim, a nossa agenda cultural tem também

cooperações externas. “E é precisamente esta capacidade

alguns eventos marcados para esta área porque é a

de trazer pessoas a Castelo de Vide que nos faz evoluir.

forma ideal de promovermos e divulgarmos aquele que

O futuro está dependente da capacidade dos autóctones

é, neste momento, um dos nossos maiores ex libris,

se afirmarem pela singularidade e identidade, porém o

enquanto espaço natural que se quer de excelência.

papel dos agentes externos é igualmente determinante

Para António Pita, as terras do interior têm de ter uma estratégia bem consolidada sob pena de ficarem fora do mapa. Desta forma, é essencial que se mantenham relações estreitas com organizações, instituições externas, universidades, entre outros, privilegiando-se o trabalho em rede e onde o papel da comunicação social é igualmente importante, de modo a se promover o concelho. Estes objetivos têm sido alcançados nos

/ Fevereiro

UM ANO DE OPORTUNIDADES

2014 é um ano de oportunidades António Pita quer acreditar que sim. “Em qualquer momento é tempo de oportunidade desde que as pessoas assim o queiram. É preciso que as pessoas percebam que o mundo mudou e nós, sem sobressaltos e com a serenidade que se impõe, temos que nos adaptar à velocidade com que hoje o mundo muda. uem não tiver esta capacidade, simplesmente não agarrará as oportunidades”.

a g ei o

aia o a itão e

i

a g ei o aia e a o e e aste o e Vide e ainda hoje aqui permanece, sepultado e ca a asa ta co o oi se ese o testa ent io n e en ente s a vonta e há um compromisso moral que o país deverá cumprir: O reconhecimento do papel de a g ei o aia na evo ção e i e ois o e i a g ei o aia ec so o est e ato a i eo ogia a ti ia e oi este a o a a os ço es co an an o a e ena co an ia o a i ago se viço e não negou. A verdade é que hoje algumas das pessoas e o e a e a voga a necessi a e e eva o a itão a a on as o anteão aciona são as es as e o t o a o co fi e a a a evita os este os e a g ei o aia o entanto este ano co e o a se os anos o e i e o tanto e o enos na sua terra natal queremos ter um conjunto e ativi a es e eventos e e e s novas ge aç es a i o t ncia e a g ei o aia na ist ia aciona e e si tanea ente on e a s a e ia

AS DINÂMICAS E OS INVESTIMENTOS

equipamentos e infraestruturas que permitam realizar

PROMOVER É PALAVRA DE ORDEM

aquilo que são, na nossa opinião, projetos inovadores. Por exemplo, em sede de reunião de Câmara foi apresentado um projeto pioneiro e que, num futuro próximo, será o futuro da comunicação. Trata-se da produção da notícia regional por imagem, distribuída gratuitamente no site “Alentejo 360”, que permitirá a todos os cidadãos, mas muito particularmente aos nossos munícipes obterem informação atualizada de modo televisionado via net. Sublinha-se que este projeto nasce da vontade e dinamismo de jovens locais desempregados à semelhança de outros igualmente em curso promovidos por jovens inconformados que querem resistir e permanecer no território.

numa

perspetiva

da

convergência

de

projetos

inovadores, supramunicipais, que garantam escala

e sustentabilidade”. E a verdade é que Castelo de Vide tem sido capaz de atrair investimento e demonstrar credibilidade: “Temos, neste momento, um conjunto de projetos obras em vias de implementação, os quais vão muito para além das atividades tradicionais. Mas além da iniciativa privada, a própria autarquia tem vindo a investir e apoiar

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Um tesouro a descobrir É NO DISTRITO DE VISEU QUE SE SITUA CASTRO DAIRE, UM CONCELHO CONHECIDO PELAS SUAS ÁGUAS TERMAIS, QUEM SABE DIZ QUE SÃO MILAGROSAS. O PAÍS POSITIVO ESTEVE À CONVERSA COM O PRESIDENTE DA CÂMARA, FERNANDO CARNEIRO.

FERNANDO CARNEIRO,

Presidente da CM Castro Daire

C

astro Daire é singular, quer pelas suas gentes e sua história, como pelas suas paisagens e características naturais. As Termas do Carvalhal são exemplo disso. Conhecidas pelo seu furo natural que jorra água a 62 C. Fernando Carneiro conta-nos que ele mesmo já beneficiou daquelas águas curando a sinusite. Fiz o tratamento que durou algum tempo, mas a verdade é que fiquei bem”. Para além disso recorda “uma cliente das Termas do Carvalhal, que tinha problemas nos ossos, até andava de canadianas e , uns dias mais tarde, quando a reencontrei, as melhoras eram notórias. Ela chegou a dizer que as águas eram milagrosas”. uando questionado sobre os preços das termas, o presidente da câmara justifica que “não são caros. Temos pacotes de tratamentos para que se torne mais acessível. A prova é que temos cá gente do Minho ao Algarve”. Para além disto, o concelho é bafejado pela sorte no que toca às paisagens, o rio Paiva e

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seus afluentes e a Serra de Montemuro. As antigas minas de volfrâmio, situadas na freguesia de Cabril, também são um ponto de atração turística, “e num futuro próximo queremos potencializá-las”. Espalhados pelo concelho estão vários monumentos cheios de história, como por exemplo a Igreja da Ermida. A ótima gastronomia e a arte do bem receber são mais dois fatores para juntar ao role das maravilhas castrenses. O nosso entrevistado reforça que “quem visitar Castro Daire tem a gastronomia para provar e se deliciar. E temos uma coisa muito importante, que é o saber receber”. No entanto, ”a nossa aposta forte é numa política de proximidade. Daí ser uma forte aposta na defesa dos serviços do cidadão. ue são o não encerramento do Tribunal, das Finanças, da Segurança Social e das Conservatórias, bem como dos correios”. O presidente da câmara mostra-se indignado com o que estão a fazer ao interior do país e com a forma como as pessoas estão a ser tratadas. “Não sei que mal fizeram as pessoas do interior para sermos tão mal tratados. Primeiro, os autarcas não são ouvidos nem achados para nada. uem nos elegeu foi o povo, que é quem elege também a Assembleia da República. Os governantes não foram eleitos, foram nomeados, designados para aquele cargo. O facto de não sermos ouvidos demonstra que

/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

há uma falta de consideração muito grave. Agora está nas mãos do povo usar a “arma” que tem, o voto”. Apesar dos cortes de orçamento sofridos e com a retirada dos serviços, a autarquia de Castro Daire mantém as contas equilibradas. “Da Agenda 2020 vou trazer todos os investimentos possíveis para o concelho. Um dos maiores desejos é remodelar as redes de água e saneamento e acabar, de uma vez por todas, com os problemas ambientais causados pelas etar s e fossas sépticas que herdei e ainda não tive dinheiro nem oportunidade de as candidatar no REN. Espero ardentemente que a agenda 2020 traga boas notícias para a resolução destes assuntos”.

/ Fevereiro

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

A capital das Judiarias e das Aldeias Históricas BELMONTE EM PLENA

É UMA VILA PORTUGUESA DO DISTRITO DE

BEIRA INTERIOR. É

A

CASTELO BRANCO QUE ALBERGA CERCA DE 3100 HABITANTES, INSERIDA NA SUB-REGIÃO DA COVA DA BEIRA, 6 859 RESIDENTES DISTRIBUÍDOS POR QUATRO FREGUESIAS: BELMONTE E COLMEAL DA TORRE, CARIA, MAÇAINHAS E INGUIAS.

SEDE DE UM MUNICÍPIO COM

história da vila remonta ao passado longínquo, podendo o local ter sido ocupado durante a Pré-História, mais tarde ocupado por Lusitanos, Romanos, Visigodos, Muçulmanos e Cristãos. Recebeu Foral de D. Sancho I em 1199. Belmonte e a vizinha Covilhã, apesar de situadas no interior de Portugal, estão conotadas como poucas terras com os Descobrimentos Marítimos Portugueses. A referência principal é a figura de Pedro lvares Cabral, descobridor do Brasil em 1500, natural de Belmonte mas também a sua Comunidade udaica. DE facto os udeus aqui se fixaram desde os alvores da nacionalidade e são ainda hoje uma marca social, cultural, religiosa na História local e nacional, que ultrapassou as fronteiras lusas para se projectar no mundo. Ela é um dos símbolos da resistência dos udeus à intolerância religiosa que grassou na Península Ibérica. No final do século V 1496), D. Manuel I decretou a expulsão dos udeus da Portugal como uma das cláusulas do casamento com a filha dos Reis Católicos de Espanha e a sua

posterior conversão forçada ao cristianismo. Muitos deles acabaram por abandonar Portugal. A acção persecutória movida pela Inquisição acentuou essa fuga dos então designados “cristãos-novos”ou “marranos” que consigo levaram seus saberes, capitais e intelectualidade. Outros converteram-se ao cristianismo em termos oficias, mantendo, porém, em segredo, suas tradições, os seus ritos e culto judaico no seio familiar. Foi este segredo que durante gerações se manteve em Belmonte e que hoje se consubstanciam na Comunidade udaica. O termo “marrano” poderá ter sido aplicado por estes judeus secretos não comerem carne de porco, proibida na religião hebraica. Os “marranos ou cripto-judeus” de Belmonte mantiveram assim, durante séculos, as suas tradições quase intactas, tornando-se um caso único excepcional no mundo judaico de uma Comunidade Sefardita que hoje congrega cerca de centena e meia de pessoas. Somente após o movimento de 25 de Abril de 19 4, a Comunidade se re)organizou e estabeleceu contacto com os judeus de Israel e abertamente oficializou o udaísmo em Belmonte, em torno da sua Sinagoga Bet Elihau Casa de Elias) com seu Rabino. Em 2005 foi inaugurado o Museu udaico de Belmonte, o primeiro do género em Portugal, que, mostra as tradições, profissões, o dia-a-dia desta Comunidade que encerra hoje um enorme potencial cultural mas também como referência turística. Belmonte é sede da Rede de udiarias de Portugal e da Rede das Aldeias Históricas de Portugal. País Positivo visitou Belmonte, guiado pelo Presidente da Câmara Municipal, António Rocha. A CAPITAL DAS JUDIARIAS E DAS ALDEIAS HISTÓRICAS PORQUE FALAMOS DE TURISMO NUMA REGIÃO AINDA SEM A VISIBILIDADE PRETENDIDA NO MAPA PORTUGUÊS, PERGUNTO-LHE SE BELMONTE TEM QUALIDADE DE VIDA PARA OFERECER, QUER AOS SEUS MUNÍCIPES, QUER A QUEM VISITA, QUER A POTENCIAIS INVESTIDORES.

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Estou convencido que sim. Belmonte tem potencial, uma situação geográfica privilegiada, paisagens magníficas, ar puro e qualidade de vida porque existe aqui o essencial para que as pessoas possam viver. Temos muita tranquilidade e segurança, temos as infra-estruturas feitas quer em termos de abastecimento de água, quer

de saneamento, temos serviços Considero estarmos bem servidos e, quem quiser vir viver para Belmonte, será recebido de braços abertos. Temos um problema grave, característico de qualquer território que não se situe no litoral do país, que é a interioridade. EM QUE SE TRADUZ ESSE FENÓMENO E EM QUE MEDIDA PODERÁ RESULTAR EM DESIGUALDADES NOMEADAMENTE NO QUE CONCERNE AO ACESSO A GRANDES INVESTIMENTOS?

Indiscutivelmente Desigualdade até na maneira como somos vistos pelo Poder Central. Apesar de terem sido abertas as auto-estradas que nos aproximaram do Litoral, continuamos a perder população porque a política do Governo se tem mantido igual desde o 25 de Abril. A título de exemplo, Lisboa bebe a água que vai da nossa região Porque é que os lisboetas podem ter a água mais barata do que nós Podem alegar que o custo das infra-estruturas é superior nesta região, e que as mesmas servem menos população mas o país deve ser solidário. Nós também ajudamos a pagar as pontes, o Metro e a Carris de Lisboa É isto que os sucessivos governos e os portugueses, de uma maneira geral, nunca entenderam, daí o esforço que tem sido pedido às nossas populações para que acreditem que vale a pena viver cá e o esforço que os autarcas do Interior têm feito para inverter esta situação e oferecer a tal qualidade de vida que considero já existir na nossa região. NOS ÚLTIMOS TEMPOS TEMOS ASSISTIDO A ALGUMA CONCERTAÇÃO DE ESFORÇOS

TRADUZIDOS EM POLÍTICAS SUPRA E INTERMUNICIPAIS. ACREDITA QUE, DA OBTENÇÃO DE ESCALA PODERÁ RESULTAR UM LOBBY QUE DESPERTE AS CONSCIÊNCIAS DO PODER CENTRAL?

TTemos que ter capacidade para sermos reivindicativos. Todos os autarcas do Interior já perceberam que, sozinhos, não conseguem mudar as coisas. Estamos a criar várias organizações, como as comunidades intermunicipais, que são importantes, já que não se conseguiu a regionalização, que teria sido benéfica para o Interior. Espero que das comunidades possa resultar valor acrescentado e capacidade para podermos reivindicar o que é necessário para combater os efeitos negativos da interioridade e extrair potencialidades. O tempo das férias de praia já lá vai. Temos muito potencial turístico, desde as paisagens, o ar puro, o património espalhado pela região Temos que retirar dividendos de tudo isto e oferecer turismo com alguma qualidade. Temos que fazer um esforço para convencermos os investidores, mostrando-lhes as nossas potencialidades, a nossa capacidade de trabalho e os inúmeros benefícios fiscais que oferecemos para quem pretenda empreender aqui. QUAIS SÃO AS SUAS PRINCIPAIS PRIORIDADES

/Fevereiro


UM PAÍ S POR DESCOB RIR

A capital das judiarias A ligação de Belmonte à comunidade judaica está bem patente nos mais variados roteiros que atravessam o município e as marcas desta histórica presença são bem visíveis. É actualmente sede da Rede de Judiarias Portuguesas e alberga a maior sinagoga peninsular que serve a única comunidade de judeus autóctones, composta por 37 famílias. António Rocha percebe a riqueza e o potencial t r stico e esta com nidade encerra da e a a rma o da a tar ia e ere passe tam m por m estreitar de laços. “Na semana passada, estive em Israel, com outros autarcas portugueses, empresários e o Embaixadora de Portugal em srael. ontactei com o ernantes do stado de srael ni ersidades e importantes a ncias de ia ens e con esso e ei surpreendido face ao carinho e interesse que demonstram por Belmonte – uma terra quase mítica para a sua história. O estado de srael tem milh es de ha itantes m itos dos ia am an almente por e ma sociedade com potencial econ mico. emos de ter capacidade de atra o para estes milhares de t ristas e che am ropa e sa er retirar di idendos disso. ara isso preciso incenti ar a nossa com nidade daica a prod ir os se s prod tos t picos e at a e port los para toda a di spora daica. Sabemos que temos ainda um mercado com um potencial tremendo, o brasileiro. Aqui nasceu Pedro Álvares Cabral e devemos potenciar a inda de mais rasileiros a elmonte da e este amos a implementar rias estrat ias nesse sentido.

POLÍTICAS ATÉ AO FINAL DO PRESENTE MANDATO?

A minha grande prioridade política é colocar Belmonte no mapa nacional como um município que vale a pena visitar, desde logo pela sua história. Aqui nasceu Pedro lvares Cabral, descobridor do Brasil, temos uma comunidade judaica única na Península Ibérica que, desde o século II aqui permanece em convivência com a comunidade local. O turismo é fundamental para a nossa região, daí que pretenda potenciá-lo nas vertentes em que nos diferenciamos: turismo de natureza, turismo

/ Fevereiro

cultural e turismo religioso. Se a isto acrescentarmos o magnífico clima e gastronomia que temos para oferecer percebemos que motivos de atracção não nos faltam. Vamos tentar ser também atractivos para empresários. Precisamos de novos investimentos, de dinamizar a nossa economia e de oferecer novas oportunidades à nossa população. Temos que promover emprego rapidamente. E, se tivermos mais turistas, teremos muito provavelmente mais empresários a investir aqui. Se não o fizermos, corremos o risco de ver o Interior desertificado e o Litoral sobrelotado.

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UM PAÍ S POR DESCOB RIR

Almodôvar,

um concelho por descobrir

ALMODÔVAR ESTÁ A UM PASSO DO ALGARVE E ESTÁ DE BRAÇOS ABERTOS A QUEM QUEIRA VISITAR E SE INSTALAR. O PAÍS POSITIVO ESTEVE À CONVERSA COM ANTÓNIO BOTA, PRESIDENTE DA CÂMARA, PARA FICARMOS A CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE ESTE CONCELHO

socialista me aceitasse como candidato. Houve eleições internas e ao ganhar formei equipa. Estou aqui a representar um projeto em que a população de Almod var confiou. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS EIXOS DESTA CANDIDATURA? Temos três áreas onde queremos estar em força. Uma das áreas é a juventude, porque achamos que o concelho não tem tido projetos que englobem os nossos jovens. A ação social é um outro aspeto em que nos queremos focar, sendo que o governo se está a afastar de alguma maneira

ANTÓNIO BOTA Presidente da CM Almodôvar

da sua função que é ajudar quem mais precisa, e assim, são as câmaras que têm que dar o passo em frente. O turismo é a outra aposta como fator de desenvolvimento económico e por inerência social. Almod var precisa de mais indústria, mas tem já uma grande qualidade nos seus produtos, as nossas gentes sabem receber, temos uma boa gastronomia, boas condições entre a serra e a planície, estamos bem localizados a uma curta distância de um polo turístico que é o Algarve e temos muito para descobrir. Assim, digamos que é um destino ainda virgem. ulgo que uma aposta no turismo, desde que estejam presentes as vertentes pedagógica, histórica e comercial, será sempre uma aposta vencedora. QUE PROJETOS SÃO ESSES QUE VÃO FOMENTAR O TURISMO E A ATRATIVIDADE DO CONCELHO?

E

STÁ A FRENTE DA CÂMARA HÁ, PRATICAMENTE, CEM DIAS. COMO É QUE SE DÁ O PASSO PARA ESTA CANDIDATURA? O passo é dado por opção própria, por vontade de ter atividade dinâmica no concelho onde cresci e vivi. Depois de ter estado algum tempo fora, ter partilhado experiencias e aprendido, ao passar parte da minha juventude em Faro e depois ter estudado e trabalhado nos Estados Unidos da América. Achei que a minha terra precisava de mais dinâmica, de “sangue novo”, e achei que de alguma maneira podia contribuir para essa dinâmica. De maneira que propus que o partido

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Um dos grandes projetos é o Museu do Pão, que viabiliza o projeto de tornar Almod var capital do pão alentejano. Temos que fazer algumas melhorias urbanísticas. Temos que encontrar formas, através de feiras e certames, para promover os nossos produtos. Temos três ou quatro espaços que estão preparados para receber conferências e dinamizar esse tipo de turismo. Vamos terminar alguns projetos em curso, aos quais estamos a alterar uns pontos de forma a adaptar estes às nossas necessidades: por exemplo, duas salas no cineteatro que estavam destinadas a arrecadação e que estamos a preparar para exposições e conferências. O Convento da Nossa Senhora da Conceição é uma

obra que nos custou cerca de dois milhões de euros e que tem quatro salas com condições para receber conferências, reuniões, visitas, e tem um bom bar restaurante. A partir daí podemos desenvolver o turismo de negócios. Apostar na criação de feiras, festas, que permitam angariar turistas para o concelho. Festas temáticas, por exemplo, gastronomia, medieval. A FACAL Feira de Artes e Cultura de Almod var - desde sempre tem sido um sucesso. Mesmo aqui iremos implementar algumas alterações, incluindo mais artesanato local, poetas populares e também parte da nossa tradição. Temos que ser um espaço

e que garantam uma série de condições ainda a definir. Apoiamos as empresas que aqui se queiram implementar. Note-se que desde que tomámos posse, já foram vendidos dois lotes na zona industrial e está outro em negociação. Neste momento estamos a negociar também com uma empresa que diz que poderá criar postos de trabalho no concelho. Ao que posso apurar, em breve vamos ter um lagar que também vai criar emprego. Temos salsicharias, queijarias entre outras que empregam algumas pessoas, mas mesmo assim é pouco para dar emprego a todos os que precisam no nosso concelho. Temos

onde os nossos comerciantes possam divulgar os seus produtos e tirar proveito, gerando assim negócio. E para favorecer a diversidade e a qualidade está aberto a toda a gente.

uma taxa de desemprego que ronda os 13 por cento. Um dos graves problemas é o desemprego jovem. Nos últimos quinze anos não houve uma estratégia para a juventude. A última coisa que foi feita foi uma construção de fogos a preço reduzido. Ou seja, a câmara faz o investimento na educação dos jovens, mas depois não tem o retorno porque eles são obrigados a sair do concelho, e por vezes do próprio país por não lhes serem dadas hipóteses de emprego. Um outro problema que temos que superar é a falta de médicos no concelho. Os nossos munícipes estão a sofrer consequências de uma má política na área da prestação de serviços de cuidados primários de saúde. No sentido de minimizar este problema, fomos mais longe ajudando a ULSBA a contratar um médico com quem nós encetámos negociações e que veio ajudar a colmatar este défice no nosso concelho. A Camara municipal oferece um conjunto de regalias aos médicos que se queiram instalar em Almod var.

DE QUE FORMA FIXAM PESSOAS E ATRAEM INVESTIMENTO? Não há uma varinha mágica que dê a indicação para fixar as pessoas. Tivemos cortes orçamentais de cerca de 216 mil euros por ano, que dá uma média de 600 euros por dia. O que para um município como Almod var, com poucas receitas próprias é muito significativo. O emprego em Almod var resume-se a duas grandes empregadoras, uma delas a Câmara Municipal com 21 trabalhadores, e a Somincor assim como algumas micro-empresas de transformação e comercialização de produtos e outras empresas satélite em volta da indústria mineira. É uma preocupação e tenho encetado alguns contactos com outras empresas para saber se irão crescer ou não. Estamos receptivos a outras empresas. Aliás tenho estabelecido contactos com outras empresas exteriores para ver se se querem fixar no concelho e gerar emprego. Os presidentes de câmara hoje em dia têm que ser uma espécie de missionários do investimento. Está no nosso horizonte de trabalho criar uma bolsa de apoio ao empreendedorismo. Temos um edifico que necessita de algumas obras, que é o Centro Comercial de Transportes, e queremos aproveitar este espaço para implementar um polo para jovens com projetos empreendedores, inovadores, com consistência, sustentabilidade

O QUE ACONSELHA AS PESSOAS A VER EM ALMODÔVAR? Venham e fiquem dois ou três dias. Temos todas as condições, estamos a 10km da autoestrada. Venham provar as nossas iguarias: o pão, o medronho, o mel. Venham visitar o Convento de Nossa Senhora, a Igreja Matriz, a Igreja de Santa Cruz, o MESA – Museu da Escrita do Sudoeste, o Museu Severa Portela, Mesa dos Castelinhos. Apreciem as nossas paisagens, convivam com as nossas gentes, apreciem a nossa gastronomia, visitem o concelho de Almod var

/Fevereiro


FORMAÇÃ O

“Não somos uma fábrica de sonhos, mas ajudamos a alcança-los” MAFALDA VAZ PINTO,

DIRETORA TÉCNICA DE FARMÁCIA, ENCONTROU DIFICULDADES EM RECRUTAR PROFISSIONAIS QUALIFICADOS PARA TRABALHAREM CONSIGO EM FARMÁCIA, DIFICULDADES ESSAS PARTILHADAS PELOS SEUS COLEGAS DE PROFISSÃO.

De acordo com Mafalda Vaz Pinto, “todas as formações são coordenadas e ministradas por formadores licenciados nas várias áreas formativas, o que confere uma maior credibilidade à matéria lecionada”. Assim, os formandos são orientados com os saberes necessários para enfrentarem o mercado de trabalho. A escola providencia ainda a possibilidade dos alunos efetuarem estágios. Mesmo durante o percurso formativo, os alunos são requisitados pelas empresas para trabalharem nas referidas áreas em que recebem formação.

MAFALDA VAZ PINTO

L

icenciada em ciências farmacêuticas, Mafalda Vaz Pinto, aliciada por outros colegas com o mesmo problema, decidiu assim criar uma escola de formação técnica especializada, essencialmente na área da saúde e educação, surgindo então a “Mente Avançada - Escola de Formação Especializada na rea da Saúde e Educação”, na qual é Gestora de formação, profissão que desempenha há já mais de dez anos, tendo sido pioneira e cimentado as bases para a criação da categoria profissional, hoje, de Técnico Auxiliar de Farmácia, regulamentada pelo boletim de trabalho Nº21 de 8 6 2010 AS NECESSIDADES FORAM CRESCENDO E, COM ELAS, TAMBÉM A ESCOLA

Atualmente, esta Escola, com uma dimensão nacional, tem vindo a promover, um pouco por todo o país, e também nas ilhas, os cursos de técnico auxiliar de farmácia, técnico auxiliar de fisioterapia, auxiliar técnico de ação educativa, auxiliar de ação médica, técnico de massagem desportiva e de reabilitação, cursos de drenagem linfática manual, técnico de Intervenção em psicologia social e comunitária e também técnico auxiliar técnico de veterinário.

/ Fevereiro

Taxa de colocação elevada Apesar das dificuldades que o país atravessa, os alunos da M.A. Escola de Formação Técnica, têm todas as possibilidades de se integrarem, de uma forma sólida, nas várias áreas de trabalho a que se candidatem, sendo que, na sua grande maioria, acabam por ficar a trabalhar a tempo inteiro nas empresas que inicialmente os contrataram ou, até mesmo, onde realizaram o estágio. De acordo com a nossa interlocutora, “a taxa de empregabilidade da escola é bastante elevada, o que é muito significativo e satisfatório para nós, principalmente numa altura de crise económica como esta que o país atravessa”. E tem-se verificado que, quem recorre a estes cursos, não são apenas os jovens com menos formação. Mafalda Vaz Pinto revela que muitos dos formandos são licenciados e já na casa dos 40 50 anos que, de um momento para o outro, se viram sem emprego e procuram novas oportunidades através da formação. “Estas pessoas merecem uma nova oportunidade. Aos 50 anos ainda se é jovem, é preciso ter noção disso”, diz a diretora da escola. Mafalda Vaz Pinto acrescenta ainda que algumas instituições preferem contratar pessoas com mais idade e experiência, pois têm “necessidade de funcionários com alguma estabilidade a nível familiar, necessitam de pessoas que queiram, efetivamente, um emprego para o resto da vida, pelo que sabem que, salvo alguma contrapartida, não terão que se preocupar novamente com questões

de contratação de funcionários, dando maior estabilidade à empresa, que assim consegue formar uma equipa coesa e que perdurará por muito tempo”. Em todo o país Privilegiando de protocolos com instituições de ensino um pouco por todo o país, a M.A. Escola de Formação Técnica, está presente em Braga, Vila Real, Viseu, Aveiro, Castelo Branco, Leiria, Tomar, Santarém, Torres Vedras, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja, Portimão e Faro. E desde que haja pedidos que justifiquem a abertura de uma nova turma, esta Escola de Formação poderá lecionar noutras cidades portuguesas, como é o caso do Porto. “Temos parceria com uma escola de ensino superior em Vila Nova de Gaia, podemos começar a dar aulas aí em qualquer momento, mas, infelizmente, neste período difícil, não temos pedidos suficientes que o justifiquem. Contudo, se houver alunos, seja no Porto ou noutra cidade, a M.A Escola de Formação Técnica tem capacidade de resposta quase imediata”, refere a diretora.

emprego. Com o curso de técnico de massagem desportiva e de reabilitação pode trabalhar numa associação e, ao fim de semana, por exemplo, acompanhar os eventos desportivos. Ou com o curso de drenagem linfática, poderá trabalhar num centro de estética. Penso que hoje em dia é essencial ter-se uma outra opção, ter a chamada carta na manga ”. Além-fronteiras O próximo passo passa pela internacionalização. Mafalda Vaz Pinto revela à nossa revista que estão a ser tomados os trâmites necessários para a abertura de uma nova empresa em Moçambique. Num país onde os cuidados com a saúde são ainda insuficientes, a directora vê uma oportunidade como um voto de confiança ao trabalho que tem desenvolvido e sente ainda que poderá fazer a diferença neste país africano. “Acredito vivamente que em algumas situações, a formação destas pessoas poderá mesmo ser a diferença entre a vida e a morte”.

Uma segunda opção Pela sua experiência, Mafalda Vaz Pinto encara também os cursos da escola que dirige como uma segunda opção. E explica porquê. “Hoje em dia, isso faz cada vez mais sentido. Diariamente, pessoas ficam sem emprego de um momento para o outro. Se tiverem formação noutra área que não a sua, o seu leque de oportunidades será muito maio, e, se não arranjarem emprego numa coisa, podem tentar noutra”. Uma vez que os cursos são lecionados ao sábado, mesmo que um indivíduo esteja a trabalhar, é possível apostar nestas formações. A diretora refere ainda que, mesmo empregado, tendo uma certificação, esse indivíduo pode sempre conseguir um segundo emprego, até por conta própria. E deixa o exemplo. “Uma pessoa que trabalhe durante a semana pode, ao sábado e domingo, por exemplo ter um outro

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PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Propriedade Industrial :

O Restabelecimento de Direitos 3- O acto omitido deve ser cumprido no decurso do prazo de dois meses referido no número anterior, junto com o pagamento de uma taxa de restabelecimento de direitos. 4- O disposto no presente artigo não se aplica aos prazos referidos nos nºs 2 e 3, nos artigos 12º, 17.º e 350.º e quando, em relação ao mesmo direito de propriedade industrial, estiver pendente algum processo de declaração de caducidade. 5- O requerente ou o titular de um direito que seja restabelecido nos seus direitos não poderá invocá-los perante um terceiro que, de boa fé, durante o período compreendido entre a perda dos direitos conferidos e a publicação da menção do restabelecimento desses direitos, tenha iniciado a exploração ou a comercialização do objecto do direito ou feito preparativos efectivos e sérios para a sua exploração e comercialização.

JORGE CRUZ

Agente Oficial da Propriedade Industrial

1 O restabelecimento de direitos “restitutio in integrum” é um conceito relativamente novo, que não tem sido objecto de estudo e sobre o qual não há, no nosso País, urisprudência que possa firmar orientação. É que, embora na sua essência seja idêntico para todos os direitos privativos, tem, todavia, diferenças na sua aplicação prática que, ao que parece, ainda não foram bem entendidas. 2

O “restitutio in integrum” apareceu na Convenção da Patente Europeia, de 1973 e, depois, no Regulamento sobre a Marca Comunitária, de 1993. Na lei portuguesa foi incluído, pela primeira vez, no Código de 2003, nas “Disposições Gerais” e, portanto, aplicável a todos os direitos privativos. Trata-se do artigo 8º, que é o seguinte: “1 - O requerente ou titular de um direito de propriedade industrial que, apesar de toda a vigilância exigida pelas circunstâncias, não tenha cumprido um prazo cuja inobservância possa implicar a sua não concessão ou afectar a respectiva validade, e a causa não lhe puder ser directamente imputada, é, se o requerer, restabelecido nos seus direitos. 2- O requerimento, devidamente fundamentado, deve ser apresentado por escrito, no prazo de dois meses a contar da cessação do facto que impediu o cumprimento do prazo, sendo apenas admitido, em qualquer caso, no período de um ano a contar do termo do prazo não observado.

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6– Quando se tratar de pedidos de registo ou de registos, o terceiro que possa prevalecer-se do disposto no número anterior pode, no prazo de dois meses a contar da data da publicação da menção do restabelecimento do direito, deduzir oposição contra a decisão que restabelece o requerente ou o titular dos seus direitos.”

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Os direitos de propriedade industrial são concedidos, em geral, por períodos certos, cuja validade depende, antes de mais, do pagamento de taxas periódicas, a liquidar dentro dos prazos restabelecidos. Como é sabido, há direitos que não podem ser renovados além de determinados limites – como as patentes – e outros que podem ser sempre renovados, como os registos de marcas, desde que se observem as formalidades aplicáveis.

4

A conservação desses direitos, enquanto possível, deveria resultar de decisão dos respectivos titulares, mas, por vezes, o incumprimento de formalidades indispensáveis para a sua manutenção determina a caducidade, com os graves prejuízos que pode comportar. Ora, uma das causas mais frequentes da prematura caducidade dos direitos é a falta de pagamento das taxas periódicas.

5 “Será concedida uma prorrogação de prazo, no minimo de seis meses, para o pagamento das taxas relativas à conservação dos direitos de propriedade industrial, mediante o pagamento de uma sobretaxa, se alguma for imposta pela legislação nacional”.

/Fevereiro


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

6 A Patente Europeia permitiu a protecção de invenções, através de um único pedido, no território dos países membros da Convenção, o que implica, por vezes, formalidades de cujo cumprimento depende a validade da patente. Portanto, parece que o objectivo fundamental do restabelecimento de direitos, incluído nas disposições da Convenção, como artigo 122º, será evitar, na medida do possível, a perda do direito por incumprimento de algumas formalidades exigiveis e que, por uma ou outra razão, não foram satisfeitas. Vejamos o nº 1 do artigo 122º da Convenção: “O requerente ou titular de uma patente europeia que, ainda tendo feito prova de toda a vigilância requerida pelas circunstâncias, foi incapaz de observar um prazo perante ao Instituto Europeu de Patentes é, por requerimento, restabelecido nos seus direitos se o impedimento tiver por consequência directa, em virtude das disposições da presente Convenção, a recusa do pedido de patente europeia ou de um requerimento, o facto de o pedido de patente europeia ser considerado retirado, a revogação da patente europeia ou a perda de qualquer outro direito ou meio de recurso.”

7 O restabelecimento de direitos – ou, na sua versão original,

“restitutio in integrum” – foi incluído, também, no Regulamento sobre a Marca Comunitária, em termos muito semelhantes. 8 Este “restabelecimento”, como parece óbvio, ao evitar prejuízos aos titulares dos direitos, por incumprimento de formalidades legais, pode ocasionar prejuízos a terceiros que, perante a caducidade do direito, estivessem a preparar a sua utilização a curto prazo.

9 Portanto, também não seria razoável que, para evitar prejuízos aos titulares dos direitos, fossem terceiros a ser prejudicados, por vezes já com investimentos consideráveis, que seriam perdidos, pelo menos temporariamente. Isto significa que o restabelecimento de direitos, para ser possível, deve evitar prejuízos de terceiros. 10

Este equilíbrio é extremamente difícil de conseguir, até porque o restabelecimento, considerado em relação a diferentes direitos, não tem as mesmas consequências – ou seja, por exemplo, que o restabelecimento da validade da patente ou do registo de marcas, não provoca idênticos prejuízos aos terceiros considerados.

11 É que a distinção entre os direitos que devem admitir a possibilidade de recurso e os que dele não necessitam, depende, simplesmente, de uma característica importante de alguns desses mesmos direitos e que é a novidade, conforme definida para as invenções. 12 Convém notar, antes de mais, que os direitos restabelecidos não podem ser invocados contra terceiros prejudicados por esse restabelecimento. E este é um princípio geral, que se aplica a todos os direitos privativos. A diferença reside, portanto, nas consequências que esse restabelecimento pode ocasionar num e outro caso.

/ Fevereiro

13 Para simplificar, vamos considerar apenas as patentes e os registos de marcas.

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Quando se restabelecem os direitos conferidos pela patente, estes passam a ser partilhados, na prática, pelo titular e pelo terceiro alegadamente prejudicado, que já estava a produzir o objecto do invento ou a fazer preparativos sérios nesse sentido. Ora, se houvesse recurso e os direitos da patente não fossem restabelecidos, esta cairia no domínio público e toda a gente beneficiava dessa situação. O que significa, como é óbvio, que tanto o titular da patente como o terceiro interessado na exploração da invenção seriam prejudicados, uma vez que perderiam o exclusivo.

15 Por consequência, se o recurso apenas traria prejuízos aos

dois interessados titular da patente e terceiro é evidente que não deve ser admitido. É que os interesses do tal terceiro só podem ser considerados se este estiver de boa-fé, o que não seria o caso se houvesse apenas intenção de prejudicar deliberadamente o titular da patente.

16 Mas a situação nas marcas e direitos em que a novidade,

dentro do mesmo conceito, não é requisito de concessão) é diferente: tanto o titular do registo, como o tal terceiro, ficam com as marcas registadas que até poderão ser iguais. Portanto, neste caso, a questão é exclusivamente entre o titular do direito e o terceiro, que poderá considerar que a simples possibilidade de continuar a usar a marca não é suficiente, uma vez que duas marcas iguais ou mesmo confundíveis, é uma situação que pode ter grandes inconvenientes. Essa a razão do recurso, que se permite ao terceiro, se pretender ir mais longe nas suas reivindicações de exclusivo. Portanto, para os chamados sinais distintivos de comércio justifica-se a possibilidade de recurso.

17 Em duas palavras: o restabelecimento dos direitos confe-

ridos pelas patentes beneficia sempre o terceiro alegadamente prejudicado e o restabelecimento dos direitos conferidos pelo registo de marcas em geral prejudica esse mesmo terceiro.

18 Mas há problemas importantes, que merecem análise mais aprofundada, como: a) A finalidade do “restitutio in integrum”. b ) A discussão da disposição relativa ao “restitutio in integrum” durante a Conferencia Diplomática de Munich, em 19 3, para a Patente Europeia; c ) A análise do artigo 8º do Código da Propriedade Industrial, tal como aprovado para o Código de 2003 e, depois, para o Código de 2008; d ) O restabelecimento e a revalidação de direitos de Propriedade Industrial; e ) A noção do prejuízo de terceiros, tal como tem sido aplicada pelo INPI; f ) As correcções a introduzir no artigo 8º do Código da Propriedade Industrial. 19

No próximo artigo sobre este tema, procuraremos desenvolver estes e outros aspectos fundamentais para a correcta aplicação do “restitutio in integrum”.

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CPLP

“O custo da ignorância é imenso” MURADE MURARGY, SECRETÁRIO EXECUTIVO DA CPLP, APOSTA NA COOPERAÇÃO E NA EDUCAÇÃO COMO PEDRAS BASILARES DAQUILO QUE DEVE SER O FUTURO DA CPLP. NUMA CONVERSA SERENA E ESCLARECIDA, O SECRETÁRIO EXECUTIVO ABORDA ÁREAS SENSÍVEIS QUE NÃO DEVEM SER ESQUECIDAS, A FIM DE SER POSSÍVEL APROVEITAR E MAXIMIZAR TODAS AS POTENCIALIDADES DA COMUNIDADE. criar sinergias essenciais para o desenvolvimento da própria comunidade. Mas, esta aposta na Educação sofre ainda alguma resistência se considerarmos que a Educação é um gasto, não um investimento. A verdade é que “o custo da ignorância é imenso. Os países não podem continuar a pagar o custo da ignorância porque disso pode depender o seu desenvolvimento”. A MAIORIDADE O ano de 2014 traz à CPLP a maioridade e esta idade faz com que os responsáveis façam uma retrospetiva: “Quando a CPLP foi criada, há 18 anos, tinha como pressuposto a língua, a concertação política e diplomática e a cooperação para o desenvolvimento. Hoje, regozijamo-nos porque avançamos muito na questão da língua que já ultrapassou fronteiras e está a avançar, muito graças às ações da própria CPLP, para continentes sem qualquer tradição da língua portuguesa, como é o caso da Ásia. Por outro lado, é importante também referir que a concertação política e diplomática está no caminho certo e são já muitos os ganhos internacionais”. Já o pilar da cooperação para o desenvolvimento, tem também tido o seu destaque e a verdade é que os países vão caminhando para a sua consolidação, “ainda que a CPLP queira que exista um maior impacto desta cooperação junto das populações”. CPLP: QUE FUTURO?

se sabe, a CPLP funciona com um orçamento oriundo

lado. É hora de elevar a educação e as competências

dos próprios governos dos oito países que compõe a

em países menos desenvolvidos a este nível para que

Para o futuro, Murade Murargy considera essencial

MURADE MURARGY

CPLP e, portanto, nós temos que ser capazes de utilizar

esses mesmos países possam explorar os seus recursos,

que se continue a apostar na cooperação. “Existe um

Secretário Executivo da CPLP

estes dinheiros públicos em favor do cidadão. A CPLP

utilizando recursos humanos esclarecidos e formados”.

grande potencial que os países podem capitalizar e é

O

tem que deixar de ser uma organização dos governos

E só há uma forma de estes países conseguirem ser

necessário saber identificar as potencialidades e agrupar

e dos Estados, para ser dos cidadãos, participando na

livres, ou seja, não depender de ninguém, apostando na

tudo isso numa agenda comum para que cada país saiba

primeiro passo no sentido da coesão foi dado

vida ativa das comunidades. Desta forma, irá criar-se

educação dos seus povos.

precisamente o que tem que fazer, evitando que a CPLP

há 18 anos, com a criação da Comunidade dos Países

um movimento de cidadãos em torno da CPLP que nos

No entanto, não basta apostar na formação superior.

funcione a oito diferentes velocidades”. E o futuro passa

de Língua Portuguesa, mas hoje há ainda muito por

permitirá criar uma verdadeira comunidade”.

É necessário, “extremamente, diria eu”, apostar na

por aqui, pela afirmação da CPLP e pela criação de uma

fazer e é com esta convicção que Murade Murargy

É certo que as questões políticas preocupam Murade

educação de base e criar “um espaço de livre circulação

voz una e coesa.

toma para si a responsabilidade de estruturar estratégias

Murargy até porque só existirá uma CPLP coesa

de conhecimento, permitindo que todos os que façam

e alinhar agulhas que potenciem os países de língua

se todos os Estados tiverem uma situação política

parte deste universo de ensino e educação possam

oficial portuguesa.

estável, com paz, democracia e respeito pelos direitos

beber das culturas de outros povos e aprender o que

Hoje, a consciência é outra e Murade Murargy considera

humanos. Ainda assim, a estabilidade política é também

de melhor se faz dentro da CPLP. É hora, mais do que

essencial, senão mesmo estruturante, que exista,

conseguida através da resolução de alguns problemas

nunca, de criar sinergias e parcerias em que todos os

efetivamente, uma circulação livre: “Enquanto não for

de base. De salientar que, dentro da CPLP, existem

envolvidos saiam a ganhar”, afirma, convicto, o nosso

possível, aos cidadãos, circularem livremente entre os

várias velocidades de desenvolvimento e é necessário

interlocutor.

países que compõe a CPLP, não estamos a responder

fazer com que todos os países se alinhem. Mas, como é

A aposta é no sentido de tornar estes oito países em

às expetativas do cidadão”. E é precisamente aqui

isso possível? Murade Murargy é perentório ao afirmar

potências tecnológicas e, para tal, é necessário que

que é necessário trabalhar, levando a comunidade aos

que só há um caminho: A educação.

exista, verdadeiramente, cooperação entre todos. Assim,

cidadãos e fazendo com que cada pessoa sinta a CPLP

“Enquanto existirem desigualdades ao nível da educação,

é de todo importante que todos os países consigam, não

como sua e se sinta parte integrante da mesma. “Como

estes oito países não conseguirão caminhar lado a

ajudar, mas cooperar uns com os outros, no sentido de

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CPLP e os empresários Murade Murargy não esquece que a CPLP tem também um papel preponderante naquilo que é a potencialização das relações empresariais entre os vários países. Assim, é essencial que a CPLP crie as condições necessárias para e os ne cios nesses pa ses possam fl ir. como se a isso emos e identi car os obstáculos e agir, facilitando o investimento e os negócios”.

/Fevereiro


CPLP

LEGIS-PALOP,

A base de dados da legislação dos PALOP

O PAÍS POSITIVO ESTEVE À CONVERSA COM TERESA AMADOR, DIRETORA DA ECOSPHERE, COORDENADORA REGIONAL DA LEGIS-PALOP.

TERESA AMADOR Diretora da Ecosphere

O

LEGIS-PALOP é a única base de dados que congrega em si toda a legislação, jurisprudência e a doutrina de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Teresa Amador explica que “o desafio inicial em 2008, no desenvolvimento desta base de dados financiada pela União Europeia e pela cooperação portuguesa, foi por um lado aceder às fontes jornais oficiais de cada PALOP) que não estavam sistematizadas e, na maioria dos casos, não estavam digitalizadas e, por outro, à informação produzida pelos tribunais superiores. Foi necessária uma mudança de paradigma junto das instâncias superiores de que a disponibilização dos acórdãos é, digamos, para seu próprio benefício. Se partilharmos a informação, para além de termos mais transparência temos mais troca de informação, credibilidade, cidadania. As pessoas têm o direito de saber qual é a legislação e as decisões dos tribunais superiores do seu país. Na altura achamos que era também interessante dotar o sistema de doutrina e documentos, designadamente pareceres das procuradorias gerais da república, discursos de abertura do ano judicial, artigos, coletâneas, entre outros”. A base de dados foi lançada em 2009 passando a disponibilizar-se numa única plataforma a informação jurídica dos PALOP o que foi um passo certeiro para estes países. No entanto, surgiu também nessa altura um

/ Fevereiro

novo desafio: como manter o sistema atualizado? “A nossa preocupação foi criar, em cada país, uma unidade técnica operacional e de gestão da base de dados dos PALOP que, sob tutela dos respectivos Ministérios da Justiça, fosse responsável pela manutenção do sistema. Uma vez criadas as unidades, com os respectivos regulamentos internos publicados nos jornais oficiais ficou assegurada a constituição das equipas responsáveis pela atualização do sistema”. Para se perceber melhor toda esta ligação de entidades e quem faz o quê, Teresa Amador explica que “a tutela é dos Ministérios da Justiça e a inserção da informação é assegurada pelas imprensas nacionais. Depois há todo um trabalho que o Legis-PALOP faz de classificação de informação. Temos juristas que leem o diploma, resumem-no e depois classificam-no. A coordenação regional, a funcionar junto da CPLP desde 2012, é coordenada por um comité que foi presidido por Angola e que em Junho passou para Cabo Verde” refere a nossa interlocutora. Como coordenadora regional, a Ecosphere “assegura o controlo de qualidade, que as diplomas sejam classificados e postos à disposição do público a tempo e horas e, por outro lado, assegura a uniformidade de critérios de classificação e indexação ao mesmo tempo que disponibiliza um serviço de atendimento permanente a utilizadores/subscritores. Há uma outra componente do sistema, o Thesaurus jurídico, que consiste num conjunto de conceitos alguns dos quais comuns aos vários ordenamentos jurídicos. Por exemplo, a lei das pescas está indexada ao descritor “pescas” que em Angola tem a designação especifica de lei dos recursos biológicos aquáticos que são tratados como sinónimos no Thesausus” Daí esse trabalho não pode ser feito por cada país individualmente, mas carecer de visão do global assegurada pela coordenação regional”. Numa 2 fase, e com financiamento exclusivo da cooperação portuguesa, procedeu-se à recolha da legislação anterior à independência. A diretora do Ecosphere afirma que este foi mais um obstáculo ultrapassado, visto que “celebramos uma parceria com o Arquivo Histórico Ultramarino enquanto fonte. Conseguimos reunir a legislação anterior às independências que ainda está em vigor. O que se verifica é que muitos dos códigos são anteriores a 1975 (como o Código Civil)

tendo sido alterados sucessivamente. Por isso é que disponibilizamos versões consolidadas dos mesmos que são uma grande mais-valia para os nossos subscritores. Para isso era necessário obter o original do diploma o que conseguimos no Arquivo”. A sustentabilidade do Legis-PALOP a longo prazo, tornou-se um novo desafio. Era preciso sustentar as unidades que haviam sido criadas. “Para além do financiamento internacional, os Ministérios da Justiça, cujas orgânicas incluem já a unidade Legis-PALOP, passaram a incluir o Legis-PALOP no seu próprio orçamento. Mas para a sustentabilidade do sistema contribuem também as subscrições, para não estarmos dependentes só do orçamento dos ministérios, visto que o ministro poderia mudar e, por não ter estado envolvido antes no processo, riscar do orçamento a rúbrica Legis-PALOP, o que iria ditar o seu fim. Enquanto utilizador simples o registo é gratuito, mas se quiser ter acesso às mais-valias como as remissões, consolidações, a certeza do que está em vigor e o que já foi revogado é necessário subscrever”. Apesar de todos os desafios que o desenvolvimento deste projeto teve, a superação dos mesmos foi sempre uma realidade com um feedback positivo por parte dos intervenientes. “No ano passado, no nosso 4.º encontro anual, conseguimos uma mesa redonda com todos os ministros para discutir o Legis-Palop e todos eles foram unânimes em afirmar que, para o seu país, esta base de dados constitui um instrumento fundamental no acesso ao direito e exercício de cidadania, mas também uma mais-valia para quem pretenda conhecer os ordenamentos jurídicos, designadamente investidores. O Legis-

Palop é a fonte oficial de informação jurídica, é um instrumento de apoio ao processo legislativo e é claramente um veículo de afirmação da comunidade PALOP. É evidente que estes cinco ornamentos têm muito em comum e os nossos cinco anos de existência provam que viemos para ficar”. O Legis-PALOP tem participado em diversos eventos de que destacamos, mais recentemente, o Portugal Exportador e o Fórum China/PALOP, “porque a China tem todo o interesse nos PALOP e estamos a tentar reforçar essa componente de divulgação. De dois em dois meses publicamos uma nota na revista da Ordem dos Advogados e na revista África 21 destacando a principal legislação que foi publicada em cada um dos países. No último encontro regional, em Angola, foi lançado o Guia Para Investir nos PALOP, que é no fundo uma ferramenta complementar à base de dados. O Guia está à venda nas FNAC’s e na Livraria Jurídica com o valor de 50€ e os subscritores que comprem on-line beneficiam de um desconto de 50 por cento”. Os tempos que se avizinham são de muito trabalho, porém re etem prosperidade. Teresa Amador refere que “estamos a pensar lançar novas publicações tanto em papel como na web, um aplicativo para telemóvel e a tradução para inglês de alguns dos principais diplomas. Este ano prevemos concretizar o objetivo de alargamento a Timor-Leste. Pretendemos durante a presidência de Cabo Verde publicar uma coletânea da principal legislação, jurisprudência e doutrina sobre branqueamento de capitais, combate à corrupção e combate ao tráfico de droga temas eleitos pelo 10.º Fundo Europeu de Desenvolvimento”.

41


CPLP

“Os números não têm alma” AS

PALAVRAS SÃO DE

VÍTOR RAMALHO, SECRETÁRIO-GERAL

DA

UCCLA,

REFERINDO-SE À NECESSIDADE DE APOSTAR MAIS NA CULTURA, INDEPENDENTEMENTE DA

REPRESENTATIVIDADE ECONÓMICA OU FINANCEIRA DESTA VERTENTE ESSENCIAL DAS SOCIEDADES.

trabalhamos em ações de educação e prevenção da saúde, como aconteceu em Moçambique. Ou seja, respondemos, sempre que esteja dentro do objeto da própria UCCLA, às necessidades apresentadas pelas cidades”. No fundo, a atividade da UCCLA fomenta o desenvolvimento e a qualidade de vida das cidades e das populações e isso é notório quando se chega a Díli, por exemplo, e a UCCLA é imediatamente associada à requalificação da cidade ou à cidade da Praia onde a entidade é uma referência motivadora do desenvolvimento social e económico das populações. UM ANO QUE SE QUER DE OURO

VÍTOR RAMALHO Secretário-Geral da UCCLA

A

UCCLA é uma associação intermunipal internacional criada há 29 anos por Nuno Krus Abecasis, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa e dela fazem parte 40 cidades de todos os países de língua oficial portuguesa e algumas empresas desses mesmos continentes. Conforme nos avança o atual Secretário-Geral, Vítor Ramalho, a atividade da UCCLA tem sido bastante diversa. Por exemplo, “procedemos à requalificação de infraestruturas de imóveis, como o que aconteceu em Timor depois da agressão de uma potência estrangeira que danificou muitas estruturas e prédios. Temos o orgulho de termos sido a entidade responsável pelo projeto de arquitetura do Palácio do Governo em Díli e de termos requalificarmos escolas e parques, entre outros”. Mas a ação da UCCLA vai mais longe e teve reflexos também na cidade da Praia, em Cabo Verde, onde toda a orla costeira foi requalificada, mas a par desta obra infraestruturante, a UCCLA desenvolve uma atividade importante naquilo que é a formação de empresários, como aconteceu na Guiné Bissau. Além disso, “introduzimos água potável em 13 bairros pobres na cidade da Praia, instalamos o tratamento de resíduos sólidos em S. Tomé e

42

Vítor Ramalho tem um desejo para o ano de 2014: “Quero dar um salto qualitativo de relevo no sentido de revelar um acontecimento histórico da maior relevância para todos os países e povos que compõe a UCCLA e a CPLP: A Casa dos Estudantes do Império. O anterior regime criou uma instituição, a Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa e Coimbra, que servia como local de convívio para os estudantes provenientes das ex-colónias”. Com o processo de descolonização, estes jovens acabaram por ter um papel preponderante naquilo que foi a dinamização cultural dos respetivos povos e na defesa da sua independência. Por aqui passaram e formaram-se personalidades marcantes como Pepetela, “que faz o desenho desta Casa dos Estudantes do Império e daquilo que representa no seu livro «A Geração da Utopia», prémio Camões”, Amílcar Cabral, Joaquim Chissano, Pedro Pires, Lúcio Lara, Agostinho Neto, Manuel Pinto da Costa, Graça Machel, entre muitos outros. Para Vítor Ramalho, a solidariedade que se gerou na Casa dos Estudantes do Império, extinta pela Polícia Política, em 1965, deve merecer um tratamento especial por todos os povos. “É minha intenção começar as comemorações de homenagem a estes jovens que, em conjunto com os jovens portugueses, dirigiram e encetaram um papel muito importante”. Estas comemorações terão início em Outubro, com um grande evento cultural em Coimbra, e serão encerradas no Dia de África de 2015, em Lisboa. A memória será comemorada em dois anos porque, por um lado,

celebram-se 70 anos da fundação da Casa dos Estudantes do Império em 2014 e, por outro, celebram-se 50 anos da sua extinção em 2015. Segundo nos confessa Vítor Ramalho, esta iniciativa é encarada com algum positivismo por todos os chefes de Estados dos países de língua oficial portuguesa que veem no evento uma forma de dar relevo àquilo que foram os movimento culturais dos povos das ex-colónias. AS RAÍZES

Portugal é o exemplo perfeito daquilo que é a miscelinização de um povo, onde a presença das ex-colónias está muito marcada no povo. Aliás, “esse lado da nossa cultura está muito bem expresso num livro de José Ramos Tinhorão, escritor brasileiro, «Os negros em Portugal: Uma presença silenciosa» e nós temos que ser capazes de conservar esta cultura, porque ela é realmente uma mais-valia que aproveita a Europa no seu conjunto. Por vezes lamento que esta força que nós temos, num mundo de povos que falam a 6ª língua mais falada do mundo e a 3ª mais falada do ocidente, não esteja tão unida e coesa como deveria. Por exemplo, a relação que Espanha pretende fazer com a América Latina é feita através de relações ibero-americanas porque Portugal tem que estar presente. E se olharmos para o mapa, os povos e países lusófonos, são hoje a fronteira deste mundo global. Somos a grande potência das fronteiras da Europa, somos países que integram espaços geográficos marítimos e portas de entrada para continentes”. Num mundo tão hedonista e material, a UCCLA tem que assumir um papel patriótico, assumindo a cultura como desígnio dos povos e países, sem visões partidárias ou paternalistas. COOPERAÇÃO? REALIDADE INEXISTENTE…

Nos últimos anos, a palavra cooperação tem vindo à ribalta e assume-se como verdadeiro apanágio da nossa sociedade. Ainda assim, Vítor Ramalho considera que esta é uma realidade inexistente: “Falta ainda muito para existir cooperação. Falta, desde logo, um Ministério da Cooperação, algo compreensível. Desde o 25 de Abril, nunca houve um Ministério da Cooperação. Houve singularmente um Ministério da Cultura que deu marca à importância deste setor de

atividade coletivo na economia, por aquilo que representam hoje as indústrias mediáticas e não só, mas aquilo que legitimaria que tratássemos diferente o que é diferente, é tratado por igual com uma Secretaria de Estado da Cooperação em que cabe toda e qualquer cooperação. Não significa que não devamos salvaguardar esta proximidade com todos os povos e países, mas relativamente a este mundo especificamente da fala comum, justificaria completamente um Ministério da Cooperação, a vários títulos, porque a nossa atividade relativamente à cooperação está dispersa, divide-se por quase todos os ministérios, não há uma conjugação sinergética e objetiva capaz de levar à concretização de metas e objetivos que sejam estratégicos e há uma diluição de meios, materiais e humanos, imensa”. Se olharmos para os indicadores, 17 por cento do PIB nacional está nas atividades industriais da cultura e “esta falta de aposta na cultura resumese, somente, na falta de visão. Os números não têm alma, mas nós temos que ser capazes de incorporar alma nos números e é precisamente aqui que entra a UCCLA, procurando criar relações com as cidades baseado naquilo que são os valores que marcam essas sociedades, mas que não são expressos em números”. LUSOFONIA: O FUTURO

Vítor Ramalho considera existir uma necessidade premente de reforçar a lusofonia do ponto de vista cultural, económico e financeiro, “mas sempre numa lógica estratégica que não se perca no tempo. E quando falamos disto, estamos a falar dos primeiros reis da nossa história, porque forem eles que conceberam uma estratégia de expansão pelo mundo de tal maneira voltada para o futuro que acabou por nos marcar de tal forma que continuamos, ainda hoje, a falar sobre essa existência estratégia. É esta visão, para daqui a 500 anos, que deveremos ter”. No entanto, «os homens não se medem pela sua altura, mas por onde põem os olhos» e, neste momento, “estamos a pensar muito pequenino. Tenho a certeza que aqueles que põem os olhos muito longe, mesmo quando têm pequena altura, são de grande dimensão e é precisamente isto que precisamos fazer”.

/Fevereiro


GLOB AL B ANK ING ADV ISORY

CONCEITO INOVADOR EM PORTUGAL A “A.F. ARAÚJO & ASSOCIADOS” É

A PRIMEIRA INSTITUIÇÃO A IMPLEMENTAR NO NOSSO PAÍS O CONCEITO DE “GLOBAL BANKING ADVISORY”.

ATUAR JUNTO DE PARTICULARES, EMPRESAS E INSTITUCIONAIS, COMO CONSELHEIRO BANCÁRIO E FINANCEIRO.

A

ntónio Araújo constituiu, em 2013, a “A.F. Araújo & Associados”, com sede em Leiria, trazendo para o nosso país o conceito inovador de “global banking advisor ”. O percurso profissional de António Araújo foi feito na área comercial da banca, tendo desempenhado, entre outras funções, a de Diretor Coordenador Comercial do Banco Millennium Angola e, também, a de Administrador Executivo com o Pelouro Comercial de um outro Banco angolano. Quando regressou a Portugal, fundou a “A.F. Araújo & Associados SA”, com o objetivo de apoiar pessoas, empresas e instituições a desenvolver a sua literacia bancária e financeira e a atingirem os

/ Fevereiro

seus propósitos junto da Banca, bem como ser um facilitador de negócios para os investidores angolanos em Portugal e para os investidores portugueses em Angola. A “A.F. Araújo & Associados” atua, essencialmente, como um conselheiro bancário e financeiro. A empresa dispõe de uma diversidade de serviços que procuram mitigar os riscos dos seus clientes, atuando como um intermediário entre os mesmos e as instituições financeiras. Tudo é feito numa perspectiva de acompanhamento, interação e numa lógica de gestão preventiva e de adequabilidade dos riscos implícitos, ao perfil de cada cliente. Dá-se particular ênfase a uma metodologia de trabalho que permita

optimizar e rentabilizar os ativos financeiros de pessoas e empresas, racionalizar custos, redefinir estratégias, encontrar soluções de consolidação e reestruturação de passivos, e, por fim, ajudar a alavancar novos negócios. Como fonte de apoio à internacionalização de empresas, a “A. F. Araújo & Associados”, é membro efetivo de algumas Câmaras de Comércio e de Associações Empresariais, com destaque para a Câmara de Comércio Luso-Chinesa, e conta com um leque alargado de parceiros internacionais que coloca à disposição dos seus clientes. A empresa também presta apoio à integração de imigrantes (ARI) que se queiram estabelecer no nosso país, monitorizando os processos de obtenção de

O

OBJETIVO DA EMPRESA É

vistos Gold. Por fim, apresenta uma vertente de responsabilidade social, disponibilizando consultas gratuitas a particulares e empresas em dificuldades financeiras. O objetivo a curto prazo, da “A.F. Araújo & Associados SA” é implementar esta dimensão multidisciplinar do conceito “banking advisory”, estando prevista, para este ano, a abertura de várias sucursais. Poderá, a médio prazo, converter-se mesmo num Banco Regional, que, numa lógica de “cluster” agregue um conjunto de distritos, promovendo o associativismo, o negócio integrado e a partilha de informação relevante, fatores críticos de sucesso, numa economia, cada vez mais globalizada.

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INV ESTIGAÇÃ O CIENTÍ FICA

Uma área estratégica, um caso de sucesso

ENTREVISTA A JOÃO ROCHA, DIRETOR DO CICECO. cultura de interdisciplinaridade e de colaboração interna. A partilha de recursos instrumentais sofisticados cerca de 20 milhões de euros de equipamento) é outro dos segredos. Finalmente, o elevado grau de internacionalização dos nossos investigadores, com a sua participação em redes europeias, e um agudo sentido prático, tendo em vista a possível aplicação dos conhecimentos, são também dois ingredientes de sucesso. QUAIS OS PRINCIPAIS PROJETOS DE IMPACTO INTERNACIONAL?

JOÃO ROCHA

Diretor do CICECO

C

OMO CARACTERIZARIA O CICECO E QUAL A INVESTIGAÇÃO DESENVOLVIDA NO SEIO DO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM MATERIAIS CERÂMICOS E COMPÓSITOS DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO?

O Laboratório Associado CICECO (Instituto de Materiais de Aveiro, ex Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos) da Universidade de Aveiro, é o maior centro de investigação nacional na área da Ciência e Engenharia de Materiais, com interesses científicos também no domínio das nanociências. Criado em 2002, o CICECO integra hoje quase 400 investigadores, 173 dos quais doutorados, dos Departamentos de Química, Física e Engenharia de Materiais e Cerâmica. As grandes linhas temáticas da nossa investigação são as tecnologias da informação e comunicação, energia e aplicações industriais, sustentabilidade e saúde. De uma forma simples, desenvolvem-se e preparam-se novos materiais, na forma de pós, filmes, membranas e monólitos, determina-se a sua composição e estrutura, estudam-se as suas propriedades físico-químicas e avalia-se

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a sua potencial aplicação comercial. Apesar do CICECO desenvolver muita investigação fundamental os nossos investigadores dão particular atenção à possibilidade de aplicar o conhecimento, como o atesta o nosso portfólio de uma centena de patentes e a nossa intensa interação com o tecido empresarial, incluindo a constituição de algumas spin-offs, realizada através de uma estrutura interna de transferência de tecnologia.

A investigação desenvolvida no CICECO tem impacto internacional nas três áreas temáticas já referidas. Em particular, somos muito respeitados pela nossa investigação em nanoquímica, cerâmicos e compósitos variados, materiais nanoporosos, materiais emissores de luz, dieléctricos e ferroeléctricos, magnéticos. Outras áreas com grande reconhecimento são as dos materiais para energia, revestimentos anti-corrosão, materiais baseados no carbono, biomateriais, polímeros de origem natural e seus derivados, reciclagem de materiais. Mais recentemente, temos realizado investigação que está a despertar grande interesse no sector petroquímico. RECENTEMENTE, MARA FREIRE, UMA JOVEM INVESTIGADORA DO VOSSO CENTRO, FOI GALARDOADA COM UMA BOLSA DE INVESTIGAÇÃO DO PRESTIGIADO EUROPEAN RESEARCH COUNCIL. COMO AVALIA ESTA ATRIBUIÇÃO E O QUE DESPERTOU O INTERESSE

NESTA INVESTIGAÇÃO? A investigadora do CICECO Mara Freire recebeu

recentemente a primeira bolsa de investigação “Starting” do European Research Council conferida a um investigador da área dos materiais em Portugal. Trata-se de um projecto muito inovador e com enorme potencial de aplicação, em que se pretende desenvolver novos métodos de purificação, baseados em líquidos iónicos, de substâncias biofarmacêuticas, em particular anticorpos. Outros investigadores do CICECO ficaram perto deste objectivo e o sucesso da Mara está a inspirar e motivar novas candidaturas. TENDO EM CONSIDERAÇÃO MATERIAIS E COMPÓSITOS, PODEMOS ANTECIPAR?

A ÁREA DOS QUE FUTURO

A Ciência e Engenharia de Materiais é uma das áreas com maior visibilidade internacional, existindo em Portugal vários grupos de excelência capazes de competir com os melhores laboratórios do Mundo, nas suas áreas de especialidade. Por outro lado, as competências em materiais são transversais a muitas indústrias nacionais, dos têxteis e papel aos sectores automóvel e das telecomunicações. Não há qualquer dúvida que, no quadro da construção de uma Economia do Conhecimento, a Ciência e Engenharia de Materiais é um domínio incontornável para o País. Espera-se que este caso de sucesso, estratégico, possa continuar a merecer a atenção dos governantes, principalmente em tempos de crise.

O VOSSO TRABALHO É UMA REFERÊNCIA NACIONAL E TEM-SE VINDO A AFIRMAR NO PLANO INTERNACIONAL DE DIA PARA DIA. QUAL A RECEITA DO VOSSO SUCESSO?

O CICECO é um dos grandes institutos europeus de investigação em materiais, sendo o principal responsável por a Universidade de Aveiro se posicionar a nível mundial aproximadamente no nonagésimo lugar (e entre os vinte primeiros lugares na Europa) no ranking de citações de artigos científicos. Anualmente publicam-se no CICECO mais de 450 artigos, cerca de 10 patentes e terminam-se uma vintena de teses de doutoramento. Somos também um potente polo atractor de jovens cientistas internacionais, nomeadamente 39 por cento dos 32 investigadores, 53 por cento dos 91 pós-doutorados e 27 por cento dos 118 alunos de doutoramento são estrangeiros. O sucesso do CICECO deve-se antes de mais a uma forte

/ Fevereiro


INV ESTIGAÇÃ O CIENTÍ FICA

Um exemplo de excelência O INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA DISTINGUE-SE, NO PANORAMA DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA. CONHEÇA O QUE DE MELHOR SE FAZ NESTA ÁREA! CIMO

Como se pode caracterizar o Centro de Investigação de

agro-alimentar sustentável e competitivo para permitir dietas

quais são exemplos os desenvolvidos no âmbito da proteção

(LSRE-LCM/IPB) é um polo do mesmo laboratório sediado na

Montanha (CIMO)?

seguras e saudáveis (em linha com o programa Horizonte 2020).

integrada da cultura da oliveira, da sustentabilidade de soutos, da

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Instituição de

gestão da água em olival,, dos efeitos das alteraçõesclimáticas

Gestão Principal. Este laboratório obteve o Estatuto de Laboratório

Jaime Maldonado Pires: O CIMO é uma UI&D multidisciplinar em ciências agrárias e florestais cuja investigação visa contribuir

Relativamente, ao grupo Marginal Land Ecosystem Services

no olival ou das estratégias para a gestão da superfície do solo

Associado em dezembro de 2004, tendo sido renovado em

para o desenvolvimento sustentável das regiões de montanha,

(MLES), quais os grandes objetivos adjacentes a este grupo e

em olival.

Janeiro de 2011 por um período de 10 anos. O LSRE-LCM tem

abordando, para o efeito, temas de maior relevância para estas

quais as áreas abordadas pelo departamento?

regiões, como sejam a valorização de recursos naturais, dos

Margarida Rodrigues: As áreas marginais para a agricultura

sistemas de agricultura e da floresta e dos produtos de montanha.

representam pelo menos dois terços do espaço de montanha.

Em que se baseia o cidesd e quais os projetos que têm vindo a ser

áreas de intervenção da Engenharia Química. A atividade do

É uma área demasiado importante do ponto de vista ambiental,

desenvolvidos no âmbito deste centro de investigação?

LSRE-LCM abrange vários níveis de conhecimento, incluindo

como missão contribuir, a nível nacional e europeu, para o

CIDESD

desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico nas

Quais as áreas foco do CIMO?

e demasiado extensa para poder ser descartada dos sistemas

Jaime Maldonado Pires: Desde 2008 a investigação desenvolvida

de produção de montanha. O MLES tem por objetivo maior

As áreas estratégicas do CIDESD estão centradas no âmbito dos

processos industriais. O LSRE-LCM procura, assim, a inovação,

no Centro tem sido dirigida principalmente para os seguintes

promover e coordenar a investigação dirigida à valorização

desafios societais, mais especificamente na i) saúde, alterações

combinando ciência e tecnologia, em prol do desenvolvimento

temas: a agroecologia de culturas perenes como o olival, o souto

económica e social dos serviços e produtos produzidos nos

demográficas e bem-estar e nas

ii) sociedades inclusivas,

de novos produtos e de processos de forma sustentável. A equipa

e o castinçal, a caracterização e tecnologia dos produtos daí

espaços marginais de montanha. As atividades de investigação

inovadoras e seguras. O CIDESD está organizado em comunidades

do LSRE-LCM/IPB integra 9 investigadores seniores que atuam

resultantes, a valorização dos sistemas de produção florestal, dos

do MLES distribuiem-se por três grandes domínios: 1) A

de investigação que resultam de parcerias governamentais e

nas duas linhas de intervenção chave: (i) Novas tecnologias

sistemas agro-pecuários de montanha, da apicultura e de outros

caracterização (ex. da estrutura, composição, produtividade,

não-governamentais com o objetivo de definir os programas

de processos cíclicos de separação e reação e (ii) Síntese e

recursos/produtos como os cogumelos e plantas aromáticas e

risco de incêndio e distribuição) de florestas naturais e

estratégicos, acompanhar a investigação científica e transferir

formulação de produtos de valor acrescentado.

medicinais e, ainda, a caracterização, transformação e segurança

arborizações, comunidades arbustivas, pastagens semi-naturais e

o conhecimento produzido. A comunidade GERON tem em

alimentar dos produtos de montanha, bem como a identificação

semeadas, sistemas dulçaquícolas e paisagens; 2) Caracterização

funcionamento projetos centrados no turismo ativo, explorando

Que áreas são tratadas por este laboratório e qual a aplicabilidade

de propriedades bioativas e nutracêuticas. A investigação

dos processos relevantes ocorridos no interior dos sistemas

em particular o processo de envelhecimento e os efeitos da

da ciência aqui desenvolvida para o território?

desenvolvida

no CIMO está distribuída por três grupos de

suprarreferidos, por exemplo, da erosão do solo, qualidade da

atividade física. A comunidade STRONG tem em funcionamento

A necessidade de promover nos próximos anos um modelo de

investigação: Tecnologia e Segurança Alimentar, Serviços de

água, fluxos vegetação-atmosfera, dinâmica temporal e espacial

projetos centrados no desenvolvimento do talento, em particular

desenvolvimento económico regional tendo em consideração

Ecossistemas de Áreas Marginais e Sistema de Agricultura de

da diversidade biológica, dinâmica da vegetação, produtividade

no desporto, mas explorando também outros domínios laborais,

as diretivas da União Europeia na área da Engenharia Química

Montanha.

dos solos florestais, sequestração carbono no solo e na biomassa

utilizando variáveis do âmbito da genética, biomecânica e

(Energia,

aérea, fluxos génicos e alterações à escala da paisagem; 3)

fisiologia. A comunidade CreativeLab tem em funcionamento

e Industriais) requer o desenvolvimento e instalação de um

Neste momento, quais os grandes objetivos da Tecnologia e

Desenvolvimento de ferramentas conceptuais e de soluções

projetos centrados no desenvolvimento de métodos que

conjunto de soluções tecnologicamente inovadoras que

Segurança Alimentar e quais os principais projetos desenvolvidos

técnicas para a gestão sustentável de sistemas de produção de

possibilitem identificar e descrever o comportamento coletivo,

assegurem a convergência ao nível Europeu de uma forma

dentro desta área?

montanha, como sejam a avaliação dos serviços dos ecossistemas

explorando a sua aplicação a equipas desportivas ou a outras

sustentável, promovendo a competitividade económica e a

Isabel Cristina Ferreira: Os objetivos estratégicos e áreas

e agroecossistemas de montanha, a produção de biomassa para

atividades que envolvam interação social para a resolução de

coesão social e territorial. A indústria química é importante não

desenvolvidas no grupo de Tecnologia e Segurança Alimentar

energia, os produtos florestais não lenhosos ex. cogumelos), as

problemas complexos (bombeiros, agentes de segurança,...).

só do ponto de vista de dimensão, mas também em termos do

Climáticas,

Tecnologias

Ambientais

pastagens semeadas ricas em leguminosas, o uso tradicional de

rastreabilidade de produtos alimentares de montanha (e.g.,

plantas, a silvicultura de folhosas, os sistemas agroflorestais ou a

Qual a importância do Desporto e da Saúde para o território

de conhecimento e recursos humanos especializados. É, desta

cogumelos, plantas, azeite e outros produtos da oliveira,

produção biológica de mel.

onde estão inseridos?

forma, relevante para o desenvolvimento económico e social; é

Otimizar a interação entre o Desporto (onde se inclui a atividade

uma indústria baseada no conhecimento, ciência e tecnologia;

1)

Avaliação

da

autenticidade

Alterações

e

incluem:

qualidade,

a investigação aplicada, o desenvolvimento de produtos e de

cogumelos, mel e outros produtos apícolas, produtos cárneos,

seu significativo investimento em capital, elevado conteúdo

queijo e outros produtos lácteos); especial relevância no estudo

No grupo Mountain Farming Systems, quais as áreas de estudo e

e o exercício físico) e a Saúde é um dos desafios mais importantes

e é essencial para uma economia sustentável. Neste contexto,

dos fatores que afetam a composição e qualidade dos alimentos,

que projetos têm sido levados a cabo?

da sociedade contemporânea. As repercussões positivas desta

o LSRE-LCM contribui para o desenvolvimento sustentável de

incluindo efeitos do sistema de produção ou de tecnologias

Carlos Aguiar: A atividade do grupo MFS está focalizada na

interação são já bem conhecidas e centram-se nos efeitos da

Portugal, nomeadamente na região Norte, seguindo os objetivos

de processamento. 2) Desenvolvimento de metodologias para

valorização dos agroecossistemas de montanha e otimização

atividade física para o bem estar das populações, ao longo

do “Novo Norte”. De forma a concretizar estes objetivos de uma

análises nutricionais, químicas, bioquímicas e microbiológicas

da sua eficiência. As actividades de investigação desenvolvidas

de todo o ciclo de vida, com enfâse particular no combate

forma coerente e organizada, a investigação no LSRE-LCM está

de alimentos. 3) Estudo de aspetos relacionados com controlo

incidem sobretudo na fruticultura e na silvicultura (olival,vinha,

à obesidade infantil e no processo de envelhecimento. As

organizada em quatro grupos de áreas estratégicas distintas:

da segurança alimentar em alimentos tradicionais e inovadores,

souto, castinçal), na valorização de sistemas agropecuários e nas

comunidades de investigação do CIDESD pensam a investigação

Processos Cíclicos de Separação e Reação; (ii) Engenharia do

e relevância dos produtos de montanha para a disponibilidade

culturas arvenses que lhes estão associadas. As competências

globalmente, mas têm objetivos de intervenção local, no sentido

Produto, (iii) Termodinâmica e Engenharia do Ambiente e (iv)

de alimentos. 4) Avaliação de propriedades bioativas e/ou

dos membros do grupo distribuem-se pelas tecnologias de

de se educarem as populações para adquirirem as melhores

Catálise e Materiais de Carbono.

nutracêuticas (e.g., antioxidante, antimicrobiana e antitumoral) e

produção, proteção integrada e biotecnologia até à tipificação

práticas e, também, através da educação de agentes capazes com

valorização de produtos de montanha como alimentos funcionais;

e valorização de produtos alimentares. No que respeita às

competências para as disseminar. Neste sentido vários programas

Neste momento, quais são os principais projetos do LSRE?

implementação de novos protocolos de avaliação de bioatividade

áreas mais específicas de trabalho dos seus membros, elas

de intervenção tem sido implementados, sobretudo programas de

Novas tecnologias de processos cíclicos de separação e reação:

de matrizes naturais. 5) Inovação em processamento alimentar

estão orientadas para a gestão da superfície do solo, gestão da

exercício físico quer com crianças quer com adultos.

1.Separações quirais multicomponente em processos de Leito

(e.g., aplicação de tecnologias emergentes de preservação de

água, estabelecimentos de estratégias racionais de fertilização,

alimentos de forma a aumentar a qualidade, segurança e tempo-

sistemas de condução das culturas arbóreas, proteção de plantas

prateleira), e design de novos produtos para a indústria alimentar

e melhoramento genético. Estas atividades estão no alinhamento

Quais os objetivos do LSRE e quais as atividades desenvolvidas

2.AdTechP2 – Tecnologias de separação avançadas para

e farmacêutica, incluindo alimentos funcionais, nutracêuticos

dos desafios societais do horizonte 2020, particulamente com o

pelo laboratório?

purificação de proteínas FCT PTDC E U-E U 113310 2009)

e cosméticos à base de produtos naturais. Obter produtos

desafio ”Segurança alimentar, agricultura sustentável e floresta”

O Laboratório de Processos de Separação e Reação / Laboratório

2011-2014 (Luís Pais).

inovadores, saudáveis e com segurança; contribuir para um setor

Nos últimos anos têm sido levados a cabo vários projetos dos

de Catálise e Materiais do Instituto Politécnico de Bragança

3.Processo de isomerização total baseado em membranas

/ Fevereiro

LSRE

Móvel Simulado (FCT PTDC/EQU-EQU/119025/2010) 20122015 (Luís Pais).

45


INV ESTIGAÇÃ O CIENTÍ FICA produtos e serviços, mas também com a sustentabilidade e

tecnológicos e “spin-offs”, em particular nas áreas definidas.

manutenção dos recursos naturais;

Para a consecução destes objetivos, o PCT TMAD Brigantia-

-

O

desenvolvimento

de

projetos

de

Investigação

&

Ecopark será desenvolvido em duas fases, ver figura 1. A primeira

Desenvolvimento (I&D) e a prestação de serviços de assistência

fase deverá ficar concluída em ulho de 2014, contemplando

científica e tecnológica nas áreas definidas;

uma área de intervenção de 33 000 m2, incluindo o edifício

- A difusão de conhecimento científico e tecnológico, que

principal (lote 1), jardins, arruamentos e estacionamento. A

contribua para o aumento da procura científica e tecnológica e

segunda fase encontra-se em projeto e deverá possuir uma área

para a inovação empresarial;

de intervenção de 66 000 m2, correspondentes a nove lotes

- A transferência de conhecimento entre as instituições de ensino

de terreno infraestruturados para empresas de base tecnológica

superior, centros de I&D a elas associados e empresas;

(cada lote com área aproximada de 1800 m2). A localização

- A disponibilização de infraestruturas de elevada qualidade,

do PCT TMAD Brigantia-Ecopark permitirá o desenvolvimento e

com condições qualificadas para a promoção de “start-ups”

ampliação em fases posteriores.

4.Novo processo de produção de acetais num reator de

lineares em reactor semi-fechado (FCT POCI/EQU/60483/2004)

pervaporação por membranas. (FCT POCI/EQU/61580/2004)

2006-2008 (Rolando Dias).

2006-2009. (Simão Pinho)

20.Conceção e projeto de processos de polimerização radicalar

5.Separação de isómeros ramificados do hexano com zeólito

não linear em reator semi-fechado, (FCT POCI/EQU/44784/2002)

beta para o enriquecimento do índice de octano na gasolina (FCT

2005-2008 (Rolando Dias).

POCTI/EQU/60828/2004) 2005-2008. (José António Silva)

21.SHOEMAT - Materiais inovadores para calçado (Projeto

6.Design de processos em leito móvel simulado para a separação

Mobilizador PRIME_03/2003/ 00114/181) 2004-2006 (Filomena

de investigação: Serviços de Ecossistemas de Áreas Marginais (MLES), Sistema de Agricultura de Montanha (MFS) e

de produtos de elevado valor acrescentado (FCT POCI/

Barreiro).

Tecnologia e Segurança Alimentar (FST).

EQU/59738/2004) 2005-2008. (Luís Pais) 7.Estudo da secagem e teor de alicina do alho (FCT POCTI/

BRIGANTIA ECOPARK

a

e

ci ncias ag

ias e o estais c a investigação visa cont i

i

aa

o desenvolvimento sustentável das regiões de montanha, abordando para o efeito temas como, a valorização de ec sos nat ais

os siste as e ag ic t a e a o esta e os

o

tos e

ontan a integ a os nos t s g

os

Desde 2008 a investigação desenvolvida no Centro tem sido dirigida principalmente para as seguintes áreas: i) agroecologia de culturas perenes como o olival, o souto e o castinçal, caracterização e tecnologia dos produtos daí resultantes e sistemas agro-pecuários (MFS);

AGG/45674/2002) 2004-2007. (José António Silva)

O que é o Brigantina Ecopark e como se deu o primeiro passo

8.Determinação de isotérmicas de adsorção competitivas em

para a criação deste Parque de Ciência e Tecnologia?

processos de separação de enantiómeros por cromatografia

O Parque de Ciência e Tecnologia de Trás-os-Montes e Alto Douro

preparativa (FCT POCTI/EQU/38811/2001) 2003-2006. (Luís Pais)

(PCT TMAD), é constituído por duas estruturas complementares

9.Aminoácidos em solução aquosa: efeito de sais, do pH e

(Brigantia EcoPark, em Bragança e Régia-Douro Park, em Vila

do conteúdo de álcool no equilíbrio de fases (FCT POCTI/

Real), elegendo áreas temáticas de perfil tecnológico como

EQU/40179/2001) 2002-2006. (Simão Pinho)

áreas chave de um conjunto de atividades base de um novo

Síntese e formulação de produtos de valor acrescentado:

tecido produtivo, na perspetiva da sustentabilidade energética

10.Engenharia das reações de polimerização (NORTE-07-0124-

e ambiental. O PTC TMAD Brigantia-EcoPark reunirá as áreas

A atividade do grupo MFS está focalizada no estudo dos agroecossistemas de montanha com vista á otimização da

FEDER-0000014) 2013-2015 (Filomena Barreiro, Rolando Dias)

científicas e tecnológicas relacionadas com a energia, ambiente,

s a efici ncia

11.BIOBLOCKS - Conceção de produtos de base biológica

ecoconstrução e outras áreas de interesse para a economia

estabelecimentos de estratégias racionais de fertilização, sistemas de condução das culturas arbóreas, proteção de

como percursores para a bioindústria de síntese química e

regional, acolhendo, nas suas instalações, empresas de base

plantas e melhoramento.

de biomateriais a partir de fontes renováveis lenhocelulósicas

tecnologia em vários estágios de desenvolvimento (incubação,

(QREN_ADI¬33969) 2013-2015 (Filomena Barreiro).

em crescimento ou já consolidadas), assim como unidades

ii va o i ação os siste as e

12.NEWALK - Materiais, components e tecnologias para calçado

de investigação. A criação desta infraestrutura de ciência e

e plantas aromáticas e medicinais (MLES)

do futuro (Projeto Mobilizador QREN_ADI_13850) 2011-2014

tecnologia resultou da vontade e concertação estratégica de

(Filomena Barreiro).

cinco entidades: Câmara Municipal de Bragança (CMB), Instituto

13.Degradação de poluentes orgânicos por oxidação catalítica

Politécnico de Bragança (IPB), Câmara Municipal de Vila Real

com peróxido de hidrogénio sobre materiais de carbono (PTDC/

(CMVR), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e

AAC-AMB/110088/2009) 2011-2014 (Helder Gomes)

a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto /Rede

14.Engenharia molecular, síntese e teste de polímeros inteligentes

de Parques de Ciência e Tecnologia e Incubadoras (PortusPark).

compatíveis com água (FCT PTDC/EQU-EQU/098150/2008)

Nesta conjugação de parceiros, missões e objetivos, as cinco

2010-2013 (Rolando Dias).

instituições, detentoras de saberes e experiências especializadas e

O MLES tem por objetivo promover e coordenar a investigação dirigida à valorização de recursos, serviços e

15.OLIVPOL-Espumas de poliuretano e compósitos termoplásticos

complementares, formalizaram, em protocolo assinado em 2008,

produtos dos espaços marginais de montanha. As atividades de investigação distribuem-se pela caraterização

baseados em caroço de azeitona oxipropilado (FCT PTDC/

a colaboração visando garantir a otimização de projetos comuns.

dos ecossistemas de montanha, dos processos que aí ocorrem e pelo desenvolvimento de soluções para a gestão

CTM/71491/2006) 2009-2012 (Filomena Barreiro).

No tempo decorrido, as cinco entidades têm vindo a preparar

sustentável dos seus sistemas de produção.

16.ADVANCEDSHOE- Integração de soluções avançadas de

o caminho para o desenvolvimento do PCT TMAD, tendo sido

materiais e de desenvolvimento de produto em calçado (QREN_

criadas a Associação para o Desenvolvimento do Régia-Douro

iii) setor agro-alimentar sustentável e competitivo que permita dietas seguras e saudáveis, valorizando os produtos

ADI_1585) 2009-2011 (Filomena Barreiro).

Park (ADRDP) e a Associação para o Desenvolvimento do

de montanha (FST).

17.Desenvolvimento de dispersões aquosas de poliuretano

Brigantia Eco-Park (ADBEP). Estas duas entidades são constituídas

isentas de NMP para contacto alimentar indireto (Investigação

pelos cinco parceiros, contemplando participações cruzadas

contratada com a empresa FLEXPUR, Portugal) 2007-2008

dos seus membros. O PCT TMAD Brigantia-Ecopark irá ter

(Filomena Barreiro).

como objetivo geral a promoção de uma cultura de inovação e

18.Análise da formação de redes poliméricas por polimerização

de competitividade nos territórios do Douro e do Alto Trás-os-

radicalar utilizando um software inovador para a simulação

Montes, tendo como objetivos específicos:

de polimerizações genéricas (investigação contratada com a

- A captação de projetos de investimento com atividades de valor

A investigação no FST, no âmbito dos produtos de montanha, está orientada para: a qualidade, autenticidade e

empresa BASF, Alemanha) 2007 (Rolando Dias).

acrescentado e que exijam recursos humanos qualificados;

rastreabilidade; as metodologias para análises nutricionais, químicas, bioquímicas e microbiológicas de alimentos;

19.Estudo experimental de copolimerizações radicalares não-

- A atracão de empresas comprometidas com a qualidade dos

a segurança alimentar; as propriedades bioativas e/ou nutracêuticas e alimentos funcionais; a inovação em

46

s ativi a es e investigação estão i eciona as a a a gestão a s

o

ção o esta

e ície o so o gestão a g a

a a ic t a e e o t os ec sos

o

tos co o os cog

e os

processamento alimentar e design de novos produtos para a indústria alimentar e farmacêutica.

/ Fevereiro


ALIMENTAÇÃ O EQ UILIB RADA

A educação alimentar em meio escolar fornecimento de refeições intermédias ou pequenos-

ervas aromáticas em detrimento do sal, a sazonalidade

no bom caminho e que, os jovens de hoje poderão

almoços a alunos carenciados, quer em estratégias de

dos hortofrutícolas, e promove-se hábitos alimentares

ser adultos que saibam fazer escolhas alimentares

promoção da alimentação saudável em meio escolar.

saudáveis, tais como a limitação de métodos culinários

saudáveis.

Caso na escola existam máquinas de venda de

menos saudáveis (os fritos só podem, por exemplo, ser

Rui Matias Lima,

alimentos, estas apenas poderão disponibilizar géneros

servidos uma vez quinzenalmente).

Direção Geral da Educação

alimentícios a promover e deverão estar desligadas

Na referida Circular recomenda-se também o uso de

durante o período de funcionamento do refeitório, de

leguminosas quer na confeção de sopas, quer em pratos,

modo a que os alunos sejam incentivados a fazer um

a disponibilização diária de 3 variedades de hortícolas

almoço completo, equilibrado e saudável.

crus ou cozinhados, bem como 3 variedades de fruta.

O refeitório escolar, local onde os alunos podem

Reforça-se a exigência de qualidade dos produtos

almoçar de forma saudável, serve refeições a preço

utilizados.

bonificado, completas e equilibradas, de acordo com

Deste documento consta, pela primeira vez, a definição

educação alimentar e a oferta de uma

as recomendações da Circular n.º 3/DSEEAS/DGE/2013

da capitação (quantidade dos diferentes alimentos) para

alimentação saudável em meio escolar são, desde há

– Orientações sobre ementas e refeitórios escolares –

as crianças da educação pré-escolar e alunos do 1.º

Sabemos que os erros alimentares pagam-se caro e

muito, uma preocupação do Ministério da Educação e

2013 2014. Neste documento define-se a constituição

ciclo do ensino básico - embora os refeitórios destes

mais tarde o seu organismo reclama, por isso:

Ciência (MEC).

da ementa (sopa, prato, sobremesa, pão e água) e

níveis de educação e ensino sejam da competência dos

Comece logo de manhã por quebrar o jejum matinal

Neste sentido, a Direção-Geral da Educação (DGE) tem

os critérios de diversidade (carne e peixe em dias

Municípios, não havia, até à data, nenhum documento

com um pequeno almoço saudável, onde nunca devem

vindo a desenvolver várias iniciativas que visam, por um

alternados, rotatividade entre os acompanhamento, por

que uniformizasse a quantidade dos diferentes

faltar, lacticínios, cereais, fruta e procure também fazer

lado, concretizar políticas de promoção de bons hábitos

exemplo).

alimentos.

varias refeições ao dia, variando alimentos.

alimentares e, por outro, desenvolver nos alunos uma

Promove-se a dieta mediterrânica (processos culinários

O MEC é ainda responsável por dois outros programas

Use e abuse dos vegetais e coma 2 a 3 peças de fruta

atitude positiva face à escolha alimentar saudável.

mais saudáveis como as açordas, os ensopados,

de oferta alimentar: o Programa de Leite Escolar dirigido

por dia. Lembre-se que os vegetais e a fruta contêm

No que respeita à oferta alimentar, a DGE tem vindo,

caldeiradas e jardineiras), promove-se a utilização de

à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo do ensino básico;

substâncias antioxidantes que ajudam a fortalecer as

sobretudo, a regulamentar a oferta alimentar no espaço

e o Regime de Fruta Escolar dirigido aos alunos do 1.º

nossas defesas e o envelhecimento precoce.

escola: bufetes e refeitórios escolares.

Ciclo do ensino básico.

O arroz, a massa e o pão são importantes fontes

A Circular n.º 7/DGE/2012 e o documento “Bufetes

O primeiro, que visa a promoção do consumo do leite,

de amido e dão-nos saciedade, sem fornecerem

escolares – Orientações” recomendam o encerramento

traduz-se na distribuição diária e gratuita de 200 ml. de

demasiadas calorias. Escolha as variedades de cereais

A

do bufete escolar à hora do almoço e definem os géneros alimentícios que devem, ou não, estar disponibilizados naquele espaço. Segundo as suas

Adote um estilo de vida saudável e pratique uma alimentação equilibrada. Procure variar o mais possível a sua alimentação

leite meio gordo em natureza, simples ou aromatizado, (o teor de cacau não pode ultrapassar os 0,3% de cacau

Aprenda a praticar uma alimentação saudável

enos efina as ivi egie o ei e e

et i ento a ca ne e

e os 3,5% de açúcar).

carnes das aves em vez das vermelhas.

efi a as

O Regime de Fruta Escolar, programa tutelado pelo

Dê preferência às variedades magras ou meio gordas de

estão classificados em três grandes grupos: géneros

- Come o dia com um pequeno-almoço equilibrado

MEC, pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da

leite, iogurtes e queijo.

alimentícios a promover, géneros alimentícios a limitar

Privilegie os frutos e vegetais na alimentação diária

Agricultura e do Mar, visa a promoção de frutos e

Pelo menos uma a duas vezes por semana ingira

hortícolas e tem dois eixos principais: a distribuição de

leguminosas.

características nutricionais, os géneros alimentícios

e géneros alimentícios a não disponibilizar.

sco a os ce eais

enos efina os co o o e e

o

Do grupo de géneros alimentícios a promover, constam

pão de mistura.

1 peça/porção de hortofrutícolas duas vezes por semana

As gorduras são indispensáveis à nossa saúde. São elas

os laticínios, a fruta e vegetais, o pão (sandes sempre

- Consuma 2 vezes por semana leguminosas, como

(durante as 30 semanas letivas) e o desenvolvimento de

que transportam as vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K)

enriquecidas com hortícolas) e a água.

feijão, grão, ervilhas, etc.

medidas de acompanhamento.

e os ácidos gordos essenciais. No entanto, devem ser

e

Estas medidas de acompanhamento são atividades

usadas com moderação e escolhidas criteriosamente.

integrar a oferta alimentar nos bufetes constam os

origem vegetal, ricas em gordura monoinsaturada e

pedagógicas que desenvolvem competências de

salgados (rissóis, croquetes, chamuças, pastéis de

polinsaturada em detrimento das gorduras de origem

alimentação saudável e reforçam o conhecimento das

especialmente as mono e polinsaturadas, como os óleos

bacalhau e produtos afins); grande parte da pastelaria

animal ricas em gordura saturada, como é o caso da

origens dos produtos agrícolas.

vegetais, o azeite, margarinas/cremes vegetais para

(aquela cujo produto contenha mais de 250 kcal)

manteiga e das natas.

Embora a prevalência da obesidade, designadamente

barrar ricos em polinsaturados. Reduza o consumo

da obesidade infantil e juvenil, seja em Portugal uma

de gorduras de origem animal e não esqueça de

No grupo dos géneros alimentícios que não devem

pastéis e bolos com creme; pastéis ou empadas de

sco a co

c it io as go

efi a eite e e iva os

as

efi a as

ag os

o

isso

efi a as go

as

e o ige

vegeta

massa folhados; salchicharia (chouriço, salsichas,

Dê preferência ao peixe e as carnes brancas, como as

das mais altas, os números têm-se mantido. De facto,

contabilizar as gorduras “escondidas “ nos alimentos.

mortadela, entre outros produtos de charcutaria ricos

das aves.

os estudos indicam que as crianças ao chegar à idade

Realce o sabor dos alimentos usando sumo de limão,

em gorduras e sal); molhos (maioneses, ketchup,

Beba água, água e água, todos os dias e modere o

escolar já têm um perfil de obesidade e tendem a mantê-

ervas aromáticas e especiarias e reduza o consumo

condimentos de mostardas…); refrigerantes (bebidas

consumo de álcool

lo à medida que crescem.

de sal.

com cola, bebidas aromatizadas com chá, incluindo os

Reduza o consumo de sal e realce o sabor dos

Assim neste conjunto de medidas é visível a política

A hipertensão arterial, o excesso de peso/obesidade,

light); preparados de refrigerantes, bebidas energéticas,

alimentos com ervas aromáticas e especiarias de

de promoção de alimentação saudável que o MEC

a diabetes e a hipercolesterolémia são patologias que

bebidas desportivas; gelados de água; marmelada,

alimentos ricos em sal.

tem desenvolvido, em articulação com o Ministério

na grande maioria das vezes são causadas por erros

da Saúde.

alimentares.

geleias e compotas com teor de açúcares superior a

eia atenta ente o

t o os a i entos

efi a os

e

50%; rebuçados, caramelos, chupas, pastilhas elásticas

têm menor teor de sal (sódio)

Portugal está no grupo dos países que mais trabalho tem

Ponha em ação aos suas boas intenções e comece, hoje

e gomas; snacks (tiras de milho, batatas fritas, aperitivos

Mantenha o peso adequado, não fume e pratique

desenvolvido no que respeita a políticas alimentares,

mesmo, a olhar pela sua saúde. Verá, vai ganhar anos

e pipocas doces ou salgadas); hambúrgueres, cachorros

exercício físico com regularidade.

nos últimos anos.

de vida.

A prioridade é o desenvolvimento de atitudes

quentes e pizzas. Os géneros alimentícios a promover devem existir numa

Helena Cid

positivas face à alimentação que levem à adoção de

Helena Cid

proporcionalidade três vezes superior àqueles a limitar.

Nutricionista

comportamentos alimentares saudáveis. Tal modelação

Nutricionista

Os lucros do bufete devem ser aplicados quer no

/ Fevereiro

leva tempo. Acreditamos que estamos a trabalhar

47


ALIMENTAÇÃ O EQ UILIB RADA

Becel: amiga do coração PRESENTE NO MERCADO PORTUGUÊS HÁ MAIS DE 40 ANOS, A BECEL CONTINUA A SER PIONEIRA, ATRAVÉS DA CONSTANTE EVOLUÇÃO DOS SEUS PRODUTOS, REFLECTINDO AS MAIS RECENTES DESCOBERTAS E INOVAÇÕES ALIMENTARES PARA A SAÚDE DO CORAÇÃO. A MARCA DE CREMES VEGETAIS PARA BARRAR OFERECE SOLUÇÕES DIFERENTES PARA MANTER O CORAÇÃO SAUDÁVEL, REUNIR SAÚDE E SABOR E REDUÇÃO DO COLESTEROL. INSTITUTO BECEL (FDA), nos EUA.

valores até mais elevados. Digamos que entra no

O Painel sobre Produtos Dietéticos, Nutrição e Alergias da EFSA concluiu que, para uma ingestão de 1,5 – 2,4 g/dia, é expectável uma redução até 10% do mau colesterol. Esta redução tem um significado biológico em termos de redução de risco de doença cardíaca coronária. Conclui ainda que o efeito de redução de colesterol LDL no sangue é habitualmente verificado

O Instituto Becel foi criado em 1975, com o intuito de sensibilizar a população port esa e os pro ssionais de sa de para a prática de uma alimentação equilibrada e saudável, desempenhando um papel activo na implementação de estilos de vida mais saudáveis.

durante as primeiras 2 a 3 semanas e pode ser mantido

universo da terapêutica nutricional. PARA CONCLUÍREM ESSES BENEFÍCIOS TERÃO, CERTAMENTE, QUE LEVAR A CABO ENSAIOS CLÍNICOS… Helena Cid – Sim, temos vários centros de investigação na Europa, na Ásia e nos EUA onde realizamos estudos constantemente. Além disso, desenvolvemos parcerias com universidades e sociedades científicas de que

através do consumo contínuo de esteróis vegetais.

enquanto nutriente terapêutico, Becel pro.activ tem-se

resultam estudos com novos ingredientes com benefícios

Os produtos da gama Becel pro.activ, figuram entre

afirmado como uma solução muito eficiente do ponto

comprovados para a saúde.

as preferências de milhões de consumidores a nível

de vista do custo/benefício quando o objectivo consiste

mundial, sendo especialmente concebidos para pessoas

na redução do colesterol. Em suma, uma alimentação

que pretendem reduzir o colesterol. A evidência

saudável e equilibrada é equivalente a excelentes

científica é o melhor argumento da Becel pro.activ,

resultados em termos de saúde pública e, com a

Helena Cid - Os consumidores estão cada

N

que tem sido distinguida com o reconhecimento por

introdução destes alimentos na nossa rotina diária,

vez mais informados e tentam procurar produtos que ofereçam segurança. Por outro lado, sentimos

AGIR COM RESPONSABILIDADE

parte de milhares de pessoas que constataram esse

podemos obter impactos significativos na nossa saúde.

Na opção por uma alimentação equilibrada

benefício decorrente do consumo. Paralelamente, vários

Para melhor conhecermos estes produtos, cada vez

reside o mais simples e fácil segredo para a manutenção

estudos têm demonstrado a alimentação saudável é uma

mais presentes na ementa portuguesa, guiados pela

do consumidor, nomeadamente no que concerne

de um coração saudável. A excessiva ingestão de sal

das formas mais económicas de prevenção. Também

e a ci ncia e a ind stria est al

ns passos

rente

nutricionista Helena Cid, responsável pelo Instituto

a alguns produtos em que reduzimos a quantidade

e gorduras saturadas, além de nociva para o coração,

Becel. Profissional constantemente desafiada com

de a

acarreta sequelas para todo o organismo. O colesterol

investigação científica em torno das gorduras e da

recuar por o consumidor não se revelar adaptado

elevado, causado essencialmente pelo consumo

prevenção, Helena Cid sugere fórmulas bem simples

GORDURAS MAIS SAUDÁVEIS

abusivo de gorduras saturadas é um desses efeitos nefastos, podendo resultar em doenças fatais. Quando

Os cremes vegetais para barrar (Original, Magra e

o colesterol LDL está elevado este vai acumular se na

Gold e pro.activ) e cozinhar Becel, contêm um alto

parede das artérias, diminuindo o seu diâmetro, o que

teor de gordura polinsaturada. Não contêm gorduras

provoca um aumento da pressão sobre o seu coração e

hidrogenadas ou parcialmente hidrogenadas, nem

faz com que lhe seja mais difícil bombear o sangue para

contêm Trans e algumas variedades não têm sal

todo o organismo, o que aumenta o risco de doenças

adicionado.

car o sal e em

eles sa ores.

e temos m itas e es

a emos

e

e milh es de pessoas

para a redução dos factores de risco envolvidos nas

em todo o mundo consomem os nossos produtos

doenças cardiovasculares…

alimentares e bebidas. Temos por isso noção de

CALCULO QUE SEJA UM ENORME DESAFIO GERIR UMA MARCA QUE CONGREGA ALGUNS DOS PRODUTOS MAIS PRESENTES E SAUDÁVEIS NAS MESAS PORTUGUESAS…

que os ingredientes que utilizamos, as fórmulas dos nossos produtos, a forma como os publicitamos e comercializamos têm um impacto potencial enorme na sa de dos cons midores a n el

Helena Cid – É, de facto, um grande desafio termos

respons

lo al.

es

eis e pol ticas n tricionais ortes s o o nosso

atias de p o apro . de

marcas que têm consumidores tão fiéis, como é o caso

o eti o.

de morte no mundo ocidental e também em Portugal.

Becel como parte de uma alimentação equilibrada

da Becel. Ao longo do tempo, soubemos adaptarmo-

o encorajamento para uma alimentação saudável,

Apesar disso, a boa notícia é que bastam pequenas

e variada e de um estilo de vida saudável, ajuda

nos, alterando fórmulas e receitas, de forma a estarem

com as

alterações na alimentação e no estilo de vida para

a manter o coração mais saudável. A gama Becel

adequadas às directrizes internacionais da Organização

hidratos de carbono, gorduras, vitaminas e minerais,

manter os níveis normais de colesterol, ou para ajudar a

pro.activ com esteróis vegetais reduz ativamente o

Mundial da Saúde, da Federação Mundial do Coração

o desenvolvimento de um portefólio crescente de

reduzi-lo se este estiver elevado.

colesterol.

e das demais instituições tutelares da alimentação

prod tos com n eis red

a nível mundial. Tem sido uma grande conquista e

e energia e a contribuição para a investigação das

prova disso é o facto de termos marcas, produtos e

rela

ingredientes aprovados cientificamente. Somos nós que

muitos anos, ajudámos o consumidor a perceber

realizamos os estudos, com entidades independentes e

melhor as gorduras, informando-o que os nossos

os submetemos à União Europeia. Conseguimos aprovar

produtos não têm ácidos gordos trans nem gorduras

cardiovasculares. Estas doenças são a principal causa

m cons mo de

/dia

A gama de cremes vegetais para barrar Becel foi especialmente desenvolvida para ajudar a manter o coração saudável. É por isso que estes contêm, em média, menos 76% de gordura saturada que a manteiga. Feitos a partir de uma mistura de óleos 100% vegetais

COMPROMISSO COM A QUALIDADE SUSTENTABILIDADE

E

Helena Cid – Em termos de ingredientes, temos rios certi cados de prod

es s stent

eis.

nossa is o so re a sa de e n tri o incl i antidades necess rias de prote nas

idos de

ord ra a

es e istentes entre a n tri o e a sa de.

car rante

(óleos de girassol e linhaça), os cremes vegetais para

sustentabilidade é outra área em que apostamos

os esteróis vegetais no ano 2000, o primeiro ingrediente

hidrogenadas e, fruto da nova legislação, a UE não

barrar Becel contêm ácidos gordos essenciais – ómega

claramente. Muitos dos óleos vegetais que usamos

funcional aprovado na UE.

permite alar em trans.

3 e gorduras polinsaturadas. Os cremes vegetais para

s o de prod

barrar Becel são ricos em vitaminas lipossolúveis: A,

cuidados especiais com as nossas embalagens.

D e E.

As fábricas são sustentáveis e adotam uma visão

O QUE SÃO, EM CONCRETO, OS ESTERÓIS VEGETAIS? Helena Cid – Os esteróis vegetais são substâncias muito

A eficácia e a segurança dos produtos da gama Becel

partic larmente sens el para todos os pro lemas de

idênticas ao colesterol. Chegam ao nosso intestino,

Ao contrário, nós temos que retirar essa informação

pro.activ estão confirmadas cientificamente.

carácter ambiental. A responsabilidade social é outro

“baralham” a absorção e impedem que o colesterol

das embalagens dos cremes vegetais para barrar

Os esteróis vegetais, presentes nos produtos da gama

dos valores que partilhamos. Em Portugal, ajudamos

seja absorvido. No fundo, produzem uma espécie de

e para cozinhar. Continuamos a dar essa garantia,

Becel pro.activ obtiveram a aprovação da European

m itas instit i

barreira, resultando numa redução especialmente do

que não temos gorduras hidrogenadas, mas não o

Food Safety Authority (EFSA), na União Europeia, entre

visam a solidariedade social.

mau colesterol. Sabemos que, ao final de três semanas,

podemos in ormar de orma

há uma redução de 7 a 10 por cento e, nalguns casos,

apenas na lista de ingredientes.

outras entidades como a Food and Drug Administration

48

es s stent

eis.

emos tam

es e desen ol emos ati idades

m

e

i ni ca isto

e amos ter

muitos produtos no mercado com trans, fórmulas mais baratas ou, como no caso da manteiga, sem a obrigação ou necessidade de informar o consumidor…

is el na em ala em



SAÚ DE E B EM-ESTAR

Exercício:

A Relação do Corpo com a Natureza POR TIAGO GONZALEZ RODRIGUES, MASTER TRAINER - HOLMES PLACE DA QUINTA DA BELOURA de defesa)

2.Flexão de Antebraço com ou sem apoio dos joelhos

Recomendações gerais:

4.Rotação Movimento que exige grandes forças de rotação, é o Pilar responsável pela maior parte dos

A prática da atividade física deve ser estruturada e

movimentos do corpo humano e mudanças de direção)

organizada de forma a garantir que algumas normas ou

Como vimos, o Corpo Humano diferencia-se em parte

princípios de segurança são garantidos:

da natureza, da sua vivência e os nossos corpos vivem rodeados de máquinas e tudo em nosso redor

3.Tesouras com salto

é mecânico ou mecanizado e muitas vezes não nos damos conta que coexistimos cada vez menos com a

O circuito pode ser repetido quantas vezes for

Natureza e passam-se dias, meses ou até mesmo anos

necessário de acordo com o objetivo específico, função

sem darmos um salto até ao parque, campo, praia ou

ou nível de aptidão do praticante;

serra. O programa de treino que vos proponho procura ir ao

Pode aumentar os exercícios pois os exercícios com o 4.Agachamento a uma perna com rotação do tronco

encontro de qualquer “comum mortal” ou até mesmo

QUAL O EQUIPAMENTO E CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DO TREINO?

garantida e a experiência é única O exercício físico na Natureza tem vários benefícios ao nível da resistência muscular e cardio-respiratória bem como melhorias na

V

ários autores e estudos etológicos acreditam que

o Homem surge da Natureza, devendo ser considerado, além de inerente a ela, inerente ao mundo e inerente à animalidade. A distinção entre o Homem e os outros

mobilidade e incrementos de força relativa, auto-esta e

peso corporal são de fácil organização; Pode aumentar os tempos de exercício e de repouso;

praticante de exercício físico regular, a satisfação é

TIAGO RODRIGUES Master Trainer no Holmes Place Qta. da Beloura.

COMO PODEMOS VARIAR E DIFERENCIAR O TREINO?

Calçado com boa aderência e conforto devido às 5.Saltos para banco ou superfície elevada

imagem corporal.

pressões exercidas sobre os pés e a instabilidade do piso é maior;

Com base, nesta temática proponho a realização de

Vestuário ou equipamento desportivo deve permitir

exercício físico num contexto natural onde é possível

a transpiração, pois o nosso corpo precisa de respirar

experienciar sensações de grande intimidade e sinergia

durante a atividade e muita roupa dificulta a sudação;

entre o Corpo e a Natureza. PROGRAMA DE TREINO:

6.Sprints no lugar

A hidratação é fundamental para a refrigeração do nosso corpo e desta forma antes, durante e após o

animais ocorre pela diferença existente entre os corpos.

A.Aquecimento geral e específico com a duração

exercício devem ter convosco uma a duas garrafas de

Cada animal possui um mundo que lhe é específico, e

de 15 a 20 minutos de marcha ou corrida, pode ser

água;

a vida é compreendida através de um campo de ações

conjugados com alongamentos dinâmicos ou exercícios

em que cada animal, é capaz de criá-lo de acordo com

de mobilização articular e tem como objetivo aumentar

o tempo e o espaço próprio.

a atividade aeróbia).

O Corpo do Homem é, por isso, parte integrante da

B.Parte Principal com duração de 20 a 25 minutos esta

Natureza, do meio vivo e natural que coexiste. A

é a parte do treino que se destina a alcançar o objetivo

pratica de exercício físico no meio natural sem recurso

especifico proposto pelo praticante, desta feita foi

a materiais ou equipamentos, utilizando apenas o peso

concebido um circuito de treino com recurso ao peso

Os exercícios devem estar organizados de forma a

corporal.

corporal que é a forma mais eficaz e segura de organizar

facilitar a dinâmica do circuito. Desde logo é importante

Este tipo de exercício assenta nos 4 Pilares do Movimento

este treino).

A utilização de chapéu e protetor solar, pois estamos .Remada com toalha

COMO DEVEREI ORGANIZAR/DISPOR EXERCÍCIOS DO TREINO?

8.Posição de Prancha ou Posição de Prancha Alternada

Humano, o treino do corpo para a realização das

Protocolo Base: 2 a 3 séries de 30 segundos de exer-

o objetivo pelo qual foi concebido. Os 4 Pilares do

cido com 30 -45 segundos de repouso de acordo com

Movimento são a:

o nível do praticante

andar, correr

), )

3.Puxar e Empurrar

escolher um local com alguma diversidade de objetos próximos Se treina 2 x semana poderá realizar 2 séries do circuito com variação de intensidade;

SEQUÊNCIA DE EXERCÍCIOS

Se treina 3 x semana ou mais poderá realizar 2 a 3 séries C.Retorno à calma (com duração de 5 a 10 minutos deve

2.Mudança de nível Movimento de Agachar, sentar e levantar, subir degraus, lunges e escalada

OS

ou equipamentos e que estes estejam espacialmente

funções do dia-a-dia, os deveres, ou simplesmente para

1.Locomoção (Movimento essencial na função de

sujeitos a grande exposição

1.Avião / Mobilidade Articular

do circuito com variações de intensidade;

consistir numa atividade aeróbia de baixa intensidade e curta duração e alongamentos diversos).

3.1Puxar Movimento necessário para juntar um objeto

Esta é uma das muitas possibilidades de exercício físico que podemos realizar na Natureza. Como podem

ao corpo, primeira fase do lançamento, segurar objetos

- Alongar 20 segundos cada músculo do corpo

constatar não é necessário muito para sair de casa e

e escalar)

- Os alongamentos visam os principais grandes grupos

p r o nosso corpo em movimento, basta apenas que

3.2Empurrar Movimento necessários para afastar um

musculares, dando ênfase, nesta fase, do treino ao

percebamos que fomos concebidos para tal e vamos lá

objeto do corpo, última fase do lançamento, reflexo

retorno à calma e relaxamento.

combater a inércia.

/Fevereiro

50


• Prático - Stick • Cómodo - 1 X dia • Dosagem adequada - 375 mg • Sabor - Limão

• Prático - Cápsula • Cómodo - 1 X dia • Dosagem adequada - 375 mg

Não precisa de ser tomado com água Coloque o conteúdo do stick diretamente na boca sobre a língua

STADA, LDA.

Quinta da Fonte, Edifício D. Amélia Piso 1, Ala B 2770-229 Paço de Arcos Tel: 21 120 98 70 Fax: 21 441 07 54 www.ciclumstada.pt


TURISMO

Casa Diocesana

- Seminário de Vilar, uma casa de portas abertas. ENTREVISTA AO CÓNEGO ÁLVARO MANCILHA, DIRETOR DO SEMINÁRIO DE VILAR. para aqui estabelecer um Seminário menor. Ou seja,

“Se por um lado é de apoio logístico à Diocese, é

“Os consumidores estão cada vez mais informados e

aqui eram recebidos os seminaristas antes de entrarem

também uma casa com muitos encargos. Logo, há que

tentam procurar produtos que ofereçam segurança. Por

nos estudos superiores.

potencializar as outras valências para tentar equilibrar

outro lado, sentimos que a ciência e a indústria está

O ano de 19 5 volta a ser um momento de mudança,

a balança financeira. Temos uma parceria com a

alguns passos à frente do consumidor, nomeadamente

“fruto de muitas conjecturas, como a política, a

Universidade do Porto, nomeadamente com o que tenha

no que concerne a alguns produtos em que reduzimos

diminuição de seminaristas, as alterações do ensino

a ver com o Erasmus Mundus e desde o ano passado

a quantidade de açúcar ou sal e em que temos

obrigatório. Foi, então, cedido à Universidade do Porto

que vamos tendo aqui estudantes de todo o mundo.

muitas vezes que recuar por o consumidor não se

e depois voltou a funcionar como Seminário entre 1986

A Universidade Católica também tem aqui algumas

revelar adaptado àqueles sabores. Sabemos que

e 1989. É em 1989 que se constrói toda a parte nova”.

atividades. Vamos também lançando outras perspetivas

milhões de pessoas em todo o mundo consomem os

A grande finalidade Casa Diocesana – Seminário de

que possam também chegar a quem anda pelo Porto e

nossos produtos alimentares e bebidas. Temos por

Vilar é servir de instrumento logístico à pastoral da

aqui se queira alojar. E um trabalho de todos os dias”.

isso noção de que os ingredientes que utilizamos,

Diocese do Porto. “Aqui situam-se os secretariados da

Todo este dinamismo levou à criação de dez postos

as fórmulas dos nossos produtos, a forma como os

pastoral diocesana, bem como Movimentos, e é aqui

de trabalho no último ano. Mais uma vez o Seminário

publicitamos e comercializamos têm um impacto

que se realizam as a tividades, quando há necessidade

reflete o mote da Igreja, contribuindo sempre para a

potencial enorme na saúde dos consumidores a nível

de se agrupar pessoas das diversas atividades pastorais.

comunidade.

global. Acções responsáveis e políticas nutricionais

Este espaço serve para acolher. É de facto um grande

Para além de Diretor da Cada Diocesana - Seminário

fortes são o nosso objectivo. A nossa visão sobre a

apoio logístico a toda a pastoral do Porto”.

de Vilar, o Cónego

lvaro Mancilha é o Ecónomo

saúde e nutrição inclui o encorajamento para uma

Para rentabilizar estas instalações e servir ao mesmo

da Diocese do Porto e tem a responsabilidade da

alimentação saudável, com as quantidades necessárias

tempo o mote da Igreja, a Casa Diocesana – Seminário

administração do património da Diocese do Porto.

de proteínas, hidratos de carbono, gorduras, vitaminas e

de Vilar está ao serviço de outras atividades da sociedade

“Uma das propriedades do Seminário Maior de

minerais, o desenvolvimento de um portefólio crescente

civil. “Atendendo a que tem uma grande capacidade de

Nossa Senhora da Conceição do Porto é a

uinta do

de produtos com níveis reduzidos de gordura, açúcar

alojamento - cerca de cem quartos -, um auditório que

Paraíso que se situa em Gestaç , concelho de Baião,

e energia e a contribuição para a investigação das

leva 1300 e outras salas que levam entre 200 a 300

nos limites do distrito do Porto. Foi deixada por um

relações existentes entre a nutrição e a saúde. Durante

pessoas, faz todo o sentido. Sempre que possível a

sacerdote e é na sua totalidade dedicada à vinha e à

muitos anos, ajudámos o consumidor a perceber melhor

casa está também disponível para acolher as atividades

produção de vinho característico daquela zona, que é

as gorduras, informando-o que os nossos produtos não

que a sociedade civil venha requisitar, nomeadamente

uma sub-região do vinho verde, denominado

uinta

têm ácidos gordos trans nem gorduras hidrogenadas

cursos de diversas índoles, reuniões, festas, congressos,

do Paraíso, cujo enólogo é dos mais reputados ao

e, fruto da nova legislação, a UE não permite falar em

exposições. Temos ainda a possibilidade de servir

nível nacional, Anselmo Mendes. Vamos procurando

trans. Significa isto que vamos ter muitos produtos no

Seminário de Nossa Senhora do Rosário de

refeições num self-service, aberto todos os dias ao

chegar ao mercado, promovendo e torná-lo cada mais

mercado com trans, fórmulas mais baratas ou, como

Vilar é uma instituição da Diocese do Porto, que teve

almoço, e temos um bar. Fundamentalmente é uma casa

comerciável. Mais uma vez também a este nível é pegar

no caso da manteiga, sem a obrigação ou necessidade

a sua origem em 18 9 como Mosteiro da Visitação

aberta para todos”.

no que temos e rentabilizar para o sustento da Diocese

de informar o consumidor

de Santa Maria. No entanto, as peripécias históricas

De forma a potencializar todos os recursos e

do Porto”.

que retirar essa informação das embalagens dos cremes

fizeram com que passasse de ativo ao desativo por

aproveitando local privilegiado em que que o a Casa

Se precisa de um local para alojamento, para realizar

vegetais para barrar e para cozinhar. Continuamos a dar

algumas vezes. Em 1922 é adquirido pela Diocese do

Diocesana – Seminário de Vilar se situa – voltado para

uma atividade, o Seminário de Vilar encontra-se à sua

essa garantia, que não temos gorduras hidrogenadas,

Porto, pelas mãos do Bispo D. António Barbosa de Leão

a Foz, com vista para o mar -, têm protocolos com

disposição. Aproveite!

mas não o podemos informar de forma visível na

a Universidade do Porto e a Universidade Católica.

Agir com responsabilidade

embalagem, apenas na lista de ingredientes”.

CÓNEGO ÁLVARO MANCILHA

O

Ao contrário, nós temos

CASA DIOCESANA SEMINÁRIO DE VILAR

Alojamento Restaurante Self-service Auditório Salas de Reuniões e Conferências Bar e Esplanada Exposições Rua Arcediago Van Zeller, 50 | 4050-621 Porto Telefone: 226 056 000 | Fax: 226 056 001 info@seminariodevilar.pt | www.seminariodevilar.pt

/Fevereiro

52



CAÇA E PESCA

Quinta dos Penedinhos, sinónimo de qualidade

EM PLENA RESERVA ECOLÓGICA NATURAL, NO CONCELHO DE SINTRA, ENCONTRAMOS A QUINTA DOS PENEDINHOS, ESPECIALIZADA NA CRIAÇÃO DAS ESPÉCIES CINEGÉTICAS: O COELHO BRAVO E A PERDIZ VERMELHA. O PAÍS POSITIVO ESTEVE À CONVERSA COM CARLOS MAGRO, DIRETOR GERAL. DE QUE FORMA É QUE A LOCALIZAÇÃO DA PROPRIEDADE NA RESERVA ECOLÓGICA NATURAL, NO CONCELHO DE SINTRA, SE TORNA UMA MAISVALIA?

coberta cerca de 1000m² e de área ao ar livre temos

Para produzir criar) o produto animais) com estas

cerca de 11000m . Esta área descoberta é ocupada

características há toda uma série de atividades a

principalmente pelo parque dos reprodutores, pré-

montante

parques e pelos parques de voo”.

os melhores reprodutores e cuidar deles, recolher,

É uma mais-valia fundamentalmente por duas razões:

desinfetar, conservar e incubar os ovos – incubar os ovos

a primeira tem a ver com a localização do terreno e a

exige um rigor muito grande porque é necessário manter

morfologia do mesmo, visto que é uma zona alta, com

o equilíbrio no controle da temperatura e da humidade

bom escoamento de água pluviais e a perdiz gosta de

e isso requer competências específicas. Depois temos

terrenos enxutos. Devido à morfologia do terreno temos

uinta dos Penedinhos está especializada na criação

que saber criar os perdigotos e os coelhos até atingirem

condições únicas para reproduzir o habitat natural

das duas espécies de caça menor mais procuradas pelos

a fase adulta, até estarem em condições de serem

do coelho bravo. Por outro lado, significa que não

caçadores em Portugal que são o coelho bravo e a

vendidos para repovoar as zonas de caça. Neste sentido,

há perturbação dos animais, ou seja os animais estão

perdiz vermelha. O objetivo é fornecer animais de raça,

há que prover as melhores condições em termos de

calmos, não sofrem de stresse, sendo que o contacto

geneticamente puros, com características morfológicas

alimentação, espaço e de gestão sanitária adequada a

com o Homem é mínimo. Estas condições traduzem-se

bem definidas. Criar animais dotados da bravura original

cada uma destas espécies. Poderíamos referir também

no exacerbamento da bravura das espécies”.

UMA DAS EXPRESSÕES MUITO PARTICULARES DESTE MEIO É “CRIAÇÃO DE ESPÉCIES CINEGÉTICAS”. O QUE É QUE ISTO SIGNIFICA? A

que

começam

por

saber

selecionar

QUE PROJETOS TÊM EM VISTA?

“A população de coelho bravo foi atacada por uma variante CARLOS MAGRO

Diretor da Quinta dos Penedinhos

nova da Doença Hemorrágica Vírica. Acreditamos que estamos a pagar por erros cometidos no passado, nomeadamente a realização de repovoamentos massivos com coelhos

C

OMO É QUE SURGIU O PROJETO DA QUINTA DOS PENEDINHOS?

genéticamente modificados cruzamento entre coelho bravo e coelho manso) e sem qualquer controle sanitário”.

ueremos expandir o projeto da perdiz vermelha porque o feedback que recebemos dos clientes atesta a qualidade superior das nossas perdizes. Para nós, é um motivo de orgulho e um impulsionador do desejo de ampliar a criação. O QUE É QUE VOS DISTINGUE DA CONCORRÊNCIA? O facto de estarmos implantados numa reserva ecológica natural dá-nos condições únicas e ideais, como já referimos, para a criação do coelho bravo e da perdiz vermelha. Em segundo lugar, apostamos na inovação;

As instalações e terrenos adjacentes foram em tempos

da espécie; significa também criar animais dotados da

a gestão técnica que assume uma importância muito

no caso das perdizes, temos consciência que estamos

afetos a uma exploração de bovinos em regime intensivo

sua beleza física original, no caso dos coelhos a cor do

grande, principalmente na criação da perdiz e que está

a preparar atletas de alta competição, logo cuidamos

que foi descontinuada há já muitos anos. Pensámos

pelo cinzento escuro) e da cauda branca), a cabeça

muito interligada com a gestão da qualidade. Temos

da preparação dos animais desde os primeiros dias,

em reaproveitar as referidas instalações e terrenos, e

afiada, as patas finas, as orelhas curtas e no caso das

procedimentos escritos, registos que nos permitem fazer

proporcionando-lhes condições de espaço, alimentação

convém referir que estamos falar de terrenos murados

perdizes a plumagem, bem vestidas, com as cores bem

a rastreabilidade, por exemplo quando acontece algum

e ambiente para que elas se comecem a exercitar desde

com uma área com ca. de três hectares. As condições

definidas próprias da espécie. Significa também criar

problema ver qual foi a origem do mesmo, para

os primeiros dias. Em terceiro lugar, investimos na

proporcionadas pela localização geográfica favorável

animais saudáveis e preparados para se adaptarem às

encontrarmos as melhores soluções e aprender com

construção de parques de voo de grandes dimensões

da propriedade e a experiência e paixão pela criação

alterações do meio ambiente onde vão ser largados

os problemas, sempre numa perspetiva de melhoria

com 140 m

de animais selvagens levaram a que nos decidíssemos

através das ações de repovoamento.

contínua.

para lograr perdizes com grande capaciade de vôo.

C) x 6,5 m L) x 3 m A) precisamente

a iniciar os projetos, primeiro do coelho bravo em

E por último, com base em estudos de investigação

2006 e depois da perdiz vermelha em 2012. A criação

recentes, desenvolvemos um modelo destinado a apoiar

da perdiz vermelha é uma consequência lógica do

ténicamente as ações de repovoamento que empreguem

primeiro projeto, visto que práticamente todos os nossos

as nossas perdizes e que apelidamos de Mosaico

clientes de coelho bravo compram perdiz vermelha,

Estratégico. Todo este cuidado tem-se refletido na

logo vimos também aí uma oportunidade de negócio

superior qualidade das espécies que criamos.

para complementar a nossa oferta de produtos. Presentemente, no que diz respeito à criação de coelho bravo temos dois alvarás de criação, um efetivo de

PRETENDEM DAR O SALTO PARA O MERCADO INTERNACIONAL?

reprodutores de 160 animais, uma capacidade de

Sim, é uma ideia que presidiu desde o início do

produção entre 800 a 1000 coelhos bravos por ano.

projeto de criação das perdizes. Não do coelho bravo

No que diz respeito à perdiz vermelha temos um alvará

porque é uma raça autóctone, própria do nosso país.

de criação, um efetivo de reprodutores de cerca de

uando virmos que já atingimos a quota de mercado

300 casais, uma capacidade de produção de 10000

nacional desejável, poderemos avançar nessa vertente

perdizes ano e em termos de áreas afetas temos em área

da exportação.

/ Fevereiro

54




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