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2.4 Os Sacramentos de Cura

àquilo que fizeram e disseram os apóstolos, ao que disse e fez o próprio Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos da Igreja. Através do sacramento, tornam-se responsáveis por guiar o povo para Deus. São ministros da Igreja. Portanto, são os responsáveis por levar o povo ao encontro com Deus através da Liturgia, da Palavra de Deus e da vida sacramental.

A Ordem confere aos ministros da Igreja não somente poderes maravilhosos para consagrar a Eucaristia, administrar os sacramentos e pregar a doutrina evangélica, mas também a graça de exercê-los santamente. Em especial, dá-lhes um ardente amor para com o Deus da Eucaristia e para com as almas e, ainda, uma vontade firme de imolarse e consumir-se inteiramente por essas duas nobres causas. (CTAM 256)

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Esse sacramento tem caráter indelével por instituição divina e, como diz o Direito Canônico, é essencialmente para o serviço do povo do Deus:

Mediante o sacramento da ordem, por divina instituição, alguns de entre os fiéis, pelo caráter indelével com que são assinalados, são constituídos ministros sagrados, e assim são consagrados e delegados a servir, segundo o grau de cada um, com título novo e peculiar, o povo de Deus. (CIC 1008)

2.4 Os Sacramentos de Cura

Os sacramentos de Cura, Reconciliação e Unção dos Enfermos, foram instituídos afim de que nessa peregrinação terrestre o homem pudesse experimentar a misericórdia de Deus. Esses sacramentos, assim como todos os outros, com exceção do Batismo, são para todo o Corpo de Cristo, a Igreja. Tendo ciência de que o homem peca e que o pecado é uma privação do Divino, o Senhor, por meio da sua Igreja, dá, pela ação do Espírito Santo, meios eficazes para a salvação das almas. Meios esses que seus ministros ordenados usam, em nome da Igreja, para cuidar, instruir e regenerar todo o povo de Deus, que se reconhece necessitado de misericórdia e atualização da Graça.

O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos. (CCE 1421)

O sacramento da Reconciliação é exatamente o que o nome sugere: reconciliação com Deus, pois o homem pecou e peca. O pecado, por ser uma negação de Deus, um ato pessoal e decisão da vontade, necessita de um ato de conversão, de mudança, para que haja o perdão: uma aceitação, um ato pessoal e decisão de, diante do ministro ordenado, na pessoa do próprio Cristo, admitir as faltas cometidas contra Deus e o próximo. E, assim, mediante um sincero

arrependimento, receber o dom do Espírito Santo através da absolvição ofertada por Cristo através das palavras – fórmula própria – proferida pelo ministro.

Se tivermos a infelicidade de perder a vida da graça pelo pecado mortal, o Sacramento da Penitência lavará as nossas faltas no Sangue de Jesus Cristo, cuja virtude nos é aplicada pela absolvição, contanto que estejamos sinceramente contritos e resolvidos a romper com o pecado. (CTAM 254)

Pelo sacramento da Unção dos Enfermos, a Igreja entrega, através da oração do ministro ordenado, o enfermo aos cuidados do Senhor da vida, que sofreu, morreu e ressuscitou. A doença pode levar à angústia, desespero ou à atitude de fechar-se sobre si mesmo; mas, também, levar à proximidade ou retorno a Deus. É o sacramento destinado a reconfortar os que são provados pela enfermidade. Como todos os sacramentos, a Unção dos Enfermos é uma celebração litúrgica e comunitária.

Quando a morte bate a nossa porta, temos necessidade de consolo diante, tanto das angústias e temores que trazem as lembranças das faltas passadas, como das enfermidades presentes e dos juízos de Deus. A Unção dos Enfermos, ao derramar o óleo santo sobre os nossos principais sentidos, derrama também na alma uma graça de alívio e conforto espiritual, que nos livra do que restou do pecado, reanima a confiança. (CTAM 255)

A graça de Deus, pela sua misericórdia derramada nos sacramentos de cura, é um movimento tanto de retorno ao próprio Deus como de alívio e consolação. A alma que sofre, seja pela ferida do pecado ou pela dor de uma enfermidade, ao ser alcançada pela misericórdia de Deus, se volta ao seu Criador e cumpre seu desígnio primeiro que é estar na presença do Senhor, em adoração e louvor. Deus nunca desistiu do homem. E os sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos são provas latentes dessa insistência por parte do Altíssimo.

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