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3 A INICIAÇÃO CRISTÃ
3. A Iniciação Cristã
Após o nascimento da Igreja, que se dá com o derramamento do Espírito Santo, promessa do Pai através do Filho, no dia de Pentecostes, a mensagem do Evangelho passa por uma expansão além do território de onde fora inicialmente pregado. Atinge Roma, o centro do Império Romano, ainda no século I. Os cristãos logo começam a ser perseguidos e nasce, entre eles, uma suprema identificação com o Senhor, que é vivida com o derramamento do próprio sangue. No início do século IV, a Igreja ganha liberdade de culto e as graças do Imperador. O querigma é a transmissão do âmago da mensagem de Cristo, do seu Evangelho, com o intuito de converter os que não são cristãos. O testemunho é a forma mais eficaz de evangelização. É o anúncio fundamental. Os que ouviram esse anúncio através de Pedro acreditaram e muitas foram as conversões. Os passos que desencadearam a iniciação à vida cristã na Igreja dos primeiros séculos são: testemunho, anúncio, conversão, fé e Batismo. A vida das comunidades cristãs do início da Igreja firmava-se basicamente sobre o querigma e a catequese, a celebração da fração do pão, a oração e a vida prática na comunhão de almas e corações. A catequese e a vida prática comunitária eram inseparáveis. E toda a comunhão levava, inclusive, à venda dos bens e disposição do dinheiro em favor da comunidade, para que fosse dado a cada um conforme sua necessidade, sob orientação dos Apóstolos, como se lê no livro de Atos:
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A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande poder os apóstolos davam o testemunho da ressurreição do Senhor, e todos tinham grande aceitação. Não havia entre eles necessitado algum. De fato, os que possuíam terrenos ou casas, vendendo-os, traziam os valores das vendas e os depunham aos pés dos apóstolos. (At 4, 32-34)
Sendo o Batismo a porta de entrada para a comunidade cristã, desenvolveu-se o "Credo", ou "Símbolo da Fé", que se tornou conteúdo básico na catequese para a vida cristã. Não só a catequese – o eco do querigma –, mas as práticas de conversão para a vida nova em Cristo: práticas oracionais, ascéticas e obras de misericórdia. Já eram sabedores de que essas práticas eram boas e frutuosas para a vida no Espírito, contribuíam para o fervor na oração, tão necessário.
O fervor fará dilatar ainda mais a nossa alma, pois, afinal de contas, o fervor é somente uma disposição generosa de nada recusar a Deus, de deixá-lo agir com a plenitude da sua virtude e de colaborar com Ele com todas as forças. Essa disposição aprofunda e dilata a nossa alma, torna-a mais apta às efusões da graça, mais dócil à ação do Espírito