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O futebol como ferramenta política - página

1.5 O futebol como ferramenta política

A profissionalização passou a ser vista pelos governantes como uma ferramenta disciplinar. Portanto, a profissionalização do jogador correspondia a um movimento político e cultural, envolvendo disciplina social e a representação de uma identidade nacional forte. Foi, também, uma alternativa às camadas mais pobres, que viam no esporte uma possibilidade de ascensão social. Leônidas da Silva e Domingos da Guia, negros, são ídolos fruto dessa profissionalização. Usar do futebol como ferramenta política, como fez Vargas, se tornou estratégia para outros governantes e foi usado, inclusive, durante a Ditadura Militar. E cada novo presidente, quando assumia o poder, buscava relacionar seu nome à Seleção com o objetivo de atrelar o governo ao sucesso do futebol, que representaria o suposto reflexo de uma gestão bem sucedida. Ou seja, se o futebol vai bem, o governo vai bem e a população parece se acalmar. É a partir daí que o futebol passou a ser visto como ferramenta de alienação para distrair as camadas populares. Por outro lado, futebol e política, desde o princípio, estão em uma via de mão dupla: o que acontece em campo e nas arquibancadas é impactado pela política do país e também ajuda a conduzir o caminho da política. E como política, entendemos não apenas ideologia.

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Médici cumprimenta os atletas da Seleção Brasileira no embarque para o México em 1970 (Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo)

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