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Copa América 2020 - página

O aumento da tarifa do metrô foi o estopim para o início das manifestações no Chile, que levou às ruas mais de um milhão de pessoas, provocou anúncio do estado de emergência, toque de recolher, mortos e detidos. No início de novembro, a Confederação SulAmericana de Futebol anunciou que a final da competição ocorreria em Lima, no Peru, devido aos protestos que tomaram o país. 1.19 Copa América 2020

A Copa América 2020 foi adiada para o ano de 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus. Estava prevista a realização da competição em dois países-sede, pela primeira vez: Argentina e Colômbia. Mesmo com a pandemia a todo vapor na América do Sul, a CONMEBOL não abriu mão de realizar o torneio, principalmente por questões financeiras. Em maio, começou uma série de protestos na Colômbia em reação, principalmente, à reforma tributária proposta pelo governo do presidente Iván Duque que aumentaria os impostos na pandemia. Mesmo após o presidente derrubar a proposta e demitir o Ministro da Economia, os protestos continuaram e se intensificaram. Até hoje, junho de 2021, os protestos acontecem e a população colombiana se mostra bastante insatisfeita, frente às consequências da repressão policial e aos mortos e feridos. No dia 20 de maio de 2021, o presidente Ivan Duque pediu o adiamento da competição e a CONMEBOL publicou que, “Por motivos relacionados ao calendário internacional de competições e à logística do torneio, é impossível transferir a Copa América 2021 para o mês de novembro ” . A situação da pandemia no país também foi motivo para os protestantes. Sendo assim, devido a agitação nacional na Colômbia - por questões sociais e de saúde , o país deixou de ser sede da Copa América. Menos de um mês antes do início da competição, o presidente da Argentina Alberto Fernandez anunciou que a Argentina vivia o pior momento da pandemia.

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e s a g I m y G e t t t o : F o i a . b m o l ô C a n a r i c é A m o p a C t r a n c o e s t t a n e s f i a n M

Entre medidas de lockdown em algumas regiões e restrições, a realização do evento ainda parecia continuar na Argentina. Porém, no dia 30 de maio, duas semanas antes do início da Copa América, a CONMEBOL anunciou que a Argentina não seria mais a sede do campeonato. Um dia depois, o Brasil foi anunciado como a única sede da competição. Mesmo com a reprovação da população, o governo de Jair Bolsonaro manteve a realização do evento no país. “De fato, é uma aberração fazer Copa América num país onde a gente está batendo 500 mil mortos ” - Celso Unzelte. Segundo Celso, pior que a Copa América, é todo o contexto restante. É a hora de pensar que o espetáculo pode parar. Depois do anúncio oficial da CONMEBOL sobre a realização da Copa América no Brasil, a imprensa começou a tratar da possibilidade dos jogadores brasileiros e de outras seleções não disputarem a Copa América - os jogadores que atuam em clubes europeus faziam a ponte com jogadores de outras seleções para um possível boicote à competição. Aparentemente, por motivos financeiros, o boicote não foi aprovado por seleções que têm a maioria dos jogadores atuando em solo nacional. Aos poucos, as seleções foram se manifestando como garantidas no torneio. Os jogadores do Brasil não gostaram da forma como ficaram sabendo, por meio da imprensa, que a Copa América ocorreria aqui. Os convocados para as eliminatórias, que haviam estado na presença do agora licenciado presidente Rogério Caboclo, se decepcionaram por não saberem da boca dele que o Brasil seria sede. De acordo com o GE, parte do elenco se reuniu com Rogério Caboclo exigindo que ocorressem as Eliminatórias nas datas da Copa América, e que a questão técnica pesou para a decisão ser favorável a disputar a competição. No dia 4 de junho, após vitória do Brasil sobre o Equador pelas Eliminatórias, o capitão Casemiro deu a entender, em uma entrevista, que os jogadores se manifestariam contra a participação deles na Copa América. O volante disse que iriam se pronunciar sobre os bastidores no “ momento oportuno ” e que se posicionariam politicamente. “Nosso posicionamento todo mundo sabe, mais claro impossível. Tite deixou claro nosso posicionamento e o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e uma hierarquia que temos que respeitar, e claro que queremos dar nossa posição. ” O tal posicionamento, agora em forma de manifesto, seria no dia do jogo do Brasil contra o Paraguai, terça-feira, 08/06, pelas Eliminatórias. Se parte da população brasileira esperava algo grande dos jogadores, fosse um posicionamento forte ou até a desistência da participação no torneio, se decepcionou. Antes da partida, os atletas da seleção postaram em seus perfis no Instagram, mais especificamente nos “ stories ” do Instagram, que tem o tempo de 24 horas para visualização, uma breve mensagem aos torcedores.

O manifesto na íntegra: "Quando nasce um brasileiro nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto à realização da Copa América. Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil. Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização. É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros. Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira. "

Após o jogo contra o Paraguai, Marquinhos, zagueiro da seleção, disse em entrevista que “ existe uma hierarquia. Somos cientes do nosso papel importante, mas em momento nenhum negamos vestir essa camisa ” . Na sala de imprensa, o zagueiro reafirmou o posicionamento dos atletas em relação a jogar ou não a Copa América: “Mas quem falou que o momento era de não jogar? A gente entende o trabalho de jornalistas e repórteres, mas eles têm que ter muito cuidado com as informações que eles passam, principalmente porque depois a gente é julgado por coisas que não são os fatos verdadeiros. Isso aqui é nosso sonho de criança(...). Em momento algum a gente disse que se recusaria a vestir essa camisa(...). A gente respeita muito o trabalho, mas eles não podem afirmar uma coisa assim, onde nem sabem se é verdade ou não ” .

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