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Homofobia no futebol - página

B F P / C P / S s l l i C a r d a h R i c : o t o F

Tem também o lado que os homens têm muito mais a perder - perder patrocínio, perder visibilidade. É difícil cobrar dos jogadores de futebol de irem contra ‘ a galinha dos ovos de ouro ’ , principalmente quando tem uma origem mais humilde. A ênfase com que as mulheres encaram esses assuntos é louvável” - Celso Unzelte. 1.21 Homofobia no futebol

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Infelizmente, a homofobia é extremamente enraizada no futebol, assim como na sociedade, e é sustentada por muitos daqueles que consomem o esporte. É comum encontrarmos declarações como a do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, que diz que “futebol é jogo viril, varonil, não homossexual” . Um caso emblemático ocorreu em 2012, quando a organizada Mancha Alviverde promoveu, em frente ao portão da Academia de Futebol do Palmeiras, uma faixa com a seguinte frase: “A homofobia veste verde ” , como ato de desaprovação à contratação do jogador Richarlyson, ex-São Paulo. A diretoria do Palmeiras desistiu da contratação. O assunto praticamente não repercutiu na mídia esportiva e a história não teve um desfecho digno. Os atos homofóbicos são recorrentes, como o grito de “ô bixa ” que as torcidas ecoavam nos estádios, até muito recentemente, quando o goleiro adversário batia os tiros de meta. Este se trata de um ato escancarado, que torna ainda mais raro os jogadores que se assumem gays justamente pela humilhação em campo e pelo medo das consequências para a carreira. Felizmente, as cantigas homofóbicas presentes nas músicas das arquibancadas e até mesmo os gritos homofóbicos começaram a ser, recentemente, questionados. Em agosto de 2019, o STJD determinou punições aos clubes com gritos homofóbicos cantados nos estádios. A orientação é para que árbitros e auxiliares relatem qualquer ofensa homofóbica, que será enquadrada como atitude indisciplinar. Em março de 2020, o São Paulo foi multado pelo Tribunal de Justiça Des-

portiva por causa dos gritos de “bicha ” ecoados pela torcida em clássico contra o Corinthians. O assunto é cada vez mais abordado dentro do futebol e a sociedade exige cada vez mais medidas punitivas para frear práticas homofóbicas. No dia internacional contra a LGBTfobia, por exemplo, vários clubes se manifestaram contra a homofobia e exigiram respeito. Celso Unzelte destacou o papel do Esporte Clube Bahia em suas redes sociais pelos seus posicionamentos de cidadania. Em entrevista exclusiva, ele disse que o futebol ainda continua um meio retrógrado, que não evoluiu tanto quanto a sociedade. A norte-americana Megan Rapinoe, uma das melhores futebolistas da história, é assumidamente lésbica. Por não sentir que tenha sua liberdade protegida pela bandeira dos EUA, a jogadora se recusa a cantar o hino nacional. Enérgica em suas falas, fez um belo discurso em 2019, durante prêmio FIFA de melhor jogadora da temporada, dando mais palco à questão da homofobia. Entre suas falas, deixou claro sua esperança de que todos se posicionem contra a homofobia : “Se todos se posicionassem contra a homofobia como as jogadoras LGBT fazem para jogar futebol... ” . Completou com: “temos grandes oportunidades, temos grande sucesso, uma grande plataforma. Temos a oportunidade de usar esse jogo lindo para realmente mudar esse mundo para melhor ” . Giovana Pinheiro acredita que é necessário os/as atletas se posicionarem para que, dessa forma, movimentem toda a estrutura ao seu redor, e entende tanto quem se posiciona quanto quem se mantém calado para não ser punido - as punições afastam e deixam os/as atletas com medo , já que a sociedade não está pronta para aceitar opiniões diferentes da dela.

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