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A Ditadura militar e o futebol - página
from Revista Um a Um
by pedrobuenno
foi demitido, ainda que estivesse indo muito bem com a Seleção - ficou claro que as ideias políticas do treinador foram a motivação. Depois da saída de Saldanha, a Seleção contratou Zagallo, foi campeã do mundo com um time de gênios, mas, infelizmente, contava com a presença de militares em todos os treinamentos, com repassavam as informações diretamente para Médici.
Enfim, o futebol foi o famoso “ pão e circo ” , como na Roma antiga, onde o futebol era fomentado a fim de mascarar todos os problemas ditatoriais. Com a “ obrigação ” de amar ou deixar o país, o sentimento de pertencimento à pátria por causa do alto nível da seleção colocava o povo ao lado do governo daquela época. A Copa passou e o Brasil foi tricampeão mundial. A Ditadura continuou e muitas vítimas deste regime sequer viram o tetra ou penta campeonato. 1.13 A Ditadura Militar e o Futebol
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Vencer uma de cinco Copas, porém, não era satisfatório para o regime militar. Com tantos fracassos, criou-se um clima de crise no futebol brasileiro. A Copa de 74 foi o fim da era Pelé. O " carrossel" holandês se destacou naquele período com uma ideia tática de disciplina. Aqui, a ideia de mulatismo foi deixada para trás em detrimento à hierarquia e à disciplina. Porém, a ascensão de tantos ídolos com os elementos do “ mulatismo ” manteve a identidade brasileira marcada por esse conceito. A Copa de 78 foi encarada com clima de obrigação. Naquele ano, a pressão sobre o futebol era enorme. Não havia mais o clima de leveza, de “futebol arte ” na seleção, visto agora como improvisado e desorganizado. A malandragem e a irracionalidade passaram de fórmula do sucesso para empecilhos. A fim de conquistar a taça, o comando da seleção, inclusive técnico, foi alterado pelos militares. Cláudio Coutinho era o responsável técnico da seleção e tinha a tarefa de racionalizar e disciplinar o esquema de jogo. Mesmo invicto, o Brasil terminou a competição em terceiro lugar. Por ficar com menos saldo de gols que a Argentina, a campeã, a seleção não foi à final. A seleção brasileira só voltaria a vencer uma Copa do Mundo em 1994. Até lá, a hegemonia da seleção foi colocada à postos.