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Agora a luta precisa ser dentro da casa
Por Mariana Almada – E rufem os tambores porque hoje convocaremos toda ancestralidade para testemunhar a mudança que queremos ver no mundo! Convocar todos e todas que fazem parte da nossa história a compreender que somos parte de um todo, e que desde as primeiras manifestações em uma diversidade sistêmica, dores, mortes, lutas, amores e coragem chegaram até nós, e é sobre isso que vamos falar. Falamos de fortalecimento, de vínculos afetivos e de prosperidade.
É preciso preservar, garantir o futuro da mãe Gaia e das espécies que dela fazem parte. Sustentabilidade é a palavra de ordem, e por onde começamos a entender esse processo? Leonardo Boff (2010), como teólogo, filósofo e membro da Iniciativa Internacional da Carta da Terra, se apropria do termo para fazer-nos entender que a sustentabilidade “vive do equilíbrio dinâmico, aberto a novas incorporações, e da capacidade de transformar o caos em novas ordens”; e nessa dinâmica em que o ser humano está inserido, em meio às “interdependências, redes e relações inclusivas, mutualidades e lógicas de cooperação que permitem que todos os seres convivam, coevoluam e se ajudem mutuamente para se manterem vivos e garantir a biodiversidade.”
Não raramente, o Partido Verde inclui-se nesse contexto relacional humano. Por um lado, há os 12 valores que lhe são atribuídos – ecologia, cidadania, democracia, justiça social, liberdade, municipalismo, espiritualidade, pacifismo, diversidade, internacionalismo, cidadania feminina, o saber; por outro, há os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, todos dialogando entre si e buscando assegurar os direitos humanos, a política das boas relações, o cuidado com o planeta e a diversidade. “ECO” é a bandeira que o partido sustenta, significa “casa”, e que possamos, então, abraçar nossas causas sistêmicas e ancestrais como uma parte desse todo.
São nossos afetos, conquistas, discussões, cultura. É a juventude, o levante feminista, as pessoas negras, é a comunidade LGBTQIA+. E viva a diversidade!
Eis que um novo paradigma deve surgir dentro dos movimentos, e quiçá as pessoas possam entender que os sistemas coabitam, as relações coexistem, ou desapareceremos existencialmente do Ecossistema que pulsa em nosso peito. Lutamos para fora. Agora, a luta é dentro de cada ser e de cada coração que pulsa para fazer o novo acontecer.
É uma obrigação social e um desafio ético. Para chegar a esse lugar de excelência, precisamos, como diz Hooks (2019), “reaprender o passado, entender sua cultura e história, reconhecer seus ancestrais e assumir a responsabilidade de ajudar outras pessoas negras a descolonizar seus pensamentos”.