Briefing Futuro

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BRIEFING DE FUTURO

Do barro as casas regenerativas



Briefing de futuro | Do barro às casas regenerativas Uma publicação da PIGS Plataforma Integrada de Geração de Startups Realização Ana Regina Pedrosa - Redatora Paula Soares - Design Mariana Duarte - Design Imagem Filme HER Agradecimentos Toda equipe PIGS, CESAR e Sebrae PE


Qual será o futuro da construção civil?

Apesar de estar há 11 anos daqui, 2030 é o ano em que provavelmente uma parte relevante dos primeiros nascidos numa geração de nativos virtuais começará a consumir ativamente produtos do setor de construção civil. Com isso acontecem mudanças para os paradigmas de expectativa desses novos consumidores e no que as empresas precisarão ofertar para atender às novas demandas. Esse processo pode ser mais radical do que a mudança geracional pelo qual os millenials passam até hoje. São millennials, jovens nascidos em meados da década de 90, que presenciaram uma das maiores revoluções na história da humanidade: a Internet. Consideram-se capazes de executar várias atividades ao mesmo tempo, tem no celular a extensão de seu braço, produzem seus próprios conteúdos na internet, tem urgência em serem atendidos, vêem o mundo sem fronteiras e não querem um trabalho para se sacrificar e sim para dar prazer. São nativos digitais, pessoas que nem mesmo vivenciaram o mundo sem internet, e, diferente dos millennials a conexão via telefone não aconteceu apenas de madrugada. Para essas pessoas, que já nasceram onde não se está fora da internet, conectividade já é infraestrutura básica tão essencial quanto energia.

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Como não conseguimos prever o futuro, este briefing traz alguns insumos para ajudar na visualização de como essas mudanças e acontecimentos atuais relacionados à isso, e, mostrando como essas forças de mudança podem impactar o setor de construção civil daqui a 10 anos. Para construir essa narrativa utilizamos algumas ferramentas do design especulativo. Iniciamos o processo montando uma linha do tempo de 2000 até 2030 (em anexo pag tal), na qual pontuamos marcos sociais, políticos, econômicos, ambientais. O segundo passo foi entender como esses marcos estavam relacionados e, a partir disso, identificar as rupturas que aconteceram durante esses anos, as influências do passado que seguem ancoradas e os ciclos que se repetem. Diante disso, foi viável construir uma narrativa que retrata possibilidades de futuro, na qual destacamos e identificamos 4 movimentos: vida em movimento,

sistemas integrados, vidas sustentáveis e feito pra mim. Portanto, nas páginas seguintes, você irá ler uma narrativa na qual algumas tendências atuais ganham destaque como promotoras de mudança na construção de civil. A partir disso, esperamos levantar questionamentos quanto a forma que podemos nos estruturar hoje para alcançar nosso futuro preterido ou evitar possíveis colapsos. Essa publicação serve como ponto de partida para aqueles que pretendem gerar transformações no ambiente da construção civil. Para que possam visualizar quais as mudanças necessárias para chegar a um futuro de crescimento e não de colapso. De que forma os atores dessa cadeia precisam atuar para que não fiquem presos ao passado?

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Recife 2030 Carol, 35 anos, é uma millenium videomaker indo ministrar oficinas de audiovisual numa amostra de cinema que acontece anualmente em Triunfo, cidade do sertão de Pernambuco. Existe a possibilidade de Carol ministrar a oficina sem sair de casa. Mas, diferente dos nativos digitais, Carol ainda sente que a experiência material é importante, e, apesar do alto custo envolvido nesse tipo de experiência, existem alternativas e dinâmicas de compartilhamento que tornam isso acessível. Mica, amigx digital de Carol, deu uma checada nas opções que poderiam baratear o custo dessa viagem e fez a reserva de um quarto na casa de Seu Lourinho: senhor de 70 anos que mora em uma casa grande demais para um homem só. Seu Lourinho sente falta de ter uma companhia humana com quem possa dividir conversas, cafés e canções. Receber pessoas de uma faixa etária diferente da sua, além de proporcionar isso, e, ajudar com alguns custos, o mantém conectado com hábitos e movimentos que se tecem além das suas fronteiras de espaço e tempo. A ruptura da Era Industrial para a Digital mudou muitos aspectos e estruturas sociais, Carol acompanhou todo esse processo e com as suas lentes atentas documentou todo o desdobramento dos novos movimentos urbanos. Registrou as crises econômicas, políticas, ambientais e sociais que uma mudança de Era é capaz de causar.

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No espaço urbano, começou pela crise imobiliária. Inúmeras construtoras fecharam suas portas, pois, já não conseguiam vender seus empreendimentos. Resistentes a algumas mudanças, essas empresas arcaram pela falta de processos que atendessem as necessidades dos seus usuários em aspectos financeiros, afetivos e de identificação com o espaço. O resultado disso: estoque vasto de apartamentos que ninguém podia/queria comprar.

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Enquanto isso, a cultura do “faça você mesmo” ganhou mais força. O Movimento Maker tomou uma grande proporção, laboratórios makers ocuparam as ruas de diversos bairros de Recife, as impressoras 3D estavam cada vez mais equipadas e eram capazes de construir casas inteiras com apenas alguns toques na tela. Jogos digitais detectavam o perfil dos usuários, seus costumes, rotinas, configurações familiares e de trabalho. E assim, forneciam opções compatíveis para cada perfil detectado. Dentro do jogo, o usuário tinha autonomia para fazer suas próprias escolhas projetuais no espaço, utilizando óculos de realidade virtual as pessoas conseguiam imergir no espaço projetado de forma interativa. Depois de ter os parâmetros construtivos escolhidos e definidos, só precisavam preencher o endereço onde o espaço seria construído, anexar o código de posse sobre o terreno e pronto. Drones transportavam a impressora 3D e o material necessário para impressão de todo o espaço projetado. A demanda de pessoas desejando um espaço completamente personalizado às suas necessidades acabou tomando proporções que saíram do controle, a cidade não comportava mais tantas construções. Os terrenos ficaram cada vez mais caros e aquele direito de todo ser humano possuir uma casa saudável, salubre e acessível passou a ser um sonho ainda mais distante. Principalmente para aqueles que já nem tinham um lar.

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Diante disso, florestas e parques urbanos foram devastados para dar espaço às novas construções. Cresceram os processos migratórios para o interior do estado e a infraestrutura urbana dessas cidades não suportou esse novo fluxo que se intensificou antes que fossem formuladas novas diretrizes de ocupação urbana. Culturas locais acabaram sendo engolidas, edifícios de valor histórico foram demolidos para dar espaço à novas construções. Com todo o entulho se esvaiu também o palco que deu lugar a vivências, memórias e a história de gerações. Um verdadeiro apocalipse zumbi de cidades mortas, aspectos históricos desconsiderados e memórias decapitadas. É importante perceber que, assim como nós, uma casa é uma expressão da individualidade e isso não anula o fato de que ela é, também, um pedaço de um organismo muito maior: uma organização coletiva como a cidade. A casa está para o ser humano como a cidade está para a sociedade. Com isso se cria um grande buraco, uma verdadeira falta, no modo mais literal da palavra mesmo, era a ausência interna por não estar no lugar que se deveria estar. Essa falta alinhada ao anseio de recuperar um espaço urbano que imprimisse a identidade e o reconhecimento de uma organização coletiva, como é a cidade, foi o que levou a

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comunidade a buscar estratégias de reconstrução e ocupação que pudessem amenizar as perdas e danos causados, assim como, evitar que outros ainda maiores acotecessem. Plataformas foram criadas para discussão e definição dos novos padrões de ocupação, com o intuito de intermediar um processo colaborativo de tomada de decisão para a construção, ou reconstrução, da cidade em conjunto. Essa plataforma conectou pessoas de diferentes especialidades, faixa etária, gênero, etnias e classes econômicas, buscando criar um repertório amplo, para mapear e definir novas diretrizes de ocupação urbana.

Das edificações já construídas foram preservados os aspectos mais importantes, todo o resto pôde ser projetado em realidade mista, essas casas são “ocas”. Cada novo morador que projeta o seu espaço pode armazená-lo num banco de dados, dessa forma, a medida que esse espaço era passado aos seus novos donos, foi possível a reformulação do espaço interno da edificação sem que houvesse necessidade de destruir completamente o espaço anterior. Tudo estava armazenado e poderia ser acessado, tonando possível revisitar as diferentes camadas de modelos de ocupação das gerações anteriores. Nenhuma memória a menos.


Os movimentos urbanos criaram força e voz para pressionar o estado a tomar diversas medidas: preservação do patrimônio histórico, regulamentações que garantissem que os espaços construídos tivessem um tamanho proporcional ao número de habitantes que eram capazes de comportar de maneira confortável e segura, infraestrutura urbana para as áreas marginalizadas - tal qual os bairros privilegiados - e, a normatização de que nenhuma edificação fosse levantada sem antes passar pela aprovação da Mibi, uma plataforma capaz de simular em tempo real o impacto de vizinhança causado pela instalação de um determinado imóvel em uma determinada área.

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No bairro das Graças foi erguido um aglomerado de torres conectadas feitas com madeira de origem sustentável incluindo uma fazenda urbana. Não somente a construção foi eco-sustentável como o funcionamento do complexo em si consegue produzir mais energia do que consome num sistema de circuito fechado. Além da arquitetura diferenciada com torres ajardinadas também foi estimulada a agricultura urbana em um bairro notoriamente sufocado por concreto e poluição. O edifício foi concebido para atingir dois objetivos principais: descentralização energética e desindustrialização dos alimentos. O resultado combina a agricultura urbana, materiais de base biológica, e planejamento de uso misto e auto-suficiente. Estão previstos mil apartamentos de tamanhos variados, moradia estudantil, áreas sociais, incubadoras de empresas e espaços de escritório e de co-working. As torres vão ter extensa vegetação e os residentes poderão cultivar seus próprios vegetais em varandas, fachadas, telhados, e em estufas especializadas. As áreas serão integradas com os espaços agrícolas, e os arquitetos estimaram que a cada metro quadrado poderá produzir 20 quilos de frutas e vegetais que serão vendidos através de lojas locais de comércio justo. O edifício também conta com a produção de peixes. O projeto foi concebido para conseguir uma pegada ambiental zero com um sistema de reciclagem que cuida da água cinza, da água negra, e do desperdício de alimentos no local. A energia para os edifícios é gerada através de turbinas eólicas e de sistemas fotovoltaicos.

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Vida em movimento -mudam as relações de posse: compartilha mais | possuir menos -mudam as configurações familiares -cresce o número de pessoas morando sozinhas -casas móveis -mudam as configurações de trabalho: freelancers, autonomia, trabahar de casa, opções flexíveis de produtividade 12


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Vidas sustentáveis -descarte apropriado de resíduos -consciência de consumo -design biofílico -sistemas regenerativos -eficiência energética

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Sistemas integrados -transaçþes em cadeias acontecem de forma mais fluida -processos conectados, integrados e responsivos

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Feito para mim -produtos personalizados -fibra de carbono para impressĂŁo 3D -produto final feito depois da compra

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1930

2000

Movimento Moderno em Recife (Norma e Fernando Diniz)

Revitalização do Bairro do Recife

2005 Leilão Estelita

1980 Shopping Recife

2010 Riomar Ocupy Wall Street Ocupe Estelita Embargo IPHAN e Ministério Público Falta mão de obra qualificada

BIN

Bike PE

1º smartphone no Brasil

BRT Placa solar

1991 Mangue Beat

Transposição Rio São Francisco

Valsa Brasileira

Engorda da praia de Jaboatão

Refinaria Abreu e Lima

Parque Capibaribe

Laura Cardoso

MINA Começa a aquecer o mercado

Ascenção da Classe C e D Ministério das cidades Plano nacional de habitação Estatuto da cidade

Boom da construção civil

Crise 2008 Minha Casa Minha Vida Plano Diretor Recife Refinaria Abreu e Lima

Cidade da Copa Mulheres na construção civil Direito a cidade


2015 Movimento Maker

Solteiros Vida compartilhada Na ponta dos dedos Queda Estelita Home office

BIG DATA

Eficiência energética

Rompimento da barragem Córrego do Feijão em Brumadinho

Design Biofílico

Concreto permeável Calçadas impressas Drones

Marcas buscam diminuir o uso de água

Investimentos

Começa a aquecer

Comprar dividir/compartilhar +

Realtate para Startups

Geração Y no mercado de trabalho

Opções flexiveis de produção

Economia compartilhada

Ideologia bipolar BIN obrigatório

POLÍTICO

Comitê Estratégico de Tecnologia BIN

ECONÔMICO

Queda

Escassez de recurso

AMBIENTAL

Rompimento de barragem em Mariana

Tinta absorção solar

tech

ABDI Construção Civil Automação Impressão 3D Lean VR IOT

Aumento da população idosa Configurações familiares Feito pra mim Marcas com atitude desempenho máximo

Ano social

Via Mangue

2030



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