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Gerenciamento de Projetos Sociais: perspectivas p p e desafios p para o alcance da sustentabilidade e do desenvolvimento social

Meny Aparecida da Silva Ribas, MsC


Gerenciamento de Projetos Sociais: perspectivas e desafios para o alcance da sustentabilidade e do desenvolvimento social


“Há 10, 20, 30 anos, eu estava totalmente focado em como os softwares f poderiam mudar o mundo. p Acreditava que os avanços de tecnologia poderiam ser a solução de muitos problemas – e eles realmente foram, para milhões de pessoas de todo o mundo. Mas esses avanços apenas conseguem mudar as vidas dos indivíduos que podem pagar por eles. Há milhões de pessoas que carecem de grandes d i inovações õ t tecnológicas ló i e tantas outras necessidades básicas, mas não tem como expressá-las em meios que realmente interessam aos mercados”.


Entrevista cedida pela Revista Filantropia Filantropia, Edição 35: ano VII – 2008

“Na verdade, não existe muita diferença. O essencial é reunir um grupo de pessoas inteligentes, inteligentes selecionadas a dedos. Com boa liderança e gerenciamento correto, o grupo poderá se tornar bemsucedido em suas atividades. Nesse caso, a fundação deverá ser compreendida e administrada como uma empresa convencional”.


“Antes do ciclone, estávamos no rumo de atingir o nosso objetivo de diminuição da 2015 E ainda espero, espero mesmo com os nossos problemas, problemas pobreza para 20% até 2015. cumprir essa meta. Até 2030, ninguém mais do meu país será pobre.” Fundador do Grameen Bank – Banco Instalou no Bangladesh o mais da Aldeia – parâmetro de p ciclo de redução ç da impressionante desenvolvimento sustentável para pobreza já experimentado por um país. população de baixa renda. Ele combina numa mesma experiência, a tese e a antítese do capitalismo. -75 75 milhões ilhõ d clientes de li t ; Capital C it l de d US$ 10 milhões.; 27 mil funcionários; 2.500 agências p US$ $ - Valor médio dos empréstimos 140. Primeira transação em torno de US$ 35. - Antes PIB (per capta) US$ 370, em 2007, US$ 1.700. O fundador do banco recusa a palavra caridade. id d M h Muhamad d Yunus Y di que esse diz tipo de prática acaba por perpetuar a pobreza porque cria dependência.

- Em 2006, 64% dos clientes que estavam recebendo , há pelo menos 5 anos, os recursos do banco saíram da situação de pobreza extrema. extrema - Conceito: Empresas (Parceria com a Danone)

Sociais


Como Co o alcançar a ca ça a sustentabilidade? suste tab dade “O desafio do desenvolvimento econômico sustentável é conjugar diferentes soluções para grandes problemas da humanidade, como pobreza, fome, saúde, meio ambiente e clima, com mudanças importantes, nos comportamentos, atitudes e na cultura em geral” (Mohan Munasinghe – Prêmio Nobel da Paz 2007)

Hoje j são 6 bilhões de habitantes do planeta, p 4 bilhões vivem em situação de risco, que fazem os cidadãos pobres dos países industrializados se sentirem privilegiados.


AGENDA 1. De onde partem as demandas por projetos 1 sociais? 2. Quem 2 Q são ã as organizações i õ responsáveis á i pela l a proposição de projetos sociais? 3.Quais são as perspectivas e desafios sustentabilidade dos projetos sociais?

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AGENDA 1. De onde partem as demandas por projetos 1 sociais? 2. Quem 2 Q são ã as organizações i õ responsáveis á i pela l a proposição dos projetos sociais? 3.Quais são as perspectivas e desafios sustentabilidade dos projetos sociais?

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•60,3% dos domicílios urbanos brasileiros não dispõem dos serviços de saneamento básico; •Apenas 8% da população adulta p possui ensino superior p p p ç p completo; •11,4% da população acima de 15 anos é analfabeta; •A A renda per capita dos 10% mais ricos é 32 vezes maior a dos 40% mais pobres

população de mais de 185 milhões 21,9 21 9 milhões ilhõ d de pessoas vivem i em condições miseráveis


ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) Noruega: 1º lugar Islândia: 2º lugar Austrália: á 3º lugar Luxemburgo: 4º lugar Canadá: 5º lugar g Brasil: 63º lugar Nigéria: 177º lugar (último)


OS PRINCIPAIS DESAFIOS

1 Erradicação 1.

do analfabetismo, analfabetismo 2. melhoria da qualidade da educação, 3. redução da vulnerabilidade ambiental, dos conflitos sociais e da violência, 4. redução da pobreza, da miséria e da exclusão, 5 promoção 5. ã da d diversidade di id d cultural lt l e a generalização li ã do d acesso às novas tecnologias da informação e da comunicação. (Fonte: Marco Estratégico da UNESCO no Brasil, Brasil Brasília:2006)


Projetos sociais e sustentabilidade? A gestão social é, em realidade, a gestão das demandas e necessidades dos cidadãos. cidadãos A política social, os programas sociais, os projetos são não apenas canais dessas necessidades e demandas, mas também respostas a ela.


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C Como solução, l ã as parcerias... i

ESTADO

MERCADO

TERCEIRO SETOR


MODELO DE INTERSETORIEDADE ESTADO

3º SETOR

Democratização Estado de Direito Privatização Descentralização Parcerias

Expansão OSCs Profissionalização ç e Fortalecimento Ampliação da atuação Alianças Intersetoriais Conscientização: Globalização Econômica Visão Estratégica Imagem Entrada em mercados restritos Alianças Intersetoriais

MERCADO


Terceiro e ce o Seto Setor no o Brasil as Entre Terceiro Setor e Mercado:

Estado

Mercado

¾Fundações de Empresas ¾Projetos sociais operados diretamente por empresas

Terceiro Setor

¾Câmaras de comércio ¾Entidades de benefício privado ¾Sindicatos ¾Cooperativas

Entre Terceiro Setor e Estado: ¾Fundações ç de Apoio p ¾Sindicatos ¾Organizações Sociais ¾Sistema “S” - SENAI, SENAC, SESI, etc. ¾Outras entidades d d privadas, d sem ffins lucrativos, estabelecidas pelo poder público

Terceiro Setor: ¾Associações culturais ,educacionais assistenciais,esportivas, etc. ¾Fundações Privadas ¾M i ¾Movimentos t Sociais S i i Organizados O i d ¾ONGs


As atribuições de uma OSCIP: (L i nº º9 790/99) (Lei 9.790/99) • • • • • • • • • • • •

Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do Defesa desenvolvimento sustentável; Promoção da assistência social; Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; Promoção gratuita da educação, observando observando-se se a forma complementar de participação que trata a lei; Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação que trata a lei; Promoção de segurança alimentar e nutricional, Promoção do voluntariado; Promoção do desenvolvimento econômico e social e do combate à pobreza; Experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio e crédito; Promoção de direitos estabelecidos, estabelecidos construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas.


ALGUNS NÚMEROS DO 3º SETOR • crescimento de 157%, passando de 107 mil, em 1995, para 276 mil, mil em 2002. 2002 Dessas 276 mil, mil 171 mil (62%) foram criadas a partir de 1990. • crescimento de 71% do setor sem fins lucrativos no Brasil em sete anos (de 1995 a 2002), 2002) passado de 190 mil para 326 mil. • as 276 mil organizações sem fins lucrativos empregam 1,5 milhão de assalariados,, o q que corresponde p a 5,5% , dos empregados de todas as organizações formalmente registradas no País. • A média de remuneração dos trabalhadores nas organizações i õ sem fins fi l lucrativos ti era de d 4,5 4 5 salários lá i mínimos í i mensais, ligeiramente superior à média dos assalariados das empresas em geral (públicas, privadas lucrativas e nãolucrativas), que era de 4,3 salários por mês. • O setor representa hoje 5% do PIB nacional,


David Korten: THE POST-CORPORATE WORLD WORLD: LIFE AFTER CAPITALISM 1ª Geração: Dão o peixe. Operam com urgências, distribuem serviços, alimentos e remédios. 2ª Geração: Ensinam a pescar. pescar Se empenham em fazer com que as comunidades pobres encontrem a solução l ã para os próprios ó problemas. bl 3ª geração: se propõem a ser moto es de m motores mudanças dan as políticas políti as e sociais. Ea4 4ª geração?


Para toda ação ação, uma reação? 1 setor 1º •2001 a 2006 – R$ 14 bilhões de repasse da união F t Fonte d de recursos: Termo de Parceria, Contratos Administrativos e Convênios, Termo de Cooperação. •CPI das ONG’s •Operação O ã Fariseu F i •Projeto de Lei nº 3.021/08 •Governança Governança social

2 setor 2º •Prêmios para empresas melhores práticas de sustentabilidade. t t bilid d •Consórcio de Empresas. •Responsabilidade Responsabilidade Social (Instituto Ethos). •Investimento Social P i d Privado (I tit t (Instituto GIFE) •Empresas Sociais

3 setor 3º •Bovespa Social. •Redução na disponibilidade de f d fundos d de cooperação internacional. •Necessidade Necessidade de Profissionalização. •Necessidade de mais trasparência “A “Accountability”. t bilit ” •“Advocacy”


AGENDA 1. De onde partem as demandas por projetos 1 sociais? 2. Quem 2 Q são ã as organizações i õ responsáveis á i pela l a proposição de projetos sociais? 3.Quais são as perspectivas e desafios sustentabilidade dos projetos sociais?

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“Desenvolvimento não é um processo com cronograma p g fixo nem com rota preestabelecida. Seu trajeto é muito mais parecido com o de um veleiro do que com o de um trem” (PFEIFFER, trem”. (PFEIFFER 2005). 2005)


Ciclo de Vida de Projetos Sociais - Conhecimento da Realidade Local; - Prospecção de Oportunidades; - Tomada de Decisão Coletiva quanto à essência do Projeto; - Estudo de Viabilidade; - Definição da Metodologia de Execução do Projeto; - Programação de Prazos e de Gastos; - Definição dos Indicadores e da Sistemática de Acompanhamento e de Avaliação; - Adequação ã do Projeto à estrutura proposta pela Instituição de Fomento; - Análise de Consistência; - Envio do Projeto.


COMO ALCANÇAR A SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA? 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 6 7. 8 8.

Construir a visão de sustentabilidade corporativa da empresa. Criar uma estrutura responsável pela sustentabilidade corporativa. corporativa Fazer um diagnóstico das práticas da empresa. Definir a missão, os valores, os princípios e códigos de conduta da organização. organização Criar um plano estratégico de implementação da Sustentabilidade corporativa. Colocar o plano estratégico em prática. prática Aplicar mecanismos periódicos de avaliação comparando-os com o “marco zero” da empresa. Desenvolver mecanismos de comunicação e relatórios adequados a cada público de interesse da empresa.



Responsabilidade Social x Investimento Social Privado


O alcance da sustentabilidade dos projetos sociais pelas OSC’s A capacidade das organizações para consolidar e incrementar sua interação com a sociedade em função da contribuição que aportam p ao desenvolvimento social.

Fonte: Kisil (2002)


O alcance da sustentabilidade dos projetos sociais pelas OSC’s O valor agregado das atividades de uma OSC deve ser entendido em dois sentidos: a) Valor econômico, que eventualmente irá influenciar a sustentabilidade econômico-financeira da organização e leva à busca de uma maior eficiência para utilização dos recursos disponíveis; b) Valor social determinado pela significância e relevância da organização para a sociedade na qual ela está inserida. Este aspecto é determinado pela capacidade da OSC de vincular-se ao seu entorno como resultado de sua ação, e está tá relacionado l i d com eficácia fi á i organizacional. i i l


A VISÃO DE SUSTENTABILIDADE NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS SOCIAIS “É É essencial agir profissionalmente, profissionalmente o mercado não nos acolhe diferentemente por sermos uma organização social. Precisamos ter qualidade preço e excelente administração, porque o sucesso do d projeto j t de d sustentabilidade t t bilid d significa i ifi um maior número de pessoas atendidas com maiores possibilidades de crescimento e mais qualidade nos serviços que prestamos a elas” (Solange Bottaro – Superintendente da ONG Missão Ramacrisna -Betim, MG).


Alternativas para captar recursos e realizar ações sociais sustentáveis • Recursos humanos: voluntários voluntários, professores, consultores, etc. • Recursos R fi financeiros: i di h i dinheiro, f d fundos d de investimento, etc. • Recursos materiais: doações de alimentos, equipamentos, etc. • Recursos do conhecimento: estudo de metodologias g de g gestão.


Características das Organizações g ç do Terceiro Setor - foco em RH Flexibilidade e Agilidade Ambiente agradável Proximidade dos Dirigentes Afeição e confiança Líderes carismáticos Processos Participativos de Gestão Ambiente favorável para Trabalho em Equipe Comprometimento dos colaboradores

Resistência ideológica a adoção de treinamentos e práticas gerenciais (avaliação) Amadorismo administrativo Funções e responsabilidades pouco claras Conflito ou duplicidade de ação M Manutenção t ã de d pessoas com pouco competência Seleção assistemática e desestruturada D Desenvolvimento l i t pouco enfatizado


Dicas para p criar projetos p j de sustentabilidade de sucesso 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12 12. 13.

Elaborar projetos seguindo indicadores, metas e sistemas de avaliação e monitoramento. Criar unidades produtivas. Desenvolver e comercializar produtos ligados à ideologia da entidade. Trocar experiências ê e informações com outras entidades. Diversificar as fontes de captação de recursos. Firmar parecerias e propiciar a participação dos parceiros no projeto. Manter a prestação de contas bem organizada. Apresentar os resultados para contribuintes e/ou parceiros. Equilibrar receitas e despesas com planejamento e administração adeq ados adequados. Assegurar a transparência das ações. Minimizar a dependência de doações ou ajuda do poder público. Possuir uma equipe de profissionais capacitados. capacitados Incluir as fontes de recursos no estatuto social da organização.


“Você deve ser a mudança que você deseja ver d ” (M h t G dhi) no mundo.” (Mahatma Gandhi)

Meny Aparecida da Silva Ribas, Profa. E mail para contato: meny@pucminas.br E-mail meny@pucminas br


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