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Sabor da Carne

Sabor da Carne

Brasil vai vender carne bovina fresca para a Tailândia

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cinco plantas frigoríficas brasileiras, localizadas nos Estados do Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foram aprovadas para exportar carne bovina in natura resfriada, produto de maior valor agregado, para a Tailândia. Antes, o país asiático comprava do Brasil apenas carne bovina congelada. No ano passado, a Tailândia importou do 3.200 t de carne bovina brasileira congelada e miúdos por US$ 5,1 milhões.

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Até 2017, predominavam os miúdos, mas neste ano o país dobrou as compras de carne congelada, passando para 1.300 t, ante 618 t, em 2016. Embora seja um país pequeno em extensão territorial, com 68 milhões de habitantes (equivalente às populações dos Estados de São Paulo e Minas Gerais), é um grande importador, gastando mais de 50% do valor de seu PIB (US$ 505 bilhões em 2018, conforme o Banco Mundial) em compras externas. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite Ribeiro, a carne bovina tem potencial para gerar receita da ordem de US$ 100 milhões nos próximos anos. Em 2019, a Tailândia importou de todo o mundo cerca de US$ 90 milhões em carne bovina, incluindo carne congelada do Brasil.

Empresa procura investidores para o boi confinado

A Bloxs Investimentos anunciou, no mês passado, o início de uma operação que possibilitará ao investidor a participação em pecuária de corte ( mesmo para quem nunca trabalhou na bovinocultura), sem sair de casa e 100% online. A operação ocorre por meio de um contrato de investimento coletivo nos termos da ICVM 588, onde os investidores participam do funding do confinamento do gado adquirido, gerido pelo emissor. A Edafo Pec, empresa parceira no

Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o confinamento de gado no Estado deverá ser menor neste ano. A estimativa é de que sejam confinados 577.550 cabeças, 16% a menos em relação a abril de 2019 e quase 30% inferior na comparação com os dados de outubro, quando foi realizado o levantamento final do ano passado. A pesquisa foi feita em 173 unidades de confina

Mão de obra na agropecuária cai 2,8% em três meses

Em fevereiro, março e abril deste ano, 8,166 milhões de pessoas estavam ocupadas em atividades agropecuárias, número 1,2% inferior (equivalente a 100.000 pessoas) ante o trimestre móvel anterior (janeiro/fevereiro e março) e 2,8% (233.000 pessoas) menor em relação ao mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados pelo Cepea em seu segundo relatório mensal da mão de obra no setor e evidenciam que o número de ocupados na agropecuária ficou aquém do limite inferior considerado normal para esse período. Embora haja evidências de um choque significativo, provavelmente decorrente da Covid-19, a gravidade da situação do mercado de trabalho da agropecuária, ao menos em termos de nível de ocupações, pode ser considerada baixa frente a outros setores.

Mato Grosso deve confinar menos gado em 2020

projeto, alocará os recursos captados na aquisição de bois para engorda em suas filiais em SP, MG, GO, MT e MS. Ou seja, a empresa ofertante capta os recursos, compra bois magros de até 13@ e os coloca nos confinamentos até o final do ciclo produtivo, quando atingem 20@ e são vendidos para abate. Por se tratar de contrato de investimento não conversível, a remuneração do investidor irá variar em função do preço médio de venda dos animais para abate.

O setor da inseminação artificial e melhoramento genético do Brasil perdeu, a 3 de junho, um de seus precursores, o médico veterinário, mestre em sanidade animal e especialista em reprodução Luiz Alfredo Garcia Deragon. Era diretor técnico da Alta Brasil e faleceu aos 66 anos, em Uberaba, MG, vítima de câncer. Nascido no Uruguai, Deragon desenvolveu sua carreira no Brasil, atuando a partir de 1985 na antiga Pecplan-Bradesco, depois na Nova Índia Genética, e, desde 2005, na Alta, onde ajudou a construir a planta e toda a estrutura da empresa, em Uberaba. Sua morte foi lamentada por todo o setor. Nota da Associação Brasileira da Inseminação Artificial (Asbia) destacou que “Deragon será sempre lembrado pela grande contribuição que deu, com suas pesquisas e dedicação, ao melhoramento genético no Brasil e no mundo.”

LUTO Morre Deragon, um dos precursores da inseminação no Brasil

mento, representando 71% do total. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) atribuiu este cenário a quatro propriedades que desativaram suas estruturas, reduzindo a capacidade estática em 8,6%. Segundo a pesquisa, mais de 50% dos produtores já efetuaram a compra dos animais. No entanto, ainda havia 251.799 animais para ser adquiridos. A compra de insumos estava (em maio) na média de 75%.

AgroMais, o novo canal da Band

A partir de junho, o Grupo Bandeirantes de Comunicação – TV Bandeirantes, BandNews, BanSports, Terraviva – agregará um novo canal dedicado ao setor agrícola e pecuário. A estreia, que estava prevista para março de 2020, foi transferida para junho em função da pandemia do Covid-19. Com sede em Brasília, contará com um time de jornalistas e comentaristas de renome no comando de uma programação focada em notícias, análises, debates, cotações, meteorologia e documentários. “Mais do que nunca, a informação com credibilidade e agilidade faz toda a diferença para a superação das crises e dificuldades. Esse compromisso original em bem informar da Bandeirantes ganha novo fôlego com a chegada do AgroMais, iniciativa sem paralelo em meio a essa pandemia”, diz João Saad, presidente do Grupo Bandeirantes. Marcello D’Angelo, diretor-executivo do BandNews, também será responsável pelo AgroMais, ao lado da executiva Mônica Monteiro, diretora de canais pagos do Grupo. O novo canal (576 da NetClaro) nasce com parceiros importantes como CNA/Senar, Embrapa e Sebrae.

ABCZ e Apex-Brasil renovam por mais dois anos

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovam por mais dois anos o Projeto Brazilian Cattle. O acordo de cooperação, que tem o objetivo de promover a abertura de mercado para a genética zebuína, produtos e serviços da pecuária brasileira no exterior, tem atraído os empresários de Minas Gerais. Dos 70 participantes, 48% são empresas e criadores do Estado. De acordo com a gerente de relações internacionais da ABCZ e coordenadora do Brazilian Cattle da ABCZ, Icce Garbellini, “o projeto é considerado importante para que empresas e criadores ampliem o raio de atuação, não somente ingressando no mercado internacional, mas buscando também as melhores condições para comercializar produtos e obter melhores resultados”. Entre as iniciativas desenvolvidas estão ações de marketing, publicidade e participação em eventos internacionais.

Info pec Infográficos que sintetizam informações importantes da pecuária

Exportações pegam fatia maior do mercado da carne

45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% jan-12

Exportação

Share do Mercado de Carne

42%

25%

19%

jun-12 nov-12 abr-13 set-13 fev-14 jul-14 dez-14 mai-15 out-15 mar-16 ago-16 jan-17 jun-17 nov-17 abr-18 set-18 fev-19 jul-19 dez-19 mai-20

Os dados oficiais ainda não haviam sido fechados até o final desta edição, mas o balanço prévio divulgado pela AgroBrazil, na segunda metade de maio, já apontava projeções recordes no tocante ao volume de carne destinada ao mercado externo, que, pela primeira vez em 8 anos, ultrapassou 40%. O dado preliminar, publicado no aplicativo telegram da consultoria paulista, teve como base o volume semanal de carne embarcada durante o mês e reflete uma mudança na estrutura do mercado da carne brasileira, que antes era distribuído em 75% para o mercado interno e 25% para o externo. A estimativa da AgroBrasil é que em maio essa distribuição seja de 58% e 42%, respectivamente, em função da demanda chinesa pela carne bovina brasileira e a alta do dólar, que, em alguns momentos do mês, ficou próximo de R$ 5,80, segundo Caio Junqueira Neto, diretor da AgroBrazil, com sede em Presidente Prudente (SP). Os números oficiais do setor serão divulgados pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) até a segunda quinzena de junho.

Aumenta o custo de produção dos confinamentos em SP e GO

ICBC mensal

160,00

150,00

140,00

130,00

120,00

110,00

100,00

Variação dos índices de custos entre maio de 2019 e abril de 2020

mai-19 jun-19 jul-19

CSPm CGO

ago-19 set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20

CSPg

fev-20 mar-20 abr-20

O Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados – ICBC, da Universidade de São Paulo (USP), apontou variação importante nos custos da diária para bovinos em confinamentos de São Paulo e Goiás, em abril deste ano. Registrou-se alta em São Paulo e queda em Goiás, na comparação com o mês de março de 2020. Os custos da diária-boi cresceram na ordem de 3% na primeira praça e recuaram 0,37% na segunda. O mês de abril quebra um processo contínuo de aumento do Indicador de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) nos confinamentos de Goiás, que vinha em ascensão desde junho de 2019. Analisando o ICBC nos últimos 12 meses, houve alta de 18,74% nos custos dos projetos paulistas de porte médio e 14,58% nos de porte grande; e 24,12% nas propriedades goianas. Em relação ao custo total (CT), o aumento foi de 32,7%, 32,4% e 29,5%, respectivamente. O CT é um dos principais indicadores da atividade, já que o lucro econômico somente é obtido se os valores de receitas foram maiores do que ele, alertam os pesquisadores da USP.

Engenheiro agrônomo e diretor-proprietário da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP.

* Colaborou

Ana Paula Remedio Barbosa

Consumo de carne bovina caiu no 1° tri de 2020

Um mundo diferente. Este ano de 2020 certamente ficará para a história. Uma pandemia em tempos modernos, com comunicação instantânea pela internet e tudo o que isso tem de bom, mas também com tudo o que isso tem de ruim, incluindo uma montanha de boatos e desinformações propagadas na velocidade da luz. Uma pandemia, uma peste, tão ruim como todas as pestes, e o mundo pasmo diante da disseminação dessa doença pelos quatro continentes, numa velocidade atroz. Sem medicamentos eficazes para combatê-la ou uma vacina imunizadora, optou-se pelo isolamento social, pelo distanciamento das pessoas.

O isolamento foi decretado pelas autoridades sanitárias e somente serviços essenciais foram autorizados a funcionar. Essas medidas (necessárias) para conter a velocidade de propagação da doença pegou em cheio o setor de serviços, dentre eles os de alimentação (restaurantes, bares, lanchonetes etc), importantes canais de escoamento da produção de carnes. Com isso, o consumo de proteínas de origem animal caiu drasticamente.

Mas caiu quanto?

Para calcular o consumo aparente de carne bovina, de frango e de carne suína, compilamos a produção desse tipo de produto, subtraímos a quantidade exportada e somamos a quantidade de importada. O resultado dessa conta é o montante de carne que fica no mercado interno e que dividimos pela população brasileira. Dessa forma, constatamos que o consumo de carne (todas elas consideradas), caiu no primeiro trimestre de 2020, em pleno “fique em casa”, em comparação com os primeiros trimestres de 2019 e 2018.

A tabela 1 apresenta o consumo aparente anual de carne bovina, suína e de frango em 2018 e 2019. Entre um ano e outro, o consumo praticamente não mudou. Para a carne bovina, a queda foi de 0,2%. Para a de frango, 1,5%. Já no caso da carne suína, houve aumento no consumo de 1,6%. Essa relativa estabilidade, essa falta de crescimento, pode ser creditada antes do advento do Covid-19, à crise econômica e ao desemprego dela resultante. Comparando-se o consumo de carnes nos primeiros trimestres de 2020, 2019 e 2018, observa-se uma retração evidente, principalmente de proteína vermelha. O consumo de carne bovina caiu 42,1%, o de carne suína 22,9% e o de carne de frango 5,1%. A tabela 2 apresenta os dados de consumo aparente de carnes no Brasil, nos primeiros trimestres de 2018, 2019 e 2020.

Retração

Esses números revelam uma tremenda retração no consumo de proteína vermelha, cenário certamente gerado pelas medidas restritivas impostas para desacelerar a propagação da Covid-19 e dar tempo ao sistema hospitalar para se preparar para o enfrentamento da doença. Essa queda é provocada pela restrição de circulação de pessoas; pela mudança de hábitos alimentares (comida servida pronta por comida feita em casa); pela forte concorrência da carne de frango, que oferece mais opções de pratos semiprontos congelados em supermercados; pela antecipação de um quadro econômico incerto, que leva as pessoas a optarem por alimentos mais baratos, mais fáceis e rápidos de ser preparados; pela relação elasticidade-renda, em que a queda da renda resulta em menor consumo de carne bovina.

O que vem pela frente

Não nos arriscamos a fazer uma projeção para os próximos três trimestres de 2020, em função da desarmonia vigente entre os poderes centrais, estaduais e municipais com relação às medidas sanitárias a ser tomadas para combate à Covid-19. O certo é que esse começo de ano foi de lascar. n

Tabela 1 – Variação no consumo anual aparente de carnes no Brasil

(kg/habitante/ano)

2018 2019 Variação (2018-2019)

Bovina Frango 30,48 45,33 30,41 44,64 -0,2% -1,5%

Suínos 15,90 16,16 1,6%

Fonte: IBGE e MAPA Indicadores, compilado por Scot Consultoria.

Tabela 2 – Consumo aparente mensal nos primeiros trimestres de 2018, 2019 e 2020 no Brasil

(kg/habitante/trimestre)

2018 2019 2020

Bovinos Frangos 7,19 11,77 7,39 10,79 4,28 10,24

Suínos 3,83 4,00 3,08

Fonte: IBGE e MAPA Indicadores, compilado por Scot Consultoria.

Variação (2019-2020)

-42,1% -5,1% -22,9%

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