O Capital Versão mangá - p.6
Gladiadores e mostros pela Panini - p.8
ZineMangá Triunfal Retorno
Akira volta ao mercado brasileiro pela editora JBC em edição remasterizada pelo autor - p.4
Edição 001 - Outubro de 2017
ZineMangá
á g n a M o d O Boom para
e t n e i d e p x E
os rado u o d to n e adrinhos um mom o de qu ã ç ivemos em u d ro p vas s da títulos e no is a m e apreciadore is a sileiro ada ano, m público bra o oriental, a c ra a p , r angá. JBC para traze m m o e d rg s o su c s si editora es clás s dos enas algun s ou grand p ta a is o v ã s re a s p a o nov , Nova Sam leiras que vem trazend p o P w e N as 017 s brasi Panini, lidade para utubro de 2 s de editora a O u lo q p e 1 m e d 0 x 0 e e o s o ã vário Ediç divers ionar a ainda menc da vez mais a s c o l m ia e r d o o te n a p m ssas lizada rarias. A e vros especia li -- -- -e d ra o bancas e liv it -- -- -- -- -- -- -a ed a linha de -m m -u u , -s te -k n o e -o -m B -- -- -a iu recente Darkside dio cida da linh e r e que abr h n Presto Gau ro r o c o h a o lh d e v , e M d P s gênero e L Editor aptaçõ dio ou mesmo a m trazer ad e Presto Gau u m to e s s quadrinhos; o o p s a Is te e r . u a á q g e o n d a ls bo Editor ra o m dio de livros de vários teratura pa e li d n a Presto Gau o d l s a o n c si io s c a lá n c s o e te ã grand Redaç criam penden dio dução inde a oriental e ro c p ti Presto Gau té a s e r ta la n e o p co ã s ç o a d m ia Diagra influenc -- -- -- -alidade. u artistas são q e d n -- -- -- -- -- -- -ra -m g -u e -d -m is e -ra --- -- -comprar obras auto ça e revista n u q la e r u e q lh o e c es sificado Mas como o tão diver ã s n a ZineMangá p x e A m s? e te o n tã re cenário iário los dife tantos títu ço intermed a te sp n e e m lm u a s r men análises reenche stamente p companhe ju A e . d a n lh te o ca c : re s p as em ban le conosco or nessa e d a it a F le ç n o la o o .br d d n n ajuda @yahoo.com e estão se podem ser io u d q e u u a s q g ra s b _ a o g marcelo ça is anti sobre as outras ma as e conhe d a u z o li , ia s c e ia r sp e livra lojas e inho. m sebos e rico dinheir e u s e a s d r a ta tr s n a o enc s de g os metros ante es parceir e universo it s S s e n s o d a r s alguns parâ s os interes po, a anica.com.b o c m d e te to m a a c to o n io id p ta v a mos a www.t Por isso, con acompanha redação, e u a q ra e a , p te s n n a nofa.com.br c nsage e ra m à .a r w e a tão interess w d d a n w a ontinuid licação e m ias e dar c e id ler essa pub a c o tr ossamos . para que p bem-vindos m ja e S . ta is rev
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rna Akira Reto p.4
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Índice
O Capital, p.6 em mangá?
Orcs ores Gadiad p.8
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ORetorno Dezembro de 2016 foi marca o retorno de grandes clássicos do quadrinho japonês.
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ão é novidade para os ávidos leitores de mangás que, nos últimos cinco anos, pelo menos, editoras como JBC e Panini resolveram ampliar seu acervo para além das novidades e começaram a atacar obras antigas que já foram lançadas no Brasil, mas que por motivos diversos não são mais facilmente encontradas.
No fim de 2016 então, a JBC relançou Ghost in the Shell e, poucos meses depois, Akira, obras máximas da ficção científica japonesa dos anos 80. Ambas situadas em futuros próximos e dis4
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tópicos, retratos do pessimismo social proporcionado pela década de 1980. No entanto, se no "fantasma da máquina" o grande cenário decadente vinha das políticas neoliberais, aqui o fantasma que rondava ainda era o medo de uma guerra nuclear. Katsuhiro Otomo não deixa brecha para dúvidas e logo nas primeiras páginas mostra onde sua saga se passa: um Japão pós terceira Guerra Mundial. Aqui não importa os motivos da guerra, quem viveu os anos 80, época em
ZineMangá que o mangá foi originalmente lançado, sabe que os anos finais da Guerra Fria foram de acirramento do atrito entre as grandes potências nucleares e que o cataclisma nuclear era uma realidade possível. Avancemos então até 2019, 35 anos depois que a guerra destruiu diversas grandes cidades do mundo, estamos em um período de reestruturação da humanidade, no caso focado em Neo Tokyo.
se de ação para desenvolver seu enredo que já é empolgante, mas que cresce ainda mais quando elementos de terror paranormal começam a aparecer. Vale lembrar que esta é a segunda vez que Akira é publicado no Brasil, a primeira foi pela editora Globo ao longo da década de 1990, em formato americano e 38 volumes via selo Epic da Marvel. Era uma versão completamente colorida, mas com a coloração feita nos EUA e com alguns cortes que foi publicado ao longo de 36 edições no formato americano e de leitura ocidental, atualmente super difícil de se encontrar.
Cenário construído, vamos para os persoPor fim, a produção gráfica nagens.Nesse primeiro da JBC esta impecável, mas não volume acompanhamos Capa da primeira edição é para menos, a Kodansha, liprincipalmente Kaneda, publicada pela editora Globo (1990) cenciadora da obra, acompanhou um adolescente rebeltodo o processo muito de perto para que nada de que, junto com sua gangue de motoqueiros, transita por toda a cidade, inclusive zonas mi- saísse errado ou meia boca. Baseado na segunda litarmente proibidas. Um dia o grupo vai até o versão da revista, algo com revisada e ampliada, epicentro do ataque de Tokyo, no retorno Tetsuo é a segunda a sair no mundo, atrás apenas da lidera o comboio, mas sofre um acidente após versão francesa. Serão seis volumes que devem uma estranha pessoa atravessar a rodovia aban- ser lançados a donada. Essas são as primeiras 20 páginas do cada seis meses primeiro volume de Akira, mas contar mais é (será que dá contar estragar a experiência, basta saber que teorias para conspiratórias e poderes telecinéticos vão guiar com a segunda edição para a narrativa. a Comic Con Os quadros são como frames de um filme 2017?).
de ação com muitas explosões e cenas de velocidade, sensação potencializada por causa das motos sempre presentes. É uma história divertida e com um domínio de narrativa gráfica surpreendente para uma obra do início da década de 1980. Os quadros são como frames de um filme de ação com muitas explosões e cenas de velocidade, sensação potencializada por causa das motos sempre presentes. Otomo se apoia principalmente em um suspen-
Capa da primeira edição publicada pela editora JBC (2016)
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O Capital
em Mangá?
Clássicos da literatura e da filosofia agora em mangá
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daptações de textos literários são relativamente comuns tanto no mundo dos quadrinhos como no universo audiovisual, mas será possível transpor uma obra filosófi ca ou um estudo sociológico para uma produção narrativa? A coleção Clássicos em Mangá apresenta algumas possibilidades, foram lançados no brasil dois volumes pela JBC e mais uma série agregado são apenas alguns dos termos tratados de títulos pela LPM, no entanto trata-se apenas nessa obra, mas apresentados de forma orgânica de uma pequena parcela de uma extensa coleção à uma narrativa ficcional. da japonesa East Press. Seguimos o protagonista Robin, um jovem Nesta resenha apresento um pouco de minhas produtor de queijo que é conquistado pela possipercepções sobre a adaptação O Capital de Karl bilidade de riqueza proporcionada pela transforMarx. Na obra original temos um conjunto de mação de sua produção artesanal em industrial. textos que analisam o sistema econômico capita- Ele enfrenta a resistência do pai que acredita em lista que cresceu a partir da Revolução Industrial uma vida menos ambiciosa e mediana, onde o e acentuou a desigualdade social, a submissão trabalho deve ser suficiente para manter as nee exploração do trabalhador. Mas como trans- cessidades mais básicas sem depender da explopor uma obra teórica para uma linguagem em ração do trabalho ou dinheiro de outras pessoas. O garoto vive ressentido pela morte da mãe que, quadrinhos? segundo Robin, poderia ter sobrevivido se eles tiAo longo do mangá acompanhamos os postuvessem mais dinheiro e assim embarca no sonho lados teóricos apresentados por Marx de forma capitalista ao ser convencido de seu potencial por romantizada. A mais valia, o valor agregado um grande investidor chamado Daniel. do trabalho ao produto, valor de uso e trabalho
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ZineMangá E aos defensores de que não podemos ter ideologias em nossos filmes, quadrinhos ou mídias de “divertimento”, saiba que há ideologia em tudo, os jornais e propagandas, as novelas e os filmes mais rasos que assistimos, todos refletem os posicionamentos de seus idealizadores, visões de mundo que o diretor, produtor, jornalista editor ou dono da emissora quer passar. Ter acesso a obras como O Capital, essa adaptação em mangá ou a obra original de Karl Marx não é uma forma de doutrinar, mas de apresentar Outro elemento bem intevisões diferentes que nos permiressante é que no momento que tem refletir sobre nossa realidaRobin começa a refletir sobre a Fragmento de O Capital de, questionar o mundo em que exploração que impõe aos seus empregados, pensa também em sua própria si- vivemos e assim lutar por direitos, novos ou simtuação. Dono de uma pequena fábrica, acha que plesmente para mantê-los. A história se desenvolve com o garoto da fazenda firmando acordo com frio empreendedor e, para conseguir pagar o auxílio, passa a tocar sua fábrica de acordo com os ensinamentos de Daniel: máximo lucro com custo mínimo, mesmo às custas da saúde dos trabalhadores que comanda. Em paralelo à trama principal do Robin, presenciamos alguns momentos da vida de Karl, um de seus trabalhadores que começa a questionar a exploração e chamar outros colegas para se conscientizarem.
comanda a força de trabalho em prol de seu próprio enriquecimento, mas é nesse momento que percebe que pequenos e médios empresários não estão “por cima da carne seca”, pois também são explorados por seus investidores, empresários e bancos, os verdadeiros predadores do capitalismo.
A adaptação apresenta conceitos que nos levam a questionar e refletir sobre a situação em que nos sujeitamos todos os dias. Em tempos de revisão das leis trabalhistas, ou melhor, fim da proteção do empregado, onde o empregador pode coagir um trabalhador a se sujeitar à diferentes níveis de exploração. Esta é uma leitura leve, mas obrigatória. Cansamos de ver nos telejornais a propaganda de que um trabalhador não precisa de horário de almoço, ele pode comer um sanduíche com uma mão enquanto aperta o parafuso com outra. Empresas que obrigam seus funcionários à venderem suas férias com a desculpa que eles vão ganhar mais dinheiro, mas na realidade só querem o explorar ainda mais. Enfim, esse mangá é bastante interessante por apresentar, de forma didática e leve, conceitos que nos levam a questionar e refletir sobre a situação em que nos sujeitamos todos os dias.
Fragmento de O Capital
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Orcs Gladiadores no Império Romano Gladiadores e criaturas fantásticas na mais nova antologia de Masasumi Kakizaki.
O cenário do Império Romano já foi muito utilizado pela indústria do entretenimento, mas já faz um tempo que ele aparece apenas de forma tímida e esporádica, ainda mais em obras orientais onde eu desconheço qualquer obra que se inspire nesse período histórico (se você conhece, deixe nos comentários por que eu me interesso). Até que em 2013, em uma resposta surpresa sobre um possível tema de história seriada feita pelo editor da Shonen Subday, o conhecido autor de Seinen Masasumi Kakizaki sugere sem muita esperança Império Romano com fantasia. A inspiração, claro foi Espartacus com pitadas de Gladiador, guerreiros que buscam a liberdade, mas são forcados a batalhar todos os dias pela própria sobrevivência apenas para o divertimento de quem os assiste. Nesses primeiros três volumes que a Panini já publicou, no total foram lançados até o momento quatro no Japão, acompanhamos dois arcos de histórias independentes e fechados, embora se interliguem de forma referencial.
Minotauro é um humano. O arco seguinte vai abarcar os segundo e terceiro volumes e contar a história de quatro amigos separados pela invasão romana à sua aldeia. Todos os arcos, pelo menos até o momento, se passam no primeiro século cristão e narram eventos específicos e épicos de personagens em busca de liberdade e auto conhecimento. Os desenhos mais realistas de Kakizaki, herdados de seu tempo escrevendo Seinen, tornam também a violência com que os fatos são narrados mais reais. Mas o grande diferencial é a forma, ainda que episódica, interligada da narrativa e imersa nesse cenário da antiguidade misturado à seres fantásticos como minitauros e dragões (ainda que wyverns não são dragões, mas serve pra ilustrar).
Enfim, uma ótima escolha da Panini para publicar uma ótima história que pode se desenvolver por muitos e muitos volumes, ao mesmo tempo que convida novos leitores a cada uma ou duas edições pelo caráter antológico. Ótima No primeiro temos o humano Fynn e seu trei- história, e já estou esperando pelo quinto volume nador Durandal, um Wyver vindo da distante recentemente lançado no Japão. Albion, são forcados pelo imperador à se confrontar. Em apenas dois capítulos conhecemos as motivações e desejos mais profundos dos personagens e um fim épico tornando-os lendas da resistência. No segundo arco, contado me quatro partes, acompanhamos os irmãos gregos Talos e Zenos, um Capa brasileira da primeira edição de Bestiarius
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