Jack of all Trades - p.14
Rio de Janeiro - terror e medo - p.15
Horror independente Spring - p.12
Terapia - Petisco - p.11
QUADRINHOS, FILMES, SÉRIES E TUDO SOBRE O UNIVERSO NERD
Edição 001 - Outubro de 2017
Perfil: bastidores de criação e as adaptações do Gigante Cimério Conan. p.4
Expediente Edição 001 - Outubro de 2017 -------------------------------------Editor Presto Gaudio Editor de arte
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Debate cultural de qualidade
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s revistas voltadas para o público nerd tiveram seu auge nos anos 90, quando encontrável nas bancas revistas como Herói, Dragão Brasil, Sci-Fi, Animax, SET, Heróis do Futuro, Wizard, e muitas outras. Com a democratização da internet muitas dessas revistas foram canceladas, pois a velocidade que o público exigia de ler as notícias não correspondia à espera de uma edição mensal. Com o tempo, o mercado foi se ajustando e atualmente algumas dessas revistas reapareceram de forma digita ou até em versões físicas.
A SET deu lugar à revista Preview como principal publicação sobre cinema; a Wizard virou uma inspiração para o blog Wizmania da Panini; surgiu a Mundo dos Super-Heróis, atualmente a principal revista sobre quadrinhos e assuntos relacionados; e até a saudosa Dragão Brasil, voltada para os jogadores de RPG, encontrou seu espaço no universo das publicações digitais. Nerd Review vem se juntar à essas publicações com uma proposta um pouco diferente, a intenção aqui não é ler notícias, o ritmo de uma redação não tem como acompanhar a velocidade que os produtores da Warner mudam de ideia, apenas para dar um exemplo. Por isso, a proposta é produzir análises de quadrinhos, filmes, séries, livros e assuntos relacionados, um lugar onde será possível visitar para buscar referências sobre um ou outro produto antes de efetivamente embarcar nele. Por isso, convido a todos os interessados nesse universo tão interessante, e que acompanhamos a tanto tempo, a ler essa publicação e mandar mensagens para a redação, para que possamos troca ideias e dar continuidade à revista. Sejam bem-vindos.
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Perfil - Bastidores e adapatações de Conan
04 Sessão de Terapia
11 Comédia de espionagem Vitoriana
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Mochilão pela Europa
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Medo na cidade maravilhosa
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PERFIL
O Gigante Cimério
Conan Para inaugurar a reportagem principal da Nerd Review, resolvi assumir o desafio de traçar o perfil dos bastidores de um dos personagens mais icônicos do século XX. Acompanhe esta viagem para as origens da Era Hiboreana, conheça um pouco mais sobre este personagem com mais de 80 anos de história, com vocês o gigante cimério, Conan. A ideia para a pesquisa e elaboração deste artigo focado no Conan é justamente aproveitar o retorno do personagem às bancas pela coleção da Editora Salvat. Como o personagem ficou por um bom tempo restrito às não tão acessíveis edições da Mythos, seja pela dificuldade em encontrá-las, ou mesmo pelo preço de capa, o personagem acabou desaparecendo para os leitores mais jovens. Criado
Pulp
que temos a constituição de um novo subgênero literário conhecido por Espada e Feitiçaonan é uma criação de Robert E ria que iria inspirar muitas obras no futuro. Roward, um texano nascido em 1906 É interessante que seus contos não resque se embrenhou na difícil arte da escrita por meio das revistas Pulp da década peitavam um desenvolvimento cronológico, de 1920 e 1930. Responsável pela criação de as histórias eram lançadas, principalmente vários personagens de sucesso sua principal pela revista Weird Tales, sem obedecer uma criatura foi o Cimério Conan o qual pode- sequência lógica de acontecimentos. Não hamos encontrar mais de 20 contos publicados via uma preocupação por parte do autor em ao longo de sua curta vida e obras inacabadas apresentar uma longa história seriada, mas contar passagens da vida de um bárbaro nôou publicadas posteriormente. made nessa época inóspita. São contos de aventura que se passam em Esses contos do Robert Howard foram um tempo mítico entre a era de Atlântida publicados diversas vezes, inclusive aqui no e o período histórico que vivemos. Uma estratégia que o Howard utilizou para criar Brasil, mas não são tão fáceis de se enconcontos de magia, mas que ainda se passassem trar. Os mais recentes e foram lançados pela no nosso mundo. O sucesso foi tão estrondoso Conrad em dois volumes no ano de 2006 e
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nas literatura
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pela editora Generale em 2012. No entanto, ainda não tivemos nenhuma publicação do tipo "obra completa". Passada essa fase, Conan e outros personagens do Howard foram sendo revisitados principalmente em composições artísticas para as capas dos livros do personagem, em especial vale destacar o artista Frank Frazetta que, por muito tempo, definiu a representação visual do Conan.
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Weird Tales com a história Rainha da Costa Negra de maio de 1934
gigante sobrevive em outras mídias
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personagem migrou então para outras mídias, primeiramente para os quadrinhos entre 1952 e 1966 de forma não oficial no México. Em seguida teve uma longa vida na editora Marvel entre as décadas de 1970 e 1990. Por fim, desde 2003 o cimério se encontra nas mãos da Dark Horse. Entrarei em mais detalhes ao longo do texto, mas antes seria interessante conhecer os filmes.
Conan - o Aventureiro com capa de Frank Frazetta. Década de 1960.
O personagem ganhou mais notoriedade ainda com os dois filmes estrelados pelo então desconhecido Arnold Swarzenegger produzido por Roy Thomas que também ajudou no roteiro da continuação. Conan - o Bárbaro de 1982 e Conan - o Destruidor de 1984 fizeram sucesso, mas ao focar apenas na força física do personagem perdeu uma das principais características que é a inteligência e capacidade estratégica. A franquia terminaria em um terceiro filme, de nome Conan - o Conquistador em 1987, mas pro atrasos e a a obrigação de Swarzenegger participar por contrato de mais uma sequência ter expirado, ele não aconteceu. Uma jogada de negociação fez com que o ator participasse de Red Sonja, mas com o nome de Lord Kalidor. E o roteiro do terceiro filme foi adaptado para Kull - o Conquistador, com Kevin Sorbo em 1997. Arnold Swarzenegger em Conan - O Bárbaro (1984)
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PERFIL
Jason Momoa em Conan - O Bárbaro de 2011
Em 2011 houve uma tentativa de ressusci- e deve ser lançado ano que vem. Promete ser tar a franquia com Jason Momoa no papel um mundo aberto de sobrevivência que perde Conan. Mas o filme fracassou nas bilhe- mite e explorar todos os continentes da Era terias. O filme não é ruim, na realidade ele apresenta um personagem muito mais próximo do idealizado por Robert Howard é parecido com a versão mais esbelta dos primeiros anos de aventura do personagem, além de demonstrar pensamento estratégico apurado. Porém, o vilão foi mal desenvolvido e as sequências de ação finais mais parecem videogame que uma aventura do Conan e somado à imagem do Swarzenegger, ainda presente no imaginário popular, as continuações previstas foram canceladas. Há ainda o rumor de novas adaptações, inclusive trazendo de volta o Swarzenegger, no entanto as negociações ainda estão muito nebulosas. O Conan ainda estrelou duas séries animadas em 1992 e 1997, com 13 e 22 episódios respectivamente. Oito jogos virtuais, o último deles, Conan Exiles, está em desenvolvimento
Série animada Conan - O Bárbaro (1992)
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Hiboriana com diferentes personagens criados pelos jogadores. Dois jogos de tabuleiro e módulos de expansão para cenários e criação de personagem em sistemas de RPG como D&D e GURPS.
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Bárbaros
em quadrinhos
entrada do Conan na Marvel foi cercada de resistência, havia uma demanda bastante interessante por parte dos fãs de adaptações de grandes clássicos como Tarzan, John Carter e até Senhor dos Anéis. Claro que a obra do Tolkien não foi quadrinizada, pois a família sempre foi muito resistente quanto às adaptações, mas a Marvel começou a arriscar na criação de universos expandidos desses clássicos literários. Mais tarde eles teriam franquias como Planeta dos Macacos, Star Wars e Indiana Jones.
O Conan não foi a primeira escolha da Marvel para se aventurar no gênero da Espada e Feitiçaria A versão de uma “Espada e Feitiçaria” ficou a cargo de Roy Thomas que inicialmente tentou trazer o personagem Thongor do Lin Carter, por se frustrar ao tentar ler um 8
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dos livros do Robert Howard que seria a primeira opção. Porém, devido a entraves de negociação entre o agente literário de Carter e o dono do dinheiro Martin Goodman, a ideia acabou ficando de lado. Roy Thomas então entra em contato com a Fundação Robert Howard e fecha um acordo com valor acima do estipulado por Goodman. Temendo ser despedido, resolve assumir os roteiros, além da editoração, para cobrir os gastos a mais pela contratação por apenas algumas edições. Mal sabia ele que ficaria à frente do personagem por duas décadas nos mais diferentes títulos que o Conan ganhou, além de participações pontuais nos anos 1990. Nessa primeira fase do Conan temos principalmente adaptações dos contos do Robert
Conan - The Barbarian n01 Outubro de 1970
PERFIL Howard e algumas histórias inéditas publicadas em Conan the Barbarian. Aqui as histórias são bem modificadas em relação à obra original pois Roy Thomas já demonstrava tentar criar uma continuidade cronológica similar aos personagens super heroicos da editora. Barry Windsor Smith assina a arte com finalização de Sal Buscema, mas ele não foi a primeira escolha que estava entre o John Buscema e o Gil Kane, ambos caros de mais para os padrões de Martin Goodman. A revista teve uma ótima aceitação entre o público, ávidos por mais histórias do personagem, quatro anos depois foi lançada a Savage Tales. Mais uma aposta arriscada de Roy Thomas, pois agora iria testar um formato maior que o comum para as publicações da editora e em Preto e Branco. As histórias também teriam um teor mais adulto tanto em relação à violência quanto a nudez. Barry Windsor Smith assume a arte, embora Gil Kane e Jim Starlin também fazem suas contribuições. A revista era um Savage Sword of Conan n 1 - agosto de 1974 piloto bimestral que durou apenas cinco edições, apenas para dar início a outra série lonOutros roteiristas passam pelo personageva e publicada nos mesmos moldes, a Espa- gem como Timothy Truman, que também da Selvagem de Conan. Mas desta vez com os faz os desenhos de algumas edições. Assim desenhos do John Buscema. como Joe Kubert, Cary Nord e Thomas As revistas foram até meados da década Yeates. de 1990 e vários artistas e roteiristas contaNesse novo momento do Conan temos hisram suas histórias nesse tempo. Conan the tórias mais ágeis e com uma narrativa gráBarbarian teve 275 números e mais 12 anu- fica mais visual e menos verborrágica. Pesais, enquanto Savage Sword of Conan foi até soalmente eu gosto de ambos momentos do o número 215. Além de outros títulos como personagem, como se fossem dois universos Conan Rei, Rei Conan, e diversas séries e mi- paralelos, cada um com sua característica, nisséries. mas ambos apaixonantes. 0
Em 1995 o último número de Espada Selvagem foi lançado e sete anos depois o personagem voltaria com um título próprio em uma nova editora: Dark Horse. Fãs do personagem ficam responsáveis por readaptar toda a Era Hiboriana para os leitores do século XXI. É essa nova adaptação fica a cargo inicialmente de Kurt Busiek, autor já renomado dos quadrinhos, mas que cresceu lendo as aventuras do Cimério na Marvel.
Aqui no Brasil grande parte das histórias da Marvel foi publicada pela editora Abril ao longo das décadas de 1980 e 1990. Mas que também foi lançado pela Bloch, Graúna, Roval, Gorrion, Minami e Cunha. É mais recentemente alguma coisa pela Mythos. Uma curiosidade é que a edição única publicada pela Graúna não era oficial, então o nome Conan foi trocado para Hartan. Outubro de 2017
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Enquanto que a Era Dark Horse é encontrada em edições simples ou encadernados pela Mythos.
Conan - A Lenda (2017)
Vale lembrar que a fase clássica em PB da Espada Selvagem de Conan está sendo relançada como coleção da editora Salvat. Serão 70 edições que atualmente está em fase de testes apenas em algumas cidades, mas em março ou abril de 2018
deve chegar às bancas do Brasil todo. Há a dúvida se terá assinatura ou não, mas provavelmente deve ter, já que é uma pratica comum da editora. O valor de capa a partir da terceira edição e de R$ 42,90 obedece o formato original e vem em papel off-set com boa gramatura sem deixar vazar a impressão PB. A boa tradução favorece uma leitura fluida e sem apresentar aqueles soluços e entraves que encontramos em más traduções. Os extras são interessantes com capas, arte original, biografia dos autores, introdução que contextualiza a história e um texto de Lin Carter que explica sobre o contexto de criação, a vida do autor e a importância do personagem para a na formação do subgênero Espada e Feitiçaria.
Mapa da Era Hiboreana
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QUADRINHOS A arte dá ainda mais vida à narrativa, cada sentimento, cada viagem à mente do estudante é mostrada de forma a amplificar a imersão do leitor. Medo. Dúvida. Raiva. Confusão. Saudade. A forma como Mario Cau concebe as sessões, com técnicas e formas de representação variadas, transporta o leitor para uma
Sessão de Terapia Próximo do fim, Terapia deve ganhar mais um encadernado em breve
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ançada inicialmente no site Petisco em 2011 e posteriormente encadernado em um volume físico, Terapia conta a história de um estudante universitário que não se encaixa no mundo em que vive. São dilemas e contradições comuns a todos nós, mas que atinge o personagem principal de tal forma C apa d o prime iro volu que ele precisa de ajuda profissional. Rob me de T erapia Gordon, Marina Kurcis e Mario Cau se uniram para criar essa história com um interessante embasamento teórico em psicologia. auto-análise. Ao aliar a forma que a narrativa é conduzida com a diagramação e a diversidaNa história acompanhamos as sessões sede de técnicas de ilustração com o Blues, tudo manais de terapia de um estudante sempre de maneira orgânica, torna o volume uma excom Blues de pano de fundo que, além de periência sinestésica de autoconhecimento. ser o preferido do personagem principal, dá o Enfim, quem quiser passar por essa experitom da narrativa. Conquistando o leitor que a ência é só acessar o site do Petisco ou procucada capítulo pode se reconhecer em questionamentos que muitas vezes são internalizados. rar a revista nas livrarias, o primeiro volume Assim, Independência emocional e financeira; foi lançado em 2013 graças a uma campanha expectativas que colocamos e nos colocam; ou bem-sucedida no Catarse. A história continua situações que criamos em nossa mente e que no site Petisco com diversas páginas inéditas nada tem a ver com a realidade. De forma que e de leitura gratuita já foram publicadas e cada parte da história provoca no leitor um estão próximo do encerramento. Quem sabe autoquestionamento que o aproxima dos acon- em breve o segundo volume não seja lançado impresso? Ficamos na expectativa. tecimentos de Terapia. Outubro de 2017
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As referências à mitologia são sutis, mas aparecem à todo momento
Destaque para a fotografia das locações italianas
Mochilão pela Europa Produção independente que mistura terror e romance conquista festivais pelo mundo, Spring se destaca entre os milhares de filmes found footage que são lançados a todo momento no mercado.
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FILMES essa narrativa o espectador passa a conhecer melhor a cidade e seus bizarros e recorrentes incidentes que sugerem a existência de algo obscuro na localidade.
Metamorfose da Primavera
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Evan e Louise se conhecem e passam a se encontrar. Não, não é uma comédia romântica, mas aos poucos descobrimos junto com o protagonista que Louise parece usar alguma droga injetável. Que revela, quando confrontada que ela precisa daquilo periodicamente para evitar se transformar em uma estranha e grotesca criatura. Ela teria cerca de 2.000 anos de idade e a cada 20 anos rejuvenesce em um ciclo bizarro de gravidez. A história prossegue com o desenvolvimento da relação dos personagens e a descoberta do passado de Louise, embora não se fale o nome da criatura, elementos jogados ao longo da narrativa sugerem que ela possa ser a mítica Scylla. Mas os próprios autores evitam afirmar qualquer coisa pois ao brincar com as formulas do terror conseguem contar uma história de relacionamentos colocando a mulher como grande protagonista das transformações
rimavera é uma produção americana de baixo orçamento que se passa em um vilarejo da Itália. O roteiro é de Aaron Moorhead e Justin Benson, esse último também responsável pela direção, a dupla, embora tenha produzido pouca coisa é reconhecida como promissora e essa obra mostra bastante isso. A premissa do filme é simples: um jovem que está passando um momento conturbado em sua vida resolve viajar para a Uma história que flerta com o horror, Itália onde se envolve com uma garota de um pequeno vilarejo, porém ela guarda um segre- a ficção científica e a fantasia do obscuro e ancestral. Definitivamente Primavera não é um lanO filme é de difícil definição, a dupla elaçamento comercial, e talvez devido a isso que bora uma história que flerta com o horror, a ele ainda não tenha sido lançado oficialmente. ficção científica e a fantasia de forma harmoNo entanto, seu desenvolvimento lento e graniosa e surpreendente. Se tornando uma obra dual que não se apega à sustos, mas tem suas completamente fora da curva das atuais prodoses de grotesco que servem perfeitamente à duções de terror que se afogam na formula do história dão à obra um tom de originalidade. found fotage ou das inúmeras refilmagens, reÓtima fotografia e atuação convincente que boots e spin-offs. É um estudo do gênero, que perde um pouco de peso em certos momentos surpreende a cada expectativa. onde os diálogos não ficaram bem orgânicos. Acompanhamos Evan (Lou Taylor Pucci) Primavera foi exibido no Brasil em 2015 no que viaja como mochileiro para Itália em um Fantaspoa, o Festival internacional de fanpitoresco e cosmopolita vilarejo conhece Louise tasia em Porto Alegre, no entanto sabemos (Nadia Hilker). E decide ficar uns tempos que existe outras formas de encontrar essas na cidade, sai do hotel, passa a trabalhar em produções obscuras, vale a pena dar uma conuma fazenda durante o dia e a noite tenta referida. encontrar a misteriosa garota. Em paralelo a
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SÉRIES Comédia de espionagem Vitoriana
era impedir o avanço das tropas de Napoleão no domínio do mundo.
Auxiliado por Mrs.Emilia Smythe Rothschild (Angela Marie Dotchin) Bruce Campbell estrela série de espionagem no século , uma espiã inglesa que mantém a apaXIX em Jack of all Trades rência de uma importante, mas independente, dama. O ajuda ora nas missões, ora com diferentes e bizarras invenções. Jack chega a ilha disfarçado como um rico comerciante, e quando necessário “In 1801, the Revolution had been won, and Uncle Sam’s favorite son, had a job that needed done. assume a identidade de uma lenda local, o Daring Dragoon, uma mistura cômica de Which brought Jack to a lady, both beautiful and Batman com Zorro e Robin Hood. Suas smart. Who found his mix intriguing, a scoundrel with a heart! missões vão aos poucos conquistando a população local ao ridicularizar a milíFrom the Halls of Montezuma, to the shores of Tripoli There was never a leatherneck braver, a daring cia francesa que controla a ilha. dragoon is he!
He’ll halt the bold advance of Napoleon’s attack There ain’t a French or Pirate rogue Who Don’t Know Jack! From the Halls of Montezuma to the shores of Tripoli Sailin’ ‘round the bloody world to defend democracy. And if ya’ think a better man ya’d trust ta watch yer’ back, just ask the bloke right next ta ya’ (damn right!) It’s Jack!”
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cimado temos a letra da divertida e contagiante música que indicava o início de mais um episódio de Jack of All Trades. Esta série passava na virada do século, e eu assistia em um bloco junto com Cleópatra2525 no canal por assinatura USA entre 2000 e 2001. Produzido por Sam Raimi, tem como protagonista seu amigo de longa data e astro dos filmes Jack e Mrs. Emilia Smythe Rothschild em missão B: Bruce Campbell. Neste programa, Bruce é um agente secreto enviado pelo A série trabalha de forma interessante a recém criado governo americano para ilha comédia com elementos de ação combinando de Palau Palau no sul do Pacífico. Sua missão a luta contra o crime e anacronismos, são diversas liberdades criativas que ridicularizam não só Napoleão como a Inglaterra ou mesmo os EUA. As invenções de Emília tornam o ambiente um pouco steampunk western com maquinas a vapor e gadgets diversos. Infelizmente a série durou apenas duas temporadas, com 14 episódios na primeira e apenas 8 na segunda, foi cancelada sumariamente pelos executivos da Fox sem maiores explicações. Cena de abertura de Jack of all Trades
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LITERATURA
Medo
na cidade Maravilhosa
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ublicação independente do selo Guardião, um coletivo de escritores cariocas que vem atuando em um site próprio contando histórias de terror e responsáveis por publicações infantis explorando o gênero do terror. Neste livro, o grupo se juntou para contar seus contos, 13 pequenas histórias contadas ao longo de cem páginas, ambientadas na cidade maravilhosa.
outros: A Noiva de Jacarepaguá, na qual Elaine Michele apresenta o espírito de uma noiva que nunca se casou; e o Cavalo Branco, de Paulo Ballado, que sempre aparece para evitar (ou causar) acidentes na Rua Bom Pastor. No entanto, o que mais me chamou atenção foi o design editorial do livro. Impresso no formato padrão, mas em papel de alta gramatura, tem nos mapas seu grande trunfo. Para ressaltar a importância do Rio de Janeiro no livro, cada conto se passa em uma região específica da capital carioca, e para não ficar apenas como algo subjetivo, na contracapa e sumário temos um mapa da cidade indicando onde cada conto se passa. Além disso, para manter esse clima de ambientação, cada início de capítulo, vemos em destaque, o cenário daquele conto; de forma que, mesmo quem não mora na cidade, consegue identificar o local que a história se passa, dando um peso de realismo ainda maior para o leitor. Gostei.
Os diferentes autores preservam suas identidades ao mergulhar no gênero de formas diferentes, trazendo diversidade no quesito abordagem de forma bastante interessante. Assim, podemos acompanhar desde temas sociais com críticas (mais ou menos claras) à situações políticas, étnicas ou de gênero, até contos que partem mais para o escapismo ao interpretar uma lenda ou dramatizar uma notícia de jornal. Devido à diversidade de autores, o livro sofre com o típico problema das coletâneas, altos e baixos na qualidade ou inventividade dos contos, mas felizmente com saldo positivo. Circulando pelo gênero do horror, alguns contos flertam com a comédia, outros são mais realistas, há ainda os quase surreais, mas nenhum realmente me desagradou. Como já mencionei, são histórias pequenas, então grande parte das melhores histórias se destacam pelo apreço à ambientação, como é o caso de A Construção do Metrô, de Fabiano Costa, sobre os primeiros testes da linha 2 do metrô do Rio de Janeiro. Mas destaco ainda Outubro de 2017
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