Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. UNIVERSIDADECRUZEIRODOSUL CURSODEJORNALISMO ADRIANAHERRERASIMIONI TRABALHODECONCLUSÃODECURSO SãoPaulo 2021 1
ADRIANAHERRERASIMIONI INVESTIGAÇÃONASRELAÇÕESDOTRABALHODA JORNALISTALGBTEMEVENTOSESPORTIVOS
São2021Paulo 2
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. UNIVERSIDADECRUZEIRODOSUL CURSODEJORNALISMO
Relatório de fundamentação teórica e metodológica apresentado ao curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, para obtenção de bacharel em Jornalismo. OrientadopeloProf.Me. LuizVicente.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos da Pricefy por terem me apoiado e compreendido cada momento neste longo percurso de descoberta e aprendizado. Mas, principalmente agradeço ao Felipe e a Izabelle por escolherem ser parte desta minha jornada, foi fundamentalocompanheirismoeamparo.
A Deus pela minha vida e por ter me permitido ter saúde para realizar este sonho.
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Ao meu orientador Prof. Me Luiz Vicente e meu grupo por toda paciência e apoionessaretafinal.
A todos os professores que tive a honra de conhecer e ser aluna, contribuindo muitoparameuprocessodeformaçãoprofissional.
AomeusobrinhoLeandropoisnosmomentosmaisdifíceisfoiaminhaluz.
A minha família, especialmente a minha irmã Regina que sempre acreditou em mim.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las! FrançoisMarieArouet(Voltaire)
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Palavras-Chave:homofobia;LGBT;esporte;futebol;jornalismo;mulher
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
RESUMO
O propósito do projeto é apresentar uma análise cuidadosa em relação à segurança da mulher LGBT e profissional jornalista, atuando em eventos esportivos.O foco principal do estudo é futebol masculino, por se tratar de um campo majoritariamente masculino e heterosexual, o comparativo e investigaçãoébaseadaem situaçõesconstrangedorassofridaspormulheres.
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DOCUMENTAÇÃO 17
Linkdocumentário 73
Termodeusodeimagem-OnãRudá 19
ACERVO 73
Trabalho
APRESENTAÇÃO
DIÁRIODECAMPO 71
ORÇAMENTO 16
ROTEIRO 67
INTRODUÇÃO
de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
TranscriçãoGustavoBandeira: 56
ANEXOS 72
CONSIDERAÇÕESFINAIS 12
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TranscriçãoMayraSiqueira 36
SUMÁRIO
RESULTADOS
DescriçãodoProduto 14 Estratégiasparaadefinição 14 Públicoaseratingido 14
REFERÊNCIAS 12
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TRANSCRIÇÕESCOMPLETAS
TranscriçãoOnãRudá 48
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PLANOESTRATÉGICO 14
CRONOGRAMA 15
REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO 10 11
FUNÇÃOINDIVIDUAL 15
Termodeusodeimagem-JoãoAbel 17
TranscriçãoJoãoAbel 20
Termodeusodeimagem-MayraSiqueira 18
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APÊNDICE 14
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Validando possíveis preconceitos e pautando o porquê muitas vezes os homens
Mas como machismo e sexismo existem em qualquer local, não será diferente quandooassuntoéhomofobia.Ecombasenestetema,esteprojetotraráumavisão dos bastidores, quando a profissional de jornalismo está exercendo a profissãoem um mundo atípico a sua realidade. A pesquisa será focada no mundo do futebol onde é quase que dominada pelo sexo masculino e heterossexual, tanto por profissionaisquantoportelespectadores.
Com o relato dos acontecimentos como o citado acima, o foco do estudo traz pautas e levantamentos sobre o questionamento: O quanto as empresas realizam o seu papel, cumprindo e protegendo os profissionais jornalistas mulheres e LGBT em suas funçõesemfrentedascâmerasenosbastidores?Oquãopossíveléconfiar na instituição para garantir a integridade física, psicológica e moral da sua profissional, e como essas mulheres gays se sentem confortáveis e seguras em exercersuasatividades?
Nos temposatuaisépossívelassistirsituaçõesconstrangedorasemmatérias esportivas na televisão, até pouco tempo os insultos e desrespeitos em frente das câmeras eram comuns e levados com tom de “brincadeiras”, atualmente asmídias digitaistemajudadomuitoanãodeixargracinhaspassaremdespercebidas.
Será usado como ponto de partida os acontecimentos contra a integridade das mulheres na copa do mundo de 2018, onde diversas jornalistasforamassediadase desrespeitadas em frente das câmeras enquanto trabalhavam. Foi necessário mobilização das mesmas via redes sociais, para que fossem ouvidas. Por volta de 50mulheresjornalistassubiramamarca#Deixaatrabalhar,esóapósessa comoção importantesredestelevisivasvieramasepronunciareapoiá-las.
INTRODUÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
APRESENTAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. heterossexuais se sentem incomodados ou até mesmo ofendidos de trabalhar com uma mulher e gay A defesa é deformaagressiva,invasivaoucompiadasegestos desnecessários. De que modo a grande mídia entende isso como problemaeareal gravidade em omitir-se diante de um assédio por um telespectador contra uma da jornalista LGBT no momento em que trabalha, por exemplo, em um jogo de Ofutebol.segundo questionamentoserásobreasrotinasechefias,seéseguidoocódigode Ética do Jornalismo. Afinal, se tais assédios aconteceramcontramulheresemuma CopadoMundo,precisaser autenticadaasegurançadela.
1Pioneira em coberturas de jogos de futebol Um dos episódios negativamente marcantes de sua carreira foi quando tentaram retirá la do vestiário do time do São Paulo, simplesmente por ser mulher e não tinha permissão para entrar no local Em 1984 teve uma desavença profissional com Milton Leite, após sofrer episódios de mansplaining do colegas de profissão
Realizandojornalistas.
Quando falamos da área de esporte, focando no jornalismo esportivo temos a clareza que é um ambiente quase que tomado só por homens heterossexuais, por muitos anos era um terreno somente deles. E como fato verídico temos a história da jornalista RegianniRitter ,queconquistouseuespaçoporvoltadosanos80no1 jornalismo esportivo, e mesmo assim sofreu preconceito por parte de colegas
um comparativo rápido: se foi complicado para Regianni, pouca coisa mudou após 40 anos. Com uma pesquisa rápida nos meios de mídia digital é possível encontrar o quanto mulheres heterossexuais sofrem por participar ou
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É de extrema importância falar sobre as minorias, com o passar dos anos essa pauta torna-se mais presente no cotidiano dos brasileiros, muito por conta de movimentos sociais.Com o avanço da internet esse posicionamento tornou-se obrigatório e quando não é tratado comaimportânciaquemerece,osresponsáveis sãojulgadosporboapartedopúblicocomoumatribunaonline.
● Gustavo Andrada Bandeira: Graduado em pedagogia, professor no curso de Especialização emJornalismoEsportivonaUniversidadeFederaldoRioGrande do Sul (2012-2013) Autor do livro “Uma história do torcer no presente: elitização, racismo e heterossexismo no currículo de masculinidade dos torcedoresdefutebol''.
● Mayra Siqueira: Professora do curso de pós-graduação deJornalismoEsportivo da Universidade Cruzeiro do Sul. Trabalhou 3 anoscomocomentaristadocanal Sportv e sete anos de reportagem na Rádio CBN, Nas Rádios Globo eCBN,de 2011 a 2017, trabalhou como repórter, apresentadora, produtora e âncora dos programas esportivosenacoberturadeeventosespeciais,comoCopadoMundo eOlimpíadas.Ex-nadadoraprofissionalehomossexualassumida.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. apresentar programas de esportetelevisivo,pormuitasvezespiadinhasmachistase o desinteresse em suas falas, com tom de descredibilizaracapacidadeprofissional da mesma. Hoje os programas “mesa redonda” conta com presenças femininas, meio que como seelafossepartede“cotas”,poisaindatemumlevetomde“clube do Parabolinha”.construção desta pesquisa e entender este mundo futebolístico, jornalístico e pensar em futuro, foi feita a entrevista com 4 profissionais referências. Todas por videoconferência: chamadas em vídeo Zoom. Estas entrevistas foram realizadas entre os dias 10 de outubro de 2021 e 30 de outubro de 2021, levando emcontaa disponibilidade de horários das/os entrevistadas/os. As pessoas que se disponibilizaramafalarforam(porordemdeentrevista):
● João Abel: Social media, editor e apresentador do Drops, programa diário nos stories do Instagram do Estadão. Bissexual assumido e autor do livro “BICHA: Homofobia estrutural no futebol’, publicado em 2019, sobre a repressão a LGBTs no esporte. E coautor de ‘O Contra-Ataque: o futebol é uma manifestaçãocultural.
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
[ ] estruturalmente a figura da mulher lésbica ou da mulhercommulherou casalhomoafetivofeminino,existeumamísticaemvoltané,éumacoisaque muitas vezes acaba sendo utilizado é até pra para erótica de ,hã, interesse masculino Então já, já, já é uma coisa que é mais fácil de, de aparecer né É, e também porque o peso em cima das mulheres homossexuais é muito mais leve na nossa sociedade, nãoquerdizerquenão existaeobviamenteexistemuitopreconceitoemuitahomofobiatambém[ ] (MayraSiqueira,2021)
Acompanhei muito pouco, sempre algo do meu interesse próprio, se nãoter um quadro ou um programa específico, matérias específicas, então em alguns casos a gente chegou a ver algumas matérias sendo feitas e geralmente focando em relações homoafetivas, o atleta é… assumidamente homossexuaismulheres,atéporsermuitomaisfácildeacontecer,maséalgo também que acaba sendo um assunto ainda tabu, um assunto que é,édifícil
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● Onã Rudá: Jovem LGBTQ, anti-racista que luta por justiça social e contra as opressões. Escreveu a Lei Teu Nascimento (que pune LGBTfobia emSalvador) e o PL Millena Passos (que tramita na ALBA), Fundador da LGBTricolor (torcida LGBT do Bahia) e um dos fundadores do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQs, Coordenador da Área de Esportes da Aliança InternacionalLGBTi,eCriadordeConteúdo.
REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO
No projeto, será aprofundado o raciocínio que mulheres começaram a ganhar seu espaço na televisão em programas de mesa redonda, mas para mulheres gays no jornalismo esportivo o caminho ainda será mais longo. Utilizando nesse primeiro momento a teoria de agenda-settings, onde as grandes midias ditam os temasaseremincorporadospelapopulação em seus discursos e práticas, e homossexuais ainda nãoestánapauta,mesmosabendo,existe um o teor sexual encima de uma mulher lésbica, “é bonito desever”mas,nãoparatrabalhar junto. Como a entrevistada Mayra Siqueira bem posicionou em um dos seus comentários na entrevista:
E por esse motivo programas com essa temática não são populares, ao ser questionada sobre lembravadealgumprogramacomessediscursosapopulação,Mayrarelatou:
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
A pauta é necessária pois tem o intuito de enfiar o dedo na ferida, mostrando que todos independente de gênero, orientação sexual pode ser sênior em um assunto quase que majoritariamentemasculino.
Um dos pontos de análise e discussão é relacionado aos filtros de assuntos abordados nos conteúdos veiculados com objetivo de direcionar aatenção,ligadaàteoriaNewsmaking.Que teráumbasamentoemelhoresestudosfuturamente.
RESULTADOS
Apósfrequentes.uma análise cuidadosa e atendo aos fatos, houveram grandes repercussões na mídia sobre o assunto, mas ganhando força somente com a ajuda de redes sociais e hashtags. Um dos casos mais impactantes analisados foi o dajornalistaRenataMedeiros,daRádioGaúcha, que foi agredida verbalmente e fisicamente por um torcedor homem dentro do estádio de futebol, em 2018. No mesmo ano tivemos vários relatos da Copa do Mundo na Rússia,onde
E quando não existe um tratamento de normalização as ofensas, os assédios crescem,aepor falta de representatividade a profissional precisa comprovar que sabe o que traz em sua fala, precisa de provas e mesmo assim pode sofrer represálias e muitas vezes sofre com o mansplainingeafaltadecredibilidade.
Com base na pesquisa feita e com os retornos via entrevistas, foi observado que as atitudes machistas e falas homofóbicas e com teor sexual em tom de brincadeira, ainda são
que apareça Não vou dizer de cabeça assim “Nossa, nunca se falousobre isso na Globo” Talvez tenha e eu não, não, não lembre de cabeça Mas eu lembro de alguns Eu sei que alguns veículostentaram Eumesmoquando trabalhei em rádio Na rádio, na CBN, na Rádio Globo tentamos emplacar algumas questões dessa ou é o que a gente podia fazer, trabalho de formiguinha, que é tratar do assunto com a maior naturalidade possível E isso eu percebo que não existe um quadro, não existe um programa específico pra tratar o assunto, mas é, existem convidados que são de programas que assumidamente são homossexuais e falam sobre o assunto e existem matérias que cada vez maisestãosaindoaísobreesserespeitoeque vaisaindosobre,sobreoassunto[ ](MayraSiqueira,2021)
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CONSIDERAÇÕESFINAIS
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros Disponível em: < http://www.abi.org.br/institucional/legislacao/codigo de etica dos jornalistas brasileiros/ > . Acesso em:jun.2021
REFERÊNCIAS
https://wwwyoutubecom/watch?v=EOvQlHeqTvU AsaBranca,umsonhobrasileiro 1980
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. diversasprofissionaismulheresenquantotrabalhavamrecebiam,frasesepalavrasdeassédioe teorsexual.
Com base em tudo que foi estudado,podemoschegaraconclusãoqueaindaem2021, o assunto mulher e LGBT no futebol masculino ainda é umgrandetabu,algunsprofissionais e telespectadores já se auto corrigem em suas atitudes, mas, existe umamassaadministrativa que “zela” pela imagem daempresa,esendoassim,entendequequandoumamulherLGBTé agredida ela deve tomar a decisão de ações judiciais, porém a empresa opera sem se expor, nãocríticaenemapoianosmeiosdecomunicação. Diante de tudo isso, observa-se que a mídia entende que homofobiaemachismonãosãoum problema que a empresa deva interferir Com a conscientização da população esses tipos de acontecimentostendemaseremextintos,masaindaprecisa-sedeanosdementalizaçãomude.
DUARTE, Constância Lima Imprensa feminina e feminista no Brasil: Século XIX, AutênticaEditora,2016 553p
GAZETA DO POVO. Copa do Mundo 2018 faz disparar casos de assédio sexual na Rússia. Disponívelem: <https://wwwgazetadopovocombr/esportes/copa/2018/copa do mundo 2018 faz disparar casos de as sedio sexual na russia ac1no9t4yfaktmqy5kuhmr84c/>Acessoem:Nov2021
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ROSSI, Mariana #DeixaElaTrabalhar: a nova investida de mulheres jornalistas contra o machismo Disponível em: <https://brasilelpaiscom/brasil/2018/03/23/politica/1521823054 844544html> Acesso em Nov2021
SUDRÉ, Lu. CopadoMundonaRússiaémarcadaporepisódiosdeassédio.Disponívelem: <https://www.brasildefato.com.br/2018/06/29/copa do mundo na russia e marcada por episodi os de assedio>Acessoem:Nov2021
UOL, esportes Pioneira no esporte, jornalista lembra preconceito e briga com Milton Neves. Disponível em: <https://uolesportevetvblogosferauolcombr/2013/10/07/pioneira no esporte jornalista lembra preconceito e briga com milton neve/> Acessoemnov2021
DescriçãoESTRATÉGICOdoProduto
O objetivo da pesquisa é produzir um documentárionoformatotelevisivocomduração de 15 minutos, que aborda como é tratada a homofobia no futebol em todas as suas áreas,comoimprensaetorcida,alémdalutadamulherLGBTnocenário.
O nome “Intolerância Futebol Clube” foi escolhido para dar impacto no momento em que o espectadorleiaotítulo.Apalavra“intolerância”remeteaocenáriodepreconceito relatado no documentário e aspalavras“FutebolClube”remeteaoesportemaispopular e querido do Brasil, o futebol. Além disso, a maioria dos clubesutilizamestaspalavras emseusnomessociais.
Estratégiasparaadefinição
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Públicoaseratingido
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
APÊNDICE
O documentário tem o objetivo de atingir o público geral, mas com foco nos que acompanham futebol, independente de idade ou orientação sexual. O produto é a reflexão sobre os impactos que determinadas atitudes, “brincadeiras” ou cantos de torcidas, podem ter na vida de quem quer fazer parte da festa, mas não pode simplesmenteporpertenceràcomunidadeLGBT.
PLANO
A gravação foi 100% produzida pela internet, em decorrência da pandemia de COVID-19, através daferramentaZOOM,asimagensdeacervoetrilhasonoratambém foramretiradasdeconteúdosdisponíveisnainternet,todasdevidamentecreditadas.
FUNÇÃOINDIVIDUAL
CRONOGRAMA
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Neste projeto exerci as funções de repórter, produção e direção. Abordando os entrevistados com perguntas pertinentes ao tema do documentário. Para que pudessem acontecer todas as entrevistas em tempo correto e com todo material adequado, fui responsávelnoplanejamentodocronogramaelogísticaedireçãododocumentário.
Da mesma forma, quem acompanha futebol e tem a oportunidade de trabalhar com o esporte, utilizando a ferramenta da comunicação deve refletir sobreaimportânciadese falar sobre a homofobia de maneira séria para que profissionais não sejam destinados para outras vertentes do jornalismo, tendo assim seu sonho vencido também por ser LGBT.
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ORÇAMENTO
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-JoãoAbel
TDOCUMENTAÇÃOermodeusodeimagem
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Termodeusodeimagem-MayraSiqueira
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Termodeusodeimagem-OnãRudá
João boa noite, fazer a primeiraperguntaparavocê,vocêéumjornalistajáformado,já atuou na área, agora ta com uma coluna de esporte né,vocêjáatécomentouoepisódio que você participou para folha esse ano, que você é assumidamente bissexual, e como você se sente tambémsendoteoricamente umaexcessãonomeioesportivoenãosendo heterossexual, teve algum problema, já aconteceu algum tipo de poblema para você, vocêvêdecertaformaalguma,alguns olharestortosalgodotipo?)
R: A sexualidade ela ébemdiferentedeoutrostiposdesituaçãoné,quandoagentefala de luta,faladelutaracial,lutadegênero,deorientaçãosexualouàsvezesidentidadede gênero, eu pessoalmente nunca sofri. Agora você tá olhando para mim eu sou, assim, você olha para mim você não sabe que eu sou bissexual, ao não ser que eu te diga, é mais ou menos que eu tô querendo dizer, então eu nunca sofri qualquer tipo de preconceito, agora la perguntar por exemplo pra uma mulher, trabalha no meio de editoria de esporte, provavelmente ela japassoupormuitassituaçõesdesagradáveis.Eu não trabalho diretamente com ééé... jornalismo esportivo na editoria de esporte em si, hoje eu sou social mídia do Estadão né, mas eu tenho uma coluna. ééé.. de esporte no jornal, muito por conta de ter escrito um livro sobre isso, que esse livro foi escrito durante minha graduação de jornalismo, livro sobre ahomofobianofutebol,então,eles me convidaram para falar sobre diversidade, cultura do esporte, história do esporte nessa coluna, ééé.. mas eu pessoalmente nunca sofri qualquer tipo de preconceito em relação a minha sexualidade. Agora, você tem completa razão em dizer que o meio esportivoééé...,agentetáfalandodejornalismoesportivoaqui,certo?
Certo! 20
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TRANSCRIÇÕESCOMPLETAS
TranscriçãoJoãoAbel
R: Ótima pergunta, uma pergunta que não costumo receber, ééé… clube diretamente não, mas já, eu já fui procurado por exemploporagências,nãoseiexatamentequalque é o termo queelesusam,achoqueéagenciasné,essasempresasquecuidamdacarreira dos jogadores por exemplo, entãofuiprocuradoporexemploumadessasempresaspara fazer uma espécie de workshop. ééé.. foi virtual né, não foi nem algo ao vivo, na verdade eugraveioworkshopeessaagênciaofereceuparaosjogadores.Issoeujáacho uma iniciativa excelente, ééé.. nenhum clube nunca me procurou diretamente para fazer qualquer tipo de ação mas eu por exemplo já gravei o podcast para.. um podcast oficial do Internacional de Porto Alegre, por exemplo, que é um clube ééé… centenário, tradicional e tem uma preocupação muito forte com essa questão de diversidade, então já gravei o podcast no Inter, e de cabeça é o que eu lembro, os maiores convites que eu recebo são para trabalho audiovisuais como o de vocês para entrevistas, eventualmente para alguma palestra, algo assim, mas não para os clubes.E os clubes deveriam ter mais contato com isso né, os clubes eles.. muito deles tem uma
João você falou do seu livro agora na sua resposta, desde o lançamento dele algum jogador,algumclube,játeprocurouparafalarsobreotema?
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Cont Resposta: Tá.. então você tem completa razão em dizer que omeiodojornalismo esportivo ele é majoritariamente heterossexual, eee majoritariamente formado por homens ainda, por mais que isso esteja mudando ao longo dos ultimos anos, ééé.. mas eu pessoalmente por exemplo trabalhando no jornal onde essa editoria, que é uma editoria enxuta né, não é uma editoria tão grande quanto politica, economia, uma editoria mais enxuta, ééé.. mas é formada tudo por homens,oprincipalconcorrenteeu imagino, tenho quase certeza, que é cem por cento também formado por homens, acho que isso tem mudado especialmente ééé.. em meios mais audiovisuais, eu sinto isso, que essa questão de diversidade ela é mais propagada nos meios audiovisuais, em televisão e tal, mas eu pessoalmente nunca sofri nenhum tipo depreconceitodentroda minhaprofissãoporconta daminhaorientação.
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Pensando ai então nos pontos que você trouxe sobre os times, e clubes, pensando em pessoas né, nosjogadores,vocêentende,vêalgumjogadorseassumindo,quesejagaye deixou de se assumir por algum motivo, mas seassumindomembrodacomunidade,ou não ? Por conta de alguma pressão, alguma coisa em relação a torcida ou mídia, isso demorariaaacontecer
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
R: Olha, a gente tá em um contexto atual, que tem mudado numa velocidade que eu considero até um pouco mais rápida que eu imaginaria cinco, dez anos atrás, a gente evoluiu bastante em relação a esse assunto, eu sei que nenhum clube me procurou e enfim, mas eles podem eventualmente procurar outras pessoas também, porque ééé.. tem muita gente capaz de falar sobre esse assunto. Mas, como eu falei, os clubes já começam a se posicionar, eventualmente fazem algumtipodeação,Vascoporexemplo esse ano fez algum tipo de ação e eu to citando isso exatamente por que?Euachoque hojeocontextoparaquealgumjogadorseassumisse,aíagentetáfazendoumexercício de imaginação aqui né, infelizmente, é um exercício hipotético né, não tem como a gente falar muito solidamente sobre isso que a gente não faz idéia,eupessoalmentesei que eles existem, batem certeza, que esses jogadores que não são heterossexuais existem dentro do futebol brasileiro, não sei se em grandes clubes, nãoseisepequenos clubes mas eles existem, porque o Brasil tem, segundo um último levantamento que a Ernst & Young fez com a CBF salvo engano tem cerca de noventa mil ééé.. quase noventamilatletasprofissionaisdefutebol, agentesabequeosclubesgrandessãouma
política de mostrar pra fora um discurso de diversidade, ééé.. tramando a dizer “somos clube de todosedetodas”ééé..todosclubes decidiram(risos),decidiramquesãoclube de todos agora, mas poucos olham para suas próprias estruturas internas, então esse discurso de muitos ainda não saiu dopapel,algunsclubessimtá?Possocitarocasodo Inter, possocitarocasodoBahiaquetemumnúcleodeaçõesafirmativas,outrosclubes já criaram núcleos e comissões internas para discutir diversidade eee.. outros tipos de assunto. Mas respondendo diretamente sua pergunta pra não (risos) não vagar muito, não,nenhumclubenuncameprocurouparafalarsobreoassunto.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. elite ali, eles são o topo, a genteachaqueaofuteboléumacoisaquemovimentamuita grana mas cara, mas muito jogadores ali ganham um saláriomínimo,umdosmenores, e uma pequena porcentagem que é o futebol feminino, que a gente se atendo mais ao futebol masculino. Tudo isso pra dizer que, é um contingente muito grande de pessoas ééé.. que é bastante improvável que não exista nenhum jogador homossexual ou bissexual no futebol masculino ééé… isso, o fatodenãoexistirpublicamente,nãoseria nenhum problema se isso ocorresse por uma escolha pesoal,eunãoquerofalar,eunão sou obrigado a falar, não tem problema nenhum, agora quando isso acontece por um receio, um medo, de uma represalia como você citou, ai éumproblema,éumaquestão que a gente precisa falar sobre, nenhuma pessoa deve ser impedida, deve ter sua liberdade aceciada a ponto de deixar de falar sobre o que é por medo de algum tipode represalia, certo ? Então é um problema, e agenteprecisafalarsobreisso,ééé…Agora sobre a questão de, em quanto tempo a gente vai terumjogador,euachoqueissoéum grande passo, acho que isso acontecendo, é um grande passo para que outras pessoas comecem a falar sobre isso, a gente já viu dentro de outros contextos, não precisa ser esporte, pode ser outro tipo de contexto ééé.. uma pessoa falando sobre issoderepente ela cria um grupo em volta dela e começa falar sobre isso também de repente muitas pessoas abrem essa discussão, sobre aquele assunto. Então eu acho que isso é um grande passo, agora quando vai acontecer eu não sei, no futebol isso dependeria do contexto também que acontece, muitaspessoascomovocêmeperguntamééé.. seesses jogadores sentiram algum receio da torcida, se teria algum problema, é difícil dizer, porque são contextos aliados né, um clube a torcida pode receber de uma forma, outra de outra forma, uma outra coisa que infelizmenteagenteprecisacolocarnabalança,eu digo infelizmente porque não deveria ser assim, a gente precisa colocar na balança se esse jogador é importante para o clube ééé.. de verdade, se for assim um jogador importante pro clube, vai ter torcedor homofóbico relevando a questão e dizendo, “a tudo bem”, outros não, outros vão colocar inclusive a homofobia a cima de qualquer perfomance esportiva, então são tantas variaveis que é dificil dizer como seria a recepção dentro dos clubes e com relação aos torcedores. Em relação à mídia por exemplo, tenho a prospecção de que hoje, principalmente agrandemídia,eutofalando
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. de uma mídia mais streaming ééé.. teve uma recepção muito positiva, tenho essa impressão, a gente ta em um debate mais maduro sobre isso, e quem não recebeuisso positivamente provavelmente seria um pouco polido, eu tenho essa impressão né, e provavelmente teriam alguns jornalistas que não receberiam positivamente, mas eles seriam uma minoria ééé.. uma minoria tão minoritária que.. acho que… enfim, eles acabariam sentidos essa discussão, enfim, em resumo é muito dificil saber quando isso vai acontecer,masachoqueéumgrandepasso,esperoqueestejapróximo.NosEstados Unidos por exemplo, recentemente o AllSports que é um site, focado em diversidade dos esportes, Brasilnãotemumsitecomoesseporexemplo,osEstadosUnidostemum site focado na diversidade do esporte, se chama AllSports, eles publicaram que os Estados Unidos pela primeira vez tem um atleta homossexual em ligas profissionais éée.. nos cinco “big sports” que eles chamam né, futeboldecampoquenemé omaior esporte deles, basquete, futebolamericano,baseball,ehoquei,elestemcincojogadores, ao menos um em cada uma dessas modalidades, aqui noBrasilespecialmenteofutebol que é um esporte muito popular, acho queagenteaindatemumcaminhoprapercoreer, mas como eu falei é um grande passo, e aquando acontecer eu acho que pode ser um pontodeviradavamosdizerassim.
R:Eu acho que o jornalismo ele é tão difuso, você pode fazer tanta coisa dentro do jornalismo que é difícilresponderessaquestão,porexemplonaminhaempresanãotem nenhum problema emrelaçãoaissoééé..nãoseicomofuncionaemoutrasempresasné, mas eu tenho a percepção, falando em uma percepção mais geral de que sim, o
Bela resposta, voltando um pouco para parte profissional do jornalista, no geral o mercado de trabalho ele ainda é um pouco receoso com pessoas assim das mentes LGBT, no mercado de trabalho, algumas profissões acabam tendo certadificuldadede contratar esse tipo de pessoa, você enxerga que no meio da comunicação atual jornalismo, fazumcaminhoumpoucodiferentedisso?Ouvocêachaqueacabamuitas vezes acaba seguindo omesmocaminhodamaioriadosempregos,decontrataçãosobre profissionaisLGBT
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. jornalismo ele parece ser um pouco mais tolerante com essas questões do que eventualmente outras profissões ééé… talvez porque seja uma profissão que tá mais ligada nesse tipo de discussão, então, acaba sendo um contra senso você ser um jornalista, e defender o que é princípio básico do jornalismo que é liberdade de expressão, sendo uma pessoa homofóbica entende ? Então por ser uma coisa tão alterada ao princípio do jornalismo que é a liberdade, eu acho que talvez sim, o jornalismo ele seja um pouco mais tolerante com relação a isso. Agora se você me perguntar, mas tá sendo feito algo pra mudar aestruturainternadosjornaispratermais diversidade, eu acho que sim, masaindamuitonocomeço,achoqueumprimeiropasso que ta acontecendo, o primeiro passosempreédiversidadedefonte,primeiroosjornais estão se preocupando emdiversificarfonte,vãofazermatériadequalquerassunto,poxa precisamos ouvir,nãodáprafazerumamatériaseilá,sobreainflaçãoederepentevocê vai ouvir só homens de meia idade que moram no Jardins, não!, você vai ter queouvir né, mulheres que moram na periferia, se você conseguir ouvir pessoas LGBT se isso afeta de alguma formaavidadelas,pessoaspretas,então..euachoqueoprimeiropasso é a diversidadedefontes,eumsegundopontoeuachoqueojornalismotabuscandoum pouco mais a diversidade, ai de pessoal mesmo, repórteres, colunistas, eu tenho uma coluna pra falar sobre diversidade no esporte em um jornal que é considerado conservador né, pra muitas pessoas, ainda que tenha princípios liberais, mas essa coisa se confunde muito no Brasil, coisa do liberalismo, conservadorismo, mas muitas pessoas consideram o jornal que eu trabalho conservador ééé.. e ao mesmo tempo me deram um espaço para falar sobre diversidade no esporte, então eu considero quesim, existe uma tolerância maior que outras profissões, mas isso é uma percepção muito geral,achoqueagentetemcoisasparamelhorar
João, alguns artigos brasileiros dizem que pessoas da comunidade LGBT acabam seguindo os caminhos no jornalismo como entretenimento por exemplo, ao invés do esportivoporcontadopreconceitodasociedade.Vocêconcordacomessavisão?(
R: Sim!,eu acho que isso temavercomumaconstruçãohistóricaééé..dedeterminados segmentos sociais, fato que por muito tempo o esporte foi, o esporte foi primeiro atrelado, ai é quase uma aula de história né, mas o esporte foi primeiramenteatrelado.. vou falar no início do século passado que é quando surgiu, que euachoque surgiuum bonde, tanto de futebol, quanto de esportes olímpicos né olimpíada, primeiro ele foi atrelado a homens, então isso já é um grande indicativo, o que poderia acontecer no futuro, então ele foi primeiro atrelado a homens, sempre os homens saudáveis então aquela coisa lá né dele ser o mais forte, o lema olímpico você deve saber o mais forte, mais rápido,maisalto,ééé..entãosempreteveessaquestãosero homemnoesportené, e a mulher outros tipos de conquista. Talvez um pouco mais artístico nãosei,claroque isso mudou ao longo do tempo, e aí eu comecei falando sobre gênero, mas se a gente falar sobre sexualidade, ééé.. eu disse que o esporte ele é muito atreladoaessaquestão da saúde a gente tem que lembrar que durante muito tempo, quase um século,maisde um século até, homossexualidade que era tratada como homossexualismo, sigla LGBT nem se quer existia,depoissurgiu GLS,LGBTquehojeéasiglapadrãonoBrasil,mas a homosexualidade que era chamadadehomossexualismoeraconsideradoumadoença. Então como que você vai entender que pessoas que são homossexuais, vão poder estar ligado ao esporte, que é uma coisa consideradadealtoníveldeperformance,sãocoisas que não se encaixa entende ? Então o que eu to querendo dizer é que, moldou socialmente que o esporte não é um local adequado para essas pessoas, logo isso vai interferir no jornalismo esportivo, claro que vai interferir, hoje as mulheres estão conseguindo conquistar um espaço de jornalismo esportivo né, os próprios LGBTS talvez não tenham por conta.. Apareceu um aviso aqui para mim, não sei se apareceu paravocês,acheiquetinhaparadodegravar,mastagravandoné?
Continuagravando,continuagravando.
Cont Resposta: Tá, mas vou retomar meu pensamento, pode deixar ééé.. então hoje as mulheres tão conseguindo conquistar um certo espaço dentro do jornalismo esportivo, pros LGBTS ainda é uma luta ainda mais atrasada, entende ? Hoje eu pessoalmente
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R: Primeiro bondade sua, porque histórico de carreira eu não tenho acabei de começar (risos), mas enfim, acho que assim comigoaminhaexperiênciapessoalééé…inclusive eu comecei a falar maissobreessetipodeassuntoquandoeucomeceiapesquisarsobre ele, eu já tinha entendimento da minha condição sexual, da minha orientação ééé.. passei a pesquisar sobre isso porque é uma questão que sempre fui envolvido com futebol, com questões sociais e era uma questão que me interessava,maspessoalmente isso nunca foi uma questão pra mim ééé.. dentro domeutrabalho,tantoqueeucheguei a trabalhar no início da faculdade em agências demarketingesportivo,enãoeraassim, é o que eu disse no começo, sexualidade não é uma coisa que está estampada no seu rosto. Trate isso com naturalidade eu acho que felizmente a gente tá falando de jornalismo, e o jornalismo é uma profissão que tendeaaceitarumpoucomaisessetipo de discussão, ainda bem, seria diferente em outras profissões, se a questão é dar uma dica, trate com naturalidadeporquecadavezmaispessoastátratandocomnaturalidade. Então não faça isso de uma questão, ou impedimento e entenda que isso éalgoavocê
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. conheço, cara.. eu devo conhecer mais de.., provavelmente mais de uma dezena de pessoas que são jornalistas lgbts e gostam muito de futebol, muito defutebol,muitode esporte, e poderiam facilmente trabalhar com isso. Então acho que isso talvez tem que mudar um pouco, um pouco mais nos próximos anos, mas você tem razão, elas são geralmente levadas, por conta de um próprio conhecimento prévio que elas tem que trabalhar com entretenimento, outros tipos de assunto. É uma realidade, mas acho que estácomeçandoamudar
Então João, vou usar ai um ganchinho que você acabou de falar, pensandonocasoque você é assumido enfim, oquequevocêaconselhariaparaessapessoatáquetáentrando hoje na área de jornalismo, e que ela é LGBT por exemplo e que ela quer ir para esportista mesmo sabendo de todos esses histórico né, ela vai ter o receio, ela vai tero medo, como que ela poderia fazer né, o que você aconselharia para essa pessoa, epara ela chegar mais ou menos do quevocêconseguiuconquistarhoje,pensandonorespeito enfim, todoesseprocessoaíquevocêtemdehistóricodecarreira.
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João voltando um pouco sobre o seu livro, foi uma das primeiras coisas que a gente acabouanalisando,quandovocêtavaproduzindoele..tadandopraouvir?Quandovocê tava produzindo ele alguma fonte ou algum entrevistadoserecusoualgummomentode participar por ser homossexual ou algo do tipo ? Teve algum receio de alguém falar sobre?
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R:Você sabe que pra produzir esse livro eu claramente fui atrás do Richarlyson por exemplo, e não conseguicontatocomeleinfelizmente,nãocomprometeumeulivro,até porque eu tratei o tema Richarlyson por uma outra ótica, pela ótica da mídia, como a mídia cobriu o caso, não é nem o caso né, é umafiguraqueéoRicharlysonééé..então
né ? Ainda existe uma discussão muitofortesobreessaorientaçãoeopção,opçãonãoé claramente, mas enfim, existem correntes aí discorrendo se é uma condição e tal. O importante é que aspessoasestãomuitomaisabertasafalarsobreisso,entãotratarcom naturalidade um entendimento que muitas vezes isso pode ser um potencializador das suas capacidadesenãoumlimitador,porqueparamuitaspessoasissoéumlimitador,“a eu sou LGBT e pra mim vai ser mais difícil" ééé… muitas vezes você pode tirar disso uma forma de se potencializar dentro da sua profissão. Foi o que eu fiz um pouco, ninguém falava sobre isso né, de repente eu decidi… ninguém falar sobre isso eu to sendo um pouco injusto, mas assim, tinha acadêmicos que já tinham pesquisa sobre isso, o que eu to dizendo é assim, faltamreferênciasééé.. nãoéquenãotinhaninguém mas tinham poucas pessoas, então de repente eu tirei disso e se tornou um potencializador pra mim, ao ponto de acharem que eu deveria começar a escrever semanalmente sobre isso. Então, eu tenho um sério problema que acho que poucas pessoas tem hoje em dia inclusive, que é beber de uma fonte que é mais de otimismo (risos), eu sou otimista, eu acho que apesar do atual contexto político e social euainda acho que a gente vive um momento interessante ééé.. para falar sobre esse tipo de assunto, que a gente não vivia a dez, vinte anos atrás talvez então.. enfim,resumindoa dica eu acho que é isso, são essas duas coisas, trate com naturalidade e faça disso um potencializadordassuascapacidades.
R: Muito diferente, bastante diferente bastante diferente ééé.. se a gente falar da imprensa esportiva especificamente acho que é bem diferente, primeiro quenocomeço do século não era uma questão né, eu tenho certeza que existiam mesas redondas né, programas esportivos que usavam a homofobia como um elemento de humor muitas vezes né, e hoje em dia, graças também a uma pressãoqueexistepopular,aredesocial de certa formademocratizouumpoucoissoné,temseuladoruimporqueenfim.. muita gente falando sobre muita coisa, e tem muita gente cobrando determinados posicionamentos,enfim..Entãoeuachoquesim,mudoumuitodocomeçodoséculopra cá , e inclusive acho que nos últimos anos, gosto assim de citar o exemplo ééé.. do Flamengo que em dois mil e dezessete publicou um post, um dos primeiros posts em rede social de um time se posicionando na luta contra a homofobia,primeirospostsfoi feito pelo Flamengo em dois mil e dezessete ééé.. e aí o jornal O Globo que é o maior jornal do Rio divulgou aquele post, eles colocaram na manchete que era um post polêmico, foi essa palavra que eles usaram, isso foi em dois mil e dezessete né, não teve uma grande repercussão enfim. Eu acho hoje se o jornal O Globo usasse “post polêmico" teria muita gente cobrando O Globo sabe ? E eu to falando de quatro anos atrás só, porque existe hoje uma grande cobrança em cima desse tipo de situação, e precisa existir, eu sei que é uma situação às vezes chega aserchata,repetição,defalar, falar, e falar, que você não desconstrói uma situação ou reconstrói toda uma estrutura social do dia pra noite, uma estrutura social deséculosderepentevocêprecisamudá-la
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. eu tentei falar com ele e não tive contato, mas eu não tive muitas recusas não, até porque meu livro ele se foca a contar a história depessoasquequeremfalarumpouco sobre isso, sobre seu contexto de vida assim, então conversei bastante com torcedores, torcedores progressistas que têm esses coletivo LGBTS, conversei com jogadores de times amadores, enfim, jornalistas ééé.. eunãotivenenhumarecusaassimsignificativa, tivealgumaspessoasqueeunãoconseguiocontato,masnãocomprometeu.
João você já falou um pouquinho sobre isso mas, você acha a forma que a imprensa trataahomofobiahoje,jatamuitodiferente..pegarporexemplonocomeçodoséculo?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. de alguma forma. Então pramudarvocêprecisafalar,falar,discutir,debater,então.. Às vezes fica até chato, mas esse tipo de manchete do O Globo por exemplo com certeza geraria uma certa repercussão né, agora, se fosse feito agora. Então cara, eu acho impressionante assim.. eu lembro que, eu costumo me basear até mesmo pelos depoimentos, pelas entrevistas que eu dou, eu lembro que em dois mil e dezenove quando eu escrevi o livro ééé.. especialmente no mês de junho tinham muitos jornais, pessoas me procuravam pra conversar sobre esse assunto, o mês de junho porque ? Porque é o mês do orgulho né, uma coisa de calendário, pessoas achavam que no mês do orgulho deviam falar sobre o assunto.. cara esse ano, de verdade assim ao longo de todo ano ééé.. sempre tive algum tipo de convite ou alguém veio falar comigo sobre isso, que achava interessante, “vamo fazer um podcast sobre esse assunto” né, enfim.. Hoje escrevo semanalmente sobre esse tipo de assunto, então.. o que eu to querendo dizer com isso, mesmo neste período de dois anos eusentique játeveumamelhorana imprensa esportiva, sabe ? de não ser mais uma coisa de calendário, de vamos falar sempre que for possívelné,assimcomooscasosderacismoporexemplo,quenãopode ser umacoisapontualdesófalarquandoaconteceocasoaliespecíficoné,queachoque isso acontece muito também, “ a teve um caso deracismo,dehomofobia,vamoscobrir e vamos falar sobre”, precisa ser uma coisa mais contínua. Então acho que melhorou sim, muito, se for pegar no começo do século pra cá é um abismo, eu acho que nos últimosanosacelerouaindamais.
Já que você falou um pouquinho dos assuntos de racismo seria a próxima pergunta tá, que eu vou te fazer Então pensando em profissionais tá, assumidamente gays, enfim.. ou bis qualquer coisa relacionada ao LGBT tá bom; Normalmente as pessoas elas expressam bastante em casos da homofobia mas principalmente em outras manifestações por exemplo, os discursos anti-racistas né, e aí com isso a gente vai vendo aí durante os anos aparecendo mais pessoas negras ganhando espaço dentro da televisão e.. ganhando bancadas enfim, como no antiga caso da Maju que falava do Climatempo e hoje em dia já tá em outras posições voltados ao jornalismo, então
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R:Eu acho essas comparações perigosas, mas eu tomei o risco de inclusive na introdução do meu livro fazer uma comparação desse tipo, que eu acho que é válida para explicar, a gente tá falando de futebol, jornalismo esportivo, então mais uma vez tomando o contexto histórico para poder falar sobre esse assunto. Na introdução do livro eu faço uma comparação datrajetóriamuitoporcima,issovaleriasóumlivropra issomasenfim,eupassoumpoucosobreatrajetóriahistóricadenegrosemulheresede LGBTS dentro do futebol né, que teme muito basicamente a gente for analisar ééé.. os pretos eles não eram.. negros e pardos né na verdade, pretos e pardos na verdade que são os negros. Eles não eram exatamente ééé... eles não estavam no grupo de pessoas que fundaram o futebol no Brasil, eles começaram a jogar o futebol no Brasil, eles passaram a serem protagonistas dentro de campo a partir do momento que futebol se profissionaliza, e aí os clubes precisam por uma questão ai de de competitividade, de buscar mais jogadores, alguns jogadores passam a jogaremoutrascidadeseatémesmo fora do Brasil, e eles passam a incorporar negros.OVascoporexemplotemumpapel fundamental nessa incorporação que é o primeiro clube a realmente incorporar jogadores pretos à sua equipe, eu to dizendo isso só para construir uma linha histórica que isso foi mais ou menosdécadadetrinta,quarenta.EaícomPeléissoaírealmenteé o ápice de tudo isso, preto hoje ele é protagonista dentro de campo apesar de não ser que fora decampo,queagentetempouquíssimostécnicos,dirigentespretosainda.Mas enfim, década de trinta e quarenta negros passam a ser realmente uma força dentro do futebol, as mulheres elas tem um atraso ainda maior, a primeira Copa do Mundo feminina aconteceu em noventa e um, primeira copa do mundo masculina foi em mil novencentos e trinta, então tem um atraso de seis décadasainé..asmulhereselasforam
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pensando no tema de homofobia. Por que você entende que ele nãotemamesmaforça ou a mesma representatividade, então um profissional que seja LGBT não consegue alavancar tão rápido assim no processo assim tão positivo rapidamente né, e o queque isso motivaria, para o próprio profissional ou os companheiros tipo fazer com que acontecesse desse LGBT né, desse profissional LGBT também ter a mesma força do que osnegrosenfim..nosdiscursosenosposicionamentosprofissionais.
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proibidas proibidas de jogar futebol durante quarenta anos no Brasil, então tem um atraso significativo, e hoje em dia finalmente a gente teve uma.. uma final do Brasileirão feminino que eu acho que foi a altura que mereceu, assim né que foi esse último Palmeiras e Corinthians que a gente assistiu. Entãoasmulheresaindaumpouco mais atrasadas, podendo dizer que, década de noventa, dois mil, começaramaplantar algumas sementes, hoje em dia a gente tem o Brasileirão feminino minimamente organizado. Os LGBTS praalémde terumadiferenciaçãoqueéumadiferenciaçãoque eu citei na primeira pergunta que vocês fizeram que é a diferenciação de, ééé.. de não ser uma luta exatamente explícita porque você não olha pra uma pessoa e diz, “ a essa pessoa é homossexual ou ela ébissexual,ouelaétransexual”,enfim..praalémdissoos LGBTS eles tem um atraso ainda maior, porque hoje simplesmente não existem ainda dentro do futebol masculino,entãonaverdadem,assim,nãodaaindanempraconceber Esse ponto de virada que disse dos pretosfoidécadadetrintaequarenta,prasmulheres foi noventa, anos dois mil, para os LGBTS a gente nem consegue dizer se realmente agora que tá acontecendo, porque você não tem nem nenhum jogador no futebol masculino claro, a gente tem que sempre fazer a diferenciação, a gente tá falando de futebol masculino, mas não tem nenhum jogador. Então será que o ponto de virada tá acontecendo agora? Será daqui dez, vinte anos. Tudo isso pra dizerquevocêtemrazão sua informação de dizer “ a os LGBTS está realmente mais atrasado”, quando a gente fala de futebol edejornalismoesportivovoltadoparaofutebolespecificamente,nãoto falando de um contexto geral. Até porque se voce pegar o poder aquisitivo da comunidade LGBT, da comunidade preta, obviamente uma coisa não tem nada a ver com a outra, enfim.. teriaquefazerisso.Masespecificamentenocontextofutebolvocê tem razão, os LGBTS eles tão em uma.. acho que uma linha histórica um pouco mais atrasada, aícomomudarisso,difícil..comoeufalei,nãoédanoiteprodiané.Masacho que a gente temevoluídonessesentidoné,eachoqueoprimeiropassoésemprebuscar mudar a estrutura, quandoumLGBTestápresenteetornapresenteessapautadentrodo jornalismo, você já cria uma espécie de semente como falei, e as coisas começam a mudar, então.. eu acho que talvez estamos plantando um pouco disso agora pra quem sabe no futuro sejam tratados comomuitomaisnaturalidade,paranãodizerqueagente
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Não,podefechar.achobomfazeraúltimaporcausadotempotambém.
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. tá atrasado e teriam que ter mais LGBTS, enfim… acho que no futuro isso seja uma questãomaisresolvida,mashojeemdiarealmenteexisteumatraso.
Acho que a última que a gente tem para finalizar mesmo seria, a gente já falou um pouco sobre isso durante toda a entrevista, mas é sua perspectiva no no futuro, algo bem mais distante, algo que ainda pode estar próximo em todos os âmbitos, desde aceitação da torcida, imprensa, dos próprios profissionais, qual a sua perspectiva no geraldacomunidadeLGBTrelacionadaaoesporte?
MaisalgumaperguntaGustavo?Maisalgumacoisa?
R:Bom, o que já está acontecendo, eu acho que a gente ja ééé.. uma coisa que é muito importante que eu acho que ja aconteceu felizmente, essas ultimas olimpiadas mostrataram isso, é que se implantou essas ideia que homossexualidade não podeestar ligada a auta performance, que é uma coisa completamente absurda, não faz nenhum sentido, mas a quarenta anos atras fazia sentido, as pessoas achava que quem era homossexual era doente, a própria pandemia da HIV e AIDS contribuiram pra isso. Então isso estava implantado, eles tiveram lá, eles ganharam medalhas, isso é uma teoria de qualquer pessoa que defenda hoje em dia ela tá completamenteforadobonde da história. Então ok, isso é umacoisaqueagentetemhoje..imprensa,achoquejátem boa parte, em boa parte da Imprensa uma.. ao menos uma noção de que isso é importante a se discutir, se tem fundamento pra isso, se osjornalistas estãopreparados pra falar sobre isso é outra coisa, eu acho que a gente poderia avançar mais nesse sentido né, qualificar essas pessoas para falar sobre esse assunto. Agora já existe uma noção de que é importante, isso ja é alguma coisa, então isso também já está acontecendo.. clubes se posicionando também já está acontecendo de alguma maneira, ainda que como eu disse aqui, para alguns seja ainda no discurso.. tá acontecendo. Vimos aí que especialmente os clubes do Rio esse ano ééé… me deixaram bastante
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. satisfeito, em relação de tirar seu posicionamento da redesocialecolocarpradentrode campo, especialmente o Vasco, especialmente o Flamengo. E eu sempre digo que sou muito curioso para ver se eles vão manteresseposicionamentoapartirdomomentoem que a gente tiver torcida nos estádios, na verdade já estamos tendo né, Graças a Deus (risos) graças a ciência também, então esses clubes vão manter esse tipo de posicionamento ? Vasco estampou lá gigantesco na arquibancada respeito, botou Bandeira LGBT aqui, acolá, o Cano protagonizou umadasimagensmaissimbólicasdo esporte eu acho nos últimos tempos, ele levantou a bandeira LGBT...Mas e aí ? E quando tiver a torcida no estádio, os clubes vão manter esse tipo de posicionamento ? Então isso é algo para ficar de olho, e já me leva ao próximo tópicoqueéatorcidané, torcida já entendemqueissoéumacausaimportante?Talveznão!talvezagenteesteja falando de um futuro próximo ai né, eu falei das coisas aqui que já estão acontecendo, futuro próximo, talvez comece existir um pensamento um pouco mais liberal com relação a este tipo de assunto, que sãoastorcidas.Issomuda..issonãomudasódentro das torcidas como se fosse uma coisa aparte,issomudanopaísné..oDatafolhaúltimo Datafolha mostrou.. não Datafolha questões de política, Datafolha mais sociais que eles fazem, a gente tem uma populção que ainda é muito conservadora né..contra o aborto, contra uma série de coisas… enfim, acho que o aborto é uma questão mais complicada ééé.. a própria aceitação de uma união homoafetiva por exemplo atingiu o maior indice.. salvo engano,salvoenganoquarenta..eunãolembroaocertomasestána faixa de quarenta a quarenta e nove por cento né.. parece pouco mas é o pico que já atingiu, hoje amaioriamporuqe quemécontraénafaixadostrinta,quarentaporcento, e aí tem uns dez por cento ali que não tem opinião formada sobre. Então jáexisteuma maioriapelaprimeiraveznahistóriaqueaceitauniãohomoafetiva,euachoque deveria ter mais gente, mas já é um tipo de avanço, então isso reflete na torcida não temcomo não refletir, são essas pessoas que formam a torcida, torcidas comuns entre aspas, vamos dizer assim né, a gente tem que fazer separação de organizada e comum, as organizadas tem todo o ritmopróprio,cadaumatemumaespéciedelinguagem,mesmo de filosofia. Enfim,masachoqueparaumfuturopróximoumpoucodeaceitaçãomaior dentro das torcidas, acho que isso pode acontecer Eu acho que..oque agenteaindatá
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. mais distante talvez seja uma discussão aprofundada dentro dos clubes e entre os jogadores de futebol masculino, isso talvez seja um passo umpouquinhomaisdistante, mas também não vejo um futuro muito distante não, acho que outros países já começaram a falar sobre isso, enfim..eu acho que a gente já conquistou bastante coisa, mas ainda tem muito mais conquistar e sempre lembrar de que agenteprecisacolocar ééé.. oquetánopapelparafuncionarné,homofobiajáfoiveladaacrimederacismo,o STJD na mesma linha decidiu de que os clubes devem ser punidos por atos homofóbicos, então sempre tirar do papel essas leis, elas existem, então elas estão aí para serem cumpridas, mas isso também é uma coisa que tá existindo, agora a gente precisaquesecumpra,euachoque emumaspectogeralémaisoumenosisso.
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TranscriçãoMayraSiqueira
Vou fazer a primeira pergunta tá, pensando aí no meio esportivo enfim…É, você já chegou a sofrer algum tipo de preconceito sópor,é..sóporsermulhernéambienteque é majoritariamente de homens? Cê já chegou a sofrer algum tipo de preconceito por contadisso?
R: Sem dúvida nenhuma, mas acho que o grande ponto do, do, do machismo né, do preconceito dentro do, do… do jornalismo esportivo é… era uma coisa muito mais velada né, uma coisa é… muito mais difícil alguém virar e dizer… Você falou besteira porque você é mulher por exemplo ou… Sei lá (trecho não captado) todas as mulheres que trabalham no esporte, mas é… existe muito muito muito assim: Realmente corriqueiramente aquele, aquele preconceito velado, aquele preconceito que o… Principalmente o machismo né, que as pessoas não… não percebem o que, que tá acontecendo. Então vai virar e falar “Ah, é… A gente vê poucas mulheres falando de esporte porque tiveram é… não tiveram oportunidade crescendo quando criança não jogavam bola como osmeninosecoisasdogêneroné”.Fazendoessetipodeassociação é… que é uma associação preconceituosa porque cada um teve a infância que teve, a gente sabe que asociedadeéestruturadadeumaformaquerealmenteasmeninasnão… Jogam menosfuteboldoquehomens,seinteressamtalvezmenos.Masé…querendoou não, é um, um… um preceito né, um pressuposto preconceituoso é… Até o, o simples fato de uma mulher estar comentando, incomodar muito né… Os homens, isso a gente percebia diversas… Eu participei bastante de mesas de debate principalmente na televisão evocêviaquetinhahomensqueficavamincomodadosé,eomeio(trechonão captado) que é uma das coisas que mais aconteciam o tempotodoné,vocêfalaalguma coisa e alguém repete exatamente o que você disse com outras palavras e todo mundo fala nossa, realmente, você tem razão é… e o que você falou passou batido ou todo mundo faz cara de paisagem,tipo“Ai,lávaiamulherfalar”Entãoissoaconteciamuito no dia a dia é… Entre, entre os comentários mais explícitos até os comentários mais
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. velados comportamento veladose…Comparaçõescommulheres.Issoacontecemuitoe hoje eu acho que felizmente a geração atual é…Consegueperceberqueacontecemais, então quando eucomecei,hã,maisdedezanosatrás,é…eramuitocomumasmulheres no esporte serem julgadas e assim “Ah, aquela lá… é, a gente sabequeelatemrelação muito próxima com jogadores, com os treinadores assim,eramuitacoisasubentendida, é… que a mulher precisava ter feito alguma coisa, ter,tertidoalgumtipode,de,deato libidinoso com o personagem para que ela tenha conseguidoaquelainformação,aquela entrevista. É… Que hoje ainda está… Ainda existe, mas tá caindo um pouco mais por terra e existia muito uma competição entre as mulheres que eram obviamente comentada pelos colegas, então é… exatamente na comparação. Muitas vezes euouvia “Você é a melhor repórter mulher de rádio”. É… Isso implica que é, estão sendo comparada com outras repórteres mulheres e entre as mulheres, aquela pessoa tá me dizendo que eu sou melhor do que as outras. Mas por que que eu tenhoquesermelhor do que as É… eu sempre mequestionava:Masporquequeeunãosoumelhorentreos repórteres, ponto. Né… porque que eu tenho que ser a melhor repórter mulher, eu não queroseramelhorrepórtermulher.Dane-seseramelhorrepórtermulher,euquerosera melhor repórter. Porque que cê tá sómecomparandosóaumaoutramulher.Entãoesse tipo de coisa acho que a gente pode hoje fazer uma análise muito mais, hã,objetivado quesefazianaépoca,nãoétantotempoassim,masdez,quinzeanosatráseobviamente antes disso, também acontecia bastante e hoje as mulheres se unem muito mais, se comparam muito menos, porque, eu dentro dessa realidade me comparava é… Eu dentro dessa realidade julgava outras mulheres e, e parei para parar… Eu comecei a maisconversarcom elas e eu falei “Nossa, a gente é tão parecida, e… porque as pessoas falam isso delas ou porque que eu estou me comparando com elas e por que que a gente tá competindo entre a gente. Então, hoje existe mais sororidade, mas realmente isso é, é algoquefazparteeaindaprecisasermuitodesconstruídano,nomeioé…esportivo.
É, boa noite Mayra! Muito obrigado pela presença e pela primeira resposta. É… Uma das outras vertentes que a gente tá falando nesse tema, que envolve também… sentido
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. na parteLGBT,é…sobreofutebolemsuaessência.Émuitocomumé…Ternofutebol feminino por exemplo mulheres, é, da comunidade LGBT É bem mais comum do que no futebol masculino por exemplo, que nas grandes ligas no mundo e no Brasil principalmente, não temos nenhum caso né, um atleta assumido ou algo dotipo.Como você enxerga isso e o que você é, acredita levar a isso não acontecer. Provavelmente pode existir né, um atleta homem hétero… homem hétero não. Homem que seja homossexual,porém,elenãoéassumido.Oquevocêacarretaessefato?
R: Bom, é… acho que atéessaérelativamentemaisfácilde,deresponderé…Primeiro que estruturalmente a figura da mulher lésbica ou da mulher com mulher ou casal homoafetivo feminino, existe uma mística em volta né, é uma coisa que muitas vezes acaba sendo utilizado é… até pra… para erótica de ,hã, interesse masculino. Então já, já, já é uma coisa que é mais fácil de, de aparecer né. É, e também porque o peso em cima das mulheres homossexuais é muito mais leve na nossa sociedade, nãoquerdizer que não exista e obviamente existe muito preconceito emuitahomofobiatambém.Mas entre as mulheres um peso muito mais leve e um peso muito, hã, mais“fácil”,também entre aspas [...] do que o peso entre os homens, porque a nossa sociedade, machista estruturalmente, mostra e,e,e… determina, que o homem tem que ser homem, como a figuraqueagenteconhecede,dehomemné,dohomemmachão.Temqueserforte,tem que, hã… Uma série decomportamentosquefazemcomquenãosejapermitidoqueele seja, hã, homossexual. É, é muito mais difícil para um homem sai do armário, hã, principalmente no meio extremamentemachistadoqueé…Asmulheres.É…sem,sem contar que ofutebolporsisóéummeiojámuitomachista,então,pegandoumexemplo do vôlei, por mais que seja mais difícil, não é a coisa mais fácildomundo umhomem homossexual se assumir É mais fácil um homem homossexual seassumirporquevôlei já é tido como um esporte um pouco menos másculo. Já o futebol não permite isso, além de ser uma paixão mundial, além de ser um dos esportes mais populares do mundo, o que faz com que as atenções sejam é, muito maiores para esse tipo de modalidade. Então tem umasériedefatoresquefazcomqueparaoshomenssejamuito mais difícil se assumir em um meio em que a represália vai ser muito grande. Se você
É… Mayra, a gente, estudando, a gente percebeu que principalmente na grande mídia, existem muito poucos, muito poucas reportagens falam sobre o tema LGBT e tal. E durante a experiência de jornalismo esportivo você viu algum movimento nos Bastidores para que existe algum programa pelo menos um quadro ou reportagem envolvendoessetema?
R: Acompanhei muito pouco, sempre algo do meu interesse próprio, se não ter um quadro ou um programa específico, matérias específicas, entãoemalgunscasosagente chegou a ver algumas matérias é.. sendo feitas e geralmente focando na, na… em relações homoafetivas, o atleta é… assumidamente homossexuais mulheres, atéporser muito mais fácil de acontecer, mas é algo também que acaba sendo um assunto ainda
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. parar para pensar é, na represália que o jogador, de novo, de vôlei ou de uma modalidade um pouco menor vai ter da, da torcida é, ao se assumir homossexual é um peso muito melhor do que se vocêfalar deumjogadordoFlamengo,deumjogadordo CorinthiansoudequalquergrandeclubedoBrasilné,principalmenteosgrandesclubes, que tem uma torcida enorme e existe uma proporção de pessoas, hã, muito maior, que pode fazer qualquer tipo de agressão, linchamento virtual e etc… Então é muito mais difícil para o homem homossexual, hã, de uma maneira geral, entre as mulheres existe uma aceitação um pouco maior da sociedade ou até mesmo também não é só uma questão de aceitação, mas éumaquestãodevisibilidade,ofutebolfemininoestáemum momento degrandecrescimento,masagentesabequehistoricamentefoiumesportede baixíssima visibilidade. É… falei do futebol feminino por que é um dosquetem,é…é um dos que até você citou né, que pode ser tido como caso de exemplo. Mas qualquer modalidade, as modalidades femininas em um geral, acaba sendo modalidades que.. é tem menos visibilidade do que as, as modalidades masculinas. Então, essa é uma outra briga (risos) que tem a ver também comaprimeiraperguntadevocês.O…asmulheres no esporte como um todo… Tem menos visibilidade, é demenosatençãoou,ourecebe um pouco menos de, é, de, de… De atenção mesmo, mas enfim, acho que esses são fatoresquecontribuempra,praisso.
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. tabu, um assunto que é, é difícil que apareça… Não vou dizerdecabeçaassim“Nossa, nunca se falou sobre isso na Globo”. Talvez tenha eeunão,não,nãolembredecabeça. Mas eu lembro de alguns… Eu sei que alguns veículos tentaram. Eu mesmo quando trabalhei é, em rádio é… Na rádio, na CBN, na Rádio Globo tentamos emplacar algumasquestõesdessaoué…oqueagentepodiafazer,trabalhodeformiguinha,queé tratar do assunto com a maior naturalidade possível. E isso eu percebo que não existe um quadro, não existe um programa específico pra tratar o assunto, mas é, existem convidados que são… de programas que assumidamente são homossexuais e falam sobre o assuntoeexistemmatériasquecadavezmaisestãosaindoaísobreesserespeito e que vai saindo sobre, sobre o assunto. Então, é hoje você vê com muito mais facilidade, na cobertura dessa última Olimpíada por exemplo, Ana Marcela Cunha campeã Olímpica da Maratona Aquática, dedicando a medalhapranamorada,citandoa namorada ao vivo, entre outras atletas. No vôlei isso acontece também com, com mais frequência. É… senão atletasfazendoissoaovivo,ementrevistas,ah,nasredessociais, falando sobre o assunto né, falando sobre seus relacionamentos e issovirandoanotícia como acontece é… Com muitos atletas. Atletas que tem a sua vida aí é, o tempo todo vigiadas é… quando tem umadeclaração,quandotemumafoto,quandoalgumadelasé mãe ou coisas do gênero, acaba saindo bastante. Sempre é, no feminino. Muito mais difícilagentevercasosé,entreoshomens.
R: Eu acho que é um movimento para um equilíbrio de balança que a gente está vivendo. Não vai ser do dia para noite, não vai serfácil,é…masexisteummovimento
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Sim! E já falando em profissional tá? É, atualmente a gente tem visto que nomes femininos vem surgindo aí, ganhando mais força né, no meio, no mercado de trabalho, enfim. E a gente trouxe aqui dois exemplos que éaNatáliaLaraeaRenataSilveiratá? E aí na sua percepção, é… cê acredita que finalmente essas mulheres estão ganhando força no espaço, na mídia esportiva ou não, são só alguns casos que vem aparecendoe para quantidade de leque né de mulheres que tem, que falam sobre o assuntodemídia, namídiasobreesporte,elasnãotemtantoespaçoassim?
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. das emissoras, existe um movimento dos veículos que começou com mulheres escrevendo sobre futebol, aos poucos foi passando para mulheres sendorepórteres,é… depois a gente teve um passoparamulherescomentaristas,hã,edepoisagente…agora para as mulheres narradoras e ainda é um espaço ainda mais difícil do que de comentarista que também já é um espaço dificílimo, porque sempre foi ocupado por homens. No começo era, “Tá bom? Deixa a mulher falar de futebol como reportagem porque até aí tudo bem”. E também por muito tempo eram as mulheres bonitinhas, as que tinham… que tavam aparecendo, enquanto cê podia ver homem de todo tipo né? Mas bonitinha eu quero dizer dentro do padrão de beleza da, dessa sociedade. Então,é um movimento que tá acontecendo e infelizmentefoiummovimento,hã…voucolocar aqui, não sei se é o termo mais adequado, mas o movimento por cotas,ou seja, a gente precisa colocar mulheres então vamos começar a colocar mulheres. Mas é um movimento que aconteceu e que conseguiram é, encontrar mulheres muito boas aí dentro desse mercado e conseguiram encontrar espaço e cada vezmaiselasapareceme comentam e a gente tem aí na TV Globo… Não só mulher narrando, raríssimo mas acontece com a Renata como você mencionou, como a gente vê comentaristas eventualmente em jogos do masculino e jogos de Futebol Feminino, mulheres comentaristasaparecendoeissodentrodaGlobofoiumamudançagigantede…falarde Globo porque a gente tá falando do maior canal de televisão é, do Brasil com uma audiência assim é… avassaladora. Então é um movimento sim para que isso esteja acontecendo, é… e, mas é um movimento que ainda vai demorar é… um pouquinho para a gente ver resultados, por quê? Porquê quando eu cresci, eu via é… Cléber Machado, Galvão Bueno, é…né, Milton Leite, hã, Luciano do Valle, entre outros grandes narradores, falando só dos de televisão ainda, é… por aí, e eu achava incrível, achava legal, sempre gostei de esporte, não tava envolvida mas tudo bem. Tô narádio, hã, na época o Deva Pascovicci é… quetrabalhavanaCBNfalavaparamimmuito,cê tem que narrar, cê tem voz pra narrar e eu sempre pensei “Não, o que que ele tá falando? Nada a ver eu narrar, nada a ver eu narrar”. E eu, porque eu cresci sem um modelo feminino narrando. É, e não segui essacarreira,pormaisquealgunsnarradores tenham brincado né de me colocar pra narrar e falado que teria dado certo. E hoje a
É, Mayra, você acredita que a forma como a imprensa trata a pauta homofobia no futebol já teve muita mudança, se a gente pegar por exemplo, o começo da década passadaparahoje?
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. gente tem mulheres narrando naTV,naTVabertaeeutenhocertezaqueéumageração de meninas que estão crescendo, estão olhando e estão falandoepodemcrescerefalar: Eu posso ser a Renata. Assim como muitos meninos e convivicommuitoscolegasque queriam ser narradores né, quando a gentetrabalhou,quandoeutrabalheiemrádio,que falavam: Eu queria ser o Galvão Bueno. E eu conhecioGalvãoBuenoeeranossa,um, um sonho pra mim. E eu não tinha esse sonho porque eu não queria ser o Galvão né? Então talvez a gente tenhamuitasmeninasquecresçamfalando“EuqueroseraRenata, hã, como a Natália, eu quero ser como diversas outras garotas”, como, como a Ana Thaís, é, que tá comentando na TV. Então isso é um movimento por, hã, exemplo né, por representatividade, é muitoimportante,masagentetáfalandodetodaumageração. Então aos pouquinhos isso vai acontecendo. Eu me inspirei na Natalie Gedra pra trabalhar em rádio, porque uma mulher na, narádio élegaleeupensei,talvezeupossa fazer isso. E espero que eu tenha sido exemplo pra outras meninas também, inspiração pra outras meninas, é… assimcomoumanovageraçãovaivircrescendodiferente.Mas não vai ser do dia para noite né, Porque é… assim como no futebol feminino, a gente ralou muito para encontrar algumas mulheres que tinham muito talento e pouquíssimo desenvolvimento técnico, profissional, hã, ou mesmo de, de… preparo físico, porque não era uma coisa queénormal,vocênãocrescecom…desenvolvendofutebol,esporte para as mulheres. Então não se cresceu é… desenvolvendo uma geração de mulheres paraseremjornalistasnarradoras,comentaristas.Issoestácomeçandoaaconteceragora, entãoéummovimentoqueagentevaivernospróximosanos.
R: Ah, sem dúvida nenhuma, hoje… Isso não ésónoesportené,achoqueemqualquer movimento, em qualquer assunto que a gente assiste na mídia, hã, filmes ou em qualquer tipo de representação que você tenha de, de, da, da, de, é… de pessoas homossexuais e pessoas LGBT, isso mudou completamente, porque a cabeça das
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É… Mayra, falando um pouco sobre a parte dos profissionais propriamente dito, é… envolvendo um pouco sobre discurso, como eles é, tratam hoje em dia que tá cada vez mais comum é, os profissionais levantarem algumas bandeiras é… falando sobre racismo, é, eles mesmos já opinarem sobre isso é… mais naturalmente em diversos programas, algo que não era tão comum e, por exemplo, teve um caso da Gabriela Moreira, ex ESPN que está atualmente na Globo, que ela tava numareportagemnuma, num pré-jogo e um torcedor falou “Ah, hoje vamos enfiar dois nos Bambis”. E ela já retrucou automaticamenteo torcedor,falandoqueessetipodepensamentoéalgomuito antigo, que não deveria ser feito dessa forma, que ele estava totalmente errado. E
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pessoas tá mudando e a gente tá falando de uma geração em que isso é cada vez mais natural, na verdade, hã, o homossexualismo é… homossexualidade é, são(risos)éalgo que é até pequeno dentro da comunidade LGBT hoje né, a gente já tem pautas extremamente mais complexas que tá falando de gênero, a gente tá falando de transgênero, a gente tá falando de é, pessoas (trechonãocaptado),agentetáfalandode pessoas trans, então, é…agentetáfalandode,de,deidentidadedeé…degênerocomo um todo assim. É um leque tão grande que, é fica até difícil da gente só falar de homossexuais. Então eu acho que sim, é… mudou completamente ,hoje, dentro do esporte, a gente tem a pauta de transgêneros no esporte que é muito complexa e essa ainda é muito maltratada, é, ainda existe um preconceito muito grande, ainda existe muita ignorânciaprincipalmente,entãocomoagentenãosabeexatamentecomotrataro assunto, é… acaba sendo, acaba… a genteacabaouvindomuitabesteira,agenteacaba, hã, ouvindo muita incerteza né? Então quer dizer que um atleta que era homem, um atleta trans que era homem e fez a, a, a… todo o processo para se tornar uma mulher, hã, ele pode competir entre as mulheres ou não pode.Nossa,essaéumapautaque,é… você cutucar um vespeiro hoje em dia né, muito complicado. Então eu acho quesim,a gente evoluiu muito, mas a gente ainda tem anos luz pra gente é… cruzar,paraagente atravessar, para a gente chegar, hã, pra que o debate esportivo acompanhe os debates que a gente de fora do mundo do esporte. Não sei se ficou claro, se eu me enrolei aí, masbasicamenteéisso.
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. retrucou novamente falando que não eraparaelepensarassimoualgodotipoeelesaiu andando como… resumidamente ela falou é… falou de certa forma mais explícita né, sobre é… o LGBT, um algo que não é tão falado,retrucandoum,um…entrevistado.E se você enxerga por, por exemplo esse tipo de…é…umcrescimento. Osprofissionais cada vez mais falando sobre é, determinado assunto é… falando propriamente dito ó “ É, esse tipo de brincadeira é errada. Não é umabrincadeira,éumaofensa”.Comovocê enxergaisso,seéalgopositivo,seéalgoqueestárealmenteacontecendo.
R: Eu acho que tá acontecendo, mas muito timidamente. a Gabi que você deu o exemplo, é uma excelenteprofissional,umacabeçaincrívelequefazdiferençané?Não éumapessoaqueé…estáticaouapática,então…achoqueelaé…atéumpontoforada curva mas extremamente positivo e que também impulsionou para que outros profissionais é… se comportassem dessa mesma forma hã, e,e, e… repreender esses comportamentos que… que não são mais aceitos, que foram brincadeira um dia e que hoje a gente entende que não é brincadeira, quenãoélegal,atécomoporexemplo,não me lembro qual foi a repórter é, do SporTV é, que, que teve um caso de um, de um, torcedor quetentoubeijá-laaovivoeessetipodecoisaenfim,temváriasrepórteresque passaram porisso.Mas,quehojeassim,é,émuitomaisfácilagentecompraressabriga e, e repreender essa atitude do que tratar como uma risadinha pra repórter ficar sem graça e segue o baile né? A gente não segue mais o baile, a gente para e fala. “Não é legal, você não vai fazer isso”. Então é, acho que é… isso são mudanças que a gente vem vendo é, é… são extremamentepositivas.Euachoqueagentevaicontinuarvendo cada vez mais, porque tudo isso trabalha junto com a conscientização da sociedade, então hoje, muita coisa socialmente é discutida, muita coisa socialmente não é mais aceita, muita coisa já não é mais vista como brincadeira, que era vista antes, é.. então hoje você não vai ver um comentarista numa bancada, um comentarista homem com uma mulher, fazer uma piadinha machista e passar batido. E antigamente isso seria né, todo mundo daria risada e a mulher ia ficar sem graça e ia seguir o baile. Então acho que hoje a gente não segue mas o baile né? Hoje a gente tem, hã, um comportamento muito mais diferente, ainda vai acontecer, ainda vai ter gente que não se conseguiu se
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. encaixar nessa nova forma de pensar que a gente como sociedade está tentando construir mas é um caminho sem volta, acho que é, as próximas gerações vem com principalmente esses debates que vocês estão trazendo neste trabalho né, como LGBT, como machismo, como racismo são coisas que cada vez menos são aceitas é, e esses debatessãocadavezmaisfrequentesedemaiorconcentração.
GRAVAÇÃO - SEGUNDO ÁUDIO
Então se caso você já vivenciou, da empresa deu algum suporte paraessaprofissional? Ounão?Finjiudemênciae,eseguiuobailetambém?
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R: Eu confesso que tem um… é muito mais difícil encontrar profissionais LGBT Assim, hoje em dia acho que até tem um pouco mais, mas dentro do jornalismo esportivo não, então eu não tenho nenhum caso de cabeça assim que eu, que eu possa falar, que eu me lembre. Assim, no máximo é… algum tipo de comentário negativo, de… enfim né? Sei lá? Chamar uma mulher de, de sapatão, alguma coisaassim.Masé assim, não consigo nem lembrar nenhum caso de cabeça,entãorealmentenãoseidizer. Com relação aassédio.Assédiomesmode…porexemplo,umajornalistatersidomuito ofendida, ameaçada ou de tentativa de, de, de… de beijar enfim, algumacoisaassim… É, eu lembro muito vivamente um caso com a Joana de Assis que… é… no estádio da Portuguesa, no Canindé ela.. é… tinha uns torcedoresmuitopróximosalinaentradado túnel por onde os jornalistas vão pra sala de imprensa né, paraasentrevistas.Equando ela tava entrando lá, é… eles realmente assim, falaram ofensas muito pesadas paraela, assim… ameaçadoras né?! E assim, foi extremamente desconfortável, inclusive se não me engano, acho que o câmera até… dela conseguiu registrar, e… E aí ela processou,
Então pensando aí, no último ponto que cê tava trazendo pra gente, pensando na empresa tá? Não só na questão da experiência. É… você já sofreu ou já viu alguma situação é, em relação a sede ou agressão contra mulheres? Então se trouxe alinocaso dos homens que iam lá e então tentavam beijar as jornalistas, enfim… Mas voltado a mulheres LGBT, então pelo fato dela ser LGBT ou não né, ela sofrer algum tipo de agressão ou assédio em eventos esportivos e como que a empresareagiuessasituação?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. enfim,entrounajustiça,a…nãonecessariamenteachoquea,a…aemissorachegoua,a fazer alguma coisa, mas teve um… rolouumapoioassim,achoquenão…nãofeznada publicamente, mas… ela foi apoiada ali na decisão dela de ir atrás inclusive usando as imagens que ela tinha pra, pra… pro caso. Masassim,foraissoeunãoconsigolembrar denadamaisespecífico.isso…é…principalmentedentrodocenárioLGBT.
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É Mayra, só para fechar agora aúltimapergunta.évocêachaquenofuturotemalguma perspectiva para que a comunidade LGBT seja aceita e que o assunto seja considerado normaloumaisnormalpossível?
R: Sem dúvida! Eu acho que já é né como eu falei, já acontece isso é, aos poucos. A gente já vê uma mudança de tom nas matérias é… inclusive issoviraumassuntoqueé corriqueiro e que é complicado hã… sem que exista muita explicação, então tátudode uma forma mais naturalizada e quanto mais natural trata-se o assunto, mais natural ele parece para o público. Então vai deixandodeserumtabu,então,porexemplo,comoeu falei: A Ana Marcela fazendo a dedicação da medalhadelaecitaroapoiodanamorada dela e isso não virar um assunto é… por si só, esimestarinseridonocontextode…da medalha da Ana Marcela, é… já é uma vitória, porque ninguém ficou falando “Ana Marcela tem namorada, ela tem uma namorada”. Não, assim, ela dedicou para a namorada, assim como qualquer atleta de qualquer modalidade pode ter dedicado. Uma… um jogador de futebol dedicou um gol para esposaquetágrávidaporexemplo. Então entroudentrodeumcontextodenaturalidade,eissoéummovimentoqueagente tá vendo cada vez mais, e eu acho que vai ver sim cada vez mais. Quando eu fui estagiária num… num dos meus primeiros estágios dentro do esporte, que foi é… no globoesporte.com, na época, a página dos clubes era sempresempretodososdiastinha a foto da musa do Paulistão, da musa do time. Então o São Paulo tinha musa, o Corinthians tinha musa. Sempre tinha uma mulher dentro de um corposuperpadrãode beleza né, é… toda boazuda, gostosona e etc… e toda curvilínea, e toda página tinha uma dessa e tinhaqueterapágina…naspáginasdoclube,porqueeraassimqueacoisa
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. era tratada e isso dava muitos clicks, e o jornalismodeinternetné,ojornalismoonline, ele, é… vive de clicks e de quantos acessos as matérias tem para que exista, é… para que a roda gire. Então issoerafundamentalehojegraçasaDeusfelizmenteagentenão tem mais isso, não é maisnecessáriovocêcolocarumamulhercompoucaroupaé,para que você tenha clicks, acessos e que isso seja uma coisa obrigatória digamos assim. Então esse tipo de pauta já não é mais uma coisa… não vou dizer que nãoexistemais. Existe ,mais uma coisamaisfrequente,nãoéumacoisaqueprecisater,nãoéumacoisa que os grandes veículos apelam mais. Então, acho que as coisas vão mudando sim aos poucos e…eassimé…acomunidadeLGBTvaisercadavezmaisrepresentadadeuma formamaisnaturalpossível. ***
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R: Na realidade eu sempre digo isso né, todo mundo me pergunta é a pergunta que eu mais escuto, porque criou, porque teve essa ideia. Eu acho que foi assim,ummontede ideias assim mesmo, porque o clube estava tendo em um momento que tava promovendo ações afirmativas e ali eu tive um inside, de tipo ééé.. existia maisdoque marketing naquela ação entendeu? Equandoeupropusainiciativadecriaratorcida,eu realmente percebi queexistiamaisaçãodoquemarketing.Entãooquemelevaacriara torcida é o fato de que o clube se posiciona em relação a essa temática do futebol e a gentesabequenãoécomum deacontecer
EntãoOnã,agentegostariadesaberoquelevouvocêacriaratorcidaLGBTricolor?
Onã muito obrigado, boa tarde eu sou o Vinícius a gente queragradecerclaropelasua disponibilidade de conceder essa entrevista pra gente. Falando sobre as torcidas organizadas, como vocêenxergaessecrescimentodastorcidaseorganizaçõesLGBTno futebolbrasileiro?
TranscriçãoOnãRudá
R:Eu enxergo como um movimento que na realidade tem a ver com desdobramento social com o debate sobre a LGBTfobia entendeu, como uma medida socialmente a gente vai dando passos essa comunidade vai procurando ocupar os mais variados ambientes e espaços, se a gente parar para observar hoje em dia existe grupo LGBT, movimento, pessoas ééé.. reafirmando essa identidade dentro de todos os lugares né. Até no agronegócio, o pessoal do agronegócio, era LGBTagro alguma coisa assim, um negócio bem interessante. Então no futebol não é diferente,achoqueoposicionamento dos clubes ajuda toda essa movimentação de identificação da galera que quer criar um coletivo, um núcleo de pessoas ali pra seorganizarpratorcer,pratratardessasquestões ali no ambiente desseclubeentendeu,masachoquetemavermesmocomessavontade da comunidade querer fazer parte do que ela acha que compete a ela, de ser torcedor é
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A gente viu que a relação da torcida da LGBTricolor com Bahia é muito próxima né, tipo a camisaquefoifeita,oprópriousodonúmerovinteequatropeloclube,comoque iniciouessarelaçãosaudávelentreatorcidaeoBahiaemsi?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. também um direito que elas têm mé, assim como cidadão, cidadã, como parte de pessoas que tambémpagamimpostos.Entãoeuvejoessacompacidademesmo,departe socialqueculmina naconstruçãodemaistorcidas.
R:Eu acho que o que o Bahia tem com a gente, o mesmo trato que ele tem com as outras torcidas, porque com as outras eles tem outros tratos maisaprofundadosné,mas acho que a parte do clube eu não ouvi de procurar colaborar, de tipo assim fazer na prática o que se escuta no discurso entendeu. Isso faz com que a gente tenha posições que acabam sendo posições que reafirmamumlugar,umaideia,umvalor,umconteúdo de tudo que a gente trazproclubetáentendendo.Euachoqueissotemavercomofato de que o Bahia tem o espaço onde pessoas que compõem o movimento sociais mais diversos, fazem parte das suas ações afirmativas, entendeu ? Tem a ver com séries de coisas construídas pelo clube para abri um ambiente onde as pessoas que seguemessa temática social podem la e pressionar alguém do próprio clube sabe, alguém que tenha um poder de decisão, de fazer alguma coisa acontecer imediatamente na medida que a gente tá ali questionando e pautando aqueles assuntos, aquelas temáticas. Isso surgiu quando dei a ideia da torcida para o clube fui integrado em uma das açõesafirmativas, aí a gente começa a falar compessoasdoclube,nãotemumtratodiretocomadiretoria executiva, a diretoria executiva é voltada mais para o futebol, e ao mesmo tempo acompanham esses assuntos que acontecem e reafirmam esselugardatorcidanoclube, pra garantir também que haja na parte do clube, e já reafirmaram isso em live sobre a camisa, usa quem quer, mas é importante que o clube se posicione a isso entendeu. Então você não é obrigado a usar, eu me lembro muito bem desse vídeo, ele dizendo que não é obrigado a usarporqueexiste,agoraéimportantequeelaexista,sabe?Então a gente não tem aquelarelação,vamosdizerassim,trivialentreumatorcidaeoclube,o problema que os outros clubes por exemplo, teve um episódio muito interessante no
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R:A gente tá falando de uma coisa que ééé.. angaria um ódio social muito singular né, muito singular, e assim as pessoas.. acoragemqueelanãotemdedizerquesãoracistas ela tem de dizer que são homofóbicas sabe ? Agora com um pouco mais de ressalva porque tem a discrimização imposta feita pelo STF.. masaindaassimaspessoasacham que por exemplo.. depender dessa forma tradicional significa obrigatoriamente uma perseguição a nós como sujeito ou como participantes também de famílias eventualmente e aí nossa família não merece ser reconhecida como família entendeu, outra coisa menos família ééé.. enfim. Então a gente tem dificuldade, dificuldade mais no começo, mas ai queagentetestatambématéondequevaioqueémarketingeoque é concreto tão entendendo, porque ai que a gentepodeperceberqualeraaposiçãoreal do Bahia sabe ? É diante de um desafio que se concretiza mesmo ali, pra além do
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E Onã falando maisoumenosdessaparteagoradatorcida,quevocêcomentoubastante e outros exemplos. Teve alguma dificuldadedatorcidadogeraldoBahiaecomvocês? ComaLGBTricolorounão?
Palmeiras. A Fiel LGBT procurou o Palmeiras pra conversar, Palmeiras disse que ia conversar, se comprometeu acolocarumafaixadatorcida,eaícomeçoucriarumasérie de burocracias que é óbvio um coletivo desse formato, com essa temática, com esse conteúdo não vai ter entendeu. Mostra uma tentativa de inviabilizar sabe, porque você sabe que um coletivo surgindo, sabe que tem pessoas ai se organizando, pessoas que tem medo serem atacadas na rua,comovocêvaicobrardeumatorcidaqueestáatrinta, quarenta anos indo ao estádio com discursos que desagradam a gente, que às vezes ofendem a gente tá entendendo. então assim, eu acho que o Bahia democratizou, fez e fez tranquilo, procura ajuda, procura sempre ajudar sabe, acho importante porexemplo a gente tem a faixa no estádio, e procura garantir isso, sem tipo de rusga com alguma outra torcida. Enfim, eu acho que tem um cuidado, e esse cuidado da segurança pra gente existir como um coletivo, como uma torcida, e em outros lugares isso não acontece,infelizmenteainda,entendeu.
R:Este é um movimento que a gente tem perto constantemente né, porque vocês imaginam ai a existência da torcida faz que periodicamente as pessoas LGBTS entendam futebol como um ambiente pra elas, ou que as próprias pessoas que estãoali automaticamente entendam que aqueles corpos ééé.. enfim, pertencem aqueleambiente ta entendendo. Então esse é um processo de conversão que a gente busca sempre tipo assim, fazer com o impacto queagenteconsegueterapresençafísicanoestádio.Etem alguns complicadores né, esse complicador só que é o primeiro eéomaiordeles,éum desafio cultural, as pessoas LGBT entenderem que o esporte, o futebol é um ambiente pra mim e posso ir tranquilo e.. no Bahia a gente já tem uma coisa assim da tranquilidade de ir no estádio, de ir pra arena sabe.. Temmuitomaisdoqueagentevê em outrosclubes,muitomaismesmo,sabe.Masaindaháessaconstruçãosendofeitano imaginário coletivo das pessoas né, porque também temmuitagentequeéLGBTqueé Bahia, tá no grupo da torcida, vai lá no instagram, comenta, compartilha, curte, mas ainda não vai no estádio entendeu, porque tem receio, então vocês percebem a percepção cultural disso. Outra coisa que dificulta é a divisão da Arena, o desenho da Arena, esse modelo de arenaqueagentetemvistonofutebolnoúltimoperíodo,aparte que representa além do estádios, doformato,atémesmoodesenhodocamposeagente for parar prapensarné.Eaíumaelitizaçãodosujeitojogador,masassim,ééécomoque
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E como foi essa transição da torcida rede social, página LGBTricolor para para dentro doestádioemsi.
discurso, além da pirua do vídeo do Eike, sabe quando surge alguém ali na prática. Então acho que é reafirmação de uma posição que o clube ajudou muito pra gente conseguir continuar nossa caminhada. Começo foibemdifícil,sabe?Mashojeeuvejo, olhandopratráspensandoqueseriamuitomaisdifícilsenãotivesseoutrasnomomento que a gente surgiu, ela fosse construída a partir de ummovimento,táentendendo,seria muitomaisdifícil.Entãotivemosaíumacoisaououtradesagradável,atémomentosque envolviamtorcidasdeoutrosclubesnãosomenteadoBahia,masjafoitanopassado.
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R: Não é que se há uma normalização né, se a gente poderpararpraolharumpontode vista legal, ai to falando da justiça comum ou seja, não tem como naturalizar isso, é crime certo, uma espécie de preconceito, racismo imprescritível inclusive neste momento compreendido como.. vamos dizer assim imprescritível eu ja dissené(risos), porque um episódio com a nossa torcida, aconteceu isso né, ficou prescritível porque ficou entendido como racismo ou injúria racial, é um jeitinho a ser mudado, justiça comum entendeisso,adesportivatemtambémoSTJDquejátratasobreisso,agoranão é cumprido né. Mesmo com aquela recomendação indicada pelo STJD, que é uma recomendação assim de verdade vergonhosa, que fala de opção sexual e nós mudamos duas vezes por gestões de alteração e o STJD ignorou completamente tá entendendo ééé..enfim.Nóstemosalitambémumaorientaçãopraqueissosejaenquadradoné,para que os clubes promovam ações e tal, a gentenãotemumacoletadeinformaçõessobre o retorno dessas organizações, não tem o prazo de cumprimento, não tem nada. Então alguns gritos acabam sendo culturais mesmo dentro dos estádios, se você para pra observar não sóosgritos,mastambémapelidosentendeu,porexemplooSãoPaulotem
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. diz ?... Uma elitização da compreensão daquele sujeito entendeu, da negociação, de tudo. Deixando os clubes que tem menos dinheiro em mais desvantagem, a gente tem uma divisão que é assim, tem o setor norte sul, leste, oeste, inferior, superior, aí complica porque quem tem uma condição financeira mais favorável vai procurar um lugar que seja menosapertadovamosdizerassim,quemtemmenoscondiçãofinanceira vai pra um lugarondeémaispopular,maisacessível,entãotemessasdivisõesnaarena, então se tem alguem que ta em um lugar no estádio, tem gente que tá no outro, isso é muito comum acontecer com a gente por exemplo. Mas esse movimento temsidocada vez mais constante, a gente percebe que cada vez mais a pessoa LGBTseaproximado clube, frequentam a loja, compram, consomem, se associam entendeu. Então muito
Falandobacana. disso, agora algo ruim, que ainda tem muito na nossa sociedade, qual a sua visão sobreanormalizaçãodoscânticoshomofóbicosdentrodoestádio?
o apelido de bambi, o Cruzeiro tem o apelido de Maria de Minas ouMarias,Mariasde Minas é a torcida LGBT e tal. Então assim, há uma naturalização que não deveria acontecer, porque os mecanismos legais já enquadram isso, se os árbitros cumprirem a regra, e cumprirem a lei, cumprirem o código esportivo, o que falta é os clubes orientados vamos dizer assim por boas práticas conduzirem ações como um workshop sabe. Tem uma responsabilidade social com a torcida, com os membros do clube, com funcionários, com os sócios, com o conselho deliberativo,enfim..comtodomundoque faz parte daqueleuniversotáentendendo.Porquetemocombatedessaspalavras,desses gritos, dessas situações. Recentemente a gente mandou uma denúncia para o STJD vocês devem ter visto aí na imprensa, com relação a gritos homofóbicos que estavam sendo feitos pela torcida do Flamengo contra ééé… acho que a do Grêmio, e a palavra de ordem era “arê re, gaucho da o cu e fala tchê” taentendendo.Eatéhojeagentenão teve um retorno do STJD, o tribunal de justiça desportivo do Rio de Janeiro disse que nãocompetiaaeles,quenãotavadentrodaáreadelesdeinvestigaçãoedeavaliaçãoeo STJD não responde, como que você combate a culturaquandoquemdeveriaserjustoé o mais injusto no protesto sabe. O STJDdemoroumaisdesetentadiasqueéoprazode prescritibilidade na justiça desportiva, e por isso nosso caso foidescritocomoprescrito no julgamento aqui no tribunal desportivo da Bahia por ter passado o prazo de setenta dias.Entãotipoassim,comoquevocêcombateacultura,sequedeveriacombateracaba propagando por um tipo de inação, e quando você opta por não agir, você tá tomando uma posição né, não ter uma posição é ter uma posição, não tomou uma atitude é uma posição, então, enfim. Ta naturalizado por algumas pessoas, mas a gente ta aqui vigilante, denunciando, combatendo, fazendo o que a gente consegue pra poder fazer dofutebolumambientemaissaudávelmesmo.
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E para finalizar aqui, você tem alguma perspectiva no futuro para que essa barreira do preconceito, do LGBT frequentar o estádio sem represália sem receios, você vê um futurocomessabarreiraserquebrada.
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R: Eu vejo, eu acredito muito na humanidade, acredito no ser humano sabe, assim, apesar de muitos pesares eu acredito muito. Agora não acho que isso é automático tá entendendo, o que acontece, nenhum grupo social hoje em dia percebendo os picos históricos que a gente teve, distinção de povos, de morte, de guerra, de situações que fazem com que a humanidade do outro ou até inferioridade fosse multiplicada com vamos dizer assim, ameaçador ou indesejável. Depois de ver tudo isso a gente não tolera mais, eu acho que é um grande marcodoentendimentohumanosobreisso,queé sem dúvida é a carta que é assinada após fim da segunda guerra mundial aonde acaba com o assassinato de pessoas ta entendendo. E de lá pra cá a declaração geral dos direitos humanos vem com a gente uma compreensão, e cada vez mais essa compreensão é difundida, e isso tem um papel muito importante para a tomada de consciência desses sujeitos táentendendo, tomadadeconsciência,organizaçãopolítica, organização social, busca de direitos, busca por avanços discriminatórios, isso acontecendo de uma forma mais contundente. Então assim, quando a gente fala por exemplo no Brasil especificamente, a gentetemaquinoBrasilassimcomo agentetem agressivos de violência contra LGBTS, a gente temdesenhosmuitoimpressionantesde existência a partir de movimentos tá entendendo. O que to querendo dizer a vocês, em Salvador tem mais parada LGBT debairrodoquenaEuropatáentendendo.Salvadora gente tem dentro da capital de Salvador mais organização de bailes LGBTQIAP+ uma forma de combater a violência e resistindo de algumaforma,doquemesmonopaís,na américa latina ounaEuropa,nomundo.Frutoqueevidentementedaviolênciaqueessas pessoas sofrem e uma tomada de consciência que tem esse grupo. Futebol na verdade sofre preconceitos sociais e ele pode influenciar na sociedade. Então quando a gente consegue dar um passo em uma medida de ação afirmativa, inclusão como a gente vê com a LGBTricolor eu tentei em toda minha vizinhança que torce para o Bahia, eu vi uma aceitação assim, meus vizinhos sabem que eu tenho envolvimento com o futebol, com a inclusão, inclusive passaram a pesquisarsobreessatemáticaLGBTapartirdisso tá entendendo. Então estamos tendoumavanço,tivemosconsciência,agentenãotolera a desvalorização, não vamos tolerar ser extintos de coisaquepodemfazercomagente. Por isso vejoquelanafrenteagentepodeternamedidaqueagenteavancenesseritmo
que a gente tem avançado, nessa luta, talvez a gente possa passar por um processo circunstancial, politico social perigosíssimo que ai envolve alguns grupos religiosos, inclusive a gentetemcontinuarvigilante, masacreditoqueaprogressãocoletivaémais sistemática e de avanço, tem que dar atenção nas leis, na literatura pra que a gentenão tenha retrocesso. de assunto agora a gente precisa comprar mais nem a literatura é um direitoporqueagente consiganãotemretrocessoestouentendendoeeducativasmelhorações. ***
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Vocêachaqueamídiatratacomorelevanteahomofobianofutebol?
TranscriçãoGustavoBandeira:
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R: Eu acho que a mídia ignora a homofobia no futebol. Ela não entende a homofobia como um problema no futebol. Ela… Via de regra a gente tem um problema na nossa narrativa sobre violência no futebol que a gente só olha para a violência que inclui confronto físico e preferencialmente os que incluem os torcedores organizados. Das múltiplas violências que existem no futebol, essa é a violência eleita pelos meios de comunicação como a violência que importa, como a violência que precisaria ser combatida, né?! Tanto que se você olhar asnotasdetodososjornais,claro,obviamente estamos falando do período ainda com pré-pandemia com torcidas, de torcidas adversárias nos estádios né?! Vocêvaiterepisódiosdehomofobiaederacismotambém nétodososjogos,sempretemumjogoqueojogadorouéchamadodeviadoéchamado de macaco ou ambos né?! E no caso isso não aparece em nenhuma nota, não aparece nenhuma em observação de rádio em nenhum comentário de nada… Se tiver briga da torcida aí sim, aí é uma violência que tem que ser combatida e que ela aparece criminalizada. Um exemplo de um caso para mim bastante emblemático que eu acompanhei bastante perto, foi o caso do ex goleiro Aranha do Santos que sofreu foi vítima de racismo aqui na arena do Grêmio, estádio do time que eu torço né e depois, teve o episódio na Copa do Brasil, foi muito midiátizado, vocês provavelmene conhecem né, senão aí tem que fazer a pesquisa (risos) né e três semanas depois ele voltou a Arena pelocampeonatobrasileiroeatorcidadoGrêmiochamoueledeviadoo jogo inteiro, todo o jogo… não há nota, não há comentário, não há… ao contrário, os comantários sãodizendo:AtorcidarespeitouoAranha,atorcidanãorepetiuaviolência com o Aranha… Então não, me parece que a mídia, especialmente a esportiva ignora por completa a existência da homofobia nos esportes em geral e no futebol em específico.
R: Assim… é, eu sou torcedor de futebol desde muito cedo né?! Eu vou aoestádiode futebol vocês provavelmente não eram nem nascidos ainda né?! No final da década de 80… E por uma série de circunstâncias da vida eu virei… Acabei fazendo pesquisa na área de gênero né?! E eu ia estudar… Até não era meu objetivo, eu queria estudar cinema. Mas dada essa minha é… Esse meu lugar de torcedor de futebol muito relevante… Foi… Me foi sugerido por uma professora e eu topei! E bom, e se eu vou estudar gênero nos estádios de futebol, não tem como você nãoenxergaromachismoe a homofobia explícitas né?! É… Você tem um, uma forma… A formação do torcedor que inclusive é a formação que eu passei né?! Ela faz um esforço muito grande de separar os torcedores das mulheres e dos homossexuais e faz essa separação atravésda violência. Entãofoiàpartirdessa…Desseolharparaoestádioparaumaóticadiferente, eu já para oestádiodefutebolamaisde…Aproximadamente20anoseujáiaaestádio, eu já tenho mais 14 de pesquisa né então é… Eu, eu realmente é… Foi uma lenteque eu coloquei, foi um quadro teórico que me permitiu olhar para as práticas que eu já frequentava muitotempoequenãodavabola,eu,eudividiacomaimprensaesportivaa ignorância pela… Em relação a esse tipo deviolência.Foijustamentequandoeumudei os óculos, foi quando eu fui olhar pra esse fenômeno de um outro lugar, é que eu consegui visualizar essas práticas porqueoquequeacontece:Espaçoscomonoestádio de futebol, eles pegam uma prática que ela é arbitrária como qualquer outra né?! E acaba naturalizando-as, como se fosse assim o tempo todo, sempre fosse assim. E… e daí bom? Acontece que nesta última década a gente viu uma série de movimentos pleiteando essa existência. A Minha tese, a minha dissertação de mestrado, ela é de 2009. E naquela época eu falava que tinha homofobia no futebol sozinho.Eunãotinha os grupos queers, depois dos grupos anti-fascistas, é, a gente não tinha matérias de, de jornais, de revistas e coisa e tal… Agora não, agora tem um monte de gente que fala sobre isso, não tem nada a ver com meu trabalho (risos), um pouquinho só, mas tem a
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. Boa tarde Gustavo, sou o Diego. Estou participando aqui com os meninos tudo bem? Qual foi sua maior motivação para levantar a bandeira contra essa homofobia que tá, queaindaexistehojeemdianofutebol?
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R: Cara, assim. 2014 só o caso Aranha só pra registro tá? É… sim, é que assim, o que que a gente entende né?! É… o… são muitas as, as formas de olhar essefenômenotá? Um critério muito utilizado tem sido, é quando um jogador específico é chamado de bicha, de puto e o melhor exemplo talvezsejaolegadodaCopade2014queéotirode meta, que é aquele lá,ahbicha,puto,seiláoque.Aíaspessoasenxergamahomofobia. Só que assim, quem tem estrada de estádio de futebol sabe que o jogador adversário, especialmente o jogador adversário é, é… De destaque, o jogador adversário mais famoso. Eu assisti logo quando eu tavafazendoapesquisa,inclusiveessas,essascoisas que eu sempre fiz… Cê muda a lente, muda o foco aí cê vira outra pessoa em alguma medida né?! É, eu lembro do primeiro Gre-nal que eu assisti quando eu tava fazendo trabalho de campo e a torcida do GrêmioqueóbviopegounopéaépocadoFernandão, atacante do Inter que, que infelizmente faleceu tragicamente… E a torcida toda, ele reclama de uma falta: Fernandão viado, Fernandão viado. Isso simples, fácil, né?! O Renato, o Renato hoje técnico do Flamengo é, que, que é ídolo também do, do clube que eu torço,né?Eleporserumafigurapolêmicaededestaque,gostardaprovocaçãoe das brigas, todo estádioqueelevaiéRenatoviado,Renatoviado,Renatoviado.É…ou então as brigas de torcida, é… nós aqui do RioGrandedoSul,agenterecebeopessoal do Rio, de São Paulogritando“paulistaviado,cariocaviado”,é…Comosgaúchostem até a musiquinha do arerê né? “ Arerê, gaúcho dá o cu e fala tchê” coisas assim né?! Então o que acontece é que via de regra essas manifestações não são lidas como homofóbicas. Situação homofóbica é lida quandovocêxingaumjogador.AhoRogério Ceni ia bater o tiro de meta: Bicha. Ah então tem homofobia e aí o que que acontece, porque que se nega a homofobia e não se nega por exemplo o racismo? Porqu separte do pressuposto de que o jogador não é homossexual, esse, esse é um pressuposto
Gustavo, além desse caso que você citou do goleiro Aranha em 2013. Você já presencioualgumcasodehomofobiadedentrodoestádio?
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ver com essefenômenodaculturaquenãoaceitamaisessaviolênciaque,quejáexistia, maseratomadocomonaturalizado.
A gente queria que você falasse um pouco sobre a relação com a Coligay né? Que é a torcidaLGBTdoGrêmio.QualsuarelaçãocomaColigay?
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importante, no caso do racismo você não tem como dizer se o jogador, que o jogador não é negro, né? Então, um pouco, essa pode ser uma das diferenças na hora de, de olhar pra, pra esse mesmo fenômeno, né?! Então é… o que que, o que que eu me permito entender: Que quando vocêfrequentaestádio,vocêaprendesobreahomofobia. Mesmoquenãotenhaexatamenteumsujeitohomossexualofendido, você ensina todo aquelegrupo:Jogadores,osdirigentes,oscolegasjornalistasdevocês, os torcedores… De que xingarhomossexuaiséumacoisabacana,éumacoisaquedeve ser feita, é uma coisa que não gera polêmica, que não é um problema né?! Então se ensina desde muito cedo que essaidentidadehomossexualéumaidentidadepior,éuma identidadequesepossívelvocêdeveevitar,devefugirenãoassumirpra…paravocê.
R: Nenhuma! A Coligay existiu dos anos 70 até o início dos anos 80 e apesar de eu ir desde muito tempo eu não era nascido ainda em 81 quando a torcida terminou. Né, tenho um trabalho muito legal sobre isso com a Luiza. A Luiza Anjos… Luiza Aguiar dos Anjos, trabalho maravilhoso, espetacular né sobre aColigay Oqueeutenhosãoos relatos, são as memórias né e são os esforços da torcida do Grêmio, isso eu tenho! Eu tenho os relatos dos torcedores sobre essa memória. Por exemplo: em 2009, como eu havia dito pra vocês, eu fiz a minha dissertação sobre gênero nas torcidas do Grêmioe do Inter. Se vocês buscarem a minha dissertação na internet que tá disponível, nãotem uma vez o termo Coligay citado, elenãoapareceemnenhummomento,porquefoiuma torcida que existiu, né, que teve uma durabilidade de uns quatro anos um pouco mais atuante até o final dos anos 70 depois um pouquinho menos né?! Mas que foi feitoum esforço muitograndeporpartedoclubedeapagaressatorcidadamemória,tantoquese você conversar com torcedores do Grêmio mais ou menos da minha idade, tô com 38 anos, é… Alguns deles vão dizer “Ah, teve uma matéria’’, “Ah, teve um livro”, “Ah, teve umareportagemnaTV,norádiocoisaetal”,masaspessoasnãoconhecem,porque foi feito um esforço muito forte de apagamento. Hoje não, hoje umpoucodentrodessa
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. lógica que a gente tem deentenderahomofobiacomoumproblema,detentarcolocaro esporte , o estádio de futebol um pouquinho bem pouquinho mais inclusivo pra, pra… Para as pessoasLGBTQIA+,vocêjátemnomuseudoGrêmioporexemplO,cêtemum cartaz lá da Coligay né?! Reforçandoessa,essaparticipação,masantesvocênãotinha, e não, não só no meu trabalho, como outros trabalhos de, de pessoas bastante conceituadas, né, não… não aparecia a Coligay, então a relação que eu tenho com a Coligay na verdade eu não fui testemunha ocular dessa história (risos),temumesforço muito forte de apagamento dessa memória, que elanãoexistiu,dequeelafoipequena, de que é mentira, de que não sei o que e coisa que o valha né? Então essa é a relação que eu tenho. Depois obviamente, estudioso do tema, conversei algumas poucas vezes com alguns ex-integrantes, mas, mas é isso, não tenho, não tenho memória de estádio, não tenho, não tenho vivência. Não sei como, como eles viviam o estádio. Essa memóriaeunãotenho.
R: Cara, eu enxergo como algo extremamente positivo, eu acho que a gente tem aí desde o… 2013 ali quandoestouramastorcidasQueerprimeiro,depoistodososseus… Eu acho que eles, que tem o movimento muito, muito fortequesãodepessoasquetem interesse em torcer e que não se sentem contemplados pelos modelos de torcidas que existem. E isso é muito positivo né, isso é um debate democrático, isso melhora o espaço público,issomelhoraoestádiodefuteboltambém.Problemaqueeuverificoné? É muita torcida de rede social, que é ótimo né, que é uma forma muito importante de relacionamento contemporâneo, mas são torcidas que tem pouca memória, pouca vivência de arquibancada. Eaculpanãoédelas,tá?Aculpa,absolutamenteaculpanão édelas.Muitasdessafaltadevivênciaacontece,porqueéumambiente,eraaindamaise ainda continua… Não, não é um ambiente agradável ainda, mas era um ambiente
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Gustavo, com o surgimento dos Canarinhos Arco-Íris, que é o observatório que reúne as principais torcidas LGBT do Brasil, é notório o crescimento de torcidasorganizadas do gênero, principalmente nas redes sociais a gente percebe isso. Como você enxerga essemovimento?
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R: Ahh… Possível é porque… É possível e que… Vamos pensar que a CBF é uma instituição podre né? É… Então a gente… a gente não pode perder de vista, ela é uma instituição capitalista e tenta dar lucro, ok até aí tudo bem, eu vou gostar mais, eu vou gostar menos mais isso não é… Em si isso não é um problema né?! Mas ela sim, ela vem desse modelo FIFA, que é um modelo, é… de monopólio né, não existe clube profissional fora da CBF por exemplo. E a gente tem hoje um exemplo mais explícito impossível, onde finalmente depois de muitas décadas, né, de colocando… Colocando homens incompetentes pra gerir o… o futebol de mulheres, a CBF faz um movimento de colocar mulheres, mulheres reconhecidas né? Não são mulheresquaisquer,aDudae a Aline por exemplo têm uma trajetória é… louvável no futebol de mulheres como atletas e como dirigentes né?! Ao mesmo tempo o presidente que em alguma medida
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Você acha possível um apoio da CBF sobre é… apoio de torcida organizada LGBT, alguma campanha para… Campanha ou tipo, uma motivaçãoparaostimesapoiarem… TipoalgumaorganizadaporexemplodeumatorcidaLGBT?
absurdamente inóspito né pra essas pessoas, era um ambiente em que você no máximo… Isso uma diferença muito importante que existe especialmente na América do Sul entre performance e… e sexualidade, você pode… e os torcedores dizem isso: Você pode ter relacionamentos homossexuais coisa e talenahoradetorcercêtemque se “comportar”, né? Milhares de aspas aqui, mas é que o sujeito precisa performar, ele tem que fazer de conta que ele não é homossexual né? Então é muito, muito positivo esse tipo de, de reclamação, porque é um espaço, todo espaço social, é… Tudo que a gente vê no espaço social, ele é resultado de um consenso muito breve de disputa por significado, é… Se a gente pegar nós os quatro aqui, vamos combinar alguma coisa,é, não é porque isso é uma regra que tá definida, que foi assim, sempre foi assim, mas é porque a gente minimamente consensoou, mas daqui um pouco, um de nós não vai ter ficado satisfeito e aí vai tentar articular com os outros pra criar outras possibilidades e isso eventualmente vai poder ampliar o debate, vai poder deixar mais plural, vai poder deixarmaisdemocráticoeésempremuitopositivo.
Vfutebol.ocêacha
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R: Assim, é… a gente já tem é… um movimento.. é curiosoeépreocupanteumpouco também tá? Com a elitização dos estádios, e aí obviamente nós estamos falando dos estádios da,da dos principais clubes da primeira divisão, a gente já tem uma possibilidade de, de que os agrupamentos consigam se segregar um pouco melhor através do consumo né do, do valor do ingresso, coisa que o valha, então a gente já consegue ver uma ou outra menção de uma bandeira do arco-íris, a gente já consegue
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. proporcionou isso,estásuspenso,vejaqueele,queele,elenãofoi,elenãofoimandado embora, ele está suspenso, por assédio sexual, entende. É… a CBF tem campanha anti racismo, mas né?! É é complicado porque… e os dirigentes da CBF é… negros onde estão? Os treinadores da seleção brasileira negros onde estão? Né, é… campanhas de fato com os, com os árbitros, punições de verdade contra os clubes né, o… tô falando como um torcedor do Grêmio, que foi punido supostamente no caso Aranha com uma penaextremamentebranda,‘Ahfoieliminadodacompetição”sim,tinhaperdidode2x0 o primeiro jogo, por isso foi eliminado da competição, tá, cê pode apostar que se não tivesse perdido de 2x0 não teria sido eliminado. Então poder pode, mas vir da CBF eu não acredito. No máximo a CBF vai responder a uma demanda que é de foradelané?! Que é a mesmíssima coisa que aconteceu com o futebol de mulheres, é a mesmíssima coisa que aconteceu com o caso do racismo. “Ah, isso é ruim”, então ok, se é o que temos, vamos com isso, antes isso(risos)antesumacampanhahipócritadaCBFdoque nada né?! Mas eu não confio na, na… Nem na confederação brasileira, nem nas federações, é… regionais. Eu não confio nas… não é, não… eu não apostaria nessas instituições. STJD também, coisas que o valha, pra gente conseguir diminuir homofobia, machismo, racismoetodasasoutrasviolênciasrelacionadasnosestádiosde
que se a gente tivesse se tivesse leis mais rígidas, seja regra da CBF ou lei mesmo, é… pra quando tivesse cantos homofóbicos e tudo mais…isso implicaria diretamente na presença da torcida LGBT nos estádios ou é um processo um pouco maislongo?
É,Gustavo,futuramentevocêvêumaperspectivade,deumaquebradebarreiraparaser tipo comum torcedores da comunidade LGBT frequentar estádio normalmente sem ter nenhuma represália, tipo algum receio de frequentar pela própria organizada mesmo? Algumacoisadotipoassim.
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ver umaououtrafaixaé…falandopositivamentedasexperiênciashomossexuais.Lá,lá na Arena do Grêmio jáseabriufaixahomenageandoaColigayné.Entãoépossívelsim um ,um movimento nesse sentido, mas eu apostaria na… no relacionamento com os clubes, tá? Eu sou… de formação eu sou professor, e eu não gosto depensarapunição como o elemento pedagógico, mas a punição também ensina e sim, punições importantes e no caso especialmente mexer em ponto, tirar ponto da tabela… pode permitir que o estádio seja mais plural sim, porque isso vai acabar fazendo comqueos torcedores uns controle os outros. Se daqui um pouco gritar bicha no tiro de meta vai fazer o meu time perder ponto. Aí quando eu for gritar o torcedor do meuladovaime, vai mecobrarqueeunãogriteporqueafinaldecontasprecisadefenderospontosdo,do time dele né?! Entãoésimumé…Infelizmente,a,apoluiçãotambéméummecanismo é… de educação. Sozinho não funciona né, mas… mas me parece nesse momento importante para gente conseguir colocar isso no centro do debate, não num debate marginal que… só quando temos um caso muito midiatizado isso parece ser um problema, quando todo mundo que frequenta estádiosabequehomofobiatememtodos osjogos.
R: Sim. Algumas coisas. É, primeiro, é… há 10 anos atrás… pouco menos ,talvezuns 8… 7, 8 anos atrás, eu te responderia que não. Que nãoé,nãoéumespaçoqueagente conseguiria visualizar torcidas homossexuais é, presentes. Hoje eu te digo quesim.Me parece que, é… serápossívelainda,aindanãomasestácaminhandoparaisso,osclubes estão adotando é… eu entrevistei os torcedores pra, pra minha tese de doutorado em 2015/2016 e eles diziam não, o clubenãotemcomoapoiarumacausaLGBT,ehoje,os clubes da sérieA.18dos20semanifestamcomalgumarecorrênciaemrelaçãoapautas LGBT né?! De novo, pode ser muito parecidocomoqueeutavafalandoantesdaCBF,
R: Não, a, a imprensa do Rio Grande do Sul hegemônica, né obviamente, tem a imprensa alternativa que… Ela é o que nós temos de pior tá, em todos os aspectos,né, a… eu, a… É como eu tava dizendo acoisadalutado,doesportede…dedireitosnão direitos, cê falou… eu gostaria mas não posso porque não tem como de achar por
É… Gustavo… uma, a gente tem uma vivência, uma experiência acompanhando a imprensa paulista basicamente quando fala sobre esse tipo de tema, é, é muito comum ainda hoje acontecer algumas brincadeirinhas de alguns comentaristasoualgodotipoe passar de certa forma ainda como uma piada, porém como você mesmo disse, quando fala sobre racismo, um outro exemplo, não é tratado dessa mesma forma…nemocorre hoje em dia mais, porque já considera como uma ofensa. Como é a imprensa do Sul, quando éessetipodetemaé,tambémacontecedisso,deteré…piadinhasé…coisasde segundasintençõesé…ouédiferentecomoéaqui.
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. pode ser só marketing mas ok, marketing vente né?! É, pode vender mostrando uma bunda ou ele pode vender mostrando uma causa, defendendo umacausasocial.Melhor que defenda uma causa social tá? Então… Talvez os clubes agora seja sim mais possível. A gente só tem que ter uma, uma coisa muito, muitoexplícita.Homossexuais sempre estiveram nos estádios de futebol, assim como as mulheres também. Oqueque aconteciaeaíeuachoquepodeserumpulodediferença.Elestinham,comoeutinhate, é… eles tinham que se… Eles podiam estar dentro do estádio e dentro do armário né (risos). Tinham que performar heterossexualidade né, me parece que a gente a passos lentos, que não sãopassoscontínuos.Agentevêhojequeé…algunsdireitosqueforam conquistados,agenteimaginavaqueosdireitosiamse…aspessoassempreteriammais direitos, e quando a gente vê não é bem assim, às vezes a gente perde né, então é uma luta constante… me parece que sim, que um torcedor poderá ir com a camiseta é, do Grêmio, do Palmeiras, do Flamengo, do Fluminense uma bandeira do arco-íris. Me parece que sim, me parece queserápossível.Quandonãosei.É,vaisertranquilo?Não, não vai, vai ser um ambiente de disputa né, vai ter que ser daqui um pouco vai terque terumaproteção,algumacoisaassim
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. exemplo que eu… na imprensa o racismo terminou ou diminuiu muito, mas o Willian do Corinthians foi questionado a sua qualidade de futebol a partir do seu penteado de cabelo. Isso é racismo né, o… os homensbrancosqueestãoalipoderãoatépassarpano um prooutromashã…issosótemumnomené?!AquinoRioGrandedoSulécomum, aqui no Rio Grande do Sul a gente tinha um comentarista, por exemplo, e falando dos ingressos caros, que ele dizia bom, com esse preço do ingresso a mulher já vem junto né, colocando, entendendo que isso é preço de, de, de… de zona, como a gente chama aquiosprostíbulosné?!É…agentetemo,agentetemojogadordo,doGrêmioqueera bastante qualificado, mas que aparentemente dizem, era homossexual e o principal narradoraquidoRioGrandedoSulnum,numeventoprivadofazendopiadinhadizendo que a gente ruim ele era gay é… Então isso é muito, muito recorrente, muito, muito comum e aqui no Rio GrandedoSul,vocêssabem,atéaspiadasque,queexistemmuito é em cima disso. Existe uma representação do Gaúcho como um grande macho, uma coisa assim, a masculinidade aqui no RioGrandedoSuléumacoisamuitoforte,muito importante, provavelmente que é muito frágil né (risos) e… então esses são elementos que se, se, é que se catalisam, que ganham força. Além do que aqui, nós somos muito binários, a… a gente tematéumtermoaquinanossaimprensaenanossacultura,queé a grenalização, que tudo aqui é azul ouévermelhodeformamuitoseparadané?!Então como no esporte a gente briga por masculinidade, a genteprecisadizerqueagentenão é gay, como é que agentedizquenãoégayemestádio?Dizendoqueelessãoné,então a gente tem esse tipo de enfrentamento muito forte né, a nossa imprensa é terrível, terrível e sim é tudo brincadeira e aí se você argumentar alguma coisa: Ah, é porque você não é do meio de futebol.Não,nãosou.Eutenho38anosdeidadee33deestádio de futebol. Não entendo nada né, não sou do futebol, não, não, num entendo né, tenho uma dissertação, uma tese sobre futebol, mas não,quemédofuteboléessepessoal…é o narrador,éessequeficafalandobobagemné,issoémuitocomum,muitocomumessa opção de dizer, “Ah, o pessoal que reclamanãoédo,nãoédofutebol”.Primeiroquetá errado, mas mesmo que não fosse, tá? O futebol não tá fora do, do mundo e eu usaria é… arriscar que algumas pessoas que, que talvez não estejam, não sejam no futebol, seja justamente em função desse excessodeviolênciaqueessaspessoasrecebemconta,
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. não sei é… eu não, não, não, não sou, eu sou branco né, então, eu não sou mulher, eu por acaso sou heterossexual, poderia não ser né, então pra mim o estádio de futebol é um ambiente muito confortável, muito confortável. Mas eu não sei, se eu fosse, ao estádio de futebol, fosse um homem preto e me chamassem o tempo todo de macaco todo mundo dizendo… eu não sei se eu ia querer ir. Não sei se sendo mulher, todo mundo “Ah, mulherzinha vagabunda não sei o que”. Não sei se eu ia querer ir né?! Se eu fosse homossexual, o tempo todo, todo mundo “Ah, esse bicha, sai daí viado e não sei o que”. Não sei se, se é um ambiente que me interessa né?! Então é… Não, não é, não é factual quando, quando a pessoa diz “Ah, isso aí é pra quem não é do futebol”. Não é factual. O jornalista tem uma parte do futebol, eu sou torcedor de estádio. Eu conheço muito mais de estádio do que… de comportamentodetorcidadoquequalquer um deles, tá? Assim como quem frequenta vestiário conhece de vestiário coisa que eu não conheço né, então não é,nãoéverdadeiromasmesmoquefosse,mesmoquefosse. Não seria justamente em função dessas violência queessaspessoastãoreclamandoque elasnãoparticipamdesseespaço?
ROTEIROProdução:Documentário
35” Imagemdeacervo OFF “Como diz o ditado brasileiro, existem três coisas que não se discutem: Religião, política e futebol”.
Sonora–OnãRudá/ GustavoBandeira/ JoãoAbel/ SiqueiraMayra
Apresentação: Adriana Herrera, Diego Dias,GustavoOliveiraeViníciusMota.
10’’ Imagemdeacervo–JorgeKajuru
SomAmbiente “Vou atrás da Melissa... Ele pode até não ser, mas que ele tem uma vontade enorme de ser ele tem”.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Tempoestimado:15minutose6segundos
“A coragem que elas não têm pra dizer que são racistas, elas têm pra dizer que são homofóbicas”.
Título:IntolerânciaFutebolClube
Status:Finalizado
Dadosdoprodutoefunção decadaintegrante.
57’’ Câmeradetalhe–Onã Rudá/Gustavo Bandeira/JoãoAbel/ MayraSiqueira
12’’ ImagensdeAcervo OFF “No IntolerânciadocumentárioFutebolClube,reunimosautoridadesnoassuntoparapodermosresponderoquestionamento”.
10’’ Fichatécnica
4” Capadodocumentário IntolerânciaClubeFutebol Oh, Bicha!
TIME VÍDEO CENA ÁUDIO
21” Imagemdeacervo–GabrielaMoreira SomAmbiente “ Qual o seu nome?”
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Revisadopor:LuizVicente
14” ImagensdeAcervo Sonora–JoãoAbel “A sexualidade , ela é bem diferente de outros tipos de situação né?”
37” Câmeradetalhe–João Abel/Imagemde acervo
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Sonora–JoãoAbel “Se a gente falar da imprensa especificamente,esportiva,achoque é bem diferente assim.”
OFF “ Assim como nos estádios de futebol, dentro das redações, a opressão também domina o ambiente.”
8” Imagemdeacervo–JorgeKajuru OFF “Com o passar dos anos, o tema LGBT vem sido tratado de diversas formas. Desde a mais caricata, até a mais consciente.”
10” Imagemdeacervo/ Câmeradetalhe–MayraSiqueira
40’’ ImagensdeAcervo OFF “Entretanto, não tínhamos nenhum representantes nas grandes ligas século”.neste
2’24” Câmeradetalhe–MayraSiqueira/ Imagemdeacervo
12” Imagemdeacervo–JorgeKajuru SomAmbiente “O cara é meu amigo de infância perfeito? Então eu vou logo dizendo se o Raí é viado eu também sou.”
22” ImagensdeAcervo OFF “LGBT é uma sigla que significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros”.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
10’’ Câmeradetalhe–João Abel Sonora–JoãoAbel “O meio do majoritariamenteesportivo,jornalismoeleéheterossexual”
6” Câmeradetalhe– OFF “A evolução existe sim na
“A gente via, eu participei bastante de mesas de debate, principalmente da televisão.”
Sonora–SiqueiraMayra
MayraSiqueira
8” Imagemdeacervo SomAmbiente “Cântico homofóbico da torcida do Corinthians.”
40” Câmeradetalhe–GustavoBandeira Sonora–BandeiraGustavo
8” Imagemdeacervo OFF “Torcedor e especialista no comportamento da sociedade no futebol, relata sua vivência sobre a masculinidade tóxica nas arquibancadas.”
11” Imagemdeacervo OFF “Fundador da torcida organizada LGBTricolor
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“Foi o caso do ex-goleiro Aranha do Santos. Ele foi vítima de racismo aqui na Arena do Grêmio, estádio do time que eu torço né, e depois... teve o episódio na Copa do Brasil, foi midiatizado.”muito
58” Câmeradetalhe–MayraSiqueira Sonora–SiqueiraMayra
“Eu acho que sim, mudou completamente, hoje, dentro do esporte a gente tem a pauta de transgêneros no esporte que é muito complexa.”
imprensa, porém o caminho não é tão curto quanto parece.”
59” Câmeradetalhe–João Abel Sonora–JoãoAbel “Realmente, é que o esporte não é um local adequado pra essas pessoas. Logo isso vai interferir no jornalismo esportivo. Claro que vai interferir.”
8” Câmeradetalhe–João Abel OFF “Mesmo que o cenário sobre o tratamento do tema LGBT esteja evoluindo pela imprensa esportiva, ainda existe um tabu que o cerca.”
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
2’00” Câmeradetalhe–João Abel/MayraSiqueira /GustavoBandeira/ OnãRudá
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
7” Imagemdeacerv/o OFF
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“Em 1977, a Coligay surgiu como a primeira torcida LGBT do Brasil, atualmente, segundo o levantamento da página o Contra-Ataque e do observatório Canarinho Arco-Íris, existem mais de 20 torcidas organizadas LGBT no Brasil.”
21” Imagemdeacervo OFF
16” Agradecimentos SomAmbiente Agradecimentoaos entrevistadosecréditoaos participanteseao orientador.
48” Câmeradetalhe–Onã Rudá
32” Imagemdeacervo
traz as dificuldades e vivência de torcedor LGBT nos estádios de futebol.”
“Mesmo diante de todo esse cenário de tabus e dificuldades, os acontecimentos recentes dão a esperança de um futuro com menos preconceito.
Sonora–JoãoAbel/ MayraSiqueira/ GustavoBandeira/ OnãRudá
Sonora-OnãRudá “Esse é um movimento que a gente tem que constantementeaumentarné.”
Sonora-OnãRudá “Na realidade eu sempre digo isso. Todo mundo me pergunta. Eu acho que essa é a pergunta que eu mais escuto, como criou, como foi a ideia.”
“O que a gente está mais distante talvez, seja uma discussão aprofundada dentro dos clubes de futebol e entre os jogadores de futebol masculino.”
Novembro:Ediçãoefinalizaçãododocumentárioeenvioparaabanca Dezembro:examinadora.Apresentaçãodoprodutoedefesadosartigos.
Maio/2021:Criaçãodapré-pautaediscussãodepróximospassos(emgrupo)
Outubro:Gravaçãodasentrevistasemudançasnoroteiroemdecorrênciado resultadodasentrevistas.
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Setembro/2021:Pré-definiçãodoroteiro,sobaprovaçãodoprofessororientador LuizVicenteeadefiniçãodasgravaçõesdasentrevistaspeloZOOM,medida tomadaporprecauçãoemvirtudedapandemiadaCOVID-19.
DIÁRIODECAMPO
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Agosto/2021:Confirmaçãodosentrevistados-GustavoBandeira;JoãoAbel; MayraSiqueiraeOnãRudá.
Junho/2021:Confirmaçãodefonteepauta
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ANEXOS
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
https://www.youtube.com/watch?v=SydEAMGSxnA&t=1691sCartãoVerde|Mayra Siqueira|15/02/2018.Acessoem:Nov/2021
https://wwwyoutubecom/watch?v=YUlhQX8nR7g&t=58s TVKajuru-KajuruSob Controle-PreconceitocontraRicharlyson.Acessoem:Nov/2021
Linkdocumentário
Odocumentárioestádisponívelparavisualizaçãonoseguintelink
ACERVO
Ohttps://www.youtube.com/watch?v=LrsrW9zZqSwteaserestádisponívelparavisualizaçãonoseguintelink
https://wwwyoutubecom/watch?v=t3Bl8OMKmpM&t=102sKajurucomentaosupostocaso deRaícomZecaCamargo!Acessoem:Nov/2021
https://www.youtube.com/watch?v=39-RrKnPRCs
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
https://www.youtube.com/watch?v=px77HC9bNSo&t=168sTorcedordopalmeirasusatermo homofóbicoelevabroncaaovivoderepórterdaESPN. Acessoem:Nov/2021