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Figura 8: Interação sobre a sonoplastia

que o ouvinte se sinta parte da história porque ajudou a construi-la, é no espírito de pertencimento daquele profissional à empresa que a dedicação em entregar um produto feito 100% pensado na transmissão de informações com clareza deve ser pautada. Referenciando o objeto de estudo dessa pesquisa, no episódio 16 do Feracast, uma das narradoras estava de férias, então, para trazer o ouvinte a realidade daquela ausência, foi inserida uma onomatopeia em tom triste de “ahhh”, o que foi notado na hora do lançamento por uma profissional BRQ (Fig. 8)

Figura 8: Interação sobre a sonoplastia

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Captura de tela realizada em setembro de 2021, com um feedback positivo da ouvinte, após ouvir o episódio novo. Fonte: Workplace.

Uma única modificação no roteiro gerou destaque para informação, mesmo não sendo relevante. Então, é possível pensar o que uma inserção de novos elementos sonoros pode trazer para informações de grande impacto, importância ou que precisam ser transmitidas e fixarem na mente do ouvinte.

Um novo jeito de fazer as comunicações internas foi o que a área de Endomarketing da BRQ foi desafiada a fazer, de 2020 até os dias atuais, devido ao novo regime de trabalho: o home office. Fazer com que as comunicações se aproximassem ao máximo das remotas conversas de corredor e que através da nova mídia, o podcast, fosse possível imergir o ouvinte e transmitir emoção durante a narração de alguns fatos ou as entrevistas são algumas ferramentas implantadas e que demonstraram retorno, conforme dados e fatos apresentados ao longo desse capítulo. O proposto aqui fora evidenciar que a inovação é um teste, que conhecer o seu público é essencial e que exercitar a cada comunicação o sentimento de empatia pode surtir um efeito maior do que apenas informar. É capaz de impactar uma rotina do profissional.

4. COMUNICAÇÃO INTERNA EM 2021

Junto à inovação na área de endomarketing, mudar a forma sobre como é ofertada a Comunicação Interna para os profissionais foi outra adaptação necessária. Focado no caso da BRQ Digital Solutions, que com a pandemia de COVID-19 adotou o regime de home office para 100% da companhia, foi preciso entender que agora a forma de consumir as notícias mudaria, pois o tempo, o ambiente e as prioridades eram outros. A linguagem com a qual se desenvolvia um comunicado precisou mudar, para humanizar as relações que agora se tornaram virtuais e também inovar no uso de ferramentas que já existiam, mas que em Comunicação Interna seria um grande teste. Durante esta parte da pesquisa, o objetivo é mostrar as vantagens que uma empresa tem em investir na produção de um podcast interno e como isso impacta no consumo de informações e como é capaz de fornecer uma experiência diferente ao profissional, aproximando as relações, mesmo que digitalmente.

4.1 Consumo de conteúdo por demanda

Com a inserção do podcast corporativo e interno, a mensagem que a empresa transmite é que, sim, ela está se adaptando – seja para a rotina do profissional ou a vida mesmo. A importância de conhecer o público para o qual se comunica, quais atividades fazem parte da sua rotina e se o podcast faz parte da cultura dele é a chave de um início promissor, a fim de que a taxa de erro ao implantar um novo canal de comunicação seja menor. Em entrevista com a Jornalista Gabriela Viana, ela mencionou a praticidade dos streamings hoje e o fato do ouvinte sentir que tem poder sobre quando e como quer consumir um conteúdo, – é onde o produtor deve se concentrar.

Na pandemia estourou o consumo de conteúdo por demanda, as pessoas dividem o tempo delas trabalhando de casa, então se na hora que você quer e pode consumir um conteúdo ele estar disponível pra você é fantástico! Assim como fazemos com Netflix, por exemplo. Acredito que o maior desafio do podcaster hoje é fazer valer a pena o ouvinte te colocar na programação do dia dele. (VIANA,2021, entrevista virtual, Apêndice B)

Como afirma Gabriela, trazer o controle do consumo de informações para as mãos do público, é a chave para a “conquista”. Torna-se normal tomar consciência das informações na hora que o consumidor final está disponível, e o emissor que não está adaptado, tende a perder audiência. Pensando em comunicação interna, o público-alvo são todos os funcionários da empresa, e não 1 setor só. Para a Associação Brasileira de Marketing (2015), endomarketing é o “trabalho interno da empresa para aplicar uma visão de marketing a todas as rotinas da organização. O endomarketing considera que todos os funcionários da empresa são clientes e fornecedores” Como é humanamente impossível mensurar o que cada área faz em uma média empresa, como a BRQ Digital Solutions, que atualmente tem cerca de 3 mil profissionais, como fazer para planejar um lançamento de uma nova mídia? Focando na praticidade e sendo objetivo. O endomarketing precisa integrar e motivar todos os colaboradores, e não somente aqueles que ficam constantemente em contato com o cliente final (POLI, 2015, p. 07). Como afirma Shandô Poli, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nivelar a comunicação dos canais onde o profissional pode consumir as notícias internas tem ligação direta com o clima organizacional, pois demonstra a equiparação por parte da área de comunicação da empresa em manter todos informados, independente do seu departamento ou da sua rotina. Analisando o Feracast, começou tratando apenas as mesmas notícias que já eram divulgadas na rede social corporativa da companhia, um mero espelho. Com o tempo, como dissertado anteriormente, foi percebida a necessidade de tratar os assuntos em alta com uma entrevista de um especialista que fosse profissional BRQ, para tratar sobre a pauta em discussão. E tudo isso foi ouvindo os profissionais, lendo comentários e pensando em atrair audiências diferentes dos ouvintes habituais, que a produção do podcast seguiu inovando. Não, nem tudo ocorre como planejado, pois talvez a procura do profissional sobre notícias internas não seja tão grande devido ao volume de trabalho que ele tem durante o dia. Mas quando, por exemplo, o entrevistado divulga para o seu time e os demais parceiros de trabalho que a sua participação no programa foi devido ao sucesso de um projeto ou para falar sobre a sua área, gera curiosidade e empatia que as conversas de corredor, numa vida pré-pandemia, tinham.

Em primeiro lugar, é preciso considerar que os ouvintes em ambientes on-line podem desejar a realocação da programação radiofônica, isto é, sua disponibilidade temporalmente flexível e alinhada a interesses individuais. Ganha importância, desse modo, o que aprendemos com os serviços de streaming musical, aos quais três características são determinantes para seu sucesso: a disponibilidade (o acesso facilitado), a capacidade de escolha e a possibilidade de personalização (mesmo que controlada a partir de quem faz a oferta). (FERRAZ; GAMBARRO, 2020, p. 9).

Disponibilidade. O Feracast é publicado há cada 15 dias e alocado no Soundcloud – uma plataforma online de publicação de áudio, utilizada por profissionais de música. Em sequência, é feita uma publicação oficial da rede social interna e no aplicativo onde os profissionais batem o ponto eletrônico, há uma aba com acesso direto ao último episódio postado. Como afirma Gambarro (2020), ter o produto em áudio hospedado em um local de fácil acesso e disponível de forma que ninguém tenha grandes dificuldades tem impacto direto com o interesse do ouvinte pela produção, na qual ele pode escolher, como, onde e quando consumirá determinada informação. Essa colocação também se aplica a pluralidade de locais onde o produto é divulgado. Conforme citado acima, no caso da BRQ, a equipe produtora divulga em 3 formatos diferentes o lançamento de cada episódio, de forma que evite possíveis perdas de métricas devido ao profissional não ficar ciente do novo programa.

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